Ano 16 no 215 - 4o período de jornalismo PUCPR
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Curitiba, dezembro de 2012
Trofeu Gralha Azul
Com dobro de jurados das edições passadas e novo método de votação, a premiação do teatro paranaense, Gralha Azul, renova sua identidade. Em 2012 o evento conta com roteiro e direção de Edson Bueno, e será realizado no Guairinha, no dia 11 de dezembro. A partir das escolhas dos indicados, pode-se perceber que as mudanças realizadas resultaram em um grupo de linguagens variadas, além de abrir espaço para novos artistas no espaço cultural curitibano. Págs. 08 e 09
É alto o número de jovens mortos no país Em dez anos, 526 mil jovens foram mortos no país de forma violenta. Campanhas de apoios aos jovens surgem para fortalecer o processo contra a violência. Porém, Curitiba está em 6º lugar no ranking de homicídios entre crianças e adolescentes. Sendo os bairros, Cidade Industrial, Uberaba, Sítio Cercado e Cajuru, os com maior número de homicídios. A capital apresenta uma taxa de 55,9 homicídios a cada 100 mil habitantes. Morrer, ficar desconectado do mundo e ser excluído da sociedade, são os principais medos dos jovens atualmente. Pág. 12
Variedades
Política
Ariane Priori
HQ retrata a vida de jovens que se envolveram com drogas e agora buscam um novo caminho. Com a falta de estrutura familiar, eles passam a viver na rua. A Chácara Os Meninos de 4 Pinheiros é onde eles encontraram refúgio. Pág. 16
Nivia Kureke
Olívia D’agnoluzzo
CULTURA
POLÍCIA
Depois de dois anos de espera, o projeto que visa instituir feriado no dia da consciência negra em Curitiba, tem êxito na votação. O ex vereador Clementino Tomaz Vieira foi à Câmara acompanhar a votação e defender a proposta. Pág. 10
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opinião
Não me ensinem a viver Curitiba, dezembro de 2012
Não se pode dizer que o ser humano pára de se iniciar. O desenvolvimento intelectual, espiritual, e mesmo o fisiológico, não comporta interrupções. Pode-se dizer que a todo o momento nos moldamos e reconstituímos o que pensávamos ser. Ninguém é tão alheio ao ambiente que lhe circunda e nem tão ausente do interno que não sinta a necessidade de se alterar continuadamente. As circunstâncias são muitas, a fisiologia, o hereditário, o momento histórico-social e a cultura são elementos que não se desvinculam no processo de edificação do ser – consciente ou não. Cabe aos homens se construir ao mesmo tempo em que constroem o mundo. Ao nascer, uma criança precisa se adaptar ao plano histórico-cultural em que se insere. É diante dessa variedade
EXPEDIENTE
Pontifícia Universidade Católica do Paraná Rua Imaculada Conceição 1.115, Prado Velho, Curitiba/PR Dezembro de 2012 – Edição 215 Reitor Ir. Clemente Ivo Juliatto Decana da Escola de Comunicação e Artes Eliane Cristine Francisco Maffezzolli Coordenador do Curso de Jornalismo Julius Nunes COMUNICARE Jornalista Responsável Julius Nunes DRT-PR 5156 Coord. de Projeto Gráfico Marcelo Públio
EDITORIAS CAPA: Nivia Kureke OPINIÃO: Francisco Mallmann INTERNET: Heron Torquato ENTREVISTA: Isabela Bandeira MEIO AMBIENTE: Natalia Concentino CIDADES: Paulo Semicek POLÍTICA: Samara Macedo ECONOMIA: Bruna Habinoski CULTURA: Laura Nicolli EDUCAÇÃO: Letícia da Rosa COMPORTAMENTO: Marcio Morrison POLÍCIA: Lais Capriotti ESPORTES: Rodolfo Luis Kowalski SAÚDE: Rafaela Bez
VARIEDADES: Ruthielle Borsuk
de fatores que ela constrói seus códigos comportamentais. São regras, preceitos e fórmulas que dão forma às suas fantasias, sensações e desejos. Sua personalidade passa a se definir no momento em que se conecta e precisa responder ao ambiente à que tem acesso. Num mundo em que a voz dominante é a dos adultos, a criança se perde no reflexo distorcido que a apresentam. O pequeno ser humano se encontra no centro de uma triste constatação: sim, de fato ele é pequeno, mas isso não significa que seja um “ser” menor. A ideia de que se trata de um indivíduo sem anseios, sem liberdade e sem capacidade de comunicação cria uma barreira entre ele e o adulto – que é exatamente quem poderia tornar menos penosa a sua adaptação social. Há quem diga que vivemos um período em que a criança se tornou a vitrine do adulto. Esperamos que ela aja da mesma maneira com que conduzimos nossas ações. Queremos ser um modelo para ela, sem nem mesmo lembrarmo-nos com exatidão da própria experiência infantil e quando nos recordamos de algo, o fazemos sob a
ótica atual, diminuindo as suas necessidades e vendo seus anseios de maneira depreciada. Não há espaço para o lúdico, para o onírico, perde-se em sensibilidade e os estilos de vida de um adulto e de uma criança passam a se equivaler. Valores que não condizem com sua própria condição de ser e de viver são incorporados com naturalidade. Não há grande espanto em ver uma criança “fazendo coisas de adulto”, pelo contrário, acha-se bonito e digno de menção. A atitude de forçosamente envelhecer o ser humano provoca a perda da espontaneidade. Precisa-se resgatar a noção de que a fase adulta provém da infância, elas não são momentos distintos da vida, se complementam e se integram, juntas, constituem um ser em sua singularidade. A infância precisa ser encarada como um período importante e crucial para a vida do ser humano, exatamente como se faz com os outros momentos da existência, e não como uma vida dependente dos adultos. Esquecemos que pensamos diferentemente de tantos, inclusive das crianças. Não somos melhores ou piores do
que elas. Somos diferentes. Enquanto um traça seus passos racionalmente e se mostra prudente, outro segue seus desejos e revela-se instintivo. Cada indivíduo constrói seu caminho de crescimento, não é o desenvolver-se que gera o aprendizado, mas o contrário.
Sejamos, portanto, honestos e respeitosos com aqueles que são futuro e esperança. Que a liberdade que almejamos também seja compartilhada com eles.
Morrer é um efeito colateral da vida, assim como as infecções de inverno, os cânceres do Sol ou os gases do feijão com linguiça. Você quer morrer? Sim, um dia. Mas todas as madrugadas são quase vinte que se vão violentamente em Curitiba e Região Metropolitana. Não esperam nem por um dia. No Paraná, são “vergonhosos” os números de homicídios – por definição oficial do governador. As razões passam especialmente pela rota do tráfico de drogas. Entre o Paraguai, São Paulo e Rio, a maconha e a cocaína puxam o gatinho por aqui. De 2009 até o primeiro semestre de 2011, foram 815 as prisões por tráfico no estado, uma conta que considera
somente o trabalho da Polícia Rodoviária Federal. Stalin foi quem disse: “Uma única morte é uma tragédia; um milhão de mortes é uma estatística”. Mas quem se importa – tirem o cadáver da rua porque ele está atrapalhando o trânsito. Mas somos um outro tipo – já imaginou – melhor do que os pais e avós dessas cidades com cheiro de pólvora. Para eles, a morte só parece incomodar quando é de casa – quem já enterrou gente antiga, na companhia dos parentes, sabe que, por determinação ritual, é preciso sofrer até o esgotamento, para ficar bem na foto. Eu, hein. Em nossas redações é quase o contrário. Nunca pegou bem
se emocionar. Não é o caso de ficar de chororô cada vez que se constrói uma notícia, mas fingir que existe essa nossa frieza – que não existe – é que nos leva sistematicamente para os consultórios psiquiátricos e para fora do noticiário. Somos cientistas humanos e não agentes funerários. Dizem por aí o que vende jornal – para ler, ver na TV, tanto faz – cachorrinhos sorrindo, mulheres bonitas e fantásticas histórias de horror. Raquel Genofre, Alessandra Betim, Rafaeli Lima. Vendemos a carne dos outros para poupar a nossa. Somos quase sempre um jornalismo árido e bocó, que exuma as experiências dos outros com mais
desprezo do que aquele que viola sepulturas em busca de metais preciosos. Sim, prezado Francisco Mallmann, estamos privados de pensar na morte como parte da vida, reduzidos à esgotante história do último que morreu em 2012 e do primeiro que nasceu em 2013.
Francisco Mallmann
Jornal debate direito à reflexão sobre a morte dos outros
Vinícius Sgarbe é jornalista, foi repórter das redes G1/Globo.com, rádios CBN e BandNews, e da RPC TV.
entrevista 03
Comunicare Dezembro de 2012
mês da consciência negra: um espaço para discussões e questionamentos sobre as diferenças
Um ponto de partida para a reflexão social Desde a morte de Zumbi dos Palmares, o dia 20 de novembro é marcado como uma memória da reinvindicação da liberdade negra O Dia da Consciência Negra, celebrando no Brasil no dia 20 de novembro, é considerado um ponto de partida para a reflexão sobre a condição do negro na sociedade brasileira. Nele, são organizadas palestras e eventos educativos, procurando minimizar a propagação e crescimento do auto-preconceito e da inferiorização da cor da pele. São debatidos temas como a inserção no mercado de trabalho, cotas universitárias, a beleza negra e preconceito em modo geral. Ao mesmo tempo que valoriza, gera polêmica por potencializar a diferença entre raças. Sandro Luis Fernandes, de 48 anos, é professor de Sociologia e já foi convidado para participar de alguns debates sobre o assunto. Ele se considera negro e acredita que um dia proposto para refletir e questionar a posição deste grupo na sociedade brasileira desde a resistência à escravidão é algo importante, mesmo que não seja suficiente.
Porque foi escolhido dia 20 de novembro? Foi o mesmo dia em que houve o fim do primeiro grande movimento brasileiro de resis-
“Essas diferenças vão continuar existindo e as pessoas devem falar delas”
tência. Acabou em 1965, com a morte do seu líder, conhecido popularmente como Zumbi dos Palmares. Então, essa data é mais significativa em relação à resistência e fim da escravização. A reflexão sobre a cultura e história negra pode ser feita sucintamente em um dia específico? Eu, pessoalmente, não acho que isso seja suficiente, porque um dia é dedicado a esse tipo de discussão e os outros 364 dias do ano passam em branco. Para mim, o dia 20 de novembro é um dia como outro qualquer na semana. Como professor, eu sempre proponho uma reflexão sobre isso em qualquer momento dentro da sala de aula. E eu, atuando na sociedade, também faço parte dessa consciência cotidiana dos negros em ação.
Sim, eu vi e concordo com ele. No vídeo, Freeman diz que não é necessário criar um dia da consciência negra se somos todos seres humanos. O que o Morgan Freeman diz naquele discurso [do vídeo] que eu acho muito interessante é chamar a atenção, justamente, para a diferença usada como motivo para discriminação. O que ele faz, em uma proporção diferente da minha, é uma atuação como negro em destaque e que vira modelo para muita gente. Essa didática atinge pessoas que ainda não compartilham do mesmo pensamento. Eu acho o argumento dele muito bom. Até, porque, isso desperta nas pessoas a vontade de refletir sobre o assunto.
Há um vídeo do repórter Mike Wallace entrevistando o ator Morgan Freeman sobre o dia da consciência negra, que está sendo muito compartilhado nas redes sociais desde o último dia 20 de novembro. Você compartilha da mesma opinião que ele?
Freeman diz no vídeo, que o racismo poderia ser diminuído de uma forma geral se as pessoas parassem de se chamar de “negras” ou “brancas”. Como professor e como membro da sociedade, você acha essa afirmação correta? Eu discordo dele nesse ponto. Dizer que eu não enxergo a diferença entre dois seres humanos pode ser considerado um tipo de discriminação, pois há diferença – a da cor da pele. Essas diferenças vão continuar existindo e as pessoas devem falar delas. Se elas não
falam, também não podem lutar por um “mundo igual”. Eu, por exemplo, chamo meu filho Pedro carinhosamente de “meu branco”, porque ele é branco. Ao meu olhar, isso não é nada. Agora, marcar as pessoas por essa diversidade e atribui-la como qualidade, ou usá-la como uma diferença de espaço social, é sim uma forma de discriminação. A questão é entender o que são essas diferenças, por que elas existem e se é importante ou não que se tornem algo que estabeleça uma distinção que leve ao preconceito. Muitas pessoas passam a questionar o dia da consciência negra, então, como um dia que poderia existir para muitos: “dia da consciência homo afetiva”, “dia da consciência masculina”, entre outros. Acha que esse questionamento é relevante? Primeiramente, existe o dia da consciência negra, porque os negros reivindicaram isso. A parada gay e o dia da mulher mulher existem também, porque lutaram por isso também. Existe preconceito contra o homossexual, existe preconceito contra a mulher e existe o preconceito contra o negro. Esses dias existem para que as pessoas reflitam sobre qual o problema que está atrás de tudo isso. Mas como disse antes, não há um único dia para discutir sobre a importância do homossexual ou da mulher na sociedade. Comunicare Sandro Fernandes
Foto: Arquivo pessoal
Por que e como foi criado o dia da consciência negra? Surgiu através de uma reinvindicação a partir de uma discussão do movimento negro. Na época, eu participava de ações em Guarapuava de um grupo que se organizava. Essa discussão começou quando se completavam cem anos da extinção da escravidão pela princesa Isabel, em 1988. Porém, esta data não é nada significativa para nós, negros, pois inicialmente não tínhamos sido colocados em sociedade como sujeitos atuantes. Por isso, dia 20 de novembro foi marcado como o dia de reflexão da condição do afrodescendente no Brasil.
Existe algum ponto negativo na data? O problema é o dia 20 de novembro ser considerado apenas mais um feriado como o dia 7 de setembro, por exemplo. Nesse dia, as pessoas discutem sobre isso e em outros dias do ano, as pessoas não fazem mais reflexões sobre o que é a consciência negra. Alguns grupos de movimentos negros usam esse dia para trazer a reflexão, a ampliação dessa discussão, mas o mais interessante é despertar esse tipo de discussão para o cotidiano das pessoas.
Para ler mais sobre o Dia da Consciência Negra virar feriado municipal de Curitiba, veja a página 10 do Comunicare Sandro Fernandes discute a importância do dia da consciência negra
Helena Bianchi Góes Isabela Bandeira Saciotti
MEIO AMBIENTE
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COMUNICARE
Ações sustentáveis exigem planejamento e estudo
Preocupação ambiental aliada à busca por inovação são as metas de quem constrói casas a favor da natureza Buscar um menor impacto ambiental é a justificativa para quem procura por casas sus¬tentáveis, que possuem diversas mudanças não observadas nas residências normais. Alguns sis¬temas, como o wood frame (sistema que utiliza madeira na construção) e o steel frame (que utiliza ferro) chegaram ao Brasil e estão possibilitando a construção de moradias com materiais alternativos. O sistema wood frame foi o escolhido por Eduardo Melo, empresário de Curitiba, que utilizou os modos sustentáveis na construção de sua casa. “Quis empregar esse sistema porque é mais vantajoso e renovável, já que é feito de madeira. Conheci essa alternativa quando ainda morava nos Estados Unidos, quando vim para o Brasil, encontrei a Tecverde e a Eco’s house que utilizavam esse sistema, que aqui não é comum e pude construir minha casa”, conta o empresário. Caio Bonatto, fala que esse método trazido pela Tecverde, existe há mais de 100 anos e foi criado nos Estados Unidos e Canadá. Bonatto afirma que “é um sistema capaz de reduzir o tempo e o número de fun¬cionários na obra, além de reduzir a emissão de CO2 em aproximadamente 80%. Também dobra a eficiência técnica e acústica da casa, podendo ser uma boa opção para o mercado brasileiro”. Atitudes como uti¬lização de tijolo de solo-cimento, madeira com cer-tificação de origem, sistema de energia solar, sistema de captação de água da chu¬va e obtenção de estação doméstica de tratamento de esgoto ajudam e devolvem ao meio ambiente menos poluentes.
Eduardo Melo acredita que no Brasil ainda não existem muitas casas com esse tipo de material por falta de costume, “falta um pouco de aceitação por uma questão cultural. Precisa de mais casas no Brasil inteiro, independente do clima da cidade, para as pessoas entenderem que é uma boa alternativa e que apesar de parecerem frágeis elas são bastantes resistentes ao tempo”, completa o empresário. Já Bonatto diz que o consumidor sempre busca ideias bacanas e por isso as empresas do ramo precisam ter ofertas interessantes e não ficar só no óbvio. “As pessoas buscam meios de consumo mais
Curitiba, dezembro de 2012
bacanas, quando você for construir uma casa vai buscar coisas diferentes que sejam legais, assim como quando você vai comprar um celular novo, chama mais atenção aquele que apresenta mais recur¬sos. Portanto temos que oferecer alternativas diferentes e interessantes, que façam a pessoa querer colocar na sua casa”, comenta.
Créditos: Carolina Cachel Mayara Duarte Natalaia Concentino
EDUCAÇÃO
PROGRAMA LEVA ALUNOS PARA O EXTERIOR Alunos de escolas públicas ganham oportunidade de conhecer um novo país por meio do programa Jovens Embaixadores nomes e os envia para a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília onde é feita a última análise e seleção dos candidatos. “Tenho as melhores expectativas! Conhecer outro país sempre foi um sonho pra mim, pra falar a verdade, a ficha ainda não caiu”, declara Paulo Abrão sobre a viagem que ocorrerá dia 11 de janeiro de 2013. E para Fábio Ricardo a experiência possui um grande peso na sua formação tanto acadêmica como pessoal, “Vai complementar meu curriculum de forma singular. E como eu quero participar também do programa Ciência sem Fronteiras, ser selecionado para o programa irá ajudar muito”. Paulo afirma que a viagem é um diferencial no mercado de trabalho, “O programa pesa e muito, sem dúvida! Ser um dos 37 Jovens Embaixadores selecionados de 16.500 brasileiros tentando, com certeza fazem a diferença na hora de ser selecionado, por exemplo, em uma entrevista de emprego”. Os jovens que irão para os Estados Unidos como Jovens Embaixadores ficam com famílias americanas para vivenciar outra cultura. A estudante Alice Nicolau (19) que
representou o seu estado, Alagoas, foi jovem embaixadora no ano de 2012 e conta como foi a experiência obtida, “Realizei
mudou completamente como indivíduo. Autoconfiança, habilidade para desenvolver projetos sociais e liderança, além de um
Divulgação
Segundo o Instituto Cultural Brasileiro NorteAmericano e a Secretaria da Educação do governo do estado do Paraná, o Programa Jovens Embaixadores foi criado em 2002 com o intuito de fortalecer os laços entre Brasil e Estados Unidos. O Programa pretende beneficiar alunos brasileiros de rede pública, que apresentam bons conhecimentos em inglês e que sejam exemplos em cidadania e possuam perfil de liderança e excelência acadêmica, ainda pertencendo à camada socioeconômica menos favorecida. O Programa conta com a parceria dos setores público e privado de ambos os países envolvidos, beneficiando alunos com uma viagem de três semanas para os Estados Unidos - caso seja um estudante brasileiro – com a oportunidade de expandirem seus conhecimentos culturais e fortalecer as relações de respeito e colaboração entre Brasil e Estados Unidos, além de ganhar o titulo de Jovem Embaixador e representar seu estado fora do país. Durante a viagem, os estudantes postam no blog oficial do Programa e contam como anda a experiência estrangeira. O Programa Jovens Embaixadores também é produzido em outros 25 países além do Brasil. Desde seu início, mais de 250 estudantes da rede pública já tiveram a oportunidade de embarcar nesta viagem e compartilhar suas experiências. São três meses para a seleção dos candidatos, sendo sete etapas pelas quais eles devem passar e entre elas estão: Inscrição e entrevista pelo Facebook, questionário e documentação, exame escrito e oral, entre outros. O Programa auxilia com custos de passaporte, compra de roupas de frio nos Estados Unidos, segurosaúde, visto e passagens internacionais e domésticas para ida e volta da viagem. O período total entre inscrições e o embarque para o exterior é em média cinco meses. Os estudantes Paulo Abrão Mileo de Sapopema (18) do Paraná e Fábio Ricardo Araújo da Silva (18) de Belo Horizonte, Minas Gerais, tiveram que passar por um longo processo de seleção para enfim se tornarem Jovens Embaixadores: Inscrição no site oficial, envio de documentos, cartas de recomendação, análise de documentos, prova escrita e oral em inglês. Depois disso, alguma instituição com parceria no programa escolhe dois
Programa Jovens Embaixadores 2012
trabalhos voluntários e participei de workshops, como os Jovens Embaixadores procuram desenvolver práticas de liderança nos adolescentes e enfocam bastante essa consciência social.” Alice ressalta as mudanças que sofreu com a pós viagem, “Ser uma Jovem Embaixadora foi bastante importante para mim, porque me
ampliador de horizontes profissionais e de mente mesmo. Saímos todos ansiosos para aplicar nossos planos nos nossos estados, conseguir outras oportunidades, bolsas de estudos, e muitos de nós conseguimos”. Bianca Thomé Letícia da Rosa Costa
PRÉ-REQUISITOS PARA O TESTE
- Nunca ter viajado para o exterior - Ter entre 15 e 18 anos - Boa fluência escrita e oral em inglês - Pertecer à camada socieconômica menos favorecida - Ser aluno do ensino médio da rede pública - Ser comunicativo - Possuir habilidade de liderança e iniciativa
cidades
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dezembro de 2012
Ausência do ônibus de turismo e horário diferente chamam a atenção de quem visita a rua
A Rua 24 Horas que fica aberta... até às 22h Tradicional ponto turístico curitibano voltou a funcionar após 5 anos, mas ainda faltam detalhes para aumentar o movimento Inaugurada em 1991, a Rua 24 Horas chamou a atenção por ser o primeiro ponto turístico do país aberto dia e noite. Com 120 metros de extensão e 12 de largura, e com 34 lojas, como restaurantes, caixas eletrônicos, bancas de jornal, a rua, inaugurada pelo então prefeito Jaime Lerner, fez sucesso nos primeiros anos, tendo como marca registrada o relógio central, que marcava as 24 horas do dia. Porém, algum tempo depois, o lugar começou a conviver com problemas, como falta de público e a violência de madrugada, até fechar em 2007, servindo apenas como passagem para pedestres. Em 2011, ela foi reaberta, mas ainda enfrenta algumas dificuldades para vol-
Paulo Semicek
Pedro Domingues Paulo Semicek
Cinco anos após sua desativação, Rua 24 Horas espera ter o sucesso de antigamente
tar a ser reconhecida como já foi no passado. Passados 21 anos da inauguração, o nome já não faz mais sentido. Após uma obra que custou cerca de quatro milhões de reais, as lojas da Rua 24 Horas funcionam apenas
das 9h até às 22h, podendo se ter prorrogação de horário até às 23h, caso preciso. A volta de um símbolo da cidade agrada, mas muitos acreditam que a rua está perdendo o seu charme. É o que diz o professor José Carlos, frequentador da
antiga 24 Horas. “O diferencial era funcionar 24 horas por dia, foi o que fez dela conhecida em todo o Brasil. É legal vê-la de novo, mas não é a mesma coisa. Era legal sair da aula a noite e vir dar uma relaxada’’. No entanto, o novo horário
estabelecido é aprovado por alguns lojistas do lugar. “É melhor agora, funcionando até às 22h. Se voltar a ser 24 horas vai voltar aquela agitação e também os problemas.’ diz a lojista Maria Sirlei. Porém, há também os pontos negativos, que podem ser sanados pela Prefeitura. Um deles é a volta do ponto do ônibus de turismo em frente ao local. Com a mudança do ponto, o movimento de turistas diminuiu, conta Maria: “os lojistas reclamam que o movimento diminuiu, e realmente está menor’’. Com prós e contras, a nova 24 Horas ainda está recomeçando sua trajetória como ponto turístico da capital. Os moradores e turistas aguardam a rua voltar a receber o movimento que já teve no passado.
PARTE DO SISTEMA DE MOBILIDADE DE CURITIBA, PAINÉIS TÊM A FUNÇÃo de melhorar o fluxo de carros
Eficácia dos painéis eletrônicos do trânsito é questionada por motoristas Em funcionamento desde março deste ano, os painéis eletrônicos no trânsito de Curitiba continuam dividindo opiniões entre motoristas, pedestres e usuários do transporte público. Os equipamentos fazem parte da primeira fase de implantação do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), projeto de obras para a Copa do Mundo de 2014, um investimento total de R$ 61 milhões. Ao todo foram instalados 14 painéis na capital, com o objetivo de melhorar a mobilidade do trânsito, principalmente ao redor do Anel Viário, conjunto de ruas reformadas pela Prefeitura, e que permitem o deslocamento rápido entre os bairros sem passar pelo Centro. Além dos painéis, 21 câmeras de monitoramento foram instaladas em pontos estratégicos. No
Paulo Semicek
Marcos Garcia
Painel na Rua XV de Novembro mostra mensagens educativas
entanto, o sistema ainda possui falhas de execução. A equipe do Comunicare conseguiu encontrar pelo menos dois painéis que não estavam funcionando corretamente, localizados nas Ruas Chile e Brigadeiro Franco, além de aparelhos em teste espalhados no terminal do Hauer, instalados a dois meses. Em
relação ao trânsito, críticas e elogios se misturam. “Eu acho que o recurso atrapalha os motoristas, por distrair a maioria, que não presta a atenção nos carros ao redor. Além disso, a forma como foi colocado, sem estética, não agradou.” comenta um taxista do bairro Alto da XV, que preferiu não se identificar.
Já para o motorista Juarez Abdul, 52 anos, os painéis eletrônicos têm o seu lado positivo. “É útil a presença dos painéis porque isso facilita o deslocamento, apesar de eu não reparar muito neles quando estou dirigindo na maioria das vezes. Mesmo assim, acho importante que informem quais os locais congestionados”, finaliza. A educação no trânsito também é valorizada por George Yamazaki, 59 anos. “A principal importância é porque ele chama a atenção de quem vê e alerta os motoristas para que eles sejam mais educados. Hoje em dia nós vemos brigas e discussões a todo momento no trânsito, e é extremamente necessário que essas mensagens sejam passadas, talvez isso ajude a melhorar a relação entre os motoristas”, completa. Mas não é apenas a eficácia que é questionada.
Os usuários do trânsito também criticam a falta de outros projetos para a melhoria da mobilidade urbana na capital, como por exemplo viadutos, trincheiras e sincronização de semáforos, citando até um possível jogo político por trás da instalação dos painéis. “Certamente houve uma intenção do político que estava em mandato neste ano em usar esse recurso para valorizar sua candidatura, já que essa obra não me parecia tão importante neste momento quanto outras”, afirma o taxista Miguel Sichon, 66 anos. Procurada pela reportagem do Comunicare, a assessoria de imprensa da URBS, empresa que administra todo o Sistema Integrado de Mobilidade, afirmou que não poderia responder aos questionamentos até o fechamento desta edição.
Curitiba, dezembro de 2012 ECONOMIA 07
Pesquisa revela que variação no preço do mesmo brinquedo pode chegar a 405% A menos de um mês para o Natal, as lojas e mercados vêm se preparando para a época de grande movimento. Uma pesquisa realizada pelo jornal Comunicare, em três estabelecimentos da capital, constatou quais são os brinquedos mais procurados pelos pais de crianças de diferentes gêneros e faixas etárias, e chegou ao resultado de que a variação é grande de um local para o outro. O artigo mais procurado para meninos entre dois e cinco anos são os carrinhos de brinquedo. O preço mais baixo foi encontrado no Supermercado Extra. A variação foi de 405% em relação ao mais barato da loja Boomerang, localizada dentro de um shopping. A mesma acontece entre o brinquedo mais pedido pelas meninas da mesma faixa etária, a diferença é que a oferta mais barata foi encontrada nas Lojas Americanas, no Centro e a mais cara se manteve na loja Boomerang. A menor variação também é expressiva, fica em cerca de 15%, e é entre os preços do jogo de tabuleiro Banco Imobiliário, o brinquedo mais pedido entre meninos e meninas acima de 10 anos. Ivan Schmitt, assessor de imprensa da Associção Comercial do Paraná, relatou que este ano a expectativa de venda no Natal é 7% maior que no ano passado. Além disso Schmitt afirma que a variação de preço entre lojas localizadas em shoppings e o comércio de rua é justificada através do custo de operação “lojas em shoppings têm um custo bem mais elevado, como o maior aluguel da locação e o gasto rateado da publicidade, por
Cecília Moura
Foram analizados uma loja comum, uma loja de shopping e um supermercado em Curitiba
Febre das bonecas “Monster High” pode pesar no orçamento dos pais
exemplo”, diz Schmitt. E são estas variações que fazem a diferença no preço de venda “obviamente as despesas são lançadas no preço final, refletindo no bolso do consumidor” finaliza Ivan Schmitt. Fernanda Almeida, mãe de dois meninos, afirma sempre fazer pesquisa antes de comprar o presente “esta pesquisa ajuda na redução dos gastos e é muito importante, pois consigo economizar comprando o produto da mesma qualidade e igual ao de outros lugares, por um valor mais barato”. Marcia Marks, técnica do Serviço de Proteção ao Consumidor do Paraná (PROCON-PR) conta que a orientação ao consumidor é realizar uma análise dos preços antes de comprar o produto. “Hoje em dia, com o acesso a internet é bem mais fácil realizar a pesquisa”. Marcia ain-
“Com o acesso à internet é bem mais fácil realizar a pesquisa”
da complementa que esta pesquisa deve ser feita em pelo menos três estabelecimentos diferentes. Os preços são livres em todo o país, cada estabelecimento define qual o valor cada produto vai receber, e assim ser colocado à venda. A técnica do PROCON-PR reafirma os fatores citados pelo assessor de imprensa da Associação Comercial do Paraná, Ivan Schmitt. E ainda complementa dizendo que as lojas de departamento, o comércio de rua, em sua grande maioria, conseguem com os fornecedores um maior número de produtos por um preço acessível. Elias Zattar Neto, concorda com as pesquisas, e diz que suas duas filhas mais novas, Maria Julia e Maria Clara, pediram as bonecas “Monster High” de presente de Natal “entre as meninas, esta é a febre do momento, elas querem tudo que esteja ligado a essas bonecas, elas tem umas doze bonecas, fantasias, filmes, quebra cabeça”. Ana Luiza Souza Bruna Habinoski Cecília Moura
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Curitiba, dezembro de 2012
Curitiba se mostra pouco receptiva a eventos culturais
Dos anos 1990 até 2006, a Pedreira Paulo Leminski, o Parque Barigui e o Estádio Couto Pereira sediavam as principais apresentações de música do Brasil. Os eventos culturais da cidade criaram um circuito cultural movimentado, que abria espaço para artistas locais, assim como sustentavam um vínculo com o público. O cinema passou a ser desenvolvido na capital paranaense, assim como diversas outras artes. Mas algo mudou. Cinema O site Filme B, o mais completo portal sobre o mercado cinematográfico do país, constatou em 2011 que as produções nacionais respondem por apenas 8,9% da audiência curitibana, a menor média entre as capitais brasileiras. O cineasta radicado em Curitiba Aly Muritiba, responsável por dirigir Com as próprias mãos, A fábrica e Circular, relata sua experiência com a capital, “As pessoas aqui nem batem palma. Tem aquela frase do Rafael Urban que é ótima, ele diz que o curitibano fala bem por trás. Ele é tão em “si mesmado” que ele não vai até você elogiar teu trabalho, só para outra pessoa, ou na internet. É uma característica daqui. O que é preocupante é o que as pessoas aproveitam em comparação com o que é ofertado”, diz. Muritiba relata que com o nível educacional que Curitiba tem, e com o poder aquisitivo da população, poderia e deveria consumir mais produtos artísticos. “Nós temos muitos espaços disponíveis para arte aqui na cidade, e muitos deles vivem vazios, largados às moscas, e isso mostra o pouco interesse que a população ainda tem por cultura”, diz. Música No último ano, outro fato alarmante foram os cancelamentos de diversos shows pela pouca venda dos ingressos. Entre eles estão: Linkin Park, Cavalera Conspiracy, Festival Green Fest, CJ Ramone, The Adicts e Suzi Quatro.
Sergio Mazul, proprietário da produtora de shows Neural Machine, explica que hoje se tem um volume maior de shows com menos expressão e sem venda de ingressos suficiente, sendo cancelados por falta de retorno financeiro e os shows maiores, de artistas internacionais com retorno garantido, tendo preços de ingressos inflacionados e muitas vezes não acontecendo em Curitiba. Este último fato está ligado a maneira que as produtoras locais criaram para obterem um retorno satisfatório que compense a baixa lucratividade ou até o prejuízo tomado pelos shows menos expressivos. “Acredito que um mercado saturado com tantos buscando seu “lugar ao sol” e trabalhando de maneira relativamente despreparada, em vista das exigências do mercado musical atual, acarreta em eventos de bandas autorais locais vazios e sem o devido valor”, diz Mazul. Um show local obtém menor público do que um internacional. Um filme nacional dificilmente terá mais bilheteria que um “blockbuster” americano. Para muitos, infelizmente, esta lógica se aplica aos mais diversos setores da cultura. Literatura Benedito Costa Neto, Professor e Escritor curitibano, relata que não possui leitores. “Meu editor já manifestara essa preocupação, lembrando que minha escrita é difícil. Creio que haja também um contexto assim: menos leitores, leitores que preferem uma literatura mais fácil, mais rápida, algo que tem a ver com o momento histórico que vivemos: um mundo da rapidez e do imediato, um mundo do “que vem depois”, do consumo que morre já no momento da compra. Fico um pouco triste por viver numa época em que o saber estupidamente é procurado na internet. Vivo isso como professor e tal realidade por vezes me enerva, por vezes me entristece”, comenta.
Artes Cênicas A atriz Angela Stadler trabalha com teatro há 16 anos, estuda Artes Cênicas na FAP e já trabalhou fora do Brasil. Ela explica que não existem salas de teatro lotadas em todas as sessões de uma temporada em Curitiba. As pessoas vão pouco ao teatro, e o público que vai geralmente é o mesmo: pessoas da classe artística (ou família e amigos), pessoas envolvidas de alguma forma com aquela determinada produção, pouco público leigo. Angela acredita que isso se deve a desvalorização da arte e do artista por parte das pessoas e dos políticos. “Vivemos num país de terceiro mundo onde a arte é considerada supérflua. Concorremos indiretamente com a alimentação, o vestuário, o transporte, etc; e diretamente – no caso do teatro – com o cinema, a internet, as séries nacionais e internacionais e a TV a cabo. Há necessidade de formação de público para o teatro e investimento do governo nessa área”, diz. Política O Deputado Estadual Stephanes Junior foi responsável pela Semana Cultural das Bandas e Fanfarras, e possui dois projetos de lei no setor de cultura. Stephanes acredita que o setor cultural em Curitiba possui uma demanda muito grande, é muito atuante, mas ainda falta apoio por parte do governo. “Acredito que possamos fazer festivais musicais. É necessário criar um ambiente em que os artistas locais possam ter destaque nacional. Falta oportunidade para que eles se apresentem e apoio para gravação. Deveríamos ter um poder público que apoia muito mais do que já se está fazendo”. Para o Deputado, a grande oferta de arte na cidade inteira acarreta na divisão irregular do público, ocasionando situações já citadas, de exposições, peças ou shows vazios. “O que falta é o governo intervir para direcionar as pessoas para cada circuito”, finaliza.
cultura
Troféu Gralha azul renovado
Em 2012, o Projeto de Lei, proposto pelo deputado Stephanes Junior, que insere o Réveillon Fora de Época no calendário oficial de eventos do Estado, foi aprovado em primeiro e segundo turno pela Assembléia Legislativa do Paraná (Alep).A proposta que passou quase unanimamente pelo plenário, em ambos os turnos, ainda deve ser estruturada por uma Comissão de Redação e votada mais uma vez antes de ser apreciada pelo Poder Executivo. A comemoração homenageia a referência de que o ano só começa para o brasileiro depois do carnaval. Na sua primeira edição, o evento contou com 3 mil pessoas na Praça da Espanha, não houve mídia oficial, apenas divulgação pelas redes sociais. Em 2012 participaram quase 30 mil pessoas, e para o próximo ano estão previstas aproximadamente 50 mil. Com estes números se tornou inviável para que o evento permaneça no mesmo local. Nas outras edições, a polêmica foi gerada pelo grande número de brigas, confusão com os vizinhos, falta de estrutura, uma pessoa responsável, alvará, policiamento, ruas fechadas, sanitários e lugares para alimentação. “Foi algo bom pelo movimento em si, mas gerou muitos problemas. A ideia é que já que no ano que vem deve-se esperar tantas pessoas, não dá mais para se pensar em fazer na praça da Espanha. Conversei com os organizadores, com o pessoal do Batel Soho e do Abrabar, expliquei que tornando o evento uma data do Paraná, a gente consegue um investimento”, declara Stephanes. Para os próximos anos, o evento tomará lugar em um espaço mais apropriado e que comporte tantas pessoas, além disso, a aprovação da lei exigirá que haja ao menos um responsável oficial, o que não aconteceu nas outras edições, já que os criadores da festa se mantêm anônimos. Para o Deputado, o Governador deve sancionar a lei nas próximas semanas. A partir dai os jovens que idealizaram já podem procurar a secretaria de grandes eventos para a organização das próximas edições. “Já que dizem que o ano começa depois do carnaval, eles estão oficializando isso”, diz. Laura Nicolli
O prêmio de teatro paranaense Gralha Azul, realizado anualmente, pelo Centro Cultural Teatro Guaíra, em parceria com o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Paraná (SATED), divulga lista dos 14 finalistas em suas categorias, com objetivo de premiar os destaques das artes cênicas paranaense. A cerimônia de premiações será no dia 11 de dezembro às 20 horas, no Guairinha, com roteiro e direção de Edson Bueno. A entrada é gratuita. A partir das escolhas da comissão, é possível perceber que o novo método adotado esse ano para escolher os finalistas resultou em grupos com linguagens variadas. Em sua 33ª edição, a única premiação destinada aos profissionais das artes cênicas do estado, é renovada após intenso debate entre atores e diretores. A principal mudança está na quantidade de avaliadores da comissão, que dobrou para dez profissionais escolhidos por sorteio pelo Sated. Para concorrer a uma vaga, é necessário ter um registro profissional na área, com no mínimo cinco anos, e ter realizado três projetos recentemente. Edson Bueno é diretor da Companhia de Teatro Delírio há mais de 25 anos, este ano ele é o responsável pelo roteiro e direção do evento. “Pela primeira vez eu tive a oportunidade de assistir a todos os espetáculos profissionais que se inscreveram ao prêmio em um ano (no total 41) e pude fazer uma leitura muito abrangente do movimento teatral”, diz Bueno explica que não existem critérios para a votação, “Eu acho isso muito bom porque votar tem que ser um exercício democrático. Critérios determinariam uma pré-seleção e isso descaracterizaria o prêmio que
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Curitiba, dezembro de 2012
é para todo o teatro paranaense e não para essa ou aquela linguagem”, finaliza. Além de participar da comissão, o diretor também foi indicado em nove categorias com seu espetáculo Satyricon Delírio. Mudanças do ano Nas edições passadas, cinco jurados se encontravam para discussão dos possíveis premiados, após de já ter ocorrido uma votação. Em 2012, o método de avaliação mudou para o sorteio de 10 profissionais que trabalham com teatro, e o voto de cada um deles ser feito online com validade de 24h horas após assistir cada espetáculo, criando uma transparência da premiação. Com esta decisão, muitos artistas mudaram seu ponto de vista em relação ao evento. “Eu nunca me inscrevia para concorrer ao prêmio, mas neste ano, por essas mudanças propostas pelos próprios artistas, pela reivindicação do prêmio para a cidade, resolvi fazer minha inscrição”, comenta a diretora da companhia Ave Lola, Ana Rosa Tezza. Indicados em sete categorias, incluindo melhor espetáculo, O maleficio da mariposa, de Federico Garcia Lorca, montagem da companhia Ave Lola, teve um processo de criação e pesquisa de dois meses com dez horas de ensaio por dia. “Nosso trabalho acontece através das necessidades que surgem a partir da montagem. Não trabalhamos com estudo de mesa, esperamos que a obra se manifeste. acreditamos que o teatro acontece no corpo do ator”, finaliza a diretora. Porque Não Estou Onde Você Está, quarto espetáculo desenvolvido pela Súbita Companhia de Teatro, recebeu o mesmo número de
indicações. O texto é inspirado nas obras do escritor norte americano Jonathan Safran Foer. A companhia, que surgiu em 2007, tem como proposta criar uma linguagem contemporânea e autoral. Em seus três trabalhos anteriores, pesquisaram a fisicalidade como elemento para a criação dos textos autorais e neste projeto trabalharam pela primeira vez com uma adaptação. “Em nossos trabalhos anteriores utilizávamos o corpo dos atores para propor situações que originariam os textos. Neste trabalho resolvemos criar as situações a partir do texto, pensando em explorar os mínimos movimentos propostos pela dramaturgia no corpo dos atores”, declara Maíra Lour, indicada na categoria de melhor direção. Além das indicações na premiação, as duas companhias foram paralelamente selecionadas pelo prêmio Myriam Muniz na categoria novas montagens e ganharão R$100 mil do Ministério da Cultura para a criação de um novo espetáculo. A companhia Ave Lola propôs uma adaptação contos de Tchekhov. E a Súbita companhia uma parceria com os mineiros da Cia. Casca de Nós, que prevê intercâmbio entre os grupos para adaptar contos da gaúcha radicada em São Paulo,Veronica Stieger.
Indicados nas principais categorias ATOR COADJUVANTE MAURÍCIO VOGUE por “Satyricon Delírio” JEFF BASTOS por “Peça Ruim” EVANDRO SANTIAGO por “Satyricon Delírio” TIAGO LUZ por “As Aventuras de Pinóquio” SÁVIO MALHEIROS por “Peça Ruim” ATRIZ COADJUVANTE HELENA PORTELA por “Porque Não Estou Onde Você Está” REGINA VOGUE e VIDA SANTOS por “Satyricon Delírio” SIMONE MAGALHÃES por “As Aventuras de Pinóquio” PATRÍCIA CIPRIANO por “Peça Ruim” ATOR VAL SALLES por “O Malefício da Mariposa” LEANDRO DANIEL COLOMBO por “A Meia Noite Levarei Teu Cadáver” TIAGO LUZ por “Satyricon Delírio” CLEYDSON NASCIMENTO por “Em Breve Nos Cinemas” LUIZ BERTAZZO por “Peça Ruim”
ATRIZ GIOVANA DE LIZ por “Os Saltimbancos” MARIANA RIBEIRO por “Peça Ruim” ALESSANDRA FLORES por “O Malefício da Mariposa” JANINE DE CAMPOS por “O Malefício da Mariposa” JANAINA MATTER por “Porque Não Estou Onde Você Está” DIREÇÃO EDSON BUENO por “Satyricon Delírio” ANA ROSA TEZZA por “O Malefício da Mariposa” MAÍRA LOUR por “Porque Não Estou Onde Você Está” EDSON BUENO por “Kafka - A Vigília” DIMIS JEAN SORES por “Peça Ruim” ESPETÁCULO “O MALEFÍCIO DA MARIPOSA” da Cia Ave Lola “SATYRICON DELÍRIO” do Grupo Delírio Cia de Teatro “PORQUE NÃO ESTOU ONDE VOCÊ ESTÁ” da Súbita Companhia de Teatro “KAFKA - A VIGÍLIA” do Grupo Delírio Cia de Teatro “EM BREVE NOS CINEMAS” da Cia Teatro de Breque
“Com as indicações deste ano, percebemos que as montagens com maior nível de pesquisa corporal e do universo estudado foram valorizadas pela comissão” Maíra Lour, Atriz e Diretora.
Victor Hugo
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Curitiba se mostra pouco receptiva a eventos culturais
Dos anos 1990 até 2006, a Pedreira Paulo Leminski, o Parque Barigui e o Estádio Couto Pereira sediavam as principais apresentações de música do Brasil. Os eventos culturais da cidade criaram um circuito cultural movimentado, que abria espaço para artistas locais, assim como sustentavam um vínculo com o público. O cinema passou a ser desenvolvido na capital paranaense, assim como diversas outras artes. Mas algo mudou. Cinema O site Filme B, o mais completo portal sobre o mercado cinematográfico do país, constatou em 2011 que as produções nacionais respondem por apenas 8,9% da audiência curitibana, a menor média entre as capitais brasileiras. O cineasta radicado em Curitiba Aly Muritiba, responsável por dirigir Com as próprias mãos, A fábrica e Circular, relata sua experiência com a capital, “As pessoas aqui nem batem palma. Tem aquela frase do Rafael Urban que é ótima, ele diz que o curitibano fala bem por trás. Ele é tão em “si mesmado” que ele não vai até você elogiar teu trabalho, só para outra pessoa, ou na internet. É uma característica daqui. O que é preocupante é o que as pessoas aproveitam em comparação com o que é ofertado”, diz. Muritiba relata que com o nível educacional que Curitiba tem, e com o poder aquisitivo da população, poderia e deveria consumir mais produtos artísticos. “Nós temos muitos espaços disponíveis para arte aqui na cidade, e muitos deles vivem vazios, largados às moscas, e isso mostra o pouco interesse que a população ainda tem por cultura”, diz. Música No último ano, outro fato alarmante foram os cancelamentos de diversos shows pela pouca venda dos ingressos. Entre eles estão: Linkin Park, Cavalera Conspiracy, Festival Green Fest, CJ Ramone, The Adicts e Suzi Quatro.
Sergio Mazul, proprietário da produtora de shows Neural Machine, explica que hoje se tem um volume maior de shows com menos expressão e sem venda de ingressos suficiente, sendo cancelados por falta de retorno financeiro e os shows maiores, de artistas internacionais com retorno garantido, tendo preços de ingressos inflacionados e muitas vezes não acontecendo em Curitiba. Este último fato está ligado a maneira que as produtoras locais criaram para obterem um retorno satisfatório que compense a baixa lucratividade ou até o prejuízo tomado pelos shows menos expressivos. “Acredito que um mercado saturado com tantos buscando seu “lugar ao sol” e trabalhando de maneira relativamente despreparada, em vista das exigências do mercado musical atual, acarreta em eventos de bandas autorais locais vazios e sem o devido valor”, diz Mazul. Um show local obtém menor público do que um internacional. Um filme nacional dificilmente terá mais bilheteria que um “blockbuster” americano. Para muitos, infelizmente, esta lógica se aplica aos mais diversos setores da cultura. Literatura Benedito Costa Neto, Professor e Escritor curitibano, relata que não possui leitores. “Meu editor já manifestara essa preocupação, lembrando que minha escrita é difícil. Creio que haja também um contexto assim: menos leitores, leitores que preferem uma literatura mais fácil, mais rápida, algo que tem a ver com o momento histórico que vivemos: um mundo da rapidez e do imediato, um mundo do “que vem depois”, do consumo que morre já no momento da compra. Fico um pouco triste por viver numa época em que o saber estupidamente é procurado na internet. Vivo isso como professor e tal realidade por vezes me enerva, por vezes me entristece”, comenta.
Artes Cênicas A atriz Angela Stadler trabalha com teatro há 16 anos, estuda Artes Cênicas na FAP e já trabalhou fora do Brasil. Ela explica que não existem salas de teatro lotadas em todas as sessões de uma temporada em Curitiba. As pessoas vão pouco ao teatro, e o público que vai geralmente é o mesmo: pessoas da classe artística (ou família e amigos), pessoas envolvidas de alguma forma com aquela determinada produção, pouco público leigo. Angela acredita que isso se deve a desvalorização da arte e do artista por parte das pessoas e dos políticos. “Vivemos num país de terceiro mundo onde a arte é considerada supérflua. Concorremos indiretamente com a alimentação, o vestuário, o transporte, etc; e diretamente – no caso do teatro – com o cinema, a internet, as séries nacionais e internacionais e a TV a cabo. Há necessidade de formação de público para o teatro e investimento do governo nessa área”, diz. Política O Deputado Estadual Stephanes Junior foi responsável pela Semana Cultural das Bandas e Fanfarras, e possui dois projetos de lei no setor de cultura. Stephanes acredita que o setor cultural em Curitiba possui uma demanda muito grande, é muito atuante, mas ainda falta apoio por parte do governo. “Acredito que possamos fazer festivais musicais. É necessário criar um ambiente em que os artistas locais possam ter destaque nacional. Falta oportunidade para que eles se apresentem e apoio para gravação. Deveríamos ter um poder público que apoia muito mais do que já se está fazendo”. Para o Deputado, a grande oferta de arte na cidade inteira acarreta na divisão irregular do público, ocasionando situações já citadas, de exposições, peças ou shows vazios. “O que falta é o governo intervir para direcionar as pessoas para cada circuito”, finaliza.
cultura
Troféu Gralha azul renovado
Em 2012, o Projeto de Lei, proposto pelo deputado Stephanes Junior, que insere o Réveillon Fora de Época no calendário oficial de eventos do Estado, foi aprovado em primeiro e segundo turno pela Assembléia Legislativa do Paraná (Alep).A proposta que passou quase unanimamente pelo plenário, em ambos os turnos, ainda deve ser estruturada por uma Comissão de Redação e votada mais uma vez antes de ser apreciada pelo Poder Executivo. A comemoração homenageia a referência de que o ano só começa para o brasileiro depois do carnaval. Na sua primeira edição, o evento contou com 3 mil pessoas na Praça da Espanha, não houve mídia oficial, apenas divulgação pelas redes sociais. Em 2012 participaram quase 30 mil pessoas, e para o próximo ano estão previstas aproximadamente 50 mil. Com estes números se tornou inviável para que o evento permaneça no mesmo local. Nas outras edições, a polêmica foi gerada pelo grande número de brigas, confusão com os vizinhos, falta de estrutura, uma pessoa responsável, alvará, policiamento, ruas fechadas, sanitários e lugares para alimentação. “Foi algo bom pelo movimento em si, mas gerou muitos problemas. A ideia é que já que no ano que vem deve-se esperar tantas pessoas, não dá mais para se pensar em fazer na praça da Espanha. Conversei com os organizadores, com o pessoal do Batel Soho e do Abrabar, expliquei que tornando o evento uma data do Paraná, a gente consegue um investimento”, declara Stephanes. Para os próximos anos, o evento tomará lugar em um espaço mais apropriado e que comporte tantas pessoas, além disso, a aprovação da lei exigirá que haja ao menos um responsável oficial, o que não aconteceu nas outras edições, já que os criadores da festa se mantêm anônimos. Para o Deputado, o Governador deve sancionar a lei nas próximas semanas. A partir dai os jovens que idealizaram já podem procurar a secretaria de grandes eventos para a organização das próximas edições. “Já que dizem que o ano começa depois do carnaval, eles estão oficializando isso”, diz. Laura Nicolli
O prêmio de teatro paranaense Gralha Azul, realizado anualmente, pelo Centro Cultural Teatro Guaíra, em parceria com o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Paraná (SATED), divulga lista dos 14 finalistas em suas categorias, com objetivo de premiar os destaques das artes cênicas paranaense. A cerimônia de premiações será no dia 11 de dezembro às 20 horas, no Guairinha, com roteiro e direção de Edson Bueno. A entrada é gratuita. A partir das escolhas da comissão, é possível perceber que o novo método adotado esse ano para escolher os finalistas resultou em grupos com linguagens variadas. Em sua 33ª edição, a única premiação destinada aos profissionais das artes cênicas do estado, é renovada após intenso debate entre atores e diretores. A principal mudança está na quantidade de avaliadores da comissão, que dobrou para dez profissionais escolhidos por sorteio pelo Sated. Para concorrer a uma vaga, é necessário ter um registro profissional na área, com no mínimo cinco anos, e ter realizado três projetos recentemente. Edson Bueno é diretor da Companhia de Teatro Delírio há mais de 25 anos, este ano ele é o responsável pelo roteiro e direção do evento. “Pela primeira vez eu tive a oportunidade de assistir a todos os espetáculos profissionais que se inscreveram ao prêmio em um ano (no total 41) e pude fazer uma leitura muito abrangente do movimento teatral”, diz Bueno explica que não existem critérios para a votação, “Eu acho isso muito bom porque votar tem que ser um exercício democrático. Critérios determinariam uma pré-seleção e isso descaracterizaria o prêmio que
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é para todo o teatro paranaense e não para essa ou aquela linguagem”, finaliza. Além de participar da comissão, o diretor também foi indicado em nove categorias com seu espetáculo Satyricon Delírio. Mudanças do ano Nas edições passadas, cinco jurados se encontravam para discussão dos possíveis premiados, após de já ter ocorrido uma votação. Em 2012, o método de avaliação mudou para o sorteio de 10 profissionais que trabalham com teatro, e o voto de cada um deles ser feito online com validade de 24h horas após assistir cada espetáculo, criando uma transparência da premiação. Com esta decisão, muitos artistas mudaram seu ponto de vista em relação ao evento. “Eu nunca me inscrevia para concorrer ao prêmio, mas neste ano, por essas mudanças propostas pelos próprios artistas, pela reivindicação do prêmio para a cidade, resolvi fazer minha inscrição”, comenta a diretora da companhia Ave Lola, Ana Rosa Tezza. Indicados em sete categorias, incluindo melhor espetáculo, O maleficio da mariposa, de Federico Garcia Lorca, montagem da companhia Ave Lola, teve um processo de criação e pesquisa de dois meses com dez horas de ensaio por dia. “Nosso trabalho acontece através das necessidades que surgem a partir da montagem. Não trabalhamos com estudo de mesa, esperamos que a obra se manifeste. acreditamos que o teatro acontece no corpo do ator”, finaliza a diretora. Porque Não Estou Onde Você Está, quarto espetáculo desenvolvido pela Súbita Companhia de Teatro, recebeu o mesmo número de
indicações. O texto é inspirado nas obras do escritor norte americano Jonathan Safran Foer. A companhia, que surgiu em 2007, tem como proposta criar uma linguagem contemporânea e autoral. Em seus três trabalhos anteriores, pesquisaram a fisicalidade como elemento para a criação dos textos autorais e neste projeto trabalharam pela primeira vez com uma adaptação. “Em nossos trabalhos anteriores utilizávamos o corpo dos atores para propor situações que originariam os textos. Neste trabalho resolvemos criar as situações a partir do texto, pensando em explorar os mínimos movimentos propostos pela dramaturgia no corpo dos atores”, declara Maíra Lour, indicada na categoria de melhor direção. Além das indicações na premiação, as duas companhias foram paralelamente selecionadas pelo prêmio Myriam Muniz na categoria novas montagens e ganharão R$100 mil do Ministério da Cultura para a criação de um novo espetáculo. A companhia Ave Lola propôs uma adaptação contos de Tchekhov. E a Súbita companhia uma parceria com os mineiros da Cia. Casca de Nós, que prevê intercâmbio entre os grupos para adaptar contos da gaúcha radicada em São Paulo,Veronica Stieger.
Indicados nas principais categorias ATOR COADJUVANTE MAURÍCIO VOGUE por “Satyricon Delírio” JEFF BASTOS por “Peça Ruim” EVANDRO SANTIAGO por “Satyricon Delírio” TIAGO LUZ por “As Aventuras de Pinóquio” SÁVIO MALHEIROS por “Peça Ruim” ATRIZ COADJUVANTE HELENA PORTELA por “Porque Não Estou Onde Você Está” REGINA VOGUE e VIDA SANTOS por “Satyricon Delírio” SIMONE MAGALHÃES por “As Aventuras de Pinóquio” PATRÍCIA CIPRIANO por “Peça Ruim” ATOR VAL SALLES por “O Malefício da Mariposa” LEANDRO DANIEL COLOMBO por “A Meia Noite Levarei Teu Cadáver” TIAGO LUZ por “Satyricon Delírio” CLEYDSON NASCIMENTO por “Em Breve Nos Cinemas” LUIZ BERTAZZO por “Peça Ruim”
ATRIZ GIOVANA DE LIZ por “Os Saltimbancos” MARIANA RIBEIRO por “Peça Ruim” ALESSANDRA FLORES por “O Malefício da Mariposa” JANINE DE CAMPOS por “O Malefício da Mariposa” JANAINA MATTER por “Porque Não Estou Onde Você Está” DIREÇÃO EDSON BUENO por “Satyricon Delírio” ANA ROSA TEZZA por “O Malefício da Mariposa” MAÍRA LOUR por “Porque Não Estou Onde Você Está” EDSON BUENO por “Kafka - A Vigília” DIMIS JEAN SORES por “Peça Ruim” ESPETÁCULO “O MALEFÍCIO DA MARIPOSA” da Cia Ave Lola “SATYRICON DELÍRIO” do Grupo Delírio Cia de Teatro “PORQUE NÃO ESTOU ONDE VOCÊ ESTÁ” da Súbita Companhia de Teatro “KAFKA - A VIGÍLIA” do Grupo Delírio Cia de Teatro “EM BREVE NOS CINEMAS” da Cia Teatro de Breque
“Com as indicações deste ano, percebemos que as montagens com maior nível de pesquisa corporal e do universo estudado foram valorizadas pela comissão” Maíra Lour, Atriz e Diretora.
Victor Hugo
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Política
ASSOCIAÇÃO COMERCIAL É CONTRA FERIADO
Dia 20 de novembro poderá ser feriado em Curitiba a partir de 2013. Projeto já foi enviado para o Poder Executivo.
O Paraná tem três milhões de afrodescendentes, sendo que 500 mil estão situados na cidade de Curitiba, o que corresponde a 23,3% da população da capital, segundo o Centro Cultural Humaita. No entanto, mesmo com números significativos, Curitiba não estava entre as cidades que comemoram o dia da Consciência Negra. Em 2010, o então vereador Clementino Tomaz Vieira, criou um projeto com o propósito de tornar esse dia, feriado. Porém, a iniciativa que está sendo debatida só este ano e já foi aprovada pela Câmara de Vereadores, causa discussão sobre sua efetividade. O vice-presidente da Associação
O idealizador Comercial do Padessa ideia, Cleraná (ACP), Gláumentino Vieira, cio Geara, que ressalta que se teve permissão trata de uma mopara apresentar bilização social seu ponto de vista que representará diante dos vereaa luta que existe dores, afirmou, há 4.000 anos. “É que a entidade necessário festejar “não é contrária para se lembrar ao Dia da Conscida importância de ência Negra e ao tais pessoas pereconhecimento rante a sociedados méritos de de”, diz. quaisquer etnias, O presidente mas tem a resdo Centro Culpon sabilid a de Adeptos à iniciativa comemoram 1o dia de votação no plenário t u ral Hu mait a , de advertir que mais um feriado no calendário diz que é lamentável a ACP querer Candieiro Silva, acompanhou a certamente vai contribuir para o constranger o vereador dizendo votação no plenário e acredita que aumento das perdas financeiras que se trata apenas de um feriado. esse fato pode mudar a realidade. dos empreendimentos”. “O projeto foi feito para reconhe- Ele explica que como a África O vereador Algaci Tulio, que cer uma data histórica que todo o é o berço da civilização, todas defendeu o projeto perante a Casa Brasil deveria ter”, comenta. as pessoas são africanas. “Com
certeza é a libertação de um grito engasgado: Curitiba é negra”, desabafa. Mesmo sendo considerado importante pelos políticos, o feriado não agrada à todos. Maria Costa, descente de negros, diz que a cidade já tem muitas datas comemorativas. “Para quem trabalha de segunda à sexta é bom ter feriados, mas para o Brasil isso não é interessante”, afirma. A curitibana Clevenice do Nascimento, pontua que o preconceito não existe apenas na capital. “Meu pai é um exemplo disso. Ele é negro e já foi vítima do racismo”, desabafa. Para o operador de crédito, José Luiz dos Santos, os feriados deveriam ser extintos. “Já tem folga demais e isso não vai mudar nada. O próprio negro é racista”, declara. Ariane Priori
Projetos podem demorar anos para serem avaliados Conheça o caminho:
PREFEITO Vereador tem a ideia de um projeto e faz a planificação deste com sua equipe.
O projeto segue para o Departamento Jurídico e recebe um parecer.
A proposta vai para comissões pertinentes (legislação e justiça). Além disso é avaliado o tema do projeto (saúde, economia, etc).
Para o projeto chegar aos vereadores, ele deve ser aprovado pelo presidente da Câmara.
Vereadores aceleram votações, mas descaso no plenário incomoda público
A Câ ma r a Mu n icipal de Curitiba tem corrido contra o tempo para transformar projetos em leis antes que os novos componentes da Prefeitura comecem a exercer o mandato. No entanto, para os que acompanham a votação, o que marca não é o que pode ou não ser melhorado na cidade, e sim o descaso e a inquietude de muitos vereadores durante as sessões. De acordo com o presidente da Câmara, João Luiz Cordeiro (João do Suco), a conversa é
necessária para que as decisões sejam tomadas. “As pessoas que vem até a Casa não têm a compreensão desta dinâmica. Ela é necessária, porque na maioria das vezes está se discutindo a situação do projeto”, afirma. O vereador Júlio César Sobota (con he cido como Ju l iã o d a Caveira), expõe que, na verdade, há uma grande falta de respeito. “Esse lugar é uma zona total”, ressalta. Pa r a q u e m a c o m p a n hou
“Falta formação moral e ética para os vereadores”
pela primeira uma votação no plenário, como Maria da Glória Vieira, educadora, a situação é chocante. Ela afirma nunca ter visto tamanha falta de respeito. E exemplifica: “A gente fala para as crianças, quando um fala, o outro escuta. Aqui ninguém presta atenção na “historinha” do outro e depois ainda se acha no direito de julgar o que é bom ou ruim para a sociedade”. Robson da Silva que é assessor da Força Sindical acompanha as sessões há oito anos e garante que isso é comum. “Falta formação moral e ética para os vereadores”, declara. Bianca C. Santos
Plenário: discussão em dois turnos. Pode receber emendas, subemendas, ser aprovado ou não.
O prefeito tem 15 dias para dar o decreto. Se reprovado, o projeto volta para a Câmara e é feito um novo debate.
OPINIÃO
Com ímpeto jornalístico que almeja mudanças, sai animada para ir pela primeira vez a uma votação no plenário. Já era sabido que seria uma grande experiência, mas não que seria tão marcante e com certeza, inesquecível. Plenário - conjunto (total ou parcial) dos vereadores municipais, reunidos em sessão para debater matérias de interesse público ou para deliberar sobre proposições legislativas em pauta*. De 38 vereadores, 28 compareceram. Em meio a chegadas de 15, 30 minutos de atraso, cumprimentos, celulares tocando e muita conversa paralela, é lido um projeto de lei, o qual já é de conhecimento dos vereadores, ou deveria ser. A questão aqui não é saber ou não sobre o que está sendo discutido e sim o respeito. Sinto-me em uma sala de 5° ano, onde a professora tenta explicar o conteúdo e meus colegas se comportam como se estivessem no recreio. Como estudante de jornalismo, aspirante a professora universitária, quem sabe, o que foge aos meus olhos, mas não sai da minha mente é o salário recebido por esses profissionais que não aprenderam se quer, a “historinha” de que quando um fala o outro escuta. * Definição retirada do glossário legislativo da Câmara dos Vereadores Samara Macedo
Comportamento
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dietas, exercícios e procedimentos cirurgicos fazem parte do calendário pré-férias
Com final de ano, “projeto verão” está de volta Com até três meses antes do verão, hábitos são modificados e alimentação fica em segundo plano para a maioria das pessoas João Pedro Alves Marcio Kaviski
O verão está chegando e com ele o desejo de ter um corpo mais magro ou melhor definido. É raro alguém que esteja contente com a própria forma física. E para que isso aconteça, e visando um resultado a curto/médio prazo, existem inúmeros casos de pessoas que apelam para exercícios em excesso e sem o acompanhamento de um profissional, dietas prejudiciais à saúde e, ainda, procedimentos cirúrgicos, como a lipoaspiração. O período de três meses que antecede a estação de calor é a época do ano em que o número de frequentadores de academias mais cresce - cerca de 30%, de acordo com o site EFBR (Educação Física Brasil) -,
como consequência do fenômeno que pode ser chamado de “projeto verão”. Para aproveitar a praia ou piscina, por exemplo, pessoas que muitas vezes permaneceram inativas durante o ano procuram fazer exercícios físicos para apresentarem um “corpo melhor” no verão. “Comecei meu projeto em outubro. Além da dieta, estou usando suplementos nas minhas atividades físicas, como corridas e outros exercícios aeróbicos. Já perdi cerca de 5kg”, disse Felipe Sousa, de 20 anos, adepto do processo intensivo e que pretende continuar com a dieta e os exercícios mesmo após o verão. De acordo com o professor de Educação Física Ar thur Fernandes, essa prática pode ser prejudicial
à saúde se realizada sem o acompanhamento de um profissional, um exame médico para a avaliação do estado do organismo e uma dieta adequada. “É muito importante o acompanhamento de um profissional capacitado. A prática de exercícios é perigosa e pode causar algum dano físico ao organismo“. Muitas vezes esquecida, a alimentação é um fator primordial para que o objetivo traçado no projeto verão seja alcançado - e de uma forma saudável, não prejudicial ao organismo. “Um conselho é procurar uma nutricionista para fazer um acompanhamento dos alimentos consumidos para que não prejudiquem os objetivos de cada um“, declarou a nutricionista Maristela Vaccari Toppel.
Gasto calórico por minuto (kcal/minuto) Fonte: Bem Estar/ Globo
Flávio Darin
15 kcal
12 kcal
12 kcal
12 kcal
11 kcal
11 kcal
10 kcal
10 kcal
9 kcal
9 kcal
8 kcal
6 kcal
6 kcal
5,5 kcal
5 kcal
Descubra quais são os riscos da lipoaspiração Uma saída encontrada por algumas pessoas é a lipoaspiração. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), ela não deve ser usada para perder peso, e sim para remodelar partes específicas do corpo. No entanto, o paciente deve estar ciente que o procedimento oferece riscos à saúde e pode ter efeitos colaterais. Veja a seguir quais são eles: • Cicatrizes desfavoráveis;
• Queimadura causada pelo ultrassom – técnica de lipoaspiração assistida por ultrassom;
• Sangramento (hematoma);
• Danos em estruturas mais profundas tais como nervos, vasos sanguíneos, músculos e pulmões;
• Acúmulo de líquido (seroma); • Riscos anestésicos;
• Dor, que pode perdurar;
• Má cicatrização;
• Trombose venosa profunda, complicações cardíacas e pulmonares;
• Necrose da pele; • Dormência ou demais alterações de sensibilidade da pele; • Assimetria; • Despigmentação da pele e/ou inchaço prolongado;
• Fios de sutura podem espontaneamente emergir na pele, tornando-se visíveis ou causar irritação que exija sua remoção; • Possibilidade de novo procedimento cirúrgico.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
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polícia
Curitiba, dezembro de 2012
Curitiba é a 6ª capital mais violenta do Brasil. As principais vítimas são jovens, negros e do sexo masculino
Aumenta violência contra os jovens no país Lais Capriotti
Colaboradores do Comunicare 2012, com o símbolo da campanha Chega de violência e extermínio de jovens
confirma o medo da violência. “Hoje tenho medo de sair na rua de noite e sofrer algum tipo de violência, algumas pessoas simplesmente acham legal a agressão, e acabam causando-a de graça. Escutamos semanalmente histórias de violência com jovens nas ruas e baladas”, afirma. Já Danniele Santos, estudante de letras na UFPR, comenta seu medo da exclusão social. “Pela minha condição financeira, tenho medo de ser excluída, até mesmo de não conseguir um emprego decente”, conclui. PRINCIPAIS VÍTIMAS
Comparado aos jovens europeus, um brasileiro tem 30 vezes mais chances de ser assassinado. Quando comparamos com um morador da Inglaterra ou do Japão, esse número O MEDO sobe para 70. Estatísticas mostram que Em dez “Dos jovens negros e anos, 526 mil jodo sexo masculivens foram ex15 tiros, sono sofrem mais terminados no mente um foi acerviolência. O Papaís. Esse nútado, aquele que peraná é o único mero equivale à gou na cabeça do estado em que soma das popumorreram mais lações das cidameu irmão.” brancos do que des de Piraquara, negros nos últimos Pinhais, Colombo anos. Porém, quando e Fazenda Rio Grande. falamos de sexo, os homens As chances de um jovem entre 15 e 24 anos morrer assassi- continuam na frente: 91,1% dos nado é 2,5% maior do que de assassinatos foram de homens. Em uma pesquisa prouma criança ou adulto. Quando questionado sobre seus medos, movida pelo Instituto Cidadao jovem brasileiro enumera três: nia, Perfil da juventude brasimorrer, ficar desconectado do leira, fica evidente os números mundo e ser excluído da socie- assustadores da violência: 46% dade. A estudante de psicologia dos jovens já perderam parentes da PUCPR, Emanuelle Protzek, ou amigos próximos de forma
violenta; 38% já viram de perto alguém que morreu de forma violenta, sendo que destes, 62% foram mortos assassinados. “Meu filho era novo, tinha só 18 anos, e foi assassinado por bobeira. O amigo ficou com ciúmes da namorada e quis resolver de forma violenta”, conta uma mãe desconsolada*. “Na confraternização da Torcida Organizada Fúria Independente, passaram três carros em alta velocidade e começaram atirar sem motivo e sem rumo, dando 15 tiros em direção ao grupo que estava conversando tranquilamente. A rua estava bloqueada. Dos 15 tiros, somente um foi acertado, aquele que pegou na cabeça do meu irmão. Ele não gritou, não sentiu dor. Simplesmente colocou a mão na cabeça e perguntou o que estava acontecendo. Neste instante seus amigos o levaram para o pronto socorro, depois de mais ou menos 2 horas, ele faleceu”, relata Allison Raab Gonciero, irmão de Diego Henrique Raab Gonciero, assassinado no dia 1º de julho de 2012. A família de Diego recebeu o telefonema do hospital informando o ocorrido. Allison afirma que o primeiro sentimento foi de vingança, mas que logo passou deixando apenas a saudades. “A princípio foi a vingança, mas isso foi em primeiro momento. Hoje, eu sinto desejo de justiça e uma dor eterna pela morte do meu irmão. Passe o tempo que for, a morte dele, covarde, estrondosa e lamentável será lembrada para sempre, pois ele nunca fez mal algum a ninguém, jamais se envolveu em lados errados
e sempre foi preocupado com seus semelhantes. Meu irmão não merecia morrer, ele somente estava conversando com os amigos, comendo um churrasco e se divertindo. Morreu sorrindo e em momento algum quis que alguém tivesse pena dele, não queria que ninguém se preocupasse com ele, pois não sabemos como, mas ele dizia que estava bem. O sentimento que fica além da saudade é o desejo de justiça à altura para quem cometeu essa atrocidade”, conclui.
por exemplo, a campanha A juventude quer viver. Em 2009 foi a vez da campanha Chega de violência e extermínio de jovens. Porém, a Casa da Juventude enumera cinco possíveis soluções para extermínio dessa violência. Política de segurança, identificação precoce e intervenção imediata das situações de risco, ações de combate à exclusão e marginalização, atuação preventiva dos organismos estatais e qualificação dos profissionais.
Algumas campanhas contra a violência na juventude já foram realizadas. Em 2004,
Lais Capriotti Leticia Moreira
SOLUÇÕES
*Mãe que teve seu filho assassinado no início de 2012 e preferiu não ser identificada.
Lais Capriotti
D
os 92 países participantes do ranking de homicídios entre crianças e adolescentes, o Brasil é o 4° colocado. Quando falamos da violência nos estados, o Paraná fica em 9°lugar. Afunilando ainda mais e falando de capitais, Curitiba é a 6ª mais violenta, com taxa de 55,9 homicídios a cada 100 mil habitantes. Curitiba apresenta três vezes mais assassinatos que São Paulo. Segundo Geraldo Pires, articulador da Casa do Juventude de Paraná, os bairros mais violentos da capital são, por ordem, Cidade Industrial, Uberaba, Sítio Cercado e Cajuru. “O tráfico de drogas e a condição econômica baixa são os principais fatores que fazem um jovem cometer um crime”, afirma Pires.
Tinta vermelha representa sangue de jovens mortos
polícia
Curitiba, dezembro de 2012
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Sites de compras coletivas apresentam um aumento de 400% no numero de queixas neste ano,segundo o PROCON-SP
Groupon é o lider nacional de reclamações
S
ites de compras coletivas órgão de defesa do consumidor são uma tendência mun- 1.302 orientações sobre sites dial e representam um de compras coletivas (envolnicho comercial extremamente vendo reclamações e pedidos lucrativo para vendedores e de informação) e 535 processos consumidores. Seu êxito no judiciais. mercado de compras virtu- O comerciante Murillo ais se deve à alta capacidade Rehder relata que no início de de demanda e aos descontos 2012 comprou pelo site ClickOn exorbitantes. Prova disso é o um pacote de hospedagem de levantamento realizado, no sete dias em Recife. primeiro semestre de 2012, pelo “O hotel parecia ótimo e conInfoSaveMe (ferramenta fortável, mas chegando que monitora sites lá percebi que ele não de compras coletitinha nenhuma seGrouvas) que aponta melhança com as pon, Peixe um faturamenfotos apresentaUrbano e ClickOn to de R$ 731,7 das no ClickOn, lideram o ranking de milhões no estava caindo mercado braao pedaços e reclamações nacion������� sileiro. era desconforais, de acordo com Ess a tável”. o PROCON-SP modalidade de Rehder a f ir ma compras foi criada que tentou ficar na nos Estados Unidos, pousada, porém, no em 2008, com o lançaterceiro dia percebendo mento do site Groupon. No que além das más condições, o Brasil, o pioneiro foi o site Peixe local também não oferecia os Urbano, em 2010. A principal serviços prometidos no site, proposta desses sites é a oferta resolveu se retirar e recebeu a de produtos e serviços com devolução do valor pago pelos descontos que podem chegar a dias restantes. 90%. E uma grande amplitude “Não culpo totalmente de negociantes que são pré- o ClickOn, pois o hotel é o granestabelecidos para que a compra de responsável pela divulgação seja efetuada. da propaganda enganosa a seu respeito, mas acredito que o PROBLEMAS site deveria se comprometer em fiscalizar as condições daquilo Todavia esse novo mer- que divulga”, diz. cado não está livre de queixas Outro caso envolvendo e vem apresentando números sites de compras coletivas é o crescentes de problemas. Em da estudantes de jornalismo (e 2012, conforme div ulgação colaboradora do Comunicare) do PROCON-SP houve um au- Lais Capriotti, que comprou mento de 400% no número de pelo Groupon um salto duplo de reclamações destinadas a esses paraquedas na empresa Salto sites. Groupon, Peixe Urbano e Duplo Curitiba. ClickOn lideram o ranking de “O cupom da compra reclamações nacionais e todos tinha validade de três meses, eles, de acordo com o PROCON- compramos em abril, e no final SP, assumiram o compromisso desse tempo o salto ainda não de reduzir esta demanda. havia sido agendado. Revali No Paraná, o número daram nosso cupom sem me de processos administrativos darem uma data para o salto. instaurados pelo PROCON con- Já estava recorrendo à ajuda tra esses sites deu um salto de judicial, quando finalmente 64 para 530, entre 2010 e 2012. tive uma resposta satisfatória”, De acordo, com a pesquisa, rea- relata Lais. liza pela Gazeta do Povo, neste Somente em novembro, ano foram contabilizadas no passados sete meses após a
compra, a universitária obteve retorno por parte da empresa e o agendamento definitivo do salto. Lais afirma também que diante desse conf lito sentiu muitas dúvidas sobre a quem recorrer para buscar uma resolução: “não sabia se acionava o PROCON ou se procurava um advogado e aí fiquei na dúvida sobre contra quem deveria ingressar, a empresa ou o site de compras”. Respondendo às questões da estudante o advogado Luís Felipe Martini afirma que nesses casos, inicialmente, deve-se formalizar uma reclamação no PROCON, que por sua vez marca uma audiência para conciliar as partes. “Caso essa audiência não seja frutífera na resolução do conflito o próprio PROCON aconselha o consumidor lesado a recorrer ao poder judiciário .” diz Martini. Q ue s t ion ado s obr e quem processar num caso de lesão do consumidor em sites de compras coletivas, Martini explica tratar-se de uma responsabilidade solidária. “Todos os membros da cadeia de produtos e serviços respondem solidariamente, isso significa que o consumidor pode acionar qualquer um ou todos os membros, pois ambos são responsáveis pela prestação de serviços”, explica. No momento de fazer as compras virtuais Martini aconselha que o consumidor esteja atento à idoneidade virtual da empresa, buscando informações a seu respeito com outros compradores e aponta para a existência de sites de reclamações que podem ser muitos úteis. “Atualmente existem sites de reclamações muito eficientes, como o reclameaqui.com e o nuncamais.net, que nada mais são do que espaços virtuais que servem para consumidores que se sentiram lesados prestarem seus reclames”, finaliza. Camila Módena Jéssica Fernanda
Curitiba, dezembro de 2012
COMUNICARE
mercado da bola: trio de ferro pensa em alçar voos mais altos no ano que vem
Atlético, Coritiba e Paraná iniciam planejamento para 2013 Rubro-negro e tricolor buscam manter o elenco, enquanto o Coritiba sonha com time “galáctico” Rodolfo L. Kowalski Ruthielle Borsuk
drade afirmou que “o trabalho feito (para 2012) não foi o que imaginamos”. Da histórica equipe de 2011, saíram oito jogadores (Marcos Aurélio, Leandro Donizete, Léo Gago, Davi, Jonas, Jeci, Bill e Lucas Mendes). Os jogadores contratados para suprir as saídas logo no início do ano não corresponderam em campo. Junior Urso veio do Avaí. Titular com Marcelo Oliveira,
Gomes, goleiro do TottenhamING, Lugano, zagueiro do Paris Saint-Germain-FRA e Josué, volante do Wolfsburg-ALE. ATLÉTICO PARANAENSE Para o retorno à Primeira Divisão, o Atlético sonha alto. Em entrevista à Rádio Banda B, o vice-presidente de futebol do clube, João Alfredo, afirmou que o clube quer brigar pela Libertadores e deve trazer pelo menos seis reforços.
equipe, depende de Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético, para renovar. Com o fim da temporada PARANÁ do futebol brasileiro, os clubes No Paraná, o sentimento é de já começam a se movimentar obrigação cumprida, segundo o para reformular e reforçar seus diretor de futebol do clube, Alex elencos. Brasil. Segundo o dirigente, a Após amargar o rebaixamenobrigação do clube na tempoto no ano de seu centenário, o rada era conquistar o retorno à Coritiba voltou a elite do futebol elite do futebol paranaense. brasileiro em 2011 conquistan“Foi dentro do planejado (a do recordes e disputando títutemporada). Nossa obrigação los. O Atlético encerera subir para a SéMAESTROS PARANAENSES rou a Segundona em rie Ouro do estadual. terceiro lugar e, um Houve momentos da Lucio Flavio dos Santos ano após o descenSérie B em que senIdade: 33 anos so, reconquista seu timos, sabíamos das Principais Clubes: Paraná, Atl. Mineiro, lugar ao sol. A situanossas carências, mas São Caetano e Botafogo ção mais delicada História: Revelado pelo Paraná em temos uma limitação é a do Paraná, que 1997. Deixou o clube em 2001, quando financeira”, afirmou disputará pelo sexto transferiu-se para o São Paulo. Sempre foi Alex. visto como uma grande promessa, mas foi ano consecutivo a Para 2013, o clube apenas no Botafogo, a partir de 2006, que Paulo César Baier Segunda Divisão. prioriza de imediato a se consagrou como grande atleta. Já fez Idade: 38 anos Em campo, o trio Alexsandro de Souza renovação de contrato 204 partidas pelo Paraná. Principais clubes: Criciúma, Goiás, de ferro contará com Idade: 35 anos com grande parte do Palmeiras e Atlético-PR em campo com au- Principais Clubes: Coritiba, Palmeiras, elenco. Vinte jogadores História: Brilhou com a camisa do tênticos camisas 10 Cruzeiro e Fenerbahçe (TUR) do grupo atual estão Criciúma e, principalmente, do Goiás. identificados com História: Revelado pelo Coritiba em 1995, prestes a ficar sem Lateral-direito de origem, a medida que seus respectivos clube no qual atuou até 1997. Idolatrado vínculo, com contrato envelheceu foi sendo deslocado para a clubes. No Coritiba, pela torcida, Alex construiu sua carreira se encerrando entre meia. Desde 2009 no Atlético, está com a torcida ainda vi- vitoriosa longe de Curitiba, sagrando-se dezembro de 2012 e contrato perto do fim. Torcida já pede bra com o retorno campeão por clubes como Palmeiras, janeiro de 2013. Enpermanência do atleta, que também Cruzeiro e Fenerbahçe. Na Turquia, o de Alex, considerado tre eles, nomes como revelou o desejo de encerrar a carreira meia tem até estátua. Pelo Coxa, tem 124 por muitos torceos zagueiros Anderson partidas e 28 gols. jogando no Furacão. dores um “oásis” (32 anos), os volantes após um segundo semestre “O Campeonato Brasileiro da passou a ser reserva com MarZé Luís (33), Ricardo Conceição pífio. No Atlético, a permanênSérie A é bastante difícil, é mais quinhos Santos. Lincoln, Ro(28) e o meia Fernandinho (31), cia de Paulo Baier, pedida pela elitizado e nós iremos atrás de berto e Marcel também estivertodos titulares durante grande torcida durante a última rodauns seis ou sete jogadores, pois am muito abaixo do esperado, parte de 2012. da da Segunda Divisão, signifialém de querermos jogadores obrigando o clube a trazer noApesar das saídas, o clube caria a manutenção do símbolo para jogar, temos que montar vas peças durante a temporapossui uma base para 2013, atleticano nos últimos anos. um banco qualificado”. da, como o zagueiro Escudero e pois 20 atletas possuem conJá o Paraná aposta em Lucio A base da equipe que cono atacante Deivid. tratos mais longos, com final Flavio, que já fez mais de 200 quistou o acesso em 2012 Para 2013, a chegada de entre 2013 e 2015. Outros repartidas pelo tricolor. também está garantida. Dos Alex faz o clube sonhar com um forços também devem chegar, CORITIBA titulares, apenas Maranhão retorno a Copa Libertadores da segundo Alex Brasil. As priO clube do Alto da Glória (pertence ao Santos) e HenAmérica e na formação de um oridades são o ataque e a latdisputará pelo terceiro ano rique (pertence a Portuguesa) time “galáctico”. eral-esquerda, que irão perder consecutivo a Primeira Divisão estão com contratos prestes O clube estaria em busca de nomes importantes, como Ardo Brasileiro. Após a derrota na a expirar. Paulo Baier, ídolo goleiro, lateral-direito, zagueiro, thur e Wendell Borges, cujos partida contra o Cruzeiro, no da torcida, também está com volante e atacante. Entre os contratos de empréstimo estão dia 25 de novembro, o presio contrato chegando ao fim e, nomes especulados destacamchegando ao fim. dente Vilson Ribeiro de Ancomo tem o maior salário da se: Michel Bastos, do Lyon-FRA, Divulgação
ESPORTES
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Curitiba, dezembro de 2012
Segundo pesquisa da Organização Mundial de Saúde, cerca de 10% da população mundial é diabética
Aumenta o índice de jovens diabéticos Dados do IDF mostra que em 1985 a estimativa era de 30 milhões de diabéticos, mas, em 95 o número passava dos 150 milhões
Alimentação A maior queixa de jovens diabéticos é em relação à alimentação, por ser uma doença causada pelo alto nível de glicose no sangue, por isso, muitos alimentos são restritos. “Como o sistema imu-
Precauções
Rafaela Bez
O dia 14 de novembro é considerado o Dia Mundial do Diabetes e durante este mês o Centro de Diabetes Curitiba (CDC) fez eventos e caminhadas para a conscientização da doença que está crescendo cada vez mais no país. Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF), atualmente há cerca de 270 milhões de pessoas que desenvolvem esta doença, 90% destes casos são de diabetes do tipo 2. Dentre este número que vem crescendo a cada ano, o número de jovens que desenvolvem diabetes está aumentando, nesta que é uma doença com mais freqüência em pessoas acima de quarenta anos.
Medidor de glicose é usado por pacientes diabéticos
nológico do diabético é comprometido, a alimentação deve ser rica em vitaminas, minerais e fibras, que ajudará a fortalecer o sistema”, explica Heloísa Hermann, nutricionista no CDC. A estudante Camille Chiquetti, 20 anos, declara que suas maiores dificuldades são o controle de
alimentos, principalmente as massas e o cuidado para manter a glicemia sempre em níveis toleráveis. “Como sou iniciante na doença e eu gosto muito de comer massa, tive que cortar pela metade o consumo quando eu descobri que tinha diabetes”, conta.
Outro problema que deixa os diabéticos mais imunes é a instabilidade do clima. Por conta das mudanças, pessoas sem a doença podem contrair uma gripe, no caso dos diabéticos, uma simples gripe pode se transformar em pneumonia, já que tem 29% a mais de chances de contrair . Angélica Matutcheski, 20 anos, que tem a doença há dez anos conta que sempre está prevenida com o clima. “Eu sempre tenho que estar com um casaco porque se pego qualquer resfriado a minha glicemia aumenta”. A endocrinologista Carla PavanSenn explica que existem muitas formas para diminuir os riscos de infecções. “Existem medidas simples e eficazes, tais como evitar ambientes fechados, manter o ambiente ventilado e limpo”, explica.
Kamilla Ferreira Leticia Duarte
Como descobrir?
- Familiar bem próximo com diabetes; - Sedentarismo; - Mulheres que tiveram filhos que nasceram com mais de 4kg; - Síndrome dos ovários policísticos ou acantose nigricante (escurecimento da pele da nuca e das axilas, em geral); - Pessoas que consomem muito doce ou massas. Leticia Duarte
Te r a p i a d o t r a b a l h o e t r a t a m e n t o p s i c o l ó g i c o a u x i l i a m i n t e r n o s
Usuários de drogas têm poucas opções de tratamento gratuito em Curitiba. Há casas particulares e também as mantidas pela prefeitura, no entanto, vários centros de reabilitação não conseguem chegar ao final do processo do tratamento, muitos por falta de estrutura, outros por falta de psicólogos preparados. Um novo meio de tratamento de reabilitação são os Mosteiros, que são ambientes no estilo de casas de repouso, lugares muitas vezes mantidos pela comunidade. Esses espaços disponibilizam de ampla natureza, espaço para meditação e ambientes de trabalho para os internos. É o que explica a psicóloga especialista em dependência, Terezinha Moura Jorge, que trabalha no Mosteiro do Frei
Chico, em Curitiba. “A proposta terapêutica do Mosteiro procura abranger os quatro principais aspectos que fazem parte do quadro geral de dependência química: biológicos, psíquicos, sociais e espirituais.” O mosteiro proporciona o tratamento clínico por meio de uma equipe de psicólogos especializados em cada dependência. Além dessas propostas, o mosteiro oferece como prática aos internos, a laboterapia, ou seja, uma terapia do trabalho, em que desenvolvem práticas como marcenaria, construção, jardinagem e confeitaria, tudo isso dentro do tratamento auxiliado pelos psicólogos. No caso dos dependentes químicos, eles reconhecem a diferença entre uma clínica de
“A única coisa que os hospitais me ajudaram foi no processo de desintozicação”
reabilitação e um espaço alternativo como o Mosteiro, dizendo ainda que esse método ajuda na qualificação do tratamento e na cura do vício. Ex-dependente químico tratado no mosteiro, Odair de Souza explica essa diferença. “A única coisa que os hospitais me ajudaram foi no processo de desintoxicação do meu organismo. Tinham os AAs, psicólogos e terapeutas, mas você fazia as coisas como obrigação. Aqui no Mosteiro temos o diálogo, respeitando o tempo de cada um. Quando saímos do submundo da droga, precisamos de um tempo para nós”. Ainda segundo a psicóloga, o tratamento vai além da desintoxicação e dos remédios, é preciso usar todos os aspectos psicológicos para que os dependentes se livrem de seus vícios.
Harianna Stukio Rafaela Bez
saúde
Dependentes químicos buscam novas opções para tratamento da doença
VARIEDADES
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COMUNICARE
Curitiba, dezembro de 2012
Nós também amamos a vida
A história em quadrinhos é baseada em depoimentos de jovens que se envolveram com as drogas e foram acolhidos pela Chácara Os Meninos de 4 Pinheiros Caio H. Rocha, Rodolfo Kowalski, Rosana Moraes, Ruthielle Borsuk e Saulo Schmaedecke
“Tudo começou quando eu tinha 8 anos. Morava em Curitiba em um bairro simples”
“Minha família passava por dificuldades, minha “Cansado da situação, resolvi fugir de casa e passei a viver na rua” mãe usava drogas e meu pai bebia e me batia”
Para vocês vida bela, para nós favela “Roubava, pedia esmola. Foi quando conheci as drogas”
Para vocês escola, para nós pedir esmola “Muitos conhecidos acabaram presos ou morrendo, inclusive minha mãe”
Para vocês ir à lua, para nós morar na rua Para vocês carro do ano, para nós resto de pano “No inicio cheirava cola pra não sentir frio ou fome, depois passei a usar maconha e cocaína”
Para vocês coca-cola, para nós cheirar cola
“Não tinha mais controle sobre mim. Cheguei a fumar maconha seis vezes ao dia”
Para vocês avião, para nós camburão “O Conselho Tutelar me tirou das ruas e passei por vários abrigos, até que fui parar numa chácara, onde recebi apoio”
Para vocês academia, para nós delegacia “E mesmo que o caminho seja difícil, sei que agora tenho uma nova oportunidade e posso começar uma nova história”
Para vocês tá bom felicidade, para nós somente igualdade
Sobre a chácara A Chácara Os Meninos de Quatro Pinheiros (ou Fundação Educacional Meninos e Meninas de Rua Profeta Elias) abriga jovens entre seis e dezoito anos que vivem em condições de vulnerabilidade social. O projeto conta com uma chácara em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, acolhendo atualmente 67 internos. Na fundação os jovens participam de atividades esportivas e educacionais, como futebol, capoeira, fazem cursos de cerâmica e de computação, frequentam a escola, cuidam dos jardins e dos animais criados no local, além de realizarem passeios a cada quinze dias. Contato da Chácara: (41) 3633-1159
Nós também queremos viver
A Poesia foi elaborada pelos Meninos de 4 Pinheiros