Cooperleite | Junho 2018

Page 1

INFORMATIVO DA COOPERATIVA SANTA CLARA LTDA.

ANO 43 • NÚMERO 319 • JUNHO DE 2018

Granja associada vence concurso na Expoleite

Granja Du Anjo e Belvedere, de Carlos Barbosa, comemorou o resultado com tradicional Banho de Leite na 14º Fenasul

Associados participaram de mais uma edição da Fenasul/Expoleite OS PRODUTORES da Cooperativa Santa Clara comemoraram resultados na 41º Expoleite e 14º Fenasul, que ocorreu entre os dias 14 e 20 de maio, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A Granja Du Anjo e Belvedere, dos associados Luci Camillo Fontanive e Fernando Mocellin, de Carlos Barbosa, foi

a campeã do Concurso Leiteiro, com a vaca C. Santa Clara S. Camillo 12259 Amanda Lher EX90, que produziu 61,87 quilos de leite. A segunda colocação ficou com a Granja Tang, de Farroupilha. Os associados comemoraram o resultado no tradicional Banho de Leite, que marca a abertura oficial do evento. Outro resultado positivo foi no Grande Campeonato no sábado, 19 de maio. Após o suspense, o juiz Edson Luis Kurtz,

responsável pelo julgamento dos animais, escolheu como a 3ª Melhor Vaca a Tang Marli Malin Aftershock 8165, da Granja Tang de Farroupilha, associada da Cooperativa. A exposição em Esteio contou ainda com a participação dos associados Zilmar Rutz, de Westfália, e Dieter Roese, de Salvador do Sul. Confira mais sobre a Expoleite na página 03. COOPERLEITE | JUNHO 2018


EDITORIAL

Hora de somar esforços A razão de existir da Cooperativa Santa Clara é o leite. E esse bem maior é entregue pelos seus mais de três mil associados produtores. Porém, nos últimos dez dias do mês de maio, a paralisação dos caminhoneiros prejudicou a coleta, causando prejuízos que serão sentidos pelos associados e pela indústria a longo prazo. Um produtor, durante uma entrevista concedida à imprensa estadual, definiu o cenário vivenciado pelo setor: "o caminhoneiro desliga o caminhão e pára, mas nós produtores não podemos desligar as vacas. Temos que alimentá-las e ordenhá-las”. Com estas palavras ilustrou toda a incerteza vivenciada no período. A Santa Clara uniu esforços e buscou minimizar os impactos e recolher o máximo possível do volume de leite produzido. Um grupo de profissionais da Cooperativa incansavelmente procurou todas as alternativas para que o leite, produtos e rações chegassem ao seu destino. Porém, chegou ao ponto que os fatos tomaram dimensões que as medidas não atingiram os resultados desejados. Assim, buscou com liminares judiciais, mas o movimento dos caminhoneiros era mais forte. Após o término da greve, a Cooperativa passou a transportar o leite e a produzir os itens para abastecer o mercado. Diante de todos os fatos estão sendo analisadas alternativas para que o produtor fique assistido durante o período que vem pela frente. A Cooperativa é uma grande família e juntos irá superar mais esse momento díficil.

O Cooperleite tem o objetivo de conscientizar, orientar e capacitar os produtores para a produção de leite com qualidade, segurança e em conformidade com a legislação vigente, fazendo valer desta forma o item 9.2.4. do Anexo IV da Instrução Normativa 62, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimemento (MAPA).

02

JUNHO 2018 | COOPERLEITE

Neste momento, é importante o produtor mostrar a sua força de ser sócio da Cooperativa Santa Clara e manter essa união já manifestada no período de paralisação.

Alexandre Guerra , diretor Administrativo e Financeiro, sobre os reflexos da paralisação dos caminhoneiros (Leia mais entre as páginas 06 e 07)

EXPEDIENTE COOPERATIVA SANTA CLARA Rua Pedro Baldasso, 47, Carlos Barbosa 95185-000 | Fone: (54) 3461-8300 www.coopsantaclara.com.br Conselho de Administração Rogerio Bruno Sauthier Presidente: Gelsi Belmiro Thums Vice-presidente: Itamar Tang Secretário: Conselheiros: Adelio Adelino Lammers, Anselio Molon, Eduardo Dall Agnol, Inocência Dalsin, Ireno Woithe, Nauro Valentin Nizzola, Nelson Volpato e Tiago Pitol Frizon Ademar Carbonera, Conselho Fiscal: Pedro Canísio Bourscheid e Vilmor Paulo Baldasso COOPERLEITE Informativo mensal dos produtores associados à Cooperativa Santa Clara Ltda. Direção: Dptos. de Marketing e de Política Leiteira Redação: Estefania V. Linhares (MTB 13.239) Contato: estefanial@coopsantaclara.com.br Tiragem: 4.100 exemplares Distribuição gratuita. Acompanhe nas redes sociais: facebook.com/coopsantaclara; instagram.com/coopsantaclara twitter.com/coopsantaclara; youtube.com/coopsantaclara


MARKETING

Plantando o Bem 2018 inicia uma nova fase em 12 municípios O PLANTANDO O BEM da Santa Clara iniciou uma nova fase. Nesta edição, as escolas de doze cidades recebem a iniciativa com algumas novidades, entre elas, o cultivo de chás. Os alunos do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental serão contemplados com duas etapas do projeto, que tem por objetivo promover a conscientização ambiental, a sustentabilidade e o interesse por uma alimentação saudável. O projeto também será realizado nos seguintes municípios onde a Santa Clara possui unidades: Cotiporã, Estação, David

Hortaliças e verduras cultivadas são utilizadas na merenda escolar

Canabarro, Fagundes Varela, Jacutinga, Nova Roma do Sul,

Paraí, Veranópolis, Vila Maria, Paim Filho e São Pedro da Serra.

Santa Clara produz documentário com queijeiro A Cooperativa Santa Clara elaborou um webdocumentário com Armindo Chies, que foi queijeiro da Cooperativa por 40 anos. No vídeo ele relembra como era o trabalho, visita as antigas instalações da Queijaria e a Indústria em Carlos Barbosa. O webdocumentário pode ser conferido no Facebook da Cooperativa e no canal www. youtube.com/coopsantaclara.

Resultados finais da 41ª Expoleite em Esteio OS ASSOCIADOS da Santa Clara participaram da 41º Expoleite e 14º Fenasul. Confira os resultados: Animais Jovens (18/05/2018) Categoria Bezerra Júnior: 3º lugar Tang Melissa Meridian 8247, da Granja Tang Categoria Bezerra Intermediária: 2º lugar Tang Lila Golden Dreams 8239, da Granja Tang Categoria Novilha Sênior: 3ª lugar C. Santa Clara Belvedere 28862 Meter, da Granja Tang

5º lugar Fecundo Granja Rutz Bela 350 Joclay, Zilmar Rutz Categoria Novilha Intermediária: 2º lugar Tang Karen Alexander Chapolin 8216, de da Granja Tang Categoria Vaca Jovem: 2º lugar Tang Mery Raquel Goldwyn Sid 8198, da Granja Tang Animais adultos (19/05/2018) Categoria Vaca 3 anos Júnior: 3º lugar C. Santa Clara D. Roese 26611 Mellissa G W AT, de Dieter Roese

5º lugar Tang Aninha Classic 8189, de Orlando, Marcos e Itamar Tang Categoria Vaca 4 anos: 1º lugar Tang Marli Malin Aftershock 8165, da Granja Tang (3ª Melhor Vaca); 4º lugar Tang Capeta Shottle Reginald 8160, da Granja Tang Categoria Vaca Adulta: 2º lugar Theruel India Aftershock, de Fernando Mocelin Vaca Vitalícia: 2º lugar C. Santa Clara S. Camillo 12259 Amanda Lher EX90, de Luci Camillo Fontanive. COOPERLEITE | JUNHO 2018

03


REPORTAGE

Tradição familiar garante sucessão A paixão pelo cuidado pelos animais é transmitida de pai para filho, garantindo a sucessão familiar UMA DAS alternativas para melhorar a qualidade e o volume de leite produzido é o melhoramento genético. Prova deste trabalho desenvolvido em parceria entre a Santa Clara e produtores pode ser conferido durante a 11ª Expoclara, realizada no mês de maio, onde o melhor do rebanho leiteiro dos associados da Cooperativa esteve reunido em um só espaço. Duas famílias ganharam destaque e ficaram com a premiação mais almejada entre os mais de 44 produtores de uma das maiores exposições de gado leiteiro do interior do Estado. Trata-se da Família Gallina, de Carlos Barbosa, na Raça Holandês e da Família Zanette, de Cotiporã, na Raça Jersey. Além disso, possuem em comum, o apoio dos filhos em dar continuidade ao trabalho na propriedade, garantindo a sucessão familiar. União pela raça Holandês A Granja Letícia, da Família Gallina, tem uma produção de aproximadamente mil litros dia. O trabalho na propriedade é dividido entre Eloi Gallina, a esposa Beatriz, o filho Jean, e aos finais de semana, a filha Priscila, também auxilia. O associado destaca que os animais selecionados para a exposição são de elite e de boa genética. “São anos de trabalho que acaba sendo valorizado”, comenta. No total, a Granja expôs 11 animais. Um dos principais incentivadores a expor foi o filho Jean Gallina. “Estávamos quase

04

JUNHO 2018 | COOPERLEITE

Família Gallina voltou a participar de exposições de gado leiteiro

Jean e Eloi Gallina comemoram os resultados na 11ª Expoclara

desistindo por falta de mão de obra, mas ele insistiu e fizemos um esforço para participar. Valeu a pena e ficou acima da expectativa. Foi uma alegria para a propriedade e para a família”, ressaltou Eloí. Durante quase uma semana, a família se dividiu entre o cuidado com os animais na propriedade e os selecionados para a exposição. Segundo Gallina, como a mão-de obra era pouca, foi necessário contratar um funcionário para ajudar na preparação dos animais para o evento. Tradicionamente, a Granja Letícia participa de exposições de gado leiteiro, porém por três anos ficou afastada. No entanto, o trabalho destinado à qualidade

dos animais não cessou neste período, o que resultou nas premiações da 11ª Expoclara. Resultados As conquistas, de acordo com Gallina, “dão um ânimo, uma alegria e motivam a seguir na propriedade e da família”, aponta. No evento da Cooperativa, a família conquistou a Grande Campeã com a vaca C. Santa Clara Leticia 25619 Negreska SID, a 3ª melhor Vaca com C. Santa Clara Letícia 28318 Negrita G W Atwood. Gallina se dedica ainda a acompanhar exposições, verificar as novidades que o mercado disponibiliza e trocar informações com outros produtores de leite.


EM ESPECIAL

o rural na produção leiteira Família Zanette aposta no melhoramento genético A PAIXÃO pela raça Jersey somada à dedicação do associado Paulo Ricardo Zanette resume os resultados na propriedade e as conquistas na 11ª edição da Expoclara: a Grande Campeã foi C. Santa Clara PZ 20253 Tequila, a Reservada C. Santa Clara PZ 20396 On Time e a 3ª Melhor Vaca da exposição C. Santa Clara PZ 3407 Region. Zanette é associado da Cooperativa há 32 anos. A atividade leiteira sempre esteve presente na família, que vem desde do seu bisavô. O produtor tem um plantel de 75 animais no tambo localizada em Cotiporã. A produção média de 24 litros/dia por animal, totalizando 650 litros/ dia. A propriedade é familiar, onde trabalha a esposa Márcia, o filho Lucas, que após a conclusão dos estudos manifestou interesse em dar continuidade à atividade rural. Já o outro filho do casal, Felipe Zanette, dedica a carreira militar. O associado cria exclusivamente, há 20 anos a Raça Jersey na propriedade. “A raça produz menos em comparação com outras raças, porém é um leite mais sólido, com mais proteína e gordura, um teor nutritivo superior a outras raças”, explica. Segundo ele, isso resulta em menos trabalho e menos custo. Outra vantagem apontada pelo associado é ser uma raça mais dócil e que registra menos estresse. Conforme Zanette, o custo operacional é menor e o lucro para a pequena propriedade é maior. Outro ponto positivo é a raça de animal possuir uma vida mais longa, chegando a ter entre oito e 10 crias.

Lucas e Paulo Ricardo seguem a tradição familiar na produção de leite

Trabalho resulta em um melhor rebanho na propriedade

Melhoramento genético A propriedade familiar utiliza o melhoramento genético nos animais há anos. No entanto, há dois anos Lucas fez o curso de inseminação. “Isso fez com que não dependêssemos de terceiros e conseguíssemos inseminar os animais no momento que necessitamos. Os touros são escolhidos de acordo com orientações. Assim, temos o melhor sêmen no tambor”, comenta. O associado também destaca a importância do acompanhamento técnico da Cooperativa. Os resultados no rebanho

logo começaram a ser sentidos. “Isso pode ser verificado no último lote de novilhas. A inseminação assistida contribui na altura do animal, no arqueamento das costelas, enfim na morfologia”, destaca. A expectativa do produtor é que elas se tornem futuras campeãs em exposições. O melhoramento genético também reflete na comercialização dos animais. Durante a 11ª Expoclara, através do Balcão de Negócios, a família negociou três animais, entre eles, a 3ª Melhor Vaca da raça Jersey. COOPERLEITE | JUNHO 2018

05


PARALIS

Produção de leite e Santa Clara sof Associados e indústrias de laticínios de Carlos Barbosa e Getúlio Vargas sentiram os efeitos da paralisação caminhoneiros que durou 10 dias de maio OS ÚLTIMOS dez dias do mês de maio foram marcados pela paralisação dos caminhoneiros em todo o país. Neste período, houveram bloqueios em estradas, desabastecimento e prejuízo em vários setores, entre eles, o lácteo. No Rio Grande do Sul, a produção de leite é estimada em 12,6 milhões de litros por dia, que são destinados à industrialização. Desta produção, cerca de 2 milhões ficam nas propriedades ou nas agroindústrias e o restante, cerca de 10 milhões, têm como destino as indústrias. Este volume total é fornecido por 65 mil famílias. O diretor Administrativo e Financeiro da Santa Clara e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, pontua o momento e projeta os reflexos na cadeia produtiva. Cooperleite: Quais são os impactos sentidos pela Cooperativa? Alexandre Guerra: Durante a paralisação, cerca de 8 milhões de litros por dia não entraram nas indústrias. O leite é um produto perecível e tem o prazo de 48 horas após a ordenha para chegar até a indústria. Diante da impossibilidade de fazer o transporte, um volume significativo foi descartado. A Cooperativa Santa Clara fez de tudo para que o leite fosse coletado, porém os caminhões ficavam presos em barreiras. Com isso, o leite envelhecia e era inutilizado. A indústria descartou um volume significativo. O produto ficou armazenado em caminhões e nos silos, o que gerou um prejuízo para a indústria e uma perda 06 JUNHO 2018 | COOPERLEITE

Indústrias pararam por falta de matéria-prima para a produção

para o produtor. Na semana em que o cenário estava mais crítico foram perdidos 2,5 milhões de leite diante de uma produção de 5,6 milhões. C: Quais foram as medidas adotadas pela Cooperativa para minimizar os impactos para os associados e indústria? Guerra: A Santa Clara fez o possível e quase o impossível para coletar todo o leite nas propriedades. A Cooperativa conseguiu liminares para viabilizar o recolhimento, mas não obteve o apoio suficiente para que essa medida fosse cumprida. O Governo do Estado não tinha força e nem braço para atender todas as demandas. Nas ações, foi mantido contato constante com o Governo Estadual, com o Gabinete de Crise, polícias federal e estadual, visando minimizar os impactos. De acordo com o levantamento, nesse processo foram descartados 376 mil litros que foram recolhidos. C: Um dos fatores que contribuiu para minimizar os efeitos da

mobilização foi a contribuição dos associados. De forma ocorreu este momento? Guerra: A Cooperativa está trabalhando para minimizar os impactos para o produtor e repassa os custos na ponta. A razão de existir da Santa Clara era salvar o máximo do leite dos produtores. No período de crise, a Santa Clara contou com apoio de muitos produtores de regiões mais afetadas. Os associados estiveram presentes em comboios para transportar o leite até os postos de resfriamento, e, com este auxílio, a Santa Clara conseguiu amenizar o volume perdido. C: Desde o início da paralisação foram sentidos os primeiros impactos. Como será o cenário no decorrer do ano? Guerra: Os reflexos serão sentidos a partir deste mês. Para alguns produtores, quando chegar a nota do leite em junho, faltarão seis ou sete dias, e o faturamento e a renda serão menores. Desde o término da paralisação, a produção foi retomada e o mercado


SAÇÃO

fre impactos devido à greve

Alexandre Guerra, diretor Administrativo e Financeiro

abastecido de forma gradativa. Já o leite começou a entrar novamente na indústria no dia 1º de junho, e logo industrializado. O volume que não entrou na indústria não poderá ser recuperado. Com isso, o ano passa a ter o faturamento prejudicado. O mês de maio será um período de acúmulo de despesas, por não haver produção. A produção que não entrou irá representar entre 10 e 12% do mês, e será um vazio para atender a demanda. Outro fator que irá impactar é o aumento insumos, como por exemplo, embalagens, e o preço do frete mínimo, que irão influenciar no preço final. C: Diante da paralisação, como se comporta o mercado lácteo nos próximos anos? Guerra: O leite enfrentava um período de instabilidade de produção no qual o volume mais baixo em março e abril. O mês de maio era para ser um momento de estabilidade, porém o leite ficou no campo. No mercado consumidor já havia a necessidade anterior ao movimento de recuperação do preço, mas acredita-se que

a situação irá fazer com que se recupere o preço. A lei de mercado é soberana e não consegue medir o impacto. Nos primeiros cinco meses do ano, a indústria gaúcha vendeu leite UHT, leite em pó e queijo mussarela mais baixo comparado a 2016. Vínhamos em um processo de recuperar preços para poder viabilizar os negócios, até porque muitos produtores desistiram da atividade nesses últimos dois anos. Com a paralisação, o cenário que já era delicado ficou comprometido. No primeiro momento, a expectativa é de reação de preços para recuperar o ano passado e incrementar o cenário do leite que deixou de entrar nas indústrias. Foi um momento muito ruim e delicado, onde só aumentaram as despesas e a certeza do resultado mês ser negativo. O produtor recebe o mesmo valor de litro de leite, mas reflete em relação ao volume entregue. Serão analisados os impactos negativos. C: Como o associado pode proceder daqui para frente? Guerra: Neste momento, é importante o produtor mostrar a sua força de ser sócio da Cooperativa Santa Clara e manter essa união já manifestada no período de paralisação, principalmente aqueles que saíram em nosso apoio para que fosse possível o deslocamento. Isso demonstra toda a força do Cooperativismo. O associado pode ter certeza que a Santa Clara fará o possível para minimizar os impactos no decorrer do ano, mas alguns fatores ultrapassaram os limites da Cooperativa. Os produtores que registaram um déficit do orçamento em virtude da não entrega de leite podem procurar o técnico de sua região para obterem informações sobre alternativas, como empréstimos financeiros.

Impactos Logística: O fluxo da logística ficou prejudicado para a maioria dos clientes. Os caminhões ficaram bloqueados e não foi possível fazer o transporte. Diante deste cenário, a indústria ficou lotada com mercadorias produzidas com pouco volume que chegava na indústria. Setor lácteo: A Santa Clara ultrapassou os 2,5 milhões de litros não recebidos, sendo que mais de 360 mil litros foram descartados e mais de 160 mil litros de soro deixaram de ser comercializados, e também foram descartados. Indústria: Durante a paralisação, a indústria ficou oito dias sem comercializar. Com o objetivo de abastecer o maior número de clientes foram utilizadas estradas secundárias e vicinais pelo interior, mas os caminhoneiros eram intimidados pelo movimento. Como a mercadoria não conseguia chegar ao seu destino, o estoque ficou lotado, os caminhões presos nas barreiras com itens estragando no período de manifestações. Frigorífico: No Frigorífico, por dois dias, as atividades foram interrompidas e os produtos de origem suína não foram industrializados. Fábrica de Rações: A comercialização de ração para gado leiteiro foi suspensa com o objetivo de não faltar insumos para a alimentação dos suínos. Varejo: Durante o período de paralisação não foi possível abastecer todos os Supermercados e Mercados Agropecuários. COOPERLEITE | JUNHO 2018

07


NUTRIÇÃO

Cooperativa Santa Clara lança nova linha de Rações Boviclara Valdecir Danieli , Fábrica de Rações AS VACAS leiteiras de elevado potencial produtivo apresentam suas exigências nutricionais aumentadas para suportar a maior produção de leite e manter uma adequada imunidade e eficiência reprodutiva. Assim, o rebanho vem ano após ano aumentando o consumo de alimentos e necessitando dietas mais adensadas em energia, proteína e com maiores concentrações de minerais e vitaminas. Hoje busca-se uma maior eficiência nutricional utilizando na dieta ingredientes/nutrientes que apresentam um aproveitamento positivo pelos animais e tendo como benefício melhor resposta animal, principalmente medida em termos produtivos, reprodutivos e saúde geral do rebanho. Um exemplo disto é o uso crescente de alimentos com maiores concentrações de proteína By-pass (proteína que não é degradada no rúmen, sendo digerida somente no abomaso e absorvida no intestino), como o farelo de soja semi-integral extrusado. O uso deste farelo, que também possui maior teor de energia, vem proporcionando incrementos em produção de leite da ordem de 1,0-2,0 litro leite/vaca/dia, conforme mostra a tabela.

Nutrição beneficia a produção, reprodução e a saúde do rebanho

A Cooperativa Santa Clara, preocupada em oferecer aos seus associados soluções para melhorar o desempenho e rentabilidade nas propriedades leiteiras, lança uma nova linha de rações com inclusão do farelo de soja semi-integral extrusado. Estas rações terão o nome de Ração Boviclara Premium By Pass, contendo valores de proteína variados. Esta nova linha de rações terá diversos diferenciais tecnológicos, que proporcionam os seguintes benefícios: • Maior teor de proteína By-pass: maior eficiência no uso da proteína da dieta e produção de leite;

Parâmetro

Farelo de soja convencional

Farelo de soja extrusado

Leite (kg/dia)

33,8

35,3

Leite corrigido p/ 4% gordura (kg/dia)

30,9

33,4

Gordura (kg/dia)

1,17

1,27

Proteína (kg/dia)

3,02

3,06

Tabela: Produção e composição de leite de vacas tratadas com farelo de soja convencional e farelo de soja extrusado (Adaptado de Sahlu et al.).

08

JUNHO 2018 | COOPERLEITE

• Alto teor de energia: maior produção de leite, melhor condição de escore corporal e melhor eficiência reprodutiva; • Microminerais na forma orgânica: melhor imunidade, melhor qualidade de leite e melhor eficiência reprodutiva; • Vitaminas ADE em níveis OVN: melhor imunidade; • Biotina: melhor saúde de casco e maior produção de leite; • Tamponada: melhor saúde ruminal; • Crina (Blend óleos essenciais): maior produção de leite, melhor eficiência alimentar; • Adsorventes de micotoxinas: melhor imunidade e melhor eficiência reprodutiva. AVISO A Fábrica de Rações solicita a colaboração dos produtores para que façam os pedidos da ração a granel com no mínimo 5 dias de antecedência, para que a fábrica consiga fazer a programação de produção e entrega dentro do prazo estabelecido. Para possíveis esclarecimentos favor entrar em contato pelo telefone (54) 34618344.


VISITAS

Conhecendo Minha Cooperativa 2018 inicia em Carlos Barbosa

Os associados das regiões de Veranópolis, Nova Roma do Sul e Vacaria participaram do programa Conhecendo Minha Cooperativa no dia 25 de maio, em Carlos Barbosa. O grupo visitou as instalações da Indústria de Laticínios. A próxima visita está agendada para o dia 10 de julho e irá receber os associados da região do Alto Jacuí.

DPL promove atividades técnicas para associados Os associados da Cooperativa participaram de dois eventos técnicos no mês de maio. Em Vista Alegre do Prata, os produ-

tores estiveram reunidos em um evento promovido em parceria entre a Emater e o DPL Veranopólis no dia 29 de maio. Já em

A Tarde de Campo sobre Leite e Grãos foi promovida no dia 29 de maio, na propriedade do associado Denilson De Carli, em Vista Alegre do Prata. O evento teve a abordagem do tema "Vencendo a mastite", com o técnico Jones Treviso e o associado Denilson De Carli. No encontro foi apresentado o Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar e o balanço do Projeto Silagem de Excelência.

Floriano Peixoto, a atividade foi organizada pelo DPL Estação e ocorreu no dia 24 de maio, com o foco na Qualidade do Leite.

O DPL Estação promoveu a palestra sobre “Qualidade do Leite” para associados no dia 24 de maio, em Floriano Peixoto. Durante o encontro o conselheiro Ireno Woithe falou aos produtores sobre a Cooperativa Santa Clara, retorno, plano pastagens, desconto no sêmen, Rações Santa Clara e importância do associado comprar nas lojas da Cooperativa. COOPERLEITE | JUNHO 2018

09


ARTIGO

Pré-secado: um alimento de qualidade para os animais Géssica Farina , analista de fomento DPL Carlos Barbosa O PRÉ-SECADO tem se tornado um alimento cada vez mais frequente nas propriedades leiteiras. É uma tecnologia que veio para ficar e o que se observa no campo são alternativas cada vez melhores, com teores de proteína que ultrapassam os 20%, tornando-se uma fonte de volumoso muito interessante frente aos crescentes aumentos no preço dos concentrados. A escolha da espécie forrageira, a adubação de base e cobertura, o ponto de corte, a secagem e a embalagem da forragem influenciam diretamente na qualidade do produto final. Assim, é preciso fazer pré-secados com alta qualidade, pois uma grande parte da mão de obra utilizada neste processo é terceirizada, o que aumenta o custo de produção deste alimento. Porém, esse acréscimo se dilui se a qualidade armazenada for boa. A pastagem já está plantada, agora o que passa a influenciar a qualidade do material será o ponto de corte, a pré-secagem e a embalagem da pastagem. O ponto de corte ideal é quando a pastagem atinge o estágio vegetativo, ou seja, quando a forrageira atingir entre 25 e 30 cm de altura ou na fase conhecida como pré-emborrachamento. Além disso, conhecer o teor de matéria seca da forragem a ser embalada é extremamente importante e determinante para a qualidade do alimento a ser fornecido aos animais. A matéria seca ideal para a embalagem de pré-secados feitos na forma de bola é entre 35% e 40%, sendo que o excesso de água diminui o volume dos fardos prejudicando a fermentação do material. Este índice é fácil de ser estimado através da secagem

10

JUNHO 2018 | COOPERLEITE

Qualidade está relacionada com o ponto de corte, a pré-secagem e a embalagem

da forragem com o Koster, por isso, procure o DPL de sua região para mais informações. Abaixo temos o exemplo de duas análises bromatológicas de pré-secados feitos na mesma propriedade, mas com tempos diferentes de secagem e embalagem. O pré-secado 1 foi cortado e embalado no mesmo dia, devido a condições climáticas desfavoráveis, resultando num pré-secado com matéria seca de 20%. Já o pré-secado 2 teve um tempo maior entre a secagem e a embalagem, resultando num material com matéria seca mais adequada. Conforme relato do produtor, os animais consomem melhor o pré-secado 2 devido a melhor fermentação e condições de processamento deste material. Os fatores que influenciam o tempo de secagem do pré-secado

são o ponto da pastagem, as condições climáticas no dia do corte e a disponibilidade de mão de obra e maquinário para a embalagem. Esse tempo varia entre 12 e 36 horas após o corte, sendo importante mexer a pastagem para facilitar a secagem. Além disso, a utilização de inoculante é essencial para a correta fermentação do material. O último passo é a embalagem do material que precisa ser feita compactando bem a forragem e revestindo com várias camadas de plástico para evitar a entrada de ar, que poderia gerar degradação do material. Lembrando que devemos produzir alimento com a melhor qualidade e o mais baixo custo possível, para sermos cada vez mais rentáveis na atividade leiteira. Para mais informações e orientações procure o DPL de sua região.

Análise Bromatológica

Pré-secado 1

Pré-secado 2

Umidade

79,31%

59,15%

Matéria seca

20,69%

40,85%

Proteína Bruta

18,55%

19,26%

Tabela: Teores de umidade, matéria seca e proteína bruta de pré secados feitos com diferentes tempos de secagem e armazenamento


CLASSIFICADOS DIVERSOS

EQUIPAMENTOS

VENDEM-SE 4 vacas, sendo 3 delas para dar cria no mês de agosto, e 2 novilhas. Tratar ao meio dia ou à noite com Armelindo Florido Bavaresco, (54) 34615253 - Carlos Barbosa

VENDE-SE resfriador Sulinox 200 litros, 2014. Tratar com Evaristo Tessaro ou Terezinha Tessaro, (54) 99902-1299 – Nova Roma do Sul

VENDE-SE pé de pato com 5 garras, Becker. Tratar com Theresinha Pedretti, (54) 99997-3144 - São Domingos do Sul VENDE-SE silo a granel 8.000 kg e 25 canzis, Kaspe. Tratar com Darlei, (54) 99669-4235 ou (54) 99681-2323 – Sertão COMPRA-SE espigadeira (máquina de colher espigas de milho inteiras). Tratar com Leandro, (54) 99904-6226 – Nova Roma do Sul VENDEM-SE 15 vacas da raça Holandês de boa genética e produção, com 2 a 3 crias, destas 10 em produção e 5 próximas a parir. Tratar com Nilza, (54) 99964-4939 - Monte Alegre dos Campos

VENDEM-SE ordenhadeira canalizada com boiler, Gimenez, 4x2 com 4 conjuntos, 2014; Resfriador Pedinox, 2 ordenhas, 1.500 litros, monofásico, 2014; Desensilador seminovo, Haramaq HQ 300, inox, 2017. Tratar com Darlei, (54) 99669-4235 ou (54) 996812323 – Sertão VENDE-SE grade niveladora, Massey Ferguson. Tratar com Theresinha Pedretti, (54) 999973144 - São Domingos do Sul

AGENDA 29/06 a 29/07 29º Festiqueijo Local: Carlos Barbosa 19/07 Encontro de Jovens Produtores Santa Clara Local: Paraí 25/08 e 02/09 Expointer 2018 Esteio/RS CONHECENDO MINHA COOPERATIVA Local: Carlos Barbosa

VENDE-SE ordenhadeira Sulinox. Tratar com Darci Zanella, (54) 99987-8009 – Nova Roma do Sul

10/07: Associados do Alto Jacuí 24/07: Associados de Paraí e Vila Maria 14/08: Associados de David Canabarro e Ibiraiaras 21/08: Associados do Alto Uruguai 04/09: Associados de C. Barbosa

VENDE-SE pulverizador 400 litros, Montana, barra X de 10 metros. Tratar com Edegar Casteli (54) 99939-1552 - Veranópolis

VENDE-SE resfriador 400 litros, Friomax, monofásico. Tratar com Remigio Ferruda (54) 999081099 - Veranópolis

Anunciar nos classificados do Cooperleite é gratuito para associados. Envie seu anúncio com nome do associado, telefone para contato (com DDD) e cidade para cooperleite@coopsantaclara.com.br ou entre em contato com o DPL de sua região.

Nota: A Cooperativa Santa Clara não se responsabiliza pelos produtos aqui anunciados. Os negócios são realizados diretamente pelos produtores.

Conselho visita obra Indústria de Latícinios em Casca MEMBROS DO CONSELHO de Administração da Cooperativa Santa Clara visitaram o canteiro de obras da Indústria de Latícinios em Casca, acompanhados pela equipe técnica responsável pelo empreendimento. Na oportunidade, o gerente de Projeto, Daniel Bandeira, explicou em qual etapa está a obra do complexo que está voltada aos acabamanentos e a conclusão da instalação dos equipamentos da Tetra Pak. COOPERLEITE | JUNHO 2018

11


EVENTOS

Veranópolis, Carlos Barbosa e Paraí recebem Simpósios Técnicos NO MÊS de junho será realizada mais uma etapa dos Simpósios Técnicos. Os encontros serão desenvolvidos nos municípios de Veranópolis, Paraí e Carlos Barbosa. A programação contará com a palestra “Produzindo com Qualidade”, com o supervisor de Política Leiteira, Carlos Araujo. Após o zootecnista Marcelo G. Machado irá falar sobre “Nutrição como ferramenta de saúde e dinheiro no bolso. Será que é possível?”. Encerrando o cronograma, o diretor Embrapa Centro Nacional Pesquisa Gado Leiteiro - CNPJ/ MG, Paulo Martins, irá explanar sobre “O sucesso da propriedade de leite está na gestão”. No mês de maio foi a vez dos produtores das regiões de Selbach, Augusto Pestana e Panambi receberem os simpósios. Nos eventos, os associados acompanharam as palestras “Produzindo com Qualidade”, com o supervisor de Política Leiteira, Carlos Araujo, “Prevenção de mastite”, com o médico Veterinário André Pratto e “Produção de volumoso de alta qualidade”, com o médico veterinário Luis Eduardo Zampar. Próximos Simpósios • 19 de junho: Veranópolis Local: Recanto Medianeira dos Irmãos Maristas • 20 de junho: Paraí Local: Salão Paroquial • 21 de junho: Carlos Barbosa Local: Ascla

23 de maio de 2018 no Clube Guarani, em Augusto Pestana

22 de maio de 2018 no Salão da Linha Ocearu, município de Panambi

24 de maio de 2018 no Salão Muller, em Selbach

BRASIL/MUNDO OUTONO SECO O outono, que termina em 21 de junho, é considerado um dos mais secos conforme o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). O frio chegou apenas no início da segunda quinzena de maio, quando o bloqueio atmosférico que mantinha uma massa de ar seco. JUNHO 2018 | COOPERLEITE

INVERNO A estação mais fria do ano, o inverno, inicia no dia 21 de junho, às 07h07. Neste período, o principal sistema meteorológico é a frente fria que será de fraca intensidade. O CPTEC aponta que será registrado um período intenso de frio na próxima estação.

CAR O prazo para requerer a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi prorrogado mais uma vez pelo Governo Federal através da assinatura de um decreto pelo presidente Michel Temer. O novo prazo é 31 de dezembro. No Rio Grande do Sul, 99,7% da área agrícola está cadastrada.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.