OutrOlhar 45 - Maio 2016

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JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO ● ANO 13 - EDIÇÃO Nº 45 ● MAIO DE 2016

A importância do seu voto Em entrevista, professor de Direito da UFV Gabriel Pires fala sobre as eleições municipais

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Dengue em Viçosa deixa a saúde em alerta pág. 3

Carla Teixeira

Sérgio Félix

Aumento dos casos gera caos nos hospitais e se intensificam as medidas de combate ao aedes |

Dia Mundial de Combate ao Câncer em Viçosa pág. 5

Revitalização do Cristo deve sair do papel pág. 10

AAPEC e alunos de enfermagem da Universidade Federal de Viçosa se unem em ação beneficente na Praça Silviano Brandão

Recursos do fundo de meio ambiente serão utilizados para que o local, hoje abandonado, se torne uma atração turística da cidade

Museus e Espaços de Ciência da UFV estimulam conhecimento pedagógico Visitas guiadas proporcionam diálogo sobre as obras e a história, despertando interesse para o lazer científico e cultural | pág. 8


MAIO DE 2016

OPINIÃO Diogo Rodrigues

OUTROLHAR

Ao leitor

V

ivemos dias que, no futuro, estarão impressos nas páginas dos livros de História. Dias em que experimentamos, por um lado, o imobilismo decorrente do sentimento de perplexidade diante de fatos inesperáveis e, por outro, a mobilização nas ruas – mesmo que de maneira desunida. Vivemos dias de espetacularização nas mídias sobre a grave crise econômica e política, uma mídia vinculada a grandes grupos de poder econômico e politico-partidários; que visa lucro e não o debate os problemas do país, sem aprofundar as questões graves. Na editoria de Esportes, a tocha olímpica que atravessa o país mais parece uma tímida fagulha diante do fogaréu das notícias da Editoria de Política. O “Ano Olímpico” talvez se transforme no “Ano do Impeachment”, mas também o ano da vergonha e da indignação do brasileiro com relação a toda a classe política que deixou o país retornar à pobreza (na chamada “Pátria Educadora” falta dinheiro nas Universidades Públicas até para pagar as contas de luz!). Neste contexto, o OutroOlhar resiste em seus singelos 500 exemplares (cortamos o número pela metade), tentando levar a melhor informação da cidade aos jovens e suas famílias. Na fase das sugestões de pauta, o OutroOlhar convidou representantes do executivo municipal e da câmara dos vereadores para conversar conosco sobre possíveis temas e assuntos que poderiam virar notícia no OutroOlhar. Esse cuidado se deve a necessidade de apurar e produzir com zelo as matérias, para levar textos de qualidade para você que é nosso leitor. Nesta edição, trazemos assuntos de interesse não somente do público jovem, mas da população da cidade de um modo geral. Novos e velhos assuntos retornam ao espaço do OutroOlhar, com destaque para duas editorias: “Entrevista” traz a opinião de especialista sobre o voto, enquanto que “Fala, Jovem!” destaca frases dos jovens que coletamos nas ruas. Mais uma vez o Outro Olhar cumpre com a meta de levar informações úteis para o jovem, os professores das escolas e para toda a família, notícias para serem utilizadas no cotidiano da escola e para a conscientização de temas que envolvem cidadania, a vida e a sociedade. Ricardo Duarte Gomes da Silva Editor

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Ordem e regresso? Por Sayonara Ribeiro Lembro a primeira vez que ouvi falar sobre a ditadura militar. Foi numa aula de História, em que a professora era minha mãe. Sempre fui fascinada por História, em especial a do Brasil. E, como também sempre fui curiosa, comecei a estudar e pesquisar mais sobre esse período. Fiquei horrorizada com os acontecimentos que duraram aproximadamente 21 anos no Brasil. E o que mais me chocava, à época, era como grande parte da população compactuava com tais atos e não faziam nada de efetivo para combater esse mal. Hoje, entendo, não é fácil lutar contra grandes forças e poderes; nunca é fácil ir contra a maré. A ditadura prendia, torturava e até matava qualquer pessoa que apresentasse ser suspeita, se tivéssemos vividos naquela época a vítima podia ser eu ou até mesmo você caro leitor. E o grande golpe da ditadura foi calar a mídia. Todos os crimes eram silenciados, não podia repercutir

O jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa (UFV - MG) é produzido para os estudantes do Ensino Médio das escolas públicas do município e adjacências. Atualmente o jornal encontra-se sob a responsabilidade da turma de 2014, na disciplina COM 252 - Jornal-Laboratório I. EDITOR GERAL Prof. Ricardo Duarte Gomes da Silva EDITOR DE ARTE Diogo Rodrigues PRÉ-DIAGRAMAÇÃO Carla Teixeira, Tiago Sacramento, André Luiz Bernardes e Malena Stariolo EDITORES E REDATORES Alice Martins, André Bernardes, Bianka Rodrigues, Carla Teixeira, Ellen Ramos

qualquer notícia que fosse contrária a campanha militar. As pessoas e os jornalistas estavam à mercê de um ato inconstitucional e não recebiam informações sobre o que estava acontecendo realmente na época. A grande mídia, mesmo sem querer (e com medo da opressão da ditadura), continuava a promover a manipulação das massas (em uma pesquisa rápida no Google você terá exemplos disto). Esses fatos fazem você lembrar de algum outro período da história recente do nosso país? Claro que não estamos no período de chumbo”, mas parece que estamos vivendo uma época em que um ato inconstitucional está sendo implantado no Brasil. E as consequências até o momento estão sendo “divisoras de águas...” Há quem diga que o impeachment não é golpe, pois está sendo julgado dentro das legalidades da Constituição de 1988. Há os que dizem que é golpe, pois a presidente não é ré em nenhum processo. Mas não é essa divisão que

me assusta, e sim aqueles que ao manifestarem sua opinião pedem a volta da ditadura, da intervenção militar ou fazem elogios públicos a alguns generais e coronéis da época. Não consigo acreditar, talvez por ingenuidade, que essas pessoas realmente querem a volta de um período que massacrou nossa democracia, sangrou a história do nosso país e aterroriza vítimas até hoje. Respeito a posição de que todos podem se expressar, afinal isso é uma das características da nossa democracia. Mas prefiro escolher minha ingenuidade, pois prefiro acreditar que eles realmente não sabem o que dizem e que não foram curiosos como eu (depois de uma aula de História), a ponto de pesquisar e estudar mais sobre a época em que realmente mancharam de vermelho a nossa bandeira brasileira. Talvez agora seja a hora perfeita das escolas aprofundarem mais nos estudos do período da ditadura militar, pois uma história não lembrada corre o risco de se repetir.

Gustavo Sobrinho, Isabela Lopes, Isac Godinho, Jéssica Alana, Larissa Abreu, Larissa Martins Leonardo Ferraz, Leonardo Pereira, Letícia Gusmão Luana Mota, Lucas Alves, Malena Stariolo, Marina Gontijo, Marina Wan-der-Maas, Maria Clara Epifania Mariana Barbosa, Sayonara Ribeiro, Sérgio Félix, Tábatha Valentim, Tiago Sacramento e Wesley Vieira

Os textos assinados não refletem necessariamente a opinião da instituição ou do Curso, sendo da responsabilidade de seus autores e fontes. Cópias são autorizadas, desde que o conteúdo não seja modificado e que sejam

REITORA Profª. Nilda de Fátima Ferreira DIRETORA DO CCH Profª. Maria das Graças Floresta CHEFE DO DCM Prof. Ricardo Duarte Gomes da Silva COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO Profª. Mariana Procópio ENDEREÇO Prédio Prof. Fábio Ribeiro Gomes, 2º andar Campus Universitário, CEP 36570-900 Viçosa - MG. Tel.: 3899-4502 www.com.ufv.br || outrolharufvmg@gmail.com


OUTROLHAR MAIO DE 2016

CIDADES

Aumentam os casos de dengue em Viçosa Carla Teixeira

Município decretou situação de emergência e recorre a medidas mais efetivas para acabar com o mosquito Tábatha Valentim Isac Godinho

O

s índices de dengue e outras doenças relacionadas ao Aedes Aegypti estão alarmantes em todo o país. Em Viçosa, a realidade não é diferente. No começo do mês de abril, a cidade decretou situação de emergência e reduzir essa epidemia é preocupação primordial da Secretaria de Saúde. Os hospitais e postos de saúde estão cada vez mais cheios e uma forma de evitar que o problema se agrave são os mutirões de limpeza nos bairros, além do carro fumacê, que está passando pela cidade, priorizando pelos bairros com maior concentração de casos (Nova Viçosa, Posses e Centro). O secretário de saúde José Aparecido de Souza disse que todas as atenções da Secretaria estão voltadas para acabar com o problema. Uma alternativa encontrada por ela, em conjunto com a UFV e os Hospitais São João Batista e São Sebastião, foi a abertura de uma Sala de Hidratação, com capacidade para o atendimento de 50 a 60 pessoas infectadas pelo vírus da dengue por dia. A sala foi inaugurada no dia 4 de abril e deve ficar aberta até o início do inverno, quando os casos são mais escassos. Ela funciona nas imediações do antigo Colégio Viçosa. Entretanto, segundo o secretário, é importante pensar, principalmente, nas soluções que evitem o desenvolvimento de novos focos do mosquito. Para isso, o Ministério da Saúde ampliou as verbas para a contratação de novos agentes de combate às endemias em todos os municípios do país, o que permitiu que a Prefeitura de Viçosa contratasse mais 15 agentes, que farão parte de uma equipe envolvida nos mutirões e na

passagem dos carros fumacê. Além disso, militares do Exército foram convocados para otimizar o trabalho desses agentes durante as visitas domiciliares. A preocupação da saúde pública com a dengue não é recente, apesar de ter se intensificado com o aumento dos índices nos últimos meses. Em novembro, no distrito de Cachoeirinha, houve o primeiro e único caso de dengue hemorrágica. Mesmo acontecendo em ocasiões raras, esse tipo é o mais grave da doença e por isso requer atenção. Seus sintomas são mais intensos que a dengue comum e podem até levar à morte. No entanto, a população que depende da saúde pública para diagnosticar ou tratar a doença acredita que esses esforços são insuficientes. O foco da Prefeitura e de todos os órgãos de apoio estão apenas no combate à doença. São inúmeras as reclamações sobre

os serviços recebidos em hospitais, sem mencionar a fila e a questão polêmica sobre o pagamento dos exames que são indicados para diagnóstico de dengue, como por exemplo o NS1, que pode custar até R$ 100 em um laboratório particular. Apenas gestantes e idosos podem fazê-lo de forma gratuita, mediante uma solicitação na Policlínica, que pode demorar mais que o esperado. Danyella Fernanda dos Santos, moradora do bairro Santo Antônio, contraiu o vírus no mês de março. Segundo ela, a fila de pacientes com dengue, nos dois hospitais da cidade, era grande e a espera por atendimento foi muito longa. O problema com os exames também esteve já que ela não conseguiu realizar nem exames básicos, como o hemograma, dentro do hospital. Além disso, o descaso dos médicos para com os pacientes, como ela, também é motivo de insatisfação. “Se eles pelo

menos chegassem e olhassem a gente com mais educação, perguntasse mais também, eles não perguntam muita coisa. Porque, só de olhar pra você, eu estou com dengue? As pessoas também podem estar com outra coisa. Agora tudo é dengue. Deu dor de cabeça e febre é dengue agora”, comenta ela. Ainda assim, o lado dos profissionais também deve ser entendido, já que a saúde de Viçosa se apresenta em uma situação caótica, onde as condições de trabalho não estão adequadas para que os atendimentos sejam feitos de forma digna, além de que a epidemia de dengue tem só piorado para aumentar o caos que se vê nos hospitais diariamente. O zika vírus e a chikungunya são outras doenças relacionadas ao Aedes Aegypti que tem assustado não só a população brasileira, mas o mundo todo. Entretanto, até Carla Teixeira

então, nenhum caso delas foi confirmado em Viçosa, apesar de cidades nos arredores, como Juiz de Fora e Ubá já terem registrado alguns. Algumas suspeitas já surgiram nos hospitais, porém, nenhuma foi confirmada. É importante estar atento aos sintomas de cada uma delas, incluindo da dengue, que por serem muito parecidos, podem causar confusão e sugerir um diagnóstico errado. Grávidas, crianças e idosos necessitam de atenção redobrada, já que essas elas, mesmo que não tenham atingido ninguém na cidade, estão sendo motivo de alerta em todo país. Todos devem fazer a sua parte dentro e fora de casa, facilitando o trabalho dos agentes de endemia e dificultando o do mosquito. Fique atento aos dias dos mutirões nos bairros e coloque todo lixo para fora de casa. Os carros fumacê estão se alternando entre os bairros da cidade, se informe sobre quando irá passar no seu e deixe a casa com janelas e portas abertas. Outra forma de fazer sua parte é não deixar água parada, limpar seus quintais, usar repelentes. Assim, você se protege e protege também a sua família e a sua vizinhança, impedindo que o Aedes se prolifere e junto com ele, essas três perigosas doenças.

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CIDADES

Lei determina ensino de libras em escolas

Alunos surdos da rede municipal contarão com o auxílio de intérprete e instrutor de libras nas salas de aula Marina Gontijo Sayonara Ribeiro

Dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que cerca de 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva. Destes, 1 milhão são crianças e jovens de até 19 anos de idade, faixa etária prevista para os níveis de escolaridade fundamental e médio. A Constituição Federal assegura a todas as pessoas com deficiência o direito a um sistema de educação inclusivo. No caso das pessoas com surdez, o Decreto Federal nº 5.626, determina que as escolas ofereçam, além do português, a Língua Brasileira de Sinais (libras) e que haja um intérprete nas salas de aula. A libras é um sistema linguístico reconhecido pela Constituição com estrutura gramatical própria usado para a comunicação dos surdos no Brasil. Ela é considerada uma língua por possuir todos os níveis linguísticos e diferencia-se por utilizar a modalidade visual-espacial no lugar da oral-auditiva, ou seja, os sinais são usados no lugar das palavras faladas. Em março deste ano, foi aprovada em reunião da Câmara Municipal, a lei nº

2.539/2016 de autoria do executivo. Trata-se da criação dos cargos de instrutor e intérprete de Libras para as escolas municipais com a finalidade de ensinar a língua aos alunos surdos e promover maior inclusão. Os novos cargos devem ser ocupados por meio de concurso público e o prazo para a realização do mesmo é de 220 dias. A Assessoria da Prefeitura Municipal informou que já foi feita uma contratação emergencial de um instrutor e dois intérpretes que permanecerão nas funções até que haja o concurso. De acordo com a Chefe do Departamento de Educação Básica, Eliana Pereira, o processo seletivo para a contratação dos novos funcionários consistiu na análise dos currículos e na realização de entrevistas que avaliaram competências linguísticas e comunicativas como a fluên-

cia e expressividade no uso da libras. Dentre as exigências para a ocupação dos cargos estava a certificação Prolibras (Exame Nacional para Certi-

auxílio aos alunos com deficiência matriculados nas escolas municipais, funcionava por meio de estagiários de apoio. Os estagiários não tinham for-

ficação de Proficiência no uso e no ensino de Libras e para Certificação de Proficiência na tradução e interpretação de Libras/Português/Libras) com ênfase no ensino e tradução da língua. Antes da criação da lei, o

mação específica e o papel deles consistia em acompanhar os alunos em sala de aula e ajudar os professores durante as aulas. A partir de agora, os alunos surdos terão uma orientação mais adequada: os intérpretes ficarão encarregados da

tradução simultânea das aulas para a linguagem de sinais e, ao instrutor, cabe a tarefa de alfabetiza-los em libras. O Centro Municipal de Educação Dr. Januário de Andrade Fontes, é a única escola da rede municipal, até o momento, que possui alunos surdos e por isso será a pioneira no ensino da libras na cidade. De acordo com a Coordenadora do Departamento de Educação Infantil, Ana Florinda Fontes, em reunião com os contratados foi elaborado um plano de ação para contemplação das necessidades de cada aluno e melhor adequação da escola aos novos recursos. Será necessário um tempo de adaptação, mas a coordenadora acredita que o preenchimento dos novos cargos representa um ganho bastante significativo para a escola, alunos e famílias: “É um ganho efetivo para o aluno que vai se sentir incluído e para a família que vai saber que o filho está aprendendo uma língua apropriada para a deficiência dele. Os colegas de sala vão entender a importância da inclusão, o entrosamento entre eles vai ser ainda melhor e a escola vai ter um ganho muito grande sendo a primeira a receber esse recurso no município”, diz Ana Florinda.

Escola é paralisada por falta de alunos Lucas Alves

A Escola Estadual Professor Sebastião Lopes de Carvalho, localizada no bairro do Bom Jesus em Viçosa, encontra-se, até o fechamento desta edição, paralisada por baixa demanda de alunos. A região em torno do colégio é conhecida por ser perigosa e por ter alguns pontos de tráfico de drogas, o que teria causado a retirada de grande parte dos alunos pelos próprios pais. Segundo a inspetora de ensino Sílvia Andrade, a paralização ocorreu por conta da resolução CEE nº 449 de 01/08/2012, que é responsável pela autorização do funcionamento de escolas de ensino básico no Estado, e seu cumprimento exige a verificação de várias características básicas para a manutenção do funcionamento de uma escola

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estadual. As escolas só podem ser cadastradas e receber o aval de funcionamento caso cumpram uma série de requerimentos, como o CNPJ em dia, a presença regular de um corpo docente, infra-estrutura básica para ensino e acomodação dos alunos. Entre esses requerimentos se encontra a necessidade de um corpo de alunos regularmente matriculado e frequente, o que não existia nessa escola. A paralisação pode se estender a até dois anos. Após esse período a escola pode ser fechada caso o número de alunos no Cadastro Escolar seja insuficiente para regularizar novamente a situação. Em retratação ao jornal O Popular, a secretária de saúde de Viçosa, Melide Paoli Lopes Moreira afirma que a escola já funcionou em 2015 com quadro de funcionários e alunos bem es-

Google Street View

Falta de estudantes matriculados faz com que atividades de escola no Bom Jesus sejam encerradas

A escola se encontra paralisada depois de funcionamento difícil no ano de 2015 casso, e que se encaminhava para seu fechamento. Ela também afirma que os alunos que ainda estudavam lá

foram remanejados a escolas próximas, muitas delas municipais, o que pode vir a ser um problema para a Prefeitura caso

a rede municipal não seja capaz de alocar de maneira adequada os alunos provenientes dessa escola da rede estadual.


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CIDADES

Prevenção foi o foco no dia 8 de abril No Dia Mundial de Combate ao Câncer, ação da AAPEC esclareceu dúvidas dos viçosenses sobre a doença Carla Teixeira

O câncer é o conjunto de várias doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células. Segundo o oncologista Marcelo Pimenta, dessa multiplicação celular, às vezes, se dá a formação de células sem funções que invadem os tecidos e órgãos do corpo humano, e é dessa forma que surgem os tumores. “A célula cancerígena é a única que tem a capacidade de cair na corrente sanguínea e se implantar em outro órgão”, completa Marcelo Pimenta. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se para o Brasil a ocorrência de cerca de 600 mil novos casos de câncer entre 2016 e 2017. Uma estimativa mundial feita em 2012 indicou que os tipos de câncer mais incidentes no mundo foram o de pulmão, mama, intestino e próstata. Segundo dados da Secretaria de Saúde municipal, atualmente existem 74 pacientes de oncologia em Viçosa, número esse registrado até o início do mês de abril. Para o tratamento do câncer, a cidade conta com o Centro Oncológico do Hospi-

Carla Teixeira

Quem passou por lá tirou dúvidas, mediu a pressão e fez o teste de glicemia tal São Sebastião. Mas, ainda assim, os pacientes do município não têm uma unidade de saúde habilitada pelo SUS, por isso, o tratamento é feito em Muriaé, Ponte Nova, Juiz de Fora ou Belo Horizonte. José Aparecido de Souza, atual secretário de saúde, diz que a Secretaria oferece o transporte gratuito para essas unidades, conforme a demanda e o agendamento dos pacientes. Ele ainda diz que, em maio, a Secretaria pretende fazer uma capacitação realística dos pro-

fissionais da saúde do município para melhor atendimento aos pacientes de oncologia. Em Viçosa existe também, desde 2008, a Associação de Assistência às Pessoas com Câncer (AAPEC), que é uma organização sem fins lucrativos e que oferece apoio aos pacientes com câncer de Viçosa e região. O apoio oferecido pela AAPEC é feito a pacientes de baixa renda e portadores de câncer maligno. Karina Miranda é assistente social da AAPEC e diz que a Associação

“oferece todos os medicamentos que não são encontrados na rede pública de saúde, fralda geriátrica, leite, suplemento alimentar, cesta básica, entre outras coisas”. Segundo Karina Miranda, todos os recursos utilizados para oferecer esse apoio aos pacientes vêm de doações que podem ser feitas pelo telefone ou na sede da Associação. Atualmente, a AAPEC dá suporte a cerca de 50 pacientes em Viçosa. A AAPEC fez uma ação na

Praça Silviano Brandão, no dia 8 de abril, cujo objetivo principal foi conscientizar a população sobre a importância da prevenção da doença. Uma equipe distribuiu panfletos e tirou as dúvidas de quem esteve por lá. Houve também medição de pressão e teste de glicemia gratuitos. Enfatizando a questão da prevenção, sabe-se que as causas do câncer estão ligadas tanto a fatores internos quanto externos do corpo humano, porém, como ressalta o médico Marcelo Pimenta, a maioria dos casosde câncer são ao acaso. Segundo ele, “apenas 20% dos cânceres de mama, por exemplo, são hereditários. Por isso é importante fazer a prevenção”. O aumento do número de casos a cada ano se dá, principalmente, pelo envelhecimento da população e pela falta de prevenção das pessoas. Kelen Lopes é enfermeira da AAPEC e diz que a principal forma de prevenção é ter uma qualidade de vida adequada. “Praticar exercícios físicos, não fumar, conhecer seu corpo, usar protetor solar e ter uma alimentação saudável” são alguns exemplos.

Tire suas dúvidas sobre direitos do consumidor O Código de Defesa do Consumidor foi criado com o objetivo de coibir os abusos frequentes a quem compra Ellen Ramos

Muitos cidadãos têm ou já tiveram problemas com produtos e serviços que adquiriram. Há algumás décadas não existia uma lei que protegesse as pessoas que comprassem um produto ou contratassem qualquer serviço. Se você comprasse um produto estragado, ficava por isso mesmo. Se o vendedor quisesse trocar, trocava, mas se não quisesse trocar, você ficava no prejuízo. No entanto, em março de 1991 entrou em vigor a Lei nº 8.078, conhecida como Código de Defesa do Consumidor, com o objetivo de proteger as pessoas que fazem compras ou contratam algum serviço. Toda mercadoria, seja ela qual for, tem garantia. O objetivo da garantia é assegurar ao consumidor eficiência e durabilidade de um produto. Existem três modalidades de garantia. A legal é aquela previs-

CONHEÇA SEUS DIREITOS Guarde a nota fiscal e qualquer outro documento referente à compra O consumidor tem sete dias para se arrepender da compra de um produto ou contratação de um serviço pela internet Os estabelecimentos comerciais não são obrigados a aceitar o pagamento via cartão de crédito, mas não podem impor o valor mínimo para a compra Produtos com defeito dentro do prazo de garantia têm que ser consertados ou trocados

ta em lei e obrigatória para todos os produtos e serviços. A “garantia legal” para os bens duráveis é de 90 dias e para os bens não duráveis é de 30 dias, contados a partir da aquisição do produto ou do serviço. A “garantia contratual” é quando o fornecedor concede um prazo maior de garantia. Esse tipo de garantia deve ser informada no ato da venda e o

consumidor não paga por ela, uma vez que não é obrigatória. Já a “garantia estendida” é aquela que consumidor paga um determinado valor para que se estenda o prazo da garantia de fábrica. Independente da garantia que o produto possui, o Código de Defesa do Consumidor obriga os fabricantes ou comerciantes a realizarem o reparo do pro-

duto em até 30 dias. Após esse prazo, o consumidor pode exigir um produto similar ou o abatimento proporcional do preço. Segundo o site federal Portal do Consumidor, nas compras virtuais, quando alguém se arrepende e quer desistir da aquisição, todos os valores gastos devem ser devolvidos (incluindoi o frete pago pelo produto). Quando algo vem com defeito, a loja tem de pagar o frete de devolução e todas as despesas de envio. No entanto, quando se trata de uma troca não obrigatória por lei, o consumidor deve arcar com todos os custos.

loja virtual. Além do CNPJ, que pode ser conferido no site da Receita Federal, é preciso saber se a loja possui um endereço físico. Além disso, é bom buscar informações com outros consumidores. Quando estiver online, somente finalize uma compra quando tiver certeza que o site é confiável. Para isso, verifique se o endereço eletrônico é iniciado pela sigla “https” e se o navegador exibe um ícone em forma de cadeado colorido e fechado. Ao clicar em cima no cadeado, deve aparecer o certificado de segurança do site.

Compras virtuais Apesar da praticidade e facilidade de adquirir um produto sem sair de casa, os consumidores não estão isentos das eventuais dores de cabeça. Para evitar esses problemas é preciso ficar atento para não cair em golpes. O primeiro item a ser checado é buscar informações sobre a

Reclamações Quem deseja reclamar de algum produto ou serviço deve procurar o Procon, já que este como objetivo orientar, proteger e defender os consumidores contra abusos praticados pelos fornecedores de bens e serviços. Em Viçosa, fica na Praça do Rosário, nº 1, sala 1105.

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ENTREVISTA

Campanha política não é gincana

Conhecer a ideologia partidária e entender que o voto é a consciência do coletivo são pontos importantes para acolher a cidade como sua e fazer parte de mudanças na região onde se vive

Maria Clara Epifania

Letícia Gusmão Malena Stariolo Maria Clara Epifania Mariana Barbosa

O voto é um dos principais instrumentos utilizados para eleições de representantes políticos ou para tomar decisões políticas. No Brasil, são eleitos através do voto diversos representantes políticos, como vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, além de governadores e presidentes da República. Em ano de eleições municipais no país, é importante ter a consciência de que, se o eleitor muda de sua cidade, o título deve ser transferido para a cidade de destino. A renda destinada a cada município é contabilizada de acordo com a quantidade de títulos cadastrados, por isso a importância de tal processo. Em Viçosa, é um difícil convencer os estudantes a transferirem seu título eleitoral para participarem ativamente da política da cidade, pois muitos consideram o munícipio um local passageiro, e não desenvolvem uma sensação de pertencimento com a política do lugar. Nas eleições de 2014, segundo dados do IBGE, 54.780 pessoas votaram no município de Viçosa. Apesar desse número representar 73% da população, o número de indivíduos que não votaram é muito relevante, representando mais de 20.000 cidadãos. Segundo dados levantados pela própria UFV, atualmente existem 19.185 estudantes matriculados. Ou seja, a população não votante compreende a totalidade de alunos da UFV mais aproximadamente 1000 pessoas. Ao não votar, os alunos são os próprios prejudicados por abrir mão de um direito fundamental, uma vez que eles vivem em Viçosa, em média, por quatro anos e estarão sofrendo com a falta de segurança, problemas estruturais, falta de limpeza de ruas e todas essas pequenas coisas que reclamamos todos os dias. Para saber um pouco mais sobre questões legais de voto e transferência de título eleitoral conversamos com o professor Gabriel Pires, do curso de Direito da UFV.

Professor debate sobre a falta de rigor e interesse na escolha do legislativo Gabriel Pires é professor da Universidade Federal de Viçosa. Possui pós-graduação lato sensu em Direito Civil e Processual Civil. Foi professor de graduação, pós graduação e cursos preparatórios para concursos nas cidades de Ubá, Rio de Janeiro, Leopoldina, Juiz de Fora e Viçosa. Tem experiência na área de Direito Civil, com ênfase em Direito de Família e Sucessões. OutrOlhar: Por que votar? Gabriel Pires: Olha, o voto não é só um direito como também um dever.É através do voto que nós escolhemos nossos representantes, que vão adotar as escolhas e fazer as decisões políticas, de concretização dos direitos, de posturas e é por meio desse voto que expressamos as nossas vozes e interesses dentro de uma sociedade composta por pessoas dos mais diversos segmentos desde os mais religiosos aos mais modernistas, raças, credos e convicções é preciso que todas essas minorias se façam representar por meio do voto.

mente se submeter a concurso público.

O que acarreta deixar de votar? O indivíduo fica sujeito a sanção pecuniária, que é imposta pela justiça eleitoral, e ainda sujeito à privação de alguns direitos, como destacada-

Como você percebe o dever do voto em eleições regionais na população? A sociedade brasileira é criteriosa na escolha do Executivo e pouco criteriosa na escolha do Legislativo. Todos nós sa-

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O governo tem alguma campanha de incentivo ao voto para menores de idade? Sim, especificamente não seria o governo, seria o Tribunal Federal. É o poder Judiciário e não o poder Executivo. O TSE, juntamente com o TER, promove campanhas usando os meios de comunicação para estimular o voto. E é o que se espera, sobretudo nos adolescentes que são os mesmos adolescentes que às vezes buscam a rede social pra criticar um buraco na rua, uma falta de estrutura no hospital...

bemos em quem nós votamos para prefeito, para governador e para presidente, mas poucos são aqueles que se recordam em quem tenham votado para deputado estadual, deputado federal, vereador e senador. E o membro do executivo nada consegue fazer sem efetiva participação do Legislativo. O que falta hoje é o compromisso, o rigor na escolha dos ocupantes do legislativo. Falta uma consciência da importância. Porque quando fazemos uma crítica, a gente só tende a falar mal do prefeito, do governador ou do presidente da república, e esquecemos de fazer uma análise também dos legisladores que são quem aprova as leis. O prefeito não consegue aprovar um orçamento sozinho, e isso às vezes as pessoas não sabem. Se perguntarem nas ruas o que as pessoas acham que fazem o vereador elas vão responder que servem

para pagar conta de luz, pedir ao prefeito alguns favores e dar nome as ruas. Elas reduzem o vereador a uma figura simbólica, de ser um reivindicante de prestações públicas ao prefeito, e sua função maior não é essa. É difícil fazer um efetivo julgamento de como o vereador está se pautando, quais são as escolhas dele. O dever de voto é um amadurecimento pessoal, não podemos ter uma visão imediata de pensar só no eu e no que quero pra mim, temos que ter a consciência do coletivo. Ter a consciência da coletividade, consciência do papel do Legislativo e, sobretudo uma consciência dos partidos políticos, saber qual a ideologia do partido que estamos votando. Referente aos alunos do ensino médio, qual a motivação para votarem e a consequência da abstenção?

Acima de tudo eles tem que pensar que todos somos responsáveis pela sociedade, e temos que procurar a escolha de um bom político, pois é o primeiro passo para uma mudança. Não adianta reivindicar e protestar, pois o meio efetivo é através das escolhas dos nossos dirigentes, executivo e legislativo. O eleitor, para fazer um bom voto, tem que primeiro se identificar com a ideologia do partido, pensar no que quer para a sociedade e identificar o partido que se adequa a ideologia pessoal. Outros parâmetros seriam procurar saber da vida e da postura do candidato e, sobretudo o custo da campanha. Não podemos nos iludir que campanhas caras são financiadas por grupos que têm interesse econômico e que vão querer um retorno disso. As pessoas tendem a confundir campanha política com gincana, competindo


OUTROLHAR MAIO DE 2016

ENTREVISTA

“Toda transformação que a gente deseja começa num pequeno passo” os candidatos pela campanha mais bonita, esquecendo que o gasto da campanha há um grupo econômico financiando, e às vezes uma campanha mais simples tende a ser uma campanha mais honesta. Quais as consequências para Viçosa com os universitários não transferindo seu título eleitoral? A principio a Justiça Eleitoral permite o chamado Domicílio afetivo e a pessoa pode votar em um lugar que ela não reside, então o primeiro ponto é fazer essa premissa. É necessário aceitar que o estudante, mesmo que more em outro local, possa continuar votando na cidade dos pais, na cidade que ele tenha um afeto ou que ele tenha propensão de um dia votar. A princípio penso que essa premissa deva ser respeitada, mas também penso que se o estudante está em Viçosa, e hoje acolhe a cidade como sua, é aqui que ele vai sofrer com a falta de estrutura, com o planejamento de políticas públicas, e não mais na cidade de origem, então é um convite a reflexão de que ele transfira o voto pra cá e aqui procure se inteirar das escolhas políticas da localidade. Toda transformação que a gente deseja começa num pequeno passo. Nós não podemos almejar uma mudança estrutural de todo país, se nós não conseguimos mudar a realidade mais imediata, a realidade que nos circunda. Então essa opção de transferir o voto pra Viçosa é também igualmente louvável. É a medida que a pessoa poder transformar e ter a consciência de que a efetiva mudança é através do instrumento do voto.

Qual o papel dos meios de comunicação nesse processo da democracia? Existe alguma ação que possa alterar o quadro de falta de esperança no voto? Os meios de comunicação são tudo. Os juristas até brincam ao chamar a mídia de o 4° poder, ao lado do executivo, legislativo e judiciário, justamente por poder formar e até forjar a opinião publica. E hoje com o avançar da tecnologia, nós conseguimos aproximar o cidadão com o Estado. Os meios de comunicação podem então ajudar a esclarecer ao cidadão que ele tem direito e quais são eles. Uma coisa é estar na constituição, outra coisa é o cidadão saber que ele tem direito e deveres como cidadão e ter consciência disso. Essa conscientização vai ser feita de duas maneiras: a alfabetização, o ensino regular. E é por isso que a educação deve ser implementada, universalizada, para que as pessoas tenham senso critico. E a mídia para divulgar e acompanhar. Porque se nós queremos fazer nossas escolhas ideológicas, se nós temos que ter consciência partidária, se nós temos que acompanhar as escolhas de cada um dos nossos governantes e dos membros do legislativo... quem que vai trazer essas informações são os meios de comunicação. Eles são os instrumentos a nos dar o material necessário para nossas decisões, para nossas escolhas. Eu tenho uma visão otimista desse processo justamente por conta da liberdade que a mídia tem de fazer suas considerações e de levar essas escolhas politicas ao conhecimento de toda sociedade e esse é ponto de partida para o voto consciente, para

Por que transferir o título eleitoral?

que ele um instrumento efetivo de transformação social. O que você opina sobre o voto facultativo? Se formos parar para pensar, a gente luta muito tempo para conquistar um direito, e depois que conquistamos esse direito ele passa a ser tão natural que a gente tende a se acomodar até perde-lo novamente. Isso acontece com todos os direitos, nós lutamos para ter uma liberdade de expressão, passamos por um período de ditadura em que a mídia era controlada e a sociedade não podia se expressar, e aí a gente tem essa liberdade. Agora tem alguns que tendem a abusar dela, e isso desenvolve um discurso conservador de restrição das liberdades, até que venha alguém e a retire por completo. O voto é o mesmo processo, só de pensar que gerações anteriores à nossa morreram, para que nós tivéssemos o direito ao voto, nós tivemos a famosa ementa Dante de Oliveira, do voto direto, que não foi aprovada no Congresso Nacional, durante o movimento das Diretas Já, e houveram tantos movimentos para assegurar que hoje tenhamos esse direito... e quando conquistamos isso, as pessoas simplesmente tendem a achar que é algo dispensável, que não é algo efetivamente transformador, então falta realmente essa consciência. Enquanto essa consciência não se implementar, o voto precisa realmente ser obrigatório. Se ele deixar de ser obrigatório vai haver uma maior possibilidade de abuso do poder econômico. Porque alguém compra o eleitor e faz com que ele vá às urnas.

Após a votação de impeachment na Câmara de Deputados, no dia 17 de abril, as justificativas dadas por alguns deputados na hora do voto reverberaram vários comentários nas redes sociais. Mas também diversos eventos surgiram no facebook, convidando as pessoas que têm seu título eleitoral de outra cidade, transferir para a cidade onde mora atualmente. Em Viçosa não foi diferente. O estudante Marcus Mendonça Lopes, membro do grupo da UFV no facebook, divulgou, no dia 18 de abril, um evento criado para a transferência de título eleitoral para a cidade de Viçosa. Em extenso texto, compartilhado em outros grupos, Marcus apresenta argumentos que explicam o porquê da importância da transferência do título para a cidade. O texto “Por que transferir o título?” argumenta que, segundo dados do IBGE, Viçosa tem cerca de 72 mil habitantes ‘’nativos’’ e uma população ‘’flutuante’’ de 20 mil aproximadamente. Desta população flutuante que reside na cidade, parte não possui domicílio eleitoral em Viçosa. Diz o texto: “Para se ter uma ideia, os últimos prefeitos de Viçosa foram eleitos com cerca de 18 mil votos, enquanto a média de votos de um vereador eleito oscila entre 600 e 2500 votos, a depender da coligação”. E Marcus convoca os estudantes que chegam na cidade a transferirem seu do-

micílio eleitoral, já que os estudantes pagam aluguel, gastam com alimentação e frequentam casas de festas, assim deixando na cidade, através do consumo, seu dinheiro para os impostos municipais. “O simples fato de ter dinheiro do seu bolso nas mãos da administração pública municipal já deveria lhe impor o dever moral de se sentir vinculado à política municipal e a participar dela”. Em um período de cinco anos morando em Viçosa, o estudante passará por, pelo menos, uma eleição municipal e uma federal. Sendo ou não “nativo”, a existência, ausência ou falta de aplicação das leis e decretos municipais atingem a todos: o código municipal de posturas, que determina o funcionamento dos supermercados aos domingos; a lei do silêncio; o horário limite de funcionamento de estabelecimentos até 2h da madrugada; decretos que determinam o racionamento de água; ou a ausência de regulamento do trânsito local. Após o 17 de abril e a agitação nas redes sociais, o evento que tentou mobilizar as pessoas à transferência do título eleitoral não recebeu grande adesão ou visibilidade, mas já contava (até abril) com 1,7 mil convidados. O evento se mantém movimentado com publicações de pessoas que já transferiram seu título ou oferecendo caronas até o Fórum, para efetuar a transferência.

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CULTURA

O potencial sócio-educativo dos espaços culturais da UFV para a construção do saber Museus e espaços de ciência da UFV despertam o interesse de lazer científico e cultural da cidade e região Cleomar Marin

Leonardo Pereira

A educação, enquanto forma de aprendizagem, é adquirida ao longo da vida dos cidadãos e pode ser dividida basicamente em três formas diferentes: educação escolar formal, aquela desenvolvida nas escolas e universidades; educação informal, transmitida pelos pais, familiares, no convívio com amigos, em programas de televisão e leituras; e a educação não-formal, que ocorre quando existe a intenção de determinados sujeitos em criar ou buscar determinados objetivos fora da instituição escolar. Assim, a educação não-formal pode ser definida como a que proporciona a aprendizagem de conteúdos da escolarização formal em espaços como museus, centros de ciências, ou qualquer outro em que as atividades sejam desenvolvidas de forma a ajudar na construção de conhecimento. Os museus e centros de ciências são importantes espaços para estimular a curiosidade, aguçar a percepção e promover interações entre pessoas de diferentes faixas etárias. Esses locais oferecem a oportunidade de suprir, ao menos em parte, algumas das carências das escolas como a falta de laboratórios, recursos audiovisuais, entre outros, conhecidos por estimular o aprendizado. Contudo, não é difícil encontrarmos no Brasil alguém que nunca visitou um museu em toda a sua vida. Na verdade, no nosso país esse é um hábito pouco praticado pela população em geral. As pessoas geralmente, não enxergam os museus como espaço de construção do saber histórico e social, e sim, como “um lugar onde existem coisas velhas e antigas”. Se bem utilizados, tais espaços são uma fonte quase inesgotável do saber e tornam-se importantes lugares de produção e socialização do conhecimento, de identificação do sujeito com a sua história e de conscientização da preservação do meio ambiente e patrimônio cultural, além de ser uma alternativa de lazer e diversão. Estreitando a relação entre educação e extensão, a UFV conta com

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Visitas guiadas estabelecem relações de diálogo acerca das obras e da história 11 museus e espaços de ciência, entre eles, a Casa Arthur Bernardes, o Horto Botânico, a Mata da Biologia e do Paraíso, o Museu da Comunicação, o Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef, o Museu de Zoologia João Moojen, o Museu Histórico, o Parque Interativo de Botânica, a Pinacoteca e a Sala Mendeleev. Nestes espaços acontecem exposições, minicursos, oficinas e eventos científicos que são abertos à visitação pública. A Diretora de Produção e Coordenadora do Museu Histórico e Pinacoteca da UFV, Michele Micheleti de Mello, ressalta a importância do papel dos museus hoje, numa era em que a virtualidade impera e as transformações ocorrem de forma tão acelerada. “Trabalhamos com a preservação do patrimônio e de certo modo, nossos acervos e nossa temática são voltadas ao passado, principalmente no Museu Histórico. Nos outros museus não é o mesmo caso. Mas hoje em dia, já se tem uma visão mais aberta a respeito dos museus e dos seus frequentadores. Procuramos colocar alguma coisa mais dinâmica e interativa para não ficar uma visita passiva”. Michele ainda enfatiza que os recursos tecnológicos podem ser bons aliados para atrair a atenção do público. “O uso das mídias sociais é fundamental. Um espaço tendo esse contato através do Facebook, ele vai criando uma linguagem mais infor-

mal, uma pegada mais jovem e ao mesmo tempo ajudando a tirar aquele estigma de que museu é um lugar formal e rígido”, completa. Os museus renovaram sua missão e atividades com o passar dos anos, porém para criar estratégias interativas e multimídias que contribuam para atrair a atenção do público é necessário investimento e manutenção. Projetos que possibilitam essa interação podem ser contemplados pelo Programa Institucional de Bolsas de Cultura e Arte Universitária (PROCULTURA), como é o caso do projeto “Arte digital: divulgação, qualificação e elaboração de performances” que desde 2013 vem realizando projeções na fachada do Museu Histórico e Pinacoteca durante os eventos de abertura de exposições. Os onze museus e espaços de ciência compõem o Circuito de Museus e estão integrados na recém-criada Secretaria de Museus e Espaços de Ciência da UFV (Semec). Desde 2015, a Semec consolida os interesses dos museus e estrutura ações em conjunto visando a popularização e divulgação dos mesmos. Através da Secretaria, os espaços buscam a interação e a popularização da cultura, arte, conhecimento e ciência junto à população. O atual bolsista da Secretaria e estudante de Engenharia Agrícola e Ambiental, Igor Lopes, faz um balanço positi-

vo à respeito do primeiro ano da Semec. “No ano de 2015, planejamos e executamos a 13ª Semana Nacional de Museus, em que confeccionamos e distribuímos o Álbum Ilustrado Descobrindo os Museus e Espaços de Ciência da UFV e organizamos a 9ª Primavera dos Museus, que foi a culminância de processos de planejamento e execução conjunta dos museus e espaços de ciência. Através da Semec, alcançamos o maior número de visitantes em todos os espaços, comparando-

-se com o ano anterior. Hoje, a Secretaria é efetiva no fortalecimento desses espaços, cumprindo um papel essencial nesta articulação, dando visibilidade aos espaços, organizando eventos e ações e garantindo seus interesses no âmbito institucional”, conclui ele. A grande novidade do ano passado nos museus foi a distribuição dos álbuns de figurinhas que movimentou as visitas em todos eles. Em cada espaço, o visitante recebia um pacote de figurinhas e ao visitar todos, o álbum estaria completo. A proposta do álbum ilustrado é divulgar e possibilitar que as comunidades viçosense e universitária conheçam e usufruam destes espaços de lazer cientifico e cultural existentes na universidade. Ele também embute uma proposta pedagógica que busca valorizar e ampliar a interação dos museus e espaços de ciência da UFV com as escolas de educação básica. Para auxiliar professores da rede pública e privada de Viçosa e região a utilizarem o álbum como meio de orientação, foi disponibilizado um material no site institucional (www.semec.ufv.br) que busca estimular seu uso, promovendo os espaços e suas áreas temáticas.

Capa do do Álbum de Figurinhas "Descobrindo Museus e Espaços de Ciência da UFV”


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CULTURA

Biblioteca e Pinacoteca Municipal têm novo local de funcionamento definido A situação de armazenamento do acervo da biblioteca está gerando preocupação na Câmara Municipal No início do século XX, Viçosa, que já era considerado um município, possuía uma Biblioteca Municipal em funcionamento para atender a população. Porém, quando chegamos a 2015/2016, século XXI, nos surpreendemos com uma cidade com cerca de 77.000 habitantes, em que não há uma Biblioteca Municipal em funcionamento. Fato esse que se dá inicialmente por conta de um convênio firmado entre a Prefeitura de Viçosa e o Ministério do Trabalho, fazendo com o que o prédio que sediava a Biblioteca tivesse que ser desocupado para que ali se estabelecesse o Ministério acima citado. Com isso a Biblioteca Municipal passou a funcionar no prédio do Colégio Viçosa, onde começaram a se perceber alguns problemas como acessibilidade, já que anteriormente estava localizada em uma área central e dessa forma chegava a receber cerca de 50 visitantes por dia, passando a receber cerca de 10 pessoas por dia no Colégio Viçosa. No entanto o colégio começou a ser reformado para futuramente se tornar uma espécie de sede, em que quase toda a parte administrativa do Governo Municipal de Viçosa estará centralizada. Com a reforma a Biblioteca teve então que ser definitivamente fechada, contudo todo seu acervo continuou

Viçosa News

Isabela Lopes

O atual prédio da prefeitura abrigará a Biblioteca e Pinacoteca Municipal, segundo projeto do executivo “guardado” em meio a reforma. Situação que chegou a virar pauta da Câmara Municipal de Vereadores de Viçosa, através da denúncia feita pelo vereador Professor Idelmino que chegou a ir ao local em que os livros estavam e fotografar o mau estado de armazenamento. O vereador, formalizou denuncia junto ao ministério público, e posteriormente esteve se queixando da forma como os livros foram transportados, também, de maneira inadequada. Em conversa com a Secretária de Cultura, Cíntia Fontes Ferraz, ela contou à equipe do jornal Outro Olhar que a si-

tuação do armazenamento dos livros no Colégio Viçosa foi resolvida, já que estes foram transferidos para a Casa Arthur Bernardes. Porém segundo a própria Secretária ainda não estão guardados como deveriam, principalmente por se tratar de livros antigos que devem receber um cuidado especial para armazenamento. Outro problema que foi detectado, é o fato de que a Biblioteca não se encontra em nenhuma secretaria, atualmente. Dessa forma a Secretaria de Cultura disse demonstrar interesse em assumi-la, porém para que isso seja efetivado é neces-

sário que todos os tramites para a nova locação sejam resolvidos em parceria com a Secretaria de Educação. Conversamos também com o Secretário de Patrimônio Público, José Mario Rangel, que forneceu um ofício (Nº 0350/2016) enviado pela Prefeitura de Viçosa no dia 21/03/2016, o qual confirma que a Biblioteca e Pinacoteca Municipal irão funcionar futuramente no atual prédio da Prefeitura. Trecho do Ofício que confirma a futura locação da Biblioteca: “[...] o Executivo Municipal encaminhou ao IPLAM

solicitação para elaboração de projeto de reforma e adequação do prédio atual [Prefeitura], em fase de elaboração, para que o mesmo, após a reforma e adequação, abrigue entre outros a estrutura da Biblioteca Municipal e da Pinacoteca.” Assim que o Executivo se mudar para oficialmente para a nova sede administrativa de Viçosa, a biblioteca será alocada no prédio da atual Prefeitura, informação essa que deve trazer tranquilidade para todos os cidadãos de Viçosa, principalmente os alunos da rede pública de educação que são os maiores usuários do espaço.

Centro Experimental de Artes incentiva Cultura em Viçosa Fundado em 1993, o Centro atende a aproximadamente 270 estudantes de escolas públicas da cidade Leonardo Ferraz

O exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes de cultura são garantidos por Lei, e o Estado deve incentivar a valorização e a difusão das manifestações culturais. Em Viçosa, o Centro Experimental de Artes “Maestro Adson Bicalho” surgiu com esses intuitos. O Centro está vinculado à Prefeitura Municipal de Viçosa, existe desde 1993, e foi criado para de integrar crianças e jovens de escolas públicas ao patrimônio cultural, com o objetivo de resgatar a autoestima e exercitar a cidadania.

Logo no início de sua criação, o Centro contava com 46 oficinas, em 14 modalidades. Hoje são disponibilizadas 10 oficinas, atendendo a cerca de 270 alunos em parceria com alguns estabelecimentos privados da cidade. O nome “Maestro Adson Bicalho”, se deve ao musicista viçosense muito reconhecido por seu trabalho. Nascido em 1917, o maestro veio de família musical e mostrou sua música por vários anos nas serestas das noites de Viçosa. Hoje o violino, que pertenceu a ele, é uma relíquia que se encontra no Museu Histórico da UFV.

O Centro Experimental oferece oficinas de Capoeira, Desenho Artístico, Violão Clássico, Violão Popular, Percussão, Canto Coral, Balé, Jazz, Dança de Rua e Dança de Salão. As vagas disponibilizadas pelo Centro são destinadas, prioritariamente, às crianças e aos jovens das escolas públicas da cidade, mas vagas ociosas podem ser ocupadas por pessoas da comunidade. Os interessados podem entrar em contado pelo telefone 3892-4616 ou irem até a Secretaria Municipal de Patrimônio Histórico e Cultura, que fica na Rua Ana Koester, número 80, no Centro.

Mostra Cultural

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MEIO AMBIENTE

Abandono do Cristo Redentor preocupa Viçosa Local é marcado por má iluminação, pichações, acesso difícil e presença de usuários de drogas Através de uma rápida pesquisa na internet sobre os pontos turísticos de Viçosa é possível encontrar o Parque Municipal do Cristo Redentor na lista de atrações que merecem ser visitadas. No entanto, o Parque situado entre os bairros Bom Jesus e Bela Vista está longe de ter infraestrutura adequada para receber moradores locais e tampouco turistas. Presença de traficantes, falta de iluminação, mato extremamente alto e marcas de vandalismo são apenas alguns fatores que confirmam o descaso e abandono dos governantes viçosenses em relação ao local. Durante a gestão do então prefeito Celito Sari, em 2009 houve uma tentativa de tirar do papel o Projeto criado desde 2001 por meio da Lei Municipal nº 1.450. Segundo o Portal da Transparência, na época o Ministério do Turismo chegou a liberar R$243 mil para as obras que tinham como finalidade a construção de uma lanchonete, entradas principal e secundárias, sanitários, campo de futebol, parque de lazer infantil, uma guarita, posto policial, além de outras melhorias. No entanto, os únicos trabalhos que chegaram a sair do papel foram o de terraplanagem além da colocação de tapumes ao redor o Cristo. A fim de reverter essa situ-

Sérgio Félix

Sérgio Félix

A situação do Parque do Cristo evidencia a falta de preocupação dos governantes da cidade ação, a Associação de Moradores e Amigos de Viçosa (AMEViçosa) e a Prefeitura fizeram um acordo no dia 04 de março com o objetivo de revitalizar a área do Parque. Entre os termos do acordo, está a previsão de elaboração do Plano de Manejo, ou seja, documento elaborado por especialistas para que a obra não gere danos ecológicos, e sua total viabilização pelo município através de recursos através de recursos do Fundo Municipal de Meio

Ambiente. Segundo o advogado Leonardo Rezende da AMEViçosa, este foi apenas o primeiro passo de um caminho burocrático. Agora o acordo deve ser homologado pela Juíza da 1ª Vara Cível da Comarca de Viçosa e posteriormente ser encaminhado ao Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) para início dos trabalhos de elaboração do Plano de Manejo. Depois, o Município deve requerer ao Co-

dema de utilização do Fundo de Meio Ambiente que conta hoje com mais de 500 milhões de reais que não estão sendo utilizados. “Acredito que agora o projeto deve sair do papel, pois o não cumprimento do acordo pune judicialmente o município através de multas”, afirma Leonardo Rezende. Sem dúvidas a população de Viçosa deve ser bastante beneficiada em diversos aspectos com a revitalização do Parque. “Apesar de morar no bairro em

que está localizado o Parque, eu visitei pouquíssimas vezes o Cristo. Acho o local pouco atrativo e muito perigoso, sobretudo no período da noite. Caso o parque realmente seja reformado, com certeza o movimento na região iria beneficiar minha mercearia e aumentar meus lucros, além de se tornar uma boa opção de lugar para passear com minhas filhas no fim de semana”, diz Rafael Silva, comerciante do bairro Bom Jesus.

Plano Diretor pode sair do esquecimento Weslei Ferreira

Após 16 anos de sua implementação na cidade de Viçosa, Plano Diretor passará por primeira reestruturação Weslei Ferreira

Utilizado como um instrumento da política urbana, o Plano Diretor, instituído pela Constituição Federal de 1988, é definido como “instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.”, e se constitui na Lei Federal n.º10.257/01, que é conhecida como Estatuto da Cidade, pelo Código Florestal e pela Lei de Parcelamento do Solo Urbano. A cada 10 anos o plano passa por uma revisão. Cada município possui o seu Plano Diretor, ficando a cargo dos poderes locais a melhor aplicação dos recursos públicos, e Viçosa, que teve seu Plano implementado no ano 2000, passará por sua primeira reestruturação após 16 anos.

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Mesmo após a implementação do plano, a cidade passou por um período de erros e acertos e irregularidades ainda são encontradas nas construções de edifícios, esgoto a céu aberto, mal planejamento na sinalização e tráfego urbano, estacionamentos em locais irregulares, falta de creches, transporte pú-

blico de má qualidade, falta de opções de lazer, dentre outros problemas.Uma nova comissão está sendo formada tendo como coordenação os vereadores Marcos Nunes e Lidson Lehner. Essa comissão irá trabalhar auxiliando o poder público local na implementação de melhorias e nas correções de

problemas que hajam possibilidade de solução. O estudante de Engenharia Florestal, William Sousa fala sobre a má sinalização e a consequente falta de educação dos pedestres; “Os semáforos foram instalados com o intuito de auxiliar o tráfego, mas tanto os motoristas quanto os pedes-

tres não respeitam o tempo dos semáforos”. O professor do departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Viçosa Ítalo Stephan comenta a falha na construção civil; “Uma cidade com pouco menos de 100.000 habitantes já sofre de vários impactos ambientais, devido ao adensamento da construção civl, a ocupação das margens dos rios, mananciais e um esgoto ainda não tratado”. Mesmo com esses problemas, o coordenador do Plano Diretor e vereador de Viçosa Marcos Nunes comenta a dificuldade na resolução de tais problemas; “O Plano Diretor irá assumir uma postura de apresentar diretrizes para auxiliar na prevenção de novos problemas”.


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MEIO AMBIENTE

Poluição visual e os impactos “inofensivos” A quantidade de elementos destinados à comunicação causam desconforto visual para a população Com o crescente mercado de marketing e propaganda, fica cada vez mais inevitável usar um maior número do espaço geográfico para anunciar diversos bens de consumo. Desta forma, a cidade perde grande parte de sua beleza natural, por meio de comunicação em forma de murais. A conhecida Poluição Visual é, nos dias de hoje, um fator que muitas vezes passa despercebido ao olho humano, uma vez que vem se naturalizando mais a cada dia. O fato é que as propagandas em outdoors e em letreiros cada vez maiores vêm sendo utilizada de forma massiva. O assunto é um dos males do mundo moderno que muitas vezes se torna sintetizado apenas no lixo nas ruas e nas águas. Um de seus aspectos com menos visibilidade na mídia, é sobre “o que polui nossa visão” o que afetando o centro da cidade, em geral, para que empresas utilizem de espaços alugados a fim de anunciar o seu produto. Ao analisar o cenário dos meios de propaganda em todo o município, a equipe do OutrOlhar conversou com uma moradora antiga da cidade, a aposentada Zaíra Medeiros, a fim de comparar tempospassados aos de hoje: Antigamente

Luana Mota

Luana Mota

Em Viçosa é cada vez maior o número de anúncios de festas e vendas espalhados nos muros da cidade não tinha tanta placa assim. A propaganda era feira boca a boca. Hoje eles cortam as árvores, penduram letreiros nos prédios e sobrecarregam a nossa visão com tantos anúncios. Deixam a cidade cada vez mais feia” relata. Dona Zaíra contou ainda que se preocupa muito em como o aumento destas campanhas não chamem tanto a atenção das autoridades, já que elas alastram de forma intensa. Uma degradação ambiental silenciosa, que acarre-

ta dentre muitos problemas à natureza, o desconforto dos moradores. A estudante Jéssica Mendes do curso de Engenharia de Produção moradora recém-chegada em Viçosa já não tem uma visão tão negativa assim: “Acho muito interessante esse tipo de publicidade. Às vezes o tempo de ir à loja nos deixa por fora de promoções, e esses cartazes facilitam a nossa vida. Tudo hoje em dia é muito corrido, e a mídia viu necessidade de se reinventar pra

chamar a atenção do público que corre o dia inteiro” conta. A universitária afirmou ainda que a ideia de paineis de LED com propagandas digitais, com muitas luzes e muito movimento, é algo muito legal para empresa e para o público. Enquanto um quer chamar a atenção, o outro quer se distrair com a novidade. Sobre como o comércio local se preocupa com o meio ambiente, o gerente de marketing de uma imobiliária, Luciano de Souza, afirmou

que segue as leis e respeita os espaços urbanos, mas que a visibilidade de um determinado produto em questão depende de sua visibilidade perante o público-alvo. Ainda segundo ele, quanto maior os cartazes, mais certeza a empresa terá de que seu objetivo de visibilidade foi alcançado: “Hoje em dia é impossível não anunciar pelas ruas. Quanto mais pessoas virem o seu anúncio, maior a chance dele vender. Esse é o nosso principal objetivo” explica.

Programa destinado ao Ensino Fundamental Alice Martins

A Lei Federal 9.795/1999 garante aos cidadãos acesso ao conteúdo da educação ambiental. Inspirado nisso, surge em 2012 o Programa de Educação Ambiental (Progea), um projeto da Polícia Militar do Meio Ambiente que busca estimular a conscientização ambiental de crianças do ensino fundamental nas escolas de Minas Gerais. O projeto-piloto foi realizado durante dois anos na cidade de Lavras com seis militares e atualmente acontece em várias cidades mineiras com o apoio do Ministério Público. O Programa acontece em duas escolas de Viçosa: o Colégio Equipe e a Escola Estadual Madre Santa Face em

turmas de quarto ano do Ensino Fundamental, pois é nesse momento que as crianças tem o primeiro contato com as matérias de Ciências e Geografia. O coordenador desse projeto, soldado Rodrigo Melo, faz o papel de mediador durante os encontros com os alunos. No método, os alunos buscam as respostas para os problemas propostos por conta própria. “Na maior parte do tempo, o mediador é apenas um participante. Quem conduz o projeto são as próprias crianças. Quando há uma dúvida, faço com que os outros alunos tentem responder e se ninguém souber, peço para que façam uma pesquisa para responderem no próximo encontro” afirma Rodrigo Melo.

Para ajudar na metodologia, há o livro do aluno com histórias para compreender melhor a educação ambiental. Depois de lidas, os alunos escolhem um problema ambiental a ser solucionado ou amenizado dentro da escola ou fora dela. Os encontros acabarão em junho, mas os impactos já estão sendo sentidos pelas professoras das escolas que receberam o projeto. A professora Elaine de Almeida Oliveira da Escola Estadual Madre Santa Face acredita que o projeto é importante para a conscientização das crianças. “Eu acho o projeto interessante e precisaria ter em todas as turmas para que a criança saiba desde pequena a importância da conservação ambien-

Polícia do Meio Ambiente

Progea conscientiza crianças sobre a importância da preservação ambiental nas escolas da cidade

tal” ressalta. Enquanto isso, a professora Valquíia Batalha do Colégio Equipe nota que os alunos estão mais curiosas e questionadoras. “Os alunos participam muito e no dia que tem o Projeto ninguém falta a aula. A questão do lixo dentro da sala de aula dimunuiu muito e eles passaram a observar mais

coisas no ambiente externo” comenta. Ao final do projeto, haverá uma festa de formatura com a entrega de certificados aos alunos. A expectativa de todos os envolvidos no projeto é de que as crianças estejam concientes da importância da preservação do meio ambiente para um futuro mais sustentável para elas e para as outras pessoas.

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ESPORTE

‘Jogos Escolares Viçosenses’ movimenta escolas Os JEV’s selecionam times das escolas de Viçosa para competir no campeonato mineiro Larissa Martins

Os JEV’s reúnem escolas do Município de Viçosa para competições nas modalidades esportivas de handbol, peteca, voleibol, futsal, tênis de mesa e basquetebol separados em quatro categorias de faixa etária e nos naipes masculinos e femininos com os módulos: zerinho (9 e 10 anos); zero (11 e 12 anos), módulo um (12,13 e 14 anos) e módulo dois (15,16 e 17 anos). Segundo o Chefe do Departamento de Esportes e Lazer de Viçosa, Adailson Abranches, as competições que acontecem todos os anos, são divididas em partes que encaminham a fases mais avançadas: Primeiro é feita a seletiva dos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG), que tem como base os times de destaque dos JEV’s do ano anterior. Após isso, acontecem os Jogos das Escolas Municipais e Estaduais de Viçosa (JEMEV), para em seguida acontecer os JEV’s, que abrange escolas da rede pública Municipal, Estadual e Federal, além de escolas da rede privada. Nesta última é feita uma pré-seletiva para o JEMG no ano posterior. O JEMG também é dividido em fases, onde a primeira é a fase microrregional (possui dois pólos) e o campeão e vice

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dos polos jogam para definir o representante da microrregião a disputar o JEMG microrregional, e os campeões representantes das microrregiões disputarão as fases estaduais. Para o técnico do Colégio Anglo Viçosa, Professor Frederico Severino Júnior que é par-

ticipante dos jogos escolares há 16 anos, estas competições são de grande importância devido à mobilização dos alunos para a participarem das atividades esportivas e, além disso, estimular para os assuntos da escola, agregando valor e possibilitando ao aluno interagir com os

participantes de outras escolas. Neste ano de 2016, os Jogos Escolares tiveram início com o JEMEV, no período de 28/04 a 14/05. Assim, os JEV’s aguardam o processo de definição de locais para o acontecimento dos jogos e, estão consequentemente previstos, de acordo

com o cronograma, para o período de 28 de maio a 19 de junho, sujeito a alterações. Os Jogos Escolares Viçosenses (JEV’s) é uma realização da Prefeitura Municipal de Viçosa (PMV) representado pela Secretaria de Esporte, cultura e patrimônio histórico.

O esporte mudando as vidas dos jovens viçosenses Projeto social Tecendo Sonhos discute realidade de jovens e lhes dá uma alternativa a partir do futebol Jéssica Alana

O futebol é um esporte que está tão difundido no cotidiano das pessoas que já se tornou normal juntar a turma para aquela “peladinha” de sábado à tarde. Essa situação, por si só, já se torna um convite para poder se aperfeiçoar no esporte. “Entrei na escolinha de futebol com 12 anos e fiquei lá por três anos. Eu sempre gostei de jogar e queria melhorar nas peladas; foi uma experiência ótima porque pude aprender várias jogadas”, explica Edson Júnior, ex aluno de uma escolinha. Porém, levando em consideração que esse esporte vai além do lazer das pessoas e pode propiciar uma melhora no condicionamento físico de quem o pratica, o futebol pode estar ligado a causas sociais, como é o caso do projeto Tecendo Sonhos, uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo principal é o combate à violência e as drogas dos jovens do distrito de São José do Triunfo.

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Hoje o projeto conta com 150 alunos, com idade entre 6 e 17 anos. Quando completam 18, deixam o projeto e saem com um pouco de sabedoria que a atividade proporciona. “de dentro do projeto ele já sai sabendo se comportar na vida”, afirma o coordenador Antônio Elias Cardoso. Para participar da atividade, os jovens do distrito devem estar matriculados na escola e ter um bom rendimento. Além disso, moradores de São José do Triunfo tem prioridade. “O social trabalha com acompanhamento na escola. Para participar do projeto tem que estar indo bem na escola, se não estiver a gente encaminha para o reforço. Tem também o trabalho com o psicólogo e o de meio ambiente (...) A gente dá preferência para quem mora no distrito, porque se o menino mora em Nova Viçosa e quer participar, não temos condição de buscálo e os pais não tem como trazê-lo”. Conta Antônio Elias. O Projeto tem 14 anos, foi criado por conta da situação de violência na

comunidade. Antônio começou a discutir essa realidade e mostrar para os jovens um novo caminho, no caso, o futebol. Para que isso fosse possível, o instituto conta com uma subvenção do município, que ajuda a custear o projeto. Por mais que haja uma subvenção, a maior dificuldade do Tecendo Sonhos ainda é a falta de recursos, pois é difícil conseguir patrocinadores para atividades de cunho social. Assim, os jogadores tem de treinar em espaços que não são adequados e os campeonatos ocorrem fora do distrito. “Se a gente pudesse jogar dentro do nosso distrito, a própria comunidade poderia participar e ajudar mais”, desabafa Antônio Elias Cardoso. Contudo, ainda que existam dificuldades, o instituto tem gerado bons frutos. Um dos alunos participantes está jogando há um ano e meio no América-MG. Embora o projeto seja mais voltado para o social, há possibilidade de chegarem a jogar bola em nível profissional.


OUTROLHAR MAIO DE 2016

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Já gravou seu Snap hoje? A rede social que chegou como um fantasminha mas já se encheu de vida Marina Wan-der -Maas

A

s redes sociais fazem parte da comunicação do mundo contemporâneo e é praticamente impossível pensar os relacionamentos sem citar esses aplicativos que somam dia após dia, bilhões de usuários. O Facebook já se consolidou como um aplicativo de relacionamentos, é usado comercialmente e tem um alto nível de aceitação e interação que acontece através de fotos, vídeos e textos. O aplicativo já anunciou que em 2015 a empresa fechou o ano com 1,59 bilhão de usuários, e cresceu 25% durante o ano todo, é muita gente conectada! Outros aplicativos também fazem parte da vida de muitos, como o Instagram, que permite a postagem de imagens e vídeos e armazena todo conteúdo postado deixando uma espécie de diário on line. Como a tecnologia tá ai para ser experimentada e tem um papel importante na busca por inovação, eis que surge mais um aplicativo de rede social, voltado para celulares com sistema operacional Android e IOS, que tem feito bastante sucesso com um número expressivo de usuários jovens no Brasil, o Snapchat. A rede social inova possibilitando que a rotina das pessoas seja transmitida em tempo real e sem edições.

Quando uma foto ou um vídeo é postado, o conteúdo fica disponível somente 24 horas se autodestruindo automaticamente na rede após esse prazo, cada postagem tem no máximo 10 segundos de exibição, o usuário é quem define esse tempo. Para quem quer mostrar a vida ou o empreendimento sem deixar históricos, já que o conteúdo expira em um dia, e para quem quer ver a vida de outras pessoas e até mesmo de empresas na hora em que os fatos acontecem, essa rede social irá permitir isso. Outra característica interessante do aplicativo é a sensação de segurança que ele propõe, é possível saber quem foram as pessoas que visualizaram as postagens e também é possível identificar as pessoas que fizeram algum print do conteúdo. Para quem quer mostrar a vida ou o empreendimento sem deixar históricos, já que o conteúdo expira em um dia, e para quem quer ver a vida de outras pessoas e até mesmo de empresas na hora em que os fatos acontecem, essa rede social irá permitir isso. Outra característica interessante do aplicativo é a sensação de segurança que ele propõe, é possível saber quem foram as pessoas que visualizaram as postagens e também é possível identificar as pessoas que fizeram algum print do conteúdo. Motivação para quem quer saúde e bem estar através

Segundo a BBC Brasil, hoje o Snapchat tem 700 milhões de usuários em todo o mundo

do SnapChat. Alguns usam a rede para mostrar a vida pessoal, empreendedores usam o aplicativo para compartilhar novidades sobre o seu negocio, digital influencers estão no Snapchat para compartilhar dicas e benefícios legais com os seus seguidores. A bacharel em Direito Andressa Rocha, está conectada nas redes sociais para compartilhar dicas de saúde, bem estar, rotina de treinos e alimentação. Ela possui uma trajetória de sucesso na busca por saúde e melhoria da qualidade de vida. Com uma narrativa voltada para o seu lifestyle, ela percebeu no Snapchat a possibilidade de interagir com os seus seguidores de uma forma mais próxima: “Criei o Snap

para ter uma comunicação mais ampla com meus seguidores”. Ela já usa outras redes sociais como o Facebook e o Instagram para interagir e propagar um estilo de vida saudável pela internet, o Snapchat é mais um complemento do trabalho motivacional que ela desenvolve para pessoas que querem mudar seus hábitos sedentários ou que estão vendo a sua vida ser prejudicada por fatores relacionados a obesidade. Toda vez que uma nova rede social se populariza, surge o questionamento se as redes que antecederam a nova febre continuarão fazendo sucesso, Andressa acredita que redes que tiveram o seu auge antes do Snap, como o

Facebook, continuarão sendo usadas normalmente, pois os usuários já estão fidelizados e esperam pela geração de conteúdo que ali acontece todos os dias: “O Snap é 24h, a pessoa pode ver uma ou duas vezes a publicação, já o Instagram, fixa mais o conteúdo e o Facebook por ser uma rede social mais antiga tem muitos seguidores e todos eles são fieis. Cada rede tem uma característica importante, difícil falar em substituição”. Como o Snapchat reproduz fatos que estão acontecendo em tempo real, perfis motivacionais como o de Andressa, estimulam seguidores a se mexerem e espalham mensagens positivas pelas redes motivando rotinas de comportamento mais saudáveis.

Para usar o Snapchat basta acessar a Play Store em celulares com sistema Android ou a Apple Store em sistemas IOS, baixar o aplicativo e criar um nome de usuário e senha.

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OUTROLHAR

MAIO DE 2016

14ª Semana de Museus Evento Semana Nacional de Museus 2016: “Paisagens Culturais em 90 anos de UFV”

ca Central (espaço já reservado para nosso evento).

Ações conjuntas: 16 a 21/05 Visitas monitoradas:

21/05 Uni-Ver-Cidade: caminhos e conexões

Visitas monitoradas em cada espaço 16 a 20/05: 8:00-12:00h e 14:00-18:00h 21/05: 9:00-12:00 e 14:00-17:30h 16 a 21/05 Distribuição do Álbum Ilustrado: "Descobrindo os Museus e Espaços de Ciência da UFV" Receba o Álbum Ilustrado e, em cada espaço visitados, ganhe um pacote de figurinhas! Para mais informações ligue (31)3899-2498. 20/05 Mesa redonda: 9-12h - Mesa redonda: Paisagens culturais em 90 anos da UFV - Auditório da Bibliote-

9h-12h - Caminhada Cidade: Venha fazer uma caminhada para conhecer a história da cidade de Viçosa por meio de construções importantes do Centro da cidade. Local: Casa Arthur Bernardes - Praça Silviano Brandão, nº 69 - Centro 14h-17h30 - Caminhada Universidade Caminhe e conheça os Museus, Espaços de Ciência e o Circuito das Áreas Protegidas da Universidade Federal de Viçosa. Local: Museus e Espaços de Ciência da UFV. Consulte o site http://www.semec.ufv.br/ para conhecer os Espaços e comece sua caminhada! Mais informações: (31) 3899-2498

Fala, Jovem! Ellen Ramos Mariana Barbosa

O OutroOlhar foi às ruas para saber o que está chamando mais a atenção dos jovens nesses últimos meses. “Nos jornais locais de Viçosa o que mais vi foram notícias referentes a roubos, violência, tráfico de drogas. Nesses casos, infelizmente sempre tinha algum jovem mais ou menos da minha idade, ou que tinha sido preso ou assassinado por causa do crime”. Sérgio Sousa, 19 anos, auxiliar de atendimento. “O que mais vi na tevê foram reportagens sobre a política do Brasil, sobre a Dilma, Eduardo Cunha, Michel Temer, manifestações contrárias e favoráveis ao impeachment”. João Vitor Castro, 18 anos, estudante da UFV. “Fico assustado com algumas pessoas que estão tratando esse momento com bastante normalidade sem a menor preocupação com as consequências que surgirão no futuro”. Caíque Faustino, 17 anos, estudante da Elffie Rolfs “São as questões referentes ao lixo em Viçosa. Não é de hoje que vejo matéria em jornais e na internet reclamando do atraso do recolhimento do lixo, dos caminhões que são furados, das ruas que não são capinadas com frequencia. Lembro que em janeiro a Prefeitura anunciou a contratação de firma terceirizada para as capinas, mas já estamos em maio e até hoje a minha rua não foi capinada. E o problema do

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lixo agrava ainda mais a dengue na cidade”. Ana Lívia do Carmo, 18 anos, auxiliar de creche. “O que está acontecendo no Brasil é uma situação muito crítica para algumas pessoas e para essa nova geração que mal sabe o que vai acontecer. Pode ser que mude pra melhor, mas também pode ser que fique ainda pior. Eu acho que a mídia tem lados positivos e negativos, mas a maioria é negativo. A televisão mostra o que ela quer, faz a cabeça das pessoas e manipula o povo. Muita gente acaba mudando de opinião pelas coisas que viu no jornal”. Taynara Gomes de Jesus, 18 anos, estudante da E.E.Dr. Raimundo Alves Torres (Esedrat). “Veja bem.... Acredito que o fato desses acontecimentos políticos estarem tão evidenciados, principalmente em um momento em que vive-se uma grande incredulidade política e um retrocesso econômico, após sucessivos anos de desenvolvimento somente demonstra a tentativa forçada de uma imposição de ideologias políticas que persistem em agrupar um agrupamento econômico. Acho também que isso mostra a fragilidade de caráter, e até mesmo do conhecimento dos representante brasileiros, sabe!(...”pela minha família, pela minha esposa, e pela

terra de Israel”). Porém, também percebo que muitas das consequências dessa crise - que acho que é mais político-ideológico, que propriamente econômica(o que na verdade é um agravante)- tem relação com a corrupção que historicamente é um problema do brasileiro. E, como você bem sabe, o jogo administrativo-político só um reflexo de uma cultura que desconhece o nosso próprio modelo de governo, e as vezes espera a aparição de mais um líder messiânico”. Diogo Abrantes, 18 anos, estudante de cursinho.


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