Revista informe 2ªed final

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Informe

Revista Informativa de Ciência e Tecnologia

Saúde Alergia: Um desafio no terceiro milênio Página 16

Lentes de contato Página 4

Arte terapia Página 8


Sumário 4 Olho no olho Lentes de contato

6 Educação ambiental Educação ambiental através da coleta seletiva em escola municipal de Bagé, RS

8 Arte terapia Você já ouviu falar em arte terapia?

12 Educação – Charge animada Trabalhando com charge animada em sala de aula para entender como os alunos processam as informções

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Informe Nº 02 - Julho/2013


14 Ensino e tecnologia Projeto tecnológico naescola

16 Saúde Alergia: Um desafio no terceiro milênio

Informe Expediente Ano 01 - Nº 02 - Junho de 2013 Direção de Redação: Elenice Andersen Editoração Executiva: Ana Kátia Editoração Executiva: Douglas Lemos Revisão textual: Patricia Barbosa de Oliveira Editoração Eletrônica: Christianne Reis Chargista: Eduardo Souza Colaboradores: João Pedro Santos, Eliane Ferreira, Douglas Moraes e Andrey Silveira

A revista Informe é um projeto do Programa de Educação Tutorial PET - Letras (MEC), da Universidade Federal do Pampa. Bagé-RS Informe Nº 02 - Julho/2013

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Ao leitor ......................................................................................................... “Como vovó já dizia” não é apenas o título da música de Raul Seixas. É, também, uma expressão corrente reveladora da importância que damos ao saber popular, ao conhecimento socialmente construído. Na verdade, tudo começa com nossas queridas avós, que nos ensinam que “saco vazio não para em pé” ou que “com fogo não se brinca”. Palavras de cuidado e carinho que visam ao nosso bem-estar. Recorrer ao conhecimento socialmente compartilhado está na essência do ser humano, em sua busca constante por viver mais e melhor. Nesse sentido, o conhecimento científico também deve ter espaço nesse saber popular. Assumindo esse compromisso, com entusiasmo, apresentamos a segunda edição da revista Informe, a revista do Programa de Educação Tutorial em Letras, da Universidade Federal do Pampa (Bagé/RS), que populariza pesquisas de cunho científico, artístico e tecnológico para o público fora da esfera da ciência. Após a boa aceitação do projeto piloto, a Informe se consolida como a mais nova revista de divulgação científica. Revista de divulgação científica é diferente de revista científica. Esta se volta para o público acadêmico, com linguagem especializada. Já revista de divulgação científica é o mesmo que «popularização da ciência», pois busca fazer uma difusão do conhecimento científico, em linguagem mais informal, para o público amplo. Com base nas opiniões de nossos leitores sobre o projeto-piloto, 4

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decidimos que a revista se firmará como divulgação científica focada no bem-estar coletivo e na melhoria na qualidade de vida das pessoas. Nesta segunda edição, apresentamos textos com esse enfoque, destacando, principalmente, os relacionados à saúde e à educação. Trazemos aos nossos leitores informações importantes e atuais, como, por exemplo, informações sobre a prevenção da alergia neste inverno. Não pretendemos, com nossa revista, tomar o lugar da vovó, mas também desejamos repassar os saberes que contribuem para melhorar a qualidade de vida das pessoas, por meio da informação em linguagem acessível e sem custos. Se você gostar, espalhe por aí!

Elenice Andersen Direção de Redação pet.letrasunipampa@gmail.com

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Olho no olho

Lentes de contato

Nem todo mundo pode usar ou é bom candidato ao uso de lentes de contato. É o oftalmologista quem deve determinar quem pode usar, o grau e curvatura da lente a ser adaptada e o melhor tipo de lente a ser usado.

As

lentes de contato oferecem a pos sibilidade de um cam po de visão mais amplo, 6

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com maior fidelidade do tamanho das imagens quando comparadas com a correção óptica em óculos, especial-


mente para altos graus. Além disso, permitem ao usuário maior liberdade para a prática esportiva, uso conjunto com óculos escuros e funcionam como recurso estético interessante para algumas situações, evitando a presença dos óculos. Entretanto, representam um artefato criado pelo homem que vem a interferir, mesmo que minima mente, no delicado equilíbrio da superfície ocular. Este equilíbrio perfeito é o que garante a saúde das nossas córneas, mantendo-as livres de infecções bacterianas, fúngicas e por protozoários e nos permitindo uma boa visão. Atu-

almente, existem diversos materiais de lentes de contato, tanto no caso de lentes gelatinosas como rígidas, conferindo taxas de oxigenação diferenciadas. Essas lentes permitem tempos de uso contínuo específicos e que devem ser escolhidas conforme o caso do paciente. As características de lubrificação do olho, além da curvatura corneana e do tipo de grau do paciente, também interferem de forma decisiva no

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Olho no olho melhor tipo de lente a ser usada. Existem lentes próprias para olhos com astigmatismo, presbiopia (vista cansada), e olhos com características especiais, como portadores de ceratocone (doença degenerativa do olho na qual a córnea se torna mais fina e tem seu formato modificado), pós transplante de córnea e com cicatrizes corneanas. Estas lentes apresentam características próprias de conforto e exigem processos de adaptação diferenciados. O teste das lentes no consultório, após a avaliação de todos estes fatores pelo oftalmologista, e o exame dos olhos

já com as lentes faz parte do processo de “adaptação das LC” o que é fundamental para o início e manutenção do uso das lentes pelos pacientes. O correto uso e higienização das lentes, conforme orientado pelo oftalmologista é um processo dinâmico, que precisa de revisão semestral com o profissional, estando sujeito a novas orientações ou modificações no padrão de uso. Tudo vai depender de como os olhos estão reagindo às lentes de contato.

Apresento aqui quatro dicas, para os usuários e futuros usuários, que auxiliam na prevenção de infecções: 8

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1) Evitar o contato com qualquer tipo de água (não tomar banho de chuveiro, piscina, mar, etc utilizando as LC) – para situações imprescindíveis, retirar as lentes assim que sair do mar, por exemplo, ficando de óculos ou com um 2º par de LC.

sa do seu oftalmologista, utilizar somente a solução de limpeza para a manutenção das LC, evitando uso de soro fisiológico e, principalmente, de água de torneira.

É importante pontuar que o oftalmologista é sempre a pessoa ideal para es2) Sempre ter óculos, pois clarecer suas dúvidas sonormalmente é importante bre as lentes de contato! ficar algumas horas por dia com eles, para dar um “des- Dra. Andressa Stolz- Clínicanso” para as córneas e ca Oftalmo Centro- Porto também antes das consultas Alegre- Rio Grande do Sul Site da clinica: com o oftalmologista. http://www.oftalmocentro. 3) Não dormir com as LC! com.br/ Ao dormirmos com as pálpebras fechadas, nossas córneas já passam por estado metabólico menos privilegiado que é intensamente agravado com o uso das LC. 4) Salvo orientação diver-

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Educação ambiental na escola

Educação Ambiental através da Coleta Seletiva em Escola Municipal de Bagé, RS

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estudante do Curso Ciên cias Biológicas (9º semestre) da Universidade da Região da Campanha- URCAMP, Janaina Bonfada Rodriguez, fala sobre o seu trabalho desenvolvido juntamente com o PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) sobre Educação Ambiental em uma escola municipal. De acordo com Janaina o assunto abordado no trabalho é a Educação Ambiental e Sustentabilidade, ambos os temas extremamente impor10

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tantes na formação de crianças e adolescentes capazes de compreender a problemática ambiental que vivenciamos atualmente e com a consciência de que todos somos parte


do meio ambiente. Portanto, da Silveira, situado no bairnosso dever é preservá-lo e ro Prado Velho. Particibuscar soluções para os pro- pam do projeto alunos bolblemas já existentes. “Com sistas do PIBID e três turmas de Ensieste trano Funbalho predamental tendemos da escoimplantar A principal ferramenta la, juna coleta seda coleta seletiva é a tamenletiva dos conscientização por meio da te com a resíduos educação ambiental. Esse Coordeproduzidos trabalho pretende preparar nadora e na escola, trabalhar a os sujeitos para que possam de a Superfato, um dia, legitimar uma visora do EA de forconduta ambientalmente Projeto. ma interresponsável em sua Dentre disciplinar, comunidade. as atibuscanvidades do a parque esticipação tão sendo e integração de toda a comunida- desenvolvidas, está a implande escolar”, diz Janaina. tação das lixeiras para coleO trabalho vem sendo de- ta seletiva, confeccionadas a senvolvido na E.M.E.F. Ve- partir da reutilização de toreador Carlos Mário Mércio néis e latas de tintas descarta-

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Educação ambiental na escola das, montagem de jardins na escola com a utilização de pneus, implantação de um minhocario, para produção de adubo através do lixo orgânico proveniente da escola. Também está sendo planejada uma gincana ecológica, oficinas de reciclagem e desenvolvimento de uma horta escolar. A estudante explica que no início do projeto foi feita uma sondagem com os alunos, visando testar seus conhecimentos sobre problemas ambientais e a realidade da escola. A maioria demonstrou ter pouco conhecimento a respeito de questões ambientais, mas reconheceram que um dos grandes problemas enfrentados na escola é relativo à disposição do lixo. No entanto, não colaboravam para mudar essa realidade. A par12

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tir daí iniciaram-se os trabalhos de conscientização com várias atividades, como palestras e vídeos. “Hoje, percebemos que houve uma mudança de pensamento e uma maior colaboração dos alunos para tornar o am-


biente escolar mais limpo e agradável. Todas as experiências que experimentamos até o momento nos possibilitaram conhecer um pouco mais da prática docente e da realidade de uma escola”. É importante que as pesso-

as saibam que pequenas mudanças no seu cotidiano podem fazer muita diferença. Qualquer pessoa pode dar sua contribuição para ajudar na preservação do meio ambiente, com pequenas ações como separar o lixo em casa, reutilizar materiais que iriam para o lixo e tentar diminuir a quantidade de lixo que produzimos. “São coisas simples, mas que fazem a diferença. Basta querer ajudar e AGIR”, finaliza a futura Bióloga.

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Arte terapia Agronomia

Você já ouviu falar em arte terapia?

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aria do Carmo Marques da Silva é bacharel em artes visuais pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), cursou licenciatura na mesma área na URCAMP (Universidade da Região da Campanha), fazendo pós-graduação em arte terapia na mesma universidade. Trabalha há 26 anos com a arte em seus mais diversos suportes: desenho, pintura, escultura em madeira, pe14

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dra, ferro, couro e qualquer tipo de material que a pessoa possa transformar em arte. Segundo ela o “homem é um ser criativo, mas a sociedade pode acabar com essa criatividade de forma cruel. Estamos tão bitolados a regras que aos poucos a sociedade vai podando nossa criatividade e para algumas pessoas isso pode acarretar em traumas, tanto na infância quanto na fase adulta”.


O lado emocional que a própria arte causa Ao se formar, Maria do Carmo fundou um atelier e algumas escolas infantis de arte em outras cidades. Durante muito tempo trabalhou com a parte mais técnica da arte, ministrando cursos, mas sempre teve uma preocupação com o lado emocional que a própria arte causa nas pessoas. “A minha preocupação era saber até onde eu poderia interferir através de uma pintura ou escultura”, relata Maria do Carmo. As pessoas que a procuravam sempre vinham com o objetivo de pintar, mas traziam consigo também questões emocionais que permeavam as

conversas em seu atelier. Dessa forma minha percepção se deu por uma necessidade que as próprias pessoas traziam até o atelier, “o meu trabalho com a arte terapia se iniciou de forma intuitiva e aos poucos fui percebendo a necessidade de procurar recursos para poder contribuir com o lado emocional presente nos meus alunos. Foi então que surgiu o curso de pós-graduação em arte terapia e eu pude me especializar. Era tudo que eu desejava porque eu queria exatamente seguir no meu atelier trabalhando com os cursos junto com o lado emocional.”

A segurança do erro: a arte a serviço da terapia A arte terapia não visa à competição, mas sim à arte como ponte entre a pessoa e o seu inconsciente. Todo e qualquer trabalho

realizado tem o objetivo de trabalhar a arte e o lado terapêutico junto. “Aqui ninguém tem interesse de sair artista. As pessoas Informe Nº 02 - Julho/2013

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Arte terapia que chegam aqui com síndrome possível chegar mais perto do do pânico, algum conflito emo- paciente. Com grupos de Síndrocional ou com qualquer tipo de me de Down trabalha-se o confobia, eu desenvolvo através da trole emocional e a socialização arte um processo de cura”. A de acordo com o perfil de cada terapia é dividia em grupos de um. É possível trabalhar tamacordo com suas especificida- bém a parte da musculatura cordes. Com grupos de adolescentes poral, a fonologia em conjunto trabalha-se com questões de ta- com o desenvolvimento da alfabus, julbetização gamenatravés da tos entre A arte terapia tem como objetivo pintura, expressar as emoções através do do deseoutros t e m a s , processo criativo, ou seja, o uso da nho e ham a s arte como terapia. Apesar de ser bilidades s e m p r e uma atividade milenar, enquanto de leitura através e escrita. campo de estudo, se desenvolveu de alguTrabalhahá cerca de 60 anos. ma atise com vidade um conartístijunto de ca. Muitas vezes esse processo atividades que é incorporado a não é verbal e isso ajuda mui- uma atividade artística, que vai to, porque quando a pessoa ver- desenvolver as múltiplas habilibaliza, ela pode colocar opi- dades. “Por exemplo – é possíniões que não são dela, porém vel trabalhar uma letra através através do desenho e da pintura da cor, da imagem, fazendo com o indivíduo se retrata. A partir que o paciente fa-le mais a resdisso, faz-se uma análise e um peito e trabalhe ao mesmo temtrabalho de acompanhamento. po a verbalização, aos poucos Através dessas abordagens é ele vai debatendo comigo, vai

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adquirindo autonomia e compreendendo que ele pode dizer sim e não”. Muitas vezes trabalho em conjunto com psicólogos que me mandam pacientes para trabalhar a parte terapêutica em conjunto, num complemento de um atendimento psicológico com o diferencial de que o paciente não precisa verbalizar. Os grupos de trabalho são formados de acordo com os perfis de cada um, com isso, ocorre uma troca entre os pacientes. O terapeuta nesse processo é uma ponte entre a pessoa e o seu inconsciente. Esse elo entre o paciente e o terapeuta faz com que a pessoa perceba aos poucos o que está acontecendo com ela. “Eu não dou respostas, eu faço com que elas achem as suas respostas. A arte e a pintura em si te trazem segurança e confiança para dizer que tu podes. “A arte por si só é terapêutica”. Seria muito bom se todas as pessoas tivessem uma atividade artística, não é ser artista, mas sim uma atividade artística. Quando somos crianças, somos encorajados pelos nossos pais a exercitar o lado lú-

dico, mas quando ingressamos na escola perde-se muito dessa atividade expressiva e passa-se a se trabalhar mais a parte lógica. A perda da expressão natural pode acarretar em problemas emocionais, pois a arte cria uma autonomia para o sujeito na sociedade. O contato com as artes em geral não só na pintura mas no teatro e demais artes proporciona uma segurança e autonomia para lidar com os problemas da vida e do mundo. “As pessoas muitas vezes procuram o atelier porque elas não se sentem mais úteis à sociedade. Principalmente para as mulheres, que muitas delas dedicaram uma vida à família e então os filhos crescem, elas ficam viúvas e se encontram sozinhas em casa. Essas pessoas chegam aqui se sentindo vazias, elas não sabem se doar para si mesmas, mas quando começam um desenho, pintura ou escultura e percebem que aquele desenho já parece alguma coisa, elas começam as e doar e a ocupar o espaço delas” – comenta Maria do Carmo. Informe Nº 02 - Julho/2013

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Arte terapia

Curiosidades

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arte sempre foi tema de reflexão, seja do inconsciente coletivo ou da vida, as noções e definições de arte foram se modificando de acordo com as transformações do homem e da sociedade. Das pinturas rupestres e desenhos feitos pelos primeiros homens que habitaram a terra aos egípcios, gregos, romanos, mesopotâmicos, que construíram, pintaram e representaram o seu cotidiano e seus mitos. Da arte sacra do período medieval ao surrealismo de Salvador Dali, que nos faz viajar por paisagens, sonhos e fantasia. Da arte conceitual de Marcel Duchamp em que um mictório reproduz um discurso à pop arte

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de Andy Warhol. Das grandes instalações das artes contemporâneas, em que além de olhar as obras artísticas é possível também entrar, provar, sentir e vivenciar a arte tão presente e tão sublimada em nossa cultura.


A arte na história

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egundo Platão as obras de arte não eram mais que cópias de modelos em que a alma captara a dimensão do mundo das perfeições, ou seja, a arte era apenas uma cópia do mundo ideal. Já Aristóteles introduziu o conceito de mimeses, em que as produções artísticas se situavam entre o imaginário e a imitação da realidade, segundo ele a expressão artística é o poder de representar a beleza idealizada, sendo o artista detentor do poder de copiar e corrigir a natureza. Arthur Schopenhauer, filósofo francês que viveu no século XIX, nos diz que “o artista nos permite contemplar o mun-

do por seus olhos”. Fixo-me nesta citação para elencar no papel da arte enquanto discurso da materialidade para se entender o “outro”. O psicanalista Carl Gustav Jung vai definir a arte como “a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida”.

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Educação – charge animada

Trabalhando com charge animada em sala de aula para entender como os alunos processam as informções Pesquisa investiga como os alunos processam as informações ao assistirem a charge animada.

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uito já vem sendo discutido sobre o uso de novas mídias no processo de aprendizagem dos alunos. Elas podem facilitar a compreensão dos conteúdos, pois estão presentes no cotidiano dos discentes. 20

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Preocupado em saber como os alunos processam as informações que recebem nos textos que leem em sala de aula, o acadêmico do Curso de Letras e bolsista do Programa de Educação Tutorial, Douglas Moraes Machado,


da Unipampa Campus Bagé, investiga por meio da charge animada, como os alunos processam as informações que assistiram na charge. Nas aulas de Língua Portuguesa, há uma dificuldade preocupante, por parte dos professores: os alunos não conseguem ter um olhar para além do texto escrito e/ ou falado, ou melhor, a chamada linguagem verbal que é a comunicação mais presente em nosso cotidiano. Hoje, para compreendermos muitas coisas no cotidiano, precisamos nos atentar para ou-tro tipo de linguagem: a não-verbal, que é transmitida através da cor, da ex-

pressão facial e símbolos. Foi pensando nesses dois tipos de linguagem que o bolsista lançou a proposta de investigar como e o que é processado de informação, pelos alunos, ao assistirem uma charge animada, com temática interessante e totalmente ligada ao dia-a-dia dos discentes. Douglas diz que a charge animada possui uma série de recursos interpretativos, como som, cor, luz, expressão facial, ritmo, palavra escrita e falada. Foi assim que considerou a charge animada como objeto de sua pesquisa, uma vez que nela, todos os elementos (verbais e Informe Nº 02 - Julho/2013

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Educação – charge animada não verbais) vêm integrados para fazer sentido ao texto. As charges animadas são interessantes para serem trabalhadas em sala de aula, pois tratam de assuntos do cotidiano de uma forma irônica e divertida. Seu intuito é provocar o riso através de criticas a assuntos do dia-a-dia. Esse gênero midiático propicia uma motivação ainda maior nos alunos, pois além de estar disponibilizado na internet, é divertido e instiga os alunos. A charge animada foge da monotonia das aulas tradicionais de Língua Portuguesa onde em alguns casos os alunos se deparam com textos descontextualizados que escapam de seu interesse, muitas vezes focados na gramática e não na compreensão aprofundada do mesmo, diz Douglas. Os alunos sentem dificuldades 22

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ao processar as informações não verbais, pois pouco se é trabalhado em sala de aula. Para este estudo o acadêmico se baseou nas Ciências Cognitivas, mais precisamente nos aspectos da atenção, motivação e percepção dos alunos ao processarem as informações da charge animada assistida. A primeira etapa do projeto foi um estudo de caso, aplicado com cinco alunos, e os resultados apontaram para a hipótese do pesquisador: embora os alunos tenham contato com as mídias e as tecnologias da informação e comunicação, não conseguem processar o mínimo das informações presentes na charge. Neste primeiro estudo, apenas 10% das informações processadas foram oriundas da integração de elementos verbais e não verbais ou de


elementos não verbais dissociados como, por exemplo: o som, sendo que a charge assistida se tratava de uma música bastante conhecida pelos alunos. 90% das informações processadas estão focadas na linguagem escrita ou falada. Indico o gênero charge animada para ser trabalhado em sala de aula, pois é um gênero atrativo, interativo, que desperta o interesse e a motivação do aluno, além de que nele, os elementos verbais e não verbais aparecem integrados, podendo auxiliar os

alunos no desenvolvimento da capacidade de processarem as informações que vão além da palavra escrita ou oral. Isso pode ser feito também em casa com pais e filhos, para que possam entender o que mais chama a atenção de cada um, não necessariamente com a charge animada, mas também, com filmes, imagens, placas, outdoors, etc. O bolsista irá ampliar o número de informantes para que possa aprofundar os estudos sobre o tema.

“A mente humana tem a capacidade de receber, armazenar, recuperar e transmitir informações”.

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Ensino e tecnologia

Projeto tecnológico na escola

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s professoras da rede muni- cação e comunicação com fala. cipal, Valéria Borba e Mi- O software permite a criação de chela Silveira, trabalham com atividades educacionais de acorum programa de computador do com o interesse do currículo que se destina especificamente e com recursos de acessibilidaà ampliação de habilidades de de personalizados. É possível comunicação. Esse programa se encontrar mais de 350 modelos de pranchas chama Boque permitem a r d m a k e r. Ele é um criar, com Projetos como software muita faciliesse visam ao que permidesenvolvimento pedagógico dade, novas te a criação atividades do aluno, criando, assim, de inúme- um programa de atendimento educacionais ros recurpara serem educacional especializado sos de coutilizadas pe(AEE Projetos). municação los alunos no alternativa computador. e atividades O acesso poeducacionais com acessibilida- derá ser realizado através de tede, como cartões e pranchas de clado, mouse e acionador com siscomunicação. Este programa tema de varredura. As pranchas transforma o computador em de comunicação alternativa seruma poderosa ferramenta de edu- vem para auxiliar vários tipos de

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N.E (necessidades especiais), mas os alunos com N.E referente à fala são os maiores beneficiados pelo uso dessa tecnologia assistiva, pois sem essa tecnologia seria praticamente inviável a interação do aluno em sala de aula. Se um aluno, com a fala comprometida, estiver com sede, ele pode clicar em um ícone que irá emitir uma fala: estou com sede. E se esse mesmo aluno estiver com alguma dúvida

referente ao conteúdo, ele pode clicar em um ícone que corresponda ao comando sonoro “não entendi”, “tenho dúvidas” ou algo semelhante. Claro que esse é apenas um exemplo, pois existem vários comandos que fazem com que o computador verbalize o que o aluno quer. Se você se interessou pelo assunto, pode encontrar maiores informações a respeito desse software nesse link: http://www.clik.com.br/ca/

Valéria Undagarim Borba se formou em Pedagogia na UERGS Educadora especial na UFSM Educação especial práticas inclusivas no Portal Faculdade (pós). Mestranda em educação e Gestão em educação. Michela Lemos Silveira possui o Curso Normal Formou-se em Educação Especial na UFSM Atendimento educacional especializado com ênfase em deficiência intelectual - Portal Faculdade (pós). AEE - UEM (pós) - Paraná.

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Saúde

Alergia: Um desafio no terceiro milênio

É essencial buscar auxílio médico para investigar as causas das alergias e adotar medidas necessárias que garantam o bem-estar. Vale lembrar que o tratamento visa o controle dos sintomas já que, infelizmente, até hoje não se descobriu como curá-la de forma definitiva.

” Dr. Luiz Antônio de O. Duarte CRM 5631 – Clínica Médica

Associado a: Sociedade Brasileira de Alergia e Imunoterapia (SBAI) Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) INTERASMA (internacional Association of Asthmology)

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ma das áreas da medicina que mais evoluiu em conhecimento foi sem dúvida a área relacionada aos processos alérgicos. Porém, apesar de todo progresso, as alergias tem aumentado sua frequência e morbidade e isso acontece a nível mundial. Diversas teorias têm tentado explicar o porquê desta tendência, e entre as mais aceitas são: - A poluição teria efeito direto em aumentar os quadros alérgicos; - Hoje o diagnóstico tem maior precisão se é alergia ou não; - Diminuição do tempo de amamentação; - Maior permanência em ambientes fechados com consequente aumento de exposição a ácaros da poeira domiciliar e fungos no ar. - Diminuições de infec-

ções e aumento indiscriminado de antibióticos em crianças; - Automedicação; - Contato precoce com fumaça do tabaco (cigarros, charuto, cachimbos). Na verdade não sabemos o fator causal do aumento do número de alérgicos, mas o problema está aí e é necessário enfrentá-lo como um desfio. Entre os processos alérgicos mais frequentes podemos citar: Alergias respiratórias (rinite alérgica, asma); Alergias dermatológicas (dermatite atópica, urticária, Eczema de contato); Outras alergias (alergia ocular, alimentar, etc.). A prevalência da rinite alérgica a nível mundial pode variar estatisticamente des-de baixas taxas (Indonésia 3%), até taxas muito altas (MéxiInforme Nº 02 - Julho/2013

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Saúde co 47%). No Brasil o percentual fica em torno de 17%. Para que ocorra o processo alérgico é necessário que a pessoa possua uma condição genética transmitida de seus ancestrais (atopia), e que exista algo que ainda não sabemos muito bem o que é, e que sirva de gatilho pra desencadear a alergia. Esse “algo” pode ser uma exposição a uma quantidade muito grande de alérgenos (substância causadoras de alergia), um processo infeccioso, um trauma emocional, uma reação a medicamentos, etc. Um capítulo a parte é a reação do organismo aos medicamentos, que apesar de não ser uma alergia propriamente dita, causa danos sérios podendo ser fatal. Essas reações podem ocorrer com 28

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qualquer medicamento (inclusive os chamados “caseiros”), mesmo em doses muito pequenas as reações podem ser muito severas a medida em que a pessoa insiste em tomar o remédio (analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos, laxantes, etc.). A asma que algumas pessoas chamam de bronquite) é uma doença que pode ser causada por diversos fatores, sendo que na infância 80% tem como causa básica um fundo alérgico. E bastante frequente associar vários processos alérgicos em um mesmo indivíduo (conjuntivite, rinite, asma). A rinite alérgica acomete 75% das crianças com asma. A dermatite atópica também apresenta uma relação frequente com asma. A urticária (manchas avermelhadas na pele que coçam


muito) é uma doença bastante Automedicação; comum, 20 % da população O fumo e que fumem na sua teve, tem ou terá urticária em casa. algum período da vida. Os casos aparecem com maior incidência em adultos po- Em casos de dendo ser desencadeadas por alergias a qualquer substância, geralmente substâncias ingeridas. ácaro,

Como tratar processos alérgicos:

fungos e ou animais tomem as seguintes providências:

- Controle de ambiente (evitar contato com o agente causador da alergia); - Tratamento com medica- - Manter a residência ventilada e dormir em quarto bem mentos (oral e ou local); - Imunoterapia (vacinas arejado; para alergia). - Limpar diariamente a residência e os locais onde mais Deve-se evitar: se usa, limpar os móveis, esquadrias e assoalhos com Informe Nº 02 - Julho/2013

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Saúde pano úmido. Não usar espa- ra; nador ou pano seco; - Não usar cobertores de lã - O dormitório de pessoas ou penas. Usar acolchoados alérgicas não pode haver, de de náilon; preferência, tapetes, cortinas, carpetes, almofadas, ob- - Não usar agasalhos de lã. jeto de pelos e penas, casa- Usar agasalhos de gabardina, cos, cobertores, estantes de nílon, malhas de seda ou algodão, couro, pelica, camurlivros, etc; ça, etc. Em se tratando de - Evitar ambientes fechados crianças de colo, as pessoas por longo tempo, tais como que tiverem contato com as biblioteca, almoxarifado, po- mesmas (pais, irmãos, babás, rão, sótão, adegas, estábulos, etc.) devem evitar o uso de lã; cocheiras, galinheiros, etc; - Evitar a presença de animais domésticos dentro de casa; - A pessoa alérgica não deve espanar, varrer, arrumar camas, gavetas, estantes, etc. Não deve permanecer em casa nas horas de limpeza, não sendo possível usar máscara de proteção contra poei30

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- Revestir o colchão e o travesseiro com material impermeável (plástico, oleado, courvin, ou capas de proteção especial). - Fazer o mesmo com as demais


pedra, talco e serragem; camas do quarto; - Evitar ambientes úmidos e o manuseio de objetos e roupas - Não usar pastilha antimofo, guardadas por longo tempo; por serem irritantes brônquicos potentes. Caso haja de- Não fumar e evitar estar senvolvimento do mofo usar fungicida quaternário (Amôperto de fumantes; nia) ou antimofo descartável - Levar vida ao ar livre, pra- ou elétrico. ticar esportes e caminhar cerca de uma hora diariamente; - Não aplicar em casa nenhum inseticida. Evitar odores ativos como: perfumes (inclusive de sabonetes), desinfetantes, ceras, gasolina, querosene, óleos, fumaças em geral, formol, amônia, éter, tintas, etc. Não permanecer em casa pintadas recentemente; - Evitar entrar em contato com pó de arroz, de giz, de Informe Nº 02 - Julho/2013

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Charge

A tecnologia...

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Informe Nยบ 02 - Julho/2013


Informe - Revista Informativa de Ciência e Tecnologia Grupo PET Letras - Unipampa - Bagé RS

Iniciativa:


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