BEM-VINDOS AO FUNDAMENTAL II
INGRESSAR NO ENSINO FUNDAMENTAL II? Continuidade, desafios, aprofundamento, amadurecimento...novas conquistas Harlei Florentino Diretor-geral
Para muitos a sensação é de encolhimento... éramos os maiores, agora somos os menores... A entrada no Ensino Fundamental II é o início de um processo marcante, pois muitas mudanças estão envolvidas. É quando se dá a passagem da infância para a adolescência. Precisa dizer mais alguma coisa? Novas referências, possibilidades e desafios se abrem diante deles. Coisas ficam pra trás e outras tomam o seu lugar. As famílias acompanham atentas, vivenciando um jogo indômito, no qual a ansiedade e o saudosismo lutam para ocupar o papel principal. Mas sabemos o desenrolar dessa história... eles crescem de verdade, amadurecem intelectual e moralmente, abandonam hábitos, criam outros, reconfiguram relações, fortalecem seus desejos, constroem o seu projeto de vida, consolidam a sua identidade. Quanta potência, quanta razão, quanta emoção… Os adultos têm uma responsabilidade substantiva com a educação desses seres em plena formação. É a possibilidade de continuidade e melhoria do mundo em que vivemos. A escola e a família precisam refletir e ocupar os seus lugares, fortalecendo mutuamente as suas ações educativas. Empatia, paciência, perseverança, firmeza e comprometimento são palavras-chave nesse processo. Diariamente, mães, pais, professores e educadores precisam lidar com a tensão entre exigir subordinação e disciplina de crianças e jovens e, ao mesmo tempo, conduzi-los à autonomia, autodisciplina e liberdade.
O projeto de formação a que nos lançamos se funda a partir de princípios colocados em prática ao longo de toda a escolaridade e pautados por desafios de ordem intelectual e afetiva. Dentre esses princípios, a autonomia ocupa espaço de grande relevância. Trabalhamos em prol da construção de sujeitos autônomos, capazes de atuarem com independência no mundo público e privado, que compreendam como aprendem, como o conhecimento se organiza, que se percebam em relação ao outro, que lidem bem com as regras - mesmo quando as questionam -, que compreendam a complexidade do mundo e se encantem com ela. Enfim, que sejam capazes de levantar hipóteses, elaborar proposições e tomar decisões para a resolução de problemas que os desafiam no dia a dia e nas descobertas do seu crescimento, em um processo construtivo que os potencialize para contribuir de forma positiva com o mundo em que vivem.
É com grande entusiasmo que aguardamos todos vocês para a construção conjunta dessa fase tão peculiar, instigante e fundamental. Sobram adjetivos… Abraços
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A CONCLUSÃO DE UM CICLO Fernando Pimentel Coordenador pedagógico - 3o ao 5o ano do EF I
As mudanças de ciclo na trajetória escolar dos alunos são marcadas por conquistas e desafios. São momentos de transição, que marcam o fim de um período da vida e entrada em outro, mais complexo. Na mudança do 5o para o 6o ano, falamos de uma mudança especial, pois, junto aos novos desafios da esfera escolar, a entrada em uma nova e arrebatadora fase do desenvolvimento social e biológico destes jovens já começa a convocá-los: a adolescência. É difícil dizer quando tais mudanças se iniciam, assim como a preparação para elas. Afinal, a educação é pensada de maneira progressiva e, portanto, é inerente a cada nível a preparação técnica e procedimental dos alunos para os desafios que vêm a seguir. Mas o contexto social que a escola oferece (de riqueza imensurável para o desenvolvimento moral e ético) sempre fará parte do cotidiano do aluno e deve ser igualmente cuidado. Tal período exige bastante de nossos alunos, pois envolve o abandono de uma identidade que dá espaço a uma nova forma de ser – tanto na escola como nas rodas de amigos. E, para auxiliá-los neste processo, lançamos mão de diversas frentes de trabalho. Durante o Ensino Fundamental I, aos nossos alunos são apresentados diversos desafios que têm como objetivo fortalecê-los, tanto no seu papel de estudante quanto de jovem do século XXI. E esse grupo, que acompanhei desde o G5, chega ao final do 5o ano com tais desafios cumpridos de maneira muito satisfatória. Das rodas de conversa aos debates sobre questões polêmicas. Das primeiras palavras escritas aos artigos de opinião. Do conhecimento dos números aos cálculos com números decimais… Enfim, um universo de conquistas infinitas pautou a nossa convivência. E agora é a hora de nos despedirmos, com a tranquilidade e a certeza de que esses jovens estão preparados para os desafios
pedagógicos, sociais e éticos que, cada vez mais, o mundo colocará em suas mãos. Por reconhecer a importância simbólica que estes momentos têm, entendemos que só temos a ganhar ao recheá-lo com rituais. E eles passarão a marcar nossa vivência de maneira mais intensa neste segundo semestre. A visita à Unidade que ocuparão no ano que vem, o acampamento, as reuniões com famílias e a Festa de Passagem são como alfinetes com os quais marcamos nossa linha do tempo. Com eles, podemos nos apropriar ainda mais de nossa história e mantêla firme, naqueles momentos em que nossas raízes mudam de lugar.
E é para esse processo que os convidamos: para nos ajudar a cravar alfinetes profundos, que ajudarão esses meninos e meninas, pais e mães, e cada um dos muitos personagens envolvidos, a se enraizarem em novas posições.
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NOVAS ROTINAS, NOVOS DESAFIOS Adriana Dias Coordenadora Pedagógica do 6o e 7o ano do EF II
Na perspectiva do aluno, quais você considera que são os principais desafios na passagem para o EF II? São basicamente dois: a adaptação a uma nova rotina escolar e o estabelecimento de novos vínculos em um novo espaço social e físico. Ao ingressar no 6o ano, os alunos são convocados a uma autorregulação de seu cotidiano escolar e, para que tenham sucesso, precisam ainda do acompanhamento dos educadores envolvidos nesse processo. A conquista de autonomia será consequência gradual da eficácia dessa mediação articulada ao engajamento individual de cada um. Os desafios nessa nova rotina referem-se a novas maneiras de se posicionar e começar a fazer algumas escolhas, seja de modo a encontrar estratégias específicas que se configuram em hábitos de estudos para gerenciar as demandas de diferentes professores e cursos, seja na maneira de se colocar no grupo e se sentir parte de um espaço marcado também por aspectos relacionados ao mundo juvenil. Ainda crianças, vão encontrar um espaço social que lhes convoca a participar e estabelecer novos vínculos, respeitando as individualidades e tempos de cada um.
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Quais são as principais ações da escola para ajudálos não só na passagem, mas também ao longo dos próximos anos do EF II? A qualidade das ações da equipe de educadores é o que dará sustentação e segurança nesse momento de transição e adaptação dos alunos. Por meio de orientações claras, cuidado na comunicação feita em sala de aula e oferta de um espaço em que também se sintam acolhidos, possibilitamos que o sentimento de pertencimento dos alunos a esse novo cenário aconteça, estendendo-se a cada novo ano do ciclo. E, na perspectiva dos adultos, o que pode ser destacado sobre esse momento? A entrada das crianças nesse novo ciclo de vida e escolar também convoca os educadores dessa faixa etária para uma nova função. Nossos alunos entram crianças e, no transcorrer dos desafios que lhes são apresentados nesse ciclo, seja na escola ou fora dela, amadurecem e tornam-se adolescentes que estão construindo um projeto de futuro para si e para a comunidade. Portanto, os princípios e as ações com os quais trabalharmos serão a base de construção desse projeto. Vemos no brilho de seus olhos, na animação de suas falas, em seus pequenos gestos e movimentos, e nos conflitos que vivenciam, o anseio por conquistar seu lugar, por encontrar sua identidade nesse novo espaço. Os adultos de referência - pais e professores, principalmente - são figuras importantes que lhes darão a segurança nesse caminhar e que precisam, aos poucos, sair de cena para que conquistem sua autonomia. É um projeto que exige de todos nós um cuidado com o tempo e a trajetória de cada sujeito, dando-lhes o suporte necessário para atravessar sua adolescência de modo que respeitem a si e aos outros e fortaleçam sua própria identidade. Essa escuta e esse olhar nos remetem à nossa própria trajetória; assim, cuidar desse movimento de olhar para o que fomos e para o que somos hoje possibilita o encontro com esse sujeito que está desabrochando, pelo qual somos responsáveis e para quem ofertamos o mundo.
Especificamente no 6o ano, contamos com o trabalho de uma tutora, que estrategicamente exerce a função de acompanhar a chegada dos alunos na nova unidade escolar, promovendo ações específicas que visam estimular e acolher cada um em seu processo de aprendizagem e socialização. A tutora, como interlocutora entre alunos, professores e coordenação pedagógica, possibilita um fortalecimento dos vínculos entre os alunos e deles com a escola. O trabalho com as famílias também é um fator importante nesse momento de formação dos alunos. Nesse novo ciclo, os alunos são os principais agentes que farão a interlocução entre a escola e a família. No entanto, a participação da família no acompanhamento desse cotidiano escolar é fundamental para também possibilitar a segurança necessária que, aos poucos, permitirá o aprimoramento da autonomia do aluno, necessariamente interligada à responsabilidade pela sua escolaridade.
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Como é a rotina dos alunos do EF II? Quais são os projetos específicos desse segmento? A rotina escolar dos alunos é marcada pela participação cada vez maior no gerenciamento e tomada de decisões em relação aos aspectos que envolvem seu papel como estudantes. No Ensino Fundamental II, eles terão a oportunidade de frequentar a escola no período da tarde, quando poderão planejar o uso desse espaço para organizar seus estudos, encontrar os colegas para realizar determinadas atividades e usufruir também dos recursos da Biblioteca e Informática. Asseguramos um espaço semanal na grade horária para o encontro de cada turma com a coordenação pedagógica e tutoria, de modo a possibilitar o acompanhamento de sua rotina e planejamento de diferentes ações para a qualificação dessa experiência. Esse encontro possibilita um contato bastante próximo com cada turma, possibilitando aprimorar o olhar para o que estão vivenciando nessa rotina e, assim, trabalharmos tais conteúdos. Pela primeira vez, vivenciam a possibilidade de elegerem um representante de classe, que será porta-voz do grupo na interlocução com os diferentes agentes escolares. Tal ação visa a continuidade e aprofundamento de sua formação política no contexto
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escolar, já iniciada nos espaços de reuniões de classe desde o Ensino Fundamental I, possibilitando novas formas de atuação e comunicação na escola. Damos continuidade também ao curso de Oficina da Ciência, iniciado no 5o ano, que se caracteriza pela sistematização do que envolve a construção de um conhecimento científico por meio da investigação de hipóteses levantadas a partir de experimentos específicos construídos com o professor em sala de aula e no laboratório. É um espaço de investigação que assegura o trabalho procedimental por meio de diferentes conhecimentos, possibilitando o aprendizado de um repertório científico e das diferentes maneiras de comunicação desse aprendizado. No Ensino Fundamental II, damos continuidade também às atividades de Trabalho de Campo já presentes desde as séries iniciais do Ensino Fundamental I, quando têm a oportunidade de articular os conhecimentos estudados em sala de aula a determinadas vivências para além do espaço escolar. Nesse novo nível, ampliamos essa experiência promovendo um Estudo do Meio em cada série. Organizamos uma viagem em que, de maneira interdisciplinar, os alunos farão as investigações sobre determinados conteúdos estudados e serão também
convocados à socialização com colegas e professores em um contexto diferente, no qual estarão imersos por alguns dias, em um momento de estudos que visa também o cuidado com as relações interpessoais. Temos também nesse novo ciclo escolar uma experiência interseriada com o curso de Oficinas, em que os alunos de 7o e 8o ano podem escolher - dentre algumas opções - qual curso farão ao longo do ano. É uma oportunidade importante para aprenderem os critérios envolvidos em uma escolha dessa natureza - a partir de seu desejo de aprender novos conteúdos que extrapolam os curriculares -, incrementando seu aprendizado e fazendo novas conexões. No 9o ano, como proposta de final de ciclo, os alunos desenvolvem um projeto de escrita cujo objetivo, além do aprimoramento dessa habilidade, é promover uma autoanálise de seu papel como estudantes e de seu vínculo com a escola, estabelecendo novas perspectivas para a construção de um projeto pessoal e escolar que será amadurecido e fortalecido ao longo do Ensino Médio.
Os processos de avaliação mudam muito em relação ao EF I? Como eles acontecem nessa nova etapa, com um número maior de professores e disciplinas? Não há uma mudança significativa em relação ao processo de avaliação, uma vez que a configuração de uma avaliação formativa e gradual já vem acontecendo desde as séries iniciais do EF I, por meio de diferentes instrumentos. No entanto, nesse novo ciclo, o gerenciamento dos momentos e hábitos de estudos para a organização dessas atividades avaliativas necessita de novos cuidados, para que os alunos consigam compor uma agenda do que precisam trabalhar na escola e do que é necessário realizar em casa. O planejamento dessas propostas é feito pelo professor e comunicado com antecedência aos alunos; juntos, organizam os procedimentos necessários para a preparação desses momentos, por meio de orientações específicas para os estudos, trabalho que se inicia já no 4o ano, junto à introdução das avaliações trimestrais como instrumentos formais. Em sala de aula, constroem coletivamente a agenda de classe, de modo a estabelecer uma unidade de trabalho da série, acompanhada por todos os professores, tutoria e coordenação pedagógica.
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O TRABALHO DE TUTORIA NO 6º ANO Juliana Haim Tutora do 6o ano
A chegada ao Ensino Fundamental II é sempre bastante esperada pelos pais e alunos do 5o ano do Ensino Fundamental I. As expectativas, dúvidas e inseguranças em relação a essa transição fazem parte desse momento tão importante da vida escolar e, certamente, merecem um olhar atento. Além da mudança de ciclo e, consequentemente, dos novos desafios na rotina escolar, é também o período de entrada na adolescência e, portanto, de
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muitas transformações físicas, psíquicas e sociais. Por um lado, essa chegada a um universo mais juvenil envolve uma certa estranheza, medos e ansiedades; por outro, gera muita curiosidade e desejo de explorar as novas possibilidades. Em função desses aspectos, temos um cuidado especial com a passagem dos alunos do 5o para o 6o ano. É nesse contexto que a tutoria se insere, com a função principal de dar suporte aos alunos no processo de adaptação, o que envolve lidar com a organização dos materiais e dos estudos.
Primeiros desafios O 6o ano é a primeira série do ciclo e é nela que algumas práticas se inauguram, tais como: todos os professores passam a ser especialistas, a viagem de Estudo do Meio e a possibilidade de usar um armário para guardar o material de uso pessoal. Cabe aqui um destaque para o uso do armário como um símbolo significativo dessa mudança, pois, diferente do Ensino Fundamental I, quando o aluno tinha um local dentro da sala de aula para armazenar o próprio material, o armário, agora, encontra-se fora da classe, exigindo uma outra maneira de organização e um grau maior de autonomia e responsabilidade. No primeiro trimestre, o aluno se depara com uma série de novos desafios. Adaptar-se à nova rotina escolar, organizar o material e administrar o tempo fora da escola necessário para os estudos são os principais. É também nesse trimestre que a viagem de Estudo do Meio acontece. O trabalho da tutora é observar e acompanhar cada aluno – e o grupo como um todo – em relação à adaptação às novas exigências e, a partir dessas observações, pensar e planejar ações junto à coordenação.
A rotina do trabalho de tutoria É parte da rotina assistir às diferentes aulas da série para poder observar dinâmicas da classe, de pequenos grupos e dos alunos individualmente. Nessas aulas, muitas vezes, já é possível fazer algumas orientações pontuais para os alunos em relação a registros no caderno ou agenda, por exemplo. Essas observações são também bastante importantes, quando o aluno é chamado pela tutora para uma conversa individual com o objetivo de orientá-lo quanto à organização do material dentro e fora da escola e/ou elaborar um planejamento de estudos. É muito frequente também que a tutora faça mediações das relações entre os alunos, ajudando-os a resolver conflitos e situações de impasse. Em todas as ações da tutoria, há sempre uma intenção de convocar o aluno para uma reflexão, procurando fazer com que ele se perceba e se implique em seu processo de aprendizagem, assim como nas relações que estabelece com os outros. Os desafios, presentes em todas as séries da escola, são propostos de modo a fazer com que o aluno desenvolva mais autonomia e seja capaz de enfrentar desafios cada vez mais complexos. Essa intencionalidade do adulto é essencial para promover as conquistas dos alunos.
Cada um vive a entrada no Ensino Fundamental II de uma maneira particular. Para alguns, essa etapa é bastante tranquila e a adaptação à nova rotina é rapidamente conquistada. Para outros, esse processo se estende e exige um acompanhamento mais próximo. Em qualquer dos casos, a tutoria deve estar atenta e em parceria com a coordenação para propor as intervenções adequadas.
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O ENSINO DE INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL II Cristina Ramos Coordenadora de Língua Estrangeira
Nossa visão sobre o ensino de Inglês O Inglês é um componente curricular que, além de dar conta da especificidade dos conceitos e procedimentos do seu campo disciplinar, também promove variadas aprendizagens que não se localizam necessária ou exclusivamente em seu campo teórico. A metodologia aplicada no colégio utiliza a língua com dupla finalidade: ensinar o idioma e, ao mesmo tempo, um assunto de conteúdo especializado, processo no qual o inglês assume o papel de ferramenta de estudo do assunto de interesse. No Oswald, o inglês começa no Grupo 4 da Educação Infantil e continua até o final do Ensino Médio. Ao longo desses 14 anos, são contempladas as quatro habilidades linguísticas essenciais para o aprendizado de língua estrangeira: comunicação oral (speaking), compreensão oral (listening), comunicação escrita (writing) e compreensão escrita (reading).
É competente em inglês o indivíduo estrangeiro que, em situações de comunicação autênticas, compreende plenamente o que ouve e lê, e comunicase fluentemente com precisão fonética e gramatical. Muito embora as quatro habilidades sejam, em essência, indissociáveis (o ‘falante’ é ouvinte, o ‘escritor’ é leitor), o desenvolvimento de cada uma delas pode ser enfatizado separadamente, de maneira que sejam respeitadas as etapas da aprendizagem. Os cursos de Inglês do Oswald estão estruturados para garantir que, ao terminar o 3o ano do Ensino Médio, o aluno tenha alcançado o quarto nível nomeado como “falante independente” - dos seis descritos no CEFR, Common Eurpean Framework of Reference (Quadro Europeu Comum de Referencia para Línguas), um padrão internacional utilizado para descrever habilidades linguísticas. É esperado que o aluno desse nível tenha adquirido domínio suficiente do idioma, de modo a usá-lo de forma eficiente para fins sociais, acadêmicos e profissionais, sem que, para isso, tenha necessitado da complementação de cursos extras.
Como está organizado o Inglês no Ensino Fundamental II Quando chegam ao Ensino Fundamental II, é comum que os alunos já tenham vivido experiências muito diversas em torno da língua inglesa, como a realização de cursos fora da escola, viagens para o exterior ou mesmo um aprofundamento da língua a partir de outros interesses pessoais, como games, vídeos e outros possibilidades abertas pelas atuais tecnologias de comunicação. Nesse cenário de experiências tão diversas com a língua inglesa, a escola opta por agrupar os alunos do Ensino Fundamental II segundo sua proficiência no idioma. Isso permite a adequação do grau de desafio ao nível de conhecimentos e de habilidades de cada aluno e possibilita aos professores abordagens focadas em necessidades comuns no que se refere a práticas em sala de aula e seleção de recursos.
Exemplos de projetos dos cursos de Inglês no Ensino Fundamental II 6o ano - leitura, compreensão e interpretação de poemas para crianças do autor americano Shel Silverstein, finalizado com um sarau de poesia; 7o ano - interação com alunos americanos via blog produzido a partir do trabalho interdisciplinar com as áreas de Ciências e Geografia, relativo ao Estudo do Meio na Ilha do Cardoso; 8o ano - leitura e interpretação da obra Oliver Twist, de Charles Dickens, envolvendo análise dos personagens, pesquisa sobre o contexto histórico e relações com a atualidade; 9o ano - confecção de Scrapbooks individuais com memórias, imagens, previsões, poemas e textos autorais.
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OFICINAS NO OSWALD: UM ESPAÇO DE AUTORIA E COLABORAÇÃO Criar possibilidades de escolhas curriculares e experiências com linguagens e saberes pouco presentes nos currículos escolares são alguns dos principais objetivos das Oficinas oferecidas para alunos de 7o e 8o ano. Os alunos dessas turmas se reagrupam a partir de suas áreas de interesse e participam, ao longo do ano, da oficina escolhida, sempre com objetivos e desafios concretos a serem realizados. Neste ano, as oficinas oferecidas são:
Oficina de Jornalismo “Nós podemos ser a mídia”. O que isso significa? O que é e quem faz jornalismo atualmente? Como e por que fazer jornalismo dentro da escola? Improlínguas Teatro de Improviso Preparar o corpo para qualquer ação cênica, simulando possíveis situações e estimulando o raciocínio rápido e a criatividade. São usados jogos de teatro de improviso e da música, e sempre com a língua inglesa como forma de comunicação. Criação de um Livro Ilustrado Interpretar, narrar, contar e dizer por meio das imagens, experimentando diversas técnicas e linguagens.
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HQ e CyberArte Desenvolver as habilidades artísticas e narrativas dos alunos, bem como passar por todas as etapas de produção de uma animação digital.
Identidade e Estilo (Moda) Como escolhemos nossas roupas e o que elas revelam de nós? Nessa oficina são desenvolvidas técnicas de desenho, estamparia, costura manual e customização.
Degustando Saberes e Sabores (Gastronomia) O que você alimenta quando se alimenta? O objetivo da oficina é refletir, vivenciar, compartilhar e construir conhecimentos sobre as maneiras sustentáveis de se alimentar.
Palhaçaria Desenvolver capacidades cômicas por meio das técnicas circenses e do teatro, passando também pelos aspectos básicos da comicidade física.
Produção Audiovisual para Web Criando conteúdos como webseries, tutoriais, animações, entrevistas e teasers, os participantes aprenderão noções básicas de audiovisual, conhecendo as principais áreas que envolvem a produção de vídeos.
Voluntários do Oswald de Andrade (VOA) O VOA é uma oficina voltada ao voluntariado e à captação de recursos para projetos beneficentes do Terceiro Setor (as ONGs).
O OSWALD E O MUNDO DIGITAL Harlei Florentino Diretor-geral
Lidar com os impactos da tecnologia no cotidiano da escola tem sido um desafio constante. Ao mesmo tempo em que ela propicia novas relações com a construção do conhecimento e novas possibilidades de aprendizagem, também cria formas de interação mais rápidas e fluidas, em especial no caso das redes sociais e aplicativos de comunicação. Nesse sentido, trabalhar com a tecnologia está longe de apenas saber como ela funciona e possuir alguns dispositivos. Quando pensamos em nossas crianças e jovens conectados, há uma série de temas relevantes a serem discutidos, como privacidade, exposição, riscos, segurança, postura moral, leis, responsabilidades, consequências, reputação, entre outros. Entendemos que criar espaços de diálogo e reflexão sobre essas questões, nos quais alunos, famílias e educadores possam construir diversos olhares sobre essas temáticas, deve ser uma responsabilidade da escola. E acreditamos que, a partir desses espaços, será possível fortalecer cada vez mais as parcerias e as redes de colaboração, tanto para a construção de novas práticas como para o cuidado com cada pessoa conectada à rede. Para que isso aconteça, o Oswald está desenvolvendo uma série de ações com o objetivo de sistematização e organização das nossas abordagens sobre o mundo digital. Temos investido na construção de um currículo transversal que trabalhe os diversos ângulos do tema, além de termos feito uma série de palestras para a comunidade focadas no olhar jurídico sobre esse universo.
Nesse caminho, esperamos que, cada vez mais, nossos alunos possam ser ativos e responsáveis nos ambientes digitais; não só consumidores de conteúdo, mas também autores qualificados e cientes das possibilidades de inovação trazidas pelas ferramentas digitais e, principalmente, serem alunos com uma compreensão mais ampla dos impactos do digital sobre suas vidas e sobre a sociedade na qual estão inseridos.
Para quem acompanha crianças, desde tão pequenas, vê-las caminhar no seu processo de desenvolvimento, de aquisição de novos saberes, de construção de sua identidade, nesse momento tão particular, no qual as mudanças são tão profundas, nos torna orgulhosos de termos esse privilégio. Suas conquistas são compartilhadas com cada uma das pessoas que delas participaram e com suas famílias, que nos elegeram como parceiros nessa importantíssima jornada que é educar uma criança. A passagem para o Ensino Fundamental II é mais um desses momentos em que se faz necessária a escuta e o acolhimento, e para isso a escola se prepara. Prepara-se e acredita em tudo que se investiu no processo educativo, que para muitos vem desde a Educação Infantil. Sabemos que não há crescimento que não implique em desafios e que eles se transfiguram a cada novo contexto que vivemos, a cada mudança que ocorre na nossa sociedade e cultura. Conectar esse tempo a uma postura ética, fundamentada em sólidos princípios, é como entendemos que uma escola se constitui e se torna referência para aqueles que dela participam. Nana Giovedi Diretora da Educação Infantil e Fundamental I