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Bruna Volpe Arnoni Culpa da vítima ou da sociedade?

jovens, que também têm acesso livre a influenciadores digitais que promovem uma conscientização sobre o perigo que os transtornos alimentares trazem à saúde.

Por isso é importante que estes padrões sejam discutidos e questionados, de forma que mais jovens entendam que eles não são o “ideal”, e que sua beleza e valor não dependem deles. Ainda mais do que questionar os padrões, é preciso acabar com a romantização de uma estética associada a transtornos alimentares, que acabam sendo banalizados por jovens que pagam um preço muito alto para alcançar essa estética e acabam trazendo danos graves e, às vezes, inesperados para a saúde. Bruna Volpe Arnoni

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Culpa da Vítima ou da Sociedade?

Em 2019 um estudo realizado pela organização mundial de saúde (OMS) aponta que suicidio foi a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Essa taxa só não supera a de 2016, que mostra que suicidio ficou em segundo lugar como morte dos mesmos.

Desde o início da pandemia, o fechamento das escolas, o confinamento com familiares e a impossibilidade de ver outras pessoas, fez com que os adolescentes fossem os mais afetados psicologicamente. Apesar de não existirem taxas de aumento precisas nessa média de suicidio, muitos psicanalistas e estudiosos do assunto afirmam que existiu um aumento considerável na morte desses jovens, 53% dos mesmos afirmam terem o bem estar afetados pela pandemia e pelo isolamento social. No Reino Unido o número é maior ainda, 81%. A pressão emocional, a perda de emprego, falta de acesso à saúde, além de alterações hormonais são causas para problemas como depressão e ansiedade, que ocasionalmente levam ao suícidio. No Brasil, o instituto basileiro de geografia e estatísticas (IBGE), não divulga a taxa se suicídio, e isso faz com que não tenhamos informações para aprender e nos conscientizar sobre a questão. A antiga geração não se sente confortável em falar sobre alguns assuntos, e consequentemente jovens são afetados por isso. Dizendo que doenças mentais e problemas psicológicos são besteiras, muitos pais negam o pedido de ajuda dos filhos. Uma professora da universidade federal de São Paulo diz que para os adolescentes é importante manter o sono regulado, fazer exercícios físicos, ter contato com a luz do sol e seguir uma rotina para manter o bem estar e uma boa condição mental. Além disso, evitar estresse e mudança brusca de emoções também é importante. Divulgado no relatório “Suicide worldwide” da organização mundial de saúde, na frente de doenças como HIV, malária e câncer de mama, mortes por conta de problemas psicológicos matam 1 a cada 100 brasileiros. Tudo que foi apresentado anteriormente, nos faz questionar por que não tratamos doenças mentais e problemas psicológicos com tanta seriedade. Isso porque, por não serem “visíveis”, muitas vezes são inferiorizados e até jogados de lado, sendo que são tão importantes quanto qualquer outra doença. Precisamos começar a falar sobre assuntos desconfortáveis para que crianças e adolescentes parem de morrer.

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