SUMÁRIO
Alice Romera Damberg Uso de drogas na adolescência 10
Beatriz Baptista Morelli Juventude e saúde 11
Beatriz Kirschner Castex A idealização de padrões estéticos não saudáveis 12
Bruna Volpe Arnoni Culpa da vítima ou da sociedade? 13
Carolina Sotto Aires Transtornos alimentares na adolescência 14
Daniel Velloso Altman Jovens, política e redes sociais 15
Davi Samuel G M de Oliveira Juventudes e esportes 15
Diego Gomes Corazza Desigualdade escolar 16
Diogo Pedroso Corradini Mundo do trabalho 17
Flora Tesser Aderaldo Benevides Impacto da pandemia na saúde mental dos jovens 18
Francisco de Arruda Rubano A importância da prática de esportes para os jovens 19
Francisco Varanda A evasão escolar no Brasil 19
Gabriel Frederico Pixa a Arte 20
Gustavo Alves Silva O que a internet pode nos oferecer 21
Isadora Conde Torres Gravidez precoce 22
João Dorin Baptista Escola pra quem? 23
João Petroni Galvão Escola para quê? 24
Leonardo Vertullo Bellim Esporte, Juventude e Saúde 25
Lívia Iozzi de Castro Serdeira Slam - A Nova Poesia 25
Malu Guimarães Juventude e Violência 26
Márcio Macedo de Faria Importância da prática de esporte para o desenvolvimento das crianças e jovens 27
Maria Clara Duarte de Barros Por que os jovens saem da escola? 28
Maria Victoria Pavani Costa Gravidez na juventude 29
Marina Prieto Moriya O segregacionismo enraizado no sistema educacional brasileiro 29
Mateo Doberti Desigualdade entre escolas 30
Mateo Linares A ameaça prematura da gestação e o aborto 31
Murilo Machado Niero Jovens no mundo da política 32
Pedro de Carvalho Baptista A minha vida na escola 32
Pedro Henrique Dantas Sousa A violência sexual contra os jovens brasileiros, uma área omitida pelo governo 33
Roberta Palomo Kruschewsky Saúde mental 34
Sophia Coutinho Camargo A desigualdade vai além da educação 35
Anna Bella R A Torres Camargo A influência da arte no coração dos jovens 36
Anna Clara De Aguiar Rodrigues Escola para quê? 37
Bernardo Inoue Kobayashi Investimentos nos esportes 38
Bernardo Saboya de Siqueira Abandono escolar e criminalidade 39
Bruno Cortez Celli O Atraso Educacional Brasileiro 40
Carolina Faidiga Da Costa Educação brasileira e suas falhas 40
Carolina Faidiga Jovens e as drogas em seu alcance 41
Érick Rodrigo Ribeiro Herling Qual o outro futuro? 42
Francisco Foschini Targa Drogas e juventude 44
Giovana Gadelha Baungartner A importância da música para os jovens da periferia 45
Joaquim S Albernaz Guimarães Mercado de trabalho para os jovens 45
Laura Sirelli Distúrbios alimentares entre os jovens 46
Leonardo De Oliveira Pereira Jovens desempregados 47
Leonardo Traversim M Pereira Inserção dos jovens no mercado de trabalho 47
Lívia Benedetti Transtornos alimentares na adolescência 48
Lorena Moreno Juventudes e a violência sexual contra mulheres 49
Lucca Maschietto Previtali Como as drogas afetam os nossos jovens nos dias atuais 50
Luiza Domingues Destro Violência doméstica contra os jovens 51
Marcos Vinicius de S da Silva Juventudes e drogas 52
Maria Clara dos Santos L Ribeiro O papel da escola 53
Maria Clara dos Santos L Ribeiro Gravidez na adolescência 53
Maria Lua Monteiro De Mello Transtornos alimentares na adolescência 54
SUMÁRIO - CONTINUA NA PÁGINA 6 E 7
Mariana Ferreira Tomé Machado A juventude e a arte nos dias de hoje 55
Marianna Marcondes Batista Como os Jovens produzem cultura? 55
Mathias B Martins de Oliveira Juventude e Violência 56
Natalia Rapoli Venna A importância da arte na juventude 56
Pablo Carvalho Reis O quão presente está a juventude no mercado de trabalho? 57
Paulo Amato Sanches Filomeno Juventude e esporte 58
Pedro Bittar de Pinho Escola para quê? 59
Thomas Coutinho Camargo “Escola: de onde parte a formação do jovem” 60
Ynaiê Da Silva Pedroso Slam e o impacto na vida dos jovens 61
ABaCaXYZ O Trem pra não sei onde 65
Everest Tempo 67
Everest Tempo 69
Lorena Moreno Teus Olhos 71
Lorena Moreno Vermelhazul 73
Beatriz Castex Flutuantes 76
Bruna Volpe Arnoni Silêncio na Cidade 78
Carolina Sotto Aires Maldita Cidade Grande 80
Diogo Pedroso Corradini Novas oportunidades 82
Francisco De Arruda Rubano A delegacia 84
Francisco Varanda Cidade Grande 85
Gustavo Alves Silva Fabiano e o seu carinho 87
Isadora Conde Torres Fome 88
João Dorin Baptista Cabra da cidade 90
Lívia Iozzi de Castro Serdeira Espelhos 91
Marina Prieto Moriya Tia contra sobrinha 93
Murilo Niero Mudança 95
Pedro Henrique Dantas Sousa A seca: Um ciclo sem fim 97
Roberta Palomo Kruschewsky Mudança para a cidade 100
Tiê Ornellas Toledo de Menezes Vidas Podres 102
Anna Bella R. A. Torres Camargo Vidas e Mortes 103
Anna Clara de Aguiar Rodrigues O encontro com a civilização 105
Bernardo Saboya de Siqueira A seca da cidade 107
Bruno Cortez Celli Vidas Secas: Cidade Grande 109
Carolina Faidiga da Costa Após o inferno 111
Carolina Faidiga da Costa Maternidade 113
Francisco Foschini Targa Vidas secas na grande cidade 115
Leonardo de Oliveira Pereira Heitor, João e Davi 116
Leonardo T Marques Pereira Arminda pai contra mãe 118
Lorena Moreno João, o menino mais velho 119
Lorena Moreno O fantasma de Utopia 120
Lucca Maschietto Previtali Quase vidas, inférteis 122
Marcos Vinicius O futuro da família 124
Maria Clara dos S Leite Ribeiro Vidas Secas na cidade 125
Mariana Ferreira Tome Machado Vidas, Não Tão Mais Secas 126
Marina Maia Kawaguchi Vidas secas na cidade 127
Marina Maia Kawaguchi Mãe contra dor 128
Mathias Bistriche M de Oliveira O Filho Perdido 129
Pablo Carvalho Reis Vida Nova 130
Paulo Amato Sanches Filomeno Vidas Secas na cidade 132
Pedro Bittar de Pinho Vidas à margem 133
Rosa Berger Kosminsky “Vidas secas na cidade” 134
Isadora Conde Torres Desenhos de Vidas Secas 134
Alice Romera Damberg
Uso de drogas na adolescência
Muitas pessoas estão cientes do fato de que uma boa parte dos adolescentes consomem drogas e álcool, como podemos ver em filmes, séries e notícias, mas poucos realmente vão atrás para saber o quanto isso é frequente e o tanto que afeta os jovens.
A droga mais utilizada pelos adolescentes é o álcool, por ser algo que está presente em todos os lugares e é mais romantizado que drogas ilícitas. Consequentemente, mesmo tendo um efeito menos “pesado” (dependendo da quantidade), o álcool é o maior fator de risco de morte dos adolescentes entre 15 e 19 anos. Nas Américas, 14 mil mortes de jovens menores de 19 anos foram atribuídas ao álcool.
De acordo com pesquisas, a cada dez pessoas que bebem antes dos 15 anos, seis são por causa da influência de amigos ou em festas. Segundo o CISA (Centro de Informações sobre Álcool e Saúde), em 2019, 43,8% dos jovens relatam o consumo de álcool em festas e 17,8% entre amigos. Além disso, para uma visão mais geral, em 2015 a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), aponta
que 55,5% dos alunos do 9° ano do fundamental dizem já ter experimentado bebidas alcoólicas. Isso mais comumente em escolas públicas, com 56,2%. Em escolas privadas, 51,2%, e 21,4% dos alunos entrevistados já sofreram embriaguez.
Sobre outras drogas, tanto legais quanto ilegais. Mesmo sendo menos comuns que o álcool, ainda apresentam índices altíssimos na adolescência.
É estimado que, nos Estados Unidos, cerca de três milhões de crianças e adolescentes fumem tabaco. O jornal Dryfoos analisou que na população americana de 13 a 18 anos, existem 12% de fumantes pesados (um maço ou mais ao dia); 15% com um consumo pesado de álcool (mais de cinco doses por dia em três ou mais dias nos últimos 15); 5% com o uso regular de maconha (20 ou mais dias no último mês); e por fim, 30% com o uso regular de cocaína (três ou mais vezes no último mês, por isso a porcentagem é mais alta).
Isso é muito preocupante para nossa sociedade hoje em dia, tanto em relação aos jovens quanto com os adultos, mas principalmente na adolescência.
As drogas são substâncias químicas que alteram o jeito que nosso corpo funciona, não dão apenas um efeito momentâneo. Principalmente quando o cérebro não está completamente desenvolvido,
podendo trazer múltiplos problemas à saúde mental e física.
Cada um faz suas próprias escolhas e às vezes os jovens que se afundam nesse mundo não fazem de propósito, mas é importante saber as consequências e conscientizar as pessoas da quantidade de problemas que os jovens sofrem em relação às drogas.
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Beatriz Baptista Morelli
Juventude e saúde ( “temas” mais aprofundados: anorexia, bulimia, depressão, ansiedade e automutilação)
A saúde da juventude é algo com que devemos nos preocupar, não apenas a saúde física relacionadas a gripes, febre, mal estar, mas sim por sua saúde psicológica, não são todos os pais que acham que isso deva ser cuidado porque alguns pensam que é “falta de deus”, “ isso é mimimi” etc. E eu vou me aprofundar em alguns temas, como: anorexia, bulimia, depressão, ansiedades e automutilação Muitos pais acham que não é necessário que o filho faça terapia, ou apenas não ligam e acham que é frescura.
A anorexia é um distúrbio alimentar que nos leva a ter uma visão distorcida do nosso corpo e nos faz querer manter sempre um peso baixo, oque nos leva a uma obsessão por nosso peso e por aquilo que comemos. O principal sintoma desse distúrbio é tentar manter um peso baixo por meio de jejum ou da prática excessiva
de exercícios físicos. Assim como a anorexia, a bulimia também é um distúrbio alimentar que consiste em compulsão alimentar frequentemente sendo seguida de purgação, também sendo acompanhada da preocupação com o ganho de peso. Esses distúrbios afetam de certa forma mais os jovens de gênero feminino que muitas vezes estão em busca do corpo perfeito e fazendo de tudo para alcançá-lo, esses distúrbios chegam a afetar 4,7% da população geral porém pode chegar a 10% da população jovem.
A depressão consiste em sensação de tristeza ou perda de interesse,o que pode levar a uma variedade de mudanças físicas e comportamentais que podem alterar o sono, apetite, concentração, nível de energia , comportamento diário ou autoestima. A depressão pode ser associada a pensamentos suicidas. Algumas coisas que podem ser afetadas no humor são :ansiedade, apatia, culpa, descontentamento geral, desesperança, mudança de humor, perda de interesse ou prazer em atividades, tédio, solidão, tristeza e sofrimento emocional; já o corpo sofre aumento ou perda de peso . De acordo com a OMS, cerca de 5,8% da população brasileira sofre de depressão, no Brasil entre 2013 e 2019 houve um aumento de 34% nos casos,hoje em dia,20,5%
dos jovens têm depressão.
A ansiedade vem de um intenso, excessivo e persistente medo de situações do cotidiano, alguns sintomas que pode ocorrer são a frequência cardíaca elevada, respiração rápida ou desregulada, sudorese e a sensação de cansaço.
É normal se dizer que a ansiedade é um indicador de doença subjacente apenas quando os pensamentos se tornam excessivos, obsessivos e passam a interferir na vida cotidiana. Os casos de ansiedade aumentaram de 11,6% para 25,2%. Durante a pandemia seis a cada 10 jovens relataram ter sentido ansiedade.
No Rio de Janeiro aponta que 7 mil crianças com 5 a 17 anos, 26% apresentaram sintomas de depressão e ansiedade e afirma também que 23% dos jovens vão dormir depois da uma hora da manhã, 13% afirmam que se sentem solitários. Em 2019 a depressão afetou cerca de 2,6 milhões de jovens de 6 a 17 anos e que aproximadamente 35% dos jovens deprimidos tentaram suicídio 80% chegaram em ao menos pensar em experimentar pensamentos suicidas.
A automutilação é um ferimento causado de forma proposital causado pela própria pessoa, cortes, arranhões,queimaduras ou mordidas, que geralmente
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são feitos em braços pernas ou abdomens porque nesses locais fica mais fácil de esconder o que fizeram, usando roupas longas que cubram seu corpo.As pessoas fazem isso com o objetivo de tentar amenizar o sofrimento emocional, isso sem intenções de suicídio. A pessoa que se machuca dessa maneira deseja aliviar sentimentos intensos de vazio emocional, ansiedade, tristeza, culpa e raiva,sentimentos negativos que ela própria não se sente capaz de suportar,há relatos de que é como se a dor física amenizasse ou tirasse o foco da dor emocional e o sangramento do ferimento fizesse a pessoa se ´´sentir viva. Esse ato é mais comum em adolescentes que ainda estão na transição de infância para a vida adulta, oque os deixa mais vulneráveis. As pessoas que se automutilam costumam ter. pensamentos suicidas e muitas tentam se matar, pode cuasar também outros transtornos mentais como depressão, extresse pós tramático etc. Esses casos aumentaram de 2,4% para 6,4%.
Ansiedade consiste em Não existem apenas esses transtornos, existem diversos outros e é importante tratá-los pois se deixar de lado isso vai apenas se estender cada vez mais. Alguns dos transtornos citados acima precisam ser cuidados com urgência.
Beatriz Kirschner Castex
A idealização de padrões estéticos não saudáveis
Os padrões estéticos existem há muito tempo, e sempre afetaram os jovens, que estão em uma fase da vida na qual há forte insegurança em relação à aparência. Um corpo que segue esses padrões de beleza é tido como “ideal”, esses impulsos se tornam problemáticos quando tratam de uma estética somente alcançável através de hábitos extremamente perigosos para a saúde. Os padrões de beleza, ao longo dos anos, foram mudando. Hoje em dia, idealizam um corpo extremamente magro que é dificilmente alcançável sem que sejam causados danos à saúde.
Principalmente nos dias de hoje, por razão da internet e das redes sociais, os jovens - que são os que mais utilizam estas plataformas - têm acesso total e, muitas vezes, involuntário a esses padrões estéticos. Por estarem em uma fase da vida onde, como já foi dito, desenvolvem dúvidas e inseguranças com sua aparência, os jovens são especialmente afetados por esses padrões. Principalmente, por serem constantemente expostos à associação de corpos
que seguem os padrões com o que é bom e desejável, nas redes sociais.
Segundo a OMS, 10% dos jovens sofrem de transtornos alimentares. Valeska Bassan, psicóloga e coordenadora da AMBULIM na USP, traz alguns dados sobre transtornos alimentares. Ela diz que as redes sociais têm um papel importante no desencadeamento destes transtornos, uma vez que muitos influenciadores supervalorizam a magreza extrema.
Estes padrões tratam de corpos extremamente magros, com ossos ressaltados, em níveis não saudáveis. É claro que, em casos específicos, a magreza pode ser alcançada de forma correta e até um certo limite que não apresente riscos à saúde, porém, este padrão estético não só passa desse limite como idealiza e propõe hábitos alimentares péssimos para que a magreza seja alcançada. Eles são hábitos como a ingestão de quantidades preocupantemente baixas de alimento durante o dia e em casos mais graves, a bulimia e a anorexia nervosa.
Não só a magreza em si é idealizada, como os transtornos alimentares causados propositalmente para alcançá-los são encorajados e romantizados. Apesar disso, felizmente, hoje em dia o debate sobre os padrões de beleza é muito mais forte e é uma das coisas que as redes sociais podem trazer de bom para os
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jovens, que também têm acesso livre a influenciadores digitais que promovem uma conscientização sobre o perigo que os transtornos alimentares trazem à saúde.
Por isso é importante que estes padrões sejam discutidos e questionados, de forma que mais jovens entendam que eles não são o “ideal”, e que sua beleza e valor não dependem deles. Ainda mais do que questionar os padrões, é preciso acabar com a romantização de uma estética associada a transtornos alimentares, que acabam sendo banalizados por jovens que pagam um preço muito alto para alcançar essa estética e acabam trazendo danos graves e, às vezes, inesperados para a saúde.
Bruna Volpe Arnoni
Culpa da Vítima ou da Sociedade?
Em 2019 um estudo realizado pela organização mundial de saúde (OMS) aponta que suicidio foi a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Essa taxa só não supera a de 2016, que mostra que suicidio ficou em segundo lugar como morte dos mesmos.
Desde o início da pandemia, o fechamento das escolas, o confinamento com familiares e a impossibilidade de ver outras pessoas, fez com que os adolescentes fossem os mais afetados psicologicamente. Apesar de não existirem taxas de aumento precisas nessa média de suicidio, muitos psicanalistas e estudiosos do assunto afirmam que existiu um aumento considerável na morte desses jovens, 53% dos mesmos afirmam terem o bem estar afetados pela pandemia e pelo isolamento social. No Reino Unido o número é maior ainda, 81%.
A pressão emocional, a perda de emprego, falta de acesso à saúde, além de alterações hormonais são causas para problemas como depressão e ansiedade, que ocasionalmente levam ao suícidio.
No Brasil, o instituto basileiro de geografia e estatísticas (IBGE), não
divulga a taxa se suicídio, e isso faz com que não tenhamos informações para aprender e nos conscientizar sobre a questão. A antiga geração não se sente confortável em falar sobre alguns assuntos, e consequentemente jovens são afetados por isso. Dizendo que doenças mentais e problemas psicológicos são besteiras, muitos pais negam o pedido de ajuda dos filhos.
Uma professora da universidade federal de São Paulo diz que para os adolescentes é importante manter o sono regulado, fazer exercícios físicos, ter contato com a luz do sol e seguir uma rotina para manter o bem estar e uma boa condição mental. Além disso, evitar estresse e mudança brusca de emoções também é importante.
Divulgado no relatório “Suicide worldwide” da organização mundial de saúde, na frente de doenças como HIV, malária e câncer de mama, mortes por conta de problemas psicológicos matam 1 a cada 100 brasileiros.
Tudo que foi apresentado anteriormente, nos faz questionar por que não tratamos doenças mentais e problemas psicológicos com tanta seriedade. Isso porque, por não serem “visíveis”, muitas vezes são inferiorizados e até jogados de lado, sendo que são tão importantes quanto qualquer outra doença. Precisamos começar a falar sobre assuntos desconfortáveis para que crianças e adolescentes parem de morrer.
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Carolina Sotto Aires
Transtornos alimentares na adolescência
A adolescência é um período de descobrimento próprio, com diversas mudanças radicais e grandes dificuldades para os jovens, tanto na vida acadêmica como na particular. As alterações no corpo, como é a mais evidente, normalmente causam mais inseguranças nos adolescentes, o que pode ocasionar diversos problemas, como o transtorno alimentar. Segundo o Ministério de Saúde, cerca de 4,7% da população sofre com transtornos alimentares, anorexia e/ou bulimia, no entanto, isso pode chegar a ser 10% da população jovem. Os adolescentes, muitas vezes, têm a grande necessidade de encaixarse em seu grupo social, o que os faz tentar adquirir, de qualquer maneira, o padrão daquele determinado grupo.
A ocorrência dos transtornos alimentares, também pode ser motivada pelas mídias sociais. O uso diário da internet, e
principalmente das redes digitais, acabam influenciando, em sua maioria, os adolescentes; suas vidas passam a refletir-se na internet, e consequentemente o que ocorre ao redor dela também. Os padrões de beleza e de vida não fogem disso. A internet criou uma espécie de “vida modelo” que, muitas vezes, as pessoas passam a seguir. No entanto, esse padrão, acaba tornando-se problemático, pois muitos perdem sua autoestima, e em busca de aprovação, tentam encaixar-se, postando fotos editadas com photoshop, e inventando uma vida perfeita, que muitas vezes, não é verdade.
Os adolescentes são mais propícios a terem problemas alimentares pelos diversos motivos citados. Devemos orientar estes jovens, mostrar-lhes que existem diversos tipos de corpos. Por mais que seja um caminho longo e difícil, precisamos quebrar esses padrões de beleza; ter o cuidado de mostrar e normalizar, todo tipo de diversidade em propagandas, mídias sociais, filmes etc.
Daniel Velloso Altman
Jovens, política
e redes sociais
Hoje em dia, as redes sociais são ponto central na vida dos jovens.
Eles usam-nas para se comunicar, compartilhar momentos, vídeos engraçados e também para se informar. A juventude raramente consome notícias pela imprensa tradicional, como revistas, jornais, rádio e televisão. A nova moda é se informar por meio de vídeos curtos no Tik-tok, manchetes no Instagram ou notícias de 280 caracteres no Twitter. É muito prático se informar em um minuto ou menos, contudo essas notícias são sempre superficiais e muitas vezes — dependendo da fonte — falsas. Isso se reflete numa juventude cada vez mais influenciável, desinformada e despolitizada.
No Brasil, segundo uma pesquisa da TIC kids online, 78% dos jovens utilizam redes sociais, sendo que 51% deles as usam para ler notícias. As informações lidas nas redes sociais são sempre muito superficiais, não fornecendo ao usuário conhecimento suficiente para que ele forme uma opinião.
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Outro problema se dá no fato de que 67% dos jovens brasileiros não sabem diferenciar fatos de opiniões, como mostra um relatório da OCDE. No Twitter, rede que 70% dos jovens acessam diariamente no Brasil — de acordo com a própria empresa —, os usuários expõem muitas vezes suas opiniões e o que acontece é que um jovem lê certa opinião e leva isso como verdade, sendo totalmente influenciado pelo autor da mensagem.
As fake news também são um problema. Segundo o TSE, as notícias falsas circulam 70% mais rápido que informações verídicas. Outra pesquisa, do Poynter Institute, mostra que 44% dos brasileiros recebem notícias falsas diariamente. Ao lerem essas notícias falsas os jovens tendem a acreditar no “fato” mencionado, sendo influenciados de maneira antiética, pois formariam opiniões a partir de uma notícia falsa.
Um estudo da Universidade de Nova York mostrou que as informações falsas têm mais engajamento em perfis de direta. Essa tendência acaba alienando jovens direitistas que muitas vezes seguem políticos da mesma maneira como torcem para um time de futebol, sem nenhum argumento para esse apoio a não ser a reprodução das falas de quem o influencia, que podem ser fake news.
É essencial que os jovens brasileiros sejam politizados e para isso é
preciso que atentem ao lugar onde consomem informação e devem sempre checá-las. Além disso, é importante que não consumam notícias apenas por meio de redes sociais, mas devem, também, usufruir da imprensa tradicional. É importante saber diferenciar opinião de notícia para que ao ler um artigo opinativo o jovem não entenda um ponto de vista como fato, mas para que ele pare para refletir e forme uma opinião própria. A política deve ser levada a sério e o jovem tem o dever de decidir o que acha melhor para a nação, por meio do voto consciente.
Davi Samuel Garcia Martins de Oliveira
Juventudes e Esportes
É difícil botar no papel todos os benefícios que o esporte traz para a saúde física e mental, a contribuição ao bemestar individual e coletivo, à comunicação e interação entre os esportistas, as vantagens são muitas. Não sei que o quão tão produtivo é ponderar, promover ou falar de esportes num país que é reconhecido mundialmente pelos craques de futebol e que ganhou quinze medalhas nas olimpíadas de Pequim e China, em atividades diversas, como atletismo, judô, vela, vôlei de praia, taekwondo. Melhor se me contentar apenas com recordar a importância da atividade esportiva.
Já se tentou definir esporte como qualquer prática que tenha competição, o que nos serve de antecedente. O Brasil é propício inclusive a práticas esportivas mais aventureiras como arborismo, canoagem, escalada, rapel, etc. Vantagem de ser nacional de um país grande e diverso.
A Copa de 2014 foi aqui (Brasil), o Brasil tem mania desse esporte.
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Nestes jogos, até quem detesta futebol, veste a camisa da seleção para assistir aos dribles e a seleção fica mais famosa que o elenco de um filme que tem êxito de bilheteria. Já que o futebol todo mundo conhece. Poderiam aparecer novas modalidades acessíveis, dessas que só vemos em jogos olímpicos, ou em outros países, como, baseball, cricket, golf, etc.
Depois que vi uma reportagem na televisão mostrando a prática de esqui em um hotel em Dubai, acredito que qualquer esporte é viável onde quer que seja. Muitos jovens têm admiração completa por futebol ou qualquer esporte. Mas o futebol salva alguns jovens das drogas, tráfico de drogas, crimes, entre outros. Então eu garanto que o futebol, assim como qualquer outro esporte, salvam vidas, mas também é uma “profissão” que exige do esforço físico, mental., uma profissão que exige você parar antes, ou seja, com 37 anos você tem que ter uma segunda opção, com 14 anos, você tem que andar com uma 2a opção, por que se der errado você tem uma saída. Mas o futebol tem um ditado muito famoso dito pelos jovens e adultos a peneira de futebol é o seguinte, 1 de 1 bilhão. Isso significa que UM jovem passa entre os 1 bilhão.
Diego Gomes Corazza
Desigualdade escolar
Escolaridade, este período que pode durar até 17 anos na vida de uma pessoa, será que realmente vale a pena em todos os casos? Sabemos porque um adolescente protegido acorda todos os dias de manhã para ir estudar em sua escola privada e sabemos que os resultados serão muito visíveis em sua carreira profissional, mas e se trocássemos a visão para um adolescente de classe baixa do Brasil, será que realmente vale a pena para ele ir à sua escola pública? Ou será que abandonar a escola será mais plausível para que ele consiga trabalhar e ajudar sua família? Será que a escola realmente funciona em todos os casos? Muitos podem achar que a culpa do Brasil não se desenvolver melhor é a falta de dedicação dos jovens nas escolas, mas será que isso não é só mais uma desculpa para a qualidade extremamente preocupante das escolas públicas?
Segundo o INEP a taxa de abandono escolar de 2021 foi de 5,6% em escolas públicas, enquanto nas
escolas privadas, do 6º ao 9º ano esse número está em 0,2%.
Esses números nos mostram o quão visível é a diferença entre as escolaridades do Brasil. Enquanto as escolas públicas deveriam proporcionar um local agradável e acolhedor aos jovens para que pudessem estudar, sabemos que não é esse o caso, já que 17,4% dos jovens acabam optando em estudar nas escolas privadas e se as escolas públicas oferecessem condições de aprendizagem razoáveis, sabemos que essa taxa seria muito menor.
Como podemos visualizar em documentários sobre as escolas públicas no Brasil, muitos consideram a culpa do país não ir para a frente, a falta de comprometimento dos jovens com suas escolas, mas como um jovem com medo de sair na rua e ser baleado, além de não saber se vai poder almoçar e jantar naquele dia, estuda? Vemos que muitos jovens abandonam as escolas, porque eles já sabem que não vale a pena continuar lá e tentar seguir uma carreira profissional, pois na maioria dos casos as vagas profissionais não são alcançadas, assim ficando muito mais plausível o abandono da escola e a migração para trabalhos manuais de baixa remuneração. E eles acabam estando certos nessa escolha, pois segundo o IBGE a taxa de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos no Brasil atualmente é de 19,3%.
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Apesar da grande disparidade entre escolas públicas e privadas no Brasil, também não podemos dizer que todas as escolas privadas no Brasil são ótimas e todas as públicas são ruins, como tudo existem exceções, mas na maioria dos casos as escolas públicas oferecem muito menos do que as escolas privadas, considerando que uma escola deve oferecer, um currículo profissional, socialização entre colegas, preparação ao mercada de trabalho, segurança e, claro, um lugar agradável e acolhedor aos estudantes.
Não acho que será fácil mudar esses fatos, pois a cada dia o Brasil só vem se afundando mais e abandonando completamente o quesito educação, considerando que o país está muito mais preocupado em armar a população para “protegê-la” e assim dar-lhe mais segurança. Acho que estamos em um grande ciclo vicioso, em que a educação não proporciona o suficiente para seus alunos, que então tem que muitas vezes se arriscar em trabalhos mal remunerados, ou até se envolverem com crimes, o que prejudica a segurança do país, pois com mais criminosos, mais a chance de ser assaltado nas ruas, mas a solução que vem do governo não ajuda a acabar com esse ciclo e sim, aumentá-lo e deixar o país cada vez mais violento, desigual e com falta de educação.
Diogo Pedroso Corradini
Mundo do trabalho
Pode-se afirmar que os jovens da nossa sociedade tem uma grande dificuldade em se inserir no mundo do trabalho, porém essa grande dificuldade é superior na inserção de jovens negros no mercado de trabalho que reflete o racismo estruturado na nossa sociedade ocasionado pela discriminaçao e falta de incentivo para o jovem negro poder ter um espaço no mercade de trabaho, tal mercado que eles estao desigualmente excluido em comparaçao com os brancos.
Analisando dados do IBGE de 2020, podemos notar que, entre a população desempregada, 32,83% são jovens negros. Isso ocasiona devido ao racismo estrutural na sociedade, que coloca obstáculos no acesso desse grupo ao mercado de trabalho. Tal situação é confirmada por uma pesquisa realizada pela plataforma de vagasInfoJobs, divulgada pelo jornal Tribuna do Norte ao ser perguntados se a questão racial dificulta a colocação no mercado de trabalho, 75% dos respondentes que se autodeclaram negros
afirmaram que “sim” ou “as vezes”. No mesmo levantamento, 73% dos consultados afirmaram que pessoas negras não possuem as mesmas chances que outros profissionais.
Além de outras evidências apontarem uma crescente dificuldade na incersao dos jovens negros no mercado de trabalho, como em momentos de crise aonde os jovens são os mais prejudicados no mercado de trabalho. A taxa de desocupação entre jovens atingiu 13,8% em 2020. Em 2019, os números apresentavam 11,8%. As métricas consideram pessoas de 14 a 29 anos. O estudo faz parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) em parceria com o SCN (Sistema de Contas Nacionais).
Entre tudo temos que pensar que dos 10 milhões de jovens brasileiros entre 14 e 29 anos de idade que deixaram de frequentar a escola sem ter completado a educação básica, 71,1% são pretos ou pardos. A maioria afirmando ter abandonado a escola porque precisava trabalhar. As profissões que exigem maior nível de escolaridade e cargos com maiores salários são ocupadas majoritariamente por pessoas brancas. Informação, administração pública, educação, saúde e serviços sociais. Nos mostrando a desigualdade no mercado de trabalho que decorre a falta de
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educação para uns e outros com um ensino superior avançado, podendo ter mais oportunidades aos que não tiveram.“Não ter ensino superior já é uma desvantagem no mercado de trabalho, mas seria equivocado atribuir somente a essa característica os resultados desiguais”, afirma Luanda, mestre em sociologia pela Universidade do Estado do Rio Janeiro (Uerj). A pesquisa do IBGE revela que, enquanto brancos com ensino superior completo ganham, em média, R$ 33,90 por hora, pretos e pardos recebem R$ 25,50. Essa diferença de 44% apenas nos mostra a grande desigualdade ao jovem negro incerido no mercado de trabalho.
Ficando evidente como o jovem negro ira enfrentar grandes empecilhos no mundo do trabalho comparado aos outros, alem da grande desigualdade na remuneraçao de negros na sociedade e seu papel trabalhista em sua coperativa. Temos que acabar com essa desigualdade e diferença de tratamento para que nós possamos ter um ambiente de trabalho mais igualitário e agradável para todos.
Flora Tesser Aderaldo Benevides
Impacto da pandemia na saúde mental dos jovens
Em março de 2020, iniciou-se a pandemia fruto de um vírus chamado COVID-19, que apareceu pela primeira vez na China no ano de 2019. Ele se espalhou em velocidade avassaladora, contaminando milhares de pessoas. Por conta disso, depois de décadas da última pandemia mundial, o mundo inteiro precisou entrar em isolamento social.
Neste período de isolamento, jovens do mundo inteiro sofreram muito com impactos negativos em sua saúde mental.
Pesquisas divulgadas durante o período pandêmico, mostram que 22% dos jovens de 15 a 24 anos se sentem deprimidos ou tem pouco interesse em fazer atividades outras pesquisas mostram que 39% das pessoas na faixa de idade entre 15 a 24 disseram que a saúde mental ficou ruim e 11% respondeu que ficou extremamente ruim; casos de ansiedade e depressão foram as maiores ocorrências entre jovens durante o isolamento social.
A principal fonte desse grande impacto na saúde mental se relaciona ao fato de que, por conta do isolamento, fechamento de
escolas, faculdades, shoppings, cinemas etc, isso tudo fez com que jovens do mundo todo parasse de ver amigos e colegas e acabassem por passar muito tempo em casa com familiares, o que para pessoa nessa fase da vida é algo negativo, pois para os adolescentes é importante passar por situações difíceis e diferentes, e ficar com familiares pode impedir que isso aconteça fazendo muito mal para o jovens.
É importante ressaltar que, antes mesmo da pandemia, o Brasil já estava em sétimo lugar na lista de países com maior índice de depressão. Porém, a pandemia fez com que esses números aumentassem em velocidade rápida e em grande quantidade.
Com isso, é possível afirmar que a pandemia e principalmente o isolamento social fizeram com que uma grande parcela dos jovens tivesse a saúde mental extremamente afetada.
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Francisco de Arruda Rubano
A importância da prática de esportes para os jovens
Os jovens estão cada vez mais deixando de praticar esportes físicos para ficar de frente para as telas de computador, televisão e celular. Isso é ruim porque nessa fase é muito importante para o desenvolvimento, para o crescimento, para a saúde física e mental.
Na década de 1970 e 1980, os jovens faziam mais exercícios, andavam de bike, faziam mais esportes, brincavam de correr, jogar bola, skate, etc.
Uma pesquisa publicada pela Revista Lancet Child and Adolescent Health em 2016, mostrou que 80% dos jovens entre 11 e 17 anos, que frequentavam escolas não faziam atividades físicas. Essa pesquisa foi feita em 298 escolas em 146 países do mundo.
Esses dados preocupam porque como será a saúde desses jovens quando ficarem mais velhos? O que deve ser feito para os jovens terem uma adolescência mais saudável?
As escolas devem proporcionar muitas atividades físicas, aulas de esportes, competições e várias atividades que ajudem a movimentar o corpo.
Além disso, os adolescentes têm que saber o que causa a falta de exercício na saúde, no corpo e no desenvolvimento. Tem que ter aulas sobre saúde física e mental, sobre alimentação saudável e, também, é fundamental o incentivo da família à prática esportiva.
Se isso for feito pelas escolas e pelas famílias, os adolescentes saberão da importância dos exercícios físicos para o corpo e a mente Eles irão se preocupar em fazer esportes e sair da frente do computador.
Francisco Varanda
A evasão escolar no Brasil
Atualmente no Brasil, a evasão escolar é um fenômeno presente entre os jovens. Eles não concluem o ensino médio e/ou o ensino superior, prejudicando suas vidas no mercado de trabalho e futuramente a economia do país. Mas afinal, por quais motivos os índices de evasão escolar são tão elevados no Brasil?
De acordo com um estudo feito pelo Banco Mundial, cerca de 11 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos não estão estudando ou trabalhando. Eles são conhecidos por “nem-nem”, nem trabalham nem estudam. Entre os jovens que não concluíram os ensinos, entre os adultos não é muito diferente, cerca de 52% dos adultos brasileiros nao possuem diploma de ensino secundário e/ou de ensino superior, segundo uma pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Há diversos fatores associados à alta evasão escolar no Brasil, sendo um deles, a gravidez na adolescência entre as jovens brasileiras, como mostra um
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estudo feito a partir de dados do Ministério da Saúde reunidos pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). De acordo com este estudo, são mais de 19 mil nascidos vivos por mães com idade entre 10 e 14 anos. Um segundo estudo feito pelo IPEA aponta que cerca de 76% das jovens que engravidam durante a adolescência abandonam a escola, sendo que 58% destes jovens nem estudam, nem trabalham. Entre os diferentes motivos para a gravidez precoce mostrados em um estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), está a falta de acesso à educação sexual e a falta de acesso a métodos contraceptivos.
Outro fator relevante à evasão escolar no Brasil é a pobreza. Por ser um país subdesenvolvido, no Brasil existem problemas como a fome, a pobreza extrema entre outros. Cerca de 11,8% dos jovens mais pobres tinham abandonado as escolas sem concluir o ensino secundário em 2018, que em comparação com os jovens mais ricos esse número seria oito vezes maior, mostrado em pesquisa feita pelo IBGE.
A falta de motivação também é um fator que agrava a evasão escolar no Brasil. Por ser um fator não muito grande, vamos dizer, possui muito menos dados sobre. Cerca de 8% dos estudantes brasileiros
de até 17 anos abandonaram a escola por falta de motivação ou interesse, mostra um estudo feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV, 2006). Em um estudo realizado pelo UOL, observa-se que os principais motivos para a falta de motivação dos alunos está associado direta ou indiretamente ao ambiente escolar, condições financeiras e a falta de apoio familiar.
Levando-se em consideração esses aspectos, a evasão escolar no Brasil é um problema que merece atenção e pode ser enfrentado combatendo suas possíveis causas. Políticas que visem a melhorar o acesso à educação sexual, incentivo à participação nas escolas e o combate à pobreza podem reduzir os índices de evasão escolar presentes no Brasil.
Gabriel Frederico
Pixa a Arte
O que é arte? Segundo a professora Laura Aidar, a arte tem uma importante função social na medida que expõe características históricas e culturais de determinada sociedade, tornando-se um reflexo da essência humana. A arte pode ser expressada por infinitas formas, uma das mais discutidas, controversas e atuais é a pixação, a qual é possivelmente a forma de expressão artística mais violenta e visualmente exposta na cidade de São Paulo. Pixação é uma forma de expressão artística baseada na transgressão às leis e ao Estado. No entanto, sobretudo, é uma expressão artística que dá voz a grupos silenciados.
A arte como um todo, é algo pouco incentivado no Brasil, tanto por parte da sociedade de modo geral, como também pelas instâncias governamentais. As famílias, majoritariamente, veem em seus filhos um meio para concretizar seus sonhos não realizados durante a juventude. Já nas escolas, por outro lado, tal questão pode ser percebida ao analisar a grade curricular, em que a disciplina de artes é a de menor
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carga horária, isto escancara a falta de investimento do governo no setor artístico, o que faz com que a arte deixe de ser um bom caminho de carreira e vire um setor que pouquíssimos jovens veem como futuro e efetivamente consigam seguir nesse trajeto. Tudo isso combinado favorece a criação de uma geração de jovens que não veem arte como caminho a seguir e reprimem seus desejos de expressão, e quando esses desejos explodem eles aparecem na forma da arte da contravenção, a arte da infração, o Pixo.
A constante tentativa de repressão do Estado em combater essa manifestação artística, torna o pixar ainda mais significativo. Ao reprimir essa arte também está se reprimindo toda uma classe social que grita, silenciosamente, em forma de letras, uma classe que usa São Paulo como uma apostila onde as páginas são preenchidas com pixações - uma vez que, tal manifestação surge principalmente em contextos periféricos.
”Que país é esse que gera uns jovens que precisam se expressar através da destruição?“, pontua um entrevistado do documentário PIXO, dirigido por fulano. O país que faz isso é o mesmo que tem 15,5% da sua população passando fome, o país que tem 30% da sua população na extrema pobreza, e olhando um pouco mais para São Paulo é uma cidade com 40 mil moradores de rua e ainda assim tem mais de 150 edifícios desocupados, esse é o tipo
de Estado que gera a juventude destrutiva que necessita da prática do pixo para escancarar essas incoerências e a própria violência sofrida pelos jovens.
Pixação. Algo atemporal que permanece nas ruas de São Paulo desde a ditadura, a arte da destruição, arte da transgressão, a arte do grito silencioso. Tal arte feita para escancarar graves problemas que estão impregnados em nossa sociedade, e por que não dar uma chance de apreciar tal arte? Ver a beleza dessas letras gritantes e até talvez um dia realmente entender toda a emoção que esta arte envolve.
Gustavo Alves Silva
O que a internet pode nos oferecer
As mídias digitais estão sempre presentes no dia a dia dos jovens, por meio da internet eles conseguem mandar mensagens, ver aplicativos de entretenimento, estudar etc. Conforme uma pesquisa publicada pela organização Common Sense Media, constatou-se que o uso geral de internet entre crianças e adolescentes aumentou 17% de 2019 a 2021 e está crescendo mais rapidamente do que nos quatro anos anteriores, segundo reportagem do New York Times.
Em média, o uso diário da internet entre as crianças de 8 a 12 anos aumentou de 4 horas e 44 minutos para 5 horas e 33 minutos, já dos 13 a 18 anos, o tempo gasto passou de 7 horas e 22 minutos para 8 horas e 39 minutos, isso é bem preocupante, pois os adolescentes e as crianças estão perdendo muito tempo fazendo coisas que normalmente não são produtivas para terem um desenvolvimento intelectual
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ou ter experiências diferentes para deixar marcas positivas em suas vidas, como ir a um parque, sair com os amigos, conversar, entre outras coisas do convívio social e familiar.
Quero dizer também que os jovens não são apenas utilizadores das redes sociais, eles também produzem conteúdos nessas plataformas, como vídeos de danças, comédia, podcast.
Se os recursos digitais forem utilizados com moderação e consciência, as redes sociais trariam muitos benefícios, podemos aprender muito pela internet com vídeos educativos, tutoriais, aprender ou aperfeiçoar um idioma. Porém, não posso deixar de dizer que como tudo, existe uma parcela ruim: Os Hackers roubam dados e podem fazer uso deles para qualquer coisa, golpistas que podem mandar mensagem falando que são de uma banco específico e assim com os dados bancários em mãos realizarem saques e fraudes, são diversas coisas perigosas que podem acontecer.
Com todos esses dados podemos concluir que as mídias sociais têm seus pontos positivos e negativos e o uso vai depender de como vamos utilizar esses recursos da internet.
Gravidez precoce
Isadora Conde Torres
A gravidez precoce é um tema normalmente considerado um tabu, isso porque a discussão desse tema acaba resvalando sobre o tema da legalização do aborto. A gravidez precoce é um problema, porque a pessoa que engravidar pode ter sérios problemas físicos e psicológicos, já que seu corpo não está totalmente desenvolvido. Além disso, o cansaço mental de conceber uma criança e após isso ter a responsabilidade sobre a mesma, pode gerar doenças psicológicas graves, as chances de ocorrer complicações no parto aumentam e os riscos de o bebê nascer com doenças graves ou problemas físicos aumenta.
Uma pessoa adolescente que engravida geralmente é obrigada a abandonar os estudos e uma pessoa pobre é colocada em uma situação pior do que a que estava, porque além de abandonar os estudos será difícil encontrar emprego estando grávida, já que normalmente empresas ou contratantes em geral evitam mulheres grávidas porque em alguns meses essa pessoa terá licença para maternidade.
Estudos realizados pela Fundação Abrinq mostram que 30% das mães adolescentes no Brasil não concluíram o ensino fundamental, isso reforça a ideia anterior, de que ao engravidar a pessoa abandona os estudos, já que agora ela precisa sustentar não só a si própria.
Esse percentual sobe para 35% quando se fala das regiões Norte e Nordeste, regiões mais pobres.
Uma pessoa considerada adolescente é uma pessoa entre 12 e 18 anos, é claro que uma pessoa de 12-18 anos sabe de onde vêm os bebês e algumas formas de prevenção, assim como têm acesso a preservativos, que podem ser encontrados em postos de saúde e até em metrôs, mas então por que jovens continuam engravidando? Em muitas escolas a educação sexual não é apresentada de uma forma direta, é comum a ideia de que, dar aula sobre o tema vai incentivar os alunos a terem relações sexuais, então isso é tratado como um tabu e não é discutido da devida forma, e explicar da devida forma não é somente explicar sobre o uso de preservativos e sim, como funciona a fecundação e as consequências de engravidar precocemente.
A gravidez precoce não é enfatizada em discussões e a educação sexual não é tratada da devida forma em escolas, de modo geral.
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João Dorin Baptista
Escola pra quem?
O tema escolhido são as raízes históricas do atual sistema educacional brasileiro e o entendimento de como as decisões históricas do Brasil se relacionam com a completa falência da escola pública nos dias de hoje. Na minha opinião, a Educação do Brasil sempre foi elitista e nunca fez jus ao verdadeiro nome que seria educação pública, ou seja, para todos.
Os primeiros registros de educação no Brasil datam de 1530, onde a igreja catequizava os indígenas e os filhos de grandes famílias, sendo o grande ponto de partida da educação, dos interesses políticos e das elites.
Já no Brasil Império (1822-1889), o espectro desse marco zero na educação brasileira tem como consequência 82,6% da população analfabeta. Em 1889 o pensamento positivista (fortemente baseado no iluminismo) ganhou bastante força no Brasil e em 1920 o diretor geral da instrução pública Sampaio Dória implementou uma reforma nas escolas públicas paulistas, onde crianças de 7 a 12 anos teriam de ir obrigatoriamente a uma escola
semelhante ao fundamental I. Com o tempo, Paraná, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia, Minas Gerais e Pernambuco também aderiram à reforma, fazendo o número de analfabetos cair para 72,4%, queda de 10,2%, comparado por exemplo com a Argentina que tinha 71,2%. Ainda assim, a maior parte dos brasileiros permanecia analfabeta.
A partir de 1950 a taxa de pessoas de 15 anos ou mais analfabetas já era menor, com taxas entre 40% e 30% entre os anos de 1960 e 1980. Novamente comparando com a Argentina, em 2015 apenas 0,8% da população acima de 15 anos era analfabeta. O país só perdia para Cuba, que tinha 0,2% de sua população analfabeta. Em 2020 o analfabetismo desses jovens de 15 anos ou mais no Brasil chegou a 10%. No entanto, o número de crianças de seis e sete anos que não sabem ler e escrever cresceu.
Ao todo, 2,4 milhões de crianças brasileiras não estão alfabetizadas nesta faixa etária. O número corresponde a quase metade (40,8%) do grupo inteiro. Em 2012 o percentual atingiu 28,2% chegando a 40,8% em 2021, muito devido à pandemia.
Compreende-se portanto que não há uma prioridade de governo para que a taxa de escolaridade no Brasil fique menor, pois ao longo da trajetória da escola pública no Brasil ainda 10% dos jovens não possuem escolaridade e são analfabetos.
No atual cenário Brasileiro, recentemente o presidente Jair
Messias Bolsonaro bloqueou mais 1 bilhão nos investimentos relacionados à Educação e notícias apontam que esse orçamento foi desviado para o orçamento secreto utilizado para compra de interesses de parlamentares.
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João Petroni Galvão
Escola para quê?
A escola tem a função de educar a população. Sua ideia é ser uma fonte de conhecimento e uma formação de profissionais, preparando-os para a vida adulta. Porém, quando se fala do Brasil, não é isso que ocorre em grande parte dos casos. Falta ao governo investimentos, principalmente em escolas públicas, para que um bom futuro e uma boa educação sejam fornecidos a todos.
Em outros países, estudar em escolas particulares não é um requisito necessário para receber uma boa educação e ter oportunidades de se tornar um profissional. Mas no Brasil é diferente, quando não se nasce com suficientes condições para se ter um ensino privado, as oportunidades se fecham, tornando o processo drasticamente mais difícil.
É muito comum pais de crianças que estudam em escolas particulares dizerem aos filhos que, caso eles reprovem, sejam enviados à escola pública. Isto deixa claro o fato de que o método de ensino
público se tornou uma ameaça, algo ruim. Dados do Censo Escolar dizem que 80% dos alunos do Brasil estudam em escolas públicas, ou seja, a maior parte dos estudantes do país frequentam ambientes que não lhes fornecem uma boa base escolar.
Claramente a má distribuição do dinheiro no Brasil é grande contribuidora para que problemas como o citado anteriormente ocorram. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) apresenta dados que dizem que 5,6% dos alunos abandonaram a escola pública em 2021. Isso se deve à desigualdade do país, que contribui para que crianças com más condições financeiras tenham que deixar de estudar para trabalhar, pois caso contrário a falta de dinheiro irá prejudicá-los.
Mesmo a educação de uma escola pública apresentar baixa qualidade, dificultando a aprendizagem dos alunos, não é certo repetir alguém nessas circunstâncias. Repetir um aluno nesse tipo de escola é como empurrá-lo ao tráfico. Ele não é protegido, em seu ciclo social econômico não há opções além de ir para o crime.
No documentário “Pro dia nascer feliz”, alunos como esse citado anteriormente (estudantes de
escola pública) são culpados, muitas vezes, pelos professores, que dizem que eles não estudam. Quando na realidade a culpa é do governo, por não investir em escolas públicas.
Então por esse motivos o governo deve agir com urgência para que a educação seja transformada.
Não é certo a maior parte do Brasil estudar em escolas que não fornecem um bom futuro, uma boa educação. O governo deve mudar o seu sistema, deve preparar todos para o futuro. E isso começa desde a melhor distribuição de dinheiro até o investimento em escolas públicas.
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Leonardo Vertullo Bellim
Esporte, Juventude e Saúde
A adolescência é uma fase de mudanças, vivenciada por transformações físicas, emocionais, sociais, nas quais o sujeito modifica seus domínios e concepções. Sabe-se que a vulnerabilidade expõe os indivíduos a situações de risco a sua saúde mental e acaba por potencializar os efeitos consequentes.
No final do ano de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou novas diretrizes sobre atividade física e comportamento sedentário. O documento defende que a prática de exercícios deve ser frequente na vida de todas as pessoas, independente da idade. Segundo o profissional de educação física Henrique Cruz, o sedentarismo tem relação direta com a obesidade –presente em 10% da população mundial e doenças associadas como hipertensão, diabetes tipo 2, asma, esteatose, apneia do sono, cancro, doenças cardiovasculares e câncer. Infelizmente, os dados levantados pela OMS revelam que entre os adolescentes quatro em cada cinco são sedentários. Apenas 15% dos adolescentes brasileiros se exercitam o suficiente. O Relatório da Organização Mundial da Saúde
mostra que 89% das adolescentes entre 11 e 17 anos, brasileiras, não praticam atividade física suficiente, contra 78% dos garotos. No Brasil são 38,8 milhões de pessoas de 15 anos ou mais (24,0% da população) que praticam esportes e 28,1 milhões (17,4%) praticam atividades físicas.
A importância do esporte para a manutenção da saúde física é indiscutível. Mas, os benefícios também envolvem a saúde mental. Existem diversos estudos que apontam que transtornos mentais são minimizados em alguns casos com a ajuda do esporte, e que a prática de esportes é importante no tratamento da depressão. Quando se é fisicamente ativo, a mente é distraída dos estresses diários. Isso pode ajudar a evitar pensamentos negativos. O exercício reduz os níveis de hormônios do estresse em nosso corpo. Ao mesmo tempo, estimula a produção de endorfinas que também tendem a deixar-nos mais relaxados e otimistas após um treino intenso.
A relação entre a prática de exercícios físicos e a manutenção da saúde mental já é um consenso entre os profissionais de saúde. Novos estudos apontam que a atividade física regular diminui os riscos de depressão e reduz a perda cognitiva em pacientes com mal de Alzheimer, por exemplo. O esporte parece favorecer a construção de um perfil mais resiliente, além de contribuir para uma melhor qualidade de vida.
Lívia Iozzi de Castro Serdeira
Slam - A Nova Poesia
É fácil observar que a poesia é uma das artes que sofreu grandes mudanças nas últimas décadas, há até quem diga que está à beira da extinção, por não ser cultivada em sua forma tradicional. E é justamente de uma ruptura na poesia que surge o Slam, prometendo ser a voz das novas juventudes cheias de opinião. Enquanto um jovem renascentista declamava para declarar seu amor, o jovem contemporâneo declama, de peito aberto e fala direta, suas defesas e ataques ao sistema.
A originalmente chamada Poetry Slam, foi criada nos anos 80 pelo poeta estadunidense Marc Smith, que moldou-a com aspectos da cultura periférica e urbana do hiphop. Os campeonatos são formados pelas etapas geral, semifinal e final, com declamações de até três minutos. Embora o tema seja livre, o recorrente é que sejam abordadas questões políticas ou causas sociais, sempre levando em conta as vivências do poeta.
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A palavra Slam em si já dá muito significado ao movimento. Por ser uma onomatopeia para algo como uma pancada, um “baque”, nos faz pensar na intensidade e repercussão que essa poesia infere no âmbito social e também individual do poeta que a declama.
Em 2008, o Slam foi trazido ao Brasil pelo Núcleo Bartolomeu, um grupo teatral com influências do hip-hop, como o grafite e o break dance, que luta por direitos das mulheres e pessoas pretas. Roberta Estrela D’Alva foi a poeta e atriz do grupo que decidiu trazer e disseminar essa nova vertente poética, vendo ali uma oportunidade de dar mais voz aos jovens pobres e sempre tão pensantes. Ao longo do tempo, passaram a existir também os saraus não competitivos.
O Campeonato Slam BR ocorre anualmente em São Paulo, onde é decidido quem representará o país na Copa do Mundo de Slam, sediada em Paris. Atualmente, os grupos brasileiros mais famosos de Slam Poetry são o Slam RS, o Slam Chamego, o Slam Peleja e o Slam das Minas. Uma das organizadoras do Slam das Minas paulista, Mel Duarte, declama sobre sua vivência enquanto jovem negra e mulher. Em versos como “Se cair a gente levanta. Mulher, sim. Negra, sou. Punhos cerrados até o fim. Meu
tempo é agora”, ela também motiva mulheres negras a lutarem e terem esperança.
Inegavelmente, o Slam é poesia. Mais que isso, o Slam é uma mistura de artes, uma deselitização da poesia e uma formalização do rap ao mesmo tempo. É um espaço aberto aos jovens que querem se manifestar. Um lugar onde os pensamentos, ideias e opiniões são ouvidos e envolvidos em arte. O movimento tem se fortalecido no Brasil, e é cada vez mais alimentado por obras fortes de resistência negra, feminina e periférica. É engano dizer que a poesia está morrendo, uma vez que desdobramentos como esse aproximam os jovens da arte.
Malu Guimarães
Juventude e Violência
A violência é um dos temas mais conturbados e preocupantes para os brasileiros hoje. Recentemente, tornou-se urgente discutir e implementar medidas capazes de lidar com esse fenômeno.
Infelizmente, nesta situação de medo e insegurança, sempre surgem argumentos arriscados e precipitados, como os que culpam os jovens pela escalada da violência.
As estatísticas mostram que a violência se transformou em uma das principais causas de morte de jovens. De acordo com o Unicef, 16 crianças e adolescentes brasileiros morrem por dia, em média, vítimas de homicídios. E as pessoas com idades entre 15 e 18 anos representam 86,35% dessas vítimas. Enquanto a taxa de mortalidade por homicídios de adolescentes está em torno de 35/100 mil habitantes a da população geral encontra-se em 27/100 mil, segundo dados do Datasus. Por outro lado, de acordo com o Ilanud, o percentual de jovens com idade inferior a 18 anos que comete atos infracionais é de menos de 1% da população total nessa faixa etária. No universo
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de crimes praticados no Brasil, os delitos cometidos por entes não chegam a 10%.
O Estatuto da Criança e do adolescente (ECA) oferece um sistema que trata os delinquentes juvenis como sujeitos de direitos e responsabilidades. Em caso de descumprimento, institui medidas de educação social cuja finalidade é punir, mas ao mesmo tempo prepará-los para a vida social. Portanto, o problema não está na lei, mas no fato de que muitos governantes não a aplicam. Pesquisas mostram que, se essas medidas forem implementadas corretamente, as taxas de reincidência entre os jovens no mundo do crime são baixas. Mas na prática o que acontece é priorizar o internamento em instituições que mais parecem galpões para jovens cujas deficiências vão desde a falta de espaço para atividades esportivas e sociais até más condições de manutenção e limpeza.
Em vez de lhes dar oportunidades de desenvolver e reconstruir suas vidas, essas instituições agem como verdadeiras escolas do crime, afastando o jovem da possibilidade de uma ressocialização e selando seu destino na vida do crime.
Márcio Macedo De
Faria
Importância da prática de esporte para o desenvolvimento das crianças e jovens.
Hoje já não há mais dúvida sobre a importância do esporte para o desenvolvimento de crianças e jovens.
Dentre os benefícios da prática esportiva, podemos citar, em primeiro lugar, aspectos relacionados à saúde. Crianças e adolescentes que fazem esporte costumam ter músculos e estruturas ósseas mais resistentes e saudáveis. Outra vantagem de praticar esporte desde pequeno é a garantia de um melhor funcionamento do metabolismo que, por sua vez, é muito importante para o controle de calorias. A prática de esporte também melhora a circulação sanguínea, fortalece o músculo cardíaco, ajuda na fixação do cálcio nos ossos e reduz riscos de doenças pulmonares e cardíacas.
As atividades físicas têm um papel fundamental no desenvolvimento motor das crianças.
Mas os benefícios da prática esportiva não se limitam a melhora de saúde física , envolvendo também questões relacionadas à saúde mental e qualidade de vida dos jovens. Crianças e adolescentes que fazem esportes têm menos chances de desenvolver transtornos mentais, sendo também a prática de esporte uma das medidas recomendadas no tratamento da depressão. A prática de exercícios físicos leva a liberação de hormônios, como a endorfina, que produz uma sensação de prazer. Crianças e jovens que fazem atividades físicas têm, ainda, uma melhor capacidade de socialização e são mais preparados para enfrentar os desafios da vida adulta. Isto porque, tanto nos esportes coletivos quanto nos individuais, são desenvolvidas habilidades como perseverança, confiança, motivação, poder de decisão e respeito.
Por fim, o esporte é uma importante ferramenta para tirar os jovens da vida da criminalidade. Vários projetos sociais focados no esporte são desenvolvidos em regiões periféricas das cidades de modo que, ao invés de buscarem nas ruas diversão e distração, os jovens têm a alternativa de se dedicarem a alguma atividade esportiva que pode, inclusive, gerar uma melhora na sua situação econômica.
Nao é a toa que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
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prevê em seu artigo 4º que “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”
Para melhorarmos o futuro de nossa sociedade, é, portanto, muito importante investirmos cada vez mais no esporte como ferramenta que ajuda na saúde física e mental dos jovens e que é fator determinante para um futuro fora da criminalidade.
Maria Clara Duarte de Barros
Por que os jovens saem da escola?
A educação no Brasil sempre foi um desafio, não é à toa que a maioria ou se não todos os candidatos à presidência ou para cargos menores como governadores etc, sempre mencionam melhorar a educação como promessa de campanha.
É importante lembrar que uma educação precária pode afetar o futuro de toda uma geração, pois prejudica o desenvolvimento pessoal, a qualificação profissional e a mobilidade pessoal e social. Uma de suas grandes causas é a evasão escolar durante o ensino médio.
Muitos jovens saíram da escola durante a pandemia para ajudar a família financeiramente, isso já afetou 39,1% entre 14 e 29 anos para piorar esse cenário, três a cada dez jovens ouvidos , para a pesquisa, não pensam em voltar para a escola, segundo os dados da Plataforma Juventude, Educação e Trabalho. A pandemia conseguiu agravar um problema que já era
crônico no país. Os estudantes que mais saem das escolas estão no ensino médio, segundo uma Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho. “Quando olhamos a taxa de evasão ao longo das etapas de ensino, claramente observamos um aumento nos anos finais do ensino fundamental com um pico na entrada do ensino médio”, fala Katcha Poloponsky, especialista da Assessoria de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho. Muitos dos jovens evacuam as escolas no ensino médio por busca de um emprego e, quando conseguem, depois não têm mais tempo para os estudos, ou também podem abandonar os estudos por falta de interesse em aprender. Alguns chegam até a pensar que continuar estudando não vai render o dinheiro suficiente, diferentemente se começarem a trabalhar durante o ensino médio.
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Maria Victoria Pavani Costa
Gravidez na juventude
Gravidez na adolescência, algo muito discutido em nossa sociedade. Nos séculos passados, a gravidez precoce era comum devido à baixa expectativa de vida, porém, nos tempos de hoje isso se tornou algo ruim e temido entre as jovens, capaz de gerar várias consequências negativas em suas vidas.
Os adolescentes, durante essa época da vida, estão passando por diversas mudanças corporais, hormonais e sociais, a gravidez nesse período pode alavancar todos esses aspectos de forma prejudicial. Dados retirados da Febrasgo afirmam que no ano de 2019, a cada 30 minutos, uma jovem de até 14 anos de idade, dava à luz no Brasil, totalizando cerca de 19.330 nascimentos. E que em 2011, de 2.913,60 partos realizados, 533.103 foram de meninas entre 15 a 19 anos.
Existem várias razões para que isso aconteça com tanta frequência, uma delas é a falta de conhecimento de anticoncepcionais e a ausência da educação escolar, como afirma o relatório “Acelerando o progresso em direção à redução de gravidez
na adolescência na América Latina e no Caribe”, que diz que adolescentes que não completaram o ensino regular ou que não tiveram acesso aos estudos formais, têm quatro vezes mais chances de ter uma gravidez precoce do que uma menina que tenha cursado o ensino médio ou superior.
Outro motivo é a violência sexual que, infelizmente, é algo muito presente no nosso país. Devido aos estupros a meninas jovens, em grande maioria menores de idade, muitas acabam engravidando, por medo não conseguem realizar abortos e então tem esses filhos, frutos de abusos sexuais.
Também devemos enfatizar que a gravidez precoce afeta em diversos fatores a vida da mãe e da criança. Como a saúde da adolescente que pode ser prejudicada, tanto mentalmente como fisicamente causando crises de ansiedade, muitas vezes levando à depressão e podendo causar problemas, como ruptura do colo do útero, hipertensão e anemia.
Grande parte das jovens meninas que enfrentam a gravidez em uma idade precoce, não a viveram de forma desejada, e sim geradas a partir de violência sexual, ausência de educação ou falta de conhecimento sobre métodos contraceptivos. Isso pode afetar muito a saúde mental e física das jovens mães.
Marina Prieto Moriya
O segregacionismo enraizado no sistema educacional brasileiro
O acesso à educação de qualidade é um direito fundamental para o desenvolvimento da cidadania e da democracia. “A educação é mais que necessária, é um requisito de cidadania, que possui inúmeros bens sociais” afirma o pesquisador Rogério Barbosa. Mas essa não é a tese que ele defende. Ele acredita que somente a educação não equilibra um país. “Os aumentos do salário mínimo, por exemplo, foram a principal política distributiva na década de 2000. Muito mais rápida e efetiva do que a educação”.
Uma pesquisa realizada por um grupo de sociólogos do Ipea diz que se, desde 1956, todos os alunos brasileiros tivessem concluído o ensino médio ou tivessem o ensino superior incompleto, a desigualdade não teria caído nem 10% nos dias de hoje. Aleḿ disso, oferecer educação de elite para toda a população trabalhadora é algo irrealista, e afirma que a educação formal no Brasil não é organizada de forma a acabar com a desigualdade. Não é qualquer educação e diploma que garante a inclusão dos jovens no mercado de
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trabalho e estabilidade econômica. E há razões históricas para esses problemas que estão presentes até hoje dentre os brasileiros.
O pesquisador norte-americano Peter Lindert fez um estudo para saber por que algumas nações no século XIX começaram, a de repente, dar tanta atenção ao ensino primário, sendo que o Brasil não era uma delas. Ele constatou que pouco a pouco se passou a cobrar cada vez mais impostos para investir na construção de escolas e na contratação de professores. “No século XIX, finalmente, a educação começou a ser mais bem distribuída. Pelo poder público. Não dá para aumentar a oferta de educação sem dinheiro público”. Essa última parte é importante, porque nos lembra de que são necessários investimentos e verba na educação para que continue funcionando, e não apenas boa vontade, muito menos dos alunos, que têm sido frequentemente responsabilizados pela precariedade das escolas brasileiras.
O professor da Uerj, Adalberto Cardoso, diz que o Brasil gasta hoje em educação, em termos de PIB per capita, a mesma coisa que a Europa, ou seja, em torno de 20%. O problema é que o PIB per capita no Brasil é menor.
Lindert confirma uma tese que afirma que quanto maior a participação eleitoral dos cidadãos, maior a necessidade das figuras políticas de responder às demandas
por educação, usando dados de diversos países do mundo. Segundo o pesquisador, não adianta apenas uma pequena parcela dos homens adultos votar, pois as suas pautas de interesse não abrangem as preocupações dos mais pobres. Se para eles há algum problema com a educação, a elite resolverá o seu problema contratando professores e escolas particulares. Esse tipo de “democracia elitista” existia em muitos lugares no século XIX, com o uso de voto censitário, que limitava o voto a apenas uma minoria com certos níveis de renda. Apesar de o voto censitário não existir mais no Brasil, o pensamento por trás dele permanece.
A transformação dessa profunda questão da precariedade e ignorância no sistema educacional brasileiro necessita de políticas públicas em diversos setores, e que sejam contínuas, que assegurem uma educação de qualidade competente para a população em geral, não só para as classes média e alta. Essas políticas precisam assegurar que os jovens ampliem seu repertório cultural e social, conheçam novas tecnologias, sejam criativos, explorem a cidade, e que sejam protagonistas na construção de seus próprios currículos, como defende Wagner Santos. O Brasil já é um país bem desenvolvido economicamente. Precisamos garantir as necessidades do povo, dando-lhes poder de participação e quebrando a estrutura complexa e enraizada que não fornece até hoje aos nossos alunos a base para que possam estudar.
Mateo Doberti
Desigualdade entre escolas
A desigualdade entre o ensino particular e o ensino público é o que compõe o maior problema educacional no Brasil
Muitos jovens em escolas públicas não chegam a terminar o ensino fundamental e o ensino médio. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que a taxa de abandono escolar no ensino médio na rede pública mais do que dobrou no ano passado. Em 2020, o percentual de estudantes que abandonaram instituições foi de 2,3%, enquanto que, em 2021, a taxa foi de 5,6%. Ainda segundo o levantamento, a região Norte do país foi a que mais sofreu com o abandono dos alunos. Enquanto o país teve um índice de 5% no ensino médio, os estados do Norte, juntos, acumularam uma taxa de 10,1% de abandono. Já na etapa do ensino fundamental. O valor foi de 2,5% nesta região. a tendência na queda de jovens de 15 a 17 anos que deixaram a escola sem concluir o ensino médio: o patamar era de 7,1% em 2019 e está agora em 4,4% no segundo semestre deste ano.
Como apresentado nos dados acima, o índice de pessoas que abandonam o ensino médio na escola pública é muito grande, porque algumas vezes não tem aula por falta de professores e a baixa qualidade educacional faz os jovens desistirem de terminar o ensino médio em escolas públicas.
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Mateo Linares
A ameaça prematura da gestação e o aborto
Todos sabemos que criar um filho não é fácil, educar uma criança tanto socialmente quanto culturalmente diante das diferentes questões que vivemos não é tarefa fácil. Pense então num adolescente exercendo este papel! Alguém que está se descobrindo e possivelmente se preparando para sua vida adulta ter que cuidar de uma criança!Infelizmente, esta situação de gravidez precoce é muito comum em nosso país.
Apesar de este problema estar melhorando, tendo uma queda de aproximadamente 17% entre 2004 e 2017(Sinasc) a situação ainda é muito preocupante, dados divulgados em 2017 pelo Ministério da Saúde, revelam que a redução foi de 661.290 recém nascidos de mães entre 10 e 19 anos em 2004 para 546.529 em 2015. Segundo estudos, na América latina, a média de adolescentes com filhos em idades prematuras é mais do que o dobro da média mundial. A América Latina só perde em números para a África Subsaariana. O Brasil sozinho possui 21 mil jovens grávidas com menos de 15 anos(UNFPA).
A gravidez precoce traz diversos problemas em diferentes áreas na nossa população, por mais que 21 mil pessoas possam não parecer muito, imagine 21 mil pessoas que têm de prejudicar sua vida social e sua educação( estudos também relatam um aumento de chance de suicidio por mães prematuras, além de um aumento de doenças psicológicas entre este mesmo grupo).
Existem diversas formas de lidar com este problema, assim como informar a população sobre a doação de preservativos gratuitos, e aumentar a cobertura desta iniciativa, que está muito pouco presente justamente em lugares de maior necessidade do Brasil, como zonas rurais ou cidades com menos condições financeiras, que tem menos opção de comprar preservativos. Outra forma de lidar com este problema é a legalização do aborto, este é um método muito controverso, que divide muito a população Brasileira, alguns defendem que ameaça a vida de um ser, mesmo que ainda em desenvolvimento, já alguns abominam completamente esta ação independente de como isso pode afetar a mãe, ou da situação em que ela se encontra.
Muitas vezes a gravidez pode ser consequência de um caso de estupro, que infelizmente acontecem frequentemente
no Brasil: em 2018 ocorreram aproximadamente 66 mil casos de estupro, 53,8% destes contra meninas de até 13 anos de idade, sendo mais ou menos quatro vítimas violentadas, por hora, no país(segundo o Décimo terceiro anuário brasileiro de segurança publica).
Mesmo que os casos estejam caindo, ao longo dos anos, precisamos conscientizar nossos jovens deste grande problema que assola nossa sociedade, para desta forma termos um Brasil melhor constituído.
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Murilo Machado Niero
Jovens no mundo da política
A participação dos jovens na política vem sendo pautada por nossa sociedade há alguns anos. No Brasil, os jovens entre 18 e 25 anos representam 23% da população brasileira, e podem fazer a diferença na política. Mas será que os jovens estão mesmo participando da política?
Na história do Brasil, vários movimentos políticos e greves foram lideradas ou tiveram a participação dos jovens. As “Diretas já” foram movimentos políticos contra a ditadura militar, e tiveram uma participação dos jovens que foram às ruas. É importante ressaltar que as “Diretas já” foram um movimento que tinha relação com todo o país, todas as pessoas que eram contra a ditadura apoiavam o movimento, porém as mudanças políticas que precisam ser feitas no país também giram em torno dos jovens, então é preciso que eles liderem o movimento. Em 2013 houve uma revolta popular para fazer com que os transportes públicos tivessem tarifa zero, esse movimento se estendeu até hoje, e está em processo de regulamentação. É preciso que o jovem participe da política porque eles são o alvo de muitos problemas em nossa sociedade, sabem quais são seus efeitos e também como lidar com eles.
Em 2022 o número de eleitores com voto facultativo (entre 16 e 17 anos) cresceu 47% em relação a 2018, um fruto de movimentos feitos para o incentivo do voto de jovens, com campanhas políticas e o programa da Semana do jovem eleitor. Cada vez mais os eleitores entre 16 e 17 aumentam, mas mesmo assim se foi preciso fazer-se uma campanha, é porque muitas pessoas não sabiam que podiam votar. A desinformação afeta muito o país, as chamadas fake news também são uma forma de desinformação, portanto é preciso dizer a todos os jovens, que eles podem e devem escolher seus representantes.
Na câmara de deputados do Brasil hoje, apenas 4 dos 513 deputados federais eleitos são jovens, ou seja, a representatividade é mínima nesta questão, o que dificulta a mudança na política. A constituição do nosso país, não permite que pessoas com menos de 30 anos sejam eleitos como governadores ou presidentes. Esta lei mostra que por mais que alguns poucos candidatos tentem melhorar a vida dos jovens, várias pautas importantes são deixadas de lado.
Os jovens têm, sim, participação na política e já fizeram grandes movimentos políticos em prol da democracia e igualdade, mas mesmo assim o resto do Brasil prefere manter seus votos em pessoas ultrapassadas em relação à cultura atual. Por isso os próprios jovens precisam fazer estas escolhas e votar, para que o Brasil tenha mais representatividade.
Pedro de Carvalho Baptista
A minha vida na escola
Eu gosto da escola, a minha turma é muito legal. A escola é para aprender. Pode melhorar o uso de celulares que não é permitido durante as aulas, conversas e atrasos. Eu acho bom perguntar para a escola se está tudo bem, se tiver um acidente precisa perguntar se está tudo bem. Eu gosto de fazer companhia para os meus amigos, e a aula que eu mais gosto é educação física, porque tem jogo de futebol. Eu não gosto de ficar de recuperação, porque eu não fico de férias.
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Pedro
Henrique Dantas Sousa
A violência sexual contra os jovens brasileiros, uma área omitida pelo governo
A partir da fala do atual Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, durante uma entrevista em um podcast, onde fora dito que “pintou um clima” entre ele e garotas de 14 e 15 anos em determinada ocasião, a pauta do enfrentamento à violência sexual contra criancas e adolescentes veio à tona novamente. O que não é divulgado na internet é a forma leviana com que o tema é tratado, tendo, inclusive, orçamento cortado . A violência sexual contra nossos jovens está cada vez mais presente em nossa sociedade, e leis e medidas mais efetivas devem ser tomadas para que haja uma maior transparência em relação à forma com que o governo lida com esse tipo de situação.
De acordo com o site Mídia Ninja, apesar de haver fake news do governo afirmando que foram criadas melhorias na prevenção à violência sexual, é perceptível, na prática, o oposto. Com cortes de orçamentos no setor, durante o período onde aparentemente
houve melhorias no sistema, o SUAS (Sistema Único de Assistência Social), houve uma redução de 70% de orçamento, com uma previsão de até 90% para 2023.
Apesar de não haver um investimento e atenção do governo, o próprio Centro de Defesa da Criança e Adolecente busca mais transparência e mais investimentos para a área, mas acabam sendo ignorados pelos representantes do congresso, como apontado na fala de Gillard Laurentino, assessor técnico no CEDECA (Centro de Defesa da Criança e Adolecente): “O que foi feito nos últimos anos é um pequeno avanço na legislação e um retrocesso imenso no orçamento para criança e adolescente, que deveria ser prioridade absoluta de acordo com a Constituição no Artigo 227”.
Em concordância com o site “G1”, Brasil registra, em média, 130 casos por dia de violência sexual contra crianças e adolescentes. De acordo com site Rede Brasil Atual, uma a cada cinco meninas entre 13 e 17 anos já sofreram violência sexual no Brasil. 20% de todas as jovens meninas entre 13 e 17 anos ja sofreram algum tipo de abuso sexual durante suas trajetórias. A violência sexual contra crianças e adolescentes é recorrente e, de longe, um dos crimes mais cometidos no Brasil, mas em mesmas circunstancias, nenhuma medida real é tomada, seja ela diretamente ao infrator ou mudancas nas leis e regimes do país.
A transparência vinda do governo com a sociedade brasileira é mais do que necessária, principalmente para assuntos tão presentes no nosso pais, como a violência sexual contra crianças e adolescentes. A cada caso onde não há justiça, a cada 1% de orçamento para esta área que é rescindido e a cada nova medida pronunciada por nosso governo que não é cumprida, 20% das crianças e adolescentes do Brasil continuam sofrendo uma violência da qual deveriam ser integralmente protegidas. No nosso país, falta a comunicação e o comprometimento, e cabe ao governo revisar suas metodologias e abordagens em relação aos jovens brasileiros.
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Roberta Palomo Kruschewsky
Saúde mental
A saúde mental é algo que preocupa a todos nós atualmente, porém a juventude tem se mostrado mais vulnerável aos sofrimentos psíquicos.
mental e que é uma fatia da sociedade com mais exposição à depressão, automutilação e ao suicidio.
Segundo o OPAS, o suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos e as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões entre eles, estima-se que entre 10 a -20% dos adolescentes têm doenças mentais.
Analisando esses fatos é fácil de se perceber que mesmo que um adolescente possa ter uma boa saúde mental, o seu entorno pode, de várias formas, prejudicar sua estabilidade psíquica. Por ser uma fase muito conturbada da vida, se proteger de danos à saúde é necessário.
Segundo o Unicef, após o relatório de 2021 sobre a situação da infância, temos o resultado que quase um em cada seis meninos e meninas de 10 a-19 anos de idade, no Brasil, tenha um transtorno
No mesmo artigo também é relatado que, de fato, a situação se agravou muito durante a pandemia do coronavírus mas também é mostrado que a família, amigos, cuidadores, pais etc., são fundamentais para o desenvolvimento e fortalecimento da saúde mental de um adolescente, assim como o impacto negativo que a pobreza e a discriminação têm sobre a felicidade e bem-estar nessa faixa etária.
Ter depressão, ansiedade ou qualquer outro transtorno mental é um tabu na sociedade, muitos que sofrem de alguma doença psíquica se recusam a receber um diagnóstico ou a tratar o problema. A OMS fez um relatório sobre a depressão no mundo, 322 milhões de pessoas são afetadas, e é estimado que em 2030 será a doença mais comum entre nós, e para muitos a depressão é vista como um problema moral, falta de pensamento positivo ou de fé, e isso pode fazer com que os jovens e adolescentes não se tratem adequadamente.
Promover uma boa saúde mental é
fundamental Metade das doenças mentais surge por volta dos 14 anos, mas a maioria dos casos não é diagnosticado, nem tratado, alerta a Organização Mundial da Saúde. É por isso importante que pais e professores estejam alertas e compreendam os primeiros sinais e sintomas, não tratar a doença mental na adolescência traz sérias consequências na vida adulta.
A Saúde mental é algo que é banalizado mesmo sendo fundamental para a produtividade e bem estar humanos, as juventudes precisam ter em quem se apoiar quando os tempos ficarem difíceis e ter um auxílio garantido para conversar, quando necessário.
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Sophia Coutinho Camargo
A desigualdade vai além da educação
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Um relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento aponta que o Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo. Essa posição é sustentada pela má distribuição de renda, em que os ricos ficam cada vez mais ricos enquanto os pobres continuam na mesma posição. Uma das soluções frequentemente discutidas para a resolução de diversas questões enfrentadas pelo país, como a desigualdade, é a educação da população, uma vez que ela é vista como a raiz de todos esses transtornos, no entanto, segundo especialistas, o problema vai muito além e há diversos fatores a serem enfrentados para a diminuição dessas diferenças.
O ensino precário é realmente algo que deve ser discutido e enfrentado no brasil, porém, não é apenas isso que irá fazer com que a desigualdade desapareça, uma vez que ela é desencadeada pela união de diversos outros problemas.
O Brasil está entre os países com o maior número de habitantes que não terminaram o ensino médio. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 52% dos adultos entre 25 e 64 anos possuem essa formação. Os principais motivos dessa evasão escolar são a falta de interesse e a necessidade de trabalhar.A desigualdade econômica e social também é uma dura realidade a ser enfrentada no país. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, no Brasil, os 10% mais ricos possuíam cerca de 43% da renda nacional em 2019.
Enquanto isso, outro estudo feito pelo IBGE aponta que o contingente de pessoas, no Brasil, com renda domiciliar per capita de até R$497 mensais chegou a 62,9 milhões em 2021, representando um total de 29,6% da população.
A falta de estudo é quase sempre indicada como o principal
fator que desencadeia essa desigualdade, porém, uma pesquisa feita pelos sociólogos Marcelo Medeiros, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Rogério Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP), e Flávio Carvalhes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), indica que se todos os alunos, desde 1994, tivessem no mínimo terminado o ensino médio e saído para o mercado de trabalho, a desigualdade recuaria em apenas 2%.
Os principais fatores a serem combatidos para a diminuição da desigualdade no Brasil são o racismo, a desigualdade de gênero e a tributação de impostos, diz Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
A baixa escolaridade é sim um problema no Brasil e devemos estar cientes de que ela existe, no entanto, não deve ser considerada o único fator a ser combatido para a diminuição da desigualdade. Mesmo que pudéssemos garantir que todos conseguissem finalizar o ensino médio, não haveria uma grande diminuição da disparidade econômica, por isso, devemos ficar atentos a outros fatores que também contribuem para ela, como o preconceito e a má distribuição de renda no país.
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Anna Bella Rodrigues Autran Torres Camargo
A influência da arte no coração dos jovens
Arte: o que realmente é arte? Ela é algo distante, um dom dado para poucos, o tipo de coisa que só se veria em museus? Ou é algo que se sente e expressa em diferentes formas e lugares, podendo ser feita por qualquer pessoa, vista em qualquer ambiente, desfrutada por todos os públicos? A opção certa deveria ser a segunda, mas muitas pessoas acabam nem conhecendo sobre as artes direito. Na realidade, o significado de arte é muito relativo, o que para algumas pessoas é lixo para outras pode ser uma obra linda, ela não tem uma forma fixa e sólida, não é tão fácil entendê-la.
Na minha visão, a arte é algo mais relacionado com a emoção do que a razão, ela é algo que sentimos e pensamos, então tentamos tirar do nosso coração e colocar em prática, seja em forma de música, dança, pintura, teatro, cinema, escrita, arquitetura, da forma que for, e assim transmitimos nossos sentimentos com o mundo, deixando cada pessoa interpretar o que ela quiser vendo aquilo. Talvez
não seja tão profundo, talvez a arte seja considerada tudo o que é pois ela é livre, arte cultura e política sempre andam juntos, e a arte vai contra muitas morais, pois fazer arte é ser livre e fazer algo que vem de dentro de si, com ideias e emoções que nos fazem pensar e sentir.
É importante o balanceamento na vida, não precisamos passar o tempo todo no mundo da lua fazendo tudo que sentimos vontade, mas também não faz bem viver em uma realidade dura onde se precisa fazer tudo que te mandam o tempo todo, e só usar e desgastar a mente, precisamos também ouvir o nosso coração. A percepção do mundo na cabeça de uma pessoa pode mudar totalmente depois de simplesmente assistir a um filme, um personagem de um livro pode inspirar e ajudar a formar a personalidade de alguém, tirar fotos de momentos importantes e felizes pode lembrar uma pessoa sobre os sentimentos bons que a vida traz às vezes, ouvir certas músicas em certos momentos nos faz criar memórias e sensações incríveis ou horríveis, só de ouvir um certo som! Um bairro todo cinza e melancólico ao ter grafites nas construções traz mais vontade de se passar por lá, a inserção da arte em nossas vidas
desde a infância nos faz ter um ponto de vista muito mais aberto e criativo sobre o mundo.
As cidades pequenas ou do interior do Brasil têm muito pouco recursos artísticos, 40% da população vive em municípios onde não há cinemas, em lugares mais pobres o governo investe o dinheiro com outras coisas e a arte vai ficando para trás, fazendo o interesse em grande parte da cultura brasileira se afastar mais ainda da cabeça dos jovens. Em muitos casos, em cidades assim, os jovens não têm nada para fazer e se divertir, passando o tempo livre, e infelizmente isso contribui muito para o uso das drogas e bebidas, já que a diversão de muitos acaba se tornando ir para a praça se drogar com outros adolescentes, e isso não acontece com poucas pessoas. Mesmo esse sendo o caminho que alguns seguem, quando o estado não providencia a arte, algumas pessoas trazem a arte para suas casas. O grafite nos muros das ruas é arte, a dança que uma criança cria com seus amigos é arte, a música de rua tocada nas comunidades é arte, o poema que um adolescente escreve no seu quarto é arte, a arte é algo que vem do coração e faz bem para a alma, não devemos tirar a arte do povo nunca.
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Anna Clara De Aguiar Rodrigues
Escola para quê?
Quando pequenos, somos ensinados que a escola serve para desenvolvermos conhecimentos em disciplinas clássicas. Porém ao longo dos anos, percebemos que a escola desenvolve algo além da educação intelectual: as relações sociais.
Estudos fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que passamos cerca de 9 anos na escola, na média brasileira. Com isso, concluímos que a escola afeta nosso desenvolvimento como pessoas dentro de uma sociedade, já que grande parte das relações que vamos adquirir e como nós vamos adquiri-las, vão acontecer na escola.
A vida social e emocional andam juntas com a escola, já que o nosso desenvolvimento social e emocional acontecem em período escolar.
Estudos comprovam que as relações de afeto fornecidas às crianças desenvolvem capacidades de construir amizades,
compreender o que é certo e o que é errado, sentir empatia, se expressar e lidar com desafios.
Porém, por conta do alto índice de pobreza, muitas pessoas deixam de ir à escola, e além de isso afetar negativamente suas capacidades intelectuais, acaba afetando o desenvolvimento da pessoa em sociedade.
A ida frequente à escola praticamente garante um lugar na faculdade; quando a ida passa a ser parcial ou inexistente, as chances da pessoa conseguir passar em alguma faculdade com mais facilidade acabam caindo, junto do desenvolvimento social.
Segundo pesquisas do IBGE fornecidas pelo ecodebate.com. br, 3,8 milhões de jovens não frequentam a escola por diversos motivos, como por exemplo a pobreza extrema e falta de acesso. Porém, mesmo assim, existem adolescentes que têm acesso à escola e não a frequentam. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostra que 28,8% dos adolescentes que não frequentam a escola, não vão às aulas pois são mães. Outros estudos mostram que 4,3 milhões de crianças na casa dos 5 aos 17 anos já trabalham, tornando a rotina do
dia a dia desbalanceada e fazendo com que se preocupem mais com a situação financeira de suas famílias do que com a situação intelectual delas mesmas. 19,9% dos estudantes que largaram a escola, desistiram do ensino por discriminação racial e geralmente acompanhada de conteúdos muito distantes de suas realidades.
Além desses problemas do lado do aluno, algumas escolas simplesmente não conseguem achar professores, e quando acham, o salário tende a ser injusto, chegando a ser 10 vezes menor que o de um juiz, por exemplo.
Com isso, chegamos à conclusão de que as injustiças que a sociedade atual nos condena, acabam excluindo parte da mesma sociedade, causando grandes problemas educacionais e emocionais para os jovens dessa geração.
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Bernardo Inoue Kobayashi
Investimentos nos esportes
No Brasil não há o investimento estadual nos esportes, merecido. O único esporte que recebe um mínimo de estrutura é o futebol, mas mesmo assim, podemos encontrar pelas cidades quadras públicas, com uma qualidade lamentável. Muitas vezes, vem ao caso de crianças não terem uma quadra esportiva, e assim jogam na própria rua.
Pela própria internet, podemos ver que nos Estados Unidos, por exemplo, o governo dá uma boa atenção e reconhecimento aos esportes. Por isso, nos Estados Unidos, as estruturas, materiais e profissionais da área possuem muito mais investimentos monetários do que no Brasil. O governo do nosso país deveria fazer igual os Estados Unidos, nesse quesito, ou seja, melhorar as estruturas dos esportes. Segundo o site El País, nas Olimpíadas de 2020 em Tóquio, os Estados Unidos conquistaram o total de 113 medalhas, liderando a lista de medalhas conquistadas pelos países. Enquanto, em 12o lugar, está o Brasil com 21 medalhas.
Esses dados são o resultado final da comparação que eu fiz sobre os Estados Unidos e o Brasil, em relação ao esporte.
A prática de esportes pode ajudar no desenvolvimento da vida de uma pessoa, principalmente os jovens, de muitas maneiras. Existem dois principais tipos, um que é o mais facilmente reconhecível, é a questão da saúde, que ela melhora de muitas maneiras. O segundo jeito, não é muito valorizado e reconhecido, que é a questão disciplinar e educacional que se desenvolve em uma pessoa, normalmente jovens. Esse segundo benefício que eu citei, ajuda na formação do indivíduo, ou seja, é muito importante para o desenvolvimento dos jovens do país.
A prática de esportes força um jovem a jogar com uma equipe, perder e ganhar jogos, respeitar os adversários e regras, e se esforçar para se tornar bom nele. Todos esses fatores ensinam o trabalho em equipe, lidar com a derrota e vitória, senso de respeito e superação dos limites individuais. Ou seja, com o esporte estaríamos educando um jovem e preparando-o para uma vida adulta. “Na escola, nós criamos desafios que tiram os
estudantes da zona de conforto durante a prática esportiva,o que desperta o interesse deles pela atividade, estimula o aprendizado e transforma o ambiente em um espaço motivador”, explica Mariana Rodrigues Reupke, coordenadora do departamento de Educação Física do Colégio Etapa São Paulo. Essa citação nos mostra como o esporte também pode ajudar no aprendizado acadêmico, além de todos os outros benefícios que eu já havia citado.
Os esportes não tem a estrutura merecida, no Brasil. Eles podem impactar positivamente a vida de um jovem, de várias maneiras. Por isso, investimentos do governo no esporte é necessário, principalmente o Brasil, um país que parece não se importar com infraestruturas esportivas.
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Bernardo Saboya de Siqueira
Abandono escolar e criminalidade
A escola tem a função de preparar os jovens para as responsabilidades da vida adulta. Um dos maiores desafios que a população brasileira enfrenta é a falta de uma educação de qualidade. Existem vários fatores que contribuem para este desafio, sendo para mim o principal fator a falta de investimento do estado em educação. O investimento começou cem anos depois da maioria dos países desenvolvidos e em 1870 por exemplo apenas 6% de jovens de 5 a 14 anos frequentavam a escola. Porém o que temos que pensar é quais são as consequências que isto pode gerar, e como afeta principalmente a parte “abandonada” pelo estado, que é a população periférica. Eu acredito ser uma parte desta população abandonada pelo estado que acaba sendo empurrada para o mundo da criminalidade.
Segundo uma pesquisa do G1, a cada 1% de jovens de 15 a 17 anos fora das escolas a taxa de homicídio aumenta em 2% . O número de jovens fora das escolas é altíssimo, chega a 30% o número de jovens que não completam o ano letivo regularmente. Isso está relacionado à alta desigualdade do país. Pois sabemos que esses
jovens são de origem periférica, que são abandonados pelo estado e têm pouquíssimas oportunidades e opções logo cedo.
O que acontece é que há pouco investimento em educação, que acaba desestimulando os alunos a frequentarem as escolas. Muitos desses jovens também têm a necessidade de ingressar cedo no mercado de trabalho para ajudar a família em casa, o que faz com que também não tenham como focar em estudo, que para eles não iria adiantar nada, pois praticamente não tem aulas, greves, falta de infraestrutura… E assim então, quando precisam começar a ganhar dinheiro, uma parcela desses jovens escolhe o caminho mais tentador, o da criminalidade, mas isso não acontece de uma hora para outra, eles não estão estudando e de repente decidem sair da escola para cometer crimes. Esses jovens desde cedo, como já dito antes, tem poucas oportunidades, e são excluídos pela sociedade, então de certa maneira eles sempre estão no “meio do caminho”, e o exemplo perfeito disso é o Deivson Douglas do documentário “Pro dia Nascer feliz”. Onde ele fica no meio do caminho, Não é como se ele já tivesse decidido ser criminoso, ou seguir um caminho “correto”, é que a falta de estímulo para estudar, o ambiente que a escola é, acaba gerando uma “bola de neve” e faz com que o crime pareça ser o caminho mais fácil. Então constantemente existem garotos que estão divididos entre o caminho do crime e o caminho do trabalho, que por muitos é o caminho correto.
Para entendermos melhor, vamos comparar alguns países com o Brasil. Na lista da OCDE, por exemplo, o Brasil ocupa a 350 posição na questão da escolaridade, ficando apenas à frente da Venezuela e Colômbia na América Latina; Já a Argentina pela UNESCO e UNICEF é uma das melhores e mais avançadas educação da América Latina. Em questão de segurança de jovens no Brasil entre 2000 e 2019, por volta de 444 mil pessoas entre 15 e 29 anos foram assassinadas por armas de fogo no Brasil e o índice de desocupação juvenil chega a 45,5%, de acordo com o SUS. E na Argentina eles apresentam a melhor segurança e o menor número de jovens infratores da América Latina. Outro país agora distante, por exemplo, é a Finlândia que é considerada o país com a melhor educação do mundo e sua taxa de abandono escolar no ensino primário é de apenas 0,2% de acordo com o Atlas mundial. E a maioria dos países com excelentes números de segurança como a Islândia por exemplo tem o seu governo focado em investimentos na educação.
Portanto, o governo deve ser responsabilizado pela alta taxa de desocupação juvenil e por um dos motivos desse alto número, que é a falta de investimento em educação. Agora a solução para este problema tem que vir do governo também. Devem haver investimentos na área acadêmica e em algum tipo de apoio para que os jovens que sofrem com a exclusão escolar possam ter mais opções e oportunidades.
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Bruno Cortez Celli
O atraso educacional brasileiro
A função da escola é preparar as crianças e jovens para a vida acadêmica e social, fazendo com que até a maioridade a pessoa fique na escola para aprender a conviver em sociedade e desenvolver seu conhecimento. Mas diversas vezes, ao longo da nossa história tivemos uma grande falha com a parte acadêmica. Isso faz as pessoas questionarem se realmente o sistema de hoje em dia está se aperfeiçoando ou se com o passar das décadas a escola continua tendo a mesma técnica de ensino.
Quando refiro-me a esse atraso penso em algo que aconteceu há centenas de anos, desde o começo da “democracia”. Que era um jeito de decidir quem seria a pessoa para governar o estado, mas era muito injusto pois uma pequena parcela da população votava, ou seja: homens brancos privilegiados. E essa lógica caminhou até 1930 quando finalmente as mulheres começaram a ter seus direitos mas até aí só haviam homens
na política, sempre tendo uma educação melhor do que mulheres e negros.
Porém esse atraso não ocorreu somente com as minorias e sim com todos. Por exemplo, no texto “Pátria Iletrada” vemos que nos Estados Unidos 50% da população entre 5 a 14 anos estavam na escola no ano de 1830. E no Brasil mesmo depois de se passarem 40 anos, em 1870 somente 6% dos jovens estavam aprendendo dentro das instituições e de acordo com o texto havia diversos pedidos de vários estados para construir novas escolas.
Além do atraso educacional nas escolas particulares, também vemos isso nas escolas públicas. Por exemplo, no documentário visto em aula “Pro dia nascer feliz” conseguimos perceber três grandes problemas, sendo o primeiro: a falta dos professores que, pelas entrevistas com os alunos, parecia ser algo muito comum. O segundo seria a desvalorização dos alunos que fica nítido, pois a reação da professora ao ver um texto bem feito pela menina foi não acreditar que ela mesma tinha-o feito. E o terceiro é a estrutura das escolas que estão destruídas, tornando um ambiente muito mais precário para se dar aula.
Carolina Faidiga da Costa
Educação brasileira e suas falhas
A educação brasileira é cercada de fracassos e problemas. De salários de professores defasados à estrutura escolar inadequada, o país tem uma classificação muito baixa quando se trata do sistema de ensino público, principalmente. Infelizmente, a evasão escolar é um dos maiores desafios educacionais do Brasil, com consequências para crianças e adolescentes, para a instituição de ensino e até para a sociedade como um todo. No país, embora essa prática ocorra durante o ensino fundamental, se repete com mais frequência no ensino médio. Em 2019, 7% da população de 15 a 17 anos estava fora da escola. No ensino fundamental, alguns indicadores mostram que os principais fatores que levam ao abandono escolar precoce são a distância da residência do aluno à unidade de ensino relacionada à dificuldade de transporte escolar ou a ausência de alguém para buscar e deixar a criança. O que tem contribuído para as taxas de evasão do ensino médio é a falta
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de interesse pelo conteúdo que é percebido pelos alunos, até mesmo pelos professores, como muito amplo e fora de contexto. Mesmo entre os adolescentes, a gravidez e a necessidade de geração de renda também são fatores que se refletem nas taxas de frequência escolar.
A desigualdade social também afeta o setor educacional. Para auxiliar suas famílias, muitos alunos ingressam no mercado de trabalho antes mesmo de concluir o ensino fundamental. Convencidos de que é inútil continuar na escola, muitos alunos desistem por completa falta de motivação, porque não acreditam que são capazes de vencer. O medo domina as sensações prazerosas do aprendizado, pois as repetições anteriores, a exposição diante dos colegas, a humilhação em sala de aula limitam o sujeito e provam que ele não é capaz.
Segundo a UNESCO, o Brasil tem 6,6% de analfabetos maiores de 15 anos, excluindo os analfabetos funcionais. A alta taxa de analfabetismo do Brasil ameaça o futuro do país. Afinal, com o rápido desenvolvimento tecnológico, o crescimento nacional dependerá cada vez mais de uma população altamente educada. E a alfabetização é um pilar fundamental do desempenho acadêmico do aluno nos anos
seguintes, do ensino fundamental à universidade.
Quando o investimento em educação cessa acelera-se a vulnerabilidade social de crianças e jovens. O acesso à educação é essencial para equalizar as oportunidades e reduzir as desigualdades e funcionará como um escudo contra a criminalidade. Além disso, permite que crianças e jovens imaginem um futuro cheio de sonhos. A educação vem enfrentando cortes constantes há vários anos, com implicações agora e no futuro. De acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a despesa média nos países membros para cada aluno, na escola primária , em 2016 atingiu 8,6 mil dólares. No mesmo período, o Brasil gastou cerca de US$ 3.800 por aluno. A situação piora na escola secundária: o Brasil investiu US$ 3.700 por aluno, enquanto a média da OCDE por aluno por ano foi de US$ 10.200.
Carolina Faidiga
Jovens e as drogas em seu alcance
As drogas trazem problemas sérios que afetam a vida de inúmeras famílias, além dos próprios usuários. E há um grupo que pode ser considerado o de maior risco de cair no mundo dessas substâncias: os jovens.
O adolescente brasileiro tem consumido um número maior de álcool e drogas nos últimos anos. Esse consumo pode causar uma série de problemas para os adolescentes que podem durar a vida inteira e causar vários tipos de transtornos.
Os adolescentes aumentaram o consumo de álcool e cigarros em 1,6% e 5,2% entre 2012 e 2015. Isso se deveu a vários motivos, incluindo as duas principais causas listadas abaixo. Os jovens geralmente percebem maior status social e felicidade ao usar essas substâncias pela maneira como são retratadas nas mídias sociais. Além disso, muitos acreditam que o consumo de álcool é aceitável pelos pais devido à falta de regulamentação sobre o assunto. Adolescentes que abusam de drogas e álcool podem sofrer danos físicos significativos ao seu desenvolvimento. Isso pode incluir retardar a progressão da puberdade ou até mesmo levar
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a desequilíbrios hormonais que podem levar a transtornos mentais.
Muitas pessoas acreditam que beber álcool como pai não é regulamentado pelo governo. Isso leva muitas pessoas a acreditar que os pais devem beber álcool.
Muitas pessoas acreditam que beber álcool como pai não é regulamentado pelo governo. Isso leva muitas pessoas a acreditar que os pais devem beber álcool. O abuso de álcool e substâncias pode ter consequências significativas para o desenvolvimento físico e mental dos adolescentes.
A série “Two and a half men” conta sobre dois irmãos adultos e o filho de um deles. Durante a história, acaba ocorrendo o consumo de álcool descontrolado de Charlie, na presença de seu sobrinho Jake. A juventude brasileira enfrenta a realidade do abuso de drogas e álcool além da tela. É imperativo examinar seus problemas e propor soluções para o problema.
O IBGE informa que 70% dos adolescentes de 13 a 15 anos já experimentaram álcool. Isso provavelmente se deve ao fato de a criança estar exposta ao álcool na família ou por querer se encaixar em um grupo social específico.. Existem muitas outras razões pelas quais uma criança escolheria beber, que variam de membros da família bebendo em sua presença, até buscar a atenção de seus colegas. Jovem sujeito ao abuso de drogas que alteram a
mente, resultando em um estado de infelicidade e doença. De fato, os efeitos adversos podem ser graves, exigindo dependência e privando o indivíduo de apoio financeiro, social e psicológico.
Apesar dos esforços para resolver o problema, a situação continua a se deteriorar. Campanhas de mídia e marketing de produtos costumam fazer com que os jovens brasileiros fiquem ainda mais curiosos sobre a bebida em pó. Além disso, muitas empresas ainda vendem cigarros e cerveja para menores. Com leis fracas em torno desta área, muitos continuam a vender drogas ilegais para menores – especificamente cerveja e cigarros. Ao considerar o problema, é necessário encontrar soluções. Isso pode ser resumido por Confúcio, que afirmou: “Continuar a perceber nossos erros é o mesmo que cometer novos.” Para reduzir efetivamente o uso de drogas nas escolas, o ministério da educação deve trabalhar com profissionais de pedagogia e psicologia para criar um manual escolar. Também deve ser fiscalizado pela justiça em conjunto com a OAB. Esse esforço colaborativo será necessário para criar um panfleto para compartilhar nas escolas que explique os perigos do uso de drogas. Além disso, essa colaboração é necessária para que a OAB possa fiscalizar toda a publicidade de bebidas alcoólicas enquanto estão sendo distribuídas durante o tempo da família.
Érick Rodrigo Ribeiro Herling
Qual o outro futuro?
Este trabalho tem como finalidade explicar as principais causas que levam um jovem a deixar a escola. Segundo levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2019, 1,1 milhão de crianças e adolescentes estão fora da escola. Até 2020, esse número deve chegar a 1,5 milhão.
As escolas não são mais capazes de atrair jovens brasileiros, como comprovam as estatísticas do Ministério da Educação (MEC). Segundo o Ministério da Educação, na última década (2002-2012), as matrículas no ensino médio caíram de 8,7 milhões para 8,3 milhões. Uma pesquisa sobre as percepções de jovens de baixa renda sobre a escola, realizada em São Paulo e Recife, com 1.000 alunos do ensino médio, de 15 a 19 anos, descobriu o que impedia os alunos de frequentar as aulas. A pesquisa foi realizada pela Fundação Victor Civita em colaboração com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, Banco Itaú e Fundação Telefônica Vivo.
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Elas mostram que os jovens não estão cientes da utilidade do conteúdo dos cursos. 78,8% e 77,6% dos alunos, respectivamente, consideraram as disciplinas de Português e Matemática as mais úteis. Por outro lado, 36% dos entrevistados consideram a geografia, a história, a biologia e a física, pontuais.
A pior avaliação foi a literatura: apenas 19,1% dos jovens acharam o conteúdo útil. Os alunos querem mais atividades práticas e afirmam que exemplos cotidianos usados em sala de aula ajudarão no aprendizado. Independentemente do conteúdo do curso relevante para sua vida, os jovens acreditam que o ensino médio garante mais oportunidades no mercado de trabalho.
Assim que terminam o ensino médio, a maioria dos jovens quer entrar no mercado profissional. Eles querem começar a trabalhar antes de terminar seus estudos. No entanto, Regina Scarpa, coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita, acredita que o método de ensino da escola não atende às expectativas dos jovens. Isso levou muitos alunos a abandonar a escola e trabalhar em vez disso.
As escolas não estão passando a importância da educação para seus alunos. Em vez disso, cerca de um em cada cinco alunos dizem que
frequentam a escola apenas para obter um diploma. Esses dados foram revelados por um porta-voz de uma organização de pesquisa.
A pesquisa revelou que uma grande porcentagem dos adolescentes pesquisados teve acesso à nova tecnologia. 46,6% dos domicílios pesquisados eram considerados de baixa renda e apenas 70,7% tinham acesso à internet em casa. Uma pequena porcentagem, ou 57,6%, dos adolescentes pesquisados usavam telefones celulares para acessar mídias sociais e sites.
No entanto, pesquisas mostram que as escolas parecem desinteressadas em desviar recursos tecnológicos para manter os jovens na sala de aula. Enquanto 73,8% dos entrevistados disseram que suas escolas estavam equipadas com computadores, 37,2% disseram que nunca usaram esses dispositivos. Baixo nível de uso de tecnologia em sala de aula, dificuldade de acesso à internet e proibição do celular foram os fatores que mais incomodaram os alunos.
As constantes ausências de professores também reduzem as chances da escola de reter os alunos. Por exemplo, cerca de 42% dos entrevistados não agendaram pelo menos um curso no dia anterior à pesquisa. As relações com os educadores também são problemáticas aos olhos dos jovens. Outra queixa foi conhecida como
problemas de infraestrutura nos ambientes escolares, com 38% dos alunos destacando questões relacionadas à proteção dos espaços físicos. Pesquisas mostram que a adoção de equipamentos básicos nas escolas, como computadores, bibliotecas e quadras esportivas, não é universal. Mesmo que existam, esses recursos são raramente usados.
No Brasil, a evasão escolar é um grande desafio para escolas, pais e sistema educacional. Segundo o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira), 5 em cada 100 alunos matriculados na 1ª série não concluíram o ensino fundamental, ou seja, 95 concluíram a 8ª série (IBGE, 2007).
Em 2007, 4,8% dos alunos da escola primária (1º-8º/1º-9º ano) desistiram. Embora o índice possa parecer pequeno, corresponde a cerca de 1,5 milhão de alunos.
Com base em tudo que vimos, percebemos as principais causas da evasão escolar, sendo elas a falta de dinheiro, desinteresse pelo aprendizado, dificuldades de aprendizagem, falta de tempo, cansaço, vontade de trabalhar. As escolas estão procurando formas de fazer com que os jovens consigam se sentir bem dentro do espaço escolar, assim fazendo com que o número de alunos saindo das escolas diminua.
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Francisco Foschini Targa
Drogas e juventude
A adolescência é um período de experimentar e vivenciar novidades, um constante período de transformações, impulsionado pela intensidade dos hormônios à flor da pele. O contato com novos amigos, as primeiras experiências sexuais, as mudanças do corpo, as primeiras festas, a importância de se destacar em um grupo, os conflitos existenciais e as influências externas, e assim claro as drogas acabam tendo um espaço de acesso na vida dos jovens.
Os riscos, de qualquer maneira, são muitos e podem levar a sequelas irreversíveis, isto porque o desenvolvimento do cérebro, ocorre até os 24 anos. Consequentemente o uso de drogas durante a adolescência até essa idade é mais prejudicial e tem pior prognóstico, bem como uma maior predisposição de desenvolver comorbidades.
No Brasil e ao redor de todo o mundo, de acordo com o último Relatório Mundial Sobre Drogas, documento de referência internacional, mais de 275 milhões de pessoas usam drogas por ano. Dessas, destacam-se a maconha,
opioides, anfetaminas, ecstasy e cocaína. Os dados impactam em torno de 5,6% da população de todo o mundo, com idade entre 15 e 64 anos.
Seja para se sentirem partes de um grupo no qual convivem em sociedade, compartilharem experiências sociais únicas, aliviarem o estresse, buscarem novas experiências, assumirem riscos, terem dificuldade de encontrar seu autocontrole ou devido a transtornos mentais já existentes, crianças e adolescentes podem acabar recorrendo às drogas.
Seja pelo acesso facilitado ou pela glamourização que existe em torno do consumo de bebidas, os números requerem medidas de saúde e atenção.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o álcool sobressai como o maior fator de risco de mortalidade entre jovens na faixa etária de 15 a 19 anos. Ainda, segundo a organização, em relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 3 milhões de pessoas morrem vítimas da substância anualmente.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, PENse, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, diz que 55,5% dos jovens que estão concluindo o 9° ano do Ensino Fundamental já fizeram ingestão de álcool. Além
disso, 9%, indo além, já utilizaram drogas ilícitas.
Entre os estudantes da escola pública (13,3%), a exposição era maior do que entre os da rede privada (11,4%). Regionalmente, os maiores percentuais se encontravam no Sul (16,7%) e Sudeste (16,2%) e os menores, no Nordeste (7,9%) e no Norte (9,3%).
O principal motivo do uso de drogas entre os jovens é a fuga da realidade e busca de um sentido além do mundo real. E, ao deslocarse do aqui e agora, as drogas podem causar sérios quadros de esquizofrenia e doenças mentais.
Por conta desses e outros motivos é importante devida atenção para esse assunto. Os efeitos das drogas, que já são ruins em adultos, podem ser ainda piores para quem está em fase de desenvolvimento. O uso de drogas na adolescência pode fazer com que os indivíduos de um mesmo grupo incentivam uns aos outros ao uso, ampliando o poder de um círculo problemático sem fim.
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Giovana Gadelha Baungartner
A importância da música para os jovens da periferia
Você sabe a importância da música e de sua criação para os jovens da periferia? A música desperta um interesse cultural e artístico quando nos ligamos a ela, principalmente quando é feita nas periferias.
De fato as composições da periferia são as melhores, principalmente quando feitas pelos jovens. Em suas composições, os jovens colocam seus sentimentos, valores, expressões políticas, culturais e sociais, pontos de vista e ideias.
De acordo com a matéria “Rio2C: Futuros diversos na música que vem da periferia”, a música é uma ferramenta que estimula o aprendizado de várias outras manifestações culturais. Um dos estilos musicais mais presentes na periferia é o funk. Mesmo sendo alvo de muitos preconceitos, o funk é um dos maiores movimentos dos jovens da periferia. Os bailes funks são um entretenimento e uma área de lazer para a juventude, onde não precisam de dinheiro para se divertirem, além de ser um movimento cultural de grande importância.
Os movimentos culturais são de grande importância para a juventude periférica, para o enriquecimento cultural e para migrar os jovens para fora do mundo da criminalidade.
Joaquim Scaranello Albernaz Guimarães
Mercado de trabalho para os jovens
As rendas obtidas pelos jovens estão em decadência, o mercado de trabalho é pouco receptivo aos jovens, isso ocorre por diversas causas, entre elas o não desenvolvimento do espaço de trabalho para os jovens, assim não possibilitando sua total introdução.
O mercado de trabalho diz respeito a diversas atividades remuneradas. Seja um serviço intelectual ou manual, o objetivo é suprir as necessidades financeiras do trabalhador e movimentar a economia do país.
Com isso, a inclusão de jovens no âmbito profissional proporciona crescimento, aprendizado, autoconfiança e, principalmente, responsabilidade profissional e pessoal.
O jovem faz parte de um grupo que enfrenta maiores dificuldades de inserção, por isso, tendem a se alocar em situações precárias que resultam na baixa qualidade dos postos de trabalho. De acordo com a pesquisa Juventude e Trabalho, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV) Social, entre 2014 e 2019 as pessoas que têm entre 15
e 29 anos perderam 14% da renda proveniente do trabalho.
A solução principal é o investimento na educação, que atualmente, é uma necessidade para encarar o mercado de trabalho formal e qualificado. Porém, apenas o investimento na educação é suficiente para garantir uma vaga no mercado de trabalho?
Há inúmeros fatores que podem prejudicar a entrada de um jovem em um ambiente de trabalho, impedindo o seu crescimento profissional, como as relações familiares a falta de confiança, amadurecimento e compreensão da família que pode impedir o engajamento na vida acadêmica, problemas culturais, como morar em uma cidade pequena com limitações das possibilidades de empregos, e o preconceito. E porque eles encontram todas essas dificuldades?
As exigências atuais para um jovem no mercado de trabalho seria hoje, ter o principal requisito de “saber fazer”, ou seja, ter determinação para obter mais do que apenas um certificado, é necessário aplicar o conhecimento vindo dele.
Com isso, podemos concluir que, o mercado de trabalho é um local difícil para o jovem concorrer,muitos jovens sofrem ao tentar ganhar um cargo melhor, muitas vezes começando por um cargo inferior ao almejado. Porém, sempre é importante ter jovens no mercado de trabalho para que cresçam e tenham carreiras bem sucedidas.
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Laura Sirelli
Distúrbios alimentares entre os jovens
Os transtornos alimentares são condições psíquicas que afetam a forma com que as pessoas se relacionam com os alimentos. Segundo o site do Ministério da Saúde do Brasil, mais de 70 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo de distúrbio alimentar. Apesar de os transtornos alimentares afetarem qualquer pessoa, os jovens, especialmente as mulheres, se encontram mais vulneráveis a desenvolvê-los. Isso acontece por questões culturais e sociais.
Os transtornos alimentares mais comuns entre os jovens são: a anorexia nervosa - necessidade de manter um peso abaixo do padrão e visão distorcida do corpo; compulsão alimentar - ingestão de grande quantidade de alimentos de uma vez e com frequência; bulimia - quadros de compulsão, seguidos por medidas para perder peso, como vomitar; TARE (Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo)pode ser mais comum em crianças e se caracteriza por não se comer certo grupo de alimentos, causando forte restrição alimentar.
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, tais doenças afetam cerca de 4,7% da população em geral, mas podem chegar a 10% entre a população mais jovem.
As razões pelas quais os jovens foram mais afetados foram a pandemia e o uso intenso da internet. A pandemia, além de provocar problemas psíquicos, agravou os casos de transtornos relacionados à alimentação. De acordo com estudo recente, publicado na revista Pediatrics, a hospitalização de adolescentes nos Estados Unidos por transtornos alimentares mais do que dobrou nos primeiros 12 meses de pandemia, quando comparada aos últimos três anos antes da covid-19.
Além disso, como já comentado, a internet é outro fator agravador.
Os jovens estão sempre muito conectados ao mundo digital e, nele, são estabelecidos padrões irreais de beleza. Fotos e vídeos publicados podem causar gatilhos impulsionadores de transtornos alimentares.
Esse tipo de transtorno pode induzir a problemas como ansiedade, depressão e doenças físicas relacionadas à desnutrição. Dentre eles, a anorexia nervosa é o transtorno mental com maior taxa de mortalidade, tanto pelas complicações físicas, quanto pelas cardiovasculares, por alterações psiquiátricas e por suicídio.
Em suma, defendo que precisamos,
como sociedade, cuidar dos jovens. Devemos fortalecê-los e estar mais atentos aos sintomas relacionados aos distúrbios alimentares. Se as gerações futuras continuarem a adoecer, desse jeito, vamos regredir como corpo social.
Não podemos deixar que esses transtornos, já muito frequentes, continuem a se espalhar entre eles.
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Leonardo de Oliveira Pereira
Jovens desempregados
O desemprego no Brasil afeta diversas pessoas de várias faixas etárias, porém, os que mais afetados são os mais jovens que estão iniciando sua carreira, tentando entrar no mercado de trabalho, muito por causa da falta de experiência, já que na maioria dos casos as empresas vão optar por contratar alguém que já está no mercado, enquanto os inexperientes são deixados de lado e acabam por ter imensas dificuldades se não os dão primeiras oportunidades como irão se manter no mercado de trabalho? Alguns dos cenários que envolvem trabalho são desanimadores, isso gera uma desmotivação para algumas pessoas.
Uma recente pesquisa do IBGE concluiu que o país possui 14,8 milhões de pessoas desempregadas, isso representa 14,7% da população economicamente ativa, com esse índice atingindo principalmente jovens na faixa dos 14 a 17 anos,
com 46% deles afetados pelo desemprego e também afetando 31% dos que estão entre os 18 e 24 anos. Com essa mesma publicação afirmando que os mais novos são os que mais sofrem com o chamado desemprego de longo prazo, que é quando uma pessoa está procurando emprego por mais de dois anos. A nota técnica afirma ainda que, quanto mais tempo a pessoa está desocupada, menor a chance de se inserir ou recolocar no mercado.
E no recorte por escolaridade, a desocupação atinge principalmente os jovens trabalhadores que não concluíram o ensino médio, com um aumento de 18,5% para 23,7%, enquanto por outro lado, a ocupação dos que possuem o ensino superior continuou a crescer com uma alta de 4,7% na comparação entre os números de trabalhadores nesta condição, nos respectivos trimestres de 2019 a 2020.
Com isso os jovens devem se readaptar e entender as exigências do mercado ou pensarmos em políticas públicas que resolvam esse problema e incentive a inserção corporativa de jovens pelas empresas. Certamente precisamos de um pouco de tudo.
Inserção dos jovens no mercado de trabalho
É de conhecimento comum que os jovens precisam se inserir no mercado de trabalho, pois além de dar estabilidade financeira, proporciona ganhos de experiência, aprendizado, autoconfiança e responsabilidade. Porém, a inserção neste mercado não é algo fácil e simples, principalmente para os mesmos, que muitas vezes estão em busca de uma única e primeira oportunidade. Devemos nos perguntar se o sistema de educação e o apoio familiar auxiliam os jovens de maneira adequada a inserir-se. Devemos rever as formas de inserção, para que a taxa de desemprego caia e haja cada vez mais oportunidades.
Segundo o site EXAME, levantamentos recentes mostram que, apesar da taxa de desemprego de pessoas entre 18 e 24 anos acompanhar o índice nacional de queda, ela ainda é o dobro da taxa geral. Dados consolidados da virada de 2021 para 2022, mostram um desemprego jovem de 22%.
Diversos fatores podem acentuar esse problema como, condições
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Leonardo Traversim Marques Pereira
financeiras, pois sem dinheiro, prosseguir com estudos é mais difícil, consequentemente dificultando a inserção no mercado de trabalho. Muitos jovens, são chamados de “nem-nem’’, aqueles que não trabalham nem estudam. Uma pesquisa do IDados mostra que no Brasil, dentro da faixa etária dos 29 anos, 12 milhões de pessoas se encontravam em tal situação, sem emprego e sem estudo. Ou seja, há um estereótipo da geração “nem-nem”, sendo que a condição do sujeito se dá em grande parte por sua situação socioeconômica.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na síntese de indicadores sociais de 2019, revelou que entre os jovens, 11 milhões de Brasileiros não trabalham e não estudam, sendo 23% entre 15 e 29 anos. Esses dados mostram também que, muitos deixam a escola sem a formação do segundo grau, uma gigantesca fragilidade no sistema educacional Brasileiro.
Para o jovem se inserir do capitalismo global, no mercado de trabalho, os sistemas de educação devem ser revistos, pois há muitas escolas em que o ensino é totalmente precário, por conta disso aqueles que estudam em colégios de mais alto nível, entrarão no mercado de trabalho com muito mais facilidades, deve haver uma equidade. Além disso, um consentimento e apoio familiar deve ser estabelecido, para que os pais incentivem e apoiem os jovens a se preparar para o futuro cada vez mais, apesar de todas as dificuldades por eles enfrentadas.
Lívia Benedetti
Transtornos alimentares na adolescência
Transtornos alimentares são padrões de comportamento em relação à alimentação, sendo os principais: anorexia nervosa (deixar de comer para perder peso), bulimia nervosa (vomitar ou tomar laxantes após refeições) e compulsão alimentar (comer compulsivamente, perdendo o controle) e, em muitos casos, são acompanhados de distorção de imagem. Atualmente, esses distúrbios são um grave problema na saúde brasileira, atingindo principalmente os adolescentes e jovens, na maioria mulheres. Os casos estão aumentando cada vez mais. Segundo o ministério da saúde, 10% dos jovens apresentam algum tipo de transtorno alimentar. Um dos motivos para que isso se dê é o enrijecimento do padrão de beleza, muitas vezes ligado à internet.
Com o surgimento de redes sociais como o Instagram e o Tik Tok, cada vez mais podemos observar uma busca excessiva pela magreza, por meio da idealização dos corpos de outros jovens, que muitas vezes nem são reais. A imagem de uma vida perfeita, com o corpo perfeito, é muitas vezes propagada na Internet, já que as pessoas só postam aquilo que elas escolhem e muitas vezes editam suas fotos etc. Desta forma se inicia um processo de contínua comparação, que pode desencadear na tomada de medidas extremas como parar de comer e tomar laxantes ou vomitar, na tentativa de alcançar o padrão de extrema magreza, ou até mesmo episódios compulsivos por conta da ansiedade causada por esse processo.
Além disso, a Internet oferece uma facilidade e até mesmo um estímulo para as pessoas se inserirem nesse mundo de transtornos alimentares. Contando com planos de dietas extremamente restritivas, encorajamento às pessoas a pararem de comer, vídeos ensinando a vomitar forçadamente e conteúdos estimulando a alimentação compulsiva. |Segundo uma pesquisa feita pela psicóloga Ana Helena Rotta Soares, foram encontradas 120 comunidades no Orkut que estimulavam anorexia e bulimia, em 2007, podemos imaginar que com o avanço da
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Internet, esse número cresceu muito atualmente. Portanto, o próprio ambiente da Internet em si já oferece conteúdos que influenciam diretamente os jovens a entrarem nesse mundo, já que, ao se compararem na Internet, criam problemas em relação aos seus corpos e a própria Internet já oferece a “solução” para os mesmos.
Outro fator que estimula os transtornos alimentares entre os jovens é a exaltação de pessoas com corpos muito magros, como por exemplo na indústria da moda, contando apenas com modelos muito magras e colocando esse aspecto como algo decisivo para suas contratações. E já que são justamente essas modelos que ditam os padrões de beleza, novamente a ideia de que esse é o corpo que mais chega perto da perfeição, quando muitas vezes, não são nem mesmo saudáveis. Portanto, é preciso cuidar dos conteúdos consumidos pelos jovens e adolescentes na Internet e dos padrões de beleza que nós estabelecemos como sociedade e como propagamos nas redes. Desta forma, podemos evitar que esse índice de transtornos alimentares continue aumentando, para que assim possamos garantir uma melhor saúde mental e física para os jovens brasileiros.
Lorena Moreno
Juventudes e a violência sexual contra mulheres
Ao longo da última década a superexposição dos jovens à violência de todos os tipos e graus de intensidade é crescente, principalmente com relação a crimes sexuais e domésticos, cometidos contra mulheres, em sua maioria, jovens. Grande parte dos crimes de cunho sexual são consumados por membros da família da vítima.
estupros registrados naquele ano foram 85% contra as mulheres vulneráveis (menores de 14 anos ou em situação que impossibilita a resistência contra o ato) e 84,1% dos estupros cometidos vieram de pessoas conhecidas da vítima, colocando o Brasil na posição de país onde a maioria das vítimas de agressão sexual são jovens mulheres que sofrem a violência de pessoas próximas ou da própria família.
Em uma matéria publicada em 2020 (realizada pelo SBMFC) é citado o caso da menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio e estava em busca de poder abortar legalmente, durante 3 meses, mas teve o acesso a esse direito negado durante tempo suficiente para que 6.300 estupros fossem cometidos contra adolescentes, apresentando assim como a justiça e o governo brasileiro lidam com a questão da violência contra a mulher. Ainda na mesma matéria (agora referente a uma pesquisa realizada em 2019 pelo mesmo órgão governamental) é apresentado que 70,5% dos
Outra dimensão da violência sexual contra mulheres é a gestação em decorrência do estupro, sendo que 20.000 meninas com até 14 anos deram a luz, sem a chance de poder recorrer ao aborto legal, que é garantido por lei, mas como tal procedimento ainda é visto como um tabu e muitas vezes o processo de permissão do aborto é longo e cheio de manipulações para que a menina seja convencida a parir um bebê, nessas condições, ainda na sua adolescência. Com todas essas complicações essas meninas costumam recorrer a abortos clandestinos (que têm uma taxa de mortalidade altíssima por conta da precariedade do procedimento).
A necessidade da legalização do aborto e do entendimento de que o problema da violência contra a mulher está enraizada na nossa sociedade, tanto por conta do status baixos que as mulheres e
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jovens estão na sociedade, quanto pelo patriarcalismo sistêmico, a necessidade de revisão da masculinidade ideal que os homens têm como parte constituinte de suas criações é urgente!
Se a violência sexual contra a mulher continuar a ser minimizada, deixada de lado, jovens seguirão sendo estupradas, dando à luz e perdendo a oportunidade de estudo, trabalho e vivência de uma adolescência “normal” e saudável, e, se os homens desde jovens tiverem o comportamento de impossibilitamento de sentir emoções e sentimentos de superioridade em relação a mulheres, comportamentos que reforçam a cultura do estupro e pedofilia como “bons” e “exemplos de masculinidade”, nós continuaremos a ter um índice de violência contra jovens mulheres apenas aumentando ao decorrer dos anos até que em certo ponto o dano cometido por anos de desmerecimento do sofrimento quando se trata de crimes sexuais ser de toda forma irreversível.
Sendo assim, é preciso garantir a aprovação de leis que protejam as mulheres que sejam, rigorosamente, seguidas e aplicadas.
Lucca Maschietto Previtali
Como as drogas afetam os nossos jovens nos dias atuais
O objetivo proposto neste trabalho é efetuar uma leitura crítica sobre como as drogas atuam no mundo atual, em que se encontram de fácil acesso para menores com mais facilidade, e também a pressão social perceptível para que o grupo social que irei comentar use-as, para que estejam dentro dos padrões desejados a quem quer que seja o grupo que queiram impressionar.
Bom, pode-se dizer que a fase da adolescência é uma fase muito importante para o desenvolvimento pessoal do jovem brasileiro, pois, neste período da vida, indivíduo não aceita nenhum tipo de orientação, pois está tentando se adequar ou então experimentar o que seria a fase adulta, em que se pode ter mais controle sobre suas decisões e ações.
Essa pressão social entre grupos está muito presente e de fácil relação às drogas. É nessa fase da vida em que adolescentes se afastam um pouco de sua família e aderem-se a grupos com valores congruentes aos dele, a partir deste momento é criado uma pressão
para que pelo menos um dos integrantes do grupo em questão seja forçado a experimentar algum tipo de droga, acaso o grupo em questão esteja usando também, e é aí que temos o período mais problemático para utilizar desses tipos de substâncias, devido à vulnerabilidade e presença familiar do adolescente.
Com base nestes pontos, irei mostrar alguns dados que podem nos mostrar a imensidão e até banalidade em relação à essas histórias de adolescentes que iniciam o mundo das drogas logo cedo. Os levantamentos epidemiológicos sobre o consumo de álcool e outras drogas no brasil e parte da américa latina mostram que a faixa etária geral em que se começa o uso de drogas no brasil é no período da infância à adolescência, normalmente chegando até a vida adulta, em média de 8 a 15 anos, nas partes mais periféricas do país. Durante o passar desses anos, o panorama brasileiro mudou completamente, estudos apontam que, até a década de 80, os estudos epidemiológicos não encontraram taxas de consumo que chegaram a ser alarmantes entre os estudantes. No entanto, outros estudos realizados um pouco depois, em 1987, pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (CEBRID) , tem mostrado um aumento na taxa de consumo de drogas no país, esses estudos foram
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realizados entre estudantes do fundamental II e ensino médio em dez capitais diferentes. Em 1997, o CEBRID mostrou que existe uma tendência ao aumento do consumo dos inalantes, maconha, cocaína e crack em determinadas capitais.
Um estudo realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro nesta mesma época aponta que, 3.139 estudantes do início ao fim do ensino médio de escolas públicas. O estudo encontrou dados sobre o consumo ao longo da vida e habitualmente, comparando ambos, respectivamente, de 77,7% e 19,5% para álcool, 34,9% e 4,6% para o tabaco, 9,2% e 2,8% para inalantes, 7,1% e 1,6% para tranquilizantes, 6,3% e 2,0% para maconha e 1,9% e 0,6% para a cocaína. Um dos principais fatores que levam os jovens a esse vício seriam a pressão social e sofrimento psicológico. Como tratar esses adolescentes de forma preventiva e amigável ainda são assuntos bastante complexos e alvo de discussões, “como meu filho estará com esses outros adolescentes os induzindo ao mundo das drogas”, são perguntas que são muito comuns em conversas casuais, sendo debates escolares ou até uma conversa em família, mostrando o quão presente esta pauta pode estar.
Utilizando uma metodologia rigorosa utilizando como base as pesquisas epidemiológicas
podemos fundamentar projetos para a prevenção em todos os níveis, fornecendo dados e elucidando questões sobre esse assunto, além da procura da solução dos altos preços, então, mesmo no Brasil, em que não temos boa trilha nesta área, é preciso priorizar as políticas preventivas, gerando projetos que realmente condizem com a nossa realidade, prevenindo antes que o problema tome maior tamanho.
Luiza Domingues Destro
Violência doméstica contra os jovens
No Brasil, a violência é um problema extremamente presente, tendo a agressão e o homicídio como uma das principais violências causadas nas ruas. De acordo com o Monitor da Violência, durante o ano de 2022, houve o total de 20.126 casos de homicídio só no Brasil. Porém as ruas não são os únicos lugares onde um jovem pode sofrer um ataque físico. O nível de agressões contra os jovens dentro de suas próprias casas também é alto, e com toda certeza pode ser tão perigoso quanto as ruas.
Como foi mencionado, o ambiente dentro das casas pode muitas vezes ser perigoso, deixando os jovens expostos a mais de um tipo de agressões. De acordo com o site diferenca.com pode-se classificar alguns tipos de violência, podendo ser: física, psicológica, sexual, moral, econômica e social. A mais comum é a violência física, porém é comum que ela esteja acompanhada de um ou mais tipos de violência.
Além da agressão física, a mais relatada pelos jovens é a violência sexual. O site abrasco.org.br relata que entre os jovens de 0 a 13 anos o estupro é a violência mais atendida em unidades de saúde. Cerca de
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58% dos casos aconteceram dentro da casa das vítimas, e o agressor na maioria das vezes eram pessoas próximas que viviam com as próprias vítimas (pais, padrastos, irmãos, entre outros).
Mesmo a agressão física e a violência sexual, ainda há outros tipos de violências que podem afetar os jovens de maneiras diferentes. A violência psicológica e moral são tipos de opressões que também causam danos graves na vida da juventude. De acordo com o site tjdft.jus.br a violência psicológica pode se manifestar por atos de humilhação e desvalorização, enquanto a violência moral se mostra por meio de uma falsa afirmação. Ou seja, o agressor ou agressora afirma calúnias sobre a vítima.
Um estudo realizado por Edson Arthur Scherer, Jaqueline Rodrigues Stefanini, Luciana Aparecida Cavalin e Zeyne Alves Pires Scherer comprovou que 96,3% dos adolescentes já sofreram violência psicológica. De um total de 268 jovens, 82,5% moram com os pais, e já sofreram algum tipo de violência psicológica leve e/ou moderada vindo dos responsáveis.
Com análise de todos os dados apresentados acima, podemos perceber que o âmbito familiar pode ser extremamente perigoso para os jovens. Os pais devem tomar muito cuidado tanto com as ações físicas como com as palavras, pois tudo pode afetar gravemente a saúde física e mental dos jovens. Ao contrário do que muitos pensam, a família pode, por vezes, ser até mais perigosa que as próprias ruas.
Marcos Vinicius de Sousa da Silva
Juventudes e drogas
Nesses tempos, o uso de drogas está sendo algo cada vez mais comum entre as pessoas, e realmente, na situação que estamos vivendo é muito difícil aguentar sem ter algo para nos “tirar da realidade”. Porém, um dos jeitos mais conhecidos é através do uso de drogas e bebidas, que por mais que na prática parecem ser coisas boas e até necessárias, tem como consequências o vício, prejuízos à saúde e muitas outras coisas que podem ser fruto do uso dessas drogas. Em 2019, cerca de 63,3% dos estudantes de escolas públicas e particulares entre 13 e 17 anos já experimentaram bebida alcoólica e mais de um terço deles tiveram pelo menos uma dose antes de completar 14 anos.
Realmente, é muito difícil julgar algo que apenas um percentual da população tem controle sobre. A cracolândia, por exemplo, é um lugar onde é visível os prejuízos da dependência química e como isso pode destruir uma vida. Porém, por
um outro lado, algumas pessoas usam certas drogas como uma forma de combater problemas psicológicos como ansiedade e depressão e assim conseguem viver um melhor estilo de vida.
Na minha opinião, se algumas plantas medicinais que causam um leve prejuízo como a cannabis, forem utilizadas de forma certa, não há motivo para proibi-las, podendo em alguns casos até ser usadas livremente, já que o álcool causa danos piores e é algo legalizado. Se nada for usado em excesso, não há motivo para se preocupar.
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Maria Clara dos Santos Leite Ribeiro
O papel da escola
A escola deveria ser um dos principais complementos para a realização da formação social e acadêmica. A escola seria a responsável por garantir a todos os jovens ensinamentos básicos e necessários para a vivência em sociedade segundo o artigo 205 da Constituição Federal.
Com uma simples análise conseguimos ver por meio da “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua” que em 2019 a taxa de analfabetismo dos jovens de 15 ou mais anos foi de 6,6%. Outra pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que 19,3% dos jovens entre 18 ou 24 anos estão desempregados em 2022. Ambas as pesquisas nos mostram uma contradição em relação ao papel da escola e o que ela realmente implementa.
O site Mises Brasil defende a ideia de que o atual modelo de escola compulsória não seria mais o ideal, considerando que para Flávio Augusto, o autor da matéria estamos entrando na era da imaginação e o atual modelo escolar foi criado na Era industrial e sua “função era preparar a mão-de-obra oriunda do campo para as indústrias”.
Em matéria publicada pelo G1 em 2011 por Paulo Guilherme é apresentada uma pesquisa feita por um grupo de cientistas: “O estudo revelou que de cada quatro alunos que concluem o ensino fundamental, três saem do ensino fundamental sem saber ler, escrever e fazer as quatro operações matemáticas (adição, subtração, divisão e multiplicação).”
Durante a entrevista da psicopedagoga Nadia Aparecida Bossa para o G1, ela afirma que “os problemas de aprendizagem revelam uma ‘infecção’ no sistema educacional que, como tal, precisa ser tratado”. Em outra parte da sua entrevista ela comenta: “(...) o fracasso escolar é o fracasso do sistema educacional. É um sintoma que revela que a educação brasileira vai de mal a pior.”
A escola deveria ser um dos principais complementos para a realização da formação social e acadêmica, mas quando analisamos e pesquisamos podemos ver que o papel da escola não está sendo cumprido. A entrevista da Nadia Aparecida Bossa demonstra que segundo a sua opinião a escola tem problemas que prejudicam a realização dos seus objetivos que seria a formação social e acadêmica dos jovens, a pesquisa do site G1 apenas reforça com dados o fracasso escolar no quesito ensino que consequentemente afeta a entrada dos jovens no mercado de trabalho.
Clara dos Santos Leite Ribeiro
Gravidez na adolescência
A gravidez é um momento de instabilidade emocional e mudanças constantes no corpo da mulher. Para uma adolescente, a gravidez pode ser ainda mais difícil, pois ela tem que lidar com fatores que vão além dos quesitos gravidez e maternidade.
Durante o período da adolescência o corpo dos jovens ainda está em formação, assim como diversos outros aspectos que são importantes para uma vida adulta. Portanto, as adolescentes têm que lidar com as mudanças causadas pela gravidez e pela adolescência. Além disso, elas também precisam enfrentar os obstáculos relacionados a questões sociais como evasão escolar e desemprego. Uma matéria publicada pela Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), do Ministério da Saúde, revela que no Brasil há em média 400 mil casos de gravidez na adolescência por ano. Em pesquisa realizada pela ONU, o Brasil tem 68,4 bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil meninas de 15 a 19 anos. Esses são dados significativos que pedem por mudanças.
É válido ressaltar que a gravidez na adolescência pode trazer consequências emocionais, sociais e econômicas para a saúde da
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Maria
mãe e do filho. Segundo a Adriana Lippi Waissman, médica atuante como Obstetrícia e Ginecologia, tendo como uma das suas especialidades a gravidez precoce, grande parte das adolescentes que engravidam abandonam os estudos para cuidar do filho, o que colabora com o desemprego e dependência econômica dos familiares. Esses fatores contribuem para a perpetuação da pobreza, baixo nível de escolaridade, abuso e violência familiar, tanto à mãe como à criança.
Além disso, a ocorrência de mortes na infância é alta em filhos nascidos de mães adolescentes. A falta de apoio e de acompanhamento da gestação contribuem para que as adolescentes não recebam informações adequadas em relação à alimentação materna apropriada, à importância da amamentação e sobre a vacinação da criança. Também é grande o número de adolescentes que se submetem a abortos inseguros colocando em risco sua própria saúde até mesmo risco de morte, sendo uma das principais causas de morte materna.
Portanto, é importante entender que a gravidez precoce está relacionada à problemas sociais estruturantes (à descoberta da sexualidade precoce, à pobreza extrema, à violência sexual, à falta de acesso a métodos anticoncepcionais, à desigualdade de gênero, à evasão escolar) e devemos urgentemente pensar em caminhos para preveni-la.
Maria Lua Monteiro De Mello
Transtornos alimentares na adolescência
Não muito comentado, o transtorno alimentar na adolescência é um problema de diferentes causas e com consequências complexas. Eles trazem impactos significativos ao convívio social e familiar, além de intensificar outros comportamentos.
O TA (transtorno alimentar) tem como uma de suas causas a busca pelo corpo perfeito aos olhos das redes sociais, artistas, influenciadoras digitais ou até mesmo pela referência de pessoas próximas, como os colegas de escola. Além dessas influências da sociedade, existem doenças que favorecem o desenvolvimento dos distúrbios alimentares, como ansiedade, depressão, entre outras.
Os principais distúrbios fazem com que as pessoas apresentem comportamentos extremos. Algumas passam a comer pouco ou nada durante o dia, outras podem comer muito além do necessário para nutrir o corpo. Ambas as situações trazem sentimentos de culpa, angústia e tristeza, gerando uma percepção de falta de controle.
Para quem sofre de transtorno alimentar na adolescência, não importa se o hábito será prejudicial à sua saúde. A prioridade é conquistar a imagem dos sonhos, o que torna a condição ainda mais perigosa. A longo prazo, a combinação de ações negativas pode trazer consequências graves, tanto para a parte física quanto para o estado mental do indivíduo.
A pandemia certamente teve um grande impacto em tudo isso. De acordo com um estudo recente, publicado na revista Pediatrics, a hospitalização e casos de adolescentes por transtornos alimentares cresceu significativamente durante o período pandêmico, sendo os mais destacados anorexia, bulimia e compulsão alimentar. O ministério da saúde nos afirma que esses transtornos afetam cerca de 4,7% da população em geral, mas podem chegar a 10% entre a população mais jovem.
Longe da vida considerada “normal’’, as pessoas passaram mais tempo nas redes sociais, o que certamente intensificou as comparações de imagem e a queda da autoestima.
Sendo assim, sintomas caracterizados como baixa autoestima, sentimento de culpa, culto excessivo ao corpo, entre outros, devem ser cuidadosamente observados.
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Mariana Ferreira Tomé Machado
A juventude e a arte nos dias de hoje
Hoje em dia as juventudes têm muito mais acesso à internet e, consequentemente, mais acesso à informação, cultura e comunidades virtuais todo dia. Podemos dizer que isso mudou o jeito com que os jovens veem a arte no dia a dia. Como por exemplo, arte na forma de animação.
Qualquer um pode fazer uma animação e divulgá-la na internet, tornando-se muito fácil adquirir uma identidade em torno de suas animações, especialmente se for em um site ou aplicativo usado diariamente por várias comunidades e ter sido feito para ganhar visualizações rapidamente todo dia. Isso pode variar, mas depende de pessoa para pessoa. Graças ao crescimento da internet ao longo dos anos, a facilidade de consumir e produzir todo dia vai crescendo ao seu lado. A arte online pode até ajudar a juventude a começar a ganhar seu próprio dinheiro sozinha, usando um serviço chamado commision, em que alguém pede um desenho a um artista e paga-o no processo.
Em conclusão, a internet mudou muito o jeito que a juventude vê a arte, seja esse jeito positivo ou negativo, mas isso depende de pessoa para pessoa.
Marianna Marcondes Batista
Como os Jovens produzem cultura?
Cultura, uma palavra que pode ser usada para se referir a muitas coisas, pode vir de algo que veio do passado junto dos nossos ancestrais ou até mesmo alguma coisa que vem dos nossos tempos atuais. O conceito Cultura é muito amplo, nele entram crenças, artes, costumes, então basicamente muitas coisas que nós fazemos atualmente se encaixam na cultura. Mas como os jovens produzem cultura? Os jovens se expressam culturalmente através de grandes movimentos como o movimento Hippie, movimento Punk e até mesmo o Rock’n Roll. Atualmente a juventude tem formas diferentes de se expressar, como por exemplo o grafite que usa o formato de arte na rua, que surgiu da realidade da periferia, nesses desenhos vemos críticas sociais, reflexões, ou apenas uma forma de expressar a arte. Hoje em dia, é raro andarmos por cidades grandes e não ver grafite nas paredes.
De acordo com o portal, Openedition, a cultura tem sido priorizada nas escolas desde de 2008, um dos movimentos escolares que levava a arte e cultura é a realização de bienais, inclusive atualmente as redes sociais, isso influencia muitos jovens a quererem ir em bienais do livro que mostram uma outra forma de aumentar o consumo e a produção de cultura, através das redes. Bienais de arte e cultura realizadas, tiveram como consequência a criação da CUCA (Centro universitário de cultura e arte) com a ideia de trazer discussões envolvendo cultura. O CUCA nasceu entre duras críticas ao corpo estudantil, a primeira é a maneira em que o movimento estudantil trata a cultura e a segunda crítica é a falta de realização de eventos culturais.
Os jovens sempre estão conseguindo produzir cultura desde do início dos tempos até hoje em dia, passando por grandes movimentos como o Rock’n Roll, ou coisas como um grupo8 de leitores em uma rede social tentando trazer mais leituras para os jovens atualmente ou até mesmo uma arte de origem periférica que vemos hoje em dia por todo Brasil, como por exemplo o grafite e até mesmo o Funk.
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Mathias Bistriche Martins de Oliveira
Escola para além do estudo
A escola cumpre um papel muito importante na vida dos jovens e faz parte dos primeiros anos de vida de todas as pessoas para poder prepará-las para o futuro e para suas carreiras. O objetivo e a função das escolas não é mistério, sempre foi ensinar os conceitos básicos de cada matéria para que os jovens compreendam o que é essencial para começar suas vidas.
Mas algo que é tão importante quanto o ensino, são as relações sociais criadas na sala de aula, tanto entre os alunos, quanto entre os professores Muitos jovens migram para o ensino particular com professores particulares, ou pensam em mudar para esse método, mas um ponto que é deixado de lado, é que a socialização entre os alunos interfere no aprendizado também, assim são trocadas ideias e hipóteses, criam-se amizades, paixões, aprende-se a lidar com conflitos e a conviver com diversas
pessoas. A escola é o primeiro espaço em que os jovens convivem entre si e por isso que existem as escolas e são tão importantes nas nossas vidas.
Vendo a chegada da pandemia, já sabemos os problemas financeiros, mas as crianças e os jovens foram afetados por razões hormonais e psíquicas, de acordo com Sabine Pompeia, professora do Departamento de Psicologia da Unifesp. Isso diz que o afastamento das escolas traz problemas psicológicos aos jovens justamente por causa dessa quebra das relações.
O MEC, em 1998, elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais, diretrizes feitas para orientar os educadores a usarem aspectos pedagógicos fundamentais aos alunos. É dito que os alunos têm que seguir para um ensino com certos objetivos para que os alunos estejam preparados para o mundo comercial e financeiro.
A escola é muito conhecida pela interação entre os alunos e prepara os jovens e socialmente e não podemos substituir a escola por aulas particulares.
Natalia Rapoli Venna
A importância da arte na juventude
A arte está em todos os lugares, música, dança, pinturas, teatro, cinema, literatura e etc. Ela diz muito sobre a realidade social, o tempo histórico e a cultura em que está sendo produzida, a arte mostra a evolução da sociedade e da tecnologia e tem um papel muito importante na formação de uma pessoa, ajudando no desenvolvimento da criatividade, do raciocínio, do senso crítico, da reflexão e da imaginação.
A arte também é um meio de inclusão social, permitindo aos jovens se expressarem e conhecerem novas culturas e realidades, assim, podendo construir sua identidade própria e conviver melhor com outras pessoas. “A Arte pode ter muitos papéis, pois tem muitos alcances. Pode fortalecer a identidade, pelo conhecimento das culturas das quais o aluno participa. Pode ampliar a visão de mundo, pelo contato com a produção artística de outros tempos e lugares.
Pode dar à criança um espaço de
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expressão e de participação como produtora de cultura. Pode e deve integrar-se com outras áreas do conhecimento, permitindo uma maior compreensão do mundo”, diz Selma Moura, professora e mestre em Linguagem e Educação pela USP.
Mesmo sendo uma parte importante da educação e do conhecimento, no Brasil, o investimento em arte e cultura ainda é muito baixo. De acordo com dados divulgados pelo IBGE em 2019, apenas 10% dos municípios brasileiros têm salas de cinema. A pesquisa também diz que a diferença no acesso de equipamentos culturais está diretamente ligada às diferenças regionais, sociais e raciais no país. As regiões que menos consomem a cultura são a população de baixa renda, pessoas negras, jovens e pessoas que vivem em periferias. Por causa da falta de acesso a museus, teatros, cinemas e espaços de produção cultural e artística, a arte aprendida na escola é muito importante. “Conhecer diferentes processos artísticos e, por conseguinte, diferentes processos de criação, interferem no processo de aprendizagem no sentido de se estar atento aos diferentes tipos de inteligência, respeitando e valorizando as diferenças de cada aluno. Essa atitude acrescenta
possibilidades de discussões enriquecedoras que fazem com que os alunos se percebam como sujeitos ativos de sua própria aprendizagem”, diz Mônica Bolsoni, professora de Artes Plásticas e História da Arte do CAP UERJ e Coordenadora do Polo UERJ Arte na Escola.
O incentivo à arte e a cultura desde a infância influenciam muito no desenvolvimento de uma pessoa e em suas relações sociais e podem até ajudar a diminuir preconceitos e discriminação, por isso a educação artística e o acesso à arte e cultura são tão importantes.
Pablo Carvalho Reis
Os jovens são as maiores vítimas do crescimento da taxa de desemprego do Brasil, sua inserção no mercado de trabalho está com um dos menores índices se comparada com as outras faixas etárias, junto com os profissionais acima de 50 anos são os mais afetados pelo desemprego.
De acordo com o G1 e com a CNN, a nova geração tem em média uma taxa de 20% de desemprego, um a cada cinco jovens está desempregado, essas duas gerações são as que mais possuem dificuldades para conseguir seu espaço no mercado de trabalho.
Uma matéria publicada pelo G1 mostra que um dos principais motivos dessa alta taxa de desemprego é a situação nacional, o Brasil estava na quarta colocação dos países com as maiores taxas de desemprego no ano de 2021, outro fator é a não preparação
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O quão presente está a juventude no mercado de trabalho?
dos jovens para o mercado de trabalho, isso pode ocorrer pela falta de desenvolvimento escolar das novas gerações, com a baixa escolaridade, a OCED (Organização para Cooperação e Desenvolvimento), mostra que quase 36% dos jovens não estudam e não trabalham. E um dos maiores fatores é a inexperiência dos novos trabalhadores, sites como o Correio Braziliense mostram que em termos de confiança os risco de empregar um trabalhador com menos bagagem traz mais risco para o empregador do que empregar um trabalhador mais velho e com maior conhecimento do mercado.
A nova geração tem uma relação nunca antes vista com a tecnologia, os sites “mundoeducacao” e “brasilescola” publicaram que as crianças e adolescentes que nasceram entre os anos 1995 em diante, possuem maior interação da tecnologia em suas vidas, como os celulares, TV e computadores. Essa grande utilização das tecnologias atuais fazem os mais jovens serem os principais trabalhadores nesse ramo.
O Diretor de gente e gerência da empresa Elfa, diz que essa década foi difícil para os jovens, mas espera que o jogo mude, pois com a grande inserção da tecnologia no mercado de trabalho pode haver
a valorização de conhecimentos sobre as novas técnicas, seja fazendo sites, modelos gráficos, computação e outros tipos de trabalhos que necessitam da utilização de tecnologia. Apesar de ter maior desenvolvimento com a computação, os jovens sofrem de etarismo, a gerente sênior de Cathos, Bianca Machado diz que a não compreensão ou não acompanhamento do desenvolvimento tecnológico faz os mais velhos terem receio de contratar novos trabalhadores.
O que fazer para ter uma maior chance no mercado? Algumas reportagens de sites como UniCesumar, mostram que as próximas profissões serão excepcionalmente ligadas à tecnologia, para ter uma maior chance de ganhar cargos com essas vagas os novos trabalhadores devem aprender tipos de programação e desenvolvimento de software.
Na internet é possível fazerse muitos cursos para o desenvolvimento nesse ramo, e caso queiramos aprofundar-nos nessa categoria pode ser necessário fazer faculdades nessa área, como ciência de dados.
Paulo Amato Sanches Filomeno
Juventude e esporte
Não há dúvida de que os esportes trazem benefícios para o corpo e para a mente, pois evitam doenças, obesidade, depressão e ansiedade. Além disso, o esporte traz benefícios como a amizade entre atletas, melhora a qualidade de vida, disposição, e ajuda a evitar doenças no futuro por causa do desenvolvimento da força física. Nos dias de hoje, muitos jovens ficam muito nas redes sociais e jogos de videogame e com isso eles ficam muito sedentários.
Segundo a pesquisa nacional de amostras por domicílio (PNAD) realizada em 2017 pelo IBGE, 62% da população brasileira com 15 anos ou mais é sedentária. Esse é um dado a que as pessoas têm que ficar atentas porque a organização mundial da saúde recomenda que (OMS) você faça pelo menos 20 min de exercício moderado por dia para que sua saúde fique boa.
No Brasil , há uma evidente falta de possibilidade para que os
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jovens de menor condição social e que estudam em escolas públicas tenham um acesso mais amplo à prática esportiva. Por outro lado, existem diversos projetos sociais que incentivam a sua prática. No entanto, nos últimos anos, instituições educacionais, ONGs, igrejas e órgãos governamentais têm criado diversos projetos sociais para essas crianças e adolescentes.
Portanto, o esporte é muito mais que uma atividade física com benefícios individuais, pois constrói a identidade dos jovens, permite lidar com as diferenças e as limitações entre pessoas, facilitando a inclusão social. Além disso,melhora a convivência em grupo, permitindo aos jovens conhecer novas realidades. A prática esportiva ajuda na transformação não só do atleta mas da sua família e da sociedade.
Pedro Bittar de Pinho
Escola para quê?
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou um ranking mundial de qualidade de educação. Entre os 76 países avaliados, o Brasil ocupa a 60ª posição.
A função da escola não é apenas o aprendizado do conhecimento, mas também tem o papel de ajudar o aluno em sua formação cidadã e moral. É muito importante que normas , valores e formas de ver o mundo sejam transmitidos para preparar crianças e jovens para a sociedade.
Segundo o historiador Peter Lindert, em 1830, cerca de 50% dos norte-americanos entre 5 e 14 anos estavam matriculados no ensino primário e após a virada do século, 90% estavam em salas de aula. No Brasil, estima-se que apenas 6% de meninos e meninas estavam nas escolas e após meio século só 15% de crianças em idade escolar haviam feito a matrícula.
Segundo o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), o Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados.
A Organização para a Cooperação
No Brasil sempre houve falta de vontade política de investir em educação para os mais pobres, vemos que quem tem mais acesso a uma educação de maior qualidade é aquele que possui condições de arcar com um ensino privado, ou seja, as pessoas mais ricas do país, o que demonstra que a gigantesca desigualdade social que está presente no Brasil é um enorme problema para a educação do Brasil. A educação deve ser transformada para que as pessoas mais pobres no Brasil pudessem ter conhecimento de que são sujeitos de direitos, isto é, que possuem direitos garantidos por lei e podem exigir que eles cumprissem.
Acredito que, sim, a função da escola não é só o aprendizado do conhecimento, mas também tem o papel de ajudar o aluno em sua formação cidadã e moral e isso é muito importante para conseguirmos transformar o Brasil num país com uma melhor educação e com menos desigualdade social.
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Thomas Coutinho Camargo
“Escola: de onde parte a formação do jovem”
No Brasil, as escolas particulares são consideradas melhores do que as públicas, pois existem diversas razões atuais e do passado que contribuem para essa maneira de pensar. De acordo com o Censo Escolar, em 2021, mais de 80% dos alunos brasileiros estavam matriculados na rede pública, e 17% estavam matriculados na rede particular, no entanto, de acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 79,2% dos estudantes que concluem o ensino médio na rede privada ingressam no ensino superior. Quando o ensino médio é concluído em uma rede pública, este percentual cai para 35,9%.
A escola é de grande importância para as juventudes, pois, esse é o principal local onde as juventudes socializam-se, além disso, a escola é o local em que o jovem se alfabetiza e ganha conhecimentos gerais.
A função da educação é passar informações de uma geração à outra, de maneira que esta se desenvolva com o passar do tempo e termine sendo utilizada para a criação ou atualização de
tecnologias (quando é possível ou necessário).
No Brasil, diversos problemas na educação podem ser atribuídos ao atraso na construção de escolas públicas e na escolarização da população. De acordo com o artigo “Pátria Iletrada”, em 1870, cerca de 6% dos jovens brasileiros entre 6 a 14 anos de idade frequentavam.
Em 1920, cerca de 15% dos jovens frequentavam escolas.
Atualmente, a educação brasileira precisa de uma transformação, pois, hoje em dia, o único método de garantir ensino de qualidade para um jovem é pondo-o em uma escola particular, pois as escolas públicas sofrem de graves problemas, como a falta de professores, que pode ser observado no documentário “Pro dia nascer feliz”, além de que,segundo o INESC, entre 2019 e 2021, o valor autorizado pelo governo destinado para a educação foi de R$126,6 bilhões para R$118,4 bilhões. Se o governo começasse a direcionar mais recursos para a educação, escolas públicas se tornariam uma opção mais viável para o aprendizado de um jovem, dessa maneira, fazendo com que as escolas privadas não sejam a única opção para se ter educação de qualidade.
De acordo com a Folha de São Paulo, concluintes do ensino médio na rede pública tiveram nota média de 48,30 na prova objetiva do ENEM. Já na rede privada, a
nota média subiu para 68,72. É inegável dizer que esses dados mostram a ineficácia das escolas públicas atualmente e, novamente, mostram a necessidade de uma transformação na educação.
Em conclusão, no Brasil, é necessário transformar, pelo menos, a educação pública, pois mais de 80% dos alunos brasileiros estudam em redes públicas. No entanto, para essa transformação ocorrer, é necessário maior investimento do governo na área de educação para que, no futuro, qualquer jovem tenha acesso à educação de qualidade sem a necessidade de estudar na rede privada.
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Ynaiê da Silva Pedroso
Slam e o impacto na vida dos jovens
Algo inerente à humanidade é a necessidade de expressar-se. Isto é, falar das juventudes sem relacioná-las à arte e à cultura é impossível. Uma das inúmeras manifestações artísticas juvenis é o Slam. Slam é uma batalha de poesia falada que se espalha por todo o Brasil, é um movimento protagonizado pelos jovens, sobretudo, os da periferia, como um espaço de reconhecimento, empatia e militância. É a voz dos grupos histórica e socialmente silenciados.
A partir do Slam, jovens periféricos ousaram acreditar que era possível ocupar espaços de conhecimento nas universidades durante muito tempo dominadas pelas elites, na UFRGS os slammers estão presentes em diversos cursos, seja na graduação ou na pósgraduação. Hoje, no estado de São Paulo, estima-se que há cerca de 50 Slams, o movimento se espalhou pelo Brasil e, na estimativa geral realizada em 2018, havia cerca de 150 comunidades da competição no país todo, sendo que em praticamente todos os estados há pelo menos um.
interescolares (organizado pelo Slam da Guilhermina, a batalha de poesia interescolar é uma competição de poesia falada entre alunos das escolas públicas e privadas) são abertas.
Nas ruas, as batalhas de poesia falada têm aquelas características descritas anteriormente, as escolas se reforçam e são base para a produção de novos significados.
Os temas das batalhas trazem pautas do cotidiano, como: homofobia, racismo, machismo, violência entre outros temas. O cotidiano e suas discrepâncias sociais é fonte riquíssima para poetas da periferia, a batalha de poesia tem muito impacto na vida dos jovens periféricos, é uma forma de resistência em relação ao estado, pois eles unem vozes que entoam gritos de lutas.
A cantora, compositora e poetisa Cinthya Santos, conhecida como kimani, participa do Slam desde 2017, quando descobriu a poesia de militância como uma forma de entender as suas raízes e encontrar seu espaço no mundo. ”O Slam é um processo terapêutico, quase de cura mesmo. Os poetas são muito verdadeiros em relação às suas vivências, tem gente falando sobre como foi violentada, sobre ter enfrentado a depressão, sobre opressões diárias. A gente cria um vínculo forte entre todos que estão ali”.
O papel do Slam nas escolas é fundamental também, é a partir delas que as inscrições nos Slam
Nos últimos anos, o Slam tem sido implantado nas escolas de forma pedagógica, sobretudo na aprendizagem de literatura, exercitando a escrita e a leitura oral. Maira Mesquita, doutoranda em educação pela Universidade de São Paulo (USP), e coordenadora do núcleo Slam: poesia-corpovoz da arte da Feusp, aponta o Slam como uma ferramenta que ultrapassa a estrutura do conhecimento que temos na escola.
Jovens se interessam, aprendem, se expressam, compartilham seus sentimentos através do Slam Por meio da poesia marginal, jovens expressam seu modo de existir e suas reivindicações por uma cultura jovem popular, negra, criada por pobres, de moradores da periferia. É um mundo onde eles expõem e que as elites fazem questão de não enxergar.
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