SUÍNOS&CIA - REVISTA TÉCNICA DA SUINOCULTURA
ANO VI - Nº 33/2009
Editorial
Na atual edição, se pode contemplar as tecnologias utilizadas reprodução suína.O interesse pelo desenvolvimento e a incorporação de novas tecnologias, denominadas Tecnologias de Reprodução Assistida (TRA), têm crescido dentro dos sistemas de produção. Entre as TRA, se pode destacar a inseminação intra-uterina, o congelamento e a sexagem de sêmen como também os resultados e os efeitos dessas TRA sobre a gestão dos Centros de Inseminação Artificial de Suínos. Na entrevista se pode conferir os detalhes e os bastidores da ultima ABRAVES (14º Congresso) realizado em Uberlândia MG. Na editoria Sanidade, se destaca informações sobre atualidade da PRRS (Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína), uma das principais doenças presentes no mundo que devido ao seu impacto econômico que custa aproximadamente, US$ 560 milhões anuais para a suinocultura norte-americana se encontra em planos e estagio de erradicação. Para completar a editoria de sanidade uma completa revisão de PCVAD, doença associada ao circovírus suíno tipo 2 presente nas maiorias das granjas de suínos produzindo elevadas perdas econômicas. O Sumario de Pesquisa traz referencias sobre o M. hyopneumoniae (Mh), demonstrando ser possível eliminá-lo com sucesso em uma granja de 575 matrizes com produção de dois sítios. A revista se completa com as tradicionais seções Divirtase, Jogo dos 7 Erros e a Dica de Manejo. Para finalizar agradecemos a parceria dos nossos patrocinadores e leitores durante todo esse ano e desejamos um Feliz 2010. Boa leitura As editoras
Índice 06
Entrevista Fernanda Almeida
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Reprodução Novas Tecnologias em Reprodução Suína
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Sanidade Protocolo de biossegurança para prevenção da disseminação do vírus da Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína (PRRS).
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Sanidade Doença associada ao PCV-2: Atualização à terminologia, manifestações clínicas, patogenia, diagnóstico e estratégias de intervenção
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Sumários de Pesquisa
62
Recursos Humanos A Lei do Caminhão do Lixo...
63
Dicas de Manejo Como concluir o diagnóstico clínico e laboratorial de PCV-2 em granjas de suínos.
66
Divirta-se Jogo dos 7 erros Encontre as palavras Caso Clínico Teste seus conhecimentos
Expediente Revista Técnica da Suinocultura A Revista Suínos&Cia é destinada a médicosveterinário, zootecnistas, produtores e demais profissionais que atuam na área de suinocultura. Contém artigos técnico-científicos e editorias instrutivas, apresentados por especialistas do Brasil e do mundo.
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Entrevista Suínos&Cia: Como foi ser presidente da Abraves?
Destaque:
Fernanda Almeida
F
ernanda Almeida é apaixonada pela medicinaveterinária, área que ingressou oficialmente, em 1985 na Universidade Federal de Minas Gerais. Realizou seu doutorado no Canadá em Ciência Animal. No último ano do curso de graduação, encantou-se pela área de reprodução de suínos e, recentemente, como presidente da Abraves (Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos), participou ativamente da organização do 14º Congresso da entidade. Casada e mãe de dois filhos concilia a vida familiar a profissional procurando estar sempre atualizada na profissão, seja como pesquisadora ou professora. Para Dra. Fernanda, descobrir os segredos da área de produção animal é motivador, e o contato direto com os alunos, muito gratificante, em virtude da constante troca de conhecimento. Destaca que no campo de pesquisas, o Brasil tem excelentes profissionais, mas o que difere em relação a outros países, como o Canadá, são as oportunidades oferecidas pelo próprio governo para o desenvolvimento dessa atividade. Na entrevista, Dra. Fernanda Almeida fala sobre o 14º Congresso da Abraves, de sua trajetória no Canadá, das pesquisas na área de suinocultura e de sua maior realização profissional, que é deixar um legado para a Ciência Animal. Suínos & Cia
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Dra. Fernanda: Ser presidente da Abraves foi uma grande honra e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade. Procurei exercer o cargo com muita seriedade, respeito, honestidade e ética, características essas que valorizo imensamente. Como presidente da Abraves, coube a mim a função de auxiliar na organização do 14º Congresso. Não foi uma tarefa nada fácil, afinal, se trata de um dos mais importantes eventos da Suinocultura Nacional e o mais ansiosamente esperado pelos profissionais da área. Portanto, uma imensa responsabilidade. Além disso, havia de se manter o alto nível do 13º Congresso, realizado pela Abraves Santa Catarina. Dessa forma, teríamos que manter esse mesmo nível no 14º Congresso. Para tal, minha primeira investida foi trabalhar muito na divulgação do evento. E assim foi feito. Estive presente nos principais eventos da suinocultura em todo o país, levando banners, folders e fazendo apresentações nos intervalos, quando possível. Neste sentido, também contei com o apoio dos demais colegas da Comissão Organizadora, que muito se empenharam na divulgação do 14º Congresso. Além disso, fizemos inúmeras reuniões, juntamente com a equipe do CBRA (Colégio Brasileiro de Reprodução Animal), procurando criar estratégias para abordar e contornar os problemas que poderiam surgir durante o evento. Enfim, pensamos em cada detalhe do evento como um todo para que tudo pudesse sair perfeito. É óbvio que seria praticamente impossível alcançar a perfeição, mas fizemos o possível para tentar alcançá-la. Considero que a parceria com o CBRA foi fundamental para isso. A minha maior realização como presidente da Abraves foi receber os cumprimentos de participantes do evento dizendo: “Foi tudo um sucesso!” Isso prova que consegui cumprir minha missão com louvor. Suínos&Cia: Como se sente depois de concluída a tarefa de ter realizado o 14º Congresso da Abraves? Dra. Fernanda: Após a realização do 14º Congresso da Abraves, sinto-me honrada e orgulhosa de ter organizado um evento de tamanha magnitude. Portanto, quando há dedicação, concentração, responsabilidade e garra, o indivíduo é capaz de ultrapassar seus próprios limites. É assim que me sinto hoje: muito, muito feliz e Ano VI - nº 33/2009
Entrevista realizada. Vejo que tudo valeu a pena, as noites passadas em claro, almoços esquecidos, todas aquelas reuniões cansativas e a pressão sofrida naquele período. Valeu à pena e seria capaz de fazê-lo novamente se fosse preciso. Suínos&Cia: Conseguiu atingir toda sua expectativa?
Congresso seja de grande êxito e me coloco à disposição dos colegas da Abraves Ceará para auxiliá-los no que for preciso. Suínos&Cia: Entre os temas abordados, qual o que lhe chamou mais a atenção?
Dra. Fernanda: Como CoordeDra. Fernanda: Sim, consegui nadora da Comissão Científica, sugeri atingir as minhas expectativas. Os elo- temas de algumas seções de minha gios recebidos demonstraram que o área de conhecimento, bem como meu objetivo foi alcançado: fazer um nomes de alguns palestrantes. Enevento no qual os participantes pu- tretanto, o tema que mais chamou a dessem reciclar seus conhecimentos e minha atenção foi “Gestão da Prolifiter a oportunidade de confraternizar. cidade”, do Pré-Congresso. Este tema Afinal, a confraternização também é de grande interesse para os profisé uma importante ferramenta para sionais da suinocultura tanto nacional tornar a assimilação de novos conhe- quanto internacional, em função de a moderna fêmea suína ser geneticimentos ainda mais agradável. camente melhorada para a produção de um grande número de leitões por Suínos&Cia: Qual a sua mensa- leitegada (hiperprolificidade). Assim, gem para o próximo presidente da Abra- os avanços da genética garantiram ves? melhor produtividade no campo por Dra. Fernanda: Eu desejo ao meio do aumento da taxa de ovulação. colega José Nailton Bezerra que o 15º Contudo, a consequência deste qua-
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dro foi um aumento no tamanho das leitegadas, com grande incidência de leitões pequenos ao nascimento, em virtude da capacidade uterina dessas fêmeas não suportarem um grande número de fetos. Os palestrantes foram muito felizes na abordagem do tema, fazendo-a de uma maneira com grande aplicação prática. Este fato chamou a atenção dos participantes e motivou grande discussão do tema, de forma geral. Suínos&Cia: Qual a informação fornecida dentro do programa técnico/ cientifico que merece destaque como inovação e que pode ser transferida da pesquisa para realidade das granjas? Dra. Fernanda: A programação técnico/científica como um todo trouxe inovações passíveis de serem transferidas para a realidade das granjas. Acredito que os participantes puderam aproveitar muito as informações de toda a programação científica, que, certamente, será aplicada na rotina das granjas comerciais.
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Entrevista Suínos&Cia: Atualmente, exercendo a profissão de médica veterinária na área da educação. Sente-se realizada no que faz ou gostaria de enfrentar outros desafios?
Suínos&Cia: Como surgiu seu interesse de especialização na área de reprodução suína e por que escolheu o Canadá para realizar seu doutorado?
ram e pelo estímulo de sempre seguir adiante. Meu pai é meu ídolo e sempre procurei me espelhar nele, pois é o exemplo de profissionalismo, ética, Dra. Fernanda: Desde o último honestidade, sem nunca perder a humildade. Agradeço muito também ao Dra. Fernanda: Trabalhar na ano do curso de Medicina-Veterinária meu marido, Leonardo, que nesses 25 área acadêmica é, por si só, um gran- encantei-me com a área de reproduanos de convivência sempre foi um de desafio. Temos de estar atualiza- ção de suínos e procurei direcionar grande amigo, companheiro, meu verdos, pois a ciência se renova a cada meus estágios de conclusão de curso dadeiro cúmplice. Ele sempre me ininstante. E fazer ciência não é nada para esta área. Nesta época comecei a ler os trabalhos do Dr. George Fox- centivou e apoiou nas decisões mais fácil. Desvendar os segredos dos encroft, grande pesquisador na área de importantes. Um exemplo disso foi traves da área de produção animal reprodução de suínos e, definitiva- ter abandonado sua profissão no nosé algo encantador e nos estimula a mente, optei pela área de reprodução. so país para irmos juntos ao Canadá deixar uma marca neste caminho, Sempre pensei em fazer o doutorado para que eu fizesse meu doutorado, que, às vezes, torna-se muito tortuoso. no exterior, seguindo o exemplo de levando um filho de cinco anos nos Além disso, o contato com os alunos meu pai. A opção pela Universidade braços, Guilherme, e outro na barriga, é extremamente gratificante. Na verde Alberta veio a calhar muito bem, Gustavo, que nasceu no Canadá cinco dade, acontece uma troca de conhe- visto que conheci o Dr. Foxcroft em meses após a nossa mudança. Finalcimentos, a cada ano, aprendo muito sua primeira visita ao Brasil, em 1996, mente, agradeço imensamente ao Dr. com eles e da mesma forma procuro e solicitei a ele uma oportunidade George Foxcroft, por todos esses anos transmitir meus conhecimentos para para realizar meu doutoramento sob de orientação e convivência, e por ter que eles também aprendam comigo. sua supervisão. E assim aconteceu. me ensinado muito do que sei hoje. Definitivamente, estou realizada com o que faço e não trocaria meu trabaSuínos&Cia: Quais suas sugestões Suínos&Cia: Qual a área de peslho por nada. para os profissionais que estão iniciando quisa que mais lhe desperta interesse? Dra. Fernanda: Minha linha de uma carreira acadêmica? Suínos&Cia: Qual a sua opinião pesquisa chama-se “Interações entre Dra. Fernanda: Para ingressar em relação do rumo da pesquisa no Brasil nutrição e reprodução”. Essas duas áre- na carreira acadêmica é preciso goscomparado com o Canadá, já que acumula as andam de mãos dadas em todo o tar de ensinar e saber transmitir coexperiência nessa área nos dois países? sistema de produção animal, ou seja, nhecimentos. É preciso gostar de lidar Dra. Fernanda: No nosso país, se uma não está adequada, a outra com os alunos e, o mais importante de existem pesquisadores de ponta tão será severamente prejudicada. Por- tudo, gostar de desafios. bons quanto ou até melhores que os tanto, ambas são áreas muito imporestrangeiros. Entretanto, o que ainda tantes e que ainda têm muitos mistéSuínos&Cia: Qual sua maior realiinibe a expressão de todo esse nosso rios para serem desvendados. Esse é o zação profissional? potencial é o apoio financeiro para grande desafio. Dra. Fernanda: Minha maior pesquisa oferecida pelo governo, que realização profissional é conseguir Suínos&Cia: O sucesso não ocorre deixar um legado para a Ciência Aniainda é muito limitada. Acredito que essa é a principal diferença entre a por acaso. Na sua trajetória profissional a mal e ser eternamente lembrada por pesquisa nacional e a realizada no Ca- quem gostaria de agradecer ? isso. Se eu conseguir fazê-lo, durante nadá, por exemplo. Afinal, competênDra. Fernanda: Eu agradeço esses anos de pesquisa que ainda me cia para desenvolver projetos brilhan- muito aos meus pais, Egladison e restam, então sim, eu serei uma pestes nós, brasileiros, temos de sobra. Lourdes, pela educação que me de- soa realizada profissionalmente. Suínos & Cia
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Entrevista
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Reprodução Novas Tecnologias em Reprodução Suína
Rafael Tomás Pallás Alonso Kubus S.A. – Espanha rtpallas@gmail.com
Introdução
D
efine-se tecnologia como sendo a ciência aplicada ou o método científico empregado para a obtenção de um objetivo prático1. A necessidade de se aperfeiçoar ao máximo a produção, assim como de se melhorar a qualidade do produto final, tem impulsionado a pesquisa no campo da reprodução. O interesse pelo desenvolvimento e a incorporação de novas tecnologias, denominadas Tecnologias de Reprodução Assistida (TRA), têm crescido dentro dos sistemas de produção suína atuais. Como qualquer outra tecnologia, o uso das TRA está condicionado à relação custo-benefício real2. Entre as TRA, atualmente aplicáveis na produção de suínos, temos: 1. Congelamento de sêmen, com a finalidade de tornar rentáveis os reprodutores de grande valor genético e criar bancos de sêmen com doses suficientes para abastecer as granjas em situações de proibição do movimento de animais e sêmen. 2. Sexagem de sêmen para a programação da produção de machos ou fêmeas e para acelerar o melhoramento genético. 3. Inseminação Artificial Intrauterina, que permite depositar o sêmen próximo ao local da fecundação. Neste trabalho serão mostrados os resultados e os efeitos destas TRA sobre a gestão dos Centros de Inseminação Artificial (IA) de Suínos. Suínos & Cia
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O congelamento de sêmen é utilizado em granjas de alto valor genético e nos casos onde é proíbido o transporte de animais vivos
Situação atual das novas tecnologias de IA 1. Congelamento de sêmen suíno Desde que, em 1975, Pursel & Johnson estabeleceram a metodologia para o congelamento de sêmen suíno na forma de pílulas, e Westendorf & colaboradores desenvolveram a técnica das maxiampolas, ambas têm sido e continuam sendo – com ligeiras modificações – as bases dos protocolos atuais de congelamento3,4 (Quadro 1). A reduzida fertilidade e prolificidade dos espermatozóides suínos crio-preservados na IA deve-se a5:
• Mudanças estruturais e funcionais sofridas pelos espermatozóides durante o processo de criopreservação; • Diminuição da funcionalidade que os referidos espermatozóides têm, no trato genital da porca; • Características anatômicas peculiares do aparelho genital, as quais dificultam o trajeto dos espermatozóides rumo ao oviduto; • Má qualidade dos embriões produzidos, o que condiciona sua posterior viabilidade. Atualmente, a IA com sêmen congelado está reduzida, na produção de suínos, a programas de meAno VI - nº 33/2009
Reprodução 2. Sexagem de sêmen
Quadro 1. Protocolo de congelamento de sêmen de cachaços Características comuns
A determinação do sexo da descendência, antes do nascimento, é de grande interesse econômico. Principalmente para as empresas de genética, as quais – de posse dessa informação – poderiam programar sua produção, direcionando-a para linhas macho ou fêmea, de acordo com a demanda do mercado, além de, por meio desse procedimento, acelerar os programas de melhoramento genético17,18.
• Equilíbrio prévio pela centrifugação (23°C e 15°C) • Concentração do sêmen por centrifugação e eliminação do plasma seminal • Congelamento a uma concentração elevada de espermatozóides • Adição de baixas concentrações de glicerol Quadro 2. Estratégias para melhorar os resultados com sêmen congelado 1. Otimização da metologia de congelamento • Sistemas de envase: Flat Pack, que consiste em congelar um volume maior e tornar o processo máis uniforme9 • Tempo de resfriamento: não superior a 3 horas10 • Centrifugação: diminuir o tempo e aumentar a velocidade11
Os métodos para sexagem de sêmen são classificados em dois grupos: os embasados em características físicas ou cinéticas e aqueles que atuam sobre as diferenças nucleares dos espermatozóides. Estes últimos têm dado resultados satisfatórios, relativos à obtenção de populações purificadas de espermatozóides X/Y pela determinação do seu conteúdo de DNA. O espermatozóide que transporta o cromossomo X é maior e contém mais DNA que o espermatozóide transportador do cromossomo Y (Tabela 2).
2. Seleção de cachaços com boa “congelabilidade” espermática • Identificação rápida de individuos com boa capacidade de conservação. Não existe correlação entre fertilidade do sêmen “a fresco” e congelado9,10 3. Deposição dos espermatozóides mais próximo do oviduto • Inseminação intra-uterina profunda13 4. Predizer o momento da ovulação e da inseminação • Ecografia ovariana5, 14 lhoramento genético, devido, principalmente, ao fato dos resultados de fertilidade e prolificidade estarem de 10% a 20% e de um a dois leitões, respectivamente, abaixo dos resultados obtidos com sêmen refrigerado. Estes resultados diferem entre raças e, inclusive, entre ejaculados de um mesmo indivíduo5,6,7. O dano estrutural sofrido pelos espermatozóides durante o congelamento, além de diminuir sua sobrevivência no trato genital da porca e o número de embriões produzidos, tem um efeito negativo sobre o desenvolvimento e a viabilidade dos referidos embriões5,6,8. Os estudos atuais realizados com o intuito de melhorar os resultados da IA com sêmen congelado têm por objetivo aperfeiçoar os processos de congelamento dos espermatozóides (spz) e garantir um número suficiente dos mesmos com capacidade fecundante, no momento da ovulação (Quadro 2). Ano VI - nº 33/2009
Ainda que os últimos estudos e modificações nas técnicas e nas aplicações de sêmen congelado tenham melhorado significativamente os resultados de fertilidade e prolificidade (Tabela 1), as pesquisas devem continuar para minimizar os danos causados pelo congelamento à célula espermática, assim como encontrar novos métodos para avaliar a viabilidade e a capacidade fecundante do sêmen descongelado.
Baseado nesta teoria, foi desenvolvido um método para a sexagem espermática, denominado Bestville Sperm Sexing Technology (BSST), que utiliza um sistema de corte por citometria de fluxo para separar os espermatozóides X e Y20. Entretanto,
Tabela 1. Fertilidade e prolificidade com sêmen congelado de cachaços IA tradicional (5x109spz /dose)15 Nº. de porcas em IA
IA intrauterina profunda (1x109spz /dose)16
190
49
Fertilidade/parto (%)
62,60
77,55
Tamanho da leitegada
9,01
9,31
Tabela 2. Diferenças entre espermatozóides X e Y19 Parâmetro
X
Y
DNA
++
+
Tamanho e densidade
>
<
Fluorescência
-
+
Motilidade
+
+++
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Reprodução ligados à inseminação (diminuição do número de espermatozóides por dose), é provável que, nos próximos anos, venhamos a assistir uma maior popularização desta tecnologia na produção animal, especialmente no segmento destinado a animais de alto valor econômico e/ou genético.
3. Inseminação Artificial profunda
Com a técnica de I.A. intra-uterina, é possível utilizar 2 bilhões de espermatozóides sem alterar a fertilidade e prolificidade
a inclusão da citometria de fluxo nos sistemas tradicionais de IA é impraticável, devido ao número escasso de spz que podem ser separados. Com os equipamentos de citometria atuais é possível se obter um rendimento, em termos de separação, de 300.000 a 400.000 spz X ou Y por hora. Estas taxas de separação, assim baixas, são devidas à necessidade de se alcançar um grau elevado de pureza (90%) nas populações espermáticas. A incorporação de novas substâncias nos meios de coleta e os avanços técnicos nos citometros de fluxo têm gerado procedimentos que nos permitem obter até sete milhões de espermatozóides viáveis por hora e com uma pureza ao redor de 80%28,29. Esta combinação entre o rendimento e a pureza sempre está equilibrada, nos sistemas de separação. Incremen-
tos no rendimento podem ocorrer em detrimento da pureza e vice-versa. Atualmente, a sexagem do sêmen não é realizada nas centrais de inseminação convencionais por requerer um equipamento tremendamente sofisticado, o citometro de fluxo, o qual necessita de pessoal especializado para o seu manejo, além de instalações com características especiais relativas à temperatura, luminosidade, etc. Estes espermatozóides sexados podem ser utilizados na produção de embriões in vitro ou, com certa garantia de êxito, no processo de inseminação intrauterina profunda, por meio do qual tem se obtido nascimentos em conseqüência de inseminação com espermatozóides separados mediante citometria de fluxo e congelados30. Uma vez resolvidos os problemas
Tabela 3. Fertilidade e prolificidade com as técnicas I.U.P. e I.P.C. IUP24
IPC21
IPC26
Concentração (x 106 spz/dose)
50
100
100
Volume (ml/dose)
5
80
33
Fertilidade/parto (%)
92,3
87,0
86,3
Tamanho da leitegada
9,41
10,9
12,4
I.U.P - inseminação intrauterina profunda, I.P.C. - inseminação pós-cervical
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A suinocultura industrial busca uma maneira de aperfeiçoar a produtividade dos cachaços destinados à IA. A tendência atual, na IA de suínos, é a redução do número de espermatozóides por inseminação e, nessa linha, estão sendo desenvolvidas novas técnicas, no sentido de aplicar o sêmen próximo do local da fecundação. Atualmente, é possível reduzir a concentração da dose seminal usada na IA tradicional, chegando a dois bilhões de espermatozóides por dose, sem que a fertilidade e a prolificidade sejam afetadas21. Para que a fecundação ocorra não é necessária a presença de um número elevado de espermatozóides viáveis na união útero-tubárica (UUT)22. Os trabalhos de Rath & colaboradores (1999) demonstram que, por meio da inseminação intrauterina profunda, com 20 milhões de espermatozóides depositados cirurgicamente, foram obtidas taxas de gestação equiparáveis a quando se depositam 200 ou 1 bilhão. O inconveniente dessa técnica é a necessidade de se realizar uma cirurgia para fazer a IA. Nos últimos anos têm sido desenvolvidas novas técnicas nãocirúrgicas para a deposição do sêmen no final do corno uterino (inseminação intrauterina profunda)13,24,25 ou no corpo uterino (inseminação póscervical)21,23. A inseminação intrauterina profunda (IUP) consiste na utilização de um cateter flexível de 1,5 metro de comprimento, o qual permite depositar 150 milhões de espermatozóides, num volume de 7,5 ml, no final do corno uterino. No caso Ano VI - nº 33/2009
Reprodução da inseminação pós-cervical (IPC), uma cânula passa por meio da cervix e chega até o corpo uterino, sendo utilizado até 500 milhões de espermatozóides, num volume de 30 ml23, ou 1 bilhão num volume de 80 ml21. Os últimos resultados obtidos com essas duas técnicas aparecem na Tabela 3 e demonstram que é possível diminuir o volume e a concentração da dose seminal, sem que a fertilidade e a prolificidade sejam afetadas.
Gestão da Central de IA segundo as novas tecnologias A colocação dessas novas tecnologias à prova e seus resultados nos ensaios a campo nos fazem supor que, de um modo mais ou menos rápido, elas serão aplicadas por um número cada vez maior de suinocultores ou empresas dedicadas à produção de suínos. Isso fará que, indubitavelmente, ocorram mudanças na gestão e na forma de organizar o trabalho nos centros de inseminação atuais, os quais foram projetados para produzir doses seminais de 80 ml a 100ml, com 3 bilhões de espermatozóides. Vejamos como a produção de doses seminais pode ser afetada, com a aplicação dessas novas tecnologias.
1. Congelamento de sêmen suíno Atualmente, o uso de sêmen congelado nos programas de inseminação artificial de suínos tem limitações importantes, comparativamente ao sêmen refrigerado, principalmente: (1) menor rentabilidade dos cachaços; (2) baixa fertilidade e (3) prolificidade reduzida5. Em contrapartida, a possibilidade de realizar a inseminação artificial com sêmen congelado nos permite compensar algumas das limitações inerentes ao sêmen fresco ou Suínos & Cia
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Tabela 4
TOTAL CIA 1 CIA 2
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
23,55%
25,17%
22,59%
12,51%
7,70%
8,48%
71,31% 25,29%
25,92%
28,69% 22,81%
11,18
74,02% 19,86%
23,56%
22,12%
65,54%
refrigerado. Assim sendo, entre suas vantagens, podemos citar:
Rentabilizar ao máximo aqueles reprodutores de grande valor genético.
7,36%
7,44%
25,98% 15,33%
8,44%
10,69%
34,46% mos ter obtido 25 ou 30. Utilizando a técnica de congelamento poderíamos submeter esses machos a um ritmo de coletas pré-estabelecido (uma extração semanal, por ex.), congelar todo o ejaculado e ir fornecendo – posteriormente – as doses solicitadas pelo núcleo genético, deixando o restante armazenado no banco de sêmen da central. Além disso, esse procedimento permitiria aos centros de seleção atribuir a máxima variabilidade genética às avaliações rotineiras e pe-
Normalmente, em nossas centrais de inseminação, convivem machos finalizadores com avôs ou bisavôs de diversas linhagens genéticas. Ao observarmos o ranking de produção, quase sempre os cachaços menos rentáveis são aqueles dedicados à genética. A explicação para esse fato é que, devido à característica dos núcleos genéticos, de possuírem um grande acervo de caracteres individuais e de terem que se preocupar – por exemplo – em controlar o nível de consanguinidade do seu plantel, na grande maioria das vezes é preciso retirar um macho de uma determinada linhagem para produzir – unicamente – 8 a 10 Na inseminação pós-cervical, uma cânula passa por meio da cervix e doses de sêmen, chega até o corpo uterino, podendo ser utilizado até 500 milhões de quando podería- espermatozóides num volume de 30 ml
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Reprodução Figura 1. Centrais de IA global: % de doses repartidas segundo o dia da semana
• Bancos de doses de espermatozóides manipulados: sexados, transgênicos, etc. Nos dias de hoje esta possibilidade ainda não é factível, mas nos próximos anos poderá ser realidade.
Otimização da gestão e da operacionalização dos centros de inseminação artificial. riódicas realizadas com o intuito de estabelecer os valores genéticos dos animais (BLUP).
Fomento do comércio internacional de doses seminais. A movimentação de animais vivos entre países está cada vez mais difícil, por motivos sanitários e pelas limitações ao transporte dos mesmos, impostas pelas leis de bem-estar animal, cada vez mais numerosas. Já o transporte de sêmen congelado não contempla mais nenhum problema, além do manejo do nitrogênio líquido, havendo, inclusive, outras possibilidades de transporte à disposição, como a utilização de tanques de nitrogênio seco, que facilita o referido manejo.
Criação de bancos de sêmen. Com relação a este assunto, há três utilizações bem distintas:
• Bancos de reserva genética: onde serão mantidos congelados os ejaculados dos animais que se sobressaem, dentro de cada linhagem, para que possam ser utilizados vários anos depois, com a finalidade de incorporar novos genes a uma linha genética, avaliar o progresso genético por meio de varias gerações ou reconstruir um programa genético, diante de qualquer eventualidade que tenha obrigado a sua eliminação. • Bancos para fornecimento de sêmen: com doses suficientes para abastecer as necessidades das granjas naquelas situações nas quais se proíbe a movimentação dos animais, relativamente frequentes na espécie suína e normalmente relacionadas com surtos infecciosos. Neste caso, seria prudente manter congelado um grande número de doses, suficiente para cobrir as necessidades de 8 a 10 dias, período de tempo que nos permitiria entrar em contato com outros centros de inseminação – nacionais ou internacionais – e organizar nosso estoque, enquanto a central estiver imobilizada.
Figura 2. Efeito da temperatura ambiental sobre a qualidade espermática
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Atualmente, no sistema tradicional de produção de doses seminais, o horário de entrada e as tarefas realizadas diariamente numa Central de Inseminação Artificial (CIA) são condicionados pelo número de doses que se necessita produzir por dia, o qual varia enormemente, como se pode ver na Tabela 4. A Figura 1., acima, mostra que nos três primeiros dias da semana se produz mais de 70% do total de doses da mesma. Isso faz com que as tarefas realizadas na CIA sejam completamente distintas, entre os diferentes dias da semana, levando a uma variação no horário de entrada na central, que vai das 3h45 às 5h45 horas (dependendo do dia). Ocorre, ainda, uma variabilidade importante nas tarefas realizadas a cada dia, sendo os três primeiros da semana dedicados – praticamente em sua totalidade – à produção de doses, e os três restantes aos trabalhos de limpeza, manutenção e manejo dos animais. Esta situação pode mudar radicalmente com a produção de doses seminais congeladas, na qual é possível estabelecer um ritmo de coleta fixo para cada um dos animais e atuar independentemente dos pedidos diários de sêmen. Isso fará com que se possa trabalhar em uma escala mais racional e sem a pressão de ter que preparar as doses num determinado horário. Além disso, será possível planejar as tarefas diárias com maior antecipação e de modo mais coerente com as necessidades de cada empresa, podendo, inclusive, suspender Suínos & Cia
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Reprodução gênio líquido com doses suficientes para um mês, seis meses ou um ano, o que tornará sem sentido os sistemas de distribuição atuais. No entanto, a Central terá que criar outro serviço, o de distribuição de nitrogênio líquido para os tanques de conservação localizados nas granjas. Acreditamos que este novo serviço não deva ficar por conta dos suinocultores, de modo que – para se evitar problemas – deverá ser oferecido e garantido pelo próprio centro de inseminação.
A produção de doses seminais congeladas permite um melhor aproveitamento do cachaço de alto valor genético
a produção de doses de sêmen em determinados momentos (períodos de férias, feriados, por motivos sanitários, devido a manejos especiais, etc.), sem atrapalhar o fornecimento de doses aos nossos clientes. Nas Centrais de IA multirraciais, a produção de doses seminais congeladas permitirá um melhor aproveitamento dos cachaços, já que às vezes surge a situação de faltar algumas poucas doses de uma determinada raça, o que nos obriga a realizar uma nova coleta. O sêmen coletado, nesse caso, costuma não ser aproveitado totalmente, e essa coleta faz sobrar, então, doses de outra raça, as quais não serão totalmente aproveitadas por não terem sido processadas. Uma vantagem importante da produção de doses crio-preservadas é o fato de poder minimizar o problema da sazonalidade reprodutiva, principalmente em regiões de clima tropical. O efeito das altas temperaturas na produção de sêmen, ilustrado na Figura. 2, já é conhecido por todos: A qualidade espermática baixa consideravelmente, a partir da metade do verão até o início do ouSuínos & Cia
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tono, principalmente quando se trata de espermatozóides conservados sob refrigeração por 48 horas. Este efeito indesejável poderia ser eliminado, mediante a produção de doses seminais congeladas, suspendendo-se a produção durante os referidos meses e utilizando as doses produzidas nos períodos mais frescos e de melhor qualidade espermática. Outro ponto a ser considerado, particularmente nas Centrais de IA que têm rotas de distribuição e que – diariamente ou por vários dias durante a semana – entregam as doses nas granjas, é a mudança a ser produzida nestes sistemas. Com a utilização de doses congeladas, o suinocultor poderá dispor de um tanque de nitro-
Indubitavelmente, para a produção de doses seminais crio-preservadas, será preciso adaptar nossos laboratórios à instalação dos equipamentos necessários para este tipo de produção: câmara de estabilização, centrífuga, bio-congelador, máquina de envase e fechamento automático de ampolas, etc.
2. Inseminação artificial profunda O efeito desta técnica sobre uma Central de inseminação, em qualquer uma de suas duas variantes (inseminação pós-cervical ou inseminação intrauterina profunda), é o mesmo, ou seja: a redução, em maior ou menor grau, do número de machos necessários para produzir o mesmo número de doses de sêmen.
• Inseminação pós-cervical. Ao se utilizar doses de 500 milhões ou 1 bilhão de espermatozóides, espera-se uma diminuição do número
% sobre o preço final da dose Tradicional
IPC (1 x 109)
IPC (0,5 x 109)
IUP (0,15 x 109)
Amortização machos
13,00 - 21,00
4,33 - 7,00
2,17 - 3,50
0,65 - 1,05
Mão-de-obra
20,00 - 25,00
10,00 - 12,50
10,00 - 12,50
10,00 - 12,50
Alimentação
6,00 - 8,00
2,00 - 2,67
1,00 -1,33
0,30 - 0,40
Diluente e outros
5,00 - 10,00
1,67 - 3,33
0,83 - 1,67
0,25 - 0,50
TOTAL
44,00 - 64,00
18,00 - 25,50
14,00 - 19,00
11,20 - 14,45
Ano VI - nº 33/2009
Reprodução de machos da ordem de 1/3 ou 1/6 do inventário atual. Isso nos faz pensar que, se atualmente temos uma produção de 1.500 doses/macho/ano, no futuro poderemos chegar a 4.500 ou 9.000 doses/macho/ano26.
diária de análises laboratoriais com o sêmen a ser processado. Tudo isso implica numa diminuição do tempo requerido para a obtenção do sêmen, seu processamento no laboratório e na preparação das doses seminais.
• Inseminação intrauterina profunda.
• Mudanças nos sistemas de envase.
Neste caso as doses são de 150 milhões de espermatozóides, o que implica numa redução – em tese – de até 20 vezes no número de machos necessários, além da produção de até 30.000 doses/cachaço/ano27.
Uma vez que será preciso adequá-los aos requerimentos destas técnicas, 30ml na IPC (inseminação pós-cervical) e 5ml na IUP (inseminação uterina profunda).
A adoção de qualquer uma destas técnicas, por parte de uma Central de IA e a consequente redução no número de machos, implicará nas seguintes mudanças na estrutura e no funcionamento da mesma:
• Redução no número de locais para alojamento. Uma vez que a necessidade de cachaços será muito menor, o acesso a animais de alto valor genético será facilitado, o que promoverá a distribuição do potencial genético dos mesmos entre um número maior de suinocultores. Estes, por sua vez, ganharão na uniformidade de seu produto final, já que toda a sua produção poderá ser originária de um único macho ou de um grupo reduzido de machos com características similares. Essa situação, que para as Centrais de inseminação será altamente vantajosa, trará um grave problema para as empresas de genética, as quais deverão sofrer uma redução nas vendas de machos para inseminação, além de precisarem garantir uma maior qualidade genética nos animais que comercializarem.
• Otimização dos horários de trabalho. Ao não ter que realizar tantas coletas, o trabalho poderá ser iniciado um pouco mais tarde, ou quiçá – o que parece ser mais interessante – manter os horários atuais, mas adiantar a saída do material a ser distribuído. Assim, as doses seminais estarão nas granjas mais cedo, facilitando as tarefas de inseminação, sobretudo naqueles plantéis com número elevado de reprodutoras. Em resumo, as vantagens da aplicação destas técnicas são:
• Redução dos custos de produção das doses seminais.
• Melhor aproveitamento dos cachaços de elite.
• Redução do atraso genético entre
gerações de um programa ou esquema de seleção.
• Ao permitir o acesso de um número maior de suinocultores a uma genética superior, facultando-lhes a obtenção de preços melhores para os seus produtos no mercado, estaremos contribuindo para o estabelecimento de uma relação mais estreita entre os criadores e as Centrais de inseminação.
• Utilização de sêmen congelado ou sexado.
• Maior uniformidade e homogeneidade dos animais produzidos.
citar:
Como desvantagens, podemos
• Maior custo relativo a cateteres e pipetas de inseminação.
• Necessidade de adaptação dos suinocultores a uma nova técnica, mais sofisticada.
• Em países cuja mão-de-obra consiste
• Redução do pessoal necessário para atender à central. Tanto pelo menor número de machos a ser atendido, como pela redução na quantidade de coletas e na rotina Ano VI - nº 33/2009
A vantagem da disseminação do produto de alto valor genético é a uniformidade do produto final, já que a produção poderá ser originária de um único macho
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Reprodução em alta rotatividade de pessoal, será necessário um treinamento constante dos envolvidos.
• Perda de imagem relativa ao bemestar animal, por parte da granja ou CIA, pela utilização de técnicas invasivas.
Impacto econômico das novas tecnologias. Na sequência veremos que impacto econômico tem a aplicação destas técnicas numa Central de inseminação.
1. Congelamento de sêmen suíno Considerando as seguintes premissas para o sêmen congelado, em comparação com o sêmen fresco ou refrigerado (“n” indica os resultados com sêmen fresco ou refrigerado):
• Baixa fertilidade (n - 20%). • Baixa prolificidade (n - 2 leitões). • Poucas doses produzidas, a partir de um ejaculado (n / 2).
Podemos realizar os seguintes cálculos:
• Sêmen refrigerado: de um ejaculado, em condições normais, se obtém de 20 a 25 doses seminais (3.000 x 106 spz/dose), com as quais é possível inseminar de 10 a 12 porcas e, com uma taxa de fertilidade de 80%, obter de 8 a 10 fêmeas gestantes.
• Espermatozóides crio-preservados
por sistemas tradicionais: do mesmo ejaculado anterior e considerando que – neste caso – os valores são de 5 a 6.000 x 106 spz/dose, é possível se obter de 10 a 15 doses, com as quais se pode inseminar de 5 a 7 fêmeas e, com uma fertilidade de 60%, obter de 3 a 4 porcas gestantes.
• Espermatozóides crio-preservados e
técnicas de inseminação profunda:
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Atualmente os equipamentos necessários para produção de doses congeladas implica em altos investimentos nas CIA
considerando o mesmo raciocínio anterior e, como neste caso as doses produzidas requerem unicamente 1.000 x 106 spz/dose, é possível obter de 60 a 75 doses, com as quais se pode inseminar de 30 a 37 porcas; se considerarmos uma taxa de fertilidade de 67%, resultará em 20 a 24 porcas gestantes. Observando os números anteriores, vemos que, com a utilização de espermatozóides crio-preservados é possível, ao menos, dobrar o número de gestações obtidas a partir de um ejaculado. Só isso já justifica a sua utilização, em nível prático, pela diminuição dos custos de produção atuais que temos com o uso do sêmen fresco. Além disso, atualmente, o equipamento necessário para a produção de doses congeladas implica na realização de altos investimentos nos centros de inseminação, os quais – devido à escassa difusão desta técnica – dificilmente serão amortizados. Mas se a sua utilização se generaliza, a aquisição destes equipamentos, por parte das centrais de inseminação comerciais, estará plenamente justificada.
2. Inseminação artificial profunda Com a utilização destas técnicas, a redução nos custos de produção é evidente, devido ao menor número de cachaços necessários para a produção do mesmo número de doses. A tabela seguinte demonstra o impacto destas técnicas sobre os componentes que mais incidem no custo final da dose seminal produzida: É importante observar que estes percentuais podem variar consideravelmente de acordo com os preços de compra de cada produto e, sobretudo, segundo o preço de venda das doses. Todos os cálculos realizados foram baseados nos preços médios praticados atualmente na Espanha. Com relação à amortização dos machos, vale também observar que ela se realiza em dois anos e meio, sendo os preços de compra estimados referentes a cachaços de elite, de alto valor genético. Quanto aos cálculos de mãode-obra, foi levado em conta o custo total da empresa, relativo a todo o pessoal, encarregados, especialistas e colaboradores. Ano VI - nº 33/2009
Reprodução Para os cálculos de alimentação, foi considerado um consumo de 3 kg de ração de machos de alta produção/cachaço/dia. Finalmente, é importante acrescentar que, no item Diluente e outros está incluído o consumo de material básico de laboratório, tal como recipientes de coleta, filtros, pipetas, suportes, etc. E, dada a gama de diluentes disponíveis no mercado e a consequente diferença de preços, podem haver variações muito maiores nos valores apresentados.
Conclusões Os avanços realizados nos últimos anos para desenvolver e melhorar as novas tecnologias de inseminação artificial fazem com que as mesmas sejam introduzidas, pouco a pouco, na rotina diária de algumas centrais de inseminação. Estas, por sua vez, vêm se adaptando aos novos requerimentos impostos pelas mesmas. De todas as formas, faltam ainda alguns anos para a sua implantação definitiva, durante os quais será preciso trabalhar ainda para melhorar as referidas técnicas e adaptar a prática das mesmas às condições de trabalho no campo, tanto nas CIAs como nas granjas. A separação de espermatozóides por meio da citometria de fluxo necessita ainda de um pouco mais de padronização (mediante um incremento nos rendimentos de separação), ao mesmo tempo em que se desenvolvem melhorias nas metodologias de congelamento de espermatozóides, incrementa-se a sobrevivência espermática pós-separação e aperfeiçoamse as inseminações com baixo número de espermatozóides, a produção in vitro e a transferência não cirúrgica de embriões. É bem provável que, nos próximos anos, assistamos à importante implantação desta tecnologia, no segmento da produção animal. Ano VI - nº 33/2009
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Reprodução GIL, M.A.; PARRILLA, I.; VÁZQUEZ, J.L. Deep intrauterine insemination in sows with a low number of spermatozoa: a new and simple procedure Theriogenology. v.55. n.1. p.248. 2000. 14. SOEDE, N.M.; WETZELS, C.C.H.; ZONDAG, W.; DE KONING, M.A.I.; KEMP, B. Effects of time insemination relative to ovulation, as determined by ultrasonography, on fertilization rate an access sperm count in sows. J. Repr. Fertil., v. 104. p. 99-106. 1995. 15. HOFMO, P.O.; GREVLE, I.S. Development and commercial use of frozen boar semen in Norway. In: Boar semen preservation. 4., Ed. L.A. Johnson and H.D. Guthrie. Allen Press, Inc., Lawrence, KS, USA. p.71-86. 2000. 16. ROCA, J.; MARTÍNEZ, E.; VÁZQUEZ, J.M.; VÁZQUEZ, J.L. Cryopreservation of pig spermatozoa. New trends for its commercial application. Workshop 3: New strategies in semen preservation and insemination in pigs. ESDAR Annual Conference. 5. Prague. 2000. 17. MARTÍNEZ, E.A.; VÁZQUEZ, J.M.; .L.; ROCA, J.; LUCAS X.; GIL, M.A.; PARRILLA, I. Posibilidades prácticas del sexaje de espermatozoides en la especie porcina. In: Simposio Internacional de Reproducción y IA porcina. 6. p. 55-62. Memorias… 1999. 18. VÁZQUEZ, J.M.; MARTÍNEZ, E.A.; L.; ROCA, J.; LUCAS X.; PARRILLA, I. Sex-sorting boar sperm: problems and possibilities. Arch. Tierz. Dummerstorf. v. 44 Special Issue, p. 141-144. 2001. Suínos & Cia
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Sanidade Protocolo de biossegurança para prevenção da disseminação do vírus da Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína (PRRS). Introdução
A
PRRS (Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína) é uma doença que tem grande importância econômica na suinocultura, custando aproximadamente 560 milhões de dólares anuais neste setor no norte americano. A prevenção da disseminação de agentes é um componente crítico do programa de controle de doenças da granja, tanto dentro da mesma população de suínos como entre populações distintas. Esse artigo, que tem por objetivo servir como um auxilio no controle do agente da PRRS, representa uma coletânea
dos dados de experimentos conduzidos pelo nosso grupo da Universidade de Minnesota, os quais foram especificamente desenhados no sentido de identificar as vias de transmissão viral e de desenvolver protocolos de biossegurança para reduzir esse risco. Todos os protocolos foram validados (e ainda continuam sendo) em ensaios conduzidos em nossa granja modelo do Centro de Erradicação de Doenças dos Suínos (SDEC), nos últimos anos. Os autores deste artigo continuam pondo em prática esses protocolos e experimentos de forma habitual; por isso, nossa confiança na eficácia dessas medidas é muito alta. Esperamos que os colegas veterinários especia-
O vírus da Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína é específico e acomete somente os suínos
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Andrea Pitkin1 Satoshi Otake1 Scott Dee1 Centro de Erradicação de Doenças de Suínos1 Universidade de Minnesota1
listas em suínos possam utilizar essas informações para ajudar seus clientes a desenvolver programas de biossegurança efetivos, para um controle duradouro da PRRS.
Revisão sobre o vírus Antes de discutir como o vírus se dissemina, nas granjas e dentro da população de suínos, é importante entender suas características bioquímicas e os grupos de hospedeiros afetados por ele. Com base em alguns trabalhos, sabemos que o vírus da PRRS (PRRSv), agente etiológico da doença, é um vírus do tipo RNA, da ordem Nidovirae, família Arteviridae e do gênero Arterivírus. O PRRSv é espécie específico, sendo capaz de acometer apenas os suínos. Portanto, nenhuma outra espécie (mamíferos, aves ou insetos) atua como reservatório do mesmo. Com relação à capacidade de sobrevivência fora do suíno, o PRRSv é sensível a altas temperaturas, mudanças no pH (< 6 e > 7,65), à exposição prolongada a rios UV (ultravioleta) e à inativação química. No entanto, é capaz de sobreviver (meses/ anos) congelado a - 20° C e, à medida que a temperatura aumenta, diminui a sua sobrevivência. Como exemplo, pode sobreviver durante seis dias a 21° C, 24 horas a 37° C e apenas vinte minutos a 56° C. Além disso, quando há umidade, o vírus pode ser viável por até 11 dias. Ano VI - nº 33/2009
Sanidade
O quarentenário é um dos procedimentos mais importantes utilizados dentro do programa de biossegurança, com a finalidade na prevenção de doenças.
Vias de disseminação viral e protocolos de biossegurança Vias diretas de disseminação Como já foi comentado, o suíno é o único animal capaz de infectarse com o PRRSv.
Animais vivos e sêmen: Uma vez ocorrida a infecção, o vírus pode passar dos suínos permanentemente infectados para os suínos sadios através do sangue, saliva, leite e colostro, fezes e urina, assim como do sêmen contaminado. Portanto, um dos pontos críticos é a compra de material genético de fornecedores submetidos a controles regulares. Recomenda-se a comunicação prévia entre os veterinários responsáveis, para avaliar a sanidade do plantel, antes de efetivar a compra, a qual deve ser precedida de uma quarentena e da realização de análises nos animais. A seguir serão apresentados alguns protocolos destinados a reduzir o risco de Ano VI - nº 33/2009
entrada do PRRSv em granjas, através de material genético. • Isolamento ou quarentena: procedimento essencial, dentro do programa de biossegurança destinado à prevenção da disseminação do PRRSv. As instalações, para essa finalidade, devem situar-se distantes do restante do plantel, mínimo de 3 Km. Os animais recém chegados deveram ser mantidos separados do restante do plantel por, pelo menos, trinta dias. O responsável pelo quarentenário deverá inspecionar esses animais diariamente, à procura de sinais clínicos e o veterinário encarregado da granja deverá permanecer – durante todo esse período – em contato com o colega responsável pela empresa fornecedora dos mesmos, particularmente no caso da suspeita do início de alguma doença, tanto na população de origem como nos animais em quarentena. • Análises laboratoriais: os animais de reposição deverão ser submetidos a provas sorológicas, a primeira coleta deverá ser realizada na granja de origem 30 dias antes dos animais serem introduzidos no quarentenário, e aos 24 a 48 horas após sua chegada nas instalações de quarentena deverá
ser realizada outra coleta. O RNA viral pode ser detectado na corrente sanguínea 24 horas após a infecção, o que nos leva a recomendar a realização de uma prova de PCR para detecção de infecções agudas. Deve-se realizar também uma prova de ELISA, com amostras coletadas na fase final do período de quarentena, para avaliação da presença de anticorpos virais. Com o advento do método de swab sanguíneo, os centros de inseminação artificial podem monitorar proativamente o seu status através da prova de PCR, com as amostras de sangue de cachaços coletadas nesse mesmo dia, juntamente com uma análise regular do sêmen, também através do PCR. Com a possibilidade atual dos laboratórios de análise fornecerem resultados de PCR em 01 dia, os produtores e veterinários poderão receber o sêmen já validado como PRRSv negativo em tempo real, introduzindo-o assim de forma segura em seus plantéis.
Vias indiretas de disseminação O PRRSv pode ser transmitido mecanicamente de várias maneiras. No texto abaixo revisará estas vias indiretas de disseminação e discutirá os protocolos de biossegurança desenhados para prevenir a transmissão viral pelas referidas vias.
Instalações: As instalações devem ser manejadas em sistemas “tudo dentro – tudo fora” (TD/TF), o qual contribui para reduzir a disseminação da PRRSv nos suínos mais velhos infectados para os mais novos ou para os não infectados, independente da idade. Além do sistema TD/TF, é importante desinfetar as instalações antes da introdução de animais susceptíveis. A seguir serão discutidos os passos requeridos para a desinfecção correta, Suínos & Cia
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Sanidade de instalações que alojaram animais positivos: • Eliminação completa de todo material orgânico (fezes, urina, ração, cama e fluidos corporais), assim como lavagem minuciosa das superfícies, com atenção especial a portas, comedouros, bebedouros, pisos vazados e qualquer brecha ou rachadura onde os contaminantes anteriormente citados possam se acumular. • Ao concluir a lavagem, aplicar um desinfetante eficaz em toda a instalação. Exemplos de desinfetantes eficazes frente ao PRRSv são produtos à base de amônia quaternária + glutaraldeido ou o mono-persulfato de potássio modificado. Esses produtos deverão ser aplicados em uma concentração de 0,8 e 1,0% – respectivamente – durante duas horas, no mínimo. A aplicação de desinfetantes na forma de espuma, além de permitir uma melhor visualização da cobertura da área a ser desinfetada, prolonga o contato entre as substancias químicas e as superfícies. • Depois da limpeza, lavagem e desinfecção deve-se prever um tempo de espera para secagem, medida esta importantíssima dentro do protocolo de desinfecção, para a completa inativação do vírus.
Veículos de transporte: O PRRSv pode disseminarse entre os animais susceptíveis por meio de veículos de transporte contaminados. Da mesma forma relativa às instalações, é importante dispor de um protocolo de limpeza/desinfecção/ secagem para caminhões e outros veículos de transporte. No caso de caminhões, os pontos de risco em potencial estão na cabine (pedais, tapetes, etc., os quais podem ser desinfetados de modo efetivo com produtos na forma de spray e nas carrocerias articuláveis, com relação às quais, cabem as seguintes recomendações: • Eliminação completa de todo material orgânico (fezes, urina, ração, cama, etc.) da carroceria, devendo-se atentar para os locais de difícil acesso (cantos, fechaduras, trancas, etc.), onde a matéria orgânica poderia se acumular. • Uma vez terminada a lavagem, aplicar um desinfetante eficaz, obedecendo ao protocolo anteriormente descrito para as instalações. • Depois da limpeza, lava-
gem e desinfecção deve-se prever um tempo de espera para secagem do veículo, medida importante dentro do protocolo de desinfecção, a exemplo do procedimento adotado para as instalações. O uso de um sistema de sopragem de ar aquecido em grandes volumes pode reduzir o tempo necessário para a secagem da carroceria do veículo. Recomenda-se, nesse caso, o sistema de secagem e descontaminação termo-assistido (TADD), para a obtenção de uma carroceria seca no menor espaço de tempo possível. Alguns estudos indicam que 120 minutos, com um volume de ar aquecido através do sistema TADD, pode ser suficiente para eliminar o PRRSv das superfícies contaminadas das carrocerias de transporte de suínos.
Pessoal: As medidas para reduzir a contaminação das mãos, aventais e botas do pessoal que tem acesso à granja e que podem servir de veículos mecânicos para o PRRSv serão discutidas a seguir.
Agulhas: A quantidade de PRRSv na corrente sanguínea dos suínos infectados atinge níveis altíssimos. Assim, injetar animais de forma consecutiva com a mesma agulha infectada pode facilitar a transmissão viral por essa via. Para reduzir esse risco recomenda-se a troca periódica das agulhas durante os procedimentos de aplicação de medicamentos/vacinação ou a utilização da tecnologia “livre de agulhas”. Suínos & Cia
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A aplicação de desinfetantes a base de espuma, melhoram seu efeito sobre os microrganismos.
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Sanidade Protocolos de entrada: • Períodos de inatividade: na prática, deveria observar um tempo de inatividade (uma noite), antes de iniciar o trabalho na granja. Estudos têm demonstrado que, para esse patógeno, não é necessário observar períodos de descanso muito mais extensos. • Banhos: a adoção dessa prática tem demonstrado são eficazes na descontaminação do pessoal portador do PRRSv, antes da entrada na granja, o que faz dos mesmos um procedimento diário recomendável. • Sistema de entrada dinamarquês: preconiza a troca de aventais, botas e a lavagem das mãos antes da entrada em determinadas áreas da granja, estabelecidas pelo volume de ar compartilhado com os animais. Tem se mostrado um método interessante, no sentido de reduzir o risco de disseminação do PRRSv no trânsito de pessoas entre os diferentes setores da granja.
Mãos: • Luvas: seu uso pode ajudar a prevenir a transmissão viral. As luvas deveriam ser trocadas regularmente, por exemplo, entre leitegadas. • Desinfecção e lavagem das mãos: esse procedimento frequente, com a utilização de desinfetantes à base de iodo, ajuda a eliminar o PRRSv das mesmas.
Aventais: • O ideal seria se estivessem disponíveis para uso exclusivo em cada uma das subdivisões das instalações da granja e que fossem lavados rotineiramente (ou o uso de aventais descartáveis). Ano VI - nº 33/2009
A adoção do banho antes da entrada nas granjas, tem demonstrado ser eficaz na descontaminação do pessoal portador do PRRSv.
Botas: • Pedilúvios: sua utilização pode ajudar bastante na redução do risco da transmissão viral entre os grupos de suínos dentro da mesma granja. As soluções devem ser trocadas, pelo menos, uma vez por dia para manter seu poder desinfetante. Alguns desinfetantes, como os à base de cloro, de amônia quaternária + glutaraldeído ou o mono-per-sulfato de potássio modificado são efetivos também nos pedilúvios. • As botas, a exemplo dos aventais, deveriam ser de uso exclusivo para cada uma das subdivisões das instalações da granja, nunca serem retiradas da granja. Lavar e desinfetar detalhadamente, para eliminar os resquícios fecais de suas solas.
Fômites: Os fômites (material de consumo e frascos utilizados na granja)
podem veicular o PRRSv. Portanto, todo material para consumo, de origem externa, deverá ser desinfetado e mantido em repouso por pelo menos duas horas, antes de ser introduzido na granja. O referido material deverá ser encaminhado a uma sala específica, para a realização dos processos de desinfecção e secagem, devendo ser desinfetado por todos os lados, através de um processo de rotação. Esse processo pode ser realizado com o auxílio de um nebulizador, que produz uma névoa da solução desinfetante, à qual todos os lados/superfícies do material a ser desinfetado deverão ser submetidos por, pelo menos, cinco minutos. Após esse procedimento, é importante a observação do período de repouso já comentado. A solução recomendada para esse tipo de desinfecção é a associação de um produto à base de amônia quaternária + glutaraldeido com o mono-persulfato de potássio modificado, em concentrações de 0,8 e 1,0% – respectivamente. Outro método alternativo aceitável para a introdução de material externo na granja é o do duplo envoltório. Suínos & Cia
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Sanidade ou líquido, costumam ser bastante efetivos. • Fitas adesivas do tipo “pega mosca”: seu uso regular também costuma ser efetivo no controle da quantidade de insetos.
Lavar e desinfetar as botas para eliminar os resquícios fecais, é de fundamental importância para minimizar a transmissão entre as instalações.
Insetos: Moscas e mosquitos podem ser vetores mecânicos para o PRRSv, podendo transportá-lo para até 2,4 km de distância da granja infectada. O vírus permanece armazenado no trato gastrintestinal das moscas e o ritmo da sua disseminação depende da quantidade de vírus ingerida e da temperatura ambiente. Para prevenir a sua disseminação por essa via, recomenda-se o seguinte: • Telas ou mosquiteiros: todas as entradas, janelas e áreas por onde os insetos possam transitar deverão ser protegidas por telas. Para que seja mantida uma ventilação adequada, as janelas devem ser limpas regularmente. • Inseticidas: à base de piretrinas e disponíveis nas formas de spray Suínos & Cia
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• Manutenção das instalações: recomenda-se o corte periódico da grama e das ervas que rodeiam as instalações, além da eliminação de locais com água parada, próximos de onde os animais estão alojados.
Aerossóis: A disseminação do PRRSv pelo ar parece ser própria de um isolado específico do mesmo. Têm surgido novos isolados virais, altamente patogênicos, como o MN1-8-4 e o 1-18-2, cuja capacidade de viajar por via aérea a grandes distâncias parece ter sido incrementada, em comparação aos isolados tradicionais. Pesquisas recentes têm demonstrado a capacidade de transmissão do PRRSv por essa via, a distâncias de até 120 m. Em contrapartida, resultados preliminares de alguns estudos, associados a experiências de campo, indicam que a referida transmissão pode chegar a mais de 3,3 km. Portanto, considerando que os isolamentos se adaptam, é necessário levar esse fato em consideração no desenvolvimento de protocolos de biossegurança para controlar a doença de forma duradoura.
Com o objetivo de reduzir o risco da disseminação aérea do PRRSv, têm ocorrido adaptações de sistemas de filtração em instalações suinícolas. Os primeiros sistemas usavam filtros do tipo MERV-16 (95% DOP @ > 0,3 micras) e os resultados dos últimos dois a três anos têm nos animado a seguir nessa direção. A instalação de um sistema de filtração de ar depende do orçamento individual de cada produtor, da localização da granja (alta ou baixa densidade de suínos), do nível de risco assumido e do sistema de produção (comercial ou para reprodução). Os filtros podem ser instalados de dois modos: no teto, através de sua inserção nas entradas superiores, ou nos painéis de refrigeração. Se a opção for instalar um sistema de filtragem em um edifício com pressão negativa, todas as áreas com potencial para o escape do ar deverão ser seladas. Isso inclui as rachaduras nas paredes e aquelas que ficam ao redor de janelas, portas, ventiladores parados e demais aberturas. Além disso, deve-se instalar um sistema de portas duplas (entrada/saída), para evitar a entrada de ar parcialmente contaminado nos compartimentos de ar compartilhado com os animais e em outros pontos de alto risco, como locais de entrada de pessoal, de carregamento de animais vivos ou mortos, salas de desinfecção e secagem, etc. O desenvolvimento de um protocolo de biossegurança para um sistema de portas duplas implica na utilização de uma câmara e na adoção dos seguintes procedimentos específicos: • A câmara em questão deverá conter uma porta externa e outra interna, a qual se comunica com o espaço de ar interior, destinado aos animais. A entrada na câmara inicia-se pela abertura da porta externa, a qual se fecha após a passagem dos animais/ pessoal. Esse mesmo processo se repete com a porta interna, a partir do interior da câmara. • Na interior da câmara deverá haver um ventilador, projetado de Ano VI - nº 33/2009
Sanidade modo a renovar periodicamente o ar local, em função do seu volume (a cada 15 minutos, por exemplo). Para ajudar na eliminação do ar contaminado, o ar “limpo” a ser introduzido na câmara deverá ser proveniente de uma ante-sala ou de algum local interno da instalação. Uma vez dentro da câmara (pessoas/animais) e estando as duas portas fechadas, o ventilador inicia o seu trabalho, na frequência sugerida. • Terminado o período de renovação do ar a porta interna se abre, permitindo a entrada no interior das instalações, ou a saída das mesmas pela porta externa, num processo inverso. Obs.: esse sistema tem-se mostrado extremamente eficaz na prevenção da introdução do PRRSv pela via aérea, seja através do modelo regional desenvolvido pelo SDEC, ou nas granjas comerciais com filtros instalados. É importante contar com a assessoria de um engenheiro experiente, particularmente na fase do projeto que determinará o tamanho apropriado do ventilador e o período de tempo necessário à extração do ar em função do volume local.
Miscelânea: Os outros fatores que afetam a transmissão do PRRSv e que devem ser conhecidos pelos suinocultores são:
Carne suína: A carne de suínos infectados conservada a 4°C poderá armazenar o PRRSv durante, pelo menos, sete dias; congelada a - 20°C poderá armazená-lo durante meses. Portanto, não se pode permitir – em nenhum momento – a entrada de carne suína fresca ou congelada na granja.
Águas residuais: O PRRSv sobrevive durante mais de três dias em águas residuais à temperatura de 20°C. E por até sete dias nessa mesma água a 4°C. O contato com águas residuais positivas para o PRRSv pode ser uma fonte de infecção para suínos sadios. Por isso, os produtores que utilizam água reciclada em seus protocolos de gestão
Na granja um método efetivo na inativação do vírus da PRRS é a compostagem e a incineração.
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hídrica correm um risco maior, relativo à introdução viral, do que aqueles que não a reciclam.
Eliminação de carcaças: O PRRSv pode ser inativado através dos métodos de compostagem ou de incineração de carcaças, por isso, eles são os únicos que deveriam ser adotados na granja. Em hipótese alguma se deveria permitir o aceso à granja, de caminhões que transportem esse tipo de subproduto.
Conclusões Com base em nossa experiência de dois anos anteriores, os protocolos resumidos nesse artigo mostraram-se altamente eficazes na prevenção da disseminação do PRRSv entre populações de suínos mantidas sob condições de campo controladas. Obviamente, o envolvimento das pessoas é a chave para a implementação bem sucedida desses tipos de procedimento. Os veterinários podem desempenhar um papel importante, não só como membros da equipe que estabelece as normas de biossegurança para a granja com base nas evidências científicas, mas também como educadores do pessoal envolvido e auditores do processo, assegurando a máxima dedicação de todos. Através da prática dos protocolos aqui expostos, espera-se que os produtores possam efetivamente reduzir o risco de introdução do PRRSv em seus rebanhos, mantendo assim um alto nível sanitário e de produção, em suas granjas. Além disso, a aplicação mais extensa de um programa global de biossegurança para o PRRSv entre granjas pode ajudar a diminuir a disseminação do vírus em determinadas áreas, aumentando assim o êxito dos programas de controle e erradicação regionais. Ano VI - nº 33/2009
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Sanidade Doença associada ao PCV-2: Atualização à terminologia, manifestações clínicas, patogenia, diagnóstico e estratégias de intervenção
A
doença associada ao circovírus suíno do tipo 2 (PCV2), chamada abreviadamente de PCVAD, continua sendo um importante fator de diagnóstico diferencial em granjas, tanto nos EUA quanto em nível mundial. A análise dos estudos de casos indica que a incidência da PCVAD está crescendo nos EUA. É importante a realização de um diagnóstico acurado para a implementação de estratégias apropriadas de intervenção. A PCVAD pode se manifestar na forma de uma doença sistêmica, como parte de um complexo de doenças respiratórias, como uma doença entérica, dermatite e síndrome nefropática ou como um problema reprodutivo. O diagnóstico de uma PCVAD pode ser esporádico e restrito a apenas um animal; entretanto, a PCVAD pode se manifestar também em nível de rebanho, como um problema grave, cuja manifestação se acelera e se complica pela presença concomitante de infecções virais ou bacterianas. Esse artigo tem por finalidade discutir os tipos de manifestação mais comuns, sua patogenia, procedimentos para diagnóstico e estratégias de intervenção associadas à PCVAD, na América do Norte. Suínos & Cia
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Introdução O circovírus suíno do tipo 2 (PCV2) é considerado, no momento, um dos mais importantes patógenos virais da população de suínos dos EUA. A análise dos estudos de casos, com base em amostras submetidas ao Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Universidade do Estado de Iowa, indicou um aumento dos casos da doença associada ao PCV2 (PCVAD), em 2006 (Fig. 1). Isso pode ser o resultado combinado do aumento do conhecimento sobre a doença, do aumento da submissão de casos e do verdadeiro crescimento da incidência da PCVAD no meio oeste norte-americano.
Histórico O circovírus suíno (PCV), é pequeno, não envelopado, de cadeia simples de DNA e com genoma circular 133, foi reconhecido pela primeira vez como sendo um contaminante da linhagem de células renais de suínos PK-15 (ATCC-CCL31), em 1974136. Sob condições experimentais o PCV derivado da linhagem PK-15, ao ser isolado, não causava
Tanja Opriessnig 3 Xiang-Jin Meng 2 Patrick G. Halbur 1 1 Departamento de Diagnóstico Veterinário, Iowa State University 2
Departamento de Ciências Biomédicas e Pato-biologia do Instituto Politecnico da Virginia da Universidade de Blacksburg. 3
Departamento de Medicina Veterinária e Diagnóstico em Produção Animal. Universidade do Estado de Iowa. tanjaopr@iastate.edu
doença nos suínos(5, 134). Na década de 90, uma cepa variante do PCV foi associada a um então emergente complexo de doenças, o qual passou a ser conhecido como síndrome multissistêmica do definhamento dos suínos (Postweaning multisystemic wasting syndrome, ou PMWS)7. Análises de sequenciamento realizadas no PCV associado à PMWS revelaram diferenças genéticas significativas com o PCV derivado da linhagem PK-15 (10, 29, 42, 88, 92) . Para que pudessem ser distinguidos, o PCV patogênico associado à PMWS foi chamado de circovírus suíno do tipo 2 (PCV2), e o PCV não patogênico, de circovírus suíno do tipo 1 (PCV1)(88). A presença do PCV2 pode ser traçada de longa data, de volta ao ano de 1969, na Bélgica (SANCHEZ, R.; NAUWYNCK, H.; PENSAERT, M. In: Conference of ssDNA Viruses, Plants, Birds, Pigs, and Primates. Proceedings... p. 122, 2001), de 1970 no Reino Unido(40), de 1973 na Irlanda(139), de 1985 no Canadá(83) e de 1985 na Espanha(115). Amostras de soro arquivadas, obtidas em abatedouros na Bélgica, foram testadas frente a anticorpos específicos anti-PCV2, por meio de uma prova monocamada de imunoperoxidase indireta (IPMA), tendo Ano VI - nº 33/2009
Sanidade sido consideradas positivas (todas as amostras: 50 do ano de 1969, 50 do ano de 1975 e 50 do ano 2000) para anticorpos específicos anti-PCV2 (SANCHEZ, R.; NAUWYNCK, H.; PENSAERT, M. In: Conference of ssDNA Viruses, Plants, Birds, Pigs, and Primates. Proceedings… p. 122, 2001). Casos esporádicos de PMWS foram em retrospectiva identificados em tecidos arquivados, antes do surgimento oficial da doença, nos anos 90. Foram submetidos a um laboratório, na Inglaterra, 68 casos de tecidos de origem suína fixados em formol, entre 1970 e 1997(40). Ácidos nucléicos específicos do PCV2 foram encontrados em 41% (9/22) das amostras correspondentes aos anos 90, em 31% (4/13) das amostras correspondentes aos anos 80 e em 32% (8/25) das amostras correspondentes aos anos 70. A análise sequencial dos isolados do PCV2 obtidos a partir de cinco tecidos arquivados, revelou uma alta identidade sequencial com isolados de PCV2 obtidos de um caso de síndrome dermatológica e nefropática suína (PDNS) do ano 2000, o que indica que isolamentos similares ao PCV2 estão presentes na população de suínos do Reino Unido há mais de 30 anos(40). Amostras de tecido de 189 suínos e amostras de soro de 388 suínos, coletadas na Espanha entre 1985/1997 e arquivadas, foram testadas para a
presença de DNA do PCV2, por meio de hibridização in situ (ISH) e para a presença de anticorpos específicos anti-PCV2, pelo método prova monocamada de imunoperoxidase indireta (IPMA)(115). Aproximadamente 41,3% (78/189) dos tecidos foram hibridização in situ (ISH) positivos para o PCV2, e 72,7% (282/388) dos soros foram IPMA positivos, o que é um indicativo de infecção enzoótica, na Espanha, desde 1985(115). Anticorpos anti-PCV2 foram detectados na maioria das amostras de soro suíno coletadas na Irlanda do Norte, entre 1973 e 1999(139). Houve um incremento na incidência do percentual de soros positivos para o PCV2, nas amostras coletadas em 1988 (100%; 80/80) e 1999 (92,1%;129/140), quando da comparação com os anos de 1973 (69,1%; 56/80), 1981 (61,3%; 49/80) e 1984 (55%; 44/80)(139). Amostras de soro arquivadas, coletadas em abatedouros canadenses, foram testadas por meio da prova de imunofluorescência indireta (IFA) para anticorpos antiPCV1 e anti-PCV(283). Em 1985, 8% (14/177) das amostras foram positivas para o PCV1 e 13,6% (24/177), positivas para o PCV2. Em 1989, 60/145 (41,4%) das amostras foram positivas para o PCV1 e 72,4% (105/145) foram positivas para o PCV2. Em 1997, 56/147 (38,1%) dos soros foram positivos para o PCV1 e 66,7% (98/147) foram positivos para o PCV(283).
Figura 1. Tendência geral dos casos de PCVAD submetidos ao Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Iowa State University.
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Taxonomia Ambos, PCV1 e PCV2, são membros da família Circoviridae(137). A família Circoviridae está dividida nos gêneros Circovirus (Circo indica que o genoma viral tem uma conformação circular) e Gyrovirus (gyro é uma derivação do termo grego gyrus, que significa ‘‘anel’’ ou ‘‘circuito’’). O gênero Circovirus contempla as seguintes espécies: o vírus da beak and feather disease (BFDV ou “doença do bico e da pena”, em português), o circovírus dos canários, circovírus dos gansos, circovírus dos pombos, PCV1, PCV2 e os ainda não confirmados circovírus dos patos, circovírus dos pássaros da família Fringilidae e o circovírus das gaivotas. O gênero Gyrovirus contém apenas o vírus da anemia aviária (CAV)(137). Viroses que pertencem à família Circoviridae têm partículas virais características, com simetria icosaédrica e ausência de envelope viral. Seus genomas são fechados de forma covalente, são circulares e com cadeia simples de moléculas de DNA, as quais variam em tamanho, de 1,8 a 2,3 KB. A polaridade do genoma do CAV é negativa, enquanto os demais circovírus têm polaridade positiva e negativa(137). CAV, PCV2 e BFDV são considerados com tendo uma estrutura icosaédrica, a qual contém 60 moléculas capsídeoprotéicas, arranjadas em 12 unidades com formato característico de polímeros(25). Os circovírus são hospedeiro-específicos e infectam um número muito pequeno de espécies, sendo que a maioria das circoviroses conhecidas está no meio avícola(137). Infecções subclínicas por circovírus são comuns; entretanto, em algumas situações, os quadros característicos de circovirose estão associados à doença clínica, como no caso da anemia infecciosa aviária, da doença do bico e penas dos psitacídeos e da circovirose dos pombos. As infecções por circovírus causam, em muitas espécies, graus variados de depleção linfocitária sendo, por isso, consideSuínos & Cia
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Sanidade radas doenças imunossupressoras(137). A análise filogenética do PCV1, do circovírus aviário, das geminiviroses das plantas e das nanoviroses, classificou o PCV1 como sendo o mais proximamente relacionado ao BFDV e como intermediário entre os dois grupos virais das plantas(95). Além disso, tem sido proposto que um predecessor do PCV1 e do BFDV possa ter se originado de um nanovírus vegetal, o qual teria infectado um hospedeiro vertebrado e se recombinado com um vírus RNA vertebrado-infectante, mais possivelmente um calicivírus(37). Pesquisas recentes têm demonstrado que isolados de PCV2 poderiam ser divididos em dois grupos principais: PCV2 grupo 1 e PCV2 grupo 2, os quais – adicionalmente – poderiam ser subclassificados em grupos menores, ou seja: viroses do tipo PCV2 grupo 1 subdivididas em três classificações (1A a 1C) e viroses do tipo PCV2 grupo 2 subdivididas em cinco classificações (2A a 2E)(97). Simultaneamente, com a introdução dos termos PCV2 grupo 1 e PCV2 grupo 2, os laboratórios norte-americanos começaram a agrupar isolados a campo do grupo PCV2 no grupo de isolados do tipo europeu, ou PCV2b (que passam a ser considerados PCV2 grupo 1) e no grupo de isolados do tipo norte-americano, ou PCV2a (que passam a ser considerados PCV2 grupo 2): GAGNON, C.A. et al. In: Am Assoc Swine Practitioners. v. 38. Proceedings… p. 535-540. 2007. Adicionalmente, alguns laboratórios norte-americanos preferem informar seus resultados com base na metodologia “predicted restriction fragment
length polymorphism” (RFLP), em vez de fazê-lo por meio dos dados de seqüência, de modo que a maioria dos isolados cai em um dos dois modelos de RFLP conhecidos: o 422 ou o 321. Isolados pelo processo RFLP modelo 422 são tipicamente classificados como PCV2 grupo 2 (ou PCV2a, ou isolados do tipo norte-americano), enquanto que isolados pelo processo RFLP modelo 321 podem ser tanto PCV2 grupo 2 (ou PCV2a ou isolados do tipo norte-americano), quanto PCV2 grupo 1 (ou PCV2b ou isolados do tipo europeu). Essa situação, a qual pode ser elucidada apenas pelo sequenciamento, tem levado ao uso dos termos velho 321, associado ao PCV2 grupo 2 e novo 321, associado ao PCV grupo 1. As nomenclaturas propostas para os subgrupos do PCV2 estão resumidas na Tabela 1.
Propriedades físicas e biológicas A densidade de flutuação do PCV1 no CsCl tem sido considerada como 1,37 g/cm3 por TISCHER et al.(136), e como 1,36 a 1,37 g/mL por ALLAN et al.(12). Seu coeficiente de sedimentação (S) foi determinado como sendo 57S, quando comparado ao coeficiente de sedimentação do enterovírus bovino(12). O PCV1 foi considerado estável no pH 3, a 56°C e a 70°C, por 15 minutos, tendo se revelado resistente à inativação após a exposição ao clorofórmio(12). O grau de infectividade do PCV2 foi reduzido em 1,6 log após pasteurização por 10 horas a 60°C, em 0,75 log após tratamento pelo calor seco por 72
Tabela 1. Nomenclatura proposta para a subclassificação do circovírus suíno do tipo 2 (PCV2). Referência PCV 2 Tipo 1
PCV 2 Tipo 2
97
PCV 2b
PCV 2a
Gagnon CA et al.: 2007 Prc. Am. Assoc. Swine Practitioner 38:535-540
Cepa Européia 321 (nova)*
Cepa Norte Americana 422, 321 (velha*)
27
* Baseado na metodologia do RFLP; velho pode ser distinguido de novo apenas pelo seqüenciamento.
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horas, a 80°C, e em 1,25 log após tratamento extremo com calor seco por 30 minutos, a 120°C(140). O PCV2 é normalmente isolado de tecidos que tenham sido armazenados a 270°C(29).
Transmissão A transmissão do PCV2 pode ocorrer por contato direto, tanto pela via oronasal, como fecal ou urinária(16, 82) . O contato direto com suínos inoculados previamente (há 42 dias) com o PCV2 resultou na transmissão viral em três dos três suínos-controle nascidos de cesariana e sem acesso ao colostro(16). A transmissão do PCV2 entre os suínos nascidos de cesariana e sem acesso ao colostro foi verificada pela prova de reação em cadeia da polimerase (PCR), aplicada em amostras coletadas por swabs da orofaringe, nasais, fecais, amostras de sangue total e de soro sanguíneo(125). Todos os suínos testados foram positivos para o DNA do PCV2, no material coletado por meio dos swabs nasais, fezes e swabs orofaríngeos, um dia pósinoculação. E o DNA do PCV2 foi detectado em todas as amostras, com exceção dos swabs orofaríngeos (um, de dois suínos positivos) até 70 dias pós-inoculação do PCV2. Amostras de soro e sangue total foram testadas, primeiramente, aos sete dias pós-inoculação, sendo já positivas, pela prova do PCR(125). Swabs tonsilares, nasais, traqueo-bronquiais, urinários e fecais, de suínos com ou sem infecção sistêmica severa devida à PCVAD, foram testados por meio da prova de PCR quantitativo em tempo real, tendo o DNA do PCV2 sido detectado em um alto percentual de amostras, o que nos levou a concluir que o PCV2 é mais provavelmente eliminado pelas secreções respiratórias, orais, urina e fezes, em ambos os casos (suínos infectados pela PCVAD ou clinicamente sadios), com uma quantidade maior de vírus nos suínos infectados pela PCVAD(124). Ácidos nucléicos do PCV2 foram detectados no trato digestivo Ano VI - nº 33/2009
Sanidade Tabela 2. Tendências dos casos da doença associada ao circovírus suíno do tipo 2, baseadas nas amostras submetidas ao Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Universidade do Estado de Iowa. 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Pneumonia
404
379
557
407
343
383
932
Infecção sistêmica
258
349
529
462
337
522
1,028
Enterite
2
11
25
23
21
26
65
Aborto
1
10
9
3
2
2
13
Síndrome da dermatite nefropática suína
7
8
12
7
16
31
57
Total n˚ casos histopatológicos em suínos
5.455 6.397 6.913 5.866 5.713 6.715 9.645
de suínos com (14/54 intestinos e 4/9 amostras de fezes) e sem (3/14 intestinos e 16/20 amostras de fezes) doença entérica, pela prova do PCR, sugerindo transmissão oro-fecal do PCV2, via fezes(145). A ocorrência de transmissão vertical tem sido demonstrada individualmente, em porcas a campo(73, 96) e experimentalmente(52). Há relatos de transferência intrauterina vertical do PCV2, resultando em leitões virêmicos ou persistentemente infectados ao nascer(144). A presença do PCV2 pode ser demonstrada também em amostras de sêmen. Cachaços com sete meses de idade foram inoculados, por via intranasal, com o PCV(275). O DNA viral foi detectado já no primeiro dia de coleta de soro (quatro dias pós-inoculação), em amostras de três entre quatro machos, tendo as referidas amostras permanecido positivas até os 35 dias pós-inoculação e revelando-se negativas aos 90 dias pós-inoculação. O DNA do PCV2 foi detectado já aos cinco dias pós-inoculação, no sêmen de dois dos quatro cachaços e de modo intermitente durante 47 dias pós-inoculação, nos quatro machos(75). O sêmen de 98 machos com um ano de idade, oriundos de 49 rebanhos coreanos, foi testado pela prova do PCR e, 13 das 98 amostras foram positivas para o PCV2, pela prova de PCR convencional. Em 26 das 98 amostras de sêmen foram positivas, pela prova de PCR “semi nested” e 11 foram positivas por isolamento viral(66). Esse Ano VI - nº 33/2009
mesmo estudo investigou também a prevalência do PCV2 no liquido seminal, nas células não espermáticas e nas cabeças dos espermatozóides, tendo sido detectado o volume espermático mais alto de DNA do PCV2 no líquido seminal e na fração não espermática(66). A frequência da presença do DNA do PCV2 no sêmen de machos naturalmente infectados foi considerada baixa e esporádica, mas o sêmen de machos soropositivos para o DNA do PCV2 deve promover uma veiculação viral persistente(84). A presença do DNA do PCV2 no sêmen parece não afetar o percentual de células morfologicamente normais ou o número de células espermáticas e, machos com mais de 17,5 meses de idade parecem não veicular mais o DNA do PCV2 por meio do sêmen(84). Embora o DNA do PCV2 esteja presente no sêmen, faltam ainda dados experimentais para confirmar que o PCV2 possa ser transmitido via inseminação artificial.
Terminologia da doença O primeiro relato da doença associada ao PCV2 foi descrito como a síndrome multissistêmica do definhamento dos suínos ou PMWS(44). Uma vez que o PCV2 é onipresente na população suinícola e que a infecção não necessariamente equivale à doença, Sorden(128) propôs um contexto para a definição da PMWS.
Com base nessa definição, o diagnóstico da PMWS requer: 1) a presença de sinais clínicos, como a refugagem, a perda de peso e a doença respiratória; 2) a presença de lesões microscópicas características associadas ao PCV2 (depleção linfocitária e/ou substituição histiocítica de folículos nos tecidos linfóides) e; 3) antígeno anti-PCV2 ou ácidos nucléicos associados às lesões microscópicas, como determinado pela imunohistoquímica ou ISH(128). Logo se tornou evidente que a PMWS descrevia apenas uma parte das doenças associadas ao PCV2. Por exemplo, grandes quantidades de antígeno PCV2 podem ser encontradas em suínos mais velhos ou mesmo em fetos e neonatos que não manifestam a refugagem, ou o antígeno PCV2 pode ser encontrado apenas em determinado órgão, além do tecido linfóide, como nos pulmões ou intestino. Em 2002 foi proposto que as abreviaturas existentes, incluindo a PMWS, fossem substituídas por circovirose suína, ou PCVD1. O termo PCVD é utilizado, atualmente, na Europa, para resumir as doenças associadas ao PCV2(123). Na América do Norte, percebe-se que qualquer termo novo usado em conexão com o PCV2 deve incluir a palavra associada, o que levou em março de 2006 à criação e à introdução do termo “doença associada ao circovírus suíno” (PCVAD), pela Associação Norte-americana de Veterinários Especialistas em Suínos (American Association of Swine Veterinarians ou AASV). Há muitas razões pelas quais o termo definhamento tenha sido eliminado da definição do contexto da doença e de suas classificações: 1) definhamento é um termo clínico subjetivo usado tipicamente em referência à perda de peso; 2) a perda de peso ou a falha em ganhar peso é comum em animais com uma larga variedade de diferentes doenças, infecciosas ou não e; 3) o termo definhamento pode Suínos & Cia
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Sanidade associar incorretamente a PCVAD à encefalopatia espongiforme transmissível observada nos cervídeos. O contexto para a definição PCVAD foi estabelecido pela AASV em outubro de 2006, na http://www.aasp.org/ aasv/position-PCVAD.htm (acessado em 04 de fevereiro de 2007). Com base nessa definição, a PCVAD pode ser subclínica, ou incluir uma ou mais manifestações clínicas, do tipo doença multissistêmica com perda de peso, alta mortalidade (multiplicando a taxa de mortalidade sem a introdução de nenhum novo patógeno conhecido), sintomas respiratórios, síndrome neuropática e dermatológica suína ou PDNS, sintomatologia entérica incluindo diarréia e transtornos reprodutivos individuais ou em combinação, num rebanho ou grupo de suínos. No banco de dados do Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Universidade do Estado de Iowa (ISU VDL), localizado em Ames, Estado de Iowa, EUA, a PCVAD inclui agora infecção sistêmica (a categoria na qual a PMWS se encaixa agora), pneumonia associada ao PCV2, enterite associada ao PCV2, falhas reprodutivas associadas ao PCV2 e PDNS associada ao PCV2 (Tabela 2). Casos que se encaixam nessa categoria podem ter lesões associadas ao PCV2 que variam em termos de gravidade, de suaves a severas e cujas descrições são adicionadas aos relatos de caso. As pessoas que trabalham com diagnóstico, no ISU VDL, sentem que esse esquema de classificação permite a realização de um trabalho de classificação mais uniforme, das distintas manifestações da PCVAD.
Patogenia da PCVAD A patogenia da infecção pelo PCV2 e os principais tipos celulares que dão apoio à replicação viral não são ainda totalmente conhecidos. Depleção linfocitária e linfopenia no sangue periférico são características consistentes, em suínos que desenvolvem a PCVAD clínica. Suínos & Cia
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A imunohistoquímica (IHC) ou as técnicas de hibridização in situ (ISH) demonstram um grande número de antígenos PCV2, ou ácidos nucléicos, no citoplasma de macrófagos e células dendríticas, substituindo os linfócitos nos folículos em depleção do tecido linfóide(3, 20, 128). Entretanto, os antígenos PCV2 são apenas esporadicamente detectados em linfócitos(20) e ainda não se sabe se a redução dos linfócitos nos suínos infectados pela PCVAD é devida à sua produção reduzida na medula óssea, à sua produção reduzida nos tecidos linfóides secundários ou ao aumento na perda de linfócitos pela medula óssea, no sangue periférico ou nos tecidos linfóides secundários, por meio da indução de necrose pelo vírus ou apoptose. Apesar da presença do PCV2 nos macrófagos e nas células dendríticas, estudos recentes in vitro sugerem que células monocíticas podem não representar o alvo primário para a replicação do PCV(238). Monócitos e macrófagos foram testados, com relação à habilidade de facilitar a replicação do PCV2, in vitro. A replicação não foi observada nesses tipos de células, entretanto, o PCV2 não foi degradado no citoplasma das mesmas(38). De modo similar, VINCENT et al.(138) também não evidenciou esta replicação em células dendríticas havendo, entretanto, a persistência do PCV2 nas mesmas, sem a perda de seu grau de infectividade ou a indução de morte celular. Tem sido especulado que, por causa de sua capacidade migratória, as células dendríticas têm se comportado como um veículo, transportando o vírus por meio do hospedeiro(138). Um clone infeccioso de DNA do PCV2 foi desenvolvido(32) para tentar clarificar o papel do PCV2 na PCVAD sistêmica e em outras manifestações clínicas atribuídas à infecção pelo vírus. O uso de um clone infeccioso de DNA assegurou a pureza e a homogeneidade do inóculo nos estudos com animais realizados in vivo, permitindo a manipulação genética viral no nível
molecular, para avaliar os efeitos biológicos das referidas mudanças(32, 35, 36, 105) . Suínos livres de doenças específicas (SPF) infectados com o PCV2 de DNA infeccioso clonado desenvolveram lesões linfóides associadas ao PCV(232). A evidência do definhamento não se manifestou durante os 35 dias correspondentes ao estudo, entretanto, a pesquisa com o PCV2 de DNA infeccioso clonado estabeleceu claramente o PCV2 como sendo o responsável pelas lesões do tecido linfóide, dos casos de PCVAD(32). Em 2005, um grupo de pesquisadores franceses demonstrou, de modo similar, que suínos SPF inoculados com o PCV2 de DNA infeccioso clonado desenvolveram lesões consistentes com a PCVAD sistêmica(39). Considerados em conjunto, os dados do DNA infeccioso clonado reforçaram a hipótese de que o PCV2 seria essencial para o desenvolvimento da PCVAD. Entretanto, a maioria das cepas do PCV2 requer, igualmente, outros cofatores ou elementos básicos para induzir o espectro total dos sintomas clínicos e lesões, associados aos casos avançados de PCVAD. Evidências de campo dão suporte à ideia de que a PCVAD seja multifatorial, em termos de causas e que nem todos os suínos infectados com o PCV2 desenvolverão a PCVAD clínica (Fig. 2). Os fatores que são frequentemente considerados como influenciadores das consequências da infecção pelo PCV2 podem ser subdivididos em quatro elementos principais: vírus, hospedeiro, coinfecções e imunomodulação (Fig. 2). O trabalho experimental confirmou, adicionalmente, que pelo menos esses quatro componentes são os elementos básicos chave, identificados até o momento, nos modelos de estudo para a PCVAD.
Fatores vírus-dependentes Um alto percentual de suínos clinicamente sadios são tidos como infectados pelo PCV2, enquanto outros desenvolvem doença severa. A análise Ano VI - nº 33/2009
Sanidade Figura 2. Diagrama atualizado para ajudar a entender a progressão da infecção pelo vírus (PVC2) no sentido da doença (PCVAD).
Adaptado de uma comunicação pessoal do Dr. M. Fenaux, 2004. genética e a comparação do sequenciamento dos isolados de PCV2 têm falhado, até o momento, para explicar totalmente as diferenças nas manifestações clínicas. O genoma completo de dez isolados holandeses de PCV2, originários de granjas acometidas e não acometidas pela PCVAD foram sequenciados e, quando comparados, revelaram possuir de 95,6% a 100% de identidade sequencial(41). Não houve evidência de um modelo consistente entre isolados de PCV2, de suínos acometidos ou não pela doença, o que levou os autores a concluir que as diferenças nas manifestações clínicas seriam possivelmente devidas a alguma outra coisa, além do vírus(41). Trinta e quatro isolados de PCV2, de rebanhos do leste canadense e com Ano VI - nº 33/2009
manifestações clínicas variáveis da doença, foram sequenciados e considerados como sendo proximamente relacionados, entre si e com outras cepas canadenses, norte-americanas, européias e asiáticas(76). O sequenciamento completo de 38 isolados de PCV2 franceses, oriundos também de plantéis acometidos e não acometidos foi determinado, mas os marcadores moleculares de virulência não puderam ser identificados(26). Na Bretanha concluiu-se que, em todas as granjas estudadas, os casos de infecção estavam relacionados com isolados próximos, ainda que distintos, do PCV2 e que os surtos recentes de PCVAD, muito provavelmente, não são devidos a um novo genótipo emergente do PCV(226). Também foi demonstra-
do que uma cepa viral que persistiu durante dez anos em um plantel SPF sueco, sem desencadear clinicamente a PCVAD, foi capaz de induzir, sob condições experimentais, a manifestação sistêmica da doença em suínos(2, 48). Quando comparado com um isolado canadense recente e de referência do PCV2 (PCV2-1010), demonstrou-se que ambos os isolados foram altamente virulentos no modelo de coinfecção PCV2-parvovirose suína (PPV), o que levou à conclusão geral de que a virulência do isolado sueco foi indistinguível, com relação à virulência do isolado recente de referência canadense(48). Pesquisa relacionada à construção e caracterização de dois cloSuínos & Cia
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Sanidade nes infecciosos quiméricos, do DNA do PCV1 e do PCV2, tem contribuído para o conhecimento adicional a respeito de fatores de dependência virais(33). O clone quimérico do DNA do PCV1–2 contém o gene do capsídeo clonado na coluna vertebral do PCV1 não patogênico. O vírus PCV1–2 quimérico induziu uma forte e específica resposta de anticorpos ao antígeno capsídeo patogênico do PCV2, tendo sido atenuado (de mínimas a nenhuma lesões, baixo nível e extensão reduzida de viremia, baixo ou não detectável nível de antígeno viral nos tecidos linfóides) quando inoculado em suínos(33). Ocorreram duas mutações de aminoácidos no capsideo protéico do PCV2, após 120 passagens seriadas em cultivo celular. Essas mutações resultaram na atenuação viral in vivo(35). Foram observadas diferenças significativas no número de cópias genômicas séricas do PCV2 e as lesões macro e microscópicas observadas em suínos inoculados com o isolado de PCV silvestre, foram mais severas que aquelas devidas à inoculação com o isolado de 120 passagens do PCV2(35). Este estudo confirmou haver mínimas chances do genoma de um isolado de PCV2 alterar marcadamente a virulência das viroses devidas ao PCV2. Foram investigadas possíveis diferenças de virulência, entre isolados a campo de PCV2 originários do meio-oeste norte-americano, com 98,9% e 96,7% de identidade entre as sequências de ácidos nucléicos e aminoácidos, respectivamente, em ORF2, em um estudo in vivo feito em 2006(105). O isolado de PCV2 ISU-40895 foi originário de caso clínico com severa depleção linfocitária e inflamação, associadas à grande quantidade de antígenos virais, consistentes com a PCVAD. Em contrapartida, o isolado de PCV2 ISU-4838 originou-se de um caso clínico com nenhuma lesão associada ao PCV2. O estudo in vivo usando suínos SPF confirmou que os isolados de PCV2 com diferenças genômicas mínimas podem diferir significativamente, em termos de viruSuínos & Cia
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lência, quando avaliados com relação aos níveis virais presentes no soro e nos tecidos e com relação à gravidade das lesões associadas ao PCV2(105). Um aumento na incidência e na gravidade, além de uma mudança na manifestação clínica, das doenças associadas ao PCV2 tem sido observado em Ontário e em Quebec, no Canadá, desde o fim do ano de 2004. Veterinários de campo, profissionais da área de diagnóstico e pesquisadores relatam suas observações de novas lesões patológicas na região de Ontário, incluindo edema pulmonar, enterite granulomatosa, depleção linfocitária mais grave, com um grande número de corpos de inclusão devidos ao circovírus e necrose linfóide associada ao antígeno PCV2. A analise de isolados do PCV2 demonstrou uma mudança no seu tipo(27). Observações similares têm sido relatadas em Quebec (BATISTA, L., comunicação pessoal, 2005; GAGNON, C.A. et al. In: Am Assoc Swine Practitioners v.38, Proceedings… p.535–540. 2007). Relatos similares de aumento da incidência e da gravidade dos casos de PCVAD, associados a um novo genótipo emergente, foram subsequentemente relatados nos EUA(19). Isolados de PCV2 do tipo 1 não tinham sido relatados nos EUA, anteriormente a 2005, mas parecem estar associados a surtos da PCVAD ocorridos no Kansas, Carolina do Norte e Iowa, em 2006(19). É interessante notar que, até hoje, os isolados de PCV2 estudados em modelos experimentais ou em trabalhos a campo, são comparados apenas entre tipos iguais e não em cruzamento dos tipos 1 e 2, no mesmo modelo ou estudo. Ainda não se sabe se o aumento encontrado no isolamento do PCV2 do tipo (PCV2b) é devido a uma mudança (exacerbação) na virulência devido à nova introdução dentro de uma área (por ex., via sêmen, etc.), ou por que outro fator X poderia ter sido o responsável pelo aumento na replicação de um, inicialmente, insignificante genótipo do PCV2. A teoria do fator X é apoiada por um estudo associado retrospecti-
vo, realizado em 116 granjas britânicas entre 2003 e 2004 (GREEN, L.E.; WOODBINE, K.A.; TURNER, M.J. In: Intern Conf Animal Circoviruses and Associated Disease. Proceedings… p. 23–24. 2005). As conclusões principais desse trabalho sugerem que a PMWS comportou-se como uma doença epidêmica, movimentando-se por meio de uma população de animais-sentinela, sem uma associação óbvia casual entre seus antígenos e anticorpos do PCV2 e sem a indicativa de um novo agente. De modo similar, um estudo realizado por um grupo neozelandês concluiu que a PMWS poderia ser transmitida por contato direto e indireto entre suínos acometidos pela doença e suínos sadios, mas que a exposição de suínos-sentinela ao PCV2 sozinho não seria uma causa indicativa da transmissão de outro agente, que não o próprio PCV2, necessário para a aquisição da PMWS (JAROS, P.; McINTYRE, L.H.; MORRIS, R.S. et al. In: Intern Pig Vet Soc Congress. 19. Proceedings… p.168. 2006).
Fatores dependentes do hospedeiro Suínos de todas as raças parecem ser susceptíveis à infecção causada pelo PCV2b e a PCVAD clínica tem sido observada numa grande variedade de linhagens puras e cruzamentos entre linhagens, cujos casos suspeitos foram submetidos a um laboratório de diagnóstico norte-americano (HALBUR, P.G., dados não publicados). Um estudo associado foi conduzido com o objetivo de investigar o suspeito decréscimo na susceptibilidade da doença associada ao PCV2 na raça Pietrain, por meio de manipulação genética via inseminação artificial, realizada em quatro granjas acometidas pela PMWS(116). Metade das porcas foi inseminada com sêmen Pietrain, enquanto o restante delas recebeu o sêmen normalmente utilizado na rotina das granjas. A doença associada ao PCV2 que surgiu na geração da raça Ano VI - nº 33/2009
Sanidade Pietrain não foi diferente da observada nos outros suínos das granjas, em termos de soro-conversão ao PCV2, morbidade e mortalidade(116). Em contrapartida, um estudo de campo usando dois lotes idênticos de 5.000 fêmeas, com três linhas genéticas paternas distintas (100% Pietrain, 50% Large White/50% Pietrain e 25% Large White/75% Duroc), demonstrou que – sob as circunstâncias do estudo – a genética do hospedeiro influenciou na expressão da PCVAD, por meio da manifestação de um aumento da mortalidade na geração paterna Large White/Duroc, comparado com a geração das duas outras linhagens(79). A susceptibilidade do hospedeiro e seu efeito na manifestação da infecção pelo PCV2 foram recentemente investigados, em um projeto piloto controlado(99). Três raças foram comparadas nesse estudo: Duroc, Landrace e Large White. A incidência de PCVAD sistêmica, com base nas lesões macro e microscópicas, foi de 0% (0/23) nos Duroc, de 3/19 (15,8%) nos Landrace e de 0% (0/21) nos Large White(99). Os suínos Landrace puros usados nesse experimento foram claramente mais susceptíveis às doenças associadas ao PCV2, com confirmação pela determinação da gravidade dos sinais clínicos e lesões microscópicas associadas ao PCV2(99). A infecção experimental singular, usando o mesmo isolado de PCV2 em dosagem e passagem em cultivo celular similares, falhou na indução da PCVAD clínica, em cruzamentos de suínos SPF(32, 36, 49, 100, 101, 104, 106, 107) . Outro grupo de pesquisa induziu experimentalmente a PCVD sistêmica em suínos cruzados Landrace/Large White, com supressão do fornecimento de colostro e inoculados com um isolado de PCV2 recuperado de um suíno Yorkshire, infectado de modo subclínico e implicou a associação do hospedeiro e/ ou de fatores dependentes do ambiente, no desenvolvimento da PMWS(2). A correlação entre o tipo de resposta imune adaptativa contra o PCV2 e o nível de replicação viral trouxe eviAno VI - nº 33/2009
dências relativas à variação dos hospedeiros no aparecimento da resposta imune adaptativa, as quais podem ser contabilizadas para as diferenças na replicação do PCV2, para a manifestação clínica e as consequências da doença associada ao PCV2 entre os suinos(90). Um estudo recente realizado in vitro, investigando os modelos de replicação do PCV2 nos macrófagos dos alvéolos pulmonares, encontrou claras diferenças entre os macrófagos derivados de diferentes cruzamentos convencionais entre suínos, sugerindo inclusive diferenças na susceptibilidade à PCVAD(89). Embora as evidências clínicas e experimentais sejam mínimas, uma investigação adicional sobre as diferenças na susceptibilidade do hospedeiro à PCVAD é justificada.
Efeitos das coinfecções Coinfecções experimentais em suínos, com o PCV2 e com outras viroses, como o PPV(4, 11, 55, 70, 100), o vírus da PRRS(6, 46, 120) ou com bactérias como o Mycoplasma hyopneumoniae106, têm mostrado o efeito de causar um incremento na carga viral e nas lesões associadas ao PCV2 e um aumento na incidência da PCVAD. De fato, o efeito multiplicador das coinfecções na replicação do PCV2 e da doença associada foi detectado acidentalmente quando suínos gnoto-bióticos foram inoculados com material filtrado de cultivo celular e tecido linfóide filtrado de suínos contaminados naturalmente pela PCVAD(30). Esses suínos inoculados experimentalmente desenvolveram a forma clínica da PCVAD; entretanto, ambos PCV2 e PPV foram retrospectivamente detectados no inóculo e nos suínos. Coinfecções comuns ocorridas em 484 suínos, nos EUA, com a doença sistêmica associada ao PCV2, foram resumidas em 2002(110). O PRRSV foi detectado em 52% (251/484) dos casos, o M. hyopneumoniae em 36% (172/484), a septicemia bacteriana e/ou pneumonia em 22%
(105/484), o vírus da influenza suína (SIV) em 5,4% (26/484) e a infecção simples pelo PCV2 em apenas 2% (9/484). 110 infecções causadas pelo vírus da Aujeszky, ocorridas simultaneamente com a PCVAD sistêmica, foram demonstradas em suínos, em associação com tonsilites necrotizantes multifocais e linfadenites(114). POGRANICHNIY et al.(112) conduziu um estudo de caso controlado, em suínos com histórico clínico de definhamento e com lesões microscópicas características da PCVAD; o grupo controle era composto de suínos sem sinais clínicos ou lesões microscópicas típicas da PCVAD. Entre todos os agentes virais testados: PCV2, PRRSV, PPV, enterovírus suíno dos tipos 1 a 3, SIV, coronavírus respiratório suíno, coronavírus da gastrenterite transmissível (TGEV), retrovírus endógeno suíno, herpesvírus linfotrópico suíno do tipo1 e o vírus da diarréia bovina, o PCV2 foi o que teve a associação mais forte com a PCVAD. O risco da manifestação da PCVAD clínica seria muito maior se o suíno estivesse coinfectado com a dupla PCV2/PRRSV(112). Na opinião do autor, não há nenhum outro copatógeno (ex.: agente X) ao qual, sozinho, pudesse ser atribuído o aumento da gravidade da doença associada ao PCV2 e a sua incidência. Nesse momento parece mais que vários agentes X, patogênicos e não patogênicos, conhecidos ou não, variando de região para região, podem estar aptos a acionar o gatilho da progressão da infecção pelo PCV2 à PCVAD.
Efeitos da imuno modulação Imunoestimulação. Estudos têm demonstrado que a imuno-estimulação pode desencadear a progressão da infecção causada pelo PCV2 para a doença e as lesões características da PCVAD. KRAKOWKA et al.(68) reproduziu a PCVAD clínica em suínos gnotobióticos, estimulaSuínos & Cia
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Sanidade dos com metaloproteinas (KLH1) em adjuvante incompleto de Freund e inoculados com o PCV2. Com base nesse trabalho inicial têm surgido interesse e preocupação consideráveis no efeito das vacinas que contêm adjuvantes sobre a melhora dos casos de doenças induzidas pelo PCV2, havendo na literatura um grande volume de evidências que apóiam a hipótese de que, programas comuns de vacinação, sob circunstancias corretas, podem melhorar os casos de doenças associadas ao PCV(29, 71, 107). Em contrapartida, outros têm demonstrado que a PCVAD pode ser induzida pela infecção devida ao PCV2, sem coinfecção ou imuno-estimulação, o que implica no fato do PCV2 comportarse como um patógeno primário, em alguns casos(13, 16, 72). Em adição ao tipo de vacina utilizada, outros fatores como o momento da aplicação de vacinas com adjuvantes e a idade do suíno no momento da infecção pelo PCV2 podem influenciar também as consequências das doenças associadas ao PCV2. Um estudo recente, realizado com o objetivo de determinar se o momento ideal da vacinação – feita com uma vacina comercial disponível contra o M. hyopneumoniae – teria efeito sobre a replicação viral e a gravidade das lesões associadas ao PCV2, confirmou diferenças nas lesões associadas ao vírus, entre os grupos tratados. Concluiu que, no caso de suínos vacinados entre duas e quatro semanas antes da exposição esperada ao PCV2, nenhuma lesão ou o mínimo de lesões associadas foram observadas(101). Foi conduzido um estudo no sentido de determinar se os adjuvantes (de modo oposto aos antígenos) das vacinas comerciais para suínos induziam a um aumento na replicação do PCV2 e na doença associada ao PCV2 e suas lesões, além de pesquisar a ocorrência de diferenças devidas aos tipos de adjuvantes nesse efeito(49). Os suínos foram vacinados entre quatro e seis semanas de idade, tendo sido inoculados com o PCV2 às seis semanas de idade. Nas condições do estudo foi observado que, nos Suínos & Cia
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estágios tardios da infecção (35 dias pós-inoculação), os suínos vacinados com os adjuvantes do tipo “óleo em água” tiveram um crescimento no período de viremia devida ao PCV2, um aumento na quantidade de PCV2 presente no soro e nos tecidos e um aumento severo na depleção linfóide, na comparação frente aos suínos vacinados com produtos aquosos ou à base de hidróxido de alumínio(49). Imunossupressão. Vinte suínos gnotobióticos foram inoculados com o PCV2 na idade de um (01) dia(69). Adicionalmente, quatro suínos receberam ciclosporina por via oral, diariamente e quatro receberam um corticosteróide (suspensão de triancinolona aceonida) por via intramuscular, duas vezes por semana. O tratamento com a ciclosporina, ao contrário do tratamento com o corticosteróide, resultou no aumento da replicação do PCV2 nos tecidos e promoveu a dispersão viral para os hepatócitos. Não surgiram reações inflamatórias típicas da PCVAD, embora os tecidos contivessem um alto título viral, o que levou à conclusão de que lesões inflamatórias granulomatosas são imuno-mediadas(69). Em um outro estudo, sete suínos nascidos por cesariana e impedidos de mamar colostro, foram inoculados com PCV2 por via intranasal e intraperitonial(54). Três dos sete suínos foram tratados com dexametazona, aos oito dias de idade, tendo desenvolvido linfoadenite granulomatosa, a qual não foi observada nos suínos inoculados somente com o PCV2. Concluiu-se que o tratamento com a dexametazona influenciou na infecção do tecido linfóide pelo PCV2 e que a supressão da imunidade mediada por células pode ter influência na etiologia da PCVAD(54).
Manifestações da PCVAD A PCVAD, analisada individualmente em um suíno, é diagnosticada pela presença de lesões microscópicas características, as quais estão as-
sociadas com a quantidade moderada a abundante do antígeno PCV2. Para distinguir as diferentes formas de manifestação da PCVAD, é importante avaliar os intestinos, pulmões e tecidos linfóides, por meio da imuno-histoquímica, para a presença do antígeno PCV2. Além disso, em termos de plantel, há uma diferenciação entre a PCVAD esporádica e a PCVAD manifestada num nível que seja considerado um problema de rebanho. Foi proposto que a PCVAD fosse considerado um problema, em termos de rebanho, no caso da ocorrência de um aumento no nível da mortalidade, de igual ou maior que os níveis históricos, mais 1,66 vez o desvio padrão (SEGALÉS, J. In: Am Assoc Swine Veterinarians. PCV2/PMWS Seminar, v.12, n. 37, Proceedings... p.1-7. 2006). Alternativamente, o teste do qui-quadrado pode ser usado para determinar se a mortalidade atual é mais alta que a dos períodos prévios. No caso de não haver dados disponíveis sobre o histórico de mortalidade do rebanho, um aumento na mortalidade que exceda o nível nacional ou regional em 50% é considerado como um indicativo do nível da PCVAD, em termos de plantel. Resumindo e para simplificar, o diagnóstico da PCVAD no nível de rebanho, leva em consideração o percentual de suínos com diagnóstico positivo para PCVAD, entre todas as amostras submetidas, e um acréscimo no nível de mortalidade da granja investigada, em particular. Geralmente, se a PCVAD é diagnosticada em 50% ou mais dos suínos, de uma amostra representativa do plantel, e há um aumento significativo na mortalidade, em comparação a parâmetros anteriores do plantel, considera-se a PCVAD como sendo um problema de rebanho. Se a PCVAD for diagnosticada em menos de 50% dos suínos, de uma amostra representativa do plantel, com um aumento simultâneo da mortalidade ou se a PCVAD for diagnosticada em mais de 50% dos suínos, de uma amostra representativa do plantel, sem um aumento simultâneo da mortalidade, então se considera a Ano VI - nº 33/2009
Sanidade PCVAD como sendo um problema esporádico.
Infecção subclínica pelo PCV2 Um diagnóstico de infecção subclínica causada pelo PCV2 significa que, embora o vírus esteja presente, não é considerado responsável pela doença observada no suíno (ex.: baixa quantidade de antígenos de PCV2 associadas com a ausência ou com o mínimo de lesões). Com base na inoculação experimental de suínos pelo PCV2, sabe-se que a infecção provocada pelo vírus e suas respectivas lesões podem estar limitadas a um ou dois linfonodos por suíno, sem causar problemas clínicos aparentes(102, 106) . Entretanto, tem sido demonstrado experimentalmente também que, infecções subclínicas devidas ao PCV2 podem estar associadas ao decréscimo da eficácia vacinal(104). Também tem sido descrita uma linfoadenite necrosante associada ao PCV2, em linfonodos individuais de suínos clinicamente sadios(61, 102). A principal lesão é uma necrose folicular, localizada no centro dos folículos linfóides proeminentes, a qual está usualmente restrita a um ou dois linfonodos. A significância desse quadro é desconhecida, a não ser nos casos em que carcaças com linfonodos aumentados são condenadas ou consideradas inadequadas para consumo humano, em abatedouros, após a submissão de amostras a laboratórios de diagnóstico e a confirmação da presença da linfoadenite necrosante.
coloração escura. As lesões macroscópicas incluem o aumento dos linfonodos, mas não são limitadas por ele. Os pulmões, geralmente, falham em sua movimentação normal, apresentando coloração marrom marmorizada, e os rins podem apresentar marcas ou manchas esbranquiçadas. Embora sejam menos comuns, úlceras gástricas também podem ser observadas. Como o próprio nome sugere, a infecção sistêmica causada pelo PCV2 caracteriza-se por lesões inflamatórias, de linfo-histiocíticas a granulomatosas, localizadas nos tecidos linfóides (Fig. 4) e/ou nos pulmões, fígado, rins, coração e intestinos. Têm sido descritos sistemas de medida para o grau de gravidade das lesões e para estimar os antígenos virais (Tabela 3; Fig. 5)106. Um desses sistemas de medida usa sete tecidos linfóides e contabiliza o grau de gravidade das lesões, a quantidade de antígeno (PCV2) e a distribuição das lesões. Resumindo, cada tecido linfóide (linfonodo tráqueo-bronquial, linfonodo mesentérico, linfonodo mediastínico, linfonodo inguinal superficial, linfonodo externo-ilíaco, tonsilas e baço) recebe um valor que varia entre zero e nove (valor para
depleção linfóide, entre zero e três; valor para inflamação granulomatosa, entre zero e três; valor para PCV2 IHC, entre zero e três). Os valores individuais dos sete tecidos linfóides são somados e divididos por sete. Dependendo do número final, um suíno é categorizado como não tendo lesões associadas ao PCV2 (valor = zero); como tendo um grau leve de lesões associadas ao PCV2 (valor entre 1 e 3); com grau moderado de lesões associadas ao PCV2 (valor entre 4 e 6); ou com grau severo de lesões associadas ao PCV2 (valor entre 7 e 9). Esse sistema de medida tem sido útil para a classificação do grau de gravidade da PCVAD induzida experimentalmente; entretanto, é fora da realidade pensar em utilizá-lo para os casos de campo, uma vez que se costuma submeter ao laboratório uma variedade incompleta de tecidos linfóides. Os autores propõem que, para diagnosticar infecções sistêmicas induzidas pelo PCV2 é necessário, pelo menos, demonstrar o antígeno PCV2 em mais de um tecido linfóide (linfonodo, tonsila, baço); e, pelo menos, um outro órgão sistêmico (por ex., pulmão, fígado, rim, intestinos); ou em dois órgãos sistêmicos, como
Infecção sistêmica associada ao PCV2 Os sintomas clínicos primários do quadro sistêmico incluem perda de peso ou diminuição na taxa de ganho de peso, palidez ou icterícia, emaciação e aspecto doentio exacerbado (Fig. 3). Os suínos infectados podem demonstrar dificuldade respiratória, com a presença de tosse e diarréia de Suínos & Cia
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Figura 3. Suíno com oito semanas de idade, coinfectado experimentalmente com o circovírus suíno do tipo 2 (PCV2) e com o parvovírus suíno (PPV), mostrando icterícia e uma pobre condição corporal, típica da doença sistêmica associada ao PCV2 (PCVAD)
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Sanidade
Figura 4. Linfonodo suíno, caso de campo. Depleção linfóide associada ao PCV2 e substituição histiocítica a granulomatosa do folículo, com células mononucleares gigantes na parte central. Coloração pelo método da hematoxilina e eosina. No destaque, antígeno PCV2 abundante (coloração marrom), pela técnica da imuno-histoquímica. Método do complexo da streptavidinabiotina peroxidase, coloração por contraste com a hematoxilina
pulmão, fígado, rim, intestinos. Se o antígeno PCV2 abundante estiver associado a apenas um órgão sistêmico específico, deve ser considerado um caso de doença respiratória associada ao PCV2, ou enterite associada ao PCV2 ou falha reprodutiva associada ao PCV2, em vez de infecção sistêmica associada ao PCV2. Caso haja uma quantidade limitada de antígeno (PCV2) presente, mas as lesões sejam severas, a situação é consistente com uma PCVAD crônica severa. Combinando graus de lesão com a quantidade de antígeno, pode ser possível também se tirar conclusões a respeito do estágio da infecção viral (Tabela 4).
Doenças respiratórias associadas ao PCV 2 Pesquisas de campo recentes(45, e a análise da tendência dos casos, nos laboratórios de diagnóstico norteamericanos (Tabela 2) sugerem que o PCV2 tenha grande importância no complexo das doenças respiratórias
63)
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dos suínos (PRDC). O PRDC é uma condição observada principalmente nos suínos entre oito e 26 semanas de idade, sendo associada a múltiplos patógenos respiratórios, entre eles o PRRSV, o SIV e o M. hyopneumoniae. O PRDC caracteriza-se pela depressão na taxa de crescimento, decréscimo na conversão alimentar, anorexia, febre, tosse e dispnéia. Pode haver uma convergência entre os diagnósticos da doença sistêmica associada ao PCV2 e a pneumonia associada ao PCV2. A
presença de uma doença respiratória clínica prolongada e usualmente não severa, pneumonia brônquio intersticial granulomatosa com bronquiolite e fibrose bronquiolar, além de abundante quantidade de antígeno (PCV2) associada às lesões, é sugestiva de que o PCV2 possa ter um papel importante no PRDC. Pneumonia intersticial com bronquiolite foi relatada nos primeiros casos de PMWS (CLARK, E.G. In: Am Assoc Swine Practitioners, v. 28. Proceedings... p. 499–501. 1997) (29) . A pneumonia associada ao PCV2 caracteriza-se por um quadro pneumônico intersticial, de linfo-histiocítico a granulomatoso, com fibroplasia peri-bronquiolar e bronquiolite necrosante/ulcerativa, de suave a severa (Fig. 6). As lesões bronquiolíticas associadas ao PCV2 lembram aquelas induzidas pelo vírus da influenza suína, ou as do coronavírus respiratório suíno. A pneumonia bronquio-intersticial foi reproduzida, em adição às lesões de tecido linfóide – marca registrada da PMWS – em suínos convencionais inoculados com o PCV2(82). A doença respiratória moderada e a pneumonia intersticial multifocal foram induzidas em suínos nascidos por cesariana e impedidos de mamar o colostro, inoculados com o PCV2(16). A pneumonia intersticial moderada e a rinite linfoplasmacítica foram induzidas em suínos conven-
Tabela 3. Sistema de medidas para o grau de severidade das lesões em tecidos linfóides associadas ao PCV 2 e à quantidade de antígeno (PCV 2). 0
1
2
3
Moderado
Severa, com perda da estrutura linfóide do foliculo
Depleção linfóide
Não presente
Ameno, com perda global da celularidade
Inflamação granulomatosa histiocítica
Não presente
Leve
Moderado
Severa, com substituíção dos foliculos
Antigeno PCV2*
Não presente
Menos de 10%
Moderado
Mais de 50%
* Percentual de folículos linfóides com células reagentes ao antígeno PCV2, demonstrado por imunohistoquímica(106)
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Sanidade ácidos nucléicos estiverem presentes nas lesões(64).
Falhas reprodutivas associadas ao PCV2
Figura 5. Graduação do antígeno (PCV2 = coloração marrom) associado à depleção linfóide nas tonsilas induzida pelo PCV2. Imunohistoquímica (IHC). Método do complexo da streptavidinabiotina peroxidase, coloração por contraste com a hematoxilina. A gravidade das lesões e a quantidade de antígeno variam de nenhuma (IHC com grau zero) a severa (IHC com grau 3)
cionais, inoculados com o PCV2(120). A pneumonia bronquio-intersticial granulomatosa moderada foi reproduzida em suínos convencionais, com a utilização do clone de DNA infeccioso do PCV2(32).
Exames microscópicos confirmam a presença da enterite granulomatosa, a qual vem geralmente associada com uma quantidade abundante de antígeno (PCV2), evidenciada por coloração, por meio da metodologia IHC (Fig. 7). A enterite associada ao PCV2 foi diagnosticada em seis leitões desmamados, de um lote aparentemente livre de PMWS e PDNS, por meio de histopatologia e isolamento viral (PCV2 e PCV2 ISH(64)). Os suínos acometidos não apresentaram depleção linfocitária ou substituição histiocítica de folículos, nos tecidos linfóides. Os autores propuseram que o diagnóstico da enterite associada ao PCV2 ocorre somente se a diarréia estiver presente; se as lesões características estiverem presentes nas placas de Peyer, mas não em outros linfonodos; e se o antígeno (PCV2) ou
Enterites associadas ao PCV2 Casos de enterites associadas ao PCV2 são cada vez mais comuns. A maioria dos casos de campo de enterites associadas ao PCV2 ocorre em suínos entre oito e 16 semanas de idade. Os casos de enterites associadas ao PCV2 geralmente lembram, clinicamente e macroscopicamente, casos de ileíte crônica devidos à Lawsonia intracellularis. A mucosa intestinal apresenta-se espessada e os linfonodos mesentéricos, infartados(51).
Tabela 4. Modo de apresentação relativo às lesões linfóides associadas ao PCV2 (depleção, inflamação histiocítica a granulomatosa e quantidade de antígeno, variando de zero a 3), baseado nas observações de suínos infectados experimentalmente com o PCV2. Agudo (7-14 DPI)*
Subagudo (10-21DPI)
Cronico (21-28DPI)
Resultado (28-49DPI)
Depleção
0-1
2-3
3
2-3
Inflamação
0-1
1
2-3
2-3
Antígeno PCV2
3
3
2-3
0-1
* DPI: 5 dias pós-infecção com PCV2
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Muitos relatos de falhas reprodutivas associadas ao PCV2(73, 96) têm surgido desde a informação original de WEST et al.(144), no oeste canadense, em 1999. As manifestações clínicas nas granjas acometidas incluem mais abortos, natimortos e mumificação fetal (Fig. 8) além do aumento da mortalidade pré-desmame. Os lotes afetados são, tipicamente, de marrãs em início de produção ou de novas populações. Miocardite fibrosante, ou variando de não supurativa a necrosante, associada à quantidade abundante de antígeno (PCV2), é a lesão marcante (Fig. 8) em leitões natimortos e neonatos, de casos a campo(91). A infecção intra-uterina experimental de fetos com o PCV2 resultou na replicação viral e confirmou o coração como sendo o primeiro local de replicação do agente nos fetos(122). Quando os fetos foram inoculados “in útero”, nos dias 57, 75 e 92 do período de gestação, ocorreu uma replicação viral significativamente alta nos fetos inoculados aos 57 dias, comparativamente aos inoculados aos 75 e 92 dias. Todos os fetos foram sacrificados no 21° dia pós-inoculação, e as lesões (edema, fígados aumentados, congestão) observadas apenas nos fetos inoculados aos 57 dias de gestação(122). Em outro estudo, 37 fetos originários de três porcas foram inoculados aos 86, 92 e 93 dias de gestação, por via intramuscular e, no parto, 24 leitões normais e 13 mumificados, natimortos ou nascidos fracos foram observados, confirmando que o PCV2 pode infectar fetos que nascem tardiamente, causando anomalias reprodutivas(52). Embora as evidências sejam convincentes de que o PCV2 seja um patógeno reprodutivo, dados de casos a campo sugerem que a maioria dos plantéis reprodutiAno VI - nº 33/2009
Sanidade
Figura 6. A: pulmão, suíno, experimentalmente infectado com o PCV2. Moderada infiltração linfo-histiocítica peribronquiolar e moderada bronquiolite necrosante e ulcerativa. Hematoxilina e eosina. B: antígeno (PCV2 = coloração marrom) no interior do citoplasma de células do tipo macrófago, imunohistoquímica. Método do complexo da streptavidina-biotina peroxidase, coloração por contraste com a hematoxilina
vos são aparentemente imunes, e que as falhas reprodutivas associadas ao PCV2 são relativamente raras.
PDNS (síndrome dermatológica e nefropática suína) associada ao PCV2 A PDNS caracteriza-se, clinicamente, pelo aparecimento agudo de lesões na pele (lesões arroxeadas, em relevo, que progridem para o formato de crostas multifocais vermelho-arroxeadas com a região central enegrecida; são mais proeminentes nas patas traseiras: Fig. 9), febre e letargia. A PDNS normalmente é fatal. Outra lesão macroscópica característica é a presença de hemorragia petequial nos rins, os quais se apresentam exageradamente escurecidos e com aspecto engordurado. No nível microscópico observa-se uma vasculite sistêmica, com necrose da derme e da epiderme, acompanhada de glomerulonefrite fibrinosa e necrosante. Lesões microscópicas características da PDNS, a vasculite e a glomerulonefrite generalizadas são sugestivas de uma reação Ano VI - nº 33/2009
de hipersensibilidade do tipo 3, caracterizada pela deposição de agregados do complexo antígeno-anticorpo ou de complexos imunológicos, em locais de certos tecidos. Vários pa-
tógenos, incluindo vírus (PRRSV)(22, 130) e bactérias (Pasteurella multocida, Streptococcus suis tipos 1 e 2, Escherichia coli, Proteus sp, Haemophilus parasuis, Actinobacillus pleuropneumoniae, Bordetella bronchiseptica, Arcanobacterium pyogenes, Staphyloccoccus aureus, ou Salmonella sp)(74, 131) têm sido incriminados como etiologias possíveis para a PDNS. A associação do PCV2 com a PDNS foi relatada, pela primeira vez, em 2000(119). Investigações sobre casos de PDNS observados na Irlanda do Norte em 1990, que na época era livre do PRRSV, demonstraram a presença do antígeno PCV2 associado à linfoadenite granulomatosa(8). O estudo recente de um casocontrole investigando a PDNS na Holanda, concluiu haver uma associação significativa entre altos títulos de anticorpos anti-PCV2 e o desenvolvimento da PDNS(141). Os autores não conseguiram demonstrar os antígenos PCV2 pela IHC em todos os casos de PDNS, mas confirmaram a presença do DNA do PCV2 pela prova do PCR, em todos os casos de PDNS. É importante notar que os autores foram
Figura 7. Enterite associada ao PCV2. A: antígeno (PCV2 = coloração marrom) nos linfócitos e em células do tipo macrófago, na lâmina própria e nas placas de Peyer do íleo. Imunohistoquímica. Método do complexo da streptavidina-biotina peroxidase, coloração por contraste com a hematoxilina. B: mucosa intestinal espessada e linfonodos mesentéricos marcadamente infartados. C: suíno em fase de crescimento/terminação com discreta diarréia
Suínos & Cia
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Sanidade são considerados os mais adequados para a detecção do PCV2, como parte do diagnóstico da PCVAD(128).
Detecção de anticorpos antiPCV2 pelos métodos de análise de anticorpos por fluorescência indireta, IPMA, pelo teste de ELISA e pela análise sorológica da neutralização viral
Figura 8. Falhas reprodutivas associadas ao circovírus suíno. A: miocárdio, feto. Separação dos miocardiócitos pelo edema e pelo baixo número de células inflamatórias. Hematoxilina e eosina. B: antígeno (PCV2 = coloração marrom) no interior do citoplasma de miocardiócitos, imunohistoquímica. Método do complexo da streptavidina-biotina peroxidase, coloração por contraste com a hematoxilina. C: leitegada acometida mostrando fetos em estágios distintos de mumificação e maceração
capazes de demonstrar que os ácidos nucléicos do parvovírus suíno ou do PRRSV não estavam presentes em muitos dos casos de PDNS, como determinado pelo PCR(141). Um estudo comparando a carga viral sérica do PCV2, nos casos de PMWS e PDNS, mostrou que os casos de PDNS continham números de DNA de PCV2 significativamente mais baixos no soro, comparativamente a suínos sadios, mas infectados pelo PCV2 em nível subclínico(98). Esse estudo confirmou, posteriormente, que suínos com PDNS são infectados com o PCV2. Entretanto, pelo que afirmou o autor, nenhum deles havia ainda, experimentalmente, reproduzido a PDNS.
sua interpretação, para a confirmação da PCVAD. A PCVAD (infecção sistêmica, enterite, pneumonia, PDNS, aborto) é diagnosticada pela demonstração das lesões características associadas ao antígeno ou ácidos nucléicos do PCV2, nos órgãos respectivos. No momento, os métodos IHC ou ISH
Sorologia é a melhor opção, em termos de rebanho, para determinar o momento da infecção pelo PCV2, por meio de análises populacionais sequenciais ou seccionais cruzadas. Estudos sorológicos têm revelado que os anticorpos anti-PCV2 estão presentes em nível global, em quase todos os rebanhos suínos testados e em quase 100% dos suínos, individualmente, nos plantéis(83, 108, 139) . A maioria dos plantéis reprodutivos norte-americanos e também das fêmeas dos mesmos foram considerados soropositivos para o PCV2(108). O valor médio da meia vida dos anticorpos anti-PCV2 para suínos jovens foi estimado como sendo de 19 dias, e o intervalo para o desaparecimento dos anticorpos passivos anti-PCV2 na população é relativamente amplo. Anti-
Planos e ferramentas disponíveis para o diagnóstico da PCVAD A infecção pelo PCV2 é onipresente na suinocultura mundial. O PCV2 pode ser encontrado tanto em suínos sadios, como doentes(3). Isso torna importante a escolha do tipo de teste a ser aplicado no diagnóstico e a Suínos & Cia
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Figura 9. Suíno de vinte semanas de idade, com quadro de síndrome dermatológica e nefropática suína (PDNS). A região perineal, abdominal ventral e patas estão cobertas por lesões características da doença
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Sanidade corpos anti-PCV2 adquiridos passivamente entre 10 e 12 dias de idade foram detectados em quantidade abaixo do nível de corte determinado pela prova de ELISA: 1) em suínos com baixos níveis de anticorpos passivos no momento do desmame, às 4,9 ± 1,2 semanas de idade; 2) em suínos com níveis moderados de anticorpos passivos no momento do desmame, às 8,1 ± 1,9 semanas de idade e; 3) em suínos com altos níveis de anticorpos passivos no momento do desmame, às 11,1 ± 2,5 semanas de idade(108). Uma vez que o PCV2 é altamente dispersivel, é importante identificar as populações e subpopulações de suínos mais sensíveis à PCVAD, como machos jovens de granjas fornecedoras de material genético(103). A identificação precoce dessa categoria de animais, por meio da sorologia, pode ser útil na determinação de estratégias apropriadas para reduzir o risco subsequente da exposição ao PCV2. Análise de anticorpos por fluorescência indireta. Essa prova é não automatizada e subjetiva. A metodologia de análise de anticorpos por fluorescência indireta (IFA) para o PCV2 tem sido descrita na literatura(7, 111, 132) . Recentemente, foi disponibilizada uma análise do tipo IFA baseada na expressão do gene de uma proteína
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do PCV2 (“open reading frame” ou ORF), que passou a ser denominada ORF2(113). Nessa descrição ficou determinado que a prova IFA regular total, baseada no PCV2, tinha apenas uns 57,1% de sensibilidade relativa, comparada à referida análise ORF2(113). Análises de imunofluorescência têm sido descritas também para anticorpos contra o PCV1 não patogênico, aparentando ser específicas(36). Estudos têm mostrado um baixo nível de reatividade cruzada entre PCV1 e PCV2, na análise do tipo IFA(7, 111). IPMA (immunoperoxidase monolayer) ou prova da imunoperoxidade mono-camada. Essa metodologia de análise também não é automatizada, sendo seus pontos finais determinados de modo subjetivo. A prova do IPMA é largamente utilizada para o diagnóstico do PCV2(14, 29). Testes interlaboratoriais comparando as provas de IFA e IPMA resultaram – nas mesmas 20 amostras de soro analisadas em laboratórios diferentes, na Europa e no Canadá – em uma ampla variação de títulos entre os laboratórios(85). No geral, o IPMA resulta em títulos mais altos que o IFA, e o paraformoldeido, usado como elemento fixador, resultou em títulos mais altos que os da acetona e do álcool etílico, usados com a mesma finalidade(85). ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay). A prova de ELISA, teste imunoenzimático que permite a detecção de anticorpos específicos no plasma sanguíneo, é uma técnica sensível para a detecção e a medida
do nível sérico de anticorpos. Há muitas publicações descrevendo os testes de ELISA disponíveis para o diagnóstico do PCV2(14, 77, 93). Recentemente, foram introduzidos na Europa novas versões comerciais disponíveis para a IgG do PCV2 (Ingezim™ PCV IgGa) e para a IgM do PCV2 (Ingezim™ PCV IgMa). Uma comparação entre os valores de IgG e IgM pode ser útil na determinação do momento da infecção pelo PCV2: 1) valor de IgM ≥ valor de IgG: infecção ativa precoce (nos primeiros 21 dias pós-inoculação); 2) valor de IgM < valor de IgG: infecção ativa (aproximadamente entre 20 e 50 dias pós-inoculação); 3) alto valor de IgG e valor negativo de IgM: infecção tardia ou em fase de resolução/convalescença (aproximadamente dois meses pósinfecção): SEGALÉS, J.; RODRÍGUEZ, J.; RESENDES, A. et al. In: Intern Conf Animal Circoviruses and Associated Disease, Proceedings…p. 61.2005). Uma variante da prova regular de ELISA é o teste de ELISA competitivo (Blocking ELISA)(139). Um teste desse tipo, específico para anticorpos anti-PCV2, está disponível na Europa (SERELISA™ PCV2 Ab Mono Blockingb). Esse teste pode ser usado para detectar anticorpos específicos anti-PCV2 nas fezes (LOPEZ, P.; GUILLOSSOU, S.; DESHAIES, E. et al. In: Intern Conf Animal Circoviruses and Associated Disease, Proceedings… p. 91.2005).
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Sanidade Análise sorológica da neutralização viral (serum-virus neutralization assay). Provas que neutralizam anticorpos para o PCV2 têm sido descritas na literatura(90, 111). Anticorpos neutralizantes foram detectados entre 15(90) e 28(111) dias após a infecção pelo PCV2, em suínos gnotobióticos(90), e estavam correlacionados com a proteção contra ou com a remoção da infecção pelo PCV2. Uma vez que o PCV2 não induz um efeito citopático visível em células infectadas, a análise sorológica da neutralização viral requer, no final do teste, o uso de anticorpos fluorescentes (FA) ou a coloração pela imunoperoxidase para determinar a presença ou a falta de replicação viral. Requerimentos relativos ao pré-tratamento celular, necessários para sincronizar os seus ciclos, dificultam a realização dos testes sorológicos de neutralização viral e fazem com que os títulos finais possam ser menos acurados. Tipicamente, a redução percentual é usada para acessar a atividade neutralizante de uma amostra sorológica.
Detecção de ácidos nucléicos do PCV2 pelo PCR e ISH PCR (polymerase chain reaction) ou reação em cadeia pela polimerase. Há várias provas de PCR disponíveis para a detecção dos ácidos nucléicos específicos do PCV2, descritas na literatura(40, 43, 92, 125). Entre as variantes da prova regular de PCR estão: 1) PCR Multiplex. Mais de uma sequência alvo é detectada, num único passo da prova do PCR. As seguintes análises de PCR Multiplex têm sido descritas na literatura: PCV2/PCV1(109, 111), PCV2/PPV(62) e PCV2/vírus da pseudoraiva/PPV(50). 2) Nested PCR (variante da prova regular de PCR, na qual são utilizados dois pares, ao invés de um par, de iniciadores). Análises desse tipo têm sido descritas na literaratura(57, 60, Suínos & Cia
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, sendo utilizadas para aumentar a habilidade de detecção de quantidades muito pequenas da seqüência-alvo. 75)
3) Análises PCR Multiplexnested têm sido descritas para os casos de detecção simultânea de PCV1/ PCV2/PPV(58, 66) e PCV1/PCV2(65). 4) Quantitative real-time PCR. Esses tipos de provas de PCR (quantitativas em tempo real) foram desenvolvidos de modo a permitir a determinação da quantidade do número de cópias genômicas do PCV2, no soro ou em tecidos. As fases de reação e de detecção, nessa prova de PCR, estão combinadas em um só passo, o que diminui o tempo da resposta final(17, 24, 72, 78, 98, 107, 120) . 5) Reverse transcription PCR (prova de PCR de transcrição reversa) é usada na detecção do RNA do PCV2, o qual está presente apenas nos casos de replicação do PCV2(146). A transcrição reversa do RNA é requerida quando se compõe um DNA complementar, para amplificação adicional. Implicações e aplicações das provas de PCR para o PCV2. A maioria dos suínos no campo (sadios ou doentes) é infectada pelo PCV2, em algum momento de suas vidas. Portanto, o uso do PCR – o qual teoricamente pode detectar uma cópia genômica – é considerado por muitos como bastante sensível para a maioria das aplicações. A demonstração dos ácidos nucléicos do PCV2, pelo PCR, não pode substituir o exame clínico dos animais e a avaliação microscópica dos tecidos, uma vez que o PCV2 é onipresente e que muitos suínos sadios são, por isso, positivos para o DNA específico do PCV2, sem necessariamente terem sido acometidos pela PCVAD. Uma exceção notável pode ser o uso do PCR para a detecção dos ácidos nucléicos do PCV2 no sêmen, o melhor modo de se assegurar um status negativo. Provas de PCR para detectar o PCV2 no sêmen têm sido descritas(65 ,
. A quantidade de ácidos nucléicos do PCV2 no soro sangüíneo e nos tecidos, quando determinada pela prova do PCR quantitativo em tempo real, tem se revelado como uma previsão da implantação de uma situação clínica, sendo, assim, usada por veterinários de campo e pesquisadores(17, 98). Um limite de 107 ou mais cópias genômicas de PCV2 por ml de soro foi considerado um pobre prognóstico(17, 98) e uma boa correlação com lesões graves, associadas ao PCV2 e com a doença. A prova de PCR quantitativa pode ser usada com acuracidade para diferenciar a infecção pelo PCV2 da PCVAD, apenas definindo adicionalmente o resultado do PCR como positivo, com ou sem a PCVAD, baseado na quantidade de PCV2 presente. Portanto, um resultado de PCR poderia ser relatado como negativo; como positivo sem PCVAD (<106 cópias de DNA do PCV2); como positivo suspeito para PCVAD (106 cópias de DNA do PCV2); ou como positivo com PCVAD (107 cópias de DNA do PCV2, ou mais). 66, 75)
ISH (in situ hybridization). A prova de hibridação in situ (ISH) para o PCV2 usa uma sonda de DNA rotulada, a qual corresponde a uma porção específica do genoma do PCV2(59, 86, 118, 126) . Muitas provas do tipo ISH, que detectam viroses múltiplas com a mesma secção de tecido, têm sido descritas: PCV1/PCV2(56, 94), PCV2/ PRRSV(22, 127) e PCV2/PPV(21).
Detecção do vírus PCV2 ou do antígeno viral por IHC, isolamento viral, por IFA ou FA em amostras de tecidos e por ELISA do tipo captura de antígeno IHC (Immunohistochemistry) ou imunohistoquímica. Os métodos para diagnóstico baseados em imunohistoquímica usam um anticorpo monoclonal ou policlonal para detectar o antígeno do PCV2, por meio Ano VI - nº 33/2009
Sanidade da análise de fragmentos de tecidos fixados em formol ou embebidos em parafina(86, 129). Por esta metodologia é possível a localização do antígeno nos referidos fragmentos. Estima-se que uma massa viral de, no mínimo, 108 genomas de PCV2 por 500 ng seja necessária para se obter uma visualização pelo método IHC(17). Um comparativo entre os métodos ISH e IHC, realizado com tecidos de suínos infectados, armazenados por mais de seis meses em formalina neutra a 10%, antes de serem embebidos em parafina, revelou que ambas as técnicas são capazes de detectar antígenos ou ácidos nucléicos em todos os tecidos examinados(86). O método ISH revelou-se mais específico que o IHC, especialmente quando comparado ao IHC, considerando o uso de anticorpos policlonais(60). Isolamento viral (VI). As células PK-15 permitem a replicação do PCV2 in vitro e podem ser inoculadas com fluidos corporais ou homogeneizados de tecidos de origem suína, suspeitos de estarem infectados pelo PCV2(111). O tratamento dessas células com a glicosamina tem se mostrado efetivo na questão da replicação do PCV2(135). Um efeito citopático característico, induzido pelo PCV2, não é tipicamente observado e, então, para determinar a replicação viral é necessário utilizar a metodologia de marcação por imunofluorescência ou imunoperoxidase. A técnica de VI não é usada rotineiramente para o PCV2 porque consome muito tempo e nem sempre é eficiente, uma vez que se necessita de uma amostra viral viável, e o tempo de trânsito prolongado mais a autólise característica da submissão aos tecidos podem diminuir as chances de sucesso do processo de isolamento do vírus. Aplicações para o uso do VI incluem a determinação da infectividade da veiculação do PCV2 pelo sêmen e a necessidade da recuperação viral, para uso na produção de vacinas autógenas. Uma outra verAno VI - nº 33/2009
são da técnica do VI é o isolamento viral quantitativo(86). Para essa prova, dez diluições dobradas de substratos clínicos (soro, tecido, homogenados) são inoculadas nas células PK-15. Esse teste tem se mostrado útil para a diferenciação entre a infecção clínica e subclínica, devidas ao PCV2(86). IFA (anticorpos imunofluorescentes) / FA (anticorpos fluorescentes) em amostras de tecidos. IFA/FA usam um anticorpo monoclonal ou um antisoro policlonal para detectar antígeno(s) em amostras congeladas de tecidos87. O teste é rápido, mas o antígeno não pode ser confiavelmente associado com as lesões, de modo que a prova é relativamente subjetiva. Estudos utilizando antissoro policlonal e anticorpos monoclonais anti-PCV1 e PCV2, isolados de células infectadas tanto com o PCV1 como com o PCV2, têm mostrado que não há reação cruzada10. Antígeno de captura ELISA. O uso desse tipo de teste em homogeneizados de tecidos tem sido descrito, e os resultados foram considerados comparáveis com o isolamento viral quantitativo e as técnicas de IHC11. Um teste ELISA do tipo antígeno de captura (SERELISA™ PCV2 Ag Captureb), otimizado para uso a partir de amostras fecais, foi desenvolvido e testado em situações com e sem histórico de PMWS (LOPEZ, P.; GUILLOSSOU, S.; DESHAIES, E. et al. In: Intern Conf Animal Circoviruses and Associated Disease. Proceedings… p. 91. 2005). Na experiência do autor, o uso desse tipo de teste, nos EUA, tem produzido resultados variáveis. Microscopia eletrônica. Esse método é usado para demonstrar partículas características do circovírus diretamente no interior de células e para estudar o vírus, em termos de tamanho
e estrutura. A técnica de microscopia eletrônica não é usada rotineiramente em laboratórios de diagnóstico, por ser cara e demorada. Possui baixa sensibilidade global, sendo necessária uma abundância viral no tecido a ser analisado (pelo menos 105 partículas virais) para haver a detecção pelo microscópio eletrônico.
Caracterizações adicionais de isolados do PCV2, por RFLP e sequenciamento RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism) ou polimorfismo do fragmento de restrição tem sido considerado uma ferramenta epidemiológica útil na diferenciação rotineira de isolados de origem suína para o vírus da PRRS(143). Por esta prova é possível determinar se novas variedades do vírus da PRRS foram introduzidas em uma granja, mesmo considerando o questionamento a respeito da estabilidade da RFLP frente a esse tipo de vírus, em função de suas mudanças genéticas contínuas(18). Por meio de uma prova de PCR do tipo RFLP, baseada na análise ORF2, descrita em 2000 e utilizando as enzimas Hinf I, HinP1I, KpnI, MseI e RsaI, foi possível fazer uma distinção entre isolados de PCV2 (PCV2A, B, C, D e E) (43) . Uma prova de PCR-RFLP usando a enzima NcoI, que faz diferenciação entre PCV1 e PCV2, também foi descrita em 2000(31). Uma prova de PCRRFLP baseada na análise ORF2, usando as enzimas Sau3AI, BanII, NspI, XbaI e CfrI, foi descrita recentemente, como capaz de distinguir nove tipos diferentes de PCV2(142). Em geral, análises do tipo RFLP proporcionam um modo rápido para a separação de vários isolados de PCV2 em categorias; entretanto, genomas geralmente variam entre si, fora dos locais de resSuínos & Cia
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Sanidade trição, o que demanda cuidado com as interpretações. Sequenciamento. Com a análise da seqüência é possível caracterizar a informação genética e comparar isolados entre si(23, 26, 31, 41, 67). O PCV2 tem dois genes maiores, orientados em direção oposta e que representam 93% de todo o genoma: o gene rep (associado à replicação; ORF1) e gene cap (capsídeo; ORF2)(26). A diferença genética entre isolados do PCV2 deve-se, principalmente, à variabilidade no ORF2 (90,1 a 100% de identidade da sequência de aminoácidos(26, 31)). O gene ORF1 parece ser altamente conservado, entre os isolados do PCV2 (99% a 100% de identidade da seqüência de aminoácidos). Para informações adicionais, relativas a possíveis diferenças entre isolados de PCV2, os laboratórios de pesquisa e diagnóstico podem sequenciar somente o gene ORF2, ou sequenciar todo o genoma do PCV2(26, 31). No momento, os resultados de sequenciamento podem ser uma ferramenta epidemiológica útil, mas o conhecimento para determinar a virulência, com base na informação sequencial, ainda não está disponível.
Lesões microscópicas associadas ao PCV2 Um diagnóstico de doença associada ao PCV2 não pode ser confirmado sem a avaliação das lesões microscópicas (depleção e substituição de folículos, de histiocíticos a granulomatosos, no tecido linfóide) e a demonstração de que o PCV2 está associado a essas lesões características(128). Células sinciciais também são características da infecção pelo PCV2, especialmente as localizadas nos linfonodos, placas de Peyer e lâmina própria das vilosidades intestinais(118). Suínos & Cia
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Tabela 5. Classificação (doença associada ao circovírus suíno do tipo 2 [PCVAD]; lesões suaves associadas ao circovírus suíno do tipo 2 [PCV2] ou lesões não associadas ao PCV2) e status de co-infecção, relativo a 100 casos (1 a 2 suínos inclusos em cada caso) de granjas suspeitas de ter PCVAD. Classificação dos casos Lesões não associadas ao PCV-2
Lesões leves associadas ao PCV2
PCVAD
PRRSv
8
4
20
M. hyopneumoniae
4
1
1
Virus da influenza suína (SIV)
8
1
6
PRRSv + M. hyopneumoniae
4
0
11
PRRSv + SIV
1
3
3
SIV + M. hyopneumoniae
1
1
2
PRRSv + M. hyopneumoniae + SIV
1
0
5
Sem PRRSv, M. hyopneumoniae ou SIV
1
5
6
Co-infecção bacteriana confirmada*
15
12
34
PCV2 sozinho
0
0
1
Total n˚ de casos
28
18
54
* Isolamento de um ou mais dos seguintes agentes: Streptococcus suis, Pasteurella multocida tipos A ou D, Salmonella sp., Bordetella bronchiseptica, Haemophilus parasuis, Arcanobacterium pyogenes, Actinobacillus pleuropneumoniae, Actinobacillus suis, Escherichia coli e Lawsonia intracellularis
Os macrófagos, nos tecidos linfóides acometidos, podem conter corpos de inclusão citoplasmáticos esféricos, profundamente demarcados e de origem basófila. Essas inclusões são tanto grandes e únicas, como pequenas e múltiplas, formando grupos de até 12 inclusões(118). As lesões variam, tipicamente, de suaves a severas, e há um sistema descrito(106), para a pontuação de lesões de tecido linfóide associadas ao PCV2. Um grupo selecionado de veterinários de campo, do meio-oeste norte-americano, foi incentivado a submeter para análise uma relação completa e específica de tecidos originários de casos com histórico clínico consistente da PCVAD (definhamento/perda de peso com ou sem doença respiratória, diarréia, icterícia e/ou anemia), durante o período de um ano, como parte de um projeto de vigilância ao PCV2, entre 2002 e 2003. Cem casos foram incluídos nesse estudo, e todas as avaliações microscópicas re-
alizadas pelo mesmo veterinário patologista. Amostras de tecido linfóide (linfonodos, baço e tonsilas), fixadas em formalina e embebidas em parafina, foram graduadas na presença da infecção pelo PCV2. Após avaliação microscópica, os casos foram classificados como associados à infecção sistêmica pelo PCV2, considerando a depleção linfóide associada ao PCV2, ou com base na ausência de associação com o PCV2, ou em função da presença, gravidade e distribuição das lesões associadas ao PCV2 (Tabela 5). Apenas 54 dos 100 casos de campo suspeitos de ser PCVAD, pela experiência dos veterinários participantes, tinham quantidade elevada de antígenos anti-PCV2 associados com depleção linfóide grave e inflamação, sendo assim confirmados como doença sistêmica associada ao PCV2. Isso significa que 46 dos casos tidos como clinicamente consistentes com o PCV2, na verdade não tinham lesões Ano VI - nº 33/2009
Sanidade associadas ao PCV2, tendo sido então diagnosticados clinicamente de forma incorreta. Essa observação chamou a atenção para a necessidade do exame microscópico dos tecidos, nos casos suspeitos de PCVAD.
Estratégias de intervenção Boas práticas de manejo Nos EUA, em 2006, antes das vacinas contra o PCV2 serem viáveis, o tratamento e o controle bem-sucedido da PCVAD tinham seu foco primário voltado para as boas práticas de manejo, as quais minimizavam o estresse, eliminavam ou minimizavam o efeito de coinfecções e eliminavam fatores desencadeantes em potencial, que induziam o estímulo imunológico e iniciavam o processo de progressão da infecção pelo PCV2 à PCVAD. Foi proposto um plano com 20 recomendações de controle para a PCVAD em granjas gravemente acometidas(81). Os pontos principais desse plano foram resumidos como sendo as quatro regras de ouro (www.thepigsite.com, acessado em 10 de abril de 2007) e incluem: 1) limitar o contato entre os suínos; 2) reduzir o estresse; 3) boa higiene e 4) boa nutrição. Fatores de risco para a PCVAD em rebanhos franceses de ciclo completo incluíam co-infecções pelo PPV ou PRRSV, baia para desmamados de grande extensão versus baia com área pequena e níveis crescentes de partos segregados; enquanto os longos períodos de vazio no fluxo da granja, o tratamento regular contra parasitas externos, a gestação individual versus coletiva e a reposição de marrãs interna versus externa decresciam o risco para a PCVAD(117). Um estudo exploratório de fatores de risco, envolvendo 62 granjas espanholas, Ano VI - nº 33/2009
concluiu que a vacinação de marrãs contra o PRRSV aumentou a probabilidade da expressão da PCVAD e que a vacinação de porcas contra a rinite atrófica diminuiu a probabilidade da doença(80). Pesquisas associando fatores de manejo ao status de casos de lotes alojados em granjas da região de Manitoba, Canadá, revelaram uma forte associação do aumento da mortalidade de leitões com a infecção, causada por M. hyopneumoniae, pelo PRRSV, pela diarréia devido a E. coli K88, pela proximidade entre os lotes, por múltiplos fornecedores, grandes variações de idade dentro de um mesmo grupo de suínos e pelo fato de não se usar plasma do tipo spray-dried na primeira ração do setor de creche(28).
Desinfecção O uso de desinfetantes que têm se mostrado eficazes contra o PCV2(121) é recomendado para instalações e nos veículos de transporte. A redução da concentração viral foi observada, in vitro, com a utilização do hidróxido de sódio e dos produtos comerciais: Virkon S (c), Roccal D Plus (d), Clorox bleach (e), 1-Stroke Environ (f), Fulsan (g) e Tek-Trol (h) em um ensaio controlado no laboratório. A eficácia dos desinfetantes em instalações comerciais não foi testada, sendo desconhecida. Na estação experimental da Universidade Estadual de Iowa, usualmente se aplica o seguinte protocolo: após a remoção dos animais, salas e baias são cobertas
Tabela 6. Vacinas comerciais contra o PCV2 disponíveis nos EUA, a partir de fevereiro de 2007. Vacina
Antígeno
Dose
Licenciada para
Ingelvac® CIRCOFLEX
SUVAXYN® PCV2 One Dose
Atualmente não denominado1
PCV2 ORF2 Proteína expressa do baculovírus inativada
Inativada PCV1-2 quimera
PCV2 express em baculovírus inativado
1 mL 2 mL (IM), dose intramuscular única (IM), dose única
Leitões saudáveis 3 semanas ou mais velhos
Leitões saudáveis 4 semanas ou mais velhos
Disponível Estados Unidos Estados Unidos
CIRCOVAC®
2 mL (IM); 2 aplicações, 3 semanas após
2 mL (IM); - Vacinação primária: 2 aplicações 3-4 semanas após, e pelo menos 2 semanas antes da cobertura - Revacinação: 1 aplicação na gestação, e pelo menos 2 – 4 semanas antes do parto
Leitões saudáveis 3 semanas ou mais velhos
Fêmeas saudáveis e em leitões
Estados Unidos e Canadá
Canadá e Europa
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Sanidade com um detergente de efeito desengordurante, aplicado com o auxílio de um nebulizador, na diluição de 1:64. Após dez minutos, o referido detergente é enxaguado com água quente sob pressão. A descontaminação ocorre pela aplicação do Virkon S (c) na diluição de 1:30, por um tempo de contato de dez minutos, seguido pelo enxágue com água quente. Antes do novo alojamento, a sala é nebulizada com o produto comercial Clidox-S (i) na diluição de 1:5:1 e deixada para secar. Para minimizar a corrosão, a sala é enxaguada com água entre seis e doze horas após a nebulização e, então, deixada para secar novamente, antes da re-ocupação pelos animais. Esse procedimento tem se revelado altamente eficaz, em instalações desinfetadas que alojavam suínos sabidamente infectados, como se pode verificar pela falta de contaminação dos grupos alojados subsequentemente.
Controle de coinfecções Coinfecções são um grande problema na PCVAD, e as evidências do campo e de ensaios experimentais têm indicado que o diagnóstico e o controle de outros agentes infecciosos, encontrados nos suínos com PCVAD, diminuem a gravidade das coinfecções e melhoram o resultado final. O efeito do PRRSV pode ser eliminado ou minimizado pela estabilização do plantel de reprodução, mudanças no fluxo dos suínos e/ou pela vacinação. O efeito do SIV pode ser eliminado ou minimizado pela vacinação do plantel de reprodutores e dos leitões. Infecções bacterianas específicas (S. suis, H. parasuis, P. multocida, L. intracellularis, Salmonella sp.) precisam ser confirmadas e podem ser minimizadas com o uso de antimicrobianos apropriados e bacterinas. O uso de clortetraciclina (Aureomicina (j)), na dose aproximada 22 mg/kg, na ração de suínos coinfectados experimentalmente Suínos & Cia
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com o M. hyopneumoniae e o PCV2 mostra que o tratamento com a clortetraciclina é altamente eficaz na redução das lesões associadas ao PCV2 e à coinfecção pelo M. hyopneumoniae (OPRIESSNIG, T.; THACKER. E.; HALBUR, P.G. In: International Pig Veterinary Society Congress 19. v.2. Proceedings…p. 302. 2006). Um estudo recente avaliou as perdas ou ganhos associados ao uso de três bacterinas comerciais de M. hyopneumoniae disponíveis, diferentes, em suínos experimentalmente coinfectados com o M. hyopneumoniae e o PCV2 (HALBUR, P.G.; RAPPGABRIELSON, V.; HOOVER, T. et al. In: International Pig Veterinary Society Congress 19, Proceedings… p 271. 2006). Duzentos e noventa e seis suínos negativos para o M. hyopneumoniae foram selecionados ao acaso, para um entre quatro grupos tratados. Três vacinas comerciais, administradas de acordo com as instruções do rótulo, foram testadas: duas delas contendo adjuvantes do tipo oleoso e uma contendo adjuvante do tipo aquoso. O desafio com o M. hyopneumoniae resultou em lesões severas, tanto macro como microscópicas, no grupo de suínos não vacinados. Os suínos de todos os grupos vacinados apresentaram aumento significativo na média de ganho de peso diário, no 100° e 131° dias pós-inoculação, comparados aos controles não vacinados (HALBUR, P.G.; RAPP-GABRIELSON, V.; HOOVER, T. et al. In: International Pig Veterinary Society Congress 19, Proceedings… p 271. 2006). Em contrapartida, outro estudo de campo recente, incluindo 930 suínos de crescimento, com 53 a 54 dias de idade e naturalmente infectados, não encontrou diferença na incidência da PMWS (perda de peso ou definhamento, lesões histopatológicas características, antígeno PCV2 intralesional PCV2) entre suínos vacinados e placebados(47). Para
minimizar o efeito do adjuvante presente nas vacinas comerciais contra o M. hyopneumoniae, no aumento da replicação do PCV2 e das lesões associadas ao mesmo, foi demonstrado que os suínos deveriam ser vacinados entre duas e quatro semanas antes da exposição esperada ao PCV2(101). O uso de drogas antiinflamatórias nos suínos que demoram em responder, também pode ser útil. Foi demonstrado que o uso do ácido acetilsalisílico na ração reduz significativamente (P = 0,008) a incidência de tratamentos complementares com antibiótico nos suínos tratados, comparativamente aos não tratados, em estudo realizado em uma granja dinamarquesa, com nível de mortalidade pós-desmame entre 10 e 15% (FRUERGAARD, M.; BÆKBO, P.; ENØE, C. et al. In: International Pig Veterinary Society Congress 19, Proceedings… p. 98. 2006).
Vacinas contra o PCV2 Vacinas experimentais contra o PCV2 têm sido descritas, testadas e geralmente tidas como eficazes, em diferentes situações in vivo. Um modelo experimental usando suínos nascidos por via cirúrgica e impedidos de mamar o colostro foi disponibilizado para testar isolados de PCV2 (origem: EUA) inativados quimicamente ou irradiados por ultravioleta (POGRANICHNIY, R.M.; YOON, K.J.; YAEGER, M. et al. In: Am Assoc Swine Veterinarians v. 35. Proceedings… p.443–444. 2004). Modelos experimentais utilizando suínos convencionais foram usados para testar um vírus vivo quimérico PCV1-2, com o gene imunogênico do capsídeo do PCV2 clonado na estrutura do PCV1(33, 36) e para testar o uso de injeções de proteínas obtidas a partir do DNA ORF2 baculovírus-expresso do PCV2, como candidatos a vacinas(15). Um modelo baseado em um roeAno VI - nº 33/2009
Sanidade dor BALB/c também tem sido usado para testar um DNA plasmídico do PCV2, tratado com partículas de ouro(53). Vacinas comerciais contra o PCV2, para uso em suínos em crescimento e animais em idade de reprodução tornaram-se disponíveis nos EUA, em 2006 (Tabela 6). Evidencias indicam, até a data de hoje, que as vacinas comerciais são uma ferramenta extremamente eficaz para ajudar a reduzir as perdas, em rebanhos e sistemas de produção que estejam sofrendo a ação da PCVAD, nos suínos em fase de crescimento. A vacina inativada contra o PCV2, de adjuvante oleoso (CIRCOVAC® (k)), aprovada para uso em animais em idade de reprodução, foi uma das primeiras vacinas do mercado e tem sido usada extensivamente na Europa. CIRCOVAC® tem demonstrado ser benéfica na redução da circulação e da disseminação do PCV2 nas primeiras semanas de vida, melhorando a saúde dos suínos, em condições experimentais (CHARREYRE, C.; BÉSÈME, S.; BRUN, A. et al. In: Intern Conf Animal Circoviruses and Associated Disease. Proceedings… p. 26–30. 2005). Durante os estudos de eficácia do produto a campo, na Alemanha e na França, o uso da CIRCOVAC® resultou no crescimento dos níveis de anticorpos anti-PCV2 nos plantéis de reprodução e no concomitante decréscimo do nível de incidência da PMWS, em suínos originários de lotes de reprodutores vacinados (CHARREYRE, C.; BÉSÈME, S.; BRUN, A. et al. In: Intern Conf Animal Circoviruses and Associated Disease. Proceedings… p. 26–30. 2005). Estudos a campo mostraram um decréscimo significativo (P < 0,05) da mortalidade (de 6,4 para 8,3%), após seis meses de uso da CIRCOVAC® em 2006, no Canadá, comparado ao período anterior à vacinação, em 67 entre 77 granjas (PLOURDE, N.; MACHELL, N. In: Am Assoc Swine Vet. v. 38. Proceedings... p.139–140. 2007). Uma licença condicional para o uso do produtol em suínos em crescimento foi disponibilizada para o mercado norte-americano, em abril de 2006. Pesquisas incluindo 35 mil animais, em 21 granjas canadenses, mostraram que a taxa de mortalidade em suínos vacinados diminuiu 77,5%, quando comparada com a de suínos não vacinados (GRAU, A.F.; JORGENSEN, J.; THACKER, B. et al. In: Am Assoc Swine Vet v.38. Proceedings… p.159–161.2007). Suvaxyn® PCV2 One Dose™ (m) é a primeira vacina contra o PCV2 aprovada e liberada para uso comercial, pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Trata-se da versão inativada do vírus vivo quimérico PCV1–2(33, 36). Resultados preliminares de uma série de grandes estudos realizados a campo, nos EUA, utilizando a vacina inativada quimérica m demonstraram diminuição significativa da mortalidade (P < 0,001) e dos custos com tratamentos, em suínos Ano VI - nº 33/2009
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Sanidade vacinados, comparativamente a suínos não vacinados (CONNOR, J.; ELSENER, J. In: Am Assoc Swine Vet v. 38. Proceedings... p.151–152. 2007). A vacina inativada Suvaxyn® PCV2 One Dose™ trouxe benefícios seguros, uma vez que é baseada em um vírus quimérico PCV1–2 já atenuado. Resultados preliminares de estudos realizados a campo, no Canadá, com a vacina contra o PCV2 baseada na expressão do baculovírus, Ingelvac® CIRCOFLEX™ (n), também mostraram redução significativa (P < 0,003) na mortalidade de suínos vacinados (n = 1910), em comparação a não vacinados (n = 1927), em quatro unidades de terminação diferentes (DESROSIER, R.; CLARK, E.; TREMBLAY, D. et al. In: Am Assoc Swine Vet v.38. Proceedings… p.143–145. 2007). Vacinas autógenas, preparadas a partir de homogeneizados de tecido linfóide ou pulmonar, inativados com formoldeído a 2%, obtidos de suínos acometidos pela PCVAD têm sido usadas por alguns veterinários, no campo, em função das graves perdas associadas à PCVAD e à dificuldade de obtenção de uma vacina comercial, devido a fornecimento limitado. Esses veterinários geralmente relatam redução marcante nos níveis de mortalidade (de 20% a 3%) e efeitos colaterais adversos, de limitados a nulos, sob esse esquema. A indústria permanece preocupada com relação à segurança e as ramificações potenciais legais do uso de vacinas autógenas virais inativadas.
Resumo Muito se tem aprendido sobre diagnóstico, patogenia e controle da PCVAD, desde que a doença foi reconhecida pela primeira vez no fim dos anos 90, no Canadá. A comunidade científica concorda agora, de modo Suínos & Cia
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generalizado, que o PCV2 é um componente essencial da PCVAD e que, na maioria dos casos, ele promove a combinação certa de outros blocos de construção, tais quais as coinfecções, o estímulo imunológico ou os hospedeiros genéticos, para desencadear a infecção devida ao PCV2, transformando-a em um problema em termos de rebanho. Também tem se tornado evidente que a PCVAD, quando manifestada clinicamente, revela várias formas de doença, tais como infecções sistêmicas graves, doença respiratória, doença entérica, falhas reprodutivas ou outras, até manifestações irreconhecíveis. Existe agora uma grande seleção de excelentes ferramentas de diagnóstico para a confirmação da doença e das lesões associadas ao PCV2, sendo que a combinação do uso dessas ferramentas pode confirmar que o PCV2 está associado às lesões. Entretanto, falta muito conhecimento a respeito da PCVAD, incluindo a compreensão da patogenia molecular das diferenças aparentes, em termos de virulência, entre isolados do PCV2. As indicações são de que o uso constante de vacinas, em combinação com boas práticas de manejo, é eficaz na redução do impacto da PCVAD grave; entretanto, permanece desconhecido o quanto as pressões relativas à vacinação mais as mudanças nas práticas de produção afetarão a evolução viral na população de suínos e, com isso, a eficácia das vacinas atuais. Achados recentes sugerem que a evidência das diferenças na virulência pode ter implicações importantes para a compreensão das diferenças nas manifestações clínicas das infecções devidas ao PCV2, podendo haver influência nos futuros desenvolvimentos de vacinas contra o agente em questão. No entanto, o conhecimento para predizer a virulência dos isolados de PCV2 ainda não existe, sendo pouco provável que diferenças na virulência de doenças devidas ao PCV2 expliquem completamente a quantidade notável de variação nas
manifestações clínicas das viroses associadas ao vírus, entre granjas em certos paises ou ao redor do mundo. A imunidade de plantel parece ter também uma grande importância, como se sugere pela observação do declínio da incidência e da gravidade dos casos clínicos de PCVAD no Reino Unido e na Espanha, onde as vacinas não têm sido usadas de modo tão contundente (SEGALES, J. In: Am Assoc Swine Vet, seminar 12 [PCV2/PMWS]. Proceedings... p.21-25. 2006).
Agradecimentos Os autores reconhecem e agradecem o apoio financeiro do National Pork Board Pork Check Off Dollars, do Iowa Livestock Health Advisory Council, dos laboratórios Pfizer Animal Health Inc., Schering Plough Animal Health Inc., Fort Dodge Animal Health Inc. e do US Department of Agriculture National Research Initiative Competitive Grants Program, voltado às pesquisas realizadas com o PCV2 na Iowa State University e no Virginia Polytechnic Institute and State University. Os autores reconhecem e agradecem a colaboração dos Drs. Martin Fenaux e Nicole Juan, do Virginia Polytechnic Institute and State University e do grupo de pesquisa do Dr. Eileen Thacker, da Iowa State University, nos experimentos realizados com o PCV2. Os autores também agradecem a ajuda relativa ao cuidado com os animais, fornecida por Peter Thomas, Paul Thomas, Brian Vanderley, Matt Boogerd, Diane McDonald e a equipe do Animal Resources Laboratory da Iowa State University.
Referências bibliográficas Disponíveis no site: www.suinosecia.com.br Ano VI - nº 33/2009
Sumários de Pesquisa Mycoplasma hyorhinis – Experiência de campo no diagnóstico e controle A claudicação infecciosa pode ser causada por vários patógenos bacterianos, que incluem Streptococcus suis, Haemophilus parasuis, Actinobacillus suis e Erysipelothrix rhusiopathiae (erisipelas). De acordo com dados do Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Universidade de Minnesota, o Haemophilus parasuis (Hps) é a principal causa de claudicação diagnosticada entre os casos submetidos. Adicionalmente, em ordem decrescente de prevalência, o M. hyorhinis, o Streptococcus suis e o Mycoplasma hyosynoviae são as outras mais importantes causas de claudicação nos suínos em crescimento. Dentre essas bactérias, o M. hyorhinis está se tornando o mais freqüente diagnóstico entre os casos de manqueira e tem sido um agente bacteriano com que muitos produtores de suínos não estão tão familiarizados. Então, o que é M. hyorhinis? Em muitas populações de suínos ele é um habitante bacteriano normal do nariz e da garganta. Diferentemente do Mycoplasma hyopneumoniae, o qual a indústria reconhece como a causa primária de doença respiratória de suínos em crescimento, o M. hyorhinis é capaz de causar uma
infecção sistêmica, frequentemente afetando o revestimento dos pulmões e da cavidade abdominal, a superfície do coração e as juntas. Tipicamente, nós temos reconhecido claudicações que são causadas por M. hyorhinis, ocorrendo em animais de terminação que variam de 12 a 15 semanas de idade, mas os suínos podem mostrar sinais de artrite e infecção sistêmica cedo, com três semanas de idade. Frequentemente, o primeiro sinal descrito é o surgimento de simples ou múltiplas manqueiras de aprumos dentro de grupos de suínos. Os suínos afetados são lentos ao erguerem-se, e o processo de levantar-se tende a parecer forçado e doloroso. Uma vez em pé, um suíno afetado tem um passo que parece enrijecido e entrecortado, e mudar o apoio de um membro para outro é comum quando parado. As juntas, frequentemente, irão parecer inchadas e roliças ao tato. Em muitas situações isto tem ocorrido em grupos que não haviam tido nenhuma indicação prévia de manqueira durante o período de crescimento, sugerindo que isto (o agente) possa ser a causa primária de manqueira nesses grupos. Uma razão para o aumento do diagnóstico da claudicação causada por M. hyorhinis é, em parte, o novo teste de Reação em Cadeia da Polimerase (Polymerase
O Mycoplasma hyorhinis, está presente em muitas populações de suínos, sendo um habitante do trato respiratório superior.
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Chain Reaction - PCR), desenvolvido no Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Universidade de Minnesota. Com este teste, não é necessário o cultivo do M. hyorhinis para detectá-lo. Isto tornou mais fácil confirmar a bactéria entre as amostras submetidas; portanto, tem ocorrido um diagnóstico mais freqüente do M. hyorhinis nos casos de manqueiras. Pelas nossas experiências no Centro Veterinário de Suínos, os antibióticos tipicamente utilizados para claudicações causadas por Streptococcus suis, H. parasuis, Actinobacillus suis e Erysipelothrix rhusiopathiae não têm sido de grande efetividade contra o M. hyorhinis. Pelo fato de a bactéria ser difícil de cultivar, as decisões de tratamento têm sido largamente baseadas nos estudos de sensibilidade do M. hyorhinis, que indicaram um aumento de sensibilidade aos antibióticos macrolídeos incluindo a lincomicina e a tilosina. Adicionalmente, foi encontrada uma alta sensibilidade às tetraciclinas. Assim como em qualquer caso de claudicação, o maior sucesso com o tratamento ocorre quando realizado cedo, após o reconhecimento dos sinais clínicos. Quanto mais a decisão de tratamento é retardada, mais pobre tem sido a resposta, o que tem resultado num grande número de animais mancos ao final do período de terminação. Presentemente, não estão disponíveis vacinas para a prevenção da infecção por M. hyorhinis e não foi demonstrada uma proteção cruzada por meio de vacinas para o M. hyopneumoniae. Por isso, estratégias alternativas de prevenção têm sido consideradas. Uma das abordagens inclui a implementação de um programa com antibiótico para ração animal, utilizando um antimicrobiano que tem demonstrado possuir atividade contra o M. hyorhinis num dado sistema ou fluxo prévio ao início previsto das claudicações da terminação. Também deve ser feita uma avaliação crítica dos potenciais estressores no ambiente da baia, incluindo a densidade do lote, Ano VI - nº 33/2009
Sumários de Pesquisa flutuações de temperatura, umidade e disponibilidade de alimento e água. Processos de doenças concorrentes, especialmente aqueles envolvendo infecções virais, como o Vírus da Influenza Suína (SIV), o Vírus da Síndrome Respiratória e Reprodutiva dos Suínos (PRRS) e o Circovirus Suíno (PCV), que causam depressão da função imune, irão levar a um aumento da susceptibilidade dos suínos frente a bactérias oportunistas. Diagnosticar o envolvimento do M. hyorhinis em um caso de manqueira num grupo de suínos é relativamente simples e direto. As amostras desejáveis incluem swabs da articulação, fluido de articulações (pode ser colhido sem eutanásia do suíno) ou porções de membros, incluindo a articulação afetada que deve ser deixada intacta. Amostras de múltiplos animais aumentam a probabilidade de um diagnóstico acurado. Se desejado, um conjunto inteiro de amostras pode ser colhido e submetido para chegarse a um completo diagnóstico. Isto pode ser útil para diagnosticar qualquer outra doença que possa causar perdas de produção no rebanho. As melhores amostras são aquelas tomadas de animais afetados no início do curso da doença, que não tenham recebido tratamento antibiótico recente. As amostras devem ser mantidas em refrigerador ou embaladas em gelo até o transporte. Deve assegurar-se que seja utilizado gelo para o transporte, de modo que as amostras permaneçam refrigeradas até a chegada ao laboratório de diagnóstico. Se o M. hyorhinis é verdadeiramente uma causa emergente de claudicações no período desmame – terminação ou está apenas agora sendo diagnosticado mais frequentemente é difícil dizer. Os casos de manqueiras na terminação têm aumentado em nossa área de prática e muitos desses têm tido um correspondente diagnóstico de M. hyorhinis. Estratégias de tratamento, quando implementadas cedo, após o reconhecimento dos sinais clínicos, têm sido razoavelmente bem-sucedidas, mas nós estamos, ainda, trabalhando Ano VI - nº 33/2009
Os potencias estressores no ambiente como: densidade, temperatura, umidade e disponibilidade de alimento são de fundamental importância para desencadear uma depressão no sistema imune.
com vistas à prevenção, de modo que as incidências de claudicações não impactem as margens limites de ganho dos produtores.
Um Informe sobre Mycoplasma hyorhinis
sanguinolento, às vezes contendo fibrina. Essa doença foi reproduzida experimentalmente em múltiplos estudos e sob diferentes condições. O tratamento das infecções por M. hyorhinis com antibióticos apenas obtém sucesso nos estágios iniciais da doença. O M. hyorhinis é sensível à lincomicina, tiamulina e tilosina. Além da poliserosite e artrite, o M. hyorhinis tem sido associado com inúmeras apresentações clínicas, incluindo rinites, pneumonia, otites, conjuntivites e abortos. Entretanto, o significado do M. hyorhinis nessas apresentações clínicas não é claro.
O Mycoplasma hyorhinis é um habitante comum do trato respiratório dos suínos. A bactéria pode ser isolada da cavidade nasal, tonsilas e pulmões de suínos saudáveis. Acredita-se que ela seja transmitida pela porca aos seus leitões durante as primeiras semanas de vida e entre leitões na creche. Entretanto, sob Gráfico 1: Número de amostras com testes condições favoráveis (estresse positivo e negativo para Mycoplasma hyorhinis ou infecção com outros por PCR durante três meses no Laboratório de patógenos), o M. hyorhinis Diagnóstico Veterinário de Minnesota. pode causar poliserosite e/ ou artrite, pela via sistêmica, principalmente em leitões de creche. Os sinais clínicos incluem febre, dispnéia, juntas inchadas, manqueira, relutância em se movimentar e atraso no crescimento. A poliserosite consiste numa pleurite fibrinosa ou fibrinopurulenta, pericardite e/ou peritonite. Se o leitão sobrevive, as lesões progridem para serosite crônica com formação de adesões. A artrite é caracterizada por hipertrofia e hiperemia da membrana sinovial e infiltração linfocitária com um exudato
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Sumários de Pesquisa aumento na taxa de detecção É importante recordar que o Gráfico 2: Proporção de casos positivos para patógenos desse patógeno. Na maioM. hyorhinis é um organismo respiratórios comuns em suínos, divididos com ria dos casos, o Mycoplasma ubiquitário que se desenvolve resultados de PCR para M. hyorhinis. Nota: um caso hyorhinis parece agir como facilmente em meios de culpositivo é um que teve pelo menos uma amostra um patógeno secundário. Totura e, portanto, o isolamento positiva (nem todas as amostras dentro de um caso davia, ele é um importante do M. hyorhinis de um animal necessitam ser positivas). colaborador para a doença e doente não implica em causamortalidade de suínos em crebilidade. ches na América do Norte. O papel desta bactéria na pneumonia suína tem sido uma questão de debate. O Eliminação do M. hyorhinis é isolado mais Mycoplasma frequentemente em casos de pneumonia do que em pulhyopneumoniae de mões normais. Entretanto, a um rebanho de 560 inoculação experimental de suínos com M. hyorhinis raporcas utilizando a ramente produz pneumonia estrutura de idades e, quando isso ocorre, é pouco severa e observada apenas Ordem de Parto numa pequena percentagem (OP), Lincomicina e de animais infectados. Tulatromicina Durante os últimos anos, temos observado um aumento no número de Introdução: O M. casos de poliserosite por M. hyopneumoniae (Mh) foi hyorhinis. Não está claro se eliminado com sucesso isso reflete um aumento real de um sistema de dois na prevalência dessa doença sítios com 575 matrizes. ou se isto é o resultado de um Vários elementos foram aperfeiçoamento na capacidade considerados importantes para de detectar o M. hyorhinis a bem-sucedida eliminação: devido à introdução da PCR. estabilização da imunidade No Laboratório de Diagnóstico positivos para PRRSV, H. parasuis, S. do rebanho, segregação de todos os Veterinário de Minnesota, todos os suis, P. multocida, B. bronchiseptica animais em crescimento e terminação casos de serosite ou artrite recebidos e vírus da influenza suína (Gráfico acima de 10 dias de idade, uso são testados para M. hyorhinis. 2). A associação com H. parasuis estratégico de antibióticos no rebanho Dentre esses, aproximadamente 55% é particularmente interessante. A de porcas, completo despovoamento das amostras de poliserosite e 12% maioria dos casos de poliserosite é das de artrites são positivas por PCR positiva para ambos os patógenos ou das instalações de creche/terminação, fluxo unidirecional de suínos e controle (Gráfico 1). negativa para ambos (Tabela 1). Isto estrito do trânsito de pessoas. São comuns as coinfecções poderia indicar um mecanismo de Método: Um sistema em dois sítios, com outros patógenos respiratórios sinergia, ou mais provavelmente, que de 575 matrizes, era sabidamente nos casos de poliserosite associados ambos os patógenos são secundários positivo para M. hyopneumoniae com com M. hyorhinis. Na verdade, os a um fator desencadeante comum, tal base em sorologia, sinais clínicos e como uma doença respiratória. casos de M. hyorhinis PCR positivos O Mycoplasma hyorhinis tem exames pós-mortem. As coberturas, são mais prováveis de serem também sido reconhe- gestação e parição aconteciam cido como no Sítio 1. O Sítio 1 também Tabela 1: Percentagem de casos de poliserosite e artrites causa de poli- continha as instalações de creche e positivos e negativos para M. hyorhinis por PCR, divididos com os serosite e ar- aproximadamente 25% da capacidade resultados de PCR para H. parasuis. trite em suínos de crescimento-terminação. Quando H. parasuis durante déca- deixavam a creche, 75% da população POS NEG das. Contudo, em crescimento-terminação era nos últimos transferida para alojamentos fora do POS 40 10 M. hyorhinis anos, nós ob- sítio, Sítio 2. NEG 14 36 servamos um No final de 2005, a estrutura
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Sumários de Pesquisa de idades Ordem de Parto (OP) do rebanho de matrizes foi alterada, utilizando fêmeas OP2 como reposição proveniente de uma granja irmã de status sanitário similar. Uma vez que todo o rebanho era ≥P2, o rebanho de matrizes recebeu duas doses de vacina contra Mh (Respisure, Pfizer), com intervalo de três semanas entre elas. As instalações de creche, crescimento e terminação no Sítio 1 foram completamente despovoadas, lavadas, desinfetadas e secas. Estas instalações permaneceram vazias por quatro semanas antes de receberem leitões desmamados. O Lincocin foi adicionado às rações de gestação e lactação por quatro semanas, na dose de 100 gramas/ ton. Duas semanas após o Lincocin ter sido adicionado às rações das porcas, a idade de desmame foi reduzida para não mais de10 dias para as próximas duas semanas. Todos os leitões desmamados foram levados para fora do sítio. Nenhuma adoção foi permitida durante este período. Os leitões nascidos durante este período de desmame precoce e pelas próximas três semanas receberam injeções diluídas de tulathromycina (Draxxin, Pfizer, 2mg/kg) no dia subseqüente ao nascimento. Após as duas semanas de desmame precoce, o fluxo de leitões foi assumido como negativo para Mh e retomou a creche do Sítio 1. Antes de receberem qualquer leitão negativo (assumido) para Mh da creche do Sítio 1, o Sítio 2 também foi completamente despovoado, lavado, desinfetado e seco. Ele permaneceu vazio por 17 semanas antes de receber leitões negativos (assumido) para Mh. As fêmeas de reposição de uma fonte conhecida como negativa para Mh entraram na terminação do Sítio1 aproximadamente ao mesmo tempo em que os leitões desmamados entraram na creche do Sítio 1. Mais dois carregamentos de fêmeas de reposição entraram três semanas e seis semanas após o primeiro. Um mês após as primeiras reposições negativas (sentinelas) terem sido introduzidas, sentinelas ao acaso foram testadas sorologicamente, a cada mês, no rebanho de porcas. Ano VI - nº 33/2009
As instalações de creche, crescimento e terminação são despovoadas, lavadas, desinfetadas e secas e, após 4 semanas, voltam a ser repovoadas
Leitões foram testados aleatoriamente, a cada mês, no fluxo da creche/ terminação no Sítio 1 e numa terminação fora do Sítio. Foi utilizado o Mh IDEXX como teste preliminar. O Mh DAKO ELISA foi usado como teste diferencial/confirmatório em qualquer possível amostra positiva IDEXX. Resultados: Embora porcas que entraram no rebanho de matrizes como Mh positivas antes de 2006 ainda existam no rebanho, a disseminação do Mh aparentemente não ocorreu, com base em amostragens mensais continuadas nos animais sentinelas e no fluxo de suínos após o despovoamento da creche. A ausência de sinais clínicos e a falta de lesões compatíveis com Mh nas checagens quinzenais ao abate e em necropsias de rotina dão suporte a esta posição. No momento da redação, o teste sorológico das sentinelas do rebanho de porcas e em suínos de terminação no Sítio 1 tem sido Mh negativa por 22 meses (852 amostras), e a terminação fora do Sítio tem sido Mh negativa por 15 meses (283 amostras). Outras evidências de que o Mh não está sendo transferido dentro deste sistema são: • Ausência de sinais clínicos de Mh em qualquer local no sistema; • Ausência de lesões macroscópicas indicativas de Mh durante as necropsias incidentais realizadas pela equipe veterinária; • Ausência de lesões histológicas in-
dicativas de Mh nos tecidos submetidos aos laboratórios diagnósticos; • Ausência de evidências em cultivos ou moleculares (PCR) de Mh em tecidos submetidos aos laboratórios diagnósticos a partir das necropsias incidentais; • Ausência de lesões macroscópicas indicativas de Mh durante checagens ao abate (realizadas quinzenalmente). Discussão: Neste caso, o Mh foi eliminado com os seguintes fatoreschave: • Vacinação contra Mh do rebanho inteiro de porcas duas vezes, com intervalo de três semanas; • Os mais jovens animais Mh positivos ocorreram em fêmeas de segunda parição, antes do início do desmame precoce e da adição de Lincocin na ração das porcas; • Coberturas e parições continuadas; • Lincocin em todas as rações de porcas por um mês (100 gramas/ton.); • Idade máxima de desmame de 10 dias por um período de duas semanas; • Tulathromycina injetada em leitões desmamados precocemente com 1 dia de idade; • Despovoamento da creche e das instalações de crescimento e terminação antes de receberem leitões negativos para Mh. Por: Paulo Roberto da Silveira psouzadasilveira@gmail.com Suínos & Cia
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Recursos Humanos A Lei do Caminhão do Lixo... Um dia peguei um taxi e fui direto para o aeroporto. Estava rodando na faixa certa quando de repente um carro preto saltou do estacionamento na minha frente.
À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar e, às vezes, descarregam sobre a gente.
O motorista do taxi pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro por um triz!
Não tome isso pessoalmente. Apenas sorria, acene, deseje-lhes bem e vá em frente.
O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós.
Não pegue o lixo delas e espalhe sobre outras pessoas no trabalho, em casa ou nas ruas.
O motorista do taxi apenas sorriu e acenou para o cara. E eu quero dizer que ele o fez bastante amigavelmente.
O princípio disso é que pessoas bem-sucedidas (e digo pessoas como pessoas, não como profissionais) não deixam caminhões de lixo estragar o seu dia.
Assim eu perguntei: ‘Por que você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro e nos manda para o hospital!’ Foi quando o motorista do taxi me ensinou o que eu agora chamo “A Lei do Caminhão de Lixo”. Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam por ai carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva e de desapontamento.
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A vida é muito curta. Ame as pessoas que te tratam bem. Ore pelas que não o fazem. A vida é dez por cento o que você faz dela e noventa por cento a maneira como você a recebe! Tenha um dia maravilhoso, livre de lixo! Autor Desconhecido
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Dicas de Manejo Como concluir o diagnóstico clínico e laboratorial de PCV-2 em granjas de suínos.
O diagnóstico clínico e laboratorial são indispensáveis para conduzir adequadas medidas de controle e tratamento das enfermidades que acometem os suínos nas diferentes fases de produção. Segue algumas dicas para conduzir o adequado diagnostico de PCV-2 quando presente em um plantel. Frequentemente presente em animais na fase de crescimento. Caracterizase por apresentar perda de desempenho, desuniformidade do lote, aumento do número de refugos, perda de consumo e susceptibilidade a infecções secundárias.
Lesões macroscópicas como aumento de tamanho dos linfonodos ( inguinais superficiais, mesentéricos e mediastínicos) são lesões características da doença.
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Dicas de Manejo
Outra característica da presença da doença é a pneumonia intersticial.
Nos rins, se observa manchas esbranquiçadas, características de nefrite intersticial.
A dermatite nefropática é visualizada principalmente nos membros posteriores .
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Dicas de Manejo
Transtornos digestivos, onde na maioria dos casos se observa diarréia de diferentes consistências e colorações.
O diagnóstico definitivo da enfermidade se basea na presença de sinais clínicos compatíveis com a doença juntamente com os achados de necropsia e exames laboratoriais. Para exames complementares através de testes indiretos pode ser utilizado soro para pesquisa da presença de anticorpos.
Para testes diretos se busca a presença do vírus em fragmentos de órgãos frescos ou congelados, como tecidos linfóides, pulmão, coração, rim e intestino através da técnica de PCR (Reação de Cadeia pela Polimerase). Outros métodos indiretos seria a Imunohistoquimica e/ou Histopatológico para observação das lesões microscópicas induzidas pelo agente viral. Para este, os fragmentos deverão ser enviados fixados em formaldeído 10%.
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Divirta-se Jogo dos 7 erros
Encontre as palavras Vamos encontrar no diagrama ao lado, quais são as diferentes doenças que tem o vírus como agente etiológico. Doença de Aujeszky Circovirus Febre Aftosa Estomatite Vesicular Parvovirus Influenza Peste Suína Clássica Enterovírus PRRS Rotavírus Coronavírus Suínos & Cia
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S M V R G A S I D E N T E R O V Í R U S M Y M E X R O V R G
S S F F R S N F Q D W L G D R D T D F R S M Z F E S N L F R
D C D G T S J C G T I E T R R T E Y C U N I N O T D J Q G T
F D I O Z Q I O V A Z M X N L G V R B B N R X L Y O I N V Y
A F G H A P A R V O V Í R U S H O N C H L I R L R E U K C H
H E B X X L H O R N H H B X N H A A X N M I C A N N H O Z N
J B B D C T B N K B J B N D B J B N S B W B L K B Ç I J D B
K R H S C E V A A B L N C M D L R H E E K V V F V A X F E T
L E Y Q R Z G V J F L G Y W F L G Y W F L G A J S D G H S I
P A U C V D Y Í G G P Y U S G P Y U S G P Y N I C E A T T R
Q F J W O D O R O H O T J Z H O T J Z H R T T H H A V G O A
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W O I E Z R C S O M U C K A M U C K A M S C G T M J R F A I
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Y Z O Í C Q F L Q I Q Z O E I Q Z O E I Q Z O A I S N A E H
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Divirta-se
Caso Clínico Uma granja de 600 matrizes de ciclo completo localizada no interior de São Paulo, apresenta sinais clínicos de febre, prostração, decúbito lateral, opstótono, movimentos de pedalagem, aumento de volume da articulação do carpo e tarso (direito/esquerdo), cianose das extremidades, opacidade de córnea, secreção ocular com coloração escura e dificuldade respiratória. Apresenta alta morbidade e acomete leitões de diferentes idades. Os achados de necropsia observados incluíam na cavidade torácica, aderência do saco pericárdio na região do esterno, o liquido deste apresentava-se aumentado e com coloração escurecida; focos de pleurite presente nos lobos apicais e diagramáticos com presença de aderência interlobular . A consolidação pulmonar afetava principalmente os lobos apicais por volta de vinte cinco por cento. No sistema locomotor as lesões macroscópicas observadas são, aumento do liquido sinovial de coloração leitosa em ambas as articulações. O sistema nervoso central apresentava aumento de liquido na cavidade craniana, o liquido cefalorraquidiano estava levemente amarelado. Com estas informações vamos assinalar abaixo qual o agente envolvido nesta patologia? (
) Actinobacillus pleuropneumoniae
(
) Doença do olho Azul
(
) Streptococcus suis
(
) Haemophilus parasuis
(
) Erisipelotrix rusiopatiae
(
) Actinobacillus suis
Teste seus conhecimentos A Síndrome de Metrite, Mastite e Agalaxia (M.M.A), caracteriza-se por uma supressão total ou parcial da lactação, ocorrendo em fêmeas até 72 horas após o parto. Com frequência, observa-se anorexia (perda de apetite) e febre (acima de 39,8 °C). Vamos assinalar abaixo quais são os fatores predisponentes que desencadeiam esta síndrome? Ano VI - nº 33/2009
(
) Excesso de leitão
(
) Parto distócico
(
) Falta de água
(
) Idade
(
) Calor
(
) Agitadas
(
) Alimento no dia do parto
(
) Nervosismo (Estresse)
(
) Limpeza
(
) Genética
(
) Sistema All In All Out
(
) Constipação
(
) Retenção fetal ou placentária. Suínos & Cia
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Divirta-se
Jogo dos 7 erros
Teste seus conhecimentos ( ) Excesso de leitão ( X ) Falta de água ( X ) Calor ( X ) Agitadas ( X ) Nervosismo (Estresse) ( ) Genética ( X ) Constipação ( X ) Parto distócico ( ) Idade
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S S F F R S N F Q D W L G D R D T D F R S M Z F E S N L F R
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Suínos & Cia
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A F G H A P A R V O V Í R U S H O N C H L I R L R E U K C H
H E B X X L H O R N H H B X N H A A X N M I C A N N H O Z N
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I P C L D I F U C L N K E J H V A J X H L D J N X F L J U S
L D U Á N A Z U A H B Z F Z G B Z U Z G S U H I G B F U L G
O X N S D W X N A F L X N K F N X N A D N U F H A R O E A F
R S M S S R S H Q C M N M Q F M S M H C R A M I C M B M R C
L W B I D L W B C D K S H A G Y W B W R V W B W B L D B W D
D R T C R Y I N F L U E N Z A P L H E X O E H E X A D H E X
( X ) Alimento no dia do parto ( ) Limpeza O D Y A S O D Y D S V D Y D C T L F B O R O T A V Í R U S G
K C T H A B V C X R D O R F Z K C T S Z K C T F Z K C E F Z
( ) Sistema All In All Out ( X ) Retenção fetal ou placentária.
Caso Clínico (
) Actinobacillus pleuropneumoniae
(
) Doença do olho Azul
(
) Streptococcus suis
( X ) Haemophilus parasuis (
) Erisipelotrix rusiopatiae
(
) Actinobacillus suis
Ano VI - nº 33/2009
Seu patrimônio com proteção comprovada por todo Brasil em
MILHÕES
DE ANIMAIS VACINADOS
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