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Francisco Foschini Targa Drogas e juventude

Francisco Foschini Targa

Drogas e juventude

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A adolescência é um período de experimentar e vivenciar novidades, um constante período de transformações, impulsionado pela intensidade dos hormônios à flor da pele. O contato com novos amigos, as primeiras experiências sexuais, as mudanças do corpo, as primeiras festas, a importância de se destacar em um grupo, os conflitos existenciais e as influências externas, e assim claro as drogas acabam tendo um espaço de acesso na vida dos jovens.

Os riscos, de qualquer maneira, são muitos e podem levar a sequelas irreversíveis, isto porque o desenvolvimento do cérebro, ocorre até os 24 anos. Consequentemente o uso de drogas durante a adolescência até essa idade é mais prejudicial e tem pior prognóstico, bem como uma maior predisposição de desenvolver comorbidades.

No Brasil e ao redor de todo o mundo, de acordo com o último Relatório Mundial Sobre Drogas, documento de referência internacional, mais de 275 milhões de pessoas usam drogas por ano. Dessas, destacam-se a maconha, opioides, anfetaminas, ecstasy e cocaína. Os dados impactam em torno de 5,6% da população de todo o mundo, com idade entre 15 e 64 anos.

Seja para se sentirem partes de um grupo no qual convivem em sociedade, compartilharem experiências sociais únicas, aliviarem o estresse, buscarem novas experiências, assumirem riscos, terem dificuldade de encontrar seu autocontrole ou devido a transtornos mentais já existentes, crianças e adolescentes podem acabar recorrendo às drogas. Seja pelo acesso facilitado ou pela glamourização que existe em torno do consumo de bebidas, os números requerem medidas de saúde e atenção. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o álcool sobressai como o maior fator de risco de mortalidade entre jovens na faixa etária de 15 a 19 anos. Ainda, segundo a organização, em relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 3 milhões de pessoas morrem vítimas da substância anualmente.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, PENse, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, diz que 55,5% dos jovens que estão concluindo o 9° ano do Ensino Fundamental já fizeram ingestão de álcool. Além disso, 9%, indo além, já utilizaram drogas ilícitas. Entre os estudantes da escola pública (13,3%), a exposição era maior do que entre os da rede privada (11,4%). Regionalmente, os maiores percentuais se encontravam no Sul (16,7%) e Sudeste (16,2%) e os menores, no Nordeste (7,9%) e no Norte (9,3%). O principal motivo do uso de drogas entre os jovens é a fuga da realidade e busca de um sentido além do mundo real. E, ao deslocarse do aqui e agora, as drogas podem causar sérios quadros de esquizofrenia e doenças mentais. Por conta desses e outros motivos é importante devida atenção para esse assunto. Os efeitos das drogas, que já são ruins em adultos, podem ser ainda piores para quem está em fase de desenvolvimento. O uso de drogas na adolescência pode fazer com que os indivíduos de um mesmo grupo incentivam uns aos outros ao uso, ampliando o poder de um círculo problemático sem fim.

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