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DAR VOZ A QUEM NÃO TEM VOZ
Diácono
Horácio
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Félix- Presidente da Direção da Comunidade Vida e Paz
A missão da Comunidade Vida e Paz é a de ajudar e criar condições para às Pessoas em situação de extrema debilidade social, económica, de saúde e emocional a Reconstruirem o Sentidos da sua Vida, muitas delas na situação de sem abrigo.
Para isso a Comunidade tem a disponibilidade dos seus 600 voluntários das Voltas e de mais 170 colaboradores, profissionais, que asseguram o funcionamento das 22 respostas sociais que temos em funcionamento, dedicadas ao Acolhimento, Tratamento e Reinserção das cerca de 900 Pessoas que diariamente confiam em nós e são apoiadas nessas respostas sociais.
Parafraseando o Dr. António Bento, cerca de 70% das Pessoas em Situação de Sem Abrigo (PSSA) padecem de doença do foro mental, dai a dificuldade de ganhar a sua confiança, conhecer a sua história de vida e conseguir motivá-los a sair da rua, serem acompanhadas, tratadas, a restabelecerem relações familiares e sociais interrompidas, recuperarem a sua autoestima e a definirem um novo projeto de vida.
É uma tarefa hercúlea, mas muito compensadora afetivamente para as pessoas envolvidas, ao sentirem-se parte na recuperação de sentidos de vida.
Para conseguirmos ter em funcionamento todas estas respostas sociais a Comunidade depende essencialmente do apoio dos seus benfeitores. Paradoxalmente os serviços públicos não investem, como seria expectável e sua obrigação, no apoio às Pessoas mais debilitadas.
A titulo de exemplo, o protocolo firmado entre as instituições com comunidades terapêuticas e o ministério da saúde, não é atualizado desde o ano de 2008, mantendo-se o valor recebido para tratamento sem qualquer alteração, levando a uma asfixia financeira das mesmas, com encerramento de muitas delas, com a consequente diminuição da capacidade do País de tratar e reinserir as Pessoas, numa gritante injustiça quer para as instituições, quer especialmente para as Pessoas. Desta injustiça, tem a CVP feito eco junto das mais importantes instâncias nacionais, mas sem qualquer efeito prático.
Paralelamente temos assistido ao aumento gradual das PSSA na cidade de Lisboa, consequência especialmente do aumento do consumo de substâncias toxicodependentes, que estão a levar, infelizmente, à recriação de “novos Casais Ventosos” com as Pessoas a perderem a sua dignidade, transformando-se, como referido em alguns relatórios dos nossos voluntários em “cadáveres ambulantes”.
É em nome dessas Pessoas que gritamos que não podem ser abandonadas. Apelamos por isso às pessoas com responsabilidades políticas: órgãos autárquicos, em especial a Câmara Municipal de Lisboa; governo central, em especial o ministério da saúde e o ministério da solidariedade social e do trabalho, para que não abandonem as Pessoas mais debilitadas.
Sabemos que podemos sempre contar com os nossos voluntários, com os nossos benfeitores e com a dedicação dos nossos profissionais.
Bem hajam.
Paralelamente temos assistido ao aumento gradual das PSSA na cidade de Lisboa, consequência especialmente do aumento do consumo de substâncias toxicodependentes, que estão a levar, infelizmente, à recriação de “novos Casais Ventosos” com as Pessoas a perderem a sua dignidade, transformando-se, como referido em alguns relatórios dos nossos voluntários em “cadáveres ambulantes”.