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Automa^ao e diferencial em mercado competitivo
Empresas devem adaptar seus recursos de informatica a gestao dos negocios. CPDs das grandes seguradoras buscam agilizar processamento e acesso as informa^oes
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tando o flm da proibigao da importagao dos produtos de informatica e os novos ares da polftica de desregulamentagao,o mercado segurador parte para uma nova fase, queja tem seus reflexos nos meios de comunicagao — nunca se falou tanto em seguro quanto agora. Ea chegada definitiva dos hardwares e softwares mostra que a automa(^ao sera o fiel da balanqa, pois quem investir mais e melhor nesta area tera ao seu dispor umafatia raciior do mercado a ser conquistado. Os "profetas" destes novos tempos sao mais radicais: as companhias quejamaisse preocuparam em investir em tecnologia serao varridas do mapa por aquelas que ja estao automatizadas.
Exageros a parte, a ideia de tecno logia por tecnologia nao cabe mais dentro dos novos tempos.O caminho e adaptar os recursos computacionais para as necessidades gerenciEiis das empresas. Para isso, os CPDs das grandes seguradoras estao passando por uma mudanqa de conceitos p^asintonizar o processamento de dados com os negocios da emprem." 1 ® raelhorar a qualidade dos sistemasja existentes quenamaioriadoscasoijatemmS de 15 anos. O segundo. e mais comprodut^o/''®®® "ovos produtos, e para tanto e necessarin um banco de dados agij, que passara a ser funda mental para diferenciar as companhias umas das outras.
JULIO aproximar a empresa de seus maiores clientes — o segurado e o corretor. A Bamerindus Seguros saiu na frente, oferecendo notebooks aos corretores, e assim eles podem imprimir apolices de seguros definitivas nos escritorios dos clientes. Apesar da nova instrumentagao. pelo menos nas grandes seguradoras 0 computador de grande porte ainda vai reinar por muito tempo. Mesmo com a chegada do conceito de down sizing (estrategia de substituir o computador de grande porte por microcomputadores ou workstations interligadas atraves de redes de comunicaqao). as seguradoras estao utilizando o mainframe combinado com a rede de micros interligados, e dessa forma utilizam o que ha de melhor nos dois mundos. No grande porte estao concentrando os dados corporativos das empresas,e na rede e micros as informaqoes operacionais especlficas de cada usuaiio.
— A Bradesco Seguros, primeira no ranking em arrecaa^ao de premio, esta desde 1987 as voltas com a migra^ao de seus siste mas do ambiente Unisys modelo A1 / para o Hitachi modelo 8065. Os iversos pianos economicos e a necessidade de adapta^ao da companma as constantes mudanqas na economia,de acordo com Julio Cesar
16 SOLUCOES Revista de Seguros • Informatica sera atacar os sistemas antigos e redesenha-los. r MAUPfO
O objetivo do grupo segurador Bradesco e centrahzar os sistemas no grande porte e — atraves de investimentos em comunica^ao de da dos — informatizar as pontas. Das 74 sucursals da seguradora, apenas 17 tera terminais ligados ao compu tador central. O restante possui mi cros para fazer o processamento local, mas transmitindo dados atraves da linha discada, o que eleva sobremaneira os custos.
Mudando tudo — O proces samento de dados da Sul America Seguros, a segunda do setor, ha um ano e meio vem passando por profundatransformagao. De acordo com o novo Piano Diretor de Informatica (PDl) da empresa,todos os sistemas serao desenvolvidos dentro de uma mesma fllosofia operacional; o pro cessamento cooperativo, bancos de dados relacional e redes de micros.
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"Eles foram desenvolvidos para uma realidade tecnica. Primeiro foram os mainframes; depois o processo on line. Mas hoje existein outras tecnologias e esses sistemas nao tem como suportar", completa.
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Rsvista d© SsQuros * Informatica
Arquitetura aberta — investir em tecnologia na Bameriundus Seguros, terceira no ranking em arrecadaqao, e a alma do negocio. Mesmo em epocas dificeis, a seguradora nao deixa de aplicar 3% de seu faturamento — aproximadamente US$ 400 mllhoes, de acordo com Jose Rodolfo Gonqalves Leite, diretor de produtos e presldente do Comite de Informatica da Federagao Interamericana de Empresas de Seguros (FIDES)e presidente da CEI - Fenaseg."Sem o suporte da tecnologia nao podemos implementar nossos produ tos e servigos, nem aperfei^oar nosso atendimento ao cbente", explica. Segundo ele, o desenvolvimento da seguradora esta baseado nos sistemas totalmente Integrados no grande porte,o que possibllita transferencias de arquivos para aplicativos do Banco Bamerindus, com abertura para o atendimento de clientes e corretores. Alem disso, os notebooks e as centenas de micros e terminals nos departamentos inter nes tambem estao conectados ao computador central. Na microinformatica, todos os departamentos filiais estao interligados.
Para Jose Rodolfo, as estrategias da seguradora de Curitiba com relaQao a informatica estao sempre voltadas para o que ha de mais novo no mercado. Por isso,a seguradora esta enveredando para os lados da "ar quitetura aberta", baseada no conceito cliente/servidor. "Ja desenvolvemos alguns projetos visando evoluir nossos sistemas para essa tecnologia. Sendo assim, cada sistema sera estruturado por area de negocio, integrado ao modelo corpo rative de dados e processos. Tudo isso para atender melhor ao cliente", aposta.
Downsizing — Em 1990, a Banerj Seguros, vigesima-primeira do segmento,se desligava da area de desenvolvimento de sistemas do banco e,com 18 pessoas(analistas e programadores), comegava a desenvolver OS projetos da seguradora, atraves de uma rede de micros. S6 que, no final de cada dia, os dados sao enviados para o processamento no grande porte do banco. Mas a seguradora do Rio de Janeiro quer tornar-se realmente independente e criar seu prdprio CPD.
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"Um dos motives que nos levou a preferlr o processamento em casa sao OS transtornos causados com o recebimento de relatorios e as constantes greves dos funcion^ios do banco. A ultima delas parou o CPD por 20 dias. E a seguradora sofireu com isso tambem",reclama Jose Ro berto Catharino de Oliveira, diretor da area de seguros. A solugao encontrada pela segu radora, em parceria com uma empresa de consultoria, foi fazer um downsizing utilizando uma plataforma Rise 6000. A implanta^ao de ar quitetura aberta esta prevista para o primeiro semestre do ano que vem.
"Mesmo assim, vamos ficar hgados ao grande porte do banco por causa dos sistemas de cobranga,contabilidade e folha de pagamento que estao residentes naquele computador",observa Catharino.
Gestao on-line — uma empresa pequena, moderna e com pou- ra, permitindo com isso uma mudanqa substancial na cultura interna da empresa."Hoje ninguem mais fala aqui que vai mandar um memo randa. Diz que vai mandar um ojfi-, ce", conta. Apesar dos avan^os, a UAP,segundo Gilza, ainda tem muito chao pela frente. Para gaiihar mais agilidade, a empresa precisa adquirir ferramentas de alto nivel para acessar banco de dados relacional e banco de imagem. Hoje, a UAP usa arquivos VSAM, que tornam os usuarios bastantes dependentes do CPD. Com o objetivo de crescer e usar novos softwares, a empresa esta adquirindo o IBM ES-9000, mais poderoso que o atual.
Processamento nas pon— Oitenta por cento das informa^oes do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) ainda estao centralizados no computador de
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grande porte. Mas a eiitidade pretende reverter esta situaqao. Para Carlos Leonardo dos Santos, gO' rente de informatica, os sistemas do IRB tem mais de cinco anos. Por isso eles serao redesenhados e as ih" formaqoes disponibilis^d^® para as base,s operacionaisO Sistema Unico de Resse guros e o primeiro a passar F>or esse processo.
cos funcionarios. Assim e a UAP Seguros do Brasil,segundo a definigao de Gilza Gusman, diretora de infor matica da UAP na America Latina Quando Gilza chegou na empresa! ha um ano e meio,encontrou -a equipada com processamento de dados. Mas para ela informatica e sinonimo de troca de mensagens. Depois que recebeu sinal verde da diretoria, Gil za tratou de colocar on-line todas as informagoes de gestao da companhia. ^ qualquer terminal da UAP eu posso, a qualquer momento, acessar os dados produtivos da em presa, como produgao emitida, pro"9^0 cobrada, faturamento, smistros,comissoes,estatisticas por pro uto, alem do correio eletronico, menus, agendas, e quadro de avi sos! ,orgulha se.
Com as informa^oes on-line, a inorm^tica passou a fazer parte do dia h dia dos funcionarios da seguradoRevista de Seguros • Informatica como em qualquer outra mudanga, existe a reagao natural do ser humano ao diferente",finaliza.
Conscientizagao — Para Marcos Damiani,diretor da Madaseg Corretora, o principal avango da categoria e a conScientizagao dos corre tores de que a informatica e uma ferramenta importante como gestora de seu proprio negocio, com prestagao de servigos diferenciada para seus clientes. Esse processo teve a participagao das seguradoras, que investiram muito dinheiro, mas infelizmente aproveitaram muito pouco ou quase nada os dados dispom'veis em meios eletronicos nas corretoras. Esse aproveitamento, tenho certeza, reduzira seus custos operacionais de processamento, e\atando erros de emissao e agilizando todo o processo. Com isso ha uma relagao no custo final dos produtos , assinala Damiani. . .
De acordo corn o diretor da Madaseg, a mEiiorla das corretoras esta usando microcomputadores padrao IBM-PC, com sistema operacional DOS. Somente algumas delas optaram por equipamentos mais pesados e sistema operacional Unix. As corre toras de conglomerados financeiros, que no ini'cio utilizaram as maquinas de grande porte de suas controladoras, estao tambem migrando para os micros.
"O sistema esta sendo desenvolvido em ambiente relacional, linguagem de programaqao C e utilizando plataforma de microcomputadores com portabilidade no ambiente VM e MVS do oquipamento de graiide porte",informa Leonardo.
Paralelamente a mudanga nossistimidamente, o . ainda segundo Leonardo, est^ evando o processamento de dados 3 e as pontas operacionais de tr^s rnaneiras: aumento dos terminais do grande porte, atraves do uso de mi crocomputadores e pelo desenvolvi mento de um projeto de interligaqa" dos micros com rede local, ligad^s cntre si ao equipamento de graiici® porte.
Todo esse esforqo, esclarece, ® ^'^dquar a entidade a nova reaRde e a gestao empresariaJNos, aqui no IRB, estamos trabahando junto com as areas operacio- nal, financeira e administrativa, h" sentido de que esse processo fa9^ parte da cultura da empresa, poiS' gao da acentuada queda da receita nas corretoras", constata Damiani.
Para ele, o fim da reserva de mer cado podera ocasionar uma ligeira queda nos custos, mas nao sera suficiente para aquecer a demanda.
"Para o mercado crescer, e necessario que haja uma melhoria no poder aquisitivo da populagao, principalmente da classe media — a grande consumidora de produtos para pes soas fisicas e que foi brutalmente afetada por essa politica recessiva dos ultimos dois anos", analisa.
Outra questao levantada por Mar cos Damiani e quanto a disponibilidade de softwares para corretores, restrita a meia duzia de produtos, concentrados no eixo Rio-Sao Paulo.
Mas o principal problema que o setor enfrenta, no seu entender, e a falta de manutengao e suporte ao usuario. "A manutengao e um problema nacional para todos os segmentos da economia,tendo em vista os sobressaltos que vivemos com as mudangas bruscas nas regras do jogo,e que leva OS analistas a loucura. O supor-
JOSE R.CATHARINO
te e sem duvida o mais critico, pois se em Sao Paulo ha uma certa facllidade para encontrar tecnicos do se tor de informatica, eles entendem pouco do mercado segurador. Imaginem fora do eixo Rio-Sao Paulo. Ha necessidade urgente de formagao de tecnicos de informatica voltados para o mercado de corretores", enfatiza.
Aumentar a eflciencia
De olho na liberalizagao e desregulamentagao do setor,a Superintenden-. cia de Seguros Privados (Susep), dentro de suas limitagoes, tambem esta se esforgando para melhorar seus controles e aumentar a eflcien cia de seus processos. Hoje,a entida de tem uma base instalada de 17 microcomputadores, alguns poucos ligados em rede, num total de 830 Mb de memoria de massa.
Segundo Jorge Hijjar, secretario geral do orgao federal, a Susep pre tende, ate o final desse ano, ter um parque de 32 equipamentos, todos interligados atraves de rede. Impressoras a laser tambem foram adquiridas para melhorar a
Bqualidade da apresenta-
"Os investimentos em dolares toram expressivos em virtude dos pregos dos equipamentos nacionais. Mas a redugao de custos que vem acontecendo este ano nao incentivou muito novos investimentos, em fun- gao das informagoes para o mercado. Alem disso, novos softwares, segundo Hijjar, estao sendo analisados para futura adogao, Ou seja, nao ha saida. A guerra dos bytes esta declarada, e quem nao ocupar imediatamente seu espago no novo mercado informatizado estara com seus dias contados.