OutrOlhar Edição 33

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OPINIÃO: A inversão dos tabus. Se antes o ato de guardar a virgindade para o casamento era praticamente uma obrigação das mulheres,

hoje em dia essa atitude é motivo de críticas ● PÁGINA 3

Queima

JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO - UFV n ANO 10 n EDIÇÃO N°33 n SETEMBRO DE 2013 JOAQUIM LANNES

tudo!

De março a outubro é o período de maior incidência das queimadas na região

Os impactos do fogo para a população e o meio ambiente são preocupantes: vão desde doenças a perda da biomassa. A Polícia Militar Ambiental de Viçosa monitora e mapeia a prática ● PÁGINA 6 JOAQUIM LANNES

Não pode espremer Amante da 75% dos adolescentes sofrem com as espinhas. Saiba o que fazer para previnir este problema ● PÁGINA 7

música, ouça bem!

O impacto das plataformas digitais na ascensão de bandas independentes Atletas de final de semana devem manter o corpo em dia para evitar contusões. O ideal é fazer atividades ae- Enrolar, adiar, ou seja, procrastinar. Saiba quando esse vai desde divulgar o seu róbicas durante a semana, como corrida e caminhada comportamento pode atrapalhar a sua vida nos estudos trabalho até atrair investie evoluir para alguma doença mais séria ● PÁGINA 5 dores ● PÁGINA 8 ● PÁGINA 12

Pelada é coisa séria Deixar para depois...

PEDRO WADDINGTON

Skatistas, cadê os seus direitos?

Andar de skate continua sendo proibido em Viçosa, e nenhuma medida é tomada pela Prefeitura há mais de 12 anos ● PÁGINA 10


2 OPINIÃO

OUTROLHAR SETEMBRO DE 2013

Redução da maioridade penal em xeque

João Hélio, Felipe Caffé e Liana Friedenbach, Victor Hugo Deppman. Ezequiel Toledo, Champinha e um menor que mora na favela Nelson Cruz, SP. O que eles têm em comum? Vidas interrompidas pelo crime. Os primeiros foram vítimas, respectivamente, dos últimos. Já estes foram “trapaceados” pela falta de estrutura familiar, educação e oportunidades dignas a um jovem. Em 2003, Liana Friedenbach (16) foi estuprada e assassinada junto ao seu namorado Felipe Caffé (19) por um grupo liderado pelo então menor Champinha, (16). Ele ficou durante três anos cumprindo medidas socioeducativas na Fundação Casa (antiga Febem em São Paulo) de onde fugiu uma vez. Ezequiel Toledo que participou do crime que matou João Hélio (7) em 2007 também

cumpriu medidas socioeducativas durante três anos em regime fechado e teve liberdade assistida. Hoje ele se encontra preso acusado dos crimes de posse ilegal de arma de fogo, tráfico e associação para o tráfico, receptação e corrupção ativa. Victor Hugo foi assassinado na porta de sua casa em abril deste ano por um menor que alcançaria a maioridade após três dias do crime. Esse menor está cumprindo medidas socioeducativas. Sempre que um crime brutal é provocado por menores volta a polêmica acerca da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Há, de um lado, os defensores do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que acreditam na ressocialização do menor e, de outro, uma parte da sociedade que clama pela justiça e pelo fim da impu-

nidade para esses jovens. Eu me encaixo nos que ficam “em cima do muro”, pois me sensibilizo com a dor da perda de um filho para seus pais e ao mesmo tempo com a dor de ter um filho assassino para uma mãe e um pai de família. Penso que se um jovem menor de 16 anos pode votar ele também pode pagar pelos seus atos inconsequentes e muitas vezes irreversíveis. Se ele tem consciência dos afrouxamentos das leis do ECA e do que crime que cometeu, ele pode, sim, responder por isso. Penso também, contudo, que se faltou a esse jovem um ensino de qualidade, uma família estruturada e sobraram-lhe maus exemplos, ele deve ter uma segunda chance para melhorar. Se o sistema prisional brasileiro é inapropriado para adultos, pior ainda é para alguém que tem a vida inteira pela frente

e corre o risco de continuar na violência. No entanto, nenhum dos menores infratores citados foram “ressocializados”. Se reduzir a maioridade penal não resolve, as medidas socioeducativas também não funcionam por si só. A pena é uma punição por um ato criminoso e envolve a ressocialização, mas o detento está ali primeiro para pagar pelo o que fez e depois para ter uma segunda chance à sociedade. É necessário, inclusive, punir mais severamente aqueles que se usam dos menores para se livrarem dos seus crimes. Mas, enquanto nada eficaz é realizado, reflitamos sobre o pensamento de Pitágoras: “Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos”.

sendo progressivamente substituídas pelas causas externas, principalmente, acidentes de trânsito e homicídios. Em 2011, ano ao qual o estudo se refere, quase 3/4 de nossos jovens - 73,2% - Morreram por causas externas. Os homicídios, os acidentes de trânsito e os suicídios são as principais razões para índices tão altos. São números assustadores, tão complexos que carecem de comparação para percebermos a dimensão desses dados. Para se ter uma noção: a Chacina da Can-

delária, quando policiais abriram fogo contra um grande número de crianças que dormia no entorno da Igreja em julho de 1993 no Rio de Janeiro. Morrerem oito crianças e adolescentes entre 11 e 19 anos de idade. Em 2011 o Sistema de Informações de Mortalidades, do Ministério da Saúde, registrou 18.436 jovens assassinados: 51 a cada dia do ano. Isto é, acima de oito Chacinas da Candelária por dia. Estamos falando de vidas de ceifadas prematuramen-

Mais um ciclo do OutrO-

lhar se encerra com esta edição. Mais uma turma passa por nossa redação cumprindo todos os re-quisitos dessa atividade labora-

torial e segue seu caminho rumo

à graduação. Durante um ano os estudantes da turma de 2011 fo-

ram a campo para pesquisar com você, leitor, sobre gostos e expec-

tativas trazidas a partir de nossas

edições, para elaborar produtos jornalísticos mais próximos e do agrado do nosso público-alvo.

Nesse período, eles proje-

taram, pautaram e produziram

matérias voltadas para os seus interesses e gostos. Tais ativida-

des são exercícios experimentais

que fazem parte do aprendizado

voltado para o futuro jornalista, ainda dentro da universidade.

Dentro de sua proposta ex-

perimental, o OutrOlhar lança na presente edição um suplemento totalmente planejado e produzido pelos nossos leitores da Escola Estadual Dr. Raimun-

do Alves Torres (ESEDRAT),

Jéssica Santana

Aumenta o índice de mortalidade juvenil Quando pensamos na juventude, certamente, o que nos vêm à cabeça são os sonhos e as expectativas de vida, típicos desta faixa etária. Contudo, estes figuram num ranking nada agradável. Recentemente o Centro Brasileiro de Estudos Latino- Americanos- CEBELA, divulgou o mapa da violência constatando o aumento da mortalidade juvenil causada por fatores externos. As epidemias e doenças infecciosas eram as principais causas de morte entre os jovens cinco décadas atrás,

AO LEITOR

te. Estes dados de guerra indicam a necessidade premente de políticas públicas voltadas para solução desta problemática que, entre outros fatores, estão condicionados à cultura da violência e da tolerância no Brasil e à impunidade. Por outro lado requer a conscientização por parte da juventude de que é preciso “contar até 10” antes de se tomar qualquer atitude.

de Viçosa (MG). O projeto é

supervisionado pelo acadêmi-

co Caíque Verli que desenvolve uma atividade de extensão com o

propósito de estimular os leitores a elaborarem um veículo que trate de assuntos que eles entendam

como importantes e de interesse geral. Durante a elaboração

do encarte, os participantes vo-

luntários discutiram e trocaram ideias sobre a importância da existência e da utilização de um produto jornalístico, bem como

sobre problemática que envolve a sua produção. A qualidade do

produto final surpreendeu a todo corpo redacional e, por isso, a ex-

periência, há muito cogitada no Projeto OutrOlhar será levada a outros estabelecimentos do Ensino Médio da região.

Uma excelente leitura para

Vanessa Coutinho

todos.

ERRATA Edição nº 33 – Setembro de 2013 Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa (UFV),

Chefe do Departamento de Comunicação Social (DCM): Prof. Joaquim Sucena Lannes

Patrícia Meireles; Laís Coletta; Thalita Fernandes; Betânia Pontelo; Letícia Rodrigues; Laura Gomes; Ana Lopes; Jéssica Reis; Anna Motta.

Coordenador do Curso de Jornalismo Profª. Mariana Lopes Bretas

Monitor: Lauzemir Carvalho (Turma de 2010)

atualmente sob a responsabilidade da turma de 2011, na disciplina COM 452 – Jornal-Laboratório II. Apoio: Centro de Ciências Humanas Letras e Artes - CCH Endereço: Vila Giannetti, Casa 39, Campus Universitário- 35670-000- Viçosa. MG Tel: 3899-2878 www.com.ufv.br Reitora: Prof ª. Nilda de Fátima Ferreira Soares Diretor do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes: Prof. Walmer Faroni

Editor Geral Prof. Joaquim Sucena Lannes Registro: MT-RJ-13173 Turma: Isabela Zampier; Bárbara Albuquerque, Alexandre Scheibel; Camila Calixto; Fernanda Borel, Felipe Pacheco; Vanessa Coutinho; Marcela Barbosa; Pablo Campos; Vanessa Castro; Verônica Valverde; Camila Christian; Lílian de Moura; Andrezza Vieira; Patrícia Sousa; Fernanda Lopes; Rodrigo Cupertino; Paula Fernandes; Caíque Verli; Jéssica Silva; Marina Mattos; Lucas Humberto; Michael Maia; Mariana Bellozi; Lucas Gandra; Edivânia Cristina; Jéssica Santana;

Diagramadores: Comportamento - Lucas Humberto Cultura - Jéssica Silva; Vida e Saúde - Fernanda Borel; Opinião - Alexandre Scheibel; Meio Ambiente - Michael Maia; Ciência e Tecnologia - Thalita Fernandes; Cidade - Letícia Rodrigues; Esportes - Felipe Pacheco.

Os textos assinados não refletem necessariamente a opinião da Instituição ou do Curso, sendo da responsabilidade de seus autores e fontes. Cópias são autorizadas, desde que o conteúdo não seja modificado e que sejam citados o veículo e o(s) autor(es).

Ao fazermos um balanço dos dez anos de atividade do OutrOlhar, detectamos uma falha cometida a partir da edição nº 29. Nas informações de capa consta que ela faz parte do oitavo ano de existência do jornal, enquanto o citado exemplar já é do nono ano do

Editoria de arte: Andrezza Vieira

jornal.

Tiragem: 1.000 exemplares

Assim sendo, cabe ressaltar que as Universidade Federal de Viçosa 85 anos

edições 30, 31 e 32 deram sequência ao erro. Desde já pedimos as devidas desculpas e prometemos mais atenção daqui para frente.


OUTROLHAR SETEMBRO DE 2013

OPINIÃO 3

Hora de descobrir novas possibilidades temos novas metas. São poucas as pessoas que, desde a infância, sabem exatamente o que desejam e se dedicam ao longo dos anos a realizar somente esse sonho. Pequena Miss Sunshine, nenhuma das personagens consegue de fato realizar seu sonho. Mas um personagem merece destaque neste sentido: o irmão mais velho de Olive, Dwayne (interpretado por Paul Dano), que desde criança sabia que queria ser aviador. Dedicou sua vida a estudar para essa profissão e pouco antes da prova de seleção para a aeronáutica ele descobre que é daltônico e, por isso, se viu obrigado a abandonar esse sonho. Meu Deus! E agora?

Certamente lutar para realizar o que se quer é algo nobre. Não se deve dar ouvidos a pensamentos pessimistas que nos dizem que não somos capazes ou que devemos desistir. Mas o corpo e a mente humana têm limitações. Tão importante quanto lutar por nossos sonhos é conhecer a nós mesmos e saber o que é possível dentro das nossas limitações buscando fazer sempre o melhor. Às vezes estamos tão cegos pelo brilho de utopias que deixamos de aproveitar as oportunidades da vida. O Ensino Médio é uma fase de transição entre o fim da época de colégio e o início de uma nova etapa onde cada adolescente se vê na obri-

ANA LOPES

Quando somos crianças, cansamos de ouvir aquela frase: “o que você quer ser quando crescer?”. E as respostas são sempre as mais variadas: professora, astronauta, médico, veterinário, bailarina, piloto... Uma vez fiz essa pergunta a um menino e ele respondeu que queria ser motorista de caminhão de lixo. Achei inusitado e curioso. Isso me fez pensar que o sonho das crianças perpassam por campos bem mais amplos do que podemos compreender. Porém, muitas vezes vamos levando a vida e quando nos damos conta, tudo mudou e percebemos que muitos daqueles sonhos ficaram no passado porque nós já

gação de decidir o que fará a partir de então. Não é um momento de desanimar, mas sim de conhecer a si mesmo e buscar saber quais são as suas possibilidades, afinal,

sempre existe mais de uma maneira de realizar um mesmo sonho.

Ana Lopes

Passagem da repressão sexual à ditadura da liberdade Estamos vivendo tempos estranhos. Ouvimos muito essa frase, principalmente de pessoas de gerações mais antigas que ainda não se acostumaram com alguma novidade. Mas, e quando algo nesses “tempos estranhos” assusta até mesmo as pessoas da geração atual? Dizem que a modernidade trouxe a evolução do pensamento. Nos tempos dos nossos avós, tabus não faltavam. Falas, ações e pensamentos eram regrados, e quem não tinha uma “conduta aceitável” era severamente julgado e até punido.

Falar de sexo não podia, mulher não podia gostar do ato sexual, “moça de respeito” casava virgem. E mais várias outras regras. Vieram as revoluções. Cada vez mais se falava de liberdade: amor livre, mulheres livres, pensamento livre. Alguns ainda julgavam mas, a cultura que mais se disseminava era a de que cada um era livre para mandar em seu corpo e mente. O sexo passou de assunto proibido para comum nas mais diversas rodas de conversa. A mulher não foi posta ao nível do homem, mas já podia sentir prazer

sexual sem culpa. E logo os tabus foram diminuindo. Seguindo uma evolução lógica, em breve deveria vir uma liberdade ainda mais plena. Mas, então, o que aconteceu errado? O tiro saiu pela culatra? Não vivemos num mundo de liberdade absoluta, nem mesmo temos a liberdade que a história viu surgindo aos poucos. Passamos de uma prisão para outra. Antes, a da moralidade. Hoje, a da falsa liberdade. Aparentemente, o ser humano gosta de extremos - e de regras. Se antes falar, fazer e gos-

tar de sexo era errado, hoje é obrigação. Se casar virgem era o sonho e a obrigação da maioria das moças, hoje é quase um crime. As regras mudaram, mas ainda existem. Se uma mulher diz que quer esperar o casamento para ter a primeira vez, algumas pessoas logo vêm lhe apontar o dedo: “você está se reprimindo!”, “tire esse pensamento machista da cabeça!”. Todos acusam, mas sem perguntar se isso não é simplesmente o que ela quer. É claro que existem pessoas que ainda se reprimem por pensamentos moralis-

tas e deixam de fazer o que realmente querem. Mas o mundo está ainda mais cheio daqueles que “se soltam” porque a sociedade de hoje exige. O sexo é apenas um dos seus aspectos gritantes, mas a involução do pensamento humano, mascarada de evolução, envolve vários outros pontos. Aparência, gostos e a forma de agir em geral são regrados por uma sociedade que faz as pessoas acreditarem que essa é sua verdadeira vontade. É a ditadura da liberdade. Tamires Arsênio

Ganhos são maiores que gastos com a visita do Papa A visita do papa para o evento da Jornada Mundial da Juventude realizada no Rio de Janeiro entre os dias 23 e 28 de julho, deu muito o que falar. Se de um lado Francisco trouxe uma mensagem de simplicidade e humildade, sinalizou algumas mudanças dentro da milenar instituição, apregoou palavras de tolerância a temas como a homossexualidade e pediu mais diálogo. Por outro, a sua estada no país foi marcada por protesto de grupos como a “Marcha das Vadias”, grupos de outras religiões que não a católica,

ateístas e pessoas comuns indignadas com o montante gasto para trazer vossa santidade a nossa terrinha. Dos 118 milhões investidos pelo governo, segundo fontes, boa parte seria arcada pela instituição católica – por meio do pagamento da inscrição na jornada pelos seus participantes – ou sua totalidade. Em contrapartida, de acordo com o Ministério do Turismo, a visita traria um retorno financeiro orçado em mais ou menos 2 bilhões de reais, por conta dos peregrinos que viriam de suas nações e teriam gastos

diversos, alguns com hospedagem (apesar da grande maioria terem sido recebidos em casas de pessoas católicas, alguns ainda se utilizaram de hotéis, pousadas e demais instalações); com comida (os restaurantes tiveram um aumento de 100% na vendas) ; passeios turísticos; locomoção, entre outros serviços. Ou seja, mesmo que o governo bancasse ainda sobraria a quantia de 1 bilhão e 822 milhões de reais – ganho econômico 17 vezes maior do que na Copa das Confederações. Esses dados só reforçam o sucesso financeiro

que foi o evento. Além disso, serviu como primeiro grande teste para o país, no que se refere a segurança, antes da Copa do Mundo do ano que vem. A questão não é desencorajar toda a discussão acerca do estado Laico – um estado sem nenhuma religião oficial – que sabemos que ainda hoje não existe, e que de fato deveria existir, mas sim tratar o assunto em sua totalidade e não apenas baseado no viés financeiro com um discurso de “não sou católico, logo não tenho que pagar a vinda do Papa”. Tem sim,

afinal o Papa é um chefe de Estado. Isso mesmo, de um país pequeno chamado Vaticano, ou seja, merece cuidados – que geram gastos – com sua proteção como qualquer outro chefe de Estado, como Obama, por exemplo. Esquecer esse fato é um equívoco cometido com frequência, pois a partir do conhecimento dele, o questionamento sobre os benefícios e malefícios da visita papal passa a ser apenas um juízo de valor.

Alexandre Scheibel


4 CIÊNCIA E TECNOLOGIA

OUTROLHAR SETEMBRO DE 2013

O que um aplicativo pode fazer por você? Marina Mattos Possuir um smartphone ou tablet nos dias de hoje já deixou de ser um recurso de uso pessoal ou de entretenimento, para se transformar em um recurso de necessidade. Acompanhando a globalização e a evolução da tecnologia, os celulares que agora “fazem sucesso” são os chamados smartphones, que além de fazer e receber ligações, tem o acesso à internet, o que abre espaço para inúmeras plataformas, entre elas estão os aplicativos. Segundo Vinícius Sales, especialista em sistemas de informação, um aplicativonada mais é do que um software: – Programa que tem objetivo de ajudar o usuário a desempenhar uma tarefa específica, em geral ligada a processamento de dados – explica. Vinícius diz também que são inúmeras as qualificações de um aplicativo

em suas diversas áreas, ele exemplifica dizendo que “uma calculadora é um aplicativo, um programa para uma clínica medica é um exemplo de aplicativo, até mesmo o Word é um aplicativo.” Sendo assim, com tanta variedade oferecida, como os aplicativos podem nos ajudar no dia a dia? O especialista diz que para termos acesso a esse software, é necessário primeiramente possuir um aparelho com configurações específicas e um sistema compatível, ele comenta: – Os aplicativos funcionam nos sistemas operacionais pré-selecionados. Um aplicativo que foi feito exclusivamente para um iphone não vai funcionar em um android, e vice-versa. Assim, com o aparelho em mãos o usuário irá optar por fazer um download gratuito do app ou decide fazer um investimento, visto que, como afirma o especialista, “alguns aplicativos feitos por grandes empresas ou em versões especiais são

REPRODUÇÃO

Os famosos apps vêm dominando o universo tecnológico das pessoas

Desde entretenimento a suporte no dia a dia, estes são alguns exemplos de utilidades dos softwares mais comuns

cobrados.” Com os aplicativos em mãos, é simples, agora basta aproveitar as facilidades que ele oferece! – Os aplicativos podem sincronizar todos os tipos de dados que temos, desde musicas até compromissos. E apresenta diversos exemplos, entre eles, uma agenda eletrônica (one note), capaz de marcar tarefas pelo computador que

são automaticamente atualizadas para o aplicativo, que por sua vez, dispara um aviso quando houver compromissos. Desse modo, é possível fazer os registros na hora em que você realiza as transações, evitando se esquecer de algum item. Porém, Vinícius faz um alerta: – Um aplicativo pode agilizar a sua vida, mas querendo ou não, o usuário

tem que usar seus próprios recursos, senão o costume se torna um vício, e o viciado se vê a total mercê dele. Como acontece com alguns aplicativos de jogos que criam uma “dependência” do usuário, como o novo Tamagotchi de 2013, o Pou. Portanto, é necessário saber até onde vai a necessidade e a comodidade em usar esses modernos recursos.

Enxergando além do que os olhos podem ver Verônica Valverde

do olho humano, permitindo ao pesquisador também ver o que exatamente a visão do atleta está focando. Pesquisas indicam que 90% das informações que o atleta absorve provém da visão - e é aí em que está o ponto chave para a sua tomada de

decisão em campo. Em maio de 2013, os alunos de mestrado do DES utilizaram do eye tracking na avaliação dos jogadores da categoria de base do Fluminense Futebol Clube e os resultados serão divulgados em novembro.

O aparelho de eye tracking também pode ser utilizado desde avaliações de motoristas no trânsito, estudos sobre comunicação e marketing, até em pessoas com autismo e em cirurgias, urgência e emergência médicas. DIVULGAÇÃO

A tecnologia é cada vez mais utilizada nas diversas áreas de atuação do homem. Prova disso é um estudo realizado pelo Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Viçosa (DES/UFV). Desde 2012 está em andamento uma pesquisa que utiliza o eye tracking, óculos com uma microcâmera acoplada à lente e que permite rastrear o movimento ocular de quem veste o equipamento. Um dos poucos no país, o eye tracking chegou à UFV em março de 2012. Desde então, essa tecnologia está sendo utilizada para melhorar o desempenho de jogadores de futebol. De acordo com o Prof.

Dr. Israel Teoldo Costa, coordenador do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Futebol (Nupef ), “a partir do momento em que se conhecem objetivamente as informações que o atleta abstrai pelo olhar e, consequentemente, o levam a tomar uma decisão, o treinador pode orientar melhor o jogador para o que ele deve olhar”. O professor conheceu o equipamento durante um período do seu doutorado em que esteve na Inglaterra: – A Europa já desenvolve pesquisas com eye tracking aplicado ao futebol há um certo tempo. A Alemanha e a Inglaterra já tem maestria na prática – explica. Os óculos, segundo ele, reproduzem para um computador o comportamento

Conectado o computador, o eye tracking mostra exatamente o que os nossos olhos veêm


OUTROLHAR SETEMBRO DE 2013

COMPORTAMENTO 5

Procrastinar, a mania de deixar tudo para a última hora Patrícia Sousa Quem nunca deixou para fazer um trabalho da escola na véspera da data de entrega? Ou estudar para uma prova faltando um dia antes para realiza-la ou até mesmo no dia de fazê-la? Se isso nunca aconteceu com você, provavelmente conhece um amigo ou colega que já deixou pelo menos uma vez seus compromissos escolares para serem feitos na ultima hora. Saiba que esse comportamento presente no cotidiano de muitas pessoas, e principalmente de estudantes, possui um nome, e é procrastinação. A psicóloga Isabel Maria de Andrade, explica o que é isso: – Procrastinação parece uma palavra longe das nossas falas do dia a dia, mas significa aquilo que a gente deixa

pra ultima hora, que a gente adia. Quando deixamos coisas importantes para serem realizadas no último momento, isso pode trazer consequências serias. Um estudante que teve uma semana para estudar para uma prova, mas deixou para fazê-lo um dia antes da realização da mesma, pode acabar tirando uma nota ruim. Se isso acontece com certa frequência, as chances desse estudante pegar uma recuperação no final do ano ou até mesmo repetir de série se tornam maiores A estudante de Ciências Sociais, Paula Pereira, conta que na época da escola não era nem um pouco organizada e deixava tudo pra última hora, mas que agora procura fazer com antecedência seus trabalhos e estudar para as provas. Segundo Isabel, a procrastinação possui um grau leve quando não tem consequên-

PATRÍCIA SOUSA

Adiamento de atividades pode trazer consequências sérias para a pessoa

É importante criar um horário diário para estudar, evitando assim que as matérias escolares se acumulem

cias, ou seja, quando o que não foi feito ontem pode ser feito hoje e não resultar em nenhum problema. Um grau moderado quando já tem algumas implicações e consequências. E um grau grave quando resulta em algum problema mais sério como, por exemplo, o estudante desistir de alguma matéria porque não está tendo um bom desempenho e se sentir

desestimulado. Procrastinar, às vezes pode ser muito mais sério, afetando a saúde e levando a pessoa a desenvolver doenças, estresse etc; além de afetar a autoestima. Quando isso acontece é importante procurar um médico. Para evitar a procrastinação nos estudos, algumas dicas que com certeza podem te ajudar são: utilizar uma agenda para organizar as da-

tas e os horários de provas, entregas de trabalhos, e separar horários para estudar e para outros afazeres (colocar lembretes no celular também pode ajudar a lembrar de compromissos); desligar a TV e o computador, pois eles distraem; e criar senso de responsabilidade para ajudar a manter a disciplina e não deixar nada para a última hora.

A religiosidade brasileira e sua influência na juventude A religiosidade é definida como sendo uma qualidade do individuo caracterizada pela disposição ou tendência do mesmo, para perseguir a sua própria religião ou a integrar-se às coisas sagradas. E no Brasil temos um longo histórico envolvendo a religião e reliosidade. Desde seu descobrimento, vários grupos religiosos, principalmente da igreja católica, vieram ao país, assim como estrangeiros das mais diversas origens, trazendo consigo suas idéias religiosas e crenças. Isso apresenta um gigantesco sincretismo no país. De acordo com dados do Censo de 2010, 64,6% dos brasileiros declaram-se católicos; 22,2% declaram-se protestantes (evangélicos tradicionais, pentecostais e neopentecostais); 8,0% declaram-se irreligiosos: ateus, agnósticos, ou deístas; 2,0% declaram-se espíritas; 0,7% declaram-se as testemunhas de Jeová; 0,3% seguidores

do animismo afro-brasileiro como o Candomblé, o Tambor-de-mina, além da Umbanda; 1,6% declaram-se seguidores de outras religiões, tais como: budistas, judeus, messiânicos, esotéricos, espiritualistas, islãmicos e os hoasqueiros. Há ainda registros de pessoas que declaram-se baha’ís e wiccanos, porém nunca foi revelado um número exato dos seguidores de tais religiões no país. Desde a constituição de 1988 o país passou a ser um estado laico, onde há uma divisão entre as religiões e o estado. O governo instituido não pode favorecer, nem interditar, as atividades das religiões. Além disso, não pode simplesmente impor uma religião obrigatória para sua população, nem descriminar alguem por não fazer parte de uma religião especifica. Assim, com essa gigantesca variedade de escolha de pensamentos, os jovens de hoje tem uma ampla liberdade para acreditarem no que quiserem.

VANESSA CASTRO

Lucas Humberto

A Bíblia Sagrada contém textos seguidos na maioria das religiões praticadas no país

Mas por que os jovens buscam a religião? Apenas por que seus pais os criaram daquele miodo? De acordo com a teóloga Ana Maria Eymard, nos disse o seguinte: – A vida do ser humano é uma constante busca, creio eu para que preencher o vazio da existência. Sendo assim é necessário buscar a verdade, verdade nas amizades, verdade na família, verdade nos estudos, verdade no trabalho. Esta verdade eu denomino Deus que encontro na fé, na religião. A juventude

busca esta verdade, pois quer de toda forma respostas para seu viver. Vemos essa importancia da religião para os jovens ao analisarmos os numeros de eventos como a recente Jornada Mundial da Juventude, que reuniu mais de 400 mil pessoas no Rio de Janeiro. Independente das crenças da religião, os jovens buscam também serem melhores. Matheus Lanna (23),por exemplo, é ateu, e quando questionado sobre sua visão de mundo e como a religião

afeta sua vida ele nos disse: – Na minha vida, a religião não tem importancia alguma. Trato as pessoas do jeito que eu gostaria de ser tratado, ajudo-as quando eu puder ajudar, esse tipo de coisa. Assim sendo, e em conformidade com nossos entrevistados, pode-se concluir que religião faz parte da vida de todos, e cada um deve respeitar as crenças dos outros. Não deixando a intolerância falar mais alto.


6 MEIO AMBIENTE

OUTROLHAR SETEMBRO DE 2013

Elas prejudicam, mas não são proibidas pela lei Consideradas como infrações administrativas, queimadas incomodam Michael Maia

Um problema recorrente na sociedade são as queimadas. Elas poluem o ambiente e prejudicam a biomassa, aumentando a erosão do solo, interferindo na qualidade do ar e em alguns casos acarreta danos a redes elétricas e outros elementos do patrimônio público. A prática primitiva serve

para a limpeza do terreno para o cultivo de plantações ou formar pastos. É importante destacar que existe uma diferença de queimadas e incêndios. As primeiras são controladas, e a partir delas que pode desencadear em incêndios florestais. De grande escala, eles destroem grande parte da vegetação e por isso são mais difíceis de supervisionar. As queimadas são um processo de baixo custo e por isso são feitas regularmente

pela população, e com isso geram muitas reclamações. Maura Soares, moradora do bairro Vau Açu, disse que no local as ocorrências são frequentes ao ano. – Nesse período de seca é um problema, o fogo incomoda e a fumaça também, as cinzas sujam as roupas, sem falar no perigo. – disse a dona de casa. Além da poluição atmosférica, as queimadas levam ao redor impactos negativos para a saúde dos moradores,

crescendo o número de casos de bronquite, asma e hipertensão. A Polícia Militar Ambiental tem como trabalho monitorar, mapear e identificar o autor da queimada caso ela receba uma ocorrência. Em entrevista a PMA destacou que de acordo com a legislação federal as queimadas não são proibidas, porém cria várias normas para que não provoque um incêndio. O descumprimento prevê três a seis anos de prisão e

multas de até 50 milhões de reais. A prática então pode ser regulamentada e controlada, desde que saiba a extensão do terreno, haja monitoramento do fogo e peça autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Caso haja alguma ocorrência que você queira relatar, ligue para a Polícia Militar Ambiental, o telefone é: 3899-2668. JOAQUIM LANNES

Queimadas urbanas podem prejudicar os moradores e causar incêndios maiores, como no caso acima no bairro João Brás em Viçosa causando perigos para a população

Florestas urbanas amenizam calor das cidades Anna Motta

ilhas de calor. Este fenômeno climático ocorre a partir da elevação da temperatura de uma área urbana se comparada a uma zona rural. Isso quer dizer que nas grandes cidades, a temperatura é

superior a de áreas periféricas. Na área rural e florestal a cobertura vegetal possibilita o processo de evaporação e evapotranspiração, amenizando as temperatu-

ras, o que não acontece nas grandes cidades que estão impermeabilizadas e sem cobertura vegetal. Por isso, as florestas urbanas são tão importantes para o bem estar da população.

“dialA Organização Munda Saúde (OMS)

ANA MOTTA

Florestas urbanas são caracterizadas por uma área de vegetação dentro dos centros urbanos. Elas são importantes para garantir a qualidade do ar, além de outros fatores como amenização da temperatura, sombras que deixam a caminhada mais confortável e filtração da poluição, o que diminui doenças como inflamações, problemas no pulmão e cardíacos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todo município ofereça o mínimo de 12 metros quadrados de área verde por habitante para manter a boa qualidade de vida de cada indivíduo. Segundo a estudante da UFV Carolina Moreira, á

Av. Purdue é mais “fresca” em ralação a reta principal da universidade, Av. Peter Henri Rolfs. – Eu me sinto mais confortável ao andar na reta alterativa, pois têm mais árvores

recomenda que todo município ofereça o mínimo de 12 metros quadrados de área verde por habitante e sem dúvidas a temperatura é mais amena. – comenta a estudante. É importante destacar que, de todos os fatores que favorecem ás florestas urbanas, um ainda pode ser destacado: reduzir os efeitos das

A importância das florestas urbanas vai desde colaborar com a qualidade do ar até amenizar a temperatura


OUTROLHAR SETEMBRO DE 2013

VIDA E SAÚDE 7

Importância de uma dieta equilibrada Camila Christian Em tempos de constante busca pelo corpo perfeito, vemos muitos jovens fazendo dietas malucas, lotando as academias, e outros até se arriscam numa mesa de cirurgia plástica. O método mais tradicional na busca do corpo desejado ainda são as velhas dietas e os exercícios físicos. Mas quando falamos de atividade física e alimentação devemos ter em mente, que nem sempre ficar horas sem se alimentar e fazer exercícios físicos exageradamente é a melhor solução para a obtenção dos resultados esperados, sejam eles diminuição e/ou manutenção do peso ou ganho de massa muscular.

Associar alimentação adequada à atividade física praticada é de extrema e importância para a saúde. Além do nutricionista poder indicar alimentos que ajudem na obtenção dos resultados desejados eficazmente. – Uma alimentação inadequada durante e após a atividade física pode causar fadiga muscular, aumento do período de recuperação do músculo, aumenta o risco de lesões, além de uma incorreta reposição dos estoques de energia. Pode ainda prejudicar a recuperação pós-treino e comprometer a saúde, levando a pessoa a ter desidratação, cansaço, aumento da pressão arterial, além de poder ocasionar problemas cardíacos, – explica a nutricionista, Ana Cláudia Rosado sobre os riscos corridos por quem

CAMILA CHRISTIAN

A busca pelo físico perfeito pode acabar prejudicando a saúde

Nunca se deve praticar qualquer atividade física com a barriga vazia

não se alimenta adequadamente. O acompanhamento profissional é de extrema importância, a alimentação deve ser equilibrada e completa, permitindo que

o corpo realize todas as suas funções adequadamente e alcance o melhor desempenho. Thiago Abrantes, 21, começou a frequentar academia sem o auxílio de um nutricionista. Ele diz que

após procurar um profissional da nutrição para fazer uma dieta baseada em suas atividades física, passou a ver resultados muito mais significativos e se sentir bem melhor.

A grande vilã da vida do adolescente Betânia Pontelo

DICAS Não espremer: apertar ou coçar as espinhas. Embora seja tentador, isso pode causar infecções e cicatrizes na pele. Esfoliação da pele: esfoliação da pele pode ser feita tanto de maneira mecânica (com uma esponja, por exemplo) quanto através de substâncias químicas como o peróxido de benzoíla e ácido salicílico. Elas atuam prevenindo o acúmulo de células mortas e também ajudam na desobstrução de poros afetados. Consumo de Vitamina A: acelera as taxas de rotatividade de células, esfolia a pele e diminui o acúmulo de células mortas dentro do folículo, reduzindo a formação de acne. Antibióticos (receitados por um médico):A tetraciclina, eritromicina, limeciclina e trimetoprim, em forma de comprimido são eficientes no combate da acne. Isotretinoínaretinóide (em casos mais graves): os comprimidos com isotretinoínaretinóide são eficazes no combate a acne. No entanto, esses medicamentos podem causar efeitos colaterais, como ressecamento dos lábios, dores de cabeça ou articulações doloridas. REPRODUÇÃO

Poucas coisas enlouquecem mais os adolescentes do que a acne. Aqueles irritantes pontinhos inflamados que aparecem nas mais variadas partes do corpo e que tiram o juízo de qualquer um. A acne é caracterizada pelo aumento de secreção de sebo pelas glândulas sebáceas, em conjunto com o acúmulo de células mortas no orifício do poro, obstruindo assim a saída do sebo através da pele. Tem maior incidência na face, no tórax superior e na região superior das costas. Segundo a dermatologista Nathália Souza, a acne é mais comum em adolescentes, mas pode acontecer em qualquer idade, mesmo em bebês. Segundo pesquisas, três de cada quatro adolescentes têm acne, e as alterações hormonais são possivelmente as maiores causadoras do aumento da oleosidade da pele. Entretanto, explica que pode aparecer também em pessoas entre 30 e 40 anos.

A notícia é boa para as meninas, pois a acne tende a ser mais grave no sexo masculino do que no feminino durante a adolescência, e seu aparecimento depende de diversos fatores desencadeantes como a genética, estresse e sudorese excessiva. E ao contrário do que muitos pensam, em informações publicadas pelo jornal americano Daily News, especialistas garantem que a alimentação não influencia no seu aparecimento. Então aquele chocolate que você estava evitando, está liberado. O problema, explica a médica, é que os tratamentos podem ser eficientes em alguns casos, e em outros não, e que muitos desses tratamentos são feitos com substâncias que podem causar efeitos colaterais diversos. Então aqui vão algumas dicas de combate para você escolher o que melhor se encaixa na sua vida para eliminar de vez essa vilã. Lembrando que todo tratamento deve ser acompanhado por um dermatologista.

A acne é uma das grandes dores de cabeça e constragimentos que os adolescentes enfrentam


8 CULTURA

OUTROLHAR SETEMBRO DE 2013

Impacto das plataformas digitais na música independente REPRODUÇÃO

Portais eletrônicos ajudam bandas independentes a divulgarem seu trabalho Andrezza Vieira Para os amantes e profissionais da música, uma das maiores dificuldades para decolar na carreira é vender o próprio trabalho. Neste contexto, surgem as plataformas digitais, uma tecnologia que ajuda de músicos a divulgar a sua arte, fãs a valorizarem e participarem da carreira destes artistas e investidores a descobrir e gerar negócios e oportunidades para eles. Ao analisar os obstáculos enfrentados por artistas do ramo, as plataformas digitais oferecem uma ligação direta e eficaz entre músicos, fãs e investidores por meio de funções diversas e que inovam constantemente. É possível divulgar o trabalho de bandas independentes, vender suas próprias músicas e vídeos, entradas de shows e realização de crownfunding (colaboração cooperativa, pela qual o artista divulga um projeto e a

Banda Scrotinhos explora recursos da plataforma Toque no Brasil para divulgar o seu trabalho, o que já gerou até convites para shows e entrevistas de TV

quantia de capital que precisa arrecadar para atingir sua meta, estimulando seus fãs a investir na causa). Segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, em inglês International Federation of the Phonographic Industry) hoje 93% da música em todo o mundo é independente, ou seja, o trabalho é produzido e promovido por conta própria

dos artistas, sem auxílio de investidores ou gravadoras. Neste enorme grupo de sonhadores, está André Rocha, vocalista da banda de rock Scrotinhos, surgida em Viçosa há dois anos. André, que entrou no ramo da música no início dos anos 90, afirma que apesar de o Brasil não ter uma cultura musical que valorize significativamente estilos como o rock, MPB e

Bossa Nova, há dificuldades a serem enfrentadas por artistas de todos os gêneros musicais. – Os obstáculos sempre existirão. No início dos anos 90 não possuíamos algumas facilidades que temos hoje, como as plataformas digitais. Com elas, nosso trabalho foi mais visto, o que gerou shows em outras cidades e entrevistas para a TV, divulgando nossa música. – diz.

Artistas como André hoje vêem um novo cenário musical se formando no Brasil e no mundo, apesar de ainda haver uma valorização e democratização na área a ser alcançada. E o impacto que estas plataformas têm gerado na vida destes profissionais é mais que visibilidade do próprio trabalho: é uma tecnologia à serviço da cultura musical.

A cultura do Rap invade as ruas de Viçosa Marcos Vinícius, Ronald e Ulisses. Ou então Mano Vinícius, Mano Ronald e Mano Ulisses. Três jovens que usam da música – particularmente do Rap – para melhorar a realidade de um bairro carente de Viçosa, o bairro de Nova Viçosa. Eles utilizam das letras desse gênero musical, que surgiu na Jamaica na década de 1960 e apresenta uma batida rápida e acelerada e a letra em forma de discurso, para denunciar os riscos que a juventude brasileira tem no mundo das drogas e do crime. É o grupo Anjos de Rua, é a música como forma de combater a injustiça social. O grande diferencial do grupo são as letras. De uma forma inteligente, o grupo tece críticas à situação da comunidade. Principalmente, referente à situação dos jovens, o descaso quanto à educação. Dessa

CAMILA MACEDO

Caíque Verli

Grupo de Rap Ritmo, Anjos de Rua, faz apresentação e impacta público com letras de protesto e rirmo envolvente

forma, parte do preconceito quanto à pró pria música do RAP é quebrada dentro de Nova Viçosa, que se encanta com o nível de crítica das músicas desses jovens Um dos fundadores do grupo, Mano Vini conta qual foi a

motivação para a fundação do grupo: – Um pouco de revolta com as injustiças. Queríamos trazer um pouco da realidade para os menores, mostrar às pessoas que se iludem, a verdade de que o crime, drogas,

violência não compensam – diz Mano Vini. Assim, um dos objetivos do grupo é alertar quanto aos perigos que a juventude está submetida. Mano Roni diz que o grupo tem grandes sonhos, e talvez, como prin-

cipal, “Gravar um CD profissional e rodar o mundo cantando o nosso rap”. O grupo realiza shows, que podem ser contatados pelos telefones Ulisses: 9526-7237 / Vinícius: 9903-4535 / Ronald: 9580-8771.


OUTROLHAR SETEMBRO DE 2013

CIDADE 9

Velha estação da cidade se encontra de cara nova Camila Calixto

Cores e a estrutura foram preservadas na reforma do espaço que já tem quase 100 anos de existência

do inclusive 90 novas cadeiras que formam o auditório em seu interior. Segundo Tainara,

esse espaço vai continuar com o objetivo de sempre: receber pessoas, mas dessa vez para

‘atrações culturais, apresentações de peças e eventos artísticos e culturais’.

ARQUIVO PESSOAL

Em julho deste ano foi reinaugurada a Estação Cultural Hervê Cordovil, que fica no centro de Viçosa. Depois de passar por um longo período de reforma, realizada pela Prefeitura Municipal de Viçosa e da Secretaria Municipal de Cultura, o espaço agora abre novamente as portas com uma roupagem renovada. Criada em 1914, a estaçãozinha era o principal meio de chegada e saída da cidade, permanecendo assim por muitos anos. No início da

década de 1990 esse serviço ferroviário foi desativado e em 1996 foi incorporado pela cidade que a transformou em Estação Cultural. Tainara Lopes, formada em história pela UFV e funcionária da Secretaria de Cultura de Viçosa, afirma que a reforma na Estação é importante por que ela é um bem tombado e um patrimônio histórico pra cidade e a gente tem que zelar pela memória da cidade. Desde a parte externa, como o telhado e paredes, à interna, como o sistema hidráulico e elétrico, o local foi reformado para servir como um espaço para disseminação de cultura na cidade, receben-

CAMILA CALIXTO

Patrimônio cultural de Viçosa tem espaços para atrações culturais

Foto retirada do acervo pessoal da família Rebello Horta mostra a chegada do trem à estação na década de 1950 e a recepção dos moradores da cidade aos passageiros

Determinação da Câmara promete garantia para dar voz aos jovens Bárbara Albuquerque Recentemente a Câmara Municipal de Viçosa aprovou a criação do Conselho Municipal da Juventude (CMJ), órgão que buscará promover o estudo e debate sobre a realidade da juventude viçosense e despertar a consciência de todos os setores da comunidade para as suas necessidades e potencialidades. Além disso, o CMJ terá como objetivo apresentar ao poder publico municipal propostas de políticas públicas e outras iniciativas que visem a assegurar e ampliar os direitos da juventude e também que ela opine em decisões do go-

verno que estejam ligadas às questões do jovem e do exercício de seus direitos, entre outras funções. O órgão, que já existe em outras cidades do país, será composto por 18 membros, entre eles, representantes de Secretarias e Departamentos do Poder Executivo e representantes de instituições e associações do município. Estes órgãos são Secretaria de Cultura, Departamento de Esporte, Secretaria de Administração, Secretaria de Saúde, Secretaria de Educação, Secretaria de Governo e Secretaria de Políticas Sociais. E também um representante para Câmara Municipal, da UFV,

estudantes secundaristas; Diretório Central dos Estudantes da UFV, estudantes das Faculdades particulares, setores de juventude da área sindical/trabalhadora, organizações religiosas, área desportiva cultural e artes, organizações de combate às opressões e União Municipal das Associações de Moradores de Bairros e Distritos de Viçosa (UMAM). A formação do CMJ será, preferencialmente, por jovens com idade entre 15 e 29 anos, com titulares e suplentes. Rômulo Marcolino, estudante da UFV e membro do Levante Popular da Juventude – organização de jo-

vens militantes voltada para a luta de massas em busca da transformação da sociedade – está envolvido com a proposta de criação do CMJ. Para ele, os jovens serão “beneficiados por um mecanismo que tem por função debater políticas públicas especificamente para esse grupo, o que dará visibilidade aos desafios vivenciados por eles, seja no mercado de trabalho, educação, esporte, cultura, violências ou mobilidade urbana”. Rômulo acredita que “há uma visão estereotipada em relação aos jovens”, mas as manifestações junho deste ano deixaram claro que “a juventude brasileira está

antenada com a realidade social da sua cidade, estado e país” e eles estão dando um “recado aos governos que os canais de participação e decisão precisam ser reavaliados, de modo que as vozes das ruas sejam ouvidas e atendidas, e o CMJ deve agir nesse sentido. Para o vereador Geraldo Andrade, o Geraldão, o benefício inicial do órgão é a garantia de um espaço institucional para os jovens. – A juventude terá mais poder para pleitar e garantir mais emprego, mais cultura, melhores condições e preços no transporte público e melhor qualidade do sistema de saúde.


10 CIDADE

OUTROLHAR SETEMBRO DE 2013

Skatistas lutam há mais de 12 anos por um lugar para praticar Adeptos só ouvem promessas da prefeitura, mas nada é cumprido Letícia Rodrigues

tam por essa causa há mais de 12 anos, e criaram a Associação. Lá, fazem várias reuniões e representam a cidade em várias competições em outras localidades. Eles já procuraram a Prefeitura com projetos que irão satisfazer suas necessidades, porém, mesmo com o diálogo aberto com a administração municipal, nenhuma promessa foi levada para frente. Isaac conta que a prefeitura já fez muitas promessas, mas, devido à burocracia, nenhuma foi cumprida. Enquanto esperam a tão sonhada pista de skate, os atletas continuam praticando em espaços onde, muitas vezes, não são bem vindos como o estacionamento de um supermercado e pracinhas no cen-

tro da cidade. Uma alternativa que eles tem tomado é ir em algumas cidades vizinhas que possuem local apropriado para tal como Ponte Nova, Muriaé e Rio Pomba. Os skatistas acreditam que o problema deles só será resolvido quando tiverem apoio real

da Prefeitura para a construção de um local que satisfaça as necessidades dos atletas. A prefeitura foi procurada pela reportagem do OutrOlhar para se pronunciar a respeito e não deu resposta sobre a questão até o fechamento dessa edição. ARQUIVO PESSOAL

A paixão pelo skate move milhares de pessoas pelo país e em Viçosa não seria diferente. Segundo a Associação de Skatistas de Viçosa, a cidade tem cerca de 100 atletas, mas um grande problema faz com que muitos deles desitam da atividade: a falta de um local apropriado para a praticar o esporte. O skate sempre foi considerado um esporte marginalizado e mesmo com toda seriedade que ele adquiriu com o passar do tempo, ainda sofre muito preconceito. Os benéficos de sua prática são muitos. Segundo Isaac Barbosa (20), “o skate

faz bem para a saúde e para a mente de seu praticante.” – Além de ser uma prática saudável ele ajuda o jovem a relacionar-se melhor com a sociedade. Ela também faz com que você se sinta mais confiante em si mesmo ao superar seus objetivos. – explica. Isaac anda de skate há 6 anos e acompanha de perto a luta que os praticantes viçosenses enfrentam por um local onde eles possam se divertir. Ele acredita que enquanto isso não acontecer o skate continuará marginalizado. – Infelizmente enquanto não arrumarem um local propício para pratica-lo, ele será visto como um esporte tumultuoso e marginalizado. – desabafa. Os skatistas da cidade lu-

Na UFV skatistas praticam o esporte em espaços proibidos

Arte nos sinais da cidade chama atenção dos viçosenses Aprender e poder expressar sua arte, foram motivos suficientes para levar a então garota de 15 anos Ana Júlia de Freitas a sair de casa. Natural de Itaperuna no Estado do Rio, ela deixou a residência dos pais para se dedicar exclusivamente à arte, principalmente ao artesanato. Chegada à Viçosa há cinco meses, Ana já virou uma das figuras mais conhecidas da cidade, com certa regularidade, ela está sempre com seus malabares no semáforo do cruzamento das ruas José da Cruz Reis e Padre Serafim no Centro. Casada com artista e mãe há um ano e oito

meses, Ana diz que vive da arte e optou por Viçosa pelo seu baixo custo de vida e seu alto nível de ensino. – Eu vou fazer o Enem esse ano, queria mesmo fazer artes cênicas, que eu sei que tem na UFOP, mas Viçosa é mais barata para se viver, preciso pensar também na minha filha, devo optar por algum curso de humanas, talvez jornalismo – afirma Sobre sua renda como artista, Ana Júlia é bem enfática ao dizer que “é possível, sim viver de arte”. A malabarista de 21 anos diz que apesar disso, ela não teve uma boa aceitação em Viçosa, que os nativos por serem leigos e não conhecerem, não conse-

guem enxergar na sua atividade uma arte: – As pessoas me viam como uma pedinte e não como alguém que faz arte. – reclama. Ana Júlia tem nos malabares não uma obrigação, mas uma expressão de si própria, e por isso não está nos semáforos todos os dias. Seguindo seu instinto, ela varia os dias, mas não o horário, embora algumas vezes estenda o seu tempo de permanência no sinal. Mais que um sinônimo de desenvolvimento metropolitano, o ato que dura cerca de um minuto e vinte e que é repetido diversas vezes, representa o desenvolvimento de uma educação cultural.

PABLO CAMPOS

Pablo Campos

No centro da cidade Ana Júlia faz malabares para os carros parados

Estudantes da UFV dão aulas gratuitas pra alunos carentes Marcela Barbosa O cursinho popular da UFV surgiu como uma iniciativa do Movimento Estudantil na década de 70. Durante a década de 90 ele ficou inativo e retomou as atividades em 1998 sob a direção do Diretório Central dos Estudantes (DCE). O cursinho é comandado por estudantes de graduação da UFV que atuam com coordenadores,

professores e secretários do local. Como auxílio para desenvolverem essas funções eles recebem bolsa monitoria e de extensão. Com o objetivo de incluir alunos da camada popular nas universidades públicas e formar professores comprometidos em aprimorar o conhecimento passado, o cursinho tem conseguido atender às expectativas de quem participa. Amanda de Oliveira, hoje

aluna do curso de História da UFV, comenta que as aulas a ajudaram a complementar os estudos passados pelo colégio regular. – A metodologia é bem didática e passou a ser um espaço a mais pra poder revisar o conteúdo. Sem dúvida foi muito bom pra mim ter conseguido participar das aulas. – comenta a estudante. De acordo com Maíra Caixeta, ex-professora

do cursinho, a metodologia utilizada nos cursinhos populares é diferenciada e se baseia em três princípios: a educação popular, que busca conhecer a realidade dos alunos; a interdisciplinaridade, que é a relação entre as disciplinas apresentadas para dar sentido ao conhecimento que está sendo construído; e a construção coletiva, que é o trabalho em conjunto. Para ingressar no cursinho

popular, é preciso passar por uma análise sócio econômica e por uma entrevista. É utilizado um sistema de cotas para estabelecer quais serão os alunos privilegiados com as aulas. Podem se candidatar às 120 vagas oferecidas anualmente estudantes de Ensino Médio moradores e não moradores de Viçosa, funcionários da UFV e seus filhos, afro descendentes e indígenas.


OUTROLHAR SETEMBRO DE 2013

ESPORTE 11

Joga bola, joga bola, jogador! Felipe Pacheco Uma situação comum à maioria das crianças: desde cedo elas se divertem correndo atrás de uma bola, imitando seus ídolos, nutrindo o sonho de se tornar um jogador de futebol. Muitas acabam se aventurando em busca de se tornar um Ronaldo ou um Romário. Mas são poucos os que conseguem chegar a vestir a camisa de um grande time. Em cidades de menor porte, essa realidade se torna ainda mais difícil. Porém, uma nova porta se abre para os jovens da região da Zona da Mata mineira. Há três anos, Ubá, cidade que fica a 66 quilômetros de Viçosa, abriga o Centro Esportivo Ubaense, um clube que tem como meta formar e inserir jogadores no mercado brasileiro.

– O objetivo do Centro de Treinamento é inserir atletas no mercado. Nós começamos o trabalho com atletas de 11 anos de idade até 14. A gente faz a inserção desses atletas trazendo clubes aqui pra observar, e através dessa observação eles selecionam os atletas que eles querem e nós enviamos. – explica Leôncio Pacheco, gerente administrativo da equipe. Atualmente, o Ubaense tem aproximadamente 80 meninos em suas categorias de base, todos com idade entre 11 e 14 anos. De acordo com Leôncio Pacheco, gerente administrativo do CEU, a escolha em trabalhar com jogadores dessa faixa etária aconteceu por considerarem que essa é uma idade ideal para desenvolver os talentos dos jovens e posteriormente coloca-los no mercado numa idade que agrade aos clubes. – Quando o atleta com-

FELIPE PACHECO

Sala de troféus abriga conquistas e flâmulas dos adversários

CAROLINE BACELAR

Centro de Treinamento em Ubá forma atletas visando o mercado

Atletas do CEU se dedicam nos treinos: objetivo é vestir a camisa de um grande clube

pleta 14 anos, ele tá preparado pra ir pro mercado. Nós já trabalhamos com equipes sub-15 e sub-17, mas vimos que o objetivo não foi concluído com tanto sucesso. Trabalhar com atletas mais novos traz mais retorno. – afirmou Leôncio. O método de trabalho do CEU já se mostra diferente no recrutamento de jogadores. As tradicionais ‘peneiras’ não são realizadas com frequência. O Centro possui uma equipe de captação, que avalia atletas num raio de 600 quilômetros. E quem sai de casa para fazer parte do clube não se arrepende. Valdriano Oliveira Pereira (13) é natural de Itaperuna, no Rio de Janeiro, foi para Ubá e agora colhe os frutos: o atleta está a caminho das categorias de base da Ponte Preta, equipe de Campinas.

Para ele, o apoio da família foi fundamental. – Eu vi o Centro fazendo uma avaliação, aí eu fiz, passei e vim pra cá. O que me motivou foram meus pais, eles sempre me acompanharam desde pequeno pra eu fazer isso aqui, buscar o meu sonho de jogar bola e ser um jogador profissional. – conta o atleta nos seus últimos dias de CEU. Atualmente, o Ubaense conta com uma estrutura que inclui três campos de treinamento, sala de musculação, ginásio para recreação dos garotos, o que faz com que ela seja considerada de ponta. Todo o investimento realizado vem trazendo resultados e reconhecimento para a agremiação. Além de estar sempre disputando títulos (e conquistando alguns desses), o time vem conse-

guindo cumprir com seus objetivos. Muitos atletas já saíram de lá e estão em grandes clubes do Brasil, como Cruzeiro, Atlético Mineiro, Grêmio, Coritiba, entre outros. O caso mais conhecido é o de Alisson, jogador que atualmente está na equipe profissional do Cruzeiro. Os jovens que estão lá almejam, no futuro, serem os próximos a vestir essas camisas. Para isso, meninos como Rodrigo Antônio Ribeiro (12), acreditam que o Centro Esportivo Ubaense seja fundamental para sua formação. – Treinar aqui tá sendo muito importante, porque eles focam bastante no físico, nos fundamentos do futebol. Se Deus quiser vou sair daqui pra algum clube. – disse o garoto, que revelou sua preferência por jogar um dia no Flamengo.

Você já montou seu time hoje? Isabela Zampier Numa mistura de realidade com ficção, o Cartola FC conseguiu concretizar, mesmo que virtualmente, o sonho de muitos brasileiros fanáticos por futebol: ser dono do seu próprio time, composto pelos melhores jogadores brasileiros. Criado e mantido pela globo.com, o jogo permite que os internautas montem um time com os jogadores inscritos no Campeonato Brasileiro

na Série A. Também dá pra escolher um nome, um escudo e personalizar a camisa. No início, o usuário monta seu time com 11 jogadores e um treinador, tudo isso dentro do orçamento de 100 cartoletas (moeda do jogo). Há também sete opções de esquema tático e é a partir dessa escolha que será definido quantos jogadores de cada posição serão escalados. De acordo com o desempenho real dos atletas a cada semana no Campeo-

nato Brasileiro, eles podem ser valorizados ou desvalorizados. O objetivo é obter mais pontos que os adversários e essa pontuação varia de acordo com os resultados do desempenho do time fictício montado pelo usuário, como roubada de bola, passe errado, gols, impedimentos, etc. Durante a semana, enquanto hão houveram jogos, o mercado está aberto para que os cartoleiros façam suas alterações de jogadores e/ou táticas, sem limitações, a não

o dinheiro em caixa. Os usuários também podem montar ligas entre amigos para comparar quem faz o melhor time ao longo do ano. Ao todo, os internautas podem participar de 10 ligas, sendo quatro já pré-selecionadas. O estudante Guilherme Fontes participa do Cartola FC há três anos e atualiza seu time a cada rodada. – Pouco tempo depois dos jogos é publicado o desempenho de cada um dos

times. Eu sempre acompanho. O bom é que dá pra adquirir uma boa noção sobre futebol e alguns de seus fundamentos mais importantes. – conta. Guilherme não acompanha todos os jogos, mas conta a sua técnica: – Eu analiso quais times estão jogando dentro de casa, quais são os favoritos... e é sempre bom dar uma olhada na tabela do campeonato também. – ele dá a dica.


12 ESPORTES

OUTROLHAR SETEMBRO DE 2013

Um esporte em ascensão Lucas Gandra Pouco conhecido em terras brasileiras, o Rugby volta a fazer parte do programa de esportes olímpicos depois de 82 anos fora. A última participação da modalidade nos Jogos foi no ano de 1924, em Paris. Nesse tempo ele ainda era jogado da forma mais tradicional, com quinze jogadores. Agora são apenas sete. Como a próxima edição dos Jogos Olímpicos vai ser disputada na cidade do Rio de Janeiro, o Brasil, no papel de país anfitrião, deverá ter ao

menos uma equipe representante em cada modalidade. Talvez por isso o Rugby tem se tornado um pouco mais famoso por aqui. Segundo a Deloitte, uma das maiores organizações de consultoria e auditoria do mundo, o esporte foi apontado como uma das atividades com maior perspectiva de crescimento no país. Em Viçosa, o UFV Perereca Rugby representa a modalidade. O time é antigo, existe desde 1988, sendo a primeira equipe universitária. No início da década de 90 chegou a disputar o Campeonato Brasileiro. Mas com o tempo, o time foi se desfazendo e per-

REPRODUÇÃO

Pouco conhecido, Rugby é uma das atividades com mais chances de expansão

Equipe Perereca da UFV tem a intenção de disputar o Campeonato Mineiro ainda este ano

REPRODUÇÃO

dendo força. No ano de 2008 foram retomadas as atividades. Hoje, cerca de 12 pessoas participam regularmente dos treinamentos. Os Pererecas estão em contato com a UFV a fim de conseguirem apoio, principalmente, ao que se refere o transporte para disputa de competições. O time tem a intenção de participar do campeonato mineiro ainda este ano. A primeira etapa co-

meça no dia 19 de outubro, na cidade mineira de Varginha. De acordo com Pedro Henrique Bezerra, um dos atletas do time, a volta do esporte ao programa olímpico pode favorecer a popularização do esporte no Brasil. O que seria muito bom: – Muitos não conhecem o Rugby, e acham que é o mesmo que o futebol americano. Pelo fato de não ser conhe-

cido, as pessoas acabam não procurando este esporte. Isto é comprovado pelo fato de alguns times terem dificuldades em conseguir jogadores para disputar os campeonatos. Ele cita que algumas emissoras de TV fazem a transmissão de jogos e campeonatos do esporte, o que possibilita a divulgação. Mas ressalta que ainda falta muito apoio para que o Rugby chegue a todos os lugares do país.

Peladeiros de final de semana Rodrigo Cupertino

mento e aquecimento antes da prática esportiva pode, inclusive, gerar contusões graves. Praticar esportes e exercícios físicos é bom pro seu corpo, mas deve ser feito de maneira consciente, já que, para a prática de esportes, ele

precisa estar condicionado, se não as lesões serão inevitáveis. Com os estudos e outras atividades dos dias úteis da semana, é difícil manter uma rotina regular de exercícios, mas para evitar aquela torção ou aquela dor chata na lombar, procure se exercitar e

manter a saúde do seu corpo em dia praticando exercícios físicos regularmente durante a semana. Seu desempenho na pelada vai melhorar e, no caso de alguma contusão, com a saúde física em dia, a recuperação certamente será mais rápida. RODRIGO CUPERTINO

As tradicionais “peladas”, partidas de futebol entre amigos, são frequentes entre os jovens apaixonados pelo esporte. No Brasil, país do futebol, é quase uma obrigação saber chutar uma bola desde criancinha, e como Samuel Rosa já dizia: quem não sonhou em ser um jogador de futebol? Pois é, para a grande maioria o sonho não vai pra frente, e é com os amigos nos finais de semana que cada um desses sonhadores pode brincar de jogador de futebol. – Futebol, para mim, vai além do simples exercício que faz bem à nossa saúde física. Sempre optei por bater uma pelada com meus amigos, porque assim o jogo deixa de ser apenas jogo e passa a ser também mais um dos inúmeros encontros com quem

a gente gosta. Dessa forma, a atividade também passa a fazer bem a alma. – explica Gabriel Castanheira, estudante pré-vestibular. O problema dos atletas de final de semana é que a maioria deles só pratica exercício físico na hora da pelada. É de conhecimento geral que praticar esportes faz bem à saúde, mas o que não é de conhecimento de todos é que não basta simplesmente sair praticando esportes para ter uma boa saúde. Pelo contrário, sem um planejamento adequado, uma boa alimentação e preparo prévio do corpo para a prática esportiva, você pode colocar sua saúde em risco, sofrendo com lesões e dores desconfortáveis durante a semana. Segundo o graduando em Educação Física Alexandre Calazans, a falta de alonga-

A pelada pode ser considerada uma forma de se manter saudável e bem disposto


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