Curitiba, junho de 2012 - Ano 16 - Número 207 - 3º Período de Jornalismo manhã PUCPR jornalcomunicare@hotmail.com - @jorcomunicare
FESTA FESTA
POUCOS CARROS CARROS POUCOS
RECLAMAÇÃO RECLAMAÇÃO
Capela vira vira Capela santuário aos aos santuário 300 anos anos 300
70% da população usa bicicleta
Falta verba verba Falta para carnaval carnaval para futebol ee futebol
pg. 14 14 pg.
pgs. 08/09 08/09 pgs.
pgs. 12/15 12/15 pgs.
Veja no no seu seu celular celular como como foi foi feito feito oo COMUNICARE COMUNICARE Antonina Antonina Veja
02
opinião
Curitiba, junho de 2012
Investimentos destinados À Copa: uma discussão que está longe do fim
Investimentos não só para a Copa
Fala, Professor
Sendo ou não sub-sede de Curitiba para Copa de 2014, Antonina precisa de investimento o ano todo São pontos turísticos como a Igreja Matriz, fundada em 1714, o casario de arquitetura lusobrasileira, e as belezas naturais, como a pequena praia na baía, a Ponta da Pita, e claro, a hospitalidade do povo antoninense, fazem de Antonina um lugar perfeito para descansar, comer bem, e conhecer um pouco da história paranaense. Só esses requisitos já serviriam de passaporte para que Antonina entrasse no roteiro turístico para a Copa do Mundo de 2014. E de fato, Antonina pode ser a sub-sede de Curitiba. Mas, por mais que a cidade tenha seus atributos (que são inegáveis), ainda falta muita coisa por lá, e os governantes, não estão ‘‘se mexendo’’ para arrumar o que tem de errado. A começar pela estr utura da cidade. Por mais que tenham hotéis e pousadas, ainda não tem o suficiente. Transporte, pode até
ter, mas os taxistas, por exemplo, conseguem pelo menos se comunicar em outra língua que não seja o português? E as estradas? Continuam danificadas, ou em obras. Por exemplo, o trecho que liga Antonina a Curitiba, hoje ele está a quase um ano em reformas, e não tem data prevista para que ela fique pronta. Será que até a Copa (lembrando
que é muito menos tempo do que se pensa, apenas dois anos) ela já estará pronta, ou o turista que ficar hospedado no litoral terá que passar por Morretes para que possa chegar a Curitiba e assistir os jogos? Claro que quando cito os problemas de estrutura de Antonina, englobo de uma maneira em geral, a capital paranaense, e as outras ci-
dades que também estão no roteiro para a Copa, como São José dos Pinhais, Lapa, e Paranaguá. Que a cidade cresceria com todos os possíveis investimentos que ainda não chegaram às mãos de ninguém, e que a economia seria fortemente alavancadas, é inegável. Mas ainda há muito o que se fazer em relação as chuvas de 2011, que devastaram com toda a cidade, e que até hoje (quase dois anos se passaram), está quase tudo do mesmo jeito. Estradas que não funcionam, pessoas sem casas, famílias sem expectativa de vida. Antonina precisa sim de investimentos, mas não só para a Copa! A cidade precisa de educação, qualidade de vida, segurança, infraestrutura, uma saúde de qualidade, moradia digna aos habitantes não só na Copa, mas o ano todo! Harianna Stukio
OMBUDSMAN: Apesar da diagramação falha, Comunicare inova, mais uma vez!
Faltou destaque na explicação do aplicativo QR Code Na edição “Lutas” o que me chamou atenção em primeiro lugar foi o QrCode na capa. Sou informada que é a primeira vez que um jornal usa o aplicativo no Brasil. Como esta informação não está em destaque dentro do jornal? É um tanto contraditório que o veículo venha se atualizando com novidades como essa e que continue com esta diagramação quadrada por tanto tempo. Está na hora do jornal tornar-se mais atrativo visualmente para ganhar
a atenção de um número maior de leitores. Um dos responsáveis em dar “respiro” nas páginas – que contém em todas excesso de informações - são os infográficos, que têm a função de chamar a atenção, interagir e dar leveza às páginas. É o caso do gráfico “Se o objetivo é perder peso, encontre a modalidade ideal para você”, que leva informações extras ao universo do leitor. Na gravata da matéria central “academias garantem ser
EXPEDIENTE
EDITORIAS Eliane Cristine Francisco Maffezzolli
Universidade Católica do Paraná Pontifícia Universidade Católica do Paraná Rua Imaculada Conceição 1.155, Prado Velho - Curitiba/PR Reitor Clemente Ivo Juliatto Decano da Escola de Cumunicação e Artes
a favor das brigas e dizem punir os envolvidos”, há controvérsia de informações. Na página cinco, a matéria que chama mais atenção devido ao nome do Anderson Silva está cortada, sem continuidade na página seguinte. Definir tema, pautas, distribuir funções, fazer aproximadamente 40 alunos entrarem em consenso, não é tarefa fácil. Em meu segundo ano de faculdade definitivamente o Comunicare foi um dos meus pesadelos. Pontos perdidos, pautas
Coordenadora do Curso de Jornalismo Mônica Fort COMUNICARE Jornalista Responsável Zanei Barcellos DRT - 01182 Coord. de Projeto Gráfico Marcelo Públio Junho de 2012 - edição 207
Primeira Página: Hellen Albuquerque Opinião: Harianna Stukio Internet: Heron Torquato Fotografia e Entrevista: Nivia Kureke Turismo: Rafaela Bez Economia: Paulo Semicek Meio Ambiente: Natalia Concentino Cidades: Samara Macedo Infraestrutura: Marcio Kaviski Saúde: Francisco Mallmann Comportamento: Ruthielle Borsuk Cultura: Lais Capriotti Esporte: Bruna Habinoski Variedades: Bianca Thomé
que caíram, entrevistados que não responderam no prazo. E acreditem, as coisas não melhoram depois de formados! Marina Salmazo, Assessora da marca Adriana Degreas (Comunicare 2008)
Nossa Capa
“Como professora de lutas, do curso de Educação Física, fico muito feliz em observar o trabalho da equipe Comunicare no último número”. Keith Sato, Professora de Lutas PUCPR
Fala, Leitor
“Achei super inovador e interessante o tema Lutas. A abordagem foi muito diferenciada dos outros meios”. Walmor Wisloski, guitarrista da banda Maxixe Machine
Carta do Leitor “Olha, eu entendo que o @ jorcomunicare é um jornal laboratório de estudantes, mas a quantidade de erros nos textos é absurda!”. Wikerson Landim – via Twitter.
Carta do Leitor “Gostaria de saber como eu faço para conseguir 10 exemplares do Jornal número 205, sobre Lutas? Quero levar para meus alunos da escola. Muito obrigado”.
Muro de comemoração aos 200 anos de Antonina. Foto: Letícia Duarte
Prof. Cleber Junior, Mestrado em Educação Física PUCPR
entrevista
03
Curitiba, junho de 2012
prefeito de Antonina acredita que cidade segue um “bom caminho”, apesar dos problemas
Famílias ainda sem casa 15 meses após enchente
O antoninense Carlos Augusto Machado (PSD) é prefeito da cidade de Antonina desde 2008. Canduca, como é conhecido, enfrentou a crise provocada pelas enchentes que afetaram a cidade em março de 2011, que fizeram a cidade “quebrar” e entrar em caos. Ainda assim, acredita que seu trabalho segue por “um bom caminho” e garante que até o final do ano as novas moradias para as 88 famílias que perderam o lar estarão prontas. Ainda não está definido, porém, como será feita a distribuição dessas casas. O repasse inicial para as construções foi de 60% do valor total, logo, apenas 60% da obra está sendo feita, ou seja, 53 casas. O prefeito diz que a obrigação da prefeitura é construir as casas e que os critérios de distribuição dos lares serão aplicados no final de 2012, quando todas as casas já estiverem prontas. Com exceção de duas pessoas com deficiência, que vão ter casas específicas. Canduca garante ter planos para o desenvolvimento da cidade e lembra que crescimento e desenvolvimento são coisas diferentes. O prefeito tenta mostrar a seus conterrâneos muito trabalho, pois, para ele, a reeleição depende de como “a população percebe” sua administração. Comunicare – A juventude antoninense vive sem a perspectiva de construir o futuro na cidade. Quais são os projetos da prefeitura no sentido de mudar esta situação? Canduca – A inclusão da cidade na questão da cadeia produtiva do petróleo vai ser uma virada de página na história do município, com a construção de uma plataforma em Antonina. Com a plataforma, a empresa que arruma as máquinas também vai vir pra cá. Uma empresa vai puxar a outra e estamos conversando com várias delas. Vamos inserir os jovens num mercado altamente competitivo, estamos trabalhando a questão do treinamento.
ser suficiente pra fazer 88 casas térreas. Comunicare – A prefeitura não tinha conhecimento de que os locais onde estas casas estavam construídas eram de risco? Canduca – As pessoas moravam nesses morros há muitos anos. O que aconteceu foi que o morro caiu, uma coisa que ninguém sabia. O Brasil não sabia. É que a Serra do Mar é frágil, é igual a do Rio de Janeiro. É um maciço de pedra embaixo e terra frouxa em cima. O que caiu foi barro, mas o que derrubou as casas foram árvores, com uma velocidade maluca.
“As pessoas não têm noção de como funciona um país”
Comunicare – Na enchente que ocorreu em março do ano passado, 88 pessoas ficaram sem casas. Onde estão essas pessoas? Canduca – Algumas estão em abrigos. Uma família está na Copel (próximo à Usina Parigot de Souza). As pessoas estão se ajeitando, porque a vida continua. Continuam trabalhando e tendo renda. Muitas estão em casas de parentes ou casas alugadas. Na medida do possível, estamos ajudando essas pessoas. Estamos construindo casas, mas atrasou um pouco por causa da demora na licitação. São todos sobrados porque o terreno não ia
Comunicare – Como serão d i st r ibu í d a s essas casas? Canduca – Ah, quem vai ficar na frente e quem vai ficar atrás? Sei lá! O nosso negócio é construir as casas. Como 60% dos recursos foi transferido, também foram licitadas 60% das casas, então nesse primeiro bloco são 53 casas. Já estão licitando o resto, até o fim do ano devem estar prontas todas as 88. Aí sim vai ter um critério para as pessoas. Nós temos dois deficientes e eles receberão casas específicas. Outros critérios serão o tamanho das famílias e a questão de idosos. Esses critérios valem para essas 53 casas iniciais, mas como as outras
35 estão sendo construídas, resolvemos até o fim do ano essa situação do pessoal. Comunicare – Por que somente 60% da verba foi transferida? Houve atraso no repasse? Canduca – Não houve atraso, o Governo Federal cumpriu direitinho. Sessenta por cento eles iam encaminhar e encaminharam, algo em torno de R$ 6 milhões. O que aconteceu foi uma demora do governo do Estado em algumas licitações. Algumas obras foram feitas rapidamente, por exemplo, alguns taludes de morros já estão resolvidos. Na parte do acesso rodoviário em Morretes, aqui em Antonina e em direção a Guaraqueçaba já foram feitas também duas intervenções muito fortes. Comunicare – Qual a relação da prefeitura de Antonina com o Governo do Estado? Foi melhor com o governo Requião ou é melhor com o governo Beto Richa? Canduca – Eu tinha uma relação muito boa com o Requião. Ele trouxe benefícios para a cidade, como o Hospital, e no governo Richa houve a liberação da verba para tal obra, logo no início da gestão. Foi um ganho muito grande no município. Ele poderia ter dito que não iria emprestar a verba, para trabalhar com os portos, mas não. Eu acredito muito nesse projeto. Comunicare – Existe o interesse de trazer uma seleção para treinar aqui durante a Copa do Mundo?
Isabela Bandeira
Canduca garante que as 88 novas moradias ficarão prontas até o final do ano
“Canduca” ainda não sabe como serão distribuídas as casas
Canduca – Acho meio complicado trazer uma seleção para treinar aqui. Seria muito bom, porque seria montada uma bela estrutura, mas isso tem custo grande. Esse é o momento de mostrar para o mundo a capacidade do Brasil. Esse é o primeiro ganho. O segundo ganho é a estrutura que ficaria após a Copa. Acho que seria uma grande oportunidade para Antonina se tivesse uma seleção treinando aqui, mas vão ocorrer poucos jogos na capital, são pouquíssimas as seleções que vão para lá. O que é legal e real é o grande fluxo de estrangeiros. Comunicare – Muitas pessoas têm reclamado do ginásio inacabado em frente ao campo 29 de Maio. Ele também não seria uma melhoria na infraestrutura da cidade? Canduca – Vão morrer reclamando. As pessoas não têm a noção de como funciona um país, de onde vem recurso. Se não houver cobrança de imposto, não há desenvolvimento. O prefeito passado foi maluco em fazer essa obra, na qual já foram gastos R$ 2 milhões. Não tem como pegar uma rubrica e tirar mais R$ 3 milhões para terminar. Não é preciso fazer muita conta pra saber que aquilo é um absurdo. Comunicare – A Copa do Mundo não seria um bom motivo para a conclusão dessa obra? Canduca – Eu preciso de R$ 3 milhões de reais pra construir aquilo. Com esse dinheiro eu inicio a cons-
trução da rede de esgoto da cidade, que não temos. O saneamento básico é muito mais importante do que aquilo... Se eu pudesse, ia implodir o ginásio! Onde já se viu um ginásio pra 2.500 pessoas, numa cidade com 19 mil habitantes? Comunicare – Em novembro de 2011, o IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal) apontou que nenhum município do Litoral do Paraná chegou perto da média do Estado. Os piores indicadores sociais são os de emprego e renda. O que a prefeitura está fazendo para reverter a situação? Canduca – Certo. Mas se você pegar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) das cidades do Litoral é bom. Antonina está em torno de 75º num universo de 399 municípios, o que é um índice bom. Eu acho que as cidades do Litoral do Paraná têm uma qualidade de vida muito boa. O que falta pra gente é emprego. Desde que eu assumi, minha grande preocupação foi a de formatar aqui pra cidade um projeto e uma ação voltada à questão do desenvolvimento. Uma coisa é crescer, outra coisa é se desenvolver. Minha preocupação sempre foi redesenhar pra cidade um projeto de desenvolvimento. Esse projeto de desenvolvimento tem que ser muito bem pensado, porque nós temos no nosso entorno toda uma questão ambiental.
Helena Bianchi Isabela Bandeira Nivia Kureke Rodolfo Kowalski
04
turismo
Curitiba, junho de 2012
LUGARES COMO A PONTA DA PITA E O CENTRO HISTORICO SÃO OS PRINCIPAIS DESTINOS dos turistas
Marcos históricos do Paraná abandonados Historiadora antoninenese denuncia falta de manutenção e de divulgação dos monumentos o que limita o turismo na cidade
Fonte da Carioca, um dos lugares históricos de Antonina
Frutos do mar e acompanhamentos* *prato p/ duas pessoas
Hotéis
Lanches
Viagem $ Econômica $
11,50
R$
Serra Verde Express
TAXI
Viagem Morretes - Antonina
Viagem Curitiba - Antonina
R$
60,00
R$
4,50
R$
DIFERENÇA:
Hotel Camboa
97
R$
3
R$
50,00
,70 ônibus
táxi
29,50
120,00
R$
R$
carro com tanque cheio
ônibus
10,00
R$
R$
45,00
rafting
216,20 R$
470,00
ida e volta
R$
R$
19,50
Restaurante Belvedere
,00 ida e volta
R$
360,00
R$
barco
TOTAL:
Restaurante Baía de Antonina
Hotel Monte Castelo
Viação Graciosa
Passeios
140,50
R$
Restaurante Container
Lanchonete Toca do Lobo
Trem Curitiba - Morretes
Viagem Executiva
escalada
1.295,00
R$
1.078,80
90,00
R$
histórica. Além dos lugares mais famosos eles procuram se informar com moradores mais antigos e com a Secretaria de Turismo. A turista Juliana do Rocio já foi algumas vezes para a cidade e o que ela mais aprecia são os mo-
Pontos históricos • Ruínas • Matadouro Municipal • Casarão de arquitetura Luso-Brasileira • Usina Hidrelétrica de Cotia • Fonte da Carioca • Mercado Municipal • Bairro Laranjeiras • Igreja São Benedito e Bom Jesus do Saivá • Muro Histórico Rafaela Bez
Kamilla Ferreira Leticia Duarte
São 3 quilômetros de descida em 1 hora e meia
Rafting atrai esportistas aventureiros do Brasil e exterior ao Rio Cachoeira O rafting é o esporte preferido por turistas aventureiros que visitam Antonina. Muitos vão para a cidade somente para praticar o esporte que desce as corredeiras do rio Cachoeira, no Bairro Alto, que fica a quase 20 km do centro da cidade e conta com belas paisagens naturais. Instrutor de rafting, Valdir da Silva Gouveia, conta que são três quilometros de descida, em média uma hora e meia de percurso, com paradas para apreciação do Pico do Paraná e mergulhos. O passeio tem inicio na usina abandonada da Cotia e finaliza na Ponte da estrada do Bairro Alto. “O grau de dificuldade não é tão grande, mas o percurso exige fôlego dos praticantes”, relata Valdir. Por ser um esporte divertido para todas as idades, muitos turistas estrangeiros visitam o local devido ao famoso passeio. É o que afirma Derrick Andries, holandês
Ana Luiza de Souza
esquina que você anda, temos um pedaço da vida do Paraná”, relata a historiadora. Entretanto, alguns turistas contestam o que diz a historiadora e alegam visitar a cidade para conhecer mais sua importância
A tabela comparativa mostra os serviços para uma viagem econômica e executiva, sendo que a última opção disponibiliza maiores preços e uma viajem com maior conforto.
Serviços Individuais
numentos. “Gosto de conhecer sobre o início do nosso estado. Antonina tem uma linguagem que traduz toda história paranaense”, relata Juliana. A turismóloga Adléa Padilha Maia, da Secretaria Municipal de Turismo, também concorda com a historiadora. Ela cita que é muito difícil mostrar para os turistas a importância de Antonina para o Paraná. “São poucos os turistas que são apaixonados pela cidade e o poder público também não qualifica Antonina para que ela seja valorizada.” A historiadora Iza Maria também afirma que Antonina tem um valor inigualável, mas o governo e os turistas não percebem. “Estamos sentados em cima de um pote de ouro, mas ninguém sabe”, cita.
Nivia Maria Kureke
Lugares importantes de Antonina não fazem parte do roteiro de viagem dos turistas, moradores e visitantes não conhecem todos os marcos turísticos da cidade. Os motivos vão desde a falta de divulgação sobre os locais até a falta de manutenção. A cidade que tem predominância histórica está tombada pelo patrimônio nacional, mas não possui programas ativos de restauração e cuidado com os monumentos e nem guias de informação detalhados sobre seus pontos turísticos. Historiadora e moradora de Antonina, Iza Maria Azin conta que muitos turistas vão para a cidade conhecer os pontos mais famosos como a Ponta da Pita, o Pico do Paraná e a Igreja do Pilar. Entretanto, a maioria não se interessa pela história. “Os turistas não sabem sobre as belezas históricas da cidade. A cada
Rio Cachoeira: emoção e adrenalina nas corredeiras
e praticante do esporte. “Gosto de vir para Antonina porque as águas são limpas, e a vista é deslumbrante”, dizendo ainda que já é o terceiro ano que vai para a cidade e que pretende voltar mais vezes. Entre os itens de segurança do esporte estão o capacete, o colete,
cabo de resgate, cinto de segurança e bolsas de ar extra. Além disso, antes de ir para o passeio de rafting, todos recebem um treinamento teórico e a orientação de um guia. Kamilla Ferreira
turismo
05
Curitiba, junho de 2012
recantos fluviais são alternativa de lazer e diversão para moradores e turistas
Prainhas de Antonina estão abandonadas Pequenas praias de Antonina estão sendo esquecidas por turistas e até mesmo por moradores. Além da praia mais conhecida da cidade, a Ponta da Pita, há praias menores e menos populosas como a dos Polacos e a do Gomes. Porém, muitas delas são impróprias para banho e para algumas o acesso é muito difícil. Por esses motivos, elas não são conhecidas pelos turistas e muitos antoninenses também não as visitam. A moradora da Praia dos Polacos, Tatiana Moreira, afirma que os turistas não se interessam pelas prainhas e a maioria deles prefere apenas a Ponta da Pita. “Mesmo na alta temporada, quase nenhum
turista vem pra cá, muitos deles nem sabem que a praia existe”, afirma. Por serem banhadas pelo rio Cachoeira, as praias possuem o seu solo coberto de mangue, o que torna muito difícil a possibilidade de banhos quando a maré está alta. Outra praia desconhecida, porém, com uma bela vista, é a praia do Gomes. Osmar Sa nt a n a , mor ador há dois anos da região, conta que quase não vai pra lá. “A estrada é muito ruim, tem muitos buracos e é estreita”, relata Osmar. A estrada de terra dificulta o acesso à praia, não podendo ser atravessada por um carro popular. A turista Suzanne Alcântara afirma não ter conseguido chegar
“A estrada é muito ruim e tem muitos buracos”
Leticia Duarte
Locais isolados com águas impróprias para banho e distantes do centro, dificultam a visita dos turistas e dos habitantes da região
Praia dos Polacos: com a maré alta a água fica coberta de lodo
até o local de carro, por mais que tivesse curiosidade de conhecêlo. “Chega uma hora que só um carro 4x4 consegue prosseguir viagem, para ir a pé é perigoso por ser longe e no meio de uma mata muito fechada”, conta Suzanne, que diz só ter conseguido chegar até o local de bicicleta, após muitas
viagens até Antonina. Moradores desta região afirmam que o lugar é bom para a prática da pesca, assim como a Ponta da Pita. Mas a única forma de chegar até a praia é indo de bicicleta ou então a pé, mas a caminhada acaba sendo cansativa, porque ao decorrer do caminho há
buracos que dificultam o acesso. Com o abandono das praias da Baía de Antonina pelos moradores e turistas, o que ganhou destaque foram as praias fluviais ou pedaços de areia e pedra que ficam na beira das águas ou recantos em torno dos rios. Odenir Espada, comerciante no Rio do Nunes, explica que sempre há um grande número de pessoas nos recantos, independente se é alta ou baixa temporada, pelo fato da água ser limpa, tranquila e os locais serem de fácil acesso. “As prainhas em torno dos rios são os maiores atrativos da cidade, o que as praias da Baía não oferecem, os rios têm muito a oferecer”, afirma o comerciante, ressaltando que os turistas mais antigos muitas vezes não conhecem a Baía de Antonina, mas são frequentadores ativos dos recantos dos rios. Letícia Duarte
cidade ainda sonha hospedar uma das seleções, mas prefeitura admite falta de estrutura
Moradores confusos sobre realização da Copa em Antonina
Antonina é uma das cidades escolhidas para ser rota turística na Copa do Mundo de 2014, porém, os comerciantes, moradores desconhecem essa medida. A cidade foi escolhida entre 82 inscritas e segundo o Ministério Público, venceu devida sua história e por ser próxima a Curitiba, o que facilitaria a visita dos turistas, mas a população antoninense ainda não foi notificada sobre o assunto. O responsável pela iniciativa de aderir Antonina à rota turística da Copa é José Luiz Veloso, atual secretário municipal de Comunicação de Antonina e ex-secretário de Turismo e Cultura. Ele cita que a cidade foi uma das oito escolhidas para receber turistas na Copa, mas poucos sabem. “Na Câmara de
Vereadores eles não sabem, mas não por falta de não querermos informar. Já a maioria população desconhece totalmente”, cita José Luiz, ressaltando ainda que esse desconhecimento é devido a falta de comunicação entre o poder público e a população. O atual secretário de Turismo e Cultura, Marcelo Vieira Gomes, não está por dentro do processo e confessa não conhecer muito sobre o assunto. “Sei que vamos receber a Copa 2 014 , a p e n a s isso”, diz, complementando que “a cidade precisa de mudanças e reformas urgentes, mas que tudo deve ser construído com calma e planejamento”. A cidade receberá o Pronatec, programa do Governo Federal que irá subsidiar cursos de capacitação
“Sei que vamos receber a Copa 2014, apenas isso”
de idiomas à população antoninense. A falta de informações dos moradores sobre o Pronatec preocupa principalmente os comerciantes da região. É o que relata Maricélia Lemos, comerciante da cidade. “A população ficará sabendo na última hora, não dará tempo suficiente para nos prepararmos bem. Isso é preocupante”, diz Maricélia. O secretário municipal de Comunicação ainda diz que a cidade está esperando uma iniciativa do Ministério Público para que eles possam divulgar a iniciativa à população. “O Ministério precisa abrir inscrições para a população se inscrever nos projetos, enquanto ele não fizer isso, não vamos divulgar para os moradores, se não pode haver ‘alvoroço’”, afirma José Luiz. Segundo o Ministério Público, as inscrições só serão abertas após o mês de outubro de 2012, ou seja, apenas um ano e meio antes da realização Copa do Mundo. Mesmo com o projeto do Pro-
natec inativo, Antonina sonha em ser uma das sub-sedes da Copa do Mundo. Segundo o secretário José Luiz, a ideia da Prefeitura é trazer uma das seleções para a cidade e para isso, necessita equipar adequadamente o campo municipal, o ginásio de esportes e os hotéis da cidade, para que tenham estrutura suficiente para receber os turistas. A maioria da população desconhece a medida, mas alguns moradores, que já estão informados sobre o assunto, têm dúvidas sobre a escolha de Antonina como uma rota turística. É o caso de Cristiano Sobrinho, pescador da região e habitante da cidade há mais de 20 anos. “Seria ótimo Antonina ser reconhecida através disso, mas se não começarem desde já, tudo pode ser atropelado”, dizendo ainda que a população precisa se preparar para a Copa com tranquilidade. Rafaela Bez
O que é Pronatec? O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico é um projeto do Ministério Público que dará cursos de idiomas, recepção turística e qualificação profissional aos moradores das cidades escolhidas como destaques da Copa do Mundo 2014. Tem como objetivo preparar os trabalhadores para atender com qualidade e competência aos novos visitantes. Irá capacitar quem já trabalha com turismo e também quem pretende se profissionalizar no setor. Rafaela Bez
06
economia
Curitiba, junho de 2012
ANTONINENSES RECLAMAM DA FALTA DE INVESTIMENTOS NA CIDADE, E COMERCIANTES LUTAM SOZINHOS PARA AUMENTAR OS LUCROS
“Forasteiros” vendem mais o ano todo Comerciantes vindos de outras cidades movimentam a economia de Antonina, uma das principais cidades históricas do Paraná. Por ser litorânea e depender do turismo, fora da temporada de verão a cidade ainda vive de eventos como o Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná (UFPR), para recuperar a queda nas vendas. No comércio local, quem traz a experiência de outras cidades consegue lucrar mais. É o caso da loja de informática HBlue. Criada por amigos de Araucária, região metropolitana de Curitiba, é hoje a principal do setor na cidade. Gabriel Graciano, funcionário, considera Antonina ideal para um empreendedor. “O fato de existir um grande número de pessoas que não querem se envolver, abre espaço para outras que querem fazer dinheiro, que foi o nosso caso, vindos de Curitiba e focados em gerar lucro”, completa. Assim como Gabriel, a holandesa Anny Snoyer, dona do restaurante
Marcos Garcia
Mesmo com o sucesso de alguns lojistas, cidade ainda depende do turismo e dos eventos fora de temporada
Anny, de origem holandesa, fez um restaurante de sucesso em Antonina
Buganvil, veio de Santa Catarina para montar seu negócio, sendo considerada uma referência na região. Sobre o comércio fora de temporada, ela comenta. “O que mais nos prejudica é a falta de movimento nos dias de semana, em que há pouco turismo e fica restrito a trabalhadores locais”. Anny também
elogia os eventos fora de temporada, mas critica os governantes. “O Festival de Inverno e a feira de carros antigos são projetos que ajudam no comércio, mas somos prejudicados pela falta de investimento em vários setores do turismo. A cidade ainda deixa a desejar nesta questão, principalmente pela fal-
ta interesse dos governantes”, finaliza. A falta de um comércio local forte torna atraente a vinda de grandes redes, como a Multiloja, do setor de eletrodomésticos e imóveis. Adriel da Cruz, gerente, apoia a vinda de empresas maiores na região. “A tendência antiga do antoninense era sair da cidade e ir comprar em Paranaguá, ou Curitiba. Com a chegada da Multiloja, o mercado cresceu e o dinheiro começou a ficar na cidade’’. Adriel pensa que uma futura concorrência só traria vantagens. “O fato de ter mais lojas faria com que o capital se firmasse em Antonina e os impostos ficassem na cidade”. No entanto, ainda é possível perceber em Antonina a dependência do turismo na economia. Marine Calonassi,
coordenadora da feira de artesanato da cidade reclama da falta de incentivo aos pequenos comerciantes. “Tudo aqui é influenciado pelo turismo. Se existe turismo forte, as vendas acabam acontecendo. Existem muitos obstáculos legais que acabam impededindo a gente de melhorar a cidade. Aqui na feira, muitas pessoas acabam não aparecendo porque passam o dia inteiro sem conseguir vender nada”. As maiores reclamações que fazem os comerciantes se misturam entre a falta de estrutura presente no município e o incentivo considerado fraco por parte dos governantes da região.
“O que mais prejudica é o movimento em dias de semana”
Marcos Garcia
GRANDE QUANTIDADE DE BANANA PERMITE PRODUÇÃO DAS BALAS O ANO TODO
Bala de banana é produzida em escala industrial para manter vendas em alta
Marcos Garcia
Ainda na baixa temporada, Maristela Quinhentos quilos por dia. Cento porque existe uma oferta maior de elogia os projetos culturais da cidade e vinte balas por minuto. É nesse matéria prima”. A temporada ennesta época, mas reclama da falta ritmo que a bala de banana, símbolo tre outubro e abril é considerada a de estrutura oferecida em Antonina. da cidade de Antonina, é produzida mais lucrativa para a empresária. “Vendemos mais em alguns eventos, no litoral do estado. Esse crescimento No período entre maio e agosto, mas a cidade não recebe tantos turisfez com que uma simples fábrica nos ocorre a entressafra da banana, potas como Morretes. A cidade precifundos de uma casa se tornasse uma rém os fabricantes não sofrem com a sa investir mais no turismo”. linha de produção completa. Para se diferenciar dos Segundo dados de 2009 da concorrentes, a fábrica lançou Embrapa, (Empresa Brasileihá dois anos as balas de bara de Pesquisa Agropecuária), nana com sabores, como açaí, o Paraná é um dos maiores canela e gengibre, entre outros. produtores de banana no país, Além disso, outros produtos chegando a 240 mil toneladas são oferecidos, como doce de por ano, sendo que 60% estão banana, melado e cachaças na região litorânea. Com essa artesanais. Silas considera quantidade à disposição, há 26 a experiência com as novas anos o casal Silas e Maristela Dias mantém a principal fábrica lo- Bala de banana é vendida também em outros sabores versões das balas um sucesso e diz que, atualmencal da bala, a Fábrica Floresta. te. quase metade das balas de baSobre a fabricação, Maristela diz situação. A polpa da banana é sepananavendidas são as com sabores. que, no verão, as máquinas trabalham rada em janeiro, e armazenada até o mais. “Nossa capacidade de produção começo do inverno, mantendo ativa Marcos Garcia é de 10 toneladas entre balas e doces. toda a produção até o fim do período. Paulo Semicek Há um grande aumento no verão,
EXPONINA O evento é um dos mais tradicionais eventos do
litoral paranaense. Além de shows musicais e trios elétricos, a festa também tem a exposição e venda de produtos típicos da região, como a tradicional bala de banana e o famoso barreado, além de doces caseiros, artesanato e produtos agrícolas.
A Exponina acontece na Praça Coronel Macedo, no Centro da cidade e sempre no mês de junho, onde também acontece em conjunto com o evento, o Encontro Paranaense de Veículos Antigos e Especiais. 22º Festival de Inverno da UFPR O evento, realizado pela Universidade Federal do
Paraná (UFPR) transforma Antonina na capital da arte e da cultura paranaense durante o mês de julho. É considerado um dos maiores festivais do país, e quase uma semana oferece exposições, cursos, oficinas, shows e diversas outras atrações.
Em 2012, o evento terá como tema principal o Centenário da UFPR e ocorre do dia 7 ao dia 14 de julho em vários locais da cidade.
Pedro Domingues
ambiente
07
Curitiba, junho de 2012
Ong denuncia problema ambiental na Baía de Antonina e instaura Ação contra a hidrelétrica
Usina é acusada de causar assoreamento A Copel, administradora da Hidrelétrica Parigot de Souza, afirma que não há comprovações de influências negativas sobre a região A Usina Hidrelétrica Governador Parigot de Souza, localizada no município de Antonina, é alvo de críticas de ongs que trabalham com o meio ambiente. A Associação de Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento de Antonina (Ademadan), uma organização não governamental,
realizou um estudo que aponta a usina como causadora de impactos ambientais. Dentre as principais conseqüências relatadas, está o assoreamento da baía, que consiste na redução do volume de água encontrado no local causado pelo acúmulo de areia ou outros resíduos no solo. Uma Ação Civil Carolina Cachel
Assoreamento é visível na baía de Antonina
Pública foi movida pela Associação de Pequenos Produtores Rurais e Artesanais de Antonina (Aspran), para denunciar esses possíveis danos ambientais causados pela hidrelétrica. Nelson Moura Rosa, da ong Instituto Carijó, atuante na cidade, afirma que as consequências da construção da usina são visíveis. “Podemos comprovar através de fotografias e depoimentos de pescadores que a partir da implantação da Usina Parigot de Souza, o assoreamento da baía de Antonina tomou proporções praticamente irreversíveis, um dano incomensurável tanto à fauna pesqueira quanto à flora”, relata. A Copel, por meio de nota enviada pela sua assessoria de comunicação, declarou que não há estudos conclusivos
a respeito da influência da hidrelétrica sobre a bacia hidrográfica do rio Cachoeira e a baía de Antonina. Ainda complementou dizendo que o assoreamento de uma baía depende de uma série de fatores, inclusive os naturais, e que a Ação Civil Pública foi contestada. Atualmente está em andamento um projeto de recuperação da área de preservação permanente (RAPP) no local, coordenado pela Ademadan, que conta com o apoio da Copel e da Petrobrás. Essa ação fez com que alguns agricultores pudessem voltar a ocupar o entorno da hidrelétrica, plantando mudas cultivadas na própria usina e, consequentemente, atuando na recuperação do solo.
Ajude a preservar o meio ambiente! A natureza precisa ser conservada, se cada um fizer sua parte. Transforme o mundo em um lugar melhor. Siga as dicas a seguir e comece a fazer a diferença. - Recicle e reutilize materiais; - Não jogue óleo pelo ralo da pia; - Não jogue lixo na rua; - Dê preferência a transportes públicos; - Evite o desperdício de água; - Separe o lixo; - Retire o excesso de líquido e material orgânico das embalagens, antes de jogá-las fora;
- Não desmate; - Evite pegar sacolas plásticas desnecessariamente; - Economize energia.
Natalia Concentino
ENCONTRO, QUE ESTA SENDO realizadO neste mês, pode trazer inovações SÓCIO-AMBIENTAIS À CIDADE
Antonina representada na RIO +20, Conferência das Nações Unidas baía de Antonina, realiza suas ações com base em três pilares fundamentais: desenvolver atividades economicamente viáveis, ambientalmente
ambiental. O principal foco da DRS é o desenvolvimento da piscicultura sustentável. O projeto, que tem o apoio da Cooperativa de Pescado-
Carolina Cachel
A organização não governamental antoninense Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) tem um representante na Rio +20. A ong, que trabalha com metodologia voltada a atividades econômicas sustentáveis, como a pesca, vai tentar incluir Antonina na Rede Brasileira de Cidades Justas e Sustentáveis. Conseguir um espaço na Rio +20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, foi uma grande conquista para a DRS, segundo Marcos Cristóvam, membro da fundação. “Apesar de considerarmos que é um evento voltado para grandes potências, podemos aprender muito e trazer novidades para Antonina”, relata. O evento acontece entre os dias 13 e 22 de junho, deste ano, no Rio de Janeiro. A DRS, que surgiu da necessidade de um projeto conciliando as necessidades da cidade nos setores de saneamento básico e poluição da
Redes de pesca são utilizadas para trabalhos artesanais
corretas e socialmente justas. A instituição, já atua para a melhora da qualidade da água da baía já, tendo retirado dela o equivalente à seis caminhões de lixo, além de atuar na conscientização dos moradores da região para a problemática
res de Antonina (Copescarte), quer aproveitar economicamente todos os resíduos da pesca sem descartá-los no meio ambiente. Carolina Cachel Mayara Duarte
08
cidade
Curitiba, junho de 2012
09
Curitiba, junho de 2012
POPULAÇÃO COBRA POSICIONAMENTO DA PREFEITURA QUANTO À FALTA DE INFRAESTRUTURA PARA OS MEIOS ALTERNATIVOS DE LOCOMOÇÃO. A cidade que tem grande número de bikes, ainda não têm ciclovias
Venda de bicicletas faz de Antonina destaque estadual em transportes alternativos que favoreça os ciclistas. O fato da cidade não ter ciclovia incomoda. Um dos acidentes que a falta de estrutura para esses meios de transporte causou foi o da filha de Antonio Correia. Ele conta que o seu “carro preferido”, como chama a bicicleta, foi o que suas filhas usavam quando foram at r o p el a d a s. Correia perdeu sua filha mais velha e Leticia Lameu, a outra filha que estava junto, ficou traumatizada. Segundo ela, depois do acidente nunca mais andou de bicicleta e não quer mais andar. O vigilante bancário e artesão, Silvano de Paulo, diz que
“Construção de ciclovia é cara e difícil de ser feita”
Samara Macedo
Antonina tem sua paisagem tomada por bicicletas. Não há um número oficial que comprove, mas os habitantes garantem que elas são maioria no trânsito, havendo até duas bikes a cada três habitantes. Prova disso é o aumento das vendas nas bicicletarias. O arrumador, Marcos Pereira, diz que a bicicleta é um meio de transporte para ir ao trabalho e por isso é tão utilizada pelos antoninenses. Segundo o trabalhador portuário avulso, Carlos Roberto Pereira Machado, 70% da população anda de bike, mas mesmo assim não há investimento por parte da prefeitura, pois a cidade não possui uma avenida
Samara Macedo
A cidade é a segunda do Paraná com menor número de veículos por habitante. No entanto, a convivência entre carros e bikes não é tão pacífica. As ciclovias que não são consideradas importantes para muitos, poderiam ter salvado a vida da filha do pedreiro Antonio Correia
Trabalhadores do Porto usam bicicleta como meio de transporte
“já era para ter uma passarela há muito tempo”. Ele ressalta que a prefeitura ainda não tomou uma providência, porque falta iniciativa por parte da população, e completa: “se nós nos uníssemos,
conseguiríamos mudar isso, pois nós precisamos das bicicletas”. De acordo com o secretário de administração de Antonina, Márcio da Silva, a capacidade de investimento da prefeitura é limi-
Leticia Lameu (à direita), sobrevivente de um atropelamento
tada. Por esse motivo o governo da cidade trabalha em parceria com deputados para desenvolver projetos. Um desses projetos é o Transpetro, que está construindo uma ciclovia que começa no bairro
Batel e vai até o Porto. A iniciativa que conta com sete milhões de reais, inclui implantação do asfalto e paisagismo e tem por objetivo facilitar o acesso dos trabalhadores ao porto. Mas conclui
dizendo que a construção de uma ciclovia no centro, é cara e difícil de ser feita, devido à cidade ser tombada. Para ele, isso não é uma prioridade, pois as bicicletas conseguem ‘conviver’ pacificamente
CIDADE CONHECIDA POR SUA HISTÓRIA E CULTURA, beneficia-se pouco COM O TURISMO. A PRINCIPAL fonte de RENDA É O TERMINAL PORTUÁRIO
com os carros. Mesmo com esses problemas, a preferência do povo antoninense pela ‘magrela’ continua. Osvaldo Ricardo Dutra, arrumador, que mora no bairro Rio do Cedro conta
que o motivo pelo qual ele vai até Antonina de barco, é poder levar a bicicleta para fazer uso na cidade. Já Antônio Pecher, conta que tem a ‘Alce’ (nome dado à sua bike) há 17 anos. Um dos fatos que comprovam o aumento do uso das ‘magrelas’ é o lucro das bicicletarias. Giovane Rubik, proprietário da loja Gio Bike afirma que antes vendia uma por semana ou até uma por mês, mas hoje chega a vender até cinco por semana. Segundo ele, o número de bicicletas motorizadas também aumentou. Marizete Gargioni comprou sua primeira bike motorizada e afirma gostar da nova aquisição por ser mais rápida e não precisar de habilitação para usá-la. Ariane Priori Bianca Santos Samara Macedo
CNH para bicicletas motorizadas É obrigatório CNH para dirigir bicicletas motorizadas? De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), todos os veículos motorizados, mesmo que sejam elétricos, devem ser registrados. Segundo a instrutora de trânsito Kelly Collere, as pessoas não se importam em circular sem habilitação, porque não há maior fiscalização. “A lei é para todos, todos devem cumpri-la”, afirma.
Bianca Santos
Antoninenses estão insatisfeitos com a situação da cidade
Ariane Priori
Antonina é vista pelos seus habitantes como uma cidade portuária, pois esta é a principal fonte de arrecadação do município. Porém, desde os anos 80, a cidade passou a consolidar seu perfil turístico devido aos monumentos históricos. Entretanto, os antoninenses afirmam não haver investimento no Porto e muito menos no setor turístico. De acordo com o diretor de finanças da prefeitura, Rafael Neves Alves, o maior empregador da cidade é o Terminal Portuário. Porém, por ser uma empresa privada, a prefeitura não tem a permissão de investir no crescimento desta. Mas pontua que a gestão procura desenvolver novas demandas para geração de empregos e benefícios para a cidade. Um exemplo é a Usina da Copel. “A prefeitura recebe royalties do Governo Federal, que é consequência da construção da usina. Esse valor varia em torno de 60 mil a 100 mil reais por mês”, explica. Ele expõe que o dinheiro é usado para a infraestru-
Bianca Santos
Governo e população discutem se Antonina é uma cidade turística ou portuária Tombamento é motivo de polêmica
Porto já esteve entre os quatro mais importantes do Brasil
tura e prestação de serviços, como limpeza pública e manutenção de veículos da prefeitura. No entanto, ressalta que o valor recebido não é suficiente para realizar todas as tarefas que acarretam a cidade. O diretor de finanças diz que há falta de interesse dos empreendedores em melhorar os negócios. “Quando há cursos de capacita-
ção, muitos proprietários chegam a afirmar que não mandam seus funcionários porque depois eles pedirão aumento”, conta. Para a comerciante Nair Weizel, o dinheiro que a prefeitura recebe do governo não é destinado para o que é necessário. “Eles ganham a verba, mas não repassam”, declara Weizel. O mecânico José
Patrimônio tombado encontra-se degradado e sem preservação
Augusto Alves dos Santos conta que a população antoninense está desanimada com a gestão atual, e declara que almeja mudanças na região. “Esperamos uma melhoria da cidade, mas até agora nada aconteceu”, afirma Santos. Órgãos públicos dizem poder afirmar que Antonina não recebe mais royalties em consequência
dos próprios comerciantes. “Em época de temporada, quando sabemos que os restaurantes, por exemplo, têm um lucro de 100 mil reais, eles alegam ter atendido 100 pessoas. O Governo Federal repassa a ‘verba’ de acordo com os impostos declarados. Como querem que a cidade cresça e receba mais dinheiro se a mente
da população continua pequena?”, diz Renato Silva*. A histórica cidade conhecida por suas atrações naturais e construções coloniais, sofre um declínio gradativo com a falta de infraestrutura do município. Isso pode ser observado nos principais pontos turísticos e em prédios históricos. Um exemplo é a Ponta da Pita, um dos lugares mais visitados da região. O local sofre com a falta de preservação e de conscientização da população. Para o turista Ronaldo Loures Rocha, de Quatro Barras, Antonina deixa a desejar. Segundo ele, com a cultura e os pontos existentes na cidade, ela poderia ser referência mundial, porém com a falta de investimento, isso não é explorado. “Cria- se barreira para tudo”, afirma Rocha. *O entrevistado não quis se identificar. Ariane Priori Bianca Santos Samara Macedo
Ponta da Pita
Um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade é a “Ponta da Pita”, localizada no bairro Itapema. O nome se deve a grande quantidade da planta Pita existente no local. Uma delas é a que está no topo de uma grande laje de pedra, a qual adentra a baía de Antonina, formando uma ponta. A planta é nativa das Américas e pertence à família das agaváceas. Ariane Priori
Antoninenses afirmam que o tombamento impede o crescimento da cidade, fazendo com que o comércio fique estagnado e tornando as obras cada vez mais difíceis, congelando o desenvolvimento estrutural e espacial. Segundo a costureira, Esmeralda Gaspar, 63 anos, as pessoas são obrigadas a procurar emprego em outra região. “Não adianta nada esse monte de praças e centros históricos e não ter emprego para população”, desabafa Gaspar. Vanderlei Marques Cardoso que é Gerente do hotel Camboa, diz que o problema não é o tombamento e sim a falta de cuidado com a cidade. “Muitos turistas vêm a Antonina aspirando conhecer uma cidade com monumentos históricos lindíssimos, quando chegam aqui e se deparam com esses prédios totalmente deteriorados, não querem sair do hotel”. De acordo com o ex-secretário de Cultura, Robison Luíz Marciniaki, os benefícios de ser uma
cidade tombada são gradativos. Segundo ele, na cabeça do investidor área tombada significa empecilho. No entanto, tudo é passível de negociação. E isso acontece com um único objetivo, que é preservar a identidade cultural da cidade. “Mas a maioria dos proprietários não ligam. Estes locais estão abandonados e os donos não moram mais na cidade e ao passo que não há interesse da população, há desinformação e conf lito”, afirma. O ex-secretário da cultura conta que quando são realizadas palestras para esclarecer esses fatos, não vai ninguém. De acordo com Marciniaki, em Antonina existe um projeto chamado Alíquota Zero destinado aos proprietários de bens tombados como incentivo para manterem suas fachadas em dia. “Além do que o imóvel tombado valoriza o dobro”, explica Ariane Priori Bianca Santos Samara Macedo
O que é tombamento?
O tombamento é um ato administrativo realizado pelo Poder Público que busca preservar bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população. Muitos acreditam que o imóvel passa a pertencer à sociedade ou ao poder público, mas isso não é verdade. O proprietário é responsável pelo local, sendo que toda e qualquer obra, deve ser previamente aprovada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Quem deseja restaurar ou conservar bens tombados deve buscar orientação no órgão responsável. Samara Macedo
08
cidade
Curitiba, junho de 2012
09
Curitiba, junho de 2012
POPULAÇÃO COBRA POSICIONAMENTO DA PREFEITURA QUANTO À FALTA DE INFRAESTRUTURA PARA OS MEIOS ALTERNATIVOS DE LOCOMOÇÃO. A cidade que tem grande número de bikes, ainda não têm ciclovias
Venda de bicicletas faz de Antonina destaque estadual em transportes alternativos que favoreça os ciclistas. O fato da cidade não ter ciclovia incomoda. Um dos acidentes que a falta de estrutura para esses meios de transporte causou foi o da filha de Antonio Correia. Ele conta que o seu “carro preferido”, como chama a bicicleta, foi o que suas filhas usavam quando foram at r o p el a d a s. Correia perdeu sua filha mais velha e Leticia Lameu, a outra filha que estava junto, ficou traumatizada. Segundo ela, depois do acidente nunca mais andou de bicicleta e não quer mais andar. O vigilante bancário e artesão, Silvano de Paulo, diz que
“Construção de ciclovia é cara e difícil de ser feita”
Samara Macedo
Antonina tem sua paisagem tomada por bicicletas. Não há um número oficial que comprove, mas os habitantes garantem que elas são maioria no trânsito, havendo até duas bikes a cada três habitantes. Prova disso é o aumento das vendas nas bicicletarias. O arrumador, Marcos Pereira, diz que a bicicleta é um meio de transporte para ir ao trabalho e por isso é tão utilizada pelos antoninenses. Segundo o trabalhador portuário avulso, Carlos Roberto Pereira Machado, 70% da população anda de bike, mas mesmo assim não há investimento por parte da prefeitura, pois a cidade não possui uma avenida
Samara Macedo
A cidade é a segunda do Paraná com menor número de veículos por habitante. No entanto, a convivência entre carros e bikes não é tão pacífica. As ciclovias que não são consideradas importantes para muitos, poderiam ter salvado a vida da filha do pedreiro Antonio Correia
Trabalhadores do Porto usam bicicleta como meio de transporte
“já era para ter uma passarela há muito tempo”. Ele ressalta que a prefeitura ainda não tomou uma providência, porque falta iniciativa por parte da população, e completa: “se nós nos uníssemos,
conseguiríamos mudar isso, pois nós precisamos das bicicletas”. De acordo com o secretário de administração de Antonina, Márcio da Silva, a capacidade de investimento da prefeitura é limi-
Leticia Lameu (à direita), sobrevivente de um atropelamento
tada. Por esse motivo o governo da cidade trabalha em parceria com deputados para desenvolver projetos. Um desses projetos é o Transpetro, que está construindo uma ciclovia que começa no bairro
Batel e vai até o Porto. A iniciativa que conta com sete milhões de reais, inclui implantação do asfalto e paisagismo e tem por objetivo facilitar o acesso dos trabalhadores ao porto. Mas conclui
dizendo que a construção de uma ciclovia no centro, é cara e difícil de ser feita, devido à cidade ser tombada. Para ele, isso não é uma prioridade, pois as bicicletas conseguem ‘conviver’ pacificamente
CIDADE CONHECIDA POR SUA HISTÓRIA E CULTURA, beneficia-se pouco COM O TURISMO. A PRINCIPAL fonte de RENDA É O TERMINAL PORTUÁRIO
com os carros. Mesmo com esses problemas, a preferência do povo antoninense pela ‘magrela’ continua. Osvaldo Ricardo Dutra, arrumador, que mora no bairro Rio do Cedro conta
que o motivo pelo qual ele vai até Antonina de barco, é poder levar a bicicleta para fazer uso na cidade. Já Antônio Pecher, conta que tem a ‘Alce’ (nome dado à sua bike) há 17 anos. Um dos fatos que comprovam o aumento do uso das ‘magrelas’ é o lucro das bicicletarias. Giovane Rubik, proprietário da loja Gio Bike afirma que antes vendia uma por semana ou até uma por mês, mas hoje chega a vender até cinco por semana. Segundo ele, o número de bicicletas motorizadas também aumentou. Marizete Gargioni comprou sua primeira bike motorizada e afirma gostar da nova aquisição por ser mais rápida e não precisar de habilitação para usá-la. Ariane Priori Bianca Santos Samara Macedo
CNH para bicicletas motorizadas É obrigatório CNH para dirigir bicicletas motorizadas? De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), todos os veículos motorizados, mesmo que sejam elétricos, devem ser registrados. Segundo a instrutora de trânsito Kelly Collere, as pessoas não se importam em circular sem habilitação, porque não há maior fiscalização. “A lei é para todos, todos devem cumpri-la”, afirma.
Bianca Santos
Antoninenses estão insatisfeitos com a situação da cidade
Ariane Priori
Antonina é vista pelos seus habitantes como uma cidade portuária, pois esta é a principal fonte de arrecadação do município. Porém, desde os anos 80, a cidade passou a consolidar seu perfil turístico devido aos monumentos históricos. Entretanto, os antoninenses afirmam não haver investimento no Porto e muito menos no setor turístico. De acordo com o diretor de finanças da prefeitura, Rafael Neves Alves, o maior empregador da cidade é o Terminal Portuário. Porém, por ser uma empresa privada, a prefeitura não tem a permissão de investir no crescimento desta. Mas pontua que a gestão procura desenvolver novas demandas para geração de empregos e benefícios para a cidade. Um exemplo é a Usina da Copel. “A prefeitura recebe royalties do Governo Federal, que é consequência da construção da usina. Esse valor varia em torno de 60 mil a 100 mil reais por mês”, explica. Ele expõe que o dinheiro é usado para a infraestru-
Bianca Santos
Governo e população discutem se Antonina é uma cidade turística ou portuária Tombamento é motivo de polêmica
Porto já esteve entre os quatro mais importantes do Brasil
tura e prestação de serviços, como limpeza pública e manutenção de veículos da prefeitura. No entanto, ressalta que o valor recebido não é suficiente para realizar todas as tarefas que acarretam a cidade. O diretor de finanças diz que há falta de interesse dos empreendedores em melhorar os negócios. “Quando há cursos de capacita-
ção, muitos proprietários chegam a afirmar que não mandam seus funcionários porque depois eles pedirão aumento”, conta. Para a comerciante Nair Weizel, o dinheiro que a prefeitura recebe do governo não é destinado para o que é necessário. “Eles ganham a verba, mas não repassam”, declara Weizel. O mecânico José
Patrimônio tombado encontra-se degradado e sem preservação
Augusto Alves dos Santos conta que a população antoninense está desanimada com a gestão atual, e declara que almeja mudanças na região. “Esperamos uma melhoria da cidade, mas até agora nada aconteceu”, afirma Santos. Órgãos públicos dizem poder afirmar que Antonina não recebe mais royalties em consequência
dos próprios comerciantes. “Em época de temporada, quando sabemos que os restaurantes, por exemplo, têm um lucro de 100 mil reais, eles alegam ter atendido 100 pessoas. O Governo Federal repassa a ‘verba’ de acordo com os impostos declarados. Como querem que a cidade cresça e receba mais dinheiro se a mente
da população continua pequena?”, diz Renato Silva*. A histórica cidade conhecida por suas atrações naturais e construções coloniais, sofre um declínio gradativo com a falta de infraestrutura do município. Isso pode ser observado nos principais pontos turísticos e em prédios históricos. Um exemplo é a Ponta da Pita, um dos lugares mais visitados da região. O local sofre com a falta de preservação e de conscientização da população. Para o turista Ronaldo Loures Rocha, de Quatro Barras, Antonina deixa a desejar. Segundo ele, com a cultura e os pontos existentes na cidade, ela poderia ser referência mundial, porém com a falta de investimento, isso não é explorado. “Cria- se barreira para tudo”, afirma Rocha. *O entrevistado não quis se identificar. Ariane Priori Bianca Santos Samara Macedo
Ponta da Pita
Um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade é a “Ponta da Pita”, localizada no bairro Itapema. O nome se deve a grande quantidade da planta Pita existente no local. Uma delas é a que está no topo de uma grande laje de pedra, a qual adentra a baía de Antonina, formando uma ponta. A planta é nativa das Américas e pertence à família das agaváceas. Ariane Priori
Antoninenses afirmam que o tombamento impede o crescimento da cidade, fazendo com que o comércio fique estagnado e tornando as obras cada vez mais difíceis, congelando o desenvolvimento estrutural e espacial. Segundo a costureira, Esmeralda Gaspar, 63 anos, as pessoas são obrigadas a procurar emprego em outra região. “Não adianta nada esse monte de praças e centros históricos e não ter emprego para população”, desabafa Gaspar. Vanderlei Marques Cardoso que é Gerente do hotel Camboa, diz que o problema não é o tombamento e sim a falta de cuidado com a cidade. “Muitos turistas vêm a Antonina aspirando conhecer uma cidade com monumentos históricos lindíssimos, quando chegam aqui e se deparam com esses prédios totalmente deteriorados, não querem sair do hotel”. De acordo com o ex-secretário de Cultura, Robison Luíz Marciniaki, os benefícios de ser uma
cidade tombada são gradativos. Segundo ele, na cabeça do investidor área tombada significa empecilho. No entanto, tudo é passível de negociação. E isso acontece com um único objetivo, que é preservar a identidade cultural da cidade. “Mas a maioria dos proprietários não ligam. Estes locais estão abandonados e os donos não moram mais na cidade e ao passo que não há interesse da população, há desinformação e conf lito”, afirma. O ex-secretário da cultura conta que quando são realizadas palestras para esclarecer esses fatos, não vai ninguém. De acordo com Marciniaki, em Antonina existe um projeto chamado Alíquota Zero destinado aos proprietários de bens tombados como incentivo para manterem suas fachadas em dia. “Além do que o imóvel tombado valoriza o dobro”, explica Ariane Priori Bianca Santos Samara Macedo
O que é tombamento?
O tombamento é um ato administrativo realizado pelo Poder Público que busca preservar bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população. Muitos acreditam que o imóvel passa a pertencer à sociedade ou ao poder público, mas isso não é verdade. O proprietário é responsável pelo local, sendo que toda e qualquer obra, deve ser previamente aprovada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Quem deseja restaurar ou conservar bens tombados deve buscar orientação no órgão responsável. Samara Macedo
10
infraestrutura
Curitiba, junho de 2012
Importante no crescimento de antonina, indústrias da família estão abandonadas há décadas
Histórico, complexo Matarazzo está em ruínas
Família Matarazzo dominou a cidade de Antonina por anos, situação do conjuto imobiliário é crítica e está em completo abandono Mapa do Complexo Matarazzo em Antonina
Av en
ida
Moinho de trigo Co n
de
Fotos: Heron Torquato
Durante anos, a família Matarazzo, que já foi uma das mais importantes e poderosas do Brasil, movimentou a economia e fez Antonina crescer. Hoje, quase cem anos após a chegada dos ítalo-brasileiros ao litoral paranaense, em 1917, toda a estrutura do pequeno império encontra-se abandonada e em ruínas. Os idos tempos do auge das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo (IRFM), no entanto, continuam intactos na lembrança dos moradores. Pelo crescimento das indústrias Matarazzo com a venda de farinha, elas passaram a se instalar também fora de São Paulo, na segunda década do século XX, quando chegaram ao Paraná. Em Antonina, além das fábricas e do porto, o complexo é formado pela vila de funcionários, a escola Ermelino Matarazzo e o “castelo” da família, como é chamada a mansão construída no alto de um monte. Tudo isso está localizado na Avenida Conde Matarazzo, nome dado em homenagem ao italiano patriarca da linhagem, Francesco Matarazzo. Abandonadas desde 1970, todas em más condições, as edificações, hoje, são de responsabilidade de Eneida Matarazzo, que reside em São Paulo. Na época em que situação das IRFM era estável, os Matarazzo que habitavam Antonina viviam em um “universo paralelo”, segundo relatos de pessoas que vivenciaram os anos áureos. Elementos essenciais como água e luz eram produzidos dentro do próprio território, tornando todo o complexo autossuficiente e, de certa forma, distante do restante da cidade. “Apesar de eles possuírem um grande número de empregados, a vida deles era independente. Eles raramente saiam da parte da cidade que era deles”, declarou o morador José Nunes. Responsável pela criação de um número elevado de empregos, pela melhora da estrutura e movimentação da cidade, a família Matarazzo representava a elite e era o centro econômico antoninense. “Antes a cidade vivia ao redor deles, a maioria dos moradores
Ma tar az
zo
Escola Ermelino Matarazzo Indústria da família Matarazzo
Casa dos operários
Mansão Matarazzo
Propriedades antigas
Árvore genealógica da família Matarazzo Escola Ermelino Matarazzo, construída durante o império
Conde Matarazzo Luiz Matarazzo
Filomena Matarazzo
Francisco Matarazzo Jr.
Maria Pia Matarazzo
Ermelino Matarazzo
Eduardo André Matarazzo Eduardo André Matarazzo
Eneida Matarazzo
Fernando Matarazzo Casa onde moravam os operários das Indústrias Matarazzo
trabalhava na empresa, meu pai é um exemplo. Depois, meus filhos estudaram na escola (Ermelino Matarazzo). Tudo girava ao entorno dos Matarazzo”, relatou Diva Santos. Com o declínio geral e quase falência das IRFM na década de 70, as atividades industriais
tiveram fim não só em Antonina, mas também no restante do país – resultando no abandono das instalações por parte dos Matarazzo. Antes sinônimo de poder, hoje o complexo está relacionado à decadência da cidade.
Conde: Agricultor italiano que se mudou para o Brasil durante o Império. Morreu na condição de homem mais rico do país.
João Pedro Alves
Fernando: Político e habitante de Antonina. Possível candidato à prefeito.
Ermelino: Substituiu o pai durante a Primeira Guerra Mundial. Tinha ampla aceitação familiar para ser o sucessor de seu pai. Comandou as empresas durante 4 anos, quando o faturamento da empresa dobrou. Francisco: Foi escolhido por seu pai para sucedê-lo após a morte de Ermelino. A escolha gerou conflitos familiares.
saúde
11
Curitiba, junho de 2012
Médicos precisam levar o próprio material para atender a população
Hospital enfrenta insuficiência de médicos Antes mesmo do fim da reforma do hospital Dr. Silvio Bittencourt Linhares, Antonina já sofre com a falta de médicos para integrar a nova equipe. A população não encontra atendimento com médicos especialistas e os próprios profissionais confirmam a falta de estrutura no hospital que está funcionando, no mesmo espaço da maternidade devido à reforma. O médico ortopedista Fernando Lemos, em Antonina há 15 anos, constrói um retrato da atual situação da saúde municipal: falta investimento em medicação, material hospitalar e em equipamentos. Para contornar tal deficiência, o médico afirma levar seu próprio material. Mostra-se também descontente com a falta de especialistas e plantonistas, relatando a necessidade em, às vezes, dar assistência como clínico geral durante seu plantão na ortopedia. A população faz inúmeros relatos sobre a dificuldade que enfrenta quando precisa do sistema
público de saúde. Simone Lopes Cardoso, conta já ter esperado 6 horas na emergência, e sem o atendimento, deslocou-se para Curitiba onde ficou internada. Semelhante ao caso de Simone é o de Leonel Aristo, que diz ”Se quebrar o pé na segunda, tenho que esperar o médico até sexta ou ir para outra cidade”. O episódio que Andréia Seldeati viveu, confirma a carência de médicos especializados. A paciente teve seu parto realizado por duas enfermeiras e uma ginecologista, na falta de um obstetra para fazê-lo. Segundo Odileno Garcia Toledo, coordenador da Secretaria de Saúde, a ausência de profissionais se deve a dois fatores: a indisponibilidade que médicos de outras cidades têm em cumprir oito horas diárias em Antonina e a insuficiência de médicos antoninenses. A estrutura de saúde antoninense é composta por um hospital e sete postos de saúde. Juntos, atendem aproximadamente 20 mil pessoas. Toledo explica que o
hospital funciona com dois plantonistas diários, que se revezam em diferentes turnos, e possui nas sextas-feiras, profissionais especializados em pediatria e ortopedia. Tem capacidade para realizar cirurgias de pequena complexibilidade e para internar até 20 pessoas, sem UTI. O coordenador espera que no novo hospital a dinâmica seja diferente. A expectativa popular concentra-se na reforma do hospital, que terá aproximadamente dois mil metros quadrados para abrigar novas unidades, tais como centro cirúrgico, UTI semi-intensiva e fisioterapia. Mesmo diante das promessas de melhoria, mantém-se a dúvida em relação à quantidade necessária de médicos para atender ao município. “Mesmo no hospital novo não haverá um equipe 24 horas para atender aos casos graves”, diz Fernando Lemos, médico ortopedista. Camila Vichoski Francisco Mallmann
Fotos: Laura Nicolli
O único hospital de Antonina está funcionando no mesmo espaço que a maternidade, esperando o fim da reforma prevista para junho
Falta de profissionais causa espera no atendimento
Reformado, hospital terá UTI e centro cirúrgico
Dúvidas sobre a qualidade da água das praias e falta de saneamento básico dividem opiniões
Ausência de saneamento básico prejudica a saúde da população
O IAP (Instituto Ambiental do Paraná) classificou diversos locais de Antonina como impróprios para banho. Uma das praias mais frequentadas, a Ponta da Pita, seria um deles. A principal causa da poluição seria a falta de saneamento básico. O esgoto, antes de chegar ao mar, corre por fossas a céu aberto pelo município, e segundo habitantes, contamina aqueles que vivem em suas proximidades. Apesar de denúncias por parte da população, a Prefeitura Municipal nega registro de doenças que de fato sejam causadas pela água. Mesmo com a indiferença por parte do governo, são inúmeros os relatos da população sobre doenças adquiridas, entre elas micose e gastroenterite (podendo ser viral ou bacteriana, ela causa diarreia e vômito). Essa situação gera casos como o do taxista Carlos
José Gomes: “Não entro no mar de Antonina há mais de 20 anos”, comenta. Mas banhar-se no mar pode não ser a única forma de contaminação, além do esgoto a céu aberto, os antoninesnses afirmam que até a água encanada tem causado doenças. O Samae (Sistema Autônomo Municipal de Água e Esgoto), órgão responsável pela
avaliação da água, realiza diariamente exames bacteriológicos e físico-químicos em 10 pontos da cidade, e afirma que a água encanada é uma das melhores da região. Em contramão, Leonilda Pinheiro, moradora do Quilômetro Quatro, bairro afastado do centro, conta: “Bebi água da torneira e
Fossa a céu aberto em área central da cidade
fiquei uma semana com diarreia”. A vizinhança de Leonilda é cortada por uma fossa aberta, que de acordo com os moradores, alaga constantemente e provoca doenças. Entre os prejudicados, está o Colégio Araci Pinheiro Lima, onde Marineia Gonçalvez leciona. A professora explica que nos dias de chuva a água invade toda a instituição, e consequentemente os alunos perdem aula e logo em seguida já apresentam alguns sintomas de contaminação. A invasão da água não se limita aos dias de chuva, algumas casas da região estão constantemente alagadas, consequência da proximidade das fossas. Os terrenos apresentam solo frequentemente úmido e improdutivo, o que incomoda os habitantes, que esperam uma atitude da prefeitura. Dircilena de Lima, também mora-
dora do Quilômetro Quatro, conta ter alergias devido ao problema: “Quase morro por causa dessa água. É uma imundice, cheira mal e minha pele fica picando”. Joacir Constantino revela a gravidade da falta de saneamento básico a que a população do bairro é submetida ao afirmar que “diarreia é normal aqui”. As fossas a céu aberto, porém, não se limitam aos bairros afastados. Também há algumas delas nas áreas centrais da cidade. A Prefeitura se mantém confiante em relação à qualidade da água e relata que serão investidos, 30 milhões em obras de saneamento básico, que pretendem dar fim aos problemas vividos pela população. Laura Nicolli Rosana Moraes
12
cultura
Curitiba, Junho de 2012
Fundado em 1920, um dos principais percursores do carnaval Antoninense pede socorro
Falta de sede própria prejudica Bloco O bloco folclórico mais tradicional de Antonina sofre há cinco anos com a falta de sede. Desde a separação do bloco que antigamente era apenas um, foi dividido nos existentes Boi Barroso e Boi do Norte, que a sede legal cedida pela prefeitura da cidade atende apenas um dos blocos, enquanto o outro abriga seus materiais nas casas dos seus componentes. Por mais de 90 anos o Bloco Boi do Norte alegrou Antonina e os visitantes do carnaval com suas representações da lenda do Boi Bumbá. Até 2007 quando foi separado em dois pelos próprios integrantes, por uma questão de conflitos de ideologias. Hoje a cidade conta com dois blocos folclóricos: o Boi do Norte, quase centenário e Boi Barroso com cinco anos. Mas a sede que então era utilizada ficou com o Bloco Boi Barroso, na esperança de que
Letícia Moreira
O Boi do Norte é conhecido há mais de 90 anos pela dramatização da lenda do assassinato do Boi Bumbá
Entrada da sede do Boi Barroso
outro lugar fosse cedido para o Boi do Norte, mas isso ainda não aconteceu. Segundo Alecsandra Torres, vice-presidente do bloco prejudicado desde o ano da separação e sambista, no decorrer do tempo eles já estiveram em um prédio histórico que estava provisoriamente nas mãos da
prefeitura, em um barracão que chegou a ser reformado pelos integrantes e já se abrigaram na rodoviária da cidade, mas em nenhum desses lugares puderam ficar por muito tempo. A falta de sede além de dificultar o armazenamento das fantasias e materiais usados em
seus desfiles, como o próprio boi construído de madeira do mangue que está abrigado na casa de um de seus integrantes, veta as várias atividades planejadas pela diretoria do bloco. Como oficinas de artes cênicas, de música e de percussão, que não podem acontecer pela falta de espaço. “A situação é complicada, a gente mantém com o coração mesmo”, declara Alecsandra. A verba repassada pela prefeitura deve cobrir as despesas das fantasias e de todos os materiais necessários para a realização do desfile e assim não possibilita o aluguel de um imóvel que possa servir como sede. A mão de obra é totalmente gratuita e por parte dos integrantes do bloco. “Algumas vezes, a verba não é suficiente para suprir todas as nossas necessidades”, completa a vice-presidente. Jéssica Fernanda dos Santos
Antonina apresenta o Carnaval mais famoso do Paraná, muita festa e animação
Escolas de Samba animam o carnaval antoninense; ausência de competição deixa cidade tranquila Lais Capriotti
Roberta com a faixa de Rainha
Uma grande tradição em Antonina é o carnaval. Durante cinco dias seguidos a cidade vira pura festa. No domingo de carnaval é dia das escolas de samba, seis no total, desfilarem pelas ruas da cidade. Já na segunda é dia do Desfile das Escandalosas, um concurso que elege o homem que melhor se caracteriza de mulher. Durante a semana Antonina apresenta ainda o desfile dos Blocos, e a escolha do rei e rainha do carnaval. A cidade chega a receber 50.000 pessoas. Rita Bender, passista da Escola de Samba do Batel diz que uma das coisas que mais atrai no carnaval de Antonina é a paz. Segundo ela a festa é segura. Rita acredita que essa seja umas das consequências da não competição entre as escolas de samba. “Antonina é uma cidade pequena, todo mundo se conhece, uma competição poderia criar conflitos entre sambistas”. afirma.
Desde o ano 2000, não há mais concurso oficial na cidade. Porém essa paz pode não durar muito, há um projeto para o carnaval de 2013 em que as escolas voltariam a disputar o título de campeã. Eduardo Nascimento, autor do livro “Carnaval de Antonina: 35 anos de cumplicidade”, concorda com Rita. O carnaval de Antonina não deve mudar em nada. Para Eduardo o único problema durante os cinco dias de folia é a sujeira deixada na porta de sua casa. “Minha porta vira banheiro durante o carnaval”, comenta, de bom humor. Mais conhecido como Eduardo Bó, o antoninense publicou em 2010 um livro que conta através de fotografias os últimos 35 anos de carnaval na cidade. O autor afirma que não planejou fazer um livro, mas quando se deu conta tinha mais de 30 mil fotografias. “Quero deixar esse acervo
para os antoninenses, afinal conta a vida deles”, diz. Outra tradição de Antonina é a escolha do rei e rainha do carnaval. Até 2012 a decisão era feita através de uma eleição. Porém esse ano, duas semanas antes do desfile, a favorita, Tammy Chiarelli, ficou doente, cancelando então a votação. Roberta Bender, 18 anos, foi convidada pela cidade a assumir o posto. “Desfilo há 4 anos porque gosto, faço isso por amor. Quem sabe um dia eu não desfilo no Rio de Janeiro”, afirma. Passistas, destaques nos carros alegóricos, rainha do carnaval, todos, tiram dinheiro do seu próprio bolso para customizar as roupas e acessórios. A prefeitura disponibiliza uma ajuda de custo, porém não é suficiente.
Lais Capriotti
Samba enredo 2012 Unidos do Portinho “És meu orgulho Portinho” Escola de Samba do Batel “ Lendas & Superstições” Filhos da Capela “Antonina levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima” Leões de Ouro “21 anos de espetáculo, história e paixão” Batuqueiros do Samba “O Carnaval é uma doce ilusão” Brinca pra não chorar “A África é influência na cultura brasileira”
Premiações até 1999 ANO
CAMPEÃ
1977 1978 1979 1980 la 1981 1982 la 1983 la 1984 la 1985 1986 1987 la 1988 la 1989 la 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 la 1997
Batel Batel Batel Filhos da Cape-
1998 1999
Batel Filhos da CapeFilhos da CapeFilhos da CapeBatel Batel Filhos da CapeFilhos da CapeFilhos da CapeBatel Água Dourada Batel Batel Batel Batel Filhos da capeLeões de ouro
Leões de ouro Leões de ouro
cultura
13
Curitiba, Junho de 2012
Fundada no ano de 2006 a Copescarte produz artesanato comercializável com restos do mar
Resíduos marinhos proporcionam lucros
Cooperativa Antoninense utiliza restos marítimos para produzir novas fontes de renda, de preservação do meio ambiente e ajuda a cidade a ganhar destaque internacional. As escamas e couros dos peixes que antes eram jogados fora, hoje são utilizados pela Copescarte (Cooperativa das Trabalhadoras Autônomas da Pesca e Acessórios Artesanais). São transformados em artesanato, aliviam problemas ambientais e geram salário para muitas moradoras de Antonina. “Nós não jogamos mais nada fora. O peixe que antes a gente apenas consumia, hoje aproveitamos para ganhar nosso dinheiro.” declara uma das 20 artesãs envolvidas na produção das peças. São essas tiaras de cabelo, bijuterias, moda praia, bolsas, cintos, marcadores de páginas e vários outros produtos. Essas peças diferen-
Lais Capriotti
Mulheres encontram sustento alternativo naquilo que o restante da população despreza, como escamas de peixe e couro marinho
Copescarte produz diversos tipos de bijuterias, roupas, acessórios e colcha.
ciam-se das demais no mercado, por sua alta qualidade (devido a resistência e durabilidade do couro dos peixes), pelo menor preço e maior facilidade para se obter a matéria prima, e por ser ecológico e socialmente sustentável.
Vantagens essas, vistas pela bióloga Leocília Silva fundadora da Copescarte, amazonense que veio ao estado do Paraná para fazer curso de mestrado, acabou por desenvolver uma técnica para o curtimento de peles marinhas
e ficou em Antonina. Para a presidente do Celip (Centro de Eco eficiência do Litoral do Paraná) Rita Bender, essa criatividade e disposição não passarão em branco, pois no próximo mês Leocília deverá receber o título de cidadã
honorária da cidade, revela. Atualmente a matéria prima vem de todo o litoral paranaense, as artesãs são todas de Antonina e seus trabalhos além de expostos em várias feiras locais e nacionais começam a ser exportados para fora do País. Suas características peculiares como o aproveitamento do que antes prejudicava o meio ambiente, a geração de trabalho e renda para as mulheres organizadas em cooperativa, estão sendo cada vez mais valorizadas no Mercado Internacional. Surpreendendo até mesmo a fundadora da Copescarte, “Eu jamais poderia imaginar que nosso trabalho se tornaria tão grande e receberia tamanha proporção” revela Leocília. Segundo as artesãs, é “Antonina mostrando sua capacidade para o restante do mundo”. Jéssica Fernada dos Santos
Associação de Moradores de antonina ajuda a capacitar a população e incentiva a economia local
Antigo Porto abriga pescadores e possui programa de geração de renda própria
Em 1920, após a conclusão da estrada da Graciosa e do terminal ferroviário que ligam Antonina à Curitiba, o Porto de Antonina intensificou suas atividades tornando-se o 4º Porto exportador brasileiro. Entretanto, com as mu-
Aproximadamente 200 pessoas vivem da pesca na região do portinho. danças econômicas geradas pela segunda Guerra Mundial, houve um declínio nas atividades. Atualmente, situado em outro ponto da cidade, há movimentação de
cargas e inclusive um projeto de expansão do Porto. Sua antiga localização, a conhecida Vila do Portinho – com aproximadamente cem anos, tem sua origem ligada à migração dos pescadores de locais mais isolados da Baía de Antonina, os nomeados sítios de pesca. Hoje, aproximadamente 200 pessoas vivem da pesca na região do Portinho e em sua maioria, são filiados à Colônia de Pescadores de Antonina. O local também é conhecido pelo programa de geração de renda da Associação dos Moradores do Portinho, Graciosa de Cima e Graciosa de Baixo - Siri do Portinho. A associação, fundada em 1973 tem o objetivo de ajudar e capacitar em diversas áreas a população local, que é constituída por aproximadamente 17.581pessoas. A presidente Jaci Dias Pereira, 61, que “cata” caranguejo desde os
nove, assumiu a associação em 2008. O Siri do Portinho possui um restaurante com cozinha industrial bem equipada, em que o funcionamento é diferente do convencional – os maridos pescam, “catam” caranguejo e siri e as esposas limpam e cozinham a mercadoria para servir à comunidade. Depois da reforma apoiada pelo então governador, Roberto Requião, passou a proporcionar à sociedade melhor estrutura em espaços para cursos de capacitação e aperfeiçoamento em diferentes áreas, atendimento médico e odontológico gratuito, restaurante, loja de artesanato e biblioteca. “O governo do Requião ajudou muito a associação”, relata Jaci, “o que falta é mais apoio do atual governador em relação aos cursos que oferecemos”, completa. Letícia Moreira
O samba de Antonina Desde abril de 2005, Antonina é reconhecida por mais uma atração cultural. Fundado por admiradores da boa música brasileira, o grupo musical Amigos da Carioca que recebeu o nome por tocar aos sábados no Largo da Carioca, surgiu como brincadeira entre amigos e, há cerca de dois anos, tem apresentação fixa às sextas feiras no Mercado Municipal da cidade. Alguns dos fundadores são Onamar do Castro, Ney, Flávio, João Alberto e Erasminho. Hoje, o grupo não possui número definido de pessoas por receber interessados. Gisela Meira, antoninense que mora em Paranaguá, mas volta à cidade natal para curtir o Amigos da Carioca, e Maria Alice que também não perde a festa no Mercado, contam como se sentem. “É uma terapia vir para o samba, somos figurinhas carimbadas aqui”, contam rindo. Hoje em dia a organização é feita pelos três restaurantes do local: Baía de Antonina, Café do Mercado e Cantinho de Antonina.
Letícia Moreira
14
comportamento
Curitiba, junho de 2012
OS “CAPELISTAS”, ASSIM CONHECIDOS NO SECULO XVIII, ERAM OS RELIGIOSOS QUE HOMENAGEAVAM A SANTA
Festa a N. Sra. do Pilar completa 300 anos A celebração tradicional à padroeira de Antonina, que há quatro anos voltou a ser organizada pela Igreja, acontece no dia 15 de agosto. Neste ano, a festa, que comemora 300 anos, recebe padres convidados de Curitiba e outras regiões que presidem as celebrações. Os grupos de música vão animar as missas, e logo após a novena acontecem shows artísticos, com novidades confirmadas como a banda The Fevers e a dupla católica pernambucana Ambrósio e Grampolino. A banda Filarmônica Antoninense completa a programação na Alvorada festiva. Antonina nasceu devido ao costume religioso de duas irmãs em devoção a Nossa Senhora do Pilar. Essa história começa em 15 de agosto de 1712 com o então sargento-mor Manoel do Valle Porto que construiu a capela para o vilarejo da região. Segundo a tradição, o fundador do povoado
antoninense foi surpreendido com tanto carinho que as irmãs dedicavam nas celebrações religiosas, através da reza, dos cânticos e terços que uniam mineradores, lavradores, faiscadores de ouro, mulheres e crianças. Ao longo dos anos a virgem ganhou mais devotos e o cunho religioso se firmou. O dia 15 de agosto é uma homenagem ao berço histórico do município e seus “capelistas”. Esta foi a origem do gentílico referente aos que nascem em Antonina. A festa movimenta também a avenida principal, onde barracas são montadas e alguns produtos comercializados. A gastronomia, bem como as lembranças do dia também fazem parte da tradição. Segundo o antoninense e comerciante José Carvalho, ocorre um aumento de até 30% no consumo de seus produtos. “As pessoas compram chaveiros, cartazes. É muito movimentado nessa época
Saulo Schmaedecke
A Igreja, que era uma capela para cinquenta famílias em 1712, recebe em agosto o título de Santuário devido ao número de visitantes
Padre Marcos José adorando a imagem de Nossa Senhora do Pilar
do ano”. Nesta edição, a Igreja tem mais um motivo para comemorar. Ela passará a ser santuário, devido ao grande número de fiéis que ali fazem peregrinação. Segundo o Padre Marcos José, a festa também é organizada com o objetivo de atrair fiéis. “A cada ano buscamos
artistas ou padres conhecidos para fazer com que mais pessoas estejam presentes”. O Padre afirma que o público esperado é de aproximadamente 5.000 pessoas por dia de festa. A homenagem que reúne milhares de fiéis, visitantes e moradores de Antonina completa três
séculos de existência. Catequista há 20 anos, Marilda Duarte Gonçalves, 53 anos, relata que a cada ano, existe um aumento de pessoas que vão a Igreja para pagar promessas. “As pessoas acreditam na santa, e tem gente que participa de toda a novena. No dia da festa as pessoas acompanham descalças ou de joelhos a procissão segurando velas grandes, a gente acredita que dá certo, pois eles realmente cumprem as promessas.” Marilda disse ainda que os pedidos são, em sua maioria, por saúde e por novo emprego. “Quando atendidos, eles voltam para agradecer a santa e para pagar as promessas. Não existe idade para o costume. Tem um menino de sete anos que vem aqui pedir cura para sua vó que está na UTI em Curitiba, é de se emocionar” Caio Rocha Saulo Schmaedecke
MESMO COM A FALTA DE OPÇÕES, OS JOVENS ANTONINENSES PROCURAM SE ENTRETER EM LUGARES PÚBLICOS Conhecida como a cidade dos aposentados devido à tranquilidade do lugar, Antonina também oferece opções para o divertimento fora das datas comemorativas, como o tradicional Carnaval ou o Festival de Inverno. O Trapiche, Cacatu, Rio do Nunes, Bairro Alto, Mercado Municipal e Ponta da Pita são os principais locais que atraem não somente os turistas, mas também os moradores da cidade. Enquanto os jovens procuram nas praças públicas e ruas da cidade algum passatempo, os idosos vão ao Pia-Patronato do Idoso, onde fazem lanches e todas as quintas feiras participam de eventos maiores como bailes e almoços. Lucas Felipe de Oliveira, de 16 anos, conta que os jovens se reúnem na conhecida “escadaria”, que fica na Rua Doutor Carlos Gomes, ao lado da Igreja São Benedito. “Os mais jovens ficam aqui na
Caio Rocha
Jovens também se divertem na cidade dos aposentados
Jovens no Casarão, balada antoninense.
Escadaria ouvindo som dos carros que ficam estacionados ali, já que não é sempre que tem uma festa na cidade”. Uma opção não só para os jovens, mas para adultos e até mesmo idosos na sexta feira, são os Amigos da Carioca, banda composta por moradores da cidade, que apresentam o samba de raiz e a música popular brasileira no Mercado Municipal, onde os espectadores também podem
participar cantando em karaokês. Segundo a moradora Marisa Alves, as pessoas vão até lá para se divertir com o grupo, e devido ao fato de seus integrantes serem antoninenses acabam atraindo mais público. “O pessoal se sente mais a vontade com a banda, que toca todos os finais de semana.” Thiago Maia, 21, que hoje mora em Curitiba afirma: “Quando eu morava em Antonina, ia sempre assistir a retreta com a
banda Filarmônica Antoninense”. O grupo tradicional, que também participa da Festa a Nossa Senhora do Pilar, se apresenta todo último sábado do mês na praça central da cidade. Por outro lado há quem diga que Antonina sofre com falta de opções culturais voltadas aos jovens. Nathan Velloso, adepto a Juventude do Partido dos Trabalhadores, diz que no município não há nada que atraia o jovem a ter o interesse de valorizar a cidade, não somente na hora da diversão, mas também na procura por emprego. “Infelizmente o índice de jovens envolvidos com drogas não só como usuários, mas também como traficantes é muito grande e isso acarreta numa juventude sem expressão. Afinal se não temos nada para fazer, alguns procurarão o lado negro que a juventude acaba conhecendo”. Ruthielle Borsuk Deivid Simioni
Baladas Antoninenses - Casarão Público: Jovens a partir de 18 anos; Estilo Musical: pop-rock, musica eletrônica; Entrada: 10 reais Funcionamento: aos sábados a partir das 22h. - Mercado Municipal Público: todas as idades Estilo Musical: Samba, Mpb, entre outros Preço: Gratuito Funcionamento: às sextas e sábados à partir das 21h
esportes
15
Curitiba, junho de 2012
pouca estrutura PREJUDICA JOVENS
ESPORTE DESFRUTA DOS ARTIFÍCIOS NATURAIS DA CIDADE Ana Luiza Souza
Iatismo atrai esportistas curitibanos para Antonina
Falta de investimento no futebol ameaça tradição Antonina é o berço de vários clubes amadores de futebol, alguns dos mais famosos em atividade são o Clube Atlético Batel, a Associação Atlética 29 de Maio e a Sociedade Esportiva Guará. Além disso, grandes jogadores como Jackson Nascimento e Setembrino Alves “Bino” foram revelados pelo extinto Clube Atlético Antoninense. Apesar de ter tanta tradição, o esporte em geral não recebe o apoio necessário para atrair a população jovem. Um exemplo dessa situação é o projeto de um ginásio na cidade, que começou a ser executado pela gestão anterior à atual prefeitura, porém obra não foi finalizada. A Associação Atlética 29 de Maio é o único time da cidade a ter sua própria sede, onde ocorrem todos os anos campeonatos Master, para jogadores acima de 45 anos, e o Sênior, para maiores de 35. Herbert Miguel Tavares, sócio e presidente do 29 de Maio por oito vezes, concorda com a falta de participação dos jovens no futebol. “não há incentivo para os jovens formarem um time e irem atrás de disputas e títulos, e quem sabe, revelar grandes jogadores para times maiores”, disse. Fundado em 1919, em homenagem ao primeiro título da Seleção Brasileira, na atual Copa América, o clube é o sexto time amador mais antigo na
história do Paraná e o primeiro de Antonina. O presidente do Conselho Deliberativo do clube, Marcus Rio Apa “Porvinha”, afirma que o talento é natural em qualquer época, porém “para jogar futebol no padrão brasileiro é necessário ter disciplina física, tática e pessoal, características que os jovens de hoje não apresentam”. Porvinha também trabalha da Secretaria de Esportes da cidade e cita a premiação Bola de Prata como uma iniciativa da prefeitura para incentivar o esporte. Já sobre o ginásio inacabado, ele conta que “o exprefeito fez o esqueleto e o atual não vai por dinheiro, que não tem, em obra dos outros”. Rivair Soares “Tita”, presidente do Clube Atlético Batel há 12 anos, considera que a prefeitura faz o possível dentro das limitações de verba que recebe para incentivar o esporte. Entretanto, afirma que quem mais contribui para essa função são os próprios jogadores e amantes da prática. Uma dessas pessoas é o próprio Tita. “A minha alegria é o Clube Atlético Batel, pois nasci no bairro e para não deixar esta paixão morrer eu resolvi assumir a presidência do time”.
“O prefeito não vai pôr dinheiro que não tem em obra dos outros”
Ana Luiza Souza Cecília Moura
Largada da Regata do dia 26 de maio
Ana Luiza Souza
Jogo entre Batel e Sovaco da Cobra no campo do 29 de Maio
As corridas de barcos, popularmente chamadas de regatas acontecem pelo menos uma vez ao mês no Clube Náutico de Antonina, que sedia o iatismo na cidade. Seus frequentadores são na maioria curitibanos que encontraram no esporte uma forma de relaxar o corpo e a mente que alia diversão e benefícios para a saúde. E a prática do esporte geralmente é passada de pai para filho e viceversa. O Clube, existente há 55 anos, não conta apenas com competições em seu calendário. As pessoas que se interessam podem fazer aulas no local, não existindo a necessidade de se tornarem sócios. Esse esporte é muitas vezes praticado em família, como é o caso de Carlos Eduardo Pieri, 55 anos, começou a praticar há 12 anos por causa da sua filha que já competia. Hoje ele é tri-campeão brasileiro na classe radial. O professor e velejador profissional, Daniel Pons Reis, afirma que a emoção e adrenalina variam de acordo com o vento, recurso fundamental para a prática do esporte. Ele ainda explica as duas maneiras de competição das regatas. A barla-sota é uma prova normalmente realizada quando há menos vento e seu trajeto é feito ao redor de duas boias no mar. Já no percurso triangular são utilizadas três boias. Nos dois casos o primeiro a atravessar a linha de chegada é o vencedor. A idade não importa para praticar a modalidade, ela apenas interfere na classe de atuação. As crianças, por exemplo, treinam na classe optimist, na qual a vela do barco é menor, exigindo menos força e trabalhando mais o equilíbrio, resistência e técnica. Pessoas com o peso entre 60 e 75 quilos competem na divisão laser, e quem tem peso acima de 75 quilos fica na categoria snipe, a qual tem o único barco que suporta duas pessoas. Os esportistas da
Cecília Moura
Equilíbrio e resistência são características necessárias para todos os velejadores
Equipe atual dos velejadores de Antonina
sede são de idades bem variadas, comprovando que para a prática do esporte não é necessário ser jovem. O mais velho do grupo é o professor Claro Alves dos Santos, 80 anos e o mais novo é Gabriel Reis, com apenas 10 anos, filho do professor Daniel Reis. Por ser um esporte praticado em ambiente aberto e usar muito os recursos do próprio corpo, são necessários alguns itens de segurança pelo velejador. Como o uso obrigatório de colete salvavidas, sapatos de borracha, boné, protetor solar, luvas e a slive, roupa de mergulho sem mangas que proporciona mobilidade, flexibilidade e agilidade, A vestimenta também é essencial para a proteção do ve-
lejador, já que uma espécie de tala fica na parte de trás da coxa para que o atleta não se machuque ou perca o equilíbrio quando estiver apoiado na ponta da embarcação. Dentro do barco há uma espécie de cinto de segurança que prende o pé do individuo, para prevenir quedas durante uma manobra. Daniel afirma a importância de esclarecer que o esporte é totalmente inofensivo ao meio ambiente, afinal ele utiliza o vento como seu motor e o mar para locomoção. “É uma prática que apenas desfruta do ambiente natural”, ressalta o professor. Bruna Habinoski Cecília Moura
16
variedades
Curitiba, junho de 2012
HABITANTES DA CAPITAL PARANAENSE E ANTONINENSES LEMBRAM DE ANTONINA PELA SUA HISTÓRIA
Antonina pouco conhecida pelos curitibanos Falta de investimento em antonina afasta curitibanos. Antoninenses apontam carência na cidade, mas a consideram ótima para viver
SA ILHO
AV
20%
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
18 19
20
Ruínas
RIA
oto
15
PORTO
1
2
Av. L eo
vegil
R.
8%
BARREADO
do d
ABANDONO e Fre
itas
Araújo Comendador
4
26%
5
CARNAVAL
14 13
11
R. Cel. Marçalo
7
Peix
12% 10% 10%
R. Dr. Rebouças
6
DESENVOLVIMENTO
R. Dr. Mello
5
iago
razzo
3 4
Av. Th
DESCONHECEM ANTONINA
34% SOSSEGO
17
Av. Conde Ma ta
2
Estação Ferroviária Igreja do Bom Jesus do Saívá Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar Teatro Municipal Igreja São Benedito Prefeitura Estação Rodoviária Mercado Municipal Trapiche Praça Romildo Gonçavels Pereira Praça Coronel Macedo Fonte Carioca Fonte Laranjeira Mirante de Pedra Hospital Silvio B. Linhares Acesso à PR-408 Curitiba 4 Km para o acesso ao Rio do Nunes/Cacatu/Cachoeira/Bairro Alto/ Pico do Paraná/Usina Parigot de Souza Hangar do Clube Naútico de Antonina Acesso a Ponta da Pita/Terminais Portuários da Ponta de Félix
18%
16
CONFIRA OS PRINCIPAIS PONTOS: 1
22%
8% 8% 2%
HISTÓRIA
ANTONINA CURITIBA TÓ
Durante uma tarde, curitibanos que percorriam a rua XV de novembro responderam* a seguinte pergunta: “Qual palavra você relaciona com Antonina?” A resposta evidencia que a maioria das pessoas não conhece a cidade ou a relacionam com a gastronomia tí- DESEMPREGO pica do litoral. A mesma pergunta foi feita aos moradores de Antonina e o resultado demonstra insatisfação e carência da população em relação aos investimentos da cidade.
HIS
MAR
Qual palavra você relaciona CARÊNCIA com Antonina?
6
12
7
R. Antonio Prado
3
10
8
R. M. Herval
20
19
18
Baía de Antonina
* O Comunicare Pesquisas ouviu 50 curitibanos e 50 antoninenses nos dias 18 e 27 de maio respectivamente, de forma aleatória e sem opções de resposta.
9 Victor Hugo Bianca Thomé Letícia da Rosa