Jornal OutrOlhar | Edição 14 | Dezembro de 2007

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA VIÇOSA - DEZEMBRO DE 2007 - ANO 04 - NÚMERO 14

Fotografia: Gabriele Maciel/ Arte: Pato Domingues

(( esporte ))

Por que a relação entre meninas e peladas ainda é pouco estimulada?

pág. 11

(( entrevista ))

Até onde o homem pode ser levado por sua paixão pelo meio-ambiente

pág. 12

(( cidade ))

Bloco “Vem quem quer” funda Sociedade Musical em Viçosa

pág. 8

Depressão na adolescência

Porque esse mal se torna cada vez mais comum, principalmente entre os adolescentes? pág. 3

(( lazer ))

Feira de artesanato na praça aos sábados de manhã é só diversão pág. 9

(( opinião ))

A difícil rotina dos jovens que se dividem entre trabalho e estudo

pág. 2


(( opinião )) Prezado leitor que gosta e espera as edições do OutrOlhar. Está aí mais um exemplar do jornal feito pelos alunos do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Viçosa – UFV. Nunca é demais lembrar que você é um dos nossos objetivos. Por isso, OutrOlhar, além de servir como laboratório de experimentações e práticas dos estudantes de jornalismo, ainda tem o objetivo de proporcionar uma boa leitura, estimular a interpretação dos textos publicados e trabalhar com temas que possibilitem uma gama de conhecimentos gerais e informações de utilidade e interesse para você. Esperamos que esta edição seja do seu agrado. Que não só os temas nela abordados, mas as formas como foram apresentados nas 12 páginas possam despertar o seu interesse e satisfação. Afinal, ela foi feita com muito carinho, muito trabalho e envolveu uma intensa e sistemática pesquisa, junto ao nosso públicoalvo: você. Boa Leitura

Os desafios da dupla jornada MARIA ANTÔNIA PERDIGÃO Acordar cedo, enfrentar uma longa jornada de trabalho e depois ir à escola. Essa é a rotina de muitos estudantes do ensino médio e fundamental, que se vêem obrigados a trabalhar para contribuir na renda familiar. Devido ao trabalho, alguns alunos chegam à escola cansados e muitas vezes desanimados. No entanto, o fato de trabalhar e estudar não significa que esses jovens terão um desempenho inferior aos demais. O rendimento dos estudantes que trabalham é relativo, uma vez que existem os que não se interessam pelos estudos e aqueles que acreditam no sonho de ter um futuro melhor,

conforme inclusive afirma a professora de português Angelita Maria de Freitas.

Tim Gouveia

Ao Leitor

O importante é que o estudante defina seus sonhos e objetivos e veja nos estudos uma

forma de crescer na vida, pois sem metas pessoais, a escola se torna uma mera obrigação e, após se formar, ele continua no mesmo tipo de emprego, sem perceber que poderia ir além. Um bom exemplo disso é o caso de Breno Ferreira, que trabalha doze horas por dia em uma lanchonete e à noite faz cursinho pré-vestibular. Ele começou a trabalhar quando estava no primeiro ano do Ensino Médio e jamais pensou em parar de estudar só para trabalhar. Conciliar os estudos com trabalho é uma tarefa difícil, mas não impossível. Para se sair bem nos dois o estudante deve saber administrar o tempo, dedicando uma parte dos horários para os estudos e outra ao lazer, uma vez que a vida não é feita apenas de estudo e trabalho.

Prof. Joaquim Sucena Lannes

crítica à mídia

A estética corporal e os mecanismos para alcançá-la Os meios de Comunicação bombardeiam os indivíduos com propagandas que estimulam o consumo de fast-foods ao mesmo tempo em que cultuam um corpo esteticamente perfeito. Além da propaganda, a mídia, de um modo geral, no início de cada verão veiculam matérias que “ensinam” as pessoas a perderem peso e se manterem “elegantes”. Neste dilema, situase o adolescente que também OUTR ((O)) LHAR Jornal Laboratório produzido pela turma de 2006 do Curso de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa Endereço: Vila Giannetti, casa 39, campus universitário CEP 36570-000 – Viçosa MG Tel: 3899-2878 – outroolhar@ufv.br

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Reitor Prof. Carlos Sigueyuki Sediyama

incentivado pelos meios vive o conflito de acompanhar a turma e abusar de guloseimas e sanduíches e, ao mesmo tempo, conservar o seu corpo nos padrões estabelecidos como ideal. O atrativo da publicidade que divulga estereótipos de modelos famosos pode levar o adolescente a querer ter “um corpo” como o dos seus ídolos, despertando o desejo de se enquadrar em tal estilo, independente desse estilo ser Tim Gouveia

GISELE NISHIYAMA

Diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Prof. Walmer Faroni Chefe do Departamento de Artes e Humanidades Prof. Fábio Faria Mendes Coordenador do Curso de Comunicação Social Prof. Ricardo Duarte Jornalista-responsável Joaquim Sucena Lannes – MT/RJ 13173

saudável ou não. É interessante notar, que a maioria dos jovens com excesso de peso quer emagrecer em pouco tempo. No entanto, dietas milagrosas veiculadas na Internet, na TV, e pelos jornais e revistas têm efeitos temporários, pois não levam à mudança dos hábitos alimentares. Após sua interrupção, o peso volta a aumentar como afirma a nutricionista Suely Neves. Por isso, a perda de peso deve ser lenta e progressiva, para que os resultados sejam duradouros e o organismo se adapte à sua nova condição.

Editores Agnaldo Montesso, Debora Antunes, Gabriel Miranda, Maria Antônia Perdigão, Michelle Bastos, Tatiana Duarte, Zana Ferreira Revisão de texto Felipe Menecucci, Gisele Nishiyama, Sabrina Areias, Talita Aquino Diagramação, arte e revisão final Felipe Menicucci, Pato Domingues, Tatiana Duarte, Tim Gouveia Redação Agnaldo Montesso, Ana Maria Pereira,

Os hábitos alimentares e os padrões estéticos corporais divulgados massivamente pela mídia provocam a contradição entre os adolescentes: ter um corpo esbelto ou seguir o modismo da alimentação rápida. Fica claro então, que os meios de comunicação deixam os adolescentes confusos. Além disso, pode-se notar a escassez de programas de assistência ao adolescente, que levem informações corretas, desmistificando algumas idéias sobre como emagrecer e como conquistar o corpo ideal.

Ana Paula Nunes, Aramis Assis, Bárbara Gegenheimer, Carolina Reis, Débora Antunes, Débora Bravo, Diego Alves, Eloah Monteiro, Felipe Menicucci, Felipe Pedroza, Fernanda Couto, Fernanda Mendes, Fernanda Torquato, Gabriel Miranda, Gabriele Maciel, Geanini Hackbardt, Gisele Gonçalves, Gisele Nishiyama, Inês Amorim, José Tarcísio Filho, Joséllio Carvalho, Kirna Nascimento, Lúcio Érico, Manuella Rezende, Maria Antônia Perdigão, Mariana Azevedo, Marianna Giarola, Mário Vítor Filho, Maristella Paiva, Michelle Bas-

tos, Mônica Bento, Pablo Pereira, Pato Domingues, Paula Chaves, Sabrina Areias, Samira Calais, Talita Aquino, Tatiana Duarte, Tim Gouveia, Vagner Ribeiro, Zana Ferreira. Impressão Divisão de Gráfica Universitária Tiragem 1500 exemplares Os textos assinados não refletem a opinião da Instituição ou do Curso e são de inteira responsabilidade de seus autores.


(( ciência ))

Quando a diversão se transforma em depressão GABRIELE MACIEL vir a desenvolver essa doença que, segundo dados estimativos do Ministério da Saúde, atinge 10% dos jovens brasileiros. Pois é jovem, mas isso pode sim vir a acontecer! A depressão pode surgir na adolescência, pois essa é uma fase de intensa instabilidade emocional. O adolescente não é mais uma criança, mas também não se considera responsável como um adulto. Seu corpo está mudado e suas idéias pipocam, mas a insegurança não o permite fazer uso de todas suas novas potencialidades. Ao enfrentar tudo isso o jovem pode não se adaptar a essa nova realidade que pinta a sua frente, o que acaba

por causar-lhe um alto grau de ansiedade, medo e desânimo. Mas, segundo a psicóloga Vanilda Tiburcio a depressão também pode ser motivada pela perda de alguém querido, pela separação dos pais ou até mesmo pela vivência de uma grande frustração. Calma, não se assuste! Você, não está com depressão só porque às vezes fica cabisbaixo, como explicará a psicóloga Vanilda: “É necessário ter cuidado ao se identificar esses estados de humor. Entristecerse faz parte de todo processo de elaboração de uma perda e é inerente e, inclusive necessário à condição humana. Porém quando esse quadro de tristeza e isolamento se estende por muito

tempo e impede o adolescente de seguir sua vida, aí sim, podese considerar como estado patológico”. Para não confundir as coisas, o médico psiquiatra doutor Lairton Costa Andrade alerta para os sintomas mais recorrentes da depressão na adolescência: baixa auto-estima, baixo rendimento escolar, problemas em se relacionar com as pessoas, irritação, dores de cabeça, alterações no sono e no apetite, enjôos, isolamento, impulsividade, dentre outros. Caso você apresente esses sintomas, procure a ajuda de um médico especialista. A depressão tem cura e deve ser tratada para que assim você se sinta renovado pela força de sua juventude. Rafael Munduruca

As vontades já não são mais as mesmas dos tempos de criança. O corpo começa a tomar novas proporções e os questionamentos voam além do imaginário das brincadeiras. É a adolescência que chega sem pedir licença, trazendo uma carga explosiva de hormônios. E é nessa fase de tantas mudanças físicopsicológicas que uma companheira traiçoeira pode aparecer na vida do jovem: a depressão. Ao se considerar que a adolescência é uma das fases da vida mais bonitas e enérgicas da vida, as pessoas logo pensam que um adolescente não tem porque se sentir deprimido e muito menos

Para fazer bem à saúde, à natureza e agradar sua mãe MÔNICA BENTO “Coloca verdura nesse prato, menino!” Quem nunca ouviu isso da mãe? Com certeza ela estava querendo que você comesse algo saudável e natural. Mas nem sempre o alimento no seu prato é tão natural assim. Alguns vegetais, dependendo da sua origem, podem ter uma grande concentração de agrotóxicos e outros produtos químicos. Para quem não gosta da idéia de comer alimentos tão contaminados a opção são os orgânicos. O que melhor define os alimentos orgânicos é o fato de que eles são produzidos sem usar agrotóxicos, e produtos químicos não são empregados na plantação, o que evita a contaminação do solo e da água. Mas para ser definido como orgânico são observadas também questões trabalhistas, ou seja, todos os envolvidos no processo têm que ter a carteira de trabalho assinada e receber

assistência à saúde. Apesar de todas as vantagens, não se pode afirmar que os alimentos orgânicos sejam mais saudáveis. Pesquisas sobre o tema não chegaram a nenhum resultado conclusivo porque o tipo de solo, o clima e outras variáveis podem afetar a quantidade de vitaminas ou de proteínas dos orgânicos em relação aos alimentos convencionais. Mas para Ricardo Santos, professor da Universidade Federal de Viçosa e pesquisador especialista em alimentos orgânicos, independente da composição dos alimentos, eles são mais saudáveis para a sociedade e para o meio ambiente, e isso deve ser levado em conta na hora do seu consumo. Ainda segundo Ricardo Santos, foi a partir do início da

década de 1980 que começaram as pesquisas sobre os orgânicos, partindo da sociedade e não das universidades. As pessoas queriam

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alimentos que fossem melhores para elas e para a natureza também. Mas hoje grande parte da população não tem acesso a esses

alimentos, já eles são mais caros que os convencionais. Isso porque a produção ainda é pequena para atender todo o mercado, e muito do que é produzido no Brasil é exportado, principalmente para a Europa. O cultivo de alimentos orgânicos é regulamentado por Lei Federal, e para serem comercializados é preciso um certificado, dado por instituições internacionais, que garanta que todo o processo de plantação, distribuição e comercialização daquele produto obedece às especificações. Agora você já sabe que não é só porque o produto é natural que ele é orgânico, mas consumindo o orgânico você faz mais do que agradar a sua mãe: você protege o meio-ambiente e a sua saúde.

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(( cidadania ))

Cidade estruturada facilita vida de deficientes físicos GISELE GONÇALVES

sidente da Apone (Associação dos Portadores de Necessidades Especiais), Ademir Leão, chegaram na cidade dois ônibus especiais adaptados aos portadores de deficiência. Somente na Apone são 250 associados. É um número considerável de pessoas que são beneficiadas quando estruturas são reabilitados às suas necessidades. “Queremos só ter liberdade na cidade, direito de ir e vir”, comenta o presidente da Associação. Todo portador de deficiência tem a capacidade de ter uma vida independente, em qualquer tipo de limitação que possuir. E todos, sem exceção, são capazes de ter uma vida própria, de trabalhar, produzir, e, conseqüentemente, ser útil para si próprio. Logo a reabilitação de vários pontos da cidade é essencial para o convívio do deficiente em sociedade, pois nem todos os deficientes são iguais ao Cebolinha.

Sabrina Areias

Todos os dias, às 6h30 da manhã, Ronaldo Lopez, mais conhecido como “Cebolinha”, levanta-se. Liga o rádio e ouve uma música. Toma seu café e faz alguma coisa até a hora de se arrumar para pegar o ônibus e ir para a Livraria UFV, onde trabalha há um ano e de onde retorna somente às 19 horas. “Jogava bola, agora parei um pouco. Namoro, vivo a vida numa boa!”, conta Cebolinha. Como a maioria das pessoas, Cebolinha vive a vida normalmente, mas diferente dos demais como ele, que tem de lidar com deficiência física nos braços. Infelizmente, nem todos deficientes físicos da cidade conseguem conciliar atividades do dia com as estruturas dos lugares públicos, geralmente inadequados às habilidades físicas de um deficiente, ruas mal planejadas, transporte de difícil acesso, etc. Com

a limitação dos movimentos, eles ficam impossibilitados de viver uma vida normal, assim como o Cebolinha. Mas isso está mudando em Viçosa. Já há lugares estruturados para as pessoas com os movimentos limitados. Como as construções de rampas para cadeirantes que podem ser vistas em frente às lojas e ao Fórum. Além do mais, apesar de poucos, há orelhões adaptados aos deficientes. Segundo o pre-

Rampa facilita a vida de portadores de necessidades especiais

Um foco no futuro, já pensando no presente AGNALDO MONTESSO

focando somente no futuro, mas te isso o que eu quero e ajudanno presente”, ressalta o coordena- do muito a pensar no que vou ser dor do Adolescente Trabalhador futuramente”, ressalta a aprendiz do Banco do Brasil, Jones Mora- do Banco do Brasil Ellen Cristina es Oliveira. Para tanto, os jovens Martins da Silva, de 16 anos. No tem cursos e palestras profissio- BB, o programa já era feito antes nalizantes, além de um acompa- da promulgação da lei e vários nhamento nas escolas, por meio funcionários que trabalham atualdo desempenho escolar, requisitos para continuar no programa. É também uma forma de conhecer mais a fundo as empresas, descobrir a área que os jovens Lei do Aprendiz permite acesso dos jovens ao mercado de trabalho poderão atuar após o término dos mente no banco passaram por ele. estudos e quebrar alguns para- A Lei de Aprendizagem digmas. “Eu sempre quis traba- assegura carteira assinada, férias, lhar na área administrativa, mas 13º salário, entre outros encargos nunca imaginei que trabalharia trabalhistas e previdenciários, aqui. Está sendo uma forma de mas que são menores em relação eu aprender e saber se é realmen- aos trabalhadores normais. De

Agnaldo Montesso

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Se você acha que só pode começar a trabalhar após os 18 anos ou após ter concluído o Ensino Fundamental e Médio está completamente enganado. Desde 2000, através da Lei do Aprendiz, as empresas de médio e grande porte são obrigadas a reservar de 5 a 15% das vagas dos trabalhadores existentes, cujas funções demandem formação profissional, para os “aprendizes” - jovens entre 14 e 18 anos. Vale ressaltar que o trabalho na adolescência só é permitido legalmen-te quando está relacionado à aprendizagem profissionalizante. Em Viçosa, há aprendizes no Banco do Brasil (BB) e na Caixa Econômica Federal, trabalhando no arquivamento, atendimento via telefone e em outros serviços diversos. “Procuramos sempre fazer com que eles consigam o máximo de possibilidades, quanto pessoais como profissionais. Não

acordo com o gerente geral da Caixa, Alexandre Pucci Lopes, o grande ganho para as empresas é social, pois dá uma nova perspectiva aos jovens, que, geralmente, são carentes e desmistifica a questão que eles não vão conseguir um trabalho melhor, por não terem acesso a muitas coisas. Entretanto, muitas empresas de Viçosa descumprem a lei, fato que ocorre devido à falta de informação. A Casa do Empresário, que representa a categoria, não soube dar informações sobre o programa, nem informar quantas, nem quais, participavam. Mais informações sobre a Lei do Aprendiz poderão ser consultadas na página http:// www.leidoaprendiz.org.br, além da Apov (Associação Assistencial da Pastoral da Oração de Viçosa), que seleciona os candidatos para o Banco do Brasil, por meio do telefone (31) 3892-4423.


(( cidadania ))

Voto na juventude é instrumento de inclusão política FERNANDA COUTO

ta nos políticos e diz que a maioria das pessoas só vota porque é obrigada. Tim Gouveia

O voto aos 16 e 17 anos é facultativo, ou seja, vota quem quer, assim como para os maiores de 70 e os analfabetos. Votar “antes da hora” pode ser uma maneira do jovem começar a se inserir no jogo democrático, conhecendo partidos e candidatos. Dessa forma, a política não seria pensada apenas no período eleitoral obrigatório, mas desde já. Em todo Brasil a taxa de eleitores jovens com voto facultativo é muito baixa. Por isso, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) criou uma campanha para conscientização dos adolescentes sobre a importância do alistamento eleitoral. A mensagem tenta convencer os jovens a tirar o título de eleitor para que “sejam ouvidos”. As opiniões deles ficam divididas. Há quem considere o voto um instrumento de cidadania.

Outros demonstram desinteresse e até mesmo apatia por política em geral.

O estudante Lucas Lopes, 17 anos, não faz questão de votar. Ele se considera um “apolítico”, “meu voto não vai fazer diferença, você vota e não adianta quase nada, melhor ficar em casa descansando no domingo (da eleição).” Além disso, ele não acredi-

Já o estudante Luiz Eduardo, de 17 anos, considera seu voto sua contribuição para o país. Ele quer votar nas próximas eleições e afirma que assim vai exercer seu direito de cidadão, “escolher o representante pode fazer a diferença. Os jovens estão

desacreditados com os candidatos, mas devem votar de maneira consciente para eleger os honestos.”. Um direito, uma arma, ou apenas questão de consciência. O voto, obrigatório ou não envolve responsabilidade, porque é o principal instrumento que o povo tem numa democracia representativa, como é a do nosso país. Onde tirar o Título de Eleitor em Viçosa? No Cartório Eleitoral, que fica na Rua Gomes Barbosa, 865. Quais os documentos necessários? - RG original ou certidão de nascimento. - Comprovante de residência. - Para homens: comprovante de quitação do serviço militar (de 10 de janeiro do ano em que completar 19 anos até 31 de dezembro do ano que completar 45 anos).

Direitos cada um com o seu. E os deveres? ANA MARIA PEREIRA

somente exercer os seus direitos, mas cumprir com seus deveres. Quando tenho direitos possuo

Reprodução

Isso é um direito meu! O quê? Nada disso, é dever meu... Muitas vezes você já disse ou escutou alguém falar essas frases. “No Brasil, o dever é confundido com sacrifício, algo chato e sem importância, se eu não quero não vou fazer! O dever é uma atividade que todas as pessoas precisam praticar para uma melhor vida na sociedade. Ele pode ser feito a todo o momento em qualquer lugar (ônibus, banco, escola), por meio de ações como respeito mútuo, liberdade de expressão dentre outras” afirma o sociólogo Jeferson Boechat Soares. O conceito de cidadania como temos hoje é herança da Carta dos Direitos Humanos da ONU de 1948, nela está escrito que todos somos iguais perante as leis e que obedecer às leis é uma obrigação de todos. A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à

pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Ser cidadão não é

também deveres a cumprir, ou seja,

um se liga ao outro. Pode parecer estranho dizer que uma pessoa tem o dever de exercer os seus direitos, por que isso dá a impressão de que tais direitos são convertidos em obrigações, mas sem dúvida a essa é a melhor maneira de se viver em sociedade. De acordo com o sociólogo “o que prejudica a consciência de deveres são valores culturais” e que “o ‘jeitinho brasileiro’ é uma apropriação individual indevida”, ou seja, para fazer uma sociedade mais justa e igualitária temos que mudar a estrutura e trabalhar coletivamente. Por querer tirar vantagem nas coisas a galera costuma usar esse famoso ‘jeitinho brasileiro’, furar filas, atravessar fora de faixa, pedir aquele “favorzinho” e isso só atrasa o desenvolvimento. Fique ligado, se você quer que seus direitos sejam respeitados cumpra seus deveres primeiro.

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(( cultura ))

Expressões que preservam o saber popular PABLO PEREIRA

ral do aluno e uma sintonia com a história. “No dizer de Manoel Bandeira, é quem fala gostoso o português do Brasil”, lembra José Lacerda. Para Camila Faria, aluna do 2° ano do ensino médio da Escola Estadual Effie Rolfs, trabalhar com ditados populares é uma forma divertida de conhecer a tradição de nossos pais e avós e brincar com o jogo de palavras, pois não há preocupação com as regras da língua. Você provavelmente aprendeu muitas coisas em família e entre amigos, pois ninguém nasce sabendo. E como um homem prevenido vale por dois, é essencial conhecer o vocabulário de seu povo e saber como surgiram tais expressões, para que uma parte tão importante da cultura popular não se acabe. Quem avisa, amigo é! Foto: Pablo Pereira/ Arte: Pato Domingues

afirma que os ditos populares não e contribuem para a riqueza da Você conhece algum ditado popu- podem ser desprezados, pois qua- língua. O professor acredita que lar? Se não conhece, é bom conhecer. Antes tarde do que nunca. Para quem já ouviu falar deles, um pouco mais de informação e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Para matar dois coelhos com uma cajadada só, vai aqui uma pitada de conhecimento, pois de grão em grão a galinha enche o papo. Falar sobre qualquer assunto da Língua Portuguesa pode parecer algo chato e tedioso. Porém, os ditados populares constituem um ramo interessante e muitas vezes divertido da cultura nacional. São expressões popularizadas pelo uso que se mantêm inalteradas ao longo das gerações e apresentam como ponto em comum uma lição moral. José Lacerda da “Chorar o leite derramado” é um dos ditados mais utilizados da nossa linguagem popular Cunha, professor de Literatura se sempre demonstram verdades o uso dessas expressões em redaBrasileira e Língua Portuguesa, que traduzem a cultura do povo ções revela um conhecimento ge-

Pastel da feira se destaca entre pratos de Viçosa FELIPE PEDROZA

Felipe Pedroza

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Quando questionado se da mais procurada na cidade, ainOs pratos típicos de uma cida- considera seu produto a comida da mais depois das festas”, opina. de ou região são um importante mais popular da cidade, Zequinha Mas não é só o “pastel da fator de unidade entre seus habitantes. Além dessa importância social, eles possuem grande relevância econômica, uma vez que aumentam as vendas do comércio local. Em Viçosa, este quadro não é diferente. É bem provável que você já tenha visitado a feira de alimentos e artesanato da Avenida Santa Rita e comido, ao menos uma vez, o famoso “pastel da feira”, vendido no local. O comerciante José Francisco Vieira trabalha há 30 anos no local, sendo que os últimos 15 vendendo O pastel vendido na feira de Santa Rita todo sábado tem grande aceitação popular na cidade pastéis e caldo de cana. Zequinha, diz acreditar que sim. “Acho que, feira” que agrada aos viçosenses. como é conhecido, conta que ven- pelo tempo que estou no ramo, pela Outra comida popular na cidade de, em média, três mil pastéis por tradição que já atingi na cidade e é o pastel de angu, vendido em dia de trabalho e usa cerca de 700 pela grande vendagem, acho que alguns bares e que também pode quilos de cana para fazer o caldo. pode se considerar, sim. É a comi- ser comprado em mercearias, com

preço médio de R$ 7,50 a bandeja com 20 pequenas unidades. Além dele, destaca-se os caldos vendidos em quase todos os bares de Viçosa, principalmente no inverno. Os mais comuns são os caldos de feijão, de canjiquinha e de mandioca (veja receita no quadro abaixo). Receitas viçosençes Caldo de Mandioca

1 kg de mandioca picada

1 calabresa 100 g de bacon 4 cebolas grandes 2 tabletes de caldo de picanha 1 colher de sal com alho •Frite o bacon com um pouco de óleo, a calabresa, a cebola, o tempero e o caldo de picanha e coloque 2 litros de água e a mandioca; •Quando a mandioca estiver cozida apague o fogo e bata tudo no liquidificador e volte para uma panela grande. Leve ao fogo e vá raleando até ficar na consistência certa; •Coloque cheiro verde a gosto.


(( cultura ))

Azar aqui, sorte no outro lado do mundo JOSÉLLIO CARVALHO

ao certo porque acredito nisso. Acho que é porque minha avó e minha irmã mais velha ficavam

do número 4, por ele ter a mesma pronúncia da palavra morte (shi) no Japão. Na minha casa, tem um

Joséllio Carvalho

Alguma vez um passarinho já fez cocô na sua cabeça? Inconveniente, não? Pois bem, no Japão isso seria considerado um sinal de sorte. Esse país oriental tem muitas superstições. Algumas delas podem nos parecer estranhas, como essa do cocô de passarinho, mas as nossas superstições também devem ser estranhas para eles. Esse tipo de sabedoria nipônica é caracterizado pela transmissão das tradições pelas gerações das famílias. A neta de japoneses (sansei), Gisele Cristina, acredita em algumas delas, como: Segundo a tradição japonesa, alguns amuletos têm função de atrair paz, sorte e prosperidade cruzar os hashis (palitinhos japoneses) é um ato deseducado e falando sobre isso e me ensinaram F ao lado do 4 no número, por-que pode significar a morte. “Não sei dessa forma. Eu também não gosto é uma letra que, acredita-se no

Japão, neutraliza o 4 da casa, pois a pronúncia dos dois juntos atrai sorte (shi-fu)”, explica a sansei. A avó de Gisele, Tsuma Nara, conta que sempre seguiu as tradições e fez questão de passá-las à sua família, a fim de perpetuar sua cultura. Tsuma alega uma relação histórica entre as supers-tições japonesas e a Segunda Guerra Mundial. “As pessoas precisavam acreditar em algo depois de ver a família inteira acabada, por isso essas superstições ganharam tanta força”, relata a japonesa. Uma das coisas que Tsuma não faz é ser fotografada entre duas pessoas. De acordo com ela, a pes-soa do meio vai morrer primeiro. Acreditar, ou não, em superstições depende de cada pessoa. Mas é importante conhecer novas culturas e procurar compreender a mensagem que elas tentam passar para nós: isso é respeito às diversidades culturais.

Lei obriga o ensino da cultura afro-brasileira DIEGO ALVES

curso de História da UFV, Letícia em boa parte das universidades. de preparação dos professores Destro, participa diretamente nas universidades, pois a dessas atividades em questão africana é pouco duas escolas de Viçosa e abordada. Dessa forma os ressalta a importância da profissionais não estarão iniciativa. “Nós buscamos aptos para lecionar o assunto oferecer subsídios para nos ensinos fundamental e que os professores tenham médio”, ressaltou Ângelo. condições de trabalhar No ano de 2003 foi sancionada o tema com os alunos. a Lei federal nº. 10.639, que Recentemente analisei modificou a Lei de Diretrizes alguns livros didáticos que e Bases da Educação já trazem um capítulo inteiro Nacional, estabelecendo a sobre a história africana, e, obrigatoriedade do ensino além disso, nas escolas em da cultura africana e Afroque trabalho a receptividade brasileira nas escolas públicas é excelente”, afirma Letícia. e privadas. Além disso, ela Para Ângelo Assis, professor exige que os sistemas de de Educação e história da ensino ofereçam condições África, um dos grandes adequadas e materiais entraves para que o tema didáticos necessários para seja trabalhado nas escolas tornar práticos os seus é a falta de preparação preceitos de combate ao dos professores, devido racismo e à discriminação, à ausência de disciplinas Crianças assistem encenação temática sobre escravidão de acordo com a Constituição sobre a cultura afro- brasileira “A grande dificuldade é a forma brasileira. Reprodução/ Tatiana Cardeal

Apesar de ser uma das matrizes da formação histórica, étnica e cultural do Brasil, a população negra ainda convive com muitos problemas sociais no país. Em pleno século XXI, o preconceito e a discriminação se fazem presente em nossa sociedade e pouco valor é dado à cultura afro- brasileira, que não é inserida com a mesma ênfase da cultura européia, por exemplo, nas instituições de ensino do país. As escolas viçosenses também apresentam essa deficiência. No intuito de mudar esse panorama, alguns colégios da cidade promoveram alterações na sua forma de ensino e estão realizando atividades que levem a cultura afro- brasileira até seus alunos. O objetivo é buscar a conscientização em relação ao tema, desmistificando os estereótipos. A acadêmica do

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(( cidade ))

Sociedade ensina música para jovens INÊS AMORIM

Inês Amorim

dade pretende oferecer oficinas de zado sempre uma semana antes Certa vez um sábio disse que a instrumentos de sopro e percussão da data oficial do carnaval, seu música é a linguagem universal. para toda criança e adolescente que objetivo principal é arrecadar aliMas não é essa linguagem que quiser aprender música. Os alunos mentos e medicamentos para insserve para se comunitituições beneficencar com os outros, mas tes da cidade, além aquela que fala para de proporcionar o sentimento, com a alegria aos foliões, própria emoção. O resgatando o espíriaprendizado de múto das antigas marsica consegue domar chinhas de carnaval. inquietações e insti O nome esgar a criatividade. Já colhido para a soé comprovado que em ciedade musical é lugares onde boa parte uma homenagem da população ensina ao maestro e prine aprende música, a cipal compositor criminalidade diminui das marchinhas do significativamente, bloco, que faleceu como é observado na ano passado, no dia favela da Mangueida padroeira dos Entre instrumentos e partituras, alunos resgatam a arte da música brasileira ra no Rio de Janeiro músicos Santa Cedesde que o projeto Mangueira do da oficina formarão uma banda cília, 22 de novembro. Amanhã foi iniciada há 20 anos. que tocará marchinhas de carnaval O início das oficinas da Pensando nisso, o blo- na abertura do Carnaval Solidário. sociedade estão previstas para co Vem quem quer, liderado por O evento existe há dois começarem no início do ano letiFrancisco de Assis Castro, criou a anos e é uma parceria do bloco vo de 2008, na Estação Cultural Sociedade Musical Maestro Fran- com o curso de Dança da Univer- Hervê Cordovil, a Estaçãozinha, cisco Salgado Amorim. A Socie- sidade Federal de Viçosa. Reali- localizada no centro da cidade.

Iniciativa promove dança para crianças SAMIRA CALAIS

jovens adquirirem auto-estima e segurança, e abrem espaço para novas amizades. “O respeito ao próximo e o trabalho em equipe também são fatores importantes que vêm com a prática da dança”. As aulas estão sempre cheias e a empolgação dos alunos é contagiante. É o que demonstra a estudante da escola Santa Rita, Vanda Gomes, de 16 anos: “Meu sonho é ser professora de dança”, explica. O programa já proporcionou oportunidade a mais de 2.800 alunos e, hoje, conta com aproximadamente 200 vagas preenchidas. Participantes da primeira turma, já se profissionalizaram e hoje atuam como professores. Samira Calais

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que essas encaminhem os inteHá quatorze anos um projeto que ressados. Segundo Virgínia Mouproporciona às crianças de todas as ra, da Secretaria de Cultura, é a classes sociais a oportunidade de prefeitura quem disponibiliza as lidar com a produção artística é re- vagas: “O repasse é feito via Sealizado pelo Centro Experimental cretaria de Educação ou Cultura”. de Artes da Prefeitura Municipal São oferecidas aulas vade Viçosa, em parceria com a academia Núcleo de Arte e Dança. A dança é disponibilizada gratuitamente para alunos de escolas municipais e é trabalhada como meio de integração dessas crianças na sociedade. De acordo com a proprietária da Núcleo, Patrícia Lima, a arte é um meio de transformação social e de proporcionar esperança: “O grande objetivo é dar Alunos dedicam-se e divertem-se nas aulas de dança aos jovens a oportunidade de so- riadas, como dança de rua, balé nhar, deles saberem que se pode ir e dança contemporânea. O proalém”. Quando surgem vagas para fessor de dança de rua, Cleison participar do projeto, a academia Lana, ressalta que as aulas, além avisa o Centro Experimental da de importantes para a parte física PMV, que informa as escolas para dos alunos, contribuem para os

Barulho de festas causa incomôdo ZANA FERREIRA Quinta-feira no Bar do Leão. Sexta, Festa dos Dias. Sábado, Cervejada. O domingo fica para descanso. Se você se identificou com essa programação, saiba que nem tudo no que se refere a festas é diversão. Muitos bares e locais de festas de Viçosa têm funcionado sem autorização ou infra-estrutura adequada, e isso traz conseqüências desagradáveis para aqueles que moram ao redor desses estabelecimentos. O professor universitário Juliano Pires morava em frente a área de festas de um bar e o som alto freqüentemente impedia ele e sua família de dormir. A reclamação foi feita primeiro ao dono do bar e depois à fiscalização da prefeitura, mas em ambos os casos a solução foi temporária. “Reclamamos, mas como ninguém fez nada, resolvemos mudar de apartamento”, diz ele. No caso de Juliano, o ditado popular “os incomodados que se retirem” se fez valer. Mas aqueles que promovem festas na cidade também estão atentos para possíveis incômodos em vizinhos. O organizador da festa Quinta Vip, Neuber Rocha, lembra que quando a festa se realizava no Subsolo ou no Saliva’s, os donos desses locais sempre tinham que pagar multa, mas que o valor era baixo. Atualmente, ambos os estabelecimentos e outros mais estão sem licitação de funcionamento por não terem isolamento acústico. “Ou você consegue o alvará ou você não faz festa, porque não tem como o povo pagar e, ao chegar, não ter música”, admite ele. A fiscal da prefeitura Cleonice Cardoso explica à população que a prefeitura só age quando recebe reclamações e que muitos bares estão em processo na Justiça. No entanto, a demora nos processos faz com que muitos continuem a participar de uma festa involuntariamente. Para os que se sentirem incomodados, o telefone da fiscalização é 9965-3841.


(( lazer ))

Um encontro entre o artesanato e a diversão DÉBORA ANTUNES

Débora Antunes

artesanato Regiane Santos, deve- para todos os gostos e Sônia já tivo, mas também num ponto de Sábado de manhã, o clima agra- riam acontecer com mais freqü- avisou que vai propor, no encon- encontro para jovens e adultos. dável na cidade de Viçosa torna o ência, pois ajudaria a atrair a po- tro que ocorre entre artesãos e Ana Luíza, de 15 anos, horário bem adequado concorda com a idéia para um passeio, a meda vendedora, Ana coslhor opção é a Praça tuma ir à Feira atrás de da Matriz que recebe bijuterias e afirma que a Feira de Artesanato, sempre fica por mais permitindo à pessotempo na praça quanas de todas as idades do há algum evento um momento tranocorrendo. Lembrou qüilidade e de apreço também que a mãe cosaos objetos artesanais tuma ir a feira todos os de muito bom gosto. sábados, por conta da A Feira já se irmã menor, que adora tornou uma tradição brincar no pula-pula. de Viçosa, e conta Atraindo cada com uma grande vavez mais pessoas, a riedade de produtos, feira é o programa como roupas, bijuideal das manhãs de terias, acessórios e sábado, atuando não pequenos presentes. somente na venda de Em certas ocasiões produtos artesanais, há também apremas também como sentações de danças Com a praça cheia, o artesanato é vendido nas barracas, e as crianças brincam em um clima de muita descontração um ponto de encontro e outros eventos culturais. pulação para o local. Ela ressalta organizadores da feira, a amplia- entre os habitantes da cidade, Tais eventos são um dos ainda que a feira pode ser vista ção das apresentações na praça, que aproveitam o espaço para pontos principais para o lazer na com um dos pontos de atração transformando a feira não só em conversar ou simplesmente relapraça e, segundo a vendedora de da cidade, pois possui produtos um ponto de comércio alterna- xar lendo algum livro ou jornal.

Lazer e boa comida em um só lugar FELIPE MENICUCCI

Felipe Menicucci

seus lanches, os clientes aprovei- Dias, 15, freqüenta esses lugares. é tarefa muito chata. “A gente se Não tem como negar: por mais tam para se divertir. “Sempre fica Ela faz um curso à noite, e vez por diverte e come ao mesmo tempo. que a alimentação fast É bom porque tenho prefood (do inglês: “comiguiça de esquentar comida rápida”, feita na hora) da, e aqui é bem mais ránão seja tão saudável, ela pido”, afirma a estudante. faz um enorme sucesso. A média de preço de um Quem nunca ficou sem lanche varia de um a cinfazer nada em casa e co reais e o movimento ,de repente, bate aquela “é direto”, como informa fome? Muitos ligam e Adir Viana. “No final de pedem para entregar um semana fica mais cheio. lanche em casa. Mas ouOs jovens fazem do traitros aproveitam e unem ler a extensão da festa, e diversão ao ato de comer. o trabalho é dobrado”, diz Um bom exemplo está Adir, que há 12 anos tranos trailers da cidade. balho no ramo. Ali, uma Nesses amTV distrai quem espera o bientes, os sanduíches lanche, e as mesas ficam servem de pretexto para sempre cheias de pessoas, reunir os amigos no final na maioria de estudantes. de noite. Os trailers fun Em Viçosa, as casas de cionam quase 12 horas lanches são bem freqüene, em muitos casos, tor- Os trailers e casas de lanche ficam abertos durante toda a noite, e são locais de encontro dos jovens da cidade tadas. Seja por aqueles que nam-se pontos de encontro da mo- cheio de gente, então enquanto outra come na rua com as amigas. querem matar a fome, ou por aqueçada antes e após a aula. O geren- a gente faz o hambúrguer, eles Para Roberta e muitas outras pes- les que buscam uma forma de late do trailer que fica na praça da conversam, ouvem música, sem soas, as casas de lanches são mais zer. Mas numa coisa todos concorprefeitura, Adir Íris Viana, disse preocupação nenhuma”, garante. práticas, uma vez que preparar dam: é uma boa pedida para quem que, enquanto comem ou esperam A estudante Roberta jantar demora muito, e às vezes, quer se divertir de barriga cheia.

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(( esporte ))

Adrenalina e segurança nas alturas ganha adeptos KIRNA NASCIMENTO

Kirna Nascimento

A escalada esportiva surgiu na Ucrânia nos anos 70, quando um atleta teve a idéia, durante a fase mais fria do ano, de pendurar em uma parede pedras para que ele pudesse treinar o esporte. No Brasil, a prática teve início, no fim da década de 80 sendo marcado pelo I Campeonato Sul Americano de Escalada Esportiva, em Curitiba. A partir de então novos atletas e patrocinadores passaram a apoiar e praticar o esporte. É uma opção muito interessante para quem quer fugir do stress do dia-a-dia como afirma a psicóloga Bernadeth Gaudereto, de Rio Pomba. O contato com a natureza e o momento de descontração leva as pessoas a se sentirem melhor – “Não há nada como o silêncio e a paz da natureza para revigorar as pessoas.” Hoje , a escalda é um esporte cada vez mais praticado. Em Viçosa existem dois irmãos Thia-

go e Matheus Veloso que se pro- – Afirma Thiago ao ser questiona- cadeirinha, mosquetões (anéis fissionalizaram através metálicos que possuem um de um curso e hoje são segmento móvel, chamado especialistas na modaligatilho, que se abre para dade Boulder (escalada permitir a passagem da sem corda). Eles praticam corda),sapatilhas, ou seja, o esporte há seis anos, equipamentos normais começaram em São Paude segurança.”,explica. lo, cidade de origem dos O esporte deve ser semirmãos Veloso e ao paspre praticado com acomsarem no vestibular em panhamento de pessoas Viçosa precisavam conespecializadas para que tinuar treinando, fizeram não haja problemas. Um um projeto e com a ajuequipamento inapropriado da de alguns patrocínios ou a falta de técnica pode construíram e adaptaram gerar danos irreversíveis, a parede para a prática do porque, muitas vezes, os esporte no Sítio Cristais, lugares onde se pratica a na Rua José Rodrigues escalada são muito altos. de Oliveira em Viçosa. Se você é adepto ao espor Considerada te e quer fazer algo diferenum esporte radical, a te, procure os irmãos Veloescalada exige algumas so e aprenda a escalada, a medidas de segurança modalidade Boulder a qual Esportes radicais, como a escalada, são praticados em Viçosa para evitar acidentes. eles são especializados. Além “O esporte é seguro, desde que se do sobre as medidas de seguran- de praticar esporte você estará em use os equipamentos adequados” ça – “Nós contamos com cordas, contato diário com a natureza.

Seja saudável e não se arrisque com anabolizantes DÉBORA BRAVO

sexuais masculinas. O uso indevido dos esteróides causa problemas à saúde como tremores, acne severa, aumento da pressão sangüínea, impo-

em Viçosa não é diferente, muitos freqüentadores de academias usam o remédio e não comentam com o instrutor. O professor da acade-

tência, infertilidade, entre muitos outros. Porém, são considerados medicamentos e por mais que só possam ser vendidos mediante receita médica não é o que acontece de fato. O consumo do anabolizante é evidente no Brasil, mas são poucos que assumem que o fazem. E a realidade

mia “Fit Body”, formado em Educação Física, Fernando Mendes, afirmou que nunca soube de casos de uso de anabolizantes utilizado na academia. Ao conversar com pessoas que fazem musculação sobre o consumo de esteróides, ninguém afirma o uso.

Fotografia: Débora Bravo/Arte: Tim Gouveia

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Dieta, exercícios e corpo sarado. Essa é a seqüência normal para chegar ao corpo idealizado. Porém, alcançar o padrão é um trabalho que se faz em meses, com dedicação na alimentação e, principalmente, na musculação. O único problema para conquistar esse objetivo é o tempo, muitos jovens querem um resultado imediato e vão além do esporte para conseguir isso, apelando para o uso de esteróides anabolizantes. A expressão “Fast Body” não foi criada a toa. O ex-judoca da Seleção Brasileira, Daniel Carreira, criou o termo para descrever como jovens e adultos se empenham na busca de resultados ótimos em pouco tempo, sem atentar para os riscos de exageros e dos perigos do uso indevido de remédios. O anabolizante é um remédio que promove o crescimento dos músculos esqueléticos e o desenvolvimento das características

Na opinião de Mendes, existem dois fatores principais que levam o jovem a consumir o esteróide, a influência da mídia e a busca da auto-estima. Para o médico José Lúcio Barbosa, é difícil o paciente assumir o consumo do esteróide, ele afirma que a maioria alega que não usa ou que já usou uma vez. Se existe usuário que assume, ou não, o consumo, não deve ser questionado. O importante é que todo instrutor de academia ou médico, deve orientar jovens, ou até mesmo adultos que não utilizem o esteróide anabolizante. Barbosa aconselha que caso haja o consumo, seja suspenso imediatamente, e que se faça uma reposição hormonal. Para não ter estresse com problemas de saúde é melhor que os adolescentes recorram ao método mais demorado, porém, mais benéfico. Coma bem e faça exercícios saudáveis e, antes de tudo, consulte os especialistas sobre o assunto.


(( cidade ))

Peladas agitam e mobilizam meninas de Viçosa PATO DOMINGUES

As adolescentes, que brincam dizendo que, além de futebol e natação, praticam leitura e “levantamento de mochila”, mostram bastante entrosamento ao dizerem que gostam do esporte pela pura diversão. “Pô, qualquer preconceito é ridículo. A gente joga porque gosta, não porque é obrigada”, protesta Valkíria. De acordo com Emmi, além da criação que as meninas recebem não incentivá-las a jogar, a mídia torna-se um grande adversário ao dar ênfase apenas à feminilidade das atletas. “Ao mostrar que as mulheres mantêm seu lado feminino apesar de jogarem bola, continuando a cuidar da beleza, da casa e dos filhos, a mídia reforça a idéia de que elas têm de ser donas-decasa, se cuidando para o marido, Pato Domingues

Se quando você viu o título acima achou que leria sobre futebol feminino, marcou um golaço. Se não, sinto muito, mas seu gol foi contra. O “show de bola” que levei do “time” de Emmi Myotin, XX, talvez ajude a entender a tendência que temos de não relacionarmos mulheres ao futebol, mesmo quando lemos o infame trocadilho do título. Conheci Emmi ao tentar desvendar os tabus do esporte feminino, em especial do futebol. Só percebi que estava diante de um Pelé, ou melhor, de uma Marta no assunto, quando descobri que ela é professora do Departamento de Educação Física da UFV e que, em seu doutorado, estudou o papel social da prática esportiva feminina (destaque da Seleção Brasileira de Futebol Feminino ouro no Pan e vice-campeã da Copa do

Mundo, ambos em 2007, Marta foi eleita a melhor jogadora do mundo em 2006). Apesar da visão machista de que o futebol é um esporte masculino, o preconceito parece estar jogando mais no time das mulheres que não batem bola e acham o jogo bruto do que no time dos homens. É o que atestam as “boleiras” Eva Myotin-Grant, filha de Emmi, e as amigas Valkíria Coelho, Luiza Nogueira, de 13 anos, e Gabriela Fernandes, de 12. “Até hoje só vi uma menina ser tratada de forma diferente por jogar bola. Mas os meninos só mexem porque ela joga melhor que eles. Não é preconceito, é inveja” (risos), afirma Eva.

em vez de estimular a prática do esporte”, sustenta a professora. Ela ainda observa que, em busca de projeção, algumas esportistas que obtêm notoriedade adotam posicionamentos que podem levar as adolescentes a colocar o esporte para escanteio. “Muitas vezes, tentando transgredir esse mundo dominado pelos homens, elas tomam atitudes, como posar nua, que fortalecem o pensamento de priorizar a aparência, ainda mais para as adolescentes, que têm essa preocupação cada vez mais precoce”, acrescenta Emmi. Se você não quer dar bola fora, é melhor não entrar de “salto alto” nesse campo e começar a torcer para que as “peladeiras” consigam virar esse jogo, fazendo com que o respeito e o reconhecimento sejam as revelações das próximas temporadas do futebol feminino em nosso país.

Atletismo continua popular mesmo com 2800 anos

Fotografia: Fernanda Torquato/ Arte: Pato Domingues

FERNANDA TORQUATO

Correr, saltar e lançar são movimentos básicos do ser humano. Não é à toa que, juntos, formam o esporte-base ou o atletismo, a modalidade mais antiga dentre os desportos. Essa modalidade nasceu dos encontros entre os povos gregos, nos antigos Jogos da Grécia. A maratona, uma variação do atletismo, por exemplo, surgiu, segundo a lenda, em homenagem ao soldado grego chamado Pheidippides. Ele correu 40 km levando notícias da vitória de Atenas sobre a Pérsia na Batalha da Maratona, e, ao chegar, acabou caindo e morrendo, mas não sem antes transmitir a notícia. O atletismo deu origem aos Jogos Olímpicos na Grécia em 776 a.C. quando, na cidade

de Olímpia, aconteceram os primeiros Jogos Olímpicos da Antigüidade. O lema das Olimpíadas, “citius, altius, fortius”, que significa mais rápido, mais alto, mais forte, também é derivado do esporte. De acordo com o professor do curso de Educação Física da UFV Adilson Oses, hoje as provas de atletismo estão um pouco diferentes e a maioria tem origem britânica. A forma moderna desse esporte foi criada pelos ingleses, que também são os autores das regras que estão em vigor atualmente. Hoje o esporte é dividido em corridas de 100 a 3000 metros, rasos, com barreiras ou obstáculos, individuais ou de equipe; lançamento de dardos ou discos; arremesso de peso ou de martelo; salto em altura, em distância, triplo ou com vara; heptatlo (praticado exclusivamente por mulheres, contendo sete provas) e decatlo (composto por dez provas, praticado somente por homens). As provas mais famosas são as de corrida.

Em Viçosa, existe uma pista própria para a prática desse esporte, localizada nas instalações do curso de Educação Física da UFV. Mas é fácil perceber a quantidade de adeptos da modalidade nas próprias ruas da cidade e principalmente nas do campus da Universidade. Reduzino Miranda pratica o esporte há onze anos. Atleta veterano, ele conta que começou a correr para curar um resfriado. Hoje, com 66 anos, já completou 27 maratonas e corre em média 20 km por dia. Com essa marca ele já percorreu o equivalente a duas voltas ao mundo. Na última, no 4° Campeonato Mineiro de Atletismo, em Mariana - MG, em 2007, chegou em 1° lugar. Reduzino acredita que correr faz muito bem à saúde e que só vai parar aos 100 anos. A praticidade e simplicidade desse esporte podem ser algumas das explicações para que ele continue existindo e tenha tantos adeptos. Além disso, muita gente, mesmo sem uma pista, vive no corre-corre do dia-a-dia.

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(( entrevista ))

ELOAH MONTEIRO

Um Zé aqui ...

Nativo da cidade de Viçosa, José Espírito Santo de Sant´anna, o Zé Bóia, encanta a todos com a sua arte. Atualmente, participa do Conjunto de Seresta do Zé Bóia e ministra aulas de música na Oficina de Criatividade da UFV. O violonista revela ao OutrOlhar os pontos mais marcantes de toda a sua carreira. Tudo isso, é claro, sem perder a simpatia e o bom humor. Sonhos, medos, erros e acertos de um dos maiores artistas da região.

TALITA AQUINO

OO: Quais as pessoas mais importantes para quem você já tocou? ZB: Já fiz um trabalho para os pobres. As pessoas recebiam uma carta, avisando que iam seresteiros lá. Eu levava a turma da seresta e cada um que recebesse a serenata doava o que quisesse, o que pudesse. Já toquei também para JK (Juscelino Kubitschek), Bernardes Filho, Nelson Gonçalves. Até para Fernando Sabino, ele tocou um pouco de bateria comigo na época, coisa rápida também.

taria de ser lembrado pelo seu público? ZB: Pelo o que eu fiz pelos pobres. Eu também sou pobre, mas por aqueles que estão na casa São Vicente de Paula e em outras entidades, toco sempre para ganhar alimentação para eles. Gostaria de ser lembrado também pelas apresentações com meus alunos, tenho saudades. É um trabalho muito bom, graças a Deus.

OO: Como você gos- Zé Boia abrilhanta a música viçosense com seus violões e seu talento

... e outro lá, pelo mundo.

“Eles fazem coleta seletiva e evitam o desperdício. O que “Muitos sonhos!” Foi assim me parece é que a fartura ajuque José Geraldo de Souza da a promover o descaso”, Castro, o “Zé do Pedal”, 50 explicou. anos, respondeu ao ser per Além da “Volta ao guntado sobre o que costuma mundo em bicicleta” (1983), levar em suas viagens pelo figuram em seu currículo as mundo. O mineiro natural de seguintes aventuras: “BraViçosa trabalha, desde 1983, sil – Espanha em Bicicleta” em projetos de preservação (1981), “De Pedalinho no do meio ambiente. A idéia é Velho Chico” (2002), “De chamar a atenção para causas Nova Iorque ao Rio como o aquecimento de Janeiro em Pedaliglobal, poluição e o nho” (2004), e o prodesmatamento. jeto recém-iniciado Para ele, a pre“Piracicaba a Buenos ocupação ambiental e o Aires Navegando desejo de fazer alguma garrafas Pet”. (O Pet coisa surgiram em viaBateau é um barco gem por diversos paífeito com 250 garrases do mundo em uma fas de refrigerante, bicicleta. “Na região acopladas a uma bida Etiópia eu via mucicleta e a uma roda lheres, crianças e idono estilo moinho, que sos caminharem vários suporta até 420 kg). quilômetros em busca 12 de água. Na maioria Defensor da natureza, Zé do Pedal parte em aventuras pelo mundo As dificulBárbara Gegenheimer

das vezes os poços estavam cheios de lama. Assim, eles coletavam água barrenta, que deixavam decantar e a partir daí estava em melhor qualidade para o consumo”, disse. Para Zé do Pedal, os cidadãos dos países desenvolvidos são mais preocupados com as questões ambientais, não necessariamente incluindo seus governantes.

OO: Por que Zé Bóia? ZB: Zé Bóia é um nome muito tradicional. Eu tava um dia viajando pro Rio com minha irmã, com muita fome, sem agüentar. Então eu roubei o lanche da minha irmã. Ela começou a falar comigo, “Foi você que roubou!”, eu falei, “Eu não, eu seria incapaz disso!”. Ela disse, “Zé Comida, Zé Comida”, um outro companheiro falou, “Ô Zé Comida, ô Zé Bóia” e lá se foi pelo Brasil todo. Se alguém pergunta pelo meu nome de batismo, ninguém sabe dizer.

Eloah Monteiro

OutrOlhar: Quando e como você começou a tocar violão? Zé Bóia: Eu comecei a tocar com uns 16, 17 anos. Muita coisa eu iniciei com meu pai. Mas individualmente eu tam-

bém tentava fazer minha música. Com uns vinte anos eu comecei a apresentar e a tocar nas festinhas. Hoje tenho carteira licenciada da Ordem dos Músicos do Brasil.

dades vividas nas viagens são muitas. Mas, Zé do Pedal afirma que os problemas com idiomas e comunicação são revertidos facilmente. “Quando se precisa transmitir algo, você consegue. É a comunicação na base da emoção”. Para ele é maravilhoso perceber que muitas das pessoas encontradas pelo caminho gostariam de estar fazendo exatamente as mesmas aventuras. “As pessoas transformam os nossos sonhos nos seus sonhos. Pegam os nossos sonhos emprestados”, conclui. Para 2008, o ambientalista está se programando para ir de Paris à África num percurso de 16.600km. A viagem foi batizada de “Mundos Extremos” e terá início em 1º de maio. A rota será cumprida com a ajuda de um velocípede.


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