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ÁREAS DE RISCO

MAPA 05 ÁREAS DE RISCO EM PAULISTA - PE

Deslizamentos de terra no bairro da Mirueira, 2017

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A água é um bem comum e seu acesso é um direito humano fundamental, no entanto o acesso a esse bem natural em algumas partes da cidade, pode ser considerado um privilégio, o sistema de racionamento d’água faz parte da realidade vivida em muitas periferias por toda a Região Metropolitana do Recife e em Paulista, não tem sido diferente, onde os problemas com o abastecimento e a luta pelo acesso nas comunidades é antigo e se arrastam há décadas, como podemos observar na imagem ao lado, que retrata um protesto dos moradores de Maranguape I na Companhia Pernambucana de Saneamento - COMPESA. Esse serviço básico e sua regularidade é de responsabilidade do estado por meio da companhia, que é uma empresa de economia mista. Com a chegada da pandemia do novo coronavírus e as recomendações das autoridades de saúde para prevenção, com uma intensificação da higiene pessoal, principalmente do ato de lavar as mãos, a questão do racismo ambiental na sua interface com o direito a água, ficou mais evidente, enquanto a população de áreas mais abastadas da cidade nem imaginam que o racionamento existe, por não passarem por privações no abastecimento, os territórios periféricos que na sua maioria, por conta de um processo histórico de subjugação de uma raça em detrimento de outra, é formado por uma população predominantemente negra, sofre cotidianamente esta privação. As consequências desse processo de racionamento compulsório, ao qual as periferias são submetidas, obriga as famílias de assentamentos populares a realizar o armazenamento de água, muitas vezes em locais inadequados o que possibilita ocasionalmente, a criação das condições

inadequados o que possibilita ocasionalmente, a criação das condições necessárias para a propagação de vetores como o Aedes Aegypti e por consequência da propagação das chamadas arboviroses, como a dengue, a zika e a chikungunya, doenças que anualmente já demandam muito do sistema de saúde e que têm seus surtos sazonais em aproximação com o meio do ano, os resultados podem ser catastróficos, se adicionarmos a demanda por leitos dos infectados pela COVID-19, podendo levar a um colapso do sistema de saúde. Neste sentido é fundamental uma resposta rápida do poder público, criando políticas e estratégias emergenciais, que podem significar o salvamento de vidas nesse contexto de pandemia, como a incidência junto a COMPESA para o fim do racionamento, a distribuição de quites de higiene pessoal para as áreas mais vulnerabilizadas, como o álcool em gel a 70% de concentração, que pode eliminar o vírus em caso do não acesso a água e sabão, também com a disponibilização de carros pipa, para as áreas que vivenciam o desabastecimento e não tem infra estruturas instaladas ou subdimensionadas. O mapa a seguir, traz informações acerca da infraestrutura de abastecimento no município, e nos revela que boa parte da área urbanizada possui esta infraestrutura, ficando descoberta pequenas frações, sendo as mais expressivas no sul do bairro da Mirueira, no bairro do Fragoso, no bairro Parque do Janga e na Zona Rural do bairro de Paratibe. Estas informações foram retiradas do banco de dados da COMPESA e somadas a informações censitárias sobre o abastecimento de água por área contido na fórmula do IVS, nos dão uma dimensão das áreas mais precarizadas nesse quesito.

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