Ecc 30anos

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ESCOLA COMUNITÁRIA DE CAMPINAS

SCOLA COMUNlTARIA UE CAMPINA~ """ :2 .2"1- 1 BIBLIOTECA (\~pS J


ESC(lA C(MH1'~ DE ~

Expediente

BIBLIOTECA

Editorial

Conselho Edi torial:

Amélia Pires Palermo

Maria Cristina Moliterno da Cruz

Eliane Palermo Romano

Maria Cecília Gracioli Andrade

Maria Nilsa Gonzales Mello

Sandra Maria Salgado Galli

Coordenação Geral:

Rosangela Maria Feres

Projeto Edi orial

Ana Maria Assis Rodrigues

Leda Maria de Souza Freitas Farah

Projeto Grilf!co e capa:

Tina Gonçalez

Red ação em pr sa:

Ana Maria Assis Rodrigues

Leda Maria de Souza Freitas Farah

A. Esco a COlllunltárla de Campinas elegeu - a pa r dos eventos que festejam seus trin a anos - a produção desta revista . O acervo fo tográ­ fico e bibliográ"co

da Escola ofereceu image ns, fotos, cita ções para

uma compo íção ~ue não pretende destacar rostos ou nomes, mas faz questão de apresent:;r as faces q ue atua lment e co mpõem o quadro pedagógico e adm nrs'rativo . Por que não um CD-rom? Um vídeo? Ou o utro suporte mais moder­ no? Porque a palavra escrita, artesanal, está sempre à altu ra das mã os,

Redaçã o em verso :

Ana Maria Assis Rodrigues

aos OlhOS, mais acesslvel . Transita sem fios pela mente, pe lo coração...

R visão:

Maria Lygia Cardoso Kõpke dos Santos

grande ou em pont pequeno - o detalhe, uma parte, um foco . Ao todo,

Esta Re. ·sta apresenta seu objeto de d uas formas básicas: em p onto os detalhes acrescentam riqueza s feitas de pequenos traços, de nuan­ Apoio co nsultivo

Astride Benez Brandão Bini

Márcia Aparecida Mantoan

Maria Sílvia Duarte Hadler

Apo io técnico

Aline Soriano Bortoloti

Daiana Romanetto Reolon

Assessoria gráfica:

Astríde Benez Brandão Bini

IrTragem de capa :

Trabalho desenvolvido nas aulas

de Artes Visuais pela aluna Vitória

Marcondes da Costa Issa

Imagens internas

Arquivo da Escola Comunitária e

das aulas de Artes Visuais

Fotografias de Alexandre de

Oliveira e IlIan Palermo Romano

ces. Aos detalhes o todo proporciona int egra ção, co nfro nto, rel ação .. Dessa forma, pretende comem orar os desafios vencidos e as con­ quistas desvelar anse"os, crenças, princípios e objeti vos - p resentes, passaaos e futuros; revelar as emoções e as experiências presentes na ida e na oora da Escola Comunitária e de seus protago nistas e co ad­ juvantes; por meio de pala . ras e de imagen s, ret omar sua hist ó r·ia, qu e

é, na verdaae hls-ória feita por grupos - soma de individualid ad es q ue nunca se anulam; ao contrário, enriq uecem-se no con vívio, na troca . Vamos olhá-los como se estrelas foss em . Esta escola acol he-as e as expõe- torna-as irmâs a imenta-a e as fa z brilhar, na sua nat ureza, na sua função. AlgUMas atraem e fascina

por seu brilho; algumas cativa m poe­

tas; outras, oorseu,.,... 5 erie, aprisionam cientista s. Algumas m arcam o dia, oúUas se desoedem da noite_ Algumas se apagam, mas deixam suas marcas. Outras aespontam , são descobertas, revelam-se ... O tem ­ po passa os anos correrr e odas a br;lhaL. Agrupadas ou aparentemente SOZInhas, ai estão, a desempenhar

Diagramação :

AyresPP Com. Mkt

www.ayrespp.com.br

seu papel, a revelar-se aos olhos penetrantes e atentos de quem q uei­ ra dela se acercar e de quem as queira co nhecer. O cupam seu lu­ gar. O ferecem-se, lúcidas e limp as, à visão, à ad m iração e ao estudo ..

Edição comemorativa dos 30 anos

da ECC: 07 de novembro de 2007.

Lançamento: janeiro de 2008.

Expõem-se, to das el s, às lentes p otentes dos olhos e dos corações humanos. Há formas e formas de ol há-Ias: um o lha r vê e contenta-se ; aquel e

Escola Comunitária de Campinas:

Rua Egberto Ferreira de Arruda

Camargo, 650 - Jardi m Notre Dame.

CEP 13.092-621 - Campinas - SP

Tel: (19) 3758-8500.

www.ecc.br

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vê, p ára , examina; o o utro investiga; mais outro se entre ga, simples­ mente; um novo, aind", vê, d ivaga, vai al ém ; ainda mais um vê, analisa e compara; o u vê, relemb ra, compara .. M uitos, mu itos o utros, inúme­ ros, tantos quantos são os q ue olham... AprOXi m e-se, por favo r I


A Escola Comunitária de Campinas, em: 04. Mudanças ... Andanças ... 05. Definições substantivas 06. O

sonho. O caminho. O sonho ..

08. Um olhar para o cotidiano 11. Desta água beberei ...

12. Uma escola feita

também de pais

14. Projeto político-pedagógico 15. Câmera. Ação.

20. As

Revelações

muitas mãos de Dona Amélia

22. Mestre-maestro 24. l\los trinta anos da Escola Comunitária , eles também são o presente

29. Aos que nos inspiraram 30. Outrora ... Agora 31. Agradecimento


Atrás dd igrejinha dó avenidd Guarélni, o espr.ço p queno ,nal continha os sonhos, n as os

abrigou e os viu crescer.

Mudanças .. Andanças ...

Uma cam i, hada conduzIu os primeiros sócios e seus sonhos para Jun o de campos, de ar­

vores, de terra batida . . e da rodovia . .

Céu .. terra ... gente.

Lá. os sonhos se comprimiam . AqUI, espraiavam-se por horizontes

fundos e abertos. Indistintos.

Mudanças . . Alld"nças...

Os limites apareceram sinais de propnedade par ieul r.

Li mites físicos, que nâo barravam os sonhos.

Cercas, al<Jrnbrados dimenslondram o terreno, deixavam passar o olhar. O céu ai 1da co­

btia quase tudo. Os horizontes continuavam 10nginqlJos. Uma cons !ução sugeriu telhados

e

liras. Depois outra ... e outras ..

abrigaram os mesmos sonhos. . e OUtros ...

MôlS

Na mlojdnha esquenla, a mochila roda clleia de desenllQ) - personagens da Disney -; na mão direitl. dedinhos pressionam o amarelo-ouro do Comunitário: - Papal! Papai! Meu desenho s:uu na Cll!Ja! Patabéns! Que lindooo! - Papai? ~ a escola nova, viu? Atia rá pediu pra genle fazer um desenho da escola nova, a gente reze a dona "Me1ha" escolheu o meu... FOI elal!! Sabe, papai? eu pus um bilhetlnho cheio de beijo de obrigado no bolsinho

dela, da dona "Mclh:t" ..

- No bolsinho da dona Amélia??? Como? Oque é issO,

fillio? EXplica melhor.

elhados. maos mmos , menos

sonhos? Ao contrário. el s aquI esl-ão! Mllros. telhados e corredo­ res os protegern . Nos campos vizinhos. as árvores, a terra batida, a rodovia. enquanto SE:

reden l iam, espreitavam nossos

sonhos

p

os enfeitavdM

ruas,

passeios, casas, Jardins. Multiplicamos.

Somamos.

Dividi ­

mos Subtraímos? Não l Os sonhos continuam soberanos ...

4

COP1


Definições s bstan ivas

Esta página é um presente das famílias da Escola Comunitá­

ria. Explicamos: o informativo semanal enviou aos sócios, no

mês de junho, a seguinte pergunta:

Que palavra, para

vocês, identifica a ECC?

As respostas aqui estão:

I

V


Primeira reunião de pais para discutir as possibilidades de criação de uma nova escola.

02 . 7/11/1977 Reunião para discutir e aprovar o estatuto da Sociedade e realizar a eleição dos d iretores do Conse lho de Administração da Sociedade Comunitária de Educação e Cultura. Fundação da Sociedade Comunitária de Educação e Cultura, resp onsáve l pela Esco la Comunitária de Campinas.

03 . 19 a 30/11/1977 Leilão de parede, com obras expostas no Museu de Arte Contemporânea de Campinas, doadas por um grupo numeroso de artistas da cidade; a maior parte da renda obtida foi revertida para a criação da nova escola.

04 . NOV/DEZ/1977 Adesão dos pais à futura escola; matrícula de alunos e procura por um prédio.

A Coordenação de Ensino do Interior autoriza o funcionamento da Escola Comunitária de Campinas.

Sai o primeiro comunicado pela imprensa, no Diário do Povo, acerca das matrículas na Escola.

08 . DEZ/1977 e

JAN/1978 Ráp ida reforma nos fundos da Igrej a N ossa Senhora Aparecida, local izada na Avenida Arlindo Joaquim de Lemos, para abrigar a Unidade I da Escola Comunitária de Campinas.

o primeiro uniforme e o logotipo são escolhidos .

10 . FEV/1978 Início das atividades da Escola Comunitária de Campinas na Avenida Guarani, 405.

Compra do terreno 20-A.

05 . 03/12/1977 A Di visão Regional de Ensino de Campinas aprova o Regimento Escolar da Escola Comun it ária de Campinas, co m endereço provisório na Avenida Arlindo Joaquim de Lemos, 1.100-A, em Campinas .

Publicação do primeiro

O Comunitário.


13 . AGO/SET/1979 Publicação do primeiro O Comunitário com logotipo.

23 . 29/10 a 01/11/1990 I Jogos da Primavera.

24 . 1991 14 . 1981 I e 11.

Compra do lote 19 - 22.592 m 2 (atualmente Campão, Ensino Fundamental 11, Ensino Médio, Cantina e Ginásio).

15 . 1982

25 . 1992

Inauguração da Biblioteca Infantil.

Seqüência de construção no lote 19 Bloco I A, Bloco II e galpão coberto do Infantil e parque.

Inauguração do prédio do Infantil e Ensino Fundamental

16 . 1983 Entrega do prédio da Administração (em cima), da casa do zelador (atualmente Manutenção), do galpão (pátio coberto), atualmente galpão de cima, e do galpão de baixo. Inauguração dos prédios de 1° e 2° graus (atualmente Ensino Fundamental I).

17 . NOV/1983 1a Caminhada da Av. Guarani até o novo prédio.

26 . 1994 Inauguração das quadrinhas e do campinho. Ampliação do parquinho.

27 . 1995 Inauguração do Bloco I B (Primeiro Laboratório de Informática, Laboratório de Ciências, Sala de Teatro);Cantina, Teatro de arena e a parte de cima da cantina (capoeira).

28 . 1997 18 . 1984

Início do funcionamento da cantina.

Conclusão das quadras esportivas, ao lado do galpão de baixo.

29 . 1998 19 . 1986/1987

Inauguração da Praça da Paz e do Estacionamento da frente.

Informatização.

30 . 1999 20 . 1988

Criação das salas-ambiente.

Incorporação de 4.000m 2 ao lote 20-A (atualmente quadrinha).

31 . 2000 Inauguração da Praça da Amizade.

21 . 1989 Inauguração da 1a cantina , ao lado do galpão de cima.

32 . 2001 Construção do Ginásio poliesportivo, das salas novas e da quadra do Infantil.

22 . 05 a 09/11/1990 I Olimpíada Comunitária.

33 . 2007 Inauguração das quadras cobertas do Ensino Fundamental i.


O

que compõe uma situação de ensino-a pren dizagem? Qu ais seus elementos essenciais? To­ dos responderemos em unísso­

no: professor e aluno, é claro. Alun o e profes­ sor? Sim, essenciais! Que outros componentes deve ter o lugar em que se ensina e se aprende? O que mais marca esse espaço? Vamos lembrar: os alunos precisam de sa­ Ias de aula limpas e em ordem; de espaço bem cuidado para fazer a recreação; a entrada e a saída dos alunos devem ser seguras e orga­ nizadas; leitura e pesquisa são necessárias; a matrícula deve ser feita; caso se machuque, o aluno precisa ser atendido; as aulas deman­ dam material específico -

o cotidiano envolve

múltiplos elementos, em situações rotineiras e, não raramente, inusitadas ... Como funcionaria uma escola sem secreta­ ria, sem tesouraria, sem departamento de pes­ soal? Como levar o aluno ao mundo dos li vros, em toda sua plenitude, sem a biblioteca? Que atividades seriam realizadas, sem o material disponível ? Que espaços oferecer para o lazer, sem o trabalho da equipe de limpeza e con­ servação? Como atender a sede e a fome de alunos, pais e professores, sem a cantina limpa e abastecida? Onde buscar o verde para o re­ pouso do corpo e da alma, sem a equipe de jardinagem? Como fazer o trabalho com docu­ mentos e textos, sem o concurso da gráfica? O cotidiano fervilha nos diversos espaços da escola. No prédio da Administração, as entrevistas com o Serviço Social buscam soluções conci­ liadoras relativas a mensalidades em atraso, crédito educativo ou seguro-educação. Ali também o Departamento de Recursos Hu­

"

- Digu, eMta t'OIl1U foi a chu!'a de pedra lá na escola ontem? -Xi, pai, você nem sabe! Ficoutudo blW1qlli­ nho que llem leite sem chocolate nem café, que nem leite purinho: um tapete 'ó, geladi­ nho, pmpatinar. Nem dava pm andar; ama­ mãe quase c;tiu de um escorregão,quando a gente estava perto da saída...

J

8

)


manos responsabiliza-se pelo cumprimento das leis sociais e tributárias. Cálculos e contas,

emACCMHTW 11 CAAfINAS • B I BLIOTE C A j

regularmente inscritos, em suas minúcias, são apresentados ao interessado. Do outro lado do corredor, bem em fren­ te, a Tesouraria: centavos valem muito, visto descreverem com fidelidade o cálculo dos custos, das despesas; aplicações financeiras, relatórios, balanços não resumem as múltiplas e complexas especificações deste órgão, cujas teclas de cálculo batem o dia todo ajustes na sinfonia numérica que precisa encantar todos os bolsos. Bem ao lado, dados da vida docente e dis­ cente recheiam gavetas, mesas e armários da Secretaria, encarregada de bem registrar os fundamentos e os resultados da consistente e sólida rotina pedagógica. No espaço claro e amplo da Recepção, di­ álogos acontecem. Ouçamos este:

- Escola Comunitária, bom dia! - Preciso falar com o orientador do 6°. ano B. - Pode aguardar um momento, por favor? Mais alguns passos e entramos em um "mundo, vasto mundo": a Biblioteca. Silêncio. Reverência. A melhor humanidade aqui se re­ úne. E se nos oferece. Os gestos e as palavras das bibliotecárias, medidos e cautelosos, pres­ tigiam autores e leitores das mais diferentes idades, inteligências e sensibilidades ... Regis­ tram retiradas e atendimentos. Sempre um au­ tor novo, revistas e novidades, à disposição. No final do corredor, as duas salas da Grá­ fica respondem pela comunicação: produzem material para a divulgação de eventos, multi­ p licam textos e ilustrações, o Informativo, or­ ganizam coletâneas. Escada abaixo, nossa visita nos levará até os prédios vizinhos. Ao final dos degraus, porém,

"

Bel corre ao encunllXI lia professora para o pnmeiro abraço dll manhã. -11a, 11l1ie tem chuvciro? ThJllxe tlldo direi­ tinho. Minha mâe marcou meu nome na toalha e 110 sbO/'/. Quando a gente rxxIe ir para ochuveiro? - Bel. I'ore sabe bem. s6 d~pois do rECn!i .., ~ ~

9


uma porta à nossa direita anuncia e nos chama: "Achados e perdidos". Ali se dispõem, em organização qua­ se militar, os mais diferentes objetos escolares, desde mochilas até bor­ rachas; roupas diversas e objetos de uso pessoal, esquecidos pelos alunos e disponíveis para devo lução, se re­ quisitados por seus proprietários. Ao final de cada semestre, os pertences não reclamados transformam-se em doações para seis instituições bene­ ficentes cadastradas. Seguindo viagem, nossos olhos encontram, bem à nossa frente, uma porta aberta: no Ambulatório, miú­ dos e graúdos buscam o aconchego do sofá, das mãos que os medicam e que, para muitos deles, aplacam dores físicas -

a mão, o joelho ou

rial das atividades extras, no ginásio,

o pé machucados; uma dor de ca­

Um passo em frente, chegamos ao

na quadra, no pátio, na sala de aula.

beça . Olhos prudentes consultam a

Almoxarifado: harmonia entre quanti­

Funcionários

ficha médica, oferecem ajuda. Mas,

dade e organização. Todos os demais

tos mobilizam-se incansavelmente,

em grande número de casos, essas

setores nutrem-se aqui , através de

como num filme rodado em "câmara

mãos dedicadas, segundo a sabedo­

uma requisição escrita . O atendimen­

ve loz". Assim se passa na festa juni­

ria sensível de uma aluninha de pou­

to?" Prontinho!"

na, nas assembléias e reuniões, nos

cos anos, "cuidam do coração". Meia-volta l

Uma

porta

maior,

de

vários

segmen­

Seguimos.

encontros festivos. Na faxina semes­

É difícil acreditar que exíguos qua­

tral, lava-se, pinta-se, conserta-se. É

sempre fechada, em que se lê: "Área!

drados de 2x2 possam ser território

agora a hora da revitalização (e não o

Manutenção", esconde painéis nas

agitado das pequenas grandes causas:

foi também no decorrer do ano?).

paredes" uma grande mesa, onde se

disciplina, avisos, intercâmbio, trocas,

A vassoura, a escada, o pincel,

reúnem os funcionários para o lan­

coletas, esperas, "depósito" e mais

tanto quanto a caneta, o lápis, o

che, e dois acessos: um para a área

justas causas -

computador e outras máquinas, são

aberta em que disciplinada mente se

no, do orientador, da família . O vento

guardam os materiais; outro nos leva

que passa por ali não "varre" um único

la Comunitária afina e executa com

à Cozinha. "Quer um cafezinho? Chá

problema: com paciência e firmeza, a

perfeição para que o trabalho previsto

ou suco? Bolacha, tem da doce e da

Monitoria cuida de todos eles.

salgadinha. Na bandeja." Tempera­

do professor, do alu­

Duas novas portas revelam-nos a

dos com carinho, dali saem os comes

Informática. Nas duas salas -

e bebes para os intervalos do traba­

das e guamecidas com avisos, informa­

, - Ei, antes que noo chamem, registrem , liguem para 1l(lS5OO pais - i$O vai aconllm' -, varoo; até asala da

orientação 00; explicru; aconselhou Rodrigo. Longa foi a conversa e a negociação. Oportuni­ dade de refletir e educar. Saldo, no entanto, com­ pensador: tentar imaginar-se 110 lugar do Belo, prejudicado por uma brincadeira de mau gosto; pedir desculpas para ele, por ter escondido sua mochila no banheiro; explicar para aprofessora por que o Belo estava sem o livro na aula... ~

10

lho e para as reuniões. Que delícia I

organiza­

instrumentos que o servidor da Esco­

seja visto e convertido em satisfação comunitária, para que as necessidades pedagógicas sejam consideradas. Um maestro, porém, responde

ções e trabalhos -, especialista e au­

por essa harmonia: tudo sente, tudo

xiliares, sempre disponíveis e dispostas

vê, tudo ouve, a todos conduz -

para o atendimento. O "mundo, vasto

Administrador Escolar. Seu trabalho

mundo" do Poeta, copiado, inserido,

concentra e orienta essa grande vibra­

formatado e ousada mente recriado

ção que aqui procuramos registrar.

por alunos, funcionários e professores, cabe aqui: bonito, justo, humano ... Percorrer a escola permite-nos, via de regra, observar a preparação

o

Tocam todos juntos, sim. O que quisemos revelar foi o pulsar do Re­ gimento Interno da Escola Comuni­ tária. O que nos moveu foi a vida, a

e a manutenção dos espaços, o tra­

alegria, a vibração que se manifes­

balho exigente da montagem mate­

tam nos menores gestos . •


Você concordará conosco? Trazemos aqui transcrições de uma pesquisa realizada com os funcionários da Esco­ la Comunitária: "Quais gestos são importantes para a boa convivência no dia-a-dia?" Os pequenos grandes gestos são como água: podem mitigar a sede de comunica­ ção entre as pessoas; podem, sim, limpar dolorosas marcas e, sendo água, transformar em verde o cinzento e renovar nossa vontade de viver bem . Como água, os gestos inundam nosso dia-a-dia ; percorrem lugares, grupos, atingem recantos, escorrem .. Como água, os gestos inundam nosso coração, são sangue a alimentar nossa convi­ vência, nossa vida. Há um uso cotidiano de pequenos gestos - jamais insignificantes -, um sistema de

regras de con vivência, que procuramos seguir para tornar nossa coabitação simpática. Um parâmetro ético .. Há gestos que acompanham ou enfatizam o dizer; outros o complementam; outros,

ainda, pretendem substituir a fala. Todos, porém, cumprem a delicada função de esta­ belecer, cultivar e enriquecer a comunicação e propiciar

O

bom relacionamento entre

as pessoas. Em casa, na rua, no carro, nos ônibus e nos trens, nos aviões, nos clubes, nas igrejas, nas escolas ... Há, contudo, um princípio moral vocacional a que cedemos para ser sintonia. Nos­ sa paz interior, e, sem exagero, a paz no mundo, pedem essa água, boa e gostosa, generosa .. Faz bem, muito bem, provar essa água e dela nos servir.


" oaroma campestre das elV3S espalha-se por toda a Escola... 'lo pátio, as mesllS post.'l.~ recebem os bules fumegantes eetiquetados - TI, desta vez eu Ijut:ro o de hortelã. - dis­ parou Bel. As professoras vão encher copinhos ecopi nhos das tisanas - quase sem tempo de elas mesmas prová-hlS - e encher O~ olh(J,) de Imagen.~ incolUuns: alunos e alW1as a sa­ borear, a repelir ochá ca.o;eiro que só a vm'Ó parecia apreciar. .. ~ ~


" o barnlho e a movimentaçâo de llel e seus amigos 110 'lo ano, recinH:hegal!o~ à chá­ cara, ul~lll'Çam li po~ível insegur:mça no primeiro pernoite longe dll fllmma. mas ~i 11 allzam a alegria do dl'Safio... - Terernos um dia cheio de atividades. sem Jlrobl~Ola~, {lOrqll~ sei que :IS regras que vocês lev:mtaram. ontem. na classe. ~rão seguid<!!> - fala com segllJ"J11ça a [lror~.sor.1. Ocompromisso de cada wn é ocompromis­ so de tcK!O'i. "'ora, ':td:! equipe escolhe um lugar para se acomodar e reler a pro{lOsta da primeira :lli\idade. Pensar t:unbém n,1 estratégia para re'.ilizá-Ia -tudo isso em vin­ te minutos. Enquanto vocês trabalhant vou conferir o horáriO do I:mche. Até já! ~ ~

3


o p rOJeto , polít'I CO­ agógico ' P e descola da e e toda a vida enquant " nao nos d elxa ' e o vida parágrafo ncerrar term' s, quanto mais mar capítul Nenhuma VI'd a os, tem resumo" (G ui marães R'osa) _

I

I


C

riativida~e, conhecimen,to,

motlvaçao

e

da, do recomeço..

Surpreendemo­

tores e grupos -

valores, crenças e

competen­

nos com sua capacidade de concen­

finalidades da instituição e marca a

cia aparecem nos fazeres

tração, de abstração, ausentes do

integração curricu lar.

cotidianos

da

burburinho que, evidente, perpassa

Naturalmente fiel ao espírito de

Escola Comunitária , assim como nas

inconsiderado pelos locais coletivos

partilha, nossa escola "exporta" seus

mostras científicas -

ou domésticos de trabalho. Espiá­

méritos e privilégios educacionais. Não

escolares

também nas de

que privilegiam as ha­

los em casa é

bilidades cognitivas, afetivas, relacio­

constatação

nais, físicas e culturais. Frutos de es­

do que dis­

tudo, reflexão e criação, revelam com

semos.

arte e lazer -

transparência a política educacional

Ao traba­

e filosófica desta escola e almejam,

lho

pois, não só idealizar, mas também

do professor

cumprir as matrizes curriculares e os objetivos educacionais do projeto pol ítico-pedagógico -

dos mais am­

pios aos mais específicos.

isolado em

que

consulta seu projeto

de

conteúdo,

Para isso, o trabalho em equipe

passa a lim­

por alunos, professores, pais e funcio­

po, organiza

nários traduz sua crença preponde­

o

rante. Sem protagonistas, na Escola

das

Comunitária a prática da parceria

sões, corrige

resultado discus­

responsável cuida sempre para que

trabalhos

o exercício da relação se sobreponha

prepara suas

ao da competição.

aulas

Feita

a

chamada:

-

e an­

Graduados,

tecede o trabalho no Núcleo: aqui,

se furta a oferecer às demais suas bem­

mestres e doutores em educação?

objetivos, conteúdo programático,

sucedidas práticas, seus métodos, suas

"Presentes " .

trabalhos e avaliações são discutidos

estratégias.Tem sempre à disposição

pelos pares, o que busca garantir a

seus professores para novas parcerias.

"Pre­

unidade e a qualidade das propos­

(Con)vivendo e aprendendo ...

sentes ". Formação reflexiva e inves­

tas nas diversas classes de um mes­

tigativa? "Presente ". Brincadeiras e

mo ano.

Teorias

pedagógicas

modernas?

" Presentes ".

curriculares

governamentais?

Diretrizes

jogos educativos, enunciados, tarefas

Esses saberes, esses projetos e in­

Suporte e alimento para esse tra­

de classe e de casa, em equipe ou

balho, coordenadores e orientadores

individualmente,

trabalhos avaliati­

encarregam-se de observar, coletar e

vos, demonstrações virtuais tornam-

analisar dados referentes aos alunos;

se produtos concretos desse pensar,

mantêm o canal aberto para comu­

agir, sentir e ser. Traduzem o apuro, a

nicação de mão dupla com pais,

excelência, o esmero, a dedicação e

professores e alunos; alimentam du­

o desafio das propostas.

tenções pedagógicas materializam-se ~

"

rante o ano, semanalmente, o c.P. -

Conselho de Professores. Essas

Adentrar nas reuniões de núcleo,

reuniões alinham propostas, orien­

na sala dos professores, na biblioteca,

tam, designam, destacam princípios

é ver os professores sobre o papel ou

metodológicos e normas. Propõem

o computador, a criar a melhor tra­

reflexão e discussão, à luz do conhe­

dução para aquela noção simples ou

cimento pedagógico do Colegiado,

complexa .. Hora do acerto, da emen­

que garante -

para os cursos, se-

15


no papel, na tela, nos gestos, nos tra­ çados, nas cores, pelos alunos. Difícil selecionar, temerário des­

Empunhando nossa câmera ... va­ mos l Vamo s abrir portas, contornar cercas-vivas, aproximarmo-nos dos

tacar atividades. A cada nova pro­

quiosques, deter nossos passos nos

posta, os professores superam-se e

pátios ... Nosso passeio nos levará a

o resultado é sempre inovador. Tudo

jardins, escadas, salas, parques, qua­

dá certo? Todos os projetos são bem

dras ... Vamos caminhar...

sucedidos? Temos dificuldades? Dú­

Vamos observar, escrever, con­

vidas? Quem não as tem? Certamen­

versar, organizar, discutir, ler, pensar,

te, caminhos são traçados novamen­

trocar, argumentar, relacionar, inte­

te, de outra forma, para possíveis

grar, concluir...

acertos. A busca é uma constante ...

Aqui, o cenário inicial -

mesi-

Artes Plásticas Biologia Capoeira Ciências Desenho Design Educação Física Espanhol Filosofia Física

Geografia História Inglês L. Portuguesa Literatura Matemática Música Orientação Português Psicologia Química Teatro

Pena não podermos apresentar­ lhe, leitor, a gama diversificada e engenhosa dessas atividades, que eclodem dentro e fora das classes. Fazemos, porém, um convite: Cinco são os sentidos. Múltiplos são os sentidos .. Olhos

bem

abertos,

ouvidos

atentos, dedos e pele ativados, sen­ sores olfativos acionados, paladar à espera, vamos, câmera em punho, em busca do conhecimento: vamos ver o que se passa no dia-a-dia de nossos alunos e professores. O que estão a fazer? Com que se ocupam? Como é sua lida diária? Que surpre­ sas nos esperam! ... Seu olhar, leitor, dará amplidão signi­ ficativa ao que o limite físico restringe.

"

nhas baixas com cadeiras à volta

sala, carteiras agrupadas de quatro

-

em quatro, dispostas de frente, duas

propicia a organização das tarefas

do dia e a explicação das eventuais

a duas, abrigam os personagens das

ausências dos colegas. Mais adiante,

cenas que vamos presenciar. Cader­

em outra sala, carteiras enfileiradas,

nos, folhas de monobloco, estojos

dispostas em colunas e o professor

de lápis e canetas, fotos espalhadas.

à frente, diante da lousa, permitem

Com que se ocupam estes alunos?

que a chamada seja feita; a pauta,

preparem

textos sobre

prevenção às drogas, que serão digi­

postas, apresentadas e discutidas; a

tados nos computadores da sala de

papeleta e o diário de classe, preen­

informática, como já o foram os fol­

chidos; as tarefas, corrigidas.

16

Talvez

escrita; a agenda, atualizada; as pro­

ders turísticos sobre Campinas, em

Aos poucos, porém , o espaço

correto inglês. Ou quem sabe orga­

transfigura-se: os alunos agora se

nizam o material para o júri simulado

movimentam, em busca de um lugar

sobre o aborto. Sobre Os explorado­

no chão para ouvir a história. Na outra

res das cavernas l ...


Vejam: além das fotos, parece

mãos levantadas parecem revelar um

teatral permitirão que esses projetos

haver sobre as carteiras alguns pan­

momento especial da assembléia. O

passem a fazer parte do dia-a-dia e da

fletos.. Farão parte do trabalho so­

que dirão? O que concluirão? Con­

história de alunos, pais, professores e

bre as várias linguagens não-verbais

centrados, atentos, reflexivos ..

funcionários ... Ou então toucas e aven­

(letreiros, outdoors, panfletos, pro­

i I

tais protetores, a utilizar produtos da

pagandas com som)? Estarão eles a

A noite vai encontrar esses mes­

compor as narrativas com alguns ato­

mos alunos em agitado treinamento

res sociais? Ou a concentração será a

esportivo; em múltiplas performan­

horta, a preparar uma pizza, uma forna­ da de pães, uma salada de frutas ..

respeito do espaço geográfico e da

ces nas peças teatrais; a tocar e can­

Momento extraordinário de dividir

ocupação urbana ao redor da escola

tar no conjunto musical que, no final

com a comunidade intra e extramuros

e em outras regiões de Campinas?

do ano, brinda-nos com sua arte.

Outros encontros como esse pro­ duziram os cartões pela paz; cartões

habilidades de escrita, gráficas, plás­ ticas e de comunicação oral de nos­

Vamos abrir as portas desta sala.

de Natal; bonecos de pano e de su­

São poucos os alunos, atentos e

catas várias, para compor um grande

calados. Que acontece? Ah, enten­

painel comemorativo ..

demos l Aula de recuperação I Eles

sos alunos e alunas do curso infantil,

e o professor às voltas com teoria e

1 1

Estes mesmos personagens que

prática. Deslocamentos à vista I

ora vemos, reclinados sobre as cartei­ ras, daqui a pouco sairão para os pátios,

São muitos agora a planejar um

corredores e escadas, ao encontro das

projeto interdisciplinar: conhecimentos,

obras de arte expostas no espaço-ga­

convicções, valores, apresentando uma

leria da Escola Comunitária: é hora de

investigação aprofundada da socieda­

observar as obras e conversar com os

de. Uma aparente confusão: mesa do

artistas; a apreciação do que Campinas

professor, carteiras e chão com tintas,

nos oferece, fora deste espaço, fica na

papéis e tesouras -

agenda para dias posteriores.

filme, um álbum, uma história em qua­

"

um fórum, um

Em grande círculo, sentados

drinhos, um jornal; um personagem

no chão (ou estarão nas carteiras?),

criado, uma apresentação musical ou

17


do fundamental e médio. Mostras do

Um berimbau ressoa: capoeira I

fala para um público tão atento?

que exercitam em salas de aula ou ao ar livre são exibidas nas mais criativas

Escadas acima. Vamos. Quem

Na Praça da Paz, nossos persona­

formas. Compareçam!: BRINCADIA,

gens -

ESCOLA ABERTA, ESCOLA VIVA,

maiores -

em duplas, trios ou grupos montam um totem ou um

Parênteses corteses e saudosos para relembrar a febril atividade cul­

CABEÇA ABERTA, com programação

painel, fazem um cartaz, ensaiam uma

tural e pedagógica exercida pelo

variada, aguardam o prestígio das fa­

dramatização ou uma apresentação.

nosso extinto Centro de Estudos e O Comunitário que, durante anos e

mílias, amigos e convidados, todos muito especiais, como especiais se

O cenário agita-se. É outro: vai

mostram esses retratos da concepção

abrigar uma grande exposição ou uma

pedagógica desta escola.

feira que precisará de outros espaços.

anos, concederam-nos ricas iguarias intelectuais. Amanhece.

É dia de dar descanso às salas de aula e ocupar as áreas externas.

Novo espaço: o pátio da entrada

Camisetas colori­

das invadem a escola. Não chove.

principal. Tablados assoalham o chão

E, se chover, as quadras cobertas

para os representantes das chapas

estão aí. Olimpíada I Jogos da Pri­

interessantes e diferentes I Barracas.

concorrentes à direção do Grêmio.

mavera I

Balões.

Ou para formandos e famílias ritua­

Quanta gente l Que "uniformes" Bandeirinhas.

Quadrilha . Compadre

Música

alta.

e comadre.

lizarem a formatura.

Adiantei

Bom proveito I "São João, São João, acenda a fogueira no meu coração ... " Nova mudança . Tempo de brin­ car, que ninguém é de ferro: Brinca­ dia ... Pernas de pau, arquinhos para rodar, artesanato em família. Vamos para os jardins que abrigam o Dino, vamos ouvir o canto dos galos, os sons peculiares dos bichos diversos, cuidados pelos pequenos. Na volta, no canto do pátio, um grupo faz soar um violão; uma ma­ rimba suavemente o acompanha ... Esperei Outro grupo no Tea­ tro de Arena ensaia a peça para a apresentação aos pais, aos con­ vidados.

Mais uma vez - e não será a última -, observar, escrever, conversar, discutir,

"

ler, pensar, trocar, argumentar, relacionar, integrar, concluir. Nossa câmera captará agora jardins, pátios, escadas, quiosques, outras salas, prédios, estradas, fazendas ... Acompanharemos rios, passaremos sobre pontes, percorreremos trilhas, observaremos, pelas janelas dos ônibus, outros horizon­

I

tes, outros relevos, outras pessoas. Vamos caminhar... No tempo e no espaço. Ali vamos, em grandes ou pequenos grupos, professores e alunos, aguçar nossos cinco sentidos para, em movimentos contínuos e cíclicos, sair de nós mesmos; conviver com o outro, conhecer o outro; experimentar ambientes, conhecê-los, neles imprimir nossas marcas, deles receber suas marcas; incor­ porar-nos ao mundo e incorporá-lo a nós. Isto é aprender? .. Múltiplos são os sentidos...

18


Acantonamento Amparo Aterro sanitário Bosque dos Jequitibás Brasília Brotas e Barra Bonita Campinas Casa da professora Creches Curitiba Faz. Sto. Ant da Cachoeira Feira livre Holambra Itu Itu - Parque Varvito

Joaquim Egídio ­ apiário MAM MASP Minas Gerais Parque ecológico de Paulínia Planetário Ribeirão Anhumas Rio Atibaia - usina hidrelétrica Santana do Parnaíba Santos, Paranapiacaba e Cubatão São Paulo Supermercado Visconde de Mauá

efeitos, sob o olhar atento, minucio­ so e sereno do Orientador Educacio­ nal Administrativo e das Assistentes Administrativas Escolares. Existiria alguma recompensa a todo esse empenho e dedicação? Só duvida quem não vê o olhar luminoso e sábio no trabalho de conhecer o mundo, co­ nhecer o outro, conhecer a si próprio. Sair de si próprio. Voltar a si próprio, enriquecido com o que se co lheu e se plantou no mundo, no outro ...

Nota 1 FÜLLER,

Lon L. O caso dos explo­

radores de cavernas. 10· reimpres­ são. Sérgio Antonio Fabris Editor.

r,

Chegamos ...

nistradas são obséquios a todos os in­

De repente, a escola fica pequena.

teressados. Há também um outro ex­

O mundo é vasto. Maior é o coração. ;,

;, 1-

Então, extrapolamos. Uma idéia, uma causa ou uma ins­

l\Júcleo de Ação Comunitária. Alguns professores desta Escola comprome­

tituição são alvos de ações solidárias

tem-se internamente e com outras co­

e voluntárias, pessoais ou subsidiadas

munidades para interagir e educar.

pela Escola Comunitária e dão supor­

's >, r-

pediente recém-inaugurado: NAC ou

te físico, psicológico, emocional aos

Experiências, conhecimento e sonhos a serem compartilhados.

menos favorecidos, irmãos carentes. Esse intrincado universo de ati­ O mesmo espírito de partilha e de

vidades que envolve professores,

troca preside trabalhos de outra natu­

alunos, monitores, coordenadores e

reza: publicações de nossos docentes,

orientadores nutre-se na dinâmica

assessorias, palestras por eles admi­

disciplinada que administra causas e 19


As muitas mãos MÃOS Amélia Pires Palermo

Sempre me fascina o tema mãos. As mãos, para mim, refletem muito da vida das pessoas e também do seu interior. Mãos finas, delicadas, pequenas, grandes, calejadas, grossas, rudes, lisas ou enrugadas. Cada uma, inde­ pendente de palavras, já conta uma história - história de amor, de so­ nho, de poesia, de música, de suor, de trabalho, de início ou de final de vida . Mãos firmes , decid idas, mãos trêmulas, medrosas, mãos indecisas, mãos suplicantes, mãos arrogantes, mãos acolhedoras. Mãos que refle­ tem a vida interior das pessoas. Entretanto, as mãos também estão ligadas ao cérebro: o pensar, para se concretizar e se tornar ação, precisa das mãos. O pensar sem o fazer entra na esfera do intelectu­ alismo, e não atinge a maioria dos homens. Alguém uma vez definiu

o homem como o animal que sabe usar as mãos. As mãos estão li gadas ao co­ ração, porque é através delas que expressamos o gesto de carinho, de doçura, de compreensão, de ajuda. Mãos que perdoam, mãos que abençoam, mãos que se estendem para proteger. Mãos que unem pes­ soas que têm o mesmo ideal, que buscam os mesmos objetivos; mãos que se entrelaçam e confiam que, somente juntas, podem se ajudar e ajudar os seus irmãos a descobrirem o caminho do amor, da solidarieda­ de, da compreensão mútua. Mãos que se estendem para, num gesto de carinho, de solidarie­ dade, expressar o amor, a confiança, a ajuda mútua o u o canto de quem quer transformar o mundo. Um can­ to cuja vibração e entusiasmo passe de mão em mão, e numa só corrente seja capaz de abraçar o mundo.


os de Dona Amélia

ElDAaJIIIT.~ ~

B I B L IOTE CA

Mãos preciosas, guiadas por mente brilhante e coração aberto, criaram esse texto. Nossos olhos e nossas almas podem sentir-se acarinhados por elas - as mãos que nos deram esse texto e as outras, inúmeras, que vêm constru indo esta história, este espaço, esta convivência rica e saborosa .. Agradecemos àquelas mãos preciosas, àquela mente brilhante, àquele coração aberto o trabalho de que nossas mãos são capazes I

"Eu acredito -

sempre acreditei -

em um mundo melhor."

Qy?~


MESTRE - MAESTRO

o preseme, em seLI escondt:::-r",­ vela, contem o passado bipntes, 11 "1$ JbJ8 os,

nos am­

nos acontecI­

mentos, nas pessoas. Nas palavras, também.

Para você, professor da Escola Comunitária, a nossa homenagem:

Exploremos lima deleS. "maes­ tro". Dizem os livros que vern do la­

tim magister De acordo COIT o dicio­ nário Houaiss: "o que manda, dirige, ordena, 9 lia, conduz, diretor, inspe­ tor, administI'adtx, o q Je -=nsina" .

O tempo tratou de razer, des­ ta, outras palavras, para nosso uso contemporâneo, maestro e mestre, Sertidos opostos'; Iguais? Comple­ mentares? Nr nosso ca a, Iguais e complemenTares. Ambos 05 5en~l­ dos compõem aquele que chama­

mos hoje "professor" também

SE­

gundo Houalss. "Iat. pl'Ofessor,óris

'o que faz prohssão Je, o que se dedica a, o que cultiva' " PI'ofessor-mestre-maestro:

variadas batutas. Cada clm é Llnico, porem mul.iplo e dlvel so Dedica-se COr1­

põe partituras, cria, em harmônica

co autoria, executa Instrumertos, rege seus grupos, ora em pOSição

de destaque, ora ao lado deles; ora, ainda,

ã

aprender com eles novas

formas de compOI, assisto:: a elabo

raç.ào de pallituras por seus músicos, Jandva eles rien ação ~ seguranr:a

para que possam, no futuro, compor SOZinhos,

Oll

acompanhar Olmos,

nUITI eter'lO e cadente ciclo ..,

Professor: aquele que cultiva €,

para isso, observa, coleta, assis

te, atende, suporta, acompanha ajuda, provoca, estimula, reune, agllJtina, analisa, avalia, devc"/e, acolhe, IIlCentlvil, sinaliza, ensina e aprende..

E sorri.

22

Uma história sublime cantar É utopia Uma história real Sem carruagem nem cavalos brancos Sem cartola nem varinha de condão Um corte aqui Um tempero lá Uma censura acolá É confiável MESTRE, Sua história de fatos, feitos e sonhos No lar Na escola No templo No clube Feita de pele e de sangue Porosa Vulnerável

iviESTRE, Em ancestral pedagogo convert ido A cuidar da mente, do co rpo, da alma Você

cria e copia cuida e atormenta propõe e considera organiza e desconcerta sobe e desce concorda e contradiz aceita e dispensa vai e volta

Cansa Reflete Pondera Escolhe E recomeça ..

Seu precário momento É vida potencial Crê

Na eternidade, Você Lição Luz Encantamento

Ó MESTRE, Gratidão.

de

IlIumeros instrumentos, muitas e

a condclzir diversas orquestras,

MESTRE

ensina e aprende lê e escreve responde e pergunta sofre e sonha canta e assobia pinta e borda faz e acontece lava e passa

Breve é a luta Passageira Crê


•••

"


- Oi. \'ocê tem Alice?

- Alice 110 país das iIlarmilbas' Sim. Qual edição você quer, Pedro?Aoriginal ou a da Companhia das Letrinhas? - ,\ original, que eu quero ver as expli­ cações da margem, enormes! -.\11, já rou rer para você. Trouxe a ca le teirinha?

Este é um texto de autoria múltipla: palavras que nos chegaram foram costuradas num tecido único, de forma a preservar a individualidade de cada autor.

Nos trinta anos da Escola Comunitária, eles também são o presente.

SOU EX-ECC

o vale até a estrada, a vista aberta, os olhos cheios. Eu, men ino, conhecia o morro de onde se ergue a estrutura da escola nova. A quadra, sempre desbotada, e o cimento dela, quente de pegar sol, áspero na queda, pelo futebol ou pelo pega-pega. Os prédios de blo cos à vista. Os pátios de terra batida, a grama pisada. O par­ que do jardim-de-infância, escorregadores e tanques de areia . Meninos que começariam a quinta série, mas por o casião visitando o parquinho, admitiam a nostalgia, in­ confessos. A sombra dos galpões (o "de cima" e o "de baixo"), filas de crianças esperando sua vez no despa cho para casa, pulando corda, batendo bafinho . A rampa, onde da janela do ô nibus se podia tirar folhas de uma árvore. A gritaria da criançada , acompanhando o passaredo no escure cer da tarde. Os moleques caça vam grilos e saúvas pelo gramado em frente à escola .


Ganhei um lugar na sala de aula, numa turma de amarelinhos ... Adorava o convívio com meus cole­ gas, professores e funcionários. Lembro-me, é claro, da sala de aula. Os murais de cortiça, longos como o quadro negro. A carteira, o tampo com a lâmina verde-alvejada, em cima do escaninho de compensado, rabiscado, comi­ do pela inquietude da mão juvenil. Talvez, e sempre um segredo, por um canivete - o vermelho, do Mandrake, quem sabe. No "embaixo da carteira" havia quase um outro mundo, uma propriedade particular (ainda que clandestina). O fardamento e as instalações eram propo­ sitalmente simples -

embora confortáveis -, pois ali não

havia o culto à riqueza; todos eram iguais ...

O prédio da direção: lembro-o a receber uma luz clara, tranqüila, pelos vitrais ao centro do edifício, ao lado da escada. Ali mesmo, um balcão para o atendi­ mento e sempre quatro ou cinco plantas bem habituadas, talvez mais. A biblioteca, os disputadíssimos livros de bi­ chos e dinossauros ou da coleção Vaga-lume; outros, no estilo você-escreve-a-história. Mais tarde a biblioteca foi para o térreo, ao lado do laboratório de Ciências. Do outro lado a enfermaria, o ambiente reservado da pequena oficina. Mais tarde, ali por perto, a cantina, a disputa por hambúrgueres e pizza­ zinhas, as mãos acenando com dinheiro...

Moderna, com um ideal que buscava um modelo pedagógico definido, sempre aberta, disponível e prestativa com os alunos e seus problemas, atenta às nossas necessidades, a Escola foi meu lar temporário, a extensão da minha casa. Estive desde a sua formação: meus pais colaboraram para esse evento. Sei que tudo tem que ter um começo e fico feliz por ter feito parte deste começo.

"

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ClJlocar :lS cai.\;1li aqw ~Ill

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I rI<l:'1i(' SI: .Iesllluh!llza com :1 cheg:uh do: til'I1ls e :l pl'of~or:1 precIsa de cne~ía paro O~(ull7.a la de no\'() ~It:tth, COIIIlIlllt11 COIll a tiç.1I1 Vou dl:1I1lá-\Q; de:l1.11!tb um a li<tl­ )(i!m lk- ;~l",io, \en!1,ulI aJJ? ;\I.(tn,I.(,~llt:llJ (l) Iim:/;, a, l!liRa 1i'il:lOIV ) ~

25


" - Pode me atender? Olha, quero um sanduba natu­ ral.. Oá pr:\ f:t7.er, cara? - Opa! Já p€Ç() pra voçê. Oque maIS, PedrO!

- Lm suco de mar:u:ujá. que é pr-J me acalmar vou

apresentar meu trabalho pra c1a&'ie... Ainda bem que

lá tuci.. prOllIlllho: as lm:ll,'eIlS. a IDinha fala, minha

demonsll'llção... Tô ai 110 GrêmIo. Você ml' chama.

quando tudo e.ti\'\!r pronto)

J}


"

Oi, pusso ~nlHlr? - Ah, agora SÓ ,'a 2' aula... Já passou o horârio de tolerância... Sinto muito, Bel. -Tá Ixlm! OI, letIC!Jel', de folga? Vim ág~lld~lr o vídeo para sua classe

para amanhã.

~)


sais orla e como um Jar Im:

" -\ e<luipe ilil n. :t'i luzes e a:; câmeras não ()lo intimidaram... Ora nos bancos. ora .mdando: ~m grupo lia praça da Anllzmle; na classe discullndo. Pedro e seu:; amigos llo 2" ano do fnsino 'Ilédio re.polldiam às pel'gul1~ls uos entrevist:wores. descontr;údos

- como co/wém :J :Jdole;centes... De repente:

- Olha! o~ micos!

[le fato, o arvoredo. mais adiante. abtiga eoculta dos olhos CUriOSO O~ micos qu~. vez ou outra. p'L'>­

S:llll IMJf entre :t~ árvores fmlrrem:;. que margehull as s<Ull.S de aula, interrompendo a concentração. ~ ~

cada flor vinda de um cenário diferen­ te trouxe uma cor nova. D. Amélia e a Comunitária estão colorindo esse jar­ dim. Que muitas e muitas nores sejam espalhadas pelo mundo, que as cores de quem planta o BEM fiquem vivas nos nossos corações. Obrigado(a) a quem fez diferença em minha vida.

28


Aqui chegastes Aqui fizestes

o tempo Um chamado Uma urgência Vos levaram Mas aqui permaneceis Existem nesta casa

Pegadas distintas

Memórias intensas

Que vos anunciam

Que perenizam Vossas lições Vossas lições de amor.

29


Outrora ... Agora ... " Não foi ontem. As novidades estão sob meus olhos. Mais gente. Outros prédios, novos contomos, novos serviços. Mas eu reconheço ... a mesma cordialidade... Meus olhos querem ficar secos, mas meu coração não deixa. Que emoção! Não a esqueci. Nunca a dispensei de minhas me­ mórias. Entendia seu apelo cada vez que dela me falavam. Hoje sou o mesmo Rodrigo, porém não mais um aluno; sou um pai que escolheu esta escola para seu filho. Eu sei, eu confio nela. Amesma trajetória de cuidados, de crescimento... Na minha mão, a mão do Gui - meu tesouro maior, meu bem mais permanente (como diz o Beto). É real­ mente isso que eu quero eque a Tânia aprovou efezacontecer. - Olha, Gui, aquela é a dona Amélia... ~ ~


Agradecimento Si lêncio de escuta, vibração,

Ansioso compasso de espera ...

A face manifesta reclina-se

No pa lco, emocionado coração

Por trinta luzes comemorada

Minha maioridade modulou ...

Legítimo, coletivo, real,

Um original concerto executou-se

Neste momento, acorde derrade iro

A definir esta composição

Som eterno, universal, primei ro

Em permanent e voz ritmada

Para minhas fontes sonoras ca nto

Obrig ada , obrig ada, obrigada.

31


Hino da Escola Comunitária Letra Marcio Massei

Música. Silvia Panattoni

Este sonho é um sonho real,

Todos Juntos vamos crescer

Companheiros no alvorecer,

Sempre unidos num idea l

Nesta lu a somos iguais,

O Importante é o que a força faz.

Construindo com o coração,

Comunitaria, nossa razão.

Este sonho e um sonho real,

Todos Juntos vamos crescer

Companheiros no alvorecer,

Sempre unidos num ideal

Nossa escola, nossa esperança,

Sempre um novo amanhecer.

Sonho adu lto. alma criança,

Todo d ia pra renascer

Este sonho é um sonho real,

Todos juntos vamos crescer

Companheiros no alvorecer,

Sempre unidos num ideal


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