EXPERIÊNCIAS AÉREAS O 7ºD NO TECIDO
2017
AUTORAS E AUTORES Mariana A. Piotto Julia C. LĂŠpore Rafaela T. Cipriani Maria Eduarda L. S. Alves Anabella D. Payaro Andrezza C. Sverzut Davi J. Negrete Isabela D. D. Alonso Isabela H. Anesio Luca A. Machado Manuela J. A. de Morais Maria Luiza R. Costa Milena V. Barreira Rebeca Mascara Furtado Ana Carolina V. Mendes Gabriel C. Spolaor
APRESENTAÇÃO O que acontece nos momentos livres das aulas de Educação Física? Este livro/álbum nasceu da vontade de compartilhar o que acontecia nesses momentos abertos para escolha, nas aulas do 7ºD da Escola Comunitária de Campinas (ECC) em 2017. Quando metade da turma ia para o futebol, outra metade subia para brincar no tecido. Esta prática corporal é uma das possíveis no âmbito das atividades circenses. Podemos encontrar também a lira e o trapézio nos aéreos; os malabarismos com tule, bola, arco, clave, diabolô e prato chinês; equilíbrios na corda bamba, bola chinesa, rola-rola, perna de pau; acrobacias coletivas e individuais; assim como, outras práticas diversas como o palhaço, a mágica, a pirofagia e o atirador de facas.
Enfim, dentro desse universo de práticas históricas que constituem a cultura corporal circense, tema de estudo das aulas de Educação Física na ECC, destacaremos nesse material, o tecido. Nesse espaço aberto das aulas reuniam-se meninas e meninos, alguns com conhecimentos aprofundados da prática, outros sem nem saber como subir no tecido. Nas observações, nas trocas, nas conversas, nos encontros, nos risos, um grupo de prática, estudo e criação se constituiu. Destacamos que a construção deste livro/álbum aconteceu de forma não muito planejada. Precisávamos guardar de alguma forma nossas experiências de aprendizado. O corpo foi o primeiro lugar da produção. Nos gestos, nas marcas de queimadura e aperto do tecido, nas emoções (risos, choros, medos...) e memórias da prática, nossa história se mantinha.
As fotos e vídeos se mostraram importantes instrumentos de captura do vivido. Imagens que guardavam a experiência do gesto, do corpo nas quedas do tecido, mas também, do olhar sensível de quem aprendia a perceber a beleza do movimento humano. Em uma imagem, o encontro e a relação na criação de conhecimento. Poderíamos ter parado nas fotos e vídeos, mas outras linguagens começaram a compor nossas produções. Com base nas fotos, vários desenhos foram feitos. Pedimos cuidado e compreensão dos leitores/apreciadores quando olharem para esses desenhos! Eles não são simples traduções e reproduções de fotos digitais para o papel! Os desenhos são novas produções artísticas, espaços outros de criação estética, que renovam a experiência gestual! O gesto com o lápis, ao traçar o contorno do corpo e do tecido no papel, dialoga com o vivido no corpo na prática de tecido... dialoga com o olhar do fotógrafo e produz outros conhecimentos.
Cada desenho mostra um dos integrantes do grupo. Mostra um pedacinho de retalho que reunimos nesse livro/álbum. Cada aluno, cada integrante, cada sujeito desse coletivo contribuiu de alguma forma para que esse material fosse construído. Suas palavras e vozes também foram muito importantes para esse registro. Cada enunciado aqui compartilhado carrega as sensações, emoções e aprendizados dos momentos abertos para a vivência do tecido. Os sentidos de cada palavra “enrolam-se” (assim como o tecido no corpo) com os gestos da prática, as emoções, as fotos, os desenhos e produz conhecimentos novos, diferentes, outros...
Esperamos que ao contar nossa experiĂŞncia, outras tantas, tĂŁo belas quanto essa, sejam impulsionadas e compartilhadas! Autoras e autores do livro Novembro de 2017
O FOTÓGRAFO Difícil fotografar o silêncio. Entretanto tentei. Eu conto: Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa. Eram quase quatro da manhã. Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina. O silêncio era um carregador? Estava carregando o bêbado. Fotografei esse carregador. Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra. Fotografei a existência dela. Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre. Foi difícil fotografar o sobre. Por fim eu enxerguei a nuvem de calça. Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakoviski, seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o poeta. Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa mais justa para cobrir sua noiva. A foto saiu legal. Manoel de Barros
Eu adorei ir no tecido e aprendi bastante com as alunas mais experientes! Foi muito divertido ficar com as minhas amigas e colegas. Isabella H.
O que eu mais gostei foi conseguir subir na gota preta! No inĂcio eu nĂŁo conseguia, mas eu avancei e consegui! Luca Machado
Antes de vir para cá, já tinha ido em um hotel e lá tinha um circo, por isso me interessei pelo tecido nas aulas. Gostei muito da força que as meninas mais experientes fazem para me ajudar. Hoje tentei fazer uma coisa que usei TODA a minha força! Agora escrevo quase sem força... Davi N.
Nessas aulas de tecido eu aprendi vรกrias coisas, e consegui evoluir. Gostei muito desse trabalho! Malu
Nestas aulas de tecido, gostei muito da participação de todas as meninas e alguns meninos. Eu faço aulas de tecido então gostei muito de poder ensinar coisas aos meus amigos e aprender com eles também! Adorei ter o privilégio de ilustrar esse livro com sorrisos tão lindos. Mariana
Eu faço aula de tecido e gostei de ensinar minhas amigas os movimentos que eu faço. Eu também gostei de aprender coisas novas com amigas que tem mais experiência. Milena
Minha experiĂŞncia no tecido foi muito legal, pude treinar mais o que aprendo nas aulas, foi incrĂvel. Mesmo nĂŁo sendo nada novo para mim, poder ensinar minhas amigas foi muito divertido! Julia
Eu gostei bastante da experiência! Foi legal, pois, já fazia aula de tecido e gostei de passar o que aprendi para os meus colegas. Me diverti muito com essa experiência e também aprendi novas coisas. As vezes senti um frio na barriga, com medo da me machucar e de meus amigos caírem. Eu adorei! Andrezza
O que eu mais gostei foi que as minhas amigas me ajudavam quando eu precisava! Elas sempre me ensinavam, foi uma sensação boa! Deu um frio na barriga. Claro que todo mundo já sentiu um frio desse, é um frio na barriga bom, não um frio na barriga ruim! Foi legal a minha experiência! Maria Eduarda
Eu gostei muito dessa oportunidade de usar o tecido, pois, eu não faço aulas no extracurricular da escola, então foi uma experiência nova na minha vida! Adorei e talvez em algum momento eu decida fazer aula. É muito legal! As minhas amigas que fazem aula me ajudaram e isso foi muito bom, pois você aprende com alguém que tem afinidade! Anabella
Eu gostei muito do tecido, foi uma ideia criativa que agradou todo mundo. Eu me senti muito feliz pois aprendi vários truques e posições novas no tecido. AMEI!!! Isabella Alonso
Eu adorei essa experiência de aprender um pouco do tecido. No começo eu senti medo, mas depois fiquei mais segura e consegui fazer o esquadro! Adorei essa experiência de aprender com as alunas que fazem tecido. Ana Carolina
O que eu mais gostei foi como aprender a subir e como fazer os movimentos. Achei mais legal fazer: sereia, queda e estrela. Quando vocĂŞ faz tecido, vocĂŞ aprende que tem que aprender uma coisa de cada vez e isso ĂŠ muito legal. Rafaela
Eu achei legal que nós podemos fazer tecido na aula de Educação física, porque eu já faço tecido, mas sempre temos que fazer o que a professora manda, mas aqui podemos fazer o que combinamos com as amigas. Manuela
SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI, OBRIGADO PELA ATENÇÃO!!!
OPA!!! AS EXPERIÊNCIAS AÉREAS AINDA NÃO TERMINARAM... COM VOCÊS, UM POUCO DOS BASTIDORES!!!
FIM!!!