COMUNICARE
CURITIBA, NOVEMBRO DE 2011 - ANO 15 - NÚMERO 201 - 2º ANO DE JORNALISMO - PUCPR
15 ANOS
jornalcomunicare@hotmail.com
twitter:@JorComunicare
Polícia fecha o cerco contra os rachas Página 15
Carro continua sendo opção para namoro
Página 09
Moradores do Alto da Glória contra o EstaR Página 06
CA
}
Ò
\
Ð
Ã
Á
Ð
]
Ã
Ð
Ã
Ò
Â
Ç
Ë
Ç
Ì
Í
Ä
Ø
À
^
Ð
¿
À
Ð
À
Ì
¿
À
Ð
Ã
Ì
Í
Ì
À
Ó
Ä
À
×
Ã
Ì
Á
Ç
Ð
Ç
Á
Ã
Ò
Ã
^
Ò
Â
Ã
¿
Ç
Ò
Ï
Ô
À
Á
Á
Í
Ô
Ä
À
Å
¿
Ï
Ð
Ð
Ç
Ä
Æ
Ò
Í
Ì
Ç
Ì
À
Ä
Ò
Â
Ã
Ò
Ã
À
_
Â
Ç
~
Ç
Ç
`
Ç
Â
Ò
À
¿
Á
À
Ç
Ð
Á
Ð
Ç
Í
Ò
~
~
~
~
~
~
Ò
Ô
Ã
¿
Ô
Ú
Ç
Ã
¿
Ã
Í
Ç
À
Ð
Ø
Ä
Ä
¿
Ï
Ï
Ä
À
b
Ç
Å
Â
Æ
Ç
Ç
Â
Ò
Ç
¿
c
~
~
~
Ò
Í
Ô
Ç
Ò
Ã
Ò
Ñ
Ç
Ð
Å
Ç
Ò
Â
~
Ç
a
Á
d
a
À
Ï
d
Ì
À
~
Ï
Ç
\
¿
Ã
Í
Â
~
Ï
Ì
~
Ã
~
Ç
Ã
Ì
Á
Ð
Ã
Ã
Â
Ã
Â
Ç
~
~
Ð
Ï
Ã
Ò
À
Â
Í
Ä
Ø
Â
Ã
Ò
Ï
Ã
Õ
Ã
Ð
Ï
e
Ç
f
Ð
Â
Ã
Ð
Ã
Ó
Ç
Í
¿
Ä
Ç
À
Ð
À
Ì
À
Ã
¿
Ç
Ç
Ï
Ì
Ä
À
Ù
¿
Ç
Ñ
Ï
Ç
Ð
Ç
Ï
Ç
Ä
^
À
g
Ò
Ô
Ä
Â
À
Ù
Â
Ç
Ã
Ò
Â
Â
Ä
À
À
Á
Ò
Ç
Â
Á
Ã
Í
Ô
Ç
h
À
Å
Ã
_
Æ
Ç
Ù
Â
Ç
Ó
Ç
Ô
Ã
Ã
Ò
Ã
Ä
Ó
Ø
Ã
Í
i
¡
~
Á
c
Ã
Â
Ç
Ç
¿
Ç
À
Í
i
¢
~
£
~
Ú
~
¤
~
~
Ã
Ø
Ó
Ï
Â
À
Í
Ï
Ã
Ø
Ì
Ï
Ô
Î
À
Ò
Ã
Ã
Ç
Ï
Ç
Â
Ï
À
À
À
Ð
Ø
Á
À
Ä
À
Ò
À
Ã
Ø
Ç
Á
Í
Ô
Å
Ø
À
Å
Æ
Ç
Ã
j
~
~
~
Ò
Ï
¥
¦
§
~
Ú
Ø
Í
\
Ä
Ó
Ã
Ð
Ò
Ç
Í
i
Ã
Ã
Ó
Ï
Ç
Ô
Ó
Ã
Ç
Ì
Ã
Ð
¿
À
Â
Í
Ç
Ì
Ç
Ä
^
Ô
Ò
Ø
Ä
¿
Ç
Ñ
c
Í
Â
Ø
a
À
Ì
Ã
À
Ï
Ï
Ô
Á
À
Ð
Ã
¿
Ç
Ç
Ì
Ä
À
Ì
Í
Â
Ï
Ä
À
Ô
Ú
Õ
Ç
Ã
_
Ì
Í
Ä
Ç
Ò
Ã
×
~
Í
Ã
Ì
¿
Ç
Ì
~
~
~
~
Ò
Ø
Á
Ð
À
Ð
Ç
Á
Ð
Á
]
Ð
Ä
Ç
À
Í
Ç
Ï
~
~
Î
Ø
Ì
~
À
Ç
Ï
¿
Ø
À
Ï
À
Ç
Ó
]
Ã
Ô
Á
Ç
Ä
Ò
Æ
Ç
Â
c
Ä
Ñ
¿
Ï
Ä
Ô
¿
Ç
Ò
Ã
×
Í
Ä
~
Ð
Ï
a
¨
~
~
k
À
¿
Ï
Ä
À
Ì
Ã
Ç
Ï
Ï
Á
À
Ð
À
À
Â
Í
i
Ä
Ð
Ä
Î
Ô
Ç
Ò
Ú
¾
Ô
Ì
c
Ø
Æ
o
Â
Ã
Ã
Ä
l
Ò
Ä
Ð
Ã
Ì
Ì
Ç
Â
Ã
Ô
Ç
Ò
Í
i
Ã
À
×
Ð
À
Â
À
Ì
Ç
Á
Ç
Â
Ã
Ì
Ç
Ò
Ã
×
À
Ð
Í
i
Ã
Ç
Ò
¿
À
Ð
Ð
Ç
Ò
Ð
Ã
Ä
¿
À
Á
À
Â
À
Ã
Â
Ä
Å
Æ
Ç
È
É
Ê
Â
Ç
Ë
Ç
Ì
Í
Ð
À
Â
Ç
Ò
Â
Ã
¿
Ä
Ð
¿
Í
Ô
À
Å
Æ
Ç
~
~
Ú
À
Ï ¾
Ø
Î
Ø
Ò
Í
i
À
Ò
Ã
Ç
Â
Ç
Ò
Ç
Ò
×
Ç
Ò
Ç
Ò
Ã
Ç
^
Ô
Ò
Ç
Ò
Æ
Ç
Í
Ì
Ì
Ã
Ä
Ç
Ñ
Í
Â
À
Ì
Ã
À
¿
À
Ð
Ã
Ñ
Ç
Ä
Â
Ã
Ò
Ã
Ó
Ç
Ô
Ó
Ä
Â
À
Á
Ç
Ð
Õ
Ã
Ô
Ã
Ô
Â
Ã
Ð
À
Ò
Î
Ö
Ã
À
_
Ì
¿
À
Ð
Ð
Ç
Ò
À
Ä
×
Ç
Ò
Ç
Í
Ç
Ò
Ì
À
Ä
~
Ò
Ú
Ï
Ø
Ä
Ï
Ø
Ø
Ï
Ï
Ø
Ø
À
Ï
Ï
¨
Á
¾
Ä
Â
Ò
m
Ð
Ä
À
À
Í
Ç
Ì
Ç
Ä
^
Ô
Ò
Ä
¿
À
À
Ì
Ç
Ð
Ã
Ù
Á
Ç
Ð
Ì
c
Æ
Ø
Ï
Ö
À
Ô
×
À
Â
Ç
Ã
¿
Ç
À
¿
Ç
Ì
À
Ä
Ì
À
×
Ã
Ì
Â
Ø
Ø
Ø
a
Ç
Á
Ç
Â
Ã
Ì
Ç
Ò
Â
Ã
Ä
À
l
Ð
Â
Ã
Ð
Ã
¿
Ã
Ã
Ò
Ô
À
Å
À
Ì
Ã
Ç
Ò
Ù
Ç
Ë
Ç
Ì
Í
Ä
¿
À
Ð
Ï
Ï
Ø
Ï
Ï
Ø
~
~
Ï
Ø
Ã
Ç
Ï
Ã
Î
Ò
Á
Ð
Ã
Ç
¿
Í
Á
À
Ð
¿
Ç
Ì
À
Í
i
À
Ä
Â
À
Â
Ã
Â
Ã
Ì
Ç
Ò
Ð
À
Ç
Ô
À
Â
Ç
Ç
^
Ì
Ã
Ç
Ð
Í
Ä
Ì
Â
Ç
Ò
¿
À
Ð
Ð
Ç
Ò
~
~
Ù
Ø k ^
Ì
c
Ä
Ì
Á
Í
Ô
Ò
Ä
Ç
À
Ç
Ò
¿
À
Ì
Á
Ç
Ò
¿
Ä
Ã
¿
Ç
Ò
Ï
Ï
Ï
Ø
Ï
Ø
Ø
a
Ó
à Í
Ì
¿
À
Ð
Ð
Ç
Ù
Ã
Ì
À
Â
Ã
Ò
À
Ã
Â
Ä
Å
Æ
Ç
¿
Ð
Ä
À
Ä
Ó
Ç
Ò
Á
Ç
Ä
Ò
Ã
Ä
l
×
Ã
¿
À
Â
À
Ó
Ã
Ì
b
À
Ä
Ã
¿
Í
Ô
Ç
Ò
Ã
Ì
¿
Ä
Ð
¿
Í
Ô
À
Å
Æ
Ç
Ú
Æ
o
Ç
Á
Ç
Â
Ã
Ì
Ç
Ò
Ç
¿
À
Ì
Á
Ç
Ã
¿
Ç
Ì
Ä
¿
Ç
Ã
Ç
Ô
À
Ã
b
Ð
Ù
¿
Ç
Ó
Ä
Â
~
À
Ò
Ú Ï
a
Ï
r
Ø Ø
Ø
©
Ç
Ò
Ã
×
Í
Ð
À
Å
À
Ù
Ã
¿
Ç
Ç
Ì
Ä
À
Ù
Ç
Ä
Ì
Ä
À
b
Å
Æ
Ç
Â
Ò
Ã
Ò
Í
i
Ã
¿
Ã
Ð
Í
i
Ã
Í
i
À
Ç
Ï
Ì
À
Ä
Ò
Ó
Ã
¿
Í
Ô
Ç
Ò
Ç
Ô
Ã
Ä
Ç
Ð
À
Á
À
Ò
Ò
Ã
À
Ð
Á
Ã
Ô
Ç
Ò
Ã
Ó
Ã
Ç
Ò
Â
Ï
Ø
Ø
a
Ï
Á
À
Å
Ç
Ã
Â
Ã
Ò
Ä
×
Ä
Ç
Ó
À
Â
Ç
Ð
Ú
À
n
Ì
^
Ç
Í
Ó
Ã
Ð
À
Ò
Ð
Í
À
Ò
Ù
Á
Ä
Ç
Ð
Ò
Ã
Ð
Æ
Ç
Ç
Ð
Ï
Ò
p
Ä
Ç
¿
À
Ð
Ð
Ç
Ò
À
Ä
×
Ç
Ò
Ã
Ó
Ä
Ò
Ä
À
Ð
À
Í
Â
]
Ð
Ç
Ì
Ç
Ò
Ø
Ï
Ø
Ï
Ø
Ø
Ó
Ç
¿
À
Ç
Ò
¿
Ä
Ã
Ä
Ò
À
Ò
À
Â
Ã
Ò
Ã
Ó
Ç
Ô
Ó
Ã
Ð
Ã
Ï
Ø
Ø
Ç
Ò
Á
Ð
Ç
Ô
^
Ã
Ì
À
Ò
À
Ì
Ä
^
Ã
À
Ä
Ò
¿
À
Í
Ò
À
Â
Ç
Ò
Ç
s
À
Ô
Ã
Ä
Í
Ø
¿
À
Ò
Á
À
Ð
À
Ã
~
¡
¤
~
Ð
À
Ó
Ä
«
¬
¬
¦
ª
Ú
Ø
Ä
Ï
Á
¿
c
Ì
Ï
Ï
¢
ª
Ø
Ï
Ã
Ç
Ú
Ì
c
Ï
¿
Ø
Ø
h
Ò
Ã
Ã
Ï
Ï
Ã
À
Ð
¿
Ç
Ô
À
Á
Ò
Ç
Ò
À
Ì
Ä
^
Ã
Ã
Ô
À
Ñ
Í
Ì
À
Å
À
Ã
Ì
À
Ä
Ò
Â
Ä
Ñ
¿
Ä
Ô
Ò
Ã
Ð
Â
q
Ã
Ò
¿
À
Ð
®
¯
Î
Î
a
Ø
Ï
Ø
Ï
À
À
Ä
Ò
Ã
Ç
Ó
À
Ò
Ñ
Ç
Ã
Ò
Â
Ã
¿
Ç
Ì
Í
^
Ò
Ó
Ã
Ô
Ð
Ç
Ò
Ó
Ã
¿
Ï
Ï
Ø
Ø
Ô
Ç
Ò
Í
i
Ã
Ã
¿
Ã
Ò
Ò
Ä
À
Ì
Ò
Ã
Ð
Ã
Ì
t
u
v
w
u
x
v
y
"
*
#
+
$
Ï
a
%
&
'
(
%
"
&
'
(
.
)
"
*
+
/
0
%
"
1
2
3
2
4
5
"
6
&
"
7
$
.
!
9
:
"
:
=
!
"
:
"
'
;
~
°
¥
¯
~
}
~
£
~
«
¬
°
²
³
!
9
~
¥
¥
~
¦
ª
}
~
~
~
>
"
}
¯
´
³
~
<
~
!
"
"
#
"
$
%
&
/
&
"
"
4
(
"
@
)
)
!
"
4
(
"
-
)
²
~
+
?
*
*
¯
~
8
~
,
8
4
-
&
,
±
-
Ø
&
a
¨
)
~
!
~
z
Ú
Ø
Ø
Í
+
!
"
+
(
$
$
)
*
"
+
,
"
-
"
(
-
"
0
"
)
³
¥
«
¥
ª
®
~
5
'
%
>
@
A
)
"
.
%
/
)
0
%
"
.
"
(
(
%
"
%
!
"
)
4
D
0
(
~
'
~
~
¨
~
&
'
µ
¨
(
1
)
2
$
(
"
)
"
)
)
)
$
%
"
)
3
$
!
"
"
$
)
"
"
)
(
$
(
)
"
¶
¢
)
¶
¢
²
¦
¥
'
Û
(
%
,
"
)
4
$
)
5
6
%
"
"
0
"
"
%
(
1
@
"
)
.
"
$
"
4
(
"
Ü
Ý
Þ
ß
à
á
â
ã
ä
á
Þ
å
Þ
â
æ
ç
è
á
é
ê
ë
ì
ç
í
ç
)
©
!
"
+
-
+
+
,
*
'
î
ç
ß
á
è
ï
Þ
â
ð
ì
Þ
ß
æ
Þ
ê
ñ
ì
î
ç
é
î
æ
ê
á
â
á
é
1
B
C
"
"
+
8
-
D
E
2
2
F
G
H
I
G
"
(
%
4
(
,
&
)
"
%
0
-
%
%
2
"
0
(
1
@
"
)
%
!
"
)
"
(
'
ç
æ
ê
á
é
ð
ã
ä
á
ß
ç
æ
ê
á
ß
Þ
ó
Þ
â
æ
ç
è
î
ß
K
,
L
~
¤
ò
'
é
=
ª
&
J
&
ò
~
3
'
í
'
"
-
&
/
"
%
$
(
.
,
"
(
%
*
0
(
1
@
"
-
"
(
%
5
E
)
/
·
~
~
'
â
á
é
é
Þ
à
î
à
Þ
õ
ö
~
~
ª
¸
ô
&
'
3
1
>
"
&
M
$
"
"
*
"
)
"
)
4
"
%
"
)
"
)
"
&
)
(
(
"
)
4
(
%
!
"
"
%
2
$
%
(
"
'
'
'
÷
;
*
$
N
H
2
"
)
(
%
"
)
%
)
"
"
$
5
"
(
4
(
(
$
%
%
"
5
ø
ù
ú
û
ü
ý
ú
þ
ÿ
ú
ü
ÿ
û
ÿ
ú
ø
'
'
'
ÿ
/
0
N
H
%
(
/
)
"
4
)
"
&
,
"
B
B
4
/
"
"
(
ø
ù
4
P
O
3
H
H
H
"
'
0
"
0
"
)
(
"
$
$
%
"
/
4
"
7
@
"
$
,
)
%
(
"
5
F
'
%
"
$
%
/
(
)
"
"
)
-
"
0
"
)
.
"
(
$
(
)
"
0
(
1
@
%
~
}
¯
´
¢
"
A
(
1
º
¨
~
'
+
'
&
'
'
'
+
(
~
ÿ
O
'
D
¨
'
¹
~
C
2
&
,
P
Q
R
"
9
"
P
!
"
)
"
%
"
3
$
)
"
)
"
)
&
4
(
"
@
)
)
G
)
B
"
$
)
-
(
%
~
~
ª
µ
¨
"
'
Q
>
C
$
"
)
/
(
4
"
(
7
.
8
%
"
3
$
)
4
"
/
)
$
.
4
"
)
)
1
"
W
V
X
Y
Z
[
\
]
V
\
^
]
_
"
)
/
0
)
%
9
$
%
)
"
%
$
%
2
"
(
!
"
Y
X
Y
b
\
c
d
Y
e
_
d
_
¢
"
:
%
"
$
h
]
_
i
V
f
h
\
Z
j
k
\
W
~
¶
¢
"
4
"
(
%
"
C
(
%
"
"
(
5
)
0
%
¶
l
\
m
n
\
¢
²
¦
¥
)
'
}
W
f
'
g
'
a
`
'
Z
'
V
¶
U
S
'
T
W
l
W
_
_
d
\
]
)
(
%
)
-
"
/
%
)
5
A
,
/
)
(
4
(
"
(
~
~
~
~
.
V
'
f
g
U
Y
]
h
_
Z
o
Y
p
q
]
V
Y
m
n
\
]
V
Y
(
4
"
(
0
)
"
,
(
"
;
"
&
%
(
)
"
$
)
$
'
(
)
)
5
"
<
V
l
\
l
_
Z
s
c
f
h
\
i
Y
[
\
p
\
d
t
X
_
8
0
%
*
)
3
$
)
4
%
"
2
"
"
)
"
'
%
(
,
$
.
$
"
.
4
(
W
Y
k
V
\
Z
u
_
]
W
\
W
l
\
v
\
]
p
\
"
(
%
.
4
"
)
"
)
(
$
4
&
3
$
$
4
$
,
k
U
Y
]
h
\
k
_
W
h
Y
Z
[
\
]
V
\
W
~
¨
»
!
"
5
'
¥
¼
"
Y
f
'
r
'
Y
f
-
n
g
'
®
r
)
\
m
V
w
c
_
V
]
%
"
(
"
,
=
,
(
)
(
"
°
¥
~
\
'
>
m
Y
n
V
\
d
Z
[
_
d
\
W
V
_
x
V
f
y
Y
%
)
?
(
)
.
3
$
@
%
~
¢
\
'
A
Z
^
]
c
W
\
z
i
V
d
)
3
$
%
0
(
%
7
5
Þ
ß
ä
æ
î
ì
ç
â
á
ç
Ý
Þ
â
í
Þ
ä
í
î
á
â
á
æ
ê
á
I
J
K
L
M
I
N
L
O
O
P
A
(
)
)
"
,
(
)
/
"
d
Z
j
k
\
W
l
\
v
V
é
n
_
W
h
V
W
¨
æ
ê
á
â
â
á
ê
ç
á
é
ç
â
ç
Þ
é
ç
é
á
ì
ê
Þ
é
)
ô \
O
î
]
)
_
\
H
s
ô
ô
V ~
~
~
'
Q
L
R
S
I
M
T
U
O
I
Þ
-
"
0
"
)
"
$
/
(
"
"
)
"
)
"
é
î
ê
î
à
Þ
é
ã
ä
á
Þ
é
ç
ß
á
é
Þ
í
á
ß
â
Þ
ò
)
~ Z
[
_
d
\
W
V
_
x
V
f
y
Y
ô
N
L
V
W
S
T
X
I
R
ô
%
/
"
/
"
)
.
)
B
(
)
-
(
d
{
n
V
\
Z
e
t
\
{
f
o
_
V
~
5
Þ
Y
ô
P
b
\
â
ì
î
Þ
æ
ç
â
õ
f
Y
Z
Z
[
ô
C
e
q
n
W
Y
d
Y
p
V
\
Z
j
k
\
W
l
\
m
n
\
W
l
_
d
\
]
-
"
(
%
A
,
"
)
(
"
0
V ý
ø
ÿ
û
ø
ù
ÿ
ü
ü
ÿ
ù
ø
ü
ø
ü
½
(
|
W
h
_
]
W
_
h
Z
x
c
n
\
f
v
V
\
"
%
"
"
)
4
"
4
(
"
@
)
)
"
&
W
'
'
%
.
2
%
"
)
$
"
(
)
ü
ÿ
ú
ü
ø
ý
~
©
entrevista
03
Curitiba, novembro de 2011
FALTA DIVULGAÇÃO E ALTERNATIVAS DE TRANSPORTES EM CAMPANHAS DO “DIA SEM CARRO” EM CURITIBA
URBS pretende restringir carros no centro “Estacionamentos regulamentados (Estar) têm a função de democratizar as vagas de estacionamento já existente nas ruas da cidade”
Comunicare – Os ciclistas reclamam, há anos, que não há estrutura para bicicletas e dizem que esse problema não foi solucionado. Por quê? Olga - Na verdade não foi solucionado. Há 5 anos, vem tendo uma demanda grande de pessoas que querem usar a bicicleta pra ir trabalhar e a cidade ainda não está preparada pra isso. O que falta é recurso financeiro. Por enquanto, infelizmente, tem que se construir degrau por degrau. O objetivo é pegar todas as ciclovias isoladas que existem e conectá-las, porque você não quer simplesmente ir de um ponto a outro, você quer poder circular por toda a cidade.
tionamentos no centro da cidade? Olga - Quanto mais espaço damos para o carro, mais espaço o carro vai pedir. Isso não vai acabar nunca e a cidade infelizmente só tem um tamanho. Então na verdade se você quer mesmo melhorar uma área central, tem que restringir a ida do veículo, cobrar caro o estacionamento, não pode permitir que ele estacione na rua. Mas pretendemos monitorar o trânsito com câmeras de segurança que vão ser implantadas em toda a área central e em todos os terminais e eixos de transporte. Com o objetivo de segurança, orientação e informação para o usuário. Porém, a equação veículos e ruas disponíveis nunca vai ser equilibrada.
“Quanto mais espaço o carro tem, mais espaço ele vai pedir”
Comunicare Então o que dificulta para se ter um sistema de transporte perfeito são os recursos? Olga - Não é só o recurso, tem todo um entendimento da sociedade. É necessário ter um projeto que seja apoiado pela administração, que todos queiram fazer e que não inviabilize o tráfego, cada caso é um caso. E fora os recursos financeiros é preciso uma proposta boa, que seja embasada, o que ainda não temos. Existem apenas diretrizes. Comunicare - Como controlar o trânsito e diminuir os conges-
Comunicare - Você é a favor do aumento da frota de táxi? Olga - Eu sou a favor, porque acredito que o táxi ajuda muito no trânsito. Se um táxi fica a sua disposição é menos um carro que vem pra área central, que quer estacionar. Em dias de grandes eventos, de shows, de jogo de futebol, você vai de táxi ele te deixa no portão, não fica no entorno e não precisa estacionar. O número de táxis já estava ficando insuficiente para dias de chuva e feria-
destas ruas para os desvios? Olga - Nós temos um programa de computador que faz simulações para saber o melhor desvio, ele simula o que gera de congestionamento em um ponto, da outras opções que não gerem um transtorno tão grande, é tudo em cima de simulações. Mas, passando do programa de computador pra vida real tem diferenças, sempre gera transtornos. Mesmo assim, temos que dar opção para a população, não da para fechar a rua e deixá-la sem alternativa.
Amanda Scandelari
Olga Prestes, arquiteta e coordenadora do Programa de Mobilidade Urbana da URBS (Urbanização de Curitiba), afirma que não há um projeto para suprir as necessidades do aumento anual na frota de veículos, pois acredita que quanto mais espaço é dado para o carro, mais espaço ele vai pedir, e não é esse o objetivo. Segundo ela, os estacionamentos regulamentados (Estar) têm como função melhorar o tráfego na região central e também democratizar as vagas existentes. A arquiteta explica que as campanhas do “Dia sem carro” não funcionam em Curitiba pela falta de divulgação e opções de transporte alternativos para os motoristas na data. Olga diz que nem a cidade, os motoristas e os órgãos públicos estão preparados para o uso da bicicleta como meio de transporte. Pois faltam recursos e um projeto bem embasado a ser apresentado. Olga Prestes é formada, pela Universidade Federal do Paraná, em arquitetura e urbanismo, fez especialização e mestrado em gestão técnica do meio urbano, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Trabalha na URBS há 20 anos.
Para Olga, a cidade não está preparada para o uso da bicicleta
do. Você pode ir a um barzinho, beber um pouco e não tem problema, não se preocupa com acidente, nem onde deixar o carro. Comunicare - Existem campanhas do chamado “dia sem carro”. Por que aqui em Curitiba isso não funciona? Olga - Na verdade é pouco divulgado e existem poucas opções também. Tem que ser uma campanha maior, ser preparada durante o ano todo, ser divulgada. Nesse dia seria necessário colocar mais ônibus na frota, ou até de repente deixar locais da área central só pra bicicletas. Não fazer uma campanha só na véspera.
do ruas com menor circulação de veículo, deixar semáforos sincronizados, são pensadas. Mas nunca alargar e abrir novas ruas, ou fazer revezamento de veículos. Comunicare - Cada vez aumenta o número de lugares com estacionamentos regulamentados, até mesmo em ruas dentro de bairros. Qual o motivo? Olga - Estar é uma forma de democratizar as vagas existentes. Porque se não tivesse Estar, as pessoas iam chegar cedo e deixariam o carro estacionado na mesma vaga o dia todo e você nunca poderia estacionar. Com o Estar você só pode deixar duas horas, depois é obrigado a tirar. Então pense quantas pessoas podem parar no mesmo lugar. E quanto aos bairros, você acreditando ou não, sempre é por pedido dos próprios moradores. Geralmente se existe uma rua principal com Estar e uma residencial ao lado, todas as pessoas vão estacionar na residencial e os moradores não poderão parar em frente as suas casas.
“A equação ruas disponiveis e veículos nunca vai ser equilibrada”
Comunicare Todo ano o número de carros aumenta. Existe algum projeto pra suprir esse aumento? Olga - Não tem. O objetivo é que cada um possa ter o seu carro, mas você não tem o direito de usá-lo todo dia e querer ir pra área central. Então o projeto que temos é melhorar cada vez mais o transporte coletivo e criar mais restrições para o carro na área central. Criar mais estacionamentos no entorno, pra você deixar seu carro e trocar por um ônibus. Mudanças como: monitorar o trânsito à distância, mandar mensagem ao motorista indican-
Comunicare - Quando uma rua está em obras e o tráfego nela terá que ser interrompido ou desviado para outra via, como é feito o planejamento e a escolha
Comunicare - A URBS faz campanhas de conscientização para os motoristas? Olga - Nós temos consciência de que falta muita campanha. Foi feita há um tempo atrás aquelas dos bichos, que os motoristas infratores eram comparados a animais, quem passava no sinal vermelho era comparado a um rato, e coisas assim. Foi uma campanha que atingiu muita gente, deu uma movimentada porque as crianças cobravam seus pais. Mas, uma campanha assim, que atinja um grande público, infelizmente, esta faltando. E novamente nos esbarramos no custo, porque uma campanha assim é cara. Nós estamos fazendo uma campanha para as pessoas não pararem em vagas preferências para idosos e deficientes, mas pequena, muito pequena. Comunicare - Quais são as principais reclamações que a URBS recebe? O que é feito para solucionar essas reclamações? Olga - Geralmente são reclamações sobre semáforos não sincronizados, muito trânsito nas ruas, ônibus muito cheios e inseguros, pichações em terminais, gente entrando sem pagar nas estações tubo, entre outas. Nós sempre buscamos solucionar essas coisas, mas parece uma maratona, tem a equipe dos vândalos e uma equipe da URBS, a gente sempre perde [risos]. Amanda Scandelari Camila Castro
©
(
'
6
¬
®
¯
°
¬
«
ª
²
³
´
±
¶
¹
¹
¸
·
´
(
²
(
«
®
µ
%
'
(
%
2
!
"
-
.
(
/
$
(
%
(
U
#
-
0
1
'
3
\
^
]
$
%
2
(
-
)
:
S
\
Z
%
;
5
<
[
Y
X
$
%
&
0
#
U
W
9
*
S
V
U
T S
%
+
R
3
*
/
+
&
S
@
&
$
)
)
A
'
(
4
!
"
%
5
6
&
$
C
D
E
F
G
D
E
H
E
I
J
K
L
M
D
J
N
E
E
N
E
O
O
J
P
E
C
F
Q
O
F
N
J
E
M
F
3
)
(
(
B
2
)
.
(
7
8
(
+
%
(
$
+
(
%
)
3
5
)
*
+
=
5
<
,
(
2
?
6
(
%
$
(
%
6
5
>
(
6
{
|
}
~
~
%
9
%
)
9
'
~
~
}
+
%
'
:
3
$
5
;
-
+
;
`
$
_
_
4
5
e
a
c
d
i
3
%
;
*
-
+
f
g
b
2
:
3
5
(
$
,
+
&
4
;
h
&
j
'
:
+
+
a
2
k
!
(
<
h
;
;
/
m
n
|
(
+
d
$
$
+
(
*
,
$
(
3
2
&
k
r
m
s
t
k
u
o
o
u
u
t
u
v
w
s
o
n
n
x
r
m
s
t
v
t
y
o
z
k
}
|
|
}
~
~
~
}
}
}
}
~
~
}
}
|
}
%
q
}
p
o
l
¤
~
}
}
|
|
}
}
|
~
}
~
}
}
|
}
}
|
}
|
}
|
¡
¢
}
}
£
}
¡
-
?
9
$
2
)
+
(
b
~
|
¦
}
|
}
}
}
}
}
¥
~
}
}
}
|
}
¡
$
¢
b
¥
a
2
£
}
¤
}
}
}
|
}
¡
3
}
~
}
¦
}
}
}
}
~
~
}
,
)
(
?
{
(
+
}
}
|
}
¡
§
~
}
|
}
}
}
|
}
}
~
~
}
~
|
}
}
}
}
|
}
¨
}
~
}
|
¡
"
-
!
0
6
$
!
1
5
"
2
&
%
7
#
$
'
,
&
&
%
,
&
+
*
"
&
.
"
&
%
)
&
%
'
#
!
,
!
h ^
$
,
,
b
g
f
"
%
&
/
!
$
"
g
d
a
%
&
%
&
0
1
&
e
b
d
c
#
#
2
&
!
a
b
`
/
"
*
3
&
'
&
_ ^
]
%
&
#
^
i
#
"
'
&
"
,
(
$
%
&
)
0
/
%
8
j
k
l
m
n
m
o
j
p
l
q
r
s
t
u
v
l
m
w
t
x
j
n
m
p
y
s
j
z
p
t
j
&
'
1
&
/
&
-
"
%
"
,
/
'
2
9
:
,
%
&
$
/
"
3
&
"
/
%
&
:
#
:
#
"
;
%
8
'
3
$
4
%
&
!
'
&
%
0
$
2
1
%
&
!
-
"
'
=
m
2
~
j
"
#
>
,
!
!
'
2
<
"
*
"
5
?
(
l
m
k
{
}
q
!
s
!
t
w
t
k
"
s
!
|
l
{
$
@
A
B
@
?
C
B
B
D
E
E
@
F
G
H
M
N
O
P
Q
R
S
T
S
P
G
U
I
C
S
F
V
D
S
G
J
W
K
X
@
S
Y
F
D
Z
G
L
[
U
C
\
06
cidade
Curitiba, novembro de 2011
URBS PINTA FAIXA AMARELA E IMPLANTA ESTAR PARA SEIS VAGAS NA RUA IVO LEÃO
EstaR em rua sem saída revolta comerciantes A Rua Ivo Leão, uma transversal sem saída da Avenida João Gualberto, localizada no bairro do Alto da Glória, ganhou modificações da URBS há duas semanas: Foi pintada com faixas amarelas e recebeu seis vagas de EstaR. Os comerciantes do local não gostaram das mudanças e querem a retirada das novas implantações. Paulo César Lessa, mais conhecido como Baiano, tem 53 anos e trabalha há 20 guardando carros nessa parte sem saída da rua, que não possui moradores, somente comerciantes. Com essa nova regulamentação, ele se diz prejudicado: “Aqui cabiam cerca de 40 carros estacionados em 45 graus, todo mundo estacionava e confiava em mim. Com essa faixa amarela eu perdi o meu sustento.” Raquel Neuwert trabalha em uma ONG cujo escritório funciona nessa rua e não gostou das novidades. “Eu preciso vir trabalhar de carro, e sempre deixava estacionado aqui. Agora não sei o que eu faço, achei isso muito desnecessário. Não tem movimento aqui, só nós que trabalhamos e precisamos estacionar”. Valdete Corrêa tem uma banca de revistas próxima ao local, e disse que sempre deixava o carro aos cuidados do baiano: “Nós não tínhamos medo de entregar a chave na mão dele, todos o conhecíamos. Ele tem quatro filhos pra criar e agora perdeu o sustento, além de nós não podermos mais estacionar.” Rosan Roberto Prestes, que também trabalha em um desses escritórios, disse que a nova implantação prejudicou a todos que trabalham na região, e também ao dono da lanchonete da rua: “O movi-
mento diminuiu, porque os clientes não tem mais onde estacionar”. Ele completa afirmando que todos estavam satisfeitos com a situação, e que ninguém nunca tinha reclamado: “A URBS teria que atender o que parte de nós e não inventar coisas que nos prejudiquem”. “Pessoas deixavam a chave na minha mão para que eu procurasse vaga e estacionasse. Era melhor pra todo mundo, ninguém ficava sem vagas e eu conseguia tirar um bom dinheiro. Alguns me pagavam por mês, e muitos ainda lavavam o carro comigo. Além disso, tenho quatro filhos e era daqui que eu os sustentava”. relata Baiano. Roseli Rodrigues também trabalha nessa rua e diz que a indignação é geral: “Não somos contra EstaR, somos contra EstaR nessa rua. Cabia muito mais gente e o baiano ainda podia tirar seu sustento”. Elza Antaszczyszyn, outra trabalhadora do local, afirma querer ao menos que a URBS explicasse os motivos: “Assim, do nada, parece apenas outro meio para ganhar dinheiro”. A URBS, pelo contrário, declarou que a implantação do EstaR é a maior reivindicação dos comerciantes da cidade, e que a ação foi pedida pelos moradores e comerciantes, além de fazer parte do novo projeto de trânsito que envolve a Avenida João Gualberto. Eles afirmam que o EstaR é uma forma de democratizar as vagas, senão a mesma pessoa deixa o carro estacionado o dia inteiro e não dá espaço para as outras.
Ana Luísa Bussular Gustavo Magalhães
Gustavo Magalhães
Todos reclamam da falta de vagas e falam pesarosos de suas preocupações com o sustento da família do Baiano
Com foto da Ivo Leão, “Baiano” mostra como as vagas oblíquas eram bem aproveitadas
75% das vagas regulamentadas em Curitiba são pagas Curitiba possuí 13.986 vagas regulamentadas nas ruas. Somente 25% delas são gratuítas, 75% necessitam do cartão de EstaR e também são destinadas a idosos, deficiente físco, carga e descarga. Veja os números abaixo:
FONTE: URBS
ESTAR: 9.390 VAGAS
CARGA E DESCARGA: 438 VAGAS
IDOSO: 467 VAGAS
DEFICIENTE FÍSICO: 200 VAGAS
Arte: Náthalie Sikorski e Rhaíssa Silva
economia
07
Curitiba, novembro de 2011
MONTADORAS e empresas de autopeças tiveram um aumento no número de estabelecimentos
Para Fiep, fábricas trazem benefícios ao estado Paraná participa com 11% na produção de veículos no Brasil e em seus 604 estabelecimentos gerou mais de 43 mil empregos formais O estado do Paraná vem se destacando no cenário automotivo, no que diz respeito aos diversos investimentos realizados no estado por várias indústrias automobilísticas. Atado a esses fatores, aspectos positivos como a geração de empregos, e negativos como o aumento do custo de vida, estarão presentes na instalação dessas indústrias em Curitiba e na Região Metropolitana. Atualmente o estado do Paraná é considerado um dos principais pólos automotivos: ele participa com 11% na produção de veículos em todo o país. Diversos investimentos na região foram realizados graças a grande oferta de terrenos; redução dos impostos; mão de obra mais qualificada (nas regiões onde predominam atividades industriais, a participação de empregados de nível superior é mais elevada em setores em que o emprego de tecnologia é mais intenso); pela proximidade de São Paulo e de países do Mercosul e pela abundância de energia elétrica (que é 10% mais barata que nos outros estados). Com o aumento na instalação de fábricas automotivas no Paraná, montadoras e empresas de autopeças também tiveram um aumento no total de estabelecimentos para atender a grande demanda de produtos para a fabricação dos carros. Questões como moradia, educação, saúde, transporte, entre outros, também tiveram seu desenvolvimento afetado, já que ocorre um aumento na concentração de famílias nas regiões próximas as fábricas. Para Marcelo Alves, economista responsável pelo acompan hamento e apoio técnico-econômico aos setores automotivo, reparação de
Cesta básica
veículos e borrachas da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), “os efeitos positivos são muito maiores que os negativos”, graças ao aumento da visibilidade para o estado e da geração de empregos (entre os 604 estabelecimentos do setor automotivo no Paraná, foram criados mais de 43 mil empregos formais). Em um aspecto mais abrangente, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea) estima que as montadoras vão investir 21 bilhões de dólares no Brasil até 2014, demonstrando o grande interesse por essas indústrias em se instalar no nosso país.
variação de preço das cestas básicas antes e depois da instalação das indústrias automobilísticas
Fernanda Vargas
Carros e a poluição
Histórico
Os efeitos ambientais gerados pelas indústrias automobilísticas são causados indiretamente: não é o processo de produção em si, mas o produto final é o que polui. O grande número de carros que são fabricados aumenta o tráfego de veículos e, consequentemente, aumentam a quantidade de gases poluentes na atmosfera, embora não seja um problema exclusivo de Curitiba ou outras cidades que possuam indústrias automobilísticas. “As empresas devem ter uma gestão de resíduos sólidos e líquidos e dos produtos que são recicláveis. Elas devem esclarecer para onde esses resíduos vão” explicou Delton Adriano Gomes, zootecnista e professor técnico em meio ambiente e agropecuária no Tecpuc. Segundo Gomes, existe pouca fiscalização dos órgãos públicos no controle de qualidade das indústrias automobilísticas.
O processo de expansão das indústrias automobilísticas em Curitiba iniciou-se no começo da década de 70, quando indústrias de produção de grande escala, como a Volvo, New Holland, Denso, Krone e Bosch, começaram a se fixar na região. Mas foi na década de 90 que o setor realmente se consolidou com a instalação da Volkswagen, da Renault e da Nissan.
“Na Europa existem placas que indicam a quantidade de poluentes que são soltos na atmosfera em cada tipo de veículo nas concessionárias. No Brasil as pessoas se preocupam com a aparência e o conforto do veículo.” Mas empresas como a SKF do Brasil, estão investindo em tecnologias que reduzem o impacto ambiental. Ela está fabricando um novo tipo de rolamento para rodas que reduz o consumo de combustível e, conseqüentemente, a emissão de CO2. Fernanda Vargas Daniela Maccio
Diversos incentivos à investimentos industriais foram realizados pelo Governo do Paraná na época e grandes divulgações sobre as vantagens que o Estado poderia fornecer, fizeram com que muitas dessas empresas preferissem se instalar por aqui. Ocorrendo assim, uma descentralização das indústrias desse setor que se encontravam em São Paulo principalmente. Curitiba e Região Metropolitana forneciam diversas vantagens como: uma estrutura produtiva moderna e em expansão; localização estratégica; existência de um parque fornecedor principiante, mas que fornecia qualidade; infraestrutura adequada; qualificação de força de trabalho; entre outros. Hoje, Curitiba e Região Metropolitana abrigam importantes fábricas como a Renault, Audi/Volkswagen e New Holland, que juntas geram mais de cinco mil empregos diretos. (FV) Fonte: MEINERSW, I. E. M. de A. Implantação da indústria automobilística e novos contornos da região de Curitiba. Curitiba, 1999. Tese (Mestrado). Curso de Pós Graduação em Economia. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 1999.
08
comportamento
Curitiba, novembro de 2011
o crescimento da frota de veículos gera conflitos entre condutores
Aumentam as brigas no trânsito na capital
O estresse provocado por congestionamentos é um dos principais fatores atrás do número de brigas entre motoristas curitibanos prisão e na sequência são encaminhados à Polícia Civil. Diante do escrivão vão contar suas versões, assinar um termo confirmando a veracidade do relato, assumindo a responsabilidade pelo que disseram. Se o documento for encaminhado ao Tribunal de Pequenas Causas, em primeira instância, vão ficar frente ao advogado conciliador e se necessário do Juiz, explica Teixeira. Algumas situações, muitas vezes não chegam ao conhecimento da polícia. Um exemplo é o caso do funcionário público, Fernando Fujihara* que esteve com sua família a passeio em Curitiba, e passou por momentos pelos quais nunca imaginou que passaria, ele conta ter sido realmente um pesadelo. Numa tarde de sábado ele e a família estavam com o carro estacionado no centro da cidade, quando outro veículo estacionou na frente, e ao dar à marcha à ré, acabou esbarrando no seu carro. Fernando desceu do carro e chamou o condutor do outro veículo para avaliarem a situação, pois o mesmo até o momento não tinha dado a menor atenção para o ocorrido. Tudo transcorria normalmente, quando o outro motorista, sem qualquer motivo começou a xingar
Qual é o maior problema No trânsito da cidade?
“O excesso de carros nas ruas. Curitiba não comporta tantos veículos.”
Gleize Petez
As brigas no trânsito em Curitiba vêm aumentando a cada dia, devido ao crescimento da frota de veículos, pela facilidade em se adquirir automóveis. Mais carros nas ruas causam congestionamentos e estes, resultam em motoristas estressados. Segundo o soldado Gerson Teixeira, do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), o qual trabalha há dezesseis anos na corporação, a incidência das brigas é maior entre os homens. Teixeira comenta que o estresse surge quando acontece o acidente pelos dois principais fatores: O condutor constata que o seu bem material foi danificado ou que ele vai perder o horário do trabalho, da faculdade. As autoridades competentes deverão então ser chamadas e existe uma extensa burocrácia envolvida. Como se não bastasse, os dois querem ter razão e o nervosismo contribui para dificultar a negociação. Se chegar ao local e os motoristas estiverem apenas discutindo, o policial tenta acalmar os ânimos, aconselhando-os a resolverem amigavelmente. No entanto, se estiverem em vias de fato, termo usado pelos agentes, ou seja, trocando agressões físicas, aos dois é dado voz de
Teixeira: “Temos que ser imparciais quando resolvemos brigas de trânsito.”
e proferir palavrões num volume tão alto que todos que passavam paravam para ver o que estava acontecendo. “O que o sujeito queria era provocar uma briga, pois gritava com o dedo em riste quase tocando em meu rosto, estava tão próximo de mim, que tive que afastá-lo. Esta minha reação fez com ele partisse com fúria para cima de mim, dando pontapés. Eu que nunca tinha vivenciado uma situação dessas, fui apanhado de surpresa, sem saber o que fazer”, diz Fujihara. Ainda conta que se sua esposa teve que interferir para tentar acalmar seu marido e protegê-lo das
agressões. Ao ver seu desespero, resolveu não revidar as provocações. Alguns moradores da região os abrigaram num recinto fechado, enquanto o indivíduo continuava esbravejando do lado de fora, até finalmente ir embora. Fernando não registrou queixa, por não conhecer o agressor e finaliza: “Ficamos tão desnorteados com a situação que não anotamos a placa de seu veículo, e ademais, é um dia para se esquecer.”
Celina Mayer, 46, musicista
“A falta de espaço para transporte alternativo e o número excessivo de carros.” Pedro Henrique Silva , 21, estudante
*Nomes foram modificados Gleize Perez
curitibanos não deixam congestionamentos atrapalharem suas rotinas
Motoristas encontram formas de passar o tempo no trânsito O trânsito já faz parte da rotina de muitos curitibanos que estão buscando maneiras de manter a calma e se distrairem no congestionamento. Curitiba tem o maior número de carros por habitante, 0,63, uma frota de mais de 1.700.000 veículos segundo dados do IBGE. Com isso, o trânsito intensifica e os horários de pico se extendem. A vendedora Graziella Farfud conta que passa pelo menos 30 minutos por dia presa no congestionamento. “Saio do trabalho e busco meu filho Bruno (dois anos) na escola. Ele fica muito inquieto e estressado no trânsito, tive que instalar DVD pra ele assistir enquanto não chegamos em casa”, ela conta. Graziella ainda
afirma que antigamente Curitiba tinha horários de rush, hoje é possível enfrentar trechos congestionados a qualquer hora do dia. Mário Resende, 22, é assistente administrativo e trabalha a três quilómetros de casa. “Mesmo morando perto, demoro uns 40 minutos pra chegar em casa”, ele relata. Resende aproveita esse tempo para ouvir as notícias de esporte no rádio. O taxista Maurílio Domingues se diz ficar muito estressado no congestionamento, ainda mais quando está com passageiros. “As vezes eles estão com presa, ficam doidos! Daí eu fico nervoso também”, comenta. Mas entre uma corrida e outra gosta de ouvir música sertaneja e ler o
jornal para relaxar. Muitos motoristas estão aprendendo a viver com o trânsito e transformam o tempo que seria ocioso em produtivo. O engenheiro mecânico Damian Moreti mora no bairro Batel e trabalha em São José dos Pinhais, 30 minutos na ida ao trabalho e 40 na volta. Moreti aproveita esse tempo para ligar para os parentes que moram em Santa Catarina, fazer ligações de negócios e ouvir podcasts que baixa em inglês. “Dessa forma eu pratico meu inglês e me informo sobre assuntos que me interessam como tecnologia”, diz Moreti e acrescenta: “Já que não tem como fugir do trânsito, me mantenho ocupado”.
Muitos jovens aproveitam o tempo em que estão presos no congestionamento para atualizarem e checarem suas redes sociais. A estudante de administração Natália Nogueira conta que não larga o celular enquanto vai da faculdade para o estágio. “Tenho até medo de levar multa, mas sou muito viciada”, admite Natália. A gerente comercial Karime Liege, 23 anos, também usa seu celular para acessar seu Twitter para ver notícias dos amigos enquanto está no trânsito. “Mas tem dias que fico tanto tempo parada que já cheguei a pintar as unhas”, complementa Karime. Mariana Siqueira
“O maior problema é a falta de educação dos motoristas”. Elisa Amaral, 68, professora
“A falta de vias rápidas onde o trânsito tem um fluxo melhor.” Fábio Boros, 23, advogado
comportamento
09
Curitiba, novembro de 2011
apesar dos riscos de serem pegos, jovens gostam de se relacionar em veículos relacionamentos
Casais usam carros para namorar Namorar no carro é muito comum e uma prática especialmente popular entre os jovens. Não é de agora que casais escolhem seus veículos para terem momentos um pouco mais íntimos, porém, essas atividades podem ser arriscadas, pois envolvem questões legais e podem até levar à prisão. Segundo a psicóloga clínica com especialização em sexualidade humana, Mariângela Salomão, a alternativa de se relacionar dentro de carros pode depender de vários fatores. “O carro é para alguns casais o local onde eles têm mais oportunidade, seja pela questão financeira ou até pela disponibilidade de tempo e de lugares mais apropriado”. Mariangela afirma que a sensação de adrenalina também contribui para deixar a situação mais interessante e apelativa. O fato de ser um ato escondido e até mesmo proibido e o medo do flagra se relacionam estreitamente com o emocional das pessoas. A sexóloga explica que “Em nossa memória afetiva existem brincadeiras infantis como, por exemplo, esconde-esconde, gato mia que por proporcionarem momentos
Pauline Féo
Busca por novas aventuras é um dos motivos para a preferência de relações íntimas dentro de automóveis
Casais jovens consideram conveniente se relacionar em carros
prazerosos, deixam registros que fazem com que as pessoas queiram reproduzir essas sensações na vida adulta”. Praticar relações sexuais no carro tem aspectos parecidos com essas situações lúdicas já vividas e por isso ativam essa parte da memória. No entanto, esse tipo de ‘brincadeira’ pode acabar mal. O advogado Ricardo Stival esclarece: “Qualquer situação obscena que tenha exposição para o público, com o intuito ou não, e gere constrangimento para o quem estiver presente constitui atentado ao
pudor” e segundo o Código Penal Brasileiro os praticantes do atentado podem receber pena de seis a 10 anos de reclusão. Apesar de já ter sido surpreendida por uma pessoa que bateu na janela do carro enquanto ela e o namorado tinham relações íntimas, a atriz, Lara de Oliveira*, 22 anos, considera o veículo um local estimulante para namorar. Ela conta suas razões: “Quando se está com muita vontade e não dá tempo de chegar em casa ou em um motel, ou só pela aventura mesmo, a melhor solução é ficar no carro mesmo”.
Já Eduardo Fagundes*, estudante de design, não pensa do mesmo modo. “Já fiz a experiência com a minha namorada, mas foi muito desconfortável. Acho que vale mais a pena esperar por um lugar mais espaçoso”, ele afirma. Com relação à emoção de estar em uma situação de possível flagra, Lara* e Juliana Medeiros*, 20 anos, têm opiniões diferentes. A primeira não gosta muito da sensação e a segunda considera um adicional interessante para a relação. Elas dizem que os carros idéias para se namorar dentro são os mais espaçosos e altos. Juliana, que tem um celta diz, “No meu carro é impossível, por ser pequeno. No banco de trás do carro do meu namorado que é um Honda City é bem confortável”. Para João Figueiredo*, 21 anos, o que importa é que o carro tenha vidros escuros. Ele e a namorada gostam de se ficar no carro para fugir da rotina e fazem isso sempre que encontram uma situação favorável. *Nomes foram modificados Pauline Féo
Carros que mudaram o cinema
Se Meu Fusca Falasse (1968)
De Volta ao Futuro (1985)
Carros (2006)
À Prova de Morte (2007)
O fusca de corrida Herbie tem personalidade própria e encanta os seus pilotos e quem o conhece.
Os clássicos dos anos 80 conta a saga do adolescente Marty McFly e o cientista Doc Brown que viajam no tempo em sua DeLorean.
No filme da Pixar, o campeão de corrida Relâmpago McQueen é condenado a reparar a estrada de uma pequena cidade onde faz amigos para toda a vida.
Na obra de Quentin Tarantino o protagonista Stuntman Mike persegue mulheres e usa seu carro “a prova de morte” para executar seus planos macabros.
Motoristas paqueram no trânsito
Apesar do grande estresse causado pelo trânsito e congestionamento das grandes cidades, algumas pessoas conseguem tirar proveito disso. Paquerar e flertar com o motorista do carro do lado pode render grandes histórias e encontros interessantes. Fernanda Beirão, estudante de direito, estava a caminho de um churrasco da faculdade com algumas amigas quando percebeu que um homem no carro ao lado não tirava olho dela. “No começo, levei na brincadeira e não dei muita bola. Mas depois de um tempo ele disse que era sério, que tinha gostado de mim e pediu meu número de telefone”, conta ela. Depois de muito insistir as amigas conseguiram convencer Fernanda a entregar seu contato ao desconhecido. “Acabei dando meu numero para ele, nos falamos algumas vezes e decidimos sair na semana seguinte”, complementa. Para Amanda Katherine Leite, atriz, e Felipe Costa, engenheiro civil, as coisas não foram muito diferentes. Ela estava num congestionamento no centro da cidade quando ele e um amigo a chamaram pela janela do carro querendo saber o ela iria fazer a noite. “Era Festival de Curitiba e tinham mil peças de teatro rolando pela cidade. Os próximos dois sinaleiros que fecharam foram o suficiente para que combinássemos de ir a um espetáculo juntos na noite seguinte”, ela explica. No caso de Fernanda ainda aconteceram mais alguns encontros, mas a história não desenrolou para nada mais sério. “Foi tudo muito divertido, nunca imaginei que aconteceria comigo, sair com alguém que conheci no trânsito. Mas depois descobri que nós não tínhamos muito a ver e cada um seguiu para um lado”, admite ela. Já Amanda continua saindo com Felipe até hoje e admite a dificuldade de começar uma relação com um completo desconhecido. “Já faz sete meses! É estranho e difícil, claro, começar uma relação com um, até então, estranho. A insegurança de não saber com quem você está lidando. É um desafio para ambas as partes”, conta. Olívia D’Agnoluzzo
10
social
Curitiba, novembro de 2011
Viagens, passeios e reuniões fazem parte do cotidiano dos que participam de clubes de carros
Carros antigos não agradam herdeiros Colecionadores que se reúnem no Largo da Ordem todo domingo, há mais de 17 anos, para expor seus automóveis antigos, estão preocupados com o futuro da coleção. Para eles, os jovens se simpatizam com os carros, mas, não com o dever e a preocupação de cuidar, fazer manutenção e dar continuidade a tradição. Antigomobilismo é o hobby de colecionar carros antigos, normalmente a paixão é transmitida de geração em geração, mas, segundo Bernardo Valentini, 60, que coleciona carros desde 1979 e hoje possui cerca de 15 no seu acervo, “os jovens só dão valor para o que é novo hoje, os carros do ano, às marcas Porche e Volvo”. Para Roque Zatti, 66, o gosto tem que vir desde criança, por isso tenta garantir o futuro da sua coleção levando os netos nas exposições e ensinando valor que é possuir essas raridades. Zatti, tem um Chevrolet Styline 1952, que está reformando há cinco anos e um Ford 1929, também conhecido por Calhambeque, seu orgulho. Zatti conta que comprou o carro por R$ 15 mil, totalmente estragado e que gastou R$ 50 mil para refazê-lo. “Comprei todas as peças originais, mandei e-mail para a Ford dos EUA
e em pouco tempo elas chegaram, hoje ele está perfeito, já adquiri a placa preta e às vezes até me pedem para fazer casamentos com ele.” O medo de não ter continuidade no hobby faz com que muitos apaixonados lamentem o futuro dessas raridades. “Esses carros que estão aí, antigos como a maioria chama, o destino é o museu, e se nós não os mantivermos bem conservados, e tentando resistir ao fim dessa paixão, não vai ter mais carro antigo”, afirma Valentini. Valentini revela ainda que ele colocou três carros no Museu do Automóvel, aqui em Curitiba, e que fez isso para ajudar na divulgação “se nós que temos carros antigos não colocarmos em exposição pra que serve então, pra ficar guardado? As pessoas têm que admirar nossos brinquedos, porque ter um antigo é como ter um brinquedo, não tem direção hidráulica, não tem velocidade”, afirma. A manutenção dos automóveis são caras, mas, de acordo com a maioria dos amigos que frequentam a praça com seus modelos, mesmo se oferecerem o dobro do valor do carro, na hora, eles rejeitam.
Isabelle Warzinczak
Aficionados não sabem quem irá dirigir suas coleções
Aramis com seu Ford Super Deluxe 8, 1948, no tradicional encontro de colecionadores no Largo da Ordem
Museu do automóvel preserva carros com mais de 80 anos
Chuva destrói carros e fecha parte do Museu O intuito de preservar carros antigos levou um grupo de colecionadores a fundar em 1968 o Caamp (Clube de Automóveis e Antiguidades Mecânicas do Paraná), transformado em Museu do Automóvel em 1976. O acervo conta com 150 automóveis, alternados em 80 vagas. Segundo a gerente, Aline Duarte, 22, atualmente devido à enchente provocada pelo Rio Barigüi em fevereiro deste ano, um pavilhão encontra-se fechado e muitos
carros estão aguardando conserto. Hoje estão expostos 37 carros e três motos. Os colecionadores temem novos prejuízos, alguns decidiram não recolocar os veículos. Os veículos datam do ano de 1919 a 1960. Destacam-se uma Caleça francesa Rotschil de 1910, clássicos como o Lincoln Continental, 1947, o McLaren M23 com o qual Emerson Fittipaldi sagrou-se campeão mundial de Fórmula 1 em 1974, bem como o Cadillac Presiden-
cial do ano de 1952 doado pelo então governador do estado do Paraná João Mansur e, o Eldorado, 1953, único modelo existente no Brasil. O horário de funcionamento do museu é de terça a sexta-feira das 14h às 17h e, aos sábados e domingos das 10h às 12h e das 14h às 17h. Está localizado na Avenida Cândido Hartmann, 2300, no Parque Barigüi. Thiago Radael
Isabelle Warzinczak Juliana Pivato
De acordo com a Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), a placa preta é o certificado de originalidade. Previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), só adquire o certificado os veículos que foram fabricados há mais de vinte anos; conservam suas características originais de fabricação e integram uma coleção. A FBVA e os clubes antigomobilistas são autorizados a emitirem os certificados. Os certificados de originalidade de veículos de coleção fazem parte integrante da documentação de regularização aos Detrans, que emitirão o Certificado de Registro de Veículo (CRV), caracterizando a nova modalidade do veículo com a expressão: “Veículo de Coleção”, e as placas de identificação. (IW)
Thiago Radael
PLACA PRETA
Ford 40 A, Roadster de Luxe, motor quatro cilindros, potência 24 hp, fabricado nos Estados Unidos, 1929
social
11
Curitiba, novembro de 2011
ALGUNS passageiros recusam serviço de táxi quando percebem que quem dirige é mulher
Mulheres taxistas são alvo de preconceitos
Correspondendo a aproximadamente 3% no mercado de trabalho, as motoristas de táxi ainda enfrentam estranhamento de passageiros
Preconceito contra colegas mulheres
Jordana Basilio
Segundo dados da URBS, dos 2.252 veículos destinados ao serviço de táxi em Curitiba, apenas cerca 3% são conduzidos por mulheres. Elas, além de lidar com o estigma de que mulheres dirigem mal, precisam também conviver com o preconceito por fazerem parte de um mercado de trabalho majoritariamente masculino. Taxista há 5 anos, Silvana Ribas, 35, comenta que é comum as pessoas se espantarem quando entram no táxi e percebem que é uma motorista. Alguns passageiros chegam a perguntar a quanto tempo ela dirige e trabalha como taxista, o que, para ela, não deixa de ser uma discriminação. “Na verdade, é um preconceito maquiado, porque, certamente, eles não perguntariam isso se fosse um homem dirigindo”, comenta. Marli Terezinha de Castro, 48, motorista de táxi há 6 anos, revela que já foi discriminada tanto por homens quanto por mulheres. Conta ainda que, normalmente, os passageiros disfarçam e esperam pelo próximo táxi, mas já houve o caso de um passageiro se recusar a entrar em seu carro. “Um homem pegou o segundo táxi do ponto e disse para o taxista que não iria com o primeiro, que era eu, porque ele não queria ir com uma mulher”, relembra Marli.
Marli, taxista há 6 anos, já foi discriminada por homens e mulheres
Marcos* afirma que não se sente confortável em fazer uma corrida com uma mulher. Para ele, além dos homens dirigirem melhor, eles têm mais controle sobre o veículo. Segundo Silvana, além do preconceito entre os passageiros, outro preconceito que as taxistas têm que enfrentar é o que há entre os próprios colegas de trabalho. “Para os homens taxistas, nós, mulheres, estamos ocupando o lugar de outro homem”, explica. Trajetória Aparecida de Lourdes Silva, 56, trabalha como taxista há 25 anos. Ela conta que quando virou motorista de táxi, em 1986, havia apenas mais 7 mulheres que trabalhavam como taxistas. De todas, hoje ela é a única que continua trabalhando no ramo. Lurdinha, como é conhecida entre as colegas de profissão, conta
“O meu taxímetro tem o mesmo valor que o de qualquer outro”
que, antes de se tornar taxista, trabalhou como zeladora, doméstica, balconista, mas além de ser uma atividade mais lucrativa, foi com o táxi que ela se realizou profissionalmente. “Eu gosto do que eu faço, por isso estou há tantos anos na mesma profissão”, comenta. Durante os 25 anos como taxista, Lurdinha já passou por várias situações de preconceito, mas para ela, quem mais discrimina são os próprios taxistas. Ela conta que já houve caso em que um taxista “brincou” com um passageiro para que ele tomasse cuidado durante o percurso, porque a taxista bebia. Embora Lurdinha nunca tenha discutido pela discriminação que sofre entres os colegas de trabalho, ela gostaria de houvesse mais respeito quanto à sua profissão. “O meu taxímetro tem o mesmo valor que o de qualquer outro taxista”, justifica. * O nome foi modificado
Preconceito no trânsito ainda é algo muito comum. Maria* trabalha para uma companhia de táxi e sofre constantemente com o preconceito dos colegas. Com 46 anos, ela precisa enfrentar as rejeições por ser uma motorista mulher. Ela afirma que sempre perde clientes por seus colegas do sexo oposto não a respeitarem como ela merece. “Um dia estava levando um cliente para casa, quando meu rádio tocou, e eram meus colegas. Eles me perguntaram alguma coisa e logo que eu respondi começaram a rir da minha cara. Deram a entender que eu não tinha direito nenhum ali, por ser mulher, me senti muito mal”, afirma Maria. A taxista disse que isso era frequente em sua rotina de trabalho. Todos os dias sofria com o preconceito de seus colegas e perdia muitos clientes por tais brincadeiras de “mau gosto” que eles faziam. “Porque eu sou mulher, não tinha direito a voz ali, sabe. Um dia até peguei o nome, RG e telefone de um passageiro que viu tudo acontecendo para servir de testemunha quando eu resolver processar alguém”, confessa a taxista. “Não acho certo isso que fizeram com ela e por isso dei meu nome para ajudar. Pra mim, não importa se quem dirige é homem ou mulher, deficiente físico ou não. O que importa é se a pessoa tem a capacidade de dirigir bem ou não”, afirma o estudante Bruno Guerra, 20. Segundo lei trabalhista, as distorções que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho são consideradas como assédio moral. É vedado impedir o acesso ou adotar critérios subjetivos para deferimento de inscrição ou aprovação em concursos, em empresas privadas, em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez. O processo da punição por infração à lei é feito por meio da aplicação e cobrança de multas como possibilidade indenizatória. Se o caso for caracterizado como difamação ou injúria, resultará em penas maiores. *O nome foi modificado Diana Araújo
Carine Rocha Jordana Basilio
Perfil dos Táxis de Curitiba
Frota total Adaptados Homens Mulheres
N º carros 2252 4 4433 443
Atenção É importante ressaltar que o número de carros é inferior ao número de taxistas (no total, 4876). Isso acontece porque um carro pode ter mais de um motorista credenciado. Sendo assim, há um rodízio de taxistas em alguns carros, nem todos os motoristas possuem um táxi exclusivo. Fonte: URBS Infográfico: Bruna Milanese
12
geral
Curitiba, novembro de 2011
examinados defendem o sistema e dizem que ficou mais organizado
Terceirização dos exames causa polêmica
Alunos examinados reclamam da avaliação das clínicas, alegando que elas reprovam os indivíduos para conseguirem ter mais lucros teste pscicotécnico. “Isso era o que menos preocupava na hora de tirar o documento, hoje muita gente está sendo reprovado nesse exame, e isso se deve às clinicas que querem lucrar com os exames”, alega Priscila. As clínicas credenciadas pelo Detran se defendem alegando que os exames depois de terceirizados são feitos com muito mais rigor, dando mais tempo e atenção para cada exame. A psicóloga Mônica Pontes, 40 anos, da JM clínica médica, alega que os exames são realizados da melhor maneira possível, e talvez ocorram mais reprovações que antes, pois a avaliação é mais precisa . “Devemos avaliar muito bem os futuros motoristas e aqueles que estão renovando a carteira, é por aqui que começa a segurança no trânsito”, diz Mônica. Ela acrescenta que as clínicas trabalham com profissionais qualificados e agem de acordo com seu código moral. Outro motivo para reclamação dos examinados é o fato de não poder escolher a clínica em que fará
o exame. Marina Kruger reclama que quando foi fazer o exame, ele foi marcado pelo Detran em uma clínica em um bairro longe da sua casa. “Deveriam mapear melhor as clínicas e facilitar a logística para os exames”, diz Marina. Por outro lado, há os que defendem o serviço feitos pelas clínicas. A professora Maria Regina Rocha, 53 anos, precisou renovar sua carteira de motorista, ela diz que aprovou o novo sistema de avaliação. “O novo sistema é muito mais organizado, marcamos horário na clínica e somos muito bem atendidos”, diz Maria Regina. A gerente da Auto Escola Auto Moto, Luisa Azevedo diz que as auto-escolas não tem nada tem a ver com esse sistema.“Apesar de não termos nenhuma ligação nossos alunos reclamam desse novo sistema. O candidato paga uma taxa de R$ 30,99 a mais para fazer a segunda avaliação do psicotécnico, o que no Detran não era necessário,” diz Luisa.
Amanda Vicentini
O Detran desde 2009 passou a realizar seus testes pscicoténicos, terceirizando o serviço com clínicas psicológicas. Essa terceirização dos serviços gera polêmicas. Se de um lado há os que concordam defendendo que dessa forma existem mais vagas disponíveis e que a avaliação do candidato é mais completa, há aqueles que dizem que a clínica recebe por exame e não por candidato e isso pode gerar uma reprovação apenas para a clínica arrecadar taxas extras. O estudante Eduardo Fagion, 20 anos, diz que a terceirização prejudicou quem está tirando a carteira de motorista, encarecendo a obtenção do documento. “Com a terceirização desse serviço as clínicas começaram a lucrar, reprovando o sujeito sem explicações. “Temos que insistir para saber por que fomos reprovados”, lamenta Fagion. A estudante Priscila Carraro, 19 anos, também reclama desse sistema. Ela está fazendo sua carteira de motorista. Ela diz que antes era muito fácil passar no
Psicotécnico é uma das fases para fazer a carteira de motorista
código brasileiro visa a segurança no trânsito
Dados levantados pelo Diretran
Multas são vistas como forma de punição e não como modelo de concientização te público,” diz Campanharo. O empresário Leonardo Oliveira, 25 anos, diz que as pessoas de modo geral causam infrações em casos extremos, quando estão com pressa, por exemplo. “As multas deveriam ser melhor avaliadas”. Mas, ele também afirma que as multas fazem com que as pessoas tenham mais consciência depois que recebem a multa em casa. A socióloga Maria Rita diz que modelos de coerção social são necesssários na sociedade que vivemos para determinar limites. “As multas servem para conscientizar o indivíduo que cometeu uma falha e ele é punido por isso, entretanto não devemos achar que isso serve como forma
de educação para o trânsito, punir não é a solução para melhorar o trânsito” diz Maria Rita. A psicóloga Hellen Serra, diz que o ritmo frenético das grandes cidades faz com que os motoristas acabem cometendo mais infrações. “As infrações muitas vezes são consequências do stress causado pelos engarrafamentos, a pressa de chegar a algum lugar,” afirma Hellen. O Diretran, órgão responsável pelas autuações, diz que segue o regimento do Código Brasileiro de Trânsito e que seu papel é fiscalizar da melhor forma as imprudências, sempre visando o bem comum da sociedade. Amanda Vicentini
• A maioria dos veículos foi multada só uma vez.** • São 387 mil infrações para 166.453 veículos.** • As multas estão concentradas em 13, 5 % da frota.** • 11.960 veículos registram quatro multas ou mais.** • São 4.282. 593 condutores sendo 2.952.412 homens e 1.330.181 mulheres.* • Foram deferidas 1.094.979 habilitações.* • 2.667.624 automóveis tiveram o processo deferido.* Amanda Vicentini
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, as multas são aplicadas para estabelecer diretrizes, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumprimento. Entretanto há os que alegam que as multas só servem para coagir os indivíduos e não para a educação e conscientização no trânsito. O estudante de direito Yuri Campanharo, 20 anos, diz que a intenção da multa em tese é educar, mas a prática não é assim. “Existe por exemplo a questão da “indústria das multas”, o problema do trânsito não se resolve com multas, os problemas são outros. É a quantidade de carros que têm andando, não priorizar o transpor-
Sendo assim a clínica tem seus candidatos garantidos, indepen-
• Foram 98.847 acidentes no total, sendo 43.800 com vítimas e 55.047 sem vítimas.* • Foram 58.831 vítimas sendo 56.926 feridos 1.905 58.831 mortos.* • Excesso de velocidade é a infração mais cometida.* * Dados atulizados até dezembro de 2010. ** Dados atulizados nos primeiro semestre de 2011.
geral
13
Curitiba, novembro de 2011
Colecionadores fazem exposição de carros antigos no Lago da Ordem
Reunião dominical exibe paixão por carros antigos Admiradores de todas as idades se reúnem para prestigiar carros antigos de colecionadores, nos encontros de finais de semana em Curitiba
Clube de Automobilismo Fotos: Isabelle Warzinczak
Em Curitiba, existem diversas pessoas apaixonadas por carros. Clubes e encontros semanais fazem parte da rotina dos colecionadores curitibanos de automóveis e outras raridades tecnológicas. O encontro dominical no Largo da Ordem, no centro da cidade, reúne homens de diferentes idades com um objetivo em comum, exibir suas máquinas e trocar informações sobre peças de automóveis, feiras, lançamentos e convenções até mesmo mundiais. Afonso Bressan Filho, 69, e Aramis Cecondino, 67, foram ulguns dos fundadores do encontro dominical no Largo da Ordem em 1994. Os amigos foram os primeiros a chegar ao local combinado. Bressam com seu Karmann Ghia 1970 e Aramis com seu Ford 1948. “É sempre assim, a maioria espera o tempo vingar para tomar coragem e vir pra cá”, comenta Aramis que ainda complementa: “quando o carro toma chuva temos que secar todas as peças, para que a lataria não enferruje, temos um grande trabalho”. Quando o assunto é ciúmes, Cecondino afirma que apesar de ter de se dedicar aos encontros, as viagens e principalmente aos carros, sua mulher é compreensível, “ela não reclama de nada não, eu pergunto se ela quer ir em algumas viagens, mas, ela diz que não”. Carlos Roberto Batista, 60, ou como é popularmente conhecido por Caiocoisarada, frequenta o Largo há 12 anos. Ele adquiriu seu Jeep 1968 há dois anos e guarda outros cinco em casa. “Eu trago meu carro aqui, porque quero dividir essa paixão, se quiserem tirar foto dentro dele eu deixo”, admite. Para ele, colecionar é uma mania que vem desde criança e que até pretendia passar sua coleção para os filhos, mas, eles chamam de “carro véio”. Batista comenta que sua mulher morre de ciúmes, mas, mesmo assim ele não deixa de fazer seus rituais, que inclui desde limpeza a passeios. Questionado sobre um possível ciúmes de seu Jeep, argumenta: “eu tenho, quem não ia ter, eu trago aqui e
Exposição movimenta manhã de domingo no Largo da Ordem
Muitos aficionados por carros antigos ajudam a preservar a história do automobilismo participando dos clubes. É o caso do Veteran Car Club Do Brasil – Paraná, um dos maiores e mais antigos clubes de Curitiba, criado em julho de 1977, visando unir associados à preservação do automóvel, incluindo suas características originais e histórias. Seu diferencial é ser formado por proprietários aficionados por vários modelos e marcas, ao invés de uma, como Clube do Fordinho do Paraná ou Sedan Volkswagen Clube do Paraná. Durante o ano o Clube realiza encontros em diversas cidades, como São Paulo, Londrina, Ponta Grossa com objetivo de expor suas raridades, e provar a conservação dos seus diversos modelos. Hoje o Veteran do Paraná conta com 100 sócios patrimoniais, 104 associados e um acervo, na própria sede, de aproximadamente 300 veículos. Sem fins lucrativos, o Clube se mantém por meio de taxas de manutenção e taxa de estacionamento dos carros nos pavilhões da sede. Para se tornar um associado primeiramente o colecionador deve ser indicado por algum sócio, assim ele irá adquirir o título patrimonial e também será estabelecido o valor da sua contribuição.
Colecionadores se esforçam para conservar o interior dos modelos
Paixão por carros antigos vira negócio
O carro escolhido para casar
Roque Zatti exibe orgulhoso seu Ford Modelo A com peças originais
tudo, mas, sempre ‘tô’ de olho, até lá em casa quando precisa empurrar eu aviso: empurra mas não encosta”. Colecionador há 32 anos, Bernardo Valentini, 60, frequentador do Largo da Ordem e associado ao Museu do Automóvel, relata que seus 15 carros já viraram brinquedos. “Primeiro eu queria ter um carro igual ao do meu pai e do meu avô, e agora que tenho poluo o bairro, porque todo domingo de manhã ligo todos carros que
tenho”, conta Valentini. A amizade não se limita aos encontros aos domingos, pois, durante o mês acontecem reuniões em churrascarias da cidade ou em eventos relacionados à carros em várias outras cidades. “Às vezes tem exposição em São Paulo, e daí a gente se junta e vai, e a próximo é em Ponta Grossa”, afirma Aramis. Melanie Lisbôa Juliana Pivato
Existem apaixonados por veículos antigos que não se contentam em apenas colecionar alguns modelos, então decidem fazer da paixão por carros um negócio. A loja Autos Antigos, de um sócio do Veteran Car Club de Curitiba, Florido Antonio Kowalski, é um exemplo. Inaugurada há sete anos, os veículos são destinados a compra, venda, consignação e locação. De acordo com a Diretora de Eventos, Bianca Kowalski a loja é referência no aluguel de carros para casamentos em Curitiba, isso se deve a qualidade e raridade dos veículos. Para ela, “o carro da noiva tem uma grande importância e participação, é ele que conduzirá ela até a igreja”, diz Bianca. E explica que os carros antigos geram curiosidade, por isso há grande procura por locações.
Segundo Bianca, devido à exclusividade da coleção, a história e as gerações que os modelos representam, “tem visitantes que vem aqui em busca de lembranças, principalmente os mais velhos”, conta a Diretora de Eventos. O design da loja foi trabalhado remetendo às épocas anteriores, assim, o estilo vintage do ambiente compactua com os modelos dos carros. “As pessoas se encantam quando olham as nossas peças, ficam admirando, mesmo que seja de fora”, comenta Bianca. Instalada no centro de Curitiba, na Rua Mariano Torres, 1055, a loja está aberta de segunda a sexta, a partir das 8h30 até o meio dia, e depois das 13h30 às 18h. No sábado, abre das 9h às 12h. (JP) Isabelle Warzinczak
14
polícia
Curitiba, maio de 2011
POLÍCIA CIVIL TEM DIFICULDADE PRA DESCOBRIR IRREGULARIDADES NOS DESMANCHES
Roubo de carros diminui na capital
Os carros mais roubados no Brasil
“Não é fácil descobrir, porque não basta saber, tem que provar”
Alves: proteção influencia
Marina Bueno
residência em Curitiba e contava com a participação de 14 pessoas no Paraná e em Santa Catarina. No total sete pessoas foram presas. Já o Paraná se destaca pela grande quantidade de carros que atravessa a fronteira e são vendidos por contrabandistas. Os responsáveis pelos desmanches com algum tipo de irregularidade respondem ao crime de receptação qualificada, que trata da venda de produtos clandestinos e pode ocasionar em uma pena de 3 a 8 anos de cadeia. Para Marco Antônio, a maior dificuldade está em conseguir provar que os locais atuam irregularmente. “Não é fácil descobrir porque não basta você saber, tem que provar. Você busca o sinal identificador do veículo: placa, chassi, número do motor, número do eixo. Se alguma dessas numerações for equivalentes à de um veículo roubado e está dentro do estabelecimento, automaticamente a pessoa é presa”, explica o delegado. A Assembléia Legislativa no Rio Grande do Sul (único estado que possui uma lei específica sobre o assunto) aprovou um decreto que propõe a regulamentação efetiva no uso de peças de carros fora de circulação. O projeto prevê que as peças de um carro inutilizado sejam encaminhadas a um centro de reciclagem e passem por uma inspeção para voltar ao mercado com a certificação correta. Essa regulamentação já existe em diversos países do mundo e atende às normas ambientais. Porém, após dois anos, a fiscalização ainda não é efetiva e menos de 15% dos ferros-velhos se adequaram às novas diretrizes. O lojista Sandro Gruber, que trabalha no Ferro-velho Golden Car, explica como os ferrosvelhos devem comprar as peças e afirma que não aceita comprar carros particulares para evitar
Sandro Gruber: Polícia fiscaliza os desmanches a cada três meses
Marina Bueno
Apesar do aumento da frota de carros em Curitiba, o índice de veículos roubados na cidade sofreu uma queda nos últimos dez anos. A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos registra uma média de 22 ocorrências por dia, número considerado pequeno para uma frota de mais de um milhão de automóveis. Os veículos podem ser usados para praticar outros crimes e depois abandonados, mas seu destino mais comum são as vendas de peças para ferros-velhos, atividade considerada ilegal. Para que um ferro-velho esteja com sua situação totalmente regularizada, é necessário que o estabelecimento possua alvará de funcionamento certificado pela prefeitura e que todas as suas peças tenham identificação e documentação corretas. Nos casos ilegais, os carros roubados são desmanchados e as peças são vendidas separadamente, o que constitui em crime tanto para quem compra quanto para quem vende as peças. “Tem empresas que compram todos os carros batidos de uma seguradora, depois vendem ou leiloam esses carros. Essa é a forma legal de trabalhar. Mas acontece de vender carros com “golpe de seguro”. Você faz o seguro do seu carro e faz uma falsa comunicação de crime dizendo que o carro foi roubado. Mas, na realidade, o carro já foi “cortado” há muito tempo”, afirma o delegado da Polícia Civil da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, Marco Antônio de Góes Alves. Curitiba é uma das capitais que mais registra ocorrências dessa prática criminosa. Em 2011, a polícia prendeu três donos de desmanches ilegais. Além deles, várias quadrilhas estão sob investigação. Em maio, a Polícia Civil encontrou um desmanche ilegal que funcionava em uma
Thaís Reis Oliveira
Apesar da estatística favorável, Curitiba concentra grande número de ferros-velhos e desmanches ilegais
Depósito de autopeças num ferro-velho da cidade
golpes como o do seguro, apesar da procura por esse tipo de transação nos ferros-velhos ser grande. “Nós compramos lotes de carros batidos do leilão da Receita, nada particular. Se você vier vender seu carro aqui eu não compro. Se a polícia vier aqui a gente já tem todas as notas na mão. A Polícia Civil vem a cada dois ou três meses fazer a fiscalização dos ferros-velhos. Vale mais a pena trabalhar honestamente do que ter que deixar um dinheiro com a polícia todo mês para poder trabalhar”, relata o funcionário do ferro-velho. Ao comprar uma peça automotiva, podem existir variações para cada tipo de ferro-velho. Em desmanches ilegais, as peças são vendidas a preços mais baratos que os convencionais e nem sempre são compatíveis com a peça que o cliente necessita. Por
isso, o condutor pode exigir nota fiscal em caso de troca de peça. Porém, Gruber explica que está havendo uma desvalorização da compra de peças, e aponta ainda uma tendência entre as seguradoras de veículos. “Hoje em dia estão alegando perda total mesmo em pequenos danos no veículo. As seguradoras preferem dar um carro novo pro cliente ao invés de mandar pra oficina. É cômodo para o motorista e também para a seguradora, que não precisa ficar gastando com mecânicos.”, esclarece. Gruber diz ainda que essa facilidade em receber um carro novo justifica em parte explicar o aumento de casos do chamado “golpe do seguro”.
“Os carros mais furtados (levados sem a presença da vítima) o são os carros populares como o Gol e o Palio, porque têm menos itens de segurança. Os que têm mais itens são mais roubados porque você precisa da chave para levar o carro. Os carros roubados podem ter muitos destinos: podem ser levados para desmanches ou ser utilizados em crimes e depois abandonados, o que é comum de acontecer na fronteira”, ressalta o delegado Marco Antônio de Góes Alves. Confira a lista dos 10 carros mais roubados, de acordo com dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito): - Fiat Stilo - Fiat Punto - Volkswagen SpaceFox - Volkswagen CrossFox - Peugeot 307 - Fiat Fiorino - Volkswagen Voyage - Fiat Idea - Honda Civic
Thaís Reis Oliveira Karen Okuyama Renan Araújo
- Volkswagen Fox
(RA)
polícia
15
Curitiba, novembro de 2011
PRATICANTES DE RACHAS BUSCAM ÁREAS ISOLADAS DOS GRANDES CENTROS PARA CONTINUAR CORRENDO
Curitiba aumenta o cerco contra os rachas Observar corridas de carros em alta velocidade pelas principais ruas da cidade era uma cena comum nos anos 80 e 90, porém está quase extinta no perímetro urbano de Curitiba. A fiscalização por parte da polícia com radares e blitz e o aumento do número do tráfego dificultaram a existência dos grandes encontros dos corredores em postos e praças da cidade, o que os obrigou a migrar para locais sem fiscalização especialmente na região metropolitana para competir. A atendente de um posto perto de uma BR em Curitiba, Ilsa Carla Dias Barbosa, já presenciou diversos rachas perto do local onde trabalha, porém também notou que a fiscalização policial vem sendo eficiente. “Tinhamos rachas aqui todas as quintas-feiras na BR. Mas era em torno de 20, 30, até 50 carros e até crianças vinham com as mães que acompanhavam
seus maridos e namorados. Eles estacionavam aqui no pátio do posto e depois começavam. Mas depois que a gente acionou a polícia acabou. Uma vez o carro bateu e morreram três pessoas. Agora a polícia fiscaliza de madrugada”, relata “Os anos 80 e inicio dos anos 90 eram uma época mais inocente. Quinta-feira de madrugada as ruas eram vazias, os semáforos não funcionavam. A gente não pode dizer que era um povo consciente, estávamos fazendo coisa ilegal. Mas hoje em dia tem muito maluco, o povo se droga, bebe. Não tinha tanta fiscalização também”, afirma o vendedor da loja PowerTech, Rubens Florentino Júnior, que já participou de rachas de rua. Para fugir da fiscalização, muitos motoristas buscam diferentes soluções. Muitos deles marcam encontros pela internet. Outros
optam por correr de maneira improvisada com o condutor de um veículo ao seu lado, como uma espécie de desafio. “Antes existiam locais específicos. Hoje você encontra alguém na rua, convida e já larga. Programado hoje é mais difícil pela fiscalização, pelas leis que se intensificaram”, declara o diretor da empresa Força Livre MotorSport e membro do Conselho Estadual de Trânsito, Eduardo Machado Pereira. “Eles fazem em ruas grandes, afastadas e que não tenham radares por perto, nem lombadas. Aqui é tudo mais disfarçado, não é como em São Paulo que eles fazem na cara dura mesmo”, acusa o guarda municipal Sidney Nório. A pessoa que pratica o racha pode infringir diversas leis do Código Brasileiro de Trânsito, faltas consideradas gravíssimas, como
Fotos: Marina Bueno
Polícia conta com maior fiscalização e colaboração da população para denunciar os praticantes das corridas de rua clandestinas
Rubens observa o carro modificado especialmente para as corridas
dirigir em alta velocidade, fazer manobras com o carro, colocar em risco a segurança dos pedestres, além de dirigir alcoolizado. Como consequência, o motorista pode ser multado, ter sua carteira de habilitação recolhida e o seu carro apreendido.
CAMPANHAS DE CONSCIENTIZAÇÃO TAMBÉM SÃO REALIZADAS NAS ESCOLAS
Arrancadas servem como opção aos competidores Além de toda a fiscalização, também existe uma campanha de conscientização contra os rachas de rua. Empresas como a Força Livre MotorSport organizam competições em autódromos e campanhas para desestimular as competições ilegais. Hoje há diversas opções de corridas dentro dos autódromos : o desafio 402 metros é a distância oficial dos campeonatos de arrancada que são realizados com dragsters, carros com mais de 11 metros de comprimento e que chegam a 400km/h. Já o desafio 201 metros é aberto ao público e visa tirar os corredores da rua para competir em um lugar com ambulâncias, médicos e toda a estrutura necessária. Também é possível participar com motos e até caminhões. Além disso, Eduardo Machado Pereira, diretor da Força Livre MotorSport, também explica que há uma campanha a favor dos “rachas seguros” fora dos autódromos.
O chamado “dragster” utilizado em arrancadas alcança 400 km/h
“A gente faz um trabalho nas escolas para os adolescentes que chegam agora, estão afoitos para tirar a carteira de habilitação e podem usar o carro como uma arma. Eles não arriscam só a própria vida, mas põem em riscos terceiros.” diz ele, que faz parte do Conselho Estadual de Trânsito. Para o Desafio, que possui
cerca de 5 edições ao ano, muitos competidores turbinam seus carros e investem nas corridas. Mas para o piloto de arrancada Maurício DeBarba, os custos altos jogam contra as competições em autódromos. “As competições de arrancada são caras mesmo, além dos 500 reais da inscrição, ter um carro
competitivo custa pelo menos 100mil reais. Esse custo afasta as pessoas, mas os rachas de autódromo são bem mais baratos, e oferecem até prêmios em dinheiro, os organizadores desse tipo de evento se esforçam, mas infelizmente nunca irão resolver todo o problema”, prevê ele. De acordo com DeBarba, que já disputou rachas de rua antes das corridas legalizadas, muitos jovens não vão deixar de competir nas ruas apenas por conta da adrenalina nas competições. “A adrenalina de correr na rua fala mais alto que a responsabilidade. Eu jamais me senti um bandido por estar correndo na rua, e tenho certeza que os rachadores de hoje em dia não tem a intenção de matar ninguém, mas correm um risco gigantesco. As leis são o único jeito de controlar esse tipo de coisa e hoje como as normas estão rígidas, o cara tem que pensar, porque a consequência é grande”, explica. (TR, RA)
Modificações Para competir e conquistar uma corrida, os competidores modificam e alteram a estrutura de seu carro para deixá-lo ainda mais rápido. As principais modificações acontecem no motor, com o intuito de deixá-lo mais potente. Porém, mudanças nas rodas, rebaixamento, lanternas ainda são modificações extremamente comuns. O vendedor da loja PowerTech especializada na venda de equipamentos para “turbinar” o carro explica que os motoristas buscam saídas para legalizar o veículo, mas admite que a maioria deles circula na ilegalidade. “O que eles tão fazendo é levar para o Detran de Santa Catarina que é mais relaxado. Você precisa de um endereço e carro tem que ter a placa de lá. É o que estão fazendo pra legalizar o carro turbo. Mas boa parte do pessoal que tem carro turbo não é legal mesmo. Se cai numa blitz vai pro pátio sem choro”, relata ele que comenta que muitos clientes que o procuram se utilizam dos equipamentos para correr ilegalmente. Porém, ele se defende: “O comercio é legal, aqui é liberado. O que o cliente for fazer com o equipamento é problema dele. Mesmo que ele for pego num racha, a culpa é só dele. Não é como vender uma arma para matar alguém”. Renan Araújo Thaís Reis Oliveira
16
tecnologia
Curitiba, novembro de 2011
Carros que não agridem o meio ambiente são promessa para o futuro automobilístico
Tecnologia é presente nos “carros do futuro”
O Renault Fluence Z.E. visa à sustentabilidade. Já o dispositivo Wireless Car, da Volvo, pretende garantir a proteção dos passageiros entre seis e oito horas, a partir de terminais de recarga rápidos de 400 watts, que permitem uma recarga em 30 minutos, aproximadamente, e com o sistema “Quickdrop” (troca de baterias), que permite substituir a bateria do veículo em cerca de três minutos, em estações específicas”, explica Ferreira. Pelo fato de os veículos movidos à bateria não necessitarem de combustíveis para se locomover, são considerados, também, 100% sustentáveis, ou seja, não agridem o meio ambiente. ”Os carros movidos à bateria não emitem nenhum gás nocivo à camada de ozônio. É nesse carro que vemos o futuro da natureza, sem aquecimento global”, conta Ferreira. Já a Volvo desenvolveu o Wireless Car, dispositivo acoplado ao veículo, que tem como principal objetivo a segurança dos passageiros. Dispositivos espalhados pelo carro monitoram o que acontece dentro do automóvel, seja um desvio de rota, uma batida ou até quando a gasolina acaba. ”Quando qualquer coisa fora do normal acontece, esses dispositivos mandam sinais via internet para uma central que está pronta para ir socorrer o motorista e o veículo”,
explica Marcio Rodrigues da Luz, gerente da Volvo Telemathics. O Wireless Car é um sistema de segurança que já está sendo instalado em carros de luxo do Brasil. Este dispositivo pode ser montado em qualquer carro, e não só em automóveis da marca Volvo. Segundo Luz, o GPS (Sistema de Posicionamento Global) é o dispositivo principal do Wireless Car, pois “é por meio dele que é possível saber a localização do carro em qualquer lugar do mundo”, afirma. Beatriz Zanelatto Gabriela Rodrigues
O Renault Fluence Z.E. é o primeiro sedã 100% elétrico à venda
QUE TECNOLOGIA VOCÊ GOSTARIA QUE O CARRO DO FUTURO POSSUÍSSE? Fotos: Reprodução
O carro 100% elétrico e o carro wireless são as promessas tecnológicas para circularem pelas ruas brasileiras até dezembro de 2012. A montadora Renault já criou um modelo elétrico e está estudando o mercado brasileiro. A montadora Volvo tem apostado em carros wireless, ou seja, dispositivos espalhados pelo carro que visam à segurança do motorista e do veículo, avisando-o caso anormalidades na rota aconteçam. Considerado o primeiro sedã 100% elétrico do mercado, o Renault Fluence Z.E. já está à venda na Europa e, segundo Carlos Henrique Ferreira, gerente de produtos da Reunalt, demonstra que um veículo elétrico não é, obrigatoriamente, um pequeno carro urbano, estreito e desconfortável, com capacidades de condução limitadas. De acordo com Ferreira, ”o motor elétrico do Fluence Z.E desenvolve potência máxima de 95 cavalos”. Este valor equivale à velocidade máxima de aproximadamente 150 quilômetros por hora. As baterias deste carro podem ser recarregadas através de três formas diferentes: ”através de uma tomada doméstica de 220 watts, para uma duração compreendida
O sistema Wireless Car visa a garantir a segurança dos passageiros
“Eu gostaria que o carro do futuro se deslocasse com a força da mente. Essa tecnologia poderia ajudar os deficientes visuais a dirigir ”
Evolução tecnológica dos automóveis Fonte: Quatro Rodas
Délcio Milagre, 19, estudante
1° carro com marcha à ré
1905- O carro modelo “C“, da Buick, foi o primeiro carro com marcha à ré. Além de possuir este dispositivo, que passou a permitir que o carro “andasse para trás”, o modelo C possuía duas velocidades, o que era uma raridade nos automóveis da época.
1° carro com câmbio automático
1938- O Cadillac Hydra-matic é considerado o primeiro carro com câmbio automático, ou seja, quando a troca de marchas é realizada automaticamente. O sistema hidramático deste automóvel possuía quatro marchas à frente e uma marcha à ré.
1° carro equipado com airbag
1973- O Oldsmobile Toronado foi o primeiro carro equipado com airbag (espécie de bolsão de ar que infla quando o carro colide). Este adicional é acoplado ao cinto de segurança e só tem funcionalidade quando o piloto e o passageiro usam o cinto de segurança.
1° carro nacional bicombustível
2003- O Gol Total Flex, da Wolksvagen, foi o primeiro carro bicombustível do Brasil. Esta inovação passou a permitir que o automóvel fosse abastecido tanto com gasolina quanto com etanol. Gabriela Rodrigues
“Um tipo de tecnologia de reduçao de poluentes. Sei que as montadoras já estão focadas nisso, mas estamos longe do ideal” Gisele Cordeiro, 35, vendedora