conversas no adro
BOLETIM INFORMATIVO DA COMUNIDADE
tome nota das próximas atividade e eventos na Comunidade
DO MONTE PEDRAL DIOCESE DO PORTO
NÚMERO 88
DE ZE MBRO 2012 NÚME RO 88
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84º ANIVERSÁRIO DA COMUNIDADE 8 de Dezembro de 2012 nesta edição página 2 parar para pensar
VENDA DE NATAL SOLIDÁRIA 1 a 22 de Dezembro de 2012 de segunda a sábado Das 15 ás 18 horas
página 3 memórias de um tempo
páginas 4 - 5 no alto
página 6 mais além
Nota explicativa: Entre junho de 1989 até finais de 1993 o grupo semente nova editou e publicou o In-formate. Entre maio de 2001 e abril de 2004 a catequese e grupo de jovens da comunidade editou e publicou a Agenda Mensal que entre maio de 2004 e novembro de 2012 - editado pelo grupo de jovens da comunidade - passa a ter o nome de Informa-se. Esta mesma publicação, numa perspetiva de continuidade, chega agora às suas mãos com o nome de + alto apoio
Edição e Redação | CATIVARTE – GRUPO DE JOVENS DA COMUNIDADE DO MONTE PEDRAL Tiragem e periodicidade | 200 exemplares de distribuição gratuita, bimestral Correio Postal | Rua Padre José Pacheco do Monte, 235; 4250-256 Porto Correio Eletrónico e sítio | monte-pedral@sapo.pt
http:\\www.monte-pedral.webs.com
Capa | Pormenor do desenho a carvão e grafite da autoria do Arquiteto Mário Ramos / Setembro 2012
página 7 agenda mensal
página 8 conversas no adro
1928- 2012
CANTO DAS JANEIRAS SOLIDÁRIO 26 de Dezembro de 2012 a 06 de Janeiro de 2013 à noite pelas ruas da comunidade
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anos de vida fé esperança caridade
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Numa carpintaria tradicional houve uma reunião entre todas as ferramentas com o objetivo de acertar as suas diferenças e aclamar a ferramenta mais importante. O martelo tomou a palavra e propôs-se exercer a presidência, não só por ser uma ferramenta de peso mas também por estar habituado a ditar sentenças num qualquer tribunal dos homens, mas os outros participantes foram unânimes em dizer-lhe que teria de renunciar ao cargo pois fazia barulho demais e, para além disso, os seus golpes e pancadas às vezes falhavam o alvo e, outras vezes, as suas orelhas arrancavam mais do que era preciso. Resignado, o martelo aceitou a sua culpa mas como era uma ferramenta “de peso”, exigiu que o parafuso também fosse excluído, argumentando que ele tinha um feitio muito esguio, uma cabeça dividida e dava muitas voltas para conseguir o seu objetivo. Perante os argumentos do martelo e o balbuciar das outras ferramentas, o parafuso viu-se obrigado a concordar mas, por sua vez, pediu igualmente a exclusão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os outros e, por mais fineza que tivesse, provocava sempre atritos e lixadelas. A lixa não teve outro remédio senão concordar, mas com a condição de que se excluísse também o serrote pois apesar de ele não ter boca ou língua, os seus terríveis dentes cortavam tudo e todos e deixavam sempre no chão um serrim que em todo o lado penetrava e tudo sujava. O serrote concordou mas – por entre os dentes – afirmo que se devia de excluir também o metro pois ele media os outros com a sua própria medida e julgava ser o único perfeito. O metro, convencido de tomar sempre as medidas certas e justas ia para falar, mas nesse preciso momento em que os ânimos ferramenteiros se começavam a exaltar, entrou o Carpinteiro e iniciou o seu trabalho. Pegou numa tábua tosca, utilizou o metro, o serrote, o martelo, pregos e parafusos, cola de madeira misturada com serrim e outras ferramentas e materiais… Ao final de algum tempo de trabalho a tosca tábua de madeira
transformou-se num belo e resistente berço para uma criança. Quando as ferramentas ficaram novamente a sós, a discussão voltou. Foi então que a cola, habituada a juntar as partes tomou a palavra e disse: "Caros colegas de oficina, ficou demonstrado que todos nós temos defeitos, mas O Carpinteiro trabalha com as nossas qualidades, com os nossos pontos fortes; assim proponho um acordo entre todos nós… nestes tempos difíceis que todos vivemos, não vamos relevar os nossos pontos fracos nem vamos agora eleger o mais importante; vamos sim passar a valorizar os nossos pontos fortes para vivermos todos juntos, fortalecidos como os elos de uma corrente bem unida". Todas as ferramentas aprovaram a proposta e perceberam que se o martelo era barulhento, também era forte; se o parafuso dava voltas e mais voltas, também unia e dava força a essas uniões; se a lixa era áspera, era também especial pois limava e afinava as eventuais asperezas e esquinas; o serrote tinha uns dentes terríveis, mas às vezes era a força desses dentes que permitia separar o bom do menos bom e se o metro estava sempre a tirar medidas aos outros, na verdade ele era também preciso e exato... Foi assim que as ferramentas da carpintaria se deram conta de que todas as habilidades que possuíam eram necessárias para o trabalho em comunidade! Caríssimos Amigos, tantas vezes ouvimos ou fazemos barulho, andamos ou vemos outros andar ás voltas, tornamonos ásperos ou somos "lixados", medimos os outros ou são os outros que nos "tiram as medidas" e “fazemos serrim”... Na realidade, bastava apenas compreender que somos elos (iguais ou não, direitos ou tortos e até de materiais diferentes) de uma corrente e que o segredo da vida em família, na escola, no trabalho, com os amigos, no grupo ou na comunidade reside no respeitar as nossas diferenças promovendo uma união firme pela “cola” da lealdade, honestidade e amizade... Está nas nossas mãos e no nosso coração deixar que essa transformação aconteça... Neste Natal, pela mão do "Carpinteiro Nazareno"
DEZEMBRO DE 2012 Dia 01 Eucaristia Vespertina Dominical na Capela Inauguração da Venda de Natal a favor das obras de reestruturação da Casa Jesus, Maria e José do Monte Pedral
Dia 06 Ensaio do Coral Litúrgico Shalom Dia 07 Ensaio do Coral Litúrgico Shalom Dia 08 Solenidade da Imaculada Conceição - FESTA DA PADROEIRA e 84º ANIVERSÁRIO DA COMUNIDADE - CONVÍVIO DOS 84 (anos da comunidade) no auditório da capela
Dia 14 Ensaio/preparação do canto das janeiras Dia 15 Eucaristia Vespertina Dominical na Capela Dia 21 Ensaio/preparação do canto das janeiras Dia 22 Eucaristia Vespertina Dominical na Capela Ensaio/preparação do canto das janeiras Dia 26 Início do 31º CANTO DAS JANEIRAS do Monte Pedral Dia 28 CANTO DAS JANEIRAS pelas ruas da comunidade Dia 29 Eucaristia Vespertina Dominical na Capela CANTO DAS JANEIRAS pelas ruas da comunidade Dia 30 CANTO DAS JANEIRAS pelas ruas da comunidade
JANEIRO 2013 Dia 04 CANTO DAS JANEIRAS pelas ruas da comunidade Dia 05 Eucaristia Vespertina Dominical na Capela - CANTO DAS JANEIRAS Á COMUNIDADE (Á PORTA DA CAPELA)
CANTO DAS JANEIRAS pelas ruas da comunidade Dia 06 Encerramento do 31º CANTO DAS JANEIRAS Dia 11 Encontro do Grupo de Jovens da Comunidade Dia 12 Eucaristia Vespertina Dominical na Capela Dia 18 Encontro do Grupo de Jovens da Comunidade Dia 19 Eucaristia Vespertina Dominical na Capela Dia 20 Reunião Mensal do Grupo das Mulheres Cristãs do Porto Dia 25 Encontro do Grupo de Jovens da Comunidade Dia 26 Eucaristia Vespertina Dominical na Capela - REUNIÃO MENSAL DOS ACÓLITOS DA COMUNIDADE
agenda
parar para pensar
Ferramentas de vida…
Paulo do Monte Pedral
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Há bilhões de pessoas no mundo, mas apenas algumas delas são essenciais no teu coração. Algumas tornam o Universo especial para ti, e dão sentido à tua vida. Algumas, serão lembradas até seus últimos dias na Terra. Algumas, são importantes para ti apenas por estarem aqui, por existirem. Tu não te importas com a roupa que elas vestem, e elas não se importam com a tua. Tu és parte essencial do quebracabeças da vida delas. E essas pessoas, por sua vez, são parte essencial do quebra-cabeças da tua vida. Tu não tens interesse na conta bancária delas, e elas não têm interesse na tua. Tu vês através delas, por isso as rugas não importam. O tempo, não importa. Para elas, tu és aquilo que existe no seu interior. São poucas - muito poucas - essas pessoas especiais. É difícil explicar como alguém se torna essencial na pintura da tua existência, mas tu sabes que o tecido que define a tua posição no mundo seria incompleto sem essas pessoas. Tu podes pensar nelas agora, porque são aquelas que parecem ter marcado encontro contigo antes mesmo do nascimento. Ainda que seja apenas uma impressão, é um sentimento que as destaca do mundo. Talvez sejam filhos, talvez sejam pais. Talvez um amor. Talvez alguém improvável. Se são pessoas muito especiais, e se tu queres que continuem a ser especiais, trata-as como pessoas muito especiais. Mantém a tua palavra para com elas nas menores promessas, ditas e não ditas. Dribla o mundo para estar com elas, nos dias de sol, nos dias de chuva. Não lhes mintas, são parte de ti. O que disseres que vais fazer-lhes, faz, faz sempre. Quem tu amas, deve ser tratado como sendo alguém que tu amas. Não trates essas poucas pessoas como qualquer um. Trata quem amas como uma pessoa qualquer e tu serás uma pessoa qualquer para quem tu amas. Não acontecerá do dia para a noite. Mas, assim como uma planta vai secando aos poucos, se não receber luz e água, aquilo que torna aquela pessoa parte essencial da tua vida desaparece, se o tratamento, entre ti e ela, for o mesmo dado ao resto do planeta. Podes ter muitos amigos, mas não estou a falar deles. Sabes exatamente de quem falo. Só tu sabes…
XXXV MAGUSTO CONVÍVIO NO AUDITÓRIO DA CAPELA
CELEBRAÇÃO DE ANIVERSÁRIO DOS UTENTES DA CANTINA SOCIAL
VISITA DO PRESIDENTE DA CNIS, PE LINO MAIA, Á ASSOCIAÇÃO JMJ
memórias de um tempo
Ser especial...
INAUGURAÇÃO DO LAR DE S. MARTINHO DE CEDOFEITA
Nuno Santos
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no alto...
o renascer de uma associação cristã de leigos
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Os primórdios da ASSOCIAÇÃO DAS ESCOLAS JESUS, MARIA, JOSÉ remontam a 1876, com a acção e obra sociais desenvolvidas no Porto pelo Padre Sebastião Leite de Vasconsellos – mais tarde Bispo de Beja e assistente do Papa S. Pio X – acompanhado por um grupo de vinte e dois leigos cristãos conscientes e fervorosos cuja vontade primeira foi a de organizar uma Associação que apoiasse a família. Essa finalidade – sempre respeitada e c ons eg ui d a p el a Associação de carácter, essencialmente, confessional – foi sendo incrementada por Leigos sob a orientação do referido Sacerdote e, a partir de 1901, com a colaboração das Religiosas Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que até 2009 zelaram pelo bom funcionamento destas obras sociais, destacando-se a Sopa dos Pobres, a Capela do Monte Pedral e dez estabelecimentos de ensino na cidade do Porto. Foi pelo empenho de Monsenhor Manuel Marinho que, em 1902, a Associação viu oficialmente reconhecidos os seus estatutos, autorizados por alvará régio de 18 de Dezembro emitido pelo Governador Civil do Porto, - Dr. Wenceslau Lima – tendo a sua última revisão e actualização – à luz da nova Concordata – ocorrido em Julho de 2012. Desde a génese desta Associação Cristã de Leigos da Diocese do Porto e durante muitos anos em que o ensino público foi quase inexistente, as valências “escola primária” como apoio à família fizeram sentido para preencher a ausência de respostas sociais que, entre outras, permitissem cuidar das crianças enquanto os pais trabalhavam. Esta actividade centenária desenvolvida pela Associação deu os seus frutos… pois é fácil encontrar em “cada canto desta cidade e até deste país alguém que frequentou a Escola das Irmãzinhas do Monte Pedral ou alguém que conheça a Instituição”.
Perante a realidade social, política, económica e religiosa que vivemos nos últimos anos, a valência “escola primária” foi definhando ano após ano – não obstante os esforços desenvolvidos pelas últimas Direções a vários níveis – com a diminuição galopante de alunos, envelhecimento da população residente, saída das Religiosas da sua casa no Monte Pedral, encerramento da Catequese na e da Capela (…) de que resultou um ac um ul ar sucessivos de prejuízos financeiros (desde 2000) para a Associação que foram sendo colmatados com empréstimos e, recentemente, com venda de património imobiliário que possuía na Foz. Perante este cenário nada digno do ilustre passado da Associação, a atual Direção e o Delegado Episcopal lançaram um apelo ao Cativarte - Grupo de Jovens da Comunidade do Monte Pedral - para que apoiasse a Associação com ideias, serviços e soluções para o futuro… assim aconteceu e, em finais de 2010, depois de analisadas as necessidades sociais e locais surgiram (muitas) ideias primárias para apoiar as famílias e a população idosa residentes: um lar, uma cantina social, um apoio domiciliário, um centro de dia, uma universidade sénior, um espaço de formação de jovens e desempregados? Muitas ideias (com pés e cabeça) e alguns braços e pernas disponíveis e firmes para as levar a bom porto, mas haveria ainda que maturá-las e experimentá-las no enquadramento da Associação e da realidade social que vivemos… foi assim que em Setembro de 2011 – aproveitando as sinergias da nova cozinha que confecionava as refeições para os alunos e funcionárias da escola – abriu portas a Cantina Social
na ex-residência das Religiosas, contigua à Capela do Monte Pedral, com o apoio de uma equipa de voluntariado, dos jovens e da Conferencia Vicentina da Comunidade e hoje serve diariamente cerca de 20 utentes idosos e carenciados. Continuavam no entanto os problemas de subsistência da valência escolar que em tempo oportuno tinham já sido comunicados ao Prelado da Diocese, através do seu Reverendo Vigário Geral que, apesar da realidade, incentivou a Direção à continuidade da Associação ainda que noutros projetos. Em Fevereiro deste ano, a Associação reuniu em Assembleia Geral de sócios e, perante os factos, tomou por unanimidade a dolorosa decisão de encerrar a valência ensino no final do presente ano letivo prestando, entretanto, especial atenção aos deveres e direitos para com os seus alunos, docentes e funcionários, famílias, pais e encarregados de educação. Alguém dizia que “quando se fecha uma porta, abre-se uma janela” e, foi neste espírito de continuidade ao serviço da Comunidade que, em Junho deste, ano a Direção lançou mãos à obra no projeto de criação de um centro de dia para idosos, cantina social para carenciados, apoio domiciliário para pessoas dependentes e abandonadas e apoio-formação para jovens nas instalações onde – durante mais de um século – se ensinou o “a e i o u da vida”, pela divisão do pão, subtração das dificuldades, multiplicação da fé e soma da fraternidade cristã em pedacinhos de amor! Um projeto audaz face à falta de apoios e aos cortes que diariamente surgem, à falta de dinheiro da Associação para tornar o sonho realidade… mas na verdade, e num sincero espirito de fraternidade e caridade (e não caridadezinha) cristãs, é preciso renascer para dar alimento às bocas (cada vez mais) famintas de pão e de justiça, dar um braço de apoio às pernas trémulas envelhecidas e desgastadas pelo tempo, doenças e abandono e emprestar uma palavra amiga
de apoio e incentivo aos espíritos jovens com força e vontade de caminhar em frente mas que encontram apenas rotundas e entroncamentos sem saída na vida profissional, social, económica e até religiosa! O projeto da Casa Jesus, Maria e José do Monte Pedral já nasceu e irá crescer para mitigar a fome de palavra amiga, companhia, partilha e convívio em comunidade de que todos padecemos! Mas para tornar este sonho realidade precisamos de todos - sem exceção - pois “sozinhos não somos nada, mas juntos temos o mundo na mão”! Resta à atual Direção deixar uma pública palavra de agradecimento a todos – sem exclusão – os que durante 136 anos de alguma forma, contribuíram para a formação académica, humana e cristã dos milhares de crianças – hoje homens e mulheres deste país – que passaram pelas carteiras escolares desta instituição e calcorrearam as pedras do recreio e adro de uma casa e templo do Senhor que permanecem vivas no alto deste monte pedral: Bem hajam pelo nobre serviço social e comunitário que prestaram! Essa memória permanecerá viva ao reconhecer e assumir a importância de adaptação aos novos tempos, pois é o ciclo natural da vida que nos ensina a renovar constantemente, criando novas oportunidades e respostas para poder seguir em frente e dar cumprimento ao alto desígnio social para o qual esta Associação de Leigos Cristãos da cidade do Porto foi criada: o apoio à família.
A Direção Sebastião António Andrade Casaca Manuel dos Anjos Lopes Sampaio Filipe Manuel Flores Pina Paulo d’Almeida Santos Nuno Adriano Santos
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