Sanidade a Espanha (Allepuz et al., 2008), a Nova Zelândia (MacDiarmid, 2000) e a Holanda (Elbers et al., 2000). PRRSv foi eliminado do Chile (Torremorell et al., 2008), Suécia (Carlsson et al., 2009) e de algumas regiões específicas dos Estados Unidos (Corzo et al., 2011). Como exemplos locais, o vírus da febre suína africana foi erradicado em todo o território do Brasil (Moura et al., 2010), e o vírus da doença de Aujeszky, de boa parte do território nacional.
Conclusões
A barreira verde é uma das medidas de biosseguridade que assegura a sanidade do rebanho, auxiliando, assim, no controle e na disseminação dos agentes animais livres do patógeno em uma janela de tempo pré-determinada. Os princípios para o sucesso da DPMS são: (a) estabilização da sintomatologia clínica do plantel (antes do início das desmamas precoces) por meio de medicação/imunização do rebanho, (b) medicação de porcas e de leitões, (c) desmamar leitões entre 6 a 8 dias de vida, (d) alojamento dos desmamados em múltiplos sítios segregados e medicação de leitões desmamados e (e) monitoria contínua de animais DPMS (sorologias, diagnósticos moleculares, acompanhamentos de abates). Esta técnica já foi descrita com sucesso para agentes como Mycoplasma hyopneumoniae e Actinobacillus pleuropneumoniae. • Fechamento temporário de granja – técnica amplamente praticada na América do Norte para eliminação de PRRSv e M. hyop. de granjas, é economicamente mais atrativa do que as demais, no caso de PRRSv, levando-se em conta o custo e a taxa esperada de sucesso, que gira por volta dos 85% (Torremorell et al., 2003; Holtkamp et al., 2012). Esta estratégia consiste na interrupção da entrada de animais de reposição por um período médio de 28 semanas (Linhares et al., 2012). No caso de PRRSv, o fechamento de granja é comumente associado à exposição deliberada de todos os animais do rebanho ao vírus vivo (virulento ou atenuado). Deste modo, toda a população de animais Ano VII - nº 43/2012
é infectada e, eventualmente, desenvolve resposta imune protetora ao vírus e consequente imunidade de rebanho (livrando-se da população susceptível e quebrando o ciclo de transmissão).
Eliminação a nível regional Como discutido na parte 1 desta série de artigos, patógenos podem ser disseminados regionalmente a partir de granjas infectadas, sendo transmitidos por vias diretas e indiretas para outras granjas com animais susceptíveis. As formas comuns de transmissão de patógenos entre granjas são por meio da introdução de animais e/ ou sêmen, veículos e outros fômites, insetos e pássaros (vetores biológicos e/ou mecânicos) e aerossóis. É preciso ter conhecimento básico sobre as formas de excreção e transmissão de patógenos específicos, bem como uso de ferramentas de diagnóstico que permitam a identificação precoce de patógenos e a execução de estratégias de eliminação regional de forma coordenada entre sistemas de produção. O vírus da doença vesicular dos suínos foi erradicado da Itália (Bellini et al., 2007), enquanto o vírus da aftosa foi erradicado de diversos países, incluindo a Colômbia (Gallego et al., 2007), Filipinas (Randolph et al., 2002) e o Japão (Sugiura et al., 2001). Similarmente, o vírus da doença de Aujeszky foi erradicado de diversas regiões, incluindo
Como descrito nas partes I, II e III desta trilogia, o controle e a erradicação de microrganismos infecciosos de sistemas de produção de suínos são possíveis. Para tanto, é pré-requisito o conhecimento detalhado sobre ecologia e epidemiologia do patógeno-alvo, incluindo mecanismos de excreção, dinâmica da infecção, transmissão entre animais e entre granjas e as diferentes formas de sobrevivência do patógeno. O sucesso de tais programas sanitários depende diretamente da disponibilidade de ferramentas de diagnóstico. Obviamente não há receitas de bolo – cada programa terá necessidades específicas e contará com diferentes ferramentas de diagnóstico. Contudo, o importante é trabalhar com estratégias de monitoria sanitária que permitam um diagnóstico preciso, rápido e atual. Para o controle/eliminação de agentes infecciosos há a disponibilidade de diversas técnicas. Para algumas doenças não estamos prontos para eliminação por diversos fatores aqui descritos. Todavia, para outros patógenos, como Mycoplasma hyopneumoniae, A. pleuropneumoniae e PRRSv, há diversos relatos científicos documentando o sucesso da eliminação. Nestes casos, programas de biosseguridade são importantes para assegurar a sanidade do rebanho, justificando o investimento para eliminação. Ressaltamos também a importância da adoção de monitorias sanitárias, utilizando-se ferramentas diagnósticas que permitam investigações epidemiológicas em casos de novos surtos (epidemiologia molecular). A identificação da origem de surtos é de suma importância para o aprimoramento de programas de biosseguridade, prevenindo futuros casos. Suínos & Cia
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