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Putz

A revista Putz foi desenvolvida pelos alu-

nos do sexto período, segundo semestre do ano de 2012, curso de Comunicação Social - Jornalismo, das Faculdades Integradas do Brasil. as

O objetivo do trabalho é reunir reportagens

produzidas

durante

as

aulas da disciplina de Redação VI, ministrada

pelo

professor

Rodolfo

Stanck.

Neste edição estão reunidos conteú-

dos com assuntos variados como música, viagem e beleza. A matéria de capa mostra a história dos Cosplays, a caracterização de pessoas com roupas de personagens de desenhos de televião e histórias em quadrinhos.

Esperamos que gostem da leitura!

Editorial

Expediente Orientador: Rodolfo Stanck Alunos: Ana Clara Baptistella Ana Paula Ribeiro Angelo Stroparo Ivan Gama Juliana Ribeiro Liege Scremin Mahara de Golvêa Matheus Gasparin Paula Senff Paulo Siqueira Vivian Mendes Edição: Vivian Mendes

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Por Ana Paula Ribeiro

beleza

O Efeito Batom

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a bolsa de maquiagem base, corretivo, pó e blush. Nos olhos, muito lápis e máscara para cílios. A dedicação com a maquiagem faz parte da profissão da apresentadora de televisão, Daiane Fardin, mas nem por isso ela considera um esforço. Daiane não sai sem maquiagem e mesmo na academia os olhos estão pintados. “Sou muito encanada com o tamanho dos meus olhos, preciso disso para me sentir bem”. A vaidade vem de longe também para Ana Cláudia Maia, produtora. Ainda criança brincava com os pincéis e se divertia com produtos de beleza. Loira, cabelos compridos, salto alto e joias, Ana tem problemas em administrar seu tempo quando o assunto é seu ritual de beleza. “Todos os dias me atraso

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por causa da maquiagem. Não consigo só acordar sair.” Cilíos postiços, os donos das maiores dúvidas em foruns na internet sobre maquiagem, são artigos de rotina para Ana. “Mesmo quando não posso fazer o processo completo coloco os cílios, senão me sinto estranha”. Se para Ana há uma naturalidade diante ao espelho, Carla Guimarães, advogada descobriu há pouco este mundo. “Até dois anos atrás não sabia nem o que fazer com uma sombra, hoje não vou a padaria sem pelo menos 3 produtos no rosto.” O orçamento de Carla ficou mais apertado para satisfazer este novo hobbie. A advogada investe pelo menos 150 reais ao mês com produtos de beleza, pouco acima da média nacional – as brasileiras gastam cerca


A psicologa Tereza Karam concorda com a rivalidade entre as mulheres, mas defende que a sedução é parte importante deste cenário. “O discurso das mulheres está desconectado com o desejo emocional delas. Vejo no meu consultório mulheres realizadas profissionalmente, mas que ainda tem que lidar com o sonho do casamento e relação estável”. Segundo ela, é díficil para as mulheres assumirem esta postura num mundo pós-feminismo. “Como falar que você sonha com a segurança de uma relação depois de tudo que lutamos para conquistar?” A antropóloga americana Sarah Hill concluiu este ano a pesquisa que explica o indicador econômico trazido a público no ínicio do século, o Efeito Batom. Dados dos últimos 20 anos da economia americana mostram que em momentos de recessão o consumo de artigos de beleza, especialmente o batom, aumentaram. O avanço da antropóloga nesta teoria é a pesquisa aplicada em 82 mulheres e 72 homens heterosexuais, que revelam o efeito é motivado pelo desejo das mulheres de, durante períodos de crise, encontrar parceiros com estabilidade e segurança financeira. O estudo foi publicado com o nome de “Boosting Beauty in an Economic Decline: Mating, Spending, and the Lipstick Effect” (em tradução livre, turbinando a beleza durante o declínio econômico: namoro, gastos e o efeito batom), divulgado no final de maio no “Journal of Personality and Social Psychology”, publicação norte-americana especializada em psicologia social e estudos da personalidade. Apesar da discordância das entrevistadas, a psicóloga Tereza Karam reafirma a existência comum do perfil de mulheres que usam a sedução ao sexo oposto como ferramenta diária. “As mulheres vestem-se diariamente, mesmo que inconscientemente, para usar seus atributos. Basta você perceber em locais de trabalho a quantidade de mulheres que usam decotes e outras roupas insinuantes. Faz parte do jogo entre homens e mulheres. A maquiagem é só mais uma arma.”, comenta. Para esta entrevista Tereza Karam estava usando base, blush, máscara de cílios e sombra. P

beleza

de quinhentos reais por ano. O valor gasto por mês por Carla reflete o bom momento deste mercado. Em meio a crises mundiais, o Brasil tornou-se foco na indústria da beleza . Em 2011 a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos faturou mais de oitenta e sete bilhões de reais, segundo o instituto Euromonitor. Foi um acréscimo de 18,7% em apenas um ano, muito longe dos 2,7% do crescimento do PIB brasileiro no mesmo ano. Com este total, o Brasil assumiu a terceira posição no mercado mundial, com uma fatia de 10,1%, atrás apenas do Japão e Estados Unidos. Para se preparar a tantos produtos lançados neste mercado em extensão, os cursos de auto-maquiagem são uma alternativa comum. A maquiadora, Juliana Dalbosco, não tem nenhum fim de semana livre em sua agenda nos próximos meses. “Grande parte chega para mim cheia de produtos, muitas vezes caros, mas não sabe o que fazer com eles”. Para criar uma relação mais próxima com suas clientes, Juliana também responde perguntas sobre o assunto em sua fan page no Facebook. “Elas quererem aprender a fazer o look da novela, das revistas e saber o que usar do dia-a-dia àquela festa especial”. Juliana já esteve do outro lado e há 4 anos sua paixão pela maquiagem não passava de um hobbie. Formada em fisioterapia, exerceu a profissião por 6 anos antes de um câncer entre orgãos afastala por mais de um ano do emprego. Neste momento resolveu jogar tudo para o alto e seguir a sua vocação. Mostrando as suas fotos de adolecência fica claro que desde muito jovem a maquiagem esteve presente em sua vida. “Sempre fui guru das minhas amigas neste assunto, elas iam na minha casa para se maquiar antes das festa e eu adorava. Só resolvi transformar isso num ganha pão.” Juliana, Carla, Ana e Daiane tem algo em comum além dos pincéis e cores, quando perguntadas sobre para quem se maquiam todos os dias, apontaram a si mesmas e também as outras mulheres. “Rola uma competição entre a gente, uma nota a outra.”, revela Ana.

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Quarto álbum da Faith No More é uma jóia bruta

Opinião

Por Angelo Stroparo

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ing For A Day... Fool For A Life Time é o quarto álbum de estúdio da banda californiana Faith No More (Who Cares A Lot é, na verdade, uma coletânea composta basicamente por B Sides). Lançado a 13 de março de 1995, é, também, o primeiro projeto dos caras sem o seu antigo guitarrista Jim Martin. Martin foi expulso da banda logo após terem sido iniciadas as gravações. Motivos não faltaram, mas, o principal e determinante: discordâncias exacerbadas pelos novos rumos musicais do grupo. Fracassado nas vendas e ignorado pelos críticos, este trabalho é uma joia bruta. E, no “perfeito” mundo do entretenimento, preciosidades com tal característica costumam mesmo serem lançadas aos porcos. Portanto, não há motivo para espanto. Mas não foi apenas a falta de aprimoramento e desenvolvimento conceitual que corroborou o caminho de “King For A Day...” ao ostracismo. Provavelmente, cometer o “pecado capital” de se utilizar de estilos musicais totalmente fora do contexto comercial da época resultou numa grande influência ao fracasso, também. Não podemos nos esquecer que se tratava da “era dourada” de um rentável comércio que se criara em torno do grunge. Paton & Cia. Ltda. ousaram demais e se deram mal. Crítica e público torceram o nariz para a “bolacha” que abarcava, ao mesmo tempo, toques de Heavy Metal, Jazz, Funk, Soul e Bossa Nova - fundidos insanamente às peraltices vocais de Paton, vale acrescentar. As virtudes da obra não são poucas, mas, principalmente nos arranjos criativos, executados com vigor, é que o “FNM” mostra por que ficou conhecido mundialmente como uma das bandas mais inventivas da história da música pop. Timbres de cordas e nipes de sopro harmonizam com distorções de guitarras que, à época, soavam tão agressivas quanto

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petardos de um Kerry King, porém, musicais como um “hit” qualquer do Prince. Em tempo: é necessário destacar, aqui, a genialidade do excepcional baixista Billy Gold, que tem neste subestimado álbum o seu melhor momento musical em registro. O cara simplesmente estabelece uma nova escola do respectivo instrumento nas faixas “Cuckoo for Caca” e “Star A.D.”. Mike Paton não deixa por menos e registra aqui os melhores e mais alucinados vocais de sua carreira (é impressionante ouvir espasmos e berros guturais fazerem as vezes dos solos de guitarra). As letras até são provocativas. Mas não conseguem irradiar toda a acidez necessária à crítica social que pretendem. A alusão contida no título ao modo representativo de “viver a vida”, para o qual somos todos educados, não cria liga consistente com a totalidade do discurso proposto. Não fere e muito menos conduz a reflexões mais intensas. Parece que o limite é a intenção. Não causa, portanto, apesar do potencial evidente, o mesmo efeito que se pode observar no álbum “In Utero”, do Nirvana, lançado mais ou menos na mesma época, por exemplo. De qualquer modo, King For A Day... Fool For A Life Time foi uma “pedra de tropeço” como poucos álbuns do cenário pop da época foram capazes de ser. Além de ser o marco do início do fim do Faith No More, que vinha numa ascendente fabulosa graças aos dois sensacionais álbuns anteriores “The Real Thing” e “Angel Dust”. Agressividade, musicalidade, melodias improváveis, timbres rústicos - mas, envolventes -, além do carisma de Paton, não foram, contudo, suficientes para fazer deste disco um sucesso. P


O Rock n’ Roll ainda está vivo no interior sertanejo Por Ana Clara Baptistella

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ou contar sobre uma banda que faz parte da minha história. Sou de Itaberá interior de São Paulo à 30 km de Itapeva São Paulo. E logo que, comecei a namorar com Alex Murat em 2007, ele tinha entrado a pouco tempo na Still Burn. Estive presente em quase toda sua história. Por esse motivo irei relatar as façanhas realizadas por esses jovens. A banda Still Burn surgiu no final de 2004 em Itapeva no interior de São Paulo. Quando o Tiago Juk e o amigo José Eduardo (Zéff) decidiram

tocar o que realmente gostavam. A principal intenção era ser uma banda de rock clássico, e nadar contra a maré do mundo sertanejo da cidade do interior. Sua primeira formação foi Déco (vocalista), Pepê (guitarra), Juk (guitarra), Zéff (baixo) e Gabriel na bateria. Porém, a formação original acabou em 2006. A formação que existe hoje, Ocorreu no final de 2006 com algumas alterações. Juk (24 anos) descobriu seu dom e passou pro vocal, Zéff (26 anos) permaneceu no baixo,

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música

O rock n’ roll, mesmo tendo surgido na época dos nossos bisavós, é um estilo que permanece vivo dentro dos corações dos jovens e da melhor idade do interior paulista.


música

Felipe Malho (22 anos) entrou para tocar guitarra e Alex Murat (23 anos) na bateria. Eles fazem cover das melhores bandas de Hard Rock, como Kiss, Led Zeppelin, Alice Cooper, ACDC, Deep Purple, entre outras. O primeiro show de apresentação da nova formação foi no primeiro evento Rock & Consciência, que acontece todos os anos desde 2007. O projeto juntamente com a Secretaria da Cultura de Itapeva – SP, têm como proposta um evento musical, em que bandas possam se apresentar mostrando seus talentos e ajudando na arrecadação de alimentos para uma entidade filantrópica, justificando assim o nome Rock & Consciência. Como conta o baterista, o evento “Rock e Consciência” tem muito da Still Burn, “assim como a Still Burn tem muito do Rock e Consciência, nossa primeira apresentação oficial foi neste evento, e deixou muitas lembraças”, afirma Alex. A banda tocou em todos os eventos, totalizando cinco edições. Sendo que á ultima edição aconteceu esse ano nos dias um e dois de setembro. A banda tem um grande diferencial, pois mesmo tocando uma vez ao ano consegue reunir em

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média 700 pessoas em todos os eventos. Juntamente com outras bandas que também tocam no Rock & Consciência. A banda faz parte da história desse projeto, pois sempre esteve presente. Still Burn é uma banda que usa artifícios diferenciados para conquistar o público, como atear fogo com um spray em cima do palco. Essa performance é usada sempre que tocam a música própria “City on Flames”, escrita pelos quatro integrantes. City on Flames é uma música que conquistou os fãs, pela letra empolgante que junto a ela o show com o fogo, que é feito todas às vezes e toda vez que é tocada, todos cantam juntos. Enlouquecendo, assim, a plateia, que já se acostumou com essa performance ousada e diferente. Infelizmente, a banda acabou em 2009. O guitarrista Felipe contou que para ele, o fim foi um pouco chocante. “Estávamos meio parados, e quando percebemos que estava andando muito lentamente, já tinha acabado. Nos primeiros momentos foi estranho, pra mim e pra muitas pessoas que estavam acostumadas com a banda tocando”. Mesmo com o fim, a banda continuou tocando todos os anos no evento Rock & Consciên-


que a gente mais gosta. “Colocar fogo em tudo e alegrar o público com clássicos do Rock n’ Roll e Hard Rock e ver a moçada receber nosso som com entusiasmo é o melhor pagamento”, conta o jovem. Em uma região onde a música sertaneja prevalece e os shows mesmo que de bandas ainda pouco conhecidas como o cantor Rodrigo Rios a multidão mínima é de 15 mil pessoas. Já os eventos de rock como o show do Charlie Brow, reuniu quatro mil pessoas. Mostrando, assim, que um evento como esse onde apenas bandas da região se reúnem para tocar e uma considerável quantidade de publico vai ao evento. É um marco para cidade pequena de costumes sertanejos. O Rock & Consciência vem se revolucionando a cada edição, e assim angariando novos adeptos e fiéis. A cada evento pude notar o aumento gradativo do público, que sempre pede mais. Li em uma rede social, um rapaz dizendo para um dos integrantes da Still Burn: - Daria tudo para ter mais um dia como esses. Alex conta que o evento deste ano foi muito divertido “deu para perceber que a chama do Rock n Roll ainda está fervorosa na região. E tudo foi muito rápido, precisamos fazer mais disso”, afirma o baterista. O próximo evento já é organizado, e acontece no final de janeiro de 2013. O publico pede que o evento aconteça pelo menos duas vezes ao ano. Para animar os corações aquecidos pela velha chama do Rock n’ Roll. P

City on Flames

(Inicio) Midnight, it’s time to the party Put your leather jackets and your pants It’s a hell outside, The girls are crazy, oh yeah There’s a fire on her eyes

(refrão) Give me the fire of my heart Baby you make me feel so hot It looks like hell But’s better than the heaven, yeah!

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música

cia. Um dos idealizadores do projeto, que sempre ocupou o cargo de Diretor do Departamento de Ação Cultural, Flávio Carvalho, diz não imaginar o Rock & Consciência sem a Still Burn. “A influência da Still é total, tanto como referência para outras bandas, em especial as novas, quanto pelo fato de estar presente em todas as edições do festival, atraindo um grande público”, afirma Carvalho. Marcela Cristina é grande fã da banda, ela conta que sente grande admiração por eles desde a época em que as apresentações eram frequentes. “As performances da banda foram se aperfeiçoando, e deixando mais clara a sintonia entre os músicos, o fogo nos lembra de que não estamos vendo uma apresentação, e sim um show, é um dos diferenciais” afirma a garota. Durante esses anos em que eles tocaram, conseguiram conquistar um grande público. A banda sempre é lembrada e esperada nos eventos, quando eles começam a tocar, mesmo quem nunca os viu tocar já sabe que são eles pela performance com as chamas, que são tão comentadas. Flávio Carvalho, conta que a Still Burn é uma banda que está preparada para o mercado de trabalho. “Com um repertório certo pra quem curte o bom rock n’ roll dos anos 70 e 80, não somente os veteranos roqueiros, mas também a nova geração, que conhece a boa música. O estilo é inconfundível e o público sempre espera o show de interpretação do vocalista Tiago Juk, que, pra mim, sem exageros, é um fenômeno como intérprete”, afirma o idealizador do projeto. Eu consigo notar, com grande facilidade o entrosamento dos garotos na hora do show. Pela grande amizade, vejo o carinho com que fazem os ensaios e shows. Eles têm uma grande química quando tocam, eu pude presenciar um ensaio, feito depois de um ano sem tocar e parecia que não tinham parado. O vocalista afirma, que pode falar por todos os integrantes, pois a motivação de subir no palco com os amigos que mais gosta e tocar o som


O universo dos Cosplays

Por Juliana Ribeiro

capa

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entre os diversos tipos de apoio as manifestações culturais, existem um em especial que poucas pessoas sabem o que é e o que significa. Estamos falando dos Cosplays. O termo Cosplay é uma contração das palavras em inglês costume (traje/fantasia) e play (brincadeira/interpretação), que juntas deram origem ao termo. O cosplay é um hobby, onde as pessoas se fantasiam de personagens como games, cartoons, mangás e quadrinhos. Sua pratica se engloba ao universo do entretenimento, com personagens pertencentes à TV e animações de outros países. Mas você sabe a verdadeira origem do Cosplay? Segundo o site cosplay Brasil, a origem do cosplay nasceu nos Estados Unidos. A origem do cosplay está ligada as histórias das convenções de ficção científica. “Em 1939, o jovem Forrest J. Ackerman e sua amiga Myrtle R. Douglas compareceram a 1º World Scienci Fiction Convention, a Worldcon fantasiados no meio de um publico de 185 pessoas. Com o sucesso que as fantasias fizeram durante os anos seguintes dezenas de fãs compareceram na convenção em trajes de ficção científica. A prática cresceu tanto que, ao longo do tempo o hobby ficou conhecido como fan costuming. A história começou a mudar em 1984, quando Nobuyuki Takahashi, do estúdio japonês Studio Hard, visitou a Worldcon daquele ano em Los Angeles. Devido ao que ele presenciou na convenção ele definiu o termo fan costuming para cosplay. Nos anos seguintes foi possível encontrar várias pessoas nas convenções japonesas caracterizadas por personagens de animes e mangás que ficaram conhecidas por cosplayer”. Segundo o site. O sucesso que o cosplay obteve ao longo dos anos, fez surgir pelo mundo, vários amantes

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desse novo hobby. Pois essa pratica é feita não é só nos EUA e no Japão, mas em vários países como a Tailândia. A estudante tailandesa da cidade de Chiang, Supawan Tasananutariyakul, de 21 anos, é uma cosplayer. Dentro do mundo cosplay, algumas pessoas usam outro nome como a Supawan, que no meio cosplay usa o nome de Kinpaku. Supawan conta que já fez mais ou menos uns nove cosplays e o que mais gosta é o personagem de Ion Fortuna. “prefiro personagens com o cabelo claro, ou loiro, ficam melhor em mim”, diz Kinpaku.


Cultura

A escolha do cosplay requer às vezes um pouco de tempo, mas para Kinpaku, o tempo pode ser de sete dias, o mais longo, mais ou menos seis meses ou até mesmo um ano. Por isso alguns personagens apresentam um grau de dificuldade para a sua execução. Cada vez mais os cosplayers crescem pelo mundo, um exemplo é a China, que cada vez mais abriga novos cosplayers, como a chinesa Una Himesendo seu nome verdadeiro Azusa Hime- de 19 anos. Já fez pelo menos 20 cosplays, sendo seu favorito a personagem Ririchiyo Shirakiin do anime Inu x Boku. Una conta que conheceu o mundo cosplay pela internet, fala também que a escolha do personagem, varia de acordo com visual ou personalidade, e pode demorar de um mês á seis meses, menciona que seus países favoritos no cosplay são China e Japão. Apesar da prática do cosplay, estar se alastrando pelo mundo, ainda existem pessoas que não enxergam essa expressão como uma forma de cultura. E discordam quando se fala da origem do cosplay, pois para alguns o verdadeiro cosplay está no Japão e para outros nos EUA, mas quem está certo?

EUA x Japão Apesar de sabermos a verdadeira origem desse movimento, ainda temos algumas controvérsias com relação ao cosplay. Para os norte americanos, eles acreditam e seguem o que foi criado no Worldcon. Ou seja, as pessoas que criam suas próprias fantasias, os cosplayers competem em convenções de fã. Já no caso do Japão, é totalmente diferente, pois o cosplayers não envolve apenas personagens com origens de animes e mangás, mas um personagem que seja pré-existente. Desse modo, a ideia de se fazer cosplay é parecer o mais fiel possível com o personagem. Os japoneses realizam competições assim como os americanos. A principal atividade que os japoneses mais gostam com relação ao cosplay, é se reunir em grupos para uma sessão de fotos. Em ambos os países os cosplayers podem ser jovens e adultos, de ambos os sexos e sem limitação de idade.

Os cosplays no Brasil O site cosplay Brasil aponta como essa pratica chegou ao Brasil. “O hobby chegou ao Brasil em 1996, junto com a primeira convenção de animes do país, o Mangacon. O evento foi realizado pela Abrademi (Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações) na cidade de São Paulo. A pratica do cosplay no Brasil dá pra se dizer que é uma mistura entre o modelo japonês e o americano. Sobre influência dos EUA, nas convenções de anime no Brasil foi importado à questão dos concursos de cosplay. Já no caso do Japão, os brasileiros tem uma fidelidade com relação ao personagem escolhido no que diz respeito à caracterização. Pois a inspiração

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Cultura

para escolha dos personagens é feita através dos animes, mangás e games japoneses, pois é daí que os cosplayers brasileiros tiram suas ideias”. Cita o site. Assim como nos demais países, como Japão e EUA, os cosplayers também podem ser adultos, é o caso de Daniela Cristina Takahashi, 35 anos, de Atibaia, São Paulo. Daniela começou a fazer cosplay com 29 anos, na época morava em Joinville, Santa Catarina, e não conhecia muito sobre eventos, anime e mangá, conhecia mais HQ tipo Pato Donald entre outros. Embora fosse descendente de japoneses, Daniela desconhecia esta parte cultural do Japão, teve seu primeiro contato com mangá através de seu noivo que lhe mostrou. Daniela se mudou para Atibaia, onde o noivo morava e começou a estudar moda na cidade de São Paulo. “neste dia estava acompanhada do meu noivo, vimos muitas pessoas vestidas de personagem e isso me deixou com vontade de entrar no evento que era o Anime Dreams de 2006. Eu fiquei tão maravilhada em ver tantos cosplayers lindos que resolvi fazer meu primeiro cosplay no evento do Anime Friends de 2006”. Conta Daniela. A partir desse momento, Daniela se tornou uma cosplayer, onde que adotou um nome fictício de Witchiko, como é conhecida nos eventos e no mundo cosplay. Ao longo dos anos em que é cosplayer, já fez mais de trinta personagens, e conta também qual é seu favorito. “creio que é Momohime de Muramasa. Pois foi o cosplay que mais ficou com o resultado que eu tanto queria, foi tanta dedicação neste cosplay que virou meu preferido sem sombra de dúvidas”, diz Witchiko. Ao escolher seu personagem Witchiko assiste o anime, lê o mangá ou joga o game e se eu gostar do personagem acaba fazendo o cosplay. Mas sua escolha não para por aí, ela leva em conta a personalidade do personagem, o visual ou pela dificuldade. Por isso o seu cosplay pode levar de um mês até seis meses ou até mais para ficar pronto. Por mais que ainda essa pratica seja bem mais difundida no Japão, os cosplayers brasileiros fazem

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buscas pelo mundo virtual para conhecer um pouco mais sobre o vasto mundo dos cosplay. A curitibana Ami Nyan, de 16 anos, começou a se interessar por cosplay através de suas pesquisas feitas na internet sobre o tema, de fotos de outros cosplayers e sobre os eventos existentes. Ao saber um pouco mais esse hobby, Ami se interessou, e ao longo dos anos já fez vários personagens de animes e vocaloids como: Hatsune Miku (Rolling Girl version, VOCALOID), Roromiya Karuta (Inu x Boku), Sena Kashiwazaki (Tomodachi ga Sukunai) e Gasai Yuno (Mirai Nikki), que é seu favorito, entre tantos outros. Ami compra pela internet tudo o que precisa para fazer seus cosplayers.


A dificuldade que os cosplayers brasileiros encontram na hora de fazer seus personagens é a roupa e acessórios que compõem o figurino. Pois mesmo tendo vários cosplays pelo Brasil, ainda não existe uma loja que venda esse tipo de produto. E é ai, que as lojas virtuais japonesas entram. Acredita-se que a maior demanda de cosplay está no Japão, pois lá comum as pessoas se vestiram de personagens e saírem pelas ruas. São tantos os personagens que lojas especializadas atendem esse publico, seja ele no Japão ou no resto do mundo, através das lojas virtuais. Essas lojas oferecem desde lentes até calçados que compõem o cosplay, os objetos podem ser entregues na própria casa da pessoa que comprou e o pagamento é feito, às vezes por boleto ou cartão de credito. Mesmo assim os cosplays espalhados pelo

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Cultura

mundo acabam sofrendo um pouco de preconceito por de algumas pessoas leigas, que não sabem o que é ser cosplay e o que isso significa. O universo sobre os cosplays é vasto, pois envolve a questão cultural que ao longo dos anos veio se espalhando pelo mundo a fora. Para as cosplayers Ami e Witchiko, o universo cosplay lhes possibilitou a interação com pessoas de outros lugares como Estados Unidos, Portugal, Rússia, Singapura, Alemanha, China, Coréia, Tailândia e os países próximos do Brasil, que fazem cosplay. Os cosplays são um numero bastante elevado no mundo inteiro que cresce a cada dia que passa. Vale muito à pena conhecer e entender melhor este mundo em que eles vivem para melhor compreende-los, pois ser cosplay é um modo de vida, não apenas um hobby. P


Operações policiais abordam

denúncia

Denúncias feitas através dos telefones 181 e 190 deram início

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Polícia Militar realizou seis operações de busca e abordagem de usuários de maconha neste semestre, no Parcão, atrás do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Aproximadamente 150 pessoas foram abordadas e metade delas foram levadas para o Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão Sul (Ciac), no 8º Distrito Policial. Os detidos com menos de 18 anos foram encaminhados à Delegacia do Adolescente, no bairro Tarumã. Segundo o major Antônio

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Zanatta Neto, as operações tiveram início depois do crescimento do número de denúncias feitas através dos telefones 181 e 190. “Nós queremos atender a esse grande pedido da sociedade, para que possamos tranquilizar as famílias que vão ao parque apenas para se divertir”, afirma. Algumas famílias frequentadoras do local notaram e parabenizaram o trabalho dos policiais. Para a administradora Caroline de Almeida, de 34 anos, ver a fiscalização frequente da PM a deixa

mais segura. “É muito importante proibir o consumo de drogas, para que outros também não comecem a fazer o mesmo. Gosto de aproveitar este local com a família, sem confusões”, acrescenta. Além do Parcão, outros parques e praças também estão sendo vistoriados pelos policiais. As principais operações estão acontecendo nas regiões centrais da cidade, como o Bosque do Papa João Paulo II, a Praça Eufrásio Correia e a Praça Osório.


usuários de maconha no Parcão Taxistas e trabalhadores dos estabelecimentos comerciais desses locais comentam a mudança que houve depois que essas abordagens começaram a ser feitas. Felipe Túlio, de 29 anos, percebeu claramente a diminuição do número de usuários de maconha. “Antes, só se via maconheiros na Praça Osório. Hoje, vejo que esse lugar está muito melhor freqüentado”, diz. As abordagens são realizadas, primeiramente, com policiais à paisana. Depois de deter essas pessoas consumindo a droga, chegam os policiais uniformizados, viaturas e um ônibus exclusivo da PM para encaminhar os usuários para a delegacia, onde assinam um termo circunstanciado pela posse ilegal de entorpecente e, às vezes, permanecem detidos. O sistema prisional superlotado no Brasil, com cerca de 500 mil presos, faz do país a quarta maior população carcerária do mundo. Em uma pesquisa realizada pela Polícia Civil, 60% dos detidos são réus primários, desvinculados do crime organizado. Sendo apenas usuários, estão na prisão alimentando a cadeia da criminalidade. O estudante Ian Pacheco,

de 22 anos, fuma maconha há seis anos e mora na Nova Zelândia. Ele faz uma comparação entre os policiais de lá e do Brasil. “Os policiais brasileiros não têm preparação para fazer abordagens. Várias vezes já chegaram me batendo, pegaram a maconha e não fizeram nenhuma ocorrência posterior. Já aqui, na Nova Zelândia, é diferente. Eles não mudam nem o tom de voz”, relata. O estudante A*, de 20 anos, que não quis se identificar, é usuário da droga há três anos. Ele conta que já foi abordado duas vezes pela polícia e declara que eles não estão preparados o suficiente para isso. “Os policiais já chegaram xingando. Quando acharam a erva, furaram os bancos do carro e jogaram cerveja. Apreenderam a droga e mandaram a gente sumir dali”, afirma. Maconha

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maconha, conhecida cientificamente como Cannabis sativa, foi descoberta há séculos e cresce de forma natural, podendo ser facilmente cultivada e encontrada no mundo todo. Em outros países, recebe

diversos nomes, como: THC, Hashishi, Ganja, Marijuana etc. Sua substância principal, o THC (Delta-9-Tetrahidrocanabinol), é a responsável pelos efeitos psíquicos da planta no organismo. Segundo dados do site www.obid. senad.gov.br, a porcentagem de THC encontrada na maconha é de aproximadamente 4,5% e pode ser variada de acordo com o solo, clima, estação do ano e época de colheita. A variação dos efeitos também depende dos usuários, levando em conta que cada pessoa tem uma reação no organismo. Os efeitos provocados no sistema nervoso central são: leve estado de euforia, relaxamento, risos imotivados e melhora da percepção para música, paladar e sexo. No resto do corpo, há a vermelhidão nos olhos, diminuição da produção de saliva e aumento de apetite. Não existem registros oficiais de morte por intoxicação de maconha. Para a psicóloga Mariane Machado, de 28 anos, o consumo frequente da planta não torna o usuário um viciado. “Pessoas podem se viciar em diversas coisas, como um jogo ou a própria internet. Mas não existe resultado

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denúncia

às operações que estão sendo feitas em praças de Curitiba Por Paula Senff


Opinião

negativo quando um usuário se dispõe a fazer um teste para saber se viciou. Todos conseguem completá-lo até o final”, explica. O que acontece geralmente é o sentimento de abstinência. “Dificuldades para dormir, ansiedade e inquietação acontece muito com quem está querendo parar de fumar. É como o cigarro”, completa a psicóloga.

Proibição x Legalização Uns condenam, outros aprovam. Seu espaço no Brasil cresceu muito nos últimos anos e já é vendida legalmente em alguns países, como a Holanda. Um dos maiores argumentos para permanecer a proibição do consumo da maconha é que, considerado

pelos não-usuários, é a porta de entrada para outras drogas, como o crack e a cocaína. Em favor da legalização, foi comprovado cientificamente que o álcool e o tabaco fazem mais mal à saúde do que a planta. O ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso, é um dos mais importantes defensores da legalização da maconha no Brasil, juntamente com especialistas, como o Dr. Dráuzio Varella. P

População sofre com greve dos funcionários públicos Por Vivian Mendes

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reves são situações de conflitos criadas por trabalhadores insatisfeitos. O objetivo é pressionar negociações por melhores salários e condições de trabalho. Essas paralisações estão se tornando mais comuns no Brasil, principalmente no Serviço Público. O que acontece é que a população sofre quando perde seus direitos de acesso a ele. Só neste ano podemos citar várias, como a greve das universidades federais, que deixou alunos sem aula pelo período de quatro meses, a maior da história no país. A paralisação do Hospital de Clínicas de Curitiba, o maior hospital público do Estado, que ficou com mais de 300 funcionários parados. Em dois meses, cerca de 28 mil exames e cirurgias deixaram de ser feitos. Neste mês, cerca de 13.500 bancários se mobilizaram na capital paranaense. Por causa da greve dos funcionários da empresa, os Correios suspenderam as entregas com hora marcada no Paraná e em mais três Estados. Não dá pra negar que existem profissões que ainda não são remuneradas como merecem e que a greve é a maneira mais rápida de fazer pressão no governo, que parece não estar se importando com o funcionário público. Mas a greve não demonstra surtir efeito diante do tempo prolongado. É preciso que se entenda que tudo tem seu limite. O ideal seria chegar num acordo em que todas as partes envolvidas sejam beneficiadas, evitando que a população fosse prejudicada. A solução é tornar esses conflitos custosos para ambos os lados. Medidas como descontar os dias paralisados, em vez de greve remunerada ou substituição de funcionários, poderia encurtar o tempo de negociações durante os conflitos, diminuindo o sofrimento da população e forçando uma negociação. P

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Por Paulo Siqueira

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auricio Leonhart tem vinte e nove anos de idade, mora em Curitiba e faz parte do grupo de pessoas que, nos últimos anos, entraram na nova classe média do país. Ele é marceneiro e, no mês de setembro, precisou comprar uma caminhonete para levar os móveis que faz a seus clientes. Foi a uma agência da Volkswagen e deu o carro que tinha de entrada, um Prisma vermelho, e financiou o restante em trinta e seis vezes. Pegou um Saveiro, branco, novinho em fol-

ha. Ele conta que a prestação ficará em torno de oitocentos reais. Pagá-la será bem suado, porque apenas está começando o seu negócio. Porém, o esforço valerá a pena. O carro o ajudará muito em seu trabalho. O novo marceneiro tem um projeto ousado: em cinco anos ele quer que sua empresa seja bem conhecida na cidade. Porém, no primeiro momento com o carro novo, deparou-se com um pequeno problema: amaciamento de motor. Quando mostrou o Saveiro para um amigo, ouviu um conselho:

“Cara, agora você tem que amaciar o motor. Pisa fundo nos primeiros três mil quilômetros. Ande rápido. Isso vai deixar a “máquina” uma manteiguinha. Teu carro não ficará amarrado e vai desenvolver melhor”. Maurício, que gosta de se informar, procurou o manual do carro e viu lá que a concessionária recomenda não passar de três mil e quinhentas rotações, nos primeiros mil e quinhentos quilômetros. Após, ele estaria liberado para qualquer aceleração. Ele decidiu pesquisar a fundo a questão para ver qual o procedimento correto, afinal não é sempre que se compra um carro novo. Receber informações sobre o correto procedimento para “amaciar” um motor pode custar um pouco de paciência e uma grande dose de tenacidade, porque as contradições são muitas. O tema virou um mito popular: cada pessoa tem uma opinião, técnicos, mecânicos de concessionárias e montadoras, retíficas, todos divergem entre si sobre a questão. O Supervisor técnico da Renault Everton Morais, diz que

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curiosidade

Amaciamento de motor: mito ou realidade?


curiosidade

para amaciar corretamente um motor é necessário andar rápido nos primeiros quilômetros, para que o motor não acostume com as baixas rotações. “O certo seria acelerar quatro mil rotações, dessa forma o motor novo vai assentar as peças e o carro não será tão gastador de combustível. Se você andar devagar o automóvel se acostumará a gastar mais combustível”. Everton, contradizendo a orientação que está no manual da Renault- que também orienta seus clientes a não passarem de três mil e quinhentas rotações nos primeiros mil quilômetros, diz ainda que o correto seria fazer viagens longas para puxar mais na aceleração e que os motores são testados nas fábricas em alta aceleração. Ele confirma que há divergências sobre a questão, até mesmo dentro das montadoras. Ademar da Silva, formado em mecânica pelo SENAI, afirma que a melhor maneira para se “amaciar” um motor é andar na cidade. “O movimento de acelerar e desacelerar faz com que o motor hora gire mais rápido, hora menos rápido e de acordo com o que aprendi nas aulas, essa é a condição perfeita para “amaciálo”. Ele não vai girar em uma mesma velocidade, que faz com que se desgaste mais as peças em um determinado lugar” - diz. As divergências são muitas, o Técnico em mecânica Bob

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Sharp, formado pela escola técnica do Rio de Janeiro, ex. piloto e chefe do departamento de competições da Volkswagen, afirma que na época em que vivemos, amaciar motor de um carro novo é um mito. “Na década de 50 e 60, alguns carros vinham com um adesivo no vidro dizendo: ‘amaciando’, justificando estar andando mais lento, algo como que pedindo desculpas. Hoje não há mais necessidade de amaciar o motor, ele já sai pronto de fábrica. Diferente de outras épocas, em que o motor era “duro” - não tinha um livre movimento das peças. E aí sim era necessário andar mais devagar até que o motor fosse soltando. Se não fizesse isso, ele poderia se danificar, fundir um mancal de biela ou de apoio do virabrequim”. Bob afirma ainda que hoje o motor só vai ganhar potência total depois de, aproximadamente, cinco mil quilômetros. Isso acontece, segundo ele, pelo assentamento dos anéis, vedando melhor assim a ligação entre pistão e cilindro. Para ele, se a pessoa quiser ter um cuidado melhor com o motor zero-quilômetro, deve evitar rotações altas do motor até o carro rodar cem quilômetros. Esse cuidado evita que os anéis não girem nas canaletas dos pistões por vibração. Quando isso acontece, pode prejudicar a vedação. Ele recomenda que se fique entre três mil e quatro mil rotações.

O processo de “amaciamento” de motor existe, afirma Fabio Martins - coordenador do curso de Engenharia Mecânica da UTFPR, “as peças dos motores são montadas com as rugosidades de fabricação. As microprotuberâncias e as microsaliências tendem a se ajustar entre as superfícies em contato, durante o uso do motor. E daí vem à importância do controle da rotação do motor e também da primeira troca de óleo”- diz Fábio. Maurício, o marceneiro, que é dono do Saveiro branco, zero-quilômetro, vai seguir as orientações que estão no manual da concessionária: não passar das três mil e quinhentas rotações para que as peças do motor “entrem nos eixos”. “Afinal, não é sempre que se compra um carro novo”. P


Uma tarde no Museu

Uma vida sem memória não seria uma vida. Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nossa ação, nosso sentimento. Sem ela, não somos nada”. É com esta citação de Luis Buñuel, que o coordenador-geral do Museu do Holocausto de Curitiba, Carlos Reiss, inicia a conversa sobre esse projeto irreverente na capital paranaense. Após sete décadas, um dos episódios mais devastadores da história mundial é resgatado através de passaportes, cartas e até de uma boneca que pertenceu a uma criança no gueto de Cracóvia. O Museu do Holocausto, inaugurado oficialmente em novembro de 2011, é considerado pioneiro na região de Curitiba por se tratar do único a falar do assunto no país. Idealizado por Miguel Krigsner, filho e genro de sobreviventes, inicialmente seria apenas um memorial, mas com a grande proporção que foi ganhando, surgiu a oportunidade de fazêlo como museu. Viabilizado pela Associação Casa de Cultura Beit Yaacov, da comunidade judaica no Paraná, da qual Krigsner é presidente, o objetivo principal do espaço, que possui cerca de 700 metros quadrados, é homenagear os sobreviventes dos ataques nazistas, mas sobretudo falar de preconceito. “Olhar para o presente e o futuro, relacionando diretamente o Holocausto às inúmeras demonstrações de ódio, intolerância, discriminação e racismo que vemos em pleno século XXI”, afirma Reiss. Holocausto, palavra de origem grega, significava “sacrifício pelo fogo”, seu atual sentido

história

Diferente de um filme, essa história traz uma época sofrida e com muitas memórias a serem resgatadas desse período Por Liege Scremin

deve-se a perseguição e extermínio sistemático de judeus durante a 2ª Guerra Mundial. Apoiado pelo governo nazista, cerca de seis milhões de judeus foram mortos por causa de uma crença de “raça pura”. Os nazistas, que chegaram ao poder na Alemanha em janeiro de 1933, acreditavam que os alemães eram racialmente superiores e que os judeus eram inferiores, ou seja, era uma ameaça à auto intitulação da comunidade racial alemã. Conforme a tirania alemã se espalhava pela Europa, não só judeus, mas também homossexuais, ciganos, pessoas com deficiências físicas ou mentais foram vítimas desse massacre. Com uma enorme quantidade de fugitivos, a imigração foi um ponto importante para a escolha de Curitiba como sede do museu. “O número de sobreviventes que chegaram ao Paraná foi muito grande, tendo dezenas de descendentes que aqui vivem. Além disso, os assuntos abordados (fundamental para que o interesse pelo museu fosse disseminado), tão relevante nos dias de hoje, não são um tema presente apenas no Rio de Janeiro, São Paulo, Paris ou Nova York. Vemos isso todos os dias aqui em Curitiba também. Torcemos para que iniciativas como essa se concretizem em outros centros importantes do Brasil”, complementa o coordenador. A maior parte do acervo é formado por documentos relacionados ao período e material audiovisual, além de objetos diretamente ligados a histórias pessoais. Também conta com a colaboração de outros

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museus espalhados pelo mundo, de sobreviventes do holocausto e de seus familiares. No Paraná, a comunidade judaica conseguiu levantar uma lista com 90 nomes de pessoas que sofreram algum tipo de perseguição entre 1933 e 1945, poucos ainda estão vivos, e de alguma forma contribuíram para o Museu. Histórias que emocionam o público são contadas através dos objetos expostos, de áudios, vídeos, interatividade através de telas touch screen. Entre esses objetos há, inclusive, um muito importante: um fragmento de Torá, queimado durante “A Noite dos Cristais”, cedida oficialmente pelo “Yad Vashem”, museu do Holocausto de Jerusalém. Há também uma réplica da boneca de Zofia Burowska. O brinquedo foi a companhia de Zofia nos guetos de Wolbrum e Cracóvia, na Polônia. Após a morte de toda sua família, a boneca, assim como os outros pertences, foram deixados para trás. Zofia foi deportada para um campo de trabalho escravo perto de Cracóvia, depois para o campo de Skarzysko-Kamienna (também na Polônia), e ainda para o campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha, onde foi libertada. No pós guerra ela voltou à Cracóvia e conseguiu recuperar o brinquedo, que hoje está exposto.

O local foi pensado para transmitir a história da época aos visitantes. “Vários espaços no museu causam impacto imediato nos visitantes, como o túnel de imersão que simula um vagão de trem, o monumento em homenagem às vítimas, os objetos pessoais e os próprios depoimentos dos sobreviventes”, diz Reiss. P

Serviço:

Aos domingos pela manhã, são realizadas visitas guiadas para quaisquer visitantes, e não somente escolas. Todas as visitas, guia das ou não, são gratuitas e agendadas pre viamente através do site (www.museudo holocausto. org.br).

COM CALMA. RESPIRE. Por Ivan Gama

Depois do sucesso como trilha de novela da Globo, Filipe Catto chega em Curitiba com a turnê “Fôlego”.

N

o auge de seus 23 anos e com uma voz bastante rara e peculiar, o cantor Filipe Catto passou por Curitiba na última sexta-feira (14), sábado (15) e domingo (16), com a turnê do novo disco, intitulado “Fôlego”. O lugar escolhido para recepcionar o cantor foi o Teatro da Caixa. Auditório modesto e intimista (com

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apenas 100 assentos) proporcionou uma interação sem igual com o artista. Vale explicar a “fama anônima” do intérprete lembrando que os ingressos esgotaram nas primeiras três horas de venda. Lançado em 2011, o álbum conta com 15 faixas, tanto de autoria própria (destaque para “Saga” e “Juro por Deus”), quanto com versões de


palco do teatro e contagiaram a plateia com as partes instrumentais do show. Harmonias bastante simples permeiam as músicas de Filipe Catto. Saga, música tema de personagens da novela “Cordel Encantado”, exibida pela Rede Globo em 2011, foi composta em forma de tango, típico argentino. Piano e bandoneon (substituído no show por uma escaleta) embalam a obra sensual e com letra forte, gritando independência. Como já dito antes, sensibilidade é a palavra que define o espetáculo. Seja cantando apenas para uma lâmpada acesa, ou em uníssono com uma plateia em polvorosa, Catto consegue apertar os corações dos presentes e fazêlos sentir toda a dor e a delícia da vida cotidiana. Mas além de toda a beleza do show, fez falta composições do EP, gravado em 2009, “Saga”. As músicas “Ascendente em Câncer” (bolero rasgado e melancólico) e “Ressaca” não apareceram no repertório. Triste, pois complementariam harmonicamente a aura do espetáculo. Ótimo show, ótimo artista e ótima banda. Como já dito, um espetáculo hipnotizante. P

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artistas variados. Dentre estes podemos citar o famoso cantor brega Reginaldo Rossi, e a versão bolero/blues/cabaré da música “Garçon”, feita por Catto. Também “Rima Rica, Frase Feita” de Ney Barroso, compositor muito famoso no Rio Grande do Sul, estado de origem do cantor. Comparado com Ney Matogrosso e Elis Regina, Filipe Catto mostra toda a afinação do século XVII. Mas como assim? Catto tem um timbre de voz bastante raro. Contra tenor. Nas classificações vocais ele se encaixa como um homem com voz bastante aguda, quase feminina, coisa característica dos barrocos e os famosos castrati - uma Ana Carolina ao contrário, para ser mais direto. Já sobre o show, uma palavra descreve: hipnotizante. Sem pirotecnias ou muitos rococós o artista criou uma atmosfera de alegria e emoção quase circenses. Cenário simples, indumentária bastante elegante, beirando o caricatural, e uma excelente produção foram os pontos fortes do espetáculo. O show inicia com a música “Alazão”, transmitindo toda a potência da voz e da interpretação do cantor, que mostra uma presença de palco exuberante. Apesar da frieza dos curitibanos acostumados ao clima provinciano operístico, não se deixou abalar e fez todos dançarem com o samba/choro “Roupa do Corpo”, e chorarem com “Nescafé” e “Redoma”, composições próprias e que escorrem drama e poesia. Questionado sobre as composições, em entrevista à TV Cultura, Catto diz que suas obras não são autobiográficas, pois se fossem, seriam uma mentira (depoimento dado antes da execução de “Crime Passional”, que conta a história de um amor não correspondido e se finda com os versos: ”Três tiros irromperam a noite fria. Um corpo de calor que se extinguiu. Me deu três beijos úmidos de lágrimas, selou meus olhos com um arrepio”). Elogios também para a banda. Formação simples e que deu conta do recado. Uma guitarra, um baixo, bateria e um teclado. Músicos com ótima percepção e sintonia com o cantor, viraram do avesso o


Estados Unidos de Costa a Costa Viagem

Por Mahara de Golvêa

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mito da Harley Davidson nasceu em 1903 e com passar dos anos se tornou o sonho de liberdade de pessoas no mundo todo. Aventurar-se por quilômetros, partindo da costa de Nova York até a costa Los Angeles, a bordo de uma Harley-Davidson, através do coração da América, parece ser uma aventura para ninguém botar defeito. Desde 1991, o americano, Harley Engers trabalha com turis-

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mo internacional e em 1997 abriu a empresa Harley Tours Moto Turismo, sediada em Curitiba, é especializada em transformar esses sonhos em viagens de motociclistas com destinos como Califórnia, Florida, Europa, Canáda e Alaska, e por roteiros históricos como Route 66, Coast to Coast, Daytona Bike Week ou o Roteiro comemorativo de 110 anos da Harley Davidson. Foi buscando realizar um sonho antigo, que o motociclista

Ricardo de Gouvêa, encarou o desafio de pilotar por 19 dias, pela histórica rota Coast to Coast, partindo de Nova York e passando por Niagara Falls, Amnerst, Milwaukke, St. Louis, Joplin, Amarillo, Blanding, Gallup, Flagstaff, Las Vegas e finalmente, chegando a Los Angeles. “Foi o gosto por andar de moto, a companhia dos amigos, o desfio de andar no deserto, o calor de mais de quarenta graus e a satisfação comple-


Nani Rocha, participou da edição desse ano da aventura Coast to Coast, na garupa do marido e conta “Passamos por cidades lindas, conhecemos culturas difer-

entes, ouvimos historias de cada uma das cidades por onde passamos, valeu muito a pena fazer essa viagem, deu para curtir muito”. P

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tar este desafio” conta Gouvêa. A empresa oferece para os 20 dias de viagem, a Elaboração de Roteiro, 1 Moto Harley Davidson, 2 Rádios Nextel, carro de apoio 24 horas, caminhão para bagagens, um guia bilíngue e o making off da viagem em foto e vídeo. “Temos uma equipe de pessoas treinadas e todo um sistema de apoio, além do próprio Harley Engers que geralmente puxa o trem desse roteiro”, explica Rubia Oliveira Lopes, funcionaria da Harley Tours. Os viajantes ainda podem escolher entre oito modelos diferentes, a Harley Davidson que mais agrada.

Direito autoral não rima com música digital Por Matheus Gasparin

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com imensa indignação sobre direito autoral que resolvi escrever esse artigo. Mas antes que o título contraditório e a minha irrelevante rebeldia façam com que você desista de ler o texto, deixe-me contextualizar. Faz mais ou menos um ano que comecei a ouvir dubstep – um estilo musical nascido em Londres em 2001 que, com influências do dub jamaicano e dos bpms acelerados da música eletrônica, resulta em uma sequência de acordes digitais com ênfase em sub graves, bass e sons de baixa freqûencia. O dubstep, na verdade, é só mais um elemento da promissora “bass culture”, que agrega também outras vertentes britânicas como o grime e o bassline. Esse emaranhado de vertentes, que nasceram em curto espaço de tempo e dentro de um único país, é apenas uma amostra do que vem acontecendo com o cenário musical no que podemos chamar generi-

camente de “era digital”. Agora você deve estar se perguntando: “Tá, mas e daí? O que isso tem a ver com direitos autorais?”. Eu explico. A popularização de equipamentos e de softwares de produção, unido ao fluxo de informações que a internet propicía, além de incentivarem as produções independentes e o desenvolvimento da música, acabam por liquidar a preocupação com direito autoral. Sabemos que o hit de Rod Stewart dos anos 80 “Do You Think I’m Sexy?” é um plágio descarado de “Taj Mahal”, lançado por Jorge Ben Jor nos anos 70. Na época, o assunto gerou bastante polêmica e até um processo mal sucedido. Stewart acabou doando os direitos autorais da música para o Fundo das Nações Unidas para a Infância, esquivando-se das multas. Já nos anos 90, com a introdução de samples nas produções, a coisa mudou. O cantor Vanilla Ice, dono do single

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“Ice Ice Baby”, conseguiu entrar em um acordo na justiça com o Queen e David Bowie após ter adicionada na batida de sua música um trecho de “Under Pressure” – lançada pelos roqueiros em 1981. Acontece que hoje, o sample não é só um elemento utilizado pela maioria dos artistas pops, mas também o precurssor de muitos estilos que tem como base a produção digital. As brigas por composições hoje já chegam à nível de axé music versus metal, como no caso do plágio feito pelo Parangolé. Em “Tomba aê tomba”, o grupo baiano nem chegou a modificar os riffs do guitarrista Kiko Loureiro na música “Nova Era”, do Angra. Porém, as discussões tiveram um rumo mais moderno que os tribunais de justiça. Os músicos acabaram resolvendo o plágio através de uma discussão via Twitter. A concepção de direito autoral, no cenário cada vez maior da música underground e alternativa, tem um valor ainda menor. Na verdade, em muitos casos o sample nem chega a ser reconhecido, porque as músicas se propagam de uma maneira tão rápida e em tantos nichos que as informações sobre a produção não chegam a ser relevantes. Esse déficit é alimentado pela enorme quantidade de conteúdo que consumimos e a maneira como ele nos atinge. Para exemplificar o que acontece, vou pegar como exemplo um artista de dubstep que eu tenho ouvido nos últimos meses. O produtor e DJ Borgore é israelense e lançou seu primeiro EP, “Gorestep Vol. 1”, em 2009. No ano de estréia ele já divulgou mais dois álbuns, todos pela Shift Recordings. Em 2010, fez questão de lançar dois EPs com seu próprio selo (Buygore), um disco pela Audio Freaks e outro pela Tribal Bass. De lá para cá, ele fez mais cinco lançamentos. Hoje, com 29 anos de idade e quatro de carreira, Asaf Borger já remixou mais de 15 artistas – entre eles Britney Spears, Gorillaz, M.I.A., LMFAO, Dev, Waka Flocka Flame e Metallica. Apesar dos remixes serem autorizados e estarem todos listados na Wikipédia, nem todas as informações sobre as produções do israelense são de fácil acesso.

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Quando ouvi no YouTube a música “My Favorite Things”, do Borgore, sabia que a composição, a letra e os acordes eram bem familiares, mas tinha certeza que não era nenhuma versão autorizada de outra música. Depois de algumas pesquisas fui descobrir que a “My Favorite Things” original fazia parte de uma produção da Broadway de 1959. Além disso, o que o DJ sampleou foi, na verdade, a versão interpretada pela cantora e atriz Julie Andrews no musical “The Sound of Music”, de 1961. E a letra, que falava de gotas rosas, pôneis coloridos e até tortas de maçã, foi substituída por uma paródia sobre “haters”. A canção do fim dos anos 50 faz parte da cultura popular. Ela não virou só um dubstep mas como ganhou versões de natal de 18 artistas diferentes, e outras versões de mais 14 músicos – entre eles Björk, Outkast e Panic! At The Disco. Ampliando o cenário, desenhos como The Animaniacs e Dragon Ball Z, e também a série musical Glee, já utilizaram a música. No fim das contas, a maior parte da inúmera quantidade de pessoas que consumiu todo esse material não faz a menor ideia de onde “My Favorite Things” foi tirada. Mesmo que um determinado grupo dessa massa de espectadores reconheça os acordes ou pesquise sobre o tema (ou até mesmo acabe caindo de paraquédas nesse artigo), gêneros como o hip-hop, o dubstep e a música eletrônica – que têm como base a música digital – vão cotinuar produzindo incontáveis samples. A realidade tecnológica atual também permite que qualquer músico menos conhecido seja copiado, e não somente autores de hits que atravessam décadas. Divulgada freneticamente na rede, a música digital passa a ignorar as leis de direito autoral em todo país que não atribui fortes restrições ao uso da internet. P


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