ESCOLA COMUNITÁRIA DE CAMPINAS
SCOLA COMUNlTARIA UE CAMPINA~ """ :2 .2"1- 1 BIBLIOTECA (\~pS J
ESC(lA C(MH1'~ DE ~
Expediente
BIBLIOTECA
Editorial
Conselho Edi torial:
Amélia Pires Palermo
Maria Cristina Moliterno da Cruz
Eliane Palermo Romano
Maria Cecília Gracioli Andrade
Maria Nilsa Gonzales Mello
Sandra Maria Salgado Galli
Coordenação Geral:
Rosangela Maria Feres
Projeto Edi orial
Ana Maria Assis Rodrigues
Leda Maria de Souza Freitas Farah
Projeto Grilf!co e capa:
Tina Gonçalez
Red ação em pr sa:
Ana Maria Assis Rodrigues
Leda Maria de Souza Freitas Farah
A. Esco a COlllunltárla de Campinas elegeu - a pa r dos eventos que festejam seus trin a anos - a produção desta revista . O acervo fo tográ fico e bibliográ"co
da Escola ofereceu image ns, fotos, cita ções para
uma compo íção ~ue não pretende destacar rostos ou nomes, mas faz questão de apresent:;r as faces q ue atua lment e co mpõem o quadro pedagógico e adm nrs'rativo . Por que não um CD-rom? Um vídeo? Ou o utro suporte mais moder no? Porque a palavra escrita, artesanal, está sempre à altu ra das mã os,
Redaçã o em verso :
Ana Maria Assis Rodrigues
aos OlhOS, mais acesslvel . Transita sem fios pela mente, pe lo coração...
R visão:
Maria Lygia Cardoso Kõpke dos Santos
grande ou em pont pequeno - o detalhe, uma parte, um foco . Ao todo,
Esta Re. ·sta apresenta seu objeto de d uas formas básicas: em p onto os detalhes acrescentam riqueza s feitas de pequenos traços, de nuan Apoio co nsultivo
Astride Benez Brandão Bini
Márcia Aparecida Mantoan
Maria Sílvia Duarte Hadler
Apo io técnico
Aline Soriano Bortoloti
Daiana Romanetto Reolon
Assessoria gráfica:
Astríde Benez Brandão Bini
IrTragem de capa :
Trabalho desenvolvido nas aulas
de Artes Visuais pela aluna Vitória
Marcondes da Costa Issa
Imagens internas
Arquivo da Escola Comunitária e
das aulas de Artes Visuais
Fotografias de Alexandre de
Oliveira e IlIan Palermo Romano
ces. Aos detalhes o todo proporciona int egra ção, co nfro nto, rel ação .. Dessa forma, pretende comem orar os desafios vencidos e as con quistas desvelar anse"os, crenças, princípios e objeti vos - p resentes, passaaos e futuros; revelar as emoções e as experiências presentes na ida e na oora da Escola Comunitária e de seus protago nistas e co ad juvantes; por meio de pala . ras e de imagen s, ret omar sua hist ó r·ia, qu e
é, na verdaae hls-ória feita por grupos - soma de individualid ad es q ue nunca se anulam; ao contrário, enriq uecem-se no con vívio, na troca . Vamos olhá-los como se estrelas foss em . Esta escola acol he-as e as expõe- torna-as irmâs a imenta-a e as fa z brilhar, na sua nat ureza, na sua função. AlgUMas atraem e fascina
por seu brilho; algumas cativa m poe
tas; outras, oorseu,.,... 5 erie, aprisionam cientista s. Algumas m arcam o dia, oúUas se desoedem da noite_ Algumas se apagam, mas deixam suas marcas. Outras aespontam , são descobertas, revelam-se ... O tem po passa os anos correrr e odas a br;lhaL. Agrupadas ou aparentemente SOZInhas, ai estão, a desempenhar
Diagramação :
AyresPP Com. Mkt
www.ayrespp.com.br
seu papel, a revelar-se aos olhos penetrantes e atentos de quem q uei ra dela se acercar e de quem as queira co nhecer. O cupam seu lu gar. O ferecem-se, lúcidas e limp as, à visão, à ad m iração e ao estudo ..
Edição comemorativa dos 30 anos
da ECC: 07 de novembro de 2007.
Lançamento: janeiro de 2008.
Expõem-se, to das el s, às lentes p otentes dos olhos e dos corações humanos. Há formas e formas de ol há-Ias: um o lha r vê e contenta-se ; aquel e
Escola Comunitária de Campinas:
Rua Egberto Ferreira de Arruda
Camargo, 650 - Jardi m Notre Dame.
CEP 13.092-621 - Campinas - SP
Tel: (19) 3758-8500.
www.ecc.br
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vê, p ára , examina; o o utro investiga; mais outro se entre ga, simples mente; um novo, aind", vê, d ivaga, vai al ém ; ainda mais um vê, analisa e compara; o u vê, relemb ra, compara .. M uitos, mu itos o utros, inúme ros, tantos quantos são os q ue olham... AprOXi m e-se, por favo r I
A Escola Comunitária de Campinas, em: 04. Mudanças ... Andanças ... 05. Definições substantivas 06. O
sonho. O caminho. O sonho ..
08. Um olhar para o cotidiano 11. Desta água beberei ...
12. Uma escola feita
também de pais
14. Projeto político-pedagógico 15. Câmera. Ação.
20. As
Revelações
muitas mãos de Dona Amélia
22. Mestre-maestro 24. l\los trinta anos da Escola Comunitária , eles também são o presente
29. Aos que nos inspiraram 30. Outrora ... Agora 31. Agradecimento
Atrás dd igrejinha dó avenidd Guarélni, o espr.ço p queno ,nal continha os sonhos, n as os
abrigou e os viu crescer.
Mudanças .. Andanças ...
Uma cam i, hada conduzIu os primeiros sócios e seus sonhos para Jun o de campos, de ar
vores, de terra batida . . e da rodovia . .
Céu .. terra ... gente.
Lá. os sonhos se comprimiam . AqUI, espraiavam-se por horizontes
fundos e abertos. Indistintos.
Mudanças . . Alld"nças...
Os limites apareceram sinais de propnedade par ieul r.
Li mites físicos, que nâo barravam os sonhos.
Cercas, al<Jrnbrados dimenslondram o terreno, deixavam passar o olhar. O céu ai 1da co
btia quase tudo. Os horizontes continuavam 10nginqlJos. Uma cons !ução sugeriu telhados
e
liras. Depois outra ... e outras ..
abrigaram os mesmos sonhos. . e OUtros ...
MôlS
Na mlojdnha esquenla, a mochila roda clleia de desenllQ) - personagens da Disney -; na mão direitl. dedinhos pressionam o amarelo-ouro do Comunitário: - Papal! Papai! Meu desenho s:uu na Cll!Ja! Patabéns! Que lindooo! - Papai? ~ a escola nova, viu? Atia rá pediu pra genle fazer um desenho da escola nova, a gente reze a dona "Me1ha" escolheu o meu... FOI elal!! Sabe, papai? eu pus um bilhetlnho cheio de beijo de obrigado no bolsinho
dela, da dona "Mclh:t" ..
- No bolsinho da dona Amélia??? Como? Oque é issO,
fillio? EXplica melhor.
elhados. maos mmos , menos
sonhos? Ao contrário. el s aquI esl-ão! Mllros. telhados e corredo res os protegern . Nos campos vizinhos. as árvores, a terra batida, a rodovia. enquanto SE:
reden l iam, espreitavam nossos
sonhos
p
os enfeitavdM
ruas,
passeios, casas, Jardins. Multiplicamos.
Somamos.
Dividi
mos Subtraímos? Não l Os sonhos continuam soberanos ...
4
COP1
Definições s bstan ivas
Esta página é um presente das famílias da Escola Comunitá
ria. Explicamos: o informativo semanal enviou aos sócios, no
mês de junho, a seguinte pergunta:
Que palavra, para
vocês, identifica a ECC?
As respostas aqui estão:
I
V
Primeira reunião de pais para discutir as possibilidades de criação de uma nova escola.
02 . 7/11/1977 Reunião para discutir e aprovar o estatuto da Sociedade e realizar a eleição dos d iretores do Conse lho de Administração da Sociedade Comunitária de Educação e Cultura. Fundação da Sociedade Comunitária de Educação e Cultura, resp onsáve l pela Esco la Comunitária de Campinas.
03 . 19 a 30/11/1977 Leilão de parede, com obras expostas no Museu de Arte Contemporânea de Campinas, doadas por um grupo numeroso de artistas da cidade; a maior parte da renda obtida foi revertida para a criação da nova escola.
04 . NOV/DEZ/1977 Adesão dos pais à futura escola; matrícula de alunos e procura por um prédio.
A Coordenação de Ensino do Interior autoriza o funcionamento da Escola Comunitária de Campinas.
Sai o primeiro comunicado pela imprensa, no Diário do Povo, acerca das matrículas na Escola.
08 . DEZ/1977 e
JAN/1978 Ráp ida reforma nos fundos da Igrej a N ossa Senhora Aparecida, local izada na Avenida Arlindo Joaquim de Lemos, para abrigar a Unidade I da Escola Comunitária de Campinas.
o primeiro uniforme e o logotipo são escolhidos .
10 . FEV/1978 Início das atividades da Escola Comunitária de Campinas na Avenida Guarani, 405.
Compra do terreno 20-A.
05 . 03/12/1977 A Di visão Regional de Ensino de Campinas aprova o Regimento Escolar da Escola Comun it ária de Campinas, co m endereço provisório na Avenida Arlindo Joaquim de Lemos, 1.100-A, em Campinas .
Publicação do primeiro
O Comunitário.
13 . AGO/SET/1979 Publicação do primeiro O Comunitário com logotipo.
23 . 29/10 a 01/11/1990 I Jogos da Primavera.
24 . 1991 14 . 1981 I e 11.
Compra do lote 19 - 22.592 m 2 (atualmente Campão, Ensino Fundamental 11, Ensino Médio, Cantina e Ginásio).
15 . 1982
25 . 1992
Inauguração da Biblioteca Infantil.
Seqüência de construção no lote 19 Bloco I A, Bloco II e galpão coberto do Infantil e parque.
Inauguração do prédio do Infantil e Ensino Fundamental
16 . 1983 Entrega do prédio da Administração (em cima), da casa do zelador (atualmente Manutenção), do galpão (pátio coberto), atualmente galpão de cima, e do galpão de baixo. Inauguração dos prédios de 1° e 2° graus (atualmente Ensino Fundamental I).
17 . NOV/1983 1a Caminhada da Av. Guarani até o novo prédio.
26 . 1994 Inauguração das quadrinhas e do campinho. Ampliação do parquinho.
27 . 1995 Inauguração do Bloco I B (Primeiro Laboratório de Informática, Laboratório de Ciências, Sala de Teatro);Cantina, Teatro de arena e a parte de cima da cantina (capoeira).
28 . 1997 18 . 1984
Início do funcionamento da cantina.
Conclusão das quadras esportivas, ao lado do galpão de baixo.
29 . 1998 19 . 1986/1987
Inauguração da Praça da Paz e do Estacionamento da frente.
Informatização.
30 . 1999 20 . 1988
Criação das salas-ambiente.
Incorporação de 4.000m 2 ao lote 20-A (atualmente quadrinha).
31 . 2000 Inauguração da Praça da Amizade.
21 . 1989 Inauguração da 1a cantina , ao lado do galpão de cima.
32 . 2001 Construção do Ginásio poliesportivo, das salas novas e da quadra do Infantil.
22 . 05 a 09/11/1990 I Olimpíada Comunitária.
33 . 2007 Inauguração das quadras cobertas do Ensino Fundamental i.
O
que compõe uma situação de ensino-a pren dizagem? Qu ais seus elementos essenciais? To dos responderemos em unísso
no: professor e aluno, é claro. Alun o e profes sor? Sim, essenciais! Que outros componentes deve ter o lugar em que se ensina e se aprende? O que mais marca esse espaço? Vamos lembrar: os alunos precisam de sa Ias de aula limpas e em ordem; de espaço bem cuidado para fazer a recreação; a entrada e a saída dos alunos devem ser seguras e orga nizadas; leitura e pesquisa são necessárias; a matrícula deve ser feita; caso se machuque, o aluno precisa ser atendido; as aulas deman dam material específico -
o cotidiano envolve
múltiplos elementos, em situações rotineiras e, não raramente, inusitadas ... Como funcionaria uma escola sem secreta ria, sem tesouraria, sem departamento de pes soal? Como levar o aluno ao mundo dos li vros, em toda sua plenitude, sem a biblioteca? Que atividades seriam realizadas, sem o material disponível ? Que espaços oferecer para o lazer, sem o trabalho da equipe de limpeza e con servação? Como atender a sede e a fome de alunos, pais e professores, sem a cantina limpa e abastecida? Onde buscar o verde para o re pouso do corpo e da alma, sem a equipe de jardinagem? Como fazer o trabalho com docu mentos e textos, sem o concurso da gráfica? O cotidiano fervilha nos diversos espaços da escola. No prédio da Administração, as entrevistas com o Serviço Social buscam soluções conci liadoras relativas a mensalidades em atraso, crédito educativo ou seguro-educação. Ali também o Departamento de Recursos Hu
"
- Digu, eMta t'OIl1U foi a chu!'a de pedra lá na escola ontem? -Xi, pai, você nem sabe! Ficoutudo blW1qlli nho que llem leite sem chocolate nem café, que nem leite purinho: um tapete 'ó, geladi nho, pmpatinar. Nem dava pm andar; ama mãe quase c;tiu de um escorregão,quando a gente estava perto da saída...
J
8
)
manos responsabiliza-se pelo cumprimento das leis sociais e tributárias. Cálculos e contas,
emACCMHTW 11 CAAfINAS • B I BLIOTE C A j
regularmente inscritos, em suas minúcias, são apresentados ao interessado. Do outro lado do corredor, bem em fren te, a Tesouraria: centavos valem muito, visto descreverem com fidelidade o cálculo dos custos, das despesas; aplicações financeiras, relatórios, balanços não resumem as múltiplas e complexas especificações deste órgão, cujas teclas de cálculo batem o dia todo ajustes na sinfonia numérica que precisa encantar todos os bolsos. Bem ao lado, dados da vida docente e dis cente recheiam gavetas, mesas e armários da Secretaria, encarregada de bem registrar os fundamentos e os resultados da consistente e sólida rotina pedagógica. No espaço claro e amplo da Recepção, di álogos acontecem. Ouçamos este:
- Escola Comunitária, bom dia! - Preciso falar com o orientador do 6°. ano B. - Pode aguardar um momento, por favor? Mais alguns passos e entramos em um "mundo, vasto mundo": a Biblioteca. Silêncio. Reverência. A melhor humanidade aqui se re úne. E se nos oferece. Os gestos e as palavras das bibliotecárias, medidos e cautelosos, pres tigiam autores e leitores das mais diferentes idades, inteligências e sensibilidades ... Regis tram retiradas e atendimentos. Sempre um au tor novo, revistas e novidades, à disposição. No final do corredor, as duas salas da Grá fica respondem pela comunicação: produzem material para a divulgação de eventos, multi p licam textos e ilustrações, o Informativo, or ganizam coletâneas. Escada abaixo, nossa visita nos levará até os prédios vizinhos. Ao final dos degraus, porém,
"
Bel corre ao encunllXI lia professora para o pnmeiro abraço dll manhã. -11a, 11l1ie tem chuvciro? ThJllxe tlldo direi tinho. Minha mâe marcou meu nome na toalha e 110 sbO/'/. Quando a gente rxxIe ir para ochuveiro? - Bel. I'ore sabe bem. s6 d~pois do rECn!i .., ~ ~
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uma porta à nossa direita anuncia e nos chama: "Achados e perdidos". Ali se dispõem, em organização qua se militar, os mais diferentes objetos escolares, desde mochilas até bor rachas; roupas diversas e objetos de uso pessoal, esquecidos pelos alunos e disponíveis para devo lução, se re quisitados por seus proprietários. Ao final de cada semestre, os pertences não reclamados transformam-se em doações para seis instituições bene ficentes cadastradas. Seguindo viagem, nossos olhos encontram, bem à nossa frente, uma porta aberta: no Ambulatório, miú dos e graúdos buscam o aconchego do sofá, das mãos que os medicam e que, para muitos deles, aplacam dores físicas -
a mão, o joelho ou
rial das atividades extras, no ginásio,
o pé machucados; uma dor de ca
Um passo em frente, chegamos ao
na quadra, no pátio, na sala de aula.
beça . Olhos prudentes consultam a
Almoxarifado: harmonia entre quanti
Funcionários
ficha médica, oferecem ajuda. Mas,
dade e organização. Todos os demais
tos mobilizam-se incansavelmente,
em grande número de casos, essas
setores nutrem-se aqui , através de
como num filme rodado em "câmara
mãos dedicadas, segundo a sabedo
uma requisição escrita . O atendimen
ve loz". Assim se passa na festa juni
ria sensível de uma aluninha de pou
to?" Prontinho!"
na, nas assembléias e reuniões, nos
cos anos, "cuidam do coração". Meia-volta l
Uma
porta
maior,
de
vários
segmen
Seguimos.
encontros festivos. Na faxina semes
É difícil acreditar que exíguos qua
tral, lava-se, pinta-se, conserta-se. É
sempre fechada, em que se lê: "Área!
drados de 2x2 possam ser território
agora a hora da revitalização (e não o
Manutenção", esconde painéis nas
agitado das pequenas grandes causas:
foi também no decorrer do ano?).
paredes" uma grande mesa, onde se
disciplina, avisos, intercâmbio, trocas,
A vassoura, a escada, o pincel,
reúnem os funcionários para o lan
coletas, esperas, "depósito" e mais
tanto quanto a caneta, o lápis, o
che, e dois acessos: um para a área
justas causas -
computador e outras máquinas, são
aberta em que disciplinada mente se
no, do orientador, da família . O vento
guardam os materiais; outro nos leva
que passa por ali não "varre" um único
la Comunitária afina e executa com
à Cozinha. "Quer um cafezinho? Chá
problema: com paciência e firmeza, a
perfeição para que o trabalho previsto
ou suco? Bolacha, tem da doce e da
Monitoria cuida de todos eles.
salgadinha. Na bandeja." Tempera
do professor, do alu
Duas novas portas revelam-nos a
dos com carinho, dali saem os comes
Informática. Nas duas salas -
e bebes para os intervalos do traba
das e guamecidas com avisos, informa
, - Ei, antes que noo chamem, registrem , liguem para 1l(lS5OO pais - i$O vai aconllm' -, varoo; até asala da
orientação 00; explicru; aconselhou Rodrigo. Longa foi a conversa e a negociação. Oportuni dade de refletir e educar. Saldo, no entanto, com pensador: tentar imaginar-se 110 lugar do Belo, prejudicado por uma brincadeira de mau gosto; pedir desculpas para ele, por ter escondido sua mochila no banheiro; explicar para aprofessora por que o Belo estava sem o livro na aula... ~
10
lho e para as reuniões. Que delícia I
organiza
instrumentos que o servidor da Esco
seja visto e convertido em satisfação comunitária, para que as necessidades pedagógicas sejam consideradas. Um maestro, porém, responde
ções e trabalhos -, especialista e au
por essa harmonia: tudo sente, tudo
xiliares, sempre disponíveis e dispostas
vê, tudo ouve, a todos conduz -
para o atendimento. O "mundo, vasto
Administrador Escolar. Seu trabalho
mundo" do Poeta, copiado, inserido,
concentra e orienta essa grande vibra
formatado e ousada mente recriado
ção que aqui procuramos registrar.
por alunos, funcionários e professores, cabe aqui: bonito, justo, humano ... Percorrer a escola permite-nos, via de regra, observar a preparação
o
Tocam todos juntos, sim. O que quisemos revelar foi o pulsar do Re gimento Interno da Escola Comuni tária. O que nos moveu foi a vida, a
e a manutenção dos espaços, o tra
alegria, a vibração que se manifes
balho exigente da montagem mate
tam nos menores gestos . •
Você concordará conosco? Trazemos aqui transcrições de uma pesquisa realizada com os funcionários da Esco la Comunitária: "Quais gestos são importantes para a boa convivência no dia-a-dia?" Os pequenos grandes gestos são como água: podem mitigar a sede de comunica ção entre as pessoas; podem, sim, limpar dolorosas marcas e, sendo água, transformar em verde o cinzento e renovar nossa vontade de viver bem . Como água, os gestos inundam nosso dia-a-dia ; percorrem lugares, grupos, atingem recantos, escorrem .. Como água, os gestos inundam nosso coração, são sangue a alimentar nossa convi vência, nossa vida. Há um uso cotidiano de pequenos gestos - jamais insignificantes -, um sistema de
regras de con vivência, que procuramos seguir para tornar nossa coabitação simpática. Um parâmetro ético .. Há gestos que acompanham ou enfatizam o dizer; outros o complementam; outros,
ainda, pretendem substituir a fala. Todos, porém, cumprem a delicada função de esta belecer, cultivar e enriquecer a comunicação e propiciar
O
bom relacionamento entre
as pessoas. Em casa, na rua, no carro, nos ônibus e nos trens, nos aviões, nos clubes, nas igrejas, nas escolas ... Há, contudo, um princípio moral vocacional a que cedemos para ser sintonia. Nos sa paz interior, e, sem exagero, a paz no mundo, pedem essa água, boa e gostosa, generosa .. Faz bem, muito bem, provar essa água e dela nos servir.
" oaroma campestre das elV3S espalha-se por toda a Escola... 'lo pátio, as mesllS post.'l.~ recebem os bules fumegantes eetiquetados - TI, desta vez eu Ijut:ro o de hortelã. - dis parou Bel. As professoras vão encher copinhos ecopi nhos das tisanas - quase sem tempo de elas mesmas prová-hlS - e encher O~ olh(J,) de Imagen.~ incolUuns: alunos e alW1as a sa borear, a repelir ochá ca.o;eiro que só a vm'Ó parecia apreciar. .. ~ ~
" o barnlho e a movimentaçâo de llel e seus amigos 110 'lo ano, recinH:hegal!o~ à chá cara, ul~lll'Çam li po~ível insegur:mça no primeiro pernoite longe dll fllmma. mas ~i 11 allzam a alegria do dl'Safio... - Terernos um dia cheio de atividades. sem Jlrobl~Ola~, {lOrqll~ sei que :IS regras que vocês lev:mtaram. ontem. na classe. ~rão seguid<!!> - fala com segllJ"J11ça a [lror~.sor.1. Ocompromisso de cada wn é ocompromis so de tcK!O'i. "'ora, ':td:! equipe escolhe um lugar para se acomodar e reler a pro{lOsta da primeira :lli\idade. Pensar t:unbém n,1 estratégia para re'.ilizá-Ia -tudo isso em vin te minutos. Enquanto vocês trabalhant vou conferir o horáriO do I:mche. Até já! ~ ~
3
o p rOJeto , polít'I CO agógico ' P e descola da e e toda a vida enquant " nao nos d elxa ' e o vida parágrafo ncerrar term' s, quanto mais mar capítul Nenhuma VI'd a os, tem resumo" (G ui marães R'osa) _
I
I
C
riativida~e, conhecimen,to,
motlvaçao
e
da, do recomeço..
Surpreendemo
tores e grupos -
valores, crenças e
competen
nos com sua capacidade de concen
finalidades da instituição e marca a
cia aparecem nos fazeres
tração, de abstração, ausentes do
integração curricu lar.
cotidianos
da
burburinho que, evidente, perpassa
Naturalmente fiel ao espírito de
Escola Comunitária , assim como nas
inconsiderado pelos locais coletivos
partilha, nossa escola "exporta" seus
mostras científicas -
ou domésticos de trabalho. Espiá
méritos e privilégios educacionais. Não
escolares
também nas de
que privilegiam as ha
los em casa é
bilidades cognitivas, afetivas, relacio
constatação
nais, físicas e culturais. Frutos de es
do que dis
tudo, reflexão e criação, revelam com
semos.
arte e lazer -
transparência a política educacional
Ao traba
e filosófica desta escola e almejam,
lho
pois, não só idealizar, mas também
do professor
cumprir as matrizes curriculares e os objetivos educacionais do projeto pol ítico-pedagógico -
dos mais am
pios aos mais específicos.
isolado em
que
consulta seu projeto
de
conteúdo,
Para isso, o trabalho em equipe
passa a lim
por alunos, professores, pais e funcio
po, organiza
nários traduz sua crença preponde
o
rante. Sem protagonistas, na Escola
das
Comunitária a prática da parceria
sões, corrige
resultado discus
responsável cuida sempre para que
trabalhos
o exercício da relação se sobreponha
prepara suas
ao da competição.
aulas
Feita
a
chamada:
-
e an
Graduados,
tecede o trabalho no Núcleo: aqui,
se furta a oferecer às demais suas bem
mestres e doutores em educação?
objetivos, conteúdo programático,
sucedidas práticas, seus métodos, suas
"Presentes " .
trabalhos e avaliações são discutidos
estratégias.Tem sempre à disposição
pelos pares, o que busca garantir a
seus professores para novas parcerias.
"Pre
unidade e a qualidade das propos
(Con)vivendo e aprendendo ...
sentes ". Formação reflexiva e inves
tas nas diversas classes de um mes
tigativa? "Presente ". Brincadeiras e
mo ano.
Teorias
pedagógicas
modernas?
" Presentes ".
curriculares
governamentais?
Diretrizes
jogos educativos, enunciados, tarefas
Esses saberes, esses projetos e in
Suporte e alimento para esse tra
de classe e de casa, em equipe ou
balho, coordenadores e orientadores
individualmente,
trabalhos avaliati
encarregam-se de observar, coletar e
vos, demonstrações virtuais tornam-
analisar dados referentes aos alunos;
se produtos concretos desse pensar,
mantêm o canal aberto para comu
agir, sentir e ser. Traduzem o apuro, a
nicação de mão dupla com pais,
excelência, o esmero, a dedicação e
professores e alunos; alimentam du
o desafio das propostas.
tenções pedagógicas materializam-se ~
"
rante o ano, semanalmente, o c.P. -
Conselho de Professores. Essas
Adentrar nas reuniões de núcleo,
reuniões alinham propostas, orien
na sala dos professores, na biblioteca,
tam, designam, destacam princípios
é ver os professores sobre o papel ou
metodológicos e normas. Propõem
o computador, a criar a melhor tra
reflexão e discussão, à luz do conhe
dução para aquela noção simples ou
cimento pedagógico do Colegiado,
complexa .. Hora do acerto, da emen
que garante -
para os cursos, se-
15
no papel, na tela, nos gestos, nos tra çados, nas cores, pelos alunos. Difícil selecionar, temerário des
Empunhando nossa câmera ... va mos l Vamo s abrir portas, contornar cercas-vivas, aproximarmo-nos dos
tacar atividades. A cada nova pro
quiosques, deter nossos passos nos
posta, os professores superam-se e
pátios ... Nosso passeio nos levará a
o resultado é sempre inovador. Tudo
jardins, escadas, salas, parques, qua
dá certo? Todos os projetos são bem
dras ... Vamos caminhar...
sucedidos? Temos dificuldades? Dú
Vamos observar, escrever, con
vidas? Quem não as tem? Certamen
versar, organizar, discutir, ler, pensar,
te, caminhos são traçados novamen
trocar, argumentar, relacionar, inte
te, de outra forma, para possíveis
grar, concluir...
acertos. A busca é uma constante ...
Aqui, o cenário inicial -
mesi-
Artes Plásticas Biologia Capoeira Ciências Desenho Design Educação Física Espanhol Filosofia Física
Geografia História Inglês L. Portuguesa Literatura Matemática Música Orientação Português Psicologia Química Teatro
Pena não podermos apresentar lhe, leitor, a gama diversificada e engenhosa dessas atividades, que eclodem dentro e fora das classes. Fazemos, porém, um convite: Cinco são os sentidos. Múltiplos são os sentidos .. Olhos
bem
abertos,
ouvidos
atentos, dedos e pele ativados, sen sores olfativos acionados, paladar à espera, vamos, câmera em punho, em busca do conhecimento: vamos ver o que se passa no dia-a-dia de nossos alunos e professores. O que estão a fazer? Com que se ocupam? Como é sua lida diária? Que surpre sas nos esperam! ... Seu olhar, leitor, dará amplidão signi ficativa ao que o limite físico restringe.
"
nhas baixas com cadeiras à volta
sala, carteiras agrupadas de quatro
-
em quatro, dispostas de frente, duas
propicia a organização das tarefas
do dia e a explicação das eventuais
a duas, abrigam os personagens das
ausências dos colegas. Mais adiante,
cenas que vamos presenciar. Cader
em outra sala, carteiras enfileiradas,
nos, folhas de monobloco, estojos
dispostas em colunas e o professor
de lápis e canetas, fotos espalhadas.
à frente, diante da lousa, permitem
Com que se ocupam estes alunos?
que a chamada seja feita; a pauta,
preparem
textos sobre
prevenção às drogas, que serão digi
postas, apresentadas e discutidas; a
tados nos computadores da sala de
papeleta e o diário de classe, preen
informática, como já o foram os fol
chidos; as tarefas, corrigidas.
16
Talvez
escrita; a agenda, atualizada; as pro
ders turísticos sobre Campinas, em
Aos poucos, porém , o espaço
correto inglês. Ou quem sabe orga
transfigura-se: os alunos agora se
nizam o material para o júri simulado
movimentam, em busca de um lugar
sobre o aborto. Sobre Os explorado
no chão para ouvir a história. Na outra
res das cavernas l ...
Vejam: além das fotos, parece
mãos levantadas parecem revelar um
teatral permitirão que esses projetos
haver sobre as carteiras alguns pan
momento especial da assembléia. O
passem a fazer parte do dia-a-dia e da
fletos.. Farão parte do trabalho so
que dirão? O que concluirão? Con
história de alunos, pais, professores e
bre as várias linguagens não-verbais
centrados, atentos, reflexivos ..
funcionários ... Ou então toucas e aven
(letreiros, outdoors, panfletos, pro
i I
tais protetores, a utilizar produtos da
pagandas com som)? Estarão eles a
A noite vai encontrar esses mes
compor as narrativas com alguns ato
mos alunos em agitado treinamento
res sociais? Ou a concentração será a
esportivo; em múltiplas performan
horta, a preparar uma pizza, uma forna da de pães, uma salada de frutas ..
respeito do espaço geográfico e da
ces nas peças teatrais; a tocar e can
Momento extraordinário de dividir
ocupação urbana ao redor da escola
tar no conjunto musical que, no final
com a comunidade intra e extramuros
e em outras regiões de Campinas?
do ano, brinda-nos com sua arte.
Outros encontros como esse pro duziram os cartões pela paz; cartões
habilidades de escrita, gráficas, plás ticas e de comunicação oral de nos
Vamos abrir as portas desta sala.
de Natal; bonecos de pano e de su
São poucos os alunos, atentos e
catas várias, para compor um grande
calados. Que acontece? Ah, enten
painel comemorativo ..
demos l Aula de recuperação I Eles
sos alunos e alunas do curso infantil,
e o professor às voltas com teoria e
1 1
Estes mesmos personagens que
prática. Deslocamentos à vista I
ora vemos, reclinados sobre as cartei ras, daqui a pouco sairão para os pátios,
São muitos agora a planejar um
corredores e escadas, ao encontro das
projeto interdisciplinar: conhecimentos,
obras de arte expostas no espaço-ga
convicções, valores, apresentando uma
leria da Escola Comunitária: é hora de
investigação aprofundada da socieda
observar as obras e conversar com os
de. Uma aparente confusão: mesa do
artistas; a apreciação do que Campinas
professor, carteiras e chão com tintas,
nos oferece, fora deste espaço, fica na
papéis e tesouras -
agenda para dias posteriores.
filme, um álbum, uma história em qua
"
um fórum, um
Em grande círculo, sentados
drinhos, um jornal; um personagem
no chão (ou estarão nas carteiras?),
criado, uma apresentação musical ou
17
do fundamental e médio. Mostras do
Um berimbau ressoa: capoeira I
fala para um público tão atento?
que exercitam em salas de aula ou ao ar livre são exibidas nas mais criativas
Escadas acima. Vamos. Quem
Na Praça da Paz, nossos persona
formas. Compareçam!: BRINCADIA,
gens -
ESCOLA ABERTA, ESCOLA VIVA,
maiores -
em duplas, trios ou grupos montam um totem ou um
Parênteses corteses e saudosos para relembrar a febril atividade cul
CABEÇA ABERTA, com programação
painel, fazem um cartaz, ensaiam uma
tural e pedagógica exercida pelo
variada, aguardam o prestígio das fa
dramatização ou uma apresentação.
nosso extinto Centro de Estudos e O Comunitário que, durante anos e
mílias, amigos e convidados, todos muito especiais, como especiais se
O cenário agita-se. É outro: vai
mostram esses retratos da concepção
abrigar uma grande exposição ou uma
pedagógica desta escola.
feira que precisará de outros espaços.
anos, concederam-nos ricas iguarias intelectuais. Amanhece.
É dia de dar descanso às salas de aula e ocupar as áreas externas.
Novo espaço: o pátio da entrada
Camisetas colori
das invadem a escola. Não chove.
principal. Tablados assoalham o chão
E, se chover, as quadras cobertas
para os representantes das chapas
estão aí. Olimpíada I Jogos da Pri
interessantes e diferentes I Barracas.
concorrentes à direção do Grêmio.
mavera I
Balões.
Ou para formandos e famílias ritua
Quanta gente l Que "uniformes" Bandeirinhas.
Quadrilha . Compadre
Música
alta.
e comadre.
lizarem a formatura.
Adiantei
Bom proveito I "São João, São João, acenda a fogueira no meu coração ... " Nova mudança . Tempo de brin car, que ninguém é de ferro: Brinca dia ... Pernas de pau, arquinhos para rodar, artesanato em família. Vamos para os jardins que abrigam o Dino, vamos ouvir o canto dos galos, os sons peculiares dos bichos diversos, cuidados pelos pequenos. Na volta, no canto do pátio, um grupo faz soar um violão; uma ma rimba suavemente o acompanha ... Esperei Outro grupo no Tea tro de Arena ensaia a peça para a apresentação aos pais, aos con vidados.
Mais uma vez - e não será a última -, observar, escrever, conversar, discutir,
"
ler, pensar, trocar, argumentar, relacionar, integrar, concluir. Nossa câmera captará agora jardins, pátios, escadas, quiosques, outras salas, prédios, estradas, fazendas ... Acompanharemos rios, passaremos sobre pontes, percorreremos trilhas, observaremos, pelas janelas dos ônibus, outros horizon
I
tes, outros relevos, outras pessoas. Vamos caminhar... No tempo e no espaço. Ali vamos, em grandes ou pequenos grupos, professores e alunos, aguçar nossos cinco sentidos para, em movimentos contínuos e cíclicos, sair de nós mesmos; conviver com o outro, conhecer o outro; experimentar ambientes, conhecê-los, neles imprimir nossas marcas, deles receber suas marcas; incor porar-nos ao mundo e incorporá-lo a nós. Isto é aprender? .. Múltiplos são os sentidos...
18
Acantonamento Amparo Aterro sanitário Bosque dos Jequitibás Brasília Brotas e Barra Bonita Campinas Casa da professora Creches Curitiba Faz. Sto. Ant da Cachoeira Feira livre Holambra Itu Itu - Parque Varvito
Joaquim Egídio apiário MAM MASP Minas Gerais Parque ecológico de Paulínia Planetário Ribeirão Anhumas Rio Atibaia - usina hidrelétrica Santana do Parnaíba Santos, Paranapiacaba e Cubatão São Paulo Supermercado Visconde de Mauá
efeitos, sob o olhar atento, minucio so e sereno do Orientador Educacio nal Administrativo e das Assistentes Administrativas Escolares. Existiria alguma recompensa a todo esse empenho e dedicação? Só duvida quem não vê o olhar luminoso e sábio no trabalho de conhecer o mundo, co nhecer o outro, conhecer a si próprio. Sair de si próprio. Voltar a si próprio, enriquecido com o que se co lheu e se plantou no mundo, no outro ...
Nota 1 FÜLLER,
Lon L. O caso dos explo
radores de cavernas. 10· reimpres são. Sérgio Antonio Fabris Editor.
r,
Chegamos ...
nistradas são obséquios a todos os in
De repente, a escola fica pequena.
teressados. Há também um outro ex
O mundo é vasto. Maior é o coração. ;,
;, 1-
Então, extrapolamos. Uma idéia, uma causa ou uma ins
l\Júcleo de Ação Comunitária. Alguns professores desta Escola comprome
tituição são alvos de ações solidárias
tem-se internamente e com outras co
e voluntárias, pessoais ou subsidiadas
munidades para interagir e educar.
pela Escola Comunitária e dão supor
's >, r-
pediente recém-inaugurado: NAC ou
te físico, psicológico, emocional aos
Experiências, conhecimento e sonhos a serem compartilhados.
menos favorecidos, irmãos carentes. Esse intrincado universo de ati O mesmo espírito de partilha e de
vidades que envolve professores,
troca preside trabalhos de outra natu
alunos, monitores, coordenadores e
reza: publicações de nossos docentes,
orientadores nutre-se na dinâmica
assessorias, palestras por eles admi
disciplinada que administra causas e 19
As muitas mãos MÃOS Amélia Pires Palermo
Sempre me fascina o tema mãos. As mãos, para mim, refletem muito da vida das pessoas e também do seu interior. Mãos finas, delicadas, pequenas, grandes, calejadas, grossas, rudes, lisas ou enrugadas. Cada uma, inde pendente de palavras, já conta uma história - história de amor, de so nho, de poesia, de música, de suor, de trabalho, de início ou de final de vida . Mãos firmes , decid idas, mãos trêmulas, medrosas, mãos indecisas, mãos suplicantes, mãos arrogantes, mãos acolhedoras. Mãos que refle tem a vida interior das pessoas. Entretanto, as mãos também estão ligadas ao cérebro: o pensar, para se concretizar e se tornar ação, precisa das mãos. O pensar sem o fazer entra na esfera do intelectu alismo, e não atinge a maioria dos homens. Alguém uma vez definiu
o homem como o animal que sabe usar as mãos. As mãos estão li gadas ao co ração, porque é através delas que expressamos o gesto de carinho, de doçura, de compreensão, de ajuda. Mãos que perdoam, mãos que abençoam, mãos que se estendem para proteger. Mãos que unem pes soas que têm o mesmo ideal, que buscam os mesmos objetivos; mãos que se entrelaçam e confiam que, somente juntas, podem se ajudar e ajudar os seus irmãos a descobrirem o caminho do amor, da solidarieda de, da compreensão mútua. Mãos que se estendem para, num gesto de carinho, de solidarie dade, expressar o amor, a confiança, a ajuda mútua o u o canto de quem quer transformar o mundo. Um can to cuja vibração e entusiasmo passe de mão em mão, e numa só corrente seja capaz de abraçar o mundo.
os de Dona Amélia
ElDAaJIIIT.~ ~
B I B L IOTE CA
Mãos preciosas, guiadas por mente brilhante e coração aberto, criaram esse texto. Nossos olhos e nossas almas podem sentir-se acarinhados por elas - as mãos que nos deram esse texto e as outras, inúmeras, que vêm constru indo esta história, este espaço, esta convivência rica e saborosa .. Agradecemos àquelas mãos preciosas, àquela mente brilhante, àquele coração aberto o trabalho de que nossas mãos são capazes I
"Eu acredito -
sempre acreditei -
em um mundo melhor."
Qy?~
MESTRE - MAESTRO
o preseme, em seLI escondt:::-r", vela, contem o passado bipntes, 11 "1$ JbJ8 os,
nos am
nos acontecI
mentos, nas pessoas. Nas palavras, também.
Para você, professor da Escola Comunitária, a nossa homenagem:
Exploremos lima deleS. "maes tro". Dizem os livros que vern do la
tim magister De acordo COIT o dicio nário Houaiss: "o que manda, dirige, ordena, 9 lia, conduz, diretor, inspe tor, administI'adtx, o q Je -=nsina" .
O tempo tratou de razer, des ta, outras palavras, para nosso uso contemporâneo, maestro e mestre, Sertidos opostos'; Iguais? Comple mentares? Nr nosso ca a, Iguais e complemenTares. Ambos 05 5en~l dos compõem aquele que chama
mos hoje "professor" também
SE
gundo Houalss. "Iat. pl'Ofessor,óris
'o que faz prohssão Je, o que se dedica a, o que cultiva' " PI'ofessor-mestre-maestro:
variadas batutas. Cada clm é Llnico, porem mul.iplo e dlvel so Dedica-se COr1
põe partituras, cria, em harmônica
co autoria, executa Instrumertos, rege seus grupos, ora em pOSição
de destaque, ora ao lado deles; ora, ainda,
ã
aprender com eles novas
formas de compOI, assisto:: a elabo
raç.ào de pallituras por seus músicos, Jandva eles rien ação ~ seguranr:a
para que possam, no futuro, compor SOZinhos,
Oll
acompanhar Olmos,
nUITI eter'lO e cadente ciclo ..,
Professor: aquele que cultiva €,
para isso, observa, coleta, assis
te, atende, suporta, acompanha ajuda, provoca, estimula, reune, agllJtina, analisa, avalia, devc"/e, acolhe, IIlCentlvil, sinaliza, ensina e aprende..
E sorri.
22
Uma história sublime cantar É utopia Uma história real Sem carruagem nem cavalos brancos Sem cartola nem varinha de condão Um corte aqui Um tempero lá Uma censura acolá É confiável MESTRE, Sua história de fatos, feitos e sonhos No lar Na escola No templo No clube Feita de pele e de sangue Porosa Vulnerável
iviESTRE, Em ancestral pedagogo convert ido A cuidar da mente, do co rpo, da alma Você
cria e copia cuida e atormenta propõe e considera organiza e desconcerta sobe e desce concorda e contradiz aceita e dispensa vai e volta
Cansa Reflete Pondera Escolhe E recomeça ..
Seu precário momento É vida potencial Crê
Na eternidade, Você Lição Luz Encantamento
Ó MESTRE, Gratidão.
de
IlIumeros instrumentos, muitas e
a condclzir diversas orquestras,
MESTRE
ensina e aprende lê e escreve responde e pergunta sofre e sonha canta e assobia pinta e borda faz e acontece lava e passa
Breve é a luta Passageira Crê
•••
"
- Oi. \'ocê tem Alice?
- Alice 110 país das iIlarmilbas' Sim. Qual edição você quer, Pedro?Aoriginal ou a da Companhia das Letrinhas? - ,\ original, que eu quero ver as expli cações da margem, enormes! -.\11, já rou rer para você. Trouxe a ca le teirinha?
Este é um texto de autoria múltipla: palavras que nos chegaram foram costuradas num tecido único, de forma a preservar a individualidade de cada autor.
Nos trinta anos da Escola Comunitária, eles também são o presente.
SOU EX-ECC
o vale até a estrada, a vista aberta, os olhos cheios. Eu, men ino, conhecia o morro de onde se ergue a estrutura da escola nova. A quadra, sempre desbotada, e o cimento dela, quente de pegar sol, áspero na queda, pelo futebol ou pelo pega-pega. Os prédios de blo cos à vista. Os pátios de terra batida, a grama pisada. O par que do jardim-de-infância, escorregadores e tanques de areia . Meninos que começariam a quinta série, mas por o casião visitando o parquinho, admitiam a nostalgia, in confessos. A sombra dos galpões (o "de cima" e o "de baixo"), filas de crianças esperando sua vez no despa cho para casa, pulando corda, batendo bafinho . A rampa, onde da janela do ô nibus se podia tirar folhas de uma árvore. A gritaria da criançada , acompanhando o passaredo no escure cer da tarde. Os moleques caça vam grilos e saúvas pelo gramado em frente à escola .
Ganhei um lugar na sala de aula, numa turma de amarelinhos ... Adorava o convívio com meus cole gas, professores e funcionários. Lembro-me, é claro, da sala de aula. Os murais de cortiça, longos como o quadro negro. A carteira, o tampo com a lâmina verde-alvejada, em cima do escaninho de compensado, rabiscado, comi do pela inquietude da mão juvenil. Talvez, e sempre um segredo, por um canivete - o vermelho, do Mandrake, quem sabe. No "embaixo da carteira" havia quase um outro mundo, uma propriedade particular (ainda que clandestina). O fardamento e as instalações eram propo sitalmente simples -
embora confortáveis -, pois ali não
havia o culto à riqueza; todos eram iguais ...
O prédio da direção: lembro-o a receber uma luz clara, tranqüila, pelos vitrais ao centro do edifício, ao lado da escada. Ali mesmo, um balcão para o atendi mento e sempre quatro ou cinco plantas bem habituadas, talvez mais. A biblioteca, os disputadíssimos livros de bi chos e dinossauros ou da coleção Vaga-lume; outros, no estilo você-escreve-a-história. Mais tarde a biblioteca foi para o térreo, ao lado do laboratório de Ciências. Do outro lado a enfermaria, o ambiente reservado da pequena oficina. Mais tarde, ali por perto, a cantina, a disputa por hambúrgueres e pizza zinhas, as mãos acenando com dinheiro...
Moderna, com um ideal que buscava um modelo pedagógico definido, sempre aberta, disponível e prestativa com os alunos e seus problemas, atenta às nossas necessidades, a Escola foi meu lar temporário, a extensão da minha casa. Estive desde a sua formação: meus pais colaboraram para esse evento. Sei que tudo tem que ter um começo e fico feliz por ter feito parte deste começo.
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25
" - Pode me atender? Olha, quero um sanduba natu ral.. Oá pr:\ f:t7.er, cara? - Opa! Já p€Ç() pra voçê. Oque maIS, PedrO!
- Lm suco de mar:u:ujá. que é pr-J me acalmar vou
apresentar meu trabalho pra c1a&'ie... Ainda bem que
lá tuci.. prOllIlllho: as lm:ll,'eIlS. a IDinha fala, minha
demonsll'llção... Tô ai 110 GrêmIo. Você ml' chama.
quando tudo e.ti\'\!r pronto)
J}
"
Oi, pusso ~nlHlr? - Ah, agora SÓ ,'a 2' aula... Já passou o horârio de tolerância... Sinto muito, Bel. -Tá Ixlm! OI, letIC!Jel', de folga? Vim ág~lld~lr o vídeo para sua classe
para amanhã.
~)
sais orla e como um Jar Im:
" -\ e<luipe ilil n. :t'i luzes e a:; câmeras não ()lo intimidaram... Ora nos bancos. ora .mdando: ~m grupo lia praça da Anllzmle; na classe discullndo. Pedro e seu:; amigos llo 2" ano do fnsino 'Ilédio re.polldiam às pel'gul1~ls uos entrevist:wores. descontr;údos
- como co/wém :J :Jdole;centes... De repente:
- Olha! o~ micos!
[le fato, o arvoredo. mais adiante. abtiga eoculta dos olhos CUriOSO O~ micos qu~. vez ou outra. p'L'>
S:llll IMJf entre :t~ árvores fmlrrem:;. que margehull as s<Ull.S de aula, interrompendo a concentração. ~ ~
cada flor vinda de um cenário diferen te trouxe uma cor nova. D. Amélia e a Comunitária estão colorindo esse jar dim. Que muitas e muitas nores sejam espalhadas pelo mundo, que as cores de quem planta o BEM fiquem vivas nos nossos corações. Obrigado(a) a quem fez diferença em minha vida.
28
Aqui chegastes Aqui fizestes
o tempo Um chamado Uma urgência Vos levaram Mas aqui permaneceis Existem nesta casa
Pegadas distintas
Memórias intensas
Que vos anunciam
Que perenizam Vossas lições Vossas lições de amor.
29
Outrora ... Agora ... " Não foi ontem. As novidades estão sob meus olhos. Mais gente. Outros prédios, novos contomos, novos serviços. Mas eu reconheço ... a mesma cordialidade... Meus olhos querem ficar secos, mas meu coração não deixa. Que emoção! Não a esqueci. Nunca a dispensei de minhas me mórias. Entendia seu apelo cada vez que dela me falavam. Hoje sou o mesmo Rodrigo, porém não mais um aluno; sou um pai que escolheu esta escola para seu filho. Eu sei, eu confio nela. Amesma trajetória de cuidados, de crescimento... Na minha mão, a mão do Gui - meu tesouro maior, meu bem mais permanente (como diz o Beto). É real mente isso que eu quero eque a Tânia aprovou efezacontecer. - Olha, Gui, aquela é a dona Amélia... ~ ~
Agradecimento Si lêncio de escuta, vibração,
Ansioso compasso de espera ...
A face manifesta reclina-se
No pa lco, emocionado coração
Por trinta luzes comemorada
Minha maioridade modulou ...
Legítimo, coletivo, real,
Um original concerto executou-se
Neste momento, acorde derrade iro
A definir esta composição
Som eterno, universal, primei ro
Em permanent e voz ritmada
Para minhas fontes sonoras ca nto
Obrig ada , obrig ada, obrigada.
31
Hino da Escola Comunitária Letra Marcio Massei
Música. Silvia Panattoni
Este sonho é um sonho real,
Todos Juntos vamos crescer
Companheiros no alvorecer,
Sempre unidos num idea l
Nesta lu a somos iguais,
O Importante é o que a força faz.
Construindo com o coração,
Comunitaria, nossa razão.
Este sonho e um sonho real,
Todos Juntos vamos crescer
Companheiros no alvorecer,
Sempre unidos num ideal
Nossa escola, nossa esperança,
Sempre um novo amanhecer.
Sonho adu lto. alma criança,
Todo d ia pra renascer
Este sonho é um sonho real,
Todos juntos vamos crescer
Companheiros no alvorecer,
Sempre unidos num ideal