Revista Suínos e Cia

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SUÍNOS&CIA - REVISTA TÉCNICA DA SUINOCULTURA

ANO VI - Nº 28/2008



Editorial Atualmente a mídia trata a crise mundial como o final dos tempos e parece que não teremos mais solução na economia contando com um diagnóstico crítico, evidenciando frustrações e pessimismo. Neste ambiente com constantes especulações presenciamos um cenário de questionamento de como serão os próximos dias e a constante preocupação se sobreviveremos a toda essa situação. Os que vivem a atividade de suinocultura conhecem êxito e fracasso e sabem que sempre existirão momentos difíceis, os quais devem ser administrados de forma eficiente, com investimentos certeiros para a superação desses momentos decisivos. A palavra de ordem no momento, sem dúvida, é precaução. Evitar dívidas de juros altos, principalmente as que a atividade com seu histórico dos últimos anos não consegue gerar recursos para pagar. Havendo oportunidade, troque dívida cara por uma opção de juros mais barato, focalize as necessidades básicas que podem gerar resultados a curto e médio prazo, mas que sejam de investimentos suportáveis e que não comprometam a saúde financeira de sua empresa. Acredite na motivação das pessoas e invista em recursos humanos optando por especialização, conhecimento, administração do tempo e foco no objetivo e resultados. Fuja dos excessos, procure superar toda situação com os pés no chão evitando investimentos milagrosos que podem gerar despesas e poucos recursos. Enfim, acredite que sempre existem oportunidades para aqueles que sabem superar situações difíceis com otimismo e criatividade. As Editoras


Índice

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Entrevista

10

Reprodução

16

Manejo

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Sanidade

32

Revisão Técnica

54

Sumários de Pesquisa

57

Recursos Humanos

58

Jogo Rápido

60

Aconteceu

Geraldo Camilo Alberton

Vitalidade: sobrevivência de leitões pelo melhoramento genético

Tratamento de leitões atrasados: experiência prática

Impacto econômico das doenças na produção de suínos

20º Congresso da IPVS

Para Refletir: De que grupo você faz parte?

Dra. Adriana Pereira pergunta: Vamos avaliar como se encontra seus conhecimentos frente a requisição de exames laboratoriais?

ABRAVES São Paulo reestruturada lança seu I Encontro Técnico Pfizer traz especialistas a São Paulo

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Divirta-se

Jogo dos 7 erros Teste seus conhecimentos Diagrama


Expediente Revista Técnica da Suinocultura A Revista Suínos&Cia é destinada a médicos veterinário, zootecnista, produtores e demais profissionais que atuam na área de suinocultura. Contém artigos técnico-científicos e editorias instrutivas, apresentados por especialistas do Brasil e do mundo.

Editora Técnica Maria Nazaré Lisboa CRMV-SP 03906

Consultoria Técnica Adriana Cássia Pereira CRMV - SP 18.577 Deborah Gerda de Geus CRMV - SP 22.464 Edison de Almeida CRMV - SP 3045

Jornalista Responsável Francielly Thaís Hirata MTB 7739

Projeto Gráfico e Editoração Dsigns Editoração e Comunicação dsigns@dsigns.com.br

Ilustrações Roque de Ávila Júnior

Capa Foto cedida por Agroceres PIC (reprodutor AGPIC 427)

Atendimento ao Cliente Adriana Cássia Pereira adriana@suinosecia.com.br

Assinaturas Anuais Brasil: R$ 120,00 Exterior: R$ 160,00 Liria Santos assinatura@suinosecia.com.br

Impressão Silvamarts

Administração, Redação e Publicação Rua Felipe dos Santos, 50 Jardim Guanabara CEP 13073-270 - Campinas - SP Tels.: (19) 3243-8868 / 3241-6259 suinosecia@suinosecia.com.br www.suinosecia.com.br A reprodução parcial ou total de reportagens e artigos será permitida apenas com a autorização por escrito dos editores.


Entrevista Suínos&Cia: Porque decidiu pela Medicina Veterinária? Dr. Geraldo: Desde criança sempre desejei ser médico veterinário. No segundo grau realizei o curso de Técnico em Agropecuária e tive contato com a pecuária, o que aumentou a minha vontade de trabalhar com animais. Assim, quando tive que decidir por uma profissão optei pela Medicina Veterinária. Suínos&Cia: Sua aproximação com suínos aconteceu durante a universidade? Dr. Geraldo: Meu interesse pela suinocultura aconteceu durante o período de estudante. Durante a graduação estive direcionado à área de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal. No entanto depois de formado tive a oportunidade de trabalhar com suínos como sanitarista. Neste momento decidi pela suinocultura, por ter tido muita relação com esse segmento.

Destaque:

Geraldo Camilo Alberton Apaixonado pela docência, o médico veterinário Geraldo Camilo Alberton optou pelas salas de aulas da universidade para transferir conhecimento e experiência adquiridos em sua formação para os futuros profissionais. Ao encontrar na profissão a realização pessoal, o veterinário que se especializou em suínos é atualmente professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O mestre Geraldo Alberton é formado em Medicina Veterinária pela UFPR há 18 anos, mestrado em Ciências Veterinária na UFPR (1996) e na seqüência, em 1998, doutor em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Dedicou seus estudos a pesquisa em sanidade, especialmente patologia. Desde 1993 trabalha como professor da UFPR, onde atua no ensino de graduação e pós-graduação e também na área de pesquisa, focalizando em sanidade: infecções urinárias, locomotores, e doenças infecciosas. Alberton também realiza pesquisas na área de inspeção.

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Suínos&Cia: O que o levou a decidir pela docência? Dr. Geraldo: Em 1993 fui convidado a participar de um concurso para professor de Doenças dos Suínos na UFPR, embora ainda não tivesse mestrado e doutorado, decidi buscar a oportunidade descobrindo que havia muita afinidade com a docência. A primeira aula que eu ministrei foi no próprio concurso para professor. Depois que as aulas começaram tive a certeza de que realmente gostava de ensinar e de viver no ambiente universitário. Suínos&Cia: Como foi realizar mestrado e doutorado seguidamente? Dr. Geraldo: Realizei ambos os cursos sendo professor da UFPR. O mestrado foi na UFPR e tive a excelente oportunidade de trabalhar em conjunto com a Embrapa Suínos e Aves em um projeto com infecção urinária em porcas, que foi meu tema de dissertação. Fui orientado nessa pesquisa pelo Dr. Jurij Sobestiansky, que na época atuava como pesquisador do CNPSA. Assim fui muito bem acolhido na instituição tendo o apoio do Jurij. Também tive o privilégio de ter sido orientado pelo professor Pedro Werner na UFPR. Ainda durante o mestrado, realizei algumas disciplinas no curso de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com excelentes professores do setor de suínos. Com relação ao meu doutorado, o fiz na Universidade Estadual Paulista (UNESP) em Botucatu. Trabalhei com artrite em suínos no abatedouro, no entanto a pesquisa foi desenvolvida em Concórdia, em parceria com o CNPSA, Sadia S.A e Serviço de Inspeção Federal. Na Embrapa fui co-orientado pelo Dr. Itamar Piffer, que na época ainda era pesquisador do centro e, me apoiou muito neste trabalho. O trabalho era árduo, mas novamente eu estava no CNPSA, local repleto de profissionais de grande gabarito e sempre dispostos a ajudar. Meu orientador na UNESP era uma pessoa muito especial, que confiou no meu trabalho e me deu carta branca para ir a Santa Catarina conAno VI - nº 28/2008


Entrevista duzir a pesquisa. Os profissionais do SIF, da Sadia S.A.e CNPSA me auxiliaram muito na parte de coleta e processamento das amostras. Sem a ajuda deles, não teria sido possível realizar esta pesquisa. Suínos&Cia: O fato de realizar pesquisas em sanidade ajuda na sua tarefa de professor? Dr. Geraldo: Acredito que sim, sem dúvida os conhecimentos gerados nessas pesquisas são aplicados no ensino e geram oportunidade na orientação para outras pesquisas tanto na graduação como na pós-graduação. O mais importante foi o amadurecimento científico que o mestrado e o doutorado proporcionaram e, isso se reflete positivamente no meu trabalho. Suínos&Cia: Quais as disciplinas que ministra na graduação e pós-graduação? Dr. Geraldo: Na graduação ministro duas disciplinas obrigatórias: Introdução à Medicina Veterinária e Doenças dos Suínos e mais duas optativas: Tópicos Especiais em Sanidade Suína e Grupo de Estudos em Sanidade de Aves e Suínos. Na pós-graduação ministro seminários gerais e sanidade suína. Suínos&Cia: Como trata essa responsabilidade de formar novos profissionais?

Suínos&Cia: Quais os principais desafios da docência? Dr. Geraldo: O primeiro e principal desafio dos profissionais que atuam como docentes é aprender a arte de ensinar, infelizmente a grande maioria não possui formação pedagógica. São profissionais das mais diferentes áreas que ingressaram para o corpo docente de uma universidade e, consequentemente, do dia pra noite, viraram professores. Cada um acaba aprendendo e se aprimorando por conta própria. Cito como exemplo eu, que participei de apenas dois cursos de curta duração sobre Docência no Ensino Superior, mas o que mais aprendi foi na prática e com a leitura de livros especializados sobre o assunto. O outro grande desafio é o de ser professor, em um país que pouco se valoriza a profissão de professor. Suínos&Cia: Se sente realizado como professor? Dr. Geraldo: Estou muito realizado ensinando a área de sanidade suína, pois é um setor de grande empregabilidade e de extrema importância para o país e para o mundo. Ademais, é uma área muito tecnificada e com pesquisas de ponta. Deste modo, abordo assuntos sempre atuais e falo aos alunos sobre um mercado em franca expansão no Brasil. A profissão de professor é muito gratificante e, considero

como uma das profissões mais motivadoras e importantes para o país. Suínos&Cia: Percebe interesse pelos alunos quanto à especialização de suínos? Dr. Geraldo: Infelizmente não. São poucos os alunos que se interessam pela suinocultura. A maioria se interessa pela área de Clínica e Cirurgia de Animais de Companhia. Os que se interessam por suínos geralmente saem da faculdade com bons empregos e, raramente trocam de área. Suínos&Cia: Ser homenageado por várias turmas de formandos, isso lhe deixa com a satisfação de dever cumprido? Dr. Geraldo: Sinto-me muito lisonjeado. Com certeza esta é uma forma de reconhecimento, pois é muito gratificante e emocionante ser homenageado pelos nossos alunos. Diferentemente do que ocorre em um ambiente empresarial, onde os funcionários são recompensados pela sua atuação profissional, na universidade não existe nada disso, pois não há nem critérios para avaliar quem efetivamente está cumprindo a contento o seu papel. O único reconhecimento que temos vem por parte dos alunos e, por isso, considero este tipo de homenagem uma certificação de qualidade do trabalho que realizo.

Dr. Geraldo: Nós professores temos uma responsabilidade gigante em nossas mãos. Recebemos alunos que estão no final da adolescência, e mandamos para o mercado, profissionais graduados. Temos que passar não apenas conhecimento, mas também valores extremamente importantes como ética, comportamento, cidadania, entre outros, tão significativos para o sucesso profissional. Infelizmente muitos desses conceitos não são tratados como disciplinas; apenas são transmitidos no convívio com os alunos. Por isso, assim como a atitude dos pais influenciam no desenvolvimento do caráter de seus filhos, a nossa atitude como professor, também influencia na formação de valores dos nossos alunos. Ano VI - nº 28/2008

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Entrevista dem comercializar reprodutores. Isso contribuiu significativamente para o controle de doenças como a Peste Suína Clássica e Doença de Aujeszky. Suínos&Cia: Poderia comentar como se encontra o Brasil em relação à pesquisa e tecnologia na espécie suína?

Suínos&Cia: Entre os estudos e pesquisas que realizou, qual foi o mais gratificante? Dr. Geraldo: Sinceramente foi ter trabalhado com artrite de suínos no serviço de inspeção, que realizei durante o doutorado, não apenas pela magnitude do trabalho, mas também pelo ineditismo para o Brasil. Muitas dúvidas que existiam sobre o assunto foram esclarecidas nessa pesquisa. Ainda hoje, são condenadas muitas carcaças de suínos devido à artrite e, nessa pesquisa demonstramos que a principal causa de artrite é a osteocondrose, que se trata de um processo não infeccioso, portanto, nesse caso a condenação é simplesmente desnecessária. Suínos&Cia: Como os estudos de sanidade suína podem auxiliar na prática os profissionais que estão a campo? Dr. Geraldo: A sanidade tem como principal fundamento a prevenção de doenças e, consequentemente, está muito atrelada ao manejo e ambiência, que são áreas de formação comuns à Medicina Veterinária e à Zootecnia. Deste modo, os estudos com sanidade acabam reforçando a idéia de que os profissionais que atuam na suinocultura precisam cada vez mais entender de “como criar os suínos” de maneira preventiva quanto ao controle de doenças. Sendo muito mais importante do que saber diagnosticar e tratar enfermidades. Suínos & Cia

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Suínos&Cia: Qual a importância da atualização constante dos profissionais da medicina veterinária e zootecnia? Dr. Geraldo: Estamos na era do conhecimento. O que se aprende na universidade, simplesmente é a base do conhecimento. Todos os profissionais precisam se atualizar constantemente através da leitura de revistas técnicas e científicas, participando de congressos técnico-científicos e realizando cursos de aperfeiçoamento ou pós-graduação. Atualmente dispomos de um recurso extremamente de fácil acesso que é a internet. É impressionante a facilidade que se tem para buscar atualização e novos conceitos. Suínos&Cia: Pode citar, de acordo com sua visão científica, quais foram os principais avanços nos últimos anos alcançados na área de sanidade suína? Dr. Geraldo: Os avanços mais significativos que ocorreram em sanidade de suínos foram conseqüências da modernização de nossas granjas. As melhorias das instalações, do manejo, da nutrição e das vacinas disponíveis no mercado, se refletiram positivamente na sanidade de nossos plantéis. Outro fato muito positivo foi a certificação das Granjas de Reprodutores. Antigamente muitas doenças eram introduzidas nas granjas por meio de reprodutores infectados e, atualmente, somente granja livres dessas doenças po-

Dr. Geraldo: O Brasil tem excelentes grupos de pesquisa de suínos. Dependendo do assunto, se encontram mais trabalhos atuais e de qualidade no país do que no exterior. Apesar de se ter pouco recurso para pesquisa, se realiza muitos estudos de qualidade. Entretanto, nossa competitividade com o exterior fica comprometida porque muitas técnicas avançadas que são utilizadas rotineiramente na pesquisa internacional, aqui, por questões de recursos, são pouco disponíveis. Creio que esse cenário envolve a medida que o país fortalece sua economia. Suínos&Cia: Como avalia a importância do professor para a suinocultura? Dr. Geraldo: Tanto, professores e pesquisadores têm uma grande responsabilidade com a suinocultura. È necessário formar profissionais de qualidade para atuar na área e, também, realizar pesquisas que tragam soluções para a atividade. Como o Brasil está em fase de desenvolvimento, os recursos disponíveis são limitados, logo, temos que ter muita parcimônia na realização de nossas tarefas. Nada adianta formar alunos ou realizar pesquisas que não estejam em sintonia com as necessidades do mercado. Suínos&Cia: A quem gostaria de agradecer o sucesso de sua trajetória? Dr. Geraldo: Primeiramente aos meus pais, que sempre investiram e estimularam meus estudos. Em segundo lugar, à UFPR, instituição que me acolheu como aluno e como professor e que me possibilitou a realização do mestrado e doutorado. Em terceiro lugar, aos amigos que encontrei por todos os cantos por onde andei. Tenho certeza que todas as vitórias que obtive na minha vida estiveram intimamente ligadas à ação direta ou indireta desses amigos. Ano VI - nº 28/2008



Reprodução Vitalidade: sobrevivência de leitões pelo melhoramento genético

Robson Carlos Antunes 1 Ana Carolina Portella Silveira 2 Aline Silva Mello César 2 Paulo Fernando Alves de Freitas 2 Professor da FAMEV - UFU 1 Mestrandos da FAMEV-UFU 2

robson@famev.ufu.br

Introdução Pode-se afirmar que o melhoramento genético dos suínos alcançou as metas, tão almejadas nas décadas de 60 e 70, de produção de carcaças com baixo percentual de toucinho, maior profundidade e maior área de olho de lombo, resultando em alto percentual de carne magra produzida por animal abatido, em um intervalo de tempo cada vez menor, devido às altas taxas de crescimento diário. Esta produção se dá com custos também cada vez menores, fruto da melhoria da conversão alimentar, imprimido, principalmente pelo componente paterno das linhagens comerciais. Em relação às características advindas do componente materno, também houve um grande avanço a partir da década de 80, que se concretizou na década de 90 e continua até os dias atuais. Em termos numéricos, o melhoramento genético dos suínos, considerando as linhagens paternas e maternas, proporcionou, em média, progressos genéticos anuais da ordem de +20 gramas para ganho de peso médio diário (GPMD), +0,5% em carne magra (CM%) e +0,2 leitões/ leitegada(16). No entanto, atualmente, há uma forte pressão para que mesmo características como baixo valor econômico também sejam colocadas nos índices de seleção, como por exemplo, agressividade e comportamentos estereotipados(07) e características Suínos & Cia

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A soma do melhoramento genético paterno e materno continua trazendo ótimos beneficios para produção como conversão alimentar e alta taxa de crescimento diário.

relacionadas ao impacto ambiental provocado pela suinocultura, como a excreção de nitrogênio e fósforo nas fezes. Em pesquisa recente, a exemplo de, Qu, Rothschild e Stahl (2007) utilizando a técnica de “microarray” detectaram efeito da linhagem do cachaço sobre a expressão de 339 genes, identificaram também efeito da quantidade de fósforo na dieta sobre a expressão de 18 genes e o efeito da interação entre a linhagem do cachaço e a dieta sobre a expressão de 31 genes. Adicionalmente, devido à resposta correlacionada(05), algumas características pioraram e, atualmen-

te, as taxas de mortalidade de leitões nas fases iniciais de vida aumentaram muito, contribuindo para a diminuição da velocidade do progresso genético da característica número de leitões desmamados por porca ano (D/P/A), mesmo com grande progresso genético na característica tamanho de leitegada (TL)(06). O mesmo foi encontrado em linhagens de camundongos selecionadas para tamanho da ninhada comparado a uma linhagem controle que foi mantida sob cruzamento aleatório por vinte gerações, ou seja, um aumento do número de filhotes por parto e um aumento concomitante da mortalidade pré-desmame na linhagem selecionada(24). Considerando Ano VI - nº 28/2008


Reprodução que a mortalidade de leitões não é importante apenas do ponto de vista econômico e de produção, mas também do ponto de vista de bem estar animal e social, já que a sociedade não aprecia o fato de grande número de leitões morrerem em sistemas intensivos de produção e não aprova o sacrifício de animais doentes ou refugos(31), torna-se necessário o investimento no melhoramento genético de características que propiciem o aumento da sobrevivência dos leitões. Estratégias de aumento da taxa de sobrevivência dos leitões pelo melhoramento genético podem ser implementadas focando a habilidade materna das linhas fêmeas ou ainda o aumento da resistência inata dos leitões às condições adversas enfrentadas no ambiente extra-uterino logo após o nascimento ou também, melhorando geneticamente os leitões no tocante à resistência a doenças específicas; e, logicamente, uma combinação de todas estas estratégias. Há necessidade de lembrar que o componente longevidade das matrizes influencia diretamente a lucratividade e a eficiência do sistema de produção de leitões(28).

Aumentando a sobrevivência por meio do componente materno Para fazer melhoramento genético para a habilidade materna da porca, seja pelo aumento da produção de leite ou da eficiência da lactação(1), já que a produção de leite da porca é um dos fatores mais importantes da limitação do crescimento do neonato(15); ou pelo melhor comportamento da matriz ao expor os tetos e pelo som característico emitido para chamar os leitões para mamar, e ainda, pelo comportamento cuidadoso ao deitar evitando o esmagamento(25), ou ainda pela combinação destas características, é necessário tomar alguns cuidados nos programas de Ano VI - nº 28/2008

A produção de leite da porca é um dos fatores mais importantes na limitação do crescimento dos neonatos.

melhoramento genético. As granjas núcleos de melhoramento genético que selecionam para a característica habilidade materna não devem usar hormônios para induzir o parto e, muito menos, para auxiliar a expulsão dos leitões após o parto iniciado. Em recente trabalho conduzido no México, os autores mostraram que a administração de ocitocina para auxiliar o parto tem efeito adverso sobre a viabilidade do neonato provocado pelo número, freqüência e intensidade das contrações miometriais, levando a um aumento do número de leitões que nascem com bradicardia e com acidose metabólica(18). O uso de ocitocina também aumenta a chance dos leitões sofrerem intervalos de hipóxia antes do nascimento, aumentando a mortalidade na maternidade(19). Mesmo assim, o uso da ocitocina no auxílio ao parto tem aumentado em granjas comerciais, pois esta prática diminui a duração total do parto e o intervalo entre a expulsão dos leitões, otimizando a mão-de-obra em grandes unidades produtoras de leitões, apesar de aumentar também a incidência de partos distócicos, além dos problemas mencionados com os neonatos(29).

Uma pesquisa conduzida pelo National Pork Producers Council (NPPC) nos Estados Unidos (EUA) mostrou que há diferenças enormes com respeito à longevidade das fêmeas e capacidade reprodutiva entre linhagens(17). Estas diferenças, certamente, também devem se estender ao comportamento destas matrizes, pois, apesar destas pesquisas não terem estudado características comportamentais especificamente, o peso da leitegada e a perda de peso durante a lactação foram estudados neste projeto e ambos são afetados pelo comportamento da fêmea na maternidade. Investir no melhoramento genético da característica habilidade materna é possível, já que os vários componentes desta característica são herdáveis(1), e necessário, pois há grande variação entre as linhagens comerciais dos resultados de produção(17) que também são conseqüência do comportamento materno, entre outros fatores. No entanto, é importante lembrar que para se calcular valores genéticos para determinados componentes da característica habilidade materna, deve-se corrigir estatisticamente para a vitalidade inerente Suínos & Cia

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Os leitões mais pesados ao nascer tem mais chances de sobreviver, devido a menor probabilidade de sofrer hipotermia.

dos leitões que a porca amamentou em cada ciclo(9). Finalizando, deve-se evidenciar que um dos componentes mais importantes da característica habilidade materna, que é a produção de leite, pode ser melhorado selecionando fêmeas com boa conformação de úbere durante o período de lactação, pois existe correlação positiva entre produção de leite e conformação do úbere(20). Mas, tem-se que considerar as respostas correlacionadas para as outras características, buscando o melhor balanço entre elas(1).

Melhoramento genético para resistência a doenças específicas Uma pesquisa conduzida na Universidade de Nebraska pelo grupo liderado pelo Dr. Rodger K. Johnson mostrou que as linhas paternas selecionadas para altas taxas de crescimento em carne magra, quais sejam Pietrain, Duroc ou Hampshire, são mais sensíveis aos efeitos deletérios provocados pela infecção pelo vírus da PRRS(21). Desde a década de 70, Suínos & Cia

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pesquisas têm sido conduzidas no sentido de desvendar mecanismos que expliquem a resistência a doenças específicas e com isto, seja possível o desenvolvimento de marcadores moleculares que possam ser usados no melhoramento genético por meio da seleção assistida por marcadores(34). Um exemplo de sucesso nesta área é o desenvolvimento de marcadores para resistência a colibacilose que já foi concluído, patenteado e é amplamente utilizado pela PIC (Pig Improvement Company) em seu programa de melhoramento. Estudos sobre a herança genética deste marcador de resistência mostraram que a resistência resulta da falta de um simples receptor de superfície celular para a cepa K88. Desta forma, os leitões que não possuem este receptor não são colonizados, pois a E. coli cepa K88 não consegue se aderir à mucosa intestinal destes leitões(34). A utilização de modelos animais empregando camundongos e ratos transgênicos, em que alguns genes são silenciados pela técnica de knout out, é uma ferramenta valiosíssima na elucidação dos mecanismos moleculares das doenças e tem

produzido bastante conhecimento no caso específico de doenças humanas, como Diabetes e Mal de Parkinson. A produção de suínos transgênicos tem aumentado nos últimos anos e, em breve, analogamente ao que já acontece com as pesquisas de doenças em humanos, estas técnicas serão aplicadas na elucidação dos mecanismos moleculares que regem as doenças em suínos. Técnicas recentes e com poder maior de elucidação também serão utilizadas neste sentido como, por exemplo, a recém desenvolvida técnica de RNA de interferência que gerou um prêmio Nobel. Isto proporcionará a utilização da estratégia de Marked Assisted Selection (MAS) em maior escala no melhoramento genético de suínos no tocante ao desenvolvimento de linhagens resistentes a doenças específicas.

Melhoramento genético para a vitalidade dos leitões Vitalidade dos leitões é definida como sendo a capacidade dos leitões sobreviverem da fase final de gestação, passando pelo parto e pelo período crítico dos primeiros três dias até o desmame(9). Como o conceito envolve a natimortalidade, é interessante frisar que é extremamente importante a correta diferenciação dos leitões natimortos daqueles que nasceram e morreram logo após o parto e, não raramente, sem a presença do “parteiro”, pois a mortalidade fetal é influenciada por genes da mãe e genes do feto e ocorre em períodos críticos da gestação que coincidem com as mudanças na placenta(33). Entre os dias 20 e 30 de gestação, há o maior crescimento da placenta e logo após, entre 35 e 40 dias, há um pico de mortalidade fetal que pode ser mensurado avaliando-se os leitões mumificados abaixo de 4 cm de comprimento(33). Até os 60 dias de gestação, há um crescimento linear do comprimenAno VI - nº 28/2008


Reprodução to da placenta atingindo aos 65 dias a maior taxa de aumento do peso e, coincidindo com esta fase importante mudança na placenta, há outro pico de mortalidade fetal entre 55 e 65 dias de gestação que pode ser medido avaliando os números de leitões mumificados com 10 a 21 cm(33). E, finalmente, após 100 dias de gestação, há o último pico de mortalidade fetal que são os leitões natimortos, com aspecto normal ou já em deterioração (leitões “achocolatados”). Produções acima de 30 D/P/A já acontecem em vários locais em nível mundial, às vezes, com mudanças no manejo com a intenção de alcançar este tipo de meta, cobrindo marrãs com 160kg aos 270 dias e as mantendo como mães de leite na primeira lactação, alongando o período de lactação para 30 dias, com efeito benéfico sobre a reprodução no próximo parto(22). Mas um dos maiores problemas que impede que um número maior de unidades produtoras ultrapasse a barreira dos 30 leitões D/P/A é o aumento da mortalidade que aconteceu nas linhagens maternas como resposta correlacionada negativamente com a característica tamanho de leitegada(6). Uma possível explicação para o aumento da mortalidade dos leitões é o fato de que rações de gestação com balanço inadequado de aminoácidos ideal possam levar leitões a termo com deficiências nutricionais já ao parto, o que proporcionaria uma diminuição da vitalidade destes leitões. Os trabalhos de Kim e Wu, 2005 mostram que há uma necessidade de se formular rações específicas para a fase inicial e final da gestação no tocante ao balanço de aminoácidos ideal e também considerar as diferenças entre primíparas e multíparas(8). O manejo de se usar apenas um tipo de ração gestação com o mesmo nível adequando apenas a quantidade para as diferentes fases da gestação e categoria de fêmeas gestantes certamente não está em concordância com os resultados Ano VI - nº 28/2008

destas pesquisas. Quando se pensa em melhorar esta característica, vem logo em mente a estratégia de se aumentar o peso ao nascer dos leitões, pois leitões mais pesados têm mais chances de sobreviver, já que a probabilidade de sofrerem hipotermia é menor(31). Mas, paradoxalmente, em uma revisão publicada sobre este tema são citados vários trabalhos que mostram que selecionar para o aumento do peso ao nascer não aumenta a sobrevivência dos leitões e a explicação dada para esta contradição é o fato de que são genes diferentes que controlam o peso ao nascer e a maturidade fisiológica do leitão, sendo mais eficiente selecionar para aumentar a uniformidade de peso dentro de leitegada para elevar indiretamente a taxa de sobrevivência até o desmame(2). Pensando em selecionar características comportamentais dos leitões que, por conseqüência, aumentaria a taxa de sobrevivência, uma pesquisa foi conduzida em rebanhos núcleos de melhoramento, em que foi avaliado o comportamento de dois grupos de leitões com relação ao mérito genético

para a característica vitalidade logo após o parto e durante as primeiras 24 horas, medindo o tempo gasto do nascimento até o leitão ficar de pé, tempo gasto até o primeiro contato com o úbere e o tempo que o leitão levou do nascimento até colocar o teto na boca. Estas características comportamentais não explicaram a diferença de mérito genético para a característica vitalidade(12). Este mesmo grupo de pesquisadores continuou aprofundando o assunto para tentar explicar as diferenças encontradas em relação ao mérito genético para a característica vitalidade dos leitões e conduziram outras pesquisas buscando diferenças de estoques de energia nos dois grupos de leitões com relação ao mérito genético e encontraram no grupo de maior mérito genético uma maior quantidade de glicogênio muscular e hepático, maior conteúdo de gordura, maior peso de adrenal, níveis mais elevados de corticóides circulantes e melhor eficiência placentária(13). Este grupo de pesquisadores também mostrou que a seleção para a característica vitalidade dos leitões ao parto pelo componente materno leva a uma

Uma das caracteristicas da habilidade materna é a produção de leite, que pode ser melhorada selecionando fêmeas com boa conformação de úbere.

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Reprodução diminuição do número de leitões natimortos sem diminuir o tamanho da leitegada(14). Os suínos nascem com pouca reserva de gordura e pobre capacidade gliconeogênica e, portanto, dependem dos estoques de glicogênio(3). Por este motivo, os achados das pesquisas citadas são bastante valiosos para explicar diferenças nas taxas de sobrevivências dos leitões. Adicionalmente, outro fato colabora para a convergência destes resultados na explicação da característica vitalidade, o fator fisiológico ligado ao parto e à maturidade dos leitões ao final da gestação, que é o aumento do nível de cortisol, responsável por induzir o pulmão a produzir uma quantidade adequada de surfactante, que será extremamente importante na primeira inspiração de cada leitão no momento do parto(4). A importância do aumento do cortisol na fase final da gestação ligada ao aumento da produção de surfactante fica clara quando se conhece o fato de que maternidades de humanos usam surfactante isolados de pulmões de suínos para aumentar a taxa de sobrevida de crianças que nascem prematuras. Selecionar para vitalidade dos leitões é possível, eficiente e necessário(9). Há resposta correlacionada com outras características de interesse econômico e devem ser balanceadas dentro do programa de melhoramento genético. Interessante notar que quando se seleciona para vitalidade dos leitões e taxa de crescimento, concomitantemente, ocorre um ganho extra na taxa de crescimento comparado a uma estratégia em que se seleciona apenas para taxa de crescimento(10). Durante o 8º Congresso Mundial de Genética Aplicada ao Melhoramento Animal (8th WCGALPWorld Congress on Genetics Applied to Livestock Production), realizado em 2006 pela primeira vez no Brasil, muitos dos trabalhos de pesquiSuínos & Cia

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sas apresentados foram sobre o melhoramento genético para vitalidade dos leitões. Dos 27 trabalhos apresentados na seção de Melhoramento Genético de Suínos (Pig Breeding), oito foram sobre vitalidade dos leitões. Destes trabalhos apresentados em 2006, muitos já foram publicados em revistas especializadas. Um especificamente traz uma contribuição interessante, mostrando que selecionar para o número de leitões que sobreviveram até o 5º dia útil após o parto é mais eficiente do que selecionar para tamanho de leitegada ao nascer(30).

Referências Bibliográficas

Considerações finais

04. GUYTON.; HALL. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 2002. 973p.

Selecionar para a característica vitalidade dos leitões é possível e necessário e para ser implementado com eficiência deve-se, além de se controlar os pais biológicos, desenvolver correções estatísticas para o peso ao nascer, para o efeito da habilidade materna da mãe de leite, devido à transferência entre leitegadas, pois são fatores de grande impacto na taxa de sobrevivência dos leitões. A herdabilidade da característica vitalidade dos leitões é muito baixa, mas a sua grande variabilidade torna-a passível de seleção com eficiência econômica. O fato de esta característica ser de magnitude bastante baixa faz com que seja necessário o uso de informações de grande número de animais geneticamente conectados em ambientes diversos, para aumentar a acurácia de seleção dos valores genéticos e, conseqüentemente, aumentar o progresso genético para esta característica. A conseqüência do melhoramento genético para a característica vitalidade dos leitões é o aumento da uniformidade do peso ao nascer e a produção de leitões fisiologicamente mais maduros.

05. HOLM, B.; BAKKEN, M.; KLEMETSDAL, G.; VANGEN, O. Genetic correlation btween reproduction and production traits in swine. Journal of Animal Science, v.82, p. 3458-3464. 2004.

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Manejo Tratamento de leitões atrasados: experiência prática Introdução Nas últimas duas décadas, a indústria de melhoramento de suínos direcionou boa parte do seu foco na seleção de matrizes de alta produtividade, objetivando aumentar o número de leitões nascidos/parto e um conseqüente aumento no número de leitões desmamados/porca/ano. Trata-se de um enorme benefício para a suinocultura industrial, e não há dúvidas de que este ganho genético deve ser mantido e até mesmo incrementado, desde que acompanhado de processos que preservem ou mesmo aperfeiçoem a qualidade do leitão nascido. Não há qualquer dúvida que o ganho genético pode e deve continuar positivo para a prolificidade das linhagens maternas, pois a indústria especializada já conta com ferramentas de seleção genética para vitalidade e sobrevivência dos leitões, com excelentes resultados já conquistados e consagrados em alguns programas, conciliando assim quantidade com qualidade dos leitões nascidos. Os leitões “atrasados” representam, portanto, a expressão clínica mais visível do conceito de variabilidade na produção de suínos. Podendo afirmar que a variabilidade representa o maior custo de oportunidade da produção, e também um dos custos mais negligenciados por técnicos e produtores. Dentro desse custo, podemos relacionar diversas facetas que comprometem e oneram a produção em granjas com alta variabilidade ou alto percentual de leitões atrasados: • Custo associado aos descontos praticados pela indústria: em sistemas que abatem com tipificação individual de carcaças, calcula-se que Suínos & Cia

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apenas de 10% a 20% dos animais abatidos atualmente são classificados dentro da área de máxima de rentabilidade nas matrizes de remuneração; • Custo associado à ineficiência de utilização de instalações: o sistema tudo dentro / tudo fora expôs a inconveniência da variabilidade em peso; • Custo associado ao comprometimento da alimentação por fases, quando há alta variabilidade de peso em uma mesma fase; • Custo de produção mais elevado dos animais menores: a variabilidade causa distribuição desigual dos custos de produção; • Custo associado à maior mortalidade dos animais menores e refugos; • Custo associado à instabilidade imunológica do rebanho, mantida e promovida pelos animais “super-difusores” que compõem a população de animais atrasados. No decorrer deste artigo, serão demonstradas as possibilidades de tratamento dos leitões atrasados do manejo, nutrição e da terapêuti-

Glauber S. Machado(1) Roniê W. Pinheiro(1) 1

Médicos Veterinários da Integrall Soluções em Produção Animal

ca. Também será enfatizado o componente genético da variabilidade. Inicialmente será abordada uma discussão ampla sobre o peso ao nascimento, o peso ao desmame e a primeira semana após o desmame, bem como suas implicações futuras, por se tratarem dos grandes determinantes da variabilidade e da ocorrência de leitões atrasados, nas fases subseqüentes.

Peso ao Nascimento O baixo peso ao nascimento afeta de forma direta a ocorrência de leitões atrasados e a taxa de mortalidade nas diversas fases de produção, além de criar dentro do sistema de produção as chamadas subpopulações imunológicas. Estas apresentam comportamento imunológico e sanitário distinto dos demais animais e são responsáveis pela manutenção e recirculação de problemas clínicos no rebanho, além da amplificação dos problemas sanitários por estes animais “super-difusores”, sendo um fator de risco constante para os animais contemporâneos.

Tabela 1 – Influência do peso ao nascimento sobre os parâmetros de desempenho subseqüente (Azain et al., 1996) Grupo 1

Grupo 2

128 (23%)

438 (77%)

Média de Peso ao Nascimento (kg)

1,23 b

1,76 a

Média de Peso aos 14 dias (kg)

2,97 b

4,86 a

Média de Peso ao desmame (kg)

6,08 b

8,35 a

Idade Média ao Desmame

26,4

26,2

GPD do nascimento ao dia 14 (g/d)

122 b

223 a

GPD do dia 14 ao desmame (g/d)

408 b

501 a

GPD na creche (g/d)

339 b

396 a

Número de Leitões

Ano VI - nº 28/2008



Manejo

Leitões que nascem mais pesados tem maior pesoao desmame e na saída de creche. Fonte: Juvenal Ribeiro

A redução no peso ao nascimento é acompanhada pelo aumento na variação de peso no crescimento e queda no desempenho. Em média, os leitões com peso inferior a 900 g ao nascimento requerem de sete a 15 dias a mais para chegarem ao abate que as categorias de pesos superiores(3). Por outro lado, os leitões que nascem mais pesados têm maior peso ao desmame e na saída de creche, com este potencial sendo expresso até o abate. Como regra geral, considera-se que um aumento de 100g ao nascimento resulta num ganho de 200g ao desmame e que a cada 100g adicionados no desmame possibilita um ganho extra de 500g ao abate(10). Entretanto, essa relação (efeito multiplicador) pode variar muito entre diferentes sistemas de produção, por ser também influenciada por diversos fatores extrínsecos. A tabela 1 permite visualizar essa relação entre o peso ao nascer e os pesos subseqüentes. Neste trabalho (Azain et al., 1996), os leitões de maior peso ao nascer (grupo 2), demonstraram melhor desempenho ponderal em todas as fases subseqüentes. Sabe-se que os leitões apresentam baixas reservas energéticas pela ausência de tecido adiposo marrom, baixo percentual de gordura corporal e dependência exclusiva de glicose nas primeiras horas de vida(9). Os Suínos & Cia

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leitões nascem em média com 1,6% de gordura corporal e o aumento do peso ao nascimento é acompanhado do aumento neste percentual de gordura, que assegura melhor isolamento corporal e maior reserva aumento à sobrevida nesta fase, sendo conseguido com ajuste nutricional na gestação. As maiores perdas por mortalidade na maternidade ocorrem, em sua maioria, até o terceiro dia de vida, estando correlacionadas com o peso e vigor dos leitões ao nascimento. Em trabalhos americanos e europeus, os leitões que nascem com peso inferior a 1,0 kg apresentam taxas de mortalidade superiores a 40%(6, 13). Avaliando a sobrevivência de leitões em 11 diferen-

tes categorias de peso ao nascimento, de 200 em 200 gramas, Quiniou et al encontraram taxas de mortalidade de 64% no primeiro dia, para leitões nascidos com menos de 600 gramas, e de 85% até o desmame, para esses mesmos leitões. Já para os leitões nascidos entre 601 e 800 gramas, a mortalidade foi de 29% no primeiro dia de vida, com mortalidade acumulada de 52% até o desmame, para essa mesma categoria. Já em condições de manejo otimizadas, em trabalhos nacionais, esta mortalidade é um pouco menor, mas ainda assim muito mais expressiva do que a mortalidade de animais médios e pesados ao nascimento. Trabalhando com causas não infecciosas de mortalidade na maternidade, Furtado (2007) encontrou 28,9% de mortalidade nos leitões nascidos com menos de 900 gramas de peso.

Desempenho dos animais Em um ensaio conduzido a campo, neste ano de 2008, em uma granja de 4500 matrizes, encontrouse uma taxa de mortalidade da ordem de 45% nos leitões nascidos com menos de 600 gramas, ao passo que os leitões nascidos com peso entre 601 e 900 gramas apresentaram 32% de mortalidade no primeiro mês e 24% no segundo mês. O ensaio permite concluir que as diversas ferramentas de manejo aplicadas logo após o nascimento tiveram muito pouco êxito nos leitões nascidos com menos de

Gráfico 1 – Taxas de mortalidade pré-desmame de leitões nascidos em diferentes categorias de ganho de peso (Integrall, 2008).

Ano VI - nº 28/2008


Manejo Tabela 2 – Amplitude de variação de diferentes parâmetros ao nascimento (Leenhouwers, 2001) Variável

Média

Mín.

Máx.

Peso Nascimento (g)

1518

450

2600

Intervalo entre nascimento (min)

19,1

0

175

Tempo para se levantar (min)

8,9

1

56

Tempo para chegar ao teto (min)

23,1

3

240

Tempo para primeira mamada (min)

52,7

5

382

600 gramas. O objetivo deste trabalho vai além da comparação entre as taxas de mortalidade, abrangendo também a avaliação completa de desempenho (ganho ponderal e eficiência alimentar) dos animais nascidos em diferentes categorias de peso. Desta forma, pode-se inclusive optar pelo sacrifício ou não, já ao nascimento, de leitões nascidos abaixo de um patamar mínimo de peso que seja considerado o “peso mínimo de viabilidade econômica”. O gráfico 1 ilustra os dados de mortalidade obtidos nos primeiros 2 meses desse ensaio. Leitões nascidos com peso inferior a 1,2 kg apresentam baixas reservas ao nascimento requerendo maior tempo para a primeira mamada, apresentando maior taxa de mortalidade até o terceiro dia e menor peso ao desmame. Sabe-se ainda que leitegadas numerosas, em porcas com idade avançada, aumentam a prevalência de leitões com peso inferior a 800 g (Bertolin 1992). Avaliando a variabilidade em diversos parâmetros ao nascimento, Leenhouwers (2001) encontrou uma significativa amplitude de variação, conforme se observa na tabela 2. O coeficiente de variação do peso das leitegadas ao nascimento situa-se entre 22% e 26%, sendo que o número de leitões nascidos está inversamente relacionado com o peso ao nascimento e de forma positiva com o coeficiente de variação (CV). Assim, há uma forte correlação entre o peso ao nascimento, peso ao desmame e dias necessários para o abate. Ainda, observa-se que os leitões que nascem menores fazem parte de uma subpopulação de animais, na qual há menor ingestão de colostro, com redução na duração da imunidade passiva, ficando expostos aos agentes Ano VI - nº 28/2008

patogênicos de forma prematura. Esta classe de animais altera a dinâmica de infecção nas granjas permitindo repiques nas taxas de mortalidades com perdas de desempenho. O número de fibras musculares é um importante determinante da massa muscular. No suíno, o número de células musculares é concluído durante a fase de gestação, com este permanecendo fixo do nascimento ao abate (Dwyer & Sticklnad, 1991). Após o nascimento, o potencial crescimento muscular está limitado à hipertrofia (aumento no tamanho das células). Desta forma, algumas questões são levantadas com relação à capacidade limitada de crescimento dos leitões que têm baixo peso ao nascimento: 1) Estes apresentam menor número de fibras musculares ao nascimento e, portanto menor potencial de crescimento muscular; 2) Menor capacidade de ingestão em

valores absolutos; ou 3) Menor concentração de IGF-1, o que reduziria a taxa de ganho destes animais. Algumas pesquisas têm mostrado que os leitões com baixo peso ao nascer apresentam menor número de fibras musculares(6). Entretanto, outros trabalhos mostram que esta redução no número de fibras musculares ocorre apenas em leitões que nascem com peso inferior a 800 g, não sendo observado nas demais categorias de peso(7). Lynch et al. (2006) concluíram que os leitões de baixo peso ao nascimento apresentam-se mais leves ao abate, com redução na média de ganho diário e ingestão de alimentos. A concentração de IGF-1 é menor (28%) do que no grupo de animais pesados, não havendo qualquer diferença quanto ao número de fibras entre as categorias de peso ao nascimento. Os animais com baixo peso ao nascimento apresentam ainda uma menor altura das vilosidades intestinais, redução na atividade das enzimas lactase e lipase, menor número de receptores de hormônios da tireóide no músculo e menor nível de IGF-1 na circulação. A redução no peso ao nascimento também pode estar associada a um menor número de fibras musculares e redução no percentual de carne magra ao abate(10).

Nos animais com nascimento abaixo do peso apresentam menor altura das vilosidades intestinais. Fonte: Suinos & Cia

Suínos & Cia

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Manejo Alguns fatores têm 1,9 kg no peso de saída de influência direta no peso creche (56 dias de idade) e ao nascimento e desmame, ao abate este animais tivepodendo citar a ordem de ram 4,2 kg de ganho adiparição. Observa-se um aucional. mento de peso linear tendo Em uma simulação como base a primeira parieconômica, considerando ção e uma queda da sexta pressupostos americanos parição em diante. Smith et de mercado, foi detectaal. (2007) apontam a quarta da vantagem em dólar, parição como pico de peso de 3,47; 5,24; 4,91; 6,34 ao nascimento embora ale 8,29 por suíno abatido guns trabalhos tenham mosaos 125 kg de peso vivo e trado que este pico ocorre desmamados, respectivanas matrizes de quinta parimente, com 5,5; 6,4; 7,3; ção. O aumento no peso ao 8,2 e 9,5 kg aos 20 dias em nascimento entre a primeicomparação com os leitões ra e segunda parição pode desmamados com 4,6 Kg. estar ligado ao aumento do Faz-se necessária, portanespaço uterino. Já a queda to, a implementação de do peso ao nascimento e aumanejo e tecnologias, de mento da variação do peso ordem prática, que asseao nascimento nas matrizes gurem a maximização do mais velhas ocorre pelo aupeso ao desmame, dentro mento na taxa de ovulação das condições do sistema e tamanho da leitegada(12). de produção. Problemas relacionados à A melhoria da connutrição fetal e eficiência dição corporal das matriplacentária também podem As matrizes mais jovens possuem glândula mamária em desenvolvimento, zes, ajustes de manejos e estar associados ao menor produzindo menos leite e reduzindo o peso ao desmame. ambiente, melhorias na peso ao nascimento e maior Fonte: Juvenal Ribeiro qualidade da ração de lacvariabilidade de peso em tação, bem como adoção leitegadas de porcas mais mento, produzindo menos leite e re- de um programa de suplementação velhas. duzindo significativamente o peso ao para leitões lactentes, trazem beneA correlação negativa entre desmame. fícios diretos e comprovados, sendo tamanho de leitegada e peso ao nasHá uma correlação fortemente observada melhoria no peso médio, cimento é um fato, já atestado em di- positiva entre o peso ao desmame, a redução da variação de peso dentro de versos trabalhos. Entretanto, há atualeficiência de crescimento e a qualida- leitegada e menor mortalidade desses mente diversas ferramentas de seleção de de carcaça dos animais abatidos. leitões lactentes. e melhoramento que têm permitido a Em geral, leitões mais pesados melhoria da qualidade ao nascimento Desta forma, o peso ao desmame é um importante parâmetro de predição ao desmama crescem mais rapidamenem leitegadas numerosas. para o peso na saída de creche, con- te no período imediatamente posterior forme evidenciado por Cole & Var- à desmame e são menos susceptíveis ley (2000) e apresentado na tabela 3. a distúrbios digestivos e à diarréia. Peso ao Desmame Cooper et al. (2001) relatam que para No entanto, leitões desmamados precada 1 kg que se consegue agregar no cocemente, mesmo com um peso aciUm dos mais importantes fa- peso ao desmame há um acréscimo de ma de 5,5 kg, não apresentaram um tores que influenciam a performance pós-desmame de suínos é o peso à Tabela 3 – Influência do peso ao desmame sobre o desempenho até o abate com desmama. Observa-se efeito da idade 104 Kg (Cole & Varley, 2000) da matriz, época do ano e idade de Pesos ao desmame 4,1 a 5,0 5,1 a 6,8 6,9 a 8,6 desmame sobre o parâmetro de peso ao desmame. As fêmeas de primeira Idade à desmama (d) 24 25 25 e segunda parição tendem a apresenPeso ao abate (kg) 104 104 104 tar leitegadas mais leves ao desmaGPD recria e terminação (g) 703a 732b 750c me, estando os leitões mais pesados na quarta e quinta parições. Sabe-se Consumo diário ração (Kg) 2,304 2,336 2,300 que as matrizes mais jovens possuem Dias do desmame até o abate 136a 134a 128b glândula mamária em desenvolviSuínos & Cia

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Ano VI - nº 28/2008


Manejo desempenho subseqüente satisfatório. Assim, os animais que pesam menos de 4,5 kg ao desmame (21 dias) requerem 12 dias a mais para atingirem o peso de venda quando comparados aos leitões desmamados com 6,8 kg(2). A idade da desmama é um importante fator que interfere na média de ganho diário após a desmama e na lucratividade ao abate, em função do peso à desmama e maturidade fisiológica dos animais. O desempenho dos animais aumenta de forma linear com o aumento da idade de desmame até que se atinja 22 dias como idade de desmama(11). Em condições práticas, observações constatam que há resposta positiva crescente, em diversos parâmetros de desempenho dos leitões pós-desmame, quando se aumenta a idade de desmame dos 17-18 dias até a idade de 23-24 dias.

Linhagens genéticas modernas tendem a conciliar quantidade de leitões com qualidade do leitão nascido, garantindo ganho genético positivo para prolificidade, sobrevivência e qualidade do leitão ao mesmo tempo. Fonte: Juvenal Ribeiro

A primeira semana após o desmame A taxa de crescimento durante a primeira semana pós-desmame também é um excelente indicador dos dias de alojamento necessários para o abate. Os leitões com ganhos superiores na semana subseqüente à desmama chegam ao abate alguns dias antes que os animais que apresentam uma queda ou mesmo um ganho muito moderado durante este período. Os animais com ganhos diários inferiores a 115g na primeira semana, após a desmama demoram até 20 dias a mais para chegar ao abate quando comparados com os animais que mantêm a taxa de ganho similar ao da maternidade (250g/dia). A magnitude da correlação entre ganho de peso pós-desmame e peso ao abate é superior que aquela observada entre

o peso ao nascimento ou desmame com o peso de abate, o que justifica a adoção de manejos que incrementem ganhos nesta fase. A tabela 4 ilustra o efeito do GPD na primeira semana pós-desmame sobre o desempenho subseqüente. De forma similar, trabalhos da equipe de nutrição da Universidade do Kansas evidenciaram correlação forte e positiva entre o GPD na primeira semana pós-desmame e o desempenho dos animais até o abate (gráfico 2).

Ações concretas para redução da variabilidade de peso Diversos fatores contribuem para que os animais possam expressar o desempenho máximo nas granjas

Tabela 3 - Efeito do GPD durante a 1ª semana pós-desmame sobre o desenvolvimento subseqüente dos leitões (Mahan, 1996) Parâmetros

GPD na primeira semana pós-desmame (g/dia)

Idade

0

0- 0,15

0,15 – 0,23

> 0,23

28 dias

14,5

15,9

16,8

18,2

56 dias

30,0

30,9

32,7

35,0

156 dias

105,3

108,5

111,7

113,5

Idade aos 113,5 kg

183

179

175

173

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comerciais. Sabemos que de 20% a 30% deste potencial é perdido do nascimento ao abate. Estas perdas estão associadas à redução na taxa de ingestão provocadas por condições que limitam o consumo, levando à restrição alimentar. Dentre essas condições limitantes, podemos citar fatores ambientais, nutricionais, sanitários, número de animais/baia, densidade de ocupação, etc. Muitos pesquisadores têm estudado como os diversos fatores afetam a taxa de crescimento, ficando claro que estes interagem entre si, aumentando o nível de estresse dos animais. O efeito destes fatores parece ser aditivo e a remoção de alguns deles pode aumentar o desempenho. Nesse contexto, podemos relacionar 3 diferentes abordagens ou grupos de ferramentas para redução da variabilidade e para tratamento dos leitões atrasados: • Ferramentas de manejo • Ferramentas nutricionais • Ferramentas terapêuticas Não há dúvidas que esses três grupos de ferramentas podem abranger um universo muito extenso de alternativas. Está descrito abaixo alguns exemplos de ferramentas utilizadas com sucesso na prática de campo, que Suínos & Cia

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Manejo Gráfico 2 – Relação entre o GPD na 1ª semana pós-desmame e a idade ao abate (KSU, 2001)

certamente contribuem para a maior uniformidade dos lotes produzidos.

Ferramentas de Manejo Uma das mais importantes ferramentas no controle dos problemas sanitários é a ingestão de colostro. Manejos que possibilitem a máxima ingestão nas primeiras seis horas após a parição devem ser considerados e priorizados, já que a concentração de imunoglobulinas cai de forma abrupta nas doze horas após o parto, assim como cai drasticamente a capacidade de absorção pelos leitões. Os leitões com alto peso ao nascimento apresentam uma maior concentração de IgG no plasma na primeira fase de vida, estando esta correlacionada a uma maior ingestão do mesmo, logo após o nascimento. A relação, em leitões leves e pesados, se mantém durante toda a lactação, mas a concentração absoluta cai de forma considerável quando comparada ao nascimento. A indução e sincronização dos partos tornam possível um manejo mais adequado de colostro, desde que implantada com todos os cuidados necessários para o sucesso desta técnica. E também a utilização rotineiramente da marcação e numeração dos primeiros 7-8 leitões ao nascer, com posterior rodízio de mamada. Com este manejo, se obtém melhora sensivelmente da ingestão de colostro pelos leitões pequenos e pelos últimos leitões a nascer. Este manejo possibilita uma ingestão muiSuínos & Cia

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to mais uniforme de colostro e, assim, um status imunológico mais equivalente entre os animais, contribuindo para uma maior estabilidade imunológica. Talvez o mais importante fator que atua sobre a variabilidade seja o status de saúde do rebanho. O grau de exposição às doenças difere entre animais, assim como o impacto da exposição antigênica do animal saudável sobre seu desempenho varia entre indivíduos, sendo possível observar um forte impacto sobre o coeficiente de variação (CV) dos pesos nas diversas idades(3). A idade de desmame é um importante fator a considerar no controle da viabilidade nas leitegadas, e na ocorrência de leitões atrasados ou refugos. É comum observar granjas praticando desmames relativamente precoces (18-19 dias), projetando o peso estimado aos 21 dias, mas esquecendo que o ganho real é inferior ao projetado e, mais do que isso, que o ganho real não é uniforme entre os leitões, criando maior variação dentro dos lotes desmamados, menores taxas

de ganho pós-desmame e elevação na taxa de mortalidade (tabela 4). Nos casos de desmames precoces em granjas comerciais, é sabido que aproximadamente 25% dos animais são desmamados com menos de 3,5 kg. Essa variabilidade do lote é um grande desafio de manejo e uma das maiores causas de leitões atrasados nas fases de creche, recria e terminação. É preciso conhecer o CV esperado para cada fase, sendo este um importante indicador na eficiência dos manejos adotados na granja. Dentro de uma distribuição normal espera-se um CV de 20% para o peso ao desmame, de 12% a 15% na saída da creche e entre 8% e 12 % no momento do abate. Reduzir a variabilidade implica no aumento da uniformidade dos animais de um mesmo grupo. Remover leitões pequenos ou grandes do grupo não reduz a variabilidade, mas simplesmente os separa em subgrupos, aumentando a uniformidade aparente, mas não a uniformidade real da produção. Para reduzir a variabilidade é preciso fazer os leitões menores crescerem mais rapidamente; somente assim a uniformidade estará garantida. Nesse contexto, a adoção de manejos, estratégias nutricionais e/ou terapêuticas diferenciados para as categorias mais leves, podem reduzir a variabilidade melhorando o desempenho conjunto do grupo. Outro fator determinante para um bom desempenho diz respeito ao ambiente. É fundamental que os leitões sejam mantidos em sua zona de conforto para que todos os nutrientes absorvidos sejam utilizados para o crescimento, e não direcionados para a regulação e manutenção da temperatura corporal. Por outro lado, flutuações extremas na temperatura diária, associadas às altas concentrações de

Tabela 4 - Influência da idade ao desmame sobre desempenho posterior (Main et al, 2002) Idade

12 d.

15 d.

18 d.

21 d.

Peso(kg)

4,2

4,9

5,7

6,5

Cons. (g/d)

426

512

562

653

GPD (g/d)

299 a

367 b

408 b

476 c

Conversão Alimentar

1,42

1,39

1,38

1,38

Peso 42 d. pós-desm.

16,9 a

20,3 b

22,6 b

25,8 c

Ano VI - nº 28/2008


Manejo Tabela 5 - Resultados preliminares com a utilização de uma ferramenta nutracêutica específica para animais de baixo peso Granja

Idade

Efeitos observados

Granja 1 (MG)

65-80 dias

1,145 kG/dia x 0,738 kG/dia (55,15% aumento no GPD) 78% de recuperação de refugos do grupo avaliado

Granja 2 (SC)

70-85 dias

89% de recuperação de refugos

Granja 3 (RS)

70-85 dias

94% de recuperação de refugos

Granja 4 (SC)

152-165 dias

92% alcançaram peso e condição física para abate

Granja 5 (SC)

55-70 dias

79% de recuperação do lote de refugos

Granja 6 (MG)

63-80 dias

84% x 38% de recuperação (avaliados x controle negativo)

gases (amônia) e poeira, acabam por ocasionar irritações no trato respiratório dos animais, aumentando a probabilidade de ocorrência e agravamento de doenças respiratórias. O manejo de cortinas é fundamental para manter a temperatura adequada a cada fase, permitindo a renovação de ar das salas e impedindo a incidência direta de correntes de ar frio sobre os leitões. Dependendo das condições climáticas, nem sempre, somente o uso de cortinas é suficiente para garantir o conforto térmico dos leitões, especialmente nas primeiras semanas de creche. Portanto, é bastante comum encontrarmos situações de campo em que se faz necessário dispor de alternativas suplementares para manter a temperatura ideal em cada fase.

Ferramentas Nutricionais O fornecimento de ração adequada deve iniciar logo nos primeiros dias de vida, permitindo uma melhor adaptação dos leitões às dietas e preparando-os para maior ingestão ao desmame. Não restam dúvidas de que a primeira semana de alojamento na creche é a mais importante em termos de adaptação fisiológica ao novo sistema de instalação e, principalmente, a uma alimentação totalmente diferente do leite materno. O grande desafio é fazer com que o leitão ganhe peso já nos primeiros dias, imediatamente após o desmame, e que durante toda a fase seguinte tenha a máxima eficiência de conversão possível, a um custo compatível. Os leitões devem ter fáAno VI - nº 28/2008

cil acesso à ração, sendo estimulados ao consumo várias vezes ao dia. Os menores devem ser manejados de forma diferenciada, permitindo um consumo das rações de melhores níveis por um tempo adicional, sempre que possível. Uma vez desmamado, o leitão na creche tem de satisfazer suas necessidades de alimento e água em fontes diferentes na baia, enquanto que até o desmame o leite materno atendia ambas as necessidades. O tempo médio para que o leitão ingira água pela primeira vez na creche é variável, sendo que alguns leitões podem levar até dois dias para encontrar o bebedouro e efetivamente ingerir água em volumes significativos. Em sistemas com manejo deficiente de fornecimento de água, pode-se observar inclusive perda de peso dos leitões nos primeiros dias pós-desmame, com sinais claros de desidratação. O maior consumo de ração pós-desmame estimula a secreção de enzimas pancreáticas, e um aumento na altura das vilosidades do intestino delgado, conseqüentemente, um incremento no ganho de peso. Portanto, consumo de ração e de água devem ser trabalhados em conjunto desde a entrada dos leitões na creche. A qualidade do leitão ao nascimento pode ser manipulada através de estratégias nutricionais específicas, durante as diferentes fases da gestação. A literatura indica resultados conflitantes no que tange os efeitos da nutrição na gestação sobre o aumento do peso ao nascimento. Em condições práticas, estão sendo implantados diferentes programas de alimentação diferenciada em fêmeas hiperprolífi-

cas, com resultados muito promissores sobre a qualidade e uniformidade do peso ao nascer. E também a implantação de estratégias nutricionais específicas para os animais de baixo peso ou refugos, principalmente nos momentos de alojamento na creche e na terminação. O principal componente dessa estratégia é uma associação de ingredientes nutracêuticos, proteínas funcionais, palatabilizantes, imunomoduladores, vitaminas específicas em doses supra-nutricionais, anti-oxidantes e outros elementos com diferentes propriedades nutricionais, imunológicas e imunofisiológicas. Vários resultados de campo já foram coletados, indicando excelente potencial de redução das taxas de refugagem e mortalidade, desde que o fornecimento seja iniciado com os animais ainda apresentando padrões razoáveis de consumo. A tabela 5 ilustra alguns dos dados já mensurados a campo, sendo que o modo de uso predominante é por 15-20 dias contínuos após a transferência para a fase de creche e/ou de recria. É necessário, entretanto, respeitar os limites entre os desafios nutricionais e os desafios sanitários que acometem os leitões atrasados. Não restam dúvidas que as subpopulações de animais refugos e atrasados apresentam muito mais desafios de ordem sanitária, sendo intensamente acometidos por enfermidades entéricas e respiratórias. Nesse contexto, os melhores resultados de recuperação e tratamento de leitões atrasados são obtidos quando se concilia as ferramentas de manejo, nutrição e terapêutica.

Ferramentas Terapêuticas A principal justificativa para considerar as abordagens terapêuticas no tratamento de leitões atrasados é a seguinte: os problemas sanitários representam a principal causa da refugagem, assim como representam também a principal conseqüência dessa mesma refugagem. Independente dos fatores de risco adicionais que estejam envolvidos (baixo peso ao nascimenSuínos & Cia

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Manejo to, baixa ingestão de colostro, etc), as enfermidades certamente ganham lugar de destaque nesses grupos de leitões atrasados. Segundo o trabalho de Nottar (2007 - dados não publicados), avaliando causas de baixo desenvolvimento em suínos nas fases de recria e terminação, nada menos que 94,1% dos refugos avaliados apresentavam problemas sanitários confirmados. Por sua vez, Hogedal (2006) avaliou animais contemporâneos de menor peso no abate, e concluiu que este grupo de animais atrasados apresentou mais lesões (p<0,00001) relacionadas a problemas sanitários do que os animais de maior peso ao abate. Durante o ano de 2008, iniciou-se algumas avaliações com a utilização de medicação injetável de extra-longa ação, em dose única (tulatromicina injetável), nos animais mais leves, no momento da transferência para a terminação. Em uma granja comercial de 1800 matrizes, com alto desafio por doenças respiratórias, os primeiros resultados já indicam boas perspectivas de recuperação de leitões atrasados. Foram tratados os 8% dos animais no alojamento na terminação, sendo estes os animais mais leves dos lotes transferidos. Até maio de 2008, foi detectada uma diferença sensível na ocorrência de refugagem, sendo de 13,4% para o grupo controle não tratado e apenas 2% para o grupo medicado, viabilizando economicamente a utilização deste protocolo. As taxas de mortalidade, o ganho de peso e o índice de medicações adicionais estão em avaliação. Entretanto, os ganhos advindos desse protocolo vão além dos resultados obtidos nos animais refugos, pois obtemos também uma redução drástica da circulação dos agentes etiológicos nessa subpopulação, reduzindo assim seu poder de difusão para os animais contemporâneos.

Considerações Finais Há correlação direta entre o peso ao nascer, o peso ao desmame e o desempenho subseqüente. Esses parâmetros devem ser trabalhados nos diversos setores, para que possam somar ao desempenho final. Suínos & Cia

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O desempenho na primeira semana pós-desmame apresenta forte correlação com o peso na saída de creche e dias necessários para o abate. Diversas ferramentas e manejos influenciam na variabilidade ao longo do crescimento, e podem ser

utilizadas na melhoria para maior produção de carne magra. Os melhores resultados para o tratamento de leitões atrasados são obtidos quando conciliado as ferramentas de manejo, as ferramentas nutricionais e as ferramentas terapêuticas já disponíveis.

Referências bibliográficas 01. Alison, L., Stalder, K. J., Serenius, T. V., Baas, T. J., Mabry, J. W., Effects of piglet birth weights at weaning and 42 days post weaning. Journal of Swine Health and Production, V. 15 n. 4, 2007. 02. Azain, M. J., T. Tomkins, J. S. Sowinski, R. A. Arentson, and D.E. Jewell. Effect of supplemental pig milk replacer on litter performance: Seasonal variation in response. J. Animal Sci. 74: 2195-2202, 1996. 03. Beaulieu, A. D., Patience, J. F., Leterme, P., Variability in growth and the impact of litter size. 8th Annual swine Technology Workshop, 2006. 04. Cooper, D. R., Patience, J. F., Gonyou, H. W., Zijlstra, R.T., Characterization of Within Pen and within room variation in pigs from birth to market: variation In birthweight and days to market. Monograph 01-03. Prairie Swine Centre Inc., Sakatoon, SK, 2001 05. Gondret, F., Lefaucher, L., Louveau, I., Lebret, B., Pichodo, X., Le Cozler, Y., Influence of piglet birth weight on postnatal growth performance, tissue lipogenic capacity and muscle hostological traits at market weight. Livestock Production Science, 93 p.137-148. 06. Gondret, F., Lefaucheur, L., Louveau, I., Lebrer, B., Pichoto, X., Le Cozler, Y., Influence of piglet birth weight on postnatal growth performance, tissue lipogenic capacity and muscle histological traits at market weight. Livest. Prod Sci. v.93, p.137-146, 2005. 07. Handel, S. E., Stickland, N.C. Muscle cellularity and birth weight. Animal Production, 44 p. 311-317, 1987.

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Sanidade Impacto econômico das doenças na produção de suínos Impacto das doenças sobre a rentabilidade das criações de As mudanças mais profundas suínos

Vitelio Utrera Universidade Central de Venezuela vitelioutrera@yahoo.com

Introdução

aqueles aspectos sobre os quais geralmente se produz o maior impacto das doenças infecciosas.

vivenciadas pela moderna produção de suínos nos últimos anos, tiveram sua origem na geração de animais livres de agentes infecciosos. Quando as práticas de biossegurança não são aplicadas corretamente, com a finalidade de prevenir a introdução e/ou a transmissão de doenças infecciosas, a conseqüência lógica é a redução da rentabilidade da empresa, devido aos efeitos sobre os parâmetros de produção. O objetivo desse artigo é apresentar algumas evidências que demonstram de que maneira as doenças infecciosas podem repercutir economicamente sobre a rentabilidade do negócio e quais são as estratégias de produção que, nos dias de hoje, garantem melhores resultados.

Com freqüência, os veterinários e os produtores tomam decisões baseados em conclusões incorretas. O impacto da doença em cada componente de rentabilidade da empresa de suínos pode variar. O importante é contar com ferramentas de diagnóstico que permitam identificar os problemas, antes que seu efeito seja devastador.

O impacto econômico das doenças na produção de suínos é indiscutível, podendo variar em cada granja, na dependência de fatores tais como a freqüência da doença, o efeito sobre a produção e os custos de tratamento e/ou prevenção. Isto tem levado ao desenvolvimento de um número crescente de granjas de alta sanidade, a fim de permitir o alcance de metas de produção competitivas. Se descompusermos a rentabilidade de uma granja de suínos na forma de uma árvore de produtividade (Figura 1), visualizaremos melhor em que nível cada doença exerce seu efeito negativo. Na árvore de produtividade estão destacados na cor laranja,

Qual é o maior impacto: uma elevação da mortalidade ou uma redução do ganho de peso? Tradicionalmente, estima-se que o maior impacto econômico esteja associado a doenças que levem à

Figura 1 - Árvore de rentabilidade de uma empresa de criação de suínos.

Fonte: Dufresne, 1999

Suínos & Cia

26

Ano VI - nº 28/2008


Sanidade redução dos animais suscetíveis e a geração de imunidade no plantel. Portanto, a evolução das doenças é separada em: uma fase aguda inicial e uma fase endêmica posterior, na qual são afetados aqueles indivíduos expostos, depois que a imunidade passiva transmitida das mães imunes, aos seus leitões, tenha decrescido. O êxito de qualquer estratégia de prevenção de doenças dependerá então da habilidade em detectar precocemente o problema, antes de sua disseminação à população suscetível. Portanto, a monitoria periódica da saúde do plantel deve ser uma rotina obrigatória.

Calculando o custo das doenças A monitoria periódica da saúde do plantel é fundamental para diminuir o impacto econômico.

mortalidade elevada. Holtkamp e colaboradores (2007a), ao realizar um estudo para avaliar as perdas econômicas associadas aos problemas sanitários mais freqüentes na América do Norte, concluíram que o maior efeito estava associado com as doenças que produziam um aumento na eficiência da conversão alimentar. Para tanto, ao avaliar o impacto das doenças sobre a produção, aquelas entidades que reduzem a eficiência da conversão alimentar representam um sério problema financeiro. Nesse mesmo estudo, o impacto econômico de patologias que produziam um incremento da mortalidade tardiamente, no pós-desmame, era significativamente superior, em comparação àquelas entidades que repercutiam nas etapas iniciais do crescimento. Entre as patologias que produziam um maior efeito negativo, por seu impacto combinado sobre a eficiência da conversão e sobre a mortalidade no crescimento, estão a PRRS, as doenças associadas ao circovírus suíno do tipo 2 e as doenças relacionadas com o M. hyopneumoniae e o A. pleuropneumoniae (7). Ano VI - nº 28/2008

Um diagnóstico a tempo O impacto das doenças também depende do tempo em que a população tenha estado exposta ao agente infeccioso. Depois da introdução de qualquer doença em uma granja suscetível, a população experimenta, através do tempo, a disseminação da infecção, a qual vai promovendo uma

Ao calcular o custo da introdução de qualquer patologia, devemos considerar a perda na produtividade e os custos de intervenção associados com a fase aguda, assim como também aqueles associados ao período endêmico da doença. Do mesmo modo, devemos considerar uma variedade de fatores tais como a suscetibilidade da população, o fluxo dos animais no sistema, a virulência do

O sucesso da estratégia de prevenção de doenças, depende da habilidade em detectar precocemente o problema e evitar assim a disseminação.

Suínos & Cia

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Sanidade Tabela 1 - Comparação de parâmetros de produção entre granja de alta sanidade (A) e granja padrão (B). Taxa de Parto

Granja A

Granja B

84.4

70.6

Nascidos Totais

11.9

9.4

Nascidos Vivos

11.0

8.9

Desmamados / Porca / Ano

23.8

17.9

Mortalidade Final de Desmame

4,2

10.8

Leitões Vendidos / Porca / Ano

22.8

16.0

Toneladas de Carne Vendidas / Porca / Ano

2.348

1.328

Conversão Alimentar

2.54

2.8

Dias de vida / 100 kg

154

+180

Ganho Diário de Peso

0.672

0.555

Leitões Vendidos (2000 fêmeas)

45.360

32.000

0.81

1.13

Custo de Produção / Kg (US $)

Fonte: Batista e Pijoan, 2006 Tabela 2 - Desempenho dos suínos em um sistema TD - TF e comparação ao de suínos em Fluxo Contínuo. GDP

TDTF

Fluxo Contínuo

0.78

0.69

Dias a 105 Kg

172

185

Eficiência de conversão

3.03

3.22 Fonte: Scheidt Y col, 1995

microrganismo, os custos de alimentação, a taxa de mortalidade e os custos de intervenção destinados a tratamento e/ou estabilização da infecção na população. Se não somos capazes de estimar o impacto econômico da doença, é muito difícil definir uma relação custo-benefício de qualquer intervenção, para então poder estabelecer – do ponto de vista financeiro – qual a melhor estratégia destinada à prevenção do problema. Batista e Pijoan (2006), demonstraram que a aplicação de um programa de erradicação de doenças era totalmente justificável logo após a análise do custo das patologias sobre duas granjas, utilizando um programa de registros computadorizados (PigChamp®) e realizando uma análise do tipo custo-benefício (Tabela 1). Ambas as granjas tinham as mesmas Suínos & Cia

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localização geográfica, composição genética, manejo e administração, diferenciando-se no fato de uma

delas ser positiva para PRRS, doença de Aujeszky, M. hyopneumoniae, A. pleuropneumoniae e Salmonella choleraesuis, enquanto a outra era livre de tais doenças. Uma maneira prática e elementar de estimar o efeito de qualquer doença é a realização de uma previsão da produção da granja (3), onde se estabelece – em uma folha de cálculo – todas as metas a serem atingidas em um período de tempo determinado, procedendo então à avaliação de como os parâmetros produtivos são alterados por qualquer mudança gerada por: uma elevação nos índices de mortalidade, uma redução na eficiência da conversão alimentar ou qualquer outro efeito da presença de uma doença infecciosa.

Impacto das doenças em diferentes sistemas de produção. Sistemas de fluxo contínuo versus sistemas “tudo dentro - tudo fora”. O fluxo dos suínos no sistema de produção tradicional é, com freqüência, contínuo. Isso significa que as baias, módulos ou edifícios são

Para sintetizar a síntese de carne magra, os leitões precisam ser criados em um ambiente com baixa carga e exposição de agentes infecciosos.

Ano VI - nº 28/2008


Sanidade Tabela 3 - Agentes infecciosos que podem ser eliminados mediante o uso do desmame segregado. Idade máxima de desmame

Medicação nas Fêmeas

Medicação nos Leitões

Vacinas nas Fêmeas

Vacinas nos Leitões

Haemophilus parasuis

10

-

+

+

-

Bordetella bronchiseptica

10

-

+

+

-

Organismo

Pasteurella multocida Actinobacillus pleuropneumoniae Mycoplasma hyopneumoniae Salmonella spp. Lawsonia intracellularis Leptospira spp.

10

-

+

+

-

21 - 28

-

+

+

-

20

-

+

+

-

14 - 16

-

10

-

-

-

-

14 - 16

-

+

+

-

PRV

20

-

-

+

-

SI Vírus

20

-

-

+

-

PRRS Vírus

14 - 16

-

-

-

-

TGE Vírus

20

-

-

+

-

Fonte: Harris e Alexander, 1999 mantidos permanentemente abrigando suínos de diferentes idades. Tem sido demonstrado de modo ostensivo que o desempenho dos suínos submetidos a um manejo “tudo dentro - tudo fora” (TD - TF) é superior ao dos animais mantidos sob um sistema de fluxo contínuo. (Tabela 2). Em geral, os suínos confinados em um sistema TD - TF apresentam menos problemas infecciosos. Portanto, sua taxa de crescimento e a eficiência de sua conversão sempre são superiores as dos animais criados em um sistema de fluxo contínuo. Ainda quando os sistemas de produção TD - TF diminuem o impacto econômico das doenças, as medidas não são suficientes para permitir sua erradicação. Por isso as empresas produtoras de suínos, principalmente aquelas que vendem material genético, são obrigadas a garantir que os reprodutores comercializados estejam livres de doenças e têm que considerar a aplicação de medidas de erradicação de problemas infecciosos, no caso da introdução dos mesmos em sua população. A produção em multi-sítios foi, originalmente, desenvolvida para gerar uma progênie de animais livres de pseudoraiva, provenientes de mães Ano VI - nº 28/2008

infectadas . Com o tempo, tal experiência mostrou-se útil também para a eliminação da síndrome respiratória e reprodutiva do suíno (PRRS), a partir de um plantel de reprodutores infectados. Hoje em dia estão descritas uma série de estratégias e tecnologias, destinadas à erradicação de doenças, tais métodos têm demonstrado ser eficazes (4) na eliminação de doenças, a exemplo da doença de Aujeszky, PRRS, M. hyopneumoniae, A. pleuropneumoniae, gastrenterite transmissível, disenteria suína e a rinite atrófica progressiva. Entre os métodos utilizados estão: o desmame segregado, o despovoamento parcial e/ou total, o repovoamento, a medi(5)

cação estratégica, o fechamento de granjas e a estabilização da imunidade do plantel. A eliminação de agentes infecciosos mediante ao uso combinado de desmame segregado, planos de vacinação e medicações tem sido previamente relatada (Tabela 3).

Desmame Segregado Antes do desenvolvimento dos sistemas de múltiplos sítios, o despovoamento era a única estratégia eficaz para a eliminação de patógenos das populações de suínos. A descoberta de que o desmame segregado (isowean) permitia eliminar agentes infecciosos sem recorrer ao despovoamento

Figura 2 - Pesos de diferentes idades de leitões com desmame segregado em comparação a leitões da mesma leitegada, porém criados em fluxo contínuo.

Suínos & Cia

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Sanidade

Antes do desenvolvimento do sistema de multiplos sítios, o despovoamento era a única estratégia para eliminação de agentes infecciosos.

completo do plantel, representou um grande avanço no modo de se criar suínos e permitiu atingir níveis de produtividade que, tradicionalmente, eram impossíveis de serem conseguidos. O princípio do desmame segregado baseia-se no fato de que os leitões lactentes se mantêm livres dos agentes patógenos que circulam na maioria das granjas de suínos. Se os leitões se mantêm não infectados até o momento do desmame, uma vez separados da mãe e transferidos para um local adequadamente limpo, desinfetado e desprovido de suínos de outras idades, terão condições de se desenvolver livres de microrganismos patógenos. Quando esse sistema foi criado, o objetivo inicial da obtenção de suínos livres de agentes infecciosos revelou o benefício de que os leitões desenvolvidos de modo segregado se destacavam do restante dos animais de mesma idade e cresciam em um nível significativamente superior ao observado em leitões provenientes da mesma leitegada, porém mantidos em um fluxo contínuo (Figura 2). A vantagem do desmame seSuínos & Cia

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gregado baseia-se no princípio de produzir suínos sadios, já que os leitões criados desta maneira têm uma menor ativação em seus sistemas imunológicos, melhores taxas de ganho de peso e eficácia de conversão e produzem mais carne magra. A produção de suínos sob baixas condições de higiene ou alta exposição a agentes infecciosos leva a um estímulo exagerado do sistema imunológico, o que gera uma redução na deposição de proteína para a síntese de carne magra. Do mesmo modo demonstra-se que, quando os aminoácidos são utilizados para uma síntese diferente da produção de tecido muscular, o corpo também terá uma tendência de produzir mais gordura (11). Concluindo, para maximizar a síntese de carne magra, os leitões precisam ser criados em um

ambiente onde haja baixa exposição a agentes infecciosos. Os suínos que se desenvolvem sob condições de desmame segregado e em um sistema de múltiplos sítios, são expostos a um número menor de agentes infecciosos e antígenos nocivos (como as endotoxinas existentes, em alta concentração, nos ambientes altamente contaminados), que normalmente estão presentes nos sistemas de produção convencionais(11). Adicionalmente, devido à separação por grupos de idade e ao manejo TD - TF, as condições sanitárias são geralmente superiores. Tudo isso resulta em um menor estímulo do sistema imunológico. Essa menor estimulação traduz-se em um melhor desempenho, melhorando a taxa de crescimento.

Os sistemas de fluxo contínuo não são competitivos? Por tudo o que foi dito anteriormente, poderíamos concluir que não é possível produzir suínos de modo competitivo com sistemas de fluxo contínuo. Apesar dos benefícios inegáveis dos sistemas de múltiplos sítios, os mesmos são difíceis de serem aplicados por pequenos produtores, cujo volume de produção semanal não permita completar as instalações seguindo as normas do sistema TD - TF. Johnson (1999) demonstrou que, é possível produzir com cifras altamente competitivas em um sistema de fluxo contínuo e em sítio único (Tabela 4), o segredo está em garantir que o plantel esteja sadio. A saúde é

Tabela 4 - Desempenho desmame-finalização de uma granja de fluxo contínuo depois de ser submetida ao despovoamento-repovoamento. Parâmetro Peso médio ao ingresso/Idade

6.94 kg / 21.1 dias

Peso médio a mercado/Idade

113.95 kg / 179 dias

GDP desmame finalização

0.658 kg

Conversão desmame finalização

2.62

Mortalidade desmame finalização

1.3%

Ano VI - nº 28/2008


Sanidade Tabela 5 - Desempenho dos suínos no desmame-terminação de uma granja de fluxo contínuo, depois da realização do fechamento temporário da mesma, aclimatação das reposições e despovoamento parcial. Peso em 175 dias GDP desmame-finalização

Antes

Depois

89 kg

100 kg

508 gramas/dia

571 gramas/dias

Conversão desmame-finalização

3.37

3.00

Mortalidade desmame-finalização

8%

2.3%

o motor principal, que garante a obtenção das cifras de ganho de peso diário (GPD) e de dias para se chegar ao abate, ditados pelo valor genético de nossos animais. Portanto, é obrigatório o diagnóstico das doenças existentes em cada granja e a tomada de decisões destinadas a controlá-las e/ ou erradicá-las.

É possível gerar suínos sadios provenientes de um rebanho infectado de matrizes? Um dos problemas de saúde de maior impacto econômico, na atualidade, é a Síndrome Respiratória e Reprodutiva do suíno (PRRS), ainda quando o manejo TD - TF seja considerado um fator chave para a redução da sua transmissão. Experiências recentes na Venezuela, em granjas de fluxo contínuo (Tabela 5), permitiram melhorar significativamente os parâmetros de produção mediante a aplicação das seguintes medidas de controle: 1) Impedimento da introdução de reposições na granja durante um período de seis meses; 2) Após o término do período de impedimento, aclimatação de todas fêmeas de reposição a ser introduzida no plantel (2); 3) Uma vez demonstrado que o vírus não estava circulando na população de fêmeas, início de um despovoamento parcial do pós-desmame, para criar uma bolha sanitária com a finalidade de impedir que os leitões provenientes de mães negativas se misturem com leitões infectados. Ano VI - nº 28/2008

Conclusão A tendência mundial atual é de um incremento dos custos de produção do suíno, devido a uma elevação dos preços das matérias primas que compõem as dietas, principalmente milho e soja. Por isso, toda intervenção que promova uma melhora da eficácia da conversão alimentar, re-

percutirá no incremento da rentabilidade do negócio. Independentemente do sistema adotado, o objetivo chave da produção moderna de suínos é garantir a manutenção de animais sadios que expressem todo seu potencial genético, em termos de kg produzidos por ano, com a maior rentabilidade possível. Desse modo, uma prática rotineira de manutenção das empresas de criação de suínos deve ser a monitoria da saúde do rebanho, a fim de identificar as doenças infecciosas presentes, medir sua magnitude – caso sejam diagnosticadas – e aplicar medidas preventivas custo-efetivas de controle e/ou erradicação, com o objetivo de reduzir ao máximo o seu impacto econômico.

Referências 01. BATISTA, L.; PIJOAN. C. Production and economic advantages of high health production. In: IPVS Congress 19. Proceedings… Denmark. p.166. 2006.

07. HOLTKAMP, D.; ROTTO, H.; GARCÍA, R. The economic cost of major health challenges in large US swine production systems. Am. Assoc. Swine Vet. p. 85-89. 2007a.

02. BATISTA, L.; PIJOAN, C.; BAIDOO, S. Eradication of porcine reproductive and respiratory syndrome virus (PRRSv) by serum inoculation with the homologous PRRSv strain. In: IPVS Congress 18. Proceedings… v 1. p.117. 2004.

08. HOLTKAMP, D.; ROTTO, H.; PARKER, S. Cost of swine disease: Impacts of feed efficiency. In: Swine diseases Conference for Swine Practitioners. Proceedings… Iowa State University. p. 91-97. 2007b.

03. DUFRESNE, L. Evaluating the economical return of health program. In: Allen Leman Swine Conference. Proceedings… Minnesota. p.193196. 1999. 04. GEIGER, J.O. Strategies for Disease Eradication. In: Swine disease Conference for Swine Practitioners. Proceedings… Iowa State University. p. 98-103. 2007. 05. HARRIS, D.L. Multi-site pig production. Iowa State University Press. Ames, Iowa. 2000. 06. HARRIS, D.L.; ALEXANDER, T.J.L. Methods of disease of disease control. In: Diseases of Swine. Iowa State University. p. 1077-1110. 1999.

09. JOHNSON, R. Attaining new profitability through health. Am. Assoc. Swine Pract. p.137-139. 1999. 10. SCHINCKEL, A.P.; CLARK, L.K.; STEVENSON, G.G.; KNOX, K.E.; NIELSEN, J.; GRANT, A.L.; HANCOCK, D.L.; TUREK, J.J. Effect of antigenic challenge in growth and composition of segregated early-weaned pigs. Swine Healt. and Produ. v.3, n. 5, p.228234. 1995. 11. SCHINCKEL, A.P.; CLARK, L.K.; GRANT, A.L.; STEVENSON, G.G.; TUREK, J.J. Evaluation of the effects of immune system activation versus disease on pig growth. In: Allen Leman Swine Conference. Proceedings… Minnesota. p.107. 1996. Suínos & Cia

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Revisão Técnica 20º Congresso da IPVS (International Pig Veterinary Society) Durban (África do Sul), 22 a 26 de Junho de 2008

A 20ª edição do Congresso da Internacional Pig Veterinary Society (IPVS) aconteceu na cidade costeira do leste sul africano Durban no ultimo mês de junho. Durante os dias do congresso, participaram mais de 44 países de todos os continentes, no qual reuniu mais de 2.500 participantes. O IPVS acontece a cada dois anos e sempre aborda temas de diferentes áreas da atualidade de maior relevância na produção de suínos. Confira o excelente resumo do Dr. Antonio Palomo preparado especialmente para os nossos leitores que através dessa leitura pode encontrar os principais tópicos discutidos durante o evento destacando temas de doenças infecciosas, reprodução, nutrição e manejo que certamente irão contribuir na atuação pratica dos especialistas de suínos.

Introdução A suinocultura na África do Sul é pequena, dinâmica, bem organizada e equiparável – em seus sistemas de produção – ao restante do mundo (25,31 leitões desmamados/ porca). O plantel de reprodutoras é de 103.000 fêmeas, distribuído em 400 granjas e gerando uma produção de mais de dois milhões de suínos e 157.000 toneladas de carne por ano. 80% da produção está concentrada em 250 granjas com mais de 500 matrizes. O tamanho das granjas varia de 50 a 7.000 matrizes.

peso médio de 70 kg de peso vivo. Apenas cinco matadouros estão credenciados para exportação, sendo todos eles totalmente automatizados (sacrifício por CO2, robotização do setor de cortes, classificação por scanner, rastreabilidade, etc.). Os criadores estão organizados em 10 províncias, com autoridade independente e agrupados através da Organização Nacional dos Produtores de Suínos da África do Sul (SAPPO).

Antonio Palomo Yagüe SETNA NUTRICION – INZO apyague@yahoo.com

O maior grupo está localizado no norte do país e se chama Premier Pork Producers (PPP), agrupando a metade dos produtores e produzindo 60% da carne suína nacional. A SAPPO está estruturada em Comitês especializados, tendo no momento como pontos de ação essenciais: • Treinamento e desenvolvimento de novos produtores; • Medidas de biossegurança;

Do total produzido, 45 % é consumido na forma de carne in natura e os 55% restantes é processado, com uma média de consumo per capita da ordem de 3,8 kg/ano. Ainda assim, a África do Sul importa anualmente 23.000 toneladas de carne suína, proveniente principalmente do Brasil (até o ano passado) e a partir de 2007, da Europa (65%) e do Canadá (28,5%), sendo que 70% das referidas importações são cortes (costelas). Dos 20 abatedouros sacrificam 98% dos suínos produzidos, com um Suínos & Cia

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Ano VI - nº 28/2008



Revisão Técnica • Controle de doenças através de medicina preventiva – monitoria sistemática dos vírus da febre aftosa, peste suína clássica, peste suína africana, síndrome respiratória e reprodutiva suína (PRRS) e gripe; • Controle de resíduos produzidos pelas granjas. A SAPPO não assiste financeiramente os produtores associados. As principais pirâmides genéticas existentes na África do Sul são a PIC e a Topigs, além de algumas granjas de seleção independentes. A linha materna principal é Landrace por Large White e os finalizadores são Pietrain, Duroc e raças sintéticas. Em torno de 75% das coberturas são realizadas mediante inseminação artificial. A alimentação constitui 70% do custo de produção, onde o milho compõe 70% das dietas e 70% a 75% dos criadores produzem sua própria ração (home mixers).

DESENVOLVIMENTO DO CONGRESSO Esta 20ª edição do Congresso da Internacional Pig Veterinary Society (IPVS) ocorreu no Internacional Convention Center de Durban (IIC Arena), cidade costeira do leste Sul africano, sendo o primeiro celebrado no continente africano. O primeiro Congresso da IPVS foi realizado em junho de 1969, em Cambridge (Reino Unido), com 500 participantes e 123 trabalhos apresentados; em julho de 1986 foi realizado na Espanha, em Barcelona, com 1.026 participantes e 455 trabalhos inscritos. Nesta edição há 2.146 pessoas inscritas, das quais 196 são acompanhantes e o evento conta com a participação de 1.800 delegados, de 44 países dos cinco continentes. Durante os cinco dias de duração do Congresso foram apresentados 918 trabalhos. Portanto, desde o seu início há quatro décadas, os trabalhos se multiplicaram por oito e os congressistas por quatro. Suínos & Cia

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O conjunto das apresentações está classificado em diferentes áreas da produção de suínos, conforme referência na tabela 1. No encerramento do Congresso houve a eleição da sede do IPVS 2012, onde após a apresentação das quatro candidaturas e dos votos dos delegados, se obteve classificação conforme a tabela 2. Assim, os dois próximos Congressos da IPVS serão em: A) Vancouver (Canadá) – 21° IPVS, entre 18 e 21 de Julho de 2010; B) Coréia – 22° IPVS, em 2012.

IPVS, consta um resumo conciso, devido ao grande número de trabalhos apresentados, das comunicações orais e posters, destacando aqueles realizados pela delegação espanhola. A classificação é de forma acadêmica, para uma melhor estruturação, leitura e compreensão. As grandes áreas do conhecimento, nas quais todos os trabalhos foram agrupados são: doenças infecciosas (virais, bacterianas e parasitarias), reprodução, nutrição e manejo.

DOENÇAS VIRAIS DV1 – Doença de Aujeszky

TRABALHOS Nesta parte do resumo técnico do 20º Congresso Internacional do

Na Malásia, onde há uma elevada prevalência, vacina-se sistematicamente com vacinas inativadas

Tabela 1 ASSUNTOS

Nº DE TRABALHOS

1- SANIDADE 1.1.-VIRAIS

PERCENTUAL (%) (79,4)

284

30,8

CIRCOVIROSE-PCV2

124

13,6

PRRS

83

9,1

OUTROS

77

8,1

1.2.- BACTERIANAS

239

26,0

Lawsonia intracellularis

53

6,0

Mycoplasma hyopneumoniae

51

5,6

Salmonella sp

31

3,4

Actinobacillus pleuropneumoniae

27

3,0

Brachispira sp

20

2,0

Haemophilus parasuis / Pasteurella multocida

57

6,0

1.3.- PARASITÁRIAS

18

2,0

1.4.- ZOONOSES

6

0,6

1.5.- GERAL

79

8,6

1.6.- FARMACOLOGIA

72

8,0

31

3,4

2- PRODUÇÃO

1.7.- IMUNOLOGIA

60

6,5

3- REPRODUÇÃO

51

5,5

4- NUTRIÇÃO

43

4,7

5- BEM ESTAR

27

3,0

6- GENÉTICA

8

0,9

Ano VI - nº 28/2008


Revisão Técnica Tabela 2 Percentual ( % )

PRIMEIRA VOTAÇÃO

SEGUNDA VOTAÇÃO

PRAGA

12,31

7,80

BRUXELAS

11,87

NV

CORÉIA

37,35

52,34

MÉXICO

38,57

39,90

e vivo-modificadas, deletadas para a glicoproteina gI (Idexx Herdchek PRV gB & gI test). Há maior prevalência em granjas de maior tamanho. A China é endêmica e não dispõe de um programa de controle. Os profissionais do laboratório Hipra, apresentaram um protocolo vacinal adaptado à China, assim como um estudo de soro-prevalência, em 11 províncias produtoras, com 54,8% de positivos.

DV2 – Hepatite (HV) Zoonose emergente. O suíno como reservatório da infecção. O vírus divide-se em quatro genótipos, diferenciados por regiões geográficas, hospedeiro e tipo de infecção. Não há sintomatologia clínica aparente. Estudos com bile, realizados na Itália através de PCR de tempo real (RT-PCR), identificaram o genótipo três em granjas com identidade genômica elevada às cepas suínas dinamarquesas e às espanholas e inglesas (humanas). Não há correlação com infecções concomitantes do circovírus suíno do tipo dois e do vírus da PRRS. Detectado pela primeira vez em suínos nos EUA, em 1997. Estudos ingleses indicam 100% de excreção viral em granjas de suínos, com prevalência nas mesmas entre cinco e 35% (21,5%), sendo os suínos de 10 a 12 semanas de idade os que apresentam o maior pico de eliminação viral, o que por sua vez coincide com os 80 a 120 dias dos trabalhos italianos. Transmissão oro-fecal. Foi conduzido uma pesquisa Ano VI - nº 28/2008

por espanhóis do Centro de Recerca e Sanidade Animal em conjunto com a Universidade Autônoma de Barcelona - CR e SA-UAB-IRTA), os soros analisados por RT-PCR, encontraram alta prevalência em suínos de engorda (76,9% para IgG – anticorpos maternais até as nove semanas de idade – 7,7% para IgA e 15,4% para IgM). É o primeiro trabalho a demonstrar a transmissão oral de suínos inoculados para sentinelas, sem a presença de sinais clínicos.

tas do vírus da gripe com a Bordetella bronchiseptica, nos EUA, com uma indução precoce e elevada de citoquinas, em leitões de quatro semanas de idade. As técnicas de ELISA e IHA não diferenciam os anticorpos vacinais dos infecciosos, sendo a técnica de imunohistoquímica (IHC) mais adequada para detectar o antígeno, em pulmões selecionados de suínos com sinais clínicos evidentes (febre, apatia, depressão, dispnéia, etc.). Em um estudo espanhol dos colegas do laboratório Hipra, realizado com o CISA (Centro de Investigación en Sanidad Animal) entre 2003 e 2007, apenas 17% das granjas revelaram-se soro negativas e os vírus H1N1 e H3N2 foram os mais comumente isolados.

DV3 – Gripe suína

DV4 – Circovirose suína (PCV-2)

Desde 1998 predominam três vírus influenza nas populações suínas norteamericanas, inglesas e dinamarquesas: H1N1, H1N2 e H3N2.

Estudos canadenses utilizando o teste de ELISA da Iowa State University (ISU) mostraram uma soro-

Estudos ingleses, entre 1991 e 2006, demonstram que mais de 50% dos suínos adultos já foram infectados por, pelo menos, uma cepa do vírus influenza do tipo A. O vírus é isolado a partir do pulmão, traquéia e tonsilas, sendo que 45% dos casos são de infecções concomitantes. Não foi possível detectar reações cruzadas entre as cepas H1N1 européias e H1N2 dinamarquesas, com o teste de Inibição da Hemaglutinação (IHA). Há efeito sinérgico nas infecções misSuínos & Cia

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Revisão Técnica prevalência de 83,2%. A prevalência foi maior em porcas, plantel de reposição e suínos de mais de 24 semanas de idade. Houve similaridade de prevalência por regiões e sistemas de produção (um e três sítios). O PCV-1 tem 1.759 nucleotídeos, o PCV-2 tem 1.767 e suspeitase que os últimos cinco aminoácidos sejam importantes na patogenia do vírus. O PCV-2 já foi identificado no sêmen, em testículos e glândulas sexuais acessórias, como próstata, epidídimo e glândulas bulbo-uretrais. (www.pcvd.org) A vacinação anterior à exposição ao vírus reduz drasticamente a quantidade viral no soro, o que já não ocorre no caso da vacinação posterior. A vacinação das primíparas e porcas com o produto Circovac™ induz a formação de altos níveis de anticorpos (AC) em fêmeas e em leitões a partir do quinto dia de idade (SERELISA PCV-2 Ab). Nas porcas, a placenta é epitélio-corial. O uso de sentinelas como indicadores da doença, não é determinante. A partir dos 140 dias de idade, dificilmente se transmite os sintomas clínicos da circovirose suína. Os trabalhos espanhóis realizados no Centro de Recerca e Sanidade Animal em conjunto com a Universidade Autônoma de Barcelona, explicam como ocorre a maior detecção em quantidade viral, durante a manifestação da Síndrome da Refugagem Multi-sistêmica (PMWS) e que a mesma se apresenta numa idade mais tardia na Espanha, em comparação à Dinamarca. Também fixam, após uma meta análise, os parâmetros que determinam as infecções experimentais com leitões de menos de três semanas de idade e que não tenham ainda tomado colostro, inoculados com altas doses de PCV-2 do tipo 1 e com outros agentes concomitantes. Em outro trabalho, sugerem que a resposta celular tem grande importância no processo da prevenção Suínos & Cia

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da doença (realizando um ensaio com uma vacina recombinante de báculovírus). As duas cepas heterólogas PCV-2a e PCV-2b estão associadas com a reaparição da circovirose suína nos EUA. Na Suécia a doença foi detectada em dezembro de 2003, sendo mais freqüente em grandes granjas e em unidades de ciclo completo. Na Noruega surgiu em 2003, afetando leitões de oito a16 semanas de idade. Na Suíça foi detectada também em 2003, de forma epizoótica e associada ao PCV2 do grupo 1. Apesar do PCV2 já ter sido descrito na Austrália, ainda não houve manifestação local da síndrome da Refugagem Multi-sistêmica, nem de casos clínicos da doença. No Canadá a doença se manifesta clinicamente a partir dos 85 dias de idade. A vacinação com o produto CircoFlex™, entre 19 e 59 dias de idade, promove excelentes resultados de proteção vacinal, com uma redução da mortalidade entre 2,8% e 10,6% mesmo na presença de anticorpos maternais. Não há correlação significativa na soro-conversão, entre vacinação e proteção. Com uma só dose dessa mesma vacina, em gran-

jas com circovirose suína subclínica, melhora-se o ganho médio diário em 30 gramas, além do consumo médio diário, o peso da carcaça no abate, o percentual de carne magra e a mortalidade. Não há evidências de que o PCV-2 esteja presente e se replique nas células epiteliais intestinais (in vitro em células intestinais), ainda que detectado nas fezes. Em um trabalho realizado na ISU ficou confirmado que o PCV-2 pode induzir enterites. Nos EUA, PCV-2 está associado principalmente a quadros respiratórios, estando a maioria deles (68%) associados a outros patógenos pulmonares como Pasteurella multocida, Mycoplasma hyopneumoniae, Streptoccocus suis, o vírus da PRRS e o vírus da gripe. O mecanismo de persistência do PCV-2 no sistema reprodutivo dos cachaços não inclui a apoptose. As infecções sub-clínicas são freqüentes, motivo pelo qual não se recomenda os métodos sorológicos para o diagnóstico da circovirose suína. No caso de infecções sub-clínicas em leitões, as IgM aparecem entre os 7 e 14 dias, persistindo durante os 42 dias posteriores à infecção e as IgG surgem entre 24 e 49 dias, persistindo por várias semanas. Ano VI - nº 28/2008


Revisão Técnica A Dra. Montserrat Torremorell apresentou um sistema de avaliação corporal, desenvolvido em conjunto com as equipes da Genus/Pic e Ralco Nutrition, para determinar o grau de incidência da circovirose em granjas com manifestação sub-clínica ou crônica da doença (valores variando de zero a quatro). No Brasil o primeiro caso de circovirose foi detectado no ano 2000, sendo a maioria dos casos atribuída ao PCV-1, com a presença do PCV-2 nos casos mais recentes e com sintomatologia clínica mais severa. Nos trabalhos de um consultor norte-americano e de sua equipe, foi encontrado um benefício de US$ 10,00/suíno e US$ 9,85/suíno vacinando com uma dose de CircoFlex™ às três semanas de vida, derivado da redução da mortalidade, da melhora no ganho médio diário e no percentual de carne magra no abate. Um trabalho canadense comparou três vacinas (1= 02 doses nas mães; 2 = uma dose nos leitões e 3 = duas doses nos leitões). Houve melhora em todos os casos, relativa à mortalidade, com algumas diferenças entre si. Os fetos de porcas que estejam na metade do período de gestação (55 dias) são os mais suscetíveis à replicação do PCV-2.

cremento no nº. de leitões nascidos vivos (+ 0,5. p = 0,03) e nos desmamados por leitegada (+ 0,3. p = 0,04), além de torná-los mais vigorosos no momento do nascimento, segundo 55% dos produtores entrevistados. As vacinas contra o PCV-2 mostraram-se efetivas na redução das lesões pulmonares e ganglionares, além da viremia, em suínos co-infectados no mesmo dia com o PCV-2 e o vírus da PRRS. Nos quadros reprodutivos relativos ao PCV-2 devemos enfatizar a necessidade de se fazer um diagnóstico diferencial entre o parvovírus, o vírus da PRRS e a leptospirose. Possível sinergia entre a intoxicação por fumonisina e o PCV-2, estimulando sua replicação in-vitro, levando a danos hepáticos, edema pulmonar, imunossupressão e atraso no crescimento.Os resultados da vacinação de leitões com imunidade maternal (três granjas, aos 21 e 28 dias de idade), com Suvaxyn Circo One™ na Espanha, apresentados pelos colegas do laboratório Fort Dodge e em conjunto com Centro de Recerca e Sanidade Animal em conjunto com a Universidade Autônoma de Barcelona, implicaram em uma redução na mortalidade, nas lesões, na viremia e na presença do PCV-2 nos tecidos.

Os colegas da Universidade de Murcia, departamentos de Produção, Sanidade e Anatomia Patológica, apresentaram um trabalho realizado com 36 suínos entre 16 e 25 semanas de idade e com problemas de síndrome da Refugagem Multi-sistêmica e manifestações do Complexo Respiratório Suíno. Analisaram, em cada caso, as proteínas de fase aguda como argumento diferenciador de ambas as patologias, observaram valores de haptoglobina, proteína C reativa e soro amilóide. Concluindo a necessidade de mais estudos, no futuro.

DV5 – PRRS (Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína) Profissionais espanhóis da Universidade Complutense de Madri, foram analisados a habilidade limitada para indução de anticorpos neutralizantes que têm as diferentes cepas do vírus, particularmente significativa entre as cepas européias. Essas referidas cepas diferem em sua patogenia e origem geográfica, não havendo uma correlação estrita entre suas características patogênicas. Os sinais clínicos e lesões pulmonares dependem da cepa. Foi realizado um ensaio com quatro cepas vacinais vivas modifica-

Um trabalho realizado em Iowa, comparando as reações locais em leitões vacinados com três vacinas distintas, encontrou diferenças entre elas, da ordem de 90, 50 e 10% de reações. No Japão, 62,5% das granjas tiveram casos de Síndrome da Refugagem Multi-sistêmica, em 2001. Os resultados da vacinação com produtos de uma ou duas doses foram positivos, reduzindo a mortalidade, a viremia e a presença do vírus nas fezes (em não vacinados até seis semanas de idade), além de melhorar o ganho médio de peso diário. O uso do produto Circovac™ em reprodutoras, desde junho de 2007 na França, determinou um inAno VI - nº 28/2008

Suínos & Cia

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Revisão Técnica maior positividade na região Metropolitana, que é onde está a maior densidade suinícola. O projeto foi explicado por Montserrat Torremorell, Leonardo Cuevas, Marta Rojas, Fernando Osorio e Steve Henry. Na África do Sul surgiu em 2004, com abortos, orelhas azuis e transtornos respiratórios em suínos de engorda, originados por uma cepa norte americana, o que procedeu ao sacrifício de todos os animais e à sua erradicação. No Brasil, até o momento, ainda não foi descrito nenhum caso de PRRS (numa amostragem de 2.540 soros, 100% resultaram negativos).

das, em 96 leitões de três semanas de idade, tendo sido determinado como as quatro induzem viremia, com variações em sua transmissão sobre animais não vacinados, aumentado assim o risco de reversão das formas mais virulentas. Uma parceria entre a Universidade de Córdoba e Murcia com CISA - (Centro de Investigación en Sanidad Animal) e INIA e Surrey-UK, realizaram um estudo com 32 leitões SPF (leitões livres de patógenos) com cinco semanas de idade, demonstrou não haver mudanças no número de leucócitos daqueles que se infectaram, sem que houvesse decréscimo de linfócitos, monócitos e células CD4 + CD8, tanto no sangue como no tecido linfóide periférico (o vírus se replica no pulmão e no tecido linfóide). Na Holanda, entre 2004 e 2007, as cepas isoladas (170) têm 88,8% de homologia com a cepa da vacina Porcilis PRRS™, não tendo sido encontrada a cepa primária Lelystad. Não se percebeu diferenças em homologia entre as cepas de granjas vacinadas e não vacinadas. Foram demonstradas várias diferenças na freqüência dos fatores de risco, entre granjas de reprodutores dos EUA e Canadá, sendo a maior delas o tamanho da granja no momento Suínos & Cia

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da infecção. Diversos trabalhos norte-americanos foram realizados em granjas com mais de 2. 500 porcas, explicando programas de eliminação do vírus da PRRS sem despovoar animais de engorda, nem reprodutoras, através do uso de um programa sistemático de vacinação, utilizando uma vacina viva atenuada em porcas, marrãs e no setor de engorda, com despovoamento de leitões; e em outros casos, usando sistemas de filtração de ar, com o aumento de medidas de biossegurança paralelas. Outros programas vacinais concentram-se na imunização de porcas com duas doses, antes do parto e de leitões às duas semanas de idade, demonstrando um benefício econômico de € 3,02 por suíno. Essa referida doença custa à indústria suinícola norte-americana, entre US$ 5,6 e 7,6/suíno vendido. Na Suécia, o primeiro diagnóstico da PRRS foi realizado em julho de 2007, com perdas reprodutivas significativas e incremento da mortalidade, antes do desmame. No Chile, a doença foi diagnosticada pela primeira vez em 1999, tendo sido criado um Plano Nacional de Controle (www.sag.gob.cl). A prevalência no tempo e em diferentes granjas foi descrita, encontrando-se

Vários trabalhos sobre a transmissão aérea, tanto do vírus da PRRS, como do M. hyopneumoniae, indicam que o vento tem 62% de efeito, a umidade 17% e o índice de radiação ultravioleta, apenas 9%. Os genótipos norte americanos induzem a mais mudanças nas células dendríticas infectadas, que as cepas européias, o que pode explicar suas diferenças em termos de virulência. Um pré-requisito essencial para se interpretar corretamente os resultados sorológicos por ELISA, é fazer uma exclusão sobre as cepas de vírus de origem vacinal ou suas derivadas, através da prova do RT-PCR. O segredo para desmamar leitões negativos para PRRS, nascidos de porcas positivas, está em controlar a infecção das nulíparas antes que elas entrem na área das coberturas e tenham contato com o resto do plantel, procedimento este que assegura o término de sua fase de viremia. A administração de aivlosin na ração, entre 100 e 200 ppm, no início da doença, reduz a gravidade dos problemas respiratórios (pneumonia) e a viremia associadas ao vírus da PRRS, em modelos de infecção experimentais. Suínos infectados com o vírus da PRRS têm um nível plasmático de ceftiofur menor que os não infectaAno VI - nº 28/2008



Revisão Técnica desde 1986, com dois surtos ocorridos em 1998 e em 2001/02. Em outro trabalho sobre os riscos quantitativos da introdução da PSC na Espanha através da importação de cachaços e reprodutoras, a mesma equipe da UCM, em conjunto com Perez, A, da UC Davis, na Califórnia, concluiu que as maiores possibilidades de introdução do vírus estão no noroeste espanhol, nos meses de fevereiro e março.

dos, o que nos orienta a ajustar a dose do referido antibiótico, quando o utilizamos em granjas positivas para o vírus da PRRS. A vacina Progressis PRRS™ (cepa P120) induz imunidade celular específica (IFN ganma in vitro). Uma pesquisa conduzida por espanhóis da Intervet e F. Grao, consultores da região de Murcia, apresentaram um plano de controle para um quadro agudo de PRRS em uma granja de 6.000 fêmeas em três fases, utilizando a vacina Porcilis PRRS™.

DV6 – PESTE SUÍNA CLÁSSICA (PSC) A vacinação está proibida na Comunidade Européia (CE) e a PSC é uma doença de notificação obrigatória junto à OIE (Organização Internacional de Epizootias). A aplicação in vivo de um derivado de inidazol piridina (BPIP) inibe a replicação do vírus da PSC. Em países endêmicos a PSC é controlada mediante a vacinação de porcas, antes do parto e também de leitões (Malásia). Em casos de emergência se pratica a vacinação sistemática do plantel. Há outros programas baseados em duas vacinações Suínos & Cia

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sistemáticas ao ano, em porcas e em leitões no momento do desmame. Embora o grau de sensibilidade das provas de ELISA seja melhor que o da soro-neutralização (SN), há diferenças de sensibilidade entre os ELISA, no tocante a títulos. O subtipo 2.1 do vírus da PSC foi diagnosticado na África do Sul depois de 87 anos de ausência, pelo contato entre suídeos (domésticos e selvagens, particularmente os javalis, como portadores em potencial). A doença da febre alta suína (porcine high fever disease ou PHFD), na China (PRRS versus PSC) já afeta 23 províncias, com 50 milhões de suínos mortos. Tanto os sintomas clínicos como as lesões, são compatíveis com a PSC. O uso de modelos matemáticos espaciais e aleatórios, na Bélgica, os quais simulam o movimento geográfico dos animais, serve para avaliar estratégias de controle futuras frente à PSC. Estudos espanhóis apresentados nessa linha pela equipe da Universidade Complutense de Madrid, sobre os últimos focos de PSC em Segovia durante 1997/98, concluíram que a disseminação local é um componente importante na transmissão da doença. Lembrar que, na Espanha, estamos livres de PSC (classical swine fever)

A equipe de E. Pérez-Martín, do Centro de Recerca e Sanidade Animal em conjunto com a Universidade Autônoma de Barcelona - CR e SA-UAB-IRTA, em conjunto com o CISA (Centro de investigación en Sanidad Animal) - INIA, INIA, INTA de Buenos Aires e VLA – UK, estudando o vírus da peste suína africana (PSA) concluiu ser possível conferir uma proteção parcial frente ao mesmo, na ausência de anticorpos específicos, usando uma vacina de DNA que induza a produção de anticorpos neutralizantes e resposta celular.

DV7 – OUTROS VÍRUS TORQUE TENO VÍRUS (TTV): vírus DNA – anellovírus – presente em humanos e animais domésticos. É parte da flora normal, sendo conhecidos dois geno-grupos (1 e 2), considerados não patogênicos (o g1, em suínos gnotobióticos infectados, provoca pneumonia intersticial e pode ser detectado nos tecidos 10 dias pós infecção). Em humanos, a medula óssea e o fígado são os órgãos de replicação. A transmissão oro - fecal é a mais conhecida, sendo factível a transmissão uterina (aos sete dias depois da infecção, em gnotobióticos). Em suínos gnotobióticos infectados conjuntamente com PCV-2 e o vírus da PRRS, o TTVg1 atua como promotor de referida infecção. Os pesquisadores espanhóis do Centro de Recerca e Sanidade Animal e com a Universidade AutôAno VI - nº 28/2008


Revisão Técnica noma de Barcelona - CR e SA-UABIRTA, relataram que os vírus TTV-1 e TTV-2 circularam na população suína entre 1985 e 2005 (exceto em 1992, 93, 98 e 99), num estudo realizado em 162 amostras de soro. O vírus pôde ser detectado no soro, plasma, sêmen e fezes, em seu estudo de prevalência realizado através de RT-PCR, em swabs nasais de leitões com 11 a 15 semanas de idade, de modo contrário a outros estudos que detectaram o vírus com maior prevalência em leitões desmamados. Outro estudo detectou TTV no colostro e em leitões recémnascidos, o que pode significar uma transmissão vertical. Colocaram em dúvida a possibilidade da atuação do TTV-2 em co-infecções com o PCV-2 e na patogenia da síndrome da Refugagem Multi-sistêmica. Esta mesma equipe de trabalho realizou um estudo o CSIC de Madrid, em 670 soros suínos, determinando 80% de prevalência do torovírus (responsável por episódios de diarréia em cavalos), em suínos adultos. Neste vírus a infecção aparece mais cedo, entre três e sete semanas de vida, ao diminuírem os anticorpos maternais.

DOENÇAS BACTERIANAS DB1 – Actinobacillus pleuropneumoniae (APP)

das de despovoamento parcial, com o tratamento injetável à base de enrofloxacina, mais a tiamulina na água de bebida, controlam o problema de modos eficaz. Na Suécia, os sorotipos 2 e 5 são os mais freqüentes, havendo um incremento na sua incidência em granjas mais povoadas. A associação entre o APP e o vírus da gripe resulta em rápida disseminação. O ceftiofur sódico e a tilmicosina demonstraram-se eficazes no controle de surtos de APP, devidos aos sorotipos 1, 5 e 7, assim como também o foi a vacina PneuPac™, nos EUA. Dos 15 sorotipos, alguns mostraram-se mais virulentos que outros, de tal forma que na Argentina, o S1 - sorotipo 1 apresenta manifestações clínicas mais severas, com mais alterações hematológicas e histopatológicas. APP e M. hyopneumoniae induzem uma pleurite parapneumônica, enquanto o H. parasuis e o Streptococcus suis são responsáveis pela pleurite primária nos suínos. Em um trabalho inglês foi demonstrada a eficácia da tulatromicina na eliminação dos sorotipos seis e 12, após a injeção em todas as porcas

(primíparas, multíparas e cachaços), numa granja de 525 porcas, nos dias zero, cinco e 10. Em um estudo do NVI, da Universidade de Leon, utilizando 30 leitões SPF com nove semanas de vida, concluiu-se que a enrofloxacina funciona bem no tratamento de casos agudos, embora eles não convertam, tornando-se suscetíveis a uma nova infecção. A tetraciclina foi eficaz nesse tipo de tratamento, permitindo o desenvolvimento de imunidade protetora; já a penicilina foi a menos eficaz entre os princípios ativos testados para esse tratamento. O trabalho espanhol realizado pelo Centro de Recerca e Sanidade Animal e a Universidade Autônoma de Barcelona - CR e SA-UAB-IRTA, em conjunto com a Cooperativa de Ivars, em três granjas e com três cepas distintas de APP, demonstrou como o parâmetro farmacológico PK/PD é diferente para cada um dos antibióticos testados (enrofloxacina e florfenicol), em cada um dos três isolamentos. Uma pesquisa realizada pela equipe da Schering Plough, usando florfenicol mais amoxicilina num quadro agudo de APP, obteve uma correlação positiva com o ganho médio de peso diário e a uniformidade dos suínos tratados.

A aplicação da vacina Pleurovac™ (Schering Plough Intervet), com as toxinas I, II e III, na Austrália, revelou-se eficaz frente ao desafio dos sorotipos 1, 7 e 15, em termos de mortalidade, sintomas respiratórios e lesões pulmonares. Os anticorpos (AC) maternais parecem durar até às oito semanas e interferem com a imunidade ativa, por isso se vacina os leitões entre oito e 10 semanas de vida, repetindo-se a dose duas e três semanas depois. Sua manifestação clínica, na Noruega, é tanto aguda como crônica. Os sorotipos mais freqüentes são: 2, 6, 7, 8 e 10 (6 e 8, mais). As mediAno VI - nº 28/2008

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Revisão Técnica DB2 – Mycoplasma hyopneumoniae (Mh) Vários trabalhos dos EUA relataram sobre a eliminação do Mh mediante a estabilização da imunidade em porcas, dupla vacinação do plantel reprodutivo com um intervalo de três semanas entre as doses, segregação de leitões aos 10 dias de lactação, uso estratégico de antibióticos em porcas, atenção ao sistema de adoções-cessões, despovoamento completo de creches e engorda, fluxos únicos e estrito controle de entrada de pessoas em granjas. As indicações terapêuticas referenciadas são: lincomicina a 100 ppm, durante quatro semanas e para todas as porcas; tulatromicina no dia do nascimento, para todo o efetivo de porcas e leitões; tiamutina mais clortetraciclina na ração. A vacinação de porcas e leitões às três e seis semanas de idade demonstram de forma controvertida, uma melhora do ganho médio de peso diário e redução das lesões pulmonares. As práticas de adoções-cessões podem afetar a transferência de imunidade maternal, tanto humoral como celular. Relevante, em termos de PCR, foram os diferentes níveis de AC de M. hyopneumoniae em porcas, rela-

cionados com a idade e o parto. Essas diferenças se justificam uma vez que seus leitões serão misturados, o que provoca uma resposta intensa a soro conversão, apesar da proteção ativa induzida no caso de vacinação recomendada, a ausência de AC maternais e do momento da infecção. Trabalhos interessantes foram apresentados sobre as diferenças de virulência das cepas de M. hyopneumoniae, mostrando que as de baixa virulência, apesar dos sintomas clínicos e lesões escassas, não induzem proteção depois da infecção. A interação entre cepas de alta e baixa virulência necessita ser mais bem investigada. Determinação da diversidade genética em 36 amostras isoladas, através de PCR. Foi apresentado um trabalho onde se utilizou vacinas de uma (às três semanas) ou duas doses, tendo sido encontradas diferenças em termos de soro conversão e índice de lesões pulmonares, mas não com relação ao ganho médio de peso diário. Trabalhos recentes confirmam não haver transmissão vertical, até oito meses pós-infecção. Granjas dinamarquesas infectadas por M. hyopneumoniae chegam a ter perdas da ordem de 37 g, em termos de ganho médio de peso diário, perdas de conversão de 0,08 g/kg e 0,9%

a mais de mortalidade, o que leva um sobre custo de € 2,7/suíno abatido. Foram apresentados os resultados de uma vacina composta por M. hyopneumoniae + HPS (Haemophilus parasuis), aplicada em leitões no pós desmame, com reforço posterior, correspondentes a uma redução significativa das lesões pulmonares (8,2 versus 2,0%). Em algumas granjas foi descrita a ocorrência de reações vacinais secundárias. Dentro das apresentações de pesquisadores espanhóis realizadas, na qual se propõe um método de avaliação do índice de lesões pulmonares. A classificação vai de zero a cinco, com base na área de tecido afetado microscopicamente, com a palpação de áreas escuras e no percentual de suínos com lesões, suínos com lesões de grau quatro e cinco e no índice médio. Em outro trabalho relativo a 120 leitões vacinados contra M. hyopneumoniae com dois produtos de dose única, foram estudados os níveis de duas proteínas séricas de fase aguda (PigMAP e Haptoglobina), durante as duas semanas posteriores à vacinação. Não foi observado um incremento significativo no nível de ambas as proteínas, em leitões vacinados com o produto M+PAC™. Os profissionais da Intervet, apresentaram um trabalho realizado em oito granjas de ciclo completo, onde os animais foram vacinados conjuntamente com Porcilis MHyo™ e Porcilis PRRS™, havendo redução da prevalência e da extensão da pneumonia enzoótica. Um outro trabalho apresentado pela equipe da Schering Ploght e colaboradores sobre a erradicação de M. hyopneumoniae, combinado com o despovoamento parcial dos setores de creche e engorda e o tratamento com Aivlosin™ (tylvalosin). Já um consultor de Zaragoza, avaliou a influência das lesões pulmonares de Mh sobre os índices produtivos (ganho médio de peso diário e valor da carcaça no abatedouro). Joaquín Bringas, da Sat Suis,

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Revisão Técnica com a equipe da Schering Plough, mostrou os efeitos positivos de duas injeções de florfenicol, em comparação a três aplicações de ceftiofur sódico, sobre a febre e a depressão decorrentes de um quadro agudo de Complexo Respiratório Suíno.

DB3 – Haemophilus parasuis Um estudo australiano realizado em 20 granjas, utilizando swabs nasais para a coleta de amostras, analisadas por ERIC-PCR, reafirmou a importância da qualidade e quantidade adequada das mesmas, para um diagnóstico correto dos sorotipos presentes na granja, sua prevalência e patogenia. Os melhores resultados são obtidos quando se combina amostras de animais sadios com doentes, numa mesma coleta. Uma vez conhecidas as cepas da granja, podem-se aplicar métodos mais sólidos, como os controles da exposição e as estratégias de vacinação. Mais de 29% dos isolamentos, nos EUA, não são de cepas patogênicas. Genotipar o H. parasuis através do método de ERIC-PCR, com o objetivo de conhecer os grupos de cepas mais prevalentes, nos ajudará a selecionar a vacina mais adequada. No Brasil, os sorotipos de maior prevalência são: 2, 4 e 5. Algumas cepas podem persistir na granja por até seis anos. Os colegas espanhóis da Universidade de Leon, em conjunto com os da Universidade de Zaragoza, infectaram nove leitões com H. parasuis, sorotipos 2, 4 e 5; analisaram a resposta dos mesmos frente à fase aguda da doença de Glässer e comprovaram uma evolução paralela entre a presença e a gravidade dos sinais clínicos da mesma, com a duração e a magnitude das alterações na concentração das proteínas de fase aguda, PigMAP e Haptoglobina. A equipe do Centro de Recerca e da Universidade Autônoma de Barcelona apresentaram uma pesAno VI - nº 28/2008

quisa onde vacinando seis porcas de uma granja de 250 reprodutoras com Hipravac-Glässer™ demonstrou que as mesmas tinham um nível maior de AC que as não vacinadas, de modo que seus leitões se colonizavam mais tarde e em menor grau (25,8 versus 50% de leitões aos 24 dias de idade). O nível de anticorpos passivos cai, em ambos os grupos, aos 60 dias de idade dos leitões, havendo um aumento da colonização bacteriana (100% nos não vacinados contra 85,7% nos vacinados). Quando a imunidade humoral decresce nos leitões incrementa-se a colonização e, portanto, a prevalência.

DB4 – Rinite Atrófica Os fatores ambientais e o mau manejo agravam os quadros de rinite atrófica, sendo a vacinação a base para reduzir o impacto clínico e patológico da mesma. Foram testadas duas vacinas, na Tailândia, das quais se aplicou duas doses, com um intervalo de quatro semanas entre si, em nulíparas que apresentavam diferentes respostas imunitárias, relativas ao título frente à toxina da Pasteurella multocida. O controle desse tipo de patologia requer uma integração en-

tre o manejo ambiental, o tratamento com antibiótico e o programa de vacinação. A presença da toxina Fumonisina B1 nas rações aumenta a gravidade da pneumonia causada pela Pasteurella multocida e pela Bordetella bronchiseptica. Nos isolados de P. multocida, A. pleuropneumniae e Actinobacillus suis, nos EUA, entre 2003 e 2006, encontrou-se melhor resposta à clortetraciclina que à oxitetraciclina.

DB5 – Brachispira sp Primeiro estudo na Suíça detectando através de PCR (swab retal) a Brachispira hyodisenteriae e a B. pilosicoli. De 105 granjas, 10 foram positivas para ambas as bactérias, havendo histórico prévio de diarréias em leitões e na engorda, em todas onde a Brachispira pilosicoli foi identificada. Num estudo alemão, as infecções experimentais com B. hyodisenteriae em leitões de 16 kg provocaram diarréia muco-hemorrágica depois de um à 13 dias de incubação, sendo que os animais infectados com B. innocens, B. intermedia e B. murdochii mostraram-se assintomáticos. Suínos & Cia

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Revisão Técnica Ricardo J.M. Neto que trabalhou em Sapo (UK), expôs um programa terapêutico de erradicação de disenteria hemorrágica em uma granja de 900 porcas em criação extensiva, com tiamulina e valnemulina. Profissionais espanhóis, em conjunto com a Novartis, expuseram um programa de erradicação numa granja de 1.800 porcas, em três fases, cronicamente infectada há quatro anos, utilizando tiamulina com oxitetraciclina, associado às medidas de limpeza, desinfecção e controle de roedores (também realizado em outro estudo australiano). Na Universidade de Leon, estudaram as suscetibilidades antimicrobianas frente à B. hyodisenteriae, em isolamentos realizados na Espanha, entre 2000 e 2007, encontrando resistência à tilosina, à lincomicina e às pleuromutilinas (tiamulina, valnemulina). Junto com a equipe da Calier, apresentaram dados de uma autovacina inativada, para aplicação em porcas, com redução de sinais clínicos em duas granjas, de 2.270 e 200 porcas (C. Dávila). Uma outra pesquisa realizada pela Pfizer em conjunto com os colegas da OPP, trataram os animais de uma granja com 675 porcas, de duas fases e positiva para a Brachispira hyodisenteriae a partir das 16 semanas de idade; o tratamento instituído foi linco-spectin + tilosina via água de bebida, durante sete dias, obtendo melhor qualidade de fezes e maior ganho médio de peso diário no primeiro grupo, com menor número de suínos injetados com tiamulina e sem reversão clínica, há duas semanas da conclusão do tratamento.

DB6 – Clostridium sp Para controlar a enterite neonatal por Clostridium sp, a Bacitracina disalicilato revelou-se eficaz, quando adicionada à ração a 250 ppm, durante duas semanas antes e três após o parto (aprovada apenas nos EUA e Suínos & Cia

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não na Europa). As infecções mistas, por Clostridium perfringens e Isospora suis provocam elevada mortalidade neonatal. Na Holanda, a incidência de enterite hemorrágica por Clostridium perfringens do tipo C tem se incrementado em leitões lactentes, com um a quatro dias de idade, devido à toxina beta 2. Esse quadro também costuma ocorrer devido ao C. difficile, embora com baixa mortalidade, mas com até 100% de morbidade e grande atraso de crescimento (de 1,0 a 1,5 kg a menos no desmame).

DB7 – Lawsonia intracellularis Um trabalho grego, usando Virbamix PE™ na ração, a 1 kg/tonelada (óleos essenciais de Origanum vulgare e Allium sativum) demonstrou atividade antimicrobiana frente à L. intracellularis, em leitões. Na Dinamarca, o uso de ácidos orgânicos com Óxido de Zinco (Zn O), a 2.500 ppm, entre 7 e 30 kg de peso, demonstrou efeitos positivos frente a infecções por E. coli 0149 e L. intracellularis. A L. intracellularis pode persistir fora do hospedeiro por 14 dias

e sua fonte principal de contágio é a transmissão horizontal. Um bom programa sanitário reduz essa pressão. Na Suécia, 48% das granjas de produção de leitões são positivas para a L. intracellularis. Um estudo dinamarquês realizado em 45 granjas revelou que os sinais clínicos mais evidentes ocorrem entre seis e 20 semanas de idade. Os suínos soro convertem duas semanas antes que a bactéria possa ser detectada nas fezes pelo PCR (www. landmandsporttalen.dk). Neste país, a tiamulina, a tilosina, a clortetraciclina e a valnemulina são os antibióticos mais adequados para melhorar o ganho médio de peso diário (GMPD) e os índices de conversão e mortalidade, dependendo das condições da granja. O uso da vacina Enterisol Ileitis™, em nove granjas com mais de 500 porcas, determinou melhora significativa nos parâmetros produtivos mencionados, além de homogeneizar os lotes que receberam o produto. Numa meta análise, realizada na Ásia em 11.536 animais com a vacina Enterisol Ileitis™, se obteve uma melhora de 53 g no GMPD, uma redução de 42% na mortalidade, além de um custo menor de medicação (€ 0,90/suíno) e de uma maior uniformidade (+14 %). Ano VI - nº 28/2008


Revisão Técnica Um estudo francês estimou perdas econômicas por ileíte, da ordem de $ 2,5 a 10 ($ 5,08 em média), por suíno afetado. Através do kit de diagnóstico Ileitest (IFA) foi determinada a prevalência de 68%, em 2.915 granjas de engorda, entre 2000 e 2007. Um trabalho suíço fala sobre o desenvolvimento de um “Taíman PCR”, que quantifica a L. intracellularis em amostras de fezes e que permite distinguir os casos agudos e os subclínicos, entre os animais infectados. Um estudo coreano revelou a detecção da referida bactéria em 70% das granjas e demonstrou uma melhora no retorno sobre o investimento (ROI) da ordem de 4,3/1, com o uso da vacina Enterisol Ileitis™ aos 32 dias de idade. Sobre uma base de dados de 65 granjas de 12 países europeus (18 com casos sub-clínicos e 47 com casos clínicos), entre 2005 e 2007,164. 214 suínos vacinados entre três e 15 semanas de idade com Enterisol Ileitis™, melhorou o GMPD entre 36 e 46 g, o índice de conversão (IC) entre 0,08 e 0,07 e a mortalidade foi reduzida entre 1,39% e 2,06%. Isso tudo supõe uma melhora na margem bruta da ordem de € 3,47 a 4,70/ suíno, nos casos clínicos e sub-clínicos, respectivamente.

jas (120, 400 e 800 fêmeas, em ciclo completo) e, finalizando, Antonio López da Agronsella-Piensos Unzué, com Antonio Palomo da Setna Nutrición-Inzo, numa granja de alto nível sanitário, com 2.500 reprodutoras em regime aberto.

DB8 – Salmonella sp Leitões nascidos de porcas com altos títulos de anticorpos (AC) terão títulos elevados aos sete dias de idade, podendo negativar depois. Incrementar o número de leitões negativos para Salmonella sp, quando da sua entrada na creche, contribuirá para a manutenção dos programas de controle da mesma, em nível de granja. A análise dos níveis de Salmonella sp na água de bebida, nos EUA, revelou maior quantidade em águas residenciais e originárias de bosques, que nas águas de uso agrícola e de granjas. A bactéria persiste por longo tempo no meio ambiente. Na Europa, segundo o decreto 2160/2003, entrará em vigor um plano para o controle de salmonelas a partir de Julho de 2009. Desde 2005 a Bélgica estabeleceu um Plano Nacional, o qual tomou maior impulso a partir de Julho de 2007, identificando

os fatores de risco em granjas suinícolas. Os principais fatores determinados são: vazio sanitário insuficiente; falta de medidas de higiene, limpeza e desinfecção; falta de registro de visitas; controle de roedores e animais de companhia. Não foram encontradas diferenças, quanto à detecção de Salmonella sp, na apresentação das rações (granuladas e fareladas). Os fatores de risco identificados na França são: granjas muito grandes; falta de quarentena; vazio sanitário insuficiente; falta de higiene com relação à água de bebida. Há diferenças significativas quanto à prevalência por províncias e por categoria de pesos, assim como estações do ano (verão - outono > inverno). O diagnóstico por RT-PCR é mais sensível que os métodos de cultivo convencionais, além de reduzir tempo e trabalho. O nível de contaminação de carcaças no abatedouro está relacionado com o grau de contaminação da pele dos suínos vivos no pré-abate; este, por sua vez, relaciona-se com o nível na área de carga e o período de espera. O conteúdo do íleo e os gânglios mesentéricos são as partes mais contaminadas. O uso de acidificante na água de bebida produz resultados

Profissionais espanhóis da Boehringer Ingelheim apresentaram os dados do impacto do uso da vacina em cinco granjas espanholas, num total de 50.330 suínos vacinados entre três e oito semanas de idade, obtendo melhoras de GMPD entre 10 e 76g, IC entre 0,021 e 0,270 kg por kg e redução da mortalidade de 16,8 a 40,8%. A melhora desses índices elevou a margem bruta de € 2,65 a 7,09/ suíno e o ROI de 2/1 para 5,2/1. Experimentos semelhantes foram ainda apresentados de uma granja de 500 porcas em ciclo completo e de uma granja de 300 porcas em ciclo completo. Já a Faculdade de Veterinária de Leon, em três granAno VI - nº 28/2008

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Revisão Técnica vel frente ao S. suis e ao H. parasuis. Sua biodisponibilidade em suínos chega a variar até 30% (é três vezes menor que em humanos), influenciada pelo pH intestinal do animal e pela interação com alimentos e outros fármacos.

DB12 – Staphylococcus sp

contraditórios quanto à excreção da Salmonella sp, assim como a sua prevalência.

existe a possibilidade de recombinação de cepas selvagens e a conseqüente reversão de sua virulência.

Os colegas da Faculdade de Veterinária de León, P. Rubio, J.A. Collazos, C. García, A. Carvajal e L. de Castro, juntamente com L.M. Samaniego da Universidade Matanzas de Cuba, explicam o uso in vitro de algumas bactérias produtoras de ácido lático (L. reuteri, L. animalis, L. murinus, L. ruminis e L. delbrueckii) isoladas do intestino do suíno, assim como seu efeito antagonista com a Salmonella typhimurium, que reduz sua excreção e os sinais clínicos da doença. As duas primeiras sobrevivem bem ao suco gástrico e o L. animalis também o faz com relação aos sais biliares.

O laboratório da Iowa State University, nos EUA, relatou um incremento da erisipela em mamíferos marinhos, além de informar que os suínos são suscetíveis a 17 dos 28 sorotipos conhecidos. As infecções mais freqüentes são devidas aos sorotipos 1 a, 1 b e 2.

Manuel Lainez, M. González e J. Herrera, do CITA de Valencia, num estudo de excreção fecal de Salmonella sp, realizado em uma granja de 2.500 porcas em múltiplos sítios, concluíram haver um alto risco de infecção em leitões, durante toda a fase de lactação.

DB9 – Erisipela (E. rhusiophatiae) Sua distribuição é mundial e provoca quadros agudos e crônicos em suínos suscetíveis. Os AC maternais duram de 7 a 8 semanas. Com o uso da vacina Suvaxyn E-oral™, o agente não persiste na nasofaringe depois da vacinação. Considerar que Suínos & Cia

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Utiliza-se a técnica da imunohistoquímica para determinar o antígeno e uma técnica de PCR para a sua diferenciação genética.

DB10 – Leptospira sp Tem dispersão mundial. Seus AC são determinados por técnicas de micro-aglutinação e não persistem por mais de seis semanas, sendo os rins os seus reservatórios. As medidas de higiene reduzem a incidência de novas infecções. As tetraciclinas, mais concretamente a doxiciclina, e o antibiótico mais bio-disponível na administração oral, reduzindo a excreção da Leptospira sp, além de ser bem tolerado em todas as fases da gestação.

DB11 – Streptococcus suis A amoxicilina, administrada por via oral, tem uma eficácia variá-

Resistências do Staphylococcus aureus à meticilina são conhecidas nos casos de infecções hospitalares, em humanos, no mundo todo. Em suínos foram descritas no Canadá, Holanda e em trabalhos apresentados na Alemanha, em todas as idades do plantel. A primeira referência de resistências em bovinos foi relatada em 1970, em casos de mastite em vacas leiteiras, na Bélgica. Atualmente, as fontes de amostras para o estudo de resistências são os exudatos nasais.

DB13 – Outras bactérias Mycobacterium haemosusis, como responsável pela eperitrozoonose ou icteroanemia em suínos de engorda, neonatos (leitões pálidos, ictéricos) e porcas pré-parto (febre, hipo-agalaxia). Mycoplasma hyosynoviae induz à artrite. Os resultados ligados ao sexo nem sempre se correlacionam com o estado sanitário. O cultivo e a confirmação, com o teste de anticorpos fluorescentes e o teste de inibição do crescimento são necessários para o diagnóstico a partir do fluido sinovial e do swab articular (leva tempo). Utilizam-se dois tipos de PCR, com elevada sensibilidade, como alternativa ao diagnóstico. Actinobacillus suis é detectado por PCR de material coletado em tonsilas, sendo sensível à tilmicosina e à tulatromicina. A associação entre H. parasuis e Mycoplasma hyorhinis é comum nos quadros de serosites (peritonite, pleurite e pericardite). Ano VI - nº 28/2008



Revisão Técnica DOENÇAS PARASITÁRIAS A disseminação da infecção por Isospora suis está intensamente correlacionada com a contaminação ambiental. Assim sendo, a porca tem seu papel na introdução do agente na baia de parição, a qual é mantida pela transmissão entre os leitões que se contaminam na própria baia. O tratamento metafilático da coccidiose com Baycox™ previne os sintomas graves da doença e as perdas de leitões. Na Irlanda do Norte, entre 2003 e 2004, a incidência de manchas de leite no fígado foi de 24%, em 86% das granjas positivas analisadas, o que fez com que esse tipo de observação se mostrasse mais sensível para o diagnóstico, que o exame coprológico. Não foi encontrado Trichuris suis e apenas uns 5% de infecções mistas (Ascaris suum com Strongilus sp). As perdas econômicas, devidas a infecções pelo Ascaris suum, são estimadas em € 6,30/suíno abatido. Há uma correlação positiva entre a presença de manchas de leite no fígado, com problemas respiratórios na terminação. A ação da larva migratória do Ascaris suum no fígado tem um impacto negativo sobre a resposta à vacinação frente ao M. hyopneumoniae.

Os colegas espanhóis do laboratório Hipra descreveram um caso em porcas nulíparas, causado por Trichuris suis durante a adaptaçãoentrada em uma granja de 300 fêmeas em criação extensiva, com sintomas de emagrecimento, infertilidade, diarréia com sangue, severa desidratação e mortalidade de 35% no referido lote de marrãs.

REPRODUÇÃO Um estudo belga, realizado em 354 porcas nas quais se injetou 2 mL de cloprostenol (PGF2α - Planate), entre 24 e 48 horas antes do término do parto, resultou – com relação ao controle – num intervalo desmamecio (IDC) melhor (5,3 versus 5,4), um IDC final de 9,1 versus 9,5 e, sobretudo, num incremento no número de nascidos vivos no parto seguinte (13,3 versus 12,5). Altos níveis plasmáticos de uréia, TGO e TGP podem revelar a presença de quadros crônicos o subclínicos de descargas vaginais posteriores à inseminação. Os ovários das porcas primíparas, no desmame, são menos suscetíveis ao estímulo hormonal, devendose por isso ter em conta a dose de go-

nadotrofinas exógenas administradas, para uma resposta adequada. Os níveis mais altos de proteínas são encontrados na fase aguda (haptoglobina, proteína reativa C) e uma semana após o parto, devido aos mecanismos de adaptação fisiológicos do organismo (lipólise, regeneração uterina, desenvolvimento de tecido mamário – reações inflamatórias). Os padrões de motilidade do oviduto variam durante os diferentes estágios do ciclo estral, já que sua atividade muscular é regulada por níveis de progesterona, prostaglandinas e estradiol 17 beta. O sêmen do cachaço é rico em estrógenos. O laboratório Ceva apresentou um kit de ELISA semi-quantitativo (Pig-Reprokit™), para determinar os níveis séricos de progesterona (entre 0 e 19,2 ng/mL), com uma sensibilidade de 100% e uma especificidade de 84%. Um estudo tailandês revelou uma prevalência de síndrome MMA da ordem de 40%, em granjas de suínos com maior incidência de porcas primíparas. Aplicando flunixin meglumine obteve-se resultados benéficos em termos de peso e número de leitões desmamados (+ 0,5 leitão), assim como no intervalo desmamecobertura (5,33 versus 8,36). Num estudo belga, em 2.509 granjas com mais de 150 porcas, os fatores de risco mais comuns para que os leitões nasçam mortos são: a linha genética; altas temperaturas na sala de partos; lavagem ou não das porcas na entrada dos partos; período do dia em que ocorre o parto; porcas velhas; maior tamanho da leitegada e infecções pelo vírus da PRRS. A média de nascidos mortos neste estudo foi de 8,1 ± 12,8%. A forma de sobrevivência mais rentável para os leitões pequenos é mantê-los durante uma semana a mais na baia de parição, com uma porca da semana seguinte à qual foram desmamamos por tamanho. Leitões de peso elevado, fren-

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Revisão Técnica te aos normais no nascimento (1.500 versus 1.250 g) têm maior possibilidade de asfixiarem-se durante o parto. Numa análise de 999 granjas francesas, entre 2004 e 2006, foi definido um intervalo desmame-cobertura médio de 6,1 ± 1,2 dias, sendo de 7,2 ± 2 dias nas primíparas e de 5,9 ±1 dia nas porcas entre o segundo e o sexto parto. Injetando PG 600™ nas primíparas, no desmame as três semanas de idade, em uma granja mexicana de 350 porcas, chegou-se a um IDC de 2,9 dias a menos e a um tamanho de leitegada de 1,61 leitões a mais, além de uma melhora de 4,4% na fertilidade. Leitoas com níveis de progesterona de 7g/litro são consideradas cíclicas. Este trabalho dinamarquês concluiu que cobrir/inseminar mais tarde que o segundo ciclo, não incrementa o tamanho da leitegada. Desmamar as primíparas no dia 23, em vez de 26 e administrarlhes altrenogest durante quatro dias, não provoca melhora significativa no IDC, nem na fertilidade, segundo um trabalho realizado em três granjas belgas. Estes mesmos pesquisadores determinaram, num estudo realizado em 110 granjas, os principais fatores de risco para a síndrome de disgalaxia pós-parto (dentro de 72 horas): elevado consumo de ração de lactação (ad libitum); incorreta indução de partos; consumo de água na gestação antes da ração, com relação à água à disposição; traslado tardio para a sala de partos, em período insuficiente para sua aclimatação; supervisão insuficiente do parto; síndrome da porca gorda na entrada da sala de partos. Um estudo italiano, realizado em uma granja de 800 porcas, onde se mediu a gordura dorsal na entrada e na saída da sala de partos, durante 18 meses, concluiu que as porcas que haviam perdido mais de 4 mm de gordura têm pior fertilidade (3%) e geram leitegada de menor tamanho, comparativamente ao parto seguinte (0,43 leitões). Em primíparas, uma Ano VI - nº 28/2008

perda de 3 mm da lugar a uma perda de fertilidade da ordem de 9% e 0,7 leitões nascidos vivos a menos no segundo parto. A morfologia e motilidade seminal têm um baixo nível de predição nos índices de concepção e de partos, não havendo tampouco correlação entre granjas, nem entre o número de partos das porcas. A administração de HCG nas doses seminais leva a resultados variáveis em termos de prolificidade, podendo haver efeitos adversos sobre a mesma e sobre a fertilidade, se administrarmos altas doses (750 UI versus 500 UI). As fluorquinolonas e a enrofloxacina são terapias interessantes frente a infecções do trato urinário (ITU). Um estudo dinamarquês onde 76 porcas, entre dois e nove partos, foram sacrificadas no 29º dia de gestação, revelou uma média de 25,3 corpos lúteos (16 a 39), o que supõe uma sobrevivência embrionária de 79%. Em um trabalho espanhol realizado numa granja de 1.500 porcas, em 2.718 inseminações (678 com Planate™ a 0,3 mL) foi encontrado efeito positivo na fertilidade e no tamanho da leitegada (+ 0,5 leitões), com significância estatística. Em outro

estudo dos colegas da Intervet em 70 porcas ibéricas injetadas no desmame com 5 mL de PG 600™, entre Julho e Agosto de 2007, foi obtida uma redução do IDC, de 10,12 para 6,62 dias, sem variações sobre a fertilidade.

NUTRIÇÃO Uma concentração de zearalenona da ordem de 1,5 mg/kg de ração, em primíparas (do dia 101 de gestação ao desmame) não afeta a involução uterina, nem tem efeitos adversos sobre a morfologia ovariana e do oviduto. Essa referida micotoxina se acumula na bile. A suplementação de selênio orgânico, ácido fólico, vitamina E, vitamina C e iodo em porcas, melhora o balanço nutricional anti-oxidativo e aumenta tanto a prolificidade como a viabilidade dos leitões ao nascer, sobretudo a partir do segundo ciclo de alimentação com o referido suplemento. A demanda por água, para as porcas lactantes, começa tão logo termina o parto, incrementando-se constantemente até o15º dia de lactação. Os leitões com baixo nível de hemoglobina (< 80 g/L) no décimo dia de idade geralmente têm níveis baixos ao redor do vigésimo dia. Isso Suínos & Cia

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Revisão Técnica determina um crescimento inferior, além de uma mortalidade superior nos primeiros dias de vida, comparado aos leitões com níveis de Hb entre 80 e 100 g/L. Conclui-se neste trabalho sueco, o quanto um atraso na aplicação de ferro injetável, ou a sua suplementação oral, podem incrementar os quadros de anemia. A aplicação de duas doses de ferro nos dias 1 e 3 após o nascimento (Gleptoferron a 200 mg/dose) não promoveu diferenças significativas no peso do desmame, comparativamente à aplicação nos dias 14 e 21. Relato de caso de intoxicação sobre-aguda por selênio em suínos de engorda, numa granja de 250 porcas em ciclo completo, na Alemanha, com 51% de mortalidade, desordens neurológicas, paralisia, apatia e hemorragias focais na porção cinzenta de medula espinhal. Os níveis de selênio (1,09 a 1,32 mg/L) e de aspartato amino-transferase (54 a 161 U/L) estavam aumentados, em função dos altos níveis de selênio no alimento dos suínos (58,6 mg/kg MS – 18,1 mg/kg de dieta líquida). Descrição de um quadro de intoxicação por melanina na ração, na Tailândia. A melanina é uma tri-amina empregada na indústria de plásticos e

fertilizantes, com elevado conteúdo de nitrogênio e proteína. Morreram 4.000 leitões desmamados, com perda de peso progressiva, rosário raquítico, pele amarelada, níveis séricos de uréia e creatinina elevados e presença de melanina nos rins (6.000 ppm) – a ração inicial continha 3.209 ppm de melanina. Proteínas e aminoácidos de origem microbiana contribuem de forma significativa com as perdas dos níveis basais endógenos de aminoácidos procedentes da dieta, no íleo. Porcas lactantes que consomem níveis elevados de ácidos graxos Omega 6 e N 3 (fontes: óleo de peixe versus óleo de girassol), têm seu apetite reduzido, devido ao efeito anoréxico das leptinas e os níveis elevados das citoquinas. A regeneração das vilosidades intestinais necessita de ácidos graxos poli-insaturados para formar novas membranas de fosfolipídios. Suínos alimentados com ácido alfa linoleico têm uma superfície de micro-vilosidades superior, no duodeno e no íleo. A interação entre a idade dos leitões e o pH intestinal define a quantidade e o tempo de acidificação da água de bebida, com o objetivo de promover um resultado positivo sobre

os patógenos intestinais. Os melhores resultados obtidos em leitões de quatro a cinco semanas, quanto aos seus parâmetros zootécnicos (GPMD ,IC e mortalidade), foram obtidos em um pH = 5. A integridade da mucosa não glandular do estômago, em leitões de seis a sete semanas de idade, se vê alterada pelo tamanho das partículas da ração (quando inferiores a 0,4 mm), tanto no tipo farelado como granulado. A incorporação de 2,5% de lignocelulose não surtiu nenhum efeito significativo, em nenhum de ambos os tipos de ração. Os pesquisadores espanhóis do Centro de Recerca e da Universidade Autônoma de Barcelona, em um estudo com 48 leitões de 26 dias de idade, aos quais não se havia fornecido ração inicial durante o período de lactação e que foram alimentados com três tipos de dietas (à base de cevada, arroz e aveia descorticada), encontraram decréscimo no tamanho das vilosidades em todos eles – nos primeiros seis dias de idade – cada vez que realizavam a reposição da dieta à base de cevada. A diversidade microbiana se manteve elevada em todos os tratamentos, sobretudo no íleo e no ceco, nos diferentes dias pós-desmame, sendo maior nas dietas à base de arroz e menor nas dietas à base de cevada, no íleo. Assim, concluíram que as dietas à base de arroz mantêm uma flora microbiana mais sólida, servindo de suporte para uma biodiversidade mais estável no íleo e no ceco, ao longo do tempo. A restrição alimentar, frente ao consumo ad libitum e a disponibilidade de espaço de comedouro suficiente para todos os suínos que se alimentam ao mesmo tempo, reduzem a variação do crescimento entre eles, produzindo lotes mais homogêneos, segundo estudos dinamarqueses. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Murcia, com a Universidade Federal do Ceará (Brasil)

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Revisão Técnica e J.M. de la Fuente, da Danisco, incorporaram betaina (2 kg/tonelada) à dieta de 24 primíparas e 24 multíparas, durante cinco dias anteriores ao parto e por toda a fase de lactação, entre maio e outubro de 2006. Os resultados obtidos foram uns melhores pesos ao desmame e menor intervalo desmame/cobertura (4,7 versus 5,8 dias) no grupo Controle, sem nenhuma variação nos componentes do leite, salvo o conteúdo de betaina. Um estudo conduzido sobre 1.271 leitões, oriundos de 122 porcas, determinando seus pesos de partida, intermediários e finais, assim como seus desvios padrão; encontraram um alto nível de significância nas diferenças entre os pesos iniciais e finais e, com isso, discorreram sobre a importância do tamanho do leitão ao nascimento e o interesse econômico de levar à terminação os leitões nascidos com pouco peso. Com essas mesmas porcas e suas leitegadas, geraram um dado de 23,6% de mortalidade, desde a 1ª semana de vida até o abate dos mesmos, sendo os acumulados da ordem de: 9,1% na lactação; 3,2% na creche e 11,3% na fase de engorda (devido ao PCV2). 36,1% das porcas foram responsáveis por 65,5% das baixas. Classificaram as porcas em dois grupos: aquelas cujas leitegadas tiveram um alto percentual de sobrevivência (87,33 %) e aquelas que, ao contrário, o tiveram mais baixo (54,05 %), sendo a diferença altamente significativa.

MANEJO Os veterinários podem contribuir na redução dos custos de produção, assessorando seus clientes no sentido da adoção de programas de prevenção sanitária, tendo o cuidado de prestar especial atenção nos parâmetros de biossegurança, fatores meio-ambientais e fluxos únicos de animais (Health Management Plan). A aplicação de programas de Ano VI - nº 28/2008

higiene e desinfecção deve ser feita especificamente para cada granja e registrados por escrito (Higienograma). Um trabalho belga compara – em granjas entre 130 e 500 fêmeas – a produção por bandas semanais, que passam a ser bandas de quatro a cinco semanas e que gerou uma melhora sanitária global frente à PRRS, ao M. hyopneumoniae e ao APP, ao se reduzir a mistura de animais e leitegadas. A estratificação da produção, que limita o contato entre suínos infectados e suscetíveis, é a base para o controle de doenças em granjas convencionais. O estresse causado pelo reagrupamento das porcas após a inseminação, costuma piorar os índices de fertilidade e prolificidade. O uso de azaperone (Suacrón™) no novo grupo formado pode melhorar essa condição, segundo um estudo holandês realizado em 1.195 porcas. A comparação entre grupos estáveis pequenos e grupos dinâmicos grandes, revelou um risco maior de perdas embrionárias. Os autores atribuem esse fenômeno, provavelmente, ao sistema de alimentação das porcas, o qual consideram como sendo de grande influência na aparição de problemas reprodutivos quando se trabalha com casos de gestação em grupos. A mortalidade de porcas em uma granja com uma média de 2,8 partos, na Suécia, foi de 4,3% (50% por falhas cardíacas + traumas), aos quais somamos uns 10,5% de porcas sacrificadas (1/3 primíparas) com una média de 2,1 partos, devido principalmente a problemas locomotores. Em um estudo conduzido nos EUA, concluiu-se que granjas com problemas de aprumos vêem afetada negativamente a sua produtividade, a longo prazo. Também na Dinamarca (Dk) os problemas locomotores são a primeira causa de sacrifício de reprodutoras, sendo recomendado colocá-las em uma sala especialmente habilitada como hospital, o que lhes permite recuperar 80% das mesmas.

Na DK, desde 2005 todas as granjas devem dispor de salas hospital (para leitões, requerem focos de calor, piso seco com área de descanso e água/ração frescos), com dimensões de 2 x 4 metros. Os transtornos digestivos e perdas de condição corporal são as primeiras causas de hospitalização e os animais que tenham passado por essa situação devem ser registrados e marcados. 89% dos leitões e 75% dos suínos de engorda se recuperam, quando alojados nessa baia-hospital. Pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona em conjunto com o o laboratório Calier, analisaram os níveis plasmáticos de proteínas de fase aguda, em 210 leitões desmamados com 20 dias de idade e durante os 29 a 47 dias posteriores, concluindo que tanto o pigMaP como a haptoglobina sofrem um incremento entre 6 e 14 dias depois do desmame, baixando posteriormente. Interessante ressaltar que o pigMAP se incrementa menos em leitões mais pesados (> 6,0 kg), que em médios (5,0 a 5,9 kg) e pequenos (< 4,9 kg). Já a haptoglobina não costuma ser afetada pelo peso do leitão, revelando-se significativamente maior nas fêmeas (comparado aos machos) entre os dias 0 e sete do ensaio. O manejo pré-abate (carga, transporte, descarga e tempo de espera) influencia seriamente na qualidade da carne e carcaça do suíno, devido à acidose metabólica, hipoxia, hipo ou hipercalcemia, hiperglicemia, lactacidose, desidratação e hipertermia, geradas por ele mesmo. Sua gravidade está relacionada com a duração e a intensidade do referido estímulo. Os suínos sacrificados com CO2 apresentam redução do pH e aumento do cálcio e do lactato sangüíneos. A norma Européia 93/119/ EC permite o sacrifício em atmosfera de, pelo menos, 70% de CO2 em relação ao volume de ar, por um mínimo de 70 segundos (na Alemanha se requer 80% de CO2). Suínos & Cia

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Revisão Técnica A eletrocussão a 300 V também deve ser aplicada em pontos adequados (www.cdpqinc.qc.ca). Improvac™ é uma vacina anti-GnRF que proporciona uma alternativa efetiva e menos evasiva à castração cirúrgica dos machos, ao mesmo tempo que melhora a conversão alimentar (CA) e o porcentual de carne magra. Um estudo norte-americano em 48.967 versus 49.693 suínos castrados cirúrgica e imunologicamente, respectivamente, demonstrou uma melhora da ordem de 9% na CA, de 1,4% do GMPD e de 7% no valor da carcaça. O custo da castração física foi estimado em US$ 0,09/suíno, versus US$ 0,19/suíno no grupo da Improvac™, sem incluir o custo do produto. O custo de produção e os benefícios de sua aplicação (RSI) são variáveis, segundo o sistema de produção e o mercado de destino. Improvac™ acaba de ser aprovada para uso na Suíça, na indicação de duas doses de 2 mL por via SC (a última de quatro a seis semanas antes do abate e a primeira entre oito e11 semanas antes da segunda), considerando um abate realizado entre 23 e 26 semanas de idade. Nos suínos sacrificados com seis meses de vida não se observa alterações nos parâmetros de qualidade de carne (pH final, cor, capacidade de retenção de água, perdas por gotejamento, infiltração, textura e suculência – estudos realizados no Reino Unido, México, Filipinas, Coréia e Austrália). Os níveis de aminoácidos das dietas devem ser ajustados segundo o momento da vacinação, tipo de ração e idade/peso do abate. A castração em leitões é recomendada entre 3 e 7 dias de idade. Na Noruega, pela Legislação e desde 2002, deve ser realizada por veterinários e com o uso de anestésicos (lidocaína, ketamina, azaperone, metamina, natricum, mopenthium ou pentobarbital). São várias as causas de necroSuínos & Cia

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se de orelhas e mordeduras de rabos, as quais vão desde altas densidades, tipos de piso, sistemas de ventilação, deficiências no consumo/qualidade de ração e água, más condições ambientais de temperatura e umidade, pouca higiene, vazios sanitários inadequados, toxinas nas rações, etc., mas nem PRRS e nem PMWS estão associadas com o incremento no risco de ocorrência das mesmas. Tampouco existe correlação nos casos da ocorrência de ambas nas granjas, uma vez que seus fatores de risco não são sempre os mesmos. A análise dos parâmetros de GMPD e mortalidade é essencial no controle dos custos de produção. Zoonoses – os dez agentes infecciosos básicos são: Campylobacter sp, Escherichia coli, Erisipela sp, Salmonella sp, o vírus da gripe, Streptococcus suis, Toxoplasma gondii, Trichinella spiralis, Yersinia enterocolitica e Taenia solium. Profissionais da empresa Lleida, em conjunto com a equipe da Elanco, apresentaram um trabalho realizado com 724 leitões desmamados, divididos e dois tratamentos: amoxicilina a 300 ppm e Pulmotil™ a 400 ppm, durante 21 dias e seguiram sua evolução até a

22ª semana de idade, quando foram enviados para o abate. Concluíram não haver diferença de peso vivo, na saída de creche e nem no final da engorda, havendo, entretanto maior peso de carcaça (+ 1,49 kg) e melhor classificação da mesma no lote do Pulmotil™, com um benefício por suíno terminado da ordem de € 2,45 e um RSI de 8,69. Carlos Cantín, com a já mencionada equipe da Elanco, numa granja de 550 porcas onde se adicionou 100 ppm de Tylan™ premix na dieta das porcas lactantes e se fez um comparativo frente a um lote controle, obteve uma redução na mortalidade dos leitões em lactação (3,54 versus 7,09 % - p < 0,1) e um menor número de leitões tratados por causa de diarréia, o que gerou um benefício por porca da ordem de € 12,8 no lote da tilosina. Um outro trabalho foi avaliado o método que estima a eficácia do Valor Total dos Suínos (Full Value Pigs) no mercado, partindo do caso de uma granja de engorda infectada com Lawsonia intracellularis e tratada com tilosina a 100 ppm, durante três semanas ou a 400 ppm, durante o período de risco. Ano VI - nº 28/2008



Sumários de Pesquisa Inseminação: o efeito da baixa concentração espermática e de bactérias na taxa de parição e nascidos totais Muitos pesquisadores e profissionais acreditam que as doses inseminantes com número muito baixo de espermatozóides e com contaminação bacteriana reduzem a fertilidade nos suínos, entretanto, poucos trabalhos têm sido publicados monitorando esses parâmetros, por um longo período de tempo, na produção comercial. Objetivados a estudar por um período maior a fertilidade nos suínos, L. Darwin e colaboradores, em uma pesquisa de quatro anos, Swine Vet Center pela University of Nebraska at Lincoln, (Proceedings of the 20º IPVS Congress, 2008) determinaram o número de nascidos totais e a taxa de parição de porcas e marrãs inseminadas com doses de um pool de ejaculados com quantidade variável de espermatozóides e presença ou ausência de bactérias viáveis.

Método Duas centrais de inseminação, ambas atendendo vários rebanhos de matrizes suínas, coletaram sêmen três vezes por semana e distribuíram para as granjas usuárias na mesma manhã após a coleta, onde o sêmen foi utilizado até o quarto dia após a coleta. Todos os machos doadores atingiram os padrões mínimos para motilidade, sendo a morfologia e acrossomas. O sêmen foi aplicado ao acaso em duas grandes organizações de produção (N= 30 rebanhos de matrizes). Regularmente, quatro amostras foram submetidas a um laboratório independente usando um sistema padronizado, previamente descrito, para análise do sêmen e cultura bacteriana. Porcas e marrãs inseminadas com um lote da mesma categoria de concentração de espermatozóides por dose eram alocadas ao mesmo grupo de tratamento. As fêmeas foram inseminadas uma Suínos & Cia

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vez por dia enquanto apresentaram reflexo de tolerância ao cachaço. Os dados colhidos das análises laboratoriais incluíram no número total de espermatozóides por dose, a presença de bactérias e identificação da bactéria isolada. O número de nascidos totais e a taxa de parição foram obtidos através do programa PigChamp. Para fins de análise, os dados sobre o número de espermatozóides por dose foram agrupados em escalas com incrementos de 0.5 bilhões, iniciando com menos de 2.5 bilhões e finalizando com 4.5 bilhões ou mais espermatozóides por dose. Todos os dados foram analisados utilizando o procedimento SAS.

Resultados Pelas análises dos autores, ocorreu um efeito significativo da categoria de concentração de espermatozóides por dose sobre o número de nascidos totais. Não houve diferença na taxa de parição para as várias categorias de concentração por dose e nem ocorreu efeito expressivo de bactérias ou interação entre concentração espermática e de bactérias. Alguns estudos prévios haviam demonstrado uma diferença significativa na taxa de parição e nascidos totais entre porcas inseminadas

com 2.5 bilhões comparadas com 3.0 bilhões de espermatozóides por dose. Outro estudo mostrou a taxa de parição e tamanho de leitegada decrescentes quando foram utilizados 0.5 bilhões na inseminação intra-uterina versus 4.0 bilhões por dose na inseminação tradicional. Finalmente não foi observada diferença significativa utilizando um bilhão de espermatozóides comparados com 3.0 bilhões em inseminação convencional. Os dados do presente estudo não mostraram diferença na taxa de partos entre as diferentes categorias de concentração de espermatozóides por dose, entretanto ocorreu uma diferença significativa em nascidos totais. Houve ainda uma redução significativa no número de nascidos totais nas concentrações abaixo de 3.0 bilhões por dose. Embora bactérias espermicidas tenham potencial para reduzir a fertilidade, a presença de bactérias não teve efeito significativo nem na taxa de parição e nem no tamanho da leitegada. Isto é explicado pelos autores como resultado do limitado número de amostras positivas identificadas e o grau de contaminação presente. Quando se considera a importância do melhoramento genético, as doses com concentrações demasiadamente altas de espermatozóides poderiam levar à distribuição de sêmen de machos com menor valor genético. Com Ano VI - nº 28/2008


Sumários de Pesquisa base nesses resultados, L. Darwin e colaboradores sugerem que, para o sêmen em pool armazenado por dois a quatro dias antes da IA, 3.0-3.5 bilhões de espermatozóides por dose são ideais para assegurar um número aceitável de nascidos totais.

O surto de mortes fetais causado por PCV2 em rebanhos recém-estabelecidos O Circovírus Suíno Tipo 2 (PCV2) já foi descrito como agente causal de morte fetal em suínos em estudos anteriores. Mas, desta vez, com o objetivo de descrever os achados clínicos e de diagnóstico relacionados a um surto de mortes fetais causado por PCV2, com especial atenção ao diagnóstico diferencial de Parvovirus suíno (PPV), P. Høgedal com a colaboração de Copenhagen e Dinamarca (Proceedings of the 20º IPVS Congress, 2008) relata um caso dinamarquês onde o circovírus foi o agente causador das mortes.

Método Em março de 2006 foram introduzidas 340 marrãs SPF gestantes em uma granja previamente vazia,

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limpa e desinfetada, de acordo com as normas dinamarquesas do sistema SPF (livre de patógenos). Todas as marrãs haviam sido vacinadas contra o Parvovírus suíno antes da cobertura. As primeiras fêmeas pariram 14 dias depois e durante os dois meses seguintes, semanalmente foram registradas as médias de leitões nascidos vivos, natimortos e mumificados. Também foram registrados todos os dados de identificação das porcas e datas dos partos. De abril a setembro, um total de 89 fetos foram submetidos à necrópsia laboratorial, teste de IgG/IgM dos fluídos fetais, detecção de antígenos e detecção imunohistoquímica (IHC) para Parvovírus. Durante o estágio inicial de submissão, os fetos foram examinados para PPV (antígenos e anticorpos) e leptospira spp., os quais resultaram em testes negativos. Os 89 fetos também foram submetidos a exames sorológicos para a Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína (PRRS), PPV e PCV2.

Resultados Os números finais do estudo de caso mostram que no total 128 marrãs pariram a média de 10,87 nascidos vivos, 0,94 natimortos e 1,65 fetos mumificados (11,6%). Durante esse período (dias 38-92) ocorreram

cinco abortamentos e duas marrãs morreram. O surto agudo de morte dos fetos cessou em meados de abril e nos dois meses seguintes o número de nascidos vivos aumentou e de natimortos e mumificados decresceu. Dos 89 fetos examinados, 47 estavam totalmente mumificados, 38 estavam em estágios iniciais de mumificação e quatro apresentavam-se sem lesões. Dentre os 42 não totalmente mumificados, cinco estavam ictéricos, cinco apresentavam ascite, três apresentavam sangramento na base do coração e dois tinham o coração aumentado. Devido a mumificação, 47 fetos não permitiram testes para IgG/ IgM ou IHC. De 40 fetos, em sete o fluído da cavidade pleural apresentava níveis elevados de IgG indicando infecção intra-uterina. Todos os fetos expelidos após seis de maio foram negativos para IgG. Somente um dos leitões IgG positivo teve o teste de IHC positivo para PCV2. Os resultados apontam também que os fetos foram PPV negativos (antígeno e anticorpos). Em sete de abril, os títulos de anticorpos ELISA contra PPV, de 26 marrãs, eram de baixo nível (32 – 512), com a exceção de uma fêmea, conseqüência interpretada como resultado da vacinação. As avaliações para PPRS e leptospira spp. foram negativas. Todas as 26 marrãs tinham anticorpos contra PCV2 (títulos variando de 50 até 31250). Através de testes sorológicos, o rebanho foi negativo para PRRS até dezembro de 2007. O exame do miocárdio de 40 fetos, através de IHC, apontou 30 % de casos positivos para PCV2, sendo os fetos com resultado positivo todos nascidos entre dois e 13 de abril. A investigação excluiu o diagnóstico diferencial de falha reprodutiva causada por infecção de PPV, PRRS e leptospirose. Após os resultados reprodutivos retornarem à normalidade, nenhum feto PCV2 positivo foi encontrado. Os fetos PCV2 positivos pertenciam a sete fêmeas, demonstrando um efeito de leitegada Suínos & Cia

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Sumários de Pesquisa e conduzindo à conclusão de que o PCV2 foi o responsável pelo surto. As análises dos autores indicam que esta foi uma alta incidência em comparação com outros relatos. A infecção por PCV2 em fetos de marrãs inoculadas via rota nasal já foi anteriormente demonstrada. Os fetos positivos para PCV2 foram todos encontrados dentro de um período de tempo relativamente curto (duas semanas). O surto cessou durante o mês de abril, mas amostras sangüíneas oito meses mais tarde tornaram provável que o PCV2 pode permanecer endêmico na população de marrãs jovens por um período maior e também entre porcas gestantes, mas em um menor nível.

Método O impacto da circovirose (PMWS) nas empresas O brasileiras de produção suína empresas Atualmente a Circovirose (PMWS) é a síndrome de doença infecciosa mais importante na produção brasileira de suínos. Com uma variedade de sintomas, esta síndrome afeta o sistema imune e pode assim, abrir a porta para co-infecções, as quais resultam em perdas de desempenho. P. Schwarz e colaboradores realizaram pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, um levantamento epidemiológico em áreas de produção suína do Brasil. O trabalho, Boehringer Ingelheim Vetmedica Brazil (Proceedings of the 20º IPVS Congress, 2008) foi realizado em empresas de integração vertical e em cooperativas, com o objetivo de identificar a distribuição e o impacto dos principais problemas associados com o Circovírus Suíno Tipo 2 (PCV2).

levantamento incluiu 13 nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, envolvendo uma população total de 620.000 porcas. As questões investigavam sobre a ocorrência de sintomas associados ao PCV2, incluindo mortalidade, método, diagnóstico utilizado, resultados dos parâmetros principais de produção e o uso de antimicrobianos.

Resultado Do total de 13 empresas que participaram no levantamento, 11 identificaram o PCV2 como sendo um obstáculo significativo à otimização do desempenho produtivo de seus rebanhos. A maioria das empresas citou o aumento da mortalidade e a refugagem como os parâmetros de maior impacto. Adicionalmente, os sintomas clínicos de doença entérica foram relatados por oito dentre as 13

Tabela 1: Dados médios de produção de 11 empresas brasileiras antes e depois da ocorrência da PMWS. Parâmetro

Antes PMWS

Depois PMWS

Média

Média

Mínimo/máximo

Mortalidade (%)

1.6

4.9

2.5 – 10.0

Conv.Alim. (kg/kg)

2.60

2.90

2.3 – 3.3

Ganho diário (kg)

824

787

650 - 922

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participantes, enquanto quatro empresas mencionaram principalmente as doenças respiratórias. Uma empresa relatou a ocorrência de ambos (sinais clínicos entéricos e respiratórios), com nenhuma diferença na sua incidência. A extensão e os dados médios de produção após a ocorrência da Circovirose (PMWS) são apresentados na tabela 1, comparados com os dados médios anteriores. Foram utilizados principalmente antibióticos macrolídeos para controlar as infecções bacterianas, estes são freqüentemente aplicados em pulsos. Um total entre US$ 1.90 e US$ 5.20 foi calculado como custo adicional por animal como resultado da Circovirose. Os autores, ao considerar que a produção de suínos tecnificada no Brasil envolve algo como 1.5 milhões de porcas e que o presente estudo incluiu cerca de 40% das porcas alojadas, concluíram que a Circovirose teve um impacto negativo considerável no status sanitário dos suínos no Brasil, sendo responsável por um aumento significativo no custo de produção de suínos. Alguns resultados médios apresentados na tabela 1 são aceitáveis em muitos ambientes de produção, entretanto, os parâmetros de desempenho em várias empresas indicaram problemas de produção quando comparados com o período pré-PMWS. Ano VI - nº 28/2008


Recursos Humanos

Para Refletir: De que grupo você faz parte? “Tínhamos uma aula de Fisiologia na Escola de Medicina logo após a semana as pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado, aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Um professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio. Com paciência, tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu?? Que nada... O professor tornou a pedir silêncio... Mas, não adiantou. Foi aí que o professor perdeu a paciência e “rodou a baiana”deu a maior bronca... Ele disse: - Prestem atenção, porque eu vou falar isso única vez: desde que comecei a lecionar, descobri que nós, professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos, observei que, de cada 100 alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem a diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil. O interessante é que esta porcentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção, notarão que, de 100 professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de 100 garçons, apenas cinco Ano VI - nº 28/2008

são excelentes; de 100 motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais... É uma pena não termos como separar estes 5% do resto, pois, se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula. Mas...Só o tempo será capaz de mostrar isso. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje. Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um comportamento exemplar

em todas as aulas de fisiologia durante todo o semestre. Hoje, não me lembro de muita coisa das aulas de fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença na minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos ino bem ou não, só o tempo... Mas, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos, se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente sobraremos na turma do resto” Autor Desconhecido Suínos & Cia

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Jogo Rápido Dra. Adriana Pereira pergunta: Vamos avaliar como se encontra seus conhecimentos frente a requisição de exames laboratoriais? Na produção de suínos muitos são os fatores que interferem no status imunológico dos animais, tornandoos susceptíveis a inúmeras doenças. A contribuição do laboratório de diagnóstico sem duvida é de fundamental importância para o fechamento de casos clínicos que afetam indivíduos e/ ou populações. Avalie no questionário abaixo seus conhecimentos quanto ao adequado envio de materiais e aos exames laboratoriais solicitados. 1 - Na presença de sinais clínicos que caracterizam surtos de doenças em uma determinada população, qual o tipo de animal que deve ser selecionado para necrópsia? (A) Animal encontrado morto. (B) Animal com sinais clínicos na fase aguda da doença. (C) Animal com crescimento atrasado, arrepiado e fraco. 2 - Para um adequado diagnóstico através de isolamento e antibiograma se faz necessário que: (A) O material coletado provenha de animal que não tenha sido recentemente medicado. (B) O material coletado deve ser fresco e enviado congelado. (C) Proceda de animais que apresentem sinais clínicos na fase aguda da doença. 3 - Quais os cuidados que se deve ter quando enviar amostras para isolamento bacteriano e antibiograma? (A) Jamais lavar em água corrente os órgãos que apresentam alterações (B) Colher parte da área lesada com higiene e condicionamento com gelo seco. (C) Coletar o material e colocar diretamente na caixa de envio com bastante gelo. Suínos & Cia

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4 - Qual o tempo que se deve proceder o envio de amostras para realizar isolamento e antibiograma? (A) Desde que se coloque muito gelo diretamente em contato com o material não haverá nenhum problema para realização do exame. (B) Enviar as amostras devidamente condicionada e conservadas em gelo o mais breve possível. (C) Pode ser entre 24 a 48 horas depois da coleta. 5 - Quando se deve realizar isolamento e antibiograma? (A) Quando há suspeita de envolvimento bacteriano. (B) Pode ser sugerido tanto para vírus como bactérias. (C) O isolamento e o antibiograma são utilizados para fungos. 6 - O que significa ELISA e quando se deve utilizar? (A) É um método imunoenzimático para detecção de anticorpos a partir do soro livre de hemólise. (B) Método de detecção de imunoglobulinas, realizado a partir do sangue. (C) ELISA – Imunoensaio enzimático para detectar somente doenças virais.

7 - O que é histopatológico? (A) Método que visa avaliar alterações de orgãos ou tecidos ocasionado por um determinado agente etiológico. (B) É uma técnica utilizada para detectar somente lesões nos tecidos de origem viral. (C) É o conjunto de lesões macro e microscópicas observadas nos tecidos, seja por vírus e/ou bactérias. 8 - Ao solicitar um exame histopatológico como deve ser enviado o material? (A) Coletar fragmentos lesionados juntamente com o tecido sadio, e fixar em solução de formol a 10%. (B) Envio de órgãos congelados para avaliação da lesão tecidual. (C) Envio de órgãos refrigerados o mais breve possível. 9 - Como proceder o envio de amostras para Imunohistoquimica? (A) Envio de órgãos congelados, quando se suspeita da presença do agente etiológico. (B) Envio de fragmentos refrigerados, condicionados em caixa isotérmicas o mais breve possível. (C) Envio de fragmentos fixados em solução de formol 10%. Ano VI - nº 28/2008


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Sua Resposta

10 - Como enviar leite para detectar a presença de mastite: (A) Em frasco estéril e congelado. (B) Em frascos limpos a temperatura ambiente.

(A) Doença de Aujeszky, PRRS (Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína), Peste Suína Clássica.

(C) Frasco estéril e refrigerado.

(B) TGE, Influenza, Actinobacillus pleuropneumoniae, Brucelose.

11 - Quando requisitar hemograma?

(C) Leptospirose, Erisipela, Tuberculose.

(A) Em casos de suspeita de anemia e de hemoparasitas. (B) Suspeita de Circovirose. (C) Suspeita de doença do edema.

14 - Quando solicitar diagnóstico de PCR (Reação de Cadeia pela Polimerase). (A) Diagnóstico de paternidade.

12 - Como enviar amostras de soro para sorologia? (A) Envio de soro sem anticoagulante centrifugado, identificado e refrigerado. (B) Coleta de sangue em tubo contendo anticoagulante. Após coleta manter em refrigeração. (C )Envio do sangue total sem anticoagulante refrigerado o mais rápido possível. 13 - Quais dessas enfermidades podem ser controladas a partir da sorologia?

(B) Identificação e confirmação de DNA para bactérias e vírus e exceto fungos. (C) No caso de confirmação quando o diagnóstico não é conclusivo.

15 – Como proceder o envio de órgãos para PCR (Reação de Cadeia pela Polimerase). (A) Envio de órgãos congelados. (B) Envio de soro congelado. (C) Envio de fragmentos de órgãos fixados em formol.

Se você fez 30 pontos ou mais

Se você fez menos de 30 pontos

Parabéns!

Precisa Melhorar!

Os conhecimentos básicos de patologia fisiologia e imunologia ajudam no seu dia a dia contribuindo para o envio e identificação do material a ser analisado no laboratório para colaborar no fechamento do diagnóstico clínico da sua granja.

Você pode melhorar, caso tenha interesse neste área procure empresas disponíveis que auxiliam no direcionamento da coleta para o processamento das amostras.

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Aconteceu ABRAVES São Paulo reestruturada lança seu I Encontro Técnico Atual comissão da ABRAVES - SP

O evento aconteceu no Hotel Nacional Inn em Campinas. Reuniu mais de 100 participantes entre Médicos veterinários, Zootecnistas, Suinocultores, Técnicos e profissionais da suinocultura. O objetivo principal foi a retomada das atividades da Associação Brasileira de Médicos Veterinários Especialistas em Suínos do estado de São Paulo apoiados também pela APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos) na presença do seu representante Valdomiro Ferreira e pela ABRAVES Nacional representada pela atual presidente Dra Fernanda Almeida. Em um ambiente descontraído e técnico foram ministradas duas palestras e um rico debate. As palestras foram ministradas pela Dra. e Professora Elizabeth Santin da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pelo veterano Médico Veterinário Luciano Roppa o primeiro presidente da ABRAVES SP. O público presente participou após as palestras de um breve debate sobre a profissão e o profissional do futuro, moderado pela presidente atual da

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entidade Maria Nazare Simões Lisboa a qual pediu a presença e participação da Professora e Dra. Masaio Mizuno no assunto que com muita autoridade abordou a importância do conhecimento através da educação continuada para todos os profissionais da área. Após as palestras o evento foi encerrado com um jantar de confraternização. A ABRAVES – SP agradece a todos que apóiam e acreditam na entidade e espera revêlos em suas próximas atividades que em breve serão realizadas.

Presidente Maria Nazaré T. S. Lisboa Vice-presidente Erlete Vuaden Primeiro secretário Francisco Oliveira Segundo secretário Izabel Muniz Primeiro tesoureiro Adriana de Cássia Pereira Segundo tesoureiro Edison de Almeida Comitê científico Masaio Mizuno Amilton Silva Luciano Roppa Flávio Hirose Aníbal de Sant’Anna Moretti Comitê Fiscal Silvio Borges Andréa Silvestrim Luciano Catelli Juliana Sarubbi Luiz César Belagamba

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Aconteceu

Pfizer traz especialistas a São Paulo

Cerca de 40 profissionais do segmento de laboratórios de diagnóstico em suinocultura e avicultura puderam aprimorar seus conhecimentos sobre padronização de técnicas de antibiograma e aspectos práticos do suporte laboratorial, durante a segunda edição do evento Shaping the Future Laboratórios, organizado pela Pfizer durante o mês de dezembro. O evento realizado em São Paulo contou com pesquisadores internacionais, tais como Dr. Jeffrey Watts, diretor responsável pelo Departamento de Descobertas Farmacêuticas em Animais de Produção da Divisão de Saúde Animal da Pfizer nos Estados Unidos (Kalamazoo, Michigan). Dr. Watts é especialista em padronização de técnicas de antibiograma e ministrou palestra sobre como são definidos os limites de sensibilidade e resistência e a importância clínica dos testes de susceptibilidade antimicrobiana. Esteve presente também o cientista sênior da Divisão de Saúde Animal da Pfizer nos Estados Unidos (Kalamazoo, Michigan), Dr. Michael Sweeney. Durante o evento, Dr. Sweeney apresentou uma atualização da metodologia de testes laboratoriais, além de mostrar aos participantes o Programa Norte-americano de Vigilância do Desenvolvimento da Resistência Bacteriana.

explica Vítor Franceschini, gerente de produtos de suinocultura da Divisão de Saúde Animal da Pfizer. “Durante o evento, foram atualizados os conceitos mais importantes ligados às técnicas de antibiograma”, complementa.

Sobre antibiograma O antibiograma é um teste que mostra os padrões de resistência ou susceptibilidade de uma bactéria a vários antibióticos. Os resultados do antibiograma são interpretados e utilizados na decisão sobre qual tratamento ou medida preventiva será aplicada nos animais. A Pfizer é a indústria farmacêutica que mais investe em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos. O resultado desse trabalho são produtos que melhoram a saúde e a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Fundada em 1849 e presente em 150 países, a Pfizer comercia-

liza medicamentos na área de Saúde Humana e Animal. A Divisão de Saúde Animal está organizada em Unidades de Negócios (Bovinos Corte e Leite, Suínos e Aves, Animais de Companhia e Agrícola) e é líder no mercado de medicamentos veterinários. A empresa desenvolve medicamentos para prevenção e tratamento de doenças de animais de produção e de estimação, além de investir em programas de educação continuada que visam qualidade e produtividade do agronegócio brasileiro, bem como sanidade e bem-estar dos animais. Como o consumidor pode entrar em contato com a Divisão de Saúde Animal da Pfizer: www.pfizersaudeanimal.com.br ou telefone 0800 011 19 19 CDN Comunicação Corporativa Camila Costantini camila.costantini@cdn.com.br

“O evento cumpre com o objetivo da Pfizer em atualizar o conhecimento técnico-científico para toda a cadeia produtiva da avicultura e suinocultura nacional, o que inclui também os laboratórios de diagnóstico”, Ano VI - nº 28/2008

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Divirta-se Jogo dos 7 erros

Teste seus conhecimentos A Varíola é um vírus que provoca lesões cutâneas em suínos principalmente entre 2 à 8 semanas de idade. Vamos testar seus conhecimentos frente a patologia assinalando Verdadeiro (V) ou Falso (F). ( ) O vírus da varíola é sensível aos desinfetantes. ( ) Atinge somente leitões. ( ) Além do diagnóstico clinico, o exame histopatológico e a microscopia eletrônica são os métodos utilizados para confirmação do diagnóstico laboratorial. ( ) Um dos tratamentos realizados é a utilização de antibióticoterapia. ( ) As lesões são observadas principalmente na pele, região abdominal e inguinal podendo espalhar-se pela cabeça (orelhas e focinho). ( ) O vírus pode ser transmitido por parasitas como piolhos e ácaros.

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Divirta-se

Diagrama Vamos testar seus conhecimentos sobree a suinocultura suinocultura, respondendo abaixo as questões no diagrama. diagrama 1 - Alimento natural rico em gorduras, açúcares e imunoglobulinas (proteínas). 2 - Importante ferramenta no diagnóstico de doenças. 3 - Uma das vias de eliminação do vírus da PRRS. 4 - Conjunto de normas e medidas para assegurar a saúde dos animais. 5 - Infecção do ouvido. 6 - Deseja-se nas leitegadas. 7 - População de animais. 8 - Processo de reprodução artificial. 9 - Medida de higiene e biosegurança antes da entrada na granja. 10 - Um dos órgãos utilizados para diagnóstico de circovirus em nascidos mortos. 11 - Controla a entrada de pessoas na granja. 12 - Raça suína.

Faça como Devansir da Luz Sampaio - Gerente de uma das Unidades da Frango Forte. Envie sua sugestão para o Divirta-se e-mail: adriana@suinosecia.com.br

13 - Causa de perda embrionária. 14 - Fator que afeta indiretamente o tamanho da leitegada 15 - Material de coleta para pesquisa de anticorpos.

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Teste seus conhecimentos

Jogo dos 7 erros

( V ) O vírus da varíola é sensível aos desinfetantes. ( F ) Atinge somente leitões. ( V ) Além do diagnóstico clinico, o exame histopatológico e a microscopia eletrônica são os métodos utilizados para confirmação do diagnóstico. ( F ) Um dos tratamentos realizados é a utilização de antibióticoterapia. ( V ) As lesões são observadas principalmente na pele, região abdominal e inguinal podendo espalhar-se pela cabeça (orelhas e focinho). ( V ) O vírus pode ser transmitido por parasitas como piolhos e ácaros.

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