Jornal do Museu Itinerante da Comunicação - Novembro 2014

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JORNAL DO

Museu Itinerante da Comunicação UFV é pouco citada nos jornais mineiros Mais que um sonho, Museu é necessidade MC realiza atividades nas escolas de Viçosa Aspirantes a jornalistas JN trata manifestantes como ‘vândalos’ Existe imparcialidade no jornalismo?

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JORNAL DO MUSEU ITINERANTE DA COMUNICAÇÃO novembro 2014

Mais que sonho, Museu da C Edivânia Cristina

O Museu da Comunicação abriga uma coleção permanente de objetos que contam a história da Comunicação e do Jornalismo, da Universidade Federal de Viçosa e periodicamente abriga exposições temporárias. O Museu pretende preservar a história e apresentá-la para futuras gerações. Um espaço para a visualidade, a reflexão e o debate dentro das áreas da Comunicação e do Jornalismo se fazia urgente. O acervo material consta de uma centena de equipamentos de rádio, TV, fotografia, ilha de edição, e de comunicação em geral, além de acervo histórico, físico e digital. Criamos produtos e conseguimos outros de livre acesso. O Museu da Comunicação foi criado em fevereiro de 2013, a partir de um sonho comum, de esforços e de expectativas comparti-

lhadas por alunos, professores e funcionários. A antiga garagem da Casa 39 na Vila Gianneti foi completamente reformada, pintada e construídos divisórias de madeira para atender aos propósitos. Conseguimos a confecção de móveis para abrigar os computadores e projetores. A ideia de se criar um espaço para registro histórico, memória e arquivo, estudos e experimentações surgiu desde a formatura das primeiras turmas de Jornalistas do curso de Comunicação Social da UFV. Aqueles anos, início da década de 2000, coincidiram marcadamente com a acentuação da revolução tecnológica que tornaram praticamente obsoletos todos os equipamentos analógicos. A aquisição de vários equipamentos de edição de áudio e de vídeo, algo em torno de U$ 200 mil no início do curso, custou grande empenho

da UFV e dos professores, mas foi rapidamente alçada à condição de obsoleto. Bastava uma simples observação para se perceber que a revolução tecnológica se sucedia em todos os campos das telecomunicações e que haveria a necessidade de um espaço para arquivar, registrar e pesquisar aqueles já antigos objetos - alguns deles semi-novos. O mesmo processo de rápido envelhecimento de equipamentos ocorria na TV Viçosa, na Rádio Universitária e em toda a Universidade Federal de Viçosa. Com o passar dos anos, a idéia do Museu tornou-se um imperativo: em 2011, o servidor Mauro de Filippo e Ernane Rabelo, então chefe do DCM, foram alertados que um caminhão estava despejando aparelhos eletroeletrônicos e de comunicação equipamentos no galpão de

materiais da Divisão de Patrimônio. Grande parte dos equipamentos foi transferido para o DCM. Embora não dispusesse de espaço para acomodação, o Departamento de Comunicação Social resgatou aquele material e o guardou em uma pequena sala pois naquele momento não havia condições de levar adiante tal projeto. No início de 2013, a proposta foi novamente levada ao Colegiado do DCM, que aprovou por unanimidade a criação de uma comissão formada pelos professores Laenne Mucci, Mariana Procópio, Mariana Bretas e Ernane Rabelo, por alunos e servidores. Após várias reuniões, a comissão tomou a decisão de colocar o projeto de pé. Neste momento, foi importante o apoio de Michele Micheleti de Mello (PEC) e do professor Douglas Lopes de Souza (DAU).


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Comunicação é necessidade Foram estabelecidos os seguintes objetivos: promover a cultura de memória na UFV e garantir a preservação de equipamentos de valor histórico cultural, realizar mostras, exposições, atividades em escolas para conhecer e refletir sobre a Comunicação e o Jornalismo através da Estética, da Memória, da Crítica, da História e da Teoria. Sem recursos financeiros, a Garagem da Casa 39 foi reformada com apoio de “amigos do Museu”, da Pró -Reitoria de Administração e da Pró-Reitoria de Extensão

e Cultura. Antes do começo das atividades, uma servidora foi indicada para trabalhar no Museu, mas posteriormente isto não se concretizou, o que levou o Museu a funcionar sempre em horários alternativos, de acordo com as possibilidades de estudantes voluntários. Após sua instalação, o Museu tem sido freqüentemente procurado por vários setores da UFV com propostas de doação de equipamentos de grande valor histórico mas sem utilidade prática. Apenas como exemplo, muitos

Expediente Jornal do Museu Itinerante da Comunicação Informativo do projeto de extensão e cultura Museu da Comunicação (PRJ234/2013) Coordenação Professores Ernane Correa Rabelo, Laene Mucci Daniel, Mariana Lopes Bretas e Rennan Mafra Equipe do Projeto Ana Eduarda Ferreira, André Luís Bernardes de Carvalho, Diogo Rodrigues, Edivânia Cristina, Ellen Ramos, Everton Marques, Gustavo Sobrinho, Isac Godinho, Marina Mattos, Mateus Dias Pires, Ricardo Almeida, Robson Filho, Sayonara Aguiar Ribeiro Revisão: Ingrid Carraro Projeto Gráfico e Diagramação: Diogo Rodrigues

estudantes atualmente desconhecem uma máquina de escrever, uma máquina fotográfica analógica ou um mimeógrafo. Mas onde guardá -los? Com o apoio do Cnpq e do Procultura (UFV), criamos o Museu Itinerante da Comunicação, que leva a escolas e a locais públicos palestras, mostras e debates (leia na página 5). A UFV contribuirá para o amadurecimento do Museu com a cessão de servidores, espaço físico e recursos financeiros para as extremas dificuldades iniciais

sejam apenas um capitulo da história. Futuro - Para 2015 a equipe do Museu tem a expectativa de conseguir um servidor para que o espaço esteja aberto durante toda a semana. Na Vila Giannetti, local de grande valor histórico para a UFV, estão instalados outros três Museus (leia na página 11). O projeto prevê que, em algum momento, o Museu da Comunicação mude da garagem da Casa 39 para uma sede definitiva, o que possibilitará maior local para preservar e utilizar o acervo.

Ao visitante Se você possui algum equipamento de comunicação antigo, como rádio, televisão, máquina de escrever, vitrola, câmera fotográfica, mimeógrafo e não usa mais, que tal doar para o Museu da Comunicação? Cuidaremos deste objeto, a doação ficará registrada e será importante para o conhecimento das novas gerações. Aceitamos qualquer equipamento em razoável estado de conservação e que seja relacionado à história das comunicações. Entre em contato através do e-mail dcm@ ufv.br, pelo telefone (31) 3899-3792 ou na própria sede, que fica na Vila Giannetti, Casa 39, no campus da Universidade Federal de Viçosa.

Impressão: Divisão Gráfica Universitária Jornalista Responsável: Ernane Correa Rabelo- 23741 SP Tiragem: 5 mil exemplares Departamento de Comunicação Social Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Pró-Reitoria de Extensão e Cultura Universidade Federal de Viçosa

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UFV é pouco citada por jornais de Minas Gerais Qual a importância da Ciência para os jornais? Esta pergunta foi feita por um grupo de pesquisadores que quiseram saber ainda qual a importância da Universidade Federal de Viçosa no Estado e na microrregião da Zona da Mata. As matérias internacionais tiveram um maior destaque, representando aproximadamente 41% do total, seguida pelas matérias nacionais, estaduais e regionais respectivamente. Das 554 instituições de pesquisas brasileiras a UFV foi citada apenas 13 vezes, menos de 2,3 %. A notícia é péssima para as universidades pois é através dos jornais que se justificam perante à sociedade os recursos públicos ali investidos. O resultado reafirma também que os meios de comunicação desvalorizam a publicação de conhecimento científico em detrimento de assuntos mais populares. A pesquisa revelou que especialistas mais entrevistados foi superior à de pesquisadores, representando res-

maioria (91%) dos assuntos abordados é da área de conhecimento da Ciência, excluindo as outras áreas, como Exatas, Humanas, Ciências Sociais Aplicadas.

pectivamente 40,4% e 37,5%. Houve ainda grande número de publicações sem citação da fonte. A área de conhecimento de maior destaque foi a das Ciências da Saúde com 665 das publicações (37,3%), seguida pelas Ciências Biológicas (19%). O percentual representado pelas ciências humanas ainda é muito baixo: 8,3%. Percebemos a dominação do conteúdo ligado à medicina (Ciências da Saúde), Biologia e assuntos relacionados à Agronomia. Do mesmo modo, as temáticas mais comuns foram saúde e meio ambiente, representando cerca de 50% das aparições.

O jornal Estado de Minas foi o jornal que mais citou a UFV, totalizando 11 vezes. As Ciências Agrárias tiveram grande destaque pois o jornal publica um caderno específico intitulado “Agropecuário”.

O que fazer? As universidades públicas brasileiras (são 11 em Minas Gerais) devem promover eventos juntamente com os jornais para discutir o papel da mídia na repercussão de pesquisas e profissionalizar suas assessorias de comunicação. Sobretudo, as universidades devem utilizar seus próprios jornais, sites, emissoras de rádio e TV para a

Os meios de comunicação contribuem para a democracia e podem auxiliar na educação do cidadão, principalmente quando da população menos alfabetizada. A ciência na Zona da Mata A pesquisa com os jornais estaduais confirmou, infelizmente, outra investigação realizada no ano anterior com jornais da região de Viçosa. Em 2011, foi detectada a presença da ciência nos jornais Tribuna Livre, Folha da Mata e O Popular (Viçosa), Folha do Povo e A Voz (Ubá) e Folha de Ponte Nova. Entre outros resultados da pesquisa feita de janeiro a julho de 2011, concluímos que a ciência está presente em apenas 4,19% do conteúdo publicado. Nestes jornais 55% das notícias publicadas foi de originada de universidades estrangeiras, e a grande

divulgação científica, democratizando o conhecimento e justificando os altos recursos que a sociedade ali deposita. Quando se trata de ciência, é importante que haja direcionamento acerca do destino da pesquisa. As pesquisas que já apresentaram conclusões somaram a maioria das aparições nos jornais, com 774. Os pesquisadores consideraram alta (554) a quantidade de matérias que não se configuravam como pesquisa. Notícia baseada em pesquisa desenvolvida por Janaina de Oliveira Campos, Lucas Constantino e Ernane Corrêa Rabelo.


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Museu da Comunicação realiza atividades em escolas de Viçosa Com o objetivo de levar dinâmicas sobre as formas de comunicação, O Projeto “Museu Itinerante da Comunicação”, desenvolvido pelo Museu da Comunicação, estimula a visão crítica dos jovens e promove a interação dentro de sala de aula, o Projeto leva atividades diferentes para as turmas. Os alunos apresentaram duas encenações, com os temas “Protesto contra o estupro” e “Astros Teens: coletiva de autógrafos e confusão”, debatendo sobre o processo de apuração e produção da notícia, a mídia e a imprensa marrom (sensacionalista) e sobre jornalismo cidadão. Por fim, produzem uma notícia a respeito das encenações feitas por eles. Os temas das encenações foram escolhidos diante dos assuntos de maior repercussão na mídia e de fácil assimilação para os alunos. E que também gerasse um debate crítico do que pode ou não ser mostrado nos meios midiáticos. O roteiro era pensado para que os alunos participassem. Então cada um teve uma função pré-definida. Era desde as protagonistas da manifestação, aos policiais. Os jornalistas ficam incumbidos de apurar e apresentar a notícia. Analisávamos todos juntos qual foi o melhor discurso e os erros comuns. As alunas que encenavam o protesto seguravam cartazes com frases de pedido de direitos iguais, usar as roupas que quiserem, chamar atenção para o fato das mulheres não serem respeitadas e o número de estupro aumentar cada vez mais e

Ellen Ramos

Alunos da Edmundo Lins e integrantes da equipe do Museu da Comunicação nada ser feito e apitavam para dar mais veracidade a essa manifestação. Sempre ressaltávamos que o estupro não acontece só com mulheres, homens também sofrem tal crime. Trazíamos a importância de denunciar e as formas de abordar o tema nas mídias. “Astros Teens” foi pensada para os alunos do 5º e 6º ano do Ensino Fundamental, por ser um tema menos pesado e que os atraísse. Ao pensar o conteúdo e como seria a encenação, trouxemos para o universo dessas crianças temas que as interessasse. Propusemos que, ao encenarem, teriam que haver um grupo pop, segurança, fãs, paparazzi e jornalistas que cobririam o evento. As fãs seguravam cartazes com dizeres de amor e carinho pelos ídolos. E surgiam indivíduos que foram

contratados para causar confusão durante a coletiva, gerando prisões. As escolas e turmas participantes: no mês de abril, os alunos da turma do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Dr. Raimundo Alves Torres (Esedrat), professora Kelen Fonseca; no mês de maio, turma 2 do 9º ano do Ensino Fundamental Escola Municipal Ministro Edmundo Lins, professora Maura Aparecida; mês de julho, alunos do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Anglo, professores Evaldo Batista e Vanessa Borges; mês de agosto, nas Escolas Estaduais Raul de Leoni (alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental acompanhados pela professora Vânia Sabino) e Santa Rita de Cássia (1º Ano do Ensino Médio, professor Anderson Gonçalves), na Municipal

Dr. Arthur Bernardes (7º e 9º Ano do Ensino Fundamental, professora Maria de Fátima) e no Colégio COEDUCAR (1º Ano do Ensino Médio, acompanhados pela professora Lucimara); e mês de setembro, Centro Educacional Génesis, 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Estas atividades, dinâmicas e discussões fazem parte do Projeto “Museu Itinerante da Comunicação”, que tem o apoio do CNPq, do Procultura/UFV, e do Departamento de Comunicação Social/UFV. As escolas e instituições interessadas em receber a visita do Projeto ou agendar uma visita ao Museu devem entrar em contato pelo e-mail dcm@ ufv.br, pelo telefone (31) 3899-3792 ou na própria sede, que fica na Vila Gianetti, casa número 39.


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Fotos: Equipe do Museu

Museu promove atividades em escolas

Arthur Bernardes Enquanto o aluno encenava, a bolsista Edivânia Cristina, fazia anotações no quadro negro, para serem pontuadas na hora do debate.

Raul de Leoni

Na E.E. Raul de Leoni, os alunos do 9º A pela professora Vânia Sabino, recebia para a encenação do protesto contra ficava a cargo de ser o jornalista enqu interpretavam as manifestantes

Santa Rita de Cássia Na Escola Estadual Santa Rita de Cássia, os alunos do 1º Ano do Ensino Médio participaram das atividades do Museu da Comunicação. Os alunos eram os jornalistas que cobriam a manifestação contra o estupro e reproduziam o que apuraram para os demais colegas de sala

Anglo

As atividades do Museu Itinerante, compra de equipamentos e serviços, são patrocinados pelo CNPq

Pós encenação e debate, os alunos fo produzirem uma notícia sobre as ativid sala de aula. A bolsista orientou sobre notícia: local, horário, os envolvidos, o redação de jornal. Os professores Eval acompanharam as atividades desenv


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s de Viçosa

Coeducar Alunas segurando cartazes da manifestação com os seguintes dizeres: “Meu corpo, minha maneira de vestir”, “Não estou pedindo pra ser estuprada, só porque uso roupas curtas”, “Direitos iguais, fora o machismo”

Gênesis

Ano, acompanhados am as orientações a o Estupro. Um aluno uanto as meninas

oram orientados a dades desenvolvidas em o que tinha que conter a assunto, simulando uma ldo Batista e Vanessa Borges volvidas

Os alunos do 5º ao 9º Ano do Ensino Fundamental, do Centro Educacional Gênesis, localizado na Rua Dona Gertrudes, 234, em Viçosa, participaram das atividades produzidas pelo Museu da Comunicação

Esedrat Os alunos do 1º ano do Ensino Médio da E. E. Dr. Raimundo Alves Torres (Esedrat), acompanhados pela professora Kelen Fonseca, participaram das atividades organizadas pelo Museu da Comunicação

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JN trata manifestantes como ‘vândalos’, depois recua Uma equipe de estudantes de Jornalismo investigou a cobertura do Jornal Nacional da TV Globo para revelar como a emissora tratou as manifestações de 2013 iniciadas pelo Movimento Passe Livre, em São Paulo. A pesquisa detectou contradições éticas e o posicionamento adotado pela emissora: sempre foi dada mais ênfase para os atos de vandalismo do que às reivindicações dos manifestantes. A cobertura do Jornal Nacional, naqueles dois meses pesquisados, teve 13 abordagens negativas, apenas três matérias positivas aos manifestantes e cinco parecerem neutras. Após o trabalho de investigação, os pesquisadores concluíram que a abordagem prejudicou o entendimento daqueles acontecimentos: a sociedade teria saído melhor informada depois das manifestações se o JN houvesse privilegiado nas reportagens o “por quê” e “o quê” desejavam as milhares de pessoas e, se possível, “como” atendê-los. Em vários momentos, a TV mostra a polícia intervindo para manter a ordem (engarrafamentos, containers de lixo sendo queimados, vidraças quebradas, bandeira queimada e ônibus pichados) e exibe outras cenas de “boas maneiras” (em que um manifestante entrega flores a policiais). O professor Ernane Rabelo considerou que a Globo iniciou a cobertura criminalizando os manifestantes, como geralmente o faz, mas depois

www.logolimao.com.br

equilibrou as reportagens devido a quatro motivos principais: a presença da classe média nas ruas, o apoio popular e das elites às causas, a reação contra a imprensa e a percepção de que as ações poderiam enfraquecer politicamente o governo federal. Os jornais evitam dar explicitamente sua opinião para reforçar a propaganda de que sejam “imparciais” e assim convencer melhor o eleitor. A cobertura de manifestação contra o aborto foi positiva para os manifestantes, visto que a maioria deram declarações contrárias e a última entrevistada teve sua fala destacada como se fosse “a palavra final” sobre o assunto. Em um protesto de mora-

dores das favelas da Rocinha e do Vidigal, no Rio de Janeiro, a TV mostra imagens de fechamento do comércio, interdição de ruas e dispersão da manifestação, manifestantes em frente à casa do governador do Rio de Janeiro e ouve suas reivindicações. Willian Bonner concluiu com a informação de que o governador do Rio está “aberto a receber representantes desses protestos”. Pode-se entender que não havia motivos para as manifestações pois, segundo a TV, o governador estava disponivel para atender aos manifestantes. Na fase inicial da cobertura, a palavra “vândalo” esteve entre as expressões mais utilizadas, assim como a associação

à violência e à ilegalidade dos manifestantes. Com o passar dos dias passou a ser enfatizada a dicotomia entre “violenta” e “pacífica”, mas sempre tentando enquadrar os movimentos na necessidade da “lei e da ordem”, sem “baderna”. Despistamento Uma das estratégias da emissora é a disposição das fontes e a “qualidade” destas falas e posicionamentos. Em vários momentos, o “não dito”, a omissão, são reveladores. Na noite de 16 de julho de 2013, por exemplo, o JN dedicou 2 minutos e 17 para uma reportagem sobre a expectativa do nascimento do filho do príncipe Willian e da duquesa Katie. Na mesma edição, o JN utilizou apenas 11 segundos para noticiar o pronunciamento da presidenta em que esclarecia o projeto de contratação de médicos estrangeiros e mudanças no currículo das escolas de Medicina de todo o Brasil. Os manifestantes, percebendo que estavam sendo tratados como criminosos pela emissora, reagiram. Houve atos de protesto em frente a sedes regionais da emissora espalhadas pelo paí. Veículos da TV Globo e de outras emissoras foram destruídos. Este texto foi produzido a partir do artigo “Estratégias de Notícia no Jornal Nacional”, dos autores Ana Luisa Lopes, Ana Paula Lopes da Silva, Caíque Verli, Camila Leão, Ernane C. Rabelo, Jéssica Santana, Marina Mattos, Thalita Fernandes e Verônica Valverde.


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Aspirantes a jornalistas Entre as cerca de cem redações escritas por estudantes, selecionamos algumas que relatam as atividades do Museu realizadas nas escolas Estupro

Taís Cristina de Oliveira 7º Ano do Ensino Fundamental/ Escola Municipal Dr. Arthur Bernardes Aconteceu hoje na escola, dia 11 de agosto 2014, um protesto contra o estupro. No terceiro horário alguns alunos participaram deste protesto. Os alunos Douglas e Danielli foram os nossos jornalistas. O Douglas perguntou ao Felipe o que ele achava sobre as mulheres. Ele disse que as mulheres tinham que ficar em casa lavando sua roupa e lhe dando conforto que ele merece. Já a Josiane disse que roupa não define o caráter de ninguém e não é só porque ela veste short curto que os meninos têm que passar-lhe a mão. E que todas as mulheres merecem ser respeitadas.

Estupro

João Victor e Washigton 9º Ano do Ensino Fundamental/ Escola Estadual Raul de Leoni Hoje no período da manhã aqui na Escola Estadual Raul de Leoni as meninas resolveram fazer um protesto sobre o estupro dizendo que elas tem que ser mais respeitadas, direito de usar roupas não muito longas e não ser vista como objeto sexual. Nessa manhã apareceram ao protesto com muitos cartazes. A maioria dizia: “Não merecemos ser estupradas” como esse cartaz. O repórter Lucas e Paula afirmaram que essas meninas estão aqui tentando avisar isso mas tem alguns homens contra favor aqui então elas resolvem ficar andando pela sala dizendo: -Não queremos ser estuprada O que houve na Raul de Leoni foi uma grande revolta das mulheres.

Mais Protestos em Busca de Direitos e Liberdade

Mylena Sena 2º ano do ensino médio do Colégio Anglo de Viçosa Nesta quarta-feira, 23 de julho de 2014, ás 9:15 horas, ocorreu um protesto pacífico contra o estupro em um prédio comercial na Rua Dr. Milton Bandeira. O protesto foi realizado por mulheres com cartazes escritos como: “Não me estupra por favor”, “Não mereço ser estrupada”. Além disso, muitas falavam em alto tom argumentos como: “Minhas roupas não definem minhas vontades”, “mais respeito por favor”. Em umas das entrevistas a protestante Julia relatou que em seu bairro o número de vítimas de estupros aumenta cada vez mais e os moradores, principalmente as mulheres, estão aterrorizadas. No protesto, muitos homens debatiam verbalmente contra os argumentos feministas e usavam gírias perceptivelmente ofensivas como “lavadeiras”. Um dos entrevistados justificou que “lugar de mulher é lavando, passando, cozinhndo e de preferência, muito bem vestida”. A duração do protesto foi de tempo curto, e ocorreu organizado e pacificamente.

Encenação na Sala

Vitor Gabriel e Francisco 9º Ano do Ensino Fundamental/ Escola Estadual Raul de Leoni Ontem dia 07/08/2014 na E.E. Raul de Leoni tivemos uma interessante palestra sobre o avanço da comunicação para nós termos mais conhecimento do como aconteceu, a palestra foi apresentada pelos estagiários da UFV ( Universidade Federal de Viçosa). Nós fizemos uma encenação sobre o protesto sobre os estupros que estão acontecendo com as mulheres hoje em dia e nós alunos participamos desse protesto. Foi muito bom para nós alunos aprendermos sobre a comunicação e o estupro.

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Existe imparcialidade no Jornalismo? Como trabalham as revistas brasileiras? Uma pesquisa desenvolvida por estudantes de jornalismo comprovou, mais uma vez, que a neutralidade é um mito. Comprovou que as notícias obedecem ao caráter mercadológico, as rotinas de produção, os critérios de noticiabilidade, os ditames do mercado, e as práticas profissionais levariam as notícias a oferecerem aos usuários uma imagem desfocada e adulterada da realidade. Os estudantes adotaram o Código de Ética do Jornalista para investigar a cobertura das principais revistas brasileiras, a escolha destas se deu pelo fato de serem as revistas semanais brasileiras de

informação geral e de maior influência e tiragem: Veja, Isto é, Carta Capital e Época, no período de 20 de maio e 24 de julho. E para alcançarem aos objetivos adotados, eles utilizaram métodos de análise quantitativa e qualitativa, dentre as quais o estudo e classificação de fontes, comparação de abordagens e enfoques de cobertura e o procedimento de análise comparativa entre o noticiário veiculado e o que preceitua o Código de Ética dos Jornalistas. O Código de Ética aprovado pela Federação Nacional dos Jornalistas em 1985- e modificado em 2007, é com-

posto por 27 artigos, é dividido em quatro partes, sendo a primeira, “Do Direito à Informação”, e a segunda, “Da Conduta Profissional do Jornalista”, com cinco artigos cada. A terceira parte aborda a “Responsabilidade Profissional do Jornalista” e tem sete artigos. A última trata da aplicação do Código, sendo composta por dez artigos. A minuciosa análise realizada pelos estudantes nas quatro revistas permitiu perceber que o jornalismo contemporâneo esbarra em vários momentos no Código de Ética que, em tese, deveria ordenar em primeira instância a atitude do jornalista.

Um dos erros mais cometidos é a imprecisa apuração dos acontecimentos, a revista Veja trata os temas de maneira mais agressiva, com uso de adjetivos fortes, pejorativos, adjetivando as informações de tal modo que se mesclam na mesma reportagem, sem o espaço do contraditório e o acolhimento de versões conflitantes com a da revista. Esse texto foi produzido a partir do artigo “Revistas Semanais Brasileira: Uma análise Ética”, dos autores Ernane C. Rabelo , Ingrid Carraro, Laira Carnelós, Mateus Pires, Mariana Balduci e Gustavo Pires dos Santos. www.eroshistory.wordpress.com

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Fotos: ww.ufv.br

Os Museus da UFV Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef

O Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef foi criado em 1993 com o objetivo de conservar e socializar a coleção de rochas e minerais da Universidade Federal de Viçosa (UFV), iniciada pelo professor Alexis Dorofeef, em 1935. O Museu conta com uma exposição de longa duração, um espaço interativo, sala multimídia, área de reserva técnica e um amplo quintal. É sede da Sala Verde de Viçosa, que possui biblioteca e videoteca. Horário de Funcionamento: Segunda a sexta-feira de 8h às 12h e de 14h às 18h. Localização Vila Giannetti, casa 31Campus Universitário UFV Telefone: (31)38992662 Email: mctad@ufv.br Site: www.mctad.ufv.br. Fonte: Circuito de Museus

Museu de Zoologia João Moojen

O Museu de Zoologia João Moojen da Universidade Federal de Viçosa (UFV) iniciou suas atividades em 1933, a partir de uma coleção de diferentes animais da fauna brasileira do então professor João Moojen de Oliveira. A exposição permanente do Museu é composta por animais taxidermizados e peças zoológicas da fauna brasileira, em especial do estado de Minas Gerais. Horário de Funcionamento: Segunda a sexta-feira de 8h às 12h e de 14h às 18h.Localização Vila Giannetti, casa 32 Campus Universitário UFV Telefone: (31)38992586 Site: www.museudezoologia.ufv.br. Fonte: Circuito de Museus

Casa Arthur Bernardes

No dia 26 de agosto de 1996 foi criada a Casa Arthur Bernardes, ligada a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e a Divisão de Assuntos Culturais. Desde a sua criação, o espaço procura conservar a história de vida de Arthur da Silva Bernardes, colecionando peças e documentos de várias naturezas, relacionados com sua trajetória de vida pública e privada.O espaço é de visitação gratuita. Para agendar visitas, entre em contato: Casa Arthur Bernardes- Praça Silviano Brandão, 69- Viçosa-MG. Telefone: (31) 3899-2862 E-mail: cab@ufv.br

Museu Histórico

O Museu Histórico da UFV foi criado em 26 de agosto de 1986 com a finalidade de estudar fontes históricas, coletar, guardar, classificar e expor objetos referentes à memória institucional e divulgação do patrimônio, bem como constituir-se num dos elementos básicos para a difusão cultural e extensão universitária. Seu espaço é aberto para visitação gratuita de segunda a sexta-feira, de 08h-12h e 14h-18h. Visitas em grupo devem ser agendadas pelo telefone (31) 3899-2498. Contatos: museuhistoricoufv@ gmail.com www.facebook.com/museuhistorico.ufv (31)3899-2498

Pinacoteca

A Pinacoteca da UFV foi criada em fevereiro de 1973 como um espaço para realização de exposições e incentivo ao lazer cultural e a expressão artística. São expostos trabalhos de artistas conhecidos e também de iniciantes, sendo assim, um espaço de valorização de novos talentos. Seu espaço é aberto para visitação gratuita de segunda a sexta-feira, de 08h-12h e 14h-18h. Visitas em grupo devem ser agendadas pelo telefone (31) 38992498. Contatos: pinacoteca@ufv.br https://www.facebook.com/pinacotecaufvicosa (31)3899-2498

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Um pouco do nosso acervo

Gustavo Sobrinho

Gustavo Sobrinho

Ilha de edição: usada para a edição de áudio e vídeo. Composta por monitores, mesa de edição AG-A850 Panasonic (editar material audiovisual) e mesa de transmissão e efeitos Panasonic (transfere gravação e edição de vídeos), usada nos anos 1990-2000.

Filmadora DXCM3A Sony: usada nos anos de 1970 e 1980, era uma das câmeras semiprofissionais com tecnologia mais avançada na época.

Gustavo Sobrinho

Edivânia Cristina

Play de áudio: edição de áudio, usado nos anos de 1960/70.

Edivânia Cristina

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Câmera Fotográfica: Usada nos anos 1990 e começo dos 2000, ela foi uma das últimas câmeras lançadas antes do advento da tecnologia digital.

Gustavo Sobrinho

Máquina elétrica de escrever, usada no ano de 1990. VT da câmera DXC M3A: armazenava o que a câmera gravava, usada nos anos de 1980 e 1990, era um equipamento considerado portátil para a época.


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