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página 8 | CONVERSAS NO ADRO

86º ANIVERSÁRIO DA COMUNIDADE Desde a génese da Comunidade que esta efeméride é organizada pelo Grupo das Mulheres Cristãs aos pés de Maria da Cidade do Porto, movimento de piedade mariana que tem nesta Capela a sua sede Canónica e a sua Padroeira, Nossa Senhora da Conceição. Este ano, e uma vez mais com a ajuda do Ca v'arte, grupo de jovens da comunidade do monte pedral, no dia 6 de dezembro às 20:00 horas realiza-se o “Convívio dos 86”, uma refeição de confraternização no Auditório da Capela com animação do grupo coral e instrumental Hurean Emsemble e no dia 8 de dezembro às 16:00 horas celebra-se a Padroeira com a Eucaris a da Solenidade da Imaculada Conceição na Capela da Comunidade.

INFORMATICA PARA TODOS... Desde inícios de maio que a casa da comunidade disponibiliza formação em informá ca e computadores. Já duas turmas de 24 alunos de todas as idades, é um regalo para a vista saber que a informá ca é para todos e que há pessoas que falam com os filhos e netos que estão distantes através do imeile. Com aulas personalizadas duas vezes por semana, ainda há algumas vagas. Para mais informações e inscrições ligue 228318554, contacte o secretariado ou escreva um imeile para info@monte-pedral.pt

33º CANTO DAS JANEIRAS... Tudo começou há 33 anos atrás com um punhado de jovens do grupo semente nova do monte pedral que ia a casa de pessoas amigas entoar umas can gas de reis e confraternizar com essas famílias e, por norma, o canto acabava sempre em casa de amigos onde se pescava o bom presunto de lamego; poucos anos depois, esta a vidade teve como obje vo angariar fundos para a compra de cavaquinhos e violas que eram u lizados nas festas da comunidade; entre 1989 e 2003 o produto angariado reverteu sempre a favor do pagamento das obras de restauro da capela e auditório e, até 2011, o mesmo produto rever a a favor das despesas de manutenção da capela e auditório. A par r de 2012 a troupe de janeireiros encaminha o produto angariado para o novo projeto de apoio social da Associação das Escolas Jesus, Maria, José. Pelo 33º ano consecu vo, o canto das janeiras irá desejar as boas festas ás famílias residentes nesta zona da cidade e, desde o dia 26 de Dezembro de 2014 e até ao dia 5 de Janeiro de 2015, o produto angariado reverterá para a Casa Jesus, Maria, José do Monte Pedral… porque cantar faz bem! Edição e Redação | CATIVARTE – GRUPO DE JOVENS DA COMUNIDADE DO MONTE PEDRAL Tiragem e periodicidade | 500 exemplares de distribuição gratuita, bimestral Correio Postal | Rua Padre José Pacheco do Monte, 235; 4250-256 Porto Correio Eletrónico e sí o | monte-pedral@sapo.pt

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apoio


página 2 | PARAR PARA PENSAR

AGENDA MENSAL | página 7

BURRICES…

DEZEMBRO DE 2014

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Dia 05 Encontro do Grupo de Jovens da Comunidade

É di cil, se não impossível, agradar a gregos e a troianos... Na verdade, somos seres limitados por um sendo e uma opinião que condiciona sempre a nossa vida… raramente conseguimos perceber que na natureza de todas as coisas há sempre duas perspe vas… basta pensar que até um fogo destruidor tem a capacidade de regenerar e de fazer renascer. Ora, se em tudo na natureza e no espírito as duas perspe vas são válidas, porque é que será que nós todos (crentes e não crentes) não nos entendemos e primariamente compar mentamos e catalogamos os gestos e as formas de estar na vida dos outros? A história que hoje par lho convosco ilustra bem esta limitação. Um velho resolveu vender o seu burro na feira da cidade... Como ia regressar caminhando, pediu ao seu neto para acompanhá-lo. Os dois montaram-se no animal e seguiram viagem. Quando iam a passar por um acampamento de escuteiros, ouviram os comentários crí cos: - Como é que é possível.... duas pessoas em cima daquele pobre animal ! Con nuaram viagem e mais adiante resolveram então que o menino desceria do burro e o velho permaneceria montado. Prosseguiram a viagem... No caminho passaram por um rio onde algumas velhas estavam a lavar roupa suja... Ao ver a cena, as velhas puseramse a reclamar: - Que pouca vergonha e que falta de humanidade! Obriga a pobre da criança a caminhar, quando podia deixá-la ir em cima do animal. Muito constrangidos com as reclamações ouvidas, trocaram as posições, ou seja, o menino montou o burro e o velho desceu e con nuou caminhando. Ainda não nham percorrido muitos quilómetros, quando algumas jovens sentadas na à porta de uma Igreja exteriorizaram o seu espanto e revolta com a cena presenciada: - Mas que falta de educação e que menino preguiçoso! Enquanto o pobre do senhor velhinho vai a pé, ele fica todo sa sfeito em cima do animal. Tenha vergonha menino! Perante estes comentários, o menino desceu e desta vez o velho não subiu. Ambos resolveram caminhar, puxando o burro à rédea. Já acreditavam ter encon-

Trabalhos de preparação do 86º Aniversário da Comunidade

Dia 06 Eucaris a Vesper na Dominical na Capela da Comunidade

-trado a maneira mais acertada de prosseguir viagem quando passaram em frente a um bar. Alguns rapazes e homens que ali estavam começaram a dar gargalhadas em tom de gozo com a cena: - Olha, dois burros mais burros que o animal... São mesmo uns idiotas! Vão a pé, enquanto puxam um animal tão jovem e forte! Desta vez, avô e o neto olharam um para o outro, como que tentando encontrar a maneira correta de agir… E então, ambos pegaram no burro e levaram-no ás costas até à feira!!! Caríssimos Amigos(as): Realmente, parece impossível ser agradável a tudo e a todos… Quando penso nisto, lembro situações que eu e vós (já) vivemos e quer “montemos o burro” quer “levemos o burro à rédea” quer “levemos o burro ás costas” há sempre quem não compreenda e nem sequer se dê ao trabalho de perceber os porquês… Pela minha parte, com a vida que já vivi e me foi amadurecendo, aprendi uma coisa que se tornou para mim o mais importante: aqueles que verdadeiramente nos amam (e são poucos) são realmente os que têm a capacidade de connosco olhar o “burro” nos olhos e na observação do animal, descobrir até uma nova forma de o transportar – ainda que possa ser penosa! Talvez seja esta uma das soluções para o problema da forma de entender os nossos gestos e os gestos dos outros, bem como das suas formas de estar: ouvir com todos os sen dos as palavras dos pais, dos (poucos) amigos verdadeiros, de (alguns) companheiros(as) de trabalho e até (muitas vezes) do próprio silêncio… Boas festas para , sem burrices! Paulo do Monte Pedral

Ensaio do Grupo Coral Litúrgico Shalom (no final da eucaris a) Convívio dos 86 no auditório da Comunidade (20:00 horas) com animação Ar s ca pelo Hurean Emsemble Dia 07 Ensaio Geral do Grupo Coral Litúrgico Shalom (21:30 horas) Dia 08 Eucaris a da Solenidade da Imaculada Conceição, Padroeira da Comunidade e do do Grupo das Mulheres Cristãs aos pés de Maria (16:00 horas) Dia 12 Ensaio para o 33º Canto das Janeiras do Monte Pedral (21:30 horas) Dia 13 Eucaris a Vesper na Dominical na Capela da Comunidade Ensaio para o 33º Canto das Janeiras do Monte Pedral (21:30 horas) Dia 15 Assembleia Geral da AEJMJMP Dia 19 Ensaio para o 33º Canto das Janeiras do Monte Pedral (21:30 horas) Dia 20 Eucaris a Vesper na Dominical na Capela da Comunidade Jantar de Natal dos Acólitos e Jovens da Comunidade Dia 26 Canto das Janeiras pelas ruas da Comunidade Dia 27 Eucaris a Vesper na Dominical na Capela da Comunidade Canto das Janeiras pelas ruas da Comunidade Dia 28 Canto das Janeiras pelas ruas da Comunidade

JANEIRO 2015 Dia 02 Encontro do Grupo de Jovens da Comunidade Dia 03 Eucaris a Vesper na Dominical na Capela da Comunidade Canto das Janeiras à Comunidade (à porta da Capela no final da Eucaris a)

Dia 04 Canto das Janeiras pelas ruas da Comunidade Dia 05 Encerramento do 33º Canto das Janeiras pelas ruas da Comunidade Dia 09 Encontro do Grupo de Jovens da Comunidade Dia 10 Eucaris a Vesper na Dominical na Capela da Comunidade Dia 16 Encontro do Grupo de Jovens da Comunidade Dia 17 Eucaris a Vesper na Dominical na Capela da Comunidade Dia 18 Reunião Mensal do Grupo das Mulheres Cristãs Dia 23 Encontro do Grupo de Jovens da Comunidade Dia 24 Eucaris a Vesper na Dominical na Capela da Comunidade Dia 30 Reunião do Grupo de Acólitos da Comunidade Dia 31 Eucaris a Vesper na Dominical na Capela da Comunidade


página 3 | NO ALTO

MEMÓRIAS DE UM TEMPO | página 3

CASA JESUS, MARIA, JOSÉ DO MONTE PEDRAL, UM ANO DEPOIS... FILHO ÉS, PAI SERÁS… O QUE FIZERES, ASSIM ACHARÁS Parece que foi ontem mas já passou um ano sobre a bênção e inauguração da Casa da Comunidade! Abriu portas em Fevereiro deste ano e, neste momento, tem em funcionamento uma CANTINA SOCIAL apoiada pela Segurança Social com distribuição de refeições de segunda a domingo em regime de take-away a mais de cinquenta pessoas e famílias, CENTRO DE DIA onde mais de trinta utentes idosos vivem, aprendem e convivem, APOIO DOMICILIÁRIO a cerca de vinte pessoas carenciadas e dependentes, INCUBADORA SOCIAL onde já se ajudaram a criar centenas de postos de trabalho e projetos de vida e CENTRO DE CONVÍVIO COMUNITÁRIO com disponibilização de espaço para encontros, reuniões e palestras e distribuição de géneros alimentares, com apoio do Banco Alimentar, a dezenas de famílias carenciadas… Graças a Deus e ao trabalho de um punhado de boa gente vamos par lhando o pão da vida e o pão da palavra com os que mais precisam… numa simbiose de intergeracionalidade que se vê e sente em alguns ex-alunos das escolas (hoje com mais de 70 anos) que agora se tornaram utentes…. Antes eram os pais que traziam os filhos à escola, agora são os filhos que trazem os pais à casa! Deus quis, o homem pensou e a obra, nasceu! Não obstante as dificuldades diárias com que vivemos e o “sen rmo-nos ás vezes sós” sem ouvir uma palavra ou visita amigas de encorajamento, cumpre à Direção dizer bem hajam a todos os que ajudaram e acreditam que AJUDAR FAZ BEM e, de uma ou outra forma, acarinham esta boa obra de fé, esperança e caridade, designadamente aos Benfeitores e Amigos, à Diocese do Porto, Presidência da República, Camara Municipal do Porto e a todos os parceiros, designadamente a Fundação EDP, Fundação Manuel António da Mota, Fundação Portugal Telecom, Ins tuto do Emprego e Formação Profissional, Segurança Social, Porto Editora, Banco Alimentar Contra a Fome, Entrajuda e Voluntários. Visite-nos pessoalmente ou em www.monte-pedral.pt Obrigado pela ajuda, porque ajudar faz bem! Paulo d’Almeida Santos | Presidente da Direção

27º MAGUSTO CONVÍVIO DA COMUNIDADE | AUDITÓRIO DA CAPELA - 09/11/2014


página 4 | PEDRAS VIVAS

PEDRAS VIVAS | página 5

86 ANOS DE CAMINHOS NA FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE Breve síntese história para melhor conhecer a Comunidade cristã que somos... Dizia-se em tempos distantes que “o monte pedral era terra do mata e rouba” por via de ser neste ponto mais alto da cidade um monte que albergava o paiol militar e que mais tarde foi lapidado fornecendo o seu granito a algumas das casa mais fidalgas da cidade entre as quais o Hospital de Santo António - que vagueava uma quadrilha de salteadores e poucos eram os valentes que se aventuravam a subir o monte para o evangelizar, com medo dessa má fama! Os anos passaram e as mudanças foram acontecendo e a “má fama” desapareceu a ponto de se dizer “quem viu o monte pedral e quem o vê (…) é agora um caminho por onde andam a fé, a esperança e a caridade”. Em 1876, um grupo de pessoas fundou no Porto a Associação Jesus, Maria, José e, tendo como missão o apoio à família, instalou nessa “terra de má fama” uma Cantina e Sopa dos Pobres, mais tarde uma creche, um lactário e por volta do ano 1890 começou a ensinar numa escolinha primária (nº 221 da antiga Rua do Nogueira) as primeiras letras aos filhos dos pobres que deambulavam pela cidade. Em 1902, obtido o alvará Régio, abre oficialmente a primeira Escola Primária (nº 259 da antiga Rua do Nogueira) e com a colaboração das Religiosas Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, como professoras e educadoras (recentemente instaladas no nº 231 dessa mesma rua). Decorria o ano de 1925 quando um grupo de leigos e a superiora das religiosas pediram ao então Bispo da Diocese Dom António Barbosa Leão - a construção de uma igreja ou capela nesta zona para ajudar na evangelização desta zona onde proliferavam os “protestantes”. Em 1926 o Bispo incumbiu a “empreitada” ao Padre Joaquim Ferreira Gomes que em nome da Diocese comprou “uma parcela de terreno que tinha uma placa a dizer vende-se” na antiga Rua do Nogueira (hoje Rua do Padre José Pacheco do Monte) - ao lado da casa das Religiosas e da Associação Jesus, Maria e José - e mandou construir uma Capela ao Mestre de Obras Domingos da Silva Leça (dizem os registos que a empreitada custou duzentos e quarenta contos). Na véspera do Natal de 1928 a Capela foi solenemente inaugurada pelo Bispo Auxiliar - Dom António Meireles e a Capelania foi confiada ao Padre José Pacheco do Monte (Missionário da Congregação do Espírito Santo que residia na zona do Regado). No ano seguinte, o Bispo do Porto transfere da Igreja do Marquês o Grupo das Mulheres Cristãs aos pés de Maria da Cidade do Porto atribuindo a este movimento de piedade Mariana o zelar pela Capela do Monte Pedral como sua sede Canónica. Durante as décadas seguintes, o trabalho do Padre Monte e dos Missionários Espiritanos, das Religiosas e dos Leigos começou a dar frutos de tal ordem que foi necessário ampliar a Capela (construindo uma sacristia anexa em 1935) e novos altares principais e novas imagens (Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora da Conceição e São José), desterrar o adro e construir por debaixo da Capela um salão-cripta para a Catequese e récitas teatrais (1940) e logo atras da Capela uma casa que servisse de creche, lactário e refeitório, ampliar e construir novos edifícios Escolares (em 1956 e em 1980). A alegria do evangelho era vivida de tal forma que, rezam as memórias, se celebravam diariamente duas missas feriais (uma ás 8 horas para os pais e as crianças da escola e outra ás 18 horas antecedida de terço) e ao sábado celebrava-se uma missa vespertina dominical (ás 18 horas) e no domingo eram necessárias três missas dominicais para acolher todos os cristãos (ás 8 horas, ás 10 para a Catequese e ás 18 horas). Em 1988, os Missionários do Espírito Santo entregaram a capelania ao Bispo Dom Júlio Tavares Rebimbas que, nesse mesmo ano, confia a orientação pastoral da comunidade ao Pároco do Carvalhido, Padre Nuno Borges de Pinho. Em finais de 1990 o Pároco e alguns Leigos, constituídos em Comissão de Culto e Obras, realizam profundas obras de restauro e requalificação da capela e espaços envolventes nos dez anos seguintes, angariando (com festas, quermesses, e outras atividades) os necessários 300.000 euros que aqui se investiram na renovação deste Centro Religioso, Cultural e Sócio-Caritativo. Em 2005, Dom Armindo Lopes Coelho nomeou Pároco do Carvalhido o Cónego Alfredo Soares que, atualmente, assiste esta Comunidade. Em 2009, a Comunidade de Religiosas residente (Fraternidade de Jesus, Maria e José) recebeu ordens de transferência para outras casas da Congregação; com esta “partida” a Comunidade adaptase novamente às profundas alterações realizadas na sua vida quotidiana com o terminar da catequese, das missas feriais e das “portas fechadas” da sua Capela que, atualmente abre apenas ao sábado à tarde para a missa vespertina dominical! Em 2012 a Associação das Escolas Jesus, Maria, José encerra a sua última escola primária no Monte Pedral e adapta-se às novas carências sociais dos pobres, idosos e desempregados, transformando as suas instalações em Centro de Dia, Apoio Domiciliário, Cantina Social e Incubadora Social que, em 8 de Dezembro de 2013 são benzidas e inauguradas como “Casa Jesus, Maria, José do Monte Pedral” e, obtidas as devidas licenças, em fevereiro deste ano entraram em funcionamento para a Comunidade e para as famílias mais carenciadas. A Comunidade tem como Padroeira a Imaculada Conceição e a sua Festa Litúrgica e aniversário celebram-se a 8 de dezembro. (Fontes: Plantas e Projetos do arquivo da Camara Municipal do Porto | Arquivo do Paço Episcopal | Livro “O Padre Monte” da Editorial LIAM; |Crónicas de Germano Silva, historiador)


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