Cooperleite | Fevereiro 2016

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INFORMATIVO DA COOPERATIVA SANTA CLARA LTDA.

ANO 40 • NÚMERO 292 • FEVEREIRO DE 2016

Assembleia Ordinária será dia 10 de março AGENDE-SE Região de Paraí 15/02, 15 horas Sala de Reuniões da Cooperativa Santa Clara, Paraí

AGO 2015

AGO acontecerá na Ascla, em Carlos Barbosa. Pré-assembleias serão em fevereiro NAS PRÓXIMAS semanas, a direção da Cooperativa Santa Clara realizará reuniões apresentando aos associados a prestação de contas referente ao exercício de 2015, investimentos da Cooperativa e o plano de atividades que serão desenvolvidas junto aos

associados para este ano. As reuniões serão realizadas em todas as regiões de abrangência. Na sede não será realizada pré-assembleia em função da realização da Assembleia Geral Ordinária (AGO). Todos os associados estão convidados a participar das reuniões nas suas regiões (veja tabela ao lado) e da AGO, que acontece dia 10 de março, às 14 horas, na ASCLA, em Carlos Barbosa.

A SANTA CLARA PROMOVE

12º Encontro de Mulheres com Atividade no Leite

Região de Veranópolis 15/02, 20h30min Auditório do Colégio Agrícola (antigo seminário), Veranópolis Região do Alto Uruguai 18/02, 14 horas Assemtri, Estação Região do Alto Jacuí 23/02, 14 horas Salão Paroquial, Selbach

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA 10 de março, 14 horas ASCLA, Carlos Barbosa

Associadas, esposas e filhas de associados estão convidadas a participar deste dia especial de integração e informação. 16 de abril nos pavilhões da Fenavinho, em Bento Gonçalves. Confira mais informações no Cooperleite de Março.

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EDITORIAL

Deve-se pensar sempre à frente O ano que passou teve muitas dificuldades para todos os setores, mas as perspectivas é que ao longo do ano a situação melhore. Estabilidade tem a ver com planejamento, peça fundamental para qualquer negócio ir à frente, o que se aplica também nas propriedades rurais. Ter segurança de que um filho irá assumir o negócio no futuro é o sonho de todo o pai. E para o agricultor, que investe em sua propriedade, muitas vezes sua casa, para poder dar uma vida melhor para sua família e seus animais, seu sustento, saber que haverá alguém continuando este trabalho é um orgulho. Mas para chegar até ali, é necessário se aplicar e incentivar os filhos a gostarem da atividade. Para isso, é preciso gostar do que faz e fazer com alegria. Claro que nem todos irão gostar de todos os trabalhos, mas se o produtor não demonstrar orgulho em fazer a lida diária, encarar ela como um peso, não será o filho que por conta própria irá desenvolver esse amor pelo campo. Outro ponto que chama atenção é que as propriedades que têm mais sucesso com a sucessão são as que dão algum tipo de remuneração a quem trabalha no local. Para os filhos é um incentivo para que se interessem pelo andamento do negócio e ajudem a prosperar, ainda mais quando essa remuneração é em porcentagem dos rendimentos. Trabalhar a sucessão é fundamental, pois possibilita ao produtor que possa fazer investimentos com segurança e a longo prazo. Ganham o pai e mãe que podem ter confiança na continuidade da propriedade e o filho, que aprende desde novo um ofício digno e rentável, além de já começar a atividade com uma propriedade estruturada. Daí pra frente, é só seguir e colher os frutos. Nas páginas centrais do Cooperleite, você acompanha uma matéria especial sobre o tema. Boa leitura! O Cooperleite tem o objetivo de conscientizar, orientar e capacitar os produtores para a produção de leite com qualidade, segurança e em conformidade com a legislação vigente, fazendo valer desta forma o item 9.2.4. do Anexo IV da Instrução Normativa 62, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimemento (MAPA).

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Leite continua sendo uma boa atividade com um mercado promissor, não só no Brasil, mas também no mundo. O processo de profissionalização continua, criando oportunidades para quem já tem eficiência ou quem está buscando esse caminho, seja um produtor familiar ou uma grande propriedade.

Marcelo Pereira de Carvalho, diretor executivo da AgriPoint, falando sobre o ano de 2015 e perspectivas do setor lácteo para 2016. (Leia entrevista na página 9)

EXPEDIENTE COOPERATIVA SANTA CLARA Rua Pedro Baldasso, 47, Carlos Barbosa 95185-000 | Fone: (54) 3461-8300 www.coopsantaclara.com.br Conselho de Administração Presidente: Rogerio Bruno Sauthier Vice-presidente: Gelsi Belmiro Thums Secretário: Itamar Tang Conselheiros: Arno Ricardo Goelzer, Clairton Pedro Cecconello, Dirseu Tomasel, Inocência Dalsin, Justino Paludo, Lauro Antonio Benedetti, Nelson Volpato e Tiago Pitol Frizon Conselho Fiscal: Adelino Guerra, Ademar Carbonera e Celso Ebeling COOPERLEITE Informativo mensal dos produtores associados à Cooperativa Santa Clara Ltda. Direção: Dptos. de Marketing e de Política Leiteira Redação: Virginia Silveira (MTB 14.905) Contato: virginias@coopsantaclara.com.br Tiragem: 4.200 exemplares Distribuição gratuita. Acompanhe nas redes sociais: facebook.com/coopsantaclara; instagram.com/coopsantaclara twitter.com/coopsantaclara; youtube.com/coopsantaclara


MARKETING

Santa Clara oferece aulas de culinária a veranistas no litoral DURANTE os meses de janeiro e fevereiro, a Cooperativa Santa Clara é uma das parceiras da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) em mais uma edição do Projeto Verão. Com passagem por sete cidades do litoral norte gaúcho (Quintão, Pinhal, Cidreira, Imbé, nos meses de janeiro, Torres, Capão Novo e Atlântida Sul, nos meses de fevereiro), a Escola Móvel da Agas ensinará a cada sábado em uma praia três receitas deliciosas de sanduíches com Temper Cheese e produtos de Laticínios e Frigorífico Santa Clara. O curso é ministrado pelo chef Moises Basso e visa divulgar os produtos Santa Clara.

Super e Agro Nova Roma participam de feira La Prima Vendemmia

Apoio ao Porto Verão Alegre

No fim de semana de 22 a 24 de janeiro, o Super e Agro Nova Roma participaram da La Prima Vendemmia, em Nova Roma. As lojas estiveram presentes em um estande com venda de produtos agropecuários, degustação de laticínios e frigorífico e venda de mascotes em pelúcia.

A Santa Clara é apoiadoras do Porto Verão Alegre 2016, que aconteceu entre janeiro e fevereiro, com diversos espetáculos teatrais, dança, música, cinema, literatura e outros, em Porto Alegre, totalizando cerca de 300 apresentações durante o período. A Santa Clara patrocina o Porto Verão Alegre através da Lei Rouanet, que permite deduzir do Imposto de Renda o valor destinado ao projeto que valoriza artistas locais e as artes cênicas.

Cooperativa patrocina Rústica Carlos Barbosa A Cooperativa Santa Clara patrocinou a Rústica Carlos Barbosa, antiga Corrida de São Silvestre, que aconteceu no dia 31 de dezembro, com percurso de 7Km, do Centro da cidade até a Linha Doze. Também na Linha Doze aconteceu a prova de minirrústica para crianças e adolescentes até 14 anos. A realização é do Esporte Clube Cruzeiro da Linha Doze e do SESC Farroupilha, com apoio da Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude de Carlos Barbosa. A prova é realizada há 41 anos e reúne centenas de corredores de todo o Estado. COOPERLEITE | FEVEREIRO 2016

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ENCONTRO

Associados participam de tardes de campo sobre silagem e pastagem Encontros foram realizados em David Canabarro e Getúlio Vargas NO DIA 16 de dezembro, foi realizada uma Tarde de Campo na propriedade do associado Valério C. Spagnhollo, em David Canabarro, contando com 106 participantes. O evento abordou produção a base de pasto, irrigação e adubação, qualidade do leite e sanidade animal, manejo no pré-parto e áreas de preservação ambiental. O evento foi organizado pelo DPL de Paraí em parceria com o Município de David Canabarro, Emater, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Inspetoria Veterinária, Departamento do Meio Ambiente, Escola Augusto Vanzella e Timac-Agro. Mais de 40 produtores participaram de Tarde de Campo sobre silagem de milho realizada em Souza Ramos, interior de Getúlio Vargas, em 13 de janeiro. O evento aconteceu na propriedade do associado Gelsom Valginski com organização do Mercado Agropecuário e DPL de Estação em parceria com a Agroeste e TimacAgro. Além de Getúlio Vargas, os participantes eram provenientes de Charrua, Sertão, Erebango e Estação.

TARDE DE CAMPO realizada em Getúlio Vargas

TARDE DE CAMPO realizada em David Canabarro

Getúlio Vargas

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David Canabarro


LEGISLAÇÃO

Lei do Leite representa segurança na qualidade da matéria-prima Lei estabelece regras para transporte de leite e produtores, dando maior segurança aos consumidores O GOVERNO do Estado do Rio Grande do Sul sancionou no início deste ano a Lei do Leite, para instituir o Programa de Qualidade na Produção, Transporte e Comercialização do Leite no RS. A Lei 14.835, de 6 de janeiro de 2016, estabelece medidas de regramento do setor, com o objetivo de coibir fraudes e adulterações no leite, preservar a saúde pública e ampliar mercados. O projeto foi idealizado pelo Executivo em conjunto com entidades representativas do setor e indústrias, em uma importante vitória do setor. “A Lei do Leite permitirá que o produto gaúcho se destaque ainda mais no mer-

cado, possibilitando inclusive abrir novos mercados externos”, explica o diretor Administrativo e Financeiro da Santa Clara e presidente do Sindilat/RS, Alexandre Guerra. Com a nova legislação, é obrigatório que as atividades de coleta e transporte de leite sejam realizadas por transportadores devidamente cadastrados e vinculados às indústrias ou postos de refrigeração. Outra exigência prevista é o treinamento de cada transportador, que é de responsabilidade das empresas e, a partir da regulamentação da lei, será padronizado pela Secretaria da Agricultura. As propriedades fornecedoras de leite cru devem estar todas cadastradas, bem como cumprindo obrigações sanitárias e programas oficiais de controle e erradicação de zoonoses, além de normas específicas para recebimento de

leite pelas indústrias. O prazo para a regulamentação é de 90 dias. Dentro deste período, o Governo deverá regulamentar cada etapa e prazos de adequação pelas empresas de laticínios. “A Lei é importante para dar proteção necessária às empresas e produtores éticos e sérios, proporcionando condições de garantir a qualidade do leite como um diferencial, onde não haverá mais atravessadores na aquisição do leite junto aos produtores”, explica Guerra. A lei também prevê punições e multas para transportadores e empresas que descumprirem os artigos. A Santa Clara informará através do Cooperleite, correspodências e de seus técnicos as exigências da legislação para seus associados, conforme divulgações da Secretária da Agricultura.

CUIDADOS NO TRANSPORTE com cadastro e treinamento de transportadores é um dos destaques da legislação

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SUCESSÃO

Remuneração é incentivo para que fi A continuidade do negócio através da sucessão familiar é o tema da reportagem especial deste mês QUANDO A SANTA CLARA iniciou suas atividades, há mais de um século, era comum encontrar famílias compostas por pai, mãe e até uma dúzia de filhos. Neste conjunto, muitos permaneciam com os pais durante toda a vida e, especialmente na zona rural, dando continuidade ao negócio na promessa de administrá-lo futuramente. Com o passar dos anos, as famílias foram ficando menores, as oportunidades foram aumentando e, hoje em dia, os pais precisam de outros incentivos para que os filhos permaneçam no interior. Os associados Darcy e Jacinta Schäffer sempre incentivaram os filhos na atividade. Quando iniciaram o trabalho junto aos pais, passaram a ser remunerados com uma porcentagem, que aumentava conforme a responsabilidade. “Meu pai já fazia assim conosco, então fiz com meus filhos também. Quando se recebe por porcentagem, se dedica mais ao trabalho, porque sabe que se trabalhar mais vai ganhar mais também”, explica. Foi com esse incentivo que a filha caçula Deise e o marido, Sidinei de Oliveira, que era marceneiro, decidiram trabalhar na propriedade junto com os pais. “O incentivo dos pais e ver que gostam do que fazem é importante. Sempre disse que ia trabalhar com o leite porque gosto dos animais e da lida”, comenta Deise. Os dois iniciaram com 30% da propriedade há três anos. Neste período, Deise e Sidinei contribuiram com investimentos na propriedade, a produção aumentou e a porcentagem do jovem casal FEVEREIRO 2016 | COOPERLEITE 06

EM SÃO PEDRO o genro Sidinei, a filha Deise e os pais Jacinta e Darcy tocam a propriedade em conjunto

também. Hoje, o rendimento do leite é dividido meio a meio com os pais, bem como as despesas da propriedade. As decisões da propriedade são tomadas em conjunto entre os quatro, que também dividem todas as tarefas. “Diálogo é a melhor coisa para tudo. Vai um quilo de erva-mate para definir um projeto”, brinca Darcy sobre as

conversas do grupo. A família projeta investimentos para o futuro pensando ainda mais à frente. Recentemente construíram uma terneireira e já estão projetando uma ampliação do confinamento da propriedade de São Pedro da Serra. Na propriedade dos associados Claudir e Cleunice Zambam, em Getúlio Vargas, a situação é bem

FILHOS Iágo e Karine junto aos pais Claudir e Cleunice Zambam


FAMILIAR

filhos permaneçam na propriedade “Os pais precisam oferecer aos filhos oportunidades de negócios nas propriedades”, defende Ahlert

semelhante. Os filhos Iágo, de 17 anos, e Karine, de 11, acompanham a rotina e todos os membros da família dão palpite sobre investimentos na propriedade, divisão de tarefas e dos resultados. Os pais incentivam os filhos na atividade e isso se refletiu no interesse do filho mais velho, que pretende continuar trabalhando junto aos pais. “Ver que os filhos têm interesse no que produzimos é muito gratificante”, comenta a mãe Cleunice. Com o filho permanecendo na propriedade, a família resolveu investir em obras de melhoria. “Estamos contentes com essa decisão, decidida em família. Todos sabem tudo que acontece na propriedade”, conta Cleunice. O filho Iágo se prepara para iniciar o curso de Veterinária e diz que o incentivo dos pais o ajudou a decidir ficar em casa. “Não é mais pesado o trabalho e com os avanços tecnológicos aos poucos fui aumentando o interesse”, explica e complementa: “Dividimos a sobra e isso é um incentivo para ficar.”

A SUCESSÃO da propriedade é um tema a ser tratado desde cedo no âmbito familiar, já que investimentos e a própria continuidade dependem do interesse do sucessor em tocar a atividade. Segundo o consultor Lucildo Ahlert, um dos palestrantes do 15º Encontro de Criadores de Gado com Registro, a sucessão familiar têm sofrido muitas mudanças ao longo dos anos, já que antigamente nascer no interior praticamente condicionava o indivíduo a ser um produtor rural. “Hoje muitos filhos de produtores têm oportunidades de ter seu futuro na cidade e esse interesse pode ser diferente dos pais. Os pais precisam reconhecer que os filhos querem ter um projeto de vida e discutir com os eles e oferecer oportunidades de negócios nas propriedades”, comenta. Para Ahlert, a remuneração de todos que trabalham na propriedade também é fundamental. “Pode oferecer uma porcentagem que vai crescendo conforme o envolvimento que o filho tem nas atividades. A relação pai e filho é importante, mas ali é um negócio e tem que entender essa relação”, explica. A seguir, veja algumas dicas de Ahlert para pensar na sucessão na propriedade: • Desde pequenos os filhos podem e devem acompanhar as atividades, conhecer a realidade para que desperte o interesse. Fale do negócio com seu filho, explique sobre ele, deixe que ele participe e se sinta parte no

LUCILDO AHLERT, consultor

negócio. • Ensine seus filhos a lidar com os recursos financeiros desde jovens. Se ele receber uma mesada/remuneração poderá perceber que os recursos são limitados e como economizar para comprar um bem maior, por exemplo. • Quando os filhos participarem ativamente do trabalho, remunere-os com um percentual dos rendimentos. Mesmo sendo um percentual pequeno, eles entenderão que quando o resultado é bom, irão ganhar mais. • Nem todos os filhos ficam em casa. Os pais devem procurar saber os projetos de vida dos filhos para que possam planejar de forma consciente e amparar todos os filhos em seus direitos. • Formalizar a questão quando os filhos tiverem idade em contrato, seja através de cessão de terras para o filho que fica em casa, seja com passagem de parte das terras ou compra de áreas adjacentes, pra evitar problemas futuros quando os pais vierem a faltar. O filho que fica na propriedade não está ali só para “ajudar os pais”, mas também faz parte do negócio e depende dele. COOPERLEITE | FEVEREIRO 2016

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ARTIGO

Qualidade da água e qualidade do leite andam juntas Equipe técnica do DPL Paraí

Você faz tudo certo na hora da ordenha? Usa os detergentes adequados, na dosagem correta e na temperatura certa para cada um deles? Lava e desinfeta os equipamentos corretamente? E mesmo assim tem problemas em abaixar a CBT do leite? Seu problema pode estar na qualidade da água. UM PRO B L E M A muito comum nas fazendas leiteiras brasileiras é a alta contagem bacteriana do leite, relacionada, de modo geral, a deficiências na limpeza do equipamento de ordenha, nos utensílios, e nos tanques refrigeradores. O ciclo de limpeza deve atender a especificações quanto à temperatura, tempo, turbulência e concentração de detergentes. As características físico-químicas da água utilizada na limpeza podem comprometer a eficiência dos detergentes, contribuindo para um aumento da CBT do leite do tanque. Há dois tipos de exames laboratoriais para se analisar a qualidade da água, o físico-químico e o microbiológico, este o mais preocupante. Uma água de qualidade deve estar livre de bactérias, pois ela tem uma relação direta com o aumento de CBT e CCS na propriedade. Estudos científicos realizados no mundo inteiro revelam que águas contaminadas por bactérias diminuem em muito a qualidade do leite e consequentemente a renda aos produtores. FEVEREIRO 2016 | COOPERLEITE 08

Pensando nisso, o DPL (Departamento de Política Leiteira) da Cooperativa Santa Clara buscou junto a pesquisadores e empresas especializadas neste assunto alternativas para que o produtor possa tratar a água que será utilizada na lavagem dos utensílios, equipamentos de ordenha e refrigeração do leite. Desde o mês de novembro de 2015, foram instalados vários dosadores de cloro junto a caixas d’água, em várias propriedades de associados, com resultados fantásticos na melhora da qualidade do leite, principalmente em CBT. Lembramos ainda que a legislação em vigor no país exige que o produtor utilize água clorada na limpeza dos equipamentos. O associado Va l d e l e i Mores, da comunidade de Barra Seca, Paraí, diz que os resultados iniciais do dosador de

cloro estão sendo excelentes. “A Contagem Bacteriana Total (CBT) está bem baixa (a última deu 14). Sempre utilizei os detergentes ácido e alcalino e mesmo assim em alguns meses os resultados de CBT eram altos. Com a água tratada com cloro melhorou muito. O custo é baixo e é de fácil manejo”, explica. Finalizando, convém destacar que conhecer a qualidade da água e adotar sistemas de tratamento é imprescindível para o produtor que deseja obter o máximo de resultados com os menores custos de produção. Qualquer investimento no sentido de melhorar a qualidade da água tem retorno rápido e garantido, gerando mais renda, pois o custo-benefício é extremamente vantajoso (R$300,00 do dosador, mais R$1,80 por mês para cada 1000 litros de água tratada). Antes da instalação do equipamento, consulte um técnico da Cooperativa para orientações. Lembramos que, tanto o equipamento dosador do cloro como as pastilhas, estão disponíveis nos mercados agropecuários da Cooperativa Santa Clara.


ENTREVISTA

“Crises são passageiras, mas o seu negócio está aí para durar” Marcelo Pereira de Carvalho, diretor executivo da AgriPoint e uma das maiores referências em análise de mercado lácteo do país, faz um balanço do comportamento do setor leiteiro no ano de 2015 e previsões para 2016 Como foi o ano de 2015, do lado dos produtores? E para a indústria? Foi um ano de perda de rentabilidade em comparação a 2013 e 2014. Os preços do leite, em valor real, estão 10,1% (até outubro) abaixo dos valores de 2014. Após dois anos, a rentabilidade média do produtor caiu, e isso foi sentido na oferta. Para a indústria, o quadro é um pouco mais complexo, uma vez que nem todos os segmentos performaram da mesma maneira. Para as principais commodities, UHT, queijos muçarela e prato e leite em pó, a indústria vem perdendo parte do valor para o varejo, em um processo que vem ocorrendo há anos. A redução no consumo interno de lácteos já pode ser sentida? Deve ser ainda maior? Sim, o consumo de vários produtos está menor do que no ano anterior. Dados da Kantar WorldPainel no acumulado até setembro de 2015, apontam para uma queda de 4% no consumo de leite UHT, -3,3% no creme de leite, -3,4% nos iogurtes (mesmo com forte crescimento do iogurte grego) e quedas ainda maiores em outras categorias de produtos, com quedas de -18,5% nos leites aromatizados e -17% nos leites fermentados. Esse é um aspecto muito relevante para o setor, já que nosso crescimento da produção nos últimos 15 anos foi puxado basicamente pelo

aumento do consumo interno. Claro que, havendo retomada da renda da população, o consumo volta a subir. Como os produtores podem contornar o aumento dos custos de produção, notadamente insumos importados, energia e combustíveis? Mais do que nunca, é preciso atuar na sintonia fina. Analisar todos os custos, até que ponto são realmente necessários; analisar que animais vale a pena manter na propriedade; identificar áreas potenciais para aumento da receita do leite, e assim por diante. É fundamental, no entanto, tomar cuidado para não incorrer em 2 erros básicos: o primeiro, trocar 6 por 5, isto é, reduzir custos que impactarão diretamente a receita e colocarão o produtor em pior situação do que antes. O segundo é comprometer a viabilidade da atividade no longo prazo, como por exemplo a utilização de genética de pior qualidade, ou menores cuidados na criação de bezerras. Crises são passageiras, mas o seu negócio está aí para durar. O que podemos esperar para 2016 em relação a preços do leite a custos de produção? A tendência é que 2016 seja interessante, por incrível que pareça.

Esse cenário ocorre pelos seguintes fatos: devemos continuar a ter retratação das ofertas no primeiro semestre em relação a 2015, algo inédito se considerarmos que nunca tivemos 2 anos seguidos de retração (assim como no PIB brasileiro...); ao contrário de 2015, as importações serão baixas e as exportações devem se recuperar, gerando uma queda significativa, de cerca de 4%, na disponibilidade per capita de leite no primeiro semestre; os custos devem se elevar, gerando uma pressão por preços mais altos. Claro que há inúmeras variáveis nesse cenário, como dólar, preços externos e clima, mas hoje o cenário mais provável é esse. Qual seria sua mensagem para os produtores, neste início de ano? A crise sempre traz oportunidades. É um momento de corrigir aspectos da propriedade que, no momento da bonança, são negligenciados. O empresário Jorge Gerdau afirmou que trabalhar na crise é mais “divertido”, pois se torna mais criativo e, consequentemente, o negócio evolui mais. O produtor deve ter esse espírito: o que pode ser melhorado? Que custos podem ser eliminados sem efeitos no curto e no médio prazo? Que oportunidades de aumento da receita não estão sendo aproveitadas? Leite continua sendo uma boa atividade com um mercado promissor, não só no Brasil, mas também no mundo. O processo de profissionalização continua, criando oportunidades muito interessantes para quem já tem eficiência ou quem está buscando esse caminho, seja um produtor familiar ou uma grande propriedade. Entrevista originalmente publicada na revista Leite Integral de Janeiro/2016. COOPERLEITE | FEVEREIRO 2016

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CLASSIFICADOS DIVERSOS VENDE-SE lote fechado de 30 vacas, 20 novilhas e terneiras. Tratar com Maurício Piva, (54) 9640-3083 – Ibiraiaras CASAL deseja trabalhar com atividade leiteira. Tratar com Jocimar Paim, (54) 96986404 ou (54) 9949-9145 Nova Araçá VENDE-SE uma plantadeira Compact 302l, 2 linhas Valtra, 2014. Tratar com Rogério, (51) 9531-1221. VENDEM-SE 11 vacas em lactação. Valor R$ 30.000. Tratar com Claudir Bevegnhu, (54) 9695-3909 ou (54) 33491239 – São Domingos do Sul VENDEM-SE 20 vacas e novilhas Holandês e Jersolando. Tratar com Fernando Acauan, (54) 9963-9643 - Bom Jesus VENDEM-SE 33 vacas e 12 novilhas prenhas (6 a 7 meses). Tratar com Daniel, (54) 91328902 ou (54) 8406-6945 - Getúlio Vargas VENDE-SE lote de 12 vacas holandesas em lactação. Valor R$ 35.000,00 Tratar com Paulo Crestani, (54) 9109-6866 Sertão VENDEM-SE máquina de limpar cebola e semeadeira de cebola e verduras. Tratar pelo fone (54) 9924-7737 – Nova Roma do Sul

VENDEM-SE 4 novilhas holandesas registradas. Tratar com Ricardo Zanettini, (51) 95089395 - Alto Feliz VENDE-SE espalhador de ureia Ipacol, novo, capacidade 400 kg, caracol usado 4,5 m de comprimento com motor trifásico. Tratar com Pedro Nólio, (54) 9638-0297 – Paraí VENDE-SE silagem. Tratar com Istiano Ferranti, (54) 34331216 – Carlos Barbosa VENDEM-SE espalhador de esterco Mepel, ano 2009, bomba logular. Tratar com Renato Ampese, (54) 9986-4095 - Nova Araçá

EQUIPAMENTOS

Laval. Tratar om Ismael Favero, (54) 9905-3687 – Veranópolis VENDE-SE resfriador a granel Westfália, 860 litros, 2007. Tratar com Antonio Polesello, (54) 9999-5332 - Nova Prata VENDE-SE resfriador Westfalia, 1000 litros, 2 ordenhas, trifásico. Tratar com Eronides Fracasso, (54) 9118-7276 - Nova Prata VENDE-SE resfriador Friomax 1000 litros, 2011. Tratar com Alirio Beck, (54) 9914-9028 Erebango VENDEM-SE 20 pulsadores eletrônicos Interplus. Tratar com Dirceu Baldasso, (54) 96236773 – Carlos Barbosa

VENDE-SE resfriador a granel Westfalia, 520 litros, 1999. Tratar com Anito Luis Szimainski, (54) 9905-5947 – Santo Antônio do Palma

VENDE-SE resfriador a granel 1000 litros, 2006, Westfalia. Tratar com Antônio José Battisti, (54) 3461-0635 – Carlos Barbosa

VENDE-SE um motor Mercedes 1113 (352) e uma cabine completa do FORD F 600. Tratar com Aldomir, (54) 9977-0838 – Estação

VENDE-SE resfriador Etscheid, 650 litros, monofásico. Tratar com Valdecir Poleselo, (54) 9991-8113 - Veranópolis

VENDEM-SE desensilador, 37 canzis, contenção 4x4 leve, resfriador Reafrio 1000 litros. Tratar com Daniel, (54) 91328902 ou (54) 8406-6945 - Getúlio Vargas

VEÍCULOS VENDE-SE microtrator Tobatta 9cv com rotativa. Tratar com Ielba de Andrade, (54) 96113232 – Bom Jesus

VENDEM-SE resfriador Friomax de fibra, 280 litros, e conjunto de ordenha balde ao pé - Alfa

Nota: A Cooperativa Santa Clara não se responsabiliza pelos produtos aqui anunciados. Os negócios são realizados diretamente pelos produtores.

Anunciar nos classificados do Cooperleite é gratuito para associados. APROVEITE! Envie seu anúncio com nome do associado, telefone para contato (com DDD) e cidade para cooperleite@coopsantaclara.com.br ou entre em contato com o DPL de sua região.

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BRASIL/MUNDO CAR Cerca de 2,25 milhões de imóveis rurais do país já realizaram o Cadastro Ambiental Rural (CAR), ferramenta criada pelo governo federal para mapear as propriedades rurais brasileiras e facilitar a gestão ambiental do país. O montante perfaz quase 65% das propriedades rurais brasileiras. Obrigatório a todos os donos de terra no Brasil, o CAR é uma espécie de “raio X” rural, em que o produtor insere no site do governo imagens com coordenadas geográficas da propriedade e suas características, como área rural consolidada, presença de rios, florestas, estradas e instalações. A ferramenta é considerada um avanço na gestão territorial do país porque associa o cadastro à regularização ambiental.

NEVASCA NOS EUA Uma tempestade de neve matou mais de 15 mil vacas no Texas em 26 de dezembro de 2015. A nevasca, considerada anormal, ainda impediu que os agricultores locais ordenhassem os animais que sobreviveram por dois dias. MAIS EMPREGOS Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que a agropecuária gerou 9.821 empregos em 2015. O setor foi o único a apresentar saldo positivo, resultado obtido graças ao aumento da produção e das exportações de produtos agrícolas. No ano passado, o país aumentou em 7,7% a produção agropecuária na comparação com 2014, alcançando o recorde de 209,5 milhões de toneladas – conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, a participação do agronegócio na balança comercial brasileira foi recorde, respondendo por 46,2% de tudo o que foi vendido ao exterior.

AUMENTO DA DEMANDA O crescimento do número de refrigeradores domésticos é um dos fatores que estimula o consumo de produtos perecíveis no mundo, o que sinaliza importante oportunidade para países produtores de alimentos como o Brasil. A análise é feita pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa e publicada no estudo Estratégia de Abertura de Mercados: Perspectivas 2016. O documento relaciona a quantidade de geladeiras e o padrão de consumo em países onde a classe média está em expansão. Com renda maior, o cidadão tem condições de comprar o refrigerador e, consequentemente, armazenar mais alimentos perecíveis, como carnes e lácteos.

RECEITA CONFRARIA GOURMET

Surpresa de Mandioquinha Ingredientes massa • 1 kg de mandioquinha • 1 tablete de caldo de carne • 3 gemas • 3 claras em neve • 1 colher de Manteiga Santa Clara sem sal • 50 gramas de Queijo Parmesão Ralado Santa Clara Ingredientes recheio • 1 peça de Linguiça Suína Defumada Santa Clara picada • 1 lata de molho de tomate de sua preferência • 1 cebola grande cortada em rodelas • 2 dentes de alho • cheiro verde, pimenta do reino e orégano a gosto • óleo para refogar • 250g de Requeijão Cremoso Santa Clara

Modo de Preparo Massa: Cozinhe a mandioquinha com o caldo de carne. Quando estiver cozida, passe pelo espremedor de batatas, acrescente as 3 gemas, a colher de manteiga e o Queijo Parmesão Ralado. Misture bem e por último acrescente as claras em neve mexendo delicadamente. Reserve. Recheio: Refogue o alho, acrescente a Linguiça Suína Defumada, a cebola em rodelas, o molho, o cheiro verde, a pimenta e o orégano e deixe cozinhar um pouco. Montagem: Coloque em um refratário metade da massa de mandioquinha, despeje todo o recheio, espalhe o Requeijão e cubra com a outra metade da massa de mandioquinha. Polvilhe com o Queijo Parmesão Ralado e leve ao forno para gratinar. Veja mais receitas no site www.coopsantaclara.com.br/confraria COOPERLEITE | FEVEREIRO 2016

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PLANO PASTAGEM

20 mil toneladas de calcário serão entregues a produtores associados Mais de 3.000 produtores associados têm direito ao benefício O PLANO PASTAGEM distribuirá um total de 20.282.114 quilos de calcário a 3.071 produtores associados referentes a cota de 2015. As mais de 20 mil toneladas de calcário já estão disponíveis nos Mercados Agropecuários Santa Clara. Os produtores devem entrar em contato com o Agro de sua região para mais informações sobre a retirada. O programa foi instituído a fim de incentivar a correção da acidez e melhoria da fertilidade do solo, aumentando assim a produtividade das pastagens e

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consequentemente, da produção de leite. A quantia para retirada faz jus a relação de 1 kg de calcário para cada 1 litro de leite entregue entre janeiro e junho do ano anterior. Desde 2015 o Plano Pastagem alterna calcário e uréia/adubo,

de acordo com a preferência do produtor, mudança feita a partir da sugestão dos associados que muitas vezes têm pouca terra, porém produzem muito leite e acabavam não tendo um total aproveitamento do calcário disponibilizado anualmente.


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