Revista informe 1ª edição

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INFORME

Revista Informativa de Ciência e Tecnologia

Desenho animado na sala de aula! PÁGINA 14

“Conheça o Bioma Pampa!”

O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado à biodiversidade apresentando flora e fauna próprias. PÁGINAS 18 A 21

Crianças em idade escolar sabem transportar o seu material? PÁGINA 22


Sumário

História

6 Comunidades negras tendem desaparecer

Agronomia

10 Agricultura Familiar: Uma Legitimidade Social

Informe Ano 01 - Nº 01 - Setembro de 2012 Direção de Redação: Elenice Andersen Editoração Executiva: Ana Kátia Editoração Eletrônica: Christianne Reis A revista Informe é um projeto do Programa de Educação Tutorial PET - Letras (MEC), da Universidade Federal do Pampa. Bagé-RS.

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Letras

14 Desenho animado na sala de aula Biologia

Preservando as paisagens 18 naturais do Pampa Fisioterapia

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Crianças em idade escolar sabem transportar o seu material?

OpiniĂŁo

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Mochilas pesadas e os riscos de problemas posturais

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Ao leitor ......................................................................................................... Desde muito cedo, nos acostumamos a ouvir: “Isso foi comprovado cientificamente”. São essas as palavras que, com frequência, usamos para dar a garantia de que uma informação é verdadeira. Leva algum tempo até entendermos que a grande descoberta científica de agora poderá ser contestada amanhã, que reviravoltas na ciência fazem parte do processo de construção do conhecimento. Custamos a compreender que cada descoberta de hoje é um passo para uma nova, e talvez diferente, descoberta no futuro. O fato é que o saber científico desperta a nossa curiosidade. Queremos conhecer as últimas novidades da ciência e da tecnologia para, quem sabe, vivermos mais, compreendermos melhor o mundo ou nos comunicarmos de modo mais adequado. Daí que programas como Globo Repórter e revistas como Superinteressante têm altos índices de audiência e de tiragem. É nesse contexto de divulgação científica que pensamos a Informe! Nosso objetivo, porém, é mais modesto: popularizar pesquisas de cunho científico, artístico e tecnológico que são divulgadas no universo acadêmico, mas que não chegam ao público fora da esfera da ciência. Para nós, o que vale é informar sobre as pesquisas, levando, por meio de uma linguagem mais acessível – e sem custos, a informação à comunidade. Esta revista é parte de uma reflexão maior sobre as relações entre lingua4

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gem e tecnologia, projeto financiado pelo Programa de Educação Tutorial (MEC), desenvolvido na Universidade Federal do Pampa. Com a própria revista, também fazemos ciência, investigando formas estratégicas de comunicação que promovam a circulação do conhecimento por meio de recursos tecnológicos. No entanto, precisamos ter em mente que o saber científico que divulgaremos não abrange apenas as chamadas ciências duras (Química, Física, etc.), mas também as ciências humanas. E, por falar em saber científico, pesquisas sugerem que o cérebro humano processa melhor a informação quando se combinam comunicação verbal e visual. Assim, nossa revista primará pelo uso exploratório da comunicação visual, integrada à verbal, para informar melhor. Nesta primeira edição piloto, celebraremos exclusivamente pesquisas desenvolvidas em nossa casa, a Unipampa, especialmente as do Programa de Educação Tutorial, financiadas pelo MEC. Como dissemos no início, ciência não é verdade; é parte da verdade. Mas uma parte que devemos (todos!) conhecer. Se você gostar, espalhe por aí. Elenice Andersen Direção de Redação pet.letrasunipampa@gmail.com Informe Nº 01 - Setembro/2012

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Hist贸ria

Comunidades negras tendem a desaparecer

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Pesquisa investiga

comunidades negras do Rio Grande do Sul

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História

Comunidades negras ten- as comunidades negras do Rio dem a desaparecer. Estudo Grande do Sul e dar visibilidesenvolvido na Universida- dade a este movimento social. de Federal do Pampa, campus “As comunidades negras do Rio Grande Jaguarão, redo Sul são covela que as munidades pecomunidades negras ten- O ensino de História quenas, com problemas dem a desapa- da África através de fundiários”, recer porque oficinas são bem conta Adelas pessoas aceitos pelos alunos e mir Fiabani, jovens estão ajudam muito coordenador saindo para projeto. os centros no combate ao racismo do São núcleos urbanos por e discriminação. que surgiram falta de alterem decorrênnativas na cocia da escramunidade. A vidão, onde pesquisa, intitulada “Comunidades negras as pessoas vivem em estado do Rio Grande do Sul: Histó- de pobreza, pois nunca foram ria, cultura, educação e poten- integradas aos projetos de decial turístico”, busca estudar senvolvimento do país. O mais

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grave é há poucas políticas públicas em relação às comunidades negras no Rio Grande do Sul e ainda não há projetos para o desenvolvimento dessas comunidades em longo prazo. O projeto, que faz parte do Programa de Educação Tutorial (PET- História da África), financiado pelo MEC, também trabalha pela implementação da Lei 10.639/03. Essa lei torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas públicas e particulares de ensino fundamental e médio. De acordo com Adelmir Fa-

biani, o ensino de História da África por meio de oficinas é bem aceito pelos alunos e ajuda muito no combate ao racismo e discriminação. Porém, a maioria das escolas apresenta dificuldades na implementação da Lei, porque são necessários cursos de formação aos professores que contribuam para novas formas de apresentar os conteúdos sobre a história do negro no Brasil. Exatamente por isso, o projeto oferece oficinas, palestras e cursos de formação aos educadores, com ênfase na educação para as relações étnico-raciais.

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Agronomia

Agricultura Familiar: Uma Legitimidade Social

Pesquisa investiga o perfil da agricultuta familiar da regiĂŁo de Itaqui 10

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“ Grande parte das

olerícolas (verduras e frutas) comercializadas no município de Itaqui são compradas de distribuidoras de Porto Alegre ou de São Paulo. É de extrema importância que a agricul tura familiar da região venha a ocupar esse nicho de mercado.

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Agronomia

T

ransformação. Essa é a palavra-chave para definirmos o momento atual das pequenas comunidades rurais. A agricultura familiar vem ganhando cada vez mais legitimidade social. Hoje, nas prateleiras dos supermercados, podemos encontrar uma diversidade de produtos oriundos dessas comunidades, com marca própria e registro nos órgãos oficiais de defesa sanitária. Entendendo que a produção agrícola necessita crescer e atualizar esse processo de inserção no mercado, pesquisa vinculada ao grupo PET Agronomia da UNIPAMPA, realiza entrevistas com os produtores da agricultura familiar da região de Itaqui – RS. A pesquisa busca a construção de um perfil desses produtores e a criação de projetos de extensão voltados às necessidades dos grupos de agricultores. Já foram realizadas aproximadamente 90% das

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entrevistas e mapeadas as localizações das propriedades, identificando quais são as olerícolas cultivadas (cultura de legumes e frutas), como é a água utilizada para a irrigação, quais são as condições sociais e econômicas das famílias, qual é o número de trabalhadores na propriedade e como são as formas de comercialização dos produtos. “Grande parte das olerícolas (verduras e frutas) comercializadas no município de Itaqui são compradas de distribuidoras de Porto Alegre ou de São Paulo. É de extrema importância que a agricultura familiar da região venha a ocupar esse nicho de mercado” – comenta Luciana Zago Ethur, coordenadora da pesquisa. A depender da pesquisa, a agricultura familiar de Itaqui passará por um processo de valorização do desenvolvimento local, de preservação da tradição da agricultura fa-


mília e de promoção de diversas oportunidades de trabalho. Afinal, é da terra que sai o sustento de quem vive no campo.

Estufas como esta são construídas com apoio técnico da Secretaria de Agricultura

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Letras

Desenho animado na sala de aula

“ Não se pode esperar que os novos alunos do século XXI

se adaptem a métodos ultrapassados de aprendizagem. Fazer isso seria regredir. São os professores que precisam ser constantemete renovados e atualizados desde suas metodologias de ensino até as ferramentas que viabilizam esse ensino.

Produção de mídias na escola aproxima o ensino de língua materna à vida real 14

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Ninguém

pode negar que a tecnologia tem invadido nossas vidas ao longo destas últimas três décadas. O uso do computador e da internet tem se tornado cada vez mais comum no cotidiano. Também não se pode negar a necessidade de que essas tecnologias sejam aplicadas à educação para aproximar a escola da vida real. Pensando nisso, projetos de pesquisa relacionados à tecnologia educacional têm sido desenvolvidos no campus Bagé da Universidade Federal do Pampa. Os projetos, coordenados pela professora Elenice Andersen, são vinculados ao Programa de Educação Tutorial do Curso de Letras, pro-

grama financiado pelo MEC, e investigam o processo de levar para a sala de aula tecnologias da informação e da comunicação, de modo que os alunos possam produzir mídias diversas para desenvolverem competências comunicativas necessárias à contemporaneidade. Entre as pesquisas desenvolvidas no programa, pode-se destacar a do bolsista Eduardo Souza Pinto, que explora a produção de roteiros de apoio para a produção de sequências audiovisuais e visuais, tais como o desenho animado. Apesar de constatar que métodos tradicionais de ensino ainda se fazem presentes nas escolas, o bolsista defende que o aluno

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Letras desta geração, deste século, é outro. “O dinamismo e a facilidade para obter e selecionar as informações que são disponibilizadas é uma das principais características dessa ‘nova remessa’ de discentes, os ‘nativos digitais’. Em outras palavras, não se pode esperar que os novos alunos do século XXI se adaptem a métodos ultrapassados de aprendizagem. Fazer isso seria regredir. São os professores que precisam ser constantemente renovados e atualizados desde suas metodologias de ensino até as ferramentas que viabilizam esse ensino” – argumenta. Contudo, o acadêmico reconhece que, para que essa mudança se realize, será necessária uma grande reforma na formação pedagógica, incluindo especializações nas áreas das tecnologias da informação e comunicação.

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Ainda sim, defende essa reforma como mais conveniente do que prostrar toda uma geração, a “nativa digital”, aos métodos de aprendizagem aos quais nossos pais e avós foram submetidos. Eduardo, que recentemente recebeu o prêmio de Júri Popular no 5º Festival First Shot pela produção do curta “Derrareiro”, ganhou uma bolsa de estudos integral para o “Intensivo de Férias – Cinema Digital”. O First Shot, criado e produzido pela Academia Internacional de Cinema, visou captar e selecionar curtas produzidos por pessoas de qualquer lugar do Brasil. Foram aceitas obras em qualquer formato, com duração máxima de 15 minutos de temática livre. Com a vitória e com o curso intensivo, o acadêmico promete tornar ainda mais elaboradas as pesquisas no interior do PET - Letras.


Sala de aula, tecnologia e desenho animado

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Biologia

Preservando as paisagens naturais do Pampa

Pesquisa investiga o estado de preservação das paisagens naturais do Pampa conscientizando a população para a importância dessas áreas.

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“As UCs [Unidades de

Conservação] existentes mostram-se insuficientes em relação à conservação do bioma e necessitam, ainda, de um melhor gerenciamento, uma vez que algumas delas encotram-se praticamente curso de Ciên As paiem estado de abandono ou cias Biológicas sagens natuinexistência. da Universidarais do Pampa de Federal do são variadas, Pampa, campus de serras a planícies, de morros rupestres São Gabriel, investiga e avalia a a coxilhas. Em meio a essa di- situação preservacional das Universidade, um tipo de vegeta- dades de Conservação (UCs) do ção é predominante. É o que bioma Pampa, visando uma proconhecemos por “bioma”. teção mais efetiva desse bioma. A pesquisa, que é vincula O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado da ao Programa de Educação à biodiversidade apresentando Tutorial – PET Bio – programa flora e fauna próprias. Saben- financiado pelo Ministério da do da importância dessas áre- Educação, constatou a existênas, um grupo de estudantes do cia de 14 UCs na área referente

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Biologia ao bioma Pampa no Estado do Rio Grande do Sul. Destas, 12 são unidades de proteção integral, distribuídas da seguinte forma: quatro reservas biológicas, um parque nacional, cinco parques estaduais, um refúgio de vida silvestre e uma estação ecológica. As outras duas áreas são unidades de uso sustentável, compostas por duas

áreas de proteção ambiental. A pesquisa revelou, ainda, que, do total das 14 UCs, sete encontram-se com status de implantadas e sete com status de criadas. Assim, ainda que preliminarmente, pode-se constatar que a porcentagem real de área de bioma Pampa preservada em UCs é, provavelmente, inferior à estimativa inicial.

Infográficos: Unidades de conservação do Pampa do Rio Grande do Sul

Figura 1: unidades de conservação do bioma Pampa no RS, a par tir da sobreposição dos respectivos mapas. Os números correspondem às Ucs descritas no Quadro 1. * A unidade 15 pertence ao bioma Mata Atlântica. 20

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Por essa razão, as UCs existentes seriam insuficientes em relação à conservação do bioma e necessitariam, ainda, de um melhor gerenciamento. “Algumas delas encontram-se praticamente em estado de abandono ou inexistência”, afirma Fabiano Pimentel Torres, coordenador da pesquisa e tutor do PET Bio. Visando uma proteção mais efetiva deste bioma, os pesquisadores acreditam na necessidade de expansão do número de UCs, levando em conta, principalmente, as áreas

prioritárias para a conservação da biodiversidade no pampa. No Brasil, o bioma Pampa está restrito ao Rio Grande do Sul, onde ocupa 176.496 km2 – o que corresponde a 63% do território estadual e a 2,07% do território nacional. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a proporção de área protegida no bioma Pampa brasileiro é de 3,6%; porém, estima-se que somente 1% da área está protegida na forma de unidades de conservação.

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Fisioterapia

Crianças em idade escolar sabem transportar o seu material?

Livros,

Pesquisa avalia o nível de conhecimento dos escolares sobre a maneira correta de transportar o material escolar.

pastas, cadernos, lanche. Só com esses itens básicos, a mochila do estudante já apresenta um peso bem significativo. Somados a outros materiais, como objetos eletrônicos, brinquedos e roupas, o peso pode ultrapassar o recomendado por fisioterapeutas e ortopedistas e

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se tornar um grave problema. Além de dores nas costas, pode gerar consequências irreversíveis em longo prazo nas crianças. Percebendo o problema, o Programa de Educação Tutorial Conexões – Fisioterapia, da Universidade Federal do Pampa, campus Uruguaiana, desenvolve uma pesquisa que avalia


A forma como a criança transporta o material escolar influencia na postura corporal e pode provocar o surgimento de alterações posturais e interferir no desenvolvimento da criança.

” o nível de conhecimento dos estudantes sobre a maneira correta de transportar o material escolar. A pesquisa verifica, ainda, a forma como eles transportam esse material. Para o coordenador da pesquisa, professor Franck Maciel Peçanha, além do peso, a forma como a criança transporta o material escolar influencia na postura corporal e pode provocar o surgimento de alterações posturais e interferir no desenvolvimento da criança. Os resultados da pesquisa apontam que a maioria das crianças avaliadas conhece o modelo adequado de mochila e a forma correta para

transportar o material escolar. No entanto, muitas crianças ainda o transportam de forma incorreta. Frank destaca a importância de as crianças, bem como os professores e os pais, saberem que, para o transporte correto do material escolar, é necessário que esse material seja transportado em mochila com duas alças (nos dois ombros) ou em mochila com rodinhas (desde que esta seja empurrada) e que o peso transportado não pode ultrapassar a 10% do peso da criança. Desse modo, uma criança de 25 kg, por exemplo, deve transportar, no máximo, 2,5 kg.

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Opinião

Mochilas pesadas e o risco de problemas posturais Dra. Marcia Cristiane Perretto Medina (Paraná/PR) Bacharel em Fisioterapia, Especialização em Fisioterapia Manual Ortopédica, Doutora em Fisioterapia com foco em Ortopedia e Fisioterapia Desportiva

A

cada ano letivo milhões de crianças andam a pé até a escola carregando mochilas cheias de livros e materiais. Os pais devem estar atentos, porque uma mochila pesada pode causar dores nas costas de suas crianças. Seguindo algumas orientações e usando bom senso se pode evitar este tipo de problema. A questão é que usando uma mochila nossos filhos conseguem carregar às vezes até mais do que o necessário.

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O risco, no entanto, é a sobrecarga, que pode causar lesões no pescoço, costas ou ombros. As mochilas sobrecarregadas e carregadas por nossas crianças podem comprometer a postura e levar a futuras lesões da coluna vertebral, de acordo com pesquisadores que estudaram os efeitos da fadiga e da carga sobre a postura de crianças de 8-9 anos de idade que carregam mochilas. Os especialistas sugerem limitar o peso das mochilas para


não ajustam 10 por cento seus pasdo peso corporal de uma O hábito de carregar sos quando se cansam, criança, ou mochilas sobre um mas comtra pesquisa só ombro pode causar pensam o recente indi um stress muscular peso descou que esse excessivo em um proporciopeso pode nal da mocomprome dos lados para chila com ter a postu- compensar o peso uma alterara e o modo desigual. ção postural de caminhar dramática das crianças. projetando a Quase 25% dos jovens estudantes carregam cabeça para frente do corpo altemochilas com peso superior a rando todo o alinhamento da co20% do seu peso diariamente, luna; um estresse no corpo que e vários são atendidos em sa- pode ter efeitos imediatos sobre las de emergência todos os anos a postura e que, se ignorado, devido a lesões relacionadas eventualmente levará a danos de ao peso de suas mochilas. Pela longo prazo à coluna vertebral. A coluna vertebral tem como primeira vez, os pesquisadores examinaram a rapidez com que característica funcional compenas crianças fadigam quando ca- sar qualquer carga aplicada a ela minham com mochilas pesadas. por um longo período de temEles descobriram que as crian- po. Mochilas pesadas podem: - Levar uma pessoa a incliças, ao contrário dos adultos,

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Opinião nar para frente, reduzindo o equilíbrio e tornando mais fácil cair; - Distorcer as curvas naturais no meio e na parte inferior costas, causando tensão muscular e irritação nas articulações da coluna e das costelas; - Causar arredondamento dos ombros. O hábito de carregar mochilas sobre um só ombro pode causar um stress muscular excessivo em um dos lados para compensar o peso desigual. A coluna vertebral se inclina para o lado oposto, ressaltando a curvatura torácica e as costelas mais de um lado que do outro. Este tipo de desequilíbrio muscular pode causar tensão muscular, espasmos musculares e dores nas costas em curto prazo e acelerar o desenvolvimento de problemas mais tarde, se não forem corrigidos. O peso também pode exercer um estresse excessivo nos músculos do pescoço, con-

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tribuindo para a dor de cabeça, dor de garganta e dor nos braços. Embora existam poucos estudos na literatura médica que ainda não estabeleceram orientações específicas com relação aos parâmetros das mochilas para evitar dores nas costas, os pais podem usar o senso comum para reduzir a chance de que seus filhos venham a sofrer dores nas costas devido ao peso de suas mochilas. Procure mochilas com um desenho que ajudem a reduzir a chance de dores nas costas: - Material leve (tela ao invés de couro), mochilas com duas alças acolchoadas com uma largura de no mínimo 2 polegadas e com alças ajustáveis; - Parte posterior da mochila que está em contato direto com a coluna vertebral deve ser acolchoada; - Compartimentos individualizados, cinta que amarre a


mochila ao redor do quadril, isso ajuda a redistribuir o peso da mochila entre os ombros e a pélvis; - Rodas para que a mochila possa ser puxada e vez de carregada; - Ensine seus filhos a colocar dentro da mochila só o necessário, e a maneira correta de carregar a mochila para evitar dores nas costas ; - Sempre usar as tiras em ambos os ombros e sobre as costas em vez de usá-la sobre um ombro; - Coloque objetos mais pesados na mochila primeiro para que estejam localizados mais em baixo e mais próximo ao corpo; - Preencha compartimentos de forma que a carga seja distribuída uniformemente por toda a mochila e para que os itens não

mudem de posição durante o movimento; Se necessário carregar na mochila objetos pontiagudos, como uma tesoura, por exemplo, tenha certeza que eles estejam acomodados entre outros itens mais volumosos para que não entrem em contato com a parte traseira da mochila e possivelmente cause uma lesão na pele; - Ajuste as alças para que a mochila sirva confortavelmente ao corpo da criança, assegurando-se que a parte inferior

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Opinião da mochila esteja 2 polegadas acima da cintura e mantendo o topo, logo abaixo da base do crânio; não carregue a mochila muito embaixo perto dos glúteos; - Levante a mochila do chão, usando os músculos das pernas e mantendo -a junto ao corpo, e não se dobrando pela cintura com os braços estendidos; - Não se incline para frente ao caminhar; se isso for necessário, é porque a mochila está muito pesada; - Mantenha-se atento ao peso carregado pelos seus filhos na mochila para reduzir as chances de dores nas costas, se a criança reclamar de desconforto, reduza o peso na mochila imediatamente; - Considere a aplicação de

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uma diretriz para o limite de peso da mochila baseado em uma porcentagem do peso corporal da criança. A Associação Americana de Fisioterapia sugere 10-20% do peso corporal da criança; - Ensine seu filho a levar apenas os livros necessários na mochila, deixando itens desnecessários em casa e a fazer viagens mais frequentes aos seus armários entre as aulas;


- Ensine seus filhos a limpar a mochila pelo menos uma vez por semana; - Torne-se um pai ou mãe participativos, pergunte ao seu filho se ele ou ela sente dores nas costas e observe se há mudança postural significativa quando seu filho carrega a mochila; - Observe se seu filho demonstra estar desconfortável ao colocar ou tirar a mochila dos ombros e se reclama de sinais neurológicos, como formigamento e dormência nos braços e mãos, busque por escoriações e contusões nos ombros; - Ajude seu filho a escolher a menor mochila que irá atender às necessidades deles, fale com os professores sobre como minimizar a necessidade das crianças transportarem livros pesados diariamente em suas mochilas; se é possível manter livros em sala de aula para o trabalho di-

ário, ou deixar livros pesados em casa, ou fazer fotocópias de capítulos para a lição de casa. Participe das reuniões das Associações de Pais e Professores (PTA) para discutir propostas que auxiliem na diminuição do transporte de livros pesados nas mochilas. Finalmente, há uma série de alternativas para as mochilas tradicionais no mercado. Estas incluem alforjes, mochilas com rodas, mochilas com apoio lombar inflável e cintas, mochilas totalmente inflável e mochilas moldadas ao corpo. Carregar uma mochila cheia de material escolar é inevitável, no entanto, se algumas precauções forem tomadas as crianças podem sentir-se mais confortáveis no transporte das mochilas, e o processo de aprendizado na escola se tornará mais prazeroso.

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Informe - Revista Informativa de Ciência e Tecnologia Grupo PET Letras - Unipampa - Bagé RS

Iniciativa:


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