OutrOlhar 38 - Novembro 2014

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OPINIÃO Até onde os limites da piada não afetam o próximo? página 3.

JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO ● ANO 11 - EDIÇÃO Nº 38 ● NOVEMBRO DE 2014

MAIS QUE DIVERSÃO, SKATE É ESPORTE NOVOS VIRAIS Patrícia Freitas

Uma modalidade em que o comum é o amor pelas quatro rodinhas página 15

DA INTERNET

Práticas de correntes nas redes sociais têm se tornado cada vez mais frequentes. Conheça algumas que podem até mesmo salvar vidas. página 9

HERVÉ CORDOVIL Viçosense é compositor de Biquíni de Bolinha Amarelinha e Rua Augusta, dois grandes sucessos da música popular brasileira. página 12

Luiza Carvaho

CUIDAR NUNCA É DEMAIS

A prevenção contra o câncer de mama deve começar cedo, para que as chances de cura sejam maiores em caso de diagnóstico página 11 Laryssa Cristina

OPÇÃO DE LEITURA A BAIXO CUSTO

Ingrid Carraro

De revistas em quadrinhos a apostilas do ENEM, sebos oferecem livros para crianças, jovens e adultos página 5

TINDER: A PAQUERA DE BOLSO PRESERVAÇÃO AMBIENTAL O surgimento do aplicativo Tinder fez com que a paquera fique ainda mais fácil! Quais cuidados você precisa tomar nessa busca por companhia? página 7

Conheça a Mata do Paraíso, maior reserva de Mata Atlântica da região página 16


OPINIÃO

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

AO LEITOR Mais do que promover simples ações práticas em um determinado período no Curso de Jornalismo, o jornal-laboratório se propõe a um alicerçamento da formação acadêmica ministrada nas escolas e, com isso, melhor atender os estudantes em suas formações voltadas ao campo profissional em questão. O mercado de trabalho encontra-se cada vez mais seletivo e necessitado de jornalistas com amplo domínio e conhecimentos que possibilitem um exercício profissional de qualidade, ético e voltado para a sociedade. A luz dos ensinamentos do mestre Dirceu Fernandes Lopes, um dos pioneiros na sistematização dos estudos neste setor, “o órgão laboratorial deve extrapolar os seus objetivos se constituindo em instrumento de promoção da prática jornalística vigente, aliadas a alternativas em relação ao que existe na sociedade, ao mesmo tempo reproduzindo realidades e criando inovações integradas.” Luiz Beltrão, outro notório do setor, “a prática laboratorial, funciona como um núcleo de renovação dos processos jornalísticos servindo de laboratório para experiências morfológicas e de conteúdo das matérias, ações e serviços que a comunidade espera encontrar nesta atividade.” Nesses onze anos de experiência na UFV Ou-

trOlhar tem procurado atender a esses e outros objetivos da atividade, possibilitando ainda o exercício do domínio da linguagem jornalística apropriada aos diferentes meios e modalidades tecnológicos de comunicação; a investigação de informações; produzindo textos e mensagens específicas da profissão com clareza e correção, editando-os em espaço e período de tempo limitados; formulação de pautas e planejamento de coberturas jornalísticas; promoção do relacionamento dos estudantes com fontes de informação de naturezas diversas; trabalho em equipe; busca da verdade jornalística com postura ética e compromisso com a cidadania; compreensão com os processos envolvidos na recepção de mensagens jornalísticas e seus impactos sobre os diversos setores da sociedade; e o registro de fatos jornalísticos, apurados, interpretados, editando e transformando-os em matérias e reportagens para o veículo. Enfim problematizando o fazer jornalístico. Esta edição marca o início de atividades de mais uma turma que passa a ser responsável pelo OutrOlhar até julho de 2015, sempre procurando trazer para você assuntos e temas do seu interesse, gosto e utilidade. Uma excelente leitura. Joaquim Lannes Editor

A INFORMAÇÃO COM ANGULAÇÃO DIFERENCIADA

EDITOR Prof.º Joaquim Sucena Lanne MONITOR Felipe Pacheco DIAGRAMADORES Gustavo Pires, Patrícia Freitas e Taiane Souza REVISORES Cleomar Marin, Ingrid Carraro e Karina Mendes

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TURMA Ana Leão, Ana Prates, Camila Santos, Cleomar Marin, Érick Coelho, Everton Marques, Guilherme Pimenta, Gustavo Pires, Iago Santos, Ingrid Carraro, Janine Lopes, Jéssica Avelar, Jésus Dias, João Negrelli, Jonathan Fagundes, Júlia Moreira, Karina Mendes, Laira Carnelós, Larissa Abreu, Laryssa Cristina, Leonardo Gonçalves, Luiza Carvalho, Mariana Balduci, Mariana Diniz, Marina Wan-DerMaas, Mateus Dias, Matheus Filipe, Núbya Fontes, Patrícia Freitas, Ricardo Almeida, Robson Filho, Ronan dos Santos, Shayene Martins, Taiane Souza, Thalison Oliveira, Weliton Mateus

tecnologia inibe furtos App marca locais de roubo e estimula prevenção de crimes O número de assaltos em Viçosa tem subido de forma abrupta e o que se vê por aí são vitimas com perfis distintos se queixando da falta de segurança. A violência hoje tem uma nova cara, não está limitada as ruas desertas ou mal iluminadas e tampouco acontece somente ao anoitecer. O que antes tinha horário e local comumente esperados, hoje apresenta características incertas. Saber a região e o momento do dia que podem te fazer vítima de alguma situação de violência se tornou complicado. Esses episódios vem acontecendo em horários diurnos e em locais inesperados, como as vias bastante movimentadas da região central viçosense. O mundo está em constante transformação e os hábitos dos criminosos também. Com o estímulo da falta de segurança pública, a população precavida também teve que adaptar a sua rotina para se prevenir de eventos lastimáveis. A tecnologia se tornou grande aliada do homem em todos os aspectos. Um site interessante foi criado para auxiliar qualquer cidadão nos cuidados com a sua própria segurança. Para ajudar a mapear o perfil dos criminosos e destacar os locais preferidos

por eles, o site Onde fui roubado foi criado com o objetivo de disponibilizar um mapa onde a vítima pode postar o local, o horário e narrar brevemente como foi a situação criminosa que sofreu. O site está em constante atualização de dados e já conta com 429 cidades cadastradas. A partir de análise interna Onde fui roubado divulga que 37% das vítimas são mulheres, 53% das pessoas vítimas de crimes registram Boletim de Ocorrência e 55% das denúncias ocorrem durante o período noturno. A nova ferramenta é de grande auxílio para a população em geral, basta identificar a cidade e denunciar o triste acontecimento. Criar alternativas para viver num país mais seguro se tornou estratégia de urgência no mundo contemporâneo. Vale lembrar que para denunciar formalmente qualquer tipo de crime é necessário que seja feito o Boletim de Ocorrência, junto à polícia. Ariella Cardoso, estudante de 21 anos, frequenta as aulas na Universidade no período noturno e tem o hábito e ir e vir pelas ruas da cidade tarde da noite. Ela relata que sente medo e caminha sempre apreensiva, por ter em comum colegas que já passaram por situações desconfortáveis. Embora nun-

A modernidade que hoje presenciamos diante dos milhares de aparelhos tecnológicos é imensa. Sabemos que há dezenas de aplicativos que tornam o celular cada vez mais moderno, pois além de sua função de telefone, pode trazer a previsão do tempo, informar qual rua é menos congestionada, onde há mais assaltos (Marina Wan-Der-Mass fala mais sobre este tema nesta mesma editoria em “Onde fui roubado?”) e até mesmo marcar encontros. É de conhecimento não somente essas atividades,

mas muitas outras que cabem na palma da mão. Ouvindo relatos dos mais velhos fica mais evidente a mudança do comportamento pessoal. Antes era comum vizinhos conversarem entre si por um longo tempo, porém hoje já quase não se vê isso. As novidades do que acontece pela cidade e pelo bairro eram conhecidas por intermédio da conversa pessoal, do bate-papo. Ao contrário, atualmente basta ter um celular e acesso a internet que se consegue saber de tudo, ou quase tudo.

ca tenha sido assaltada, ela costuma acessar o site com a finalidade de se informar, e quem sabe assim, conseguir evitar a caminhada em locais já apontados por vítimas.

“Criar alternativas para viver num país mais seguro se tornou estratégia de urgência no mundo contemporâneo.”

A insegurança está presente em nossa sociedade atual cotidianamente. Para sobreviver num mundo de surpresas muitas vezes desastrosas, é preciso ser cauteloso e atento. É preciso também estar por dentro das notícias policiais da região que se vive, assim como contar com o coleguismo dos vizinhos para que auxiliem na percepção de movimentos duvidosos. Investir em ferramentas para se precaver de situações violentas é útil, é necessário... Utilidade pública e possível aumento da segurança através das novas tecnologias: será esse um triste ou feliz cenário da sociedade em que vivemos? Vamos torcer para que a Ariella e muitas outras pessoas continuem usando o site somente para acesso consultivo... Marina Wan-Der-Maas

O MODERNO TAMBÉM DISTANCIA

APOIO Centro de Ciências Humanas Letras e Artes - CCH REITORA Prof.ª Nilda de Fátima Ferreira DIRETORA DO CCH Prof.ª Maria das Graças Floresta CHEFE DO DCM Prof.º Joaquim Sucena Lannes

COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO Prof.ª Mariana Ramalho Procópio Xavier

ENDEREÇO Vila Gianetti, casa 39 Campus Universitário 36570-000 Viçosa - MG. Tel.: 3899-2879 www.com.ufv.br

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa (UFV), atualmente sob responsabilidade da turma de 2013, na disciplina de Jornal Laboratório I. Os textos assinados não refletem necessariamente a opinião da instiruição ou do Curso, sendo da responsabilidade de seus autores e fontes. Cópias são autorizadas, desde que o conteúdo não seja modificado e que sejam citados o veículo e o(s) autor(es).

Chegamos a questionar até que ponto é necessária e útil a evolução tecnológica, acompanhada da interatividade. Será que o limite não está quando vemos que nos afastamos das pessoas, mesmo que próximas, e optamos pela reclusão frente ao aparelho tecnológico? Sabemos de uma coisa: a modernidade traz múltiplos benefícios, mas ao mesmo tempo em que facilita a vida nos distancia da relação com os nossos amigos e familiares. Ronan dos Santos


OPINIÃO

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

AO OFENDER, BRINCADEIRA VIRA PRECONCEITO Humor relaxa, aproxima pessoas, chama atenção, é uma boa forma de crítica, mas nem toda piada é válida editoria de Comportamento, “Apelido que é identidade”). Todos têm o direito à livre expressão e a criar a piada que quiser, mas, em momento algum, este direito permite ofender, constranger, ou violentar (verbal e emocionalmente) qualquer pessoa. O documentário “O riso dos outros”, de Pedro Arantes, aborda o polêmico mundo dos humoristas de stand-up e o problema embutido em certas piadas. Ele discute exatamente este limite tênue entre a comédia e a ofensa, entre a liberdade de expressão e o direito do outro. Vale a pena ser visto para refletir melhor sobre o assunto, ouvindo os dois lados em questão. Pensar o problema é sempre a melhor forma de começarmos a solucioná-lo. Os estereótipos arraigados na sociedade que geram estas piadas apenas reforçam o bullying. Estima-se que 60% dos alunos de todas as escolas já passaram por isso pelo menos uma vez na vida. E são incalculáveis os danos que o bullying traz para a vida de quem o sofre. Mas o preconceito é ma-

nifestado por quem ri ou apenas por quem conta a piada? Pelos dois. A cada piada que você ri, compartilha, curte, da um rettweet, você contribui para normalizar os preconceitos. Torná-los parte comum da nossa realidade,

algo a que não se dá a devida importância. Ao rimos ou nos calarmos frente a este tipo de agressão, compactuamos com o agressor e ferimos ainda mais as vítimas, desencorajando-as a pedir ajuda. O humor, sem dúvida alguma, deixa a vida mais leve,

alivia o stress do dia a dia, mas, repito, o problema é fazer isto à custa do outro. Porque não fazer piada sobre a intolerância em si? Porque não colocar na mesa nossos podres para que nos lembremos que eles existem? Jéssica Avelar

Mamãe (Everton Marques)

Quando a brincadeira, a “zoação” é bullying? Afinal, até onde vai o limite entre a piada e o preconceito? Não existe nada mais fácil que “sacanear” aquele que frequentemente já o é, e com certeza muitos acharão graça. Mas isso não é humor, o nome disso é bullying. Certas pessoas, por não aceitarem as diferenças pessoais existentes entre ela e os demais colegas, desdenham e humilham os outros apenas pelo fato de serem diferentes. Mas a sua liberdade e o limite da piada vai até o ponto em que o respeito pelo próximo começa. O que falta nos nossos dias é o tão esquecido - se é que um dia foi lembrado - bom senso. Nenhuma piada vale a dor de alguém, quando o alvo demonstra insatisfação é a hora de parar. Uma brincadeira na qual nem todos os envolvidos se divertem não pode ser considerada um ato amigável, isto vale também para os apelidos, às vezes de mau gosto, que são colocados nos outros (Ana Prates fala mais sobre apelidos na

POLÍTICA ESTÁ PRESENTE NOS DETALHES DO DIA-A-DIA Igor Antoniazzi

É preciso que a gente saiba que o endereço da “Senhora Política” não é apenas Brasília. Ela está por aí, e mora até nos pequenos detalhes do nosso cotidiano: ao não furar filas, ao separar o lixo para reciclagem, ao darmos bom dia ao vizinho, ao participarmos do grêmio escolar. Todas essas são sim atitudes políticas, que podem não envolver leis e disputas partidárias ou eleições, mas envolvem a vida de outras pessoas próximas a nós. E é ai que está a raiz da política: na vida em comunidade.

“O endereço da ‘Senhora Política’ não é apenas Brasília”

Político corrupto, falta de representatividade, lavagem de dinheiro, escândalos... Algumas dessas palavras lhes remetem a “Política”? Se sim, com certeza você não é o único e nem a única, mesmo assim é preciso repensar alguns conceitos. Política é uma atividade que já foi considerada a mais nobre das atividades humanas. Sério? Pois é. Há

milhares de anos, na época em que as túnicas e as “sandalinhas de Jesus” estavam na moda, gregos e troianos consideravam que a vida em comunidade era de um valor admirável e participar das decisões da cidade era visto como privilégio dado pelos deuses. E sim, isto é Política. A forma de ver tal conceito, assim como a moda, mudou. Atualmente a Política

se apresenta como uma instituição tão falida, que não é difícil achar quem diga que não se interessa por ela, mas o fato é: ela está a nossa volta, em todos os lugares. Querendo ou não, somos seres políticos. Quando afirmo que sou a favor de situações como as cotas, se concordo que cada dia um deve lavar louça do almoço em casa, se escolho

um lado em relação ao casamento gay, prefiro que o sinal da escola seja uma música da hora ao invés daquela campainha irritante, enfim, quando me posiciono em relação a qualquer assunto, estou me posicionando politicamente. Inclusive, quando afirmo que odeio política e não me interesso por esse assunto, também é me posicionar.

Acredito que essa tal da Política deve nos remeter a respeito, felicidade e bem-estar geral. Para isso precisamos estar todos juntos em prol dessa causa, participando das discussões, lutando contra a corrupção, cientes que isso começa dentro de nós. Shayene Martins

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CIDADE

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

COMBATE AO ABANDONO DE ANIMAIS Mesmo com falta de recursos, COPA e SOVIPA são projetos que lutam contra esse grande problema Animais abandonados estão presentes na maioria das cidades do país. Em Viçosa não é diferente. Mais de 2 mil cães e gatos andam pelas ruas sem dono, alimentação específica e um lar. Existem medidas e projetos que visam diminuir essa superpopulação, como o COPA (Controle de População de Animais), projeto de extensão do Departamento de Veterinária da Universidade Federal de Viçosa. Adam Widmer, bolsista e estudante do curso, explica que eles apoiam três Postos de Saúde da Família, onde os residentes coletam dados socioeconômicos das famílias e encaminham os animais para a castração gratuita. Como a conscientização também é importante, o COPA realiza palestras para alunos do Ensino Fundamental, da UFV e região,

Gustavo Pires

Por Gustavo Pires

visando mudar a mentalidade daqueles que maltratam e abandonam os animais, pensamento comum entre os moradores, principalmente devido os cães mais agressivos.

Outro projeto que ajuda animais abandonados é a SOVIPA (Sociedade Viçosense de Proteção aos Animais), que sobrevive de doações e voluntários. Auxilia o canil municipal (ver mais sobre o

canil na edição 28 do OutrOlhar) e conta com ajuda do professor Tarcízio, também da Veterinária da UFV, que castra os animais junto de seus orientandos. Fernanda Marisa, Coordenadora do

Espalhados pela cidade, cães abandonados estão presentes inclusive dentro da UFV

projeto, cita que a SOVIPA ainda colabora realizando feiras de adoção semanais na Estação do Pet, localizada na Rua Gomes Barbosa, número 619, além de uma específica dos animais que ficam no canil, essa última acontecendo uma vez por mês. Mesmo com projetos, doadores e voluntários, permanecem alguns problemas que podem ser notados, como o crescente número de envenenamentos criminosos e a falta de verba tanto para o COPA quanto para a SOVIPA. Além disso, ainda existe a falta de instrução dos habitantes que abandonam os animais em Viçosa acreditando que alguém vai cuidar, e a ausência de outras ações que busquem não só castrar e controlar a população de animais abandonados, mas também achar donos que adotem e garantam os cuidados necessários.

PROBLEMAS COM LIXO NAS RUAS DE VIÇOSA A população da cidade de Viçosa enfrenta a questão do lixo nas ruas. Moradores e estudantes reclamam que fora das Quatro Pilastras há “falta de respeito”. São poucas lixeiras e as encontradas estão constantemente cheias, resultando em lixo espalhado pelo chão. Porém, isso não acontece em todos os bairros. Thaís Machado, estudante da UFV, informa que em seu bairro, Santo Antônio, não há lixo espalhado nas ruas e todo dia vê trabalhadores limpando o local próximo a sua casa. Em outro ponto da cidade, no morro do Pintinho, a estudante Edivânia Cristina, também da UFV, relata que as pessoas respeitam os horários de coleta de lixo. Marcos Alves Magalhães, responsável pela área de limpeza urbana do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), diz que reclamações “sempre teve e sempre terá. Medidas para melhorar essas questões já foram tomadas, como o aumento de caminhões e de varrição”. Ainda segundo ele, “viçosa é uma cidade que é varrida duas vezes ao dia. O que falta é o comprometi-

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Joaquim Lannes

Por Jésus Dias

Diversas caixas e outros materiais descartados são encontrados pelas ruas fora do local adequado e atrapalham o caminho mento das pessoas”. Marcos cita um exemplo de comprometimento ao relembrar que na Copa do Mundo torcedores do Japão recolheram o lixo do estádio Arena das Dunas, em Natal. Marcos finaliza afirmando que “a questão passa para além de apenas reclamar. Se cada um não se policiar em não jogar lixo nas

ruas, a cidade sempre vai sofrer com esses transtornos e não adiantará reclamações perante o órgão responsável”. Luciano Baião Viera, Professor de Engenharia Agrícola da UFV, lembra do evento que participou sobre prevenção e limpeza urbana na cidade de Viçosa. O fórum teve como objetivo se

informar junto ao SAAE sobre os projetos que o órgão tinha para a cidade de Viçosa, além de fornecer informações da Política Nacional dos Resíduos Sólidos. No evento participaram as seguintes entidades: SAAE, Rotares Clubes de Viçosa, Lions Clube, Maçonaria, CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), OAB, União

dos Moradores, Associação Comercial e a Casa do Empresário. O evento resultou em uma carta do fórum e um documento completo onde se pontua os problemas que persistem na limpeza urbana de Viçosa, além de sugerir iniciativas de diversas instituições para que contribuam na causa.


CIDADE

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ACERVO ATENDE TODAS AS IDADES Livros e revistas são ofertados a baixo custo nos sebos da cidade, atraindo leitores interessados Os sebos, livrarias que realizam venda, compra e troca de livros usados, surgiram no século XVI e ainda fazem parte do cotidiano de muitas cidades. Viçosa também tem um. Ele situa-se na Avenida Santa Rita, nº 25, loja 3 e tem o nome de Livraria e Papelaria Letras e Livros. O responsável é Osvaldo Viana da Silva. O acervo do local é variado e atende público de diferentes idades. Segundo Osvaldo, os livros de vários gêneros da literatura são destinados a estudantes à partir do 5º ano do Ensino Fundamental. Eles encontram obras de todas as áreas do conhecimento e apostilas do ENEM. O local também oferece revistas, incluindo as do gênero quadrinhos, que como ele aponta são utilizadas por mães que buscam incentivar os filhos à leitura. A livraria oferece, para o público universitário, obras de diversos cursos. Há também obras em outros idiomas, tudo a um menor cus-

Luiza Carvalho

Por Luiza Carvalho

Pilhas de livros disputam o pequeno espaço com diversos materiais do sebo, que contém volumes comuns e raros to. Os baixos preços são um atrativo extra para quem frequenta os sebos, pois é possível fazer economia, pagando menos em livros em bom estado. Thais Quaglietta (19), es-

tudante que frequenta a loja, afirma que encontra muitos livros bons por lá, onde existe de tudo um pouco: desde exemplares didáticos até enciclopédias. Quando não encontra o material que

deseja, encomenda. Para a estudante, as únicas desvantagens dos sebos são o espaço pequeno e o acúmulo de poeira que prejudicam um pouco. Para quem não deseja

comprar um livro, Osvaldo tem a solução. É possível alugar o material por apenas R$1,00 ao dia. Basta levar o documento de identidade (RG) e deixá-lo no local até a devolução do livro.

versível. Às vezes sobrecarrega o comércio, sobrecarrega muito o trânsito, mas é uma situação que nós temos que enfrentar porque é a hora que as pessoas tem para ir ao comércio. O que o comércio tem feito é se organizado para receber bem os seus clientes – afirmou. A cidade de Viçosa tem a peculiaridade de ter em

sua população estudantes, tanto do ensino fundamental e médio, quanto superior. Para a estudante Paula Tereza, de 16 anos, o comércio oferece os itens básicos que os jovens precisam. - Quando vou fazer compras não sinto falta de nada. Acredito que Viçosa ofereça o básico que estudantes querem – analisou.

De forma parecida se destaca a opinião da presidente da Associação Comercial sobre o atendimento a esse público: - Se o comerciante tivesse percebido que algum item faltaria para servir esse grande número de clientes que ele tem, o comércio teria providenciado. Nós temos grande número de papelarias, lojas

de roupa, maquiagem, cabelereiro, bares e restaurantes – conclui Mariana. O atendimento comercial de Viçosa, segundo acordo sugerido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e atendido por grande parcela dos comerciantes atualmente é de segunda a sexta de 09h às 19h e, aos sábados, de 09h às 13h.

SÁBADOS Por Júlia Moreira

COMÉRCIO

Júlia Moreira

A atividade comercial é uma das importantes fontes de renda de uma cidade. O capital gerado por essa prática ajuda na movimentação da economia, principalmente aos sábados, que é o momento que as pessoas costumam ter tempo para desfrutar dos variados negócios que ela pode oferecer. A presidente da Associação Comercial de Viçosa, Mariana Laura de Bittencourt Brand Corrêa, acredita que o sábado é o dia que mais gera venda e movimentação no comércio viçosense: - É quando as pessoas tem mais tempo para sair, porque durante a semana pode gerar, mas as pessoas estão estudando ou trabalhando. É apenas uma minoria que nem estuda, nem trabalha – disse. Ainda segundo a presidente, a maior movimentação aos sábados tem seus pontos positivos e negativos: - Tem pontos positivos porque é uma coisa irre-

MOVIMENTAM

Sendo um dos locais com maior diversidade de atividades comerciais, o calçadão é uma grande fonte de renda da cidade

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COMPORTAMENTO

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

APRENDA A USAR CELULAR DE FORMA CERTA NA AULA Estudantes e professores discutem utilização do aparelho acusado de tirar atenção dos alunos em sala Por Everton Marques

baixo e sem vibrar para não tirar a atenção – aconselha. Tiago lembra que o importante é a relação aluno-professor, os jovens vão respeitar a hora certa de utilizar o aparelho “se respeitarem o mestre que está na frente deles”. Para ele,

Mas e os apelidos legais? Presunto e Castor são dois estudantes da UFV que carregam essas alcunhas de tempos de escola. Lucas Barbosa “Presunto” não sabe ao certo como surgiu o apelido, “nem entendia aquilo, depois que vi que aquele era o apelido” afirma. Já Lucas Castro “Castor”, diz que seu apelido veio de uma confusão que um colega de sala fez com seu sobrenome. - Logo no primeiro dia de aula, depois que o professor fez a chamada, um amigo meu começou a me chamar de Castor. Ele trocou as letras de Castro. No outro dia, todo mundo já me chamava de Castor. Eu acostumei rápido - afirma Lucas. Mesmo depois que saíram do colégio e foram pra universidade, os dois atendem mais pelo apelido que pelo próprio nome e, segundo Castor “o apelido já virou uma identidade”. E já virou tanto identidade que, ao ser chamado para estudar na UFV, ele foi presenteado por uma amiga desenhista, com um desenho desse simpático animalzinho indo para Viçosa. De uma brincadeira entre os colegas, om apelido pega e se espalha, mas deve ser sempre discutido em sala de aula como em

casa. Não se pode manter um apelido em quem não gosta ou se sente ofendido. Até porque quando chamamos alguém por um nome diferente é para diversão de todos. Lucas Barbosa afirma que se acostumou com o apelido, porque não se importou muito e “levou numa boa”. Se tratado como forma afetiva e que não ofenda o apelidado, o apelido é natural e divertido, faz com que a pessoa se sinta pertencente ao grupo e, num futuro, pode tornar-se um identificador dela.

APELIDO QUE É IDENTIDADE Por Ana Prates

Bolinha, Alemão, Pelé, Zé, Gringo, Lulu. Quase todo mundo conhece alguém com algum desses apelidos ou já apelidou alguém assim. Colocar apelido sempre foi visto como uma forma carinhosa e mais próxima de tratar uma pessoa. É uma prática que ocorre justamente em razão da convivência contínua, por isso é tão comum vermos isso acontecer na escola. Em alguns casos, apelidar alguém pode se transformar em uma forma de agredir ou ofender uma pessoa, e é ai que começa o bullying (leia sobre na editoria de Opinião, “Ao ofender, brincadeira vira preconceito”). - Apelidar alguém deixa de ser saudável a partir do momento em que o apelidado não concorda ou não aceita. - Larissa Assis, psicóloga. Larissa também cita que, quando alguma criança se torna vítima de bullying, pode ficar desestimulada a frequentar as aulas e até ter seu rendimento escolar reduzido. Para que isso não aconteça, os professores devem ter uma relação muito próxima com os alunos e se atentarem a solucionar este problema nas escolas.

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“Apelidar alguém deixa de ser saudável a partir do momento em que o apelidado não concorda ou não aceita.” -

Larissa Assis, psicóloga

não adianta impor o controle na sala e proibir veementemente o celular. – É hipocrisia e não funciona, eles sempre dão um jeito - esclarece. Por fim, os alunos defendem que apenas momentos em que o estudante está

ocioso, entre atividades ou em horários de descanso, o aparelho não é prejudicial. Já em outros momentos ele pode dividir a atenção. O ponto está em achar o momento adequado, afinal, na escola o objetivo é aprender e não se divertir.

JOVENS USAM TATUAGEM COMO FORMA DE EXPRESSÃO Por Camila Santos

Tribais, desenhos, frases, no ombro, nas costas, no braço. As tatuagens podem ser de diversos tipos e em vários lugares. - Com a facilidade de acesso a múltiplos materiais de ponta e a tatuadores profissionais, os desenhos corporais tornaram-se um modo de expressar cultura e comportamento – explica Wolwer Humberto Martins Júnior, tatuador. De acordo com o 1º Censo Brasileiro de Tatuagem realizado pela revista Super Interessante em março deste ano, os adeptos a essa forma de expressão corporal são na maioria jovens de 19 a 25 anos e com formação superior. Wolwer, o Lost, trabalha em Viçosa neste ramo há mais de sete anos. Segundo ele, a escolha do desenho envolve toda a vida do indivíduo e suas experiências, levando-o a tatuar homenagens aos seus parentes, alguma coisa que viveu ou simplesmente achou bonito. O 1º Censo Brasileiro de Tatuagem mostra também que as mais comuns são símbolos e desenhos, tendo o número de tatuagens tribais caído

nos últimos anos. A calma na hora de escolher uma tatuagem é muito importante para evitar arrependimentos. Sandra de Paula (49) tatuou três estrelinhas no pé há 15 anos e acabou deixando de gostar delas depois de algum tempo: - Apesar de na época eu ter pensado muito antes de fazer, acabei me arrependendo. A tatuagem perdeu o significado para mim e a coloração ficou diferente e estranha - explica. Outros cuidados são necessários na hora de se fazer a tatuagem. O local onde será aplicada deve ser muito bem escolhido, porque certas profissões ainda não aceitam que elas fiquem expostas. O ambiente deve ser limpo, os materiais utilizados devem ser esterilizados e descartáveis e o profissional deve utilizar equipamentos de proteção. Os menores de idade precisam da autorização dos pais para fazer. Seguir todas as recomendações após ter feito também é necessário para que elas cicatrizem rápido e fiquem de acordo com o resultado esperado. Não tomar sol e banho de piscina são algumas das indicações a serem consideradas.

Mamãe (Everton Marques)

Atualmente, o uso de celulares e smartphones é cada vez mais comum entre os jovens. O problema é que em sala de aula o aparelho se torna distração e pode atrapalhar o rendimento, sendo objeto de reclamações dos professores. Flávia Ferreira, professora de inglês na Escola Estadual Alice Loureiro, passa por algumas dificuldades com o uso do aparelho em suas aulas. Ela explica que como não é trabalhado com os alunos o uso da tecnologia em prol do ensino e aprendizagem, todos usam celulares dentro de sala de aula de modo indevido, “para ouvir músicas, usar internet, Facebook, Whatsapp”. Entretanto, é possível utilizar o aparelho de forma produtiva. Este é o caso de Luana Faria, aluna do terceiro ano do Colégio Anglo: – Eu uso para acessar o

Facebook, Whatsapp, mas uso para pesquisa também, no Google e em sites de notícias. A tecnologia também permite que alunos se reúnam em redes sociais para discutir temas abordados pelos professores para realização de trabalhos: - Temos um grupo da sala, compartilhamos matéria, até trabalho juntos fazemos, ajuda demais, o Whatsapp principalmente, para compartilhar matéria por foto ou por escrito, ajuda muito – explica Luana. Perguntado se o celular ajuda ou atrapalha Tiago Silva, professor particular, responde: - Depende do momento. Não vejo nenhum problema caso o aluno esteja escutando música, por exemplo, enquanto é feito um exercício, mas durante explicação é essencial que o celular esteja pelo menos de tela virada pra


COMPORTAMENTO

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

CUPIDO ELETRÔNICO É ALTERNATIVA PARA PAQUERA Ingrid Carraro

Jovens usam aplicativos que oferecem um verdadeiro cardápio de pessoas em busca de um novo amor

It’s a Match! Quando duas pessoas se curtem uma janela de conversa é aberta para que os usuários se comuniquem Por Ingrid Carraro

Em busca de um amor? A fim de dar uns beijinhos? Muitos jovens têm apostado em uma novidade para conhecer novas pessoas. O aplicativo Tinder as localiza

pessoas geograficamente e expõe os perfis das que estão próximas. Dessa forma, você pode dar um like ou descartar os perfis de acordo com a sua preferência. Se ambos se curtirem, uma janela de conversa será aberta entre eles.

Foi o caso de Tiago Henrique de Carvalho, que apelou para o aplicativo por estar cansado de procurar alguém interessante na balada e não encontrar. O perfil de uma menina que estava há poucos quilômetros o

chamou atenção, ele curtiu e deu match! Conversaram, marcaram encontros e em setembro completaram seis meses de namoro. Para Tiago, a principal vantagem do Tinder é a extroversão que o aplicativo permite:

- Na internet ou celular você fica menos tenso de conhecer uma pessoa e acaba ficando mais fácil conversar com ela. – afirma. Porém, alguns cuidados são necessários para marcar encontros com pessoas que não se conhecem pessoalmente. O sargento da Polícia Militar Lucas Lima lista algumas atitudes recomendadas para os encontros com desconhecidos: - Só marque encontros com quem você já conversa há algum tempo; prefira locais públicos para se encontrar como shoppings, bares e restaurantes; avise pelo menos uma pessoa para onde está indo e com quem; mantenha o celular acessível; fique de olho em sua bebida e comida durante o encontro (se for ao banheiro, por exemplo, deixe-os de lado e peça outros). – aconselha o policial. Seguindo essas dicas, os encontros proporcionados pelo Tinder podem ser seguros, muito prazerosos e quem sabe até gerar frutos. para o futuro, como aconteceu com Tiago e a namorada.

ORGANIZAÇÃO DOS ESTUDOS FACILITA APRENDIZAGEM Muitos alunos encontram dificuldades na hora dos estudos, por não gostarem de estudar ou por não saberem se organizar. Quando o estudante chega ao terceiro ano do Ensino Médio, a administração do tempo se torna ainda mais difícil, tentando conciliar a escola e os estudos para o vestibular. Segundo Viviane Gonçalves, professora de Língua Portuguesa da Escola Effie Rolfs, muitos estudantes deixam para estudar na última hora e acabam piorando a organização: - Se o aluno reservar pelo menos uma hora do seu dia para se dedicar inteiramente aos estudos, poderá melhorar significamente seu rendimento – ressalta. Para a estudante do terceiro ano do Ensino Médio Abigail Brandão (17), a má organização do tempo é a principal vilã na hora de estudar: - Como eu durmo pouco, às vezes é complicado entender o que está escri-

to. Mesmo que as coisas sejam simples, o problema é assimilar. Quando eu não estudo direito, depois eu fico mais tempo tentando estudar, ai eu durmo pouco de novo. É um ciclo vicioso - explica. Para quem ainda está começando o Ensino Médio, Abigail recomenda organizar melhor o tempo e a começar os estudos desde cedo. Ela tem uma irmã que está no primeiro ano e já estuda bastante para quando for fazer cursinho pré-vestibular só precisar revisar as matérias. Felipe Lisboa, psicólogo da Divisão Psicossocial da UFV, aconselha a planejar o tempo “tanto em termos de prioridade quanto de dificuldade”. Segundo ele, muitas pessoas acham que começar a estudar pelo que se considera mais fácil é a melhor maneira, mas com isso acabam deixando os assuntos mais difíceis de lado. O certo é começar com aquilo que se tem mais dificuldade, dedicando um maior tempo ao assunto.

Thalison Oliveira

Por Thalison Oliveira

Falta de organização faz com que o rendimento dos estudos fique comprometido Sobre a questão da concentração, Felipe aponta que a pessoa deve tentar se desligar dos problemas pessoais e diminuir os fatores de distração a sua volta, mantendo o foco em seu objeto de estudo. A internet, o celular, problemas fami-

liares e a falta de sono são alguns dos problemas que atrapalham a concentração. Um ambiente calmo, uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos e uma boa noite de sono, podem melhorar a capacidade de raciocínio. Para ajudar a

memorização, aconselha: - Fazer associações estranhas favorece, porque guardamos o que é diferente - explica. Ele ainda acrescenta que transformar o texto em algo visual e utilizar da prática da repetição são métodos essenciais.

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CIÊNCIA E TECNOLOGIA

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

UNIVERSIDADES SE PREOCUPAM COM INICIAÇÃO CIENTÍFICA PARA ALUNOS Instituições universitárias de Viçosa oferecem oportunidades de pesquisa para estudantes interessados

Janine Lopes

Estudantes do Ensino Médio que participam do Projeto Conhecer podem receber bolsa de estudo e também ganhar premiações pela pesquisa apresentada Por Janine Lopes

Diversas instituições no Brasil tem a preocupação de estimular os jovens a se tornarem profissionais da ciência e da tecnologia, tendo em vista o gosto pela pesquisa e pelo aprendizado. Isso deve ampliar a formação dos estudantes e permitir que mantenham contato com um projeto científico, sendo criativos e inovadores. Em Viçosa, o aluno encontra projetos de

pesquisa na Universidade Federal de Viçosa e na Mostra de Ciência e Tecnologia da UNIVIÇOSA (Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde de Viçosa) - o Conhecer. Os participantes podem ganhar bolsas de estudos e premiações pela pesquisa apresentada. Na UFV, os jovens se iniciam na cultura científica por meio do PIBIC-EM. O projeto conta com a parceria da Universidade e o CNPq (Conselho Nacional de De-

senvolvimento Científico e Tecnológico) e procura fortalecer o processo de disseminação das informações e conhecimentos científicos e tecnológicos básicos, e de-senvolver atitudes, habilidades e valores necessários à educação científica e tecnológica dos estudantes. Para participar, o estudante deve estar matriculado no Ensino Médio em escolas que façam parte do programa e buscar um orientador para integrá-lo no projeto.

A UNIVIÇOSA oferece aos alunos de terceiro ano das escolas públicas de Minas Gerais o Projeto Conhecer, que busca valorizar os talentos em diversas áreas do conhecimento. A Mostra de Ciência e Tecnologia acontece uma vez ao ano e já teve sua terceira edição. O professor da UNIVIÇOSA, Cristiano Cabral, afirma que a pesquisa é importante na formação do profissional e na cidadania do aluno já no ensino médio.

O idealizador do Conhecer diz que o projeto não visa apenas a pesquisa na área de ciência e tecnologia, mas também nas áreas de artes, humanidades e linguagens. As pesquisas que passam pelo Conhecer possuem aplicação no dia-a-dia e podem levar melhorias à população. As escolas já demonstram interesse pela ciência e organizam feiras para selecionar os trabalhos que serão apresentados na Mostra.

tiradas, a popularidade das mesmas fez com que empresas ficassem cada vez mais atentas a esse novo mercado. Por este motivo, novos aplicativos que ajudam na hora de tirar selfie foram desenvolvidos. Um deles é o aplicativo CamMe, gratuito para iOS. Ele permite que o usuário tire fotografias sem tocar no aparelho: bastam dois gestos – erguer as mãos e fe-

char o punho – para que o smartphone, à distância, capture a imagem. Segundo o site OlharDigital, “há três tipos de fotos: a simples, a com moldura e a com cenário”. Além disso, é possível compartilhar instantaneamente as selfies nas redes sociais. Com uma proposta bem diferente do CamMe, no French Girls o usuário tira uma selfie e compartilha

anonimamente na rede social do aplicativo. Assim, ele permite que outras pessoas façam alterações naquela imagem e mandem de volta para o autor. Essas fotos, então, são disponibilizadas em um ranking no site do aplicativo. Conforme o site da revista Veja, o French Girls surgiu de um trecho do filme Titanic, em que a personagem Rose (Kate Winslet)

pede a Jack (Leonardo DiCaprio) que este a “desenhe como uma de suas garotas francesas”. O aplicativo está disponível somente para Iphone. Aplicativos como YouCam Perfect e Facetune ajudam a corrigir olheiras, linhas e pintinhas no rosto, assim como a enfatizar o sorriso. Eles estão também disponíveis na loja online da Apple.

APLICATIVOS AJUDAM NA HORA DE TIRAR SELFIE Por Taiane Souza

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Mamãe (Everton Marques)

A 86ª edição do Oscar (prêmio destinado à academia cinematográfica) ficou famosa por uma selfie tirada no momento da cerimônia, em que diversas celebridades, como Ellen Degeneres, Maryl Streep e Julia Roberts apareciam. Desde então, as selfies – autorretratos normalmente tirados com câmeras de celulares – tornaram-se muito populares nas redes sociais. Para a estudante de arquitetura Egídia Vendrame, as selfies são tiradas quando alguém “quer mostrar onde está e o que está fazendo”. Já para a colega de curso, Thais Valentim, as selfies tem sentido de autoafirmação: - São para registrar momentos, mas principalmente para compartilhar e exibir nas redes sociais. Independente do motivo pelo qual essas selfies são


CIÊNCIA E TECNOLOGIA

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

REDES SOCIAIS ESTIMULAM SOLIDARIEDADE

Internet se transforma em espaço de difusão de campanhas solidárias e provoca a participação de todos

Arquivo pessoal

Por Laira Carnelós

Campanhas em prol de boas causas têm tido grande repercussão dentre as redes sociais. Os usuários de

sites como o Facebook podem acompanhar e, melhor do que isso, fazer parte de diversas correntes do bem como o Desafio do Balde de Gelo. O objetivo central

do desafio é contribuir com doações para a ALS (Amyotrophic Lateral Sclerosis) Association, organização sem fins lucrativos que arrecada fundos para pesqui-

sa e ajuda pacientes com esclerose lateral amiotrófica. Por meio da postagem de vídeos na internet a causa ganhou força e rapidamente se espalhou pelo mundo. A corrente chamou a atenção de grandes celebridades, que continuavam o movimento desafiando mais pessoas influentes, estimulando todos a não só aceitar o desafio do balde, como também a fazer a doação. - O desafio se expandiu pelos clubes de Rugby do Brasil atingindo a nós. No meu caso fui desafiado por um jogador que treinei no Rio Grande do Sul e fiz o desafio para honrar a minha mãe, que é doente de Câncer - conta Leandro Conde, treinador do UFV Rugby, time universitário de Viçosa. Segundo comunicado divulgado pela ALS Association, a campanha arreca-

Nínive Andrade foi uma das participantes que se mobilizou a doar parte dos seus cabelos para a campanha Cabelegria em Viçosa

dou US$ 15,6 milhões (R$ 38.215.320,00) em doações no período de 29 de julho a 18 de agosto deste ano. Estudantes da Universidade Federal de Viçosa fizeram campanha de um trote solidário e trouxeram o Cabelegria para a cidade no inicio desse ano. Esse projeto possui o objetivo central de arrecadação de cabelo para a confecção de perucas para as crianças com câncer. O movimento ganhou destaque principalmente após os doadores postarem fotos com o novo look de cabelos curtinhos em suas redes sociais. Hoje são inúmeros os exemplos de práticas de boas ações nas redes sociais, desde a simples postagem de fotos com flagrantes de momentos de gentileza a campanhas de doações de sangue. De acordo com a maioria dos propósitos dessas correntes, a ideia central é exemplificar como boas ações são simples, rápidas, e até divertidas, tendo um enorme potencial de transformar o cotidiano e a vida de algumas pessoas.

RELÓGIO ACESSA INFORMAÇÕES DO CELULAR Por Mariana Diniz

Watch para 2015, o relógio inteligente que servirá até como controle de câmera para iPhones. O produto foi lançado na semana de moda em Paris visando não só os tecnológicos, mas também sendo um produto do mundo fashion. Alguns desses relógios são ativados por voz e monitoram as atividades físicas

de quem usa. Muito futurista, certo? Mas o site EXAME cita seis razões para não comprar os relógios inteligentes. Entre eles que seu smartphone é suficiente, a bateria dura pouco, a segunda geração desses aparelhos será muito melhor e são caros. Afinal o relógio não fará nada que o seu celular de última linha não é capaz de fazer, e

para ter um desses terá que desembolsar pelo menos R$700. Gabriela Pinto, estudante, não vê tantas vantagens assim em possuir um relógio inteligente: - É claro que fico curiosa e gostaria de ver um, mas se com o celular já ficamos presos, imagina com um desses no seu pulso o tempo inteiro?

Mariana Diniz

A novidade que surgiu esse ano e que tem deixado os fissurados por tecnologia empolgados é o uso do sistema operacional em relógios. Eles são da categoria wearable — gadgets usados como acessórios pessoais, como óculos, relógios e pulseiras inteligentes. - É difícil para a maioria das pessoas entenderam o quão inovador é. Fazemos confusão entre os tipos de conexão, e assim os lançamentos parecem banais - aponta Pablo Dutra, fã de tecnologias. Não é estranho, por exemplo, usarmos o Bluetooth para conectarmos informações entre dispositivos, sejam telefones, celulares, computadores, câmeras e consoles de videogames, mas ele é apenas uma frequência de radio de curto alcance. Essa conexão é em nuvem e permite acessar as informações do seu celular usando seu relógio. Segundo o site da Google desenvolvedora do Android (sistema operacional mais usado no

mundo e que já tem o seu relógio inteligente à venda), é possível responder mensagens, e-mails, trocar a música que está tocando e até mesmo atender chamadas. Tudo isso sincronizando seus aparelhos, sendo possível assim acessar as informações de qualquer hora ou lugar. A Apple também anunciou o lançamento do Apple

Sistemas operacionais são agora capazes de acessar relógios e futuramente se conectarão a diversos outros aparelhos

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VIDA E SAÚDE

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

ÁLCOOL, PERIGO QUE VEM ENGARRAFADO Consumo exagerado e constante de bebidas álcoolicas coloca em risco a saúde dos jovens brasileiros

O uso excessivo e constante de bebidas alcóolicas pode acarretar diversos problemas, comprometendo o organismo e causando danos irreversíveis, conforme adverte o Ministério da Saúde. De acordo com Leandro Wenceslau, médico especialista em prevenção e professor do curso de Medicina da UFV, o álcool é fator de risco para algumas das principais doenças: hipertensão, diabetes, obesidade, infarto e AVC, além de câncer em diversos órgãos e cirrose. Leandro cita também os problemas psiquiátricos como dependência, depressão, ansiedade, perda crônica de memória, graves sintomas causados pela abstinência e até a morte. Os jovens ficam mais expostos a esses riscos quando começam a beber desde cedo. Para Leandro, o consumo precoce tem alto impacto no futuro, sendo associado ao perigo aumentado de dependência na fase adulta e de uso prejudicial de álcool por toda a vida. Ele conta que 25% das mortes de jovens são causa-

das pelo álcool e esta porcentagem não se restringe aos consumidores constantes e dependentes, mas também àqueles que bebem muito em um curto espaço de tempo, como em festas e nos finais de semana. Mateus Lacerda (22) é estudante e consome bebida alcóolica desde os 16 anos. Ele conta que começou a beber por influência de amigos e para não ser excluído do grupo. Mateus diz que, atualmente, bebe quatro vezes na semana e reconhece os perigos, mas ignora por ora: – Tenho consciência, mas gosto dos riscos. Só me preocupo com doenças a longo prazo, não por agora – declarou. Essa situação se repete com vários outros jovens, principalmente os universitários. Uma pesquisa realizada em 2011 pela ANDIFES (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) aponta que os universitários mineiros são os que mais consomem bebida alcóolica no Brasil. No ranking, Viçosa ocupa a terceira posição, com

Robson Filho

Por Robson Filho

Mesmo com consciência dos perigos do álcool, jovens ignoram e abusam na bebida a porcentagem de 25% de estudantes que assumiram consumir periodicamente. Isso se dá, sobretudo, pelo grande número de festas que acontecem semanalmente na cidade, além de estabelecimentos onde o público universitário costuma se reunir. De acordo com Miguel dos Santos, responsável por um

dos bares mais frequentados por estudantes, o consumo de bebida alcóolica é muito grande e, para atender a demanda, são compradas 20 caixas de cerveja por semana, mas ressalta que costumava ser mais. A Secretaria Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas aconselha que o álcool seja evitado, mas se o jovem

decidir consumir, que seja moderadamente, alternando água e comida durante o consumo para cortar os efeitos. E Leandro Wenceslau complementa lembrando que se trata de uma droga que é lícita, mas uma droga, e seu uso deve ser pensado diante das consequências nocivas e, às vezes, até fatais.

loga, é na adolescência que essas relações crescem em importância, pois na puberdade busca-se fora de casa outras referências para se formar como sujeito. Com o advento das redes sociais o contato físico diminui, afirma Andreza Mota: – O ser humano preci-

sa do contato com o outro para viver bem. As redes na internet podem até facilitar esses encontros se não se restringirem ao virtual. A fórmula para um contato saudável, seja virtual ou pessoal, é o equilíbrio. Para um futuro produtivo, é essencial a manutenção das relações sociais

ativas. De acordo com a psicóloga Andreza, o estabelecimento de relações pobres na infância e na adolescência muitas vezes acarreta problemas profissionais, dificuldades de comportamento e perturbações nos âmbitos conjugal e sexual da vida adulta, prejudicando a inclusão social.

AMIZADE AJUDA FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE Por Laryssa Cristina

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Contato social traz momentos agradáveis, autoconfiança e diversos outros benefícios para uma vida mais saudável

Laryssa Cristina

Relacionar-se com outras pessoas é uma necessidade do ser humano. Na adolescência esse comportamento revela-se pela necessidade de identificação e de aceitação que, segundo o site da Folha, quando garantidas deixam marcas permanentes na personalidade e podem influenciar a vida adulta. Independentemente da forma como se dá, a amizade é determinante para a constituição do ser humano e para a sua boa saúde física e psicológica. A partir do estudo divulgado pela revista carta capital, a vida em grupo possibilita o aumento da produtividade escolar, manutenção da saúde mental e a imunidade a algumas doenças, principalmente as que aparecem na idade adulta. Além disso, diminui as chances de obesidade, aumenta a expectativa de vida, previne e ajuda a melhorar a depressão, auxilia na regulação do sono, reduz o estresse e a ansiedade, além de promover a autoconfiança.

A psicóloga Andreza Lopes Mota explica que todas as etapas de nossas vidas estão interligadas às relações interpessoais como: o ambiente escolar, as tribos da adolescência, os colegas da faculdade, os relacionamentos amorosos, os grupos de terceira idade. Ainda segundo a psicó-


VIDA E SAÚDE

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

PREVENIR PARA NÃO REMEDIAR Câncer de mama tem 90% de chances de ser curado quando descoberto e tratado precocemente No início desse ano, após a atriz Angelina Jolie passar por uma cirurgia de retirada dos seios foi comprovado que a prevenção contra o câncer de mama aumentou. Apesar de ser curável, é o tipo de câncer que causa maior taxa de morte entre as brasileiras. De acordo com uma pesquisa canadense, o “efeito Jolie” ampliou a consciência de mulheres que estão em grande risco. Angelina já tinha um histórico familiar e, embora a hereditariedade seja responsável por apenas uma pequena parcela dos casos, a probabilidade de desenvolvimento do tumor são grandes. As chances de cura são ainda maiores quando o diagnóstico é precoce. O autoexame é crucial e é indi-

cado que seja feito uma vez por mês, todos os meses, sete dias após a primeira semana do período menstrual. A ginecologista e oncologista Nelma Linhares, de João Monlevade, explica a importância da realização do exame que é “simples, com duração total de no máximo cinco minutos. Porém, para a precisão e confiabilidade, a mamografia é imprescindível. Assim é possível obter diagnósticos 10 anos antes de surgir um nódulo.”. Marcela Dias (23) passou por uma cirurgia de retirada do seio direito e conta: – Foi complicado ter que me ver naquela situação, porque o seio quer dizer muito na questão de ser e se sentir mulher. Minha mãe era portadora da doen-

ça, e aos 42 anos veio a falecer. Mesmo sentindo medo do tratamento, procurei manter a consciência que o acompanhamento ginecológico era importante pra minha própria vida. Devo minha vida aos hábitos que adotei quando era mais jovem – relata. Antes de tudo, é necessário manter uma frequência regular com o seu médico ginecologista, como reforça Nelma: – Procure se tocar e repetir o exame sempre que possível, para que sua saúde seja garantida. E, além disso, não se esqueça de que você não está sozinha. Use dessas informações para encorajar também as próximas!”. Nota da redação - Nome fictício dado pelo jornal OutrOlhar por motivos pessoais da entrevistada.

ser gerada devido à tensão muscular no pescoço, além da grande possibilidade de isso acarretar má digestão, pois os órgãos que compõe o sistema digestivo se localizam na caixa torácica e dependendo do posicionamento eles se comprimem, o que atrapalha muito a digestão. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 85% da população mundial sofre ou irá sofrer com algum tipo de dor na coluna que na maioria dos casos pode ser evitada, por exemplo, com tratamentos como a fisioterapia, técnicas de pilates e RPG. Estes previnem desconforto e corrigem erros de postura para que a dor não volte mais.

O reumatologista José Goldenberg afirma que, quem fica por um longo período sentado, deve ficar atento também aos joelhos e braços. Os joelhos devem estar posicionados um pouco acima do nível do quadril e os braços devem ficar bem relaxados junto ao corpo. Recomenda-se também não estudar com postura inclinada para frente. Se possível, estude deitado, pois com o corpo todo ereto e o olhar voltado para cima o risco de futuras dores é reduzido. Por isso, mesmo que tais precauções pareçam dispensáveis no momento, fique atento, pois sua “melhor idade” pode estar começando agora.

POSTURA PARA FUTURO Por Jorge Oliveira

Postura incorreta pode causar futuro problema na coluna

Jorge Oliveira

Todo mundo já sabe que vários dos problemas que teremos no futuro são consequência de atitudes que tomamos agora. Apesar dos jovens se acharem imunes a tudo, a sua “melhor idade” ainda chegará e, se não começar a preparar-se agora, ela pode não ser tão saudável. Um dos problemas mais comuns que afetam crianças e adolescentes é uma postura incorreta da coluna. Pesquisadores e cientistas exaltam que a postura para sentar, levantar, realizar trabalhos na mesma posição por períodos muito longos ou ainda carregar mochila com excesso de peso são os principais responsáveis por dores na coluna. Passar horas em frente ao computador, por exemplo, exige alguns cuidados para que não se tenha problemas por um mau posicionamento, tais como manter a coluna firme e ereta em um ângulo de 90 graus em relação aos quadris, com os pés ao chão, para que algumas partes do corpo fiquem menos sobrecarregadas que outras. Ricardo Massarolli é médico e alerta, ainda, que dor na coluna não é o único sintoma de quem posiciona seu corpo de maneira incorreta. Uma dor de cabeça pode

Mamãe (Everton Marques)

Por Larissa Abreu

“OSSOS DE VIDRO”: MAL DESCONHECIDO Por Weliton Pereira

Aos oito anos de idade, a estudante Thais Silva Lopes (16) descobriu que estava com Osteogênese Imperfeita, mais conhecida como “ossos de vidro”. Esta doença possui vários estágios de agravamento e afeta principalmente os ossos, enfraquecendo-os e podendo causar até fratura. De acordo com o ortopedista Luis Márcio Barbosa, a doença tem origem genética e hereditária e, quando se manifesta de forma grave, pode levar o portador à morte intrauterina (antes do nascimento). Ele aconselha o tratamento precoce para evitar deformidades maiores no futuro, já que a doença não possui cura. Thais afirma que o seu mundo caiu quando ficou sabendo da notícia, pois ela nunca tinha ouvido falar desse mal. Mesmo sentindo algumas dores durante a infância, a família jamais imaginaria que poderia chegar a ser uma enfermidade de tal nível. Segundo ela, o diálogo familiar ajudou a superar essa fase. Aos nove anos, Thaís teve que fazer uma cirurgia na boca causada pela doença, e com 13, teve um desgaste na cabeça do fêmur,

precisando usar cadeira de rodas e muleta para sua recuperação. Thaís conta que sofre alguns preconceitos por parte dos colegas até hoje, principalmente por causa da sua cadeira, que é diferente e adaptada por causa dos problemas que a jovem tem na coluna. Em razão da doença ter altos e baixos, Thais às vezes tem que faltar às aulas. Neste ano teve que ficar internada duas vezes e, assim, se ausentar da escola. De acordo com ela, seus colegas questionam sobre isso. Mesmo tendo sofrido com depressão por um tempo, lutando também contra a Artrite Reumatoide e vendo tantas barreiras à sua frente, a adolescente não se deixa vencer pelo medo ou baixa auto-estima. Ela enfatiza, sorrindo, que é feliz e pretende fazer o curso de medicina, atuando como Neurocirurgiã. Thais quer trabalhar na rede pública de saúde para ajudar as pessoas que não têm condições de pagar uma operação ou tratamento mais caro: – Quero ajudar as pessoas a não passarem pelo que eu passei – finaliza a estudante.

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CULTURA

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

CENTENÁRIO DE HERVÉ CORDOVIL Cidade prepara atividades para comemorar os 100 anos do artista que deixou sua marca em todo país Por Mateus Dias

“Minha vida é andar por este país pra ver se um dia descanso feliz, guardando as recordações das terras onde passei, andando pelos sertões e dos amigos que lá deixei”. “Entrei na Rua Augusta a 120 por hora, botei a turma toda do passeio pra fora, fiz curva em duas rodas sem usar a buzina, parei a quatro dedos da vitrina”. Estas são duas músicas das diversas que Hervé Cordovil compôs. Natural de Viçosa (MG), Hervé completaria 100 anos, em 2014. O pianista, arranjador e compositor de sucessos da música brasileira viveu na cidade por três anos, já que em 1917 se mudou para Manhuaçu (MG). Mas, foi quando morava no Rio de Janeiro (RJ) que seu talento para a música passou a ser notado, e aos 17 anos se tornou pianista e compositor da

composição, estão grandes nomes da música brasileira, como Noel Rosa, Aracy de Almeida, Isaura Garcia, Carmélia Alves, Luiz Gonzaga e outros. Em Viçosa, Hervé Cordo-

vil dá seu nome a estação cultural desde 1996. O local abriga um pequeno auditório, e uma sala do Ministério do Trabalho. Antônio de Pádua (Pelé), funcionário há 23 anos da estação, conside-

Composição de Hervé Cordovil, BiquÍni de Bolinha Amarelinha faz sucesso até hoje

Mamãe (Everton Marques)

Orquestra de Romeu Silva, na Radio Sociedade RJ. Ao longo da carreira desenvolveu parcerias e compôs para filmes e peças de teatro. Dentre seus intérpretes e parceiros de

ra o lugar como um espaço aberto a toda população, o que, segundo ele, possibilita o contato entre pessoas de todas as classes sociais. É onde “ocorrem ensaios de coral, teatro, do grupo Amigos da Viola, reunião de associações de bairro e eventos da UFV (Universidade Federal de Viçosa)”, completa. Ciente da importância de Hervé, o historiador e advogado Vicente de Castro (59) integra uma comissão criada para homenagear o centenário do músico. Segundo ele, já se conseguiu uma estátua que será instalada na Praça Marechal Deodoro. Também estão colhendo assinaturas para mudar o nome desta Praça para Praça Hervé Cordovil. As atividades do ano centenário do músico viçosense visam valorizar suas obras e torná-lo mais conhecido entre seus conterrâneos.

Por Karina Mendes

Que praticar atividades físicas traz benefícios ao corpo e à mente, quase todos já sabem. Mas o que algumas escolas estão descobrindo agora é que a inclusão da dança na rotina pode ser estimulante e contribuir na formação pessoal dos estudantes. A dança é um recurso de grande importância como atividade física, de consciência corporal e de sociabilidade. Por envolver ritmos e músicas de estilos diferenciados, ela é responsável, ainda, por instigar o contato dos praticantes com diversas culturas de todo o mundo. O Departamento de Artes e Humanidades da UFV (Universidade Federal de Viçosa), onde funciona o Curso de Graduação em Dança, por meio de incentivo do Pibid (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), começou a pôr em prática um projeto de ensino e trabalho com dança na Escola Estadual Madre Santa Face, em Viçosa (MG). Essa integração entre os cursos da UFV e a cidade tende a ser benéfica para ambos. Segundo Laura Pronsato, professora de Graduação em Dança da

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Karina Mendes

SE A ESCOLA DANÇA, EU TAMBÉM DANÇO!

Alunos aproveitam momento de descontração e aprendizado proporcionado pelas aulas na Escola Estadual Madre Santa Face Universidade, diversas escolas procuram parcerias em busca da implementação de projetos de dança em suas grades, porém o curso ainda não consegue dar conta da demanda, pela falta de alunos e pelo tempo que demora a preparação do projeto. Marciley Ribeiro, aluno do 6º período de Dança, é um dos estagiários que atu-

am no colégio Madre Santa Face: - Estamos trabalhando com alunos entre nove e dez anos, turmas de quarto e quinto ano do Ensino Fundamental. Procuramos dar foco na dança de forma lúdica, fazendo experimentações e jogos. Já dá para perceber os impactos positivos nesses cinco encontros que tivemos - disse.

Marciley falou, ainda, sobre os planos de dar continuidade ao projeto: - Passamos seis meses apenas no planejamento, vendo o melhor jeito de trabalhar com a dança nas escolas. Agora temos a previsão de dar continuidade por mais dois anos, pelo menos. E para quem ainda não tem a oportunidade de ter aulas de dança em sua es-

cola, ou para quem já é mais crescidinho, pode passar no Departamento de Artes e Humanidades da UFV e se informar sobre os cursos de extensão e as opções de aulas que são oferecidas. Lembrando que alguns projetos, como o Forró Pé-de-Serra, são gratuitos e atendem a todos que desejam aprender e praticar dança no seu tempo livre.


CULTURA

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

TRAÇOS DA CAPOEIRA NO BRASIL Projeto na Escola Estadual Raul de Leoni ajuda melhorar desempenho dos alunos nas salas de aula

A Capoeira conquista pessoas de todas as idades por sua característica esportiva, mas você sabia que ela também possui traços culturais que ajudam a contar a história do Brasil? Ainda em formação, no período colonial, negros de diferentes regiões da África vieram trabalhar no país, já que era preciso preencher as necessidades do sistema produtivo. Para se defender dos ataques causados por uma sociedade feita para brancos, surge o jogo. De acordo com o historiador Bruno Silva, “a incapacidade de se adaptar àquela sociedade resultava em vitimização ou censura”. Cada detalhe no jogo é muito importante. Segundo a capoeirista Lídia Lopes, “a ginga dos movimentos, o balanço do braço, e a roda da dança precisam de sincronia e exatidão”. Além disso, a música é parte

Jonathan Fagundes

Por Jonathan Fagundes

fundamental, pois é utilizada como instrumento de preservação da tradição. “A dança, atualmente, não se trata de uma competição entre os praticantes, mas

sim do domínio de si mesmo e a integração com o grupo”, completa Lídia. A arte traz para seus praticantes benefícios como o respeito, a disciplina e o

convívio em comunidade. Pensando nisso a Escola Estadual Raul de Leoni desenvolve o projeto “Capoeira na Escola”, que atende cerca de 150 crianças e

Os alunos aprendem com o professor Ludimar a ginga e outros traços culturais da Capoeira

adolescentes, em parceria com o Ministério da Cultura e o grupo Ginga Brasil. O professor de capoeira Ludimar Paulo Pereira, afirma que a capoeira trabalha a parte social da criança. “É dever do capoeirista seguir as normas que regem o jogo pautando sempre o respeito, a disciplina e o bom convívio com o a comunidade”, declara ele. A melhoria no ensino pode ser notada de perto. A diretora Míriam Aparecida Tibúrcio Fialho, destaca o quanto o respeito com os professores e colegas de classe, além da atenção para o conteúdo aplicado em sala de aula tem melhorado desde que o projeto foi adotado na escola. Para Tamara Lopes Evaristo, aluna do Raul de Leoni que atualmente cursa o 2º ano do Ensino Fundamental, tem sido uma oportunidade “bem legal de brincar com os colegas e praticar exercícios físicos”.

Jonathan Fagundes

PROJETO ESTIMULA LEITURA NAS ESCOLAS

Sueli (à esquerda) e Marina (à direita) são vencedoras da etapa municipal da Olimpíada Por Guilherme Pimenta

Um dos pontos mais discutidos na educação básica do Brasil, de acordo com o Portal Saraiva Educacional, é o índice de leitura dos jovens das escolas públicas. Em reportagem sobre o assunto, o site fez uma abordagem sobre os instrumentos que testam o nível dos alu-

nos do país, como a Prova Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio e o Programa Internacional de Avaliação de Alunos, onde foi revelado que apenas 5% dos estudantes brasileiros têm “nível adequado” de interpretação. Estratégias são elaboradas pelos professores para familiarizar os estudantes com a leitura e escrita.

Programas como a Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa são canais que facilitam esse estímulo e possibilitam o reconhecimento do estudante que deseja adotar o hábito. Na Escola Estadual Raul de Leoni, no bairro Santo Antônio, Viçosa, o método deu certo. A professora de português, Sueli das Graças

Pereira Costa, abraçou a ideia e promoveu a Olimpíada dentro do colégio. Seus alunos foram orientados a participar do projeto que trouxe vencedores para a instituição. Marina Viana (17) é uma delas. Aluna do terceiro ano do Ensino Médio, ela escreveu um artigo opinativo que foi classificado na etapa municipal do concurso. Este ano, o tema pediu que os escritores abordassem sobre o lugar em que vivem e a estudante decidiu relacionar os pontos turísticos da cidade. De acordo com a educadora, há 19 anos atuando na escola, essa é a primeira vez que trabalhos produzidos no Raul de Leoni são classificados na competição. A satisfação, segundo ela, é muito grande, porque envolveu tarefas realizadas em etapas. Primeiro, conhecer os formatos do texto. Depois, a pesquisa. Os alunos participaram desse processo de familiaridade com o gênero a partir de oficinas promovidas em sala. O hábito de trabalhar a leitura e escrita é constante no colégio, que possui uma biblioteca para os estudantes e atividades literárias

bimestrais, com discussão sobre livros de autores variados. O acervo é voltado para as diferentes faixas etárias, atendendo a um público diversificado. A instituição valoriza esse tipo de atividade, uma vez que conscientiza e prepara seus alunos para os principais vestibulares que pretendem se candidatar. É o caso de Marina que, neste ano, espera ingressar na carreira de Letras no curso oferecido pela Universidade Federal de Viçosa.

“O acervo é voltado para as diferentes faixas etárias, atendendo a um público diversificado.”

Segundo Sueli, existe uma diferença na produtividade dos alunos. Os que lêem mais, produzem mais. E é nesse aspecto que ela pretende trabalhar. Esse método de aprendizagem, quando dá certo, alimenta o senso crítico do jovem e contribui para sua formação intelectual, evidenciando um dos objetivos principais entre os profissionais da educação básica no país.

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ESPORTE

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

LABORATÓRIO DE PESO DA UFV

Modalidade é valorizada por atletas que com dedicação trazem títulos para Viçosa O Centro de Treinamento de Levantamento de Peso da Universidade Federal de Viçosa é um projeto idealizado pelos professores do Departamento de Educação Física Pedro Melone e João Bousas, e está localizado na quadra da ASAV. O projeto que já teve como sede o pavilhão de ginastica da UFV conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Viçosa e do Projeto Minas Olímpica e tem parceria com a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso e com o Ministério de Esporte. Aberto a toda comunidade viçosense, o Centro possui cerca de 30 alunos que são treinados por Marcos Vinicius Ramos e Carla de Freitas, treinadora auxiliar do projeto há dois anos. Ela ressalta a importância do esporte para Viçosa, que tem grandes competidores na modalidade e já conquistou uma

Ana Leão

Por Ana Leão

média de 45 medalhas em competições. Os alunos do Centro de Levantamento de Peso que são das escolas públicas de Viçosa e possuem até 17 anos, estão também ligados ao projeto “Bom de Bola, Bom de Nota”, que conta com o bom desempenho dos atletas na escola para a permanência no esporte. Jean Souza, (15), aluno da Escola Santa Rita

de Cássia, ficou na terceira colocação do campeonato sul-americano de Levantamento de Peso: - Estou no projeto tem três anos e o treinamento proporciona um bom condicionamento físico. Sem o centro eu não teria onde treinar, eu teria que sair pra outra cidade. E aqui es-tamos no projeto Bom de Bola, Bom de Nota e se não tiver boa nota não po-

demos treinar, não adianta ser um bom atleta e não estudar. Além de promover competições internas, o Centro de Treinamento de Levantamento de Peso teve a oportunidade de participar das Olimpíadas e leva seus atletas para campeonatos mineiros, brasileiros e sul-americanos, trazendo medalhas, troféus e reconhecimento para a cidade.

Adolescentes de escolas públicas que participam desse projeto devem ter boas notas

LUTAS PODEM AJUDAR PESSOAS

Núbya Fontes

Por Núbya Fontes

Como qualquer atividade física, as artes marciais proporcionam um grande bem-estar ao corpo do praticamente. Os anos finais da vida escolar e a transição de adolescente para adulto podem ser fatores estressantes para qualquer pessoa. Segundo o professor de luta e coordenador do projeto “Ajudô” Arlindo Paiva, fazer algum tipo de luta alivia o stress mais do que qualquer outro exercício. Em Viçosa, os cinco tipos mais comuns de artes marciais são o judô, o jiu-jitsu, o boxe, o MMA e o muay thai.

Essas lutas proporcionam o aumento da resistência muscular, o ganho de massa magra, perda do percentual de gordura e aumento da precisão, agilidade, equilíbrio: - Tudo isso com serie de golpes ou movimentos como socar, chutar, proteger, derrubar e segurar - comenta Arlindo. As aulas de luta despertam grande interesse em crianças e jovens. Bruno Henrique de Souza (9), que pratica o esporte de graça por meio do Ajudô, diz que já aprendeu vários golpes e que se diverte muito nas aulas. Bruno é aluno do projeto

desde junho, não perde uma aula e diz ainda que só “bate quando têm o professor”. Além dos benefícios para o corpo, esses tipos de esporte funcionam como ‘terapia’ e exercita o foco, a autoconfiança, a capacidade de raciocínio e a disciplina, que são as virtudes exigidas dentro de um ambiente de treino e que podem ser usadas na vida estudantil e pessoal. Paiva comenta que em sua academia valores como ‘respeito dentro e fora do ringue’, ‘boas notas na escola’ e ‘bom comportamento nas ruas’ são quase que requi-sitos para assistir as aulas.

CONHEÇA O PROJETO AJUDÔ Fundado no ano 2000, e com nome de projeto Toriba na época, o Ajudô oferece desde então aulas de judô e jiu-jitsu a estudantes de 5 a 16 anos das escolas públicas de Viçosa. Os alunos do projeto têm direito a aulas gratuitas com todo o suporte oferecido pela academia onde acontecem os treinos: kimonos (o traje usado nas lutas) e o material usado para exercício (cordas, halteres, etc). Para se matricular no Ajudô ou obter mais informações, basta procurar a academia na rua Virgílo Val, número 27 (último andar) ou a Secretária de Esportes na Prefeitura Municipal de Viçosa.

“ É muito bom ver como eles (alunos) desenvolvem com a prática desse esporte” - Arlindo Paiva.

Comprometimento e garra dentro e fora do tatame trazem benefícios para corpo e mente

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COMPETIÇÕES AJUDAM NA FORMAÇÃO DE ESTUDANTES Por Cleomar Marin

O esporte tem fundamentalmente um caráter competitivo, seja ele amador ou profissional. Ao ser inserida nas escolas, a prática esportiva da Educação Física traz consigo para a sala de aula – e para as quadras – a competividade entre os alunos e entre escolas diferentes, no caso dos Jogos Escolares. Este tema é frequnte nos debates de educadores e pesquisadores ligados ao esporte e muito se discute sobre o papel das competições como parte da

“A visão sobre esse tipo de competição deixa de ser a promoção de uma intregação entre estudantes e passa a ter caráter de rivalidade acirrada”

formação de crianças e jovens. Você provavelmente conhece os chamados Jogos Interclasses (o evento anual que sua escola deve organizar para promover uma competição entre as turmas) e neles os estudos regulares dão lugar à atividade física e aos esportes. Porém, esse tipo de competição gera questionamentos acerca da sua função na educação. Para a aluna Tássia Bandeira (17) a rivalidade é importante para aumentar o interesse na competição, além de deixar a torcida mais animada e os atletas com mais vontade de jogar. O que acontece é que a visão sobre esse tipo de competição deixa de ser a promoção de uma integração entre estudantes e passa a ter caráter de rivalidade acirrada, que acaba exigindo dos jovens um comportamento similar ao de atletas. Há uma cobrança que se desenvolve no meio escolar que se torna o desejo de vitória, fazendo da rivalidade a protagonista do evento, o que pode reduzir a proposta de lazer original. Pode parecer clichê, mas o que importa no final das contas é que você aproveite o esporte e as competições da sua escola para se divertir, priorizando sempre o respeito com os colegas (ou oponentes).


ESPORTE

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MAIS QUE DIVERSÃO, SKATE É ESPORTE Por Patrícia Freitas

mana também é comum ver no Calçadão jovens, ainda de uniforme após as aulas, com seus equipamentos. O local não é adequado para a prática do esporte, mas por falta de um lugar apropriado, os skatistas acabam ignorando o fato de ser proibido. Quanto ao estilo, os adeptos do skate não possuem um padrão definido. Segundo William, eles são bem alternativos, mas uma marca em suas vestimentas com certeza é o tênis. De acordo com Isaac, são feitos especialmente para essa prática e os modelos variam de acordo com a modalidade do esporte, mas no geral são mais resistentes e dão mais conforto ao atleta. O interesse por essa modalidade não tem data certa para aparecer, mas na maioria dos casos ele surge por influência de amigos e familiares. Ana Luisa (9) anda de skate desde os oito anos e conta que o interesse começou ao ver seu irmão mais velho. Ela também critica a falta de um lugar adequado em Viçosa para andar e diz

Criado na Califórnia por surfistas nos anos 50, o skate não demorou muito para ganhar o Brasil e o mundo. Em Viçosa não é diferente. Apesar de não ser um esporte muito difundido e incentivado, pode-se encontrar skatistas na cidade. Eles fundaram, em maio de 2009, a Associação Viçosense de Skate (AVS). Segundo Fábio Lopes (22), membro da AVS, o objetivo da Associação é realizar eventos que valorizem a prática da modalidade em Viçosa, como ocorreu no fim de setembro na AEV, mostrando a necessidade de um espaço com uma estrutura que atenda as necessidades dos atletas e que reúna skatistas da cidade e região. Os skatistas e membros da AVS Isaac Barbosa (21) e Willliam Medeiros (21) comentam que, sem um lugar para treinar, eles acabam se reunindo nos domingos a noite no estacionamento do Bahamas para praticar. Nos fins de tarde durante a se-

Patrícia Freitas

Skatistas da cidade reinvidicam pista para praticar e têm seus direitos defendidos pela Associação Viçosense que, por falta de opção, anda no clube em que frequenta. Já os primos Pedro Lucas e Felipe, de apenas cinco anos, andam de skate desde os três. Começaram por influência dos primos mais

velhos e já participam de pequenas competições. Como todos os esportes, o skate, além de ser uma atividade física, é uma forma de ocupação saudável e não incentiva hábitos como mau

comportamento e uso de drogas, afirma Willian. Ele ainda diz que essas práticas são associadas de forma errada aos skatistas e muitas vezes eles são até taxados como vândalos.

Campeonato de skate da AVS reúne atletas de toda a Zona da Mata e difunde o esporte

JOGO DE XADREZ ESTIMULA INTELIGÊNCIA

Pode não parecer, mas xadrez é um esporte olímpico e é disputado em campeonatos no mundo todo. No Brasil, os campeonatos nacionais ocorrem desde 1927 e o país possui grandes enxadristas conhecidos internacionalmente, como o gaúcho Henrique Mecking (conhecido como Mequinho), o porto-alegrense Giovanne Vescosi e o maranhense Rafael Leitão. O xadrez é um jogo de tabuleiro que exige capacidade de raciocínio, concentração e elaboração de estratégia. Sua prática estimula essas características e, como qualquer outra atividade esportiva, promove competividade e integração social. Mesmo a prática de xadrez tendo um baixo custo, o esporte ainda é pouco popular no Brasil. A estudante do Coluni, Danielle Reis (17), acredita que a impopularidade do jogo se deve ao preconceito: – Muitas vezes o jogo é tachado de chato por ser demorado e exigir muita atenção. Acredito que esse seja o grande obstáculo

Leonardo Gonçalves

Por Leonardo Gonçalves

para o jogo ser mais difundido, principalmente entre adolescentes – comenta. No entanto, quem conhece e pratica o esporte garante que é uma atividade bastante emocionante, como afirma o exatleta da equipe do LUVE

de xadrez, Lucas Gomes: – Requer, em cada movimento, muito cuidado. Cada peça que se move pode ser o fim da partida, logo, o meu movimento é tão importante quanto o do meu adversário. Fazer com que ele caia na armadilha e ar-

quitetar o jogo todo requer muita disciplina, pois qualquer ato impulsivo compromete todo um plano. Todo jogo de xadrez é diferente, não existem dois jogos iguais. Em Viçosa o esporte é ensinado como atividade extracurricular

Jogar xadrez, além de diversão, é uma forma de exercitar o raciocínio e a concentração

e sendo mais incentivado em colégios particulares. O estudante de direito Elias Mam, que dá aulas de xadrez no Colégio Anglo de Viçosa, garante que o jogo pode ser aprendido desde os cinco anos de idade e é um ótimo exercício mental: – O xadrez melhora o raciocínio, paciência e foco. É um esporte para a inteligência. Os caras não vão para academia pra ficarem fortes? Então, já foi comprovado cientificamente que o xadrez aumenta a capacidade de raciocínio, ou seja, deixa mais inteligente – afirma o professor. Elias também diz que o jogo tem boa aceitação entre os alunos do colégio e que ele planeja organizar campeonatos interescolares. Como são poucas as escolas com a atividade, o professor pretende organizar incialmente disputas entre o Colégio Anglo e o Colégio Equipe. Posteriormente, tentará difundir o esporte nas outras escolas de Viçosa, públicas e privadas, para que haja uma popularização da atividade e as competições possam crescer.

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MEIO AMBIENTE

OUTROLHAR NOVEMBRO DE 2014

RESERVA DO PARAÍSO É MAIOR DA REGIÃO

Espaço de Mata Atlântica da cidade é fonte de lazer, relaxamento e conscientização para seus visitantes

João Negrelli

Por João Negrelli

Bem pertinho do centro de Viçosa, logo depois do Bar e Petiscaria Capelão, existe a maior reserva de Mata Atlântica da cidade: a Mata do Paraíso. Possui

grandes vistas e conta com uma grande variedade de espécies animais e vegetais. Seu estado de conservação é excelente, graças ao trabalho de grupos de estudos e de interpretação ambiental como o Geia Mata. São eles que

fazem o acompanhamento do visitante pelas trilhas do parque, que vão das mais simples às mais difíceis. Para os jovens e adultos mais dispostos, a pedida é a Trilha do Aceiro: sendo a mais longa, é a que conta com o maior nú-

A reserva ambiental localizada a 6km da cidade tem grande variedade de animais e vegetais

mero de pontos de observação do meio-ambiente. A reserva é vinculada ao Laboratório de Conservação da Natureza, do Departamento de Engenharia Florestal (DEF) da Universidade Federal de Viçosa. Para a conservação ambiental na região, a Mata do Paraíso exerce uma função central. Afinal, é nela que se encontra a nascente do córrego São Benedito, grande afluente da principal fonte de água para a cidade, o ribeirão São Bartolomeu. É esse seu papel que mais entra em evidência, principalmente em época de seca. Com cerca de 450 hectares, ela praticamente se criou sozinha. Apenas a falta de manejo de uma fazenda presente no local fez com que a vegetação nativa começasse a florescer livremente. Com a posterior entrega aos cuidados do DEF, a área de proteção ambien-

tal se consolidou. Mas nem tudo é um mar de rosas. Segundo o engenheiro florestal Fábio Maia, que trabalha no Laboratório de Conservação da Natureza, apesar da boa relação com os vizinhos, a Mata ainda é cercada de pastos e sofre com focos de incêndios criminosos. Em 2008, por exemplo, o Centro de Visitantes teve seu telhado inteiramente queimado. O visitante, porém, pode ficar despreocupado. Fábio lembra que a segurança é alta, já que as trilhas foram formadas tendo em mente a função de corta-fogo. Para quem deseja visitar, é só ligar para o telefone 3899 3390 e agendar uma visita com Geraldo Magela, funcionário encarregado da reserva. A administração da Mata do Paraíso permite grupos supervisionados de até cinco pessoas, e pede que ligue com uma antecedência de três dias.

As justificativas são diversas. Para a comerciante Márcia Amaral, vegetariana há 17 anos e dona de uma loja que vende produtos voltados para este público, a motivação são os direitos dos animais, mas ainda acredita que será um passo importante para o meio ambiente: - Acho que quase 100% é isso. Desmatamento é por

causa do gado, o gado polui e por aí vai. Para quem se preocupa com a saúde, o estudante de nutrição da UFV Pedro Carmel, vegano, garante: - Não tem perda nenhuma, só benefícios. Tenho muito mais energia. Eu comecei a malhar só depois que me tornei vegano e muito do que obtive foi graças a dieta”.

VEGANISMO BENEFICIA MEIO AMBIENTE Por Érick Coelho

de animal. De carne a gelatina (sim, gelatina é feita de ossos e pele fervidos), passando por mel, ovos, alguns corantes, laticínios, etc. Algumas pessoas mais radicais chegam a não consumir remédios que são testados antes em animais e até mesmo a boicotar empresas que consideram explorar os animais de alguma forma.

Pecuária não é forma sustentável para produção de alimentos, pois degrada o solo, consome muita água e polui o ar

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Érick Coelho

Que carne é um item valorizado e cobiçado nos mais variados pratos e cardápios mundo afora todo mundo já sabe. O grande problema é que o aumento da renda e poder aquisitivo global nas últimas décadas vêm elevando o consumo de derivados animais a níveis que o planeta pode não sustentar por muito tempo. É o que diz relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP, na sigla em inglês) divulgado no ano passado. Muita gente não sabe, mas para produzir carne se utiliza tanto ou mais água, fertilizantes e solos férteis do que para alimentar diretamente as pessoas. Para se ter uma ideia, um artigo da revista Research Review concluiu que a carne é o alimento com menor eficiência energética. Isso significa que para cada caloria que comemos, outras 35 calorias foram necessárias para produzir, que poderiam ser utilizadas para alimentar diretamente humanos. Outro estudo, da ONG Water Footprint, afirma que para produzir cada quilo de carne são utilizados 14 mil litros de água. Além disso, boa parte da poluição do solo, das águas

e do ar (nesse caso, principalmente pelos gases emitidos na digestão de bovinos) tem origem na pecuária. Foi pensando nisso que o relatório da UNEP concluiu que a pecuária não é uma forma sustentável de produzir alimentos. O veganismo é uma filosofia de vida que restringe o consumo de qualquer tipo de alimento derivado


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