22 Segurança
JORNAL DE SANTA CATARINA
SEGUNDA-FEIRA, 29 DE OUTUBRO DE 2012
Assassinato. Polícia crê que facção matou agente Deise Alves e o marido eram ameaçados de morte desde 2010 SÃO JOSÉ - Até as 21h de ontem, ses apontadas. Os setores de inteligência das 48 horas depois do assassinato da agente penitenciária Deise Fernan- secretarias de Segurança Pública e da Melo Pereira Alves, 30 anos, na Justiça e Cidadania sabiam, desde noite de sexta-feira, no Bairro Ro- 2010, que Alves e a mulher eram çado, em São José, a polícia ainda ameaçados de morte. Uma fonte, que não quis se identificar, não havia apresentado dá conta que a ordem de os responsáveis pelo execução da agente partiu crime. Apesar do poside dentro da penitenciária cionamento do gover- Serviço de na sexta-feira pela manhã nador Raimundo Co- inteligência de um líder de uma faclombo, que disse não trabalha com ção criminosa. Outros dois acreditar que a morte agentes do Departamento tenha sido ordem de a hipótese Estadual de Administração uma facção criminosa de represália Prisional (Deap) estariam com integrantes presos na mira da mesma facção. na Penitenciária de São ao diretor de O assassinato teria o Pedro de Alcântara, on- São Pedro de de Carlos Antônio Al- Alcântara, Carlos envolvimento direto de um ex-detento da penitenves, marido da vítima ciária e dois adolescentes. é diretor, essa continua Alves, marido O bando pertenceria a um sendo uma das hipóte- da vítima
dos morros da Capital com forte presença do tráfico de drogas. Deise foi atingida por um tiro no tórax quando chegava sozinha na casa de familiares por volta das 21h. Nada foi levado pelos bandidos, o que diminui a possibilidade de um assalto. Resta saber se os criminosos queriam matar o marido dela (Alves estava em Brasília), ou se a intenção era matá-la como represália ao corte de benefícios aos principais líderes da facção. Ontem à tarde, o coronel tenente-coronel Marcus Vinícius Bedretchuk, comandante do 7º BPM de São José, informou sobre uma reunião na sede do Deap para atualizar as informações a respeito do crime. Na mesma linha, disse que as estratégias traçadas levaram a nomes. DANIEL CONZI
Deise Alves era casada com o diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, Carlos Alves
Atentado
Mendigo queimado em Joinville segue internado JOINVILLE - Se resistir às queimaduras sofridas em um atentado na noite da última quinta-feira, no Bairro Glória, em Joinville, o morador de rua Waldomiro Pensky, 66 anos, terá um futuro tão incerto quanto era antes de estar entre a vida e a morte no hospital. Ele vivia abrigado em um cubículo construído para o despejo de lixo no muro de uma casa da Rua Marechal Hermes, onde estava quando suspeitos atearam fogo em seu corpo. Dois
homens acabaram presos pela Polícia Militar, mas as circunstâncias do crime não foram esclarecidas. Uma neta de Pensky diz que a família não acredita que o idoso tenha se desentendido com alguém a ponto de provocar a agressão. Ele vivia na rua e tinha problemas com bebida. A família só tomou conhecimento de que ele estava vivendo como pedinte e catador de material reciclável há cerca de seis meses. Todas as tentativas de tirá-lo das
ruas e interná-lo em uma clínica para dependentes químicos foram frustradas. Pensky teve o rosto desfigurado e também sofreu queimaduras no peito e nas costas. No hospital, a maior preocupação é de que ele possa ser vítima de infecções comuns a pacientes queimados. Segundo bombeiros informaram à equipe médica, é possível que o corpo do idoso tenha sido banhado com álcool antes de atearem fogo.