II Congresso de Iniciação Científica em Arquitetura e Urbanismo ORIGEM E PATRIMÔNIO Organização e produção:
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Resumo TemáticO ORIGEM E PATRIMÔNIO . Introdução Novamente o olhar reminiscente ao passado se faz presente, se procura um caminho que invoque as raízes vernáculas para construir e reconstruir a memória latino-americana. Os povos que não têm memória repetem os erros do passado, é por isso que propomos a reconhecer nossa essência atrás da evolução própria, que dialogue de acordo com as necessidades de nosso contexto: observar as problemáticas comuns de nossa região, construindo a unidade latino-americana. “Olhar com os próprios olhos” - nos aconselhava Marina Waisman em Autocrítica; e a reflexão sobre o que se chama de “transculturação”, quais são as consequências de replicar critérios arquitetônicos e urbanísticos de outras culturas em nossa cultura.
. Patrimônio e memória Desde nossa situação, como estudantes de arquitetura e urbanismo, nos aproximamos deste tema de discussão considerado vital em qualquer sociedade: o patrimônio. Diversos olhares que conjugam distintas peças de ação até um objetivo comum: o patrimônio arquitetônico e urbanístico que também estão intrinsecamente relacionados com o patrimônio cultural; o patrimônio natural (ambiental), a base que sustenta a vida; a história como patrimônio inestimável; as vivências; a memória. Tendo em conta a atual situação política e econômica, se expõe a crítica e a denúncia ante à perda relacionada a patrimônio e memória. Desde a colonização, esse povo se submeteu à perda e destruição de seus bens materiais, culturais e naturais, topografias arrasadas pela extração de ouro, prata e demais pedras. Durante o período das ditaduras na região, sofreram grandes devastações, motivadas por apagar não somente o patrimônio físico, mas também a memória da sociedade, tirando a identidade das pessoas, eliminando suas referências, e causando o esquecimento nas novas gerações. A especulação imobiliária própria do sistema capitalista neoliberal, no qual estamos imersos, tem contribuído enormemente para a perda do sentido de proteção ao patrimônio, favorecendo o surgimento de novos empreendimentos e a construção desenfreada, em detrimento da qualidade de vida dos habitantes. As grandes indústrias desarticularam o território, degradando, contaminando abertamente com regularizações suspeitas a favor do progresso. comisioncicau@gmail.com congresocicau.wixsite.com/cicau2017 colea.org
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Consciente das ameaças, procuramos uma mudança, a revolução do conhecimento e tentar compreender o que buscamos e qual é a meta. Quais são as ações? Como forjar um caminho próprio? Como deve ser o ensino, a formação dos profissionais? Como lidar com as ameaças neste processo?
. Eixos temáticos 1. Iniciação Científica, complementação na formação Se apresenta o primeiro eixo temático, de caráter transversal à temática, que busca o seguimento de processos e metodologias de investigação de todas as atividades do Congresso, focando na etapa inicial, onde o estudante enfrenta a prática da pesquisa e investigação, etapa que consideramos de grande importância para sua formação profissional. Visualizamos, em geral, a carência na formação de pesquisador do estudante, especialmente no começo de sua formação acadêmica e universitária, já que não se enfrenta esta problemática até as etapas finais ou posteriores à sua vida acadêmica. Por isso, reivindicamos que a formação do aluno como pesquisador comece cedo, fundamentada em incentivar a incorporação do caráter crítico do estudante através da busca criativa, por meio da sua participação ativa no processo.
2. A vivência como paradigma de transição, do tangível ao intangível Pode-se dizer que o Patrimônio Cultural é subjetivo e dinâmico, não depende dos objetos ou bens, se não de valores que a sociedade em geral lhe atribui em cada momento da história e que determinam que bens são necessários proteger e conservar para o futuro. Hoje em dia são vários os documentos internacionais que consolidam uma visão ampla e plural do patrimônio cultural, que valorizam todas aquelas entidades materiais e imateriais significativas e testemunhais das distintas culturas, sem estabelecer limites temporais nem artísticos, considerando assim, as entidades de caráter tradicional, industrial, imaterial, contemporâneo, ou as paisagens culturais como garantia de um importante valor patrimonial. O patrimônio não engloba somente a arquitetura (o que é construído), engloba também o conjunto de arquiteturas, o que é intangível, sentimentos, recordações, sensações, cheiros, etc. Então, podemos dizer que não só é algo que o arquiteto é responsável, mas o arquiteto ou construtor são responsáveis pela forma como ela é. Cuidado e respeito ao patrimônio depende do compromisso dos profissionais e da sociedade com o mesmo. Nossa América Latina indômita também é transversal, assim como seu patrimônio, mas vemos pouco a pouco e no decorrer de sua história, que acaba por ceder seu patrimônio cultural às grandes indústrias. Nos s
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invade o temor de perder aquilo que nos representa, o nosso patrimônio cultural cheio de memórias, recordações, histórias e sentimentos, e se dilui com a sede de terceiros.
3. A natureza do patrimônio, o patrimônio da Natureza. Surge a necessidade de expor a situação conflituosa do prejuízo ao nosso meio ambiente, a base de nossa subsistência - a Natureza - em favor da exploração de recursos naturais, justificados pelo crescimento da produção econômica que, neste território, se produz majoritariamente sob o capital de gigantes multinacionais que deixam pouco e levam muito, em condições de irresponsabilidade ambiental e social. Essa destruição natural implica em mudanças climáticas reconhecíveis, que aceleram, entre outras coisas, o processo de aquecimento global. A utilização dos recursos naturais, cujos fins estão destinados à produção de energia, estão se esgotando em um ritmo exponencial. A consciência coletiva tem que se direcionar às energias alternativas, tais como as energias renováveis. Dessa forma, valorizar os sistemas de construção locais contribuem a uma relação ecológica, e explorar a infinidade de recursos aplicáveis ajudam a responder a situação adversa que a natureza atravessa.
4. Cidade consciente, uma gestão coletiva Representa-se a busca por inserir outro dos fundamentos que apresentamos, a gestão política, pública ou privada de um olhar urbanístico, que engloba o processo. Ver o patrimônio através da cidade, cidades com características tão complexas como as latino-americanas, entendendo qual é o rol do estado e dos demais atores, quais são as metodologias e os parâmetros no momento de análise do patrimônio e de seu valor. Os agentes públicos nem sempre trabalham a favor do patrimônio e do bem-estar social, conflitos de interesses se manifestam nas administrações políticas, prejudicando o planejamento urbano em diversos aspectos. O que fazemos para defender nosso patrimônio? Como fazer para que os distintos programas e gestões políticas referentes ao planejamento urbano sejam bem sucedidas? No caso da cidade de Medellín, surge através de seu sentido de pertencimento regional, que adotam um sistema protecionista onde o distrito e o governo administram, por exemplo, o sistema de transporte, que possui um investimento predominante do estado, permitiu que não dependesse diretamente de terceiros, do setor privado. Assim mesmo, invertem notavelmente a investigação e desenvolvimento para gerar novas tecnologias que melhorem o sistema de funcionamento da cidade, adaptando protótipos de sistemas energéticos eficientes.
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