SUÍNOS&CIA - REVISTA TÉCNICA DA SUINOCULTURA
ANO VII - Nº 43/2012
Pneumostar® Myco é marca registrada de Novartis AG, Suíça. Atendimento ao Cliente: 0800 888 8280 - J3816/JUN2011.
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melhor resposta imune
Editorial Para refletir... Suinocultura: visão de investimento sustentável
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Atitude. Sem dúvida, este é o segredo para o sucesso profissional, boa ventura amorosa e também para obter bons resultados financeiros. Trata-se de cultivar bons hábitos, colher informações, dedicar tempo à análise de cenários. Colocar em prática o discernimento e a disciplina para fazer boas escolhas, consistentemente. Esse conjunto de qualidade sempre foi necessário. Porém, nos dias de hoje, torna-se muito mais essencial. E certamente será muito mais nos próximos anos. O problema é que a maioria dos suinocultores, enquanto investidores, ainda pensa como antigamente. Não como o antigamente de 2010, mas ainda mais antigo, remontando à década de 80, quando a inflação comia todos os seus benefícios, e a opções mais inteligentes eram estocar produtos e grãos e se proteger em aplicações baseadas nos juros pagos pelo governo. Não é que esse mundo tenha desaparecido por completo. Mas o quadro já é outro há algum tempo. Ninguém melhor do que os executivos de grandes empresas para saber disso. Eles formam a elite financeira do país, e as empresas que comandam sentem no dia a dia os impactos da realidade brasileira – pela inflação, pelo câmbio, pelo endividamento, pelas oportunidades. E, no entanto... Segundo a revista Época, suas próprias pesquisas encomendadas demonstraram que mesmo os executivos brasileiros ainda necessitam de treinamento financeiro, inclusive aqueles ligados exclusivamente à área financeira, que dirigem grandes empreendimentos e negócios. Se trouxermos esta realidade para a suinocultura, ela é ainda mais delicada. As empresas crescem e são conservadoras, desde o sistema de produção às decisões de investimentos. Existe um mentor que, por instinto, arrisca seus investimentos, utilizando de forma rudimentar e pouco madura as informações de mercado existentes sobre economia e tendências aliadas às análises dos possíveis riscos da atividade. Infelizmente, as empresas se mantêm com hábitos antigos, em que havia muito menos capital envolvido e as margens eram muito maiores, acompanhadas de uma economia interna com pouca influência da economia global. Hoje, as crises internacionais em diferentes países atropelam as previsões e a estabilidade e desviam as oportunidades de crescimento. Assim, para se manter e ser competitivo, os empreendedores têm de se moldar à economia estável que hoje vivemos e buscar consultorias financeiras de referências para ajudar nas decisões que podem gerar resultados positivos a longo, médio e curto prazos. Definitivamente, sair da situação de comodidade da intuição e do “acho que pode dar certo”. Conhecer e sempre analisar o potencial das tomadas de decisões e repercussões econômicas que elas podem trazer. Avaliar habilidade, credibilidade, capacidade e a base do conhecimento de causa de quem decide para a empresa e quais as suas repercussões. Adotar o hábito de utilizar protocolos e processos e o que eles podem contribuir na viabilidade dos resultados, diminuindo os fatores de riscos e comprometimento dos recursos. Decidir na empresa, respeitando a hierarquia e as responsabilidades. Meta clara: “produzir qualidade pelo menor custo possível”, aproveitando todas as oportunidades que existe em todos os processos da atividade. Ter certeza de que o mundo mudou e a competitividade se encontra na busca pela eficiência, pois ela existe em todos os mercados, independentemente do que se produz. Finalmente, ter coragem para realmente ter atitude de ser diferente e fazer a diferença. Simplesmente saber utilizar e aplicar a quantidade e a qualidade das informações, como também os avanços tecnológicos que hoje estão disponíveis nos meios de comunicação e que estão aí para facilitar a gestão e, consequentemente, as tomadas de decisões de forma eficaz. Maria Nazaré T. S. Lisboa
Índice 6
Entrevista
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Manejo
14
Sanidade
22
Revisão Técnica
36
Sumários de Pesquisa
40
Recursos Humanos
42
Informe Publicitário
44
Informe Publicitário
48
Aconteceu
50
Dicas de Manejo
54
Divirta-se
Professor David Barcellos Problemas locomotores e o impacto sobre a longevidade da fêmea Ecologia de doenças infecciosas aplicada no diagnóstico, controle e erradicação de doenças em suínos
Resumo da 43a reunião anual da associação norte-americana de veterinários especialistas em suínos
É possível reter talentos? Hipra Saúde Animal
Suinocultura abaixo de zero: profissionais brasileiros conhecem modelo de produção canadense Shaping the future: suinocultura em debate
Encontre as palavras Jogo dos 7 erros Labirinto Teste seus conhecimentos
Expediente Revista Técnica da Suinocultura A Revista Suínos&Cia é destinada a médicosveterinários, zootecnistas, produtores e demais profissionais que atuam na área de suinocultura. Contém artigos técnicocientíficos e editorias instrutivas, apresentados por especialistas do Brasil e do mundo.
Editora Técnica Maria Nazaré Lisboa CRMV-SP 03906
Consultoria Técnica Adriana Cássia Pereira CRMV - SP 18.577 Edison de Almeida CRMV - SP 3045 Mirela Caroline Zadra CRMV - SP 29.539
Jornalista Responsável Paulo Viarti MTB.: 26.493
Projeto Gráfico e Editoração Dsigns Comunicação - dsigns@uol.com.br
Ilustrações Roque de Ávila Júnior
Foto da Capa Cooperativa Lar UPL Itaipulândia – Paraná
Departamento Comercial Mirela Caroline Zadra comercial@suinosecia.com.br
Atendimento ao Cliente Adriana Cássia Pereira adriana@suinosecia.com.br
Assinaturas Anuais Brasil: R$ 120,00 Exterior: R$ 160,00 Liria Santos assinatura@suinosecia.com.br
Impressão Gráfica Silva Marts
Administração, Redação e Publicação Av. Fausto Pietrobom, 760 Jd. Planalto - Paulínia/SP CEP 13.145-189 Tel: (19) 3844-0443/ (19) 3844-0580 A reprodução parcial ou total de reportagens e artigos será permitida apenas com a autorização por escrito dos editores.
Entrevista A literatura na área da suinocultura Para o médico-veterinário, autor de três livros e coautor em outros 11, as publicações existentes hoje são voltadas para a parte prática, e ainda faltam algumas com enfoque mais teórico
Professor David Barcellos O médico-veterinário David Emilio Santos Neves de Barcellos é especializado em doença de suínos. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possui mestrado e doutorado em microbiologia, sendo o primeiro pela Universidade de Londres e o segundo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atua, principalmente, com diagnóstico e pesquisa na área de sanidade suína. Também é consultor em empresas para produção de suínos. Em parceria com os médicos-veterinários Jurij Sobestiansky e Ana Sobestiansky, escreveu o livro “Suínos – sistema intensivo de produção: dispensário de medicamentos veterinários, produção e manejo de resíduos de serviços de saúde”. Ao longo de sua carreira, escreveu três livros e foi coautor em outras 11 publicações. Participou de cerca de 250 palestras, simpósios e congressos no Brasil e no exterior, publicou 128 artigos científicos em revistas e orientou 23 teses e dissertações. Nesta entrevista, Barcellos fala sobre a literatura existente na suinocultura, e acredita na missão da educação continuada com o propósito de contribuir na capacitação e desenvolvimento de novos talentos através da pesquisa na área de sanidade.
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Suínos&Cia - Você já escreveu três livros e foi coautor em outros 11. O que o levou a dedicar parte de sua carreira à literatura?
trabalho. Como consequência, o ensino me mantém motivado para pensar em fazer coisas novas nesta área.
Dr. David - Sempre gostei de ler muito e acho que a vontade de escrever acompanha este meu gosto. Devo salientar a parceria com o Jurij Sobestiansky em muitos destes livros; ele é um grande incentivador e facilita muito os trabalhos necessários para a publicação dos livros.
Suínos&Cia - Como a educação continuada pode ajudar a melhorar a suinocultura?
Suínos&Cia - Qual a sua visão com relação à oferta de literatura voltada para a suinocultura no Brasil, comparando-a com a de outros países? Dr. David - Posso emitir opinião na área de doenças. O que existe publicado hoje em nosso país é de bom nível e numa quantidade e abrangência muito boa. Por isso, não ficamos a dever aos países mais evoluídos na suinocultura. A literatura existente é bem prática, mas talvez ainda faltem livros com um enfoque mais teórico. A partir do grande fomento dos cursos de pós-graduação, muitas lideranças importantes estão emergindo, e a iniciativa de publicação por parte delas é uma questão de tempo, somando-se com o que a nossa geração já alcançou em termos de publicações.
Suínos&Cia - Qual a razão em se dedicar à educação continuada na área de suínos? Dr. David - Tenho uma carreira bem diversificada, pois já fiz muita coisa. Mas o que me dá mais prazer é ensinar, isto faz com que a educação continuada seja algo prazeroso em minha rotina de
Dr. David - Contribuindo para melhorar cada um dos fatores que compõem o complexo multifatorial de produção.
Suínos&Cia - Você participou de 250 simpósios e congressos no Brasil e no exterior e publicou centenas de artigos científicos. O que mais lhe preocupa na suinocultura e o que fazer para resolver ou minimizar os problemas? Dr. David - A quantidade de informação científica que existe hoje, acessível a todos os técnicos, é uma coisa extraordinária. Acho que o essencial é ter foco no que realmente é importante e convicções bem definidas. Também é importante estudar sempre, filtrando as novas publicações em busca de coisas novas e práticas que possam ser acrescentadas às nossas receitas do dia a dia.
Suínos&Cia - Você realizou seus estudos em três países: Brasil, Estados Unidos e Inglaterra. Quais as diferenças entre eles na área educacional, ou seja, alguns privilegiam alguma determinada área em detrimento de outra? Dr. David - Posso dizer que foi um privilégio poder ter conhecido e vivenciado realidades de diversos países Ano VII - nº 43/2012
Entrevista e usar estes conhecimentos para compor a minha formação profissional. É difícil generalizar este tipo de experiência comparando as diferentes realidades, mas o que a gente conhece ao realizar cursos ou trabalhos de pesquisa no exterior corresponde a uma parte minúscula do ensino ou ciência destes países. As lideranças científicas tendem a mudar com o tempo; hoje, os Estados Unidos lideram a ciência na área de clínica de suínos, daqui a alguns anos poderá mudar. O Brasil vem evoluindo muito rápido, vamos ver o que ocorrerá no futuro.
Suínos&Cia - Com esta vasta trajetória e exemplo de determinação, que mensagem deixaria aos profissionais e aos graduandos que estão atuando nesta área? Dr. David - Saiam da chamada área de conforto. Busquem sempre a atualização e experimentem as novas tecnologias que surgem a cada momento, mas sempre colocando o filtro da aplicabilidade às condições regionais e aplicando a velha fórmula da estimativa do custo-benefício.
Suínos&Cia - Qual sua análise sobre a sanidade suína no Brasil e os principais entraves pelos quais ela passa? Dr. David - A meta da suinocultura da forma como está estruturada é conviver com infecções, mas com um mínimo de surgimento das formas clínicas das doenças. Para isto, os veterinários de suínos propõem um tipo de atuação preventiva, atentando para a multifatorialidade das enfermidades. Temos que considerar biossegurança, manejo, instalações, ambiência, nutrição, níveis de estresse, programas medicamentosos e vacinais. E, acima de tudo, a variável mão de obra e tudo o que se relaciona com ela talvez sejam o maior desafio do veterinário clínico.
Suínos&Cia - Como melhorar a produtividade e obter ganhos na qualidade da carne suína? Dr. David - Como mencionei antes, a atividade de produção de suínos é multifatorial. O sucesso depende em ter mais acertos do que erros nas diversas áreas envolvidas na produção.
Suínos&Cia - O que a tecnologia pode levar de novidade no intuito de melhorar a área de sanidade, considerada de extrema importância?
Suínos&Cia - Quais as recomendações que os médicosveterinários devem ter com a equipe de atuação no campo?
Dr. David - Avanços em áreas teóricas como a genômica, biossegurança, relação entre estresse e doenças, dinâmica das infecções, resistência ou sensibilidade genética a doenças e novos métodos de diagnóstico (com destaque para imunohistoquímica, FISH e PCR quantitativo) vêm representando grandes avanços na área da sanidade em suinocultura. Novas vacinas, novos adjuvantes e produtos antimicrobianos e sua forma de uso também têm ajudado bastante na melhoria das condições sanitárias na suinocultura.
Dr. David - Hoje, uma das coisas mais difíceis para o veterinário é manter um bom nível de comunicação com seus clientes. Eu me concentraria em desenvolver e estudar boas técnicas para a educação continuada dos funcionários, gerentes de granja e proprietários, afinal, são eles que vivenciam o diaadia das granjas.Nós somos, na maioria das vezes, visitantes e auditores eventuais. A forma com que passamos as nossas recomendações faz a diferença para o sucesso ou fracasso de nossa atuação.
Suínos&Cia - O impacto das informações distorcidas da gripe AH1N1 causou sérios dados à imagem da carne suína. Como está este cenário hoje e o que está sendo feito para acabar de vez com esta distorção? Dr. David - Este tipo de situação vem ocorrendo repetidas vezes. Precisamos desenvolver campanhas publicitárias permanentes, ressaltando a qualidade e a segurança dos produtos suínos e firmando este conceito na percepção das populações. Só assim a opinião pública vai aprender a filtrar melhor as informações sensacionalistas e distorcidas que tendem a ocorrer no calor da ocorrência de novos problemas com caráter zoonótico.
Suínos&Cia - Gostaria de deixar uma mensagem? David Barcellos, em parceria com os médicos-veterinários Jurij Sobestiansky e Ana Sobestiansky, lança mais um livro, acreditando na missão da educação continuada
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Dr. David - Desejo a Nazaré e à sua brava equipe muito sucesso. Reconheço como muito importante o trabalho que vocês desenvolvem, principalmente na área de treinamento do pessoal das granjas. Suínos & Cia
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Manejo Problemas locomotores e o impacto sobre a longevidade da fêmea
Ton Kramer Zinpro Animal Nutrition Brasil tkramer@zinpro.com
Introdução À medida que a suinocultura evolui, os ganhos financeiros pelo produtor passam a ser decorrentes da atenção a aspectos outrora negligenciados. Foi-se o tempo em que os suinocultores podiam simplesmente atentar aos índices produtivos e reprodutivos usualmente considerados. É necessária a transformação dos produtores de meros suinocultores em empresários da suinocultura. Neste sentido, entender os porquês do baixo peso dos leitões ao desmame ou do descarte de fêmeas com dois ou três partos, por exemplo, é muito mais im-
Uma fêmea sem problemas locomotores é capaz de apresentar um alto desempenho reprodutivo
portante do que simplesmente conhecer o
Entendendo o problema
peso dos leitões ao desmame ou do índice de reposição das fêmeas. Este artigo tem o objetivo de ana-
Os problemas locomotores e seus efeitos no comportamento dos suínos têm sido subestimados ao redor do mundo.
lisar a relação entre os problemas locomotores e seus impactos na performance reprodutiva das fêmeas e em sua perma-
Quando uma fêmea apresenta claudicação, as consequências incluem menor
nência na granja.
Tabela 1 – Frequência de remoção e ordem de parto médio de fêmeas suínas com diferentes razões para remoção do plantel Razão para remoção
Frequência (%)
Ordem de parto até a remoção
Falha reprodutiva
33,6
2,1
Tamanho da leitegada
20,6
4,4
Problemas locomotores
13,2
2,6
Mortalidade
7,4
3,2
Doenças
3,1
3,3
Diversas
13,3
2,9
8,7
7,4
Idade
Adaptado de LUCIA Jr. (2007)
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ingestão de alimentos, especialmente durante a lactação, perdas no desempenho reprodutivo e descarte precoce. Segundo HOGE et al. (2011), a longevidade de uma fêmea adulta está sendo reconhecida como uma preocupação econômica, além de bem-estar aninal. ANIL et al. (2009) afirma que os produtores necessitam minimizar a ocorrência de problemas locomotores nas granjas, bem como descartar animais com claudicação tão logo quanto possível (quando o tratamento não é uma opção), para minimizar as perdas econômicas. Uma pesquisa realizada com 2.660 fêmeas na Bélgica, de oito granjas distintas, mostrou que apenas 0,95% das fêmeas não apresentavam nenhuma lesão em algum dos cascos (PLUYM et al., 2011). Ano VII - nº 43/2012
Manejo
Figura 1 - Causas de descarte de fêmeas (NAHMS, 2007; Swine Health and Management in the United States, 2006)
O monitoramento da condição do sistema locomotor das porcas pode minimizar as perdas econômicas LUCIA Jr. (2007) relacionou as diferentes razões para descarte do plantel, bem como a ordem de parto médio até a remoção, de 29 granjas nos Estados Unidos, monitoradas durante 5 anos (Tabela 1). Levantamentos feitos nos Estados Unidos mostram que os problemas locomotores representam mais de 15% das causas de descarte das fêmeas (Figura 1). Há, ainda, que se considerar que descartes por baixo desempenho ou problemas reprodutivos na maioria dos casos estão relacionados com lesões no casco, mesmo que subclínicas. Assim sendo, estima-se que os problemas locomotores estão relacionados a 47% dos descartes.
pode-se observar que aos 300 dias, a taxa de sobrevivência de fêmeas com claudicação é a metade da taxa de fêmeas sem claudicação.
Considerações quanto ao descarte Dois aspectos principais devem ser considerados com relação ao descarte de fêmeas:
1. É necessário repor as fêmeas que serão descartadas. Isto implica em uma série de custos à produção, que incluem: • A aquisição e preparação das marrãs têm maior custo do que a manutenção das fêmeas no rebanho; • Primíparas têm leitegadas piores que multíparas; • Primíparas têm menor potencial produtivo; • Fêmeas descartadas têm valor igual ou menor que o preço de animais destinados ao abate;
KNAUER et al. (2007) demonstrou que abscessos nos cascos traseiros estão cinco vezes mais correlacionados com ovários acíclicos do que a condição de escore corporal. Estudos de DEEN et al. (2011) mostram que o descarte de fêmeas primíparas tem variado entre 8% e 32%. Segundo ele, as porcas morrem, são sacrificadas ou descartadas muito cedo e/ou a preços baixos. Isso é especialmente importante uma vez que tanto a sobrevivência da fêmea na granja quanto seu bem-estar afetam o resultado financeiro da produção. A Figura 2 mostra uma estimativa de permanência em uma granja de fêmeas sem e com claudicação. Neste gráfico, Ano VII - nº 43/2012
Figura 2 – Curva de sobrevivência comparativa entre fêmeas com e sem claudicação – Estimador Kaplan-Meier (ANIL et al., 2009)
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Manejo
Figura 3 – Efeito dos problemas locomotores sobre os desempenhos produtivo e reprodutivo das fêmeas suínas • Índice de mortalidade de primíparas mais alto em comparação com multíparas; • Maior mortalidade dos leitões de primíparas pré-desmame; • Aumento do risco sanitário; • Frustração dos trabalhadores; • Maior preocupação com aspectos de bem-estar animal. Esta lista deveria ser suficiente para convencer os produtores da importância de se buscar alternativas ao descarte de fêmeas por outras causas que não a idade, especialmente por problemas relacionados com o aparelho locomotor. 2. Será que o descarte de fêmeas por baixa produção, devido à, por exemplo, dificuldade no retorno ao cio, é uma atitude justificável economicamente? Responder a este questionamento é fundamental, pois a produção anterior nem sempre se repete no futuro (RUTSuínos & Cia
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TEN-RAMOS et al., 2009). DEEN et al. (2011) relata que a ocorrência de claudicações na maternidade aumenta em 40% a probabilidade de falha reprodutiva futura. É importante que se compreenda que normalmente há limitações anatômicas ou fisiológicas que são causas diretas de uma produtividade mais baixa, frequentemente relacionadas com o aparelho locomotor (Figura 3).
Os problemas locomotores e o impacto reprodutivo Segundo WILSON et al. (2010), citando PENNY (1980), “os problemas de casco há tempos são reconhecidos como tal e têm sido associados com a diminuição de fertilidade em fêmeas”. Esta diminuição de fertilidade
está relacionada com uma menor capacidade de ingestão de alimentos, decorrente da dor provocada pelos problemas locomotores, assim como devido às citocinas inflamatórias, que interferem negativamente na cascata hormonal relacionada aos processos reprodutivos. Um estudo realizado na Alemanha (GRANDJOT, 2007) mostrou menos leitegadas nas porcas que apresentavam claudicação quando comparadas às porcas sem claudicação (< 3 leitegadas vs. 4,5 leitegadas, respectivamente).
Identificação do problema Os aspectos que permitem identificar quais fêmeas estão em risco são: 1. Registros de produção: porcas com a saúde comprometida durante certo período de tempo normalmente apresentam níveis mais baixos de produtividade; Ano VII - nº 43/2012
MELHOR CONHECIMENTO CIENTÍFICO SIGNIFICA MELHORES RESULTADOS
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Manejo Descrição da Lesão
Unhas (U)
LEVE
Uma ou mais Ligeiramente unhas ligeiramen- mais longo que o te mais longas que normal o normal
MODERADO
Uma ou mais unhas significativamente mais longas que o normal
GRAVE
Unhas longas prejudicam a marcha quando o animal caminha
1 2 3
Dedo Acessório (DA)
Crescimento e Erosão do Talão
Rachadura Talão-Sola
Linha Branca
Rachadura Horizontal de Parede
Rachadura Vertical de Parede
Ligeiro crescimen- Ligeira separação to e/ou erosão do da junção tecido mole do talão
Separação rasa e/ ou curta ao longo da linha branca
Hemorragia eviRachadura vertical dente, rachadura curta/rasa na horizontal curta/ parede do casco rasa na parede do casco
O dedo acessório se estende até a superfície quando o animal está em pé
Numerosas rechaduras com crescimento e erosão evidentes
Longa separação da junção
Longa separação ao longo da linha branca
Rachadura Rachadura vertical horizontal longa e longa e rasa na rasa na parede do parede do casco casco
O dedo acessório está rompido e/ ou parcial ou completamente removido
Grande crescimento e erosão com rachaduras profundas
Separação longa e profunda da junção
Longa e profunda separação ao longo da linha branca
Várias ou profundas rachaduras horizontais na parede do casco
Várias ou profundas rachaduras verticais na parede do casco
Figura 4 – Guia para classificações das lesões de casco - © Zinpro Corp. 2. Comportamento: o sinal mais comum é a claudicação. No entanto, falta de apetite ou apatia podem indicar que há algo anormal; 3. Identificação das lesões: identificação e classificação das lesões de casco e da condição de locomoção, bem como o devido entendimento de suas causas.
A combinação destes três aspectos possibilita uma análise mais criteriosa de quais são as fêmeas candidatas ao descarte. Da mesma forma, antes de se proceder a eliminação dos animais, deve-se entender quais são os fatores predisponentes que levam aos problemas do aparelho locomotor vivenciados na granja. Como forma de monitoramento da condição do sistema locomotor das porcas, um grupo de pesquisadores, médicosveterinários e nutricionistas de diferentes países reuniu-se em um projeto. Neste, que tem o objetivo de avançar no conhecimento dos problemas locomotores em suínos e na sua prevenção, desenvolveu duas ferramentas para o monitoramento das condições do aparelho locomotor, adotados mundialmente: 1. Escore das lesões de casco (Figura 4); 2. Escore de locomoção (Figura 5).
Figura 5 – Escore de locomoção
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O uso frequente e rotineiro destas ferramentas permite ao suinocultor adotar uma postura mais estratégica no processo de tomada de decisão de quais fêmeas devem ser descartadas efetivamente e quais devem passar pela reabilitação podal, popularmente conhecida como casqueamento.
Conclusão Está claro que todas as granjas apresentam animais com claudicação. O procedimento normalmente adotado, nestes casos, é a eliminação dos animais, assumindo-se, assim, as perdas financeiras e de produtividade futura. Em alguns casos, especialmente considerando animais em gaiolas, é possível adotar-se outros procedimentos, como o uso de pedilúvios ou pulverização com solução de formol, analgesia de longa duração ou tapetes de borracha sob os animais. A implementação destes procedimentos pode resultar em uma mudança de comportamento, que inclui o aumento na ingestão de alimentos e, como consequência, uma melhora na produtividade a curto prazo. No entanto, estas medidas são paliativas, visando a compensar uma falha anterior e, frequentemente, não alcançam o sucesso pleno. É necessário entender melhor o problema, suas causas e consequências e, assim, adotar medidas preventivas mais efetivas, que têm a ver com manejo, ambiente e nutrição e que levarão ao aumento da longevidade das fêmeas e, por consequência, a um melhor resultado financeiro da produção. Ano VII - nº 43/2012
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Sanidade Ecologia de doenças infecciosas aplicada no diagnóstico, controle e erradicação de doenças em suínos Fabio Vannucci 1, 2, 4 vannu008@umn.edu
Médico-veterinário 1 Doutorando da Universidade de Minnesota 2 MBA em Gestão Empresarial 3 Mestre em Patologia Animal - UFMG 4
Daniel Linhares 1, 2, 3 linha005@umn.edu
Parte III: Controle e eliminação de agentes infecciosos em sistema de produção de suínos Introdução No sistema de produção de suínos, lucratividade e sanidade andam juntas no sentido de maximizar a produtividade do sistema. Suínos modernos devem crescer em um ambiente confortável e com mínima exposição a agentes patogênicos. Desta forma, é possível explorar ao máximo a capacidade de produção e alcançar o sucesso econômico desejado. O papel do sanitarista é entender profundamente os desafios sanitários do sistema de produção e decidir quais ferramentas podem ser usadas de forma economicamente viável
para a otimização do nível de saúde dos animais, ou seja, quais doenças serão controladas e quais serão eliminadas de cada população. Para atingir este objetivo, é necessário um diagnóstico preciso dos patógenos circulantes no sistema, bem como o entendimento da origem da infecção e suas formas de transmissão.
suínos (Parte 2 – Edição 42 de Suínos & Cia). Esses temas previamente discutidos nos permitem chegar à parte final desta série, abordando especificamente o controle e a eliminação de agentes infecciosos em granjas de suínos (Parte 3).
O presente artigo constitui a terceira parte de uma série de publicações em que foram explorados tópicos envolvendo a origem, evolução e mecanismos de transmissão de patógenos (Parte 1 – Edição 41 de Suínos & Cia) e uma visão global de diagnóstico na produção de
Um programa de eliminação de patógenos requer conhecimento preciso sobre os pilares descritos na tabela 1. Agentes infecciosos de importância econômica na suinocultura mundial que não se adequam serão listados abaixo. Portanto, não estamos prontos, no momento, para planejar um programa de eliminação destes agentes.
Controle ou eliminação?
Estratégias para controle
Os programas controle devem ter objetivos claros e específicos, como, por exemplo, a produção de leitões desmamados, testando negativos para Mycoplasma hyopneumoniae em PCR de swab nasal
Suínos & Cia
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Quando a eliminação de agentes infecciosos não é possível, sistemas de produção adotam estratégias para controlar o nível de infecção, minimizando a manifestação de sinais clínicos e diminuindo a excreção de determinado patógeno e, consequentemente, sua disseminação. Tais programas de controle devem ter objetivos claros e específicos, como, por exemplo, a produção de leitões desmamados, testando negativos para Mycoplasma hyopneumoniae em PCR de swab nasal, minimizando níveis populacionais do patógeno e, consequentemente, reduzindo níveis de transmissão horizontal na fase de crescimento. Algumas estratégias documentadas para controle de patógenos são descriAno VII - nº 43/2012
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Sanidade Tabela 1 – Pilares básicos para início de um programa de eliminação de agentes infecciosos de sistemas de produção de suínos. Conhecimento
Justificativa
Agentes infecciosos que não atendem
Origem de infecções
Precisa-se ter conhecimento sobre as potenciais fontes de infecção de animais
Mecanismos de transmissão entre animais e entre granjas
Transmissão vertical e/ou horizontal? De porca para leitão? Via sêmen? Aerossóis? Zoonose? Aves Vírus da Influenza e/ou roedores são susceptíveis? Insetos atuam como vetores?
Disponibilidade de técnicas de diagnóstico precisas
Técnicas precisas para determinação sobre infecção (ex. sorologia) ou excreção (ex. diagnóstico molecular) são essenciais para definição do estágio do programa de eliminação e, posteriormente, para confirmação do sucesso da operação
Mycoplasma hyopneumoniae b, Haemophilus parasuis
Disponibilidade de animais de reposição SPF
A disponibilidade de animais de reposição livres para determinado patógeno (SPF) é pré-requisito para um programa de eliminação sustentável a longo prazo
Alguns patógenos são endêmicos na maioria das granjas, mesmo de alto nível em pirâmides genéticas, como exemplo, Erisipelas, Parvovírus, Leptospiras, Haemophilus parasuis, A. suis. Bordetella bronchiseptica, E.coli, Pasteurella multocida.
Correlação entre parâmetros imunológicos e imunidade protetora
Conhecimento sobre imunidade protetora deve existir: um animal infectado elimina o patógeno eventualmente, ou pelo menos para de excretar o agente em algum ponto? Imunidade protetora pode ser correlacionada com medição de anticorpos neutralizantes?
H. parasuis, Lawsonia intracelullaris
Lawsonia intracellularis a
a. Embora haja teorias e especulações, não se sabe como este microrganismo sobrevive no meio ambiente, bem como a existência de vetores biológicos ou mecânicos e/ou reservatórios. b. Uma das limitações em programas de controle/eliminação deste patógeno é a incerteza sobre a negatividade de animais devido ao possível longo período de incubação de Mh. Além disso, os diagnósticos sorológicos são frequentemente inconclusivos. De qualquer forma, programas de eliminação de Mh sem depopulação existem e têm uma taxa de sucesso razoável.
tas a seguir. Considerando a gravidade da infecção pelo vírus da PRRS (PRRSv), há uma vasta literatura sobre experimentos científicos a campo realizados na América do Norte e Europa nos últimos 20 anos
com este agente, e, portanto, usaremos muitos exemplos baseados no controle/ eliminação de PRRSv. Vale ressaltar que os princípios adotados com PRRSv (conhecimentos acumulados) podem ser ex-
trapolados a outras doenças infecciosas de suínos: • Aclimatização de marrãs antes da introdução no rebanho para o desenvolvimento de imunidade protetora contra patógenos, como descrito para PRRSv (Dee et al., 1995; Dee, 2003). Como exemplo, fêmeas por volta de 12 semanas de idade ou 2 a 3 meses antes da introdução no rebanho são expostas deliberadamente ao vírus da PRRS via inoculação de soro de animais virêmicos ou via vacinação, utilizando vacina viva atenuada (FitzSimmons and Daniels, 2003). • Despovoamento parcial com o objetivo de eliminar o ciclo de transmissão do vírus da PRRS. Esta estratégia é baseada no despovoamento da creche. No entanto, algumas limitações envolvem a logística para transferir os animais desmamados para outro local e a necessidade de repetir este procedimento a cada 1 ou 2 anos (Dee and Joo, 1994; Dee et al., 1997b).
Um dos pilares básicos para o início do programa de eliminação de agentes infecciosos é conhecer os mecanismos de transmissão entre os animais e granjas
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• Práticas de manejo para minimizar transmissão horizontal de PRRSv, incluindo (a) fluxo de animais todos dentrotodos fora, o que consiste na prevenção Ano VII - nº 43/2012
Sanidade de infecção de leitões mais novos pelos mais velhos (Dee, 2003); (b) aplicação de McREBELtm, que constitui, “ao pé da letra”, práticas de manejo para reduzir a exposição de bactérias para eliminar perdas (McCaw, 2000); e (c) adoção de medidas de biossegurança (Pitkin et al., 2009c); • Imunização de animais – o objetivo é a formação de imunidade de rebanho contra patógenos específicos (Dee and Phillips, 1999; Lowe et al., 2006). Para tal, podem ser usados o próprio patógeno circulante, vacinas atenuadas e/ ou vacinas inativadas (Fano et al., 2005a; Lowe et al., 2006). • Fechamento temporário do rebanho reprodutivo (herd closure) – descontinuamento da introdução de animais de reposição (susceptíveis a infecção) por um período de 6-10 meses com o objetivo de quebrar o ciclo de transmissão entre animais do rebanho (Dee et al., 1995; Torremorell et al., 2003). • Adoção de vacinação combinada com o fluxo unidirecional de animais de crescimento – medida eficaz, especialmente em sistemas de produção com múltiplos sítios e capacidade para operar em sistema todos dentro-todos fora (Dee and Phillips, 1998). • Antibioticoterapia – uso estratégico de antimicrobianos contra agentes específicos com o objetivo de limitar o crescimento e a propagação de bactérias, facilitando o controle delas. Ou seja, a
Eliminação X Erradicação Os dois termos são usados para descrever métodos de extinguir totalmente um determinado patógeno de todos os animais e o meio ambiente de uma população hospedeira pré-definida. Nos últimos anos, o termo erradicação tem sido usado em programas oficiais para extinguir patógenos de uma região com diversas unidades de produção, enquanto que eliminação tem sido usado para programas voluntários (decididos por produtores) para extinção de patógenos de sua(s) granja(s). diminuição da carga de infecção aumenta o “custo de transmissão” do patógeno, como discutido na parte 1 desta série de artigos, o que facilita o seu controle pelo sistema imune do animal.
Eliminação Eliminação em granjas Para alguns patógenos, como PRRSv e Mycoplasma hyopneumoniae, não há drogas e/ou vacinas que efetivamente inibem replicação, crescimento e transmissão entre populações infectadas. Vacinas não previnem completamente o desenvolvimento de sinais clínicos e perdas produtivas. Portanto, sistemas de produção de suínos devem adotar medidas rigorosas de biosseguridade para prevenir a introdução destes agentes. Uma vez infectado com agentes devastadores como PRRSv, as opções são: a) manter a granja positiva e adotar medidas de controle mencionadas acima
ou b) eliminar o patógeno do sistema. Para eliminar PRRSv de granjas, há diferentes estratégias que podem ser adotadas, incluindo a) despovoamento e repovoamento completa do rebanho com animais “livres” (Dee, 2003), b) teste e remoção (Dee and Molitor, 1998), c) fechamento temporário do rebanho (Torremorell et al., 2003) e d) depopulação parcial (Dee et al., 1997a; Dee et al., 1997b). Caso não seja eliminado do rebanho, patógenos podem persistir no plantel devido à constante introdução de animais susceptíveis (leitoas de reposição) e à presença de animais em diferentes estágios de infecção e imunidade (subpopulações) (Dee et al., 1996; Dee et al., 1997a). Diferentes estratégias para eliminação de patógenos de sistemas de produção têm sido documentadas:
Estratégias para eliminação: • Despovoamento/repovoamento completo – como sugerido pelo nome, esta estratégia consiste em depopular o rebanho reprodutivo e repopular com animais livres após completa lavagem e desinfecção das instalações (Dee, 2003). • Teste e remoção – quando a prevalência da doença é baixa (<20%) e o rebanho está controlado com relação à sintomatologia clínica, pode-se usar a estratégia de testar 100% dos animais do rebanho para determinado patógeno e descartar animais positivos. Esta técnica foi descrita para PRRSv no final dos anos 90 (Dee and Molitor, 1998) e continua sendo usada hoje em dia em casos específicos (Dee, 2011). • Depopulação parcial – descrita na seção de “controle”.
Para o controle e a erradicação de microrganismos, é necessário implantar todas as medidas de biosseguridade que possam minimizar a transmissão de patógenos entre as granjas
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• Desmama precoce medicada segregada (DPMS) – leitões são desmamados precocemente (6 a 14 dias de idade, dependendo do projeto) para um sítio externo. Esta técnica visa à produção de Suínos & Cia
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Eficaz Rapidamente absorvido pelo trato gastrointestinal de suínos. Uma vez absorvido, concentra-se preferencialmente no trato respiratório, controlando as infecções no foco, especialmente aquelas causadas por microplasma. Seguro Formulado com Tiamulina na concentração de 45%, um antibiótico bacteriostático, exclusivamente utilizado em Medicina Veterinária. Previne o desenvolvimento de resistência cruzada a outros antibióticos usados em Medicina Humana. INDICAÇÕES: É indicado no controle de infecções, tais como: Suínos: — — — —
—
Infecções respiratórias: pleuropneumonia (Actinobacillus Pleuropneumoniae); Pneumonia enzoótica (Mycoplasma Hyopneumoniae); Pneumonias (Pasteurella SP, Haemophilus Parasuis e Sterptococcus SPP); Infecções gastrintestinais : DISENTERIA (Corynebacterium SP, Serpulina Hyodysenteriae), ILEÍTE (Lawsonia Intracellularis), COLITE (Serpulina Pilosicoli); Artrite (Mycoplasma Hyosynoviae e Mycoplasma Hyorhinis).
PERÍODO DE CARÊNCIA: Não destinar ao abate para consumo humano os animais antes de decorridos 10 dias após o ultimo tratamento.
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Sanidade a Espanha (Allepuz et al., 2008), a Nova Zelândia (MacDiarmid, 2000) e a Holanda (Elbers et al., 2000). PRRSv foi eliminado do Chile (Torremorell et al., 2008), Suécia (Carlsson et al., 2009) e de algumas regiões específicas dos Estados Unidos (Corzo et al., 2011). Como exemplos locais, o vírus da febre suína africana foi erradicado em todo o território do Brasil (Moura et al., 2010), e o vírus da doença de Aujeszky, de boa parte do território nacional.
Conclusões
A barreira verde é uma das medidas de biosseguridade que assegura a sanidade do rebanho, auxiliando, assim, no controle e na disseminação dos agentes animais livres do patógeno em uma janela de tempo pré-determinada. Os princípios para o sucesso da DPMS são: (a) estabilização da sintomatologia clínica do plantel (antes do início das desmamas precoces) por meio de medicação/imunização do rebanho, (b) medicação de porcas e de leitões, (c) desmamar leitões entre 6 a 8 dias de vida, (d) alojamento dos desmamados em múltiplos sítios segregados e medicação de leitões desmamados e (e) monitoria contínua de animais DPMS (sorologias, diagnósticos moleculares, acompanhamentos de abates). Esta técnica já foi descrita com sucesso para agentes como Mycoplasma hyopneumoniae e Actinobacillus pleuropneumoniae. • Fechamento temporário de granja – técnica amplamente praticada na América do Norte para eliminação de PRRSv e M. hyop. de granjas, é economicamente mais atrativa do que as demais, no caso de PRRSv, levando-se em conta o custo e a taxa esperada de sucesso, que gira por volta dos 85% (Torremorell et al., 2003; Holtkamp et al., 2012). Esta estratégia consiste na interrupção da entrada de animais de reposição por um período médio de 28 semanas (Linhares et al., 2012). No caso de PRRSv, o fechamento de granja é comumente associado à exposição deliberada de todos os animais do rebanho ao vírus vivo (virulento ou atenuado). Deste modo, toda a população de animais Ano VII - nº 43/2012
é infectada e, eventualmente, desenvolve resposta imune protetora ao vírus e consequente imunidade de rebanho (livrando-se da população susceptível e quebrando o ciclo de transmissão).
Eliminação a nível regional Como discutido na parte 1 desta série de artigos, patógenos podem ser disseminados regionalmente a partir de granjas infectadas, sendo transmitidos por vias diretas e indiretas para outras granjas com animais susceptíveis. As formas comuns de transmissão de patógenos entre granjas são por meio da introdução de animais e/ ou sêmen, veículos e outros fômites, insetos e pássaros (vetores biológicos e/ou mecânicos) e aerossóis. É preciso ter conhecimento básico sobre as formas de excreção e transmissão de patógenos específicos, bem como uso de ferramentas de diagnóstico que permitam a identificação precoce de patógenos e a execução de estratégias de eliminação regional de forma coordenada entre sistemas de produção. O vírus da doença vesicular dos suínos foi erradicado da Itália (Bellini et al., 2007), enquanto o vírus da aftosa foi erradicado de diversos países, incluindo a Colômbia (Gallego et al., 2007), Filipinas (Randolph et al., 2002) e o Japão (Sugiura et al., 2001). Similarmente, o vírus da doença de Aujeszky foi erradicado de diversas regiões, incluindo
Como descrito nas partes I, II e III desta trilogia, o controle e a erradicação de microrganismos infecciosos de sistemas de produção de suínos são possíveis. Para tanto, é pré-requisito o conhecimento detalhado sobre ecologia e epidemiologia do patógeno-alvo, incluindo mecanismos de excreção, dinâmica da infecção, transmissão entre animais e entre granjas e as diferentes formas de sobrevivência do patógeno. O sucesso de tais programas sanitários depende diretamente da disponibilidade de ferramentas de diagnóstico. Obviamente não há receitas de bolo – cada programa terá necessidades específicas e contará com diferentes ferramentas de diagnóstico. Contudo, o importante é trabalhar com estratégias de monitoria sanitária que permitam um diagnóstico preciso, rápido e atual. Para o controle/eliminação de agentes infecciosos há a disponibilidade de diversas técnicas. Para algumas doenças não estamos prontos para eliminação por diversos fatores aqui descritos. Todavia, para outros patógenos, como Mycoplasma hyopneumoniae, A. pleuropneumoniae e PRRSv, há diversos relatos científicos documentando o sucesso da eliminação. Nestes casos, programas de biosseguridade são importantes para assegurar a sanidade do rebanho, justificando o investimento para eliminação. Ressaltamos também a importância da adoção de monitorias sanitárias, utilizando-se ferramentas diagnósticas que permitam investigações epidemiológicas em casos de novos surtos (epidemiologia molecular). A identificação da origem de surtos é de suma importância para o aprimoramento de programas de biosseguridade, prevenindo futuros casos. Suínos & Cia
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Sanidade Referências Bibliográficas 1. Allepuz, A., Saez, M., Alba, A., Napp, S., Casal, J., 2008. Exploratory spatial analysis of Aujeszky’s disease during four phases of the eradication programme in Catalonia, Spain (2003-2007). Prev Vet Med 86, 164-175. 2. Bellini, S., Santucci, U., Zanardi, G., Brocchi, E., Marabelli, R., 2007. Swine vesicular disease surveillance and eradication activities in Italy. Rev Sci Tech 26, 585-593. 3. Corzo, C.A., Mondaca, E., Wayne, S., Torremorell, M., Dee, S., Davies, P., Morrison, R.B., 2010. Control and elimination of porcine reproductive and respiratory syndrome virus. Virus research 154, 185-192. 4. Dee, S. 2003. Approaches to prevention, control and eradication, In: Zimmerman, J.J., Yoon, K.J. (Eds.) PRRS Compendium. National Pork Board, Des Moines, Iowa, 119-130. 5. Dee, S., Joo, H., Henry, S., Tokach, L., Park, B., Molitor, T., Pijoan, C., 1996a. Detecting subpopulations after PRRS virus infection in large breeding herds using multiple serologic tests. J Swine Health Prod 4, 181-184. 6. Dee, S., Joo, H., Pijoan, C., 1995. Controlling the spread of PRRS virus in the breeding herd through management of the gilt pool. J Swine Health Prod 3, 64-69. 7. Dee, S., Phillips, R., 1998. Using vaccination and unidirectional pig flow to control PRRSV transmission. J Swine Health Prod 6, 21-25. 8. Dee, S., Phillips, R., 1999. Use of polymerase chain reaction (PCR) to detect vertical transmission of porcine reproductive and respiratory syndrome virus (PRRSv) in piglets from gilt litters. J Swine Health Prod 7, 237-239. 9. Dee, S.A., Joo, H.S., 1994. Prevention of the spread of porcine reproductive and respiratory syndrome virus in endemically infected pig herds by nursery depopulation. The Veterinary record 135, 6-9. 10. Dee, S.A., Joo, H.S., Polson, D.D., 1996b. Improved performance of a large pig complex after sequential nursery depopulation. The Veterinary record 138, 31-34. 11. Dee, S.A., Joo, H.S., Polson, D.D., Marsh, W.E., 1997a. Evaluation of the effects of nursery depopulation of the profitability of 34 pig farms. The Veterinary record 140, 498-500. Suínos & Cia
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12. Dee, S.A., Joo, H.S., Polson, D.D., Park, B.K., Pijoan, C., Molitor, T.W., Collins, J.E., King, V., 1997b. Evaluation of the effects of nursery depopulation on the persistence of porcine reproductive and respiratory syndrome virus and the productivity of 34 farms. The Veterinary record 140, 247-248. 13. Dee, S.A., Molitor, T.W., 1998. Elimination of porcine reproductive and respiratory syndrome virus using a test and removal process. The Veterinary record 143, 474-476. 14. Elbers, A.R., Braamskamp, J., Dekkers, L.J., Voets, R., Duinhof, T., Hunneman, W.A., Stegeman, J.A., 2000. Aujeszky’s disease virus eradication campaign successfully heading for last stage in The Netherlands. Vet Q 22, 103-107. 15. Fano, E., Olea, L., Pijoan, C., 2005. Eradication of porcine reproductive and respiratory syndrome virus by serum inoculation of naïve gilts. Can J Vet Res 69, 71-74. 16. FitzSimmons, M., Daniels, C. 2003. Control in large systems, In: Zimmerman, J., Yoon, K.-J. (Eds.) PRRS Compendium. National Pork Board, Des Moines, IA, 137-142. 17. Gallego, M.L., Perez, A.M., Thurmond, M.C., 2007. Temporal and spatial distributions of foot-and-mouth disease under three different strategies of control and eradication in Colombia (19822003). Vet Res Commun 31, 819-834. 18. Holtkamp, D., Polson, D., Torremorell, M., Morrison, R., Classen, D., Becton, L., Henry, S., Rodibaugh, M.T., Rowland, R.R., Snelson, H., Straw, B., Yeske, P., Zimmerman, J., 2011. Terminology for classifying swine herds by porcine reproductive and respiratory syndrome virus status. J Swine Health Prod 19, 44-56. 19. Linhares, D., Cano, J., Torremorell, M., Morrison, R. 2012a. Comparison of whole herd exposure programs to produce PRRSv negative offspring from PRRSv positive breeding herds. In: 42nd Am. Assoc. Swine. Vet. meeting, Phoenix, AZ, 369-370. 20. Linhares, D.C., Cano, J.P., Wetzell, T., Nerem, J., Torremorell, M., Dee, S.A., 2012b. Effect of modified-live porcine reproductive and respiratory syndrome virus (PRRSv) vaccine on the shedding of wild-type virus from an infected population of growing pigs. Vaccine 30, 407-413. 21. Lowe, J.F., Zuckermann, F.A., Firkins, L.D., Schnitzlein, W.M., Goldberg,
T.L., 2006. Immunologic responses and reproductive outcomes following exposure to wild-type or attenuated porcine reproductive and respiratory syndrome virus in swine under field conditions. J Am Vet Med Assoc 228, 1082-1088. 22. MacDiarmid, S.C., 2000. Aujeszky’s disease eradication in New Zealand. Aust Vet J 78, 470-471. 23. McCaw, M., 2000. Effect of reducing crossfostering at birth on piglet mortality and performance during an acute outbreak of porcine reproductive and respiratory syndrome. J Swine Health Prod 8, 15-21. 24. Moura, J.A., McManus, C.M., Bernal, F.E., de Melo, C.B., 2010. An analysis of the 1978 African swine fever outbreak in Brazil and its eradication. Rev Sci Tech 29, 549-563. 25. Pitkin, A., Otake, S., Dee, S. 2009. Biosecurity protocols for the prevention of spread of porcine reproductive and respiratory syndrome virus (http://aasv. org/aasv/PRRSV_BiosecurityManual. pdf, Swine Disease Eradication Center), 1-17. 26. Randolph, T.F., Perry, B.D., Benigno, C.C., Santos, I.J., Agbayani, A.L., Coleman, P., Webb, R., Gleeson, L.J., 2002. The economic impact of foot and mouth disease control and eradication in the Philippines. Rev Sci Tech 21, 645-661. 27. Sugiura, K., Ogura, H., Ito, K., Ishikawa, K., Hoshino, K., Sakamoto, K., 2001. Eradication of foot and mouth disease in Japan. Rev Sci Tech 20, 701713. 28. Torremorell, M., Geiger, J., Thompson, V., Christianson, W. 2004. Evaluation of potential sources of PRRS virus infection in negative herds. In: Allen D Leman Swine Conference, Saint Paul, MN, 5. 29. Torremorell, M., Henry, S., Christianson, W.T. 2003. Eradication using herd closure, In: Zimmerman, J., Yoon, K.J. (Eds.) PRRS Compendium. National Pork Board, Des Moines, IA, 157-162. 30. Torremorell, M., Moore, C., Christianson, W., 2002. Establishment of a herd negative for porcine reproductive and respiratory syndrome virus (PRRSV) from PRRSV-positive sources. J Swine Health Prod 10, 153-160. 31. Torremorell, M., Rojas, M., Cuevas, L., De La Carrera, F., Lorenzo, F., Osorio, S., Henry, S. 2008. National PRRSv eradication program in Chile. In: Intl Pig Vet Soc Cong, Durban, South Africa., 55. Ano VII - nº 43/2012
Revisão Técnica Resumo da 43a reunião anual da associação norte-americana de veterinários especialistas em suínos
Antonio Palomo Yagüe Diretor da Divisião de Suinocultura SETNA NUTRICION – INVIVO NSA antoniopalomo@setna.com
“Integrando ciência, bem-estar e produção, na prática” Resumo Em março de 2012, na cidade de Denver, Estado do Colorado - EUA, aconteceu a 43a edição do AASV. Mas uma vez, Doutor Antonio Palomo nos atualiza com os principais temas apresentados durante o evento que contribuem para nosso conhecimento e prática na produção de suínos. Os assuntos abordados seguem abaixo:
• Itens gerais • Vírus da PRRS (síndrome respiratória e reprodutiva dos suínos) • Circovírus suíno do tipo 2 (PCV-2) • Vírus da influenza (FLU) • Doenças respiratórias • Escherichia coli • Brachispira sp • Lawsonia intracellularis • Rotavírus • Nutrição • Outros vários assuntos
GERAL BOYD, R. Parte do objetivo de integrar a ciência à prática, na suinocultura. Nos últimos anos têm ocorrido grandes avanços na genética, entre eles o mapeamento genético, as técnicas de recombinação de DNA, a ferramenta de diagnóstico PCR, a impressão digital do DNA, os microensaios de genoma. A seleção genética para a velocidade de crescimento se vê alterada por fatores ambientais e pelo estado sanitário (seu potencial teórico pode ser reduzido em até 30%). Frequentemente encontra-se, na prática, um aumento na mortalidade e uma maior variabilidade individual no ganho médio de peso diário. É imprescindível ser rigoroso no traslado e na interpretação dos resultados produtivos, na prática, conhecendo sua significância estatística e o retorno do investimento. Deve-se ter em conta que as pestiquisas nem sempre têm aplicação imediata. Os principais problemas que limitam os beneficios, na suinocultura, são: • Problemas infecciosos: PRRS sem soluções efetivas, Mycoplasma hyopneumoniae, virus da gripe; • Mortalidade e suínos sacrificados em diferentes fases: tanto linhas genéticas maternas como paternas podem ocasioná-la; • Eficiência alimentar: sugere-se uma influência genética no incremento da mortalidade em suínos que comem ração granulada na presença de patologias infecciosas. Assim, as liSuínos & Cia
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Centro de Convenções de Colorado - Urso Azul nhas genéticas representam uma variável significativa sobre a apresentação da ração, em condições de sistema imunológico ativado; • Longevidade e produtividade ao longo da vida da porca, centralizadas na qualidade dos leitões desmamados; • Problemas devidos a porcas hiperprolíficas atuais, com menor peso médio de leitões ao nascer, maior número de natimortos e maior mortalidade na lactação. Questiona-se como tudo isso afeta os dados de valor total relativos aos suínos, seu sistema imunológico e sua susceptibilidade sanitária ao longo da vida. Suspeita-se que esse grau de afetação varie entre as linhas genéticas. TOKACH, L. Todas as nossas decisões técnicas devem ter uma base científica. Tudo isso deve ser integrado à nossa prática diária e de modo bem documentado. A ciência deve ser sempre o suporte, ainda que nem sempre o ditado. O balanço equilibrado entre os diferentes parâmetros e variáveis nos fará correr menores riscos e obter mais benefícios. Igualmente deveAno VII - nº 43/2012
Revisão Técnica mos praticar uma produção sustentável, equilibrando as necessidades ambientais, de bem-estar, laborais, econômicas e produtivas, com uma boa aceitação social. É básico educar o público e o consumidor e, para tanto, é necessário manter uma formação contínua (treinamento e educação para incrementar nossos conhecimentos). CHASE, C. Nos últimos 15 anos aumentou enormemente o conhecimento sobre a resposta imune. Sua fase primária é importante no que diz respeito à proteção contra as doenças infecciosas e sua eliminação. A resposta imune tem sua origem nos nódulos linfáticos e folículos linfóides (mucosa, placas de Peyer, sistema digestório e brônquios). 5 % das células B e T estão nos nódulos linfáticos, os quais dispõem de duas estruturas básicas: 1- Área cortical, onde se localizam os linfócitos T, os quais interagem com as células dendríticas; 2- Área medular, que contém os linfócitos B. As células dendríticas estão na mucosa, lâmina própria e na pele. Outra função importante dos nódulos linfáticos é a de armazenar ou sequestrar os linfócitos quando ocorre uma exposição a antígenos. A ação mais importante da resposta imune adquirida é a interação entre as células T e as células dendríticas. Em seguida, as células T colidem com as B, no reconhecimento do mesmo antígeno. Uma vez ativadas, as células B produzem as células de memória frente a futuros antígenos, as quais são responsáveis pela produção dos anticorpos presentes no sangue e nas superfícies das mucosas. Para a obtenção de um correto efeito de potencialização com a segunda vacinação, é necessário um intervalo de três semanas entre ambas, que é o tempo de resposta homeostática necessário para que o sistema imunológico amadureça. Assim, as vacinações estratégicas não devem depender das conveniências do manejo, senão dos períodos fisiológicos ótimos. A imunidade de mucosa, ligada ao tecido linfóide digestivo, é muito influenciada pelos fatores ambientais presentes na superfície da mesma (antígenos dietéticos, patógenos digestivos). A ingestão do colostro é essencial para o desenvolvimento de imunidade não específica e a produção de imunoglobulinas específicas, que têm a função de prevenir a resposta imune ativa e desenvolver a tolerância a nutrientes antigênicos específicos. Além disso, a presença de uma flora microbiana comensal é absolutamente essencial ao desenvolvimento do tecido linfóide associado ao trato digestivo. Os principais nutrientes para um desenvolvimento correto do sistema imunológico são a energia e a proteina, além das vitaminas A, E, C e do complexo B, mais os minerais cobre, selênio, zinco, ferro, magnésio e manganês. Tanto os problemas de má nutrição, como os de excessos, afetam o desenvolvimento do sistema imunológico, aumentando a susceptibilidade às patologias. É importante ter em conta que a deficiência ou o excesso de um deles influi na disponibilidade e requerimentos dos outros (amplamente interacionados). Sabe-se como pequenos desbalanços relativos podem suprimir a função imunológica (ex.: suplementação de vitamina E e selenio nos leitões de quatro a cinco semanas de idade aumenta a resposta de anticorpos frente à Escherichia coli). Entre os 55 e 60 dias de gestação, os fetos não são imunocompetentes. A resposta imunológica em suínos é, portanto, dependente da idade e da nutrição. Ano VII - nº 43/2012
Estátua da Mulher - Botero A febre é um componente importante da resposta imune para reduzir a proliferação de patógenos. Cada 1ºC de aumento na temperatura corporal corresponde a um incremento de 13% na taxa metabólica. A atividade dos suínos com febre se reduz, em média, uns 40%, assim como a ingestão de água (50%) e de ração.
VÍRUS DA PRRS • A Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína produz, nos EUA, perdas da ordem de US$ 1,8 milhão ao dia. O aumento das temperaturas no verão reduz a probabilidade de transmissão e detecção do vírus. O número de leitões desmamados produzidos por inseminação é considerado um indicador muito sensível na hora de detectar problemas relacionados a um surto de PRRS. • Na adaptação do teste ELISA comercial (HerdChek™ PRRSx3 ELISA) para detecção de anticorpos IgM, IgA e IgG em fluidos orais, o IgG é detectado já no sétimo dia pós infecção, sendo todos os outros detectáveis a partir do nono dia. • O ponto de corte econômico para programas de erradicação é de 26 meses, em programas de despovoamento e fechamento de granjas. • A transmissão aérea do vírus é uma rota importante de disseminação. Muitas granjas, nos EUA, têm implantado sistemas de filtragem de ar. Em granjas com sistemas de ventilação com pressão negativa, é possível a reintrodução viral através de aerossóis contaminados, em pontos sem filtragem (ex.: ventiladores parados). Há uma velocidade mínima necessária para que o ar transmita o virus (150 fpm, segundo Carmen Alonso). • O uso de ácido acetil salicílico em quadros clínicos da doença na fase de creche reduz a febre e a viremia, melhorando os parâmetros de produção. • A propensão da persistência viral no tecido linfóide e Suínos & Cia
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Revisão Técnica no trato reprodutivo é conhecida. Inclusive os cachaços vasectomizados podem ser reservatórios do vírus, o qual se localiza nas tonsilas. • Em granjas comercias, as moscas podem ser portadoras do vírus. Foi demonstrado em um estudo que a transferência de fatores de imunidade via colostro é importante na hora de reduzir a carga viral nos leitões. • A prevenção da disseminação entre grupos de animais dentro da granja é básica, para o melhor controle da doença ao longo do tempo. As medidas de biosseguridade estrita demonstram seu efeito, assim como o uso de certos desinfetantes (Synergize™) e detergentes (Stalosan™), em presença de matéria orgânica. • Diferentes métodos de diagnóstico por PCR demonstram uma elevada variabilidade entre laboratórios, particularmente quando a concentração viral declina. O vírus pode ser identificado por PCR no pulmão de leitões infectados. • O sequenciamento de cepas do virus da PRRS em fluidos orais é mais bem sucedido se as amostras estão congeladas e quando realizado precocemente. • Em provas realizadas com vacinas vivas modificadas, em leitões e reprodutoras, juntamente com a implementação de medidas de biosseguridade, a transmissão viral por via aérea é inferior, em comparação aos casos de suínos não vacinados infectados. Nos EUA muitas das vacinas utilizadas são autógenas mortas ou comerciais vivas modificadas, assim como vacinas baseadas em tecnologia de replicações. • Numerosos programas de eliminação regional do virus da PRRS estão sendo implementados, com resultados satisfatórios. O estado de cada granja, tanto com relação aos leitões, fase de engorda e reprodutoras, precisa ser bem definido (status antigênico e de anticorpos), assim como a estratégia de manejo em granjas de reprodução, com base em seu estado de infecção (positiva não estável, positiva estável, provisoriamente negativa, negativa). www.cac.gov/MMWR/preview/mmwrhtml/su48a7.htm www.pork.org/research www.prrs.org
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VÍRUS PCV-2 • Nos EUA há três vacinas aprovadas para leitões com três ou mais semanas de vida. Foi apresentada uma nova vacina de subunidades inativada (Pfizer) para vacinar leitões aos 5 e aos 21 dias de idade, cujos resultados em termos de resposta imune humoral foram elevados. Houve também uma importante redução da viremia e das lesões, após a infecção com o vírus PCV-2, parvovírus e vírus da PRRS aos 49 dias pós vacinação. • As vacinas demonstram sua eficácia sobre a redução da viremia, redução de antígeno em tecidos, redução da excreção viral pelas vias nasal e fecal e indução de anticorpos com ação protetora frente aos vírus PCV-2a e PCV-2b. O maior nível de viremia, entre as reprodutoras, geralmente está nas nulíparas de reposição e nas primíparas. Aqui, a dupla vacinação reduz a viremia e ajuda na estabilização da granja. • Ensaios com a vacina combinada PCV-2 + Mycoplasma hyopneumoniae (Circumvent™ PCV-M), vacinando leitões entre 3 e 6 semanas de idade e os infectando com 9 semanas demonstram a eficácia da vacina com níveis baixos a moderados de anticorpos, tanto em termos de viremia, antígeno em tecidos, depleição linfóide e lesões pulmonares. Em programas alternativos de vacinacão (1 e 3 ou 1 e 6 semanas de idade), a resposta vacinal e os parâmetros produtivos não variaram. • Foram apresentados vários estudos com vacinação conjunta PCV-2 + M. hyo, com uma e duas doses no desmame, tendo sido observadas ligeiras diferenças nos parâmetros produtivos (ganho médio de peso diário, consumo médio diário, índice de conversão) e com relação a reações adversas (ponto de inoculação, lesões locais). • O PCV-2 foi descrito no México pela primeira vez em 2001, havendo alta prevalência. Uma granja de 2.500 reprodutoras foi vacinada com Circovac™ (2 mL nas porcas, às 5 e 2 semanas antes do parto). Frente ao controle não vacinado, a mortalidade na lactação foi reduzida em 2,4%. Os níveis de anticorpos nas porcas foram muito variados. Em outra granja de 1.600 porcas, os leitões foram vacinados com 0,5 mL por via intramuscular no desmame (3 semanas de idade); nesse caso, obteve-se uma redução significativa da mortalidade, do desmame ao abate (5,67% vs 23,62%), frente ao controle não vacinado. Foi determinado que as vacinações das reprodutoras e dos leitões podem ser complementares, em muitos casos. • Os anticorpos maternais têm uma vida média de 3 semanas e, dependendo do título inicial, podem chegar até as 18 semanas de idade. • A administração de doses completas de vacina produz melhores resultados, em termos de produção, que o uso de meia dose, no geral. Nem sempre há uma boa correlação, medida por imunofluorescência, entre o grau de viremia e o peso individual dos leitões. Há uma pobre correlação entre a concentração sérica de IgG e o seu título (relação s/p), medido pela prova de ELISA. No Canadá se estima que 60% dos produtores use as vacinas de forma extra-label. Nos EUA, a maioria das marrãs de reposição é vacinada ainda na fase de leitoa e antes da primeira inseminação. • O PCV-2 pode ser detectado no soro e nos tecidos de suínos infectados, durante um longo período de tempo (até 140 dias). O vírus é excretado pelo sêmen de cachaços infectados de forma intermitente (diagnóstico via PCR), havendo contradições sobre a quantidade de partículas virais necessárias para produAno VII - nº 43/2012
Revisão Técnica excreção nasal do vírus, da replicação viral nos pulmões e das lesões e sintomas clínicos respiratórios. A imunidade humoral é subtipo e cepa específica. A eficácia da resposta imune de base celular à infecção pelo virus da gripe ainda não está completamente esclarecida nos suínos. Os anticorpos maternais podem interferir com a proteção frente à vacina. Nos EUA, é frequente a vacinação das futuras reprodutoras.
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS DE ORIGEM BACTERIANA
Centro Artístico de Denver zir problemas reprodutivos nas porcas. Em cachaços vacinados (com CircoFlex™), a viremia e o nível de excreção viral via sêmen diminuem, não tendo sido observado diferenças na qualidade seminal (morfologia, motilidade, concentração espermática).
VÍRUS DA GRIPE • O vírus da gripe é endêmico e um componente importante do Complexo Respiratório Suíno (CRS). Está em andamento um ensaio com um teste comercial (ELISA blocking, da IDEXX) para detectar anticorpos anti-nucleoproteína A do vírus da gripe, em amostras de fluidos orais, entre 7 e 42 dias pós-inoculação. • A transmissão viral ocorre tanto por contato direto oronasal, como por via aérea. Há poucos estudos sobre a evolução do papel da imunidade maternal na transmissão do vírus da gripe. Ele foi detectado, excretado por leitões desmamados de mães vacinadas. O virus em questão é eliminado aproximadamente durante 7 dias pós-infecção. • O vírus da gripe foi reconhecido no meio-oeste norteamericano em 1918, coincidindo com a pandemia humana ocorrida na Europa e conhecida como “gripe espanhola”. O primeiro isolamento ocorreu em 1930 (Shope) e foi classificado como H1N1. O referido vírus permaneceu estável, genética e antigenicamente, durante 80 anos. Sua epidemiologia mudou drasticamente a partir de 1998, quando apareceram os tríplice vírus (humanos, aviares e suinicolas). O vírus da gripe origina uma pneumonia do tipo viral que contribui com o agravamento do CRS, pela predisposição a infecções bacterianas secundárias. • Em diferentes trabalhos observam-se mudanças genéticas contínuas na sequência dos vírus da gripe em suínos, as quais, inclusive, ocorrem em períodos de tempo muito curtos, após a infecção. • As vacinas atuais demonstram eficácia na redução da Ano VII - nº 43/2012
• MYCOPLASMA SP: o uso de fluidos orais para aclimatar leitões desmamados ou futuras reprodutoras frente ao M. hyopneumoniae não se mostrou eficaz, tão pouco seguro, em todas as situações. O custo da pneumonia enzoótica para a suinocultura norte-americana está estimado em US$ 367 milhões anuais. Há uma correlação positiva entre a prevalência do M. hyopneumoniae no desmame e os problemas respiratórios durante a fase de engorda. A imunidade celular tem um papel importante na proteção dos leitões recém nascidos. O efeito negativo sobre a produção é superior quando são vários os agentes infecciosos envolvidos no mesmo processo respiratório. O custo aditivo de infecções mistas, Mycoplasma hyopneumoniae + gripe, está estimado em US$ 3,86 /suíno, podendo chegar ao dobro. O custo de casos complicados de M. hyopneumoniae + PRRS é mais que o dobro do que em casos simples. • Haemophilus parasuis: os suínos convencionais estão colonizados de forma natural pelo Haemophilus parasuis, o qual pode ser encontrado de forma primária na mucosa nasal e nas tonsilas. Granjas infectadas endemicamente têm quadros clínicos intermitentes. Os fatores que determinam essa situação são desconhecidos. A doença se caracteriza por atraso no crescimento e mortalidade, associados a poliserosites, meningites, poliartrites e a processos septicemicos. As porcas são o reservatório do agente, colonizando os leitões durante a fase de lactação de forma lenta e deixando-os 'como portadores subclínicos. No desmame, a contaminação dos leitões é muito elevada. Os anticorpos maternais mostram-se protetores até 5 a 6 semanas de idade. A vacinação previne a disseminação sistemática da doença. A detecção de anticorpos em amostras de sangue é feita pela prova de ELISA do tipo OppA (proteína universal presente em todas as cepas de Haemophilus parasuis). As porcas com maior número de partos têm maior imunidade. Em granjas com elevado risco recomenda-se a vacinação de todas as reprodutoras, incluindo a dupla vacinação das nulíparas. Os tratamentos com enrofloxacina injetável mostram-se eficazes na redução, tanto clínica como na presença da bactéria, ainda que não ocorra a sua eliminação completa. • Acgtinobacillus pleuropneumoniae: são conhecidos 15 sorotipos com virulência variável (3: média; 1,5 e 7: alta). Os sorotipos 1, 5 e 7 são os mais comuns nos EUA e o 2, 4 e 9, na Europa. O 8 e o 15 são isolados em algumas ocasiões. A vacinação com bacterina inativada não determina a presença de resposta à IgG em um percentual elevado de suínos (62,5%). Aos 7 dias pós inoculação já se observa soroconversão (ELISA e Fixação de Complemento), sendo que a primeira técnica produz menos reações cruzadas e é mais sensível. Há vários kits ELISA disponíveis, sendo mais específicos os que usam o antígeno purificado LC-LPS (Swine Check™-mix-APP). • Pasteurella multocida: bactéria heterogênea em Suínos & Cia
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Revisão Técnica
Hard Rock Café em Denver - Guitarra de Eric Clapton termos de morfologia, antigenicidade e patogenia, presente em quadros de rinite, pneumonia e septicemia. São conhecidos 6 grupos capsulares (A, B, C, D, E, F), sendo A e D os patogênicos para a espécie suína. As cepas toxigênicas (145-kD, toxina codificada pelo gen tox A) induzem a osteólise nos ossos das turbinas nasais, promovendo a destruição dos cornetos e a rinite atrófica. São frequentes os quadros de pneumonia onde os suínos se infectam pelo Mycoplasma hyopneumoniae ou pela Bordetella bronchiseptica, havendo predisposição a infecções secundárias por Pasteurella multocida. Existem diferentes cepas de P. multocida, as quais expressam diversas atividades relativas à enzima lipase. Outra enzima, a neuraminidase, está implicada em diferentes fatores de virulência. • ZUPREVO (Tilpiridosina): antibiótico macrolídeo semissintético que contém 40 mg como base livre, indicado para o tratamento injetável – via IM, a 4 mg/kg de peso vivo – do CRS associado ao Actinobacillus pleuropneumoniae, Pasteurella multocida, Bordetella bronchiseptica e Haemophilus parasuis. Inibe a biossíntese da proteína bacteriana que é a base das subunidades dos ribossomos. É excretada pela bile (60%) e pela urina (10%). Foram mostrados seis estudos independentes, realizados nos EUA, comparativamente ao Draxxin™, tendo sido obtidos resultados de produção não significativamente diferentes (ganho médio de peso diário, mortalidade, sinais respiratórios).
Escherichia coli • O uso do PCR multiplex para detectar os genes, tanto de pili como das toxinas, em 2.144 isolamentos de Escherichia coli resultou em 32% referente ao genótipo F18 e 30,5% referente ao K88. A toxina mais comum isolada foi a STb (50,8%), seguida das LTT (39,8%), STx2e (11,6%) e STa (11,5%). O genotipo K88/LT/STb com 26,5% e o F18/LT/STb com 12,4% foSuínos & Cia
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ram os predominantes. Os STb estão associados à resistência e o K88 é o que a menos demonstra. • A E. coli enterotoxigênica ataca o epitélio intestinal de leitões desmamados, produzindo toxinas termoestáveis (STa, STb) e uma enterotoxina termolábil (LT), responsável pela secreção de fluidos que desencadeia os episódios de diarreia. Este tipo de E. coli também é capaz de produzir a vasotoxina Shiga 2e, que atravessa o epitélio digestivo e promove uma maior permeabilidade vascular, causando edema e transtornos nervosos. Os fatores ambientais são determinantes na susceptibilidade e na gravidade do quadro clínico. A função de barreira intestinal é um mecanismo de defesa crucial contra os patógenos. Quando essa barreira se rompe, aumenta a permeabilidade digestiva a antígenos e toxinas. Infecções provocadas por estas cepas anteriormente citadas determinam que os leitões desmamados mais precocemente (16 vs 18 vs 20 dias de idade) tenham diarreia mais cedo e com mais gravidade, o que afetará mais o seu ganho médio de peso diário e os índices de mortalidade. Além disso, a resposta inflamatória (redução de neutrófilos e resposta de citocinas) é melhor nos leitões de maior idade. • O antibiótico mais sensível, entre os testados, foi a enrofloxacina; o menos sensível foi a neomicina, sendo intermediários o florfenicol, o ceftiofur, a gentamicina e as sulfamidas + trimetoprim. A associação entre os fatores de virulência genética e as sensibilidades antimicrobianas são variáveis.
Brachispira sp • A disenteria suína, causada pela Brachispira hyodisenteriae, provoca uma diarreia muco-hemorrágica específica, resultado de uma colite. Sua prevalência tem se incrementado nos últimos anos. Na década de 90 ela praticamente chegou a desaparecer, nos EUA, voltando a se tornar importante após o ano 2006. Afeta os suínos a partir do desmame, sendo mais frequente entre os 15 e 70 kg de peso vivo, com elevada incidência em terminados pesados (120 kg ou mais), bem como em futuras reprodutoras na fase prévia à inseminação. • As fontes de infecção nas engordas incluem as fezes dos suínos alojados anteriormente, restos de matéria orgânica e água residual. A bactéria sobrevive por 60 dias, a 7,2ºC no substrato citado anteriormente e 70 dias nessa mesma temperatura, nas fezes. Em soluções alcalinas (pH > 8), sua sobrevivência se reduz, da mesma forma que quando se aumenta a temperatura (lavagem da baia com água quente). Para amostras colhidas no ambiente, a leitura/identificação mais sensível se dá por PCR, havendo uma relação direta da detecção com a concentração bacteriana nas amostras. • A gravidade dos sinais clínicos varia dependendo da severidade do agente infeccioso, das coinfecções, da composição da dieta e do protocolo de tratamento e prevenção da doença. Seu mecanismo de ação se baseia no desequilíbrio do nível de sódio e da capacidade de absorção de água no epitélio do colon, provocado por duas toxinas (hemolisina e lipopolisacaridase), cujas funções ainda não estão totalmente esclarecidas. A hemolisina atua provocando a destruição do epitélio intestinal e a presença da bactéria, ativa o sistema nervoso entérico (mecanismo similar ao do rotavírus), provocando diarreia por má absorção. • Em um estudo realizado em Minnesota/EUA, relativo a granjas de engorda com diarreia no final da referida fase, foram tomadas amostras de suínos não tratados com antibiótico por Ano VII - nº 43/2012
Revisão Técnica nenhuma via, tendo sido determinada a presença dos principais agentes infecciosos seguintes: Brachispira sp (44,83%), Lawsonia intracellularis (30,49%) e Salmonella sp (23,17%). Tanto a tiamulina como a lincomicina são os antibióticos de eleição para o tratamento da infecção causada pela Brachispira sp. • O envio de amostras bem refrigeradas, coletadas de modo adequado (porções de colon amarradas nas pontas, com amostra do conteúdo das fezes mais muco e/ou sangue em seu interior) e de animais que não tenham sido tratados com antibiótico, são essenciais para um bom diagnóstico. As amostras precisam ser cultivadas, pelo menos, por 5 a 6 dias. • Baixos níveis de açúcares resistentes e de polissacarídeos não amiláceos nas dietas produzem menos fermentações intestinais, o que reduz a colonização pela Brachispira hyodisenteriae. Essa situação diminui a expressão dos sinais clínicos associados à disenteria hemorrágica. Normalmente a aparição de surtos agudos da doença coincide com mudanças na dieta.
Lawsonia intracellularis • Nos casos de ileite subclínica não se observa sinais clínicos, ainda que ocorra uma redução nos parâmetros produtivos (ganho médio de peso diário e índice de conversão). Os programas de inclusão de tilosina fosfato a 110 ppm (por 3 semanas, seguidas de 44 ppm por 12 semanas) na ração de suínos
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de engorda mostram-se efetivos, no que diz respeito à melhora no ganho médio de peso diário, redução de refugos e aumento do número de animais com valor total, no abate. • O diagnóstico antemorten baseia-se na detecção de anticorpos anti-Lawsonia intracellularis circulantes (IPMA), assim como na detecção da bactéria eliminada nas fezes de animais infectados (PCR). O IPMA tem uma sensibilidade de 90% e uma especificidade de 100%. A infecção pode ser detectada antes por PCR, já que a excreção da bactéria precede a soroconversão. O limite de detecção quantitativo nas fezes é de 100 bactérias/grama, com uma especificidade de 100%. • DENAGARD™ (tiamulina): pleuromutilina que demonstra ação sinérgica com a clortetraciclina. Os tratamentos a 35 g/ton. de tiamulina e 400 g/TON de clortetraciclina, durante 14 dias, demonstram-se eficazes em engordas com problemas de Lawsonia intracellularis e/ou Brachispira hyodisenteriae, melhorando os índices produtivos e reduzindo a taxa de refugos. • AIVLOSIN™ (tilvalosina): macrolídeo oral para uso na ração e na água, focado no tratamento de infecções do trato respiratório e digestivo de suínos e aves, com atividade frente a bactérias Gram +, Mycoplasma sp e algumas bactérias Gram –, como a Lawsonia intracellularis. Sua concentração é superior em tecidos irrigados e sua excreção se dá, sobretudo, pelas fezes. É altamente eficaz no tratamento de processos moderados ou severos de ileite por Lawsonia intracellularis, na dose de 5 mg/kg peso vivo, durante 5 dias.
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Revisão Técnica ROTAVÍRUS • RNA vírus de dupla cadeia, sem envoltório, também conhecido como “the enteric flu” (influenza entérica). Ataca os enterócitos maduros, no terço superior das vilosidades intestinais. Entra nos enterócitos por endocitose (processo cálcio dependente) e replica-se no citoplasma, provocando mudanças na histologia local às 24 horas pós-infecção (essas mudanças são mais pronunciadas no intestino delgado). Altera os processos de absorção e secreção, afetando o transporte de sódio e de glicose, provocando assim uma diarreia osmótica por má absorção (diarreia aquosa às 8 horas pós-infecção). • O rotavírus excreta uma enterotoxina (NSP4) que induz o aumento da concentração do cálcio intracelular e a secreção do cloro, interferindo com a produção do NaCl e inibindo a função da ATPase Na+/K+ (bomba de sódio/potássio). Esta toxina tem efeitos mínimos em suínos adultos. • A maioria dos suínos é positiva para o rotavirus, ao longo de sua vida, porém, nem sempre mostra sinais clínicos. A enterite por rotavírus acomete leitões com menos de 7 dias de idade (maior incidência em leitões de 0 a 3 dias de vida). Para o diagnóstico da rotavirose por PCR é necessário coletar fragmentos de intestino delgado e conservá-los adequadamente. • Em suínos diferenciam-se quatro grupos de rotavírus (A, B, C, E), com duas proteínas de superfície: glicoproteina (G) e hemaglutinina (P). Assim, são descritos 12 tipos virais G e 7 tipos virais P. Não há proteção cruzada entre as diferentes cepas e grupos. O vírus é bastante resistente a condições ambientais e a muitos desinfetantes. Hoje em dia é comum identificá-lo como causa primária de diarreia, sendo mais frequente em primíparas, mas afetando as leitegadas de todos os ciclos produtivos.
NUTRIÇÃO
g/100 mL: limite inferior; 7 g/100 mL: redução do crescimento e 6 g/100 mL: anemia severa, havendo elevada mortalidade com níveis de 4 g/100 mL. Os leitões com anemia são mais susceptíveis à colibacilose, problemas respiratórios e têm uma elevada perda de apetite. Um leitão, ao nascer, contém cerca de 50 mg de ferro; o leite da porca lhe fornece de 1 a 3 ppm diários e suas necessidades durante o período de lactação são de 67 mg/kg de peso vivo. Doses de ferro dextrano, de 300 mg vs 200 mg, não demonstram diferenças até as 3 semanas de idade. Em leitegadas hiperprolíficas os níveis de ferro aos 17-18 dias de idade estão nos pontos de corte. • Entender a relação entre nutrição e patologia é essencial para resolver problemas multifatoriais. A influência da nutrição sobre a saúde dos leitões baseia-se em três pilares: o Adaptar os níveis de nutrientes e ingredientes à idade/ peso do leitão: no desmame necessitam de níveis elevados de aminoácidos para atingir sua tremenda capacidade de deposição proteica, associada a proteínas de alta qualidade biológica e digestibilidade. Os aminoácidos sintéticos não devem superar os 20% dos conteúdos na dieta final. Os carboidratos devem ser altamente palatáveis como fonte de energia, já que os leitões têm capacidade limitada de utilização de gorduras (um mínimo de lactose de elevada qualidade). O uso de cereais tratados é interessante, nas primeiras fases do leitão. o Maximizar a ingestão de ração para manter a saúde intestinal. Para tanto, é preciso usar matérias-primas de elevada digestibilidade e palatabilidade (ex.: proteína de plasma aumenta o consumo médio diário em 21%; o ganho médio de peso diário em 25% e o índice de conversão em 4%). Há uma grande interação entre fatores nutricionais, manejo, sanidade e ambiente, no consumo de ração. o Ajustar o consumo de cada tipo de ração e o momento
• VITAMINA D: é uma vitamina lipossolúvel que se armazena no fígado e no tecido adiposo. Sua deficiência produz hipocalcemia, atraso de crescimento e morte súbita. É necessária para a absorção do cálcio no intestino e para a manutenção da sua homeostase (cálcio da dieta e das reservas ósseas), visando manter os níveis estáveis. Também tem influência no sistema imunológico (receptores de vitamina D3 no núcleo de ativação dos linfócitos T). E para manter essas referidas constantes é prioritário que o seu nível sérico mínimo seja de 15 ng/mL. Leitões com problemas de diarreia por má-absorção têm os níveis de vitamina D reduzidos, aumentando o risco do desenvolvimento de patologias ósseas e de terem sua resposta imune às vacinas prejudicada. Entre as vitaminas lipossolúveis (A, D, E), a que melhor ultrapassa a barreira placentária é a vitamina D. A administração oral de suplementos à base de Ca (ex.: Colecalciferol™ a 40.000 UI/leitão às 16 horas de vida) melhora o ganho médio de peso diário, além de promover efeitos positivos sobre os níveis da mortalidade na lactação. • FERRO: até 1870 o ferro não era reconhecido como um nutriente vital para os animais. As primeiras pesquisas sobre anemia em leitões foram realizadas em 1923-24, na Escócia e em 1929 nos EUA. As deficiências de ferro são medidas pela concentração de hemoglobina no sangue (> 10 g/100 mL: normal; 8 Suínos & Cia
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Revisão Técnica preciso das mudanças, para otimizar o custo de alimentação. Ter em conta a influência dos resultados na fase de leitões sobre os resultados da fase de engorda (crescimento, homogeneidade e taxa de refugos). Os 3 a 4 dias posteriores ao desmame e os dias entre cada mudança de fase de ração são períodos chave para a resposta antigênica, a susceptibilidade a enterotoxinas, as reações de hipersensibilidade, infecções bacterianas e modificação da flora digestiva. • Nos últimos cinco anos (2006 - 2011) o preço das rações/matérias-primas mais que duplicou (milho x 3,6; soja x 1,8; gorduras x 3,9; fosfato x 2,2; DDGS (subprodutos solúveis da destilagem de grãos) x 2,7), o que fez com que houvesse mudanças sustanciais nas formulações, entre elas: o Redução dos níveis de energia, o que implica em piorar o índice de conversão alimentar; o Aumento do uso de enzimas (fitases);
o Aumento dos níveis de DDGS, que são ricos em aminoácidos e fósforo. Existe uma grande variabilidade na qualidade desses subprodutos, segundo algumas fontes (inclusões de até 20 a 40% em suínos de engorda); o Redução da margem de segurança, em termos de requerimentos nutricionais, o que aumenta o risco de erros na formulação das rações. • DDGS: a barreira de uso mais significativa é a variabilidade no conteúdo de nutrientes e a digestibilidade dos mesmos, segundo suas origens. A cor é orientativa da qualidade, sobretudo com relação ao conteúdo de aminoácidos digestíveis. O fósforo e a gordura se concentram nas porções solúveis. Os níveis de lisina e lisina digestível se reduzem, quando aumentam as temperaturas e os períodos de secagem. Os níveis de nutrientes presentes nos DDGS dos EUA são: proteína bruta = 24 - 29%; gordura bruta = 9 - 15%; carboidratos brutos = 9 - 14%; fibra bruta = 6,2 - 13,06%; fósforo total = 0,56 - 1,17%). www.ddgs.umn.edu • A higienização correta da água de bebida reduz a incidência de transtornos digestivos, tanto em leitões como em suínos de engorda. Os tratamentos com ácido peracético e soluções de peróxido de hidrogênio têm se mostrado eficazes. lose.
• As dietas líquidas reduzem a prevalência de salmone-
OUTROS VÁRIOS ASSUNTOS • São muitos os fatores que influem no ganho médio de peso diário nos suínos de engorda, entre eles genética, nutrição, sanidade, tamanho do grupo, densidade, espaço, tipo de comedouro. Tanto o ganho médio diário como o índice de conversção variam sensivelmente entre granjas. Há evidências da interação das variáveis densidade e tipo de comedouro para com a granja. • ÉRNIAS UMBILICAIS: calcula-se uma prevalência média de 0,4 a 6,7% em granjas comerciais, tendo sido isolado nas mesmas Escherichia coli beta-hemolítca, Staphylococcus hyicus e Enterococcus fecalis. O tratamento injetável de leitões ao nascer, com ceftiofur sódico, reduz as infecções e a prevalência das érnias umbilicais. Suínos & Cia
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• O uso de ionizadores de partículas (EPI – electrostatic particle ionization) para melhorar a qualidade do ar em creches traz benefícios em termos de ganho médio de peso diário, mortalidade, odores e pó no ambiente. Utiliza-se um fluxo de 1,25 x 10, a 16 íons negativos por segundo. O tempo de amortização é de menos de um ano. • O uso de antinflamatórios não esteróides na água de bebida, no momento (-1, 0, +1 dia) da aplicação da vacina polivalente PCV-2 + M. hyopneumoniae, ajuda a combater a redução no consumo de ração e no crescimento dos leitões derivados dessa prática. • A mortalidade média de leitões lactentes nos EUA (dados de 2010), levantada em 329 granjas, foi de 12,6% (8,5 a 17,2%). As causas principais foram esmagamento (66%), baixa viabilidade (19%) e inanição (8%). 61% dos casos ocorreram entre os dias zero e um pós-nascimento. • A elevada contaminação por micotoxinas nas rações continua. Destaca-se a presença do de-oxi-nivalenol (DON ou vomitoxina) no trigo e seus subprodutos. Ocorre, entre outros problemas, redução no consumo da ração, aumento da atividade metabólica hepática, além de danos no sistema imunológico e alterações no estado oxidativo; portanto, piora o índice de conversção alimentar. • A separação de machos e fêmeas no setor de engorda melhora o período de permanência dos animais nessa fase (- 4 dias), havendo variação segundo a linha genética. Melhoram também o ganho médio de peso diário (20 gramas) e o número de terminados de alto valor (+ 1,8 a 4,2%). O benefício estimado por suíno é de € 3,00 a 4,00. • A má condição corporal das nulíparas determina a síndrome do segundo ciclo, assim como uma menor taxa de ovulação e menor sobrevivência embrionária. As úlceras escapulares Ano VII - nº 43/2012
Revisão Técnica
PARA PR TES O D EN
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Tecnologia para Máximo Desempenho
ÃO ANIMAL
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Ano VII - nº 43/2012
mãe para os leitões, durante as duas primeiras semanas de vida e, entre eles, no momento do desmame. São as futuras reprodutoras portadoras as encarregadas de introduzir os referidos agentes em novas granjas. As melhores amostras para diagnóstico são aquelas obtidas do soro, de swabs nasais, orais e do líquido sinovial, analisadas por PCR (as orais são as de eleição). O tratamento precoce é crítico, para o controle dessas doenças. Os antibióticos mais sensíveis são: tiamulina, clortetraciclina, tilosina, lincomicina, enrofloxacina e tulatromicina. • Pesquisas colocam em evidência a interação entre genótipo e ambiente (= fenótipo), como parâmetro econômico relevante na avaliação de linhagens de machos finalizadores. O NSR (National Swine Register) estima uma correlação genética entre as medições obtidas de núcleos e de granjas comerciais, entre 0,10 e 0,90. Esta baixa correlação indica um alto nível de correlação entre genótipo e ambiente. Dentro da informação de parâmetros maternais transferidos é preciso levar em conta a idade ao primeiro parto, o número de leitões nascidos vivos, o peso da leitegada ao nascer, o número de leitões desmamados, o intervalo desmame/cobertura e a taxa de renovação. • O uso de anestesia via tópica (lidocaína a 2%) em leitões não varia o comportamento dos mesmos (movimentos, vocalização e crescimento). • Na coleta de amostras em articulações, a pele é a maior fonte de contaminação. Assim, a assepsia na inoculação é essencial. • As causas principais de condenações em abatedouros na Nova Zelândia (1997 – 2010) são as artrites (prevalência de 0,5%, subindo a 2,5% no referido período) e a sarna, esta com incidência de 10%. • Foi testado um novo meio para coleta de sêmen, o qual contém uma combinação de antibióticos bactericidas que atuam frente a um amplo espectro de bactérias Gram + e Gram –, identificadas no sêmen de cachaços e nas áreas de coleta, tendo sido observado diferenças relevantes na motilidade das diluições (Huerta, I.).
UÇ
são um sintoma de condição corporal deficiente, sendo crítico o controle do consumo de ração na fase de lactação. • As estações eletrônicas de alimentação têm, como primeira vantagem, dar a cada porca a oportunidade de comer o que precisa para a manutenção de sua ótima condição corporal em cada fase de produção e ciclo produtivo. Estas estações trazem a possibilidade de incorporar pequenos dosificadores acessórios para desparasitar, sincronizar cios, fazer feed-back. Outra vantagem interessante é a mínima perda de ração, em comparação aos sistemas tradicionais. A disposição das baias tem um grande impacto sobre o comportamento social das porcas, sendo essencial criar áreas de descanso separadas em subgrupos, com saídas sem obstruções entre elas. Um desenho mal feito resultará em interações agressivas e redução dos parâmetros reprodutivos. Os sinais de mal-estar nas porcas mantidas em grupos se manifestam, entre outros, por mordeduras de vulvas, arranhões, mordeduras de cauda, abortos. Em algumas situações, pode ocorrer a queda lenta do consumo de ração dentro de grandes grupos (ex.: 210 vs 230 gramas de ração por minuto). www.animalcaretraining.org • As duas causas principais de reposição de porcas jovens são as falhas reprodutivas e os problemas locomotores. Estudos de regressão revelam como influir positivamente na redução dessas causas, através da boa condição corporal no primeiro parto e após o desmame (porcas magras e gordas têm maior prevalência). O espaço por porca durante a recria e uma dieta específica para futuras reprodutoras são outros fatores essenciais para se reduzir a taxa de renovação de porcas jovens. • Os isolamentos de Mycoplasma hyosynoviae e Mycoplasma hyorhinis têm aumentado nos últimos três anos. O M. hyosynoviae afeta suínos com idade entre 12 e 20 semanas, enquanto o M. hyorhinis o faz em leitões com menos de 12 semanas de idade. Podemos confundir facilmente o quadro causado por esses agentes com o da doença de Glasser (pleurite, pericardite, peritonite, hipertermia, poliartrite). A transmissão ocorre da
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Sumários de Pesquisa Efeito do momento em que são agrupadas as fêmeas gestantes sobre a fertilidade subsequente Num trabalho publicado em 2011, na Allen D. Leman Swine Conference, M. Hopgood; Greiner, J.; Connor, J.; SalakJohnson, J. e Knox, R. apresentaram um estudo que procurou determinar o efeito do momento em que são agrupadas as porcas gestantes, sobre a fertilidade e o bem-estar delas. O estudo foi conduzido nos meses de verão, com 1.435 fêmeas de um rebanho comercial com 6 mil matrizes em sistema confinado.
Método: Após o desmame e início do estro, as fêmeas foram submetidas a um dos seguintes tratamentos: 1) porcas alojadas em gaiolas individuais desde o desmame e durante toda a gestação (controle); 2) porcas alojadas em gaiolas individuais após o desmame e agrupadas (grupos de 58) imediatamente depois da cobertura (D3); 3) porcas alojadas de forma individual após o desmame e agrupadas (grupo de 58) no 14° dia de gestação (D14); e 4)
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porcas alojadas de forma individual após o desmame e agrupadas no 35° dia de gestação (D35).
Resultados: Os resultados preliminares sobre o desempenho reprodutivo demonstram que houve um efeito do tratamento sobre as taxas de concepção e parição. A taxa de concepção das porcas do grupo D3 e D14 foram menores do que as das fêmeas alojadas durante toda a gestação de forma individual (controle) ou das fêmeas agrupadas aos 35 dias de prenhez, enquanto as fêmeas D35 não tiveram uma taxa de concepção significativamente menor que os das fêmeas controle. Com relação à taxa de partos, esta também foi menor para os grupos D3 e D14, em comparação com as fêmeas controle. No entanto, ela somente foi significativamente menor no grupo D3, quando comparada com o grupo D35, enquanto para o grupo D14, o valor numérico bem menor não foi significativo. Novamente para este parâmetro não foram observadas diferenças significativas entre as porcas D35 e as controle. Para os leitões nascidos totais, nascidos vivos, mortos e mumificados, não foram observadas diferenças entre os tratamentos. Este estudo foi realizado numa estação (verão) em que são esperadas mais falhas reprodutivas, comparativamente ao resto do ano. O desempenho reprodutivo global para esse rebanho foi muito bom para a
taxa de partos e os leitões nascidos vivos, para todos os tratamentos. No entanto, os resultados deste estudo levaram os autores à conclusão de que a mistura de porcas gestantes imediatamente depois da cobrição (3 a 7 dias) ou durante o período de implantação dos embriões (dias 13 e 17) pode estar associada com uma redução de 5% a 7% na taxa de concepção, em comparação com as porcas alojadas de forma individual ou misturadas apenas após os 35 dias de gestação. As taxas de parto também foram reduzidas como resultado da mistura de porcas nos primeiros estágios da gestação. Estes resultados sugerem que a mistura de fêmeas durante a primeira e segunda semanas de gestação pode resultar numa redução dos índices de concepção e parto em comparação com as matrizes alojadas de forma individual, enquanto que, como era esperado, a mistura das porcas após o 35º dia de gestação não afetou as taxas de concepção ou parto em comparação com as fêmeas alojadas de forma individual durante todo o período de prenhez.
O efeito da PG600 no desempenho de porcas primíparas no desmame A meta principal dos plantéis de matrizes comerciais é consistentemente atender aos alvos de reprodução semanais. Porcas desmamadas ao falharem em retornar ao cio dentro de sete dias após o desmame contribuem para a perda dos alvos de cobertura e aumentam os dias não produtivos do rebanho. No entanto, em modernas criações bem manejadas, mais de 90% de porcas podem retornar ao cio dentro de 3 a 5 dias após o desmame. O objetivo primário do estudo conduzido por Jennifer Patterson e co-autores - Universidade de Alberta, Canadá (Proceedings of the 21st IPVS Congress, Vancouver, Canada – July 18-21, 2010,pg133) - foi determinar a resposta ao tratamento com gonadotrofinas (TG) ao desmame em fêmeas primíparas comerciais e contemporâneas, com período de lactação típico da indústria suína americana. Ano VII - nº 43/2012
Sumários de Pesquisa Tabela 1: Efeitos do tratamento com gonadotrofinas exógenas (PG600) em porcas primíparas ao desmame versus grupo controle, sobre diferentes parâmetros para aquelas fêmeas cobertas dentro de 7 dias após o desmame. Parâmetros
Controle
PG600
Valor- P
87,4
92,3
.26
T SCio (% até 7d.) IDC, dias
4,4 ± 0,07
4,0 ± 0,8
≤.001
% cio em 3 dias: 4, 5 e 6 ou 3, 4 e 5 pós-tratamento
82,1
87,8
.65
Taxa de parição
88,8
87,7
.85
Nascidos totais
12,8 ± 0,3
12,4 ± 0,3
.36
Nascidos vivos
12,1 ± 0,3
11,8 ± 0,3
.47
Natimortos
0,5 ± 0,06
0,4 ± 0,07
.30
993
1004
-
FI
Método: Fêmeas primíparas cruzadas foram bloqueadas com base na linhagem genética PIC C22, n=261 e PIC C29, n=114; peso estimado pós-parição e total de nascidos no primeiro parto. Na sequência, foram alocadas, aleatoriamente, dentro dos blocos para receber uma injeção intramuscular de uma combinação de 400 UI de eCG e 200 UI de hCG (PG600, Intervet, USA, De Soto, KS), na manhã do desmame (grupo TG; n=168), ou servir como grupo controle sem injeção (grupo CON; n=207). A partir do dia do desmame (D1) todas as porcas receberam contato com o cachaço (por meio da grade, frente a frente) duas vezes ao dia, para estimulação e detecção do estro. As porcas foram cobertas via inseminação artificial (IA), de acordo com protocolos pré-estabelecidos. Os parâmetros reprodutivos
analisados foram taxa de sincronização do estro (TSCio), determinada como o número de porcas com o primeiro cio observado dentro de 7 dias pós-desmame; intervalo desmame-cio (IDC); proporção de fêmeas cobertas que pariram (taxa de parição); nascidos totais e nascidos vivos ao parto. Adicionalmente, dentro de cada tratamento, o sincronismo de porcas demonstrando estro foi determinado como a proporção de porcas em cio dentro de um período de 3 dias (dias 4, 5 e 6 para o grupo CON versus dias 3, 4 e 5 para o grupo PG).
Resultados: Nas porcas primíparas, o número de nascidos totais (12.2 ± 0.2 vs 12.0 ± 0.3) e o peso estimado ao parto (194.0 ± 1.7 vs 192.1 ± 1.9 kg) e ao desmame (189.6 ± 1.4 vs 189.3 ± 1.6 kg) foram
similares (P>0.05) para as fêmeas CON e TG, respectivamente, indicando um correto balanceamento na alocação de fêmeas dentre os tratamentos. A duração da lactação (19.5 ± 0.1 versus 19.1 ± 0.1 d) e a perda estimada de peso na lactação (4.6 ± 1.3 versus 2.8 ± 1. kg) também não foram diferentes (P > 0.05) nos grupos CON e TG, respectivamente. Tendo em conta dados de todas as porcas, são apresentados apenas resultados significativos sobre o efeito principal do tratamento, que não afetou a Taxa de Sincronização de cio (% até 7 d.) ou a percentagem de fêmeas em cio em 3 dias: 4, 5 e 6 para porcas CON versus 3, 4 e 5 para porcas TG (Tabela 1). Entretanto, a sincronia da janela de cobrição de três dias reflete um curto IDC no tratamento com gonadotrofinas, comparado ao grupo controle. As taxas de parição, nascidos totais e nascidos vivos não foram diferentes entre os tratamentos. Como uma forma de comparação geral da produtividade das porcas entre os dois grupos (CON e TG), um índice combinado de fertilidade (FI) foi calculado e não indicou ganho de produtividade em resposta ao tratamento com gonadotrofinas. Neste estudo, um excelente manejo lactacional e pós-desmame resultou numa excelente fertilidade também nas porcas do grupo controle (CON). Embora o tratamento no grupo TG tenha encurtado o IDC, não ocorreu efeito na taxa de partos ou no tamanho da leitegada subsequente. Os autores concluíram que o tratamento com a associação de gonadotrofinas, em momentos mais adversos do ano, pode vir a ser benéfico em termos de induzir mais porcas ao cio dentro de sete dias, na semana de cobertura, após o desmame.
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Sumários de Pesquisa Consumo de ração no início da prenhez: efeitos no peso da matriz e no tamanho da leitegada As porcas de segundo parto frequentemente apresentam menor taxa de parição, menor tamanho de leitegada, ou ambos, comparado com as fêmeas de primeiro parto. Esta redução de desempenho reprodutivo na segunda parição está associada a um balanço negativo de energia, ou seja, perda de peso durante a primeira lactação. Vários estudos reportam que a perda de peso lactacional de 10% a 12% reduz o desempenho reprodutivo no parto subsequente. Dentre os diferentes componentes da perda de peso, a redução de proteína parece ter a maior influência na reprodução subsequente. Neste contexto, o início da gestação tende a ser o melhor período para a fêmea recuperar-se das perdas lactacionais. Este período é especialmente importante para as fêmeas jovens porque elas também necessitam crescer, a fim de alcançarem um porte corporal adulto.
Na prática, contudo, as fêmeas jovens são frequentemente mantidas em níveis de consumo restrito durante a fase inicial da prenhez. Esta estratégia originou-se de estudos em leitoas, os quais demonstraram que níveis elevados de ração no início da gestação aumentavam as perdas embrionárias. Entretanto, não existe evidência de que isso também seja válido e inclua porcas que necessitam se recuperar da lactação precedente. Em um trabalho publicado recentemente no Journal of Animal Science, em março deste ano, Lia Hoving, da Universidade de Wageningen, na Holanda, e coautores, fizeram um estudo que avaliou o efeito do nível de arraçoamento e o conteúdo de proteína na ração sobre a recuperação de seu peso corporal, taxa de parto e tamanho de leitegada subsequentes em porcas de primeiro e segundo partos, durante o primeiro mês de gestação.
Método: A partir do terceiro dia pós-inseminação até o 32º dia, as porcas foram alimentadas com 2,5 kg por dia de uma dieta de gestação padrão (controle, n=49); 3,25 kg por dia (+30%) da dieta de gestação padrão (ração suplementar, n=47) ou 2,5 kg por dia da dieta de gestação com 30%
a mais de aminoácidos digestíveis ileais (proteína adicional, n=49).
Resultados: O consumo de ração durante o período experimental foi 29% maior para o grupo com ração suplementar, em comparação com aqueles no grupo controle e grupos com proteína adicional (93 kg vs. 72 kg; P<0.05). As porcas no grupo com ração suplementar ganharam mais 10 kg de peso corporal durante o período experimental em comparação com aquelas no grupo controle e grupo de proteína adicional (24,2 ± 1.2 vs. 15,5 ± 1.2 e 16,9 ± 1,2 kg, respectivamente; P<0.001). O ganho de gordura dorsal e a área de olho de lombo não foram afetados pelo tratamento (P=0.56 e P=0.37, respectivamente). A taxa de parição foi menor, embora não de forma significativa, para as porcas no grupo com ração suplementar em comparação com aquelas no grupo controle e grupo com proteína adicional (76,6 % versus. 89,8% e 89,8 %, respectivamente; P=0.16). O tamanho da leitegada, no entanto, foi maior para o grupo com ração suplementar (15,2 ± 0.5 nascidos totais) em comparação com o grupo controle e aquele com proteína adicional (13,2 ± 0,4 e 13,6 ± 0,4 nascidos totais, respectivamente; P=0.006). O peso dos leitões ao nascer não foi afetado pelos tratamentos. Para ambas as ordens de parto (OP 1 e OP 2), o tratamento com ração suplementar (+30%) mostrou efeitos semelhantes sobre o ganho de peso corporal, tamanho de leitegada e taxa de parição. Os autores concluíram que o aumento da ingestão alimentar (30%) durante o primeiro mês de gestação melhorou a recuperação de peso corporal da matriz e aumentou o tamanho da leitegada, mas não afetou a taxa de parição subsequente. A alimentação com um nível maior (30%) de aminoácidos digestíveis ileais durante o mesmo período não melhorou a recuperação das porcas ou o seu desempenho reprodutivo na parição subsequente.
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Recursos Humanos
É possível reter talentos? Marcelo acompanhava cada um de seus clientes. Saía da empresa e ia aonde o cliente estava para satisfazer a uma necessidade. Todos diziam que ele realmente era “surpreendente”. Desligou-se da empresa sem dizer os motivos. Júlio era o melhor vendedor. Vendia muito mesmo. Vendia mais que o dobro da média dos outros vendedores. Pediu demissão alegando motivos pessoais.
Conversei separadamente com cada uma delas.
Marcela disse que cansou de “brigar para trabalhar”. Seu chefe a mandava mentir a todo instante. Marcava um compromisso, não ia e mandava Marcela dizer que ele não estava sabendo do compromisso agendado. Além disso, o ambiente de trabalho era muito ruim. As pessoas eram mal-educadas e pouco gentis. Não havia respeito entre elas, que confundiam a vida profissional com a pessoal. A esposa e as filhas do patrão mandavam e desmandavam na empresa sem que pertencessem ao quadro funcional. Não aguentou mais. Pediu a conta.
Marcelo explicou que deixara a empresa porque o chefe dele se incomodava muito com o seu sucesso junto aos clientes, que ligavam para a empresa e queriam falar com ele, Marcelo, e não com o chefe. As pessoas da empresa também não entendiam porque Marcelo recebia tantos convites dos clientes e fornecedores para confraternizações, e isso parecia gerar certo ciúme interno. O chefe, então, começou a não permitir que ele visitasse os clientes com a mesma frequência. Isso tudo o deixou muito chateado, e ele pediu a conta.
Reter talentos não é fácil. Justamente por serem pessoas talentosas, elas exigem condições de trabalho especiais. Muitas delas não reclamam, não falam, não se justificam. Como sabem ser talentosas e confiam na sua empregabilidade, simplesmente saem do emprego alegando qualquer motivo banal como “estou querendo dar um tempo para mim.” Elas não dizem a verdade porque sabem que a verdade poderá ofender e não querem sequer ter essa preocupação a mais. Simplesmente partem para outro emprego, outro desafio.
Marcela era uma secretária exemplar. Bilíngue, atendia a todos com presteza e cortesia. Tinha excelente redação e dominava bem editores de texto e até planilhas de cálculo. Saiu da empresa sem explicar a razão. O que terá acontecido com estas três pessoas – reais, com nomes fictícios?
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Com Júlio, o que aconteceu foi que ele vendia tanto que sua comissão de vendas era maior do que o salário do seu chefe e até do pró-labore de seu patrão. Eles queriam, então, renegociar sua comissão para baixo. Diziam: “Você não pode ganhar tanto!”. Esse foi o real motivo de sua saída.
A discussão de retenção de talentos é fundamental nos dias de hoje, porque não há como sobreviver num mercado competitivo com pessoas sem talento em nossa empresa. Todos nós temos muitos concorrentes, com qualidades semelhantes e preços similares. A nossa diferença só pode estar em gente talentosa que faça a diferença todos os dias, evidenciando nossa empresa, nossa marca. Para reter talentos, é preciso dar a eles condições para que exercitem seus talentos. Sem essas condições, estas pessoas sentem-se mal e buscam sempre um lugar onde possam desenvolver seus talentos. E essa é a palavrachave. Pessoas talentosas sentem necessidade de desenvolver seus talentos. Por isso sempre querem mais. Por isso querem sempre maiores desafios. Por isso são essenciais para o sucesso de uma empresa. E sua empresa? Você e sua empresa criam as condições necessárias para que os talentos se desenvolvam? Ou você prefere medíocres obedientes que farão sempre tudo o que o chefe mandar? Pense nisso. Sucesso! Por: Luiz Almeida Marins Filho anthropos@anthropos.com.br
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Informe Publicitário HIPRA SAÚDE ANIMAL Wladimir Grieder, médico-veterinário e gerente de negócios de suinocultura da Hipra Saúde Animal Ltda., com 18 anos de experiência no setor, adquirida por meio de capacitação e atuação nacional e internacional nas áreas técnica, de marketing e comercial. Há dois anos vem montando toda a estrutura da suinocultura da Hipra no Brasil. Nesta entrevista, Dr. Wlademir esclarece como é a atuação da empresa no mercado brasileiro e fala sobre os produtos que fazem a diferença na suinocultura.
Qual o foco de atuação da Hipra? A Hipra é uma empresa espanhola que atua há mais de 50 anos no mercado veterinário. Diferentemente das outras empresas do setor, atua somente no mercado veterinário, com foco exclusivo em animais de produção, como suínos, aves e bovinos. O nosso foco é a prevenção, e hoje as vendas de biológicos (vacinas) representam aproximadamente 60% do nosso faturamento global, sendo o quinto laboratório no ranking mundial em vendas de biológicos. A Hipra investe 9% do seu faturamento anual em Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos. Isso nos permite ser uma referência mundial em prevenção, com produtos cada vez mais diferenciados e inovadores. Outro grande diferencial é a nossa prestação de serviço técnico ao cliente. Somos uma empresa na área de laboratório de Saúde Animal e oferecemos uma linha própria de kits de diagnóstico, conhecida como CIVTEST. Além disso, temos nosso próprio centro de diagnóstico, o DIAGNOS, situado em Porto Alegre, o que facilita nossa prestação de serviços técnicos e permite colaborar com nossos clientes com informações que os ajudam a compreender melhor o status sanitário de seus plantéis nas tomadas de decisões que sejam mais rentáveis. Contamos, ainda, com excelentes profissionais em nossas equipes técnicas, local e internacional, que oferecem o necessário suporte. Suínos & Cia
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Há quanto tempo a empresa está inserida nos mercados internacional e nacional? A Espanha é, hoje, o terceiro maior produtor de suínos no mundo, e a Hipra, o laboratório líder naquele mercado. Temos hoje, em âmbito internacional, 21 filiais, e os nossos produtos estão presentes em mais de 100 países. No Brasil, com sede em Porto Alegre desde 2007, onde também estão localizados o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento, o Centro de Distribuição e Logística e o nosso Centro de Diagnóstico. É a única fábrica fora da Espanha. No segmento da suinocultura, montamos uma equipe própria em 2010 e, hoje, somos quatro veterinários locais, que, com o apoio do Serviço Técnico Corporativo e de nosso time de distribuidores e representantes, atendemos nossos clientes nas principais regiões produtoras de suínos do Brasil.
Quais são os produtos de destaque no mercado brasileiro? Por ser o processo de registro de novos produtos um tanto complexo devido à exigência e seriedade dos órgãos competentes no mercado brasileiro, ainda estamos em fase de implantação e, atualmente, contamos com um portfólio um pouco reduzido. Entre os produtos já registrados aqui no Brasil destacamos em
bovinocultura a vacina TOPVAC, contra a mastite bovina, que se trata de uma vacina inativada contra E. coli, coliformes, S. aureus e coagulase negativos. É a única vacina registrada na Agência Europeia de Medicamentos contra mastite pós-parto. A mesma em outros países é comercializada como Startvac. Em avicultura temos uma linha completa de vacinas tanto vivas como inativadas. Entre elas, destacamos a HIPRAGUMBORO GM97, específica para vvIBD, e a HIPRACOX, primeira e única para a prevenção de coccidiose aviária, que inclui E. praecox em sua composição. Na suinocultura, temos uma linha em vários segmentos, mas podemos destacar a vacina contra Parvovirose e Erisipela, a PARVOSUIN MR, que tem comprovado ser extremamente eficiente na proteção das reprodutoras durante todo o ciclo. Durante estes dois anos, pudemos demonstrar que os seus resultados sorológicos superiores refletem em melhores resultados zootécnicos e econômicos para as granjas. Apesar do paradigma da ausência da fração de leptospirose, estamos conquistando novos clientes de forma consistente, a cada dia, e, assim, demonstrando que há outras formas para se prevenir as tradicionais doenças reprodutivas que acometem a suinocultura. Na linha de injetáveis, pode-se destacar o GENTAMOX. Esta é uma associação exclusiva e muito interessante de amoxicilina e gentamicina que atua de forma Ano VII - nº 43/2012
Informe Publicitário sinérgica e aumenta a velocidade da cura, além de reduzir a ocorrência de resistências bacterianas.
Quais produtos estão sendo lançados? Nosso mais recente lançamento é a vacina de Rinite Atrófica (RA). As pesquisas para desenvolvimento de soluções mais modernas e eficientes para antigos problemas sanitários continuam. A HIPRA vem investindo muito no desenvolvimento de novas vacinas, extremamente eficazes e, ao mesmo tempo, muito seguras. A Rinite Atrófica Não Progressiva, mas principalmente a Rinite Atrófica Progressiva, são doenças respiratórias muito importantes pelos prejuízos que causam, e os produtos disponíveis para a prevenção foram desenvolvidos com base em conceitos já antigos, definidos há mais de 20 anos. E, sem dúvida, a RA está presente e causando prejuízos em muitas granjas por todo o mundo. E no Brasil isto não é diferente. Enxergamos aqui uma excelente oportunidade de inovação, em eficácia e segurança.
Qual o diferencial dessa vacina? Na verdade são dois. O primeiro diferencial é o nosso adjuvante HIPRAMUNE Gd. O adjuvante em uma vacina é o responsável por viabilizar a sua aplicação e por tornar a sua resposta, diga-se proteção contra as doenças que queremos prevenir, mais forte e duradoura. O HIPRAMUNE Gd é constituído basicamente por três diferentes substâncias que atuam em conjunto para elevar a resposta, sem causar reações. O HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO GEL é um adjuvante muito conhecido pela sua segurança, facilidade de aplicação, conveniência na montagem de programas vacinais e “efeito depot”, ou seja, a capacidade de liberar o antígeno para o sistema imune de forma mais lenta, aumentando a resposta. A ele foram adicionados os GINGENÓSIDOS, que são saponinas de ginseng. Os gingenósidos presentes no adjuvante da RHINISENG atraem para o local da aplicação as células dendríticas responsáveis por capturar o antígeno e apresentá-lo aos linfócitos, células do sistema imune responsáveis por produzir os anticorpos que irão proteger o vacinado Ano VII - nº 43/2012
contra as doenças contidas na vacina. E, finalmente, o DEA dex, substância que também eleva a potência da resposta e aumenta a produção de anticorpos. O segundo diferencial está em nosso antígeno, componente que colocamos na vacina para que ela “ensine” ao sistema imune do animal como se defender contra alguma doença que o desafiará mais adiante em sua vida. Na RHINISENG temos dois antígenos. Visam a proteger contra a Bordetella bronchiseptica e a toxina produzida pela Pasterurella multocida, predominantemente tipo D, mas também tipo A. Inativamos nossas culturas de B. bronchiseptica em sua fase 1 de multiplicação, quando, então, expressamos todos os fatores de patogenicidade essenciais para uma completa proteção contra esta bactéria. E a RHINISENG é a primeira vacina disponível no Brasil a utilizar toxóide recombinante da P. multocida. Ele é muito mais seguro que os tradicionais toxóides das antigas vacinas, pois já é produzido sem sua fração que causa os efeitos indesejáveis na fêmea, como aumento de temperatura, abortos e prostração, além de não ser necessário para a proteção dos leitões contra a toxina. Em nossa vacina está presente apenas a fração importante para a proteção. A Hipra trouxe para o Brasil a vacina mais avançada do mundo contra a RAP e a RANP. É um produto que inova por aliar potência e segurança para a fêmea vacinada, que fornecerá a seus leitões um colostro de altíssima qualidade que auxilia no controle das doenças por todo o ciclo.
Qual o programa da vacina em situação de controle e em situação de desafio? O protocolo básico de vacinação segue o tradicional da maioria dos programas vacinais de reprodutoras. Em nulíparas ou primovacinação, duas doses com três semanas de intervalo, sendo a segunda dose entre quatro e três semanas pré-parto. Nas demais reprodutoras, uma dose entre quatro e três semanas préparto. Existem programas alternativos de vacinação que devem ser avaliados pelo médico-veterinário. Aqui não falamos de vacinação para RAP apenas, mas para qualquer doença em que a imunidade das reprodutoras seja importante para o de-
sempenho dos leitões. Um deles é a dupla vacinação massal do plantel reprodutivo. O segundo é a dupla vacinação de marrãs na fase de preparação e apenas uma dose pré-parto em todas as gestações. Sendo importante evidenciar que qualquer decisão desse tipo deve ser tomada em conjunto com os veterinários responsáveis técnicos pela sanidade.
Qual a viabilidade econômica dessa vacina? Um trabalho realizado pela EMBRAPA em 1991 por Dirceu J. D. Talamini, Itamar A. Piffer e Maria Aparecida V. P. Brito, traz a avaliação, àquela época, do prejuízo causado pela Rinite Atrófica Progressiva em granjas brasileiras, baseado no grau de lesão dos cornetos (IRA). Eles observaram as diferentes taxas de GMD (ganho médio diário) e CA (conversão alimentar) em granjas com IRA, variando entre zero e três. Concluiu-se que, se comparados a animais livres de RAP, grau zero, animais com grau 1 têm sua eficiência de crescimento afetada em 2,48%. Animais com grau 2 são afetados em 7,15%. E, finalmente, animais com IRA 3 são afetados em 14,5%. Isto considerando-se apenas perdas decorrentes de alimentação, sem contar depreciação, mão de obra e outros fatores. Neste trabalho, foi avaliada também a rentabilidade positiva causada pelo efeito da vacinação. A RHINISENG foi aprovada na Europa após testes obrigatórios com desafios controlados. Filhos de fêmeas vacinadas com RHINISENG e filhos de fêmeas não vacinadas foram desafiados com B. bronchiseptica e P. multocida altamente patogênicas. Após 42 dias foram abatidos, e o escore, avaliado de acordo com a Farmacopeia Europeia. De um escore máximo de 18, os leitões do grupo RHINISENG apresentaram escore de lesão abaixo de 4, enquanto os leitões do grupo controle apresentaram lesões acima de 14. Esta diferença foi estatisticamente significativa e comprova que nossa vacina tem alto poder de proteção, mesmo em granjas com alto desafio. E ela se mostrou muito suave para as fêmeas que foram vacinadas, se comparadas às fêmeas vacinadas com outros produtos do segmento.s com outros produtos do segmento. Suínos & Cia
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Informe Publicitário Suinocultura abaixo de zero: profissionais brasileiros conhecem modelo de produção canadense
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projeto, batizado de “Vamos Quebrar o Gelo - Genetiporc”, contou com uma programação de cinco dias, formada por visitas técnicas, workshop tecnológico e passeios, reunindo profissionais de cooperativas, agroindústrias, produtores, técnicos e consultores, que, juntos, representaram quase um milhão de matrizes. Com o patrocínio das empresas MigPlus, Vetanco, Boehringer Ingelheim, Gestal (Canadá) e Ro-Main (Canadá), a Genetiporc recepcionou o grupo de brasileiros em Quebec, em um cenário branco e gelado. Os convidados foram surpreendidos logo na chegada pela neve que, persistentemente, acompanhou o grupo até o exclusivo e histórico Hotel Chateau Frontenac, um dos mais belos e fotografados do mundo, incrustado na parte antiga da cidade, chamada Old Quebec. Durante uma semana, os brasileiros participaram de um workshop e visitas técnicas em uma inédita troca de conhecimento.
Lançamento Nova Matriz Comercial Fertilis 25 A nova matriz comercial da Genetiporc, a Fertilis 25, foi apresentada em um jantar de lançamento no Hotel Chateau Frontenac e contou com a presença do Ministro da Agricultura do Canadá, Pierre Corbeil, equipe Genetiporc e convidados brasileiros. O Diretor da Genetiporc do Brasil, Werner Meincke, ressaltou a importância de apresentar a nova fêmea no Canadá. “Devo confessar que estamos orgulhosos por lançar no mercado brasileiro a Fertilis 25 e também pela oportunidade de fazer este evento aqui no Canadá, juntamente com as empresas parceiras que tornaram esse projeto uma
Werner Meincke – Diretor Genetiporc do Brasil
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Hotel Chateau Frontenac realidade. Agradecemos por terem aceitado o nosso convite.” disse. O gerente de Negócios da Genetiporc do Brasil, Luciano Oliveira Ferreira, afirmou: “Essa nova fêmea está sendo um enorme sucesso na América do Norte, confirmando a promessa de ser uma matriz criada para quebrar paradigmas. Este produto, desenvolvido pelos especialistas em genética da Genetiporc, oferece alta prolificidade, além de transmitir ótima conversão alimentar e rendimento de carne magra aos seus descendentes”. Luciano explicou ainda que entre as vantagens competitivas da nova matriz, a Fertilis 25 assegura um aumento no total de nascidos, excelente produção de leite e habilidade materna, além de alta qualidade da leitegada, melhor conversão alimentar, melhor velocidade em ganho de peso, carcaças uniformes e, consequentemente, menor custo de produção. Ano VII - nº 43/2012
Informe Publicitário manho de leitegada e produção de Werner Meincke observou leite. “Esta nova fêmea apresenainda: “Quando falamos da Fertita melhora no GPD, conversão lis 25, estamos falando de leitões alimentar e percentual de carne 200g a 300g mais pesados e memagra na carcaça, em resumo a lhor conversão na prole, além de Fertilis 25 oferece um melhor reagregar na carne magra da carcaça, sultado para o produtor e para a permitindo mensuração dos beneindústria”, resumiu Godbout. fícios dentro da granja e indústria. A Fertilis 25 será um marco na Mario Lapierre – vice-presuinocultura brasileira e tornar sidente da Genetiporc Internaesta atividade ainda mais compecional - apresentou a estrutura do titiva faz parte da nossa missão”, grupo, uma integração vertical observou Werner Meincke. que conta com granjas comerOs convidados assistiram ciais de 17.000 matrizes próprias e frigorífico, localizado na cidaa um vídeo sobre a nova fêmea de de Rivière-du-Loup - Quebec, e puderam tirar dúvidas sobre as que tem como foco mercados vantagens e diferenciais da Ferexigentes. tilis 25. Luiz Carlos Chiocca, da A Boehringer Ingelheim Copercampos, destacou que foi proporcionou um profundo superimportante esta visita. “Pecomparativo de custos, analisalas matérias apresentadas, pelo do pelo especialista em custos lançamento...e, principalmente, de produção Michel Morin, do pela oportunidade de relacionaCentro de Desenvolvimento da mento entre os participantes”. Suinocultura de Quebec. A consultora Maria Nazaré Duas empresas canadenLisboa destacou características ses participaram do encontro: físicas que podem influenciar positivamente na produção. “É uma Luciano Oliveira Ferreira, gerente de Negócios da Genetiporc do Brasil Stéphanie Clement, da Gestal, apresentou novas tecnologias em fêmea com comprimento bom e O empresário Flauri Migliavacca, equipamentos para explorar o potencial aparenta ter um bom desenvolvimento do tamanho do útero e de glândulas mamárias. Diretor da Mig Plus, apresentou um com- de fêmeas em lactação e Pascal Forest São fêmeas bem competitivas para o mer- pleto sistema de rastreabilidade e certifi- da Ro-main, que mostrou soluções para cações necessárias para ter uma nutrição simplificar o manejo e maximizar a percado brasileiro” finalizou a consultora. formance nas granjas. de excelência. Workshop Tecnológico Vincent Breton, diretor do frigoríJá o geneticista Daniel Godbout – Durante a programação de troca de Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento fico Du Breton, encerrou as atividades do experiências foi realizado um workshop, da Genetiporc Internacional - apresentou dia apresentando o case de sucesso da sua apresentado pelos parceiros e apoiadores em detalhes as vantagens competitivas da empresa no desenvolvimento de novos nido projeto, abordando assuntos técnicos, Fertilis 25, que promete excepcional ta- chos de mercado para a carne suína. gerenciais e conjunturais. O encontro foi iniciado pelo vice-presidente da Genetiporc Internacional, Mario Lapierre, e a representante do governo de Quebec, Veronica Perron, que, falando em português, uma gentileza com a comitiva brasileira, destacou o interesse do governo de Quebec nas relações econômicas com o Brasil. O evento foi realizado no Hotel Palace Royal, em Quebec, onde também foram apresentados todos os diferenciais técnicos e comerciais da Fertilis 25. Durante o Workshop Tecnológico, o diretor da Vetanco, Javier Kuttel, além de apresentar sua empresa, presenteou os convidados com a palestra “Atitudes de um líder empreendedor”. Javier abordou os principais desafios de um líder em relação ao recurso mais precioso das organizações: as pessoas. Ano VII - nº 43/2012
Workshop tecnológico
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Informe Publicitário
Grupo em visita ao Hotel de Gelo
Lazer Além da programação técnica os convidados tiveram a oportunidade de visitar um hotel feito de gelo em Quebec, passear de snowmobile (uma espécie de moto para a neve), conhecer as cataratas geladas de Niágara e ainda experimentar a sensação de jantar a 300 metros de altura no restaurante giratório da CN Tower, em Toronto.
Depoimentos Para Carlos Alberto Freitas, da Cosuel, a experiência do projeto Vamos Quebrar o Gelo serviu ainda para reafirmar a parceria de anos com a Genetiporc. “Sou cliente da Genetiporc há 12 anos e decidimos ser parceiros pelo que vimos
Grupo reunido em Toronto
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na época. Cada vez que voltamos aqui na sede do Canadá, assistimos à evolução e ao desenvolvimento de novas tecnologias. O avanço da qualidade no trabalho feito aqui nos dá a certeza de estarmos evoluindo, pois estamos ligados a uma empresa que investe em desenvolvimento, evolução, aumento de produtividade e redução de custos. Isso nos dá tranquilidade”. Para a consultora Maria Nazaré Lisboa, conhecer diferentes modelos de produção ajuda no dia a dia da granja. “Não há muitas diferenças nas instalações, apenas, claro, que são granjas adaptadas às condições climáticas daqui. A diferença é realmente no número de funcionários por fêmea, mas a genética se comporta bem em qualquer lugar do mundo quando bem manejada. Sempre é bom participar desse tipo de visita, pois levamos para casa estra-
tégias de manejo que eles adotam aqui no Canadá e que facilitam o trabalho de quem faz o dia a dia dentro de uma granja”. Para o produtor independente Ivanir Martelli, da Suinocultura Martelli, uma lição de tecnologia e persistência. “Apesar da temperatura baixa, percebemos que eles conseguem tanto uma fêmea quanto um leitão de boa qualidade. Pudemos observar um bom tamanho de leitegada desmamada e tamanho de leitão, de padrão excelente”, definiu Martelli. Para Glademir Mecca, da Cooperativa Santa Clara, uma oportunidade para ampliar o conhecimento. “Foi uma experiência muito válida, com toda essa troca de informações com a equipe Genetiporc e demais integrantes do grupo, importantes representantes de cooperativas, agroindústrias, técnicos e produtores que atuam na suinocultura. Para nós, da Cooperativa Santa Clara, valeu a pena no sentido de fazer parte de um grupo tão seleto, que teve acesso em primeira mão ao lançamento de um novo produto, e poder presenciar essas melhorias na prática, da granja ao frigorífico. Vamos levar essas novas informações daqui para os associados”, completa. Carlos Maggioni, da Mig Plus, reforçou a importância das novidades e troca de experiências dentro do grupo. “Aqui tem produtor, diretor de cooperativas, técnicos. Uma experiência que todo mundo aprende.” revelou. Já para Jair Cepera, da Fazenda São Paulo, as características físicas da fêmea chamaram a atenção. “O destaque para mim foi o número de nascidos elevado e o estado corporal da fêmea. Observamos um animal longo e bonito. O número de nascidos é importante, além da uniformidade de peso e tamanho”. Wlademir Paravisi, da Master Agropecuária, elogiou o evento. “Uma programação adequada e equilibrada, uma apresentação bastante profissional por parte da Genetiporc, atendendo plenamente ao objetivo do evento”. Mauro Donin, da Boehringer, relatou que foi uma experiência incrível. “Desde o primeiro momento, quando a Genetiporc nos consultou, aceitamos de imediato o convite. Foi uma oportunidade para conhecer a suinocultura no Canadá, estreitar relacionamentos e conhecer a Fertilis 25. O evento esteve bem representado e, provavelmente, de 60% a 70% da suinocultura do Brasil esteve lá. Produtores, presidentes de empresas e cooperativas, técnicos e consultores. Foi um bom clima, um clima de amizade” acrescentou. Fonte: Eliana Panty Assessora de Imprensa Ano VII - nº 43/2012
Aconteceu Shaping the future: suinocultura em debate
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s conceitos atuais de gestão e empreendedorismo na criação de suínos com foco no impacto dos resultados e na melhoria da produtividade estiveram entre os assuntos debatidos na 7ª edição do Shaping the future. Promovido pela Pfizer Saúde Animal, o evento reuniu veterinários, especialistas, consultores de mercado nacionais e internacionais e suinocultores, entre 9 e 13 de abril, em Natal (RN). O tradicional evento teve como objetivo promover a reflexão dos participantes sobre o papel de cada um deles na cadeia de produção da carne suína e o impacto de suas decisões no negócio, na própria cadeia, no mercado e na sociedade. Além disso, o Shaping the future apontou tendências, debateu a suinocultura e compartilhou novos conhecimentos, ideias, resultados e soluções com veterinários e criadores.
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Renomados palestrantes internacionais estiverem presentes, como Darra Johnson, diretora de RH da MurphyBrown LLC’s Western Operations – Smithfield Foods Inc., de Iowa/EUA, que falou sobre “A evolução do papel dos Recursos Humanos como parceiro estratégico”; Eric Farrand, gerente de Serviços Técnicos de Suínos da Pfizer Saúde Animal, dos Estados Unidos, que abordou “Como o investimento em pessoas hoje influenciará seus resultados amanhã”; James Bradford, médicoveterinário e consultor independente, de Michigan/EUA, que apresentou a palestra “Otimizando a adoção de novas tecnologias para extrair o máximo valor da cadeia”; e Jim Allison, diretor sênior de serviços da Pfizer Saúde Animal/ EUA, que voltou seu discurso para o tema “Como escolher e usar antimicrobianos para o sucesso a longo prazo”.
O evento contou ainda com participação de importantes palestrantes nacionais, como César Souza, consultor considerado um dos maiores experts brasileiros em estratégia, liderança e cultura da “clientividade”, que iniciou o ciclo de apresentações falando a respeito do tema central do evento: “Shaping the future, o papel dos líderes na tomada de decisão”; Alexandre Mendonça de Barros, engenheiro agrônomo e professor de Economia Agrícola da Fundação Getúlio Vargas, que falou sobre a “Conjuntura agropecuária: panorama da carne suína no mundo, na América Latina e no Brasil”; Rogério Chér, administrador de empresas, consultor e autor de livros sobre empreendedorismo e gestão, que tratou sobre o tema “Engajamento: muito além do comprometimento“; e Renato Meireles, comunicólogo e sócio-diretor do Data Popular, que discorreu sobre “A nova classe média e o consumo de carne suína”.
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Dicas de Manejo Atualmente, a suinocultura enfrenta diferentes tipos de desafios, da mesma forma que outras atividades. Sem dúvida, a mão de obra, nos tempos atuais, tornou-se mais difícil devido às inúmeras opções de emprego em outras atividades, e o custo dos colaboradores passa a ter muito mais representatividade no valor do custo de produção. Vamos conferir abaixo as principais dicas de manejo que auxiliam na otimização da mão de obra em granjas de suínos.
O ambiente da reprodução proporciona conforto aos animais, atendendo às exigências da fase. Funciona independentemente da mão de obra. Nesse sistema, cortinas e ventilação são automatizados, mantendo a temperatura e a umidade constantes e oferecendo bem-estar no período da gestação.
O sistema de alimentação funciona de forma automática e individual. O colaborador dedica seu precioso tempo a revisar e ajustar detalhes que fazem a diferença na eficiência do adequado programa nutricional, que potencializa a produtividade durante a gestação.
Outra estratégia para otimizar a mão de obra é o sistema de limpeza de rotina na gestação, no qual se utiliza piso autolimpante. Caracterizado por ser totalmente ripado, incluindo corredores, mantém a área e os animais sempre limpos, sem que haja dedicação ou interferência de colaboradores nesse processo.
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Dicas de Manejo
Fêmeas mais limpas na gestação exigem menor dedicação de tempo dos funcionários para banhá-las antes de entrar na maternidade. Quando transferidas da gestação para a maternidade, elas passam automaticamente por uma área de banho. O chuveiro funciona com sensores e é automático. Quando a fêmea se aproxima, o sistema é ligado, e ela mesma passa por um banho, entrando devidamente limpa na maternidade.
Maternidades com área livre no fundo podem perfeitamente ser adaptadas às condições de parto, as quais recebem, no fundo e nas laterais da gaiola de parto, um tapete com cama e lâmpada, que oferecerão conforto aos recém-nascidos, mesmo quando não existe a presença de colaboradores, tanto à noite quanto nos intervalos diurnos.
Mesmo com ausência de funcionários, os leitões nascem em um ambiente com conforto.
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Dicas de Manejo
A maternidade pode dispor de um sistema que produz conforto, independentemente dos colaboradores, que funciona de maneira automática, controlando temperatura, umidade e ventilação e produzindo condições ambientais adequadas às porcas e leitões durante o período de parto e toda a fase de lactação.
Oferecer piso aquecido, com controle automático de temperatura, aos leitões durante a lactação garante conforto por toda a fase de maternidade.
Maternidade com piso totalmente ripado colabora para a manutenção da limpeza da instalação e da higiene dos animais, facilitando a eliminação de fezes e urina e diminuindo, assim, o contato dos leitões com possíveis contaminantes.
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Dicas de Manejo
Na fase de crescimento dos animais, para otimizar a mão de obra, recomendase automatizar o sistema de alimentação e limpeza. Dessa maneira, o colaborador poderá dedicar seu tempo à observação dos animais e à revisão de procedimentos, processos e funcionamento do sistema.
Piso totalmente ripado contribui para a limpeza e a higiene dos animais, diminuindo a umidade e os contaminantes no ambiente.
À medida que se automatiza e se sofistica o sistema, são necessários colaboradores capacitados, envolvidos e com habilidade para as diferentes fases de produção. Dessa forma, é possível mantê-los com capacidade suficiente de revisar, ajustar sistema e tomar adequadas decisões.
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Divirta-se Encontre as palavras
No diagrama ao lado, vamos encontrar as principais características da liderança que são fundamentais no programa de gestão de resultados:
Decisão Atitude Parâmetro Impacto Royalties Produto
Habilidade Investimento Conhecimento Competitividade Visão Valores
S M A I S I D A F T G S H N J T K R L O M Y M E X R O V R G
S S F F R S N F Q D W L G D R D T D F R S M Z F E S N L F R
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C C K M T C W H U I U W K C K C W K C I E V O C B Q O K L O
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Divirta-se
Labirinto
Teste seus conhecimentos A eficiência do setor reprodutivo de uma granja de suínos pode determinar o custo de produção. Conhecer, compreender e aplicar os conhecimentos básicos da fisiologia da reprodução sem dúvida podem incrementar os resultados de fertilidade e prolificidade. Com frequência pode haver interrupções nesse processo, produzindo falhas reprodutivas. Identifique como V (verdadeiro) ou F (falso) os possíveis fatores que podem afetar o número de leitões nascidos por parto. ( ) O número de LNV influi diretamente no número de desmamados. ( ) Na fêmea suína, podem ocorrer de 30% a 40% de perdas embrionárias nos primeiros 30 dias de gestação. ( ) Dificilmente a genética tem influência sobre o número de leitões nascidos. ( ) O efeito de altas temperaturas ambiental no início da gestação pode levar a perdas embrionárias. ( ) A qualidade do sêmen não interfere no número de nascidos. ( ) Pessoas bem capacitadas que executam bem suas funções podem melhorar o número de nascidos. ( ) Inseminar fêmeas apenas no início ou final de cio pode contribuir para a redução do número de nascidos. ( ) As seleções de linhas hiperprolíficas pouco influenciam no aumento de leitões nascidos. ( ) As fêmeas híbridas (particularmente F1) produzem mais leitões nascidos do que as de linhas puras.
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Divirta-se
Jogo dos 7 erros
Encontre as palavras S M A I S I D A F T G S H N J T K R L O M Y M E X R O V R G
S S F F R S N F Q D W L G D R D T D F R S M Z F E S N L F R
D C D G T S J R G T I P T R R T E Y C U N I N O T D Q Q G T
F O I O Q Q I T V A R M X N L O V R B B N R X L Y E O N V Y
A N G H A E O C I O T K R J E H Y N C H L I T L R C W K C H
H H B X X L W Q D N H H B X J U K A L C M O J I B I F O Z N
J E B D C T B U K B J B N D B J B N L B W B G K B S E J D B
K C H S C E T W E B L N C M D L R H E T K V P F V A E F E T
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P M U C O D Y L G G P Y U S G P Y U S G P E H I C O T T M R
Q E J I O D O F O H O T J Z H O T J Z H O T S H H O T P Q A
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Teste seus conhecimentos ( V ) O número de LNV influi diretamente no número de desmamados.
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( V ) Na fêmea suína, podem ocorrer de 30% a 40% de perdas embrionárias nos primeiros 30 dias de gestação. ( F ) Dificilmente a genética tem influência sobre o número de leitões nascidos. ( V ) O efeito de altas temperaturas ambiental no início da gestação pode levar a perdas embrionárias. ( F ) A qualidade do sêmen não interfere no número de nascidos. ( V ) Pessoas bem capacitadas que executam bem suas funções podem melhorar o número de nascidos. ( V ) Inseminar fêmeas apenas no início ou final de cio pode contribuir para a redução do número de nascidos. ( F ) As seleções de linhas hiperprolíficas pouco influenciam no aumento de leitões nascidos. ( V ) As fêmeas híbridas (particularmente F1) produzem mais leitões nascidos do que as de linhas puras.
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