SUÍNOS&CIA - REVISTA TÉCNICA DA SUINOCULTURA
ANO VII - Nº 40/2011
Editorial
A palavra sustentabilidade está em alta. Abordada e debatida em dez de cada dez discursos ou palestras, se tornou, na verdade, um princípio, segundo o qual a utilização dos recursos naturais deve satisfazer às necessidades das atuais gerações de modo racional, para não comprometer as necessidades das gerações futuras. Este princípio é aplicável dentro de uma pequena organização, um bairro, uma cidade e em todo o planeta. Ser sustentável significa ser ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo. E é claro que esse princípio também chegou à suinocultura, pois se tornou uma vantagem competitiva. Afinal, o consumidor exige que os produtos sejam controlados na origem e provenientes de empresas sustentáveis. A ideia de sustentabilidade foi utilizada pela primeira vez durante uma conferência das Nações Unidas realizada em Estocolmo, na Suécia, em 1972. Prestes a completar 40 anos, este conceito foi ampliado e difundido para todo o planeta, com o advento da globalização. Com isso, diversos congressos têm abordado exaustivamente o tema, nas mais diversas áreas da economia. A 6ª edição do Suinter, realizada em Foz do Iguaçu, destacou este conceito em todos os seus debates, transferindo aos participantes informações sobre como se deve obter um crescimento sustentável na suinocultura. Devido à importância da preservação do planeta, adotar práticas e medidas que garantam uma produção sustentável não é apenas uma opção, mas um dever de todos que se preocupam com o futuro. A sustentabilidade do presente é o caminho para um futuro repleto de recursos naturais. Boa leitura!
Índice 6
Entrevista Tecnologia da informação na suinocultura
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Reprodução Condições ambientais e instalações: influência sobre a saúde do cachaço e a qualidade seminal
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Sustentabilidade As novas tecnologias de informação e suas aplicações na produção de suínos: fundamentos para um futuro imediato
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Sanidade Experimentos controlados de campo: necessidades e princípios
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Sumários de Pesquisa
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Reportagem 6º Suinter comemora sucesso e reúne participantes de 9 países
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Recursos Humanos O desafio de ser simplesmente elegante
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Jogo Rápido Dr. Miquel Collel pergunta: Sua granja realiza adequado manejo dos animais terminados nas fases de transporte e pré-abate?
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Índice
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Dicas de Manejo Transporte dos animais na fase de pré-abate
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Divirta-se Encontre as Palavras Jogo dos 7 erros Relacione as Colunas Qual o seu diagnóstico?
Expediente Revista Técnica da Suinocultura A Revista Suínos&Cia é destinada a médicosveterinários, zootecnistas, produtores e demais profissionais que atuam na área de suinocultura. Contém artigos técnicocientíficos e editorias instrutivas, apresentados por especialistas do Brasil e do mundo.
Editora Técnica Maria Nazaré Lisboa CRMV-SP 03906
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Ilustrações
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Entrevista Tecnologia da informação na suinocultura Carlos Piñeiro defende a utilização de modernas ferramentas de comunicação nas granjas e garante que sua implementação é fácil e pode gerar resultados excelentes para os produtores Médico-veterinário graduado pela Universidade Complutense de Madri e pós-graduado pelo European College of Swine Health Management, Piñeiro possui especialização em Estudos Avançados em Produção Animal e Avaliação de Impacto Ambiental, ambas pela Universidade Politécnica de Madri. É membro da Força-Tarefa de Nitrogênio Reativo (UNECE, Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa) e do grupo de trabalho espanhol para a revisão da Diretiva IPPC (Integrada de Prevenção e Controle da Poluição). Atualmente, também é diretor do PigCHAMP na Europa. Piñeiro aposta que a tecnologia da informação irá revolucionar a suinocultura mundial e, para ele, muitas decisões, hoje, são tomadas com absoluta falta de informações sobre o que acontece nas granjas. Mas com a adoção desta tecnologia, será possível melhorar a qualidade e, consequentemente, os resultados do trabalho. Nesta entrevista, ele fala sobre as oscilações do mercado, cada vez mais competitivo, os problemas enfrentados por grandes países produtores de suínos, como a manutenção da eficiência produtiva a baixo custo, e qual será o papel do veterinário em futuras tomadas de decisões.
Suínos&Cia - Sendo médico-veterinário, como aconteceu o seu envolvimento na área de gestão e o que isso lhe proporcionou em termos de oportunidades? Carlos Piñeiro - Foi uma questão de necessidade, pois quando comecei a atender granjas, no início dos anos 90, muitas delas ainda não tinham sequer um software de gestão. Após promover sua implantação de modo generalizado, vimos que muitos produtores o utilizavam de maneira mais ou menos rotineira, porém, somente para gerar as fichas das porcas, as listas de trabalhos a executar na granja e algum resumo bastante simples de produção. Como veterinário, precisava entender o que ocorria nas granjas, quais eram as causas dos problemas, como se poderia intervir antes que eles se agravassem ou até evitar que aparecessem. Isso me fez analisar e conhecer a fundo os recursos dos melhores softwares existentes até então, comprovando que muito raramente se aproveitava tudo o que eles podiam oferecer. Por outro lado, percebemos que as necessidades dos produtores iam mudando e que eles precisavam de apoio frente a essas mudanças, sendo incapazes, na maioria das vezes, de encontrar soluções por si só no software, já que era necessária uma formação muito especializada para efetuar as análises pertinentes. Com o andamento do processo fomos 6
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comprovando que muitos suinocultores e veterinários não tinham tempo ou formação para se dedicar à geração de informações complexas, preferindo que alguém fizesse essa tarefa por eles. Foi assim que assumimos totalmente o trabalho de atender à gestão da informação nas granjas, desde a coleta adequada de dados, o processamento deles e a geração de relatórios sob medida para cada granja, empresa produtora ou veterinário, utilizando todas as ferramentas necessárias para isso, incluindo softwares de gestão de granjas, pacotes de análises estatísticas e, inclusive, softwares de edição. Suínos&Cia - Algumas empresas ainda tomam decisões por impulso ou diferentes razões, sem considerar as áreas de oportunidades que realmente podem proporcionar retornos rápidos e satisfatórios. Na sua experiência, o que falta na suinocultura para mudar este quadro? Carlos Piñeiro - Isso é absolutamente certo. É admirável como se toma decisões de grande repercussão com uma extraordinária falta de informação sobre o que ocorre nas granjas, o que eleva de modo notável o risco dessas ações. Inclusive em empresas com produção de bom nível observam-se problemas de fácil solução, que não foram adequadamente detectados. Assim, questões relacionadas com
a idade ideal para a primeira cobertura, levantamentos de dados desequilibrados, ritmos de entrada de nulíparas, tipos de perdas de gestação e características da mortalidade (ou curvas de crescimento e consumo de ração) em maternidades, creches e engordas são frequentemente mal compreendidas ou ignoradas e, portanto, não atendidas. Partindo desse ponto de vista, a gestão eficiente na entrada de dados, seu processamento e geração rotineira de informações com os indicadores-chave em cada fase de produção, juntamente com alguém formado em sua interpretação, devem ser a chave que permita dar um salto de qualidade. Este último ponto é absolutamente chave, ou seja, deve haver algum técnico ou veterinário que interprete os indicadores e proponha ou decida as ações a tomar com base nesses dados. Suínos&Cia - Atualmente, a evolução da tecnologia de informação está pouco presente no mundo da suinocultura. Como introduzir e acelerar o uso desta ferramenta nos sistemas de produção? Carlos Piñeiro - Até agora, os sistemas que chegavam às granjas eram derivados de outros setores da sociedade e com pouca adaptação às características do segmento agropecuário. Eram complexos, requeriam muita formação e bastante apoio técnico para serem bem aproveitados. Ano VII - nº 40/2011
Entrevista Por outro lado, só nos últimos tempos as tecnologias de comunicação (TICs) atingiram a eficiência necessária para poder chegar ao usuário de modo confiável e barato. E, no âmbito agropecuário, além disso, há um custo muito baixo. Por isso podemos dizer que já podem ser consideradas tecnologias low cost. Portanto, sua implementação agora é mais fácil do que nunca, já que existem sistemas de uso muito simples em granjas, e as comunicações atuais fazem com que os dados possam ser transmitidos corretamente. Por outro lado, os conhecimentos para gerar a informação e o serviço de consultoria já existiam, sendo a sua aplicação muito mais simples e efetiva quando se dispõe de todo o conteúdo anterior. Suínos&Cia - Como enfrentar a realidade de mercado no que se refere a oscilações de preços, tanto de venda como de compra, exigências ambientais e de consumidores, entre outros temas que exigem do empreendedor ser cada vez mais competitivo em relação aos custos de produção? Carlos Piñeiro - Está bem claro que não podemos controlar os preços do mercado e, portanto, só nos resta uma alternativa, que é controlar os custos de produção. Os suinocultores devem procurar atingir níveis de produção melhores do que nunca, com dois objetivos: manter o custo de produção abaixo do de venda, ainda que este seja baixo, e tentar ser um pouco melhor do que a concorrência. Por outro lado, a suinocultura vem apresentando, tradicionalmente, uma ampla margem de melhoria, que apesar de ter sido reduzida, continua existindo. Essa melhora só pode ser obtida mediante a implantação e o uso de sistemas de gestão de dados, o que nos permite conhecer bem a nossa granja ou cooperativa, detectar problemas e reagir de modo muito precoce. Esse ajuste fino no controle da produção, aplicado entre a análise e a monitoria dos dados, é a única maneira de manter a eficiência a baixo custo, que é o conceito-chave a ser obtido pelos produtores para se manter, eficientemente, no negócio. Suínos&Cia - A suinocultura está sempre aberta à adoção de novas tecnologias, mas nem sempre se consegue implementá-las devido a diferentes fatores ou à falta de Ano VII - nº 40/2011
estabilidade da própria atividade. Pela sua experiência, o que pode ser feito para fazer com que esses processos cheguem mais rápido às granjas? Carlos Piñeiro - Provavelmente o fator mais importante seria conseguir que as novas tecnologias se integrassem com simplicidade e naturalidade nas rotinas dos funcionários de granja. Se isso não for possível, o restante será impossível. A tecnologia não deve ser uma barreira, como até agora tem sido, mas exatamente o contrário. Temos de vê-la como a ferramenta que nos permitirá dar o salto de qualidade na produção do século XXI. Cada vez mais vai se definindo a chamada produção animal de precisão, e só poderemos obter as enormes vantagens que se derivam da sua implantação quando estes sistemas forem rotina nas granjas.A capacitação, como em tantos outros âmbitos, terá um papel determinante. Suínos&Cia - Analisando resultados e participando da evolução da suinocultura em diferentes partes do mundo, em sua opinião, qual o maior problema a ser enfrentado nos países que são grandes produtores de suínos? Carlos Piñeiro - Quando observamos as condições dos produtores em países muito diferentes, vemos que os fundamentos são, em geral, extraordinariamente comuns, ainda que as prioridades, em muitos casos, sejam definidas pelas diferenças locais, sanitárias ou regulatórias. Considerando estas questões, situa-
ria como problema principal a manutenção da eficiência produtiva a baixo custo, ainda que em alguns lugares do mundo, as margens continuem sendo muito boas e permitam benefícios notáveis, inclusive para produtores de pequeno porte. Em segundo lugar estaria a garantia da segurança alimentar, tanto com relação a zoonoses quanto a resíduos medicamentosos ou contaminantes, como dioxinas. Por último, viria a implementação de técnicas ou procedimentos que minimizem as emissões contaminantes, tanto à água, como à atmosfera. Muito interessante é o fato de, nestes três pilares, as TICs terem papéis fundamentais para integrar a produção de modo rotineiro. Suínos&Cia - Da mesma maneira, qual a sua visão em relação ao pequeno produtor? Carlos Piñeiro - Os pequenos produtores têm sido os grandes esquecidos do sistema produtivo, já que as economias de escala têm jogado sempre contra eles. Qualquer questão seria mais difícil de se integrar no seu sistema, seja por custo, falta de estrutura ou formação. Por outro lado, eles são fundamentais em muitas sociedades, uma vez que a sua integração no meio rural representa a chave para fixar a população e evitar abandonos e desequilíbrios muito difíceis de serem corrigidos. Além disso, sua atuação como pequena ou média empresa traz elementos muito dinamizadores e de grande valor para a economia local. Agora, estas tecnologias, por sua simpliSuínos&Cia
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Entrevista cidade e baixo custo, podem integrar-se de maneira muito simples na rotina destes produtores, o que melhorará sua competitividade e sua posição dentro da cadeia produtiva da carne suína, a um nível que nunca teriam podido alcançar. Portanto, é bastante provável que os pequenos produtores sejam os grandes beneficiados, por poderem ascender pela primeira vez a sistemas e padrões de qualidade impossíveis até então. Suínos&Cia - Você acredita que ainda existem muitas oportunidades que poderiam ser mais bem aproveitadas no competitivo mercado de produção animal, independentemente do tamanho ou situação geográfica? Carlos Piñeiro - Certamente, e elas aparecerão em grande velocidade nos próximos anos. As comunicações têm deixado de ser um problema no mundo e sua evolução e melhoria são constantes. Ou bem ou mal, podemos nos comunicar por diferentes vias praticamente em qualquer lugar do mundo, e a tendência é melhorar a velocidade, aumentar a cobertura e diminuir os custos. Esta situação nos abre possibilidades até agora impensáveis no segmento da produção animal, já que o isolamento que se buscava, por razões principalmente sanitárias ou de biossegurança, deixou de ser um inconveniente para a gestão da informação. Podemos dizer que a localização das granjas deixou de ser relevante, pelo efeito da comunicação e da gestão da informação.
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Suínos&Cia - Qual será o caminho para se adequar às exigências ambientais de produção animal? Carlos Piñeiro - Sentido comum e simplicidade. Muitas vezes, em cursos de capacitação para nossos clientes, lhes dizemos que quão melhores produtores forem, mais “verdes” serão, já que deixarão os nutrientes, como proteína e energia, onde quiserem, no animal ou em forma de carne ou leite, em vez de desperdiçálos e eliminá-los no meio ambiente na forma de amoníaco e metano, contaminantes controlados pelas organizações internacionais. As técnicas simples e de baixo custo, como as nutricionais, o projeto adequado de alojamentos e as aplicações no campo com critérios agronômicos serão a referência. Suínos&Cia - Qual a sua visão com relação à mão de obra, quando adotada a alta tecnologia da informação? Carlos Piñeiro - O pessoal de granja opera com desenvoltura os sistemas de alimentação, os programas sanitários e de biossegurança, os sistemas de calefação e ventilação, tendo-os já bem introduzidos em suas rotinas de trabalho. As novas tecnologias da informação para granjas estarão nesse mesmo nível. Atualmente, praticamente nenhum trabalhador de granja tem grandes dificuldades para operar um telefone celular ou a internet, como usuário básico, e não será diferente com relação às tecnologias mais recentes.
Suínos&Cia - Monitorar e conhecer diariamente informações como temperatura, umidade relativa, consumo de água e energia, praticamente online, são recursos disponíveis hoje no mercado que, certamente, podem contribuir para a redução dos custos de produção. Como se pode implantar e monitorar este sistema na rotina das granjas e qual a sua relação custo/ beneficio? Carlos Piñeiro - Sabemos que são parâmetros muito importantes e estamos continuamente interessados no seu controle, porém, não o fazemos com eficácia. Colocamos termômetros nas salas, os quais verificamos de vez em quando, às vezes registrando as temperaturas, porém, sem analisá-las. Sabemos quanto devem beber os animais e quão importantes são essas quantidades em algumas fases, como a maternidade, porém, realmente não sabemos o que estão bebendo, se o padrão é o esperado, se há desvios e quando ocorrem, para poder intervir. É importante tanto a interrupção do consumo, por afetar o rendimento dos animais, quanto o excesso, por gerar dejetos desnecessários. Com o consumo de eletricidade ocorre algo parecido. Estamos encontrando grandes deficiências em granjas devido a pequenas avarias e derivações de energia, que significam gastos elevadíssimos e desnecessários. Talvez não seja este o parâmetro de maior destaque a ser analisado, mas é o que tem a rentabilidade mais visível, já que a conta da companhia de eletricidade passa a diminuir, praticamente, desde o primeiro mês após a correção dessas deficiências. A instalação destes sistemas tem seguido uma evolução parecida com a que comentávamos antes. Agora são sistemas muito simples, cuja instalação é muito rápida e de custo acessível, já que os preços têm baixado bastante. Além disso, a informação é enviada por cartão telefônico, sem que haja necessidade de WiFi, permitindo que possamos controlar em tempo real, por exemplo, a temperatura das creches, o consumo de água nas maternidades ou os gastos gerais com energia elétrica, evitando picos de consumo e custos adicionais desnecessários. Se algum parâmetro sai dos limites estabelecidos, como a temperatura nas creches abaixo de 18ºC, pode-se enviar mensagens por SMS a um celular para corrigir o problema o quanto antes, evitando complicações. Ano VII - nº 40/2011
Entrevista Suínos&Cia - Os desafios para os produtores de suínos estão aumentando, seja em termos econômicos, exigências regulatórias e até pressão social. A solução para enfrentar esses desafios é ter maior eficiência e controle de custos. Como aplicar tudo isso de forma prática nas granjas? Carlos Piñeiro - Creio que tudo o que foi colocado anteriormente pode complementar bem a essa pergunta. Devemos monitorar mais do que nunca a nossa produção para conseguir os objetivos técnicos e econômicos estabelecidos e reagir aos desvios rapidamente. Isso inclui indicadores de origem dos animais, como leitões desmamados, carne produzida, consumos de ração, entre outros, e de ordem física, como temperaturas, consumos de água e energia elétrica. Uma vez implementadas e introduzidas na rotina das granjas, estas técnicas nos permitirão obter níveis de produção de alta qualidade, impensáveis até então e com uma notável redução nos custos. É importante ressaltar que tudo será dirigido no sentido de incrementar a capacidade e a velocidade de reação ante a problemas cuja resolução, até então, não era possível. Suínos&Cia - Pode nos explicar como relacionar a qualidade de informação no momento adequado com o pessoal devidamente capacitado? Carlos Piñeiro - A chave destes sistemas é a geração de informação na forma adequada, que chegue até a pessoa correta no momento oportuno. Se não for assim, geraremos confusão. O pessoal de granja necessita de informação distinta da fornecida ao veterinário e precisa dela em determinados momentos. Não tem sentido divulgar uma lista de porcas hipoprodutivas, uma vez que elas já tenham sido cobertas, além do mais, essa informação é útil ao encarregado da granja, mas não ao veterinário. Este, por sua vez, necessitará de outras informações para fazer seu trabalho e dar as recomendações, tais como estrutura da coleta de dados, tipo de repetição de cio e as variações, mortalidade, suas causas e sua evolução temporal, além da influência de todos os fatores presentes em cada granja, como genética, idade à cobertura, resultado dos planejamentos sanitários ou medicamentosos. Por último, o gerente precisará ter uma visão geralmente mais ampla, incluindo indicadores econômicos, como ROI de implementação de uma vacina, resultaAno VII - nº 40/2011
dos da mudança de uma linha genética. Se enviarmos informação distinta da necessária a cada um deles, geraremos confusão e ineficiências. Cada um deles deve estar adequadamente capacitado para conhecer e compreender os indicadores necessários para o seu trabalho. Suínos&Cia - Como as aplicações das tecnologias da informação podem auxiliar os produtores na tomada de decisão? Carlos Piñeiro - Poderão trazer informação valiosa e adequada no momento oportuno, de maneira rápida, quase instantânea. Com o conhecimento e o profissionalismo existente atualmente nesse setor, a tomada de decisões melhorará enormemente, o que resultará em melhorias na produção, com custos mais baixos. Este será um fator-chave para a sustentabilidade do setor; então, não só o faremos melhor, mas também poderemos demonstrá-lo mais facilmente ao cliente final, sejam grandes redes de compra ou consumidores, o que aumentará o grau de confiança deles. Suínos&Cia - Qual a sua visão de como será gerada a informação e qual será o papel do veterinário na tomada de decisões na suinocultura? Carlos Piñeiro - Um dos aspectos mais interessantes desta implantação serão as consequências sobre o trabalho do veterinário, que no geral será muito beneficiado. Poderemos desenvolver um trabalho com mais qualidade sobre o que realmente é a nossa função: a con-
sultoria, evitando tarefas que até agora eram inevitáveis, como visitas de controle, entrada de dados e geração de relatórios, às vezes densos e pouco acessíveis. Ao dispor de toda esta informação de qualidade, o trabalho do veterinário será melhor e mais eficaz, permitindo o controle de muitos parâmetros sem a necessidade de estar sempre fisicamente presente. A geração automática de relatórios, tanto de granjas individuais como de grupos, ajudará também a estabelecer pautas de vigilância e intervenção precoce, de elevado retorno. Um aspecto a ser particularmente beneficiado será a monitoria da sanidade, já que poderemos dispor com facilidade de mapas de doenças em tempo real, o que favorecerá o controle epidemiológico, tanto das doenças de impacto econômico como das de declaração obrigatória, o que nos auxiliará a estabelecer planos de controle precoces e mais eficazes. Também será favorecido o controle e a revisão do pessoal nas granjas, melhorando o trabalho e a organização dos recursos humanos. Será mais fácil do que nunca encontrar padrões que, até agora, eram impossíveis de se controlar com o grupo de animais já encerrado, salvo a posteriori, como consumos de ração, de medicamentos, resultados de nossas recomendações sanitárias. Creio que, como veterinários, teremos uma oportunidade magnífica de melhorar a qualidade e os resultados do nosso trabalho quando incorporarmos as rotinas das TICs entre as nossas atividades. Suínos&Cia
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AReprodução conteceu Condições ambientais e instalações: influência sobre a saúde do cachaço e a qualidade seminal Introdução A temperatura ambiental elevada causa alterações nos mecanismos de termorregulação do escroto e dos testículos, afetando a função reprodutiva quando a temperatura ambiental ultrapassa a zona termo neutra. O estresse devido ao calor, nos cachaços, leva a uma diminuição da produção e da qualidade seminal, incrementando o número de formas anormais, reduzindo a motilidade e a concentração do ejaculado e diminuindo a libido. Se a temperatura ambiental ultrapassa os 28ºC ou 30ºC, de 2 a 3 dias, desencadeia-se o chamado estresse por calor no cachaço, o que leva a uma piora da qualidade seminal, a qual se faz evidente 1 a 2 semanas mais tarde e dura, pelo menos, de 6 a 7 semanas. Nas centrais de inseminação os cachaços devem ser protegidos das temperaturas extremas e, sobretudo, das flutuações rápidas de temperatura. Devido ao grande avanço genético, hoje em dia os cachaços apresentam menor quantidade de gordura dorsal, o que nos obriga a adotar um sistema de controle ambiental artificial que assegure o máximo conforto dos animais e evite as mudanças de temperatura no interior das instalações.
relação a infraestruturas sanitárias e localização de uma central de inseminação artificial. R. D. 1135/2002, de 31 de outubro de 2002 (BOE de 20/11/02): na qual se ditam as normas mínimas para a proteção dos suínos, popularmente conhecida como “lei do bem-estar animal”. Com relação aos cachaços, ela os define como animais machos da espécie suína pós-puberdade e que se destinam à reprodução, e com respeito às condições dos alojamentos deles, nos deixa muito poucas opções, já que determinam que as baias dos cachaços deverão ser localizadas e construídas de forma que eles possam girar a 360º, ouvir, cheirar e ver os demais suínos. O espaço de piso livre de obstáculos, à disposição
Rafael T. Pallás Serviços Técnicos Veterinários KUBUS S.A.
de um cachaço adulto, deverá ser de, no mínimo, 6 m². Quando os recintos também forem utilizados para procedimentos de cobertura, a área de piso à disposição de um cachaço adulto deverá ser de, no mínimo, 10 m², e o recinto deverá estar livre de qualquer obstáculo. As normas em questão entraram em vigor em 1º de janeiro de 2003 para todas as instalações que foram construídas, reconstruídas ou que começaram a ser utilizadas pela primeira vez a partir da referida data e para todas as instalações a partir de 1º de janeiro de 2005.
Projeto e instalações O projeto e o manejo da central de
Normativa aplicável às centrais de inseminação A legislação espanhola vigente para autorizar o funcionamento de uma central de inseminação é a seguinte: R. D. 1148/1992, de 25 de setembro de 1992 (BOE de 21/10/1992): na qual se ditam os requisitos necessários para a autorização das centrais de coleta de sêmen. R. D. 324/2000, de 3 de março de 2000 (BOE de 08/03/2000): na qual se ditam as normas a serem seguidas com 10 48
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Figura 1 - Ciclo produtivo e reprodutivo do suíno quanto à temperatura
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inseminação (CIA) influem no comportamento sexual dos cachaços, na eficácia de movimentação dos animais, na eficiência relativa à coleta do sêmen, na produção de sêmen e na segurança dos funcionários. No projeto da central de inseminação deve-se levar em conta a segurança dos funcionários durante a movimentação dos cachaços para os setores de estimulação, na coleta do sêmen e também quando os animais finalizam a ejaculação e retornam às suas baias.
Estresse e condições ambientais Muitos são os fatores que influenciam na produtividade da CIA e, mais concretamente, dos cachaços. Alguns são do tipo social, nos quais se demonstra que a libido e a qualidade dos ejaculados
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diminuem naqueles animais submetidos a condições de isolamento, sem contato com outros, machos ou fêmeas. Outros fatores estão relacionados às condições ambientais e, entre estes, temos: Luz: a qualidade seminal não parece ser afetada de modo significativo pelo efeito da luz. Aumentar a intensidade e a duração da luz é o que pode ter efeito na diminuição da idade para o início da puberdade. Tem-se demonstrado que futuros reprodutores expostos a 15 horas de luz desde os 3 meses de idade apresentam uma libido melhor. Segundo Martín Rillo (1982), a duração ótima de luz varia de 10h a 16h. Dias mais longos levam a diminuições na capacidade fecundante e, se mantivermos os reprodutores na escuridão completa, serão produzidas alterações consideráveis, tanto qualita-
tivas como quantitativas. A intensidade luminosa recomendável para uma CIA é de 300 lux. Estação do ano: sabemos que o suíno selvagem possui uma reprodução estacional, o que nos leva a assumir a possibilidade de que o suíno doméstico também possa ter uma resposta estacional. Na Europa, a estação de cobertura para o suíno selvagem macho vai de janeiro a maio, enquanto a fêmea permanece em anestro de junho a dezembro. No caso do suíno doméstico, a produção de sêmen parece ter o seu pico mais alto entre setembro e fevereiro, em comparação com o período de março a agosto. As diferenças entre o suíno selvagem e o doméstico podem ser devidas à disponibilidade de alimento, alojamento e manejo. Temperatura: é o fator de meio
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ambiente que mais influi sobre a capacidade do suíno em manter sua própria temperatura corporal, não estressar-se e não adoecer. Existem numerosos trabalhos nos quais se estuda como a temperatura afeta a qualidade seminal. As temperaturas baixas não parecem causar problemas no cachaço (exceto se estiverem abaixo dos 10ºC). Isso, possivelmente, se deve ao fato dos cachaços aumentarem a ingestão de alimento para poder conservar alta a sua temperatura corporal. Ao contrário, as temperaturas altas são mais negativas. Quando estão acima dos 40ºC, reduzem tanto a produção quanto a motilidade dos espermatozóides durante um período de
2 meses. Se as temperaturas ultrapassam os 45ºC durante 3 dias, as formas anormais aumentam e aparecem no ejaculado entre 2 e 6 semanas depois de iniciado o estresse térmico. Além disso, o estresse por calor aumenta os níveis proteicos no ejaculado e as referidas proteínas, similares à albumina básica, estão associadas à diminuição da sobrevivência dos espermatozóides no sêmen conservado tanto por refrigeração como por congelamento. Ciereeszko e cols., em 2000, identificaram mudanças dramáticas na atividade da acrosina, entre julho e outubro, relacionadas às altas temperaturas ambientais. O intervalo de tempo entre o iní-
cio do estresse térmico e a aparição das alterações espermáticas indica que as temperaturas elevadas atuam negativamente sobre a espermiogênese (período IV da espermatogênese), mas não sobre as fases iniciais dela. No entanto, Trudeau & Sandford, em 1986, observaram que as baixas estacionais da qualidade seminal, em alguns casos, eram produzidas inclusive antes da temperatura ambiental aumentar, motivo que os levou a pensar que poderiam estar relacionados com variações endócrinas induzidas pelo foto-período. Em condições extremas, observa-se que o efeito negativo das tempe-
Tabela I UMIDADE RELATIVA %
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22,8 23,3 23,9 24,4 25,0 25,0 25,6 26,1 26,1 26,7 27,2 27,2 27,8 28,3 29,4 30,0 30,0 30,6 31,1 31,7 32,8
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20,6 20,6 21,0 21,7 22,2 22,2 22,8 22,8 23,3 23,3 23,9 23,9 24,4 24,4 25,0 25,0 25,6 25,6 26,1 26,1 26,7
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17,8 17,8 18,3 18,3 18,9 18,9 19,4 19,4 20,0 20,0 20,6 20,6 21,0 21,0 21,0 21,7 21,7 21,7 21,7 21,7 22,2
Suínos&Cia
Ano VII - nº 40/2011
Reprodução
raturas elevadas se agrava quando vem associado a períodos longos de luz, o que leva a uma destruição seletiva das células germinais, alterando a maturação espermática no epidídimo. Em linhas gerais, quanto à temperatura, o suíno segue o ciclo produtivo e reprodutivo ilustrado na figura 1. Umidade: o grau higrométrico tem uma influência direta sobre a eficácia reprodutiva do cachaço, sendo recomendável uma umidade relativa do ar em torno de 60% a 75%. A falta de umidade potencializa as alterações espermáticas devido às temperaturas altas. Índice de calor: denominamos
Ano VII - nº 40/2011
índice de calor a relação da temperatura com a umidade, já que a sensação térmica é maior quando se combinam altas temperaturas com umidades relativas também altas, em comparação a altas temperaturas acompanhadas de umidades relativas baixas. Por isso, toda CIA deve ter por objetivo manter os cachaços abaixo de um índice de calor de 29ºC. A tabela I nos mostra o índice de calor para diferentes temperaturas e umidades, na qual a área sombreada indica a combinação de temperatura e umidade com um índice de calor inferior a 29ºC. Gases: as concentrações admissíveis de gases em uma CIA são de 0,35
ppm para o CO2; 0,01 ppm para o amoníaco e 0,002 ppm para o sulfídrico. Ventilação: cada cachaço necessita de um volume de ar com ventilação forçada da ordem de 100 m3/hora (mínimo) e 500 m3/hora (máximo), sendo a velocidade do ar no nível dos animais entre 0,2 e 0,7 m/s. A temperatura também está relacionada com a velocidade do ar na altura dos animais, o que faz com que temperaturas que poderiam ser corretas deixem de ser com uma velocidade de ar inadequada. Esta relação é conhecida como valor Cata (Boxtel, janeiro de 1991). Na tabela II ilustra-se o valor Cata, no qual vale des-
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Reprodução tacar que o valor ótimo ou de conforto (29 no cachaço, se relacionarmos a uma temperatura de 22ºC e uma velocidade do ar de 0,3 m/s) pode ser alcançado a uma temperatura mais baixa, caso haja menor velocidade de ar.
Instalações A Normativa R. D. 1135/2002, popularmente conhecida como “lei do bem-estar animal” nos deixa poucas opções quanto ao projeto do alojamento dos cachaços, uma vez que permite apenas celas individuais de, pelo menos, 6 m2 livres de obstáculos. A referida lei proíbe o alojamento dos machos em jaulas desde 1º de janeiro de 2005. O alojamento em baias é mais
mentos de 6 cm; ou parcialmente ripado (2/3) e sólido (1/3). Neste caso, se for utilizado um comedouro feito de cimento, deverá ser instalado na parte sólida (e o bebedouro, do tipo taça, na parte ripada). O cimento requer mais limpeza e cuidados de manejo que um sistema de piso plástico ou misto. Outra opção seria usar cama de palha e dispor de 1/3 da área ripada e 2/3 de piso sólido. Sobre esse particular, há trabalhos que demonstram a importância do tipo de piso na qualidade do sêmen (Corcuera e col., 2002). A grelha pode ser perfurada para facilitar a eliminação da umidade, sem que haja perda de palha. Em se tratando de uma cama de palha, devemos nos assegurar da origem dela, recebê-la de modo parcelado e con-
vantajoso para o cachaço, uma vez que aumenta a produção de sêmen e prolonga a vida do animal, que pode realizar mais exercícios, diminuindo, assim, os problemas com aprumos e claudicações. Estas celas devem permitir o contato visual e nasal entre os cachaços para melhorar a manifestação da libido e para que o ambiente seja mais tranquilo. As separações devem ter uma altura de 1,30 m a 1,40 m, devendo ser construídas a partir de tubos de aço galvanizado dispostos na posição vertical, com uma separação de 10 cm a 12 cm entre as barras. Separações verticais são melhores que horizontais, pois evitam que os cachaços as escalem. O piso pode ser totalmente ripado, coberto por grelhas de concreto com 2 cm de separação entre as barras e preenchiTabela II Relação entre a Velocidade do Ar e a Temperatura
VELOCIDADE DO AR M/S
TEMPERATURA EM °C
16
10
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0,05
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38
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29
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9
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54
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35
33
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0,70
67
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57
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0,75
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0,80
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Reprodução Tabela VI VALORES CLIMATOLÓGICOS NORMAIS EM SEGÓVIA (1971- 2000) MÊS
TEMPERATURA MÉDIA (°C)
TEMP. MÉDIA DAS TEMP. MÍNIMAS (°C)
UMIDADE RELATIVA (%)
JANEIRO
4,0
0,3
75
FEVEREIRO
5,5
1,3
70
MARÇO
7,6
2,6
63
ABRIL
9,1
4,0
63
MAIO
12,9
7,5
61
JUNHO
17,7
11,3
54
JULHO
21,6
14,4
46
AGOSTO
21,4
14,4
47
SETEMBRO
17,8
11,8
55
OUTUBRO
12,4
7,7
65
NOVEMBRO
7,6
3,6
73
DEZEMBRO
5,1
1,6
77
ANO
11,9
6,7
63
Situação real de duas CIAs em iguais condições de gestão e manejo Foram estudadas duas Centrais de Inseminação localizadas na província de Segóvia, separadas uns 60 km. A maior tem 200 machos (CIA AR), e a segunda conta com 100 machos (CIA MM).
Tabela VII VALORES CLIMATOLÓGICOS - ANO 2003 MÊS JANEIRO
TEMPERATURA MÉDIA (°C) 3,1
4,2
TEMP. MÉDIA DAS TEMP. MÍNIMAS (°C) -0,3
-0,7
UMIDADE RELATIVA (%) 78
FEVEREIRO
4,0
4,7
0,0
0,6
72
MARÇO
10,3
10,3
5,2
3,4
54
ABRIL
10,3
11,6
5,2
5,6
57
MAIO
14,4
15,8
7,9
7,5
54
JUNHO
22,6
22,2
15,3
13,5
41
JULHO
22,6
22,0
14,9
11,9
37
AGOSTO
25,0
24,2
17,7
14,6
38
SETEMBRO
19,0
18,2
12,7
9,8
49
OUTUBRO
11,5
10,9
7,2
6,0
70
NOVEMBRO
8,4
7,9
4,4
3,9
75
DEZEMBRO
5,0
4,3
1,2
1,0
77
ANO
13,0
13,0
7,6
6,6
59
servá-la em lugar seco e bem ventilado. Também há que se levar em conta que a cama de palha proporciona de 3ºC a 4ºC a mais de temperatura no nível do animal alojado. Dependendo das raças e linhagens comerciais criadas, devemos considerar o tipo de piso a ser utilizado. A qualidade do piso tem sua importância sobre a sanidade e o bemestar do animal, já que os pisos que se encharcam com facilidade poderão causar problemas sanitários, favorecendo a transmissão de doenças; enquanto que Ano VII - nº 40/2011
altas temperaturas, já que sua eficácia na diminuição da temperatura é superior a dos sistemas evaporativos, mais recomendados nos períodos de muito calor e climas secos. Atualmente, a grande maioria dos sistemas recomendados propõe que, tanto a entrada de ar (resfriadores), como a sua extração, seja realizada pela cobertura. Quanto à iluminação, é importante contar com boa fonte de luz natural e suplementá-la com luz artificial, sendo a luz fluorescente melhor que a incandescente (evita sombras e a luz se distribui melhor). A luz deve incidir na altura do cachaço.
pisos muito escorregadios ou inclinados afetarão a conduta do cachaço. A climatização da instalação pode ser feita por meio de sistemas evaporativos à depressão (parede úmida) ou à sobrepressão (resfriadores), sempre garantindo uma saída de ar dispersa e a uma velocidade não superior a 0,7 m/s. Se necessário, utilizar calefação no inverno, do tipo aerotermo, tubo irradiante ou, melhor ainda, unitermos alimentados por água quente e colocados na cobertura das salas. A utilização de ar condicionado é recomendada para climas úmidos e com
Ambas as CIAs apresentam o mesmo tipo e projeto de instalações e estão submetidas à mesma gestão técnica. O presente estudo mostra a evolução mensal de ambas as centrais em 2003, quando houve uma forte onda de calor, com relação ao porcentual de ejaculados desprezados devido à má qualidade seminal (gráficos III a e III b), concentração total do ejaculado (gráficos IV a e IV b), percentual de acrossomas normais e percentuais de formas anormais totais (gráfico V). A Tabela VI mostra os valores climatológicos normais do Observatório Meteorológico de Segóvia durante o período de 1971 a 2000; a Tabela VII mostra os mesmos dados anteriores, em 2003, no Observatório de Segóvia (mais próximo da 2ª CIA) e no de Sanchonuño (mais próximo da 1ª CIA). Todos esses dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Meteorologia. Comparando ambas as tabelas observa-se que o verão de 2003 foi sensivelmente mais quente do que usualmente ocorre em Segóvia todos os anos. Observou-se, em agosto, uma temperatura média de 25ºC, quando os valores médios tradicionais nesse mesmo mês não passam de 21,4ºC. Quanto à umidade relativa (UR) observou-se que, durante o verão desse ano, foram obtidos valores nove pontos inferiores ao normal para essa mesma época – em julho – e 37% frente a 46% de UR. Suínos&Cia
17
Reprodução ção com a CIA AR, sendo mais intenso nessa última central do que na anterior (11% de ejaculados reprovados, frente a 9,55%). Quanto ao percentual de acrossomas e formas anormais, historicamente encontramos diferenças entre ambas as centrais, com valores ligeiramente superiores na CIA MM, em comparação à CIA As CIAs que dispõem de sistemas de controle de temperatura oferecem AR. Se observarmos melhor ambiência para os cachaços, garantindo, assim, a sua eficiência o gráfico V notareprodutiva mos que, do mesmo modo que no caso Há que se considerar que ambas anterior, ambas as centrais apresentaram as centrais contam com o mesmo sistema piora nestes parâmetros, de junho até de controle de temperatura e ventilação, praticamente setembro. Também parece baseado em coolings situados no forro da que a CIA AR apresentou um efeito mais instalação. A extração do ar é realizada destacado, em comparação com a outra, por meio das janelas da instalação. Os principalmente no percentual de formas cachaços de cada central são das mesmas anormais. raças, procedem dos mesmos núcleos O estudo ilustrado nos gráficos genéticos e, previamente à entrada na IV a e IV b refere-se à evolução da concentral, passam um período de tempo na centração total de espermatozóides nas mesma quarentena. diferentes raças e conclui que na CIA Observando os gráficos III a e III b AR produz-se uma diminuição generalivemos que ambas as centrais sofrem com zada e em todas as raças da concentração, uma diminuição generalizada na quali- durante agosto e setembro. No entanto, na dade seminal durante o verão. Entretanto, CIA MM este efeito não é tão evidente, na CIA MM este decréscimo inicia-se a já que vemos um comportamento mais partir de julho; na outra CIA inicia-se um irregular deste parâmetro ao longo de mês antes. O pico máximo também ocorre todo o ano, havendo diminuição na conum mês antes na CIA MM, em compara- centração espermática em algumas raças
durante agosto e setembro, fato que não afeta outras linhas genéticas. Importante destacar que este parâmetro é tremendamente influenciado pela idade do cachaço, havendo uma queda dramática em seus valores quando da introdução de novos efetivos na central, particularmente se a quantidade de cachaços dessa linha não for muito numerosa.
Conclusões Ainda que uma Central de Inseminação Artificial disponha de sistemas de controle de temperatura ambiental, parece claro que as altas temperaturas são capazes de provocar alterações na espermatogênese do cachaço (se bem que este efeito costuma ser menor quando se dispõe dos sistemas, comparado a quando se carece deles). Segundo o estudo, a resistência dos cachaços às altas temperaturas não depende da raça. Entretanto, novos estudos deveriam ser realizados com profundidade sobre este tema, principalmente para analisar o componente individual desse efeito, já que existem cachaços que não apresentam essa piora de qualidade estando alojados na mesma central e nas mesmas circunstâncias ambientais que outros indivíduos em condição semelhante. Outro ponto no qual deveria se ampliar as investigações é o da inter-relação entre a frequência de coleta, o local e a qualidade seminal, para se ter uma melhor compreensão do manejo dos cachaços sob diferentes condições de ambiente e instalações.
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Animais Saudáveis. Alimentos Saudáveis. Mundo Saudável.
aúde suinícola Qualidade é o nosso DNA
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Sustentabilidade As novas tecnologias de informação e suas aplicações na produção de suínos: fundamentos para um futuro imediato
A
produção animal em geral, em especial a suinocultura, encontra-se em um dos momentos mais agitados desde que se tornou industrializada, há três décadas. São muitas as ameaças, riscos e incertezas comuns, ainda que varie de uma região para outra (Europa e América do Norte apresentam um panorama diferente, devido à legislação, produção e mercados, do que podemos encontrar, em linhas gerais, na América Latina ou na Ásia). Os produtores terão que enfrentar ameaças que poderão variar dependendo de sua localização, mas que – em maior ou menor grau – terão a ver com fatores de forte influência em sua atividade, tais como: • A imprevisibilidade dos preços de venda (que vem gerando, nos últimos anos, margens elevadas na América Latina, Rússia e Ásia e perdas em alguns casos notáveis na América do Norte e Europa);
Carlos Piñeiro Director PigCHAMP Pro Europa carlos.pineiro@pigchamp-pro.com
• O mercado de matérias-primas, com demanda em alta e preços elevados que se mantêm de modo persistente;
mento 2160/2003 da CE para o controle da Salmonela e por pressão do setor alimentício;
• As restrições regulatórias em âmbito cada vez mais amplo:
• As dificuldades inerentes ao negócio, muito evidentes em algumas regiões:
- Meios ambientais para o controle das emissões contaminantes à água e ao ar (Diretiva IPPC, atualizada para Diretiva de Emissões Industriais 2010/75/ UE);
- Pressão por parte de alguns movimentos sociais que promovem o abandono ou a diminuição do consumo de carne (PETA, Animal Party);
- Bem-estar animal, com a entrada da Diretiva 2001/93/CE na UE a partir de 2013, fomento em alguns estados dos EUA (Michigan, Arizona, Califórnia, Flórida), Canadá (Manitoba) e Austrália (Tasmânia) ou também por decisão de empresas privadas (Smithfield Foods); - Segurança alimentar, como o regula-
- Dificuldade para encontrar mão de obra com qualidade e formação no meio rural; - Incerteza com relação à continuidade/ permanência dos descendentes da mão de obra atual na atividade; - Modelos de negócio não definidos totalmente a curto e médio prazos, resultando como únicas opções para muitos produtores as cooperativas ou as grandes integrações; - A presença de doenças não completamente controladas, com sérias implicações na produção e na sanidade (PRRS altamente patogênica oriunda do sudeste asiático, circovirose ainda sem a opção de vacinas adequadas).
A escolha da genética é uma das ferramentas para analisar a eficiência produtiva nos diferentes aspectos da produção
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Todos esses fatores, entre outros, condicionam o negócio a incertezas e riscos elevados. Os produtores só têm capacidade de influir em seu próprio negócio melhorando sua eficiência e controlando os custos, com o objetivo de obter margens que lhes permitam continuar na atividade. Tradicionalmente, a suinocultura – pela sua idiossincrasia particular e por suas origens – vinha sendo um negócio pouco eficiente e com muita margem para melhorar, ainda que isso não fosse uma preocupação, já que os benefícios permiAno VII - nº 40/2011
Sustentabilidade tiam absorver todas essas ineficiências. Durante estas últimas três décadas muitas granjas têm sobrevivido com taxas de parto baixas, baixo número de desmamados devido ao deficiente manejo na fase de lactação e sanidade e manejo ruins nas fases de creche e engorda, resultando em percentuais de baixas superiores aos desejados, atrasos no crescimento e índices insignificantes de conversão. É claro que há uma elite, cujos resultados têm superado de longe ao restante dos produtores, o que lhes tem permitido tornar o seu negócio mais rentável nos momentos de bonança e mais competitivo e sustentável na hora de transitar pelas circunstâncias atuais. E na circunstância atual, o primeiro concorrente do produtor é ele mesmo, que deve trabalhar para que o seu negócio seja rentável, considerando todas as circunstâncias anteriores, independentemente de seus concorrentes. Se não consegue fazê-lo, pode se esquecer do resto e não se sustentará no negócio a curto ou médio prazos. Se for capaz de fazê-lo, então terá que competir com o restante dos produtores para obter melhor posição no mercado, e aqui já entram outros fatores, como a posição geográfica, o tipo de produto e a possível diferenciação por selos de qualidade (Presunto de Parma, Leitão de Segóvia, Suíno Britânico ou produções ecológicas, entre outros exemplos). Parece, portanto, evidente que para manter a sustentabilidade do negócio e a sua competitividade, um dos pilares fundamentais será a eficiência a baixo custo. Conseguir este objetivo não implica somente em uma única tarefa, já que a atividade se apoia em um esforço coordenado relativo a diferentes aspectos da produção. Alguns deles são bem conhecidos e ocorrem até de maneira intuitiva, tais como: • Escolher uma genética adequada às nossas condições (todas as que estão no mercado são em um ou outro aspecto; as diferenças quanto ao rendimento reprodutivo, transmissão de caracteres de interesse à descendência, como crescimento ou qualidade de carcaça, rusticidade da porca ou docilidade na hora de manejá-la em grupos são os fatores a analisar em cada sistema produtivo); • Manter um estado sanitário tão elevado quanto possível, com base na biossegurança e nas medidas profiláticas ou corretivas (antibioticoterapia, vacinação, despovoamento); Ano VII - nº 40/2011
O sucesso da produção é fruto de pessoas capacitadas, motivadas e envolvidas com o trabalho • Trabalhar com um programa de alimentação adequado aos animais e às condições de produção. Podemos dizer algo parecido com relação às genéticas: todas são boas, porém, umas nos trazem resultados mais adequados do que outras, podendo gerar diferenças enormes entre um ou outro plano, usados de modos diferentes. E não me refiro apenas ao perfil nutricional das rações, mas também ao manejo da nutrição, o qual é geralmente subvalorizado e pouco atendido; • Contar com um pessoal bem formado, envolvido e motivado, algo que costuma ocorrer somente em certo grau, não sendo – lamentavelmente – a norma. E para assegurar que tudo o que foi dito anteriormente ocorra, necessitamos de informação de qualidade e que chegue a tempo às pessoas adequadas. Tradicionalmente, os sistemas de tratamento da informação, na suinocultura, não têm sido brilhantes e nem sequer adequados às características da indústria. Porém, como foi colocado anteriormente, tampouco eram imprescindíveis, já que as margens da atividade os compensavam. A situação mais comum era dispor de um programa de gestão, de maior ou menor qualidade e que era usado para atender às necessidades rotineiras da granja (listas de atividades, resumos de produção). Utilizados por um pessoal, em geral, com pouca formação a respeito (tanto técnicos como veterinários), o que fazia com que o esforço para a obtenção da informação
fosse muito grande e desproporcional para os resultados obtidos (custo do programa, tempo dedicado e informações geralmente simples que não podiam ser analisadas em profundidade). O enfoque geral era o de análise (ver ‘o que aconteceu’), mais que de monitoria (ver ‘o que está acontecendo’), o que levava à geração de uma inércia no uso da informação – dirigida muito mais a reagir ante os problemas do que a interagir com eles –, procurando gerar correções sobre os desvios de maneira precoce, efetiva e com retorno mais elevado. Dito de outra maneira, a combinação de análise e monitoria deve ser equilibrada, o que fará com que o controle dos problemas seja mais efetivo e barato. Por outro lado e, até agora, somente têm sido analisados dados provenientes dos animais, definindo alguns indicadores-chave de produção (ICP) e alguns níveis de interferência que sugerem quando se deve atuar. Assim, nas reprodutoras, esses parâmetros são a taxa de parição, o percentual de repetições, os desmamados por porca, a mortalidade pré-desmame e os derivados dos anteriores, ainda que não como rotina. Nas creches e na engorda, taxas de crescimento, conversão e percentual de baixas têm sido majoritariamente as referências. E quase sempre, como temos dito, terminado o lote de porcas, leitões ou de engorda, e não enquanto se trabalhava neles ou os criava. Menos frequente ainda tem sido o uso de dados de parâmetros físicos de Suínos&Cia
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Sustentabilidade forma rotineira, tais como o controle da temperatura e do consumo de água ou de eletricidade. É certo que se mantêm sistemas de controle de temperatura, os quais são regulados de maneira adequada à idade dos animais. Mas, geralmente, não se coletam nem se registram, e muito menos, analisam-se esses dados; nada além de uma verificação superficial de como está a temperatura no indicador de controle da sala, ou a indicação do termômetro de máxima e mínima. Já outros indicadores físicos, como o consumo de água ou o consumo elétrico, praticamente nunca são usados, apesar do elevado retorno que sua correta utilização poderia trazer. Vamos explicar com um exemplo: qualquer técnico sabe bem que os animais mantêm um padrão de ingestão de água estável em condições normais e que a sua alteração pode indicar – de modo precoce – um problema patológico ou, então, algo relacionado com as instalações (obstruções ou vazamentos devido a rupturas). Isso se aplica de modo simples e imediato nas creches e nas engordas, onde a simples visualização de um padrão estável de ingestão nos deve deixar tranquilos quanto ao momento de saber o que está se passando, o que esperamos e se há ou não riscos de doenças rondando, problemas com fornecimento de água ou de perdas por ruptura (o que supõe um custo elevado por incrementar o volume dos dejetos que serão armazenados, transportados e aplicados a campo). Uma evolução temporal do padrão de consumo em engordas, mostrando diferenças quantitativas entre salas, pode ser observada no gráfico 1. É desnecessário dizer que esta situação, geralmente, não é registrada
nem monitorada. Com as reprodutoras ocorre algo parecido, particularmente na lactação. Como veterinários, insistimos continuamente em cuidar do manejo na lactação, buscando prover níveis elevados de ingestão de ração e água, já que habitualmente não temos muito essa ideia – como citado anteriormente – de verificar o consumo de ração nos partos que havíamos acompanhado no final do ano anterior e, com isso, montar uma conta simples que nos indique como teremos de proceder adiante. E então, não saber o que acontece ou aceitar desvios no resultado esperado pode nos custar muito caro e estragar as melhorias alcançadas por atuações em outros setores, como sanidade e manejo. O trabalho de Kruse et al., publicado este ano, reforça muito bem a importância desta quantificação e posterior monitoria. Estes autores definem os padrões de consumo de água e ração, que aumentam no início da lactação e alcançam um pico no 16º dia para o consumo de água e no 9º dia para a ingestão de ração. Ambas as características se correlacionam positivamente com o peso ao desmame dos leitões indicando que, se ocorre uma melhora no consumo de água e ração por parte da porca, aumenta o peso dos leitões no desmame. Além disso, um aumento no consumo de água e ração diminui a perda relativa de peso corporal, o que tem um efeito positivo sobre os ciclos reprodutivos posteriores. Quer dizer, uma vez definidos os padrões, comprovar como se ajustam nossas porcas a eles nos assegurará mais facilmente que estamos otimizando o rendimento dos animais e que todos os esforços desprendidos até este momento (elevada taxa de parição, poucos dias não produtivos, alta
Gráfico 1. Padrão de consumo de água em engordas, em diferentes salas ao mesmo tempo
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prolificidade) se traduzirão no resultado buscado pela combinação desses esforços: maior número possível de leitões desmamados e de bom peso, porcas e ótimas condições corporais para continuar no ciclo seguinte. Dito de outra maneira, se não sabemos ou não garantimos, estaremos gerando problemas para nós mesmos e ineficiências em curto prazo, ainda que elas não sejam evidentes. De modo complementar, convém fazer um comentário sobre o consumo elétrico nas granjas, sendo este outro parâmetro que – podemos dizer – não se controla praticamente nunca, além do interesse de que possa gerar uma conta ocasionalmente alta. É importante analisá-lo considerando que parte desse consumo elétrico vem da geração de calor nas áreas da produção de grande dependência do mesmo (lactação e início da fase de creche); então, em primeiro lugar, asseguramo-nos de que estamos proporcionando o calor necessário e de forma adequada, e em segundo lugar, que não o fazemos às custas de desperdício de dinheiro. Às vezes, as ineficiências encontradas, quanto à forma de proporcionar calor, resultam assombrosas (a somatória do alto custo para se realizar um trabalho ruim). Dados coletados (ainda não publicados) em granjas espanholas nos indicam como pode variar o valor da fatura de consumo elétrico pela dependência do consumo em função de ineficiências não detectadas (focos de aquecimento e placas ineficazes, derivações, tempos de uso maiores que o necessário, temperaturas mais altas que o necessário). Estes mesmos dados indicam que os rendimentos produtivos não são afetados e, inclusive, podem melhorar ligeiramente com um ajuste e um controle mais acurado das temperaturas. Em um ensaio realizado recentemente (ainda não publicado) em uma granja comercial espanhola, comparou-se o consumo elétrico das salas de lactação que usam o sistema de calefação habitual (focos) com o de outras duas salas onde foram instalados termostatos e sensores de alta precisão abaixo dos focos tradicionais. O consumo elétrico foi reduzido nessas salas entre 30% e 40%, havendo ainda uma diminuição nas baixas pré-desmame da ordem de 20%. Estes dados físicos não são só interessantes por si mesmos, sendo que seu valor reside na interpretação combinada com os dados dos animais. O controle das séries temporais de temperatura não serve para nada, salvo para evidenciar Ano VII - nº 40/2011
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Sustentabilidade Há várias razões para explicá-las, entre elas: • A baixa rentabilidade do negócio de produção animal, o que tem inibido os investimentos em tecnologia não testada em escala comercial, apesar de o retorno ao investimento poder ser muito rápido; • Os fabricantes dessas tecnologias não têm investido adequadamente no desenvolvimento do negócio, levando os produtores a atuar como cobaias em muitos casos para detectar erros ou aperfeiçoar propostas; • As provas não têm sido feitas em escala comercial, invalidando produtos teoricamente adequados a outra escala; Quando monitorado o volume de água e de alimento ingerido pela porca, é possivel verificar o seu manejo e obter um peso melhor dos leitões no desmame que mantendo os limites estabelecidos, o número de animais injetados, a mortalidade e os rendimentos produtivos (crescimento e conversão) melhoram. A monitoria do consumo de água reverte em termos de valor quando demonstramos melhoras consistentes (geralmente pequenas, mas, insisto, consistentes) no número de desmamados por porca, no peso ao desmame e no intervalo desmame cobertura fértil das porcas. Uma resposta a estas questões foi proposta pelo que chamamos de produção animal de precisão (precision livestock farming ou PLF), na qual os engenheiros têm feito um esforço para tornar automático e rotineiro o controle de certos parâmetros físicos (consumos de alimentos, pesos, temperaturas dos animais, comportamento ou análise de sons, entre outros), além do controle rotineiro de temperaturas e ventilação das instalações. Os fundamentos para o seu início, em meados dos anos 90, pareciam lógicos, já que tradicionalmente os produtores têm controlado seus animais mediante a observação audiovisual, aplicando seu juízo e experiência (Frost, 2003). Essa observação não pode ser contínua 24 horas ao dia e, muito menos, quando o tamanho das granjas tende claramente a aumentar, o que se supõe que cause um incremento extraordinário na carga administrativa, técnica, organizacional e logística para o produtor. Não se pretende, com isso, substituir o produtor, mas sim permi24
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tir que o sistema gerasse continuamente informação quantitativa sobre o estado dos animais. Porém, apesar de ter sido uma área com muita atividade na última década, o PLF não chegou até a produção comercial. De maneira geral, foram publicados ao menos 11 artigos relevantes relacionados com o comportamento da ingestão de nutrientes, respostas ao estresse, alterações da respiração; 20 artigos sobre necessidades suplementares de calor, respostas a alterações na lotação, monitoria de infecções respiratórias em tempo real e mais 19 artigos relacionados com a interpretação da imagem em situações de estresse, controle de movimentação de leitões, interpretação de imagem em relação ao conteúdo de carne magra e gordura, controle de peso em tempo real, entre outros. Uma das mais chamativas é a análise de sons em tempo real, para detectar tosses patológicas e sua localização dentro da instalação com bons resultados e uma precisão de 86% (Guarino et al, 2008). Números similares poderão ser encontrados também em avicultura e no segmento de ruminantes. Por outro lado, segue em desenvolvimento sensores para mais aplicações (controle de parâmetros fisiológicos mediante biossensores e telemetria), embora permaneçam as seguintes questões: Como aproximar tudo isso à rotina diária de produção? Por que tudo isso não foi incorporado, sequer parcialmente, à produção industrial?
• Para o desenvolvimento de produtos não se tem contado com a opinião de técnicos e produtores, de maneira geral; • A idiossincrasia do setor não permite a implantação de sistemas medianamente sofisticados para o nível de formação do pessoal de granjas; • Se as expectativas previstas não são alcançadas, a adoção precoce dessas tecnologias pode ser decepcionante, gerando má fama e limitando ainda mais a sua implantação, como vem ocorrendo em alguns casos; • O volume enorme de dados gerado para identificar e manejar a produção e seus riscos, e cuja entrada e processamento são, geralmente, manuais ou, no melhor dos casos, semiautomáticos. Isso pode ser aceitável em projetos de P & D, porém, não é realista pensar no mesmo enfoque para a produção industrial, que costuma ser complexa, exige muito tempo e custa caro. Parece imprescindível um enfoque multidisciplinar e integrador para enfrentar esta questão e, assim, aproveitar o que o mercado nos oferece em outros setores, com hardware, software e comunicações de baixo custo, derivados de sua produção em grande escala e que, como norma geral, sempre tendem a se tornar mais baratos e eficientes, o que joga a nosso favor como possíveis usuários. Por último, surge outro tema crucial, que é o seguinte: uma vez gerados e coletados, os dados precisam ser analiAno VII - nº 40/2011
Sustentabilidade
Imagem 2. Esquema de funcionamento da rede sados e interpretados e devem chegar ao produtor, ao veterinário e aos gerentes, além de muito provavelmente aos reguladores (cuja atividade deve ser influenciada pela qualidade da informação recebida de todos os setores) e muito mais provavelmente ainda, em um futuro não muito distante, aos consumidores, como uma forma de defender a qualidade da produção. Isto nos leva a concluir que há três grandes barreiras a superar: 1. Os sistemas que saem do mercado para gerar esses dados têm que ser robustos e confiáveis para poderem funcionar na granja, a baixo custo, e gerarem informação de qualidade de modo rotineiro, combinando os dados dos animais e dos parâmetros físicos; 2. Devem ser definidas as prioridades na hora de começar a medir os ICP,
tanto de origem animal como físicos, escolhendo aqueles mais simples de implantar e que deem retorno mais imediato; 3. Devem começar a ser produzidos em escala comercial, demonstrando que a tecnologia é confiável e que o retorno ao investimento é adequado. Toda esta revisão pode estar mais próxima de ser incorporada ao setor, porque já existem elementos no mercado provenientes de outros setores que assim o permitam. Assim, em relação aos problemas expostos, podemos descrever as seguintes soluções, cuja implantação no mercado já começou: A. Coleta Eletrônica de Dados (CED). Com relação à captura de dados dos animais, esse conceito cobra todo seu sentido mediante a implementação de leitores digitais adaptados ao setor. Parecem
ser uma excelente solução, uma vez que os produtores só devem escrever segundo sua rotina habitual em seus cadernos de registro, sendo a remessa dos dados feita diretamente mediante um cartão SIM para um servidor central (Imagem 2) As vantagens dos sistemas que já estão há anos no mercado, como os PDAs e outros, estão resumidas na Tabela 1. Na sequência, são revisados e validados, entrando no sistema para processamento imediato e geração da informação necessária para o produtor, o veterinário e a gerência. É uma aplicação do cloud computing que já vimos, utilizado em muitas outras áreas (serviços de correio eletrônico, como Hotmail ou Gmail, usados com naturalidade por uma grande parte da população) e muito adequada à idiossincrasia do setor de criação animal, já que os trabalhadores de granja a utilizam sem nenhum esforço, sem importar a localização da mesma e tratando-se, ainda, de uma tecnologia barata, sem riscos e de retorno muito elevado. Em alguns casos, estes dispositivos registram a data, a hora e, inclusive, a posição GPS, o que nos permite uma supervisão muito boa das tarefas realizadas no ritmo desejado e sem a necessidade da presença física na granja.
Tabela 1. Comparação dos leitores digitais com outros dispositivos Caneta Digital
PDA
Tipo PSION
Fácil de usar: necessário uma caneta e um papel (formulário) para preencher
Mais difícil de usar
Mais difícil de usar
Não requer formação
Requer formação no uso do software
Requer formação no uso do software
É um método para coleta de dados, não É um método de coleta de dados, porém, armazena nada mais além do que for escrito também armazena até que se proceda a e envia as informações ao software de gestão transferência dos mesmos ao software de gestão
É um método de coleta de dados, porém, também armazena até que se proceda a transferência dos mesmos ao software de gestão
Caso se perca ou se corrompa ou no caso de mau funcionamento na coleta, só se perde o dispositivo, não os dados, pois são enviados imediatamente cada vez que se escreve
Caso se perca ou se corrompa ou no caso de mau funcionamento na coleta antes de enviar as informações, é preciso reinserir os dados para transferi-los ao software de gestão
Caso se perca ou se corrompa ou no caso de mau funcionamento na coleta antes de enviar as informações, é preciso reinserir os dados para transferi-los ao software de gestão
Funciona em qualquer localização geográfica Funciona em qualquer localização geográfica
Funciona em qualquer localização geográfica
Registra o momento exato e a posição geográfica do registro de dados
Não registra o momento exato nem a posição geográfica do registro de dados
Não registra o momento exato nem a posição geográfica do registro de dados
Fácil de transportar (tamanho pequeno)
Fácil de transportar (tamanho pequeno)
Difícil de transportar (tamanho grande)
Pesa pouco
Pesa pouco
Pesa bastante
Preço baixo
Preço baixo
Preço alto
Recargas de tinta
Não necessita recargas
Não necessita recargas
Dispositivo robusto
Dispositivo delicado
Dispositivo robusto
Bateria que se recarrega com o PC (por meio da porta USB) ou na rede elétrica
Bateria que se recarrega na rede elétrica
Bateria que se recarrega com o PC ou na rede elétrica Origem: Dados fictícios, somente a título de ilustração
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Sustentabilidade Um campo que muda bastante, mediante o uso desses dispositivos, é o da monitoria, já que – até agora – conhecer o comportamento dos ICP era quase impossível. Porém, agora, conhecer os animais tratados, a mortalidade, suas causas ou os consumos de ração em diferentes granjas ou barracões de engorda é muito simples. As implicações são enormes, já que os veterinários e supervisores podem dedicar o tempo para controlar as produções de seus clientes de maneira cômoda e eficaz, diminuindo as visitas e os deslocamentos à granja, já que os dados – uma vez processados – estarão imediatamente disponíveis por meio da web, mediante alarmes, telefones celulares ou tablets. Com relação a esse assunto, tampouco se deve esquecer as excelentes possibilidades que a rede oferece para o controle do rendimento de produtos ou provas comerciais, expostas tradicionalmente a muitos riscos (registro inadequado de dados e detecção tardia, invalidando o ensaio; confusões ou erros; desatenção por parte do pessoal que controla o ensaio) e que este sistema assegura em seus aspectos principais. B. Coleta de dados de parâmetros físicos. Também tem começado a mudar as coisas, devido, em grande parte, à melhora nas redes de comunicações e à aparição de sistemas robustos e de baixo custo no mercado. Já é factível controlar, de maneira rotineira e em tempo real, nos barracões ou salas de interesse: a. Temperaturas, b. Consumos de água, c. Consumo elétrico, d. pH. Também é possível receber avisos via e-mail ou SMS quando alguns dos parâmetros se encontram fora dos limites estabelecidos (ex: uma sala de creche, no sistema de pós-desmame precoce, não deve baixar de 22º C e seu consumo de água deve manter-se em uma determinada variação de m3/dia, porque sua superação
D
Por meio da implantação da tecnologia da comunicação é possivel monitorar parâmetros como temperatura e consumo de água e, assim sendo, permite rápido retorno mediante a falhas no sistema de abastecimento e aquecimento poderia significar, por exemplo, a ruptura de um bebedouro). Graças à tecnologia das comunicações, a implantação destes sistemas é possível praticamente em qualquer localidade, com uma mínima cobertura GSM ou rede WiFi (de curto ou longo alcances). Convém insistir no grande valor da interpretação combinada de dados dos animais e físicos, os quais as plataformas atuais de gestão da informação podem tratar de maneira muito fácil e eficaz.
Conclusões Os desafios e as ameaças para os suinocultores de todo o mundo são cada vez maiores, em termos econômicos, de exigências regulatórias, de pressão social e dos mercados. A melhora da eficiência e o controle de custos revelam-se como o pilar principal para manter a atividade. Ainda que não existisse nem a
tecnologia adequada, preços acessíveis e nem uma simplicidade de uso que fizesse pensar em sua possível implementação em escala comercial, as coisas estão mudando com muita velocidade, e começam a aparecer no mercado soluções que cumprem com os requisitos que o setor necessita. Com sua aplicação rotineira em grande escala, em um futuro próximo, os produtores poderão alcançar, com maior facilidade e menor custo, as exigências quanto ao controle e melhora da produção, não somente para o seu próprio benefício, mas também para demonstrar a clientes e consumidores os seus padrões de produção. Esta forma de trabalhar terá também implicações notáveis no dia a dia de veterinários e técnicos, tornando mais eficiente e proporcionando verdadeiro valor agregado à sua atividade, resultando os sistemas de gestão da informação numa ferramenta de extraordinária importância no desenvolvimento do setor nos próximos anos.
Referências Bibliográficas 1. FROST, A.R.; PARSONS, D.J.; STACEY, K.F.; ROBERTSON, A.P.; WELCH, S.K.; FILMER, D.; FOTHERGILL, A. Progress towards the development of an integrated management system for broiler chicken production. In: Computer and electronics in agriculture v. 39 p. 227-240. 2003 2. GUARINO, M.; JANS, P.; COSTA, A.; AERTS, J.M.; BERCKMANS, D. Field test algorithm for automatic cough detection in pig houses. In: Computer and electronics in Agriculture v. 62 n. 1 p. 22-2. 2008 3. KRUSE, I.; TRAULSEN, A.N.D.; KRIETER, J. Livestock Science v.135 p. 177-183. 2011
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Sanidade Experimentos controlados de campo: necessidades e princípios Daniel Linhares 1, 2, 3 linha005@umn.edu
Introdução A sustentabilidade econômica da suinocultura moderna depende da eficiência de produção, que, por sua vez, é influenciada por inúmeros desafios sanitários. Diferentes estratégias terapêuticas e profiláticas são aplicadas no controle e erradicação de doenças a campo com o objetivo de maximizar o potencial produtivo do plantel. A escolha e a aplicação de específicas intervenções voltadas à sanidade do rebanho são temas constantes de debates entre especialistas. Em geral, são avaliadas estratégias de ação baseadas na viabilidade econômica de determinada intervenção em relação ao custo-benefício. Por exemplo, no caso de infecções por Mycoplasma hyopneumoniae (Mh), as seguintes questões relacionadas à escolha e à frequência de um programa de controle devem ser criteriosamente analisadas: a) Serão utilizados antibióticos, vacinas ou a combinação de ambos? b) Quantas doses serão utilizadas? c) Em relação à faixa etária, como adotar o programa e em que fase de produção? Obviamente não há uma “receita de bolo” aplicável em qualquer que seja a situação. A estratégia a ser adotada dependerá de uma série de fatores que devem ser criteriosamente analisados: granja, incluindo a imunidade de plantel, cepa do micro-organismo envolvido, expectativa do produtor e veterinário, entre outros. Neste sentido, a tomada de decisão a campo muitas vezes exige a colaboração multidisciplinar envolvendo sanitaristas e economistas. O experimento a campo tem 28
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Médico-veterinário 1 Doutorando da Universidade de Minnesota 2 MBA em Gestão Empresarial 3
como objetivo validar cientificamente uma intervenção previamente testada em menor escala, avaliando sua viabilidade econômica no sistema de produção. Portanto, durante o planejamento do experimento, questões sanitárias e econômicas devem ser discutidas. O plano experimental poderá avaliar a eficácia clínica e/ou a relação custo-benefício de uma intervenção. Embora sejam aplicados diretamente no sistema de produção, experimentos a campo devem cumprir requisitos básicos da experimentação cientifica, incluindo randomização e apropriados controles. Estes são denominados experimentos randomizados controlados (ERC). Este tipo de experimento (ERC) tem ganhado crescente atenção nos últimos anos devido à necessidade da indústria em tomar decisões baseadas em resultados testados e validados. Em grandes sistemas de produção, uma decisão equivocada pode resultar em significante prejuízo econômico. O objetivo deste artigo é revisar e discutir os princípios e as necessidades de experimentos a campo conduzidos na forma de ERCs, voltados para a suinocultura brasileira.
Importância de experimentos a campo Todos os tipos de produtos comercializados, independentemente da sua natureza, devem ser testados e validados, seja pela própria empresa fabricante e/ou por órgãos oficiais. Medicamentos, vacinas e suplementos nutricionais para uso veterinário possuem diferentes fases de teste e validação. Inicialmente, testes são realizados em animais saudáveis (fase 1) apenas para avaliar a toxicidade do produto. Sua eficácia começa a ser testada na fase 2, na qual experimentos em menor
Fabio Vannucci 1, 2 vannu008@umn.edu
escala são realizados, e os animais tratados são comparados aos controles. Na fase 3 o produto é validado a campo, e na fase 4 experimentos a campo em diferentes condições são realizados no sentido de avaliar qual a melhor maneira de utilizar o produto em condições reais. Os experimentos randomizados controlados são realizados nas fases 3 e 4. No sistema de produção de suínos, estes experimentos devem ser planejados nos contextos técnico, científico e econômico, conforme as diferentes características de cada sistema de produção. Todavia, seria inviável para uma empresa validar a eficácia de seus produtos sobre todas as possíveis condições a campo, incluindo clima, animais, instalações, manejo, protocolos de uso, entre outras. Dessa forma, alguns produtos passam por intensivos testes de validação em um país, e quando a empresa fabricante entra em outro mercado, utiliza resultados obtidos em território (condições) internacionais (validação externa). Em condições ideais, a escolha e o protocolo de uso detalhado de um produto devem ser validados internamente, por cada sistema de produção, para maximizar a sua utilização em relação à eficácia e ao custo-benefício. Em contrapartida, este cenário ideal não é viável para todos os produtos. Ainda assim, produtos com maior custo e/ou com potencial benefício na eficiência de produção devem ser avaliados e testados internamente.
Princípios de experimentos a campo Geralmente, os experimentos passam pelas seguintes etapas: planejamento, implementação, coleta de dados, análises e conclusões. O presente artigo dará ênfase a seis pontos fundamentais dessas etapas. Ano VII - nº 40/2011
Sanidade de uma amostragem de cinco animais por baia (cada uma com 20 animais); população amostrada constitui somente os cinco animais/baia.
Figura 1: Hierarquia entre as populações envolvidas em experimentos de campo
Objetivos claros e definidos ERCs devem ser baseados em uma hipótese específica e, portanto, seus objetivos devem ser discutidos e definidos durante a fase de planejamento. Nos sistemas de produção de suínos, a eficácia de um determinado tratamento deve ser mensurada por meio de variáveis biológicas e econômicas. Neste contexto, a escolha dos parâmetros a serem avaliados e a significância estatística desejada são pontos importantes do delineamento experimental que influenciam diretamente nos resultados. Em geral, do ponto de vista acadêmico, os objetivos são voltados à geração de novas informações por meio de publicações científicas. Portanto, o planejamento do experimento tem como foco esclarecer questões biológicas. Por outro lado, os objetivos da indústria moderna são baseados no custo-benefício. Desta forma, vantagens e desvantagens econômicas de uma determinada intervenção ou medida adotada são, na prática, avaliadas com base nas estimativas de perdas (custos) e ganhos. Embora academia e indústria tenham dois distintos pontos de vista, a colaboração entre ambos é extremamente importante na validação biológica e econômica de determinada intervenção a campo. Parâmetros biológicos devem ser mensurados e avaliados garantindo que as vantagens econômicas eventualmente observadas no experimento são realmente devido à específica intervenção, e não em virtude de qualquer outra variável. Por exemplo, a avaliação de um determinado antimicrobiano deve demonstrar claramente redução da infecção nos animais tratados. Da mesma forma, parâmetros econômicos são importantes para garantir a aplicabilidade da intervenção em condições reais. No exemplo anterior, a redução da infecção deve estar associada ao ganho econômico, que pode ser maximizado se Ano VII - nº 40/2011
a intervenção for aplicada em específicas fases da produção ou condições sanitárias do rebanho. Neste sentido, o experimento a campo é usado para avaliar a melhor forma de uso da intervenção previamente testada.
Imparcialidade Como descrito anteriormente, experimentos a campo devem mimetizar condições reais. No entanto, pré-requisitos científicos básicos devem ser preservados para validação dos resultados. Além dos apropriados controles negativos e positivos, as unidades experimentais do estudo (ex.: suíno ou baia de suínos) devem ser criadas aleatoriamente, conceito descrito como randomização. Da mesma forma, uma vez criados os grupos aleatoriamente, a designação de qual grupo irá receber cada tipo de intervenção (ex.: tratamento ou controle) também deve ser randômica. Sendo assim, não existe favorecimento de nenhum dos tratamentos envolvidos que possa influenciar nas análises dos resultados. O delineamento experimental também tem como proposta definir a equipe que irá conduzir o experimento. Para garantir a imparcialidade da equipe e evitar favorecimento entre os grupos, as pessoas envolvidas na aplicação da intervenção não devem receber informações sobre quais serão os grupos controles ou testados.
População estudada O delineamento experimental deve definir corretamente as populações envolvidas na análise e extrapolação dos resultados (figura 1):
População amostrada: indivíduos/grupos de fato amostrados/medidos pelo estudo. Exemplo: sangue coletado
População estudada: população participante do estudo. Por exemplo, estudo com 25 baias formadas por 20 animais em cada grupo. Ainda que o sangue seja coletado apenas de cinco animais por baia, todos das 25 baias constituem população estudada. População-alvo: população na qual os resultados do estudo serão extrapolados (validação interna). Podem ser granjas integradas, parceiras ou similares àquelas nas quais o estudo foi realizado. Do ponto de vista acadêmico, geralmente a população-alvo é indefinida (externa). População externa: população cuja extrapolação de resultados obtidos no estudo pode ser possível (validação externa). Seleção dos parâmetros a serem avaliados Os parâmetros a serem medidos dependem, logicamente, do objetivo do projeto. Parâmetros podem ser biológicos ou econômicos. Em ambos os casos, é bom que múltiplas variáveis sejam medidas para assegurar a interpretação correta dos resultados. Por exemplo, em estudos de eficácia de determinado fármaco frente à dinâmica de infecção de um determinado agente infeccioso, pode-se medir:
Parâmetros de produtividade:
ganho de peso (média e variação), mortalidade, consumo de ração, etc.
Parâmetros imunológicos/ moleculares: resposta sorológica frente
à infecção; detecção molecular do patógeno por PCR em diferentes tecidos, entre outros.
Parâmetros econômicos: custos associados com a intervenção e potenciais benefícios na produtividade. Estabelecer diferença relevante Em estudos acadêmicos para publicações em revistas científicas, por convenção, adota-se um valor p menor ou igual a 0.01 ou 0.05 (significância do teste estatístico). Em contrapartida, na indústria, o rigor estatístico pode ser mais Suínos&Cia
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Sanidade “A” foi determinado que a vacinação para Haemophilus parasuis resulta em melhora na produtividade, assim como retorno econômico significativo. Surge, então, o questionamento sobre concentração ou número de doses suficientes para obter os resultados. O segundo estudo, “B”, deve ser executado seguindo condições mais similares possíveis das condições do estudo anterior para que as comparações sejam feitas.
Aplicações de ERCs
Exemplos de amostras coletadas em experimentos de campo e submetidas a diferentes tipos de avaliações flexível desde que a intervenção avaliada seja economicamente viável. Em ERCs, procura-se o balanço entre o rigor estatístico para certeza do benefício biológico da intervenção e a análise econômica, avaliando o custo-benefício da intervenção ou fator avaliado. Em ambos os casos, para o cálculo apropriado da quantidade necessária de unidades experimentais para o estudo, é necessária a definição da diferença relevante mínima a ser detectada. Por exemplo, estudo com pré-determinados poder estatístico (β) e significância estatística (α) para detectar: a) uma diferença de pelo menos 1% na mortalidade ou b) 3 dias na idade para atingir 100 kg.
Experimento deve ser reproduzível Experimentos, de uma forma geral, devem ser delineados de forma que possam ser duplicados futuramente, ou seja, todos os detalhes referentes aos animais (idade, origem, peso, etc), produto avaliado (fabricante, lote, método de armazenagem, etc), patógeno utilizado para infecção experimental (isolado, concentração, titulação, via de inoculação), bem como protocolos utilizados no estudo, devem ser discutidos e registrados. A capacidade de reproduzir o experimento no futuro permite estudos seguintes usando o mesmo modelo ou condições. Por exemplo, em um estudo
Na suinocultura norte-americana, ERCs têm sido realizados para teste de eficácia e retorno econômico de protocolos medicamentosos variados, incluindo vacinas, antibióticos e até mesmo intervenções de biosseguridade. Em muitas ocasiões, os ERCs são planejados e executados em colaboração entre sistemas de produção de suínos (usuários do produto testado), universidades (garantia do rigor científico) e empresas fabricantes dos produtos a serem testados (fornecimento de produtos e protocolos de uso). Grandes empresas farmacêuticas e de genética já possuem técnicos pesquisadores profissionais com sólida base acadêmica para viabilizar o planejamento de ERCs junto a clientes-chave. A suinocultura brasileira importa tecnologia (produtos e serviços) de outros países, sobretudo dos EUA e de nações europeias. Em muitos casos, grande parte da validação de tais produtos é realizada em território internacional. Todavia, o sistema de produção brasileiro possui diferenças substanciais daqueles utilizados em outros países, incluindo tipo de
As significativas diferenças entre os sistemas de produção norte-americano (esquerda) e brasileiro (direita) ratificam a importância da realização de experimentos randomizados controlados em nível regional. Neste sentido, os resultados do experimento podem ser extrapolados com maior confiabilidade, assegurando melhor retorno produtivo
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Sanidade instalações, práticas de manejo, clima, matéria-prima para ração, entre outras. Sendo assim, é imprescindível que ERCs sejam executados no Brasil para assegurar melhor o Retorno Sobre Investimentos e Produtividade (RSIP), considerando as condições nacionais.
Conclusões Experimento randomizado controlado (ERC) realizado em condições a campo é a única forma de realmente validar internamente a eficácia e o retorno
econômico de intervenções sob condições específicas do sistema de produção de suínos. Para que resultados de ERCs sejam representativos da população-alvo, planejamento e delineamento experimental minucioso e metódico são necessários, respeitando rigorosamente critérios prédefinidos desde a randomização até análise estatística. Para assegurar sustentabilidade da produção, decisões de protocolos medicamentosos e/ou de manejo devem ser baseadas em evidências claras, ao invés de
simples sugestões. A suinocultura brasileira necessita de ERCs para assegurar uso adequado de intervenções que garantam máximo retorno econômico e de produtividade na suinocultura. A decisão deverá ser criteriosamente avaliada por meio de estudos experimentais a campo antes de ser adotada em toda a empresa, e jamais ser decidida por impulso ou resultados que possam não se repetir nas diferentes condições, comprometendo a saúde financeira da empresa.
Tipos de estudos
Termos e definições
Existem, basicamente, dois tipos de estudos científicos, os descritivos e os explanatórios. A diferença entre os dois grupos é que o primeiro é planejado somente para descrever um fenômeno relacionado à saúde animal. Não há grupos como “tratamento A” e “tratamento B”, portanto, este tipo de estudo não permite conclusões sobre causa e efeito. Estudos explanatórios, por sua vez, têm como objetivo a associação entre causa (ex. intervenções, fatores de risco) e resultado (ocorrência de doença, produtividade) (Dohoo et al., 2003). Estes podem ser subdivididos em estudos observacionais (epidemiológicos) ou experimentais, sendo que nestes últimos o investigador controla desde a alocação dos animais à intervenção. No caso dos estudos observacionais, como o próprio nome sugere, os investigadores estudam a ocorrência da doença (ou outra condição), em seu curso natural, em populações naturalmente sob risco da condição em interesse e fazem observações seguindo critérios pré-estabelecidos. Quando a intervenção a ser avaliada é simples e facilmente controlada (ex. intervenções medicamentosas), estudos experimentais são os mais apropriados.
Intervenção - tratamento (ex.fármacos ou vacinas), medidas preventivas (ex. biossegurança), mudanças de manejo (todos dentro-todos fora). Imunidade de rebanho - resistência específica de uma população (rebanho) a um agente infeccioso baseada na alta proporção de indivíduos imunes na população. Pode ser adquirida por meio de vacinação ou exposição natural ao patógeno. O princípio de imunidade de rebanho é baseado no fato de que doenças são transmitidas entre indivíduos, portanto, é mais difícil manter a cadeia de infecção quando uma grande proporção de membros na população é imune (não susceptível). Validade interna - o estudo permite inferir sobre o efeito de um tratamento com alto grau de confiança. Depende do uso de correta metodologia para desenho do experimento, seleção de amostras, medidas para assegurar controle de qualidade e apropriada análise de resultados. Ou seja, validade interna significa que o experimento foi conduzido controlando-se rigorosamente os fatores confundidores, e que os resultados foram avaliados utilizando-se testes estatísticos apropriados. Validade externa - avaliação crítica de até que ponto os resultados obtidos em um estudo específico podem ser generalizados para outras populações não incluídas no experimento. Randomização - processo em que cada unidade experimental (ex.: suíno ou baia de suínos) integrante do estudo tem a mesma probabilidade de estar em cada um dos grupos do estudo (ex.: grupo tratamento ou grupo controle). A randomização (também chamada de amostragem aleatória ou probabilística) pode ser realizada pela geração de números aleatórios em uma planilha de Excel ou de algum programa estatístico. É uma técnica poderosa e de alto grau de importância em estudos científicos.
Literatura recomendada 1. Botts R P, Edlavitch S A. Clinical evaluation of methods of treatment. Canadian journal of comparative medicine and veterinary science 1967; 31(2): 48-52. 2. Dohoo I, Martin W, Stryhn H. Veterinary Epidemiologic Research.2nd ed. AVC Inc. 2010. 3. Cunningham, G. Evaluation of clinical trials: A practical approach to distinguishing the foo-foo dust from reality. Anais AASV annual meeting. 2002: 2-16. 4. CONSORT Website. Disponível em: http://www.consort-statement.org, acessado em 27 de junho de 2011.
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Sumários de Pesquisa Efeito da vacinação de porcas contra o Circovirus e seu desempenho reprodutivo subsequente Estudos recentes demonstraram que o Circovirus suíno (PCV2) está envolvido não apenas na Síndrome Multissistêmica do Definhamento (SMD ou PMWS), mas também em várias outras apresentações de doenças, incluindo desordens reprodutivas, afetando o desempenho do rebanho. O objetivo do estudo conduzido por J.H. Hayden e colaboradores, apresentado no 21º Congresso da IPVS, em Vancouver, Canadá (2010), procurou avaliar o impacto da vacinação contra a SMD sobre o desempenho reprodutivo de uma unidade produtora de leitões (UPL), que comercializava os animais aos 35 kg.
Método: Uma unidade com 1.000
porcas mantidas ao ar livre iniciou a vacinação das matrizes em maio de 2007 com a vacina (PCV2) inativada CIRCOVAC. A primeira porca vacinada pariu em julho de 2007. O PCV2 havia sido clinicamente
diagnosticado nas unidades de creche e crescimento. O número de suínos nascidos vivos e desmamados por leitegada foi rotineiramente registrado utilizando um software de manejo de rebanho. Os dados históricos desde 2005 foram coletados e divididos em blocos de seis meses, desde o início da vacinação para os períodos anteriores e após vacinação. Os dados também foram comparados pelo período de um ano antes e depois da implantação
Tabela 1: Período de seis meses com o nº médio de nascidos vivos por leitegada. Janeiro - Junho 2004
Julho - Dezembro 9.901a
2005
10.07a
10.048a
2006
10.2
9,78a
2007
10.27a
11.07b
2008
11.69b
11.24b
2009
11.82b
a
Diferentes sobrescritos (a, b) indicam diferença significante (p<0.001) Tabela 2 – Período de seis meses com o nº médio de desmamados por leitegada Janeiro - Junho 2004
Julho - Dezembro 8.892a
2005
9.672a
9.22
2006
a
9.847
8.685a
2007
9.842a
10.07b
2008
10.767
10.14b
2009
10.923b
b
Diferentes sobrescritos (a, b) indicam diferença significante (p<0.001)
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da vacinação com PCV2. A análise estatística foi realizada utilizando o teste-t, com variância desigual e análise de variância com dois fatores (mês e ano).
Resultados: O número de leitões nascidos após a vacinação contra o PCV2 foi aumentado em 1.425 animais, em comparação com o período anterior (de 2004 a julho de 2007). Analisando os dados de antes e depois de 2007 por meio do teste-t, observou-se que houve um aumento no número médio de suínos de 1,06 leitão desmamado por porca e por leitegada após o início da vacinação para PCV2. Com relação aos leitões desmamados por porca / leitegada (Tabela 1) não ocorreu diferença significativa entre os seis primeiros meses de 2005, 2006 e 2007 (antes das porcas vacinadas começarem a parir), mas houve diferença significa para os primeiros seis meses de 2008 e 2009 (as porcas vacinadas começaram a parir em julho de 2007). Similarmente não houve diferença entre o segundo semestre de 2004, 2005 e 2006 (antes das porcas vacinadas começarem a parir), mas ocorreu diferença significativa para o segundo semestre de 2007 e 2008. O uso da vacinação resultou num aumento de 0,8 leitão nascido vivo entre os seis meses antes do uso da vacina e os seis meses após o início da vacinação, de 10,27 para 11,07 leitões. O número de leitões nascidos desmamados por porca/ leitegada foi significativamente diferente entre a primeira metade de 2005, 2006 e 2007 e a primeira metade de 2008 e 2009. O número médio de leitões desmamados por leitegada para os períodos de julho a Suínos&Cia
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Sumários de Pesquisa dezembro de 2004 e 2006 foi significativamente diferente do mesmo período em 2007 e 2008 (Tabela 2). Os autores concluíram que os resultados demonstram o impacto do uso da vacinação contra o PCV2 no desempenho reprodutivo das porcas vacinadas, melhorando o número de desmamados por leitegada, o que otimizou o desempenho reprodutivo das matrizes. Esse aumento diminui o custo de produção e melhora a lucratividade. O número constante de leitões nascidos vivos e desmamados por leitegada durante o período pós-vacinação indica que a melhoria obtida com a vacinação para PCV2 resultou num aumento estável e sustentado do número de nascidos vivos e desmamados por leitegada.
Efeito da parição precoce no desempenho reprodutivo de porcas O propósito do estudo conduzido por Caroline Vanderhaeghe e colaboradores, apresentado no 21º Congresso da IPVS, em Vancouver, Canadá (2010), foi determinar a incidência dos partos precoces (<114 dias de gestação), além de investigar o efeito da parição precoce no desempenho reprodutivo de porcas.
Método: O estudo foi baseado em registros de dados reprodutivos de 37 rebanhos belgas, que concordaram em colaborar com o estudo. Dois destes reba-
nhos foram excluídos porque os dados de inseminação não foram registrados para cada porca, individualmente, e/ou foi utilizado altrenogest no final da gestação. A base de dados dos 35 rebanhos restantes continha 87.978 registros de parições, dos quais 26.988 foram excluídos porque houve indução do parto ou por informações perdidas nos dados de parição. Portanto, 60.990 registros de parto de 17.401 porcas foram utilizados para as análises posteriores. A associação de variáveis de resultados (tamanho da leitegada total, leitões nascidos vivos, leitões natimortos) com a duração da gestação (GL – categorizada em grupos: 109-111 d; 112-113 d; 114-117 d; 117-121 dias) foi avaliada utilizando um modelo de efeito multivariado
Figura 1: Distribuição de frequência (%) da duração da gestação em 60.990 dados de parições
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linear misto, com a inclusão de rebanho como um fator aleatório, e ordem de parto (OP) e raça como fatores fixos. A influência da duração da gestação precedente sobre a próxima gestação também foi determinada.
Resultados: A duração média da gestação foi de 115,4 ± 1,62 dias. A parição precoce ocorreu em 10% dos eventos de parto. (Fig. 1). As porcas com gestação < 112 dias tiveram mais natimortos (Razão de Chance/OR: 5,8) e menos leitões nascidos vivos (OR: 0,2), em comparação com fêmeas de duração de gestação entre 114-117dias. A duração da gestação de 112-113 dias foi associada com maior número total de leitões nascidos (OR: 1,7), mais leitões nascidos vivos (OR: 1,1) e mais leitões natimortos (OR: 1,5). As porcas com gestação ≥ 118 dias tiveram maior probabilidade de ter menos nascidos totais (OR: 0,3) e menos leitões nascidos vivos (OR: 0,3), em comparação com fêmeas de gestação de 114-117 dias. Porcas com gestação < 114 dias tiveram maior probabilidade de repetir uma gestação < 114dias no parto subsequente (OR: 1,2), em comparação com as fêmeas de gestação ≥ 114 dias. Discussão: Este estudo mostrou que a parição precoce (114 dias) ocorreu em 10% dos casos, aumentando significativamente o risco de leitões natimortos, especialmente em porcas com gestação menor de 112 dias. Isto provavelmente é devido à relativa imaturidade dos leiAno VII - nº 40/2011
Sumários de Pesquisa tões na hora do parto. Leitegadas maiores e mais leitões nascidos vivos foram associados com gestações com menos de 114 dias, enquanto pequenas leitegadas e menor número de nascidos vivos foram relacionados com gestações iguais ou maiores de 118 dias. As porcas com um curto período de gestação têm maior probabilidade de ter uma nova gestação com parição precoce. Esta informação pode ser importante nos procedimentos para identificação de porcas de risco. Isto poderia possibilitar aos produtores uma melhoria do desempenho reprodutivo da granja pela assistência a esses partos ou pela prevenção da parição precoce.
Melhoria da qualidade de sêmen suíno durante o armazenamento líquido e o congelamento por meio do uso da Polimixina B A inseminação artificial com espermatozóides resfriados ou congelados vem sendo melhorada devido aos progressos recentes obtidos por vários grupos de pesquisa, seja no resfriamento de longa duração ou no congelamento do sêmen. Entretanto, a taxa de sucesso de sua conservação depende da qualidade do sêmen obtido de cada cachaço. Bactérias são detectadas frequen-
temente no sêmen do cachaço e podem ter um efeito detrimental na motilidade e viabilidade espermática. Estudos recentes detectaram a contaminação bacteriana no plasma seminal em mais de 80% dos cachaços testados, sendo que o tipo mais prevalente de bactérias eram Gram negativas. As bactérias podem mudar as características do plasma seminal, como o pH, produtos metabólicos ou radicais livres, pois elas proliferam e liberam vários metabólitos. Assim, para reduzir o problema da infecção por bactérias, antibióticos como a penicilina G e a amicacina são adicionados ao meio de manipulação (diluidor) do sêmen. Embora a penicilina G enfraqueça a parede celular bacteriana e a amicacina cause a supressão da síntese proteica, esses antibióticos não eliminam o decréscimo, induzido pelas bactérias, na motilidade espermática. É bem conhecido que as bactérias gram negativas liberam lipopolissacarídeos (LPS), os quais atuam como uma endotoxina. Esse LPS é um componente da parede bacteriana e é liberado pela bactéria durante a bacteriólise. Como a penicilina G ou a amicacina induzem a bacteriólise, as concentrações de LPS provavelmente aumentam durante o manejo do ejaculado, na presença desses antibióticos. Já foi relatado que o LPS liberado pela bactéria decresce não apenas a motilidade espermática, mas também a capacidade de fertilização, tanto in vitro como in vivo. Um dos antibióticos policatiônicos, a Polimixina B (PMB), liga-se ao complexo LPS e é capaz de neutralizar
sua atividade endotóxica. Entretanto a Polimixina não é utilizada rotineiramente no preparo e preservação do sêmen suíno, e, portanto, o efeito da PMB no armazenamento do sêmen resfriado ou congelado ainda não foi determinado. O objetivo do estudo conduzido por T. Okazaki e colaboradores (Theriogenology 74 (2010) 1691–1700) foi avaliar o efeito benéfico da PMB no processamento do sêmen do cachaço, por meio da incubação do ejaculado com LPS e/ou PMB, analisando, então, a motilidade espermática e a apoptose (morte celular programada).
Método: 15 cachaços adultos (seis Landrace, três Large white e seis Duroc), com idade entre 15 e 28 meses, foram utilizados no estudo. A fração rica do ejaculado foi coletada semanalmente de cada cachaço, utilizando a técnica da mão enluvada. A fração rica do ejaculado foi filtrada por meio de dupla gaze. O sêmen coletado foi diluído com a solução Modena (livre de antibióticos, com penicilina G ou penicilina G e PMB) até 1x108 espermatozóides/mL, mantido a 15ºC por 10 dias e também utilizado para congelamento. Resultados: No presente estudo, o LPS aderido diretamente na região da cabeça do espermatozóide, reduziu a motilidade espermática e induziu a apoptose. A adição de 100 g/mL de PMB suprimiu a atividade de ligação do LPS e bloqueou seus efeitos negativos sobre a qualidade espermática. Adicionalmente, quando o tratamento com PMB foi combinado com a penicilina G (PenG), a motilidade espermática foi aumentada após 10 dias de armazenamento líquido ou no sêmen congelado e descongelado. Quando o sêmen tratado com PMB e PenG foi utilizado na IA, a taxa de concepção foi aumentada, com esperma tratado apenas com PenG, tanto no sêmen resfriado (62% vs. 81%) quanto no congelado (50% vs. 80%). Os autores concluíram que a Polimixina suprimiu a baixa motilidade e a apoptose induzida pelo lipopolissacarídeo, via redução da ligação entre o LPS e os receptores Toll-like (TLRs). Assim, para aumentar a qualidade seminal para a IA, um tratamento combinado com PMB e PenG, imediatamente após a coleta, parece ser apropriado para manter a motilidade e a função espermática durante a armazenagem, tanto sob resfriamento (15-17ºC) quanto congelamento. Por: Paulo Roberto S. da Silveira psouzadasilveira@gmail.com
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Reportagem 6º Suinter comemora sucesso e reúne participantes de 9 países Evento realizado em Foz do Iguaçu abordou o tema inovação e sustentabilidade, conseguindo alcançar sua meta em todos os sentidos
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novação e Sustentabilidade. Esta foi a temática do 6º Suinter (Simpósio Internacional de Produção Suína), realizado entre 27 e 29 de junho, em Foz do Iguaçu (PR), e que reuniu mais de 400 participantes. Todos aproveitaram ao máximo os painéis de debates e interagiram durante o café nas salas de visita. O primeiro dia do Suinter abordou os temas sustentabilidade e inovação e sanidade; enquanto nos outros dois dias, os assuntos debatidos foram reprodução suína e crescimento e terminação. Com temas atuais e palestrantes de diversos países, como Brasil, Espanha, México, França, Canadá, Dinamarca, Inglaterra, Holanda e República Tcheca,
a 6ª edição do Suinter foi um sucesso e reuniu produtores e representantes que, juntos, somam mais de um milhão de matrizes. Com um modelo inovador de transferência de informação, o evento levou a todos os participantes o que há de mais avançado e recente no mundo da pesquisa e tecnologia nas diferentes áreas de produção, tornando-se possível, de forma prática, a adoção de toda esta alta tecnologia no dia a dia da suinocultura. De acordo com Joicemara da Silva, responsável pelo setor de qualidade da Cooperativa Agroindustrial LAR, em Itaipulândia (PR), a experiência de participar do Suinter pela primeira vez foi muito agradável. “A qualidade das palestras foi excelente, os convidados trouxeram
temas atuais e a organização esteve perfeita. As inovações apresentadas fizeram a diferença para muitos participantes, que ali estiveram na busca de conhecimentos e para aprender a lidar com as novas situações que a suinocultura nos proporciona”, afirma. A suinocultura abrange toda uma cadeia produtiva, e para Joicemara, ainda há uma série de percalços que precisam ser enfrentados. “Estaremos sempre com a mente aberta à inovação, mas com sustentabilidade”. O zootecnista e gerente Maicon Borille, da granja Água Branca, de Cordeirópolis (SP), tem opinião semelhante. Para ele, o evento foi excelente, tanto pela organização quanto pelos temas abordados. “As palestras foram objetivas, com resultados práticos. O Suinter sempre traz debates de alta relevância para a produção de suínos, como as abordagens sobre gestão de pessoas e sanidade, perfeitas para ajudar no desenvolvimento da suinocultura. Sem dúvida, a mão de obra é um fator essencial para se obter ótimos resultados”, opina.
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Reportagem
Segundo Borille, os organizadores do Suinter acertaram na escolha da temática. “Houve muito bom senso. Hoje, a suinocultura passa por um momento de instabilidade, porém, com muitas oportunidades. Para conseguirmos melhorar e aproveitar estas possibilidades, será preciso inovar e quebrar paradigmas existentes durante anos. O Suinter está de parabéns, mais uma vez, por abordar temas que apontam novos caminhos para a suinocultura”.
Os palestrantes do evento tiveram uma grande oportunidade para passar conhecimentos aos participantes e trocar informações com o público e os demais colegas. Dr. Antonio Palomo Yague, médico-veterinário graduado e doutorado pela Universidade Complutense de Madri, mestre em nutrição, patologia e produção de suínos, abordou a interação nutrição-imunidade e falou sobre o valor da nutrição como pilar econômico na alimentação dos suínos e sua importância nos primeiros meses de vida para se obter ótimos resultados produtivos. “O pro-
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grama científico deste Suinter foi muito atraente e interessante, tanto pela qualidade das palestras e palestrantes como dos temas, que pôde ser comprovado durante os debates”, comenta. Para Palomo, o Suinter desempenha um papel essencial na qualificação profissional. “Ainda mais no Brasil, onde a suinocultura tem um impacto importante na área de produção animal, tanto nos mercados interno e externo. Afinal, o país está entre os cinco maiores produtores mundiais de suínos e possui uma latente demanda por qualificação”, justifica. Após o simpósio, todos puderam ter uma visão de como está a produção suína em países como Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Holanda, Dinamarca e México. “Eles detêm alta tecnologia em todas as áreas de produção, como saúde, genética, nutrição, manejo, infraestrutura, meio ambiente e mão de obra. Ter acesso a toda esta tecnologia foi a principal lição desta edição do Suinter”, concluiu Palomo.
O técnico em agropecuária e administrador de empresas Dirceu Zotti, que há 18 anos atua com gestão de pessoas, sendo os últimos 14 na área de suinocultura, acredita que os principais assuntos apresentados no Suinter foram a gestão da informação como ferramenta a ser utilizada no futuro e a abordagem completamente inovadora da inseminação artificial. “O Suinter já está consolidado como um evento técnico de grande importância para quem é da área, com enfoque na gestão de pessoas, uma questão ainda pouco comentada e abordada na suinocultura brasileira. Sem dúvida, o Suinter nos permite reciclar e atualizar temas da atualidade, oferecendo inúmeras possibilidades de novos aprendizados que poderão, rapidamente,
ser colocados em prática no dia a dia das granjas. Este contato com profissionais que vivem realidades diferentes também é de grande relevância para nossas atividades”, justifica Zotti. A 6ª edição do Suinter mostrou a força da suinocultura brasileira, além de ter sido muito bem organizada e coordenada. “Eventos como este valorizam toda a cadeia produtiva e nos revelam o quanto a nossa suinocultura ainda pode avançar”, finaliza.
Outra área muito discutida no Suinter foi sanidade. O médico-veterinário Ton Kramer, especializado em produção animal, levou aos participantes do evento informações sobre os cuidados que se deve ter com a aplicação de medicamentos na suinocultura, especialmente os antibióticos. “O uso deles passou a ser rotina em muitas unidades de produção, que, muitas vezes, podem ser mais bem utilizados nos tratamentos, garantindo maior eficácia. Na verdade, o mundo atual nos exige que sejamos eficientes no manejo e na aplicação da medicina preventiva, procurando diminuir o uso abusivo de determinados produtos. Estamos vivenciando discussões sobre o impacto que a produção animal tem nas resistências bacterianas aos antibióticos e as possíveis restrições a este tipo de medicamento. Durante minha palestra, considerei os diferentes aspectos para que se aplique adequadamente o conhecimento à prescrição desses produtos, para que se possa obter sucesso no tratamento”, explica. De acordo com Kramer, a cada ano o Suinter consagra-se como um evento de altíssimo nível, possibilitando ao público conhecer e atualizar conceitos com profissionais de renome internacional, com aplicabilidade imediata. “O público presente no Suinter está no dia a dia da suinocultura, vivenciando-a na prática, o que
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Reportagem permite discussões de elevado padrão. A suinocultura brasileira destaca-se internacionalmente pelo tamanho da produção e desempenho técnico. Sendo referência, precisa manter-se em um processo de melhoria contínua. Isso só é possível quando toda a cadeia compromete-se com o processo. Eventos como o Suinter são essenciais para a disseminação de conhecimentos e tecnologia e, assim, permitir que toda a cadeia produtiva caminhe junta em uma mesma direção, com inovação e sustentabilidade sobre tudo. As escolhas dos temas e da cidade também foram elogiadas pelos palestrantes. “Cada vez mais a suinocultura brasileira precisa inovar e buscar sustentabilidade para manter-se em crescimento, atendendo à demanda de uma população cada vez mais exigente”, define Kramer
O médico-veterinário Fábio Teixeira, que desde 2006 trabalha na Pfizer Saúde Animal como gerente técnico da unidade de negócios de suínos, ressaltou a importância do Suinter como fonte de conhecimento. “O evento tornou-se um ponto de encontro entre profissionais que decidem. São produtores, técnicos e funcionários do nosso setor que têm a oportunidade de trocar muitas experiências”, diz. Para ele, esta edição destacou-se por chamar ainda mais a atenção para a importância do trabalho dos funcionários das granjas e de como devemos gerenciálos. “Além disso, a escolha da cidade foi perfeita. Foz do Iguaçu é sempre um lugar interessante para se fazer eventos desta magnitude, em função de sua infraestrutura. Para nós, da área de suinocultura, a cidade ainda oferece a vantagem de estar próxima a muitas regiões produtoras de
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suínos, facilitando o deslocamento de boa parte dos participantes”, completa Teixeira.
Lançamento da vacina oral da Virbac A 6ª edição do Suinter contou, ainda, com a Sala Vip da Virbac, por onde passaram cerca de 150 diretores de empresas, de diferentes países, que prestigiaram o evento e participaram do lançamento da inovadora vacina oral para leitões desmamados, que se torna mais uma ferramenta no controle da diarreia pós-desmame.
Para o coordenador técnico da Virbac, Octávio Eckhardt, esta vacina apresenta algumas inovações. “Coliprotec é a primeira e única vacina oral para prevenção de diarreias pós-desmame em suínos causadas por E. coli . Trata-se de uma vacina viva, composta por cepas avirulentas de E. coli (ETEC-F4), proporcionando proteção por toda a vida do animal, com dose única. Deve ser administrada oralmente, porém, se adapta às condições do produtor, podendo ser utilizada por meio de dosador automático, sistema de caixa d’água convencional ou aplicação individual”, explica. Muitos diretores da Virbac, de diferentes países, estiverem presentes no lançamento da vacina, além de membros da Prevtec microbia, do Canadá; como John Fairbrother, professor da Universidade de Montreal e chefe do Laboratório de Referência para E. coli da OIE. Para o coordenador técnico da Virbac, o Suinter é um evento que se firmou como um importante fórum para discussões de novas estratégias e debate de ideias entre os principais profissionais da suinocultura. “Por este motivo, a Virbac
e a Prevtec microbia decidiram fazer o lançamento oficial deste produto inovador durante o 6º Suinter. Conforme esperado, foi um sucesso, pois reuniu produtores, técnicos, consultores e especialistas para um debate franco sobre as diarreias pósdesmame de suínos. Devido ao aspecto técnico e inovador da Coliprotec, o lançamento só poderia ter sido feito em um evento que prestigiasse o intercâmbio de ideias e a reunião de líderes de opinião, locais e internacionais”, conclui Eckhardt.
A Poli-Nutri também proporcionou uma descontraída e deliciosa feijoada, por intermédio do temático Polinho, garantindo a degustação desta maravilhosa comida típica brasileira à base de carne suína. Para a gerente nacional de suinocultura da empresa, Izabel Muniz, o Suinter é um evento de alto padrão técnico. “Por isso apoiamos e incentivamos a participação de nossa equipe e clientes. O evento foi evoluindo ano a ano e está muito bem organizado, altamente profissional e atual. O mais importante é que, com tudo isso, não perdeu o foco inicial, que é levar informações e tecnologia aplicáveis para profissionalizar ainda mais a nossa suinocultura”, comenta Izabel. A Poli-Nutri apoia o Suinter desde a primeira edição. “Esta última, realizada em Foz do Iguaçu, mostrou que o mercado está repleto de pessoas competentes, haja vista a qualidade das apresentações, dos debates e do público“, finaliza. Sem dúvida, parceria e aliança são as chaves para o sucesso de qualquer organização e que tornaram possível, ao longo desses anos, a realização do Suinter, estabelecendo parcerias sólidas e contínuas.
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Reportagem
Suinter: inovador como simpósio e sustentável como a suinocultura moderna
A presidente da comissão organizadora do Suinter, Maria Nazaré Torres Simões Lisboa, acredita que o evento auxilia na evolução da suinocultura como empreendimento e negócio. Esta edição mostrou o quanto a suinocultura depende da gestão e que ela faz parte de uma cadeia de produção. Nesta entrevista, Nazaré fala sobre o sucesso do Suinter, as lições que ele deixou aos participantes e a força do Brasil na suinocultura mundial.
Qual a sua análise sobre a 6ª edição do Suinter? Esta edição atendeu às nossas expectativas em todos os sentidos. O 6º Suinter se fortaleceu pelo conteúdo, organização, nível das palestras e dos palestrantes, capacidade de interação dos moderadores, além do seleto público que conseguimos reunir. Sem dúvida, nesta edição, houve muito mais participação dos palestrantes, moderadores e assistentes, promovendo inovadores debates e contribuindo para a troca de conhecimento e experiências, que certamente serão adotadas para a melhoria de resultados e no dia a dia dos mais avançados sistemas de produção suína. O 6º Suinter foi inovador como simpósio e sustentável como a suinocultura moderna.
gências que o mercado impõe para sermos competitivos são cada vez mais evidentes. Saber adotar transferência da informação significa ser e estar aberto às possíveis dificuldades que a atividade possa enfrentar a qualquer momento. Nosso objetivo foi levar informações consistentes a todos os participantes, e conseguimos atingi-lo.
Por que a escolha do tema Inovação e Sustentabilidade? Por se tratar da realidade que vivemos. Hoje, nenhum segmento pode ser competitivo se não for criativo e suficientemente adequado às exigências de mercado para, assim, sobreviver, atendendo à demanda de produzir de forma sustentável e preservando a natureza.
Que ensinamentos e novidades a 6ª edição do Suinter deixou aos participantes? Existem oportunidades para produzir de forma competitiva. Adotar novos
conceitos e tecnologia é relativamente fácil, difícil é mensurar o benefício que todo este investimento pode trazer. Nesta edição ficou muito claro o quanto a suinocultura depende da gestão e que ela faz parte de uma cadeia de produção, a qual está interligada a diferentes fatores. A grande sacada desta edição foi deixar, de forma muito clara, que para sobrevivermos nessa dinâmica atividade temos de chegar à meta que cada sistema de produção pode alcançar. Hoje o conhecimento está constantemente presente na mídia. Porém, aplicá-lo no momento certo e na hora certa realmente faz a diferença.
Palestrantes e participantes de vários países foram até Foz do Iguaçu. Esta forte presença estrangeira atesta que o Brasil é uma das forças da suinocultura mundial? Sem dúvida, todos nós sabemos que o Brasil tem tudo para fazer acontecer e está fazendo sua parte. Afinal, o conceito
O crescimento do evento pôde ser visto pelo número de palestrantes e participantes. Quais fatores levaram a este crescimento? O perfil de ser um evento sustentável, persistente e inovador, procurando atender à própria demanda. Estamos presenciando a evolução da suinocultura como empreendimento e negócio. As exi40
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Reportagem de país do futuro passou a assumir o presente há um bom tempo. Ao viajar pelas distintas regiões produtivas deste país facilmente percebe-se o quanto a nossa economia está aquecida. Porém, não se pode perder a humildade, e é preciso reconhecer que ainda existe muito a fazer. Deve-se deixar para trás certas vaidades e pensar como nação. O aproveitamento de todas essas oportunidades e recursos certamente manterá o país em destaque e altamente fortalecido pelo agronegócio, principalmente no que se refere à produção de carne.
Qual foi o momento mais marcante do Suinter 2011? Acredito que foi o painel do primeiro dia, que abordou o tema de recursos humanos. Houve momentos mágicos, além das excelentes colocações dos três palestrantes, Miquel Collell Surinyach, da Espanha; Juan Jose Maqueda, do México; e Dirceu Zotti, do Brasil. Todos contribuíram com suas experiências, adquiridas em diferentes países, sobre a otimização de pessoal que trabalha em granjas, demonstrando e debatendo os caminhos que se devem seguir para manter e atrair novos talentos de forma competitiva e
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motivadora. Destaco o fato de o moderador do painel, o empresário e produtor Roberto Coelho, de Minas Gerais, ter motivado um debate altamente produtivo e participativo, com muito talento e competência, lançando muitas alternativas para serem colocadas em prática no dia a dia da granja e tratando a área de recursos humanos com a devida responsabilidade e seriedade que ela merece. Quanto à programação social, todos os eventos realizados durante o simpósio foram um sucesso, tanto pela organização quanto pelo ambiente descontraído, contribuindo para a maior interação entre os participantes.
Com este crescimento constante do Suinter, qual o futuro deste evento? Devido à quantidade de eventos existentes no mercado, decidimos manter o Suinter bienal. Entre um ano e outro faremos eventos menores e regionais, nos quais haverá uma preparação para o próximo Suinter. Dessa forma, aumentaremos nossa participação nas escolhas dos temas que serão abordados no próximo simpósio e manteremos nossa meta de contribuir com a educação continuada no segmento, levando sempre tecnologia
aplicável a todos que fazem parte desta dinâmica atividade.
Quando será a 7ª edição do Suinter? O próximo Suinter está previsto para acontecer em junho de 2013, também em Foz do Iguaçu, como sugerido por 70% dos participantes. Colocaremos em nosso site todos os detalhes para tornar possível o agendamento e a colaboração dos nossos consultores e participantes. Quanto ao tema, seguiremos na mesma linha da gestão e inovação, mas como ainda faltam praticamente dois anos para o evento, ainda é cedo para definir o programa.
Para concluir, gostaria de fazer algum agradecimento especial? Primeiramente, a Deus, por nos permitir realizar o que foi programado dentro de nossa missão. Depois, à equipe da Consuitec, a todos os palestrantes, moderadores, patrocinadores e às pessoas que acreditam no nosso ideal. Em especial, agradeço a todos que saem do conforto de suas casas e, por opção, elegem o Suinter como o evento de atualização profissional. Finalmente, fica o convite para o Suinter 2013. Agende-se e nos veremos lá.
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Recursos Humanos
O desafio de ser simplesmente elegante
Jamais confunda elegância com frescura. Não confunda elegância com superficialidade. Não confunda elegância com falsidade. Não confunda elegância com ausência de firmeza ou de assertividade. Elegância vem da palavra latina “eligere”, que significa “escolher”, “ser escolhido”, “ser eleito”. Portanto, uma pessoa elegante é aquela que – por seu comportamento adequado à realidade, por ser polida, respeitosa, amigável – será sempre “escolhida” dentre as demais. Ninguém escolherá uma pessoa rude, grosseira, grotesca, tosca, mal-educada. Por isso, as pessoas elegantes são as escolhidas. Uma pessoa elegante é uma pessoa educada, que sabe se comportar em público, não fala o que não deve, não se envolve em fofocas, sabe se comportar ao comer, veste-se com sobriedade, não fala alto demais, devolve o que empresta, não invade o espaço alheio, sabe ouvir com atenção e respeito e sabe dizer “com licença”, “por favor”, “obrigado”, “desculpe-me”, palavras mágicas em
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um comportamento elegante e que parecem ter sido abolidas do vocabulário empresarial. Até mesmo pessoas que ocupam cargos mais simples em uma organização devem cuidar da elegância em seu sentido correto. Vejo pessoas que se vestem mal, de maneira inadequada, mulheres com decotes
ousados demais e roupas excessivamente justas e impróprias ao ambiente de trabalho. É preciso ter elegância ao escolher o que se vestir e como se maquiar. Da mesma forma, vejo
homens mal vestidos, com roupas que seriam mais apropriadas a um final de semana, usando chinelos, camisetas, camisas sujas, etc. Não estou advogando que usemos roupas caras, de grife ou sofisticadas. Estou falando de usar o bom senso no modo de vestir, adequado ao ambiente profissional. A elegância é necessária porque todos nós passamos as oito melhores horas de cada dia e os 35 melhores anos de nossa vida no trabalho. Um ambiente elegante dignifica a vida, pois ser elegante é ser civilizado. E a falta de civilidade tem levado empresas até ao prejuízo, pois ambientes ruins não atraem pessoas de talento. Ninguém quer trabalhar em lugares rudes, onde a falta de educação e a ausência de polidez são o padrão. E lembre-se de que pessoas elegantes são pessoas simples, humildes, especiais e, por isso, eleitas entre as demais. Seja simplesmente elegante! Pense nisso. Sucesso! Luiz Marins é antropólogo, autor de 25 livros e 500 DVDs. Site: marins.com.br
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F d M d
M g
Nutrifarms Suínos Aditivo Porca Milk Pró
Gestação(1-30 dias): Melhora as Gestação(71-110 dias): Melhora Lactação: Promove melhoria na condições para implantação quantidade e qualidade de colostro síntese do leite e melhor efetividade embrionária (aumenta nascidos). e desenvolvimento dos fetos. no uso da energia disponível no alimento (melhora peso médio ao desmame).
Linha Energy Farms
Facilidade operacional na fábrica Substitui o uso de óleos e gorduras. Menor desgaste da fêmea durante Ingredientes altamente palatáveis. o período de lactação. de ração. Melhora quantidade de energia disponível no leite.
POTEX
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Jogo Rápido Dr. Miquel Collel pergunta: Sua granja realiza adequado manejo dos animais terminados nas fases de transporte e pré-abate? Atualmente, a suinocultura se adéqua a um grande sistema de produção de carne saudável, nutritiva e saborosa, da qual a produção, sem dúvida, faz parte dessa cadeia. Adotar boas práticas de manejo em todo o segmento contribuiu para o cumprimento da meta de todo um sistema altamente integrado, atendendo à demanda do consumidor. Respondendo às perguntas do questionário abaixo, pode-se avaliar qual o grau de aproveitamento das oportunidades da sua granja, no que se refere ao manejo do último minuto (pré-abate e transporte), que podem contribuir com a produção deste produto, atendendo às características da qualidade da carne suína: nobre, nutritiva, saudável e muito saborosa. Confira!
1) Existe uma dieta hídrica (disponibilidade à vontade de água com adequada quantidade e qualidade) acompanhada de um jejum pré-abate de, no mínimo, 12 horas, não ultrapassando 24 horas? (
) Sim
(
) Não
2) Os animais estão prontos para o abate. No momento do carregamento, eles são retirados das baias de terminação em pequenos grupos (dois a três animais) com a maior calma possível, com o auxílio de uma tábua de manejo, e conduzidos diretamente ao embarque com muita calma, tranquilidade e respeito? (
) Sim
(
) Não
3) Existe consciência entre todos os envolvidos que o uso de bastão elétrico, varas, cordas ou qualquer outro tipo de material que cause traumas nos animais deve ser evitado devido ao efeito prejudicial sobre o bem-estar, aumento da frequência cardíaca e lesões na carcaça, além de ser muito doloroso? ( 44
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) Sim
(
) Não
4) A transferência dos animais para o veículo de transporte é realizado por pessoal treinado, devidamente capacitado e que utiliza todos os equipamentos adequados, tais como tábuas de manejo e embarcadouros com rampas de adequada inclinação? (
) Sim
(
) Não
5) Para efetuar o adequado transporte dos animais até o caminhão existe rampa de carregamento dos animais com inclinação de, no máximo, 20 graus? (
) Sim
(
) Sim
(
) Não
7) Em caso de manejo de rotina e ampliação de terminação, considera-se que a rampa do caminhão, para proceder à operação de embarque, seja um dos pontos a ser tratado com prioridade, estando localizada em área de fácil acesso e inserida na unidade de produção? (
) Sim
(
(
) Sim
(
) Não
9) Periodicamente, existe um programa consistente de treinamento para os motoristas de caminhões, quando estes transportam animais, conscientizando-os de que se trata de carga viva e, portanto, são necessários cuidados especiais? (
) Sim
(
) Não
) Não
6) Existem corredores limitados lateralmente por paredes sólidas de 80 cm de altura para condução dos animais ao veículo de transporte? (
8) Nos caminhões de transporte existem aspersores de água estrategicamente instalados, que molham os animais após o embarque para reduzir o estresse produzido durante este percurso?
) Não
10) O transporte dos animais até o abatedouro é realizado nas horas mais frescas do dia, de preferência durante a noite e até o início da manhã, evitando vento frio direto nos animais durante o transporte, principalmente no inverno? (
) Sim
(
) Não
11) Existe consciência dos motoristas que durante o transporte dos animais, paradas a todo o momento, freadas bruscas, ultrapassagens desnecessárias, passadas em buracos e lombadas e curvas acentuadas em alta velocidade devem ser evitadas e são totalmente desnecessárias? (
) Sim
(
) Não
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Jogo Rápido 12) Os caminhões que transportam os animais são adequados e oferecem conforto a eles durante o trajeto? (
) Sim
(
) Não
(
13) É utilizado piso emborrachado durante o embarque e o transporte dos animais para aumentar o conforto? (
) Sim
(
) Sim
(
) Não
) Sim
(
) Sim
(
(
) Sim
Preencha a tabela ao lado com as suas respostas. De acordo com a soma delas, você saberá se sua granja apresenta as técnicas de manejo pré-abate e adequado transporte de animais.
(
) Sim
(
) Não
19) O tempo de espera dos animais na pocilga é respeitado, não sendo inferior a 3 horas nem superior a 12 horas? (
) Não
17) Existe o cuidado para evitar brigas e, consequentemente, lesões nas carcaças e que os suínos do mesmo lote permaneçam sempre juntos, evitando a mistura de lote mesmo no último momento? (
18) Durante o período de espera, os animais são molhados para melhorar a perda de temperatura corporal, que nos suínos ocorre por contato?
) Não
16) Após o descarregamento e tatuagem, os animais são conduzidos até a baia de espera nas instalações de abate? (
) Não
14) A densidade dos animais no carregamento é respeitada, variando entre 0,40m2 e 0,45m2 para cada 100 quilos de peso vivo? (
15) Os caminhões, durante o descarregamento dos animais, permanecem o mínimo possível no pátio dos frigoríficos?
) Sim
(
) Não
20) Nos treinamentos de funcionários e condutores existe um programa de reciclagem em relação ao manejo préabate e transporte de carga viva esclarecendo os últimos resultados e comparativos em relação às perdas durante o transporte e as causas de condenação? (
) Não
) Sim
SIM
(
) Não
NÃO
TOTAL:
Menos de 10 pontos Acima de 14 pontos Parabéns! Sua empresa tem motivos suficientes para comemorar por seguir a base do princípio do manejo pré-abate e de transporte, conduzindo a menores índices de perdas durante o transporte. Certamente os frigoríficos garantem o melhor preço, e dentro do programa de aquisição de matéria-prima sua empresa aparece como cliente preferencial devido à qualidade de seu produto. Siga realizando e adotando boas práticas de manejo e de bem-estar. Dessa forma terá suficiente motivo para permanecer e será sempre competitivo neste mercado.
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Precisa melhorar! Avaliar os métodos e procedimentos realizados na sua unidade de produção certamente lhe ajudará a reduzir as perdas na fase antes e depois do abate. Estabelecer metas e processos que já podem ser iniciados ajudará a reduzir perdas que aumentam de forma considerável o custo de produção. Afinal, o animal já foi formado, e perdê-lo não justifica. Adotar boas práticas de majeo e bem-estar no último momento, nas fases de pré-abate e no transporte, reduz perdas e mantém a empresa mais competitiva, devido à redução do custo de produção.
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Índice Entrevista OLIVEIRA, R. Simone. Ano VI, n˚ 32, 2009, pp. 6 – 8. ALMEIDA, Fernanda. Ano VI, n˚ 33, 2009, pp. 6 – 8. SILVEIRA, T.F. Expedito. Ano VI, n˚ 35, 2010, pp. 06 – 10. BUTOLO, E. José. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 6 – 10. KAEFER, L. Velci. Ano VI, n˚ 37, 2010, pp. 6 – 9. SILVA, A. N. Bruno. Ano VII, n˚ 38, 2011, pp. 6 – 9. ACOSTA, J. M. Jose. Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 06 – 10. PIÑEIRO, C. Ano VII,n° 40, 2011, pp. 6 - 9.
Reportagem Paixão por suínos, Ano VI, n˚ 31, 2009, PP. 8 – 12. Conheça um pouco sobre a história da ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos). Ano VI, n˚ 32, 2009, pp. 54 – 58. Campinas sedia o 5° Simpósio Internacional de Produção Suína. Ano VI, n˚ 34, 2010, pp. 6 – 7. O sucesso do 5° Simpósio Internacional de Produção Suína. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 54 – 55. Suinocultura Lar torna-se uma empresa certificada pela ISO 9001. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 56 – 58. Cresce a participação da mulher nos diferentes segmentos da suinocultura. Ano VII, n˚ 38, 2011, pp. 32 - 34. 6° Suinter comemora sucesso e reúne participantes de 9 países. . Ano VII, n° 40, 2011, pp. 36 - 41.
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SANTURIO, M. Janio. Micotoxicoses nos suínos. Ano VI, n˚ 35, 2010, pp. 12 – 24. SILVA, A. N. Bruno. Nutrição de fêmeas suínas de alta performance reprodutiva nos trópicos. Ano VI, n˚ 37, 2010, pp. 10 – 35. SILVA, A. N. Bruno. Limitações para a eficiência da utilização de aminoácidos para o crescimento e sistema imune dos suínos. Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 12 – 22.
Sanidade OLIVEIRA, Simone. Atualização em diagnóstico: Haemophilus parasuis, Actinobacillus suis e Actinobacillus pleuropneumoniae. Ano VI, n˚ 31, 2009, pp. 14 -18. MORES, Nelson. Necrose de orelha em suínos. Ano VI, n˚ 31, 2009, pp.20 – 24. VARGAS, J. Ana Maria. Descargas vulvares: quando são fisiológicas ou patológicas? Ano VI, n˚ 31, 2009, pp. 26 – 29. OLIVEIRA, Simone. Variações nas cepas de Mycoplasma hyopneumoniae observadas a campo. Ano VI, n˚ 32, 2009, pp. 20 – 23. DEE, Scott. Protocolo de biossegurança para prevenção da disseminação do vírus da Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína. Ano VI, n˚ 33, 2009, pp. 22 – 29. OPRRIESSING, Tanja. Doença associada ao PCV-2. Atualização da terminologia, manifestações clínicas, patogenia, diagnóstico e estratégia de intervenção. Ano VI, n˚ 33, 2009, pp. 32 – 54. GALINA, Lucina. Suínos blindados: avanços genéticos na resistência a doenças. Ano VI, n˚ 34, 2010, pp. 8 – 12. GOTTSCHALK, Marcelo. Revisão sobre a infecção por Streptococcus suis e suas correlações. Ano VI, n˚ 34, 2010, pp. 14 – 22.
Nutrição
FORT, Maria. Atualidade no circovirus suíno tipo 2 (PCV-2). Ano VI, n˚ 35, 2010, pp. 26 – 39.
YAGUE, A. Palomo. Normatização do uso de minerais na alimentação suína. Ano VI, n˚ 32, 2009, pp. 11 – 18.
FORT, Maria. Atualidade no circovirus suíno tipo 2 (PCV-2) - parte II. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 32 – 38.
Suínos&Cia
NAPOLES, C, Rosalba. A prova de ELISA: ferramenta útil para o diagnóstico sorológico da salmonelose. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 40 – 42. FREY, Joachim. Toxina RTX: fatores de virulência específicos do hospedeiro do Actinobacillus pleuropneumoniae. Ano VII, n˚ 38, 2011, pp. 10 – 17. RAMIREZ, Alejandro. Aplicações do NNT (Número Necessário de Tratamentos). Ano VII, n˚ 38, 2011, pp. 18 – 20. LINHARES, Daniel. Atualização e futuras perspectivas no diagnóstico e controle da influenza suína no Brasil. Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 26 – 28. VANNUCCI, Fabio, Experimentos controlados a campo: necessidades e princípios. Ano VII,n° 40, 2011, pp. 28 -30.
Sustentabilidade PIÑEIRO, C. As novas tecnologias de informação e sua aplicação na produção de suínos: fundamentos para um futuro imediato. Ano VII,n° 40, 2011, pp. 20 26.
Manejo LISBOA, Nazare. Estratégia de manejo em granjas de alta prolificidade. Ano VI, n˚ 32, 2009, pp. 24 – 30. SILVEIRA, T. F. Expedito. Manejo pré-abate de suínos e seus efeitos na qualidade da carcaça e da carne. Ano VI, n˚ 34, 2010, pp. 24 – 33. SILVA, A. Caio. Cama para suínos: estratégia de manejo e bem-estar animal. Ano VI, n˚ 37, 2010, pp. 36 – 40.
Revisão Técnica YAGUE, P. Antonio. 40˚ Encontro da AASV (Associação Americana de Veterinários Especialistas em Suínos). Ano VI, n˚ 31, 2009, pp. 42 - 50. YAGUE, P. Antonio. Allen D’Leman Swine Conference – St.Paul – Minnesota. Ano VI, n˚ 34, 2010, pp. 36 - 50. YAGUE, P. Antonio. 41˚ Encontro da AASV (Associação Americana de Veterinários Especialistas em Suínos). Ano VI, n˚ 35, 2010, pp. 40 – 55. Ano VII - nº 40/2011
Índice YAGUE, P. Antonio. Resumo do 21° Congresso Internacional da Associação Mundial de Veterinários Especialistas em Suínos (IPVS). Ano VI, n˚ 37, 2010, pp. 42 – 56.
FOXCROFT, R, George. Aplicação de tecnologias avançadas de inseminação artificial para melhorar a competitividade da suinocultura. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 12 – 23.
YAGUE, P. Antonio. Allen D’Leman Swine Conference – St.Paul – Minnesota. Ano VII, n˚ 38, 2011, pp. 22- 30.
PALLAS, T. Rafael. Condições ambientais e instalações: influência sobre a saúde do cachaço e a qualidade seminal. Ano VII,n° 40, 2011, pp. 10 - 18.
ZOTTI, C. Dirceu. Especialização dos recursos humanos na suinocultura. Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 29 – 32.
Aconteceu
O caso Pulga. Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 50.
Curso de Creche – Terminação – Toledo – PR. Ano VI, n˚ 31, 2009, pp. 64.
MARINS, L. O desafio de ser simplesmente elegante. Ano VII,n° 40, 2011, pp. 42.
MCORIST, Steven. Disenteria e ileíte: momento exato para tentar decifrar a difícil ciência por trás dessas doenças. Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 34 – 36. YAGUE, P, Antonio. 42˚ Encontro da AASV (Associação Americana de Veterinários Especialistas em Suínos). Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 38 – 48.
Dicas de Manejo Medicação via água de bebida. Ano VI, n˚ 31, 2009, pp. 56 – 61.
Poli-Nutri anuncia quarta unidade fabril e novo centro de distribuição. Ano VI, n˚ 32, 2009, pp. 42. Novartis no IPVS 2010, em Vancouver, Canadá. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 48.
Semiologia. Ano VI, n˚ 32, 2009, pp. 48 – 50.
Poli- Nutri recebe mais um atestado de qualidade do Ministério da Agricultura. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 48.
Como concluir o diagnóstico clínico e laboratorial de PCV-2 em granjas de suínos. Ano VI, n˚ 33, 2009, pp. 63 – 65.
Grupo Consuitec em parceria com a Cooperoeste. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 50.
Assistência ao parto: cuidando do recém-nascido. Ano VI, n˚ 34, 2010, pp. 62 – 65.
Curso de Sanidade – Chapecó – SC. Ano VI, n˚ 31, 2009, pp. 64.
Protocolo de quarentenário. Ano VI, n˚ 35, 2010, pp. 68 – 70. Como controlar a coccidiose suína. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 60 – 62. Importância do colostro nos leitões nas primeiras horas de vida. Ano VI, n˚ 37, 2010, pp. 64 – 67.
Pfizer realiza eventos regionais de suinocultura. Ano VI, n˚ 31, 2009, pp. 65
Recursos Humanos EDELSTEIN, M. O trabalho em equipe é possível. Ano VI, n˚ 31, 2009, pp. 66.
Excelência nos resultados reprodutivos. Ano VI, n˚ 37, 2010, pp. 40 – 42.
BATISTA, Laura. Reinvertar-nos como veterinários especialistas em suínos, em tempos de crise. Ano VI, n˚ 32, 2009, pp. 32 – 36.
Biosseguridade. Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 56 – 58.
O besouro tem tudo para dar errado. Ano VI, n˚ 32, 2009, pp. 52.
Transporte dos aimais na fase pré-abate. Ano VII,n° 40, 2011, pp. 50 -53.
A lei do caminhão do lixo. Ano VI, n˚ 33, 2009, pp. 62.
Reprodução
O banqueiro de investimentos e o americano. Ano VI, n˚ 34, 2010, pp. 60.
PALLAS, T. Rafael. Novas tecnologias em reprodução suína. Ano VI, n˚ 33, 2009, pp. 10 – 20. Ano VII - nº 40/2011
O segredo para um projeto. Ano VI, n˚ 35, 2010, pp. 66.
BATISTA, Laura. Especialista em suínos: profissional do futuro no presente. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 26 – 29. MENSAGEM. Ano VI, n˚ 37, 2010, pp. 62.
Informe Publicitário FARMABASE inicia novo ciclo de gestão em 2010 e já começa o ano com o lançamento de um novo produto para suínos. Ano VI, n˚ 34, 2010, pp. 58 – 59. Talent: eficiência na conversão. Ano VI, n˚ 36, 2010, pp. 52. Boehringer reforma seu time no Brasil. Ano VII, n˚ 38, 2011, pp. 44. O papel dos probióticos na saúde dos suínos. Ano VII, n˚ 38, 2011, pp. 44 – 47. Grupo Guabi contrata Estela Gama como supervisora técnica para linha Nutriserviços. Ano VII, n˚ 38, 2011, pp. 47. Saúde suinícola Phibro. Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 62. Chr. Hansen ganha mais um reforço para o time de Saúde & Nutrição Animal. Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 63. Poli-Nutri inaugura nova unidade em Santa Catarina. Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 63.
Jogo Rápido Dra. Nazaré Lisboa pergunta: Sua granja adota medidas de biosseguridade? Ano VII, n˚ 39, 2011, pp. 60 – 61. Dr. Miquel Collel pergunta: Sua granja realiza adequado manejo dos animais terminados nas fases de transporte e préabate? Ano VII,n° 40, 2011, pp. 44 - 45. Suínos&Cia
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Dicas de Manejo Transporte dos animais na fase de pré-abate A meta de produzir animais saudáveis, sem dúvida, faz-se presente na maioria das granjas da suinocultura industrial. Para realizar boas práticas de manejo antes, durante e depois do transporte faz-se necessário treinar e revisar constantemente as pessoas envolvidas nessa importante tarefa. No entanto, é fundamental que os animais, nas diferentes fases de produção, sejam transportados adequadamente, evitando qualquer situação de estresse que possa comprometer a saúde, o bem-estar e a qualidade final desse nobre produto. Abaixo seguem algumas sugestões de manejo que, quando colocadas em prática, ajudarão a melhorar a eficiência do processo de transporte de suínos. Confira!
Definido o lote a ser embarcado, proceder o jejum (suspender o fornecimento de ração) com o mínimo de 12 horas, não excedendo 24 horas, acompanhado de dieta hídrica (fornecimento de água) em abundância e de boa qualidade.
Banhar os animais no embarcadouro melhora a higiene e diminui a contaminação microbiológica.
O caminhão, antes de chegar à granja, deve passar por adequado programa de limpeza, desinfecção e secagem, para que esteja totalmente limpo, sem nenhum resíduo de matéria orgânica e também livre de moscas na cabine.
Para assegurar o processo de limpeza e desinfecção antes de entrar nas proximidades da granja, o caminhão deverá passar pelo arco de desinfecção; em seguida, o responsável pelo carregamento deverá realizar um monitoramento por meio de uma vistoria prévia, com o objetivo de verificar as condições de limpeza do transporte dos animais.
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Dicas de Manejo
Os animais devem ser retirados das baias de terminação em pequenos grupos com muita paciência e tranquilidade, utilizando sempre a tábua de manejo ou fômite, para não se machucarem nem se estressarem.
Os barracões de terminação devem ser sempre em locais de fácil acesso. E a área de embarque deve ser estrategicamente localizada entre as instalações, facilitando a chegada do caminhão e a operação de embarque dos animais.
Recomenda-se que o transporte seja realizado nas horas mais frescas do dia, de preferência entre a noite e até o início da manhã. Evitar corrente de vento frio direto nos animais durante o transporte, principalmente no inverno.
Jamais utilizar bastão elétrico devido ao efeito do aumento da frequência cardíaca, equimoses na carcaça e qualidade da carne. Além de ser muito doloroso, consequentemente compromete a saúde e o bem-estar dos animais.
Foto: Expedito Tadeu Ano VII - nº 40/2011
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Preferencialmente, a condução dos animais para o veículo de transporte deve ser realizada por corredores com paredes sólidas. O piso deve ser antiderrapante em toda a extensão.
Recomenda-se evitar a mistura de animais de grupos sociais diferentes na mesma baia, pois induz a altos níveis de agressão em função do estabelecimento de uma nova hierarquia social. Interações agressivas resultam em maiores pontuações de escoriações na pele, assim como comprometimento da qualidade da carne.
Quando a mistura for inevitável, sugere-se que a mesma seja realizada apenas no embarque. No caminhão em movimento, os animais brigam menos e têm mais tempo para descansar depois da briga.
Os animais embarcam com maior facilidade no veículo de transporte quando a rampa de acesso e a carroceria estão no mesmo nível. Isto pode ser conseguido por meio de carrocerias dotadas de piso móvel. No caso de ser utilizada rampa para o embarque dos animais, em carroceria de piso fixo, o ângulo de inclinação entre a plataforma de embarque e a carroceria não deve exceder 20° (15° é considerado o melhor). As rampas ou plataformas devem possuir proteção lateral (cerca), com altura mínima equivalente a 90 cm.
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Dicas de Manejo Durante o transporte, todos os suínos devem poder, no mínimo, deitar-se ao mesmo tempo e ficar de pé na sua posição natural. A fim de preencher essas exigências mínimas, a densidade de carregamento dos suínos de peso aproximado a 100 kg não deverá ultrapassar 235 kg/m², podendo haver exceção de acordo com o tamanho e o estado físico dos suínos. Ela poderá ser aumentada em até 20%, em função das condições meteorológicas e da duração da viagem. Porém, antes de estabelecer regras, sempre é preciso analisar o protocolo aplicado por meio dos resultados quanto a perdas durante o transporte e problemas de carcaças.
Chegando ao abatedouro, os suínos devem ser desembarcados o mais rápido possível, evitando desconforto e agitação dos animais em função de tempo de espera muito prolongado.
O período de descanso do suíno nas baias de espera nos abatedouros afeta o nível do estresse. O tempo ótimo de descanso recomendado é entre 2 a 3 horas. Durante este período, os suínos se acalmam e, geralmente, param de brigar.
A interação homem/animal é muito forte e também faz-se presente durante o desembarque. Por isso, é importante conhecer o comportamento do suíno, que apresenta uma dificuldade natural em descer rampas, principalmente com inclinações superiores de 15º a 20°. Neste momento também é importante a utilização de carrocerias móveis para facilitar a operação em que os animais se colocam no mesmo nível da plataforma de desembarque, garantindo melhor eficiência durante o transporte até a linha de abate.
Foto: Expedito Tadeu Ano VII - nº 40/2011
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Encontre as Palavras A temperatura ambiente possui efeito direto sobre o gasto de energia, consumo voluntário dos suínos e, consequentemente, no desempenho. Quando existe equilíbrio térmico há conforto que proporciona bem-estar. No diagrama ao lado vamos encontrar quais são os utensílios e equipamentos que influenciam no conforto térmico do suíno. - Escamoteador - Cortinas - Portas - Termômetro - Janelas - Exaustores
- Ventiladores -Umidificador - Telhado - Corredores - Sombrite - Lâmpadas
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Relacione as Colunas Vamos relacionar as colunas abaixo, indicando a relação entre o defeito congênito e a respectiva alteração. 1. Anoftalmia
(
) Diminuição anormal de ambas as orelhas
2. Agenesia de cauda
(
) Ausência de pele em alguma região do corpo
3. Atresia anal
(
) A cabeça é anormalmente grande
4. Atriquia
(
) Ausência congênita de todos os tecidos dos olhos
5. Craniosquise parcial
(
) Membros excessivamente curtos ou pequenos
6. Meningocele
(
) Fenda do palato
7. Criptorquidismo
(
) Ausência ou formação insuficiente ou desenvolvimento imperfeito da cauda
8. Epiteliogênese imperfeita
(
) É o acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano na cavidade craniana
9. Hermafroditismo
(
) No nascimento, os testículos (um ou ambos) não são encontrados na bolsa escrotal
10. Hérnias
(
) Fragilidade do anel umbilical ou inguinal, permitindo projeção de órgãos abdominais e saculação
11. Micromelia
(
) Ausência/diminuição da quantidade de cerdas
12. Microtia bilateral
(
) Duplicação craniofacial, refere-se à duplicação da região cefálica e das estruturas faciais sem que haja separação das duas cabeças
14. Palatosquise
(
) Insuficiência congênita do crânio para se fechar dorsalmente
15. Diprosopia
(
) Presença de tecidos testiculares e ovarianos e trato tubular feminino
16. Hidrocefalia
(
) Presença de um ou mais dedos supranuméricos, inseridos na região da articulação
17. Macrocefalia
(
) Protusão das membranas cerebrais pela abertura
18. Anencefalia
(
) Ausência do cérebro e da caixa craniana
(
) Ausência do orifício anal, acompanhada ou não da falta da porção final do reto
13. Polidactilia
Qual o seu diagnóstico? Assinalar qual a má formação congênita na imagem ao lado: (
) Craniosquise parcial (
(
) Meningocele
) Epiteliogênese imperfeita (
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) Hidrocefalia
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Relacione as Colunas ( 12 ) Diminuição anormal de ambas as orelhas ( 8 ) Ausência de pele em alguma região do corpo ( 17 ) A cabeça é anormalmente grande ( 1 ) Ausência congênita de todos os tecidos dos olhos ( 11 ) Membros excessivamente curtos ou pequenos ( 14 ) Fenda do palato ( 2 ) Ausência ou formação insuficiente ou desenvolvimento imperfeito da cauda ( 16 ) É o acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano na cavidade craniana ( 7 ) No nascimento, os testículos (um ou ambos) não são encontrados na bolsa escrotal ( 10 ) Fragilidade do anel umbilical ou inguinal, permitindo projeção de órgãos abdominais e saculação ( 4 ) Ausência/diminuição da quantidade de cerdas ( 15 ) Duplicação craniofacial, refere-se à duplicação da região cefálica e das estruturas faciais sem que haja separação das duas cabeças ( 5 ) Insuficiência congênita do crânio para se fechar dorsalmente ( 9 ) Presença de tecidos testiculares e ovarianos e trato tubular feminino ( 13 ) Presença de um ou mais dedos supranuméricos, inseridos na região da articulação ( 6 ) Protusão das membranas cerebrais pela abertura ( 18 ) Ausência do cérebro e da caixa craniana ( 3 ) Ausência do orifício anal, acompanhada ou não da falta da porção final do reto
Qual o seu diagnóstico? (
) Craniosquise parcial
( X ) Meningocele
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) Epiteliogênese imperfeita
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) Hidrocefalia Ano VII - nº 40/2011
Pode ser aplicada na 1a semana de vida (3 dias de idade).
Rápida resposta imune
Animais protegidos já na 2a semana após a vacinação.
Proteção duradoura Uma única aplicação e mais de 25 semanas de cobertura vacinal.
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