Literatura em casa e na escola: acervos literários do kit escolar 2015

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Literatura em casa e na escola acervos literรกrios do Kit escolar 2015



Secretaria Municipal de Educação

Literatura em casa e na escola acervos literários do kit escolar 2015

Belo Horizonte 2015


Prefeitura de Belo Horizonte Secretaria Municipal de Educação Organização e redação: Dagmá Brandão Silva, Carolina Teixeira de Paula e Leila Cristina Barros Revisão: Leila Cristina Barros e Patrícia Borges Botelho Projeto gráfico e diagramação: Gerência de Comunicação Social/SMED Edição e distribuição: Secretaria Municipal de Educação Rua Carangola, 288 – 7º andar – Bairro Santo Antônio – Belo Horizonte (31) 3277-8606 smed@pbh.gov.br É permitida a reprodução parcial ou total desta publicação, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

L775 Literatura em casa e na escola: acervos literários do kit escolar 2015 / Carolina Teixeira de Paula; Dagmá Brandão Silva; Leila Cristina Barros (orgs) Belo Horizonte: SMED, 2015. 48 p. 1. Catálogo kit escolar 2015 – Livros literários. I. Paula, Carolina Teixeira. II. Silva, Dagmá Brandão. III. Barros, Leila Cristina. IV. Belo Horizonte. Secretaria Municipal de Educação. V. Título. CDD 017


Sumário Apresentação 05 Educação Infantil: 0 a 3 anos 07 Educação Infantil: 3 a 6 anos 11 Primeiro ciclo 19 Segundo ciclo 27 Terceiro ciclo 35 Educação de Jovens e Adultos (EJA) 43



Apresentação O kit de literatura que os estudantes da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte (RMEBH) recebem, a cada ano, chega à sua 12ª edição, comprovando a força dessa política de distribuição de livros da Prefeitura de Belo Horizonte. Motivo de orgulho para nossa Rede, a política do kit, neste ano, recebe importante reconhecimento ao vencer o concurso nacional “Melhores Programas de Incentivo à Leitura para Crianças e Jovens”, promovido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Vale ressaltar a importância dessa fundação, estabelecida na cidade do Rio de Janeiro: ela representa a seção brasileira do International Board on Books for Young People (IBBY), sendo a instituição responsável, dentre outras ações, por conferir o selo “altamente recomendável” para obras que se destacam no mercado editorial. A entrega do prêmio aconteceu em 18 de junho, no Rio de Janeiro, no 17º Seminário FNLIJ Bartolomeu Campos de Queirós, durante a realização do 17º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens. Nesse mesmo dia, houve uma programação especial, dedicada aos vencedores das 20 edições anteriores desse concurso. Na oportunidade, as coordenadoras do Programa de Bibliotecas da RMEBH participaram do Seminário, apresentando um pôster sobre o Programa, também vencedor do prêmio em 2004. Numa mesa de debates do evento, foi realizada uma análise dos programas vencedores de outras edições e, portanto, do nosso Programa. A participação da Secretaria Municipal de Educação (SMED) no Seminário da FNLIJ (2015), com pôster e o recebimento do prêmio, demonstra o quanto as políticas de leitura e de bibliotecas da RMEBH são pioneiras, no país, e importantes para os estudantes que dela se beneficiam. É o reconhecimento de um trabalho sério e comprometido com a formação leitora nas nossas escolas. É importante lembrar alguns marcos na constituição e no aprimoramento da política do kit literário: 1) a produção de catálogos, que, desde 2011, tem sido regular, ou seja, todo ano, o catálogo com as resenhas é produzido e enviado para as escolas e UMEIs; 2) a partir de 2012, os livros selecionados para os estudantes também são enviados para as bibliotecas escolares e as UMEIs; 3) destacamos ainda que, a partir de 2014, a Gerência de Coordenação da Política Pedagógica e de Formação (GCPF) da SMED, por meio da coordenadoria do Programa de Bibliotecas, oferece oficinas para apresentação dos kits aos profissionais de biblioteca. Com essas ações, esperamos chamar a atenção para os acervos e incentivar o seu uso constante, por parte dos profissionais da Educação. Vale ressaltar o papel fundamental das bibliotecas, no sentido de divulgar este material (tanto os catálogos quanto os títulos selecionados) à comunidade escolar, sendo essa uma das atribuições dos profissionais de biblioteca. Mais do que nunca, reafirmamos o papel de todos os profissionais da escola, na mediação de leitura com os estudantes: se essas obras têm um endereçamento escolar, ou seja, são entregues aos estudantes no contexto escolar, esses mesmos profissionais devem necessariamente se implicar com a política e com o compromisso de dinamizar esses ricos acervos.

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De 2004 a 2014, foram adquiridos 6.205.679 exemplares de livros, totalizando um significativo investimento, de cerca de R$ 76.000.00,00 (setenta e seis milhões de reais), que demonstra a importância depositada em uma política que visa a formação de leitores. A Pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro1,aponta para o papel fundamental da escola na formação leitora do cidadão, ao revelar que, quando estão nas escolas, as crianças e jovens leem mais. Portanto, é papel da escola envolver os estudantes nesse processo, fundamental e contínuo, de formação do leitor. A leitura tem papel crucial na constituição de um cidadão crítico e atuante; a leitura literária, por sua vez, nos permite conhecer outras culturas, outros mundos e a nós mesmos. É, portanto, uma experiência única e enriquecedora, proporcionada aos estudantes da RMEBH, por meio de uma política pública pioneira, exemplo para todo o país. Sueli Maria Baliza Dias Secretária Municipal de Educação

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INSTITUTO PRÓ-LIVRO (2012). Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. (3a ed.). Disponível em: <http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/dados/anexos/2834_10.pdf.>. Acesso em 25 abr. 2013.

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Kit escolar 2015 EDUCAÇÃO INFANTIL - 0 a 2 anos e 11 meses


Literatura em casa e na escola - Acervos Literários do Kit Escolar 2015

Sou eu! Um coelhinho, cansado de ouvir que se parecia com outros parentes ou tinha um pedacinho de cada um deles, decide afirmar sua própria identidade e dizer para todos que ele se parece apenas consigo mesmo. Diante das várias características apresentadas ao longo da narrativa, cada criança poderá se colocar no lugar do protagonista e refletir sobre si própria. Com linguagem acessível e de fácil compreensão, a história aborda a formação da personalidade e sua autoafirmação, a partir de acontecimentos comuns na vida das crianças. É principalmente por meio das imagens que se percebe uma maior expressão do humor na narrativa, dos sentimentos e das características das personagens, aspecto que exige da criança uma leitura atenta desses dois signos, o verbal e o visual. Título: Sou eu! | Autora: Raquel Cané | Ilustradora: Raquel Cané | Editora: Vergara & Riba Editoras | Ano de publicação: 2013

O bebê da cabeça aos pés Em uma linguagem simples e atraente, o texto revela as partes do corpo de um bebê e como elas são usadas por ele. Ao mesmo tempo, demonstra como os bebês são adoráveis e muito queridos por todos da família. Um dos pontos fortes da obra é sua adequação para o público da Educação Infantil, que começa a dar os primeiros passos rumo à descoberta do seu corpo. A criança que ainda não está alfabetizada pode ler as grandes e atrativas figuras que ocupam duas páginas no livro ou mesmo se deter nos pequenos quadros onde aparecem as atividades que o bebê costuma fazer no dia a dia. O texto verbal é composto por frases curtas e ocupa um espaço discreto, servindo para auxiliar na leitura das figuras. A apresentação do bebê provoca empatia e promove a reflexão sobre a descoberta do corpo. Título: O bebê da cabeça aos pés | Autora: Victoria Adler | Ilustrador: Hiroe Nakata | Tradutora: Rosemarie Ziegelmaier | Editora: Globo | Ano de publicação: 2012

Que bichos mais bonitinhos! Com frases curtas, a obra Que bichos mais bonitinhos! apresenta as cores de vários animais, temática que faz parte do universo infantil e é atraente para as crianças pequenas. A maneira como é feita essa apresentação, no entanto, produz um “estranhamento do óbvio”, o que demonstra um dos aspectos de uma obra literária de qualidade. O ponto forte do livro é ser provocativo e conduzir os pequenos leitores à reflexão sobre seu próprio potencial criativo e imaginativo, por meio de uma narrativa curta e com uma linguagem simples, perfeitamente compreensível por eles. Nas frases, intercala-se o uso de adjetivos e substantivos no diminutivo e em grau normal como um recurso da linguagem afetiva. A forma como a autora se apropria desses recursos propicia uma leitura harmônica e agradável. Ao revelar a riqueza da criação infantil, o livro rompe com padrões pré-estabelecidos e favorece uma leitura literária significativa. Título: Que bichos mais bonitinhos! | Autora: Sonia Junqueira | Ilustradora: Mariângela Haddad | Editora: Gutenberg | Ano de publicação: 2010

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Educação Infantil: 0 a 2 anos e 11 meses

Blim Blão! Inspirada na tradicional cantiga popular “Bambalalão”, a narrativa convida os leitores infantis a entrarem na brincadeira e a conhecerem vários animais que tocam diversos instrumentos. Juntos, eles produzem muitos tons e ritmos que animam o show dos bichos. Para entrar na “casa cheia de cores”, onde acontece o show, basta apertar a campainha e ingressar no mundo da imaginação. A obra propicia uma experiência significativa de leitura para as crianças que estão iniciando o processo de alfabetização. As letras em caixa alta e os parágrafos curtos ajudam na decodificação e na compreensão do texto. Além disso, a identificação, por parte de um destinatário de pouca idade, é facilitada pela forma como o texto escrito dialoga com o texto visual. Título: Blim Blão! | Autora: Alessandra Pontes Roscoe | Ilustradora: Edit Sliacka | Editora: Canguru | Ano de publicação: 2013

Hora do almoço Por que uma colher ou um garfo com comida tem que ser somente um aviãozinho que vai entrar na garagem? Pode ser também uma bola querendo acertar o gol, um coelho em busca de sua toca, um golfinho que se joga no mar. Para tornar as refeições mais infantis, mais divertidas e menos sofridas, o escritor Ilan Brenman criou várias modalidades de garfadas motivadoras – as esportivas, as animais, as aeronáuticas e as fantásticas; além de dar outras boas ideias. Nesta obra, ele parte da brincadeira do “olha o aviãozinho” e mostra como o simples e básico pode ser eficaz. O livro A Hora do Almoço promete, com as suas belas ilustrações coloridas e o seu texto simples e divertido, encantar as crianças e incentivá-las a comer melhor. Título: Hora do almoço | Autor: Ilan Brenman | Ilustradora: Ionit Zilberman | Editora: Revira volta | Ano de publicação: 2013

Que bicho é este? A obra Que bicho é este? propõe uma releitura da conhecida brincadeira infantil de esconde-esconde. O mote para a brincadeira é a necessidade de adivinhar a natureza dos materiais com que certa casa está construída. Por meio do recurso do diálogo (perguntas e respostas diretas e condensadas), vai-se montando o mosaico de partes de animais que servem de matéria-prima para a arquitetura da casa: o morcego fornece a asa; o tucano, o bico; o elefante, a tromba; a girafa, o pescoço. O recurso de apresentar um fragmento do corpo do bicho integrado à casa, em uma página; e, na página seguinte, mostrar o bicho por inteiro, é um método eficaz para despertar a curiosidade do pequeno leitor. Assim, associando o jogo do esconde-esconde e o jogo da adivinha, obtém-se um harmonioso conjunto de texto verbal e texto visual. Título: Que bicho é este? | Autora: Liana Leão | Ilustradora: Eve Ferretti | Editora: Elementar | Ano de publicação: 2013

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O lenço Uma criança tira, do armário da mãe, um lenço vermelho com bolinhas brancas e começa a usá-lo nas suas brincadeiras, criando várias situações em que ele é utilizado de acordo com a sua imaginação. As formas, o tipo de traço, a intensidade e os espaços em branco aguçam o olhar do leitor infantil e provam que a leitura vai além das palavras. Ao ler este livro de imagens, a criança poderá também descobrir a sua própria voz e desenvolver o senso do que é lógico e possível na história, transformando-se em narradora. Assim, um processo de significação por meio da linguagem visual é iniciado, o que gera várias interpretações e tem potencial para estimular a sua criatividade. Título: O lenço | Autora: Patricia Auerbach | Ilustradora: Patricia Auerbach | Editora: Brinque-Book | Ano de publicação: 2013

Como gente grande Nesta obra da autora francesa Anouk Ricard, uma criança manifesta o desejo de ser gente grande e, comparando o que uma criança e um adulto podem fazer, vai descobrindo várias diferenças entre “gente grande” e “gente pequena”. Ela acaba por confirmar que há coisas muito legais que só as crianças fazem. Por meio de delicadas ilustrações e um texto simples e de fácil compreensão, a autora mostra que ser criança é uma experiência única e insubstituível. Ela valoriza pequenas atitudes comuns na infância e que caracterizam, de forma peculiar, essa fase da vida. Tendo em vista a observação comum de que, no imaginário infantil, o mundo dos adultos parece cheio de atrativos que se encontram distantes da sua realidade, a obra pretende mostrar para os pequenos leitores um novo jeito de enxergar cada etapa da vida. Título: Como gente grande | Autora: Anouk Ricard | Iilustradora: Anouk Ricard | Editora: Hedra | Ano de publicação: 2007

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Kit escolar 2015 EDUCAÇÃO INFANTIL - 3 a 6 anos


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O crocodilo e o dentista A obra O crocodilo e o dentista apresenta uma pequena narrativa, com frases curtas e muitas imagens. Tanto a parte escrita quanto a ilustrada se desenvolvem obedecendo a uma sequência lógica de acontecimentos que acompanham a situação-problema dos personagens: o “crocodilo” e o “dentista”. Eles sempre repetem as mesmas frases, no entanto, sob pontos de vista diferentes. Enquanto o crocodilo diz, por exemplo, “Que medo...” porque teme tratar o seu dente doente, o dentista diz “Que medo...” porque está apavorado por ter que cuidar dos dentes de um bicho daquele tamanho. O tom humorístico é orientado principalmente pelas ilustrações. Ao final, os dois chegam à conclusão de que não querem mais passar por essa situação e aconselham os leitores a escovar sempre os seus dentes. Apesar da referência ao tratamento de dentes, na trama, em nenhum momento, o caráter didatizante sobressai na obra. Título: O crocodilo e o dentista | Autor: Taro Gomi | Ilustrador: Taro Gomi | Tradução: Stéphanie Havir | Editora: Berlendis & Vertecchia Editores | Ano de publicação: 2013

Alô, mamãe! Neste pequeno conto, a autora Alice Horn retrata uma divertida conversa telefônica entre mãe e filha, demonstrando como é possível manter um contato estreito e criativo com os filhos, mesmo que à distância. O tema retrata a importância do relacionamento entre pais e filhos, enriquecida pela imaginação e pela fantasia. A menina conversa com sua mãe ao telefone perguntando a ela sobre como retornará para casa após o trabalho. E a mãe leva a filha a imaginar diversas possibilidades: voando em uma nuvem particular, ou em um caminhão de bombeiros com velas voadoras, ou pegando um trenó e deslizando na neve, por exemplo. Na brincadeira, a mãe se refere a vários meios de transporte, até que uma agradável surpresa é apresentada ao final. Título: Alô, mamãe! | Autora: Alice Horn | Ilustradora: Joëlle Tourlonias | Tradutora: Heloisa Pietro | Editora: FTD | Ano de publicação: 2013

Boa noite, Marcos Nesta pequena historieta, explora-se, de forma leve, delicada e divertida, os medos e pavores das crianças pequenas. O personagem, cujo nome aparece no título do livro, tem dificuldades para dormir, quando acorda no meio da noite. Inevitavelmente, recorre à irmã, Stella, dizendo que não consegue adormecer sem a companhia de Fred, seu cachorrinho de estimação. Os dois iniciam, então, a procura pelo bichinho, que, de certa forma, é uma espécie de duplo do menino, que projeta, no animal, seus medos e temores, ao recorrentemente dizer: “Fred tem medo do escuro”. A história ressalta o companheirismo e a solidariedade entre irmãos. Título: Boa noite, Marcos | Marie-Louise Gay | Ilustradora: Marie-Louise Gay | Tradutora: Gilda de Aquino | Editora: Escarlate | Ano de publicação: 2013

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Educação Infantil: 3 a 6 anos

Pêssego, pera, ameixa no pomar A obra Pêssego, pera, ameixa no pomar proporciona ao leitor infantil a oportunidade de desenvolver um olhar mais atento às ilustrações, tendo em vista a riqueza de detalhes que elas trazem e a brincadeira de “esconde-esconde”, proposta pelos autores. Nas cenas, estão escondidos vários personagens dos contos de fadas, como a “Cinderela”, “Os três ursos”, “João e Maria” e a “bruxa”, dentre outros. As imagens deixam a interpretação aberta a seus leitores, uma vez que trazem em seu contexto mensagens que serão vistas e compreendidas a partir da bagagem cultural de cada leitor. O enredo é desenvolvido num ritmo linear, com continuidade, o que contribuirá para a interação com os leitores em formação. As imagens são apresentadas numa sequência lógica, em que as lacunas poderão ser completadas pelo leitor, ao longo da narrativa, quando construirão o sentido, a partir das suas próprias vivências. Título: Pêssego, pera, ameixa no pomar | Autor: Allan Ahlberg | Ilustradora: Janet Ahlberg | Tradutora: Ana Maria Machado | Editora: Salamandra | Ano de publicação: 2007

Antes da chuva Trata-se de uma singela historieta, cuja ação narrativa concentra-se nas personagens Lia, Nico e o cachorro Mamona. O enredo desenvolve o tema da surpresa. O trio de crianças recebe um inusitado convite para uma festa que acontecerá, em um determinado dia, antes da chuva. Eles partem rumo ao local onde ocorrerá a festa, sem saber o que encontrarão pela frente. Ao chegar à beira de um lago, deparam-se com uma série de sapinhos que se preparam para uma cantoria. Os meninos, juntamente com o cachorro Mamona, ficam extasiados com o concerto dos sapinhos, até que a chuva começa e eles correm para casa, a fim de se abrigar do temporal que se anuncia. Título: Antes da chuva | Autora: Lúcia Hiratsuka | Ilustradora: Lúcia Hiratsuka | Editora: Global | Ano de publicação: 2011

As mentiras da Baratinha A obra As mentiras da Baratinha é uma adaptação da conhecida e divertida cantiga do folclore nacional, cuja personagem é uma baratinha pretensiosa, que vive em um mundo de fantasia e ilusão. O texto explora, por contraste, o descompasso entre a essência e a aparência, pois a personagem da D. Baratinha enxerga-se muito diferente do que realmente é: “acha que calça sapatos de veludo, quando, na realidade, seu pé é cabeludo”. Este jogo de ser e não ser, que é a base do enredo, pode ser explorado para, de forma crítica e criativa, expor, ao pequeno leitor, noções de ética e de comportamento, sempre de forma lúdica e prazerosa. Título: As mentiras da Baratinha | Adaptadora: Márcia Grossmann Cohen | Ilustradora: Márcia Grossmann Cohen | Editora: Editora de Cultura | Ano de publicação: 2011

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Um é pouco? A partir do ditado popular “Um é pouco, dois é bom e três é demais”, a autora perpassa pelo imaginário infantil trazendo à tona atividades e sentimentos comuns vivenciados pelas crianças, tais como: o prazer das férias, a alegria da visita à casa da avó, o carinho dos pais e a vivência de coisas negativas como o medo, a raiva e a tristeza. Os versos abordam temas da vida concreta, passíveis de gerar identificação da criança e sua compreensão imediata. A linguagem utilizada é clara, direta e acessível para o leitor pretendido e busca divertir, seduzir e prender a atenção da criança. O estilo da ilustradora caracteriza-se pela simplicidade nas linhas, pela expressividade dos personagens, pelas cores e texturas que definem as imagens e pelo humor. Título: Um é pouco? | Autora: Carmen Lucia Campos | Ilustradora: Tatiana Paiva | Editora: Guia dos Curiosos Comunicações | Ano de publicação: 2013

A primeira palavra de Mara A obra é centrada na personagem Mara, uma menininha que está começando a articular os primeiros sons, ou seja, está em processo de aquisição da linguagem. O ponto cômico reside no fato de que a família – pai, mãe, avós, tios – competem entre si no sentido de ensinar à menina a primeira palavra. Assim, o pai insiste com a menina para que diga “mamãe”, a mãe tenta fazer com que a bebê diga “papai”, e uma torcida familiar se forma em torno de qual será a primeira palavra a ser proferida por Mara. Nesse cenário, surge o irmão da garotinha, que sorrateiramente balbucia todos os dias no ouvido da menina uma palavra secreta. Quando a família se reúne na expectativa de que a menina diga, enfim, a tão esperada primeira palavra, todos têm uma grande surpresa. Desmonta-se, assim, a solenidade prevista para o momento e faz-se com que se sobressaia o efeito cômico. Título: A primeira palavra de Mara | Autor: Ángel Domingo | Ilustrador: Miguel Tanco | Tradutora: Daniela Padilha | Editora: Jujuba | Ano de publicação: 2013

O menino azul O menino azul é a publicação autônoma do poema de igual título, presente na edição de Ou isto ou aquilo. A publicação isolada do poema evidencia, principalmente, o caráter narrativo do texto, o que confere a ele a condição de narrativa poética. Assim, o menino torna-se personagem de um espaço e de um tempo ficcionais. O texto é marcado por musicalidade e ritmo, pela criação de um mundo imaginário e inusitado e pelo imprevisível, sugerido por criações como o burrinho que sabe o nome das coisas e o menino que é azul. São personagens surpreendentes que tiram a criança da obviedade da existência empírica. Pode-se acrescentar a isso a presença de um final surpreendente: o menino que não sabe ler fica esperando uma carta, em uma rua sem nome próprio e em uma casa sem número definido. Essa indefinição no texto literário propicia uma experiência significativa e criativa de leitura, que mobiliza a criança a construir imagens novas. Título: O menino azul | Autora: Cecília Meireles | Ilustradora: Elma | Editora: Global | Ano de publicação: 2013

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Educação Infantil: 3 a 6 anos

Um curumim, uma canoa A obra Um curumim, uma canoa apresenta um misto de narrativa e descrição do mito indígena do Reino da Cobra-grande. A obra apresenta esse espaço mitológico, descrito como um lugar onde as serpentes falam, a água corre ao contrário, os botos vivem como gente e os povos da floresta se juntam aos povos da cidade. Para além da apresentação da mitologia e dos costumes indígenas, no entanto, a narrativa centra-se no dia a dia de um indiozinho, envolto em seu mundo próprio, repleto de imaginação. As ilustrações são coloridas e bem elaboradas esteticamente, conferindo à obra uma ótima oportunidade para o pequeno leitor se aproximar do objeto livro, por meio de uma leitura autônoma, ou mediada pelo professor. Título: Um curumim, uma canoa | Autor: Yaguarê Yamã | Ilustradora: Simone Matias | Editora: Zit | Ano de publicação: 2012

Pulo de bicho A obra é uma narrativa em forma de perguntas sobre pulos de alguns bichos e os significados metafóricos que a autora lhes atribui, evocando elementos lúdicos em um projeto editorial que apresenta belas figuras de animais em cores vibrantes e harmoniosas, sendo cada página dupla destinada ao pulo de um animal: “trapézio de pulga é pelo?” ou “Paraquedas de macaco? É cipó.” A quarta capa pode instigar as crianças à leitura, com a seguinte apresentação: “Alguns bichos pulam para caçar. Outros, para escapar. Muitos, como tantas crianças, para se divertir. A verdade é que quase sempre um pulo surpreende.” Assim, a obra explora aspectos lúdicos e amplia valores estéticos e culturais do público leitor. Título: Pulo de bicho | Autora: Carla Caruso | Ilustradora: Carla Caruso | Editora: MM Edições | Ano de publicação: 2013

Coach! A narrativa é centrada na história de uma família de sapos. A vida de todos os membros da família transcorria em plena harmonia, até que surge, no lago onde moravam, um pequeno porco, que estranhamente emite sons semelhantes ao coaxar dos sapos. A aparição inusitada deste personagem produz na comunidade dos sapos um grande transtorno, pois ninguém entende qual seria o objetivo do porco. A ação narrativa centra-se, então, na tentativa de desvendar o mistério que envolve a figura deste “estrangeiro”. A história propicia ao leitor a oportunidade de refletir sobre a diferença e sobre a necessidade de aceitação do outro e de suas marcas de diversidade. A última cena expressa bem este propósito, na medida em que mostra diversas espécies do reino animal (lobos, porcos, pássaros, patos, tartarugas, sapos) aboletados em um galho, emitindo “piu-pius’, em uma espécie de harmônico concerto das diferenças. Título: Coach! | Autor: Rodrigo Folgueira | Ilustrador: Poly Bernatene | Tradutor: Leo Cunha | Editora: FTD | Ano de publicação: 2013

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O gato xadrez O gato Xadrez traz uma temática e um formato bastante pertinentes para o leitor infantil, que pode interagir com a obra, de forma autônoma, ou, de maneira mais profunda, numa leitura mediada pelo professor. As imagens são lúdicas e próximas do universo infantil, chamando a atenção da criança, em função da criatividade no uso de cores e estampas: um gato vai testando, a cada momento, uma nova roupagem (pode ser xadrez, listrado, liso, enfeitado), até que encontra, finalmente, o seu próprio jeito de ser. O mediador de leitura pode apontar, para os pequenos leitores, as múltiplas possibilidades de organização da própria identidade do ser humano, que vai mudando e ganhando outras cores e tonalidades, ao longo da vida. De maneira divertida, a obra coloca em questão a relação do sujeito consigo e com o outro. Título: O gato xadrez | Autora: Isa Mara Lando | Ilustradora: Tatiana Paiva | Editora: Brinque-book na Mochila | Ano de publicação: 2012

20 disfarces para um homenzinho narigudo A tônica da obra é o disfarce. Por meio da combinação entre palavra e imagem, uma coisa pode se transformar em outra, gerando inúmeras possibilidades de sentido. Parte-se da imagem do homenzinho narigudo que dá título à obra, com a exploração do elemento fisionômico do nariz que leva à criação de divertidas e engraçadas personagens, tais como o ganso garboso, o vira-lata ansioso, um jacaré com capa de chuva, entre outros. A obra valoriza o poder da imaginação, deixando ao leitor a tarefa de lidar com as possibilidades mais inusitadas e contrastantes de construção de sentido, que surgem a partir de um elemento físico – o nariz – em figuras já existentes, gerando assim, uma criatura frequentemente insólita, engraçada e por vezes ridícula. A obra se abre ao leitor, para a interação, já que também possibilita que o leitor crie suas próprias imagens, a partir da figura base. Título: 20 disfarces para um homenzinho narigudo | Autor: Marcelo Martinez | Ilustrador: Marcelo Martinez | Editora: Singular | Ano de publicação: 2013

A ovelha negra da Rita A ovelha negra da Rita é narrativa por meio de imagens, que aborda, em um cenário bucólico e numa perspectiva bem-humorada, a história da amizade entre uma menina e uma ovelha, que se distingue das demais do rebanho por possuir o pelo negro. No verão, as duas amigas se divertem bastante, mas quando chega o inverno, a ovelha precisa socorrer a amiga, cuja família passa por dificuldades financeiras. Sob esse pano de fundo, todo o rebanho se reúne para ajudar a família a vencer o rigoroso inverno. Propõe-se, subliminarmente ao enredo, uma interessante reflexão sobre valores comunitários e solidariedade. A começar pelo título, a obra também coloca em evidência um caráter intertextual que pode ampliar as referências estéticas e culturais do jovem leitor. Título: A ovelha negra da Rita | Autor: Silvana de Menezes | Ilustrador: Silvana de Menezes | Editora: Cortez | Ano de publicação: 2013

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Educação Infantil: 3 a 6 anos

O pato pacato Trata-se de um livro de poemas extremamente lúdicos, cuja temática gira em torno de animais (gato/pato/lagosta). Brincadeiras com animais são de interesse da criança, para quem a fantasia compete com a realidade na compreensão de si e do mundo. A obra parte, pois, de um tema caro ao universo infantil, e o desenvolve com propriedade, explorando jogos sonoros, rítmicos e de palavras, o que mostra ao leitor iniciante as possibilidades infinitas da linguagem. Ao transpor para o nível linguístico o comportamento mágico e divertido dos animais, o texto oferece uma experiência de leitura literária em que o sentido da arte se faz presente, pois todos os componentes internos do poema caminham e se expandem na mesma direção. Título: O pato pacato | Autor: Bartolomeu Campos de Queirós | Ilustradora: Elisabeth Teixeira | Editora: Moderna | Ano de publicação: 2004

Sete cachorros amarelos O menino Teodoro é o protagonista desta história, que propicia, de forma lúdica e criativa, a reflexão sobre a insatisfação consigo mesmo, sentimento que leva o ser humano a achar que sempre o que pertence ao outro é melhor e mais bonito. Apesar de sua mãe criar galinhas, Teodoro gostava mesmo é dos sete cachorros amarelos que a sua vizinha possuía. O conflito narrativo se instala quando o menino resolve levar um dos cachorros para casa, fato que logo é percebido pela menina, que, imediatamente, parte em busca do animal “raptado”. Ao perceber que a menina dava atenção especial a cada um dos sete cachorros, os quais, apesar de serem todos amarelos, tinham cada um uma singularidade, Teodoro resolve devolver o animal, não sem antes perceber que também possuía, em seu próprio quintal, bichos tão divertidos quanto os de sua vizinha. Título: Sete cachorros amarelos | Autora: Silvana Rando | Ilustradora: Silvana Rando | Editora: Brinque-Book | Ano de publicação: 2013

Superamigos A ação narrativa da obra Superamigos centra-se em tema bastante explorado em histórias infantis. Trata-se da festa de aniversário do caracol, que vê seus amigos reunirem-se para lhe darem um presente bastante inusitado. O esquilo, o pato, a formiga, o castor, a toupeira, o sapo (representantes dos animais que se movimentam com rapidez), ficam condoídos com a situação do caracol, que é muito lento e não consegue acompanhá-los nas brincadeiras. Solidariamente, os bichos trazem presentes, que, separados, não têm qualquer significado. A surpresa acontece ao final, quando os animais juntam cada um dos presentes e constroem um carrinho, para que o caracol torne-se também veloz e possa brincar com a sua turma de amigos. A narrativa ressalta, de forma alegórica, com leveza e bom humor, a importância, na coletividade, da participação solidária de todos. Título: Superamigos | Autora: Fiona Rempt | Ilustrador: Noëlle Smit | Tradutora: Bia Hetzel | Editora: Manati | Ano de publicação: 2010

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Por que os gatos não usam chapéu Usando a representação visual, a obra estabelece paralelo entre os comportamentos humano e animal, estimulando a observação. Os gatos são apresentados com desejos e características humanas. Assim, mesmo os menores se identificam ou procuram pontos semelhantes entre as histórias e suas experiências de vida. Tudo isso ajuda as crianças a alargar conhecimentos do mundo e a elaborar os sentimentos, além de facilitar a compreensão de novas histórias. O conto é de repetição, ou seja, o texto se repete, mudando somente o objeto que o gato vai querer usar. Trabalha com a noção de prática de leitura associativa, com o humor, a surpresa visual e a descoberta lúdica. As imagens são lúdicas e atraentes para a criança. Como propõe reflexões sobre uma temática densa – as reais necessidades do ser humano e as coisas supérfluas que ele acumula ao longo da vida – a obra será melhor aproveitada se a leitura ocorrer com a mediação do professor. Título: Por que os gatos não usam chapéu | Autora: Victoria Pérez Escrivá | Ilustradora: Ester García | Tradutora: Thais Albieri | Editora: Livros da Matriz

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Kit escolar 2015 PRIMEIRO CICLO


Literatura em casa e na escola - Acervos Literários do Kit Escolar 2015

A pior princesa do mundo Soninha, a protagonista desta história, é uma princesa muito diferente das outras. Depois de se cansar de ficar numa torre esperando pelo príncipe encantado, este finalmente aparece, mas ela não acha nada animador o mundo de contos de fadas que ele tem a lhe oferecer. Ela quer mesmo é partir em busca de aventuras e diversão. A princesa Soninha tem uma opinião própria sobre o que quer da vida. O texto mostra muito bem suas intenções e os diálogos rimados tornam a narrativa dinâmica e divertida. As ilustrações são expressivas e oferecem uma caracterização cômica dos personagens. Numa linguagem muito bem humorada, a obra contrapõe a ideia que se tem das princesas e dos finais felizes dos contos de fadas, instigando o leitor a se desvincular de estereótipos pré-concebidos. Título: A pior princesa do mundo | Autora: Anna Kemp | Ilustradora: Sara Ogilvie | Tradução: Marília Garcia | Editora: Paz e Terra | Ano de publicação: 2013

A jornada do pequeno Senhor Tartaruga Originalmente publicada na Bélgica, em 2012, a obra narra a história do pequeno Yomi, que fica muito doente e tem de ser levado ao hospital, que fica muito longe da aldeia onde morava. A mãe o leva, colado ao seu corpo, ora andando a pé, ou montada num burro, ou de camionete, ou de táxi. Para que a viagem passe mais rápido, ela vai contando a Yomi a história do Senhor Tartaruga. As histórias são entrelaçadas, e é nas ilustrações que tudo acontece, simultaneamente: Yomi segue lutando pela vida, até o hospital, enquanto o protagonista da história narrada pela mãe, o Senhor Tartaruga, vai lutando para realizar seu sonho de voar. As ilustrações, com cores vibrantes, levam o leitor a imaginar os espaços percorridos pelos personagens, que vão desde uma comunidade interiorana até a cidade grande. Título: A jornada do pequeno Senhor Tartaruga | Autores: Inge Bergh e Inge Misschaert | Ilustradora: Kristina Ruell | Tradutor: Cristiano Zwiesele do Amaral | Editora: Pulo do Gato | Ano de publicação: 2013

Eu vou ser um jogador de futebol A questão enfocada nesta historieta é a paixão de um garoto por futebol. Escrita em linguagem irônica, bem humorada, com frases quase telegráficas, aliadas a uma ilustração sensível e adequada, a obra deve agradar aos amantes, de todas as idades, deste esporte. Na fantasia do protagonista, o futebol poderá lhe oferecer todos os sonhos: fama, prestígio, dinheiro, sucesso. Todos os atos cotidianos do garoto convergem para esta paixão. O diferencial desta breve narrativa é mostrar que, assim como todas as paixões, esta também pode ser transitória e passageira, pois se insinua, na cena final, que o garoto pode trocar todas as futuras glórias esportivas por outra paixão de igual alcance e proveito: o desejo de se tornar um baterista muito famoso. Trata-se de uma divertida variação de um mote bastante utilizado em narrativas infantojuvenis: “O que você vai ser quando crescer?”. Título: Eu vou ser um jogador de futebol | Autor: Philip Waechter | Ilustrador: Philip Waechter | Tradutor: Hedi Gnädinger | Editora: Gaudí Editorial | Ano de publicação: 2013

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Primeiro Ciclo

Nina e Lamparina O livro Nina e Lamparina faz parte da coleção “Sonhos de ser” e narra a história de Nina, uma criança de 5 anos e meio que morre de medo do escuro e, em função de não conseguir dormir, acende as luzes da casa inteira, incomodando toda a família. Em constantes argumentações, próprias de crianças dessa faixa etária, a autora consegue apresentar a perspectiva da criança, em escrita carregada de significados estéticos: “Por que apagar o sol? Vamos dormir no claro! Tenho muito medo do escuro e a gente não pode enxergar os sonhos com a luz apagada”. O conflito se resolve quando a mãe tem a ideia de lhe dar uma lamparina, “uma luz de estimação”. A obra oferece um grau de abertura que permite a participação criativa do leitor, mobilizando-o a levantar hipóteses e a estabelecer relações com outros textos. As ilustrações são delicadas e de qualidade e compõem um conjunto harmônico. Título do livro: Nina e Lamparina | Autor: Claudia Nina | Ilustrador: Cecília Murgel | Editora: DSOP Educação Financeira | Ano de publicação: 2013

Mora pegou catapora Mora pegou catapora narra a história de uma menina que sai em busca de seus amigos, convidando-os a participar de brincadeiras, em um lindo dia de sol, após vários de chuva. No entanto, todos estão impossibilitados de brincar com Mora porque cada um está com uma doença diferente. Ao final da narrativa, o leitor constata que a personagem estava sonhando e que, na verdade, ela é que estava doente, com catapora. A narrativa é construída por meio de pequenos versinhos, com final cumulativo, com Mora sempre se lamentando pelos amigos não poderem brincar porque estão doentes. O texto tem linguagem adequada ao leitor iniciante e utiliza recursos expressivos capazes de prender a atenção do leitor. O projeto gráfico da obra enriquece o texto verbal, com imagens lúdicas e coloridas, mostrando o cotidiano onde vive Mora e seus amigos. Título: Mora pegou catapora | Autor: Alexandre Azevedo | Ilustradora: Bruna Assis Brasil | Editora: Roda & Cia | Ano de publicação: 2013

O mágico, o rei e o futuro do rei A obra situa-se entre livro de imagens e narrativa verbal, girando em torno da ideia de um mundo feito a partir de bolhas de sabão. O eixo temático propõe a relação entre criação, representado pelo mágico/astrólogo, e poder, representado pelo rei, com a conclusão de que o poder por si só não se sustenta. Observe-se, porém, que as imagens miúdas, dentro das bolhas de sabão, repetem-se a cada página, mudando apenas de lugar. Dessa forma, tem-se quase um jogo da memória, já que o leitor se vê investigando que imagens se repetem e quais diferem da página anterior. O livro registra a importância da criação, da inventividade, em um projeto gráfico de qualidade. Ao final, eleva-se o nível da história, já que o rei recebe do mágico a brincadeira que vai lhe permitir reconstruir seu futuro. Título: O mágico, o rei e o futuro do rei | Autor: Michele Iacocca | Ilustrador: Michele Iacocca | Editora: Mercuryo jovem | Ano de publicação: 2007

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Pra saber voar A obra mostra como é possível alçarmos voos (metafóricos), por meio da força de vontade e imaginação, ao apresentar, como protagonista, um rinoceronte que decide voar. Numa prosa extremamente poética, o texto explora a imaginação, ao construir, imagética e textualmente, as fases de um voo, desde a decolagem, passando pelo voo propriamente dito, até a aterrissagem, suave e elegante. A construção textual da narrativa, além da exploração temática carregada de simbolismos e de sentidos metafóricos, podem ser de grande estímulo à imaginação das crianças. A apresentação da escritora e ilustradora também é realizada de maneira poética, em primeira pessoa, e perpassa pela ideia do voar metafórico. Esse texto fornece chaves de leitura para a narrativa, já que Ana Terra explicita o voar metafórico e a ideia de “dar asas à imaginação”, presentes no texto. Título: Pra saber voar | Autora: Ana Terra | Ilustradora: Ana Terra | Editora: Abacatte | Ano de publicação: 2013

Zélia A personagem protagonista que dá título à obra é uma anciã, que, por escutar pacientemente os problemas de todos os habitantes de uma cidade, funciona como válvula de escape para as angústias dos cidadãos. Como pagamento por ouvir as pessoas, Zélia recebe pequenas sementes; no fim do dia, planta-as na praça ou as distribui a esmo pela cidade. Cada semente tem o dom de fazer o bem a quem necessita; acontece também de Zélia espalhar beleza, harmonia e entendimento por onde passa, com seu carrinho de sementes. Trata-se de personagem bastante comum em relatos infantis, pois Zélia pode ser associada à representação da boa fada, que espalha o bem, sem olhar a quem. Título: Zélia | Autora: Christelle Vallat | Ilustradora: Stéphanie Augusseau | Tradutora: Rosana de Mont´Alverne Neto | Editora: Aletria | Ano de publicação: 2013

Bárbaro Bárbaro é um livro de imagens cuja temática é o papel da fantasia na vida infantil, apresentando narrativa ao mesmo tempo linear e metafórica. Apesar da sofisticação no nível de estruturação da narrativa, ela é acessível à criança. A trama narrativa envolve o leitor, com uma tensão crescente, instigando-o a conhecer o próximo desafio a ser enfrentado pelo destemido protagonista que, a cada novo perigo, permanece com o rosto impassível. A importância de detalhes como a expressão facial do protagonista, para a integração da narrativa em seu desfecho, é um exemplo de sua qualidade literária, pois joga com inferências e convida o leitor a um vaivém exploratório e participativo. A obra maneja com propriedade o ritmo e a intensidade das imagens, rompendo com a previsibilidade da história quando todos os perigos somem e o protagonista fica só diante da página em branco. O surpreendente desfecho confere novos sentidos à história toda. Título: Bárbaro | Autor: Renato Moriconi | Ilustrador: Renato Moriconi | Editora: Companhia das Letrinhas | Ano de publicação: 2013

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Primeiro Ciclo

O mundo é redondo e a vida é cor de rosa Os textos verbais e visuais da obra exploram, de forma bem-humorada e leve, a experiência de homens e mulheres que têm sobrepeso, ou seja, que estão fora dos padrões estéticos vigentes na sociedade atual. O texto verbal vincula-se, de maneira orgânica, às imagens, que primam pela utilização de formas arredondadas, tais como os corpos roliços dos homens e das mulheres, os aros das bicicletas, o guarda-chuva, o pássaro rechonchudo. Assim, busca-se enfatizar, na natureza, a presença destas formas arredondadas como elemento gerador de beleza, harmonia e suavidade. Em termos formais, utilizam-se, por meio da rima e do ritmo, as potencialidades expressivas da linguagem poética. Título: O mundo é redondo e a vida é cor de rosa | Autores: Maria Cristina Raposo de Mello e Milton Célio de Oliveira Filho | Ilustrador: Gustavo Rosa | Editora: Girafinha | Ano de publicação: 2013

O convidado de Raposela Raposela DaMatta, protagonista dessa história, adorava ovos, vivia pensando em ovos cozidos, fritos e mexidos. Um dia, um ovo bem pequeno chegou ao seu lar. É claro que ela o convidou para entrar. Então traçou um plano malévolo para pegá-lo: primeiro iria enchê-lo de comida para deixá-lo bem gorducho e apetitoso, depois iria passar a noite planejando todos os pratos que faria com o indefeso ovo. No dia seguinte, na hora do café da manhã, ela ficou feliz ao ver que o ovo tinha quadruplicado de tamanho e aquela casca gigantesca estava rachando. No entanto, de dentro do ovo saiu algo bem diferente do que ela estava esperando. Raposela era esperta como as outras de sua espécie, mas nesta história ela acaba aprendendo uma lição. Título: O convidado de Raposela | Autor: Alex T. Smith | Ilustrador: Alex T. Smith | Tradutor: Érico Assis | Editora: Claro Enigma | Ano de publicação: 2013

Mar de sonhos Neste livro, construído apenas com o texto visual, nota-se a predominância da intenção estética, já que a ação narrativa desenvolve-se por meio da utilização de belas e expressivas imagens. O enredo organiza-se em torno de uma garota que, moradora nas proximidades de uma praia, diverte-se a construir castelos de areia que o mar, com a alta da maré, destrói. O poder da imaginação é valorizado e aparece metaforizado pelo hábito diário da garota de construir seus castelos de areia. Porém, a destruição natural de suas “obras de arte” não impede que a garota imagine histórias de aventuras, criando personagens que habitam a paisagem marítima onde os castelos estão situados. Trata-se, em suma, de uma história que ativa a imaginação, tornando-se ideal para despertar a fantasia do leitor, oferecendo-lhe a possibilidade de construção de diversos sentidos. Título: Mar de sonhos | Autor: Dennis Nolan | Ilustrador: Dennis Nolan | Editora: Singular | Ano de publicação: 2013

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Se você quiser ver uma baleia A obra destaca-se pelo harmonioso conjunto composto pelas ilustrações, bem grandes, sendo que algumas ocupam toda a página e o texto verbal, breve e conciso, constituído, às vezes, de uma única frase. No enredo, trabalha-se a necessidade de se concentrar esforços para se conseguir algo, ou seja, é preciso rigor e disciplina para que determinados objetivos sejam alcançados. Assim é que o menino, protagonista da história, terá de abrir mão de uma série de coisas, para fixar a atenção em um único objetivo: ver uma baleia. Chega-se, então, a uma importante constatação: é preciso atenção e paciência para alcançar grandes feitos e realizações. Título: Se você quiser ver uma baleia | Autora: Julie Fogliano | Ilustradora: Erin E. Stead | Tradutora: Celina Portocarrero | Editora: Pequena Zahar | Ano de publicação: 2013

Os dez passos para fazer Pitoca dormir A obra Os dez passos para fazer Pitoca dormir é uma narrativa em prosa, que apresenta ao público infantil a personagem Pitoca, uma menininha muito ativa, recém-chegada na família, que demora muito para ter sono e envolve os pais em surpreendentes tomadas de decisão cujo objetivo único é fazê-la dormir. Ilustrações e texto verbal são atraentes para o público-alvo, assim como a temática, pertinente para a faixa etária deste kit. As capas (primeira e quarta) mesclam impressão fosca e brilhosa, com aplicação de verniz, o que confere ao acabamento editorial uma atratividade extra para o público infantil: a vontade do toque, pelo gosto da sensação tátil-sensorial. Título: Os dez passos para fazer Pitoca dormir | Autor: Ilan Brenman | Ilustrador: Rogério Coelho | Editora: Escala integrada | Ano de publicação: 2013

Numa noite muito, muito escura Imagens marcantes com alta qualidade artística e uma narrativa envolvente que explora e expande, de forma consistente, a trajetória de um ratinho em busca de comida são algumas das características desta obra cuja força e beleza cativarão o leitor infantil. A força das imagens pode ser observada já na capa da obra, que mostra o ratinho numa rua deserta e a escuridão ocupando todo o espaço. Ao virar a página, o leitor encontrará a imagem ampliada de uma grande lua iluminando a escuridão da noite e criando um clima de suspense para a história. O livro é impresso em formato grande, o que valoriza as ilustrações, especialmente quando as duas páginas são utilizadas para alcançar um maior efeito estético. Além de imprimirem ritmo e movimento à leitura, as expressivas imagens conseguem ainda transmitir ao leitor uma variada gama de sensações e sentimentos. Título: Numa noite muito, muito escura | Autor: Simon Prescott | Tradutora: Silvana Salerno | Editora: Publifolha | Ano de publicação: 2012

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Primeiro Ciclo

Oi! Oi! Oi! oi!, escrito e ilustrado por Matthew Cordell, aborda o uso das tecnologias no cotidiano familiar e as experiências vividas por uma menina no contato com a família e a natureza. A narrativa é apresentada principalmente por imagens. A parte verbal é formada predominantemente por cumprimentos ou onomatopeias, que dialogam diretamente com as ilustrações. O enredo, de certa forma, é sintetizado na capa, pois mostra a imagem de um celular e de um notebook postos no chão atrás de uma menina que corre em direção a uma folha. Com exceção da primeira página, aquelas que mostram o uso das tecnologias no cotidiano familiar têm o fundo branco. À medida que a menina passa a interagir com a natureza, as cores começam a adentrar nas páginas. Aliás, a visualidade possibilita a leitura do livro, independentemente da palavra. Título: Oi! Oi! | Autor: Matthew Cordell | Ilustrador: Matthew Cordell | Tradutora: Izabel Aleixo | Editora: Ediouro | Ano de publicação: 2013

Listas fabulosas O mote da obra Listas fabulosas, da consagrada autora Eva Furnari, são as listas, presença tão marcante no imaginário da criança e do adolescente. Grômio, o protagonista, dedica-se a elaborar listas, cada uma mais engraçada e divertida que a outra. Sua mania era tão intensa que ele funda o “Clube das Listas’, contando com sócios bastante excêntricos. As listas elaboradas pelos sócios do clube privilegiam o nonsense e o humor, além de darem ênfase especial aos jogos de linguagem, tais como “depilar perna de mesa”, “calçar sapato em pé de feijão”, “fazer massagem nas costas da cadeira”. O mundo insólito de Grômio é um convite ao exercício tanto da imaginação quanto da reflexão por parte do leitor. Título: Listas fabulosas | Autora: Eva Furnari | Ilustradora: Eva Furnari | Editora: Moderna | Ano de publicação: 2013

Cantilena água e sabão para crianças com os pés sujos Cantinela água e sabão para crianças com os pés sujos é a tradução da obra italiana escrita pelas autoras Givanna Zoboli e Maja Celija. O livro é composto por uma sucessão de fatos isolados que se articulam em torno de um único tema: o banho. Os acontecimentos apresentados indicam uma sequência de ações relacionadas à limpeza de objetos, animais e pessoas, possibilitando a ligação entre as cenas, mesmo que estas não estejam acontecendo ao mesmo tempo e no mesmo espaço. O ritmo da narrativa, proporcionado pelas rimas das palavras que se encontram ao final de cada verso também contribuem para viabilizar a conexão entre as cenas. É uma verdadeira cantilena contagiante que convida os leitores a mergulharem numa refrescante aventura. Título: Cantilena água e sabão para crianças com os pés sujos | Autoras: Givanna Zoboli e Maja Celija | Tradutora: Isabella Marcatti | Editora: Pequena Zahar | Ano de publicação: 2013

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Sonhando Santos Dumont Narra-se, por meio de versos predominantemente livres, a história de Alberto Santos Dumont, célebre aeronauta e inventor brasileiro, cognominado “o pai da aviação”, por ter construído e posto a voar os primeiros protótipos do que posteriormente viriam a ser os aviões. A narração poética aborda, de maneira linear, a vida de Santos Dumont, desde o desejo infantil de voar, ainda menino; passando pelos estudos em Paris; à construção do 14-Bis; o voo sobre a Cidade-Luz, em julho de 1906; até a volta ao Brasil, onde falece, em 1932. A obra destaca o gênio criativo de Santos Dumont, chamando a atenção para invenções atribuídas a ele, tais como o relógio de pulso e a construção algo bizarra de uma casa em Petrópolis, a Casa Encantada, que possuía uma escada em que cada degrau devia comportar um único pé. Título: Sonhando Santos Dumont | Autor: Sylvia Orthof | Ilustradora: Rosana Urbes | Editora: Jardim dos Livros | Ano de publicação: 2013

Quando meu gato era pequeno A obra Quando meu gato era pequeno, do escritor e ilustrador francês Gilles Bachelet, apresenta situações absurdas, com extremo bom humor, quebrando as expectativas do leitor e divertindo crianças de todas as idades. A quebra de expectativas começa pelo fato de que o personagem principal (do título), o gato de estimação do narrador, é, na verdade, um enorme elefante. Esse animal apronta travessuras e se comporta como todo animalzinho doméstico, assemelhando-se também a uma criança: capaz de sentir ciúmes, de se meter em encrencas e fazer de tudo para garantir seu lugar na casa. Título: Quando meu gato era pequeno | Autor: Gilles Bachelet | Ilustrador: Gilles Bachelet | Editora: Estação Liberdade | Ano de publicação: 2013

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Kit escolar 2015 SEGUNDO CICLO


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A menina que contava A obra apresenta como protagonista Alga, uma menina que se diferencia das demais crianças pelo gosto obsessivo pelos números. Além de reconhecer números em toda parte, gosta ainda de fazer as mais diversas contas: quantos centímetros cresceu, quanto tempo demoraria em ser socorrida de um tombo que levou... A obra se expressa também por meio de termos conotativos, como: “A soma de dois números inteiros é sempre menor que um segredo guardado a sete chaves”; “Ela tropeçou nos números que levava em sua cabeça”. A natureza estética da obra se faz sentir também no uso polissêmico do verbo contar: “Esticou mais 70 centímetros e quando completou 20 anos conheceu um rapaz que também contava. Só que contava histórias”. A obra explora potencialidades narrativas e poéticas da linguagem literária, apresentando ilustrações bonitas, criativas, assumindo função representativa e expressiva. Título: A menina que contava | Autor: Fábio Monteiro | Ilustrador: André Neves | Editora: Paulinas | Ano de publicação: 2013

No oco da avelã No oco da avelã, de Muriel Mingau, narra a história de um menino que enfrenta o problema da mãe doente que está na iminência de morrer. Na busca por recursos para salvá-la, acaba encontrando a própria Morte, à beira da praia, que seguia em direção à sua casa. O garoto toma a sua foice, quebra-a em uma pedra, bate com o cabo na Morte até fazê-la minúscula e aprisioná-la em uma casca de avelã. Todo o enredo, então, movimenta-se a partir daí, ou seja, das consequências causadas pela ausência da morte: a vida se torna insustentável, já que nenhum ser vivo morre mais e, portanto, não pode completar seu ciclo de vida. A obra proporciona um alto valor reflexivo sobre a temática da morte, inclusive para o leitor iniciante. Título: No oco da avelã | Autora: Muriel Mingau | Ilustradora: Carmen Segovia | Tradutora: Chantal Castelli | Editora: Edições SM | Ano de publicação: 2013

Jabuti sabido e macaco metido A obra apresenta um texto leve e divertido, mostrando que nem sempre a “propaganda é a alma do negócio”. Num concurso de esperteza, o leitor acompanha o desempenho dos bichos, até a disputa final entre o discreto jabuti, que não fazia alarde de sua inteligência; e o macaco, que mais falava do que fazia. A história começa quando os animais da mata decidem realizar um concurso para descobrir qual bicho era o mais esperto e chamam o Curumim para ser o juiz. Todos os bichos, com exceção do Jabuti, não poupam argumentos para dizer qual é sua esperteza. Como desafio, o indiozinho propôs uma charada e quem acertasse levaria o grande prêmio – as frutas mais maduras e suculentas. Quem será que levou a melhor? O leitor vai se surpreender com o final da história e descobrir o que é ser esperto de verdade. Título: Jabuti sabido e macaco metido | Autora: Ana Maria Machado | Ilustrador: Raul Gastão | Editora: Objetiva | Ano de publicação: 2011

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Segundo Ciclo

Boule & Bill: meu melhor amigo Inserida na coleção “Quadrinho para Todos”, da Editora Nemo, esta HQ traz, nas histórias de apenas uma página, situações engraçadas, capazes de divertir bastante os leitores. Em Boule & Bill: meu melhor amigo, as histórias são curtas e reportam pequenas aventuras vividas pelo cachorrinho Bill e o garotinho Boule. Cheios de ideias mirabolantes e brincadeiras muito divertidas, esta dupla inseparável ainda conta com os pais e alguns colegas do jovem Boule, sua namorada Caroline, os fiéis companheiros de quatro patas de Bill e até um ladrão muito bonzinho. Fundamentais para a construção da trama e para chamar a atenção do leitor, os personagens ampliam por si os horizontes de possibilidades de significação desta narrativa. A variedade de gestos, as mudanças de posição e as simulações de movimento prendem a atenção das crianças e garantem uma leitura agradável e muito divertida. Título: Boule & Bill: meu melhor amigo | Autor: Verron Roba | Ilustrador: Verron Roba | Tradutor: Fernando Scheibe | Editora: Nemo | Ano de publicação: 2013

Uma velhinha de óculos, chinelos e vestido azul de bolinhas brancas Uma simpática velhinha ocupa toda a capa do livro, revelando as características que dão nome ao título da obra. Seis amigos estão sentados na calçada. No portão de uma casa, do outro lado da rua, aparece uma velhinha de óculos, chinelos e vestido azul de bolinhas brancas. Os amigos começam a conversar. Cada um diz o que pensa e surgem seis opiniões diferentes a respeito da mesma vizinha. Contada com graça e bom humor, com ilustrações simples e em harmonia com o texto verbal, as várias versões criadas para identificar a personagem divertem e encantam: dona de casa, professora de ginástica, artista de teatro, escritora... Narrada em estrutura simples, mas sem perder a qualidade literária, a obra tem potencial para cativar o leitor criança. Título: Autor: Ricardo Azevedo | Ilustrador: Ricardo Azevedo | Editora: Editora Reviravolta | Ano de publicação: 2013

Anete, nariz de chiclete A obra narra a história de uma menina que é alvo de zombaria de seus colegas de escola. O apelido que dá título à obra se justifica porque a menina costumava fazer bolas, que estouravam em seu nariz. A partir daí, desenvolve-se um elemento da ordem do fantástico: um passarinho pousa em uma das bolas de chiclete, faz ali um ninho e, mais do que isso, carrega a menina para voar pelas cidades, mares e entorno. O tema sustenta-se no convite à imaginação e à fantasia, por meio de uma situação inusitada e criada por algo que, a princípio, incomodava a menina. A construção da narrativa, portanto, está imersa em um contexto de fantasia, evocando elementos visuais ricos e significativos que, de algum modo, convidam o leitor a imaginar situações de identificação com seu próprio mundo. As imagens mesclam elementos de desenho e de colagem de fotografias, assumindo um caráter singular, ao se assemelharem a ilustrações de livros antigos. Título: Anete, nariz de chiclete | Autora: Ronize Aline | Ilustradora: Bruna Assis Brasil | Editora: Escrita Fina | Ano de publicação: 2013

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A nova vovó A obra tem como protagonistas Fini, uma menina pequena mas bastante madura, atenta à progressão da doença de Alzheimer na avó, mostrando-se sensível e compreensiva diante das mudanças apresentadas no seu comportamento. A narrativa é feita em primeira pessoa, pela criança, que sublinha um “antes” – em que havia uma forte ligação de afeto entre avó e neta – e um “depois” – em que, face às mudanças decorrentes da doença, tal ligação precisa ser modificada, mantendo-se o afeto e o amor. Fini, ao observar a cuidadora prestando assistência à avó, reclama algumas tarefas para si, como dar de comer e lhe pentear os cabelos. Isso é significativo, já que, no início da história, a “velha vovó” implicava com os penteados que Fini fazia em si mesma. A obra posiciona a personagem a partir de atos solidários ou interessados em entender o que se passa com a avó, mostrando aos pequenos leitores como eles podem participar no cuidado dos avós doentes. Título: A nova vovó | Autora: Elisabeth Steinkellner | Ilustrador: Michael Roher | Tradutor: Marcelo Backers | Editora: Galerinha Record | Ano de publicação: 2013

O lobisomem que quase morreu de medo Nesta obra do conhecido escritor mineiro, Ronaldo Simões Coelho, narra-se a história de um pequeno lobisomem, personagem principal, que não sabia da existência de “gente”, até se deparar com dois meninos e quase morrer de susto. Volta para casa e conta sua descoberta para a família. À sua volta, juntaram vários lobisomens (“Lobivelho, Lobiadulto, lobijovem, lobimenino, lobimenina e lobicriança), que não acreditam naquilo que ele estava contando e vão todos juntos conferir. Quando chegam ao local e veem humanos, é um susto geral. O texto apresenta linguagem clara e adequada ao público leitor, com uso de recursos expressivos como metáforas, personificações e comparações, além de algumas passagens que tangenciam observações metalinguísticas. O projeto gráfico-editorial é coerente com a proposta do texto, com belas ilustrações, promovendo a inserção do leitor criança no mundo da fantasia. Título: O lobisomem que quase morreu de medo | Autor: Ronaldo Simões Coelho | Ilustrador: Warley Assis | Editora: Baobá | Ano de publicação: 2013

Tua mão na minha A obra Tua mão na minha apresenta uma narrativa que gira em torno de Dúnia, uma menina esperta e cheia de imaginação. Todos os dias, ao buscar água no poço para sua mãe, a menina cria as mais diversas histórias, seja sobre as plantas, os animais ou até mesmo os galhos que encontra pelo caminho. A narrativa é conduzida de forma leve e alegre, até que surge a dor. Por meio da morte da mãe de Dúnia e de seus questionamentos, na tentativa de entender o acontecimento, ocorre uma mudança de ritmo no texto, que se torna denso. A menina deixa de ir ao poço, uma das coisas de que ela mais gostava de fazer, e o mundo de faz de conta criado por ela também deixa de existir por um tempo. Assim, a obra trata, de forma bastante delicada, a temática da morte, com linguagem e explicações adequadas ao público infantil, além de um investimento significativo na qualidade visual. Título: Tua mão na minha | Autora: Eloí Bocheco | Ilustrador: Walther Moreira Santos | Editora: Habilis | Ano de publicação: 2012

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Segundo Ciclo

Quadrinhas para miúdos A obra Quadrinhas para miúdos é composta de quadras rimadas nas quais o autor apresenta, no seu fazer poético, vocábulos falados em Portugal e provavelmente desconhecidos pela maioria dos leitores brasileiros, embora supostamente falantes da mesma língua. Os versos apresentam ludicidade, lembrando o estilo das quadrinhas tradicionais e mesmo de adivinhas, instigando os leitores a tentar “descobrir” o significado das palavras em questão. As ilustrações apresentam a escrita das palavras-chave, grafadas em fontes diversas no decorrer da obra, como mais um elemento que facilita o entendimento dos vocábulos, pois aparecem impressas na ilustração do próprio objeto em questão ou como parte do contexto. As ilustrações têm papel fundamental para a compreensão do significado e do contexto das palavras apresentadas, aliando qualidade estética à composição. Elas assumem a função representativa e são pertinentes a situações do cotidiano em Portugal. Título: Quadrinhas para miúdos | Autor: José Santos | Ilustrador: Bruna Assis Brasil | Editora: Quinteto Editorial | Ano de publicação: 2013

Xarope de Cores Neste livro para crianças, o destaque são as ilustrações e as cores usadas, que sustentam a história verbal narrada. A abordagem, no início, refere-se a um sentimento coletivo, como se a falta de cores deixasse todos desanimados e tristonhos: “Quando o céu chora, / o coração pode ficar apertado... / parece que o cinza vai entrando / E nos deixa / com jeito / desanimado, / quase tristonho...”. Mas esse sentimento, que aparece nas expressões de uma menina, transforma-se quando ela vai em busca das cores do arco-íris. Na sequência, somente as cores têm destaque nas ilustrações, com textos que são receitas para se conseguir o melhor de cada cor. O texto verbal apresenta qualidade literária, ao apresentar a receita para se conseguir cada cor; o texto é poético, quando mostra diferentes nuances das cores e o que elas podem significar. Há, na obra, uma abertura para o leitor continuar imaginando que outros ingredientes ele colocaria nessa receita. Título: Xarope de Cores | Autor: Anna Göbel | Ilustrador: Anna Göbel | Editora: Compor | Ano de publicação: 2012

Dois passarinhos Na obra Dois passarinhos, a narrativa é apresentada por meio de imagens, permitindo a construção de sentidos que extrapolam o que é visualizado pelo leitor. A nitidez do que se pode chamar de enredo da narrativa está evidenciada pela escolha de se apresentar as imagens em duas páginas, compondo cenas abertas e panorâmicas em uma única perspectiva. Entre as duas páginas encontra-se uma árvore dividida ao meio e em cada um dos seus lados mora um passarinho. Eles começam a competir para ver qual deles consegue acumular mais coisas nos galhos onde vivem. Até que o excesso de objetos faz com que os galhos se quebrem e os dois passarinhos acabam sem nada. A liberdade que o autor dá ao leitor para que cada um construa sua narrativa leva a refletir sobre sua realidade, sobre si mesmo e sobre o outro. Por ser de qualidade e por suscitar reflexões sobre o consumismo, esta obra pode ampliar as referências estéticas, culturais e éticas da criança. Títulos: Dois passarinhos | Autor: Dipacho | Ilustrador: Dipacho | Editora: Edições Jogo de Amarelinha | Ano de publicação: 2013

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Literatura em casa e na escola - Acervos Literários do Kit Escolar 2015

No escuro: sete histórias tenebrosas de bruxas As sete histórias que compõem o volume têm como protagonista uma personagem bastante popular no imaginário infantojuvenil: a bruxa. Começando sempre por uma espécie de estribilho, “Na noite mais escura do ano/ na hora mais escura da noite”, estas pequenas histórias, além de serem protagonizadas por bruxas, esqueletos e outros seres horripilantes, têm por objetivo aguçar a imaginação do leitor, levando-o a experimentar aventuras, que, ao mesmo tempo em que podem gerar algum medo, também podem provocar risadas, graças às trapalhadas e desventuras do seres imaginários que as povoam. Assim, o humor e a diversão são elementos capazes de desconstruir sentimentos negativos como o medo, que surgem frequentemente associados a este tipo de narrativa. Título: No escuro: sete histórias tenebrosas de bruxas | Autor: Ernani Ssó | Ilustrador: Eloar Guazelli | Editora: Edelbra | Ano de publicação: 2012

Ulisses Para a produção da obra Ulisses, a autora Alaíde Lisboa escolheu episódios significativos de uma das mais conhecidas histórias da literatura: Odisseia, de Homero. Esta adaptação oferece uma bagagem de conhecimentos acerca da cultura grega, tornando-se fonte de prazer estético e de conhecimento histórico. Portanto, a narrativa possibilita uma experiência significativa para o leitor, levando-o a refletir sobre elementos que fazem parte da nossa existência e que aparecem no texto como sendo fruto da intervenção dos deuses, contribuindo para a reflexão sobre a realidade, sobre si mesmo e sobre o outro. Apesar de a autora ter alterado a forma de apresentação do texto original, tornando a linguagem mais acessível ao leitor jovem, e mudado a forma como a história originalmente foi escrita (de poesia para prosa), a obra não deixou de explorar aspectos imagéticos e visuais da produção poética e elementos fantásticos da ficção. Título: Ulisses | Autora: Alaíde Lisboa | Ilustrações: Juliana Bollini | Editora: Peirópolis | Ano de publicação: 2013

Os fantásticos livros voadores de Modesto Máximo A obra apresenta a história de Modesto Máximo, um homem que amava as palavras, os livros, as bibliotecas. Desde pequeno, o menino protagonista sente o fascínio pela sabedoria e pela memória acumulada nas bibliotecas, espaços que, para ele, eram a expressão de épocas e gentes distintas, verdadeiros museus que ele tenta ativar e revigorar, unicamente por amor ao saber. Juntamente à experiência da leitura, tem-se a experiência da escrita. Nesse caminho de mão dupla, Modesto passa, feliz, os dias. Trata-se de uma bela e elegante alegoria sobre o amor à leitura e à escrita. O enredo propicia ao leitor a oportunidade de refletir criticamente sobre o papel da leitura e da escrita, em um mundo atemporal e magnífico como o que se encerra em uma biblioteca. Título: Os fantásticos livros voadores de Modesto Máximo | Autor: William Joyce | Ilustrador: Wiliam Joyce | Tradutora: Elvira Vigna | Editora: Rocco Pequenos Leitores | Ano de publicação: 2012

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Segundo Ciclo

Animais Na fértil imaginação de Arnaldo Antunes e Zaba Moreau, cria-se um zoo secreto e mágico, a partir da fusão de animais distintos. Assim nasce o papagalo, a leonça, a jabutirica, o porcodilo, o cangorila, dentre muitos outros. Trata-se de ver o zoológico como um mundo em que tudo pode se transformar em outra coisa, em obediência ao clássico princípio narrativo da metamorfose. Os recursos expressivos da língua também são valorizados por meio dos jogos de linguagem que ressaltam a natureza de bichos como a maripousa, a tartarruga, o cãodela, o percebeijo, a giralta. O duplo sentido das palavras é explorado a cada página, levando o leitor a explorar as potencialidades lúdicas da língua e da linguagem. A combinação palavra/imagem, capaz de gerar o nonsense e o humor, é o ponto alto do livro. Título: Animais | Autor: Arnaldo Antunes e Zaba Moreau | Ilustrador: Grupo Xiloceasa | Editora: 34 | Ano de publicação: 2013

Os três porquinhos Os três porquinhos é a adaptação de uma fábula para um texto teatral. Portanto, o plano da estrutura da narrativa apresenta as rubricas próprias deste gênero, que são utilizadas para a orientação da encenação. A obra explora os aspectos estruturais, como a apresentação das vozes das personagens; as indicações sobre a composição da cena – onde e como deve estar cada personagem, o que eles fazem, o seu estado de humor, etc. A comicidade, característica adequada para um teatro infantil, é bem explorada na peça. As situações propostas pelo enredo como, por exemplo, as descrições das cenas, sugerem gestos ou diálogos engraçados. A obra extrapola bastante a história tradicional. Ao longo do texto, aparecem algumas letras de músicas que promovem a interação lúdica com as cantigas folclóricas e exploraram os aspectos melódicos e imagéticos desse tipo de produção. Título: Os três porquinhos | Autoras: Alexandra Golik e Carla Candiotto | Ilustradora: Anabella López | Editora: Panda Books | Ano de publicação: 2013

Mundo pra que te quero O tempo é o grande personagem da obra Mundo pra que te quero, na qual se narra a história de uma menina que desejava ardentemente crescer, tornar-se adulta. Para realizar seu sonho, sai à procura do mundo, já que ela acreditava que somente ele poderia ajudá-la a antecipar certas etapas do crescimento humano. Nesta jornada, a garota se encontra com o sol, conversa com as árvores, diverte-se com as borboletas, dialoga com o rio. Todos estes elementos da natureza sabiamente a aconselham a esperar, naturalmente, a passagem do tempo, sem se preocupar em acelerá-lo na tentativa de “queimar” etapas do desenvolvimento. Trata-se de uma alegoria sobre os anseios do seres humanos em sua relação conflituosa com o tempo. Ao final, a menina aprende que esperar é a melhor forma de crescer, pois há um tempo adequado para se cumprir cada etapa da existência. Título: Mundo pra que te quero | Autora: Salizete Freire Soares | Ilustrador: André Neves | Editora: Paulinas | Ano de publicação: 2011

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Literatura em casa e na escola - Acervos Literários do Kit Escolar 2015

Máquinas do tempo Durante uma conversa entre avô e neto, as diferenças entre o uso das novas tecnologias e das máquinas antigas vêm à tona e mostram que o moderno e o antigo não se anulam, se complementam. O texto se inicia com o neto utilizando um computador para fazer o trabalho da escola e o avô se oferecendo para ajudá-lo. Logo o menino descarta a assistência, alegando que “o avô não entende nada de computador”. Este, por sua vez, insiste em colaborar e oferece uma máquina de escrever antiga para auxiliá-lo. O garoto desconsidera o objeto, dizendo que o seu computador é mais rápido, tem mais recursos e dá para fazer várias coisas ao mesmo tempo, até que a energia elétrica acaba. Não havendo outra solução, precisa usar todos os recursos antiquados oferecidos pelo avô, como a lamparina para iluminar, a vitrola para ouvir música e a máquina de escrever para terminar seu trabalho. Assim, avô e neto puderam trabalhar juntos. Título: Máquinas do tempo | Autor: Romont Willy | Ilustrador: Romont Willy | Editora: Callis | Ano de publicação: 2013

Mil e uma estrelas Mil e uma estrelas é uma narrativa curta, repleta de metáforas, sobre sonhos e histórias, medo e coragem, na figura da menina que “todas as noites contava estrelas e sonhava”. Diante do desaparecimento das estrelas, a história é orientada pelas ações da personagem e revela o protagonismo infantil: é a criança quem resolve seus próprios conflitos. A caracterização das personagens, a menina e o ogro, com seus medos e coragens, permite a identificação da criança com a obra, associando-a a múltiplas representações. Um exemplo é o estilo da ilustração, que se refere à cultura afro-brasileira, e a alusão a outra obra literária: As mil e uma noites. As ilustrações exploram ao máximo as possibilidades de produção de sentido, fazendo referência a animais de nossa cultura, como o tatu, o micoleão-dourado, o jabuti, o jacaré, bem como espaços regionais. Ou seja, o ogro da narrativa vive em espaço brasileiro. Tais elementos aproximam a criança do texto verbal. Título: Mil e uma estrelas | Autora: Marilda Castanha | Ilustradora: Marilda Castanha | Editora: Edições SM | Ano de publicação: 2011

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Kit escolar 2015 TERCEIRO CICLO


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Lição das Horas A obra contém quarenta e seis haicais, forma poética de origem japonesa que se caracteriza pela concisão e pela brevidade. O foco principal dos poemas é a natureza e seus processos de transição entre uma estação e outra; há também aqueles que se caracterizam por explorar a temática metalinguística, num esforço de compreensão do ato poético e do ato de escrita do poema. A brevidade da existência de seres e coisas é outra questão bastante desenvolvida nos textos. O projeto gráfico, delicado e condizente com a matéria dos poemas, é um dado a ser destacado, já que harmoniza-se, de maneira plena, com o propósito do livro, de ser também um objeto estético e visual. Título: Lição das Horas | Autor: Angela Leite de Souza | Ilustrador: Luiza Pessoa | Editora: Miguilim | Ano de publicação: 2013

Viagem numa peneira A obra reúne textos diversos (canções, limeriques e poemas) do poeta inglês Edward Lear, organizados e traduzidos pela estudiosa da obra do autor, Dirce Waltrick do Amarante. A tradutora também assina um texto introdutório sobre a obra de Lear, intitulado “Literatura nonsense: só para crianças?”, que oferece subsídios para uma mediação da leitura desses textos com os estudantes do 3º ciclo. Todos os textos são acompanhados das ilustrações do próprio poeta. Os poemas de Lear brincam com a linguagem, levando-a ao máximo de ludismo e, consequentemente, instigando intensamente o imaginário do leitor. O humor desconcertante e excêntrico permite ao leitor experimentar jogos verbais inusitados e surpreendentes. A obra propicia uma experiência significativa de leitura literária, permitindo ao leitor conhecer a produção do autor que inaugurou o nonsense. Título: Viagem numa peneira | Autor: Edward Lear | Ilustrador: Edward Lear | Tradutor: Dirce Waltrick do Amarante | Editora: Iluminuras | Ano de publicação: 2011

Antes de virar gigante e outras histórias A obra é uma coletânea de crônicas e poemas, cujos enredos estão vinculados a vivências e experiências da autora e têm sua infância como pano de fundo. Com graça e destreza, Marina Colasanti faz surgir uma zebra misteriosa bem no meio da sala; inventa uma moça que usa lãs coloridas para tecer a própria vida; cria um vampiro banguela e uma bota que pode, sozinha, decidir uma importante batalha; construindo um mundo fantástico que convida à imaginação. A obra se desenvolve de modo harmonioso com o projeto gráfico-editorial, permitindo ao jovem leitor uma leitura fluente, favorecida pela impressão dos contos e pela forma física da sua apresentação. A escrita, de certo modo biográfica, contribui para o encontro do jovem leitor com a rica e instigante produção dessa importante escritora brasileira. Título: Antes de virar gigante e outras histórias | Autora: Marina Colasanti | Ilustradora: Marina Colasanti | Editora: Ática | Ano de publicação: 2010

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Terceiro Ciclo

A narradora das Neves: uma aventura no país Inuit A Narradora das Neves é uma delicada HQ que narra a história da pequena Buniq, uma esquimó muito curiosa, que busca um lugar em sua comunidade e precisa achar uma maneira de impedir que seu adorado avô, Ukioq, abandone tudo por se sentir velho e inútil. Ao ouvir as aventuras de um contador de histórias que chega a sua aldeia, decide desbravar o “país dos homens”, como seu povo chama a região, para se tornar uma “narradora”, cujo importante papel é contar histórias e entreter os moradores das aldeias. Para empreender essa viagem de aprendizado, Buniq convence seu avô Ukioq e seu amigo Taq, um jovem caçador, a seguirem com ela. A jornada é repleta de exemplos de amizade, amor, escolhas e descobertas. A história dos laços entre Buniq e seu avô, além de seu relacionamento com o valente Taq, são bem construídas, cativantes e comoventes, além de oferecerem ao leitor detalhes sobre a mitologia, os hábitos e as tradições da cultura esquimó. Título: A narradora das neves: uma aventura no país Inuit | Autores: Béka & Marko | Tradutor: Fernando Scheibe | Editora: Nemo | Ano de publicação:2013

Limite Com ilustrações em preto e branco, Limite é um livro de imagens que traz como personagem principal o esboço de um homem que se encontra retido no limite de um quadrado ou da própria página – isso dependerá do modo de ver de cada um. Os leitores podem entender a narrativa do jeito que imaginarem, inserindo, nas imagens lidas, suas crenças, sua cultura, as coisas em que acreditam. As imagens apresentadas ao longo da obra propõem uma reflexão sobre os limites impostos e muitas vezes não percebidos. Ao mesmo tempo garantem a diversão, por meio das cenas nas quais o personagem cria os mais inusitados planos em busca da saída, da liberdade. Com irreverência, o autor dá o tom de comicidade às ilustrações mostrando seu personagem em apuros ao procurar algumas saídas que nem sempre são definitivas, assim como acontece na realidade. Título: Limite | Autor: Juarez Machado | Ilustrador: Juarez Machado | Editora: Ediouro | Ano de publicação: 2013

Poesia d´água A partir da exploração do vasto campo semântico ligado à água, a premiada escritora brasileira Sylvia Orthof constrói 14 poemas que se articulam em torno de imagens tais como: nuvens, mar, chuva, lágrimas, caravelas, barcos, navios, orvalho e choro. Os trocadilhos e jogos de palavras ligados à temática da água são forte elemento expressivo presente na grande maioria dos poemas. Ilustração e texto verbal equilibram-se de maneira harmoniosa, constituindo um todo orgânico e indissociável. A presença de uma linguagem lúdica, com ênfase nos neologismos, é um convite ao jogo e ao divertimento, como em “Eu chovo, eu chovo e chovo. / E erro todo este verbo”. Título: Poesia d´água | Autor: Sylvia Orthof | Ilustrador: Sylvia Orthof | Editora: Rovelle | Ano de publicação: 2013

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A extraordinária jornada de Edward Tulane Edward Tulane era um lindo coelho de porcelana, alto, com olhos pintados numa cor azul penetrante. Era um brinquedo satisfeito com sua vida, principalmente com sua dona, uma menina de dez anos chamada Abilene Tulanes. O cotidiano dos dois segue tranquilo até que a família Tulane decide fazer uma viagem pelo mar e leva Edward junto. O que ele não esperava era que acabaria caindo nas profundezas do oceano e viveria, a partir desse momento, uma incrível jornada. No primeiro momento em que se sente perdido, começa a mudar o seu modo de encarar a vida. Acontecem, então, várias mudanças físicas e emocionais na vida do brinquedo, que, entre encontros e reencontros, conhece o verdadeiro sentido do amor. Uma história mágica, que mostra a humanização do ser inanimado, de maneira bastante criativa. Título: A extraordinária jornada de Edward Tulane | Autora: Kate DiCamillo | Ilustrador: Bagram Ibatoulline | Tradutora: Luzia Aparecida dos Santos | Editora: Martins Fontes | Ano de publicação: 2011

Bivar: em busca de um animal que nunca existiu Bivar: em busca de um animal que nunca existiu apresenta um texto que está a meio caminho entre a história em quadrinhos e a narrativa ficcional propriamente dita. As ilustrações, grandes e coloridas, ocupam boa parte da página, fazendo com que o texto escrito atue quase como uma legenda dos desenhos. A trama narrativa enfoca a busca – sempre fracassada – por um animal mitológico, pré-histórico, a criatura que dá título ao livro. Com intensa utilização do nonsense e do humor, notadamente expresso nos nomes das personagens, a obra pode despertar o interesse do jovem leitor devido à temática que explora a aventura, a ação e o suspense, tudo isso engendrado pela existência de um mundo onírico insólito e perturbador. Título: Bivar: em busca de um animal que nunca existiu | Autor: Fernando Duval | Ilustrador: Fernando Duval | Editora: Projeto | Ano de publicação: 2013

Aos 7 e aos 40 A obra Aos 7 e aos 40, primeiro romance do escritor paulista João Anzanello Carrascoza, é uma pungente narrativa, estruturada em doze capítulos simétricos. Sob a forma de um monólogo interior, expõe-se a experiência de um homem, em diferentes etapas da vida: a infância (os 7 anos) e a maturidade (os 40 anos). Os tempos narrativos são distintos (passado e presente), mas acabam por se sobrepor. Como a narrativa não é linear, misturam-se, em capítulos alternados, a perspectiva da criança e a do adulto, agora pai de um garoto que beira os 7 anos. Trata-se de um belo relato sobre a experiência do tempo, que envolve tanto ganhos quanto perdas, sendo que o saldo de tudo é, na maioria das vezes, positivo. Título: Aos 7 e aos 40 | Autor: João Anzanello Carrascoza | Editora: Cosac & Naify | Ano de publicação: 2013

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Terceiro Ciclo

Duas vezes na floresta escura Susana, uma garota que se muda de Porto Alegre para uma erma cidadezinha do interior, é a protagonista dessa narrativa, cujo enredo envolve aventura, mistério e crime, dosados em uma bem estruturada narração. A intriga aproveita elementos do romance policial, em que um crime é cometido e se têm alguns suspeitos. Cabe aos amigos de escola da protagonista – que atuam como detetives – a solução do enigma envolvendo o assassinato de um dos colegas de turma de Susana. Trata-se de obra que prende a atenção do leitor, pois, além de estar escrita em linguagem ágil, frequentemente poética e bastante sedutora, ainda o convida a participar da caçada ao criminoso, ponto central da trama. Título: Duas vezes na floresta escura | Autor: Caio Riter | Editora: Gaivota | Ano de publicação: 2014

Marcéu De maneira poética, a narrativa apresenta o relacionamento entre dois irmãos, suas ações e vivências, destacando a interação com a natureza. A história convida à sensibilidade, a uma maior percepção dos sons, dos movimentos e dos sinais que a natureza diariamente nos dá. Marcéu é um conto que, desde a capa, explora o imagético e faz associação entre imagens e texto. Cores se fundindo, atreladas ao título do livro, dão a possibilidade de relacionar o nome da obra à ilustração formada pela fusão dessas cores (Marcéu – mar / céu). O tema remete a experiências comuns a crianças e adultos, tais como o contato com a natureza e a dor da perda. Ao remeter à inocência da infância e à beleza do mundo, visto pelos olhos de uma criança, o livro se aproxima do leitor, tornando a experiência de explorá-lo significativa, convidando ao prazer e ao resgate de memórias, de lembranças e de sentimentos vividos. Título: Marcéu | Autor: Marcos Bagno | Editora: Positivo | Ano de publicação: 2013

O mágico de Oz Esta edição do conhecido clássico infantil é eficaz em manter os aspectos centrais da narrativa original: traz a história repleta de aventuras fantásticas de Dorothy, uma garota que quer retornar para casa, em uma fazenda no Kansas, após ter sido levada para longe por um ciclone. Para isso, precisa pedir a ajuda do Mágico de Oz. No caminho em busca do mago, Dorothy encontra um Espantalho que quer ter um cérebro, um Homem de Lata que quer ter um coração e um Leão covarde que quer ter coragem. Os quatro viajam juntos, em busca da realização dos seus desejos. As imagens, bastante estilizadas, têm um traço elaborado e, por vezes, exploram diferentes materiais, como se pode observar, por exemplo, na ilustração do homem de lata, que se encontra num espaço ilustrado por tronco de árvore, folhas e gramíneas naturais. O estilo e o colorido diluído conferem expressividade às imagens, colocando-as em diálogo com o texto. Título: O mágico de Oz | Autor: L. Frank Baum | Ilustradora: Ana Raquel | Tradutor: Tiago Novaes Lima | Editora: Tordesilhas | Ano de publicação: 2013

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Dom Raposo é fogo! Dom Raposo é fogo!, de Paulo Mendes Campos, é um texto baseado na obra folclórica Le Roman de Renart, cujo personagem Dom Raposo e suas artimanhas são o tema principal. Ricamente ilustrado em cores, o livro é apresentado em capítulos que encadeiam a narrativa, com linguagem acessível ao leitor dos anos finais do Ensino Fundamental. A trama, envolvendo o protagonista e suas artimanhas para enganar quase todos que o cercam, apresenta qualidade literária e explora de forma consistente os recursos expressivos da narrativa. O leitor é mobilizado para a leitura, tanto pela abordagem irônica e divertida da temática, quanto pelo projeto visual do livro. Título: Dom Raposo é fogo! | Autor: Paulo Mendes Campos | Ilustrador: Marcelo Ribeiro | Editora: Gol | Ano de publicação: 2012

Konrad, o menino da lata Konrad, o menino da lata é uma clara crítica à sociedade de consumo. A autora Christine Nöstlinger, ganhadora de vários prêmios, insere no contexto da sua obra a pergunta: e que tal se pudéssemos comprar nossos filhos em lata? Eles viriam já programados de fábrica, prontos para nos obedecerem, não darem trabalho e assim serem crianças perfeitas? Além dessas reflexões, a narrativa apresenta um humor criativo ao tratar de temas como as relações familiares, amizades, sensações e sentimentos próprios dos seres humanos. As imagens se relacionam com o texto, ampliando seus sentidos. Os traços simples contrastam com a variada paleta de cores, causando um resultado artístico de bom gosto. Título: Konrad, o menino da lata | Autora: Christine Nöstlinger | Ilustradora: Annette | Swoboda | Tradutora: Karina Jannini | Editora: Biruta | Ano de publicação: 2013

História de dois amores O poeta Carlos Drummond de Andrade dispensa comentários. Essa sua História de dois Amores conta com belíssimas ilustrações de Ziraldo, abordando um tema tão caro: a amizade. No caso, o amor entre Pul, o pulgo; e Osbó, o elefante. Juntos eles viajam, enfrentam guerras, riem e choram – amadurecem, enfim, e encontram o amor. O livro reúne reflexões profundas, mas divertidas, sobre o que na maioria das vezes encerra forte carga emocional para qualquer pessoa, com ilustrações bem humoradas e em plena harmonia com o texto. O investimento na linguagem propicia ao leitor uma experiência significativa com os usos literários da língua. O texto contribui para suscitar no jovem a reflexão sobre a realidade, sobre si mesmo e sobre o outro. Título: História de dois amores | Autor: Carlos Drummond de Andrade | Ilustrador: Ziraldo| Editora: Companhia das Letrinhas | Ano de publicação: 2013

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Terceiro Ciclo

Isca de pássaro é peixe na gaiola Formada por um conjunto de poemas do escritor Antônio Barreto, a obra foi uma das vencedoras do 1º Prêmio Nacional Henriqueta Lisboa de Literatura Infantojuvenil, da secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais, em 1987, agora reeditada com novo projeto gráfico e belas ilustrações em preto e branco. A obra apresenta um eu lírico em poemas interligados, ricos e sugestivos, de grande qualidade estética. O livro é uma homenagem a outra importante obra da literatura infantil, O Peixe e os pássaros, de Bartolomeu Campos de Queirós. Referindo-se ao autor como “seu amigo e mestre”, Bartolomeu assim descreve seu encontro com a obra de Barreto: “Através das páginas repletas de magia poética daquele livro em preto e branco (nem precisava ser colorido) pude perceber que a liberdade era algo que a gente podia conquistar a todo minuto, a hora que quisesse: bastava sonhar, pois o sonho podia levar ao devaneio, o devaneio à poesia, e a poesia à liberdade de escolher”. Título: Isca de pássaro é peixe na gaiola | Autor: Antonio Barreto | Ilustrador: Maurizio Manzo | Editora: Miguilim | Ano de publicação: 2013

Amores em pré-estreia Amores em pré-estreia é destinada especificamente para os leitores jovens. Nessa obra, são apresentadas as descobertas que o amor apronta em sua “pré-estreia”. A autora retrata, nos seus poemas, temas e aspectos atraentes para o jovem leitor: desafios, emoção, o conhecimento de si mesmo e do outro. Na linguagem poética empregada, predomina o valor conotativo das palavras que passam a significar aquilo que os sons, os ritmos, as inversões sintáticas entre outros elementos sugerem. O jovem leitor poderá identificar-se com a obra, pois é possível encontrar nas poesias que a compõe a representação da juventude em suas aspirações, suas emoções e sua relação com a sociedade. A linguagem poética permite um mergulho na subjetividade. Todas essas características dos poemas dessa coletânea, como a estrutura, a linguagem e a temática poderão aproximar o leitor jovem do texto lido. Título: Amores em pré-estreia | Autora: Neusa Sorrenti | Ilustrações: Mirella Spinelli | Editora: RHJ | Ano de publicação: 2012

O cachorrinho Samba Samba era ainda filhote quando recebeu um lar. Até que um dia ele vê a porta de saída aberta. Samba nunca havia fugido, mas desta vez resolve dar uma voltinha. De repente, ele percebeu que não sabe o caminho de volta e está perdido. É encontrado por uma família que gostava de cachorros, mas depois de um tempo ele consegue fugir. Na rua, o cachorrinho faz muitos amigos e, depois de muitas aventuras, acaba indo parar em um canil, onde seu dono o encontra. A narrativa é uma verdadeira odisseia travada por Samba e seus amigos vira-latas a fim de encontrarem a paz e o amor ao lado dos seus donos. O livro mostra situações muito próximas da realidade vivida por cães abandonados. A angústia e a agonia do pobre cachorro são transmitidas com tanta veracidade pela autora, que é impossível não sofrer a dor de Samba e seus donos. Título: O cachorrinho Samba | Autora: Maria José Dupré | Ilustradores: Cris & Jean | Editora: Ática | Ano de publicação: 2013

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Criaturas bizarras de outro planeta!: as aventuras de Calvin e Haroldo A obra Criaturas bizarras de outro planeta! é uma coletânea de tirinhas cujas personagens principais são o menino Calvin e seu tigre de pelúcia, Haroldo. Esses personagens do autor Bill Waterson são consagrados e bastante conhecidos no universo das histórias em quadrinhos. A temática das tirinhas gira em torno de situações cotidianas envolvendo a família de Calvin, suas travessuras e brincadeiras em companhia de Haroldo, sempre temperadas por uma dimensão cômica, propícia tanto para despertar a reflexão quanto o riso. A visão irônica direcionada às situações cotidianas é outro componente bastante explorado, o que contribui também para criar um tipo de humor reflexivo. Título: Criaturas bizarras de outro planeta!: as aventuras de Calvin e Haroldo | Autor: Bill Watterson | Ilustrador: Bill Waterson | Tradutora: Adriana Schwartz | Editora: Conrad do Brasil | Ano de publicação: 2011

Pera, uva ou maçã? Tendo como mote o jogo infantil homônimo ao título, os vinte e quatro poemas desta obra têm como eixo articulador uma série de brincadeiras infantis que, mesmo com as transformações tecnológicas postas em marcha pelo mundo contemporâneo, não deixam de encantar e seduzir as crianças. Os poemas encenam, com sensibilidade e qualidade estética, brinquedos, jogos e brincadeiras infantis, como a pipa, o pião e a boneca de louça; o jogo da verdade e o jogo de esconde-esconde; a brincadeira da casa na árvore e a do circo. A consagrada autora Roseana Murray apresenta as inúmeras possibilidades lúdicas e inventivas do universo infantil, levando em conta a perspectiva da criança. Título: Pera, uva ou maçã? | Autor: Roseana Murray | Ilustradora: Ana Raquel | Editora: Scipione | Ano de publicação: 2012

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Kit escolar 2015 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA


Literatura em casa e na escola - Acervos Literários do Kit Escolar 2015

Casa Aberta A obra é uma coletânea de crônicas, publicadas anteriormente no jornal Estado de Minas. Os textos incluem memórias de infância e juventude, comentários sobre o cotidiano e perfis afetivos, cujo valor para os leitores, além da qualidade literária, está ligado ao significativo papel do autor no cenário musical e cultural do país. Os textos abrem portas para vários aspectos da cultura brasileira nas últimas cinco décadas. Alguns deles relatam a iniciação poética do autor, em linguagem sensível e recorrendo a jogos intertextuais que poderão trazer ludicidade à experiência do leitor, adulto ou jovem. São escritas em linguagem clara, poética, e tratam de assuntos relevantes, como a valorização da democracia e da preservação das florestas, a importância da família e da amizade, lembranças de viagens e homenagens a personagens de nossa cultura. Organizam-se em blocos temáticos em torno de títulos de algumas das mais famosas canções cujas letras foram escritas pelo autor. Título: Casa Aberta | Autor: Fernando Brant | Ilustrador: Sebastião Nunes | Editora: Dubolsinho | Ano de publicação: 2011

Chapeuzinho de couro A obra é uma releitura do conto tradicional Chapeuzinho Vermelho, com a inserção de elementos típicos da cultura nordestina, integrando os planos do fantástico e da realidade, e tratando de questões referentes ao meio ambiente e à preservação das espécies. São várias as adaptações para o novo contexto: o carcará e a onça são os antagonistas que correspondem ao lobo; eles tramam ardis para capturar a menina e sua mascote, a cabritinha Manchinha. As falas das personagens são adaptadas às variáveis dialetais: “Oxente, mas que menina mais abestalhada das ideias!”. No desfecho, a fala dos cientistas que salvam a menina e a avó das garras da malvada onça, atingindo-a com um dardo tranquilizante, contrariam, em parte, a ética maniqueísta própria dos gêneros conto de fadas e fábulas, substituindo-a por uma ética da ciência. Esse aspecto pode ser trabalhado com a mediação do professor. Título: Chapeuzinho de couro | Autor: Agostinho Ornellas | Ilustrador: Agostinho Ornellas | Editora: Cortez | Ano de publicação: 2013

Guaynê derrota a cobra grande: uma história indígena A obra narra uma lenda do povo Maué, que remonta a um universo em que a natureza e as figuras míticas nela presentes tornam-se mote para a história: desde a cobra assustadora, paralelamente à índia em idade de se casar, até aquelas em que a menina é surpreendida pelo animal, à beira do lago. O próprio enfrentamento do índio Guaynê ganha ênfase neste sentido. Ainda que se trate de uma narrativa que conduz a um final esperado – a junção afetiva dos dois protagonistas –, o texto não perde sua potência, já que é visível uma tentativa de dinamização da história, a partir de situações diversas (e muitas vezes sutis) que, a todo momento, se revelam ao leitor. O texto evoca um universo visual rico, que convoca o leitor a partir da mobilização de situações de medo, suspense e mesmo de alegria. O texto verbal é rico e se desdobra em metáforas e situações repletas de simbolismos – o que, de algum modo, também demanda a mediação no ato de leitura. Título: Guaynê derrota a cobra grande: uma história indígena | Autor: Tiago Hakiy | Ilustrador: Mauricio Negro | Editora: Autêntica | Ano de publicação: 2013

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Educação de Jovens e Adultos - EJA

Tom Tom é uma pequena narrativa, com texto econômico e poético, apesar de escrito em prosa. A motivação da narrativa é o enigma do silêncio de Tom: em relação ao irmão, o narrador só tem questionamentos. A linguagem utilizada é simples e acessível, sem deixar de usar recursos poéticos, como a aliteração. Além disso, o tom da narrativa é lírico e complexo, na medida em que trata da dificuldade de comunicação do protagonista e da angústia do irmão diante disso, o que se resolve, não por uma revelação do enigma, mas pelo compartilhamento da emoção. A obra tem pouco texto e, por esse motivo, as ilustrações têm um papel fundamental na leitura da narrativa. O traçado, ao mesmo tempo delicado e firme, traduz em imagens líricas e simbólicas toda a dificuldade do narrador, irmão de Tom, em compreendê-lo. As ilustrações, assim, se articulam aos versos, formando uma unidade, e potencializando as possibilidades significativas do texto verbal. Título: Tom | Autor: André Neves | Ilustrador: André Neves | Editora: Projeto | Ano de publicação: 2012

Tempo de voo A narrativa de Tempo de voo acontece a partir do diálogo entre um homem e um menino, numa reflexão sobre a passagem do tempo, mas também sobre a infância e o envelhecimento, a memória e os sonhos, a fantasia e a realidade, a vida e a morte. A edição apresenta coerência e harmonia na composição de texto e ilustrações, que são bem marcadas e chamam a atenção do leitor pela facilidade em compreendê-las. As imagens compõem um conjunto harmônico e adequado à intenção expressiva da obra, apresentando uma identidade bem definida durante toda a edição, além de grande qualidade estética. A qualidade da obra propicia um contato do leitor com os usos literários da língua, significando um convite à participação criativa na leitura. A obra trata de sentimentos humanos sem induzir opiniões; ao contrário, sua leitura pode levar o leitor a refletir sobre sua condição humana, ampliando sua percepção de mundo. Título: Tempo de voo | Autor: Bartolomeu Campos de Queirós | Ilustrador: Alfonso Ruano | Editora: Comboio de Corda | Ano de publicação: 2009

Afra e os três lobos-guarás A obra Afra e os três lobos-guarás faz parte de uma coleção cuja proposta é apresentar personagens e cenários dos contos de fadas clássicos adaptados às realidades do Brasil, com o intuito de aproximar tais histórias da nossa cultura. Na narrativa, até mesmo os alimentos, as paisagens e a fauna são brasileiras e a personagem negra é colocada como protagonista da história, contribuindo para a autoestima das crianças não brancas. Assim como todo conto de fada clássico, essa adaptação proporciona um repertório rico para o desenvolvimento da imaginação e da oralidade, além de possibilitar o resgate de diversos valores, estimular o diálogo, o espírito crítico, o prazer da ludicidade, sem distanciá-la do mundo real. Título: Afra e os três lobos-guarás | Adaptadores: Cristina Agostinho e Ronaldo Simões Coelho | Ilustrador: Walter Lara | Editora: Mazza edições | Ano de publicação: 2013

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Literatura em casa e na escola - Acervos Literários do Kit Escolar 2015

A parte que falta A obra A parte que falta, escrita pelo consagrado autor, ilustrador e cartunista americano Shel Silverstein, narra a história de um ser circular em busca da completude. Quando o personagem acha a parte que lhe falta, percebe que a felicidade está além desse encontro. Antes, quando a parte não existia, o ser circular (semelhante a uma pizza faltando um pedaço) não conseguia rolar muito rápido e então parava para conversar com a minhoca, cheirar as flores e podia apostar corrida com o besouro. Com a parte encontrada, ele era completo e rolava mais rápido, sem chance de parar para conversar com os amigos. Quando ele percebe o que está acontecendo, chega a uma conclusão inesperada. Ao contrário de dar respostas prontas, o autor deixa lacunas para que o leitor preencha. E elas são tão grandes que é impossível não buscar significados diferentes para a narrativa e refletir sobre o sentimento de incompletude do ser humano. Título: A parte que falta | Autor: Shel Silverstein | Tradutor: Alípio Correia de Franca Neto | Editora: Cosac Naify | Ano de publicação: 2013

Migrar O projeto gráfico da obra Migrar destaca-se pela qualidade e inovação editorial. A obra é apresentada no formato paisagem e as folhas se desdobram como uma sanfona. Tem a narrativa visual mais forte que a verbal. Foi elaborado em papel amate – folhas em que povos antigos do México usavam para narrar –, apresenta os desenhos em preto e branco, que funcionam como um grande mural. A narrativa trata do movimento migratório mexicano e aborda, com grande sensibilidade, a condição do estrangeiro. Nela é relatada a história de uma criança mexicana que, junto com a mãe e a irmã, partem para os Estados Unidos em busca do pai, que havia sumido. O sonho de milhares de mexicanos metaforiza-se nas páginas desta obra. A voz do menino conta as desventuras da travessia e ressalta o amor da mãe, que faz de tudo para defender seus filhos de todos os perigos enfrentados por eles. Título: Migrar | Autor: José Manuel Mateo | Ilustrador: Javier Martínez Pedro | Tradutora: Rafaella Lemos | Editora: Pallas

Entre Linhas A ideia principal da obra Entre Linhas é resgatar, para as crianças de hoje, os trabalhos manuais que eram comuns, no dia a dia, há tempos atrás. Para alcançar esse objetivo, a obra apresenta belas poesias inspiradas no universo da costura, fazendo com que as atividades feitas com agulha e linha sejam resgatadas para o contexto atual dos leitores. As ilustrações dos poemas foram feitas com a técnica de bordado e colagem, conferindo à obra uma beleza estética diferenciada. Também merece ser destacado o glossário ilustrado que aparece no final, intitulado “Palavras do mundo da agulha e da linha”, que permite o enriquecimento do vocabulário do leitor infantil. E ainda há o paratexto que ensina as crianças a fazerem trabalhos manuais como alinhavar, chulear, pregar botão, dar bainha, etc. Tudo isso sem perder o caráter melódico e inspirador de um livro de poemas. Título: Entre Linhas | Autora: Angela Leite de Souza | Ilustradora: Angela Leite de Souza | Fotógrafo: Sylvio Coutinho | Editora: Lê | Ano de publicação: 2013

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Educação de Jovens e Adultos - EJA

Diário da Montanha Os cinquenta e sete poemas que compõem a obra abordam um amplo espectro de temas, desenvolvidos em estrofes de versos ritmados e harmônicos, nas quais frequentemente o verso livre predomina. Em obediência aos temas, os poemas agrupam-se em torno de um elenco expressivo no qual sobressaem-se aqueles desenvolvidos em torno de animais (pássaros, borboletas, tucanos, esquilos, jacus, maritacas), de pessoas (a mãe, os amigos, os filhos, o companheiro), de fenômenos da natureza (a chuva, o vento, as tempestades, a passagem das estações), a própria natureza, transfigurada sob a forma de paisagens bucólicas e serenas, as flores e frutas (copos-de-leite, agapantos, hortênsias, lírios e limões), o próprio sujeito poético face a suas memórias e atitudes do cotidiano, a reflexão sobre o próprio ato de escrever. Trata-se, em suma, de uma poesia que tem no cotidiano e suas atribuições a sua grande força criadora e criativa. Título: Diário da Montanha | Autora: Roseana Murray | Editora: Manati |Ano de publicação: 2012

O menino arteiro A ação narrativa de O menino arteiro centra-se na figura, como o próprio título indica, de um menino “artista” ou “arteiro”, bastante criativo e cheio de imaginação. O menino gosta de criar objetos insólitos e inusitados, tais como uma máquina de sonhos ou um amolador de língua. O texto verbal caracteriza-se por explorar o trocadilho e as potencialidades semânticas das palavras, o que redunda em um efeito lúdico divertido e criativo, como neste exemplo: “Editou também o Livrovivo, cujas orelhas eram de jumento e os pés das páginas calçavam galochas”. Ao texto verbal aliam-se as divertidas e inusitadas imagens de Guto Lacaz, em uma cumplicidade harmônica, destinada a fazer com que o leitor participe ativamente do universo de criação e jogo instaurado pelo texto. Título: O menino arteiro | Autor: Gil Veloso | Ilustrador: Guto Lacaz | Editora: Dedo de prosa | Ano de publicação: 2011

Tela plana: crônica de um país telemaníaco A obra Tela plana: crônica de um país telemaníaco é composto por dezessete crônicas, cujo enfoque temático são as diversas telas planas que fazem parte do mundo contemporâneo. Sejam elas de computador, de tablet, de televisão ou de celular, tornaram-se artefatos eletrônicos onipresentes e indispensáveis ao cotidiano de vasto contingente da população mundial e, muito especialmente, da brasileira. De modo divertido, bem-humorado, alegre, estas crônicas constituem também um excelente exercício de reflexão sobre os usos e costumes do homem da atualidade. Pelo dinanismo da crônica e pela possibilidade de reflexão sobre temas atuais, a obra de Leo Cunha torna-se, assim, uma ótima oportunidade de inserção no universo literário do gênero, tanto para os jovens quanto os adultos da EJA. Título: Tela plana: crônica de um país telemaníaco | Autor: Leo Cunha | Ilustrador: Edith Derdyk | Editora: Planeta Jovem | Ano de publicação: 2012

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