OutrOlhar Ed. 30

Novo Manual de Redação e Estilo A PRIMEIRA VEZ • Ela acontece em diferentes momentos para cada um. Saiba se existe uma idade ideal para começar a fazer sexo • PÁGINA 7

Jornal-laboratório do curso de jornalismo - ufv • ano 9 • edição no 30 • abril de 2013 murilo knauf

APOSTEM SUAS FICHAS

Nos últimos anos, muitos esportes têm alcançado reconhecimento, o que gerou um grande aumento no número de praticantes e também de apreciadores, além de movimentar enormes quantias em dinheiro.

Depois da explosão do MMA, amplamente divulgado pela empresa UFC, o pôker aparece como novo aspirante ao sucesso entre as massas • PÁGINA 14 michael maia

jéssica miranda

2013

ELAS CONTROLE NO

Pouca gente sabe, mas quase metade das pessoas que jogam videogame regularmente são mulheres • PÁGINA 5

BIBLIOTECA ENCHENTE • Má pavimentação das ruas e ausência de

É SEGREDO • A fofoca faz parte do ambiente escolar.

rede pluvial para escoamento de água preocupa população com possibilidade de novos alagamentos • PÁGINA 12

Situações ligadas a esse tipo de conduta são vistas nas telas de TV, em séries e filmes • PÁGINA 6

ENTRADA PROIBIDA! • O que os jovens menores de idade fazem em uma cidade na qual grande parte dos eventos é destinada a adultos?

Estudantes do Ensino Médio opinam o que poderia ter em Viçosa e dão dicas de lugares que frequentam • PÁGINA 16

Ler está em sétimo lugar no ranking de afazeres dos jovens. Falta de leitura possui fortes implicações no futuro • PÁGINA 9

02 OPINIÃO

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

Desejos e ações, a escolha profissional Considerando que “escolha” tem como sinônimo “preferência” espera-se que o candidato tome suas decisões baseando-se em seus reais desejos e vontades, selecionando o curso que combine mais com sua personalidade ou atraia seus interesses. Porém, em função da tradicionalidade adquirida pelos cursos que introduziram a universidade em nosso país, a utilização destas duas palavras no momento da decisão vem sendo afetada. O candidato dá preferência aos cursos que estão “na moda”, ou àqueles que são passíveis de garantir rentabilidade financeira no futuro - mediante ao falso “status” que estes cursos conquistaram -, em detrimento das suas preferências.

Mas será que realmente apenas os “cursos tradicionais” podem proporcionar a auto realização do profissional?

De acordo com esta psicologia humanista, o que de fato irá proporcionar o bem

A

Marina mattos

Você já ouviu falar da palavra “congruência”? Segundo o psicólogo humanista Carl Rogers, esta é uma palavra que remete a atitude de estar integrado, vivenciando os sentimentos que estão fluindo na pessoa no momento, ou seja, ser real e genuíno com os seus desejos, respeitar suas reais vontades. Ela pode ser aplicada a diversas situações do nosso cotidiano e em momentos específicos.

Uma dessas etapas, em que ela deveria estar mais presente é a fase do vestibular, e consequentemente, a escolha da profissão, uma vez que muitos são os desafios encontrados nesta época. Entre eles está a pressão psicológica em função dos anseios em relação à prova, a pressa de ingressar na universidade, além da própria imaturidade dos candidatos para tomar decisões importantes ainda tão jovens. Esta “congruência” seria fundamental quando ligada a outra palavra de valor, a escolha.

AO LEITOR presente edição marca mais um período de atividades do jornal OutrOlhar.

Uma nova turma assume a tarefa de pensar, fazer, editar e circular este veículo voltado para você leitor.

Nossa linha editorial, objetivos e o prazer em produzir este produto jornalístico, porém, continuam os mesmos. A busca pela qualidade e a vontade de cada vez mais atender as suas expectativas é que se fortificam com esse novo grupo e com suas idéias e projetos a serem implantados.

Esperamos que a presente edição seja do agrado de todos.

Temas diferentes deixam o jovem em dúvida com relação a escolha estar do individuo na sociedade será a absoluta compatibilidade entre desejos e ações. Sendo assim, as chances de o universitário se realizar cursando a graduação de

seu real interesse são maiores do que se ele escolhesse um curso apenas pelas possibilidades de ser rentável.

Uma excelente leitura,

Joaquim Lannes.

Marina Mattos

Responsabilidade quando o sucesso chega cedo Quem nunca teve um ídolo para chamar de seu e ter como inspiração que atire a primeira pedra. Eles são lindos, talentosos, se vestem bem, têm o cabelo perfeito e uma série de qualidades que não convém enumerar. Pois é, essas estrelas teen têm feito um sucesso cada vez maior e levado muitos jovens ao delírio. Suas roupas, suas manias, seu jeito de falar, o corte de cabelo, tudo nesses jovens talentos parece influenciar no comportamento de seus inúmeros seguidores, também jovens e com a personalidade em formação.

São diversos nomes: Justin Bieber, Selena Gomez, Demi Lovato, Lindsay Lohan, Carly Era Jepsen, Miranda Cosgrove, e agora mais recente a banda One Direction; a maioria vinda da fábrica de talentos precoces da Disney.

Além de lidar com assuntos que normalmente cabem ao mundo dos adultos, como a responsabilidade e a rotina pesada que são impostas quando se começa a trabalhar – afinal, a música, o cinema e a televisão se tornam um “ganha pão” desses artistas mirins - , esses astros teen ainda têm um outro desafio:

ser bons exemplos para os milhares de jovens que os têm como objeto de admiração, em um mundo onde é cada vez mais fácil cair em carreiras com finais desastrosos.

A cantora e atriz Lindsay Lohan é um exemplo disso. A ruivinha despontou no final dos anos 90 no filme “Operação Cupido”, da Disney.

Na sequência, fez mais filmes que foram sucesso, como “Herbie, meu fusca turbinado” e “Sexta-feira muito louca”. Mas Lindsay, talvez mal orientada, se envolveu em diversos escândalos, inclusive em casos judiciais por uso

Chefe do Departamento de Comunicação Social (DCM): Prof. Joaquim Sucena Lannes

Edição nº 31 – Abril de 2013 Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa (UFV), atualmente sob a responsabilidade da turma de 2011, na disciplina COM 452 – Jornal-Laboratório I. Apoio: Centro de Ciências Humanas Letras e Artes - CCH Endereço: Vila Giannetti, Casa 39, Campus Universitário35670-000- Viçosa. MG Tel: 3899-2878 www.com.ufv.br Reitora: Prof ª. Nilda de Fátima Ferreira Soares Diretor do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes: Prof. Walmer Faroni

Coordenador do Curso de Jornalismo Profª. Mariana Lopes Bretas Editor Geral Prof. Joaquim Sucena Lannes Registro: MT-RJ-13173 Turma: Izaulina Felix; Vinicius Rennó; Bruno Menezes; Isabela Zampier; Bárbara Albuquerque; Alexandre Scheibel; Ana Luisa Costa; Fernanda Borel; Pedro Lavigne; Felipe Pacheco; Vanessa Castro; Verônica Valverde; Camila Christian; Lílian Moura; Andrezza Vieira; Patrícia Souza; Fernanda Lopes; Rodrigo Cupertino; Paula Fernandes; Caíque Verli; Jéssica Silva; Marina Mattos; Lucas Humberto; Michael Maia; Mariana Bellozi; Lucas Gandra; Edvânia Cristina; Jéssica

abusivo do álcool, jogando fora uma carreira que tinha tudo para ser ainda mais brilhante.

Além da dificuldade de não se deixar corromper, esses jovens talentos lidam com problemas comuns da profissão. Em entrevista à revista Capricho, a cantora do hit Call me maybe, Carly Era Jepsen conta que, apesar de viver um sonho, os sacrifícios que vêm com a fama repentina não são poucos: viajar até três vezes em um único dia, não dormir e nem se alimentar direito são consequências de se ter uma vida sob holofotes.

Santana; Tamires Arsênio; Patrícia Meireles; Laís Coletta; Thalita Fernandes; Betânia Pontelo; Letícia Rodrigues; Laura Gomes; Hugo Amichi; Ana Paula Lopes; Jéssica Miranda; Anna Motta.

A carreira artística é bem desgastante, principalmente para quem não está preparado para ela, e quando você menos esperar, todo o seu trabalho pode afundar por uma simples atitude mal interpretada ou mal feita, e sair do fundo do poço não é nada fácil. Fique à vontade para admirar seus ídolos, ouvir suas músicas, assistir seus filmes e séries, mas quer uma dica? Não os tome como exemplos. As realidades podem ser bem diferentes.

Verônica Valverde

Os textos assinados não refletem necessariamente a opinião da Instituição ou do Curso, sendo da responsabilidade de seus autores e fontes. Cópias são autorizadas, desde que o conteúdo não seja modificado e que sejam citados o veículo e o(s) autor(es).

Monitora: Bianca Damas Pereira (Turma de 2009) Diagramadores: Comportamento - Lílian Moura; Cultura - Fernanda Borel; Vida e Saúde - Ana Paula Lopes; Opinião - Pedro Lavigne; Meio Ambiente - Paula Fernandes; Ciência e Tecnologia - Felipe Pacheco; Cidade Vinicius Rennó; Esportes - Alexandre Scheibel.

Editoria de arte: Bruno Menezes, Fernanda Borel.

Universidade Federal de Viçosa

Tiragem: 1.500 exemplares

85 anos

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

03 OPINIÃO

♪ Tira foto no espelho para postar no Facebook ♪

REPRODUÇão

É só começar a tocar a tal música do MC Bola que todas ficam eriçadas. Os caras já sacando as garotas mais top, enquanto elas descem até o chão ao som de alguma música provocante e de letras sensuais.

“Ei! Peraí! Mas esses garotos e garotas não passam dos 17 anos! Olha aquela ali: deve ter no máximo 14!”. Alguém proferiu isso num espanto, e logo veio o velho discurso de que “na minha época não era assim.”. Exatamente! Longe de existir redes virtuais de interação social e essa “grande” necessidade do mundo “moderno” de compartilhar arquivos, principalmente pessoais, os jovens não eram assim. Assim como? A resposta é: Não eram super expostos.

O moderno tem valor tecnológico e há discussões ainda a respeito se as redes sociais afastam ou aproximam realmente as pessoas. Pois bem, a questão é que elas existem, e você pode estar a mercê de você mesmo! Hoje é como se a página de Facebook fosse a própria pessoa, e os conteúdos apelativos e sexuais que são postados são de ordem pública! Vejamos do seguinte ângulo: Os jovens

A exposição exagerada do corpo nas redes sociais abusa do apelo sexual e da momentaneidade dos interesses da juventude (determinemos uma faixa de 13 a 18 anos) que se propõe a se exibirem em fotos e vídeos na internet estão buscando fama, certo? Afinal, querem ser vistos, curtidos, comentados.

Se possível, um comentário do tipo “gostosa” ou “ que gato”.

Trocam a foto do perfil a cada semana, tiram uma foto mais provocante que a outra. Algumas mostram um decote enorme, quem sabe até sem sutiã?

Ficaria mais sensual não? E o garoto com seu peitoral e sua

barriga de lavar roupa? E ai para todos você é linda e gostosa. Pronto! A garota se sente realizada! O garoto tá pegando geral! Mas sabe qual a maior preocupação? Querer que as pessoas te enxerguem simplesmente como um corpo lindo.

Calma ai! Não to jogando pedra em quem tira foto para postar em qualquer lugar que seja. É só necessário pensar em que proporção isso ocorre.

E que tipo de expectativa que você dá de si mesmo para os

outros, pois eu tenho certeza que todos nós queremos ser reconhecidos, ou conhecidos de alguma forma. Mas qual a melhor forma de fazer isso sem pensar apenas em coisas totalmente efêmeras como a juventude? E as implicações que podem vir dessa superexposição pode entrar até no campo judicial. Quem pode lhe garantir a total segurança de seus arquivos pessoais, de suas poses e corpos circulando livremente na internet? Quando se pro-

põe a isso é necessário cuidado.

Minha mãe sempre disse que “Tudo demais faz mal.” E você descobre que nem toda sabedoria popular é mentira.

Tenha em mente que tudo que você fizer pode ter conseqüências e repercutir no seu futuro, principalmente para quem está começando a sua carreira. Ainda penso que ser Top também é ser inteligente.

Vanessa Castro

Jovem estudante, em qual seriado você vive? como difusores de cultura e informação. A verdade é que a maioria deles transmite uma ideologia imposta pela mídia, que tem como principal objetivo o lucro. E aí você pensa: assisto e leio todos pela internet, não preciso compra-los.

Exato, você não compra. Mas consome.

E é neste consumir que o jovem é indiretamente influenciado a comprar. Em 2012, seriados adolescentes como Glee e Gossip Girl começaram a sair das telinhas e chegaram aos guarda-roupas de seus espectadores. Para isto foi firmada uma parceria entre a 20th Century Fox, um dos maiores estúdios de cinema dos Estados Unidos, com as lojas de departamento Macy’s e Claire’s, que lançaram uma coleção de roupas e acessórios inspirados nas personagens de Glee.

E de repente, bum! Colégios, shopping centers e festas de amigos se encheram de sósias de protagonistas, figurantes e afins.

Isto acontece não é de hoje. Nos anos 50, uma das séries mais vistas nos Estados Unidos, I Love Lucy, passou a veicular produtos de algumas companhias de vendas em seus episódios como forma de pro paganda, gerando uma pro-

cura cada vez maior por eles.

Dez anos depois surgiram os hippies, que também tiveram o seu vestiário, formas de agir e pensar comercializados com auxílio da publicidade. E assim se seguiu com o decorrer das décadas, deixando cada vez mais evidente a influência da mídia sobre as pessoas.

A questão é: a geração dos anos 60 ao menos contestava os padrões conservadores da época, mobilizava-se e

rebelava-se. Mas e hoje? Será que seriados e livros instigassem o jovem a tomar atitudes mais ousadas, eles fariam o mesmo? A resposta está na embalagem das coisas: se a contestação do que é veiculado nas mídias pudesse ser empacotada, certamente haveria mais compradores. Assim como os jovens da propaganda de refrigerantes.

Andrezza Vieira andrezza vieira

“A juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantes”, ironiza o vocalista do grupo Engenheiros do Hawaii, Humberto Gessinger. Por propaganda de refrigerantes entende-se mundo persuasivo da mídia, e por juventude, meia dúzia de garotos influenciáveis vestidos com os mesmos trajes, ouvindo as mesmas músicas e pensando as mesmas coisas.

Esta visão também pode ser traduzida quando alguns amigos se juntam para assistir ao novo capítulo da série norte-americana que todos os seus colegas de classe estão acompanhando. É uma chuva de seriados, filmes e livros que formam a chamada “modinha” e influenciam o comportamento dos adolescentes.Estes filmes e séries que atingem recordes de audiência e livros norte-americanos best seller, são considerados por muitos

O jovem pensa, deseja e chega até a fazer o impossível para deixar a sua vida mais parecida com a ficção

4 CIÊNCIA E TECNOLOGIA

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

Alunos criam máquinas que jogam futebol Robôs representarão a UFV em campeonatos da modalidade Isabela Zampier

bola, outros veículos que compõe o time e os adversários. Eles são capazes ainda de estabelecer metas e planejar e executar ações para atingi-las.

Além disso, por se tratar de um esporte de equipe, os jogadores robôs são capazes de interagir com os outros jogadores do time para conquistar objetivos coletivos e sincronizar as ações. Para que esses co-

mandos sejam reproduzidos, são necessários inúmeros cálculos matemáticos.

O voluntário no projeto, Kevin Braathen de Carvalho, largou uma bolsa de extensão para se dedicar ao BDP. — A área de robótica atrai interesse de todo mundo, têm muito marketing envolvido e une diversas engenharias. Além de usar o que você

aprende em sala, dá pra adiantar algumas coisas que ainda vai aprender e além disso você aprende outras áreas como a informática e mecânica. - disse.

A BDP é a única equipe da UFV que opera com robôs autônomos. Além dela, existem as equipes Marreta e Sobradinho que também trabalham com robótica. isabela zampier

Que o futebol é paixão nacional todo mundo sabe.

A novidade é que o esporte agora também é praticado por robôs. O que parece um filme futurístico, pe uma realidade que está mais perto do que imaginamos. No Núcleo de Especialização em Robótica (NERO) do Departamento de Engenharia Elétrica da UFV, os alunos desenvolvem robôs autônomos para participarem de campeonatos no Brasil e no exterior. No ano passado, a equipe chamada BDP (Believe, Do and Play –, “acredite, faça e jogue”) ficou em quinto lugar no campeonato nacional e em 2010, conquistou a sexta colocação na disputa latino-americana.

— Nossa meta agora é ficar em quarto lugar. Sabemos que há três equipes de ponta no Brasil, e com o que temos hoje podemos conquistar essa meta. A questão não é a com-

petência dos alunos, é o financeiro, mas temos o intelectual e esperamos ganhar pela estratégia. – afirma o professor orientador, Alexandre Brandão.

O projeto foi criado por iniciativa dos alunos, em 2003. Os robôs eram radiocontrolados, ou seja, os movimentos eram controlados pela equipe, como em um vídeo game. Agora os alunos desenvolveram todas as partes, desde as rodas e motores até a inteligência, de robôs autônomos.

Uma câmera posicionada acima do campo identifica os robôs de cada time por cores.

Essa câmera manda a imagem para os controladores, que a partir daí envia os comandos para cada robô. Esse processo de controle é feito por computadores. Assim como no futebol tradicional, vence o time que fizer mais gols.

Os robôs são capazes de reconhecer o ambiente onde estão inseridos, seus pontos de referência e os objetos pertencentes ao ambiente, como

Robôs foram desenvolvidos pela BDP com projetos de inteligência artificial

Projeto Baja UFV busca projeção no cenário nacional Hugo Amichi vela sua ansiedade para a competição nacional esse ano: — Em 2013 pretendemos chegar ainda mais longe com o desenvolvimento do veículo, estamos trabalhando pesado na criação. Está sendo usada a estrutura do carro anterior, mas iremos fazer alguns melhoramentos, como implantar mais materiais leves, como fibra e plástico. Queremos ir cada vez mais longe — esclarece.

O protótipo do novo veículo já esta pronto, faltando agora algumas peças para o fechamento completo do projeto, que tem sua data de apresentação para segunda semana de março. Pedro explicou porque o atual veículo está atrasado em relação aos anos anteriores: — Por mais que nos empenhemos em montar o projeto, deixar o carro competitivo e

ter toda uma base de trabalho pronta, não temos peças para trabalhar. Perdemos muito porque Viçosa, querendo ou não, é uma cidade pequena e até um simples parafuso que precisamos é necessário trazer de outros lugares, pois o protótipo não é um carro comum, sendo assim necessita de peças especiais — explica.

A competição nacional esse ano, a segunda com participação da UFV, ocorrerá entre os dias 15 e 18 de março na cidade de Piracicaba, interior paulista. Mesmo com alguns problemas de execução, o BAJA UFV ficará pronto a tempo e tem a capacidade de obter posições cada vez melhores no cenário regional e nacional.

HUGO AMICHI

Estimular jovens estudantes de engenharia a desenvolver veículos e organizar uma competição entre eles. Essa foi à ideia lançada pela Society of Automotive Engineers (SAE Internacional) nos Estados Unidos, em 1976. A ideia, que foi um sucesso por lá, chegou ao Brasil apenas em 1995. A partir de então, a competição em nosso país foi se tornando gradativamente um sucesso, contando com a participação de 56 faculdades e mais de 1500 estudantes na última disputa nacional.

A UFV fundou a primeira equipe para participar do projeto em 2008, quando alguns alunos do curso de Engenharia Mecânica se interessaram em fazer um carro para disputar as competições. Contudo, a pri-

meira participação efetiva da equipe só ocorreu no ano de 2010, disputando em âmbito regional e alcançando o 23º lugar. A partir de então houve a expansão desse projeto. Em 2011, ainda regionalmente, conseguiu um 19º lugar, e na competição do ano passado avançou ao 12º. Em âmbito nacional disputou apenas em 2012, sem obter resultado expressivo.

Atualmente, o projeto se mostra cada vez mais organizado. Participam alunos das engenharias mecânica, de produção, elétrica, agrícola, além de alunos do curso de física.

Ainda há um estágio para estudantes que se interessam pelo projeto e queiram futuramente integrar a equipe principal.

Pedro Pomari, um dos participantes do atual projeto, re-

Equipe Baja UFV busca por melhores colocações

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

CIÊNCIA E TECNOLOGIA 5

Elas também se divertem Lucas Gandra Quando surgiram, os videogames estavam mais voltados para os homens. Jogos de tiro, corrida e futebol enchiam as prateleiras das lojas que vendiam o produto. Isso fez com que esse passatempo ficasse muito ligado ao universo imaginário masculino. Porém, com a passar do tempo, as mulheres também começaram a se interessar pela atividade e, hoje, a própria indústria dos games passou a investir mais em jogos voltados para elas.

Nenhuma surpresa. Afinal de contas, no mercado brasileiro de games, considerado quarto maior do mundo, no qual aproximadamente 45 milhões de pessoas têm o costume de jogar videogames regulamente, 47% desse público é constituído por mulheres. E para os machistas de plantão, a maioria delas tem preferência por jogos de ação e aventura.

Além dos jogos, a própria evolução da tecnologia utilizada nos videogames pode ser apontada como um fator que tenha despertado o maior interesse delas.

Jogos mais interativos acabam por ser mais atrativos.

Nessa linha pode se destacar o Kinect, suporte para o Xbox 360 que dispensa o uso de controle. E também o Nintendo Wii, que se destaca pelo seu controle sem fios e de um sensor capaz de captar movimentos em três dimensões.

A estudante Cecília Segheto diz que joga videogame ‘desde que se entende por gente’, em um Nintendo que o irmão mais velho tinha. E que essas novas tecnologias realmente tornaram o ato de jogar videogame mais atrativo.

— Tive a oportunidade de jogar Nintendo Wii e me apaixonei. Tanto que tenho um em casa. Acho que deu uma quebrada naquela monotonia de ter que jogar sentada. É até bom para se exercitar um pouco. Mas o Xbox, hoje, apresenta melhores opções — explica.

LUCAS GANDRA

47% dos brasileiros que jogam videogame são mulheres

Cecília passa parte do seu tempo livre se divertindo no Xbox 360 do namorado

Principais lançamentos de 2013. Para eles e elas: 1. “Grand Theft Auto 5” – Cinco anos depois do lançamento do último título, a famosa franquia GTA volta com força total.

2. “Gears of War: Judgment” – A série que popularizou o estilo de jogo “tiro em terceira pessoa com cobertura”. Lançamento no dia 19 de março.

3. “Metal Gear Rising: Revengeance” – Dessa vez com mais ação e menos espionagem. O protagonista da vez é o ninja Raiden.

4. “Tomb Raider” – O jogo contará com uma inexperiente Lara Croft, que lutará para sobreviver e derrotar seqüestradores.

5. “The Last of Us” – Estreando nesse ano, o jogo terá como personagens principais um homem e uma menina de 14 anos que se ajudam em um mundo pós-apocalíptico.

6. “Injustice: Gods Among Us” – Game de luta com os heróis da DC, como Super-Homem, Batman e Flash.

Jornalismo independente invade a internet Felipe Pacheco Lívia Cunha chega em casa após um dia cansativo de estudos. Depois de tomar banho e fazer um lanche, senta em frente ao computador para descansar e se divertir. O Facebook, uma das maiores redes sociais do mundo, é a página escolhida. Entre conversas com os amigos, a jovem busca se interar das notícias do dia em sites, além da própria rede. Para ela, a internet é hoje uma forte aliada do jornalismo, principalmente na cidade de Viçosa: — Depois de passar tanto tempo fora, quando chego em casa e acesso a internet fico sabendo de notícias as quais não tive contato na escola, de modo imediato e detalhado.

O jornalismo online ganha forças apoiado principalmente nas praticidades que a internet oferece. As notícias podem ser divulgadas quase que em tempo real, e atingem um alcance enorme graças à simplicidade que se tem para compartilhar notícias. Nas redes sociais, por exemplo, é ainda mais fácil, já que a notícia pode ser distribuída entre uma rede de amigos e assim sucessivamente.

Esse foi um dos motivos que levou Francelino Leandro de Paula, o “Russo”, a criar a página “Viçosa Urgente” no Facebook. Ela é uma extensão do blog, de mesmo nome, que ele mantém desde 2011.

Russo conta com a ajuda de

um programador, que fica por trás da parte técnica do site. A produção, a apuração e a distribuição da notícia ficam por sua conta. Para ele, o jornalismo e a internet estão intimamente ligados nos dias de hoje: — Há um ano e meio atrás eu comecei a perceber que Viçosa tinha a necessidade de ter um portal de notícias online, porque hoje a tendência é a internet, que chega aonde a mídia impressa não chega, onde o jornal não chega — afirma Russo. Ele completa assegurando que a aceitação do público, principalmente jovem, tem sido enorme.

A adesão dessa juventude viçosense se mostra não

só pelo consumo. O “Viçosa News”, outro site de notícias recente, é administrado por um jovem de 19 anos, que pediu para não ser identificado.

Nativo, ele diz que a idéia de criar o site veio da falta que sentia de um meio de imprensa na internet. Criado há um ano, o site é composto, em sua maioria, por releases, já que ele divide o tempo entre o site e atividades de bolsista. O autor acredita que os veículos online têm preenchido uma lacuna deixada pelos periódicos da cidade: — Os jornais fizeram sites, hoje estão na internet também, só que quando clica na notícia, ela está trancada, tem que fazer lo-

gin. Ainda falta esse espaço.

Existe uma lacuna, mas nós estamos conseguindo preencher um pouco. — explica o jovem.

E os próprios jornais da cidade vêem com bons olhos a iniciativa. Roberto Duarte, redator do jornal Tribuna Livre conta que o site do periódico está desativado, tendo apenas a Fan Page nas redes sociais.

Para ele, o trabalho feito por esses veículos tem sido satisfatório: Eu acho ótimo. Acho que é extremamente saudável, principalmente no que diz respeito à possibilidade que as pessoas estão tendo de também criarem seus próprios espaços — afirma o redator.

6 COMPORTAMENTO

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

A influência das séries na vida adolescente A fofoca retratada na TV e as consequências no cotidiano dos estudantes Mariana Bellozi Todos os dias, os adolescentes param suas vidas de estudos e tarefas diversas para assistirem às suas séries preferidas. Em algumas dessas séries, é possível enxergar o seu próprio cotidiano representado (nas devidas proporções de semelhança) pelos atores dos quais os jovens são fãs . É nesse momento que ocorre

a identificação. Segundo estudos realizados, é comum ao ser humano na fase adolescente da vida procurar ídolos e ícones nos quais possa se espelhar. Segundo o professor Edgar Pereira Coelho, Doutor em Filosofia/ Filosofia da Educação pela Universidade de São Paulo, o adolescente necessita de uma imagem para sua formação: — Quando você fala da formação da adolescência a partir do que ela vê, é importante isso. O adolescente precisa de ter o seu ‘herói’, faz

parte da formação humana. É desta forma que o adolescente forma o próprio caráter e seu jeito próprio de ser que carregará pelo resto da vida.

— afirma o professor.

A série “Gossip Girl”, criada em 2007 por um canal de televisão norte americano e baseada em uma série de livros escritos pela autora Cecily von Ziegesar é um belo exemplo da influência das séries na vida adolescente. A trama conta a história de um grupo de jovens moradores de Nova York que têm suas vidas divulgadas em

um site: “Gossip Girl”. Cada passo dado pelos personagens principais é divulgado online, causando sempre intrigas e desmantelando mentiras e farsas. A série televisiva brasileira no ar há 18 anos “Malhação” também traz a vida do adolescente e representa, de forma à vida real, como fofocas e intrigas podem trazem malefícios à vida de alguém. A estudante do ensino médio, Mariana David, 18 anos, diz observar essa identificação com os personagens e a influência

que eles têm na vida dos adolescentes: — Influência sim, eu acho que essa geração mais nova vive pelos ídolos e ícones da televisão. Eles chegam ao ponto de brigarem entre si por personagens dessas tramas. — comenta.

Mas, o professor Edgar Pereira destaca: — A partir do momento que a influência passar a ser negativa, é preciso que o adolescente reflita sobre as consequências que isso pode ter na vida dele. — explica.

MICHAEL MAIA

Alunas reproduzem capa do livro que deu origem à série Gossip Girl, que retrata a vida glamourosa de estudantes em Nova York e destaca a fofoca presente no cotidiano juvenil

Do ensino fundamental para o médio é apenas um pulo Michael Maia

É terminando o ensino fundamental II (6º ao 9º ano) que os sentimentos ficam mais intensos e as responsabilidades aumentam, multiplicam as reuniões com os amigos, as baladas e festas noturnas, e o uso ainda maior das redes

sociais. Muitas matérias, mais professores e pessoas no convívio social, a passagem para o ensino médio é rápida e faz com que o aluno necessite de mais atenção e dedicação aos seus estudos.

O número de matérias aumenta, no ensino

fundamental a disciplina intitulada como Ciências é desmembrada em Física, Química e Biologia, o Português torna-se Português Gramatical, Produção de Textos e Literatura, e a além das introdutórias de Filosofia e Sociologia. Victor Rodrigues,

MICHAEL MAIA

Diferença entre os livros do Ensino Fundamental (esquerda) e os do Ensino Médio (direita)

aluno da primeira série do Ensino Médio, afirmou ter sentido um pouco de dificuldade em se adaptar as novas matérias: — A cobrança é maior, o estudo vai além do básico, tudo que se ensina já está voltado ao vestibular— afirmou.

Logo no primeiro bimestre as consequências desta diferença são visíveis no boletim. A consultora pedagógica Rita Carmen declara que alguns alunos sentem dificuldade na nova rotina de estudos, mesmo que seja um pouco mais lenta no início e o motivo é que “há uma ampliação de responsabilidades, porque as disciplinas realmente se multiplicaram e é nessa hora que aqueles que não têm disciplina de estudo e uma vida

acadêmica regular, sentem essa diferença”, alega Rita.

Segundo a consultora que trabalha há 19 anos também como educadora, a escola e a família têm o dever de fazer o seu papel de auxiliadora nessa adaptação. O primeiro a se pensar é no sucesso do aluno, por isso os alunos novatos no ensino médio são tratados com mais receptividade pela escola e todos que a frequentam. Victor confirmou que a adaptação social foi fácil: — Como muita gente era, também, de fora, me enturmei muito facilmente — comentou o estudante . É uma transição grande feita de um pequeno passo, os alunos necessitam trabalhar seus estudos e saber conciliar com a vida social afetiva.

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

COMPORTAMENTO 7

Linguagem dos jovens nas redes sociais

Lílian Moura Segundo a linguística funcionalista, a linguagem é uma atividade significante e construtiva que acontece num processo que leva em consideração a história e a realidade dos grupos que fazem parte de determinada sociedade. Pode-se considerar, neste sentido, que os jovens ao produzirem e reproduzirem formas diferentes das usuais de se comunicarem, possibilitadas pelo uso da internet e das redes sociais, estão contribuindo para essas mudanças apresentando maneiras possíveis de falar e escrever o português.

Sendo a Internet uma ferramenta que possibilita a comunicação em diversos níveis, por pessoas de todas as idades e que vivenciam situações e realidades sociais diferentes, um exemplo de evolução tecnológica, há de se considerar que a linguagem também se desenvolva a fim de acompanhar a marcha das novas tecnologias.

As redes sociais fazem parte desse ambiente virtual e servem como espaço de interação onde surgem várias frases e imagens que quando repetidas com frequência pelos usuários da mesma são chamados “memes”.

Essas frases ou bordões têm geralmente uma conotação irônica ou humorística.

Essas expressões surgem e desaparecem, ou são substituídas rapidamente, o que não impede que esse modo de falar e escrever provoque mudanças na estrutura da língua. Como por exemplo o verbo “trollar” comum na internet e ligado ao uso de “memes”, que corresponde a “zoar”.

Professora adepta a linguística funcionalista, Rosalia Beber de Souza, acredita que as mudanças na forma de falar e escrever a língua são naturais e que os jovens são mais suscetíveis a essas mudanças porque utilizam constantemente as ferramentas tecnológicas e estão mais ‘abertos’ a novidades.

FERNANDA BOREL

Gírias usadas demostram constante mudança da língua portuguesa

A decisão de fazer sexo só depois do casamento — Além de ser bíblico, eu sou a favor das ideias que essa atitude me proporciona. (...)

A espera pro dia em que isso vai acontecer, me guardar pra pessoa que eu vou ter certeza que quero ficar junto pro resto da minha vida e que me ama, e não usar ele com medo de me arrepender depois, de ser desvalorizada e só com um intuito ‘carnal’, já que sexo vai muito além disso. — explicou o porquê de sua escolha Como Isabela mencionou, a Igreja influenciou na hora dela tomar a decisão, ela afirma que se não tivesse uma religião, muito provavelmente

não encararia o sexo como algo tão importante.

O diácono Sergio Silva explica que é preciso manterse virgem até o casamento para preservar o casal, para eles se conhecerem melhor e

não pularem nenhuma etapa do relacionamento.

Opiniões existem várias, escolhas também. As decisões que você toma na vida devem ser pensadas de acordo com o que for melhor para si

próprio, não com o que for agradar as pessoas ao seu redor. Não importa se você escolheu esperar ou não, o que realmente tem que ser levado a sério é o bem estar do corpo e da alma.

Jéssica Silva

Fernanda Lopes Os jovens estão iniciando a vida sexual cada vez mais cedo. De acordo com estudos da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Eduação, a Ciência e a Cultura), os homens tem a primeira relação entre 13 e 14 anos e as mulheres entre 15 e 16.

Mas contrapondo as estatísticas, existe um grupo de jovens que decidiu esperar e só fazer sexo depois do casamento, quando tiverem certeza de que encontraram a pessoa certa. A estudante Isabela Veríssimo, de 16 anos, resolveu esperar alguém especial:

Esperar significa preservar e não pular etapas da relação, segundo a maioria dos entrevistados

A arte de escolher: carreira, dúvidas e vestibular Jéssica Silva O coração acelerado, respiração entrecortada, dor de estômago. Quem nunca sentiu isso? A divisão entre duas ou mais opções e mais de um milhão de caminhos, ou a frustração por encontrar-se diante de apenas um, a guerra com as alternativas.

Não entende o que digo?

Uma palavra, 10 letras: Vestibular.

Vestibular é a incógnita mais importante no 3º ano de muitas pessoas, jovens que

querem decidir em mais um passo o que aparentemente vai mudar toda a sua vida. É normal que na indecisão, em meio aos testes vocacionais e conselhos, alguém se pergunte, uma maneira mais fácil de escolher uma profissão, uma universidade.

Algumas dicas podem ajudar aos indecisos, como relacionar todas as profissões que um dia se pensou em escolher, e analisar quais foram os motivos que levaram a cada uma delas, e listar as próprias habilidades

e coisas que se gosta de fazer.

Conversar com profissionais da área, indo, por exemplo, às feiras de profissões, também ajuda.

O mais importante, porém é tomar cuidado ao escolher uma carreira na pressão do momento, algo que pode acarretar em frustrações, ou a dúvida entre continuar ou o abandono do curso em uma etapa mais avançada.

Não há um molde para qualquer vida; muitas pessoas abandonam o seguro pelo sonho, algumas outras

abandonam o sonho pelo seguro, e ir atrás do que parece impossível pode dar certo, ou não. Por isso essa etapa é tão angustiante.

Segundo a psicóloga, Bruna Cardoso Silva, ao escolher uma carreira o jovem deve saber que a está escolhendo para si, sempre tendo em mente os desafios e exigências que a sua escolha irá trazer. Decidindo conscientemente se está disposto ou não á enfrentálos.

Conversar com vários profissionais, também pode

trazer esclarecimento. Ao menos sobre que carreira não seguir.

Em resumo, por fim, e tentando finalizar com grandeza, o que essa reportagem quer dizer é que, independente do sonho, desejo, vontade, o que seja, ninguém consegue sentado no sofá, remoendo as próprias dúvidas. Convém correr atrás de quem possa responder certas questões, e olhar o mundo, e perguntar de novo até que não seja mais necessário: Afinal o que eu quero?

8 CULTURA

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

Jovens provam que é possível viver da arte Bruno Menezes O graffiti que vemos nas ruas surgiu na década de 60 como forma de protesto aos problemas encontrados na sociedade. Por ser feito em muros, públicos ou privados, era visto como revolta e até mesmo um ato de vandalismo. A arte se desenvolveu e ganhou muitos adeptos. Porém, duas perguntas passam pela cabeça de muita gente: Graffiti dá dinheiro? E é uma profissão de verdade?

A questão acompanha Danilton de Castro Souza (19), estudante do terceiro ano do ensino médio. Danilton sempre gostou de desenhar e confessa já ter deixado de fazer alguns exercícios escolares para aperfeiçoar seu talento. O começo foi tímido. Aos dez anos e com o incentivo de amigos, passou a desenhar com spray imagens simples que via nas ruas. O encanto se deu aos 15 anos, quando descobriu no graffiti uma maneira de reproduzir sua visão de mundo.

Agora, prestes a tentar o vestibular, o jovem artista não tem dúvidas ao afirmar seu desejo de cursar uma faculdade de artes e ir contra a opinião da maioria. Os irmãos mais velhos apostam no talento de Danilton. Até mesmo os professores enxergam no jovem estudante uma carreira promissora. O problema maior está concentrado na figura materna que não entende a arte do filho como algo capaz de garantir um bom futuro.

Danilton afirma ter consciência das dificuldades que vai encontrar daqui pra frente, mas garante que não vai abrir mãos dos seus sonhos: — Penso que no Brasil, a arte de uma forma geral não dá muito dinheiro. Principalmente o graffiti, que ainda é visto com muito preconceito.

Mas, creio que quando há talento e esforço, boas oportunidades aparecem. Eu quero sentir prazer com a minha profissão. Se eu sou feliz fazendo desenho, eu vou investir nisso — afirma Danilton.

O historiador Gabriel Esper (27), que passou por um dilema semelhante, incentiva

Danilton a investir na profissão. Embora tenha desejado ingressar em uma faculdade de artes, Gabriel não encontrou na família o apoio necessário para seguir adiante. Contudo, durante os cinco anos em que viveu em Viçosa (MG), Gabriel desenvolveu uma série de projetos na cidade voltados para o graffiti.

— Em Viçosa as pessoas estão cada vez mais abertas para o graffiti. A tendência é que aqueles que começam agora serão mais aceitos e apreciados pelas pessoas — comenta Gabriel.

O dinheiro é o reconhecimento de um bom trabalho.

Assim como em qualquer profissão, o começo tende a ser difícil. Contudo, o campo das artes se mostra aberto para aqueles que apresentam talento e buscam aperfeiçoa-los. Para aqueles que desejam se especializar no graffiti, assim como Danilton, a dica é que descubram o próprio estilo de traço, pois não existe um manual para o grafitteiro.

E o mais importante: ir para as ruas, pois é lá que o grafitti ganha forma e cor.

Bruno Menezes

A formação profissional na área atrai cada vez mais um novo público

Paixão pela arte: Danilton sorri enquanto faz o desenho acima

Fernanda Borel Quando se fala em moda, poucos são os que conseguem explicá- la. Afinal, o que significa “estar na moda”?

— Moda é a convenção do que é bonito, aquilo que é usado. — É o que diz Larissa Sakiyama, recém-formada no Coluni.

Já para Denise Oliveira, estudante do terceiro ano do ensino médio: — Moda é o que cada um se sente bem vestindo, e isso vai de acordo com a situação e a finalidade.

O olhar apresentado por Denise faz com que a moda se adapte aos gostos de cada um. É o momento em que as pessoas passam a alterar o que está em alta e dar a cada peça uma cara própria. Foi assim que surgiu a customização de roupas.

A ideia de personalizar peças velhas ou básicas não é nova, mas em 2012 ela virou febre, principalmente entre os jovens. Stephani de Amaral, estudante do terceiro ano do Ensino Médio, decidiu customizar as próprias roupas no meio do ano passado. Ela afirma que tinha algumas peças antigas no guarda-roupa que não queria jogar fora e resolveu tentar mudá-las um pouco. Depois disso não parou mais.

De diversificar seu próprio armário e estilo, Stephani passou a fazer o mesmo pelos outros. Ela conta que as amigas pediram para que ela também customizasse suas roupas e, a partir daí, Stephani transformou um hobby em algo lucrativo. Para ela, é fácil personalizar as roupas e dá a dica: — Qualquer um pode customizar seu look, você só deve ser criativa.

Fernanda Borel

Moda que a gente faz

Customize suas próprias roupas e transforme seu armário apenas seguindo o passo a passo abaixo

Passo a passo: customize seus shorts 1. Escolha a peça que você quer customizar. Eu escolhi um short básico.

2. Corte a na altura que deseja as pernas do short.

3. Utilize uma lixa para desfiar a barra do short e o tecido. A melhor opção são aquelas lixas que você encontrar em lojas de construção e acabamento. Tome cuidado para não forçar muito e acabar rasgando o short.

4. Escolha as tachinhas. Eu usei as quadradas de tamanho médio, nas cores prata e grafite, e as redondas pequenas, na cor prata.

5. Hora de colocá-las! Posicione a tachinha e pressione, para que ela perfure o tecido.

Sem soltá-la, vire o short do avesso e feche as garras da tacha. Caso você não tenha um alicate próprio para bijuterias, pode usar a tesoura, mas cuidado para não se cortar.

Pronto! Viu como é fácil customizar? Quer fazer mais? Você acha várias outras dicas na internet e vai poder transformar seu guarda-roupa inteiro!

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

Pesquisas comprovam que adolescentes estão lendo menos no Brasil Laís Coletta Jovens leem cada vez menos no Brasil e isto influencia diretamente suas vidas, até mesmo no desempenho do vestibular.

Segundo pesquisas recentes, cresceu o número de habitantes que deixa o livro de lado e em seu tempo livre prioriza outras atividades. Ler está em 7º lugar no ranking de afazeres de maior interesse e apresenta uma diminuição de 8% comparado à ultima edição da pesquisa. Este estudo é realizado a cada três anos pelo Instituto Pró-Livro, criado com o objetivo principal de incentivar a leitura

e a difundir o uso do livro pelo brasileiro.

Identificando essa deficiência nos pré vestibulandos, o novo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que se tornou essencial para quem pretende ingressar em uma universidade, fez do hábito de ler o diferencial para ir bem na prova.

O ENEM utiliza de uma metodologia que torna a prova considerada muitas vezes cansativa e extensa para os jovens, mas isso ocorre justamente porque eles não estão em dia com a leitura. Os reflexos são lentos na hora de escrever e interpretar, além de uma baixa visão crítica para temas cotidianos.

Felizmente esse hábito de ler constantemente pode

ser adquirido. O professor de português do cursinho pré-vestibular e Colégio Equipe em Viçosa – MG, Osvaldo Batista, se baseia em um modelo de escolas europeu para afirmar que considera ideal ler de 12 a 16 livros anualmente. A média brasileira é de quatro livros. O professor e os números reiteram que se deve começar cedo, 88% dos atuais leitores reconhecem que leem porque sempre ganharam livros e que na infância viam os pais lendo. E a dica é: comece pelo seu assunto de interesse independente de qual seja. Ele pode abrir portas para que, em breve, você possa apreciar Machado de Assis ou Camões sem maiores dificuldades. Comece hoje e boa leitura!

Laís Coletta

E aí, já leu hoje?

CULTURA 9

Acervo da biblioteca municipal após a sua mudança de endereço

Fique atento!

A Biblioteca Municipal de Viçosa mudou de lugar, está na Rua Gomes Barbosa, 803 – Colégio Viçosa funcionando de 8 às 18hrs. Para se cadastrar é necessário apenas identidade e comprovante de residência, e é feita de forma gratuita. O acervo possui mais de 12 mil livros catalogados e os temas são dos mais variados, passando por literatura brasileira e estrangeira, livros infantis, enciclopédias, etc.

Em busca dos seus 15 minutos de fama Betânia Pontelo

culados na escola, porém, são permitidas as participações de até dois músicos de fora, a critério da banda.

Segundo a diretora do colégio, Lúcia Duque Reis, a iniciativa além de incentivar os alunos a formarem bandas e desenvolverem seus talentos musicais, ainda aumenta o interesse dos alunos por outros conteúdos dados em sala.

Você que está a procura dos sonhados 15 minutos de fama e ainda não sabia das oportunidades em Viçosa, agora já sabe! Proponha um festival parecido na sua escola ou entre em contato com a Rádio Universitária ou com a TV Viçosa e mostre seu talento para todo mundo.

arquivo do colégio anglo

Todo mundo que tem uma banda quer ser famoso né. Iniciativas na cidade de Viçosa tornam esse sonho possível, ainda que apenas no aspecto regional.

Programas da TV Viçosa e da Rádio Universitária valorizam e divulgam talentos musicais regionais. O Estúdio Acústico na TV Viçosa é um grande exemplo disso, trazendo sempre artistas de Viçosa e região, o programa é voltado para a divulgação de bandas que surgiram e andam fazendo sucesso mesmo com pouco investimento.

Outra boa oportunidade de aparecer é no programa “Nossa terra, nossas canções”

que é totalmente voltado para o público que gosta de sertanejo, e em todas as edições trás uma dupla para ser entrevistada e se apresentar ao vivo.

Com prêmios em dinheiro, as bandas formadas por alunos do colégio Anglo também ganham seu espaço na mídia local. Através de um projeto desenvolvido por professores, o colégio promove um festival de música onde os integrantes das turmas do ensino médio montam suas próprias bandas, criam letra e melodia inéditas e concorrem entre si para disputar o prêmio final. Os vencedores, além do troféu, ainda ganham uma premiação em dinheiro. O projeto é direcionado para os alunos matri-

Alunos se apresentam no festival de músicas do colégio Anglo

A música, o ritmo e a poesia de Nova Viçosa Laura Gomes Quando se fala em rap na cidade de Viçosa a refência é o grupo NV Rap. Isso porque desde os anos 2000 os integrantes vêm trazendo o ritmo através de shows e, nos tempos mais atuais, com o auxílio da divulgação de vídeos na internet.

Originários do bairro Nova Viçosa, os rapazes que hoje integram o grupo trazem mensagens do cotidiano. A formação atual do grupo - que já passou por mudanças desde a inicial - conta com Ramon Shadrak, Teté e Quarta Letra. Mas

não estranhe: apelidos nesse meio geralmente são mais utilizados do que os próprios nomes.

Eles vêm da infância de Teté (José Francisco) e Quarta Letra (Vanderlei), e da própria escolha de Shadrak.

Compondo o único grupo rapper da cidade,o trabalho dos rapazes enfrenta dificuldades para sobreviver numa localidade onde ocorrem eventos universitários e contratações de bandas maiores. Mas isso não os desanima:

— O desânimo não é maior do que o amor que a gente tem pelo Rap. Por isso o NV Rap já vai completar 13 anos na cidade. Não nos damos por vencidos.

No que diz respeito ao meio virtual, o trio criou a Cabulosa Produções. Seu objetivo é reunir manifestações de vários artistas, além das do NV Rappers.

Na página do Facebook são divulgadas arte e material áudio visual produzidos.

10 VIDA E SAÚDE

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

Jovens enfrentam problemas de sono Ana Costa Quando questionados sobre as atividades favoritas fora da escola, “dormir” foi preferência unânime entre os jovens. De fato os adolescentes têm uma forte relação com o sono; alguns se pudessem dormiriam o dia todo. Mas isso nem sempre está relacionado a um excesso de

ra no corpo. Quando a pessoa

conseguiu criar uma rotina nor-

acorda, a temperatura interna do

mal: dorme cedo, no dia seguinte

corpo começa a subir e atinge o

acorda cedo e depois do almoço

valor máximo no final da tarde.

dorme até as 15h.

Depois, começa a cair e chega ao

Mas alguns jovens sofrem de

valor mínimo no meio da noite.

privação total de sono, durante

Na puberdade, esse mecanismo

toda a noite. Algumas medidas

sofre um atraso, o que faz do ado-

podem ser adotadas para extinguir

lescente um ser biologicamente

a insônia: Os exercícios físicos de-

programado para dormir e acor-

vem ser evitados após às 18h, em

dar mais tarde. O psiquiatra Dr.

função da ativação cerebral que

Lairton Costa Andrade explica

promovem. Pelo mesmo motivo

que isso é denominado “atraso

devem ser estimulados na parte

de fase do sono”, oposto do que

da manhã. Também é importante

acontece com idosos.

não haver luz intensa no quarto.

Ana luisa

Quando dormir desreguladamente é prejudicial à saúde

sono, e sim aos hábitos inade-

Isabela Freitas Pereira (15)

O Dr. Lairton relata que no

quados, como ficar acordado até

costuma ficar na internet até 2h.

consultório as queixas mais co-

de madrugada. Para compensar,

No dia seguinte acorda às 6h pra

muns são de insônia secundária,

acabam dormindo à tarde, o que

ir à escola, e sente uma grande di-

associada à ansiedade e depres-

prejudica o sono noturno.

ficuldade em se manter acordada

são. Por outro lado, noites mal

O ritmo de dormir é acompa-

durante as aulas. Aos fins de se-

dormidas trazem ainda mais an-

A qualidade de sono é es-

gular, com horários certos que

nhado por alterações fisiológicas,

mana, chega a dormir até as 13h.

siedade, além de irritabilidade e

sencial para uma vida saudável

permitam um verdadeiro des-

como a mudança da temperatu-

Já Gabriel José de Andrade (17)

baixa defesa do organismo.

e a realização plena de todas

canso durante a noite.

Descansar durante o dia é um hábito que pode ajudar Também é durante o sono

as atividades, por isso é muito

que atua o hormônio do cresci-

importante que os adolescentes

mento, até os 20 anos.

tenham uma rotina de sono re-

Fique atento a sua postura para não se esforçar em vão Alunos do ensino médio passam muito tempo sentados. Seja durante as aulas matinais, enquanto estudam sozinhos a tarde, em cursinhos noturnos, ou até mesmo ao utilizarem o computador para relaxar. Todo esse tempo se passa sentado, afinal de contas, este é o modo mais confortável de se realizar essas atividades. Mas será que eles estão lembrando de se sentarem direito?

Ficar sentado horas e horas de modo incorreto pode trazer sérios riscos a saúde. Normalmente, acontece apenas câimbras e dores musculares, mas isso pode se desenvolver em algo muito mais sério. Seja no estudo, no lazer ou no traba-

lho, devemos ter cuidado com a nossa postura em frente aos livros e ao computador. Para evitar problemas maiores, deve-se sempre lembrar de sentar com a coluna ereta, resistindo a tentação de “deitar” na cadeira. Se aproximar um pouco mais da tela do computador ou da mesa de estudo, para não ter que dobrar o corpo. Utilizar cadeiras próprias ao tamanho de suas pernas. Tudo isso são pequenas atitudes que podem prevenir problemas muito maiores no futuro, como hérnias de disco e problemas na coluna, como lordose e esclerose.

A fisioterapeuta Lorena Ribeiro Xavier nos deu algumas dicas de como evitar esses problemas:

— A cada 50 minutos sentado, tentar levantar-se por 10 minutos, para se alongar um pouco, flexibilizando os músculos. O ideal é que todos tenham em sua rotina uma espécie de atividade física. Algo que englobe uma atividade aeróbica e uma muscular, para evitar não só os problemas da má postura, mas também problemas de saúde no geral — explica.

Por isso, lembrem-se: Estudar é importante, ainda mais ao se tentar passar em um vestibular, mas caso relaxemos com nossa saúde, todo este esforço será em vão. Devemos cuidar tanto de nossa mente quanto de nosso corpo, para assim podermos viver uma vida feliz e cheia de saúde.

Ana paula

Lucas Humberto

Postura inadequada ao sentar pode ser prejudicial à saúde

Fãs ou fanáticos? Saiba quando isso se torna um problema Patrícia Sousa Segundo a psicóloga Carmen Lúcia Gomide, é normal que o ser humano, durante toda sua vida se espelhe em alguém com quem se identifica. Quando criança, as principais referências são os pais. Mas, à medida que amadurecem, constroem sua identidade e

assumem novos referenciais, porem, numa perspectiva autônoma e crítica.

A adolescência é marcada por uma forte busca pela aceitação do grupo, além de ser período de transição em que a identidade encontra-se indefinida. Sendo assim, o desejo de se inspirar em um ídolo, que geralmente é uma celebridade, se torna

mais forte. Isso é natural e, até certo ponto, saudável.

Porém, querer incorporar literalmente o ídolo, já é considerado uma patologia.

O estudante do terceiro ano do Ensino Médio, Gabriel José Ferreira de Andrade (17) é fã de bandas clássicas do rock como Black Sabbath, Led Zeppelin entre outras. Gabriel se conside-

ra um fã dentro dos limites e gosta de conhecer outras bandas.

— Música é uma das coisas que eu mais gosto. Às vezes, por exemplo, tem algo que eu tenho que dar mais prioridade, tipo escola e tal, eu fico com aquela música na cabeça, fico pensando em shows, isso distrai um pouco — ele afirma.

Então, se você é muito fã de alguém, e isso o prejudica socialmente, afetivamente ou fisicamente, cuidado!

Pode ser hora de procurar ajuda. É bom ter referências e buscar inspiração em seus ídolos, isso te trará mais conteúdo e estilo, mas nunca deixe de trazer essas ideias para a sua própria personalidade.

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

VIDA E SAÚDE 11

Ex i s te hora c e rt a p a ra a p r i me i r a v e z ?

Tamires Arsênio Você acha que existe uma idade certa para a primeira vez? Os jovens têm começado sua vida sexual cada vez mais cedo, o que levanta essa importante questão. Segundo o psicólogo Bernardo Garcia Neto, especialista em sexologia clínica, uma das explicações para essa precocidade envolve mudanças genéticas de uma geração a outra.

— Houve uma mudança biológica no nosso século.

Hoje uma menina de 13, 14 anos já tem quase o corpo de uma mulher, os meninos estão cada vez mais altos. Os hormônios estão cada vez mais acelerados — ressalta Bernardo.

O OutrOlhar realizou uma pesquisa com 31 es-

tudantes do ensino médio de Viçosa. Mais da metade deles considera que não há uma idade exata para a primeira vez, mas quase todos afirmam que deve ser algo planejado e levado com responsabilidade. A maioria é bem informada, mas apresenta medos em comum quanto à primeira vez: doenças venéreas e gravidez indesejada.

Bernardo destaca que essa é a principal questão a ser pensada sobre a perda da virgindade.

— É importante que o jovem conheça bem o seu corpo, tomando todos os cuidados para evitar um problema desse tipo — diz.

Ele acha que não existe uma idade pré-definida para o início da vida sexual. Mas ressalta que aqueles que fizerem isso muito jovens precisam de maturidade.

— Isso porque a adolescência é fase de desenvolvi-

mento, tanto físico quanto psicológico. — explica.

As jovens Flávia* e Jéssica* são exemplos de que nem sempre maturidade está ligada à idade. Flávia teve essa experiência aos 14 anos e se arrependeu, mas hoje encara tudo com naturalidade.

— Acho que se eu tivesse esperado por um cara com quem eu tivesse algo mais especial teria sido melhor.

Mas ainda espero algo feito da maneira certa — explica Flávia.

Já Jéssica perdeu a virgindade aos 18 e também se arrependeu. Quase um ano depois, mal consegue falar sobre a situação.

— Sempre fui mais madura para minha idade, mas nesse momento me deixei levar. Maturidade requer pensar nas consequências, e não fiz isso — desabafa.

Além de saber se cuidar e ter uma educação sexual adequada, Bernardo diz que

Tamires Arsênio

O início da vida sexual gera duvidas e medos na maioria dos jovens

A primeira vez é uma experiência marcante para o jovem

para não haver arrependimentos o jovem deve compreender o que realmente é o sexo.

— Sexo é fundamental-

mente afeto e emoção. Tendo essa ligação com o outro, há uma sexualidade bem mais resolvida — conclui o psicólogo.

*Os nomes usados na matéria são ficticios para proteger as fontes

O problema é você não ver o problema Ana Lopes A passagem do processo de experimentação da droga até o alcance de um estágio de dependência leva tempo. Muitas vezes os usuários não procuram ajuda porque não conseguem enxergar o problema e quando se dão conta, já é tarde demais.

A psicóloga e chefe da Divisão Psicossocial da UFV, Carmen Lúcia Gomide, explica que a busca do jovem pela droga se dá principalmente

pela curiosidade, pelo incentivo da turma e a necessidade de estar integrado ao grupo. Além disso, existe um sentimento de onipotência, onde ele não acredita que sofrerá consequências.

Existe também uma grande sedução exercida pela propaganda midiática que associada à curiosidade do jovem, vai levar ao contato dele com as drogas muito mais cedo.

Carmen ainda destaca que o jovem estabelece com a droga uma relação psicológica onde

Ana paula

Os “prazeres” da droga não valem mais que sua vida

só percebe os ganhos. Desta relação prazerosa, surge então a dependência psicológica que sustentará o consumo, até que esta, poderá tornar-se uma dependência física.

Outra complicação é que o jovem ainda está em fase de desenvolvimento, ou seja, terá comprometimentos muito mais agravados em relação a um adulto. Pois terá seu processo de desenvolvimento comprometido. Carmen Lúcia explica que a droga no metabolismo do jovem pode trazer sequelas, principalmente de ordem mental. Vários processos de surtos psicóticos, de depressão, de tentativas de suicídio são desencadeados pelo uso de algumas substância química: —Tanto o alcoolista, quanto o usuário da maconha ou de qualquer outra droga fica mais suscetível a um processo de confusão mental do que uma pessoa não usuária. Principalmente se ele tiver um antecedente na família. — diz a psicóloga da UFV.

O que algumas drogas podem fazer com seu corpo

Cigarro

Causa problemas respiratórios e câncer de pulmão, boca, garganta, bexiga e rim, afeta o desenvolvimento corporal, resseca a pele, amarela os dentes, causa mau hálito e dificuldade respiratória. Além disso, a nicotina causa dependência.

Maconha

Causa problemas respiratórios, prejuízo da memoria de curto prazo e da capacidade de concentração, lentidão da coordenação motora e dos reflexos, diminuição da capacidade de calcular distancia, velocidade e tempo de reação.

Álcool

Deixa o cérebro e corpo mais lentos, seu consumo em excesso pode levar ao coma e à morte; o álcool vai diretamente para a corrente sanguínea podendo aumentar o risco da pessoa contrair uma série de doenças, pode causar dano a todos os órgãos do corpo, principalmente , no sistema nervoso, coração, fígado e pâncreas.

12 MEIO AMBIENTE

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

Problemas gerados por enchentes incomodam população Jéssica Miranda

Situação precária da Avenida Bernardes Filho localizada no bairro de Lourdes, Viçosa (MG) gião. Outro pedaço da cidade esquecido por não atrapalhar a movimentação da cidade, segundo Fialho, é a pequena rua atrás da Casa Mendes onde passa o córrego Conceição. Em dia de fortes chuvas, chega a alagar as casas situadas no local.

Mas não é apenas a falta de estrutura pluvial que atrapalha a cidade. O número pequeno de lixeiras (grande parte delas em situação precária) favorece o entupimento das bocas de lobo. O secretário de obras admite que exista uma conscientização tímida para com a população de como tratar o lixo.

Já o assessor técnico da SAAE

(Serviço Autônomo de Água e Esgoto), Marcos Magalhães, diz que não há fiscalização que baste para tomar conta de todos os contêineres espalhados pela cidade. Fialho nos mostra um ponto nessa discussão interessante e já batido por quem acompanha o cotidiano de Vi-

çosa em toda a sua assimetria. A cidade universitária cresce planejada, enquanto a cidade que se esconde dentro dos muros e nos bairros afastados das Quatro Pilastras, continua com os mesmos problemas de décadas passadas.

JÉSSICA MIRANDA

Em 1946 foi registrado o primeiro problema de inundação em Viçosa com o rompimento de uma barragem. Houve outros eventos em 76, 79, 82. Na virada de 2000 para 2001, 2004, 2006, 2007, 2008 (isso apenas nos relatos feitos pela população). Na virada do milênio ocorreu o desabamento de metade da Avenida Ph Rolfs e em 2004 a destruição de um distrito inteiro de Viçosa. É nítido o histórico de alagamentos na cidade, construída em cima de diversos córregos e de um brejo. Até hoje a administração pública não conseguiu se estruturar suficientemente para resolver os problemas naturais da região e solucionar os novos que surgem a cada ano.

Segundo o professor do Departamento de Geografia da UFV, Edson Fialho, o incentivo ao crescimento urbano ajuda nas constantes enchentes das ruas. Um fluxo muito grande de pessoas chega à cidade to-

dos os anos. Uma cidade que não tem bocas de lobo em todas as ruas, que conta com vias que não alagam e asfalto que apodrece rápido. Esses pontos seriam um dos vários motivos do problema constante. “Obra em baixo da terra não dá placa” - disse a comerciante da Avenida Bernardes Filho. Uma moradora do bairro de Lourdes há mais de trinta anos relata que todas as obras feitas na região não resultam em nada significativo. A cada nova chuva, há um novo alagamento. Segundo o professor Fialho, a avenida recebe uma vazão de água muito grande, começando no Santa Clara, e transformando-se num grande vazamento, que resulta na dificuldade de escoamento.

O secretário de obras da cidade, Cleves de Faria, explica que existem projetos em andamento para os principais pontos de alagamento da cidade: Rua dos Estudantes, Avenida Bernardes Filho e Praça Mário Del Giudice. Mas como ressalta o professor, não são apenas esses pontos que tem sérios problemas.

A área rural de Viçosa também sofre com as chuvas: pontes levadas e estradas cobertas isolam a população dessa re-

JÉSSICA MIRANDA

Depredação das lixeiras também agrava a situação

Lixeiras da cidade sofrem com descaso e falta de cuidados

Aprendendo a reduzir, reutilizar e reciclar ideias Paula Fernandes

Estudantes da Effie Rolfs mostram trabalhos na escola

Desde 2011, escolas de Viçosa recebem o Projeto InterAção e trabalham a reciclagem dentro do ambiente escolar.

O projeto de seis anos, tem por objetivo: “potencializar a função educadora das escolas, incentivando a formação de agentes multiplicadores”, segundo a Coordenadora do Departamento de Ciências Sociais, Nádia Dutra de Souza. Ela ressalta “a importancia da construção coletiva de uma consciência ambiental reflexiva e criativa, que perceba as

Decoração com objetos recicláveis Anna Motta

Em tempos que a Reciclagem e o cuidado com o Meio Ambiente são temas muito falados, utilizar objetos que seriam descartados de forma decorativa parecem uma solução interessante e barata! Existem

muitos sites de compartilhamento de fotos que inspiram e mostram exemplos de como decorar com o que antes seria lixo, como o WeHeartIt (weheartit.com) e o Pinterest (pinterest.com). É fácil nave-

gar nas páginas pesquisando palavras como “reciclagem” e “decoração”, além de uma famosa sigla em inglês: D.I.Y., que significa Do It Yourself, ou Faça Você Mesmo.

dinâmicas sociais e naturais de forma integrada”, como acrescenta.

De todas as escolas viçosenses, sete já foram contempladas pelo InterAção: Centro Educacional Génesis, Escola Estadual José Lourenço, CASB e Escola Estadual Raul de Leoni, Escola Estadual Santa Rita de Cássia, Escola Municipal Edmundo Lins e Colégio Equipe; e esse ano, a Escola Estadual Effie Rolfs (EEER). Isabela Dias, estudante do 2º ano na EEER exalta que: “aprender

Dicas: • Caixotes de feira podem virar porta-revistas, estantes e prateleiras; • Latas de alimentos, caixas de sapato e embalagens diversas são ótimas opções para guardar objetos como material escolar e itens de maquiagem;

na prática é muito mais legal do que dentro de sala”.

Sobre o desenvolvimento do projeto, destaca que “a intenção é que, após o trabalho desenvolvido, os alunos se tornem disseminadores de uma nova consciência ambiental, expandindo para comunidade Viçosense”. Para ter o Projeto InterAção na sua Escola entre em contato com a equipe pelo telefone 3899-1559, pelo site www.projetointeracao.ufv.br ou pelo facebook www.facebook.com/projeto.interacao.9

• Pneus, caixas de leite e garrafas plásticas podem virar pequenos sofás; • Lâmpadas incandescentes funcionam como vasos para pequenas flores.

Usando a criatividade é possível transformar o seu ambiente, torná-lo mais bonito e gastar pouco.

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

MEIO AMBIENTE 13

Cultura ambiental para o plantio de árvores Patrícia Meireles A cada semente plantada, se germina uma esperança verde. Por trás dos grandes avanços econômicos e aperfeiçoamento de técnicas produtivas, há um mundo natural que precisa de cuidados.

Com o tempo, a coloração esvedeada se perdeu nos tons de cinza das cidades e ativistas ambientais não somente se espelham na mudança da paisagem ambiental, tomada por arranha-céus nos corações suburbanos, como esperam resultados quase que imediatos de práticas colaborativas. É a vontade de ver árvores de quem passeia nas ruas, praças e em todo lugar público conhecido do cotidiano urbano que carrega essa ponta de fé. Na tentativa de neutralizar

a emissão de gases poluentes e recobrir áreas descobertas com plantas nativas, o Programa Carbono Zero do Departamento de Engenharia Florestal (DEF) da UFV, chega com a iniciativa de práticas sócio-ambientais e de reflorestamento para toda comunidade interessada.

Criado na 81ª edição da Semana Fazendeiro, evento anual repercutido dentro e fora da UFV, o Carbono Zero deu os seus primeiros passos. Serviu de exemplo a trabalhadores e produtores rurais para melhor administrarem suas propriedades em sintonia com o meio ambiente. Quem fala sobre o assunto é Daniel Brianezi, Engenheiro Florestal e membro do projeto sustentável em Viçosa, de que é preciso ser feitas mais campanhas educativas nas escolas de incentivo a políticas públicas de plantio: “Em

pequenas ações do dia-a-dia, mas principalmente a importância da pessoa no racionamento daquela ação, fazendo a reutilização do material sempre que possível”, explica. O Engenheiro Florestal também enfatiza que o aluno desde cedo deve ficar atento e não jogar lixo de forma inadequada, economizar energia e fazer uso de transporte coletivo para reduzir a emissão de gases poluentes.

“O que se vê em Viçosa, é exatamente isso, o Centro da cidade já está totalmente ocupado. Você tem algumas regiões mais externas não sendo ocupadas de forma desorganizada e, consequentemente, isso está mudando a ecologia, a região de uma maneira geral. Nossa vegetação está sendo suprimida e no futuro pode-se ter problemas com erosão, deslizamentos”, finaliza.

PAULA FERNANDES

Ocupação irregular do solo amplia desmatamento

Áreas devastadas reduzem o verde de Viçosa

Conheça as belezas e encantos da Serra do Brigadeiro Você pode até não saber, mas pertinho de Viçosa tem uma ótima opção para quem gosta de ecoturismo.

O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, que faz parte do Circuito Turístico da Serra do Brigadeiro, é um ótimo destino para quem está à procura de aventura, o Parque oferece quase todos os atrativos para um bom passei de ecoturismo: trilhas pela Mata Atlântica, cachoeiras, esportes de aventura.

Segundo o IEF, Instituto Estadual de Florestas, o Parque foi criado em 1996 e ocupa uma área de 14.984 hectares, onde se pode encontra montanhas, vales, chapadas, encostas e diversos cursos de água que fazem parte das bacias dos rios Paranaíba do Sul e Doce.

Os principais atrativos do Parque são: a Pedra Redonda, a Pedra Campestre, o Pico do Soares, o Pico do

Boné e o Pico do Itajuru.

Além, é claro das diversas cachoeiras que proporcionam aos turistas deliciosos e refrescantes banhos. A mais famosa delas é a Cachoeira da Fumaça onde pode ser praticado o rapel, trekking e a canoagem.

O Brigadeiro é, também, refúgio de algumas espécies da fauna ameaçadas de extinção. A principal espécie que pode ser encontrada na mata é o mono-carvoeiro, também chamado de muriqui. O animal é considerado o maior primata das Américas. O macaco pode ser encontrado nas trilhas do Parque.

Nas cidades localizadas no Circuito é possível encontrar, também, outros atrativos turísticos como a produção de artesanato feitos com matéria prima local, a arquitetura do lugar, que é bastante diversificada e com seus casarões bem preservados contam a história de Minas Gerais. A localidade também é conhecida

LAÍS COLETTA

Letícia Rodrigues

Em visita à região, turistas admiram a vista panorâmica do Pico do Boné como “Polo da Moda” por ser uma das referências do mercado têxtil no estado e tem ainda as delícias gastronômicas da região que dão um sabor especial à viagem.

Chegar ao Parque do Brigadeiro é possível através de

dois acessos. Através de Muriaé, onde se encontra a sede do circuito e a portaria “Pedra do Pato”. E a mais próxima a Viçosa que é a “Portaria Araponga”, que como o próprio nome já diz fica da cidade de Araponga localizada à 62 km de Viçosa.

Apesar de todos esses atrativos, o Parque não possui local para camping, o horário de visitação é de 7h às 17h. Quando for fazer a visita programe-se bem para poder aproveitar todas as belezas do local.

14 ESPORTES

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

Pôker é elevado à modalidade esportiva Alexandre Scheibel Você sabia que o pôker é um esporte? Muitos não sabem, mas ele foi reconhecido mundialmente como tal em 2010 pela International Mind Games Association (IMSA) e no Brasil já existia até uma Confederação dedicada ao esporte.

Criada em 29 de janeiro de 2009, a CBTH tem como objetivo a busca pelo reconhecimento do esporte como tal e não como um jogo de azar como foi alcunhado por várias décadas. Além disso, ela também exerce o trabalho de promover e divulgar competições da modalidade.

Já a ADTP (Associação de diretores de pôker), é uma entidade chancelada pela CBTH, responsável pela transmissão

das regras do esporte e pela sua aplicação seguindo os preceitos e regulamentos recomendadas pela TDA (Tournament Directors Association), órgão mais importante do esporte nos Estados Unidos.

O pôker, - que já é uma prática com elevada adesão nas mais variadas faixas etárias -, tende a ganhar muito mais praticantes depois da sua promoção a modalidade esportiva.

Até porque, além de meio de lazer, ele é também um esporte altamente lucrativo, mas que como todos outros, necessita de muito treinamento e estudo. Afinal, como diz o principal argumento da CBTH que define a prática como esporte afirma que “ele não depende apenas de sorte, mas sim de habilidades, tais como: matemática, controle emocional, competitividade, raciocínio, psicologia, inteligência, objetividade, e sociabilidade”.

O que facilita muito a prática do pôker é a possibilidade de poder jogá-lo virtualmente, – artifício usado também por muitos profissionais para treinar -, já que, não se realizam torneios em mesas físicas com tanta frequência.

Murilo Knauf (16), aluno do 2º ano do ensino médio do Colégio Equipe é um exemplo de jovens que praticam o pôker no ambiente virtual. Praticante há dois anos, ele diz que joga quase sempre pela Internet, local onde aprendeu as regras do jogo. O interesse surgiu após assistir um campeonato na TV. Seus pais sabem que ele pratica o esporte e inclusive ele diz que já até tentou ensiná-los a jogar, sem sucesso Na primeira Copa do Mundo da modalidade o Brasil fez bonito e conseguiu o vice-campeonato do torneio por equipes disputado na modalidade “Duplicate Poker”, já

Murilo knauf

Ele é considerado o jogo de cartas mais popular do mundo

Murilo Knauf Lopes é mais um entre os muitos jovens atraídos pelo esporte no evento individual chamado “The Table” o país alcançou a 3ª colocação com o presidente da CBTH Igor “Federal” Trafane.

Se interessou pelo esporte?

Então entre no site da Con-

federação que é http://www. cbth.org.br/ e saiba mais sobre ele, como jogar e quais são as regras e como se dá a prática no Brasil.

Jogos de azar no Brasil Alexandre Scheibel

Os jogos de azar foram proibidos no Brasil no dia 30 de abril de 1946 a partir do decreto-lei 9 215, assinado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra sob o argumento de que o jogo degradava o ser humano. Muitos dizem, no entanto, que essa medida veio da influência da primeira dama, Carmela Teles Leite Dutra, por conta da sua forte devoção à Igreja Católica.

No cassino do Hotel Copacabana Palace foi realizada a última partida de roleta no Brasil. Hoje, alguns setores da sociedade defendem a legalização dos jogos de azar, utilizando-se de três argumentos: a invocação aos “bons costumes” utilizada na proibição dos jogos de azar não tem mais validade na atual ordem jurídica vigente no país; os jogos de azar geram empregos e a questão da lavagem de dinheiro, – sempre ligada aos jogos -, ocorre em qualquer atividade econômica, não apenas nos jogos de azar.

Um projeto de lei denominado PL 2 826/2008, se encontra atualmente em processo de tramitação na Câmara dos Deputados, a fim de legalizar os jogos ditos de azar no Brasil.

pratique tênis, você se diverte e a sua saúde agradece Depois de uma longa jornada de estudos a única coisa que queremos é paz e sossego, não ter que fazer qualquer esforço que seja, certo? Mas será que isso faz bem pra você?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% das pessoas do mundo são sedentárias e estão sujeitas a desenvolver inúmeras doenças devido ao sedentarismo. A OMS indica que cada pessoa deve realizar 30 minutos diários de atividade física moderada quatro ou mais vezes por semana. Portanto, praticar atividades físicas regularmente é essencial para uma vida saudável e duradoura.

E você? Quantas horas você dedica para um exercício físico na

semana? Para se ter qualidade de vida existem várias alternativas, dentre elas está o Tênis.

O Tênis ainda não é um esporte muito popular no Brasil quanto o futebol, menos ainda em Viçosa, além de carregar consigo um estigma de esporte da elite. Isso se deve a algumas barreiras que o esporte traz com ele, como a necessidade de uma quadra específica, raquetes e calçado adequado para a prática da modalidade. Mas se formos pensar bem, todo esporte tem suas especificidades e se você quiser pratica-lo do melhor jeito e mais saudável são necessários investimentos. Investimentos estes, vale ressaltar, em você e na sua saúde.

No bairro de Ramos encontra-se a Ramos Tênis Clu-

be, ainda pouco conhecida na cidade. Lá é possível fazer aulas semanais de Tênis pela manhã, tarde e noite, e a primeira aula de experimentação é gratuita.

E se fizer com uma turma de amigos ainda fica mais barato!

Além disso, na UFV existe o Programa Segundo Tempo Universitário, que em parceria com o Ministério do Esporte, oferece atividades esportivas gratuitas, dentre elas o Tênis, que acontecem no Departamento de Educação Física às quartas-feiras e sábados. Mas, é estritamente universitário. E para quem já pratica Tênis, as quadras próximas ao Departamento de Educação Física ficam abertas durante o dia, basta levar sua raquete, bolas e convidar os amigos.

Rodrigo cupertino

Rodrigo Cupertino

A Ramos Tênis Clube é uma boa opção pra quem quer exclusividade

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

ESPORTES 15

Mitos e verdades sobre atividades físicas Afinal, é preciso ficar atento pois nem tudo que falam por aí é verdade. Somente um profissional da área pode confirmar isso

Jéssica Santana

Muitas pessoas deixam de fazer algum exercício físico ou o praticam de maneira errada por desconhecerem algumas informações muito importantes e que, geralmente, são passadas erroneamente. O treinador físico Cleidimar Martins explica o que é mito e o que é verdade em relação a alguns boatos que circulam por aí. Tire as dúvidas a seguir.

1. Musculação pode retardar o crescimento de adolescentes.

VERDADE ►O treinamento resistido pode retardar o crescimento se o adolescente, em fase de desenvolvimento, realizar o treinamento com muita sobrecarga, sem respeitar seus limites de maturação óssea. Mas se for realizado com baixa intensidade não corre risco algum, pode sim ajudar no desenvolvimento físico e motor desde que respeite o princípio da individualidade de treino e a condição de crescimento ósseo da pessoa.

2. Há perigos para saúde das pessoas que fazem atividades físicas apenas aos finais de semana, os chamados“atletas de final de semana.”

VERDADE ►Para os que não realizam exercícios físicos com frequência e não têm hábitos de vida saudáveis no dia-a-dia podem correr riscos ao praticar determinadas atividades esporadicamente. É importante também, que este tipo de pessoa realize acompanhamento médico para saber se pode ou não estar fazendo estas atividades no fim de semana.

3. Basquete só é recomendado para pessoas altas.

MITO ►Não é obrigatório ser alto para se jogar basquete. Se uma pessoa baixa tiver habilidades para jogar e conseguir superar sua falta de estatura pode sim jogar.

No jogo a posição de armador na maioria das vezes é desempenhada por jogadores mais baixos.

4. Balé emagrece.

MITO ►O que acontece é que para ser uma bailarina de balé exige-se muita dedicação, treinamentos exaustivos e restrições em muitos hábitos de vida. E, devido ao perfil físico das bailarinas ser magro, e as exigências de valências físicas que a dança exige, esses são pré-requisitos na iniciação dessa prática.

5. Correr queima mais calorias do que pedalar.

MITO ►Depende da forma com que se faz cada exercício. Levando em consideração tempo de duração, intensidade e outros fatores. A diferença é que na corrida se tem a ação de mais grupos musculares que na bicicleta, por ter movimentos de braços e pernas, diferente da bicicleta que foca mais nas pernas.

6. Não tem de ser forte para poder ser musculoso.

VERDADE ► O fato de uma pessoa ter uma massa muscular grande não implica que ela sejaforte, a qualidade física força é algo treinável e de forma muito diferente que o treinamento para aumento de massa muscular. Mas, uma pessoa que obtenha bom condicionamento em nível de força consegue ter um bom nível de treino para aumentar massa muscular.

7. Ginástica localizada reduz a gordura localizada naquela área.

MITO ►Ela ajuda a tonificar a musculatura da área trabalhada dando aspecto mais rígido. Já a redução da gordura esta relacionada à realização de exercícios aeróbicos, dieta, e a um balanço energético adequado.

8. Pessoas muito magras não podem praticar levantamento de peso.

MITO ►Se a pessoa tiver boa qualidade física de força pode sim, praticar levantamento de peso, visto que, a modalidade é dividida por categorias de peso.

9. Quanto maior a dor maior será o resultado.

MITO ►A dor não é um parâmetro para desenvolvimento da efetividade do treino. O fato de realizar um exercício sem sentir dor, mas dentro de suas capacidades máximas, não quer dizer que não vá gerar resultado. A dor muito vezes pode estar relacionada a um problema lesivo.

10. A natação é a prática esportiva mais indicada para adolescentes.

MITO ►A prática esportiva mais indicada é a que a pessoa mais goste, pois, a chance de adesão a uma rotina de exercícios será maior. No caso dos adolescentes o indicado é que vivenciem o máximo de atividades possíveis até encontrar uma que mais se identifique.

Games como caminho para o combate ao sedentarismo

Se você é uma daquelas pessoas que sabe que precisa fazer alguma atividade física para sair da vida sedentária e melhorar a saúde, mas não gosta de academia e não se dá muito bem ao praticar esportes, confira uma alternativa para começar a se exercitar de forma divertida e sem sair de casa, já que, a atividade pode ser realizada em um espaço reduzido.

Video Games como Nintendo Wii, Kinect e Playstation Move cumprem perfeitamente com essa proposta, pois, para jogar é preciso se mexer! Trata-se de games que são capazes de detectar os movimentos das

pessoas, que estão jogando, em até três dimensões. Os aparelhos Wii e Kinect são os consoles mais populares disponíveis no mercado. Os jogos que mais fazem sucesso são os de esportes e os de dança, mas, existem outros títulos pra quem não gosta desses temas ou queira variar de vez em quando. É importante lembrar que os jogos de vídeo game não substituem a atividade física completamente e não permitem também a interatividade social proporcionada pela prática de esportes.

O personal trainner Carlos Alberto Duque explica que esse tipo de jogo pode ser uma boa alternativa para iniciar a prática da atividade física, mas não pode ser considerado atividade física

em si, porque o movimento não se aproxima muito do real. Por exemplo, ao jogar o jogo de atletismo em dos consoles, o movimento que é realizado pelo jogador não se aproxima nem um pouco da realidade.

Outra dificuldade dessa pratica, é o alto investimento realizado na compra do video-game que não sai por menos de 800 reais com os aparatos necessários minimamente para se exercitar.

Mas, para quem não gosta ou não pratica atividades físicas com frequência, começar através do vídeo game pode ser uma forma de experimentar e tomar gosto por exercícios.

E quem sabe até querer se transformar em um atleta da vida real.

Camila Cristhian

Camila Cristhian

principal vantagem é poder realizar atividade no aconchego do seu lar A

16 CIDADE

OUTROLHAR ABRIL DE 2013

Lazer para menores de dezoito anos em Viçosa O que os jovens fazem e o que gostariam de fazer para se divertir.

Nas festas de bebida liberada eles não podem entrar.

O que fazem os jovens com menos de 18 anos em Viçosa? É normal ver adolescentes espalhados pela cidade: lugares como o Calçadão e o campus universitário são os principais pontos de encontro deles. Mas será que a cidade possui espaços específicos para receber essa faixa etária da população?

Perguntamos aos estudantes das escolas Santa Rita de Cássia, Effie Rolfs, Colégio Anglo e Colégio Da Vinci quais os locais que mais frequentam e que estes adolescentes acham sobre a oferta de lazer para eles.

A maioria das respostas dos estudantes do ensino médio diz que os lugares mais frequentados por eles são a Universidade Federal de Viçosa, restaurantes e lanchonetes e o cinema.

Na UFV, esses adolescentes buscam pela prática de esportes nas quadras, devido a deficiência de espaços esportivos nos bairros ou então a falta de abertura das escolas para momentos

educativos” destinados para essa faixa etária.

Outros espaços destacados pelos jovens são os clubes, sorveterias e praças dos bairros.

Esses locais atendem todas as faixas etárias e principalmente os adolescentes. As estudantes da Escola Effie Rolfs, Jamily Guimarães (14) e Francielly Rodrigues (14) acreditam que mesmo poucos, existem sim lugares destinados a esse público, como o cinema, os clubes e sorveterias. Para elas, estes espaços devem ser melhorados e ampliados, para dar mais conforto aos jovens.

Mesmo com espaços apropriados para menores, alguns jovens ainda frequentam festas e shows, com a autorização dos pais ou acompanhados de responsáveis. Para evitar esse tipo de evento, que muitas vezes não é destinado especificamente para menores de idade, a solução proposta pelos alunos do Effie Rolfs Michele Silva (16) e Victor Fernandes (15), seria a criação de “bailes e festas dedicadas a menores de 18 anos”, como por exemplo “uma espécie de boate” onde os jovens pudessem se encontrar e se divertir.

Qual a opinião dos jovens sobre opções de lazer? “É difícil escolher um lugar seguro e prático para ir. Neste sentido, a cidade sofre deficiência. Poderia se investir em praças de lazer.” - Patrícia Silva Paiva (16), Escola Santa Rita de Cássia “Viçosa poderia ter um projeto social público para estudantes do ensino básico, com atividades esportivas e cursos gratuitos.” - Robert de Souza (15), Escola Estadual Effie Rolfs “As autoridades poderiam investir em quadras de esporte e incentivar o interesse pela cultura, por meio de livros, filmes e músicas.” - Juliana Virgílio (18), Escola Santa Rita de Cássia “Poderia haver mais lugares para encontrar os amigos além de praças e ruas. Talvez uma praça de esportes ou algo mais acessível a todos.” - Yasmin Oliveira (14), Colégio Da Vinci “Um Parque Municipal, onde os amigos possam se reunir ou até mesmo outros locais para agradar o público jovem.” - Mateus de Castro Brandão (15), Escola Santa Rita de Cássia “Faltam espaços para menores de idade e espaços culturais diferenciados, como apresentações teatrais e educativas. Pois a maioria são festas e shows.”

- Luara Gonzaga (16), Colégio Anglo

História em quadrinhos explica como surgem leis municipais Vinícius Rennó Sabe como surgem as leis da sua cidade? Pode parecer um assunto chato a primeira vista, mas e se isso fosse explicado na forma de HQ? Confira o nosso infográfico em quadrinhos e se interesse.

* Cidadãos podem criar um projeto de lei com abaixo-assinado contendo assinaturas de pelo menos 5% dos eleitores locais

Vocabulário político Comissão: conjunto de pessoas formado para cumprir tarefas específicas dentro de um grupo maior.

Legalidade: qualidade de algo dentro da Lei. Parecer: pronunciamento oficial sobre certo tema.

Pauta: lista de assuntos discutidos em uma reunião.

Plenário: órgão máximo da Câmara, formado pela reunião dos Vereadores.

Promulgar: ação do Presidente da Câmara de publicar oficialmente uma lei.

Protocolar: ação burocrática; dar número de registro a um documento.

Sancionar: confirmar a aprovação de uma lei, permitir que ela seja promulgada.

Vetar: negar aprovação; impedir um processo.

Unanimidade: concordância entre todos os membros de um grupo sobre determinado assunto.

Bárbara albuquerque

Bárbara Albuquerque

de lazer. O estudante da Escola Effie Rolfs, Sávio Luis Moreira (16) diz que “as escolas deveriam ter quadras melhores ou mais quadras” e que “deveriam dar mais condições para os alunos que no futuro pretendem ser um jogador”. Para praticar esportes, Sávio costuma ir à UFV jogar futebol com os amigos. Renato Arruda dos Santos (16), estudante da Escola Santa Rita, diz que costuma frequentar a UFV e o Calçadão em seus momentos de lazer e que Viçosa possui muitos lugares para a diversão dos jovens, mas “poderia melhorar muito com a criação de espaços esportivos”.

Para a estudante do Colégio Anglo, Bianca Name (16), que costuma frequentar bares e restaurantes, o “que poderia ter é um atrativo” nesses lugares.

Para ela, o que falta em Viçosa é “um teatro, algo dinâmico nas ruas, como por exemplo um parque de exposições”, onde os jovens menores de 18 anos tivessem um programação voltada para essa faixa etária. Marcela Belcovelo (17) e Lucas Silva Lustosa (16), ambos alunos do Colégio Da Vinci, concordam que “poderiam existir mais ambientes propícios” e “eventos