mapa da comunicação brasileira 3ª Edição Brasília 2013
e x pedien te _FSB Comunicações _Sócio-Fundador Francisco Soares Brandão _Sócios-Diretores Marcos Trindade Tom Camargo Flávio Castro Magno Trindade
_Instituto FSB Pesquisa _Diretora-Executiva Patrícia Santiago _Diretores de Pesquisa Marcelo Tokarski Leonardo Barreto _Gestores de Pesquisa Max Stabile Marcelo Pimentel Carlos Nepomuceno _Analista de Pesquisa Bárbara Silva
_mapa da comunicação brasileira 2013 _Coordenação da Pesquisa Patrícia Santiago Max Stabile Bárbara Silva _Pesquisadores Pedro de Mesquita Yandria Rebbeca Camila Shiratsubaki Jônathas Seixas de Oliveira _Redação Elizabeth Pazito Brandão
Ficha catalográfica M527m Mapa da comunicação brasileira / Instituto FSB
Pesquisa. - Brasí lia, DF : FSB Comunicações, 2013. 90 p. ; il. ; color.
_Projeto gráfico e diagramação FSB Design
_Edição e revisão Marcelo Tokarski
1. Comunicação – Brasil. 2. Comunicação corporativa. 3. Gestor de comunicação. I. Instituto FSB Pesquisa. CDD: 659 CDU: 659(81)
Instituto FSB Pesquisa Site: www.institutofsbpesquisa.com.br E-mail: institutofsbpesquisa@fsb.com.br SHS Quadra 6, bloco E, conj. A, Ed Business Center Park, sala 704 CEP 70.322-915 Tel + 55 [61] 3323-1072
mapa da comunicação brasileira 3ª Edição Brasília 2013
sumário 6
apresentação : Novos horizontes
7
metodologia: a construção do mapa
8
capítulo 1. As tendências Rotas consolidadas, 8 Novos rumos, 9
24
capítulo 4. O ciclo da comunicação Planejamento, 59 Monitoramento e mensuração de resultados, 63 especial – porque o setor público é tão diferente?, 66
68
capítulo 5. Quem faz a comunicação
especial – crise de lideranças, 13
A formação dos profissionais, 70
artigo – tempos digitais, 22
artigo – retrato preciso do comunicador contemporâneo, 74 As fontes de informação, 76
capítulo 2. O lugar da Comunicação Os desafios, 25 O posicionamento na instituição, 32 O orçamento, 34 artigo – avanços na relação governo-sociedade, 36
38
58
capítulo 3. O cotidiano da comunicação As atividades rotineiras, 42 As atividades prioritárias, 45 As atividades mais valorizadas, 47 A importância das mídias e das ferramentas, 49 especial – a transformação imposta pelas mídias sociais, 51
As referências acadêmicas, 78 82
entrevistados – EMPRESAS E ÓRGÃOS OUVIDOS
86
bibliografia
88
o instituto fsb pesquisa
89
nossa referência
apresen taç ão
METODOLO GIA
novos horizontes
A CONSTRUÇÃO DO MAPA
O Instituto FSB Pesquisa tem se dedicado nos últimos seis anos a
A 3ª edição do Mapa da Comunicação Brasileira foi construída
apoiar os desafios de gestores de comunicação de diversos setores e perfis organizacionais.
a partir de entrevistas com gestores responsáveis pelas decisões na área de comunicação de 120
Ao investigar a opinião da população e de influenciadores da comunicação e da política,
instituições, privadas e públicas, atuantes no Brasil. Das 70 empresas privadas, 40 eram de capital
acreditamos contribuir continuamente para importantes projetos de construção de repu-
nacional e 30, de capital estrangeiro. Foram selecionadas a partir do ranking das 1.000 maiores
tação e imagem. Participamos do amadurecimento da gestão de comunicação pública e
empresas do jornal Valor Econômico.
privada no país.
A seleção dos 50 gestores públicos entrevistados foi feita a partir dos maiores órgãos pú-
Mais do que respostas prontas aos novos desafios da gestão, a proposta do Mapa da Comunicação Brasileira é criar referências de mercado e proporcionar um espaço
blicos da Lista de Autoridades Governamentais (LAG), ampliando-se neste ano a base da pesquisa neste segmento.
para reflexão. Nesta 3ª edição, convidamos a professora Elizabeth Pazito Brandão,
A seleção aleatória foi feita por meio de sorteios nas listas. A amostra não é probabilística,
doutora em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília (UnB), para coordenar
o que significa que a pesquisa não pretende ser representativa do universo de todas as insti-
a análise e a redação geral da publicação. Fizemos uma leitura aberta com profissio-
tuições; ela é indicadora de tendências, tendo por referência o universo das instituições pes-
nais de mercado e acadêmicos e, após o campo formal, jornalistas e empresários enri-
quisadas. As organizações ouvidas estão equilibradas entre as que têm atuação direta com o
queceram as nossas reflexões.
consumidor ou o cidadão (B2C) e aquelas que têm relação com outras empresas (B2B).
O conjunto de insumos colhidos na série histórica do Mapa nos permite uma análise con-
A coleta de dados foi realizada por telefone, entre 3 de junho e 4 de agosto de 2013, por
sistente, comparada, sobre o trabalho da comunicação nas maiores instituições públicas e
uma equipe de quatro pesquisadores da primeira turma do curso de Comunicação Organiza-
privadas do país. Nesta primeira dimensão, o Mapa descreve as práticas incorporadas ao co-
cional da UnB especialmente treinados para o Mapa, que aplicou um questionário estruturado
tidiano profissional e o perfil dos gestores. São as rotas já consolidadas, que atestam as con-
de 123 itens, resultando em mais de 50 horas de gravação de entrevistas.
quistas e a importância da comunicação para o posicionamento dos produtos no mercado e o diálogo das organizações com seus diversos públicos.
A análise dos dados foi realizada por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de Comunicação, Ciência Política e Sociologia no período de agosto a novembro. A análise
A outra dimensão do Mapa desbrava as entrelinhas e o não dito, as informações que es-
estatística descritiva foi realizada utilizando os softwares SSPS e SPHINX. Para as questões
capam ao discurso e as inferências possíveis a partir dos cruzamentos dos dados objetivos e
abertas, utilizaram-se técnicas mistas de análise de conteúdo, como nuvens de palavras (gera-
das falas dos gestores, associados à experiência do Instituto, com mais de 300 pesquisas
das pelo Wordle.net) e codificação axial. Para as questões de referências, utilizou-se Análise de
realizadas ao longo de sua história. É justamente esta interseção que revela as tendências e o
Redes (com os softwares NodeXL e GEPHI).
desenho de um saber comunicacional que está disseminado, formando os novos territórios, que expandem horizontes e quebram os paradigmas da profissão.
É importante ressaltar que o período de realização das entrevistas coincidiu com a onda de manifestações de junho de 2013.
Este ano, o estudo contou com o apoio institucional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que apostou no Mapa desde o início, e conquistou a adesão da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), entidade que tem se destacado como um centro de
A amostra SETOR PÚBLICO
empresa brasileira
empresa ESTRANGEIRA
referência do pensamento sobre a gestão da comunicação corporativa no país. Boa leitura. Patrícia Santiago
6
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 7
GERAL
c apít ulo 1
As tendências
• O protagonismo da assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia como principal atividade da área, tanto para as empresas privadas quanto para o setor público; • A importância da comunicação interna, tema especial da 2ª edição do Mapa, em 2011, que confirma sua posição de destaque como a terceira atividade mais citada entre os gestores; • A gradual perda de espaço da mídia tradicional – jornais, revistas, rádio e televisão – como única fonte influenciadora de opinião, sobretudo junto às empresas privadas. Já no setor público, que
Rotas consolidadas
precisa estar em contato com todos os segmentos da população e em todos os cantos do país, a mídia tradicional continua sendo prestigiada, sobretudo o meio jornal;
A comunicação é suporte para o posicionamento das empresas no
• A gradual sofisticação das práticas de avaliação e monitoramento
mercado e para sua reputação. É um processo nervoso de produção
da comunicação, ultrapassando as técnicas simples, como a tradi-
e gestão de informações. É uma rede que integra as empresas com
cional clipagem, e buscando etapas mais complexas, que exigem
seus stakeholders, ausculta a opinião pública e conecta as instituições
quantificação e índices mais precisos de medição. O destaque aqui
com os ambientes e com a sociedade.
fica para as empresas estrangeiras, onde a maioria dos gestores
As edições anteriores do Mapa da Comunicação Brasileira indicaram tendências que, agora, se transformaram em princípios consolida-
utiliza pesquisas de opinião para orientação e mensuração das ações de comunicação.
dos e práticas incorporadas às rotinas produtivas dos departamentos, tais como: • O amadurecimento do mercado brasileiro de comunicação corporati-
Novos rumos
va é visível, em especial entre empresas privadas brasileiras e órgãos públicos;
Para além das rotas consolidadas, o que o estudo tem de mais valioso
• As equipes são cada vez mais multidisciplinares, capazes de inte-
são exatamente as questões que ficam em aberto, aquelas que nos
grar diversos saberes e profissões que são parte da Comunicação
motivam a voltar aos gestores na próxima edição, que merecem
Social ou que com ela fazem interface;
atenção e aprofundamento futuros. Algumas das reflexões estimu-
• A importância da transparência para as instituições, sejam públicas ou privadas, com especial destaque para o setor público;
ladas por esta edição do Mapa serão compartilhadas a partir de agora, fundamentadas na associação de duas análises: (1) dos da-
• A percepção, por parte dos gestores, de que um dos principais
dos objetivos e das declarações dos entrevistados e (2) de uma
objetivos da comunicação é ser canal de relacionamento e cone-
ampla pesquisa bibliográfica, permeada pelas discussões da equipe
xão da instituição com seus diversos públicos e com o ambiente
de analistas e convidados e pelas tendências observadas no merca-
social, político e econômico no qual está inserida;
do. As questões se misturam e dizem respeito à ampla transformação
• O papel estratégico da comunicação como suporte para a construção e a manutenção da reputação e do branding;
8
do comportamento dos diversos públicos – de colaboradores a formadores de opinião.
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 9
O mercado está mais maduro, com equipes multidisciplinares, com mais espaço para as redes e para a mensuração de resultados em comunicação.
Na visão da FSB Digital
O transbordo da comunicação A comunicação não está mais contida em um único departamento.
seus públicos e para a opinião pública. Justamente por isso, ela não
Existe um descasamento natural
Há uma disseminação das atividades para outros setores das institui-
cabe mais em seu próprio nicho e transborda para outras áreas, outras
com uma nova forma de comunica-
ções, nos quais a comunicação também é vital, e um temor pela frag-
linguagens e outros setores das instituições.
ção que ainda está em transição. A percepção de que é uma priorida-
mentação do discurso institucional em múltiplos canais. A relação das
O papel da comunicação nas empresas não é apenas instrumental,
instituições com seus públicos, ainda que cada vez mais segmentada,
não é uma simples sequência de tarefas ou atividades a serviço das
de – de certa forma para não ir na
não acontece apenas entre as partes interessadas e se “publicizou” na
estratégias organizacionais. É um acontecimento comunicativo, um
contramão dos fatos do mercado
nova esfera pública virtual.
sistema no qual as partes afetam o todo, uma realidade em processo
– não se vê concretizada na cultura
Por parte das empresas, a adoção de estilos de gestão menos
contínuo de mudança, e é justamente isso que “permite captar os
organizacional. Os processos de
hierarquizados, com funções mais integradas, menos compartimenta-
princípios de autonomia, da autocriação e cocriação, da interdepen-
endomarketing ainda estão longe
lizadas, levou à valorização das redes internas. Nesses novos modelos
dência, da emergência e da interdisciplinaridade inerentes ao campo”
de dar destaque para o uso de
de gestão, que têm sido chamados de “modelos stakeholders”
(CURVELLO, 2009).
mídias sociais, e isso é reforçado
(DEETZ, 2011), uma variedade de grupos, além dos acionistas e gesto-
pelas políticas de segurança interna.
res, passa a ser valorizada e a ter maior participação nos processos de
Muitas empresas sequer permitem
tomada de decisão.
que seus funcionários acessem redes sociais e, muitas vezes, a
Ao mesmo tempo, avaliar e monitorar o que a opinião pública e os stakeholders estão pensando, e como estão julgando a instituição,
própria internet. Ainda perdura a
tornou-se uma atividade diária da comunicação, uma vez que os flu-
ideia de perda de produtivida-
xos de informação se entrecruzam, simultaneamente, nos vários ca-
de e um medo natural de
nais. A mídia tradicional não é mais a única formadora de opinião. Os
“vazamento” de estratégias
poderes midiáticos foram partilhados, fragmentados nos múltiplos
Além do Mapa
funcionário possui hoje smartpho-
veículos, cada um com seu próprio discurso, suas características e exigindo cada vez mais interlocução por parte das instituições (PEREIRA, 2011). Isoladamente, os meios de informação perdem força. É a consolidação dos ambientes de informação. O relacionamento com os públicos que interagem com a organização forma, hoje, um painel complexo de assuntos, opiniões, desabafos e emoções sobre uma ampla pauta de interesses. Não se trata de uma diluição da comunicação em outras atividades ou de sua apropriação por outros setores, mas de sua absorção por toda a rede da instituição. É também a comunicação que transforma conceitos como sustentabilidade, transparência, visibilidade, cidadania e responsabilidade civil em valores que identificam as instituições para
10
das empresas. No entanto, o
“A pessoa já nasce acreditando que sabe se comunicar perfeitamente. Diante disso, quando você democratiza esses meios de comunicação, essas ferramentas de comunicação, você possibilita de fato que cada um dentro da organização seja uma liderança de discurso, um porta-voz da companhia. A comunicação pode ser o grande líder desse processo dentro da empresa, que envolva a área comercial, a área industrial, a área de relações com investidores. Na verdade, a comunicação vai conseguir, no fim do dia, uma equipe muito maior para ajudá-la nesse processo de comunicação.” André Moragas, diretor de Marketing da Andrade Gutierrez
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 11
nes com acesso 3G e o interessante é a adoção de uma clara política de uso de redes sociais, e não a rejeição a elas. O frescor da informação e da inovação que o fluxo intenso em tempo real pode trazer para as corporações é amplamente compensatório.
especial
Os novos territórios de relacionamentos
Crise de lideranças
A diluição da comunicação organizacional também é consequência
Nesta edição, o Mapa da Comunicação Brasileira
das tecnologias interativas de informação e comunicação que confor-
bancou um desafio: descobrir quais profissionais os gestores conside-
mam o que está sendo chamado de networked public sphere (Benk-
ravam como líderes na imprensa, nas universidades e nas redes sociais.
ler, Roberts, Solow-Niederman, & Etling, 2013), a esfera de relaciona-
A principal constatação, quando se analisa os resultados das per-
mento de rede, na qual as pessoas e os grupos de interesse se
guntas sobre lideranças, é a grande dispersão dos nomes indicados,
interconectam, movimentando emoções, sensações e opiniões, tanto
demonstrando não existirem, hoje, líderes capazes de orientar corren-
quanto – ou mais do que – informações objetivas, a matéria-prima
tes de pensamento e catalisar opiniões.
que caracteriza a mídia tradicional.
Em uma sociedade marcada pela crise da democracia representa-
Como as empresas públicas e privadas estão lidando com este
tiva, pela esfera pública virtual que reúne tribos de interesses especí-
cenário? Qual o papel da comunicação neste território que influencia
ficos, mas socialmente dispersas, como identificar pessoas com capa-
tão fortemente a formação da opinião? Qual o papel da comunicação
cidade de pregar e serem ouvidas pela população? Quem consegue,
quando um de seus principais ativos – a objetividade da informação
hoje, atrair um grande número de pessoas por suas ideias? Quem
– deixou de ser premissa obrigatória? O que fazer quando muitos dos
consegue evangelizar terceiros e é capaz de influenciar opiniões, pos-
instrumentos de comunicação escaparam do controle e foram parar
turas e decisões?
nas mãos dos usuários?
O mais forte exemplo desse novo comportamento social se deu
A comunicação das instituições contemporâneas precisa lidar com
em junho de 2013, mês que ficará marcado na história recente do
a vibrante networked public sphere, que amplifica a participação dos
país por ter levado às ruas de várias cidades brasileiras cerca de 1 mi-
seguidores e dos grupos formados em seu território, alavanca a dis-
lhão de pessoas gritando palavras de ordem, carregando bandeiras
cussão de tópicos que ocupam a pauta de interesse dos cidadãos e
sem partido ou vinculações institucionais.
das diversas tribos e deixa à mostra as crenças, as opiniões e as nuan-
Diante da onda de protestos, a pergunta que ficou sem resposta
ces ideológicas, religiosas, culturais e sociais. Este território, pelo me-
para boa parte dos analistas políticos foi: quem liderou estes movi-
nos até agora, não foi ocupado por lideranças reconhecidas, sejam
mentos? A pergunta que ficou para nós, profissionais da comunica-
partidárias ou não; ainda é terra nua, no que tange à capacidade de
ção, foi: como não percebemos que isso iria acontecer?
conduzir modos de pensar e ações. Os acontecimentos de junho de
As interpretações sobre as reivindicações das ruas no Brasil cobri-
2013 no Brasil, os movimentos de ocupação das ruas e de reivindica-
ram um amplo espectro ideológico, da extrema direita à extrema es-
ções políticas vêm sendo gerenciados e divulgados por meio da web.
querda, quase todas afirmando que os movimentos não tinham lide-
Porém, os principais temas reivindicados pelos manifestantes já esta-
ranças identificadas e haviam sido convocados nas mídias sociais. Mas
vam sendo compartilhados em larga escala na rede, tendo encontrado
por que aconteceu tamanha adesão ao movimento? Se lideranças
nos movimentos o meio de extravasamento.
conhecidas não são identificadas, sejam pessoas, partidos ou organi-
Estamos diante de uma dinâmica completamente nova de funcionamento da esfera pública de rede, contexto que impõe às empresas o desafio de criar novas formas de interação e de diálogo com os mais variados públicos.
12
zações, quais foram as ideias mestras que levaram a população conectada da mídia social aos movimentos de rua? Em meio a várias especulações sobre as lideranças e as causas dos movimentos, chama atenção a análise de intelectuais que argumenta-
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 13
especial // Crise de lideranças
ram estarem as ruas brasileiras tomadas pela “nova classe média”, que
trução destes significados. As tecnologias de comunicação e informa-
tinha aprendido a reivindicar e demonstrava um “inequívoco pendor
ção demarcaram um território virtual com significados próprios e au-
consumista”, como lamentou Boaventura Santos (2013). No outro es-
tônomos, ou, como diz Castells, “a autocomunicação das massas é a
pectro ideológico, mas também focando na classe média, Francis
plataforma tecnológica da cultura da autonomia”.
Fukuyama (2013) afirma que o movimento brasileiro foi feito por jo-
Se a networked public sphere elabora seus significados e os compar-
vens com nível de educação e renda acima da média, usuários da
tilha de forma autônoma, qual pode ser o papel das lideranças formais
mídia social que se sentem alienados das decisões políticas.
em um território onde o significado é construído socialmente? Um líder
A pesquisa World Values Survey, uma investigação sobre as mu-
não “re-presenta” mais porque ele só pode surgir se fizer parte da rede
danças sociais e políticas em vários países1, afirma que pessoas com
e se compartilhar os significados e as linguagens do território virtual. E,
maior escolaridade atribuem valores mais altos à democracia e à liber-
neste caso, não seria mais um líder na concepção tradicional.
dade individual e são mais tolerantes com estilos de vida alternativos.
Talvez esta seja uma das respostas. A liderança contemporânea é feita
Esta classe média não quer apenas segurança para sua família, mas
menos por pessoas, nomes, partidos ou associações, e mais por valores,
também escolhas e oportunidades, e está conectada a eventos e pes-
ideias e sentimentos capazes de movimentar pessoas e multidões. É pre-
soas com condição social similar, em outras partes do mundo, por
ciso desenhar uma storytelling social para arrebanhar seguidores. Ho-
meio da tecnologia.
je, os líderes são mais voláteis do que as ideias, porque importam
No Brasil, as pesquisas de Época e Veja comprovam o que dizem
menos as identidades e mais o compartilhamento de desejos, de an-
Fukuyama e a pesquisa de Michigan. Os movimentos mostraram uma
seios e de valores dos que têm voz, mas nem sempre se manifestam
população que não estava insatisfeita economicamente, mas sim po-
pelos meios tradicionais. As redes reúnem as pessoas que se identificam
liticamente; era a classe média que tem informação, acesso às redes
em torno de valores e ideias comuns, e não em torno de líderes.
2
3
sociais e, por isso mesmo, o poder de se indignar e se mobilizar. Seja qual for a interpretação, 2013 será o ano que não terminou para os profissionais de comunicação, que continuam buscando
O que nos dizem os dados
respostas para perguntas como: por que nossas pesquisas de opinião pública e nossas pesquisas políticas não detectaram a força de
As estatísticas que emergem do Mapa comprovam essa pulverização
um movimento popular de tal envergadura? Quais são os líderes
das lideranças. Nem mesmo na mídia tradicional surgem líderes claros
deste movimento e por que nunca identificamos nenhum deles?
e incontestes. E, quando se olha com atenção para os ambientes
Como identificar os verdadeiros líderes contemporâneos capazes de
digital e acadêmico, fica ainda mais nítida essa ausência de forma-
representar e aglutinar o pensamento e as ações de grandes parcelas
dores de opinião capazes de serem reconhecidos como reais in-
da população?
fluenciadores. Nesses dois universos, a dispersão foi ainda maior e
Em seu último livro, Manuel Castells (2013) afirma que “a luta fun-
hoje é impossível afirmar que qualquer indicado seja reconhecido
damental pelo poder é a batalha pela construção de significado na
como uma liderança pelos gestores de comunicação das maiores em-
mente das pessoas”. Castells considera a comunicação um poder ca-
presas e órgãos públicos do país.
paz de construir significados e aponta para o fato de que a mudança do ambiente comunicacional afetou diretamente as normas de cons-
1 A pesquisa é conduzida pela Universidade de Michigan (http://www.worldvaluessurvey.org/). 2 Revista Época, edição de 24/06/2013 – p. 41. 3 Revista Veja, edição de 27/06/2013 – p. 69.
14
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A liderança contemporânea é feita menos por pessoas, nomes, partidos ou associações, e mais por valores, ideias e sentimentos capazes de movimentar pessoas e multidões.
especial // Crise de lideranças
Figura 1. LIDERANÇAS NA IMPRENSA TRADICIONAL (PERGUNTA: QUEM VOCÊ CONSIDERA UM NOME DE LIDERANÇA NA IMPRENSA TRADICIONAL? >> ALGUM COLUNISTA, JORNALISTA OU BLOGUEIRO DE INFORMAÇÃO?
Na imprensa tradicional Dentre as três categorias de lideranças medidas pela pesquisa, o maior grau de identificação se deu na imprensa tradicional, na qual a jornalista Miriam Leitão foi citada por 20 entrevistados, o equivalente a 17% da amostra. O segundo mais lembrado foi o jornalista Ricardo Boechat, apontado por 13 gestores, ou 11% dos entrevistados. Vale ressaltar que esses dois profissionais atuam em diversos meios de comunicação – jornais, TVs, rádios e internet –, e provavelmente daí venha tamanho recall. Boechat, por exemplo, estava em momento de alta midiática no período de realização da pesquisa, em virtude de um vídeo postado na rede com comentários contundentes sobre as manifestações de junho de 2013, o que pode ter influenciado a lembrança de seu nome. Para se ter uma comparação, a terceira liderança mais citada na imprensa tradicional foi o colunista e escritor Elio Gaspari,
Figura 2. Análise de redes de LIDERANÇAS
apontado por apenas nove gestores, ou 8% da amostra. Além de apontar os nomes, os gestores de comunicação foram instados a justificar sua preferência por tais lideranças na mídia tradicional. As respostas mostram que os 10 argumentos mais usados são, de certa forma, comuns à
Nota metodológica
WILLIAM BONNER
RICARDO BOECHAT
condição de qualquer líder de opinião e podem ser agrupados em três tipos: (1)
MIRIAM LEITÃO
a empatia do entrevistado com as opiniões do jornalista, (2) a crença na credi-
A análise de redes da mídia tradicional foi desenvolvida atribuindo uma
bilidade e no poder de influência e repercussão do profissional ou da rede niões). Aqui, a credibilidade surge como o aspecto mais importante para um
relação entre o entrevistado e suas
ELIO GASPARI
em que trabalha e (3) as qualidades jornalísticas (boa linguagem, faro, opiPAULO HENRIQUE AMORIM
citações. O tamanho do círculo se
ANCELMO GOIS
refere à quantidade de citações que
profissional ser considerado líder, cenário que não se repete, como veremos mais à frente, quando a questão diz respeito à liderança nas redes sociais.
cada referência obteve pelos 120
LUIS NASSIF
gestores. As cores representam um agrupamento de proximidade (clusters) entre as citações, desenvolvidas pelo software Gephi.
Comentários dos gestores gráfico 1: os motivos _ “Ela é influenciadora de opinião, tem um posicionamento bem claro em relação a qualquer assunto, tanto faz se é carnaval ou política.”
POR QUE O(A) SR(A) O(A)CONSIDERA COMO UM(A) LÍDER? (múltiplas citações; N=100) CREDIBILIDADE
_ “Eu acho que é muito uma questão de eu como leitora, as coisas que eu gosto de ler, com as quais eu me identifico, coerentes com a realidade, uma leitura de cenário que eu acho válida, que eu admiro.” _ ”Ele demonstra muito a opinião dele, inclusive dentro da própria emissora onde atua.”
52%
REPERCUSSÃO/ INFLUÊNCIA OPINIÕES CRÍTICAS
49% 40%
ALCANCE
29%
INFORMAÇÕES RELEVANTES /PRIVILEGIADAS
23%
ESPECIALIZAÇÃO
17%
ANÁLISES RELEVANTES
_ “Eu estou falando mais por afinidade. A maior parte das coisas que ele fala são coerentes com o que eu penso.”
13%
IMPARCIALIDADE
6%
OUTROS
14% 0%
16
60%
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especial // Crise de lideranças
Na visão da FSB Digital
Nas redes sociais
A dificuldade em identificar novas lideran-
Se na imprensa tradicional a dispersão das lideranças é uma
ças espelha a realidade de rede. O temerá-
tendência, no ambiente digital esse fenômeno está mais do
rio de termos credibilidade em 4º lugar e
que consolidado. Os 120 gestores entrevistados pelo Mapa
opinião crítica em 1º como valores dessas
foram questionados sobre quem considerariam um novo líder
lideranças é que os princípios básicos da
de opinião nas redes sociais. No entanto, dois em cada três
comunicação sofrem impacto muito
entrevistados não apontaram sequer um nome. Das 360 indi-
grande: boatos e opiniões embasadas
cações possíveis – a pergunta permitia elencar até três lideran-
em fatos não reais ou mal apurados
ças nessa área –, surgiram apenas 60 indicações. Nem mesmo
acabam se sobrepondo em volume
o Anonymous e o Movimento Passe Livre, que passavam por
nas redes sociais. É preciso encarar
grande exposição midiática em função da onda de protestos
essa realidade, assumindo que, embora
iniciada em junho, se destacaram, recebendo duas e três cita-
tenha força, a rede não pode ter a força de
ções cada um, respectivamente.
verdade definitiva. Nesse cenário, a
Diferentemente da mídia tradicional, onde a credibilidade foi
Além do Mapa
gráfico 2: os motivos POR QUE O(A) SR(A) O(A)CONSIDERA COMO UM(A) LÍDER? (múltiplas citações; N=42) OPINIÕES CRÍTICAS
45% 40%
REPERCUSSÃO/INFLUÊNCIA ALCANCE
33%
CREDIBILIDADE INFORMAÇÕES RELEVANTES /PRIVILEGIADAS
17% 14% 12%
ANÁLISES RELEVANTES ESPECIALIZAÇÃO
5%
credibilidade deve ser buscada nos influen-
apontada como a característica mais importante para alguém
IMPARCIALIDADE
5%
ciadores digitais da mesma forma como
ser considerado líder de opinião, no ambiente digital os gestores
INOVAÇÃO
5%
sempre foi procurada antes do surgimento
deram maior peso às opiniões críticas e à repercussão/influência
INTERESSE PROFISSIONAL
5%
das redes. Os gestores de comunicação
das lideranças. Aqui, a credibilidade foi apenas a quarta caracte-
OUTROS
possuem papel fundamental nessa transi-
-rística mais citada como fundamental. Tal comportamento
ção, na exigência atitudinal, ao interagi-
indica que, nas mídias sociais, a busca por posicionamentos for-
rem com as lideranças do
tes e a possível legião de seguidores são mais importantes do
ambiente digital.
que a credibilidade exigida na mídia tradicional.
5% 0%
50%
“Se você olha pelo ângulo de quem está lendo o quê, você fica com a impressão de que pulverizaram as fontes. Só que isso é uma visão superficial. Se você olha pelo ponto de vista de onde está vindo a informação originalmente, você continua na imprensa tradicional. Pode até ser que, para as pessoas, elas estejam se informando por 3 mil twitteiros diferentes. Esses 3 mil twitteiros estão incluindo o link de uma matéria que saiu em alguns dos três ou quatro maiores jornais do país. Ou das revistas, ou dos grandes sites, mas, no fim das contas, a gente continua falando de um universo pequeno. E por um motivo muito simples: produzir jornalismo, ou seja, produzir informação, ainda é muito caro.” Pedro Doria, editor-executivo do jornal O Globo
Comentários dos gestores _ “Porque foi o que eu mais vi ser seguido, comentado, compartilhado, acho que ele acabou se posicionando
FIGURA 3. lideranças NAS REDES SOCIAIS
dessa forma.”
(PERGUNTA: E NAS REDES SOCIAIS, O(A) SR(A) CONSIDERARIA ALGUM NOVO LÍDER DE OPINIÃO INDEPENDENTE? [ATÉ TRÊS CITAÇÕES])
_ “Porque ela tem seguidores. E nos comentários nem todo mundo concorda com ela, então eu acho que ela provoca boas discussões, tanto de literatura, quanto de tecnologia e de política.” _ “Porque ele influencia todos os outros (blogs) do segmento.” _ “Ele é uma pessoa séria, tem muita gente que segue. É um líder. Eu estou falando a visão que eu tenho dos seguidores. Não que eu acredite nele, que eu seja um seguidor. Ele tem muitos seguidores, uma turma jovem.” _ “Tem uma bagagem de jornalismo econômico de muitos anos e tem sido um apoiador atualmente do governo, tem dado uma outra opinião que não aquela da imprensa escrita, e tem tido muita repercussão.”
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 19
especial // Crise de lideranças
Na academia O ambiente acadêmico repete o mesmo fenômeno observado nas
No caso do ambiente acadêmico, a característica mais importan-
redes sociais, com grande dispersão na citação de nomes. Chama a
te para os gestores ouvidos nesta edi;cão do Mapa é a repercus-
atenção o alto índice de não resposta (58%), indicando que a distân-
são/influência do líder, seguida da credibilidade. Análises relevantes e
cia entre universidade e mercado de trabalho, tema conhecido e sem-
opiniões críticas são apenas o 6º e o 7º motivos mais citados.
pre debatido nos meios acadêmicos, ainda se faz presente. Os resultados da pesquisa mostram que, entre os gestores de comunicação, não se detectam hoje lideranças intelectuais capazes de movimentar corações e mentes, como havia até a década de 1980, quando personalidades reconhecidas por suas competências intelectuais ou artísticas inspiravam movimentos políticos e sociais. Neste ambiente, o líder
gráfico 3: os motivos pergunta: POR QUE O(A) SR(A) O(A)CONSIDERA COMO UM(A) LÍDER? (múltiplas citações; N=51) REPERCUSSÃO/INFLUÊNCIA
mais citado hoje é o sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique
CREDIBILIDADE
Cardoso. No entanto, FHC recebeu apenas quatro citações, o equiva-
EXPERIÊNCIA
lente a 3% da amostra. Outro dado que mostra a ausência de lideran-
ALCANCE
ças é que surgiram apenas 81 de 360 citações possíveis – cada gestor
ESPECIALIZAÇÃO
podia apontar até três lideranças acadêmicas.
27% 24% 18% 16% 16%
ANÁLISES RELEVANTES
14%
OPINIÕES CRÍTICAS
12%
INOVAÇÃO
8%
OUTROS
4% 0%
30%
Comentários dos gestores Figura 4. LIDERANÇAs NO MEIO ACADÊMICO
_ “Pela identificação com as coisas que ele fala. Eu acho que ele é didático, conhecedor das coisas. Academicamente, é inspirador.”
(PERGUNTA: Quem você considera um nome de liderança nas universidades, no meio acadêmico brasileiro? Algum acadêmico que seja líder de opinião? [ATÉ TRÊS CITAÇÕES])
_ “Desenvolve bem essa área de comunicação organizacional, que no Brasil hoje ainda se confunde com relações públicas. São coisas a rigor diferentes, mas a academia está tentando chegar a um consenso.” _ “Consegue influenciar bastante a nova geração.” _ “Ele tem uma atuação bastante orientada para temas variados, entre eles educação, então eu acho que as opiniões dele de alguma maneira influenciam bastante também.” _ “Porque ela tem feito pesquisas inovadoras no relacionamento das novas mídias, da tecnologia digital.”
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 21
art igo
w
TEMPOS DIGITAIS
Credibilidade e transparência estão entre
dicional – impressos, rádio e tevê – não é
do relacionamento com os jornalistas.
os mais importantes ativos de qualquer
mais a única formadora de opinião, em-
Depois, devem operar com profissionais
instituição ou empresa, privada ou públi-
bora continue muito importante, obvia-
versáteis, multimídia. Acrescente-se a ne-
ca. Só podem ser exercitadas e reconhe-
mente. A multiplicação do fluxo de infor-
cessidade de se realizar planejamento e de
cidas por meio de uma comunicação so-
mações amplificou o que se convenciona
avaliar e monitorar como é vista lá fora a
cial
a
classificar de opinião pública. Resultado:
empresa ou entidade.
disseminação da informação, portanto,
há mais cobranças, vigilâncias e exigên-
são absolutamente estratégicos.
cias e, em consequência, maior necessi-
O Sistema CNI, que abrange a Confedera-
dade de interlocução, o que é salutar.
ção Nacional da Indústria, o SENAI (Servi-
eficiente.
O
tratamento
e
Felizmente – ao menos para nós, gesto-
Carlos Alberto Barreiros Administrador de empresas, é diretor de Comunicação da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
ço Nacional de Aprendizagem Industrial),
res da área de Comunicação –, esta per-
Para exemplificar o poder de mobilização
o SESI (Serviço Social da Indústria) e o IEL
cepção está hoje disseminada nos ou-
das redes sociais, é bastante mencionar o
(Instituto Euvaldo Lodi), é demandado dia-
tros
e
gigantesco e surpreendente movimento
riamente por jornalistas e outros atores
empresas, o que facilita, agiliza e quali-
de protestos que pipocaram no país em
sociais. Veicula uma média de 20 mil no-
fica as ações de comunicação. Os de-
meados do ano, num cenário de conjuntu-
tícias por ano.
partamentos e gerências de Comunica-
ra econômica e social relativamente con-
ção, por isso, estão deixando de ser, na
fortável, com inflação sob controle e baixo
A Diretoria de Comunicação está fazendo
estrutura organizacional, uma instância
desemprego.
o dever de casa.
escalões
das
instituições
pouco relevante, como era o cenário de alguns anos atrás.
O cenário da era digital exige adaptações rápidas no pensar e fazer dos departa-
22
Contribuiu para essa evolução, sem dúvi-
mentos de Comunicação. Em primeiro lu-
da, a revolução da comunicação, com o
gar, não podem ser autossuficientes, pois
advento da era digital e as suas variadas e
suas funções transbordaram para outras
constantemente renovadas ferramentas
instâncias da empresa ou instituição. Em
– blogs, Facebook, Flickr, Google Plus, Ins-
segundo lugar, sua atuação tem de ir além
tagram, Soundcloud, Twitter. A mídia tra-
da tradicional assessoria de imprensa e
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 23
c apít ulo 2
Os desafios
O lugar da Comunicação
O Mapa revela que a comunicação está cada vez mais alinhada com as estratégias institucionais, mas para a maioria dos gestores esta ainda não é uma guerra vencida. Para entender melhor este amplo contexto, o Mapa organizou os desafios expostos pelos entrevistados em seis grupos. De acordo com os gestores, o principal desafio é valorizar a área de comunicação dentro do ambiente organizacional, resultado fortemente influenciado pelas expectativas dos gestores públicos. Para 30% deles, ampliar a força da área na organização é o maior desafio. Já no ambiente privado, a principal meta é posicionar a marca no mercado. Outra diferença sensível aparece entre empresas estrangeiras e brasileiras. As primeiras encaram as redes sociais como o segundo maior desafio a ser enfrentado, enquanto para as nacionais este é
O papel da comunicação nas instituições está mudando, fenômeno que acompanha as transformações vividas pela gestão empresarial e governamental ao longo dos últimos anos. Para 89% dos gestores, a comunica-
o menos importante. A seguir, detalhamos as seis definições, de acordo com o grau de importância dado pelos entrevistados:
ção está desenhada de forma coerente com a missão, a visão e os valores da organização. Esse entendimento cresceu em todos os setores desde a
I. VALORIZAÇÃO DO SETOR, com 24%
2ª edição do Mapa, feita em 2011, com especial destaque para o nivela-
O principal desafio é a reestruturação da infraestrutura, a expansão e
mento que o setor público busca em relação ao privado. Para a mesma
a consolidação das mídias institucionais, a utilização das redes sociais
questão, o percentual de gestores de órgãos e empresas estatais subiu de
e a adequação de linguagens para os tempos atuais. A necessidade de
73% para 86%, aproximando-se do patamar praticado pelas empresas
conectar as áreas de negócios e a segmentação da comunicação, alia-
privadas brasileiras (90%) e estrangeiras (93%).
da à tecnologia, também foram consideradas grandes desafios para o
O mesmo percentual de gestores (89%) concorda que a direção da
futuro, pois, para estes gestores, a tendência da comunicação é se
instituição entende ser a comunicação estratégica para garantir uma
tornar menos “de massa” e mais segmentada e complexa, implicando
gestão transparente, o que comprova o aumento da influência do
em maior uso da tecnologia para atingir a multiplicidade de públicos.
setor no dia a dia das corporações e dos órgãos públicos. Apesar de a comunicação estar cada vez mais harmonizada com
Destaque: entre os três públicos pesquisados, o que dá maior impor-
os valores da organização e de a maioria dos gestores acreditarem que
tância à valorização da comunicação é o setor público. A menor rele-
a direção das instituições vê comunicação como transparência, o per-
vância para este item se deu entre as empresas estrangeiras, mas aqui
centual de entrevistados que afirmam ter sua posição levada em con-
é possível inferir que, neste universo, a comunicação já alcançou um
ta na hora da tomada de decisão pelo board cai sensivelmente: 73%.
importante patamar valorativo.
24
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 25
Para 89% dos gestores, a comunicação está desenhada de forma coerente com a missão, a visão e os valores da organização.
II. POSICIONAMENTO DE MERCADO – BRANDING, com 22% O mercado é o grande desafio para os gestores que percebem a comunicação como um fator capaz de posicionar a empresa diante da concorrência, de conectar os negócios, de promover a marca, de alinhar a comunicação com as estratégias da gestão empresarial e de direcionar seu foco para a customização dos segmentos de negócios e públicos das instituições.
A área de Comunicação precisa de mais valorização interna e de mais estrutura diante dos novos desafios, na visão dos gestores.
Destaque: devido à natureza da atividade, é o setor público quem dá o menor grau de importância a este item. Já nas empresas privadas, ele é justamente o mais valorizado.
III. REDES SOCIAIS, com 12% As redes sociais são o grande desafio para muitos dos gestores entrevistados. Segundo eles, a comunicação precisa renovar sua linguagem para os novos veículos e compreender como eles são demandados
Destaque: este dado também reforça o abismo existente entre os
pelos usuários. Expressam a preocupação de utilizar as mídias sociais
dois tipos de empresas privadas. Enquanto apenas 3% das estrangei-
como meio de agregar novos segmentos de públicos.
ras têm a integração institucional como maior desafio, nas brasileiras esse percentual atinge 20%, indicando que elas ainda têm um cami-
Destaque: o peso dado ao desafio imposto pelas redes sociais é bas-
nho mais árduo a percorrer para consolidar a comunicação como uma
tante diverso entre as empresas brasileiras e estrangeiras. Enquanto
ferramenta de interlocução com os públicos interno e externo.
para as nacionais representa o menor desafio entre os seis elencados (as redes foram citadas apenas por 3% dos gestores), nas companhias
V. RELACIONAMENTO, com 8%
com matriz em outros países as mídias sociais são o segundo maior
O grande desafio dos próximos anos será transformar a comunicação
desafio, com 20% das indicações.
em um interlocutor reconhecido pelos stakeholders e pelos diversos públicos que se relacionam ou possam se relacionar com as organiza-
IV. INTEGRAÇÃO INSTITUCIONAL, com 12%
ções. O uso das mídias sociais como instrumento de diálogo é uma
O desafio da comunicação é alinhar conceitos mais permanentes, su-
preocupação para os que desenham um futuro no qual estes novos
perando a transitoriedade da informação característica de nossa épo-
públicos precisam ser agregados ao ambiente da empresa.
ca. Sua função é a de um interlocutor competente, capaz de compartilhar a visão da empresa e consolidar seus valores, sobretudo junto a
Destaque: empresas brasileiras e o setor público dão maior impor-
seus funcionários. A comunicação tem também a responsabilidade de
tância ao relacionamento com os influenciadores internos e exter-
alinhar estratégias empresariais capazes de impactar o mercado e dar
nos, o que indica já estarem as empresas estrangeiras mais avança-
suporte à reputação da instituição.
das neste aspecto.
26
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 27
VI. VALORES ÉTICOS, com 8% A criação de canais de diálogo com a sociedade e com os públicos específicos das instituições é um desafio que se coloca para muitos
Comentários dos gestores
gestores da comunicação, tanto no setor privado quanto no público.
_ “Uma segmentação cada vez mais customizada. A gente vai deixar de ter uma comunica-
O foco é ampliar os mecanismos de transparência; aproximar-se da
ção de massa para ter uma comunicação segmentada. Então a tecnologia favorece isso, mas
comunidade; consolidar valores e apoiar o crescimento sustentável,
dá uma complexidade muito maior.”
entre outros. _ “Eu acho que o desafio é ter um processo de comunicação bem alinhado.” Destaque: o setor público é quem mais indica como desafio a construção de valores éticos, mas justamente neste campo se deram as
_ “Na minha opinião, o principal desafio vai ser transformar essa comunicação, hoje muito
diferenças mais sutis entre os públicos pesquisados.
enraizada na empresa, em uma forma mais interativa e mais interessante para as novas gerações.“
gráfico 4: os desafios PERGUNTA: Pensando nos próximos anos, qual lhe parece ser o principal desafio da Comunicação para a EMPRESA/O ÓRGãO?
_ “Ampliar os mecanismos de divulgação de transparência; utilizar as ferramentas e linguagens compatíveis com os tempos atuais, fomentar e criar canais de diálogo com a sociedade, mirando sempre a ampliação das práticas de democracia direta.”
30% 12% 10% 14% 10% 10%
_ “Criar canais, ou usar os já existentes, para conversar com o maior número de públicos, usando mídias sociais.” 23%
5% 10%
_ “Integração: uma empresa com tantos segmentos e tão diversificada precisa integrar todos
3% 33%
20%
os seus setores para preservar a sua cultura e a sua identidade.”
17% 3% 3%
_ “O departamento está em fase de reestruturação. O maior desafio é conseguir fazer essa
20%
reestruturação, deixá-lo com o tamanho e a estrutura adequada para a agência, ao mesmo
27% 3%
tempo em que se atende a rotina do dia a dia.”
24% 8% 8% 12%
22%
12%
0%
40% VALORIZAÇÃO DO SETOR VALORES ÉTICOS - VISIBILIDADE RELACIONAMENTO COM PÚBLICOS REDES SOCIAIS POSICIONAMENTO NO MERCADO - BRANDING INTEGRAÇÃO INSTITUCIONAL
28
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 29
O foco
gráfico 5: o futuro
Assim como em relação aos desafios, na questão que aborda qual
PERGUNTA: Nos próximos dois anos, qual será o foco de comunicação da EMPRESA/do órgão?
seria o principal foco da comunicação para os próximos dois anos, o
24%
Mapa classificou as respostas dos gestores com base nas mesmas seis
2% 36%
categorias: valorização do setor; relacionamento com os públicos, po-
16% 20% 6%
sicionamento no mercado (branding); valores éticos; redes sociais e integração institucional.
33% 0%
Enquanto os dois principais desafios apontados pelos 120 ges-
18% 5% 20% 23%
tores foram a valorização da área de comunicação e o posicionamento da instituição no mercado (branding), quando instados a
17%
falar do foco de seu setor para os próximos dois anos, há uma
10%
importante mudança. A valorização ainda lidera, com 25% das ci-
10%
17% 23% 7%
tações, mas vem empatada em primeiro lugar como foco prioritá-
25%
rio com a categoria relacionamento com os públicos. O branding
3% 25%
cai para a terceira posição.
11% 21%
Outro dado que chama a atenção é que, embora as redes sociais
12%
sejam o terceiro maior desafio para os gestores, sua importância cai para
0%
o último lugar no ranking quando se fala em foco da comunicação.
40% VALORIZAÇÃO DO SETOR
Entre os três segmentos analisados – setor público e empresas
VALORES ÉTICOS - VISIBILIDADE RELACIONAMENTO COM PÚBLICOS
brasileiras e estrangeiras –, há algumas diferenças significativas:
REDES SOCIAIS
• Entre os gestores dos órgãos governamentais, por exemplo, o prin-
POSICIONAMENTO NO MERCADO - BRANDING
cipal foco é se relacionar com os diversos públicos, interno e
INTEGRAÇÃO INSTITUCIONAL
externo; • Posicionar-se no mercado (branding) é o principal foco apenas para as empresas estrangeiras; • Já os gestores de comunicação das empresas brasileiras pretendem focar mais na valorização da área dentro da corporação;
Comentários dos gestores _ “Integração com as unidades, porque temos um hiato com comunicação interna, precisamos fazer esse trabalho.”
• Nenhum gestor de empresa brasileira citou os valores éticos como um foco da comunicação para os dois próximos anos. Essa citação
_ “Vai ser um foco orientado para o mercado; nossa estratégia vai estar muito próxima de produtos e
também é baixa no setor público (2%);
tecnologias mais orientados para os mercados em que atuamos.”
• O setor público é quem mais pretende priorizar as redes sociais no curto prazo. Neste segmento, 16% dos gestores indicaram tais
_ “Reforçar o posicionamento da empresa em função de sermos uma rede. Por isso, nosso foco costuma
mídias como foco, enquanto esse percentual cai para 10% nas
ser a padronização do discurso e reforçar o posicionamento da empresa no mercado.”
empresas estrangeiras e para 5% nas nacionais. _ “Reforçar o relacionamento com os públicos prioritários, construir mais esse relacionamento, a longo prazo, e melhorar a nossa atuação em mídias sociais.”
30
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 31
O posicionamento na instituição O papel estratégico da comunicação como garantia para uma gesO posicionamento da comunicação na instituição foi avaliado pelos
tão transparente também tem a concordância de 89% dos gestores,
gestores considerando-se três dimensões: (a) a coerência com a mis-
tanto de órgãos públicos quanto de empresas privadas. Os dados
são, a visão e os valores da empresa; (b) o posicionamento estratégico
comparados de 2011 e 2013 mostram que o índice de concor-
da comunicação como garantia para uma gestão transparente; e (c) a
dância desta questão aumentou em todos os setores este ano.
importância da comunicação no processo de tomada de decisão da direção da empresa. O índice de concordância é bem alto para as duas primeiras dimensões, ressaltando-se o aumento das afirmativas “concordo” no Mapa
gráfico 7: transparência PERGUNTA: A COMUNICAÇÃO É VISTA PELA DIREÇÃO DO ÓRGÃO COMO ESTRATÉGICA PARA GARANTIR QUE TENHA UMA GESTÃO TRANSPARENTE?
deste ano, em comparação com a edição de 2011. 87%
A única dimensão que tem um índice menor de concordância, se
7% 7% 2011 6% 2013
92%
comparada às outras, é a da importância da comunicação para a tomada de decisão da cúpula da empresa. Ainda assim, os dados com-
10%
85%
parativos entre 2011 e 2013 mostram que os gestores estão avaliando melhor este item. De acordo com 89% dos entrevistados, o departa-
83%
mento de Comunicação está conectado de forma coerente com a filosofia e a cultura empresariais e atua de acordo com a missão, a visão e os valores da instituição. Comparando-se os dados de 2011 e 2013,
2011 2013
93%
17%
2011
90%
10%
85%
11%
2011
6%
2013
89%
2013
percebe-se que o índice de concordância aumentou nas esferas públi0%
ca e privada, mas com maior intensidade no setor público.
CONCORDA
gráfico 6: valorização
73%
7%
86%
20%
DISCORDA
NS/NR
13%
90%
73%
2013
7%
90%
2011
83%
13%
2011
7%
2013
0%
100% DISCORDA
NS/NR
13% 28%
60%
2013
6%
18%
33%
7%
70%
85%
0%
2011 2013
2011 2013
2011
33% 7%
2013
11%
2011
18% 10%
2013
23%
73%
CONCORDA
17%
18%
70% 40%
2011
89%
10%
76%
2013
93%
CONCORDA EM PARTE
PERGUNTA: A POSIÇÃO DA COMUNICAÇÃO É LEVADA EM CONTA NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES DO NÍVEL MAIS ALTO DA HIERARQUIA NA EMPRESA/NO ÓRGÃO?
2011
10%
85%
32
CONCORDA EM PARTE
gráfico 8: relevância
PERgunta: A Comunicação está desenhada de forma coerente com a missão, a visão e os valores do órgão / da empresa?
CONCORDA
100%
100% CONCORDA EM PARTE
DISCORDA
NS/NR
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 33
O orçamento O ganho de importância da comunicação também se reflete na ampliação orçamentária da área: 48% dos gestores ouvidos nesta edição do Mapa afirmam que o orçamento cresceu em relação ao ano ante-
O ganho de importância da comunicação se reflete na ampliação orçamentária da área.
rior e 32% dizem que ele se manteve. Somente 14% informam que o orçamento diminuiu. A exceção ficou por conta das empresas estrangeiras, onde se constata a indicação de menor expansão do orçamento: há dois anos, 59% das companhias com matriz em outros países falavam em ampliação dos recursos, enquando agora esse percentual recuou para 47%. É preciso observar que alguns gestores de companhias estran-
gráfico 9: verba pergunta: Em relação ao ano passado, a porcentagem do orçamento destinada à área de comunicação cresceu ou diminuiu? [dado geral da amostra em 2013]
geiras de grande porte comentaram durante as entrevistas que determinadas orientações e ações vêm da área de comunicação da matriz,
50%
48% 32%
no país de origem. Esse pode ser um dos fatores que contribuíram para a diminuição do orçamento e para a manutenção de equipes menores no Brasil. O maior crescimento no percentual de gestores que falaram em
14% 6% 0%
CRESCEU MANTEVE-SE DIMINUIU
NS/NR
aumento da verba para comunicação se deu entre as empresas brasileiras, onde o salto foi de 50% em 2011 para 65% nesta 3ª edição. Mais um indicativo de que as companhias sediadas no país vêm dando mais importância a suas áreas de comunicação. Também houve crescimento no setor público, mas em ritmo bem mais tímido: de 30%
gráfico 10: evolução pergunta: Em relação ao ano passado, a porcentagem do orçamento destinada à área de comunicação cresceu ou diminuiu? [dado de Proporção de respostas “cresceu” por setor]
para 36%, o que mantém os órgãos de Estado como os que menos registraram aumento na verba em 2013.
30%
SETOR PÚBLICO
36%
50%
EMPRESA BRASILEIRA
65%
59%
EMPRESA ESTRANGEIRA
47%
0%
100% 2011
34
2013
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 35
art igo
AVANÇOS NA RELAÇÃO GOVERNO-SOCIEDADE
Em tempos de profundas transformações
Comunicação Brasileira reforçam o
Não raro, o alto grau de interação prati-
da comunicação na era digital, as organi-
que temos vivenciado – e ajudado a
cada transformou os perfis oficiais de
zações públicas – mais amplas, complexas
construir – em órgãos públicos aos quais
órgãos públicos em verdadeiros serviços
e menos ágeis que as instituições priva-
prestamos serviços nos últimos anos: há
de atendimento ao consumidor – mas
das – têm conseguido, pouco a pouco,
um amadurecimento da comunicação do
com uma visibilidade infinitamente
superar limitações para se adequar às
setor público, com redução da distância
maior, em que informações são compar-
demandas por informação e interação
em relação à comunicação praticada no
tilhadas com milhares de pessoas ao
mais eficientes, ampliando as formas de
setor privado, especialmente no que se
mesmo tempo.
se relacionar com os cidadãos.
refere à valorização de seu papel estratégico. Temos visto nos órgãos públicos
O novo cenário de avanços traz também
Diferentemente da comunicação exercida
mais assessores de comunicação partici-
outros tantos desafios, que envolvem, de
pela iniciativa privada, que busca princi-
pando dos processos decisórios, além de
um lado, a demanda pela qualificação de
palmente posicionar bem a empresa no
maior investimento em planejamento.
equipes, o compromisso com a agilidade,
mercado, a comunicação pública tem
Priscila Lambert Diretora de Atendimento da FSB Comunicações em Brasília
a objetividade e a veracidade dos dados;
como vocação ampliar a transparência
Naturalmente mais conservador, o
por outro, a necessidade de se aprofun-
das ações do Estado, prestar contas
Estado ainda centra sua comunicação na
dar as mudanças por uma comunicação,
financeiras e sociais, atender ao cidadão
mídia tradicional, como o jornal impres-
se menos centralizada, ainda mais bem
e incentivar a relação governo-sociedade.
so, mas é também o setor que mais
planejada.
valoriza o fenômeno das mídias digitais, Se ainda há um caminho a se percorrer
como mostra este Mapa. E, surpreen-
até que o Estado consiga se utilizar de
dentemente, supera o setor privado em
todo o potencial que a comunicação
presença nas redes sociais, respondendo
pública pode oferecer, os esforços nesse
a uma demanda cada vez maior da
sentido são marcantes e os avanços
sociedade por transparência e, mais que
recentes, importantes. As boas notícias
informação, interlocução direta.
trazidas pela 3ª edição do Mapa da
36
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 37
c apÍt ulo 3
Sentimentos Para além das três categorias elencadas acima, 3 em cada 10
O cotidiano da comunicação >>INFORMAÇÃO ESTRATÉGICA O trabalho realizado pela área de comunicação é visto como estratégico, na medida em que faz o alinhamento de informações entre funcionários, colaboradores, fornecedores e clientes, impacta a cultura da empresa e busca inovar e progredir. A visão do gestor é a de uma comunicação que participa do processo decisório, é articuladora de resultados, se volta para o alinhamento das informações institucionais, cria competências e inovações e é capaz de impactar a cultura organizacional da instituição.
gestores definiram sua rotina de trabalho com palavras ou expressões que denotam sentimentos e sensações que eles têm em relação ao trabalho. Dinamismo, agilidade, determinação, desafio, coragem, persistência, gratificação, motivação, correria e estresse foram algumas delas.
Comunicação é transparência, estratégia, informação, dinamismo, agilidade, alinhamento, inovação. Essas foram as expressões mais utilizadas pelos gestores para definir o cotidiano, quando perguntados qual palavra ou expressão melhor definiria seu trabalho no dia a dia. As falas dos entrevistados foram categorizadas em quatro itens, três referentes à natureza da atividade (informação estratégica, criar e manter relacionamentos e transparência) e um ligado a sentimentos (como estresse, correria, pressão etc.). Dentre os que definiram sua rotina com conceitos relacionados à natureza do trabalho, a maioria (44%) abordou questões relacionadas a informações estratégicas. Nesse aspecto, há fortes diferenças entre os três públicos mapeados. Para 68% dos gestores de empresas bra-
Comentários dos gestores _ “Interação, conectividade, transparência. Dar voz e realmente mostrar tudo que a empresa faz.” _ “Eu diria que é alinhamento com as diretrizes da empresa, agilidade na comunicação e resultado.” _ ”No nosso caso, é atendimento ao cidadão. Um cuidar diário da imagem da empresa. Guardião da imagem da empresa.” _ “A comunicação é um canal que permite que haja transparência e inovação nas relações entre empresa e sociedade, ao gerar a visibilidade.”
sileiras, apareceu como mais relevante o tema informações estratégi>>RELACIONAMENTOS A comunicação cria e mantém relacionamentos, busca a satisfação dos diversos públicos, motiva o público interno, diz respeito a envolvimento e responsabilidade e torna a instituição acessível a todos. Na percepção dos gestores, a comunicação é responsável por construir relacionamentos e interações entre a instituição, seus públicos e a sociedade. É um meio de conectar interesses e pessoas.
cas, enquanto transparência preponderou nas companhias estrangeiras e no setor público.
figura 5: o que eles dizem
gráfico 11: reflexão PERgunta: GOSTARIA DE LHE PEDIR UMA REFLEXÃO SOBRE A COMUNICAÇÃO: que palavra ou expressão melhor definiria o seu trabalho no dia a dia? [dados de 2013]
30%
>>TRANSPARÊNCIA A comunicação é vista como um instrumento de sustentabilidade, acessibilidade, compartilhamento e de prestação de contas – accountability financeira e social. É a informação como garantia de transparência, de atendimento ao cidadão, instrumento de visibilidade, incentivadora da relação empresasociedade ou governo-sociedade e fiadora do comprometimento.
17%
52%
68%
30%
44%
20%
30%
39%
23%
0%
34%
100% INFORMAÇÃO ESTRATÉGICA RELACIONAMENTOS TRANSPARÊNCIA
38
12%
(pergunta: qual palavra ou expressão melhor definiria seu trabalho no dia a dia. classificação apenas dos sentimentos em relação ao trabalho de comunicação)
Na prática Para conhecer o cotidiano e a amplitude das tarefas e funções da comunicação, o Mapa avaliou quatro aspectos da rotina dos gestores: as atividades de responsabilidade da área; as suas prioridades; as atividades mais valorizadas pela organização e o impacto da gestão das redes sociais no desenho e nas rotinas do setor. As questões partiram de uma lista de oito atividades predefinidas e foram complementadas por questões abertas, que incluíram comentários dos entrevistados.
As organizações criaram múltiplas frentes de diálogos, com diversos interlocutores, e a comunicação passou a partilhar algumas de suas atividades com outros setores.
Buscar, tratar e organizar a informação: este ainda é o core dos departamentos de comunicação. A principal atividade continua sendo tratar a informação institucional para a divulgação. Apesar de o desenvolvimento de sites e blogs ter ganhado espaço, por exemplo, a linguagem mantém as características jornalísticas e o objetivo principal não é a inte-
A comunicação em toda a organização
ração com os públicos, e sim divulgar e marcar presença positiva na mídia.
Diversas atividades mapeadas passaram a ser partilhadas com outros
O foco é tornar a mídia aliada na construção da reputação e imagem
departamentos, pois exigem sintonia das equipes para alcançar re-
da instituição e posicionar seus produtos no mercado.
sultados. O relacionamento com os clientes, cada dia mais customi-
No caso dos órgãos públicos, a atividade de assessoria de imprensa e
zado e direcionado aos segmentos de públicos, concorre para um
relacionamento com a mídia é ainda mais importante: ela é citada por
modelo mais participativo. As novas tecnologias e as mídias sociais
100% dos gestores públicos. Sobre esse dado, deve-se considerar
– em resumo, a esfera virtual de relacionamento – são outros fatores
que, além do compromisso de informar a sociedade, as assessorias de
que obrigam a empresa a multiplicar as interfaces de comunicação e
comunicação dos órgãos públicos reconhecem o poder de influência
as linguagens.
e de pressão da opinião pública, e precisam da mídia para fazer a
Não se trata da “comunicação integrada”. O modelo da comunica-
gestão da social accountability, isto é, a cobrança que a sociedade faz
ção nas empresas contemporâneas, que se pode inferir dos dados da
de responsabilidade e transparência por parte das organizações públi-
pesquisa, identifica-se melhor com o que Susanne Holmström
cas (MONTEIRO, 2009).
(HOLMSTROM, 2004) denomina de “paradigma refletivo” das rela-
Verdadeiros ativos da empresa, cujo foco é o posicionamento do
ções públicas, que busca explicar a função da comunicação no contexto
produto ou serviço no mercado, as atividades de marketing, propa-
dos processos de legitimação da sociedade. O paradigma refletivo afirma
ganda, eventos e feiras são meios de a instituição se posicionar frente
que as organizações aprendem a atuar em interdependência com as di-
à concorrência e, justamente por isso, percebe-se um aumento de ci-
ferentes racionalidades existentes na sociedade e que os conflitos são
tações da atividade no setor privado, se comparado ao público.
considerados como a dinâmica básica da sociedade contemporânea, ra-
As atividades de comunicação nas redes sociais são modeladas
zão pela qual busca-se compreender e dialogar com estas dinâmicas, e
para os novos relacionamentos. Existe uma diferença significativa de
não eliminá-las. Nesse cenário, a organização é solicitada a instaurar múl-
percepção entre as empresas brasileiras e estrangeiras no que tange à
tiplas frentes de diálogos, com diversos interlocutores, sobre os assuntos
valorização das redes sociais. Nas brasileiras, as redes são citadas por
que interessam a ela e à sociedade.
apenas 10% dos gestores como uma das três atividades mais valoriza-
Gerenciamento de crise, comunicação interna, marketing e publi-
das internamente, enquanto nas empresas estrangeiras o índice mais que
cidade e feiras e eventos são atividades que estão sendo partilhadas
triplica, subindo para 33%. No entanto, o maior número de citações veio
nas empresas entre o departamento de Comunicação e outros seto-
dos gestores públicos: 38% apontam as redes como uma das três ati-
res. Este é um aspecto que emerge dos comentários voluntários das
vidades mais valorizadas, reforçando a análise feita anteriormente so-
perguntas abertas. A destacar, o fato de a comunicação interna estar
bre as características da comunicação no setor público.
crescendo inclusive no setor público.
40
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 41
As perguntas abertas revelam ainda aspectos sobre o cotidiano da
A tradicional assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia
comunicação que ampliam a análise dos dados quantitativos. Nas
aparece como a campeã de citações: 96%. O ranking das atividades
questões sobre as atividades, percebe-se com clareza, por meio dos
indica que muitos departamentos de Comunicação continuam atuan-
depoimentos dos gestores, o transbordamento da comunicação para
do sob a lógica jornalística, ou seja, a divulgação de informações de
outras áreas das empresas.
interesse das instituições. Comparando-se os dados das três edições do Mapa (2009, 2011 e 2013), observa-se que: • O rol de atividades da comunicação foi ampliado nos últimos cinco anos;
Além do Mapa
• A única atividade que cresceu nos três segmentos pesquisados foi
“Comunicação interna e gestão de pessoas caminham juntas. Uma ação de comunicação associada às práticas de gestão, participativas e transparentes, viabiliza um clima organizacional saudável, com profissionais motivados e comprometidos com os valores e objetivos da empresa, possibilitando ganhos de produtividade e alta performance.” Cláudia Elisa Soares, diretora de Desenvolvimento Humano e Organizacionalda Votorantim Cimentos
a de gestão de redes sociais. Destacam-se as empresas estrangeiras: atualmente, 83% dos gestores exercem essa atividade, um percentual 30 pontos superior ao registrado em 2011; • Gerenciamento de crise foi a única atividade que teve um recuo nos três perfis de empresa avaliados.
gráfico 12: atividades PERGUNTA: VOU LER UMA LISTA DE ATIVIDADES E GOSTARIA DE SABER SE A ÁREA DE COMUNICAÇÃO É RESPONSÁVEL POR DESEMPENHÁ-LAS. POR FAVOR, RESPONDA APENAS “SIM” OU “NÃO” [PROPORÇÃO DE RESPOSTAS “SIM”] 95%
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA
As atividades rotineiras
97% 100% 75%
GERENCIAMENTO DE CRISES
90% 80%
Tabela 1 - Pergunta: Vou ler uma lista de atividades e gostaria de saber se a área de Comunicação é responsável por desempenhá-las. Por favor, responda apenas “Sim” ou “Não” [proporção de respostas “sim”, dado geral de 2013]
90% 90%
COMUNICAÇÃO INTERNA
94% 65%
EVENTOS E FEIRAS
60% 74% 60%
1º - Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia
96%
2º - Sites e Blogs
94%
3º - Comunicação Interna
91%
4º - Redes sociais (Twitter e Facebook)
83%
5º - Eventos e Feiras
82%
6º - Gerenciamento de crises
80%
7º - Marketing e Propaganda
78%
42
MARKETING E PROPAGANDA
77% 74% 100%
SITES E BLOGS *
93% 98% 87%
REDES SOCIAIS *
90%
0%
100% 2009
2011
2013
* Em 2009, a categoria “Site e Blogs” era “internet” e “Redes Sociais” não estava contemplada.
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 43
gráficos 13 e 14: atividades PERGUNTA: VOU LER UMA LISTA DE ATIVIDADES E GOSTARIA DE SABER SE A ÁREA DE COMUNICAÇÃO É RESPONSÁVEL POR DESEMPENHÁ-LAS. POR FAVOR, RESPONDA APENAS “SIM” OU “NÃO” [PROPORÇÃO DE RESPOSTAS “SIM”] 96%
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA
88% 90% 82%
GERENCIAMENTO DE CRISES
_ “Eventos para a imprensa sim, mas feiras, eventos no geral, não. Quanto à publicidade, só se for um anúncio institucional; se for anúncio de produto, não.” _ “Sites e blogs são da área de relações com investidores, é o pessoal de São Paulo
83% 78% 90%
COMUNICAÇÃO INTERNA
Comentários dos gestores
que cuida do site.”
85% 95% 90% 95%
EVENTOS E FEIRAS
90% 85%
MARKETING E PROPAGANDA
_ ”Gerenciamento de crise, fazemos uma parte, tudo depende de qual crise. A gente lidera o processo junto com a imprensa e as outras ferramentas de comunicação a partir dos inputs internos que a gente recebe.”
83% 83% 90% 95%
SITES E BLOGS *
_ “Redes sociais: parcialmente, a gente coloca algumas coisas, não tudo.”
95%
_ “Temos uma gerência de Comunicação Interna que fica dentro da área de assuntos
65%
REDES SOCIAIS *
corporativos.”
73%
0%
100% 2009
2011
2013
* Em 2009, a categoria “Site e Blogs” era “internet” e “Redes Sociais” não estava contemplada.
As atividades prioritárias 94%
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA
93% 97% 94%
GERENCIAMENTO DE CRISES
87% 83% 87%
COMUNICAÇÃO INTERNA
80% 80% 87% 87%
EVENTOS E FEIRAS
83% 73%
MARKETING E PROPAGANDA
60% 77% 87% 80%
SITES E BLOGS *
87% 53%
REDES SOCIAIS *
83%
0%
100% 2009
2011
2013
* Em 2009, a categoria “Site e Blogs” era “internet” e “Redes Sociais” não estava contemplada.
44
As redes sociais foram citadas por 35% dos gestores como uma das três atividades prioritárias. O destaque aqui é o setor público, onde saltou da 5ª para a 2ª prioridade entre 2011 e 2013, perdendo apenas para assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia. Tabela 2 - Pergunta: E quais dessas atividades você considera PRIORITÁRIAS para as estratégias de Comunicação da empresa/do órgão? Peço que me cite as TRÊS PRIORITÁRIAS [dado geral da amostra de 2013]
1º - Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia
86%
2º - Comunicação Interna
60%
3º - Redes sociais
35%
4º - Marketing e Propaganda
34%
5º - Gerenciamento de crises
33%
6º - Sites e Blogs
18%
7º - Eventos e Feiras
18%
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 45
As atividades prioritárias, analisadas por setor, apontam para dados que chamam a atenção e mostram algumas diferenças comporta-
As atividades mais valorizadas
mentais entre a comunicação exercida nas empresas privadas e no setor público:
Na visão dos gestores, assessoria de imprensa/relacionamento com a
• O número de citações de marketing e publicidade diminuiu sen-
mídia e comunicação interna permanecem como as duas atividades
sivelmente no setor público, mas aumentou no setor privado
Com mais de 80 milhões de brasileiros
mais valorizadas internamente pelas organizações.
conectados, cerca de 20 milhões de
em geral; • Em 2013, a categoria eventos e feiras aparece pela primeira vez entre os gestores do setor público; • A gestão de sites e blogs é mais citada como atividade prioritária pelo setor público do que pelo privado.
gráfico 16: o que é valorizado
jovens considerados nativos digitais* e
pergunta: DENTRE ESSAS ATIVIDADES, QUAIS SÃO AS TRÊS MAIS VALORIZADAS INTERNAMENTE?
cerca de 27 horas por mês conectados
75%
PERGUNTA: E QUAIS DESSAS ATIVIDADES VOCÊ CONSIDERA PRIORITÁRIAS PARA AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DA EMPRESA/DO ÓRGÃO? PEÇO QUE ME CITE AS TRÊS PRIORITÁRIAS [DADO POR SETOR EM 2013] 90%
30% 22%
REDES SOCIAIS SITES E BLOGS INOVAÇÃO
50%
28%
de comunicação global. Se os jovens
28%
diminuem o consumo de meios tradicionais, como TV e jornal, seria natural que
18%
as empresas ampliassem o interesse
8%
OUTROS
32%
expressivos em qualquer estratégia
33%
GERENCIAMENTO DE CRISES
48%
via redes sociais permite resultados
41%
EVENTOS E FEIRAS
para estar onde eles estão. Talvez ainda
4% 0%
80%
73%
23%
60%
13% 18%
gráfico 17: o que é valorizado
alto preço em um futuro próximo: o
pergunta: DENTRE ESSAS ATIVIDADES, QUAIS SÃO AS TRÊS MAIS VALORIZADAS INTERNAMENTE? [DADO POR SETOR EM 2013]
descompasso de diálogo com seu
87% 47% 23% 3%
63%
70% 67%
33%
40% ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA GERENCIAMENTO DE CRISES
MARKETING E PROPAGANDA
15 e 24 anos que usam internet nos últimos 5 anos.
73% 60% 32% 33%
EVENTOS E FEIRAS
33% 22%
MARKETING E PROPAGANDA
68% 57% 30%
SITES E BLOGS *
A assessoria de imprensa continua sendo a atividade prioritária das áreas de comunicação nas organizações públicas e privadas.
Union (outubro de 2013). Considera pessoas entre 48%
COMUNICAÇÃO INTERNA
SITES E BLOGS REDES SOCIAIS
*Pesquisa International Telecommunication
22% 30% 33%
GERENCIAMENTO DE CRISES
COMUNICAÇÃO INTERNA EVENTOS E FEIRAS
10% 7% 38%
REDES SOCIAIS *
10% 33%
0% SETOR PÚBLICO
consumidor, que é, afinal, motivo maior de sua existência.
82%
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA
40%
0%
esperem uma maior consolidação do ambiente digital. Mas podem pagar um
80%
25%
com eles deveria ser muito mais ampla. A transversalidade da comunicação
60%
MARKETING E PROPAGANDA
gráfico 15: prioridades
12%
nas redes, a expectativa de abrir diálogo
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA COMUNICAÇÃO INTERNA
46
Na visão da FSB Digital
EMPRESAS BRASILEIRAS
100% EMPRESAS ESTRANGEIRAS
* Em 2009, a categoria “Site e Blogs” era “internet” e “Redes Sociais” não estava contemplada
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 47
gráfico 18. Atividades prioritárias X valorizadas Matriz entre as atividades prioritárias e valorizadas
A importância das mídias e das ferramentas
100%
Neste ano, o que era uma tendência se consolidou: caiu a importância 80%
dos veículos tradicionais e a internet passou a ocupar o primeiro lugar no
VALORIZADO
ranking das mais importantes fontes de informação para os gestores.
60%
No entanto, no setor público, os índices permaneceram quase es40%
táveis, comparando-se os dados dos Mapas de 2009, 2011 e 2013, e mostraram uma queda maior apenas nos itens revista e rádio, bem
20%
como um aumento de importância das redes sociais. PRIORITÁRIO
0% 0%
20%
40%
60%
80%
100%
As ferramentas web acusam um baixo uso do Twitter pelas instituições, um aumento na utilização do Facebook, a diminuição de uso
ASSESSORIA DE IMPRENSA & RELAÇÕES COM A MÍDIA
de blogs no setor público e o quase desaparecimento do Orkut.
GERENCIAMENTO DE CRISES COMUNICAÇÃO INTERNA EVENTOS E FEIRAS MARKETING E PROPAGANDA SITES E BLOGS REDES SOCIAIS
A matriz acima demonstra que, na maior parte dos casos, as atividades priorizadas pelos gestores são também as mais valorizadas internamente pelas organizações. Quanto mais à direita e mais acima estiver uma determinada atividade posicionada no gráfico, mais ela é priorizada pelas equipes de comunicação e valorizada pelas empresas
Além do Mapa ““Hoje, em uma coletiva da CNI, 75% do conteúdo vai todo no mundo on line. Se eu distribuo material às 11h, às 11h02 já está na rede.” Carlos Barreiros, diretor de Marketing da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
ou órgãos públicos. “Assessoria de imprensa e relações com a mídia” continua sendo a função mais prioritária pelos gestores e também a mais valorizada pelas organizações, seguida de “comunicação interna”. Já o item “sites e blogs” figura na outra ponta, com baixa prioridade e valorização. Chama a atenção a diferença entre a posição de “eventos e feiras”,
gráfico 19: a importância dos veículos PERGUNTA: QUE GRAU DE IMPORTÂNCIA AS SEGUINTES MÍDIAS TÊM NAS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DA EMPRESA/DO ÓRGÃO COM O PÚBLICO EXTERNO? VAMOS USAR UMA ESCALA DE 1 A 5 EM QUE O VALOR “1” SIGNIFICA NENHUMA IMPORTÂNCIA E O VALOR “5” SIGNIFICA MÁXIMA IMPORTÂNCIA.
que cresce no ranking das atividades mais valorizadas pelas organizações, mas perde posição entre as atividades prioritárias na visão dos
INTERNET
gestores. O crescimento da valorização desta atividade é ainda mais
JORNAL
expressivo no setor público. O Mapa de 2011 já apontava para essa tendência: um sinal de que o encontro presencial é muito importante, em um mundo onde relações virtuais têm predominado.
4,1 4,0
TELEVISÃO
3,8
REDES SOCIAIS
3,6
REVISTA
3,4
RÁDIO
3,3 0
48
5
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 49
gráficos 20, 21 E 22: a importância dos veículos PERGUNTA: QUE GRAU DE IMPORTÂNCIA AS SEGUINTES MÍDIAS TÊM NAS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DA EMPRESA/DO ÓRGÃO COM O PÚBLICO EXTERNO? VAMOS USAR UMA ESCALA DE 1 A 5 EM QUE O VALOR “1” SIGNIFICA NENHUMA IMPORTÂNCIA E O VALOR “5” SIGNIFICA MÁXIMA IMPORTÂNCIA
5
4,6 4,6
4,4
4,8 4,8 4,5
4,4 4,5
4,1
4,0
3,9
4
4,6
4,3 4,3
especial
3,6
3,4
3,2
3
A transformação imposta pelas mídias sociais
2 1 0
Jornal
Revista
Rádio
Internet
2009
Televisão
2011
Redes sociais*
2013
As mídias sociais tiveram seu uso muito ampliado
5 4,1
4
desde a primeira edição do Mapa da Comunicação Brasileira, em
4,3 3,9 3,5
3,7 3,7
3,6
4,0
3,8
4,0
3,9
3,3
2009. Mas a área ainda inspira exploração cuidadosa. Trata-se de um 3,3 3,2
2,9
3
3,2 2,6
território onde se estabelecem relacionamentos com regras bem diferentes daquelas das mídias tradicionais. A entrada institucional nas redes sociais requer monitoramento e avaliação constantes, o que im-
2
plica novos investimentos, na contratação de funcionários ou na ter1 0
ceirização desse tipo de serviço. O destaque fica por conta do setor público, que está usando mais Jornal
Revista
Rádio 2009
Internet 2011
Televisão
Redes sociais*
as redes do que as empresas privadas. O dado, que pode parecer estranho à primeira vista, é melhor compreendido se remetido às duas
2013
tendências consolidadas que apontamos anteriormente: a necessidade de transparência dos órgãos públicos para a população e a impor-
5 3,9
3,9 3,6
3,7
3,8
tância da comunicação pública no relacionamento com o cidadão.
3,9 3,7
3,6
3,6 3,0
2,9 2,6
0
Jornal
Revista
Rádio 2009
2,6
Internet 2011
50
Televisão
2013
* Em 2009, a categoria Redes Sociais não estava contemplada na pesquisa.
3,4
3,3
3,1
2,7
Redes sociais*
Além do Mapa “As redes sociais passaram a ser estratégicas para o Ministério do Turismo e até para o Governo Federal. A presidenta Dilma Rousseff acaba de inaugurar um gabinete digital, em que a comunicação que ela tem com a população é direta. E, o que é mais importante, a comunicação da população com o Governo Federal tendo como porta de entrada o próprio gabinete da presidenta da República.” Gastão Vieira, ministro do Turismo
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 51
especial // A transformação imposta pelas mídias sociais
Presença nas redes
Na visão da FSB Digital
guagem renovada, na qual a lógica da objetividade e da linearidade
As mídias sociais são um ponto de interrogação, mas é fato que
do texto informativo se perde na navegação, um espaço que impõe
todas as corporações querem estar nas redes. Justamente por isso,
um hábito de leitura muito diferente das mídias tradicionais; em se-
72% das empresas entrevistadas estão presentes no Facebook e
gundo, é preciso traduzir, para os códigos das redes, as estratégias
58%, no Twitter. Os órgãos públicos lideram esta frente de presen-
empresariais; em terceiro lugar, é preciso lidar com um relacionamen-
ça virtual, com 78% no Facebook e 76% no Twitter. Quando se
to também muito diferente dos que faziam parte do repertório da
olha para os dados de 2009 e 2013, há um arrefecimento no uso
comunicação empresarial; por fim, exige reações rápidas e adequadas
de blogs pelo setor público, enquanto nas empresas privadas, na-
a este novo ambiente.
cionais ou estrangeiras, essa ferramenta ganhou espaço.
O fenômeno está relacionado ao explosivo crescimento do Facebook no mundo, com mais de 1,1 bilhão de usuários, dos quais mais da metade em intensa atividade diária. O Brasil acompanhou essa evolução: é o país onde a rede mais cresceu ano passado (quase 400%). No mundo todo, a média de amigos por perfil no Facebook é de 130. No Brasil, é de 483. Esse alto grau de socialização teve um “estágio” no Orkut, rede de onde migrou a maioria dos internautas brasileiros para o Facebook. O Orkut é considerado uma rede fantasma hoje, seguindo o fenômeno de Second Life. O Twitter se alinhou mais com o caráter informativo. Seu formato, pouco eficaz para diálogo, não facilita o uso pelas instituições que precisam ampliar as conversas sobre seus projetos. Mas é uma rede importante para informações diretas e de rápida visibilidade.
A presença nas redes sociais implica mudanças significativas no modus operandi da comunicação. Em primeiro lugar, exige uma lin-
O que dizem os dados gráfico 23: ferramentas A importância que as mídias sociais alcançaram para as organizações está presente em várias questões da 3ª edição do Mapa da Comunicação Brasileira. E, em alguns casos, expõe as contradições de um
PERGUNTA: VOU CITAR ALGUMAS FERRAMENTAS DE WEB E GOSTARIA QUE O(A) SR(A) ME DISSESSE SE A COMUNICAÇÃO AS UTILIZA OU NÃO 80%
tema complexo, no qual as instituições ainda estão tateando em busca de respostas mais precisas. • Lidar com mídias sociais é a 4ª atividade mais citada da área de comunicação corporativa, sendo a segunda no setor público; cresceu no Mapa de 2013, se comparada aos dados de 2011; e ficou em 4º lugar na lista dos veículos de informação mais importantes. • Ao mesmo tempo em que é citada como a terceira atividade prio-
OUTRAS
FOURSQUARE
EMPRESAS BRASILEIRAS
FLICKR
SETOR PÚBLICO
• As empresas estão presentes nas redes, sobretudo Facebook
internamente, quase o mesmo índice da televisão, por exemplo.
YOUTUBE
BLOGS
pois ficou em 6ª lugar nas citações como atividade mais valorizada
ritária, ainda não é tão valorizada pela direção das organizações,
0
EMPRESAS ESTRANGEIRAS
e Twitter, mas só nove dos 120 gestores citaram as mídias sociais na pergunta aberta sobre o foco da comunicação para os próximos dois anos.
Os órgãos públicos lideram a presença virtual, com 78% no Facebook e 76% no Twitter.
52
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 53
especial // A transformação imposta pelas mídias sociais
gráficoS 24, 25 E 26: REDES SOCIAIS
Mudança na equipe e nos processos
Na visão da FSB Digital
PERGUNTA: VOU CITAR ALGUMAS FERRAMENTAS DE WEB E GOSTARIA QUE O(A) SR(A) ME DISSESSE SE A COMUNICAÇÃO AS UTILIZA OU NÃO
Para 91% dos gestores, o surgimento de novos líderes de opinião
Os blogs entraram em “baixa” visibilidade
nas redes sociais demanda a criação de estratégias. E 58% dos
para as empresas pelo espaço ocupado
entrevistados afirmam que vêm tentando buscar formas de iden-
pelo Facebook, pelo Twitter e mesmo pelo
tificar novos líderes de opinião. Os gestores também dizem que a
YouTube. Mas tendem a ocupar um lugar
importância das mídias sociais alterou o desenho e a conforma-
importante no ambiente digital por serem
ção das equipes de comunicação, o que levou à contratação de
uma plataforma mais qualitativa para
times especializados.
conversações. Os blogs são claramente
100% 76% 73%
78%
55% 43%
43%
32% 24% 10%
pilares que compõem expressivamente o
13%
10%
10%
mix estratégico digital. As empresas e
4%
0%
Youtube
2009
2011
instituições não deveriam optar por uma
Blogs
gráfico 27: estratégias
2013
rede, e sim considerar suas diferentes
PERGUNTA: NA SUA OPINIÃO, O SURGIMENTO DESSES NOVOS LÍDERES DE OPINIÃO NAS REDES SOCIAIS DEMANDA NOVAS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO?
características e potencializá-las. Os blogs podem melhorar a qualidade de conteúdo e, com isso, sua importância – especial-
94%
5%
100% 83%
14%
63% 55%
97% 38%
38% 35% 31%
35% 18% 13%
15% 8%
0%
15%
91%
9%
5%
Youtube
2009
2011
0%
Blogs
100% SIM
2013
NÃO
gráfico 28: novos líderes PERGUNTA: SUA PRESENÇA EM REDES SOCIAIS TEM FEITO COM QUE VOCÊ E SUA ORGANIZAÇÃO TENHAM QUE DESCOBRIR NOVAS FORMAS DE IDENTIFICAR NOVOS LÍDERES DE OPINIÃO? 100% 64%
36%
73%
50%
57% 43% 37%
33% 27%
23% 13%
10% 3%
0%
50%
3%
57%
43%
58%
43%
10%
3%
LinkedIn 2009
Pinterest 2011
2013
Blogs
120 0%
100% SIM
54
NÃO
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 55
mente os de assuntos verticais.
especial // A transformação imposta pelas mídias sociais
Na visão da FSB Digital As características de comunicação de cau-
gráfico 29: mudanças PERGUNTA: SUA PRESENÇA EM REDES SOCIAIS ALTEROU O DESENHO E A CONFORMAÇÃO DA EQUIPE DE COMUNICAÇÃO?
da longa, com microaudiências pessoais e com lideranças pulverizadas, são próprias
56%
A presença nas mídias sociais afetou o desenho e a conformação das equipes de comunicação.
40%
das redes sociais, e não se adequam a um modelo de organograma da forma como
36%
64%
as áreas de comunicação (seguindo o tradicional organograma top down) 56%
sempre se organizaram, em sua maioria.
44%
Mas o principal aspecto desse contexto é que isso fez surgir novos perfis profissio-
51%
47%
nais nas equipes. Vemos juntos profis0%
sionais de marketing, comunicação,
100% NÃO
SIM
tecnologia, estatística e antropolo-
NS/NR
gia, entre outros. Nos processos, a visão transversal também leva a comuni-
gráfico 30: especialização
cação digital a perpassar todo o ciclo de
PERGUNTA: HÁ UMA EQUIPE ESPECÍFICA QUE TRATA DAS REDES SOCIAIS?
Comentários dos gestores
touch points que a empresa tem com seus 33%
67%
stakeholders e a repensar como deve
_ “O questionamento de produtos em redes sociais: isso demanda nossas ações,
tratar suas políticas internas, resolvendo
novas posições de trabalho.”
impasses importantes com a relação da
57%
43%
informação pública e privada.
_ “Acho que a estratégia tem que estar sempre atenta a esses líderes para, de alguma 69%
maneira, caminhar com eles ou até usá-los como canal.”
31%
65%
_ “A missão de informar, de certa forma, saiu das mãos do jornalista. As pessoas
35%
precisam saber trabalhar a informação. Democratizar esse fazer, uma forma de 0%
100% SIM
repensar... Mas o jornalista formado continua sendo a base de tudo.”
NÃO
_ “Perdeu-se o foco, dizem o que querem. Está tudo meio ‘solto’. Mudou muito o perfil dos jornalistas, parece que eles falam uma outra língua.” _ “É preciso dialogar com eles, estar perto deles, é preciso sensibilizá-los porque, a partir deles, uma informação pode ser disseminada para o bem ou para o mal.” _ “Eu acho que eles são influenciadores, mas em alguns momentos se perdem pelas influências, então, não existem pessoas com tanto peso, não.”
56
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 57
c apÍt ulo 4 Public Relations Measurement and Research2. No Brasil, um grupo de pesquisadores também vem se dedicando a essa área, buscando transformar o trabalho da comunicação em dados mensuráveis e quantificáveis (YANAZE, FREIRE, & SENISE, 2010). Os resultados da 3ª edição do Mapa da Comunicação Brasileira realçam uma preocupante conclusão: as etapas que exigem quantificação e mensuração, as mais complexas e, por isso mesmo, as mais
O ciclo da comunicação
precisas, continuam a ser as menos utilizadas. O alento é saber que os departamentos de Comunicação estão começando a aplicar as técnicas e a buscar soluções para esse problema.
Planejamento Para 88% dos gestores, o planejamento anual é atividade obrigatória,
O planejamento, o monitoramento e a avaliação são três compo-
mas no setor público ela é menos praticada do que no setor privado.
nentes vitais para uma comunicação realmente afinada com os obje-
Mesmo com as dificuldades para quantificar e definir índices, mais de
tivos e estratégias da instituição e capaz de responder a desafios, co-
70% dos entrevistados do setor privado e 66% do setor público utili-
mo a manutenção do relacionamento com os públicos, a construção
zam essas etapas de avaliação e monitoramento. Ressalte-se que o
da reputação, a prestação de contas à população, a transparência, a
setor público teve um crescimento significativo de adoção das etapas
sustentabilidade e o posicionamento no mercado.
de planejamento no comparativo entre 2013 e 2011. Nas empresas
No entanto, as etapas do planejamento da comunicação das instituições pesquisadas indicam que as mais complexas são justamente as
brasileiras e estrangeiras, de modo geral, os índices tiveram um discreto crescimento, mas já eram altos desde o Mapa de 2011.
menos utilizadas. Tais dados revelam as dificuldades de uma das questões mais debatidas hoje em dia: como construir e usar indicadores de desempenho e financeiros para avaliar o trabalho da comunicação? Como medir o valor da comunicação para as instituições?
gráfico 31: planejamento pergunta: Há Planejamento anual para as ações de Comunicação?
Em 2010, um encontro de relações públicas realizado em Barcelo76%
na publicou o “Barcelona Declaration of Measurement Principles: Va-
24%
lidated Metrics Social Media Measurement”, documento que posicio95%
nava como as relações públicas podiam e deviam desenvolver as
5%
atividades de mensuração dos seus serviços. O tema evoluiu e a AMEC, International Association for the Measurement and Evaluation
97%
of Communication, a PRCA, Public Relations Consultants Associations, e a ICCO, International Communication Consultancy Association, or-
88%
12%
ganizaram a publicação, este ano, de um guia sobre avaliação, o PR Professional’s Definitive Guide Measurement1. De outra parte, o Institute For Public Relations publicou a terceira edição do Dictionary of
1 http://prguidetomeasurement.org/wp-content/uploads/2013/07/The-PR-Professionals-Guide-To-Measurement.pdf
58
0%
100% SIM
NÃO
2 http://www.instituteforpr.org/topics/dictionary-of-public-relations-measurement-and-research
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 59
gráficoS 34 e 35: etapas PERGUNTA: Gostaria que me dissesse se o planejamento da Comunicação contempla as seguintes etapas [proporção de respostas “sim”]
gráfico 32: Planejamento pergunta: Há Planejamento anual para as ações de Comunicação? [proporção de respostas “sim”] 95%
100%
93%
82% 76% 80% 71%
ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO
97%
83% 79%
ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO
83%
77% 76%
REUNIÃO ANUAL DE PLANEJAMENTO COM A EQUIPE
DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
86% 79% 87%
DEFINIÇÃO DE AÇÕES PRIORITÁRIAS
76% 85%
DEFINIÇÃO DE METAS
0%
74%
DEFINIÇÃO DE INDICADORES
Setor Público
Empresa brasileira 2011
Empresa estrangeira
2013
84% 78% 63% 58%
0%
pergunta: GOSTARIA QUE ME DISSESSE SE O PLANEJAMENTO CONTEMPLA AS SEGUINTES ETAPAS [DADO GERAL DA AMOSTRA DE 2013 - PROPORÇÃO DE RESPOSTAS “SIM”] DEFINIÇÃO DE AÇÕES PRIORITÁRIAS
99%
DEFINIÇÃO DE METAS
97%
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
96%
ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO
ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO
95%
DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO
91%
DEFINIÇÃO DE INDICADORES
82%
2013
REUNIÃO ANUAL DE PLANEJAMENTO COM A EQUIPE
98%
93%
100% 2011
DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
REUNIÃO ANUAL DE PLANEJAMENTO COM A EQUIPE
67%
ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO
84%
63% 92% 70% 95% 67% 97%
DEFINIÇÃO DE AÇÕES PRIORITÁRIAS
70% 100%
DEFINIÇÃO DE METAS
53% 97%
DEFINIÇÃO DE INDICADORES
47% 82%
71% 0%
100%
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES DEFINIÇÃO DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO
67% 92% 43% 66%
0%
100% 2011
60
72%
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES DEFINIÇÃO DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO
gráfico 33: etapas
DEFINIÇÃO DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO
59%
2013
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 61
gráficos 36 e 37: etapas PERGUNTA: GOSTARIA QUE ME DISSESSE SE O PLANEJAMENTO DA COMUNICAÇÃO CONTEMPLA AS SEGUINTES ETAPAS [PROPORÇÃO DE RESPOSTAS “SIM”] REUNIÃO ANUAL DE PLANEJAMENTO COM A EQUIPE
88% 97%
ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO
85% 89%
ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO
94% 97%
DEFINIÇÃO DE AÇÕES PRIORITÁRIAS
100% 94% 97%
DEFINIÇÃO DE INDICADORES
84%
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
Apesar de a questão das lideranças de opinião ser central para a condução de projetos de comunicação, menos da metade dos gestodificuldade de identificação de líderes demonstrada no primeiro capítulo deste estudo. anual e da influência dos resultados para o planejamento da comuni-
94% 97%
0%
cação, percebe-se que as empresas estrangeiras lideram essa atividade; em seguida vêm as brasileiras, enquanto o setor público fica em
70% 76%
desvantagem. 100%
2011
do planejamento, do diagnóstico à mensuração de resultados.
Examinando-se as perguntas que tratam das etapas da avaliação
73%
DEFINIÇÃO DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO
imagem e de mercado são utilizadas por pelo menos 63% dos gesto-
res utilizam pesquisas com influenciadores. Esse dado coincide com a
88%
DEFINIÇÃO DE METAS
Nas empresas estrangeiras, as pesquisas de opinião, de avaliação de res. Os dados mostram que as pesquisas são usadas em várias fases
94% 95%
DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
Monitoramento e mensuração de resultados
2013
As empresas estrangeiras são as que mais usam pesquisas como método de avaliação da comunicação: 90% delas adotam tal prática. Em contraposição, o setor público é o que menos utiliza pesquisas:
REUNIÃO ANUAL DE PLANEJAMENTO COM A EQUIPE
96% 100%
ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO
86% 93% 96% 97%
ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
100% 100%
DEFINIÇÃO DE AÇÕES PRIORITÁRIAS
93% 97%
DEFINIÇÃO DE METAS
96% 97%
DEFINIÇÃO DE INDICADORES
96% 100%
0%
como método de avaliação. Em qualquer um dos setores, a pesquisa mais utilizada pelos departamentos é a de comunicação interna, dado que confirma, mais uma vez, sua importância para as empresas. No entanto, há forte diferença entre as empresas privadas e o setor público. Enquanto 78% das brasileiras e 74% das estrangeiras realizam pesquisas de comunicação interna, no setor público apenas 50% dos gestores ouvidos Outro dado que chama a atenção é o diferente peso que cada público dá às pesquisas de avaliação de imagem. Enquanto 70% das empresas estrangeiras costumam mensurar sua reputação, esse per-
79% 72%
DEFINIÇÃO DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO
recurso. Em contrapartida, são os que mais usam dados de clipagem
disseram adotar essa prática.
75% 79%
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
apenas 28% dos entrevistados confirmaram o emprego desse tipo de
100%
centual cai para 56% nas brasileiras e para 36% nos órgãos públicos. Uma das pesquisas menos exploradas é a feita com líderes e formado-
2011
2013
res de opinião. Aqui, enquanto pouco mais de 40% das empresas costumam ouvir tal público, apenas 21% dos gestores de órgãos governamentais realizam esse tipo de sondagem.
62
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 63
As empresas estrangeiras são as que mais usam pesquisas como método de avaliação da comunicação: 90% delas adotam tal prática.
gráfico 40: os impactos da avaliação
Além do Mapa
pergunta: Os resultados auxiliam na decisão ou revisão...
“Todas as campanhas do governo britânico são financiadas pelos contribuintes, por isso nós precisamos mostrar que temos boas justificativas para os investimentos, que gastamos o dinheiro com efetividade e que sempre há muitos elementos para embasar as decisões da comunicação. A pesquisa ajuda nisso: nos dá as justificativas, mostra que cada ação foi bem pensada e que nós atingimos as pessoas certas, com as mensagens certas, da maneira correta, a fim de buscar os efeitos que estamos buscando. Por isso, é realmente uma parte chave da nossa atividade.”
74% 42% 58% 48% 6%
83% 73% 63% 60% 10%
Gemma Regniez, primeira secretária e chefe de Comunicação e Diplomacia Pública da Embaixada Britânica no Brasil
83% 67% 57% 63% 7%
gráfico 38: quem avalia 0%
pergunta: há monitoramento e avaliação dos resultados da Comunicação? [PERCENTUAL DE “SIM]
100% DAS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DO ORÇAMENTO DA COMUNICAÇÃO
70%
DOS OBJETIVOS DO/DA ÓRGÃO/EMPRESA
80%
DA FORMAÇÃO DA EQUIPE NENHUMA 73% 75%
gráfico 41: as pesquisas pergunta: Vocês costumam realizar pesquisas?
83% 87%
28%
75%
72%
80%
0%
68%
100% 2011
33%
2013 10%
90%
gráfico 39: como avalia pergunta: A avaliação ANUAL contempla as seguintes etapas...? 57% 83% 78% 25%
0%
100%
93%
SIM
18%
90% 90% 57% 73%
92% 88% 77% 50% 50%
MENSURAÇÃO DO ALCANCE DE OBJETIVOS MONITORAMENTO DOS INDICADORES USO DE PESQUISAS DE OPINIÃO
pergunta: Em que áreas vocês costumam realizar pesquisas? 50%
PESQUISAS DE OPINIÃO
78%
29%
PESQUISAS DE AVALIAÇÃO DE IMAGEM
67%
36%
PESQUISAS DE MERCADO
100%
NÃO
gráfico 42: tipos de pesquisas PESQUISA DE COMUNICAÇÃO INTERNA
10%
0%
43%
PESQUISAS COM LÍDERES/ 21% FORMADORES DE OPINIÃO
74%
56%
29%
70% 63%
63% 41%
PRÉ-TESTE 14% 26% DE CAMPANHAS
74%
44%
26%
0%
300%
USO DE DADOS DE CLIPPING ALGUMA OUTRA FERRAMENTA
64
SETOR PÚBLICO
EMPRESA BRASILEIRA
EMPRESA ESTRANGEIRA
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 65
especial
Por que o setor público é tão diferente?
rânea usa para julgar e formar opinião sobre as instituições em geral
Na visão da FSB Digital
e, principalmente, sobre os órgãos públicos e seus governantes. É da natureza do serviço público estar menos atento ao branding e
É notável o volume de presença
O setor público, que nesta edição do mapa
mais à valorização do setor, pois o órgão público precisa de constante
digital de órgãos públicos, embora
passou a ter maior representatividade, revela com nitidez, no conjun-
reforço de infraestrutura, na medida em que seu público é a população
ainda careçam de estratégias mais
to dos resultados da pesquisa, as peculiaridades da sua cultura
brasileira, ou seja, 200 milhões de cidadãos. Por essa razão, a mídia
despojadas, que efetivamente melhorem o
organizacional.
tradicional – imprensa escrita, rádio e televisão – continua tendo gran-
diálogo com o cidadão conectado.
A valorização da conduta ética, a preocupação com a reputação e
de importância para os órgãos públicos, cujas mensagens precisam
Os modelos de comunicação off line ainda
a consciência dos deveres de servir ao cidadão são valores que nor-
chegar às vilas mais remotas do país. O trabalho cotidiano de infor-
são reproduzidos pela maioria dos órgãos
teiam os gestores de órgãos públicos e explicam as diferenças mais
mar e transformar em reputação os resultados das políticas públicas
nas redes, que pouco conversam com as
evidentes reveladas na pesquisa. Esses valores também podem ser
implica na maior valorização da atividade de assessoria de imprensa
características dos meios. Essa mudança
uma das razões para o crescimento da importância do papel da comu-
e relacionamento com a mídia, conforme mostra a pesquisa, bem como
de cultura está em curso, com bons
nicação e da sintonia com a direção dos órgãos, que aumentou de
na formação de equipes com um número maior de colaboradores do
exemplos identificados e com um acelera-
73% para 86% em 2013.
que o setor privado.
mento percebido nos últimos dois anos.
A percepção da cultura organizacional das instituições pela socie-
É preciso lembrar que, se na empresa privada a história corpora-
dade está cada dia mais associada aos valores éticos, ou seja, àqueles
tiva e o estilo dos seus líderes formam o patrimônio intangível da
percebidos pela sociedade como direitos fundamentais. A ética nos
empresa, nos órgãos públicos a formação da cultura organizacional
relacionamentos com seus públicos, nos serviços que presta, nas infor-
tem um peso menor da liderança e maior do corpo de funcionários
mações que divulga, o respeito à diferença, ao meio ambiente, à
e colaboradores, que são as pessoas que permanecem mais tempo,
transparência e à honestidade são valores que a sociedade contempo-
criam laços e relacionamentos mais duradouros e têm maior poder de exercer influência mútua. A crescente valorização da comunicação interna responde à nova configuração dos serviços públicos.
Além do Mapa “Se você está em mais de 4 mil municípios, se você tem mais de 18 mil obras, você tem de atingi-lo (o cidadão) de uma forma diferente. E aí a rede social assume um protagonismo extraordinário. Mantemos um contato permanente via rede com todos eles (os blogueiros), e isso se amplia cada vez mais. É uma estratégia. Porque o consumidor, quem quer a informação, ele tem de ser tratado pelo governo, que tem todas as informações, como único.” Gastão Vieira, ministro do Turismo
66
Enfim, o setor público tem características próprias que sua comunicação deve atender. São os princípios e as normas da comunicação pública que surgem nas diferenças entre o setor público e o setor privado, e não se trata de comparar resultados ou estruturas, mas de entender que a natureza da comunicação pública é diferente. É por seu intermédio que 200 milhões de brasileiros são ouvidos e informados.
O setor público tem características próprias que sua comunicação deve atender.
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 67
c apÍt ulo 5 gráficos 43, 44 e 45: TAMANHO DA Equipe pergunta: QUAL É, ATUALMENTE, O NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS NO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO? [dado geral] 60% 45%
46% 41% 36%
31%
Quem faz a comunicação
31%
28% 20% 13%
3%
0%
Até cinco
De seis a 20 2009
De 21 a 100 2011
4% 1%
Mais de 100
2013
O perfil típico do gestor de comunicação das empresas privadas entrevistadas para a 3ª edição do Mapa da Comunicação Brasileira é
60%
55%
preponderantemente feminino, jornalista, tem entre 6 e 15 anos de
50%
experiência profissional e ocupa cargos no nível de gerência. No setor público, o perfil típico muda significativamente. A propor-
36%
ção de homens e mulheres é equilibrada, eles têm mais de 16 anos de
38%
25% 24%
25%
experiência profissional e ocupam cargos de assessoria.
24%
14%
Os dados revelam ainda que a tendência é a formação de equipes
7%
com um menor número de funcionários. Comparando-se a composição dos departamentos de Comunicação nos Mapas de 2011 e 2013,
2%
2%
0%
Até cinco
constata-se que aumentaram as empresas com equipes “de até 5” e
De seis a 20 2009
De 21 a 100 2011
Mais de 100
2013
“de 6 a 20” funcionários, enquanto as organizações com “mais de 21” funcionários diminuíram. O setor público é o único que ainda trabalha com departamentos de grande porte: 24% das equipes estão na faixa “de 21 a 100” funcionários, contra 8% nas empresas brasileiras e nenhuma entre as estrangeiras.
60%
58% 54%
40%
35% 35% 31%
20% 15% 8%
0%
Até cinco
De seis a 20 2009
68
5% 0%
De 21 a 100 2011
0%
Mais de 100
2013
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 69
Os dados revelam a formação de equipes com um número menor de funcionários.
gráfico 46: tamanho da equipe
gráfico 48: formação acadêmica
PERGUNTA:Qual é, atualmente, o número de funcionários no departamento de comunicação?
Pergunta: Qual o curso de graduação o(a) sr(a) fez (múltiplas citações)
60%
JORNALISMO 55%
53% 50%
47%
63%
PUBLICIDADE
37%
14%
ADMINISTRAÇÃO
7%
RELAÇÕES PÚBLICAS
6%
35%
MARKETING 13% 10%
0%
0%
Até cinco
De seis a 20 2009
De 21 a 100 2011
3%
OUTROS 0% 0% 0%
19% 0%
80%
Mais de 100
gráfico 49: pós-graduações
2013
Pergunta: Fez alguma pós-graduação? [Proporção de respostas “sim”] GERAL
A formação dos profissionais
78%
EMPRESA BRASILEIRA
88%
EMPRESA ESTRANGEIRA
A formação dos gestores é predominantemente de jornalistas – quase dois terços da amostra –, vindo em seguida os publicitários e os administradores de empresas. Praticamente 8 em cada 10 gestores já fize-
83%
SETOR PÚBLICO
66% 0%
90%
ram ao menos uma pós-graduação. É preciso ressaltar, no entanto, que no setor público o percentual de profissionais com esse tipo de
As equipes são multidisciplinares, formadas, em sua maioria (51%),
formação cai para 66%. Já nas empresas brasileiras, a busca por espe-
por profissionais de duas ou três diferentes formações. Do total de
cializações e pós-graduações parece ser a maior. Desse público, 88%
entrevistados, 36% disseram ainda que suas equipes têm várias espe-
disseram já possuir ao menos uma pós.
cialidades. Na outra ponta, apenas 13% dos gestores entrevistados trabalham com profissionais de uma única formação. E, quando isso acontece, em geral eles são jornalistas.
gráfico 47: cargo do entrevistado
As empresas estrangeiras são as que mais mesclam formações na composição de suas equipes de comunicação. Nesse público, 40%
ANALISTA/ ASSESSOR
30%
têm equipes com várias formações e apenas 7% trabalham com uma única formação. Em contrapartida, o menor percentual de equipes
COORDENADOR/ CHEFE/GERENTE
57%
DIRETOR/SECRETÁRIO/ SUPERINTENDENTE
blico, 60% das equipes têm duas ou três diferentes formações. Já a
12%
OUTROS
multidisciplinares se dá entre as empresas brasileiras (40%). Neste púmaior concentração de equipes com uma única formação ocorre no serviço público, onde 18% das assessorias de comunicação contam
12%
apenas com jornalistas em sua estrutura. 0%
70
60%
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 71
gráfico 51: multidisciplinaridade pergunta: Se o(a) sr(a) pudesse mudar as áreas de formação da sua equipe, acredita que ela deveria ser mais ou menos multidisciplinar?
80%
14% 6%
23%
65%
Na opinião de 67% dos gestores ouvidos pelo Mapa, as equipes de
47%
13%
43%
10%
comunicação deveriam ser ainda mais multidisciplinares. Essa parece mesmo ser a formação ideal, pois os gestores que trabalham com pro67%
fissionais de várias formações são os que mais responderam que não mudariam em nada a equipe (24%). Embora seja o menos multidiscipli-
24%
0%
9%
100%
nar, o setor público é quem mais busca diversificar a formação: 80% dos gestores nessa área disseram que gostariam de ampliar o leque de
MAIS MULTIDISCIPLINAR
NÃO MUDARIA EM NADA
MENOS MULTIDISCIPLINAR
profissões em sua equipe.
gráfico 52: áreas prioritárias pergunta: [apenas para quem disse “menos multidisciplinar”] pergunta: qual área deveria ser preponderante?
gráfico 50: formação da equipe pergunta: Sobre a área de formação da sua equipe de Comunicação, o(a) sr(a) avaliaria que ela é de uma só formação, de duas ou três formações ou de várias formações?
18%
42%
13%
60%
COMUNICAÇÃO SOCIAL
4
JORNALISMO
4
MARKETING
2
ADMINISTRAÇÃO
1
RELAÇÕES PÚBLICAS
1
PUBLICIDADE E PROPAGANDA
1
40%
28%
0
7%
13%
53%
51%
0% UMA SÓ FORMAÇÃO
72
40%
36%
100% DE DUAS OU TRÊS FORMAÇÕES
5
A multidisciplinaridade nas equipes é uma tendência no setor.
DE VÁRIAS FORMAÇÕES
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 73
art igo
w
Retrato preciso do comunicador contemporâneo
Um profissional que não se contenta
O comunicador empresarial brasileiro
A multidisciplinaridade na formação
com uma única formação, mas busca
trabalha, cada vez mais, em interface
dos comunicadores empresariais
acumular conhecimento em duas ou
com áreas fundamentais da gestão e
brasileiros é hoje, portanto, o
mesmo três áreas. Equipes cada vez
do conhecimento. Tem sede de saber,
principal atributo que destaca o
mais empenhadas em reunir diferentes
procura construir uma carreira que, em
alinhamento desses profissionais com
saberes, convictas que estão de uma
outros termos, represente um crescente
a complexidade das questões que as
percepção concreta: quanto mais diversa
reservatório de matéria-prima para
empresas, as instituições e a
for a formação dos seus integrantes,
reflexões e, assim, enfrentar os cres-
sociedade têm à sua frente.
melhores serão os resultados.
centes desafios da realidade. Alia aos seus afazeres de gestor um perfil culto.
Esse é o perfil do comunicador que
paulo nassar Diretor presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje)
emerge desta pesquisa Mapa da
A comunicação empresarial consolida a
Comunicação Brasileira 2013,
sua dimensão multidisciplinar porque, ao
realizada pelo Instituto FSB. O que se
longo dos anos, vem acompanhando, e
nota claramente é que o comunicador,
mesmo se antecipando, às grandes
em contraposição ao que fazia no
questões da sociedade brasileira.
passado, não ambiciona apenas estu-
Respondê-las significa, na prática,
dar as disciplinas tradicionais do cam-
aperfeiçoar-se, evoluir, acreditar que o
po da Comunicação. Procura a universi-
comunicador capaz de ler e entender o
dade e outras fontes de conhecimento,
seu tempo, aquele que tem ideias, pode
participa de programas de mestrado,
ver além dos fatos, situá-los em
doutorado e pós-graduação.
diferentes contextos e cenários
Empenha-se na educação continuada.
históricos, esse sim é o comunicador empresarial contemporâneo.
74
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 75
As fontes de informação Nesta 3ª edição do Mapa, a internet alcança o primeiro lugar como
gráficoS 55 e 56. mídia
principal fonte de informação para 83% dos gestores públicos e pri-
PERGUNTA: QUAL A SUA PRINCIPAL FONTE DE INFORMAÇÃO? E A SEGUNDA? [SOMA DAS DUAS CITAÇÕES]
vados. Além disso, quando as respostas são separadas por segmento, pela primeira vez a internet alcança o posto de fonte principal para os
100%
três públicos pesquisados. Há dois anos, esse fenômeno já ocorrera no
80%
setor privado, mas somente em 2013 a rede mundial ultrapassou os
62%
jornais como o principal meio de informação para os gestores de
49% 48% 43%
órgãos públicos.
40%
26%
23%
18%
3%
0%
gráficos 53 e 54: mídia
Jornais
Telejornais 2011
PERGUNTA:Qual a sua principal fonte de informação? E a segunda? [soma das duas citações] INTERNET
Rádios
Internet
2013
83%
JORNAIS
61%
TELEJORNAIS
100%
90%
26% 73%
70%
REVISTAS
62%
16%
RÁDIOS
11%
37%
0%
100%
0%
Jornais
13% 10%
15% 10%
Telejornais
Rádios 2011
100%
Revistas
20%
Internet
Revistas
2013
100%
80% 66% 52%
24% 22%
18%
15% 12%
9%
0%
Jornais
Telejornais
Rádios 2011
76
Internet
Pela primeira vez, a internet alcança o posto de fonte principal para os três públicos pesquisados.
Revistas
2013
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 7 7
Na publicidade Tabela 4 - Pergunta: Quais lhe parecem ser as melhores faculdades brasileiras na área da Comunicação - Publicidade
As referências acadêmicas
RANKING
UNIVERSIDADE
(%)
1º
ESPM
44%
2º
USP
19%
3º
FAAP
8%
4º
Cásper Líbero
7%
5º
PUC-RS
5%
e Relações Públicas, e a Escola Superior de Propaganda e Marketing
6º
UnB
4%
(ESPM) para Publicidade. Ressalte-se, neste ranking, a significativa por-
7º
PUC
4%
centagem, 49%, de desconhecimento em relação à área de Relações
8º
PUC-MG
4%
9º
UFMG
4%
PUC-RJ
3%
Outros
38%
Não sabe/Não respondeu
30%
Quem faz a cabeça dos gestores? Quais as instituições de comunicação mais lembradas por eles? Perguntados sobre os cursos universitários que lideravam o ensino em três habilitações de Comunicação Social, os gestores indicaram a Universidade de São Paulo (USP) como líder nos cursos de Jornalismo
Públicas. Em relação aos prêmios setoriais, o Prêmio Aberje sai consagrado como o mais importante para os profissionais de comunicação, na
10º
opinião de 43% dos gestores entrevistados.
No jornalismo
Em relações públicas
Tabela 3 – Pergunta: Quais lhe parecem ser as melhores faculdades brasileiras na área da Comunicação - Jornalismo
RANKING
(%)
RANKING
UNIVERSIDADES
(%)
1º
USP
43%
1º
USP
22%
2º
Cásper Líbero
29%
2º
Cásper Líbero
16%
3º
UFRJ
9%
3º
Universidade Metodista
7%
4º
PUC-SP
8%
4º
UFMG
4%
5º
UnB
8%
5º
ESPM
4%
6º
Universidade Metodista
8%
6º
UFRJ
3%
7º
ESPM
6%
7º
UniBH
3%
8º
PUC-MG
6%
8º
PUC- RS
3%
9º
PUC-RJ
6%
9º
UFRGS
3%
UFMG
5%
10º
PUC - PR
2% 4%
10º
78
UNIVERSIDADES
Tabela 5 - Pergunta: quais lhe parecem ser as melhores faculdades brasileiras na área da Comunicação – Relações Públicas
Não sabe/Não respondeu
23%
Outros
Outros
53%
Não sabe/Não respondeu
49%
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 79
prêmio setorial Tabela 6. Pergunta: Para você, qual é o principal prêmio do setor? Tema
Percentual
Aberje
43%
Comunique-se
19%
Cannes
17%
Prêmio Esso de Jornalismo
3%
Abracom
3%
Conbrascom
2%
Prêmio José Reis Divulgação Científica e Tecnológica
2%
Colunistas
1%
Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
1%
Nenhum
2%
NS/NR
8%
As prioridades do país, na visão dos gestores Temas econômicos dominam a agenda prioritária do país para o pró-
Os gestores de comunicação consideram prioridade o principal gargalo de competitividade do país: a infraestrutura.
Além do Mapa “E por que voltou a ser, então, um assunto central? Porque, se a infraestrutura não crescer, o Brasil vai parar de crescer. Isso já está acontecendo. Uma parte dessa queda de crescimento que nós tivemos nos últimos três anos se deve ao fato de que a infraestrutura brasileira não consegue mais atender as demandas da sociedade e da economia de um modo geral.” Cristiano Romero, editor-executivo do jornal Valor Econômico
uma agenda para o brasil Tabela 6. Pergunta: Para você, quais são as duas agendas prioritárias para o país nos próximos anos? Tema
ximo ano, na visão dos 120 gestores de comunicação ouvidos pelo
Percentual no total de citações
Mapa. Cada entrevistado podia citar até duas agendas, e os temas
Infraestrutura
15%
infraestrutura e economia foram os mais lembrados. Juntos, somaram
Economia
14%
Educação
11%
Reforma política
11%
Copa do Mundo
9%
Saúde
8%
Outros
7%
Eleições
6%
Políticas Sociais
6%
Combate à corrupção
3%
Segurança
3%
Manifestações
2%
Meio ambiente
2%
Reformas estruturais
2%
29% das citações. Educação e reforma política ficaram em terceiro, com 11% cada uma.
Além do Mapa “É muito natural que a infraestrutura seja a grande prioridade econômica do Brasil daqui para frente. A falta de infraestrutura está cobrando um preço altíssimo para a economia brasileira, para as empresas, para o próprio governo: o preço da improdutividade.” Cláudia Vassallo, diretora superintendente da Unidade Exame, da Editora Abril
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ENTREVIS TADOS
EMPRESAS E ÓRGÃOS PÚBLICOS OUVIDOS
D
G
Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas
GE Campinas
(Diteal)
Granol
Distribuidora Fartura Cisa Trading
H
Duke Energy - G. Paranap.
Helicópteros do Brasil S.A. (Helibrás)
DuPont
Holcim Hydro
E Ecovix Engevix
I
EDP Energias do Brasil
Imerys RCC
Empresa Gráfica da Bahia
Instituto de Pesos e Medidas do Estado de
Endesa Brasil
São Paulo (IPEM/SP)
A
C
AES Sul
Câmara Municipal de Belo Horizonte
Administração dos Portos de Paranaguá e
Centrais de Abastecimento do Estado do
Antonina
Rio de Janeiro (CEASA/RJ)
F
Aethra Sistemas Automotivos
Cesan
Ferrous Emesa
Agência de Fomento do Estado do Rio de
CSN
FCC
Janeiro
Cobra Tecnologia
Festval
K
Agência Estadual de Meio Ambiente e
Coca-Cola Guararapes
Fragnani Participações (Incefra)
Kowalski
Recursos Hídricos de Pernambuco (CPRH)
Companhia Energética de São Paulo (Cesp)
Freios Master
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
Companhia Pernambucana de Saneamento
Fundação de Planejamento Metropolitano e
L
Agência Nacional de Transportes Terrestres
(Compesa)
Regional (Metroplan-RS)
Lanxess Elastômeros
(ANTT)
Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado
Fundação Cearense de Meteorologia e
Albras
do Ceará
Recursos Hídricos (Funceme)
M
Alunorte
Conselho Administrativo de Defesa Econô-
Fundação Centro Integrado de Apoio ao
Magazine Luiza
Amsted Maxion
mica (Cade)
Deficiente da Paraíba (Funad-PB)
Marasca
Arcadis Logos
Coopercarga
Fundação HEMOMINAS
Marquise
ARG
Copersucar
Fundação Pública Estadual Hospital de
Mendes Junior
Astrazeneca
Corpo de Bombeiros Militar do Acre
Clínicas Gaspar Vianna, Paraíba
Mercedes-Benz
B
CR Almeida Engenharia
Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Mills Estruturas Engenharia
CVC Viagens
Educação (FNDE)
Ministério da Previdência Social
Barralcool
Cummins
Ministério das Cidades
Bematech
Curtume Viposa
Ministério das Relações Exteriores
Itaipu Binacional Instituto Nacional de Tecnologia (INT) IRB Brasil Resseguros S.A.
BSBBIOS
82
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Ministério do Desenvolvimento,
S
T
Indústria e Comércio Exterior
Secretaria de Educação do Estado
Takata Brasil S/A (Petri do Brasil)
Ministério do Meio Ambiente
de Mato Grosso do Sul
Teksid
Ministério do Planejamento,
Secretaria de Estado da Administração e
Tereos Internacional
Orçamento e Gestão
dos Recursos Humanos do Rio
Tribunal de Justiça do Estado de Minas
MMX Mineração e Metálicos
Grande do (RS)
Gerais
N
Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas
Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia
(TRT-MT)
Net Shoes
e Inovação do Distrito Federal
Tupy
Nexans Brasil
Secretaria de Estado de Educação de Pernambuco
U
Secretaria de Estado de Turismo da Bahia
Unilever
Pão de Açúcar
Secretaria de Fazenda da Prefeitura
Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Prefeitura Municipal de Belém
Municipal do Rio de Janeiro
Prefeitura Municipal de Macapá
Secretaria de Infraestrutura de Alagoas
V
Prefeitura Municipal de Natal
Secretaria de Segurança Pública do Distrito
Voith Hydro
Prefeitura Municipal de Salvador
Federal
Volkswagen
Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de
Secretaria Municipal do Trabalho e Empre-
Votorantim Metais
Pernambuco
endedorismo de São Paulo
Procuradoria-Geral do Estado do Espírito
Senado Federal
W
Santo
FAPESC
Walmart
Siemens
Yara Fertilizantes
P
R
Sodexo Puras
Renuka do Brasil
Spaipa Coca-Cola
Z
Repsol Sinopec Brasil
Sulgás
Zema Petróleo
Supergasbras
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BIBL IO GRAFIA
Benkler, Y., Roberts, H., Solow-Niederman, A., & Etling, B.
PEREIRA, S. C. (2011). Comunicação organizacional eficaz e tecno-
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86
M a pa da C o m u n i c aç ão Br a sileir a // 87
O Ins t it u to FSB Pesquisa
n ossa e x periên cia
O Instituto FSB Pesquisa tem compromisso com a
Pesquisas com jornalistas e blogueiros
produção de estudos relevantes para decisões estratégicas de seus
Estudos que permitem a avaliação das posições de mediadores de
clientes. Por isso, perseguimos a inovação, permanentemente. Em
informação de todo o país sobre a imagem de organizações e a res-
ideias, objetos de pesquisa, metodologias, técnicas, análise de progra-
peito de determinados temas. É possível também identificar oportuni-
mas e projetos, interpretação de dados e construção de conhecimen-
dades para a definição de estratégias de relações com a mídia e aces-
to íntegro e focado em resultados.
so a fontes habilitadas a apoiar o trabalho de assessoria de imprensa.
Nossa experiência concentra-se em avaliação de estratégias, programas e projetos, desenho de cenários, mapeamento de oportunida-
Pesquisas de comunicação interna
des de atuação organizacional e de responsabilidade social. Somos
Os primeiros e mais importantes stakeholders de uma organização são
especializados em estudos sobre mídia, comunicação organizacional e
seus colaboradores. Realizamos estudos para identificar o nível de en-
política, e na avaliação de relacionamentos institucionais.
gajamento aos objetivos corporativos, as carências de informação e a
Tal postura diante dos desafios só é possível porque a equipe do Instituto FSB Pesquisa é formada por mentes inquietas que se pau-
disposição em compartilhar e disseminar os princípios da empresa e as oportunidades de aprimoramento.
tam pela construção de expertise em pesquisa de comunicação e que têm como meta principal apresentar soluções que gerem resultados
Estudos setoriais
de alto valor. A equipe do Instituto FSB Pesquisa é multidisciplinar,
Identificação de posicionamentos e atuação de diferentes setores so-
com profissionais nas áreas de Ciências Sociais, Comunicação, Marke-
bre determinados assuntos e eventos especiais. São poderosos instru-
ting, Ciências Políticas e Estatística.
mentos para agendamento público-midiático ou para revisão de estratégias de posicionamento (branding).
• Patrícia Santiago, publicitária, com MBA em Marketing pela ESPM, especialista em planejamento em Comunicação;
Mapa da imprensa
• Marcelo Tokarski, jornalista com experiência de 19 anos em re-
Identificação e organização de perfis dos jornalistas mais importantes
dações de jornal, foi repórter especial de economia e editor de
na cobertura de um setor, tema ou campo de interesse. Ao final de
Cidades do Correio Braziliense;
uma análise de mídia e da apuração do perfil dos jornalistas, é possível
• Leonardo Barreto, cientista político, consultor de empresas,
reconhecer os pontos de resistência e aderência aos posicionamentos
ex-professor da Universidade de Brasília e doutor em Ciência Polí-
da organização para o aprimoramento da estratégia de relacionamen-
tica (UnB), é especialista em análise institucional, comportamento
to com estes importantes influenciadores.
eleitoral e processo decisório; • Max Stabile, cientista político, mestre em Ciência Política (UnB) e
Tracking Brasília
pesquisador associado do Núcleo de Políticas Públicas da Universi-
É um serviço bimestral de análise macropolítica do ambiente do poder
dade de Brasília – NP3-UnB;
na capital do Brasil. Combina dados quantitativos e qualitativos inédi-
• Marcelo Pimentel, cientista político (UnB), mestrando em Ciência
tos para descrever as condições políticas e o comportamento do Exe-
Política, é especialista em pesquisa eleitoral e análise de processos
cutivo, do Legislativo e da Mídia no processo deliberativo e indicar
decisórios no Congresso Nacional e em agências reguladoras;
tendências decisórias. O estudo permite a inclusão de blocos de ques-
• Carlos Nepomuceno, cientista político, mestre em Ciência Políti-
tões setoriais.
ca (UnB); • Bárbara Silva, estudante de sociologia na Universidade de Brasília, com ampla experiência em pesquisas de campo e análise de dados.
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Pesquisa de reputação pública Conhecer a opinião de autoridades públicas, líderes da sociedade civil organizada, executivos, acadêmicos e jornalistas a respeito da reputação pública do cliente pode ser um subsídio poderoso para o seu posicionamento institucional. Tem sido utilizada para ajustar o perfil de atuação empresarial e setorial nas relações institucionais e governamentais.
Pesquisa eleitoral e governamental Com experiências em campanhas municipais, estaduais e nacionais, o Instituto FSB Pesquisa desenvolve projetos e programas de pesquisa de opinião para eleições e para governantes, que permitem a avaliação e o ajuste da comunicação das lideranças políticas com os cidadãos.
Estudos de risco regulatório Avaliação do processo de discussão e decisão política de temas de interesse dos clientes em processo de debate e deliberação em Brasília. Seu objetivo é levantar toda a informação relevante sobre o tema, organizá-la e interpretá-la estrategicamente, servindo de instrumento de monitoramento e decisão.
Mapa de influenciadores Organização de perfis de autoridades com participação relevante nos processos decisórios de um determinado setor. Uma equipe de analistas políticos apura e interpreta informações públicas relacionadas à carreira, a posicionamentos e às ligações partidárias de atores com influência nas esferas municipal, estadual e federal.
Pesquisas ad-hoc O Instituto FSB Pesquisa tem como característica buscar soluções adequadas a cada tipo de cliente e problema de comunicação. Avaliar campanhas ou eventos e monitorar a opinião de stakeholders são alguns projetos que merecem um desenho diferenciado para cada situação.
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