OutrOlhar Edição 32

OPINIÃO • Você tem preconceito musical? Todo mundo tem o direito de ouvir a música que quer e ninguém pode definir as pessoas pelo seu gosto • PÁGINA 3

JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO - UFV • ANO 9 • EDIÇÃO NO 32 • AGOSTO DE 2013 PABLO CAMPOS

Tradição Europeia Os bailes de 15 anos ainda realizam sonhos no século 21

Embora muitos anos tenham passado, e com eles costumes tradicionais, os bailes de debutantes são frequentes em Viçosa, que tem uma média de oito festas por mês. A valsa é uma das poucas tradições que ainda se mantém • PÁGINA 6

REPRODUÇÃO/ EZRAN KAMAL

Fumar faz mal

Mulheres nas lutas

Elas estão deixando o exercício aeróbico e a musculação e abrindo espaço para uma nova modalidade crescente no gênero feminino, as lutas • PÁGINA 13

IMPACTO PÁGINA 6

Carvão vegetal Cidade sem semáforo

Confira as modificações que a cidade sofreu Do conhecido cigarro de papel ao pouco Em Ubá e com auxílio da UFV, Usina de e ainda precisa passar - com a implementação falado cigarro eletrônico, nenhuma forma Carvão Vegetal representa alternativa de sinais, em 2011. Motoristas, ciclistas e de consumo de tabaco é isenta de danos à sustentável para o futuro. Conheça o pedestres apontam alguns pontos críticos do saúde • PÁGINA 9 processo • PÁGINA 4 centro de Viçosa • PÁGINA 14

LAUZEMIR CARVALHO

Descubra as ilhas de calor na cidade

PÁGINA 10

2 OPINIÃO

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

Manifestações têm força, mas não foco O Movimento paulista chamado Passe Livre decidiu convocar a população da maior cidade do país a ir às ruas protestar contra o aumento de 0,20 centavos no valor das passagens do transporte público local.

As pessoas foram e a elas se juntaram inúmeras outras com demandas diferentes como educação, saúde, a corrupção entre tantos outros assuntos. O fato demonstra a falta de unidade da mobilização que em

pouco tempo ganhou o país.

O povo brasileiro, na maioria estudantes, aproveitando a onda de insatisfação desencadeada em São Paulo, começou a tomar às ruas de várias cidades como Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Juiz de Fora e Viçosa.

Muitos outros municípios participaram dos atos que aconteceram no momento em que o Brasil recebia o primeiro dos três eventos esportivos internacionais que

tirar o poder de investigação do Ministério Público.)

A quantidade de pessoas dispostas a saírem de casa e fazer seu papel de cidadãs nas ruas impressionou e foi válida. O preço das passagens (começo de tudo) diminuiu não só em São Paulo, mas em diversas outras cidades. A PEC 37 não foi aprovada, o que deixa claro que objetivos concretos e colocados em unidade trarão resultados, mas só sair às ruas com frases feitas e caras pintadas não fará mudar a realidade desse gigante recém acordado, porém ainda sem rumo.

Ideias e conhecimentos rasos sobre as causas pelas quais se vai à luta acabam tirando a força do movimento que tem potencial, desde que saiba e aplique o que quer.

Primeiro protesto em Viçosa no dia 17 de junho, os manifestantes colaram cartazes na Prefeitura

Lílian Moura

MICHAEL MAIA

sediará até 2016, a Copa das Confederações da Fifa.

Enquanto a bola rolava milhões de brasileiros entoavam um coro que dizia “o gigante acordou” “vem pra rua” e não estavam falando da seleção que acabou campeã da competição. O grito era por um Brasil que investisse mais dinheiro na qualidade de vida do povo e não em estádios, pelo fim da corrupção, pela não aprovação da PEC 37(proposta de emenda à Constituição, que pretendia

É muito mais do que chamar atenção Outro dia ouvi meu irmão de 11 anos reclamar de um colega de classe, – o tempo todo ele quer que todo mundo olhe pra ele – disse Caio Maia, indignado pelo comportamento do menino. Conversei mais um pouco e associei a situação a algumas que já presenciei, e acho que não sou o único.

Sabe aquelas pessoas que querem ser o centro de atenção?

Vamos combinar que ter um pouco de prestígio e saber que as pessoas estão falando bem de você é gratificante, não se pode negar, mas às vezes algumas pessoas

podem querer isso toda hora e atrapalhar a vida de outras. Esse comportamento é característico do Transtorno de Personalidade Histriônica, ou Histérica, uma perturbação psicológica que pode atrapalhar na formação profissional e social do indivíduo. A TPH se desenvolve na adolescência e se mistura a outros transtornos de personalidade (como a bipolaridade) e o seu diagnóstico é feito da análise das pessoas no convívio social.

O perfil de quem possui o transtorno é caracterizado por muito drama e instabilidade,

Edição nº 31 – AGOSTO de 2013 Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa (UFV), atualmente sob

o indivíduo sempre busca elogios, aprovações e reafirmações. Dentro da sala de aula esse perfil pode ser encontrado em pessoas que ridicularizam as outras.

Mesmo que seja uma piada sem maldade, é uma maneira para que as suas qualidades se destaquem, apontando os defeitos dos outros. Tática involuntária que para quem possui o transtorno é apenas uma brincadeira. É importante destacar que mesmo uma pessoa que requer atenção a todo momento é cansativa, o seu transtorno é grave e pode piorar com o tempo.

Coordenador do Curso de Jornalismo Profª. Mariana Lopes Bretas Editor Geral Prof. Joaquim Sucena Lannes Registro: MT-RJ-13173

a responsabilidade da turma de 2011, na disciplina COM 452 – Jornal-Laboratório I. Apoio: Centro de Ciências Humanas Letras e Artes - CCH Endereço: Vila Giannetti, Casa 39, Campus Universitário35670-000- Viçosa. MG Tel: 3899-2878 www.com.ufv.br Reitora: Prof ª. Nilda de Fátima Ferreira Soares Diretor do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes: Prof. Walmer Faroni Chefe do Departamento de Comunicação Social (DCM): Prof. Joaquim Sucena Lannes

Segundo a Associação Americana de Psiquiatria é um dos transtornos que mais leva a depressão e também ao suicídio. Não se pode criticar e ignorar a perturbação, e no caso o indivíduo. Ele precisa de ajuda, e o mais importante, dos amigos na hora do tratamento que é feito com psicoterapias.

Pode ser uma situação complicada, mas é nesses momentos que podemos mostrar que a amizade é fundamental em qualquer momento de nossas vidas.

Michael Maia

Diagramadores: Comportamento - Bárbara Albuquerque e Marcela Barbosa; Cultura - Alexandre Sheibel; Vida e Saúde - Felipe Pacheco; Opinião - Michael Maia; Meio Ambiente - Lucas Humberto; Ciência e Tecnologia - Jéssica Silva e Andrezza Vieira; Cidade - Fernanda Borel; Esportes - Thalita Fernandes.

Editoria de arte: Fernanda Borel.

Turma: Isabela Zampier; Bárbara Albuquerque; Alexandre Scheibel ; Camila Calixto ; Fernanda Borel; Felipe Pacheco; Vanessa Coutinho; Marcela Barbosa; Pablo Campos; Vanessa Castro; Verônica Valverde; Camila Christian; Lilian de Moura; Andrezza Vieira; Patricia Sousa; Fernanda Lopes; Rodrigo Cupertino; Paula Fernandes; Caíque Verli; Jessica Silva; Marina Mattos; Lucas Humberto; Michael Maia; Mariana Bellozi; Lucas Gandra; Edivânia Cristina; Jéssica Santana; Patrícia Meireles; Laís Coletta; Thalita Fernandes; Betânia Pontelo; Letícia Rodrigues; Laura Gomes; Ana Lopes; Jéssica Reis; Anna Motta.

Monitor: Lauzemir Carvalho (Turma de 2010)

Tiragem: 1.500 exemplares Os textos assinados não refletem necessariamente a opinião da Instituição ou do Curso, sendo da responsabilidade de seus autores e fontes. Cópias são autorizadas, desde que o conteúdo não seja modificado e que sejam citados o veículo e o(s) autor(es).

Universidade Federal de Viçosa 85 anos

AO LEITOR Transformar temas do cotidiano em matérias que além de informá-lo possam ainda mostrar caminhos e orientá-lo na trajetória de sua vida são alguns dos objetivos voltados para você leitor do jornal OutrOlhar.

Nesta edição, selecionamos assuntos empolgantes que esperamos possam servir para ampliar as suas fronteiras e experiências, ajudá-lo nos exercícios escolares e ainda mostrar detalhes sobre fatos e temas que geralmente passam despercebidos no dia a dia, mas que são importantes para que o seu acervo de conhecimento seja enriquecido.

Cada assunto publicado em nossas edições é visualizado previamente, analisado, discutido e muito trabalhado para que possa ser transformado em matéria e texto final ilustrado, numa linguagem acessível e que seja do seu interesse e agrado.

Da mesma forma, a junção dessas matérias, em cada edição, também obedece a uma rigorosa seleção e igual critério na forma como elas serão apresentadas a você com harmonia, praticidade na leitura e organização.

Todo esse processo requer conhecimento prévio (estudo e pesquisas), perspicácia, determinação, conhecimento de técnicas jornalísticas e muito talento, características essas encontradas em nosso corpo editorial que são os alunos do curso de jornalismo da Universidade Federal de Viçosa. Ao mesmo tempo eles se dedicam em aperfeiçoar as técnicas jornalísticas aprendidas durante o curso e produzir um jornal de qualidade para você.

Esperamos que a presente edição seja do seu agrado.

Uma excelente leitura.

Joaquim Lannes

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

OPINIÃO 3

A importância do fone de ouvido e do respeito Uma “campanha” bastante comum nas redes sociais é em prol da doação de um fone de ouvidos a um funkeiro, pelo fato de pessoas (e não exclusivamente ouvintes do ritmo) ouvirem músicas altas em celulares e aparelhos de som portáteis em locais públicos. A questão é: o que realmente incomoda? O som alto ou o estilo musical?

Então se não fosse funk, mas samba, ou rock, ou pop, seria agradável? O silêncio então poderia ser interrompido?

Pode ser estranho pensar que o preconceito musical pode magoar alguém e que é preciso quebrar essa prática.

Mas, se pensar no outro é algo tão abstrato, pode-se então

pensar em si mesmo, e na contradição em que muitos se colocam. Lutam pelo fim do preconceito étnico, cultural, sexual, mas se limitam a pensar que o gosto do outro é inferior. Não importa em qual âmbito se encontram essas diferenças. É preciso respeitá-las. É importante sempre evidenciar que cada um tem a opção de ouvir o que quiser, gostar do que quiser e ser quem quiser. Rir, criticar, julgar, afastar e até mesmo odiar alguém pelo simples fato de ser diferente não lhe faz alguém melhor. Pelo contrário.

Anna Motta

ANNA MOTTA

As pessoas costumam valorizar muito as coisas que gostam. Isso é completamente aceitável, afinal gostamos de algo por julgar ser a melhor opção. Mas essa atitude é aceitável apenas se soubermos respeitar o direito do outro de não gostar das mesmas coisas que nós.

Nas redes sociais e em conversas descontraídas com os amigos é possível notar resquícios de um preconceito que muitas vezes parece inocente: o preconceito musical. É comum, e às vezes passa despercebido, mas essa é uma forma clara de uma prática que a maioria das pessoas (se não todas elas) critica.

Não é apenas questão musical, respeitar as diferenças é fundamental

“Acessibilidade Intelectual” a serviço de todos, só que não Acessibilidade. Palavra famosa, “da moda”. Mas quantas pessoas a usam de verdade? O significado dela está ligado principalmente às pessoas com deficiências físicas, e por isso, percebese mais atitudes do governo para adaptação destes e menos preocupação com os chamados “deficientes intelectuais”.

Deficiência Intelectual caracteriza-se por ser uma doença que compromete a parte cognitiva do paciente (tal comprometimento tem que acontecer anterior aos 18 anos do indivíduo).

Diferente da Deficiência Mental, ela não compromete humor, produção hormonal e características gerais do funcionamento corporal.

São conhecidas as “Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais” por todo mundo. As APAEs cumprem, na maioria dos casos, o papel de inserção dos deficientes intelectuais na vida cotidiana comum a todos .

Nas escolas, muitas das vezes, eles sofrem discriminação dos colegas

de classe, professores e funcionários. E o pior, são tratados com dois pesos e duas medidas. Quando é necessário destacar a diferença entre eles e os demais, grita-se aos quatro ventos a deficiência intelectual.

Quando é preciso de acompanhamento diferenciado na vida escolar e nas atividades curriculares,

poucos professores cumprem o dever de suas profissões.

Em tempos de mudanças no pensamento dos brasileiros, espero que todos percebam a importância da inclusão de diferenças na vida em sociedade e como elas nos enobrecem enquanto seres humanos.

Mariana Bellozi

Os desafios depois de sair da casa dos pais MICHAEL MAIA

Jovens têm que enfrentar obstáculos diários quando deixam o lar

Posso dizer, por experiência própria, que receber a notícia da aprovação no vestibular é uma das melhores sensações que se pode ter. Vem aquela alegria de saber que o dever foi cumprido e que o esforço feito durante o Ensino Médio foi recompensado. Porém (sempre tem um “porém”), a vida universitária pode ser um pouco difícil no começo, principalmente para quem ainda é muito jovem.

Os adolescentes estão entrando na faculdade cada vez mais cedo, na faixa dos 17 anos. Mas será que eles estão prontos para sair de casa e viver longe dos pais?

Ir morar sozinho é uma experiência muito válida.

Ajuda a amadurecer e ensina a enfrentar várias coisas que

você não tinha que lidar antes, quando morava com a família, como administrar o dinheiro, por exemplo. Mas algumas pessoas demoram um tempo maior para se adaptar as mudanças, e com isso podem acabar indo por um caminho prejudicial a elas.

A universidade traz muitas novidades. Mais liberdade, contato com bebidas alcoólicas, drogas e festas. Se o jovem não souber distinguir o que é bom do que é ruim, certamente terá problemas.

Muitos estudantes são fortemente prejudicados na faculdade porque se envolvem com drogas e não conseguem parar. O mesmo acontece com o álcool.

O período que passamos na universidade talvez seja

um dos mais marcantes de nossas vidas. Mas é necessário tomar cuidado na hora das escolhas e ter certeza de que não irá se prejudicar. Assim como os estudos são importantes, a diversão também é. Nada melhor do que ir a uma festa com os amigos depois de uma semana cansativa, cheia de provas. Porém, é necessário saber usar com responsabilidade toda a liberdade que você tem.

Saber diferenciar o que vai te divertir do que vai te fazer mal. Desse modo a sua vida universitária vai ser bem mais proveitosa, tanto no lado pessoal quanto no lado acadêmico.

Fernanda Lopes

4 CIÊNCIA E TECNOLOGIA

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

Usina sustentável produz carvão vegetal JÉSSICA SILVA

Projeto neutraliza efeitos nocivos da queima para o meio ambiente Jéssica Silva Foi inaugurada no mês de maio na fazenda “Guaxupé” em Ubá, a partir de pesquisas, tecnologias e investimento da UFV, e de outras empresas, a primeira refinaria de carvão ecológico do Brasil. Mas o que é o carvão ecológico?

Resumidamente, é o carvão resultante da queima da madeira que, diferente do carvão mineral, (produzido a partir de resíduos orgânicos, substâncias que se decompõe de forma natural e se reincorporam a natureza sem causar danos), é renovável e possui substâncias menos poluentes.

Segundo o diretor da empresa que investe em projetos com o carvão vegetal, Barcellos & Câmara,

Processos pelos quais passa a madeira, transformada em carvão vegetal, energia e vapor d’água, diferenciam o modo de produção da usina Dr Daniel Câmara Barcellos, que desenvolveu a tecnologia, a refinaria é composta por fornos “queimadores de fumaça”, nos quais a madeira é queimada, mas a fumaça não é liberada na atmosfera antes de ser tratada a partir de processos que a transformam em vapor d’água e gás carbônico, evitando efeitos nocivos na natureza.

A energia produzida pela refinaria será utilizada para

a produção de silicone nos Estados Unidos.

O projeto, que procura controlar 100 % dos gases produzidos pela queima da madeira, vem sendo desenvolvido desde 2001, e tem por vantagens além da sustentabilidade.

A queima de carvão mineral, e outros combustiveis fósseis (criados pela decomposição de resíduos orgânicos em milhares de anos), além de

poluente, não é renovável, estando a poluição entre os fatores que mais matam no mundo de acordo com cientistas. Isto torna metrópoles como São Paulo e Pequim um espaço no qual o número de doenças respiratórias e mortes prematuras.

Poluição causada também pela fumaça expelida por veículos, e substancias tóxicas como baterias e outros

equipamentos eletrônicos, entre tantos outros fatores poluentes no mundo.

Inaugurada com 24 fornos e utilizando madeira reflorestada de reservas próprias, a refinaria de carvão é, segundo o Dr Daniel, uma esperança no futuro das energias sustentáveis, que eliminarão as carvoarias, com seus fatores poluentes e condições lúgubres de trabalho.

Ciência faz parte do cotidiano estudantil Jéssica Miranda

por cada pesquisador tem proximidade com os temas e s t u d a d o s . Wa l d ê n c i a acredita que quanto mais cedo, mais talentos podem ser descobertos: – Numa bolsa de nível médio dessas, você pode descobrir pessoas que têm realmente talento para pesquisa – diz a pesquisadora.

Os participantes do projeto PIBIC Jr. têm a oportunidade de apresentarem seus trabalhos

no Seminário de Iniciação Cientifica que ocorre na UFV, como também chance de publicarem seus trabalhos como co-autores.

Outra instituição viçosense que incentiva a ciência é a Universidade de Viçosa (Univiçosa) que promove desde o ano passado a “Conhecer: Mostra Cultural de Ciência e Tecnologia”, na qual estudantes das escolas da região expõem trabalhos sobre o tema. Na edição

de 2012 cada membro do grupo vencedor ganhou um notebook e o direito a uma bolsa integral para qualquer um dos cursos de graduação da Univiçosa/Esuv.

– O aluno sai de passivo no processo educacional e passa para ativo. Essa geração não aceita mais esse modelo – conta Paulo Bento, diretor do colégio Da Vinci, que levou dois trabalhos para serem apresentados na Univiçosa, por meio deste projeto.

SE LIGUE NAS OPORTUNIDADES

PRÊMIO JOVEM CIENTISTA

O tema esse ano é “Água - desafio da sociedade “ e busca novas ideias para os

Jéssica Miranda

Ciência é plano de fundo de toda história humana e se encaixa em várias áreas do conhecimento. Nos últimos anos, o conhecimento científico deixou de ser algo confinado a um determinado grupo e se tornou algo mais popular devido a certas iniciativas como a do Governo Federal que mantém instituições como o CNPQ (Centro Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico), que para os estudantes do ensino médio, realiza o CNPQ JR. No Estado de Minas Gerais existe a FAPEMIG (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais), agência de fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior segundo sua página no portal do Governo do Estado de Minas Gerais.

Para o Ensino Médio, a Fundação conta com a

FAPEMIG JR e a PIBIC JR (BIC JR), bastante similar com o projeto do CNPQ. Todos os programas têm como objetivo despertar a vocação científica de jovens talentos potenciais, através do incentivo a atividade científica. Em Viçosa, o PIBIC JR funciona na EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) situado dentro do Campus da UFV, na Vila Gianetti. Waldência de Melo Moura, pesquisadora de melhoramento genético em café na Empresa de Pesquisa, é mantenedora de dois bolsistas: um do CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais) de Rio Pomba e outro na Escola da Família Agrícola Paulo Freire. O aluno que faz parte do projeto tem uma carga horário obrigatória de oito horas semanais, deve estar matriculado em escola pública, ter bom histórico escolar e saber trabalhar em equipe.

Os alunos selecionados

problemas futuros. São mais de 70 mil em prêmios. As inscrições vão até 30 de agosto htt://www.jovemcientista.cnpq.br

OLIMPÌADA BRASILEIRA DE ASTRONOMIA E ASTRONÁUTICA

Olimpíada de astronomia para estudantes brasileiros de todas as séries e todos os tipos de escola

organida pela Sociedade Astronmica Brasileira (SAB). Saiba mais em http://www.oba.org.br/site/index.php

OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA É organizada pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) e acontece em três fases, sendo a primeira em maio http://www.sbfisica.org.br/v1/olimpiada/

INTERNATIONAL YOUNG PHYSICIST’S TOURNAMENTE

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

CIÊNCIA E TECNOLOGIA 5

Educação e tecnologia que se adequam a você

Plataformas adaptativas revolucionam educação brasileira Andrezza Vieira

Já imaginou um mundo onde a tecnologia e a educação se encontrassem? É bem possível que sim. Mas e se elas, ao mesmo tempo em que democratizassem o ensino, fossem capazes de fazer com que o conteúdo se adaptasse à melhor forma como cada aluno aprende ao invés de ele próprio ter de se adequar à maneira como os professores dão aula e as provas são formuladas? Esta realidade já chegou ao Brasil: é o ensino adaptativo, um processo de aprendizado no qual softwares propõem diferentes atividades para cada aluno, respeitando o seu ritmo e reações às tarefas.

As plataformas adaptativas funcionam da seguinte maneira: ao identificar a forma como o estudante aprende melhor (por meio de vídeos, games, textos, exercícios, etc), o sistema obtém dados sobre o êxito do

aluno nas tarefas realizadas e molda as etapas posteriores do aprendizado de acordo com o ritmo de cada um.

Assim, um feedback é elaborado em tempo real para o aluno e o professor que, por sua vez, possui um suporte para decidir as coordenadas seguir no processo de ensino.

Uma empresa pioneira em ensino adaptativo no Brasil, a Geekie, tem como sua principal frente de trabalho a formulação de simulados no modelo do ENEM e uma plataforma para estudo online que responde a cada usuário de forma diferente.

– É o chamado tecnologia da educação, que diagnostica o aluno e o ajuda a entender seus pontos fortes e fracos levando em consideração o seu perfil de aprendizado.

– explica a Diretora de Marketing da Geekie, Fernanda Barbosa.

No caso do simulado ENEM, trata-se de uma inteligência tecnológica que permite aos alunos fazerem provas diferentes, mas de forma que suas notas ainda

possam ser comparáveis com a dos outros alunos.

A inovação está também no grande número de estudantes impactados por estas ferramentas, já que muitas delas oferecerem um serviço de alta qualidade e a baixo custo. Algumas são acessíveis gratuitamente online, já outras, para cada licença vendida para alunos de escolas privadas, uma é destinada aos da rede pública de ensino.

– É a educação sendo democratizada – diz a aluna do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Dr. Raimundo Alves Torres (ESEDRAT), situada em Viçosa, Nathanny Dias, surpresa pelo fato de essa tecnologia ser acessível a estudantes de escolas públicas.

Não é para menos: as novas plataformas adaptativas impactam a vida destes milhões de estudantes que aprendem, cada um de uma forma diferente, mas vivem num país onde o sistema de ensino é igual para todos.

COMO FUNCIONA UMA

PLATAFORMA ADAPTATIVA? O ALUNO ACESSA A SUA PRÓPRIA CONTA NA PLATAFORMA,

LOGIN SENHA

ONDE TODOS OS SEUS DADOS SÃO ARQUIVADOS

Vídeos Exercícios Atividades e textos

games

interativas

AS MÚLTIPLAS EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZADO PROPORCIONADAS PELA PLATAFORMA AUXILIAM NA TRANSMISSÃO DO CONTEÚDO AO ALUNO, SEMPRE RESPEITANDO A FORMA COMO ELE APRENDE MELHOR

O

RITMO

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ORIENTAÇÕES ESTUDAR

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FEITAS SE

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ALUNO

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ATIVIDADE

A PARTIR DAÍ, ELE TEM UM SUPORTE PARA TOMAR DECISÕES PEDAGÓGICAS FONTES: PORVIR, EDSURGE

Sala Mendeleev conquista a atenção de adolescentes e contribui para o aprendizado da Química Ou seja, fazer com que o estudo da Química se torne mais interessante aos jovens da cidade. Dessa forma, fica mais fácil o entendimento por parte dos alunos e também dos professores, que têm a oportunidade de mostrar com exemplos práticos a teoria dada na sala de aula.E a iniciativa

ELE NA

FEEDBACKS DESTINADOS AO PROFESSOR SÃO GERADOS EM TEMPO REAL.

de

professores do Departamento de Química, Marcelo Oliveira e Mayura Rubinger, que recebe gratuitamente alunos do Ensino Médio e Fundamental.

O objetivo é a popularização e a divulgação da ciência, além de ajudar professores e estudantes no processo de aprendizagem.

DEMAIS

seu erro pode estar relacionado a...

CAÍÍQUE VERLI

pelo

DOS

Prossiga!

Caíque Verli

fundada

COMPARADO

AO MEDI-LOS NUMA MESMA “RÉGUA”

A Tabela Periódica como você nunca viu

É difícil achar quem não tem dificuldade em aprender as propriedades da Química, as características e a disposição de cada elemento na tabela periódica. Pensando nisso, para quem gosta de química e, principalmente, para quem não gosta e precisa de um incentivo pra aprender, a UFV tem um espaço dedicado exclusivamente à tabela periódica. Isso mesmo: um lugar localizado nos fundos da casa 23 - Espaço Ciência em Ação - na Vila Gianetti, dentro da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que conta com uma Tabela Periódica dos Elementos ampliada, com três metros de comprimento e dois metros de altura, expondo substâncias elementares e compostos representativos de todos os elementos químicos estáveis. É a Sala Mendeleev, fundada em agosto de 2010

ALUNO

RESPEITADO

tem feito sucesso não apenas em Viçosa, mas em outras cidades de Minas Gerais e de outros estados.

– Em torno de 90% dos visitantes são alunos do Ensino Médio e do última ano do Ensino Fundamental de Viçosa, mas nós recebemos também alunos da própria Universidade,

de outras universidades e de escolas de outras cidades.

Recebemos estudantes até de outros estados, como o Espírito Santo – afirma a professora Mayura, que demonstra bastante satisfação com os resultados observados.

A Sala Mendeleev fica aberta durante a parte da manhã, de segunda a sexta e a visitação dura em média uma hora e meia. Não é necessário agendar a visita.

No entanto, quando feita por telefone ou email, o visitante tem direito a realizar contornos especiais, como manipular amostras de elementos e a solicitar a realização de alguns experimentos.

Para agendar uma visita ao Espaço Ciência e Ação, é muito fácil. Basta apenas entrar em contato pelo telefone 3899-3487 ou pelo email: salamendeleev@ufv. br.

6 COMPORTAMENTO

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

Viçosa tem oito festas de 15 anos por mês Pablo Campos Tradição europeia, os bailes de debutantes passaram a fazer sucesso no Brasil nos anos 50. Era a forma das famílias apresentarem as filhas para a sociedade, era a permissão para frequentar eventos sociais, e namorar.

Os bailes eram grandiosos e cheios de pompa. Havia toda uma simbologia, a troca de sapatos, de vestidos, os quinze casais com velas, além da valsa. Com o tempo, embora a tradição ainda se mantenha, muito se perdeu.

A valsa é talvez a única que sobreviva as festas de quinze anos do século 21.

Bruna Freitas reuniu cerca de 230 amigos e familiares em um salão social na cidade para comemorar seus quinze anos. Ansiosa, mas

não mais que o seu pai, ela diz que nunca fez questão da festa, que a tradição não faz diferença, mas que “seria uma ótima noite para estar com os amigos.” Bruna revelou que a comemoração de gala faz parte de um sonho de sua mãe, que não teve essa oportunidade. Sobre outra forma de celebrar seus quinze anos, ela afirma que “viagem está fora de cogitação, não tenho coragem, ainda sou muito nova para viajar sozinha.”

Mesmo sem fazer questão da tradição, à meia-noite, a aniversariante dançou a valsa com seu pai na pista de dança e recebeu seu anel de debutante, cerimônia que rapidamente foi passada para dar lugar aos graves da música eletrônica do DJ. Recém-completada quinze anos, Anna Karina Carneiro, optou por não fazer festa.

– Eu usei o dinheiro que

ARQUIVO PESSOAL

As supercomemorações têm direito a baile, valsa e anel

Bruna Freitas recebe a homenagem das amigas após a valsa de sua festa de debutante ia gastar para comprar coisas que sempre quis, comprei uma máquina fotográfica profissional, um notebook, e um celular moderno – conta.

Para Anna, “é bonito ver garotas que enxergam a festa como parte de um sonho, mas muitas vezes as festas

são usadas como forma de ostentação, perdendo todo o sentido da noite”.

O luxuoso baile, uma viagem, presentes, seja o que for a escolha, as debutantes acreditam que o importante é aproveitar a ocasião e essa fase tida por muitos como de

transição, optando por aquilo que de fato sempre sonhou, sem tanto apego às tradições.

Assim, esse momento de “princesa” é eternizado conforme o real desejo de cada uma, independente de ter ganhado uma festa ou um celular de última geração.

Porque vale à pena ou não os jovens começarem a trabalhar Letícia Rodrigues Ajudar nas despesas da casa, ocupar o tempo, ter o seu próprio dinheiro.

Muitos são os motivos que levam o jovem a procurar o primeiro emprego. E com programas de incentivo, como o “Jovem Aprendiz”, muitas empresas estão dando oportunidade para aqueles que estão interessados em trabalhar. Ter um emprego ainda na adolescência pode ser muito importante, pois ajuda o jovem a adquirir responsabilidades, ensina

a administrar seu próprio dinheiro e sua rotina e, ainda, prepara para o mercado de trabalho.

A estudante Fernanda Chagas (16) trabalha há 8 meses em um banco.

Segundo ela, ter o seu próprio dinheiro e adquirir responsabilidades foram as principais motivações para começar a trabalhar.

– Eu queria ter o meu próprio dinheiro e ter mais responsabilidade de acordar cedo e ir trabalhar – relata a jovem.

Responsabilidade é a

palavra chave e ao começar a trabalhar se adquire muito disso: chegar no horário, buscar fazer sempre o que lhe é orientado e, quando se é adolescente, conciliar com os estudos. Para Fernanda essa foi uma tarefa bem difícil no começo, pois como acordava cedo para ir trabalhar, sentia muito sono durante as aulas, mas nada que o tempo não a fizesse se acostumar.

Ter o apoio dos pais também é muito importante nessa fase. Eles estão sempre prontos para dar bons conselhos e ajudar a segurar a

barra quando as dificuldades surgirem.

Trabalhar tem muitas vantagens, mas também pode ter algumas desvantagens.

Fernanda acredita que a maior delas é, principalmente, acordar cedo, mas faz parte e ensina a crescer.

– Vantagem foi o prazer de ter o meu próprio dinheiro, poder comprar as coisas que eu quero e saber que posso ajudar em casa quando precisa. Desvantagens não teve nenhuma. Acordar cedo não é muito legal, mas é preciso – ela explica.

Se sentiu animado a procurar um emprego? O conselho de Fernanda, que já passou por isso, é ir e dar o seu melhor. Mesmo que não queira, faça. Para ela, não tem coisa melhor do que assinar sua folha de ponto com a consciência limpa de que fez tudo que poderia fazer e ter a satisfação do serviço bem feito. Ir somente para ganhar dinheiro é perca de tempo. Então, as dicas são: programar a rotina, ir em busca de algo que você se identifique e dar o seu melhor sempre.

Benefícios e cuidados com a prática do colecionismo comuns como pedras, gibis, cédulas, discos, relógios e figurinhas até as mais O colecionismo é uma estranhas, como insetos, prática que muitas pessoas unhas e antenas parabólicas, têm de juntar, guardar, muita gente já colecionou selecionar e trocar objetos e alguma coisa durante a coisas, independente de seu sua vida. O aposentado valor de mercado, com bases Antônio Leocádio possui em seus interesses pessoais. coleções de centenas de É um hábito universal e discos, bicicletas e cédulas de conhecido por todo o mundo. dinheiro, e afirma que isso De coisas consideradas mais ajuda a relaxar no dia-a-dia.

Camila Calixto

– Enquanto você está mexendo com essas coisas o stress fica menor, você esquece um pouquinho dos problemas – conta o colecionador.

Mas é preciso ficar atento porque embora seja um hábito saudável e, por vezes, recomendável por proporcionar a sociabilidade entre as pessoas, é importante tomar cuidado com os motivos de seu

início e as consequências que a prática pode trazer.

– Muitas vezes, uma pessoa começa a colecionar alguma coisa para suprir uma necessidade interna, que ela talvez ainda não saiba a causa – conta a psicóloga Danielle Cardoso.

O risco da prática virar uma compulsão pode gerar um transtorno para si próprio e para as pessoas

que estão a sua volta.

Antônio não abre mão de suas coleções. Ele conta que uma maneira interessante de evitar o gasto e não acumular itens demais é trocar os itens repetidos com outros colecionadores.

– Você vai adquirir alguma coisa que te interessa e vai servir a pessoa com alguma coisa que talvez esteja em falta para ela também – conclui.

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

COMPORTAMENTO 7

Consumismo é inconsciente para jovens viçosenses Estudantes afirmam que só consomem quando precisam Bárbara Albuquerque

precisa, o gasto mensal delas é alto e o controle dos pais, baixo. Stéfani Fontes e Júlia Fialho, do 1º ano da Escola Effie Rolfs, declaram possuir cartão de crédito e que seus pais não impõem limites para o uso. Por outro lado, as estudantes Monique Mendes, Eduarda Cássia Ferreira e Mariana de Souza, todas do 1º ano do Effie Rolfs, afirmam que os pais controlam os gastos com compras, deixando que elas mesmas optem pelo que devem ou não comprar.

Alguns pais preferem deixar a critério do jovem os gastos supérfluos, disponibilizando para eles uma quantia fixa por mês. É o caso da estudante do 3º ano do Colégio Anglo, Luara Fialho, que administra o dinheiro que recebe e diz comprar uma média de 1 a 3 peças de roupas por mês, dentro do limite que possui.

Ela também tem um cartão de crédito, que é limitado pelos pais. Nesse caso, ela tem autonomia para decidir o que fazer com o dinheiro, mas sempre sabendo quanto

pode gastar. Mais da metade das estudantes declaram comprar somente quando precisam no questionário.

Mas se verificarmos os outros itens da pesquisa, é possível perceber que elas gastam

aproximadamente 200 reais por mês, somente com artigos de vestuário. Por outro lado, nenhuma delas declarou trocar com frequência artigos eletrônicos, como celulares, ipods e notebooks.

REPRODUÇÃO

Não faltam estudos que mostram que a sociedade atual, influenciada pela publicidade, tem instigado o consumo. Desde a Revolução Industrial, que aumentou a escala da produção e o volume de mercadorias, a necessidade de adquirir bens, por vezes supérfluos, vem crescendo. Somos chamados “sociedade de consumo” e a publicidade vem reforçar ainda mais o desejo de consumir. Bens materiais ou de serviços, perdem seu valor a partir do momento que são adquiridos, pois o valor estava no desejo de possui-lo.

Os jovens, principalmente mulheres, sofrem uma pressão da publicidade, das marcas e da moda para consumir sempre mais. Eles se tornam alvos fáceis, uma vez que estão em um processo de busca por aceitação social, que é alavancado principalmente pela vaidade. Mas acompanhar as

tendências, as tecnologias e estar por dentro das novidades pode sair caro. Produtos eletrônicos são lançados a toda velocidade, fazendo com que as versões anteriores pareçam menos atraentes. E para estar na moda, é preciso investir em roupas, sapatos e acessórios, que entre as infinitas opções oferecidas pelo mercado, acabamos querendo sempre mais.

Queremos algo que ainda não temos, que achamos que precisamos e deixamos de dar valor as roupas e objetos que já possuímos porque não gostamos mais. Sem perceber, nos tornamos consumistas.

Para avaliar o nível de consumismo dos jovens em Viçosa, foi aplicado um questionário com perguntas a respeito do gasto mensal com artigos supérfluos, intensidade de compra e controle monetário dos pais. A partir das respostas das estudantes da Escola Estadual Effie Rolfs e do Colégio Anglo, foi possível verificar que apesar da maioria afirmar que só compra quando realmente

A vaidade impulsiona o consumismo entre as adolescentes

It Girls: garotas que ditam a sua moda pela internet Marcela Barbosa

de Ponte Nova (MG), ela tem 19 anos e assume ser seguidora de alguns blogs como o Garotas Estupidas, depois dos quinze e just lia.

Ela acredita que somente as blogueiras mais famosas conseguem “influenciar” o pensamento das garotas, mas através do seu blog (http:// barbaraoliveirachaves. blogspot. com.br/), criado em 2011, que ela transmite suas visões Bárbara Oliveira sobre esse mundo.

Na TV as It Girls também estão com tudo. A novela Sangue Bom, da Rede Globo, retrata a vida Amora Campana, personagem que é linda e exemplo de estilo e personalidade forte. Ela ARQUIVO PESSOAL

Você sabe que é uma It Girl? Garotas que se prezem, amam falar de roupas, bolsas, sapatos e maquiagem. Agora imagine juntar isso com estilo, elegância e charme?

Essas garotas que influenciam o gosto e a moda das outras são as It Girsl! Muito além do figurino ou roupas da moda, é preciso ter uma coisa que não estão à venda por aí: atitude. Yassara Freitas (19), “amante” de blogs de moda, criou o seu próprio (http:// yassaras.blogspot.com.br/), mais por pressão de uma amiga. Ela achava que a exposição seria grande e as críticas poderiam aparecer, mas como sempre foi muito ligada à moda e ao universo feminino, a sua intimidade com o assunto lhe fez questionar “por que não?”.

Para alimentar seu blog, ela

lê e pesquisa muito, antes de usa e gosta à disposição publicar. das seguidoras, para ajuda– Levo o blog como meu las a se vestirem com trabalho, amo o que faço e autenticidade. Carol acredita me dedico ao máximo, quero ditar a moda devido à sua sempre trazer o melhor para personalidade, coragem de as minhas leitoras – afirma a se impor, de ousar e de usar blogueira. as coisas que tem vontade Carolina Guterres Scherer sem se preocupar com os te (18) é de Santo Augusto (RS).

Ela escreve em seu blog de moda (http:// befreeblogg. blogspot. c o m . b r / ) As It Girls Yassara Freitas, Carolina Guterres e para se expressar, mostrar as outros. Assim como elas, coisas que gosta e a maneira Bárbara Oliveira Chaves, como se veste, para talvez também é apaixonada por inspirar outras meninas. Por moda. Seu sonho era fazer isso tomou a inciativa de Design de Moda, mas não criar também a loja virtual teve oportunidade de mudar chamada “Carolices”, onde para uma cidade onde coloca os produtos que havia o curso. Moradora

coleciona seguidoras que sonham em ser como ela.

Vivida por Sophie Charlotte, a atriz conta que não foi difícil conhecer o “universo It Girl”, já que trocam experiências e misturam os estilos de todas as outras.

– Pesquisei vários blogs e, como as meninas costumam indicar amigas, fui descobrindo um atrás do outro. O interessante é que eles são uma ponte entre o que é conceitual e o que está na rua, e não se restringem mais só ao ‘look’ do dia – explicou Sophie Charlotte em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

Enfim, as It Girls apresentam um conceito de vida capaz de influenciar não só nas roupas, mas no estilo de vida. Tudo que é consumido por essas garotas ícones, vira alvo de desejo entre as jovens.

8 VIDA E SAÚDE

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

Uso excessivo da internet pode ser prejudicial à saúde Felipe Pacheco Uma rotina muito comum na vida da maioria dos estudantes: eles chegam da escola, almoçam, sentam na frente de um computador e, ali, passam horas entretidos nas diversas possibilidades que a internet oferece. A estudante Fernanda Campos Ferreira (17) ilustra essa realidade dos adolescentes ao dizer que costuma usar o computador por um tempo exagerado.

– Tem vez que eu uso todo dia à noite, tem vez que não.

Eu fico de quatro a cinco horas (em média). Já fiquei de seis horas da tarde até cinco horas da manhã, foi o máximo que eu já fiquei – explica.

O que esses jovens parecem se esquecer durante

os momentos de lazer que a internet propicia é que a dependência desse meio pode ser prejudicial à saúde, levando inclusive ao vício. De acordo com dados disponibilizados pela Universidade Le Salle, dos EUA, mais de 50 milhões de pessoas no mundo engrossam a lista dos viciados na internet, sendo que 4,3 milhões dessas pessoas são brasileiras. Como todo vício, esse, que vem sendo comparado até mesmo ao álcool e outras drogas, pode trazer prejuízos à saúde.

Os especialistas apontam que os principais problemas que esse vício pode trazer estão relacionados à saúde física e mental. A pessoa que vive conectada está sujeita a sofrer com alterações de humor, tendências à depressão, taquicardia, problemas na visão, lesões por esforço repetitivo, entre vários outros

malefícios, seja em adultos ou jovens.

Outro lado que pode ser afetado é o social. Jovens que se utilizam muito da rede eletrônica perdem o contato com o ambiente sociológico.

Com isso, seus laços podem se restringir aos que são construídos dentro daquele mundo, perdendo um pouco do caráter humanizado das relações sociais. Essas pessoas têm, inclusive, uma tendência maior a desenvolver o autismo.

O jovem Rodrigo Jaime de Almeida Júnior (17) já fez uso excessivo da internet, mas controlou o seu tempo diante de um computador. Para ele, além de prejuízos na vida escolar, a internet prejudica o desenvolvimento social de quem não fiscaliza seus horários.

– O cara que usa abusivamente não tem vida

mundo, a cada dois minutos, uma mulher morre por causa do câncer de colo do útero.

Para entender um pouco mais sobre o assunto, foi feita uma entrevista com a Clínica Geral Drª Érika Maria Sampaio Rocha.

OutrOlhar - O que é HPV? Drª Érika Rocha - HPV é a infecção por um grupo de vírus, que são chamados papilomavírus humano, são mais de 100 tipos diferentes de HPV. Os mais graves podem desenvolver câncer, câncer de colo de útero, câncer de mucosa vaginal, câncer de pênis e os mais leves podem até não ter sintomas nenhum, o vírus pode se manter sem sintomas durante anos e um dia que você tiver uma baixa imunológica ele pode aparecer como lesões de pele, geralmente verrugas. Essas lesões podem ser bem discretas ou podem ser bem visíveis, você pode ter pequenas verrugas que só podem ser vistas com lentes ou pode ter verrugas grandes e bem nítidas.

OO - A pessoa que não apresenta sintomas pode

contaminar o parceiro? Érika - Pode. Desde que ela seja portadora do vírus pode transmitir o vírus. Os portadores assintomáticos são os mais perigosos, porque, como eles não tem sintomas, não buscam tratamento, por isso que é importante o exame ginecológico de rotina, o exame Papanicolau, que é o exame preventivo do colo uterino de rotina.

OO - E no caso do homem? Érika - O homem geralmente apresenta menos sintomas do que a mulher.

No caso do homem, a melhor forma de prevenção é a partir do uso do preservativo e de exames clínicos de rotina com um clínico geral. No caso dele notar qualquer alteração na área genital, lesões verrucosas, secreção uretral, ardor uretral, procurar um urologista.

OO - Depois de quanto tempo começa a aparecer os sinais depois do contágio? Érika - Isso é muito variável, você pode ter sinais quatro semanas após o contágio como você pode ficar 15 anos sem ter absolutamente nenhum sintoma sendo portador do

FELIPE PACHECO

Do lazer à depressão

Diálogo presencial acaba sendo substituído pelo chat online social, ele acaba complicando um lado da vida dele. Ele perde com isso, porque na internet ele não tem nada a ganhar.

Para a psicopedagoga Liege Maria Ferreira Santana (47) os prejuízos no ensino dos jovens e crianças é muito grande, já que ela não é tão bem utilizada como poderia ser. Ela acredita que uma mudança na postura dos pais

seria essencial para uma alterar esse comportamento.

– Eu não vejo, como mãe e educadora, outra saída a não ser que a gente abra mão de um espaço no nosso dia, no nosso cotidiano agitado e cheio de compromissos, e brinquemos com as crianças.

Nós, família, precisamos criar espaço para trazer outras atividades no cotidiano das relações familiares. – conclui.

vírus. Para o vírus apresentar sintomas, vai depender da capacidade patogênica do vírus, do tipo de vírus, da imunidade do infectado etc. Se você for portador do vírus e tiver uma redução da sua imunidade por qualquer fator que seja, o vírus pode “despertar” e passar a apresentar sintomas.

OO - É possível a contaminação com uso de roupas ou objetos em comum? Érika - Há relato na literatura médica de transmissão pelo uso de roupas intimas de portadores da doença. É preciso que haja um contato com a roupa intima e logo após o uso, ou seja, é uma situação, na prática, difícil de se acontecer.

OO - Pode ocorrer

contaminação mesmo usando camisinha? Érika - A contaminação pode ocorrer no contato com as lesões de pele, não precisa, necessariamente, ser lesão de genitália. Você pode ter uma lesão de pele na região genital e, tendo contato de pele com pele, se houver qualquer solução de continuidade da pele, o vírus pode penetrar. Então, se você vai ter qualquer tipo de relação sexual, o recomendável é o uso de preservativo desde as preliminares do ato sexual.

Essas lesões podem se encontrar em área genital, perianal, anal, boca etc. Qualquer contágio desse tipo pode transmitir o vírus. Portanto, sexo vaginal, anal e oral pode transmitir o vírus.

Cuidado: o HPV pode estar em você Rodrigo Cupertino

RODRIGO CUPERTINO

O HPV (papilomavírus humano) é um vírus altamente contagioso que afeta homens e mulheres, além de ser a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum. É também o principal causador de verrugas genitais e câncer genital, como o de colo do útero, vagina, vulva e pênis.

O câncer de colo de útero é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres e é uma doença de mortalidade alta. O tratamento do câncer genital envolve cirurgia seguida de quimioterapia.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 50 a 80% dos homens e mulheres sexualmente ativos entram em contato com algum tipo de HPV durante a vida. A maioria das pessoas adquirem o HPV nos primeiros dois anos de vida sexual ativa. Oito em cada dez mulheres e homens já pegaram ou pegarão algum tipo de HPV. Dos infectados, 20% apresentam os sinais de infecção, sendo que 11% deles evoluem para câncer. No

Uso de preservativos reduz os riscos de HPV entre os casais

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

VIDA E SAÚDE 9

Um mal que começa cedo

Lucas Gandra Boa parte dos indivíduos que hoje são dependentes começou a fumar cedo.

Uma pesquisa do Ministério da Saúde mostra que nove a cada dez pessoas que são viciadas em cigarro, deram o seu primeiro trago antes de chegar a maioridade. E seis em cada dez já fumaram antes de completar os 14 anos.

Talvez pela pouca idade, essas pessoas, principalmente no início, associam o ato de fumar ao status. É uma forma para, teoricamente, serem mais aceitas ou impressionarem.

Porém, não sabem ou ignoram o fato de que o uso constante de nicotina pode provocar vários males para a saúde. Desde uma simples cárie a problemas como o derrame e vários tipos de cânceres.

De acordo com a

oncologista, Luciana de Cássia, 95% dos casos de câncer de pulmão – a principal causa de morte por câncer entre os homens brasileiros – estão ligadas ao hábito de fumar. Além disso, ainda de acordo com Luciana, os cânceres ditos de cabeça – laringe, faringe, boca – também estão ligados ao mesmo mal. E o cigarro inclusive pode ser a causa de doenças como asma, bronquite e até mesmo a cárie.

E para quem tem a esperança ou a falsa ilusão de estar fazendo uma boa troca quando há a escolha pelo cigarro de palha em vez do cigarro de papel, saiba que não é bem assim. No cigarro de palha se encontra maiores níveis de nicotina - substância responsável pela dependência proporcionando mais facilmente o vício.

Na verdade, uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), mostra

que “nenhuma forma disfarçada do consumo de tabaco é segura ou isenta de danos à saúde”. Dentre as formas de consumo de tabaco citadas na pesquisa entra, além dos conhecidos cigarros de papel e o de palha, o rapé; fumo de rolo; charutos; cachimbos; cigarrilhas; narguilé e, o pouco conhecido, cigarro eletrônico.

Por isso, antes de começar a fumar pense bem nas males que ele pode causar a sua saúde. Para quem já fuma, segue uma tabela com os benefícios que a interrupção neste hábito pode lhe proporcionar.

LUCAS GANDRA

Pessoas adquirem o vício em cigarro cada vez mais novas

Cigarro de palha é tão prejudicial quanto o industrializado

O OutrOlhar adverte: se você ficar sem fumar por...

20 minutos: a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal.

2 horas: não tem mais nicotina circulando no sangue.

8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normaliza.

48 horas: o paladar ganha sensibilidade novamente.

3 semanas: a respiração fica mais fácil e a circulação sanguínea melhora.

5 a 10 anos: o risco de sofrer um infarto passa a ser igual ao de quem nunca fumou.

Isabela Zampier Nunca se ouviu tanto falar da dieta vegetariana como agora. As pessoas têm motivos diferentes, ligados à religião, cultura, ideologia, saúde e até mesmo modismo, para não comer carne, fazendo com que o número de vegetarianos cresça cada vez mais. Segundo dados da Sociedade Vegetariana do Brasil, 8% brasileiros não comem carne vermelha.

Especialistas alertam que ser vegetariano não é apenas não ingerir carne, a dieta precisa ser muito bem balanceada para suprir os nutrientes, principalmente as proteínas, encontradas em abundância nas carnes.

Os vegetarianos não são todos iguais, são divididos entre ovolactovegetarianos (que consomem ovos, leite e derivados), lactovegetarianos

(consomem leite e derivados mas não comem ovos) e veganos ( que não consomem nem ovos, nem leite e nem derivados do leite).

A dieta vegana deve ser a mais cuidadosa, para que o corpo não sofra carências nutricionais.

– Acho importante conversar com um profissional da área nutricional para que ele nos instrua da melhor maneira quanto a uma dieta balanceada. Sabemos que a carne têm muitos nutrientes que precisam ser substituídos por outros. A mudança alimentar não é só cortar a carne, é principalmente acrescentar uma série de alimentos no seu dia a dia – diz Juliana Zeymer, há 6 anos ovolactovegetariana.

Para a nutricionista Mariana Neves, é possível manter uma alimentação vegetariana equilibrada.

– O planejamento

alimentar do vegetariano deve ser personalizado. A retirada de produtos de origem animal implica na substituição desses, em quantidades adequadas – afirma Mariana, há 21 anos adepta da dieta vegana.

Ela ainda complementa afirmando que é necessário tomar um cuidado especial com o zinco, as vitaminas B12 e D, o ômega 3, o cálcio e o ferro. Apesar de algumas pessoas pensarem que o maior problema seja o equilíbrio da proteína, a nutricionista afirma que uma dieta bem planejada apresenta uma quantidade muito boa de proteínas e de todos os aminoácidos essenciais. É importante que os vegetarianos, principalmente veganos, façam um rígido controle alimentar e exames periódicos para verificar a necessidade ou não da suplementação.

Mariana acredita que é possível fazer o

REPRODUÇÃO

Não é só parar de comer carne

Pirâmide alimentar seguida pelos vegetarianos e veganos equilíbrio nutricional somente com alimentos.

Assim como a pirâmide alimentar tradicional, também há a pirâmide vegetariana, mostrando as possibilidades de se equilibrar as refeições de forma mais saudável.

O consumo diário de uma variedade de alimento podem fornecer todos os nutrientes necessários ao organismo. Uma dieta adequada pode ser mais vantajosa nutricionalmente do que a dieta tradicional, que muitas vezes carece de frutas e

fibras.

– Meu corpo mudou muito, emagreci 10 kg, porque além de cortar a carne eu melhorei minha alimentação, comendo menos fritura, massas e industrializados.

Senti mudanças no meu astral também, me tronei mais calma, mais disposta e menos ansiosa conta Juliana.

A dieta vegetariana é baixa em gorduras totais e saturadas e rica em fibras e nutrientes antioxidantes, influenciando o equilíbrio hormonal.

10 MEIO AMBIENTE

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

Ilhas de calor se formam nas noites de Viçosa Lucas Humberto Viçosa é uma cidade onde você pode experimentar todas as estações em um único dia. Por estar em uma região de clima tropical de altitude, há uma brusca oscilação diária (retirado do site oficial prefeitura de Viçosa). Às vezes amanhece com uma neblina intensa, com um frio que te faz sair com duas blusas para tentar suportá-lo. Próximo ao meio dia, você já está guardando essas camisas devido ao sol que está fort. Mais para o fim da tarde, cai uma chuva forte na qual você mal consegue andar na rua, mesmo de guarda-chuva. E no fim, para de chover para esfriar novamente. Mas, além do clima oscilante, a constante construção de edifícios no centro da cidade, faz Viçosa

apresentar outros problemas climáticos.

De acordo com pesquisas realizadas por Edson Fialho, professor de Geografia na UFV, Viçosa apresenta um fenômeno conhecido como Ilhas de Calor. Esse fenômeno é conhecido por fazer acontecer um contraste térmico entre uma área mais urbanizada, como o centro, e uma área mais próximo da periferia da cidade, aonde não há tantas construções.

Esse tipo de fenômeno faz algumas áreas da cidade apresentar um aumento anormal em sua temperatura, principalmente em horário noturno. Conforme dados recolhidos na pesquisa de Edson, o centro da cidade chega a apresentar variações de até 5 graus em relação a outros pontos próximos.

Esse aumento anormal de temperatura pode ser confortável no frio do inverno, mas no calor intenso

LUCAS HUMBERTO

Entenda o que é este fenômeno que tem afetado a cidade

A quantidade de edificios no centro de Viçosa tem contribuido para o crescente aumento na temperatura do verão pode ser prejudicial a saúde das pessoas. Ocorre aumento nos casos de desidratação, insolação e mal estar no geral, como falta de ar. No inverno, a temperatura diferenciada faz o ar fica ainda mais seco, aumentando a chance de problemas respiratórios.

Além disso, este micro clima de excesso de calor,

que é emanado pelos prédios, faz aumentar a ocorrência de chuvas torrenciais fora de época. Viçosa poderia amenizar esse problema de várias formas. Criando áreas mais arborizadas no centro da cidade o fenômeno iria diminuir bastante. A prefeitura poderia dar isenção no IPTU para casas e edifícios que tivesse áreas verdes, como

árvores e plantas plantadas no seu terreno. Uma solução mais moderna ainda seria a criação de terraços verdes ou jardins verticais, que são técnicas que buscam trazer mais plantas para o ambiente urbano, plantando-as em suportes na lateral dos edifícios, ou transformando o ultimo andar do prédio em um jardim.

Um OutrOlhar sobre as águas e o aquecimento global Quando se pensa em água, uma das coisas que vem na mente das pessoas, é que ela está acabando.

Existem algumas questões que explicam isso. Alterações no meio ambiente são algumas das principais causas que influenciam diretamente as mudanças que vão acontecendo no ciclo da água.

O abastecimento dos mananciais depende das chuvas. Na época do ano que chove menos, a infiltração de água pelo solo é pouca.

Quando chove mais, há uma maior infiltração, porém se essa quantidade de chuva for muito abundante, o solo não consegue infiltrar ela toda e acaba seguindo outros cursos, indo embora na forma de enxurrada, por exemplo.

As alterações causadas pelo desmatamento, pela poluição dos rios e etc, contribuem para que ocorra um desequilíbrio no ciclo hidrológico, além de contribuírem nas mudanças do clima também. No caso

da chuva, por exemplo, essas variações acabam por tornar sua distribuição desigual.

Segundo o professor de Geografia Carlos Roberto Lopes Campos, Viçosa é uma cidade que mostra bem essa questão: – Em Viçosa chovia com certa regularidade até mesmo nos períodos de inverno. Agora o que acontece: a quantidade de chuva é a mesma só que ela está concentrada numa determinada época do ano. Hoje chove no final de setembro, outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e um pouco em março. Nos outros meses não chove, ou seja, você tem o período que chove muito e o período que se estende sem chuvas. Isso é uma determinação do ciclo hidrológico na nossa região – explica.

A Terra possui fontes naturais responsáveis pelo seu aquecimento. Os raios solares são responsáveis por 95% de toda energia natural do planeta, e os outros 5% são energia geotérmica que

PATRÍCIA SOUSA

Patrícia Sousa

O cuidado e a preservação do meio ambiente são importantes para manter a natureza em equiilibrio é o calor proveniente do interior da Terra. Porem, o aumento da poluição do ar, a queima de combustíveis fósseis, contribui para que ocorra o aquecimento global.

O professor Carlos conta que na era paleozóica foram aprisionados os combustíveis fósseis: carvão, petróleo e gás natural. Com o início da Revolução Industrial, começou-se a utilizar esses combustíveis. Então, o que o planeta demorou milhões de anos para prender o homem está liberando em décadas.

As florestas são capturadoras do gás carbônico (CO2) produzido pela queima desses combustíveis fósseis. Com a diminuição das florestas, não há capturadores de carbono suficiente para pegar esses gases. Isso faz com que eles fiquem retidos na atmosfera contribuindo para o aumento das temperaturas.

Diante dessas questões, a melhor forma de preservar o meio ambiente é através de algumas atitudes, como por exemplo: jogar o lixo nos locais certos, separá-lo

e reciclá-lo; não jogar fora o óleo de cozinha em qualquer lugar e armazená-lo em uma garrafa pet destinando-o a locais que o reaproveitem na produção de sabão; economizar a água e usála de forma consciente; na hora das compras escolha produtos biodegradáveis; optar por andar mais a pé ou de bicicleta; plantar árvores, entre muitas outras. Por menores que pareçam, essas atitudes simples que podem ser aplicadas no dia-a-dia, fazem a diferença.

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

MEIO AMBIENTE 11

Grande produção, pouco aproveitamento e muito lixo Vanessa Castro De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2012, a produção anual de alimentos no Brasil é de 156,26 milhões de toneladas. A estimativa é que esse número aumente para 185,60 toneladas até 2022.

E ainda, dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário revelam que 70% dos alimentos consumidos no país vem de agriculturas familiares. Porém o fator mais preocupante é que aproximadamente 64% do plantio é perdido ao longo da produção e 20% vai pro lixo ao longo do processo de preparo e hábitos alimentares.

O sub-encarregado da seção de Hortifrut do supermercado Bahamas, Adão Luciano, diz que os alimentos que mais são

desperdiçados nessa área são o tomate e o mamão, pois são os que tem o prazo de validade mais curtos e também os que mais se “machucam” e são mais selecionados pelos clientes. Ele diz que tudo que acaba sobrando vai para o lixo, e apesar de não saber a quantidade certa, afirma ser uma quantidade muito grande. Já no Sacolão Center, o encarregado Alexandre diz que as frutas e legumes que já começam a passar do prazo são vendidos a 1 real, todos os dias. Isso evita o desperdício e ajuda as pessoas mais necessitadas.

Na padaria Pão e Sabor, Maria Laura, atendente, afirmou que antes o desperdício era muito, mas com uma produção controlada isso diminuiu bastante. O Pão francês tanto é transformado em farinha de rosca, como também doado a APAE e creches. Os bolos e tortas são vendidos a um baixíssimo preço quando passam de 3 dias.

VANESSA CASTRO

Consumo controlado é a chave para não desperdiçar

Frutas, verduras e legumes são os alimentos mais desperdiçados nas casas por serem pereciveis – Existem pratos que única coisa que realmente é Mas inevitavelmente, pães de queijo, coxinhas e outros podem aproveitar as sobras inevitável para se jogar fora salgados assados vão para o de alimento como farofas, é o resto dos pratos. Mesmo tortas, cuscuz. Restos de assim, esses podem ser lixo.

Jacy Alves Martins de saladas de legume para tortas reaproveitados em canteiros Lima (51) sempre gostou e bolos salgados. Procuro para se transformar em desperdiçar nada, adubos – conclui Jacy Alves muito de trabalhar com não sempre reinvento receitas. A Martins de Lima. alimentos.

Quero estudar o meio ambiente, que curso fazer?

Edivânia Cristina Quando estamos no Ensino Fundamental, não nos preocupamos com a escolha de um curso universitário. Neste momento as preocupações são provas, trabalhos em grupo, amigos, festas, mas quando chegamos ao Ensino Médio, surge a pergunta: Qual curso irei fazer, depois que formar? E com isso, o jornal OutrOlhar traz nesta edição algumas opções de cursos direcionados àqueles que queiram atuar em áreas que desenvolvam técnicas para o meio ambiente.

Estes cursos têm duração média de 4 a 6 anos, e o jovem terá contato além das matérias obrigatórias, outras disciplinas complementares, que ele poderá fazer durante sua graduação.

O chefe do Departamento de Engenharia Florestal/ UFV, Ismael Eleotério Pires, ressalta o que o estudante

pode esperar do curso de Engenharia Florestal: – Ele vai encontrar desde disciplinas da área de estatística, química, biologia, até as disciplina profissionalizantes, de técnicas de cultivo de florestas, assim como, de práticas conservacionistas.

Até ele se transformar num profissional, seguindo uma linha de conservação da floresta, solo, água e fauna ou de floresta de produção, dentro outros produtos, de acordo com as espécies, ou a região que estiver envolvida.

Com o crescimento da valorização do meio ambiente, tanto o setor privado quanto o setor público, necessitam cada vez mais de profissionais planejadores e gestores com conhecimento em Meio Ambiente. O salário de um profissional recém-formado gira em torno de R$3 mil a R$5 mil, dependendo do porte da empresa.

CONHEÇA OS ALGUNS DOS PRINCIPAIS CURSOS, SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO E ONDE SÃO OFERECIDOS

ENGENHARIA AGRÍCOLA

AGRONOMIA

Construção rural, eletrificação rural, engenharia de águas e solos, extensão rural e difusao de técnologia, mecanização agrícola, planejamento agropecuarios, saneamento rural, tecnologia pós-colheita.

Universidades disponiveis: Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Produção agrícola e animal, defesa fitossanitária, construções rurais, mecanização agrícola, agronégocio e planejamento rural. Universidades disponíveis: Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade de São Paulo (USP).

GESTÃO AMBIENTAL

Consultoria, certificação, educação ambental, planejamento, recuperação.

Universidades disponíveis: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

ENGENHARIA FLORESTAL

Ecologia aplicada, educação, fiscalização, manejo florestal, tecnologia de produtos florestais.

Universidades disponíveis: Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Federal do Paraná (UFPR ). .

FONTE: GUIA DO ESTUDANTE

12 ESPORTES

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

Não vale deixar a peteca cair Verônica Valverde Provavelmente, você já praticou, brincou, ou simplesmente ouviu falar em peteca. Mas você sabe como esse esporte surgiu?

Paulo Caixeta (25) é formado em Engenharia Ambiental, mestrando em Informações Espaciais pela UFV, fundador da equipe de peteca da Associação Atlética Acadêmica Luve, mantém um blog sobre o esporte e, nas horas vagas, também é técnico e jogador do time.

Ele conta que “o artefato peteca foi inventado pelos indígenas e eles jogavam por recreação e em dias de festas”, e disse também não ser possível determinar uma data para o surgimento dessa prática recreativa dos índios que habitavam a região onde

hoje é o estado de Minas Gerais.

Já a prática de peteca como esporte nos leva de volta aos Jogos Olímpicos de 1920, realizados em Antuérpia, na Bélgica.

– A equipe de natação tinha levado o artefato para se aquecer antes das provas, brincando mesmo. Atletas de outros países viram e perguntaram as regras e como se praticava o esporte – conta Paulo.

Foi aí que os brasileiros perceberam que o esporte não tinha um molde certo para sua prática. A partir daí, as regras começaram a ser criadas, dando à peteca uma “cara” mais esportiva. Mas foi em 1973, na cidade de Belo Horizonte, que iniciouse uma prática de uma peteca mais regulamentada culminou na criação da Federação Mineira de Peteca. Existe ainda um

esporte que surgiu da peteca brasileira e que hoje é praticada ao redor de todo o mundo: a indiaca, com regras que misturam peteca como vôlei. A estimativa é de 800 mil praticantes desse esporte.

Além dos benefícios que a prática de uma atividade física oferece, Paulo ainda ressalta a importância do esporte na construção de novas amizades. “A peteca tem esse fator: é um mecanismo muito fácil de se fazer novos amigos. É comum isso, onde se pratica peteca os jogadores são muito unidos. O jogo também é amigável, por não ter atrito corpo a corpo entre os praticantes”, comenta.

Arthur César Pio foi vicecampeão das edições 2012 e 2013 da Copa Viçosa de Peteca e começou no esporte mais como forma de lazer durante o recreio quando

com alguns aspectos que passam despercebidos, quanto a hidratação que é fundamental. Os alongamentos, antes e após a atividade, e principalmente checar com um médico se a pessoa tem condições para praticar esse esporte: – É bom fazer uma avaliação física para saber se os batimentos cardíacos, pressão arterial estão dentro da normalidade.

Uma avaliação postural que avaliará o tipo de pisada; se precisa de um tênis especifico, se há problemas articulares que necessitam de fortalecimento, já que a caminhada gera impacto nas articulações – explica a personal.

Ela ainda ressalta outros cuidados que devem ser tomados ao praticar esse esporte. O excesso de esforço físico gera problemas.

– O problema não é a caminhada, o problema é que as pessoas começam a caminhar, se acham preparadas fisicamente e logo depois começam a correr.

A pessoa pode prejudicar – Foi frustrante saber A caminhada ajuda sim, e a saúde se não tiver que não podia mais fazer permite que você mantenha acompanhamento de um exercícios, ainda mais na um corpo muito saudável profissional – complementa. adolescência. Antes de ir ao economizando um bom Mesmo poupando medico e olhar sobre porque dinheiro, porém, é necessário dinheiro e tempo, a atividade estava constantemente procurar acompanhamento deve ser acompanhada cansada, eu jogava futebol médico, um gasto bem por um profissional e a e futsal todos os dias da empregado e que não trará caminhada exige como semana. Ter que parar foi futuramente, uma “dor de qualquer outro esporte, muito frustrante – afirma ela. cabeça”. orientação de um médico.

Caso contrário, a pessoa pode ter sérios problemas de saúde que, por vezes são agravados se não descobrir a tempo. Um exemplo é o da estudante Bárbara Bonfim (15) aluna do primeiro ano do Coluni (Colégio de aplicação da UFV). Bárbara sempre gostou de praticar esportes e aos treze anos, passou a fazer caminhada regularmente, quando percebeu que se cansava demais com pouco tempo te esforço físico. Após procurar um médico, descobriu que tinha problemas com arritmia e taquicardia.

Qualquer esporte de forte impacto pode causar alguma disfunção em seu coração, Além do exercício ao ar livre, caminhadas e corridas trazem bem-estar até mesmo um infarto.

PAULO CAIXETA

Criada por indígenas de Minas Gerais, a recreação virou esporte

Brincadeira de criança, a peteca acabou ganhando outros adeptos estudava na Escola Effie do prazer que o esporte Rolfs. Foi uma professora que oferece.

Apesar de ser um jogo o convidou para competir brasileiro, nos Jogos Escolares de originalmente falta divulgação Viçosa (JEVs) e após vitórias ainda seguidas, Arthur recebeu para que ele seja encarado duas bolsas de estudos em como um esporte de alto colégios particulares da rendimento e possa receber cidade para representá-los o reconhecimento que em competições em suas merece de todos. #Ficadica: se você quiser equipes.

Ele ressalta que a prática saber mais sobre a prática, ainda o ajuda os alunos do pode acesssar o blog do Paulo colégio, porque “desenvolve Caixeta: petecaesporteclube. um raciocínio rápido”, além blogspot.com.br

Agrade seu corpo e o seu bolso praticando caminhada Thalita Fernandes

PATRÍCIA MEIRELES

Quando pensamos em esporte, logo nos vem à mente imagens relacionadas a corridas, competições, etc. Deixamos de lado um exercício o produtivo e fácil acesso: a caminhada.

Muitos jovens têm vontade de realizar alguma atividade física e encontram dificuldades ao se deparar com a falta do oferecimento de determinados esportes e principalmente o elevado preço das academias. Nem sempre elas nos dão boas oportunidades de pagamento ou pacotes dentro de nosso orçamento. Assim a caminhada figura como uma excelente oportunidade de manter o corpo saudável sem gastar um centavo.

De acordo com a personal trainer Lilyane Tsai, a caminhada traz inúmeros benefícios, ajuda na circulação sanguínea, o desenvolvimento e firmeza da musculatura, o combate da osteoporose, entre outros.

Mas é preciso ter cuidados

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

ESPORTES 13

Um clique a mais no esporte interativo da web Patrícia Meireles A internet há muito tempo deixou de ser a combinação de vários “www”, mecanismos de busca e aba de emails pra se tornar multimídia. Ou seja, de vários formatos além de textos, imagens, sons, vídeos e animações, surge um vocabulário novo cheio de facilidades para o internauta.

O jeito de estar lado a lado com o esporte também mudou com a internet.

Das transmissões ouvidas em rádios portáteis, TVs, até o acompanhamento de eventos esportivos em tempo real são demonstradas as alterações visíveis no mundo da cibercultura:

– Se é pra pensar como as novas tecnologias mudam a relação com o esporte, bolões, blogs e espaços onde torcedores dão as suas opiniões são grandes exemplos – comenta Henrique Mazetti, professor de Cibercultura na Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Mas na transmissão de eventos esportivos, o rádio e a TV não perderam espaço com a rapidez das novidades que chegam aos nossos olhos. Mesmo os jovens que estão mais próximos das novas tecnologias, preferem acompanhar a transmissão do esporte por canais tradicionais de conteúdo e informação.

– Eu vejo jogo pela TV na maioria das vezes, mas quando não dá, vejo só a

PATRÍCIA MEIRELES

Na cibercultura, práticas esportivas e juventude se complementam

Tá na rede: bolões, blogs e outras ferramentas da web mostram tudo o que acontece no esporte notícia na internet depois.

– Já vi sites na internet ao Ainda segundo Henrique: No Facebook, curto algumas vivo. Quando é meu time eu – Agora, se tem toda páginas. Mas ver mesmo os sempre procuro – afirma. uma dinâmica de audiência jogos pra acompanhar em Com essas muitas e que utiliza múltiplas mídias: tempo real, não acompanho”, variadas transformações Eu assisto na TV, mas to conta Bruno Muniz do 3º provocadas pela revolução comentando na rede social ano do colégio Anglo. digital e avanços conquistados – enfatiza o professor, sobre Carina Nascimento, aluna pela cultura globalizada, as variações nos modos de do Equipe, já fala diferente existem mudanças consumo na rede, no perfil sobre sua relação com o quantitativas no porque o de consumidores em relação esporte e o mundo digital: esporte é algo para se ver. ao esporte interativo.

Lutando contra as calorias, mulheres quebram paradigmas Marina Mattos Por um tempo as academias eram marcadas por ambientes bem divididos: aulas de ginástica localizada e aeróbica para as mulheres, enquanto os homens participavam de algumas lutas, além de contar sempre com a musculação pesada. Mas, com o crescente destaque que a mulher vem recebendo, essa estrutura das academias vem se modificando. A mulher moderna foi quebrando paradigmas e entrando no espaço dos esportes que, até então, eram considerados “masculinos”.

As lutas marciais caíram nas graças do público feminino e os próprios instrutores passaram a se adaptar a essa tendência.

O coordenador de lutas de uma academia da cidade de Viçosa, Márcio Luis Teixeira, conta que mediante a grande procura das mulheres, fez-se necessário criar uma turma específica de aulas de boxe para elas e acrescenta o que justificaria essa procura.

– Eu acredito que 100% das mulheres querem perder peso, além disso, as mulheres

procuram uma defesa pessoal de maneira mais suave, com menos impacto”, o que segundo ele, pode ser encontrado principalmente na modalidade de muay thai.

De acordo com Márcio, a preparação das aulas e a execução delas não passam por nenhum tipo de diferenciação entre os gêneros, pelo contrário, ele afirma que “não existe diferença entre os homens e mulheres nas aulas, não gostamos de distinguir isso, a gente simplesmente explica que a mulher fisicamente é mais fraca que homem, isso é bom porque as mulheres se encorajam – afirma.

O especialista dá sua opinião dizendo que não acredita que seja uma coisa passageira, “da moda” só porque as atrizes estão lutando que as mulheres vão lutar também, ele acredita que “as mulheres não querem lutar, 90% delas procuram as lutas pela preparação física que elas proporcionam”. Prova disto está na estudante Ana Luiza Fonseca, que afirma: – Eu não gosto de musculação, por isso prefiro as lutas, já luto há dois anos

e não sinto nenhum tipo de preconceito, eu entrei pra emagrecer e acabei ficando pelo gosto – declara.

Sendo assim, Márcio destaca as principais atividades que estão envolvidas nas lutas.

– Ginástica localizada, ginástica com peso, funcional, elas querem quebrar essa rotina de musculação e aeróbico, trazendo como principal benefício a queima de calorias, perda de gordura – completa.

Wagner Silva Gomes, especialista e treinador acredita que “a modalidade menos indicada para as mulheres seria o MMA. O Jiu-jitsu, o boxe e o muay thai estão em um mesmo nível para a mulher praticar”.

Segundo ele, a maior procura está no Muay thai, visto que o Jiu-jitsu apresenta-se como uma luta de maior contato, o que provoca certo receio nas mulheres. Mas, ainda assim, durante as aulas ele afirma que não há distinção entre os gêneros, apenas pede para que os homens pratiquem mais a defesa enquanto as mulheres se concentram no ataque.

Boxe Malha braços, ombros, costas e abdômen além de panturrilhas, já que no treino você salta na ponta dos pés enquanto se esquiva dos golpes do adversário.

MMA Já foi chamada de vale-tudo e é uma mistura de técnicas e golpes de diversas lutas O combate acontece dentro do octógono. Em uma aula, você malha o corpo todo, mas não pode ter medo de cair no chão.

Muay thai Conhecido também como boxe tailandês, desenvolve concentração e agilidade e modela membros inferiores e superiores, pois trabalha socos, chutes altos e baixos e joelhadas.

Kung fu Golpes são inspirados nos movimentos dos animais e exercita concentração e foco na respiração. Trabalha coxa e o glúteo, é feita com os joelhos flexionados e a musculatura contraída.

Jiu-jitsu Os movimentos em pé têm a finalidade de jogar o adversário no chão. Os golpes - estrangulamentos, torções, encaixe de pernas e de braços - visam imobilizar o adversário.

Taekwondo As pernas e o abdômen são as partes mais usadas nesta arte marcial. Para desferir os chutes é preciso ter bastante flexibilidade, equilíbrio, força e velocidade.

14 CIDADE

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

As mudanças que ocorreram no trânsito nos últimos dois anos Laura Gomes

O trânsito na cidade de Viçosa sofreu, em 2011, grande alteração com a implementação de semáforos.

Dois anos após a mudança, algumas pessoas têm opiniões distintas sobre a real utilidade dos novos aparelhos.

Existem aqueles que apreciavam a gentileza entre pedestres e motoristas, como Daniel Libeni (54), que é comerciante e vem à cidade para tratar de trabalho.

Segundo ele, que dirige pela cidade durante os horários de maior movimento, quando não havia os sinais as pessoas eram mais pacientes: – Pra que sinal? Os motoristas respeitavam os pedestres, isso era muito legal. Acho que antes dos semáforos o trânsito andava mais rápido.

Durante o ano de 2011 o

trabalho de aprendizagem dos colégios na cidade foi forte.

Segundo a policial civil Fernanda Silva, muitos alunos não conheciam o semáforo, e nem sabiam o que significava cada cor componente do sinal, como é o caso de Ana Luiza (8), aluna do terceiro ano da Escola Edmundo Lins.

– Além de aprender sobre os sinais, ensinei aos meus pais – conta Ana Luiza.

Dias antes de ser iniciado o funcionamento da sinalização, o então secretário de trânsito José Antônio de Oliveira (Tafarel), em coletiva, afirmou que a mudança tornava-se necessária, uma vez que o número de carros na cidade só aumentava: – Temos uma média de dois carros por casa. A colocada de sinais não vai ser fácil, pois nem toda a estrutura da cidade é harmônica, como na Rua Santa Rita, por exemplo.

– conta.

A reclamação dos estudantes gira em torno da implementação de ciclovias.

Thalita Rossi (23) diz que já foi acidentada algumas vezes enquanto respeitava os sinais e pedalava para ir à aula.

– Estava em baixa velocidade e um motorista não deu seta. Virou o carro na minha direção de repente e me derrubou. Além de tudo não prestou socorro – conta ela.

Há pontos na cidade que ganham notoriedade quanto à sua funcionalidade. Ana Maria Furtado (65) acha que alguns sinais de pedestre demoram muito para abrir.

Segundo ela, a duração do sinal verde é muito pequena.

Já Rafael Oliveira (34) sente falta de um sinal na rua em frente ao posto All Time: – Ali é ruim pra quem dirige e pior para quem está a pé. Todo mundo sobe no canteiro e fica esperando a boa vontade do motorista, que quase não existe – encerrou.

PABLO CAMPOS

Cidade sem semáforo

Congestionamentos já são comuns em algumas partes de Viçosa

Dirigir antes dos 18 anos, será que essa lei passa?

Laís Coletta A grande maioria dos adolescentes antes de completar a maioridade já almeja a carteira de habilitação, e essa pressa para dirigir pode começar ainda mais cedo caso o novo projeto de lei do deputado federal Raul Lima (PSD-RR) seja aprovado. O parlamentar apresentou em abril o projeto que está em regime de tramitação e que altera de 18 para 16 anos a idade mínima para se dirigir no

Brasil. E ele não é o pioneiro em propostas desta natureza: de acordo com o site da câmara dos deputados, já são 17 projetos de lei que buscam modificar este ponto no Código de Trânsito Brasileiro e alguns deles já são pautas de discussão classificadas como prioridade no plenário.

Porém, são inúmeras as restrições impostas pela lei, como por exemplo, o horário e dias para poder conduzir um veículo será apenas de segunda a sexta, das 7h às 19h e ele somente

LAÍS COLETTA

Jovens tentam conquistar a sonhada habilitação cada vez mais cedo

poderá circular na cidade em que mora. O principal argumento favorável à essa mudança é de que os jovens a partir dos 16 anos já podem votar, trabalhar e casar, e, portanto, eles também teriam a capacidade de dirigir com responsabilidade.

Outro argumento muito recorrente é de que o adolescente que conduz o veículo com a supervisão dos pais poderá adquirir maturidade e responsabilidade no volante de maneira gradativa, desta forma, quando alcançar a maioridade, não cometerá infrações como a de dirigir fazendo uso de bebidas alcoólicas.

O proprietário e instrutor a 17 anos de uma auto-escola em Viçosa, Edilson Batista Alves, afirma que a maioria de seus clientes possui entre 18 e 25 anos e, portanto, são considerados jovens. Ele se diz favorável à aprovação da nova lei já que os jovens “possuem maior facilidade em apreender o conteúdo

Implicações de ser pego dirigindo sem habilitação: Infração - gravíssima; Penalidade - multa e apreensão do veículo; Penalidade: multa de R$ 574,62 Apreensão do veículo: de 11 a 20 dias Medida administrativa: Apreensão do CRLV do veículo Retenção do veículo: Agente não pode retê-lo, mas por questão de segurança, também não pode liberá-lo para o condutor que não possui CNH ou PPD devendo liberá-lo apenas para outro condutor legalmente habilitado. e o índice de aprovação de pessoas nessa faixa etária é maior”, afirma o instrutor.

Entretanto, as cidades brasileiras teriam estrutura para fiscalizar com eficiência necessária as restrições impostas pela lei? O Tenente da polícia militar de Viçosa Adilson José Vilela afirma que não; que o ideal seria criar um órgão específico para a fiscalização já que em cidades interioranas a PM possui incumbências acima de suas capacidades. O tenente, porém, acredita que o maior

benefício da aprovação desta lei é de retirar da ilegalidade o grande número de menores que dirigem pelas ruas da cidade.

Em Viçosa foram realizadas no primeiro semestre de 2013 cerca de trinta blitz e dentre as ocorrências fora registrados quinze infrações por dirigir sem habilitação. Levando em conta que o B.O. é realizado somente quando ocorre a ameaça da vida, os números de apreensões foram provavelmente bem superiores aos registrados.

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CULTURA 15

Mineiros criam tendência poética brasileira

Aldravias são formas de poesia totalmente nacional Ana Lopes

nas seguintes escolas: Escola de Ensino Fundamental e Médio Dom Viçoso (Mariana-MG), Escola Estadual Dom Benevides (Ouro Preto-MG) e Escola Viva (São Paulo-SP).

Andreia também faz palestras para estudantes universitários e professores de português. Ela comenta que se admira muito ao ver a incrível criatividade dos estudantes ao escrever suas poesias.

Os livros de português ainda não incluíram o novo estilo e, por isso, as escolas de Viçosa não começaram a trabalhar este formato.

A coordenadora geral do Colégio Nossa Senhora do Carmo, Francis Paulina,

afirma que é leva tempo o processo de incorporar a Aldravia no conteúdo.

Mesmo assim, defende a importância de se apresentar a tendência poética: – É necessário iniciar os alunos com um trabalho

de poetização, para que conheçam a riqueza da arte das Aldravias. Pensar poeticamente é um desafio que devemos ajudar nossa juventude a enfrentar e abraçar com prazer – explica a coordenadora.

ANA LOPES

Você já ouviu falar em Aldravia? Este é o nome que foi dado a uma nova forma de poesia, criada por um grupo de poetas em MarianaMG (Gabriel Biccalho, Andreia Donadon Leal, J.B. Donadon-Leal, J. S. Ferreira, Luiz Tyller, Hebe Rôla, e Lázaro F. Silva). A ideia inicial era apenas inventar um estilo literário que fosse genuinamente Brasileiro, já que todos os outros formatos conhecidos na literatura nacional foram importados de outros países como Itália, França ou Portugal.

As Aldravias são formadas por seis palavras-verso, ou seja, seis versos univocabulares com sintaxe prática (por coordenação). Sendo assim, seu elemento principal é a palavra, pois seus criadores buscavam seguir o conceito proundiano: “mínimo de palavras para o máximo de conteúdo”. Assim se cria um poema por encadeamento de ideias.

Andreia Donadon Leal é diretora de projetos da Aldrava Letras e Artes e tem levado a proposta da aldravia para escolas, desenvolvendo atividades de alfabetização para os alunos mais novos e oficinas de poesia para os adolescentes. A oficina e o projeto já estiveram presente

Poesia de Gabriel Biccalho traz o olhar do autor sobre o novo estilo

Artes brasileiras ganharão sua própria universidade Alexandre Scheibel

uma universidade totalmente voltada à cultura tupiniquim – culturas regionais de todo país - é algo inédito, caso realmente saia do papel e se torne realidade e não apenas mais uma utopia.

Pensando nessa possibilidade, entrevistamos estudantes que têm gosto pelas artes para saber a opinião deles sobre o assunto. Para o aluno do Colégio Equipe, Otávio (16), o ensino de artes é importantíssimo e ele destaca seu papel social. mesmo não pretendendo seguir carreira na área.

– Acho importante, as artes não devem ser menos valorizadas do que qualquer outro curso, afinal também são fundamentais para nosso

meio social – afirmou ele.

A Aluna Valkíria Müller Coelho (18), aluna do colégio Anglo, também se mostrou simpática ao projeto e enfatizou seu gosto pela arte.

– Eu acho muito válida a ideia! Amo artes, eu já fiz teatro e desenho estilo mangá, canto, mas não

profissionalmente – disse a estudante, que também pretende manter a arte como hobby.

O campus da universidade será construído a partir do ano que vem. A sede não foi definida e qualquer cidade pode mandar seu projeto e o melhor será escolhido.

ARQUIVO PESSOAL

Com certeza você já cansou de ouvir seus pais ou amigos dizendo que não é possível viver de arte, ou então que ela não é profissão, entre outras falácias por aí.

Bom, mas não iremos entrar muito nesse assunto porque o OutrOlhar já mostrou, na sua edição 31, que é sim possível viver da dela. Apesar de ser uma tarefa árdua.

Talento o brasileiro tem de sobra, na maioria das vezes o que falta são recursos financeiros para que se realize cursos que o especialize, que lapide o seu dom, ou que deem um suporte para que o artista continue a desenvolver sua arte.

Pensando nisso, o governo brasileiro por intermédio do Ministério da Educação e o Ministério da Cultura apresentou este ano um projeto que visa à criação de uma universidade especificamente destinada as artes, entre elas música, artes plásticas, desenho, dança, cinema, entre outras. Além de cursos de graduação, serão disponibilizadas também pós-graduação nessas áreas.

A primeira indagação ao saber da novidade seria: – Mas já não existe isso? A UFV mesmo, tem um curso de graduação em dança– Realmente!

Mas, a maioria das faculdades disponibilizam esses cursos como “mais um”, a criação de

Nem Otávio nem Valkíria pretendem seguir carreira artística

Viçosa conta com várias opções para os jovens que querem passar de espectadores a artistas Tamires Arsênio

e oficinas culturais. Caso não exista nada, você tem ainda a possibilidade de sugerir algo que seja do seu interesse e de seus colegas.

O professor de dança Luís Felipe Claudino foi participante de projetos sociais na adolescência. Ele destaca que a arte ocupa o tempo e a mente de quem a pratica e assiste, contribuindo para evitarem a criminalidade.

Kátia Vitalino também começou em projetos, os quais hoje coordena no Núcleo de

Arte e Dança. Ela diz ser a prova viva de que fazer arte pode se tornar um caminho para as pessoas.

Movimente-se também!

Para criar um grupo artístico

ou participar entre em contato com a Secretaria de Cultura.

Telefones: (31) 3892-4616 e (31) 3892-6180. E-mail: secculturapmv@vicosa. mg.gov.br.

ARQUIVO PESSOAL

Entre as principais queixas dos jovens de Viçosa está a falta de produções artísticas e culturais oferecidas na cidade.

Mas, o que muitos deixam passar é que eles podem ser participantes ativos desse tipo de atividade. Além da possibilidade de ingressar em grupos que já existem, os interessados podem agir por conta própria e até mesmo fundar novos.

A cidade oferece

grupos e oficinas de várias manifestações culturais, como dança, teatro, movimentos folclóricos e até circo.

Existem grupos em bairros e escolas, e ainda muitos projetos desenvolvidos para a comunidade. Algumas escolas realizam atividades artísticas voltadas especificamente para seus alunos. É uma maneira cômoda e prática que os estudantes encontram para fazer arte. Procure saber com colegas ou na diretoria se sua escola tem opções como cursos

Entre vários benefícios, a arte alegra quem faz e assiste

16 CULTURA

OUTROLHAR AGOSTO DE 2013

O Impacto da determinação e força de vontade

Jéssica Santana

ARQUIVO PESSOAL

O grupo de dança Impacto surgiu há mais de 10 anos como iniciativa independente, precisava de coreógrafos de fora, e se apresentava em cidades pequenas, em inauguração de hospital, festinhas de 15 anos, concurso de miss, entre outros. Hoje, já dança coreografias de própria autoria e conta com apoio de uma empresária da cidade que ajudou na profissionalização do grupo e que dirige os espetáculos apresentados por ele. Os bailarinos têm uma rotina de ensaios rígida,

viajam no mínimo duas vezes por semana, e dão aula para crianças e adolescentes em projetos da cidade, como por exemplo, o Centro Experimental de Artes que ensina gratuitamente dança para adolescentes.

“Os integrantes do Impacto são um exemplo de luta e superação e isso nos inspira a correr atrás do que sonhamos. Acho que uma das coisas mais bonitas que já vi, é o brilho dos olhinhos dos meninos dos projetos sociais quando os veem eles dançando, e imaginando que é possível um dia chegar lá.”

– diz Clara Lorentz aluna do 1º ano do Ensino Médio e admiradora desse grupo de dança de Viçosa.

Impacto compartilha conhecimento com os seus alunos

Ela não é a única fã do Impacto, e essa admiração pode ser sustentada pela trajetória dos integrantes.

Quem os vê apresentando não sabe direito o que eles passaram para chegar onde estão hoje. Os dez bailarinos vieram todos de projetos sociais, e, além disso, muitos enfrentaram adversidades como o fator financeiro e a falta de apoio familiar.

Rodrigo Branco, artista e dançarino do Impacto conta: – Não recebi apoio no início. Saí de casa com 16 anos, e como meus pais se separaram, minha mãe queria mudar de cidade, e eu falei que ia e não fui. Hoje eles já apoiam, mas era muito difícil porque eles falavam que não dava dinheiro. E realmente não dava! Eu trabalhava em três lugares, o dia inteiro vendendo parafuso, à noite como garçom e dando aula.

Teve ano que eu dava aula pra ganhar 5 reais por hora.

Tinha que dar muita aula pra ganhar uma grana boa, e eu morava sozinho – relembrou.

Branco quando criança participou de um projeto em Viçosa que se chamava “Tim ArtEducação”, como queria fazer dança e não tinha vaga, começou nas artes plásticas e em 2004

ARQUIVO PESSOAL

A batalha dos integrantes de grupo de dança famoso em Viçosa

Rodrigo faz salto em um dos seus espectáculos de dança passou num teste para entrar munícipio. no Impacto, onde permanece – Existem oficinas de há nove anos. Além disso, capoeira, de circo, de dança, escreve projetos à parte, é o que não existe é o que tatuador, grafiteiro, cria artes fazer depois com o que se como shape de skate, pinta aprende.” – afirma. quadros e recentemente está Branco deixa um conselho criando uma linha de roupa. para quem quer ingressar no Ele não se limita a propagar ramo: a sua arte, mas lutar também – O Brasil é um país de pelos direitos comuns de massa, mas o crescimento outras pessoas. Foi eleito é individual. Se você quer para a Secretaria de Cultura ser um ótimo artista você da cidade para representar os tem que desenvolver sua assuntos transversais (tudo técnica. Não importa se não que é urbano, underground, há incentivo, muita gente punks, skatistas, etc). me deu um empurrão, mas Ele acredita que o ninguém ficou atrás de mim. incentivo à cultura em Viçosa O segredo é persistência e já melhorou bastante, mas há treinamento. Tem que ter ainda limitações no mercado força de vontade para vencer de trabalho nessa área no – concluiu.

ONG leva projetos sócio-culturais a comunidade do Rebenta Rabicho Vanessa Coutinho

ainda conscientizar as adolescentes da importância de sua inserção política na sociedade. O Crianças Arteiras proporciona às crianças, apor intermédio de exercícios lúdicos, o senso de responsabilidade e organização.

A professora voluntária de fotografia e expressões artísticas da Casa Cultural e estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFV, Ana Luísa Figueiredo, fala de suas experiências pessoais com o trabalho desenvolvido: – É motivador poder trabalhar com estas crianças e também poder conhecer mais efetivamente a cidade onde eu moro – afirmou.

A Casa Cultural do Morro se mantém por meio de parcerias com empresas locais, com o trabalho voluntário e por doações de Pessoas Físicas. Quem quiser apadrinhar uma criança pode

contribuir mensalmente com o valor mínimo de R$ 10,00.

Conheça a Fan Page da Casa Cultural do Morro no Facebook: https:// w w w. f a c e b o o k . c o m / CasaCulturalDoMorro.

RAÍSSA ROSA

– A Casa Cultural não é só um projeto social, é uma cultura política – com esta frase a presidente da Casa Cultural do Morro e estudante do curso de Ciências Sociais da UFV, Raíssa Rosa, define os trabalhos da instituição.

O projeto é uma Organização Não Governamental que atende crianças e adolescentes da comunidade Carlos Dias, conhecida popularmente como Rebenta Rabicho.

A casa cultural surgiu, em setembro de 2012, da necessidade em oferecer opções de lazer e cultura para as crianças do local.

A ONG atende atualmente

40 crianças e 20 adolescentes por meio de cinco projetos, são eles: Crianças Arteiras, Memórias do Morro, Capoeira de Angola, Samba de Roda e o Pérolas Negras.

Segundo Raíssa Rosa, os projetos foram pensados para que os alunos participem de cada um deles de acordo com a idade. No local são ministradas oficinas de desenho, percussão, violão, técnicas circenses, teatro, culinária, hip hop, dentre outros.

As atividades oferecidas desenvolvem diversas vertentes da aprendizagem. O Pérolas Negras, por exemplo, trabalha com a valorização da identidade e da beleza da mulher negra. Buscando

Brincadeiras podem identificar habilidades cognitivas das crianças