A Arte, o Sonho e a Vida

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“...na dobra do tempo a dobar a vida na viagem cintila livre na origem no modo na margem na linguagem ilumina alto por cima da aragem a vida exige coragem...” @Adiasmachado

Capa do pintor Adias Machado

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Ficha Técnica Título A Arte, o Sonho e a Vida Género Poesia Autor José Sepúlveda Capa Adias Machado Ilustrações Fotos, arranjos e pinturas diversas Revisão de texto Amy Dine Formatação José Sepúlveda

Editado em E-book em Fevereiro de 2022 https://issuu.com/josesepulveda/docs

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Biografia

José Sepúlveda Seriam oito horas menos dez Naquela quinta-feira longa e fria; Ela corria para os dois bebés Barata tonta a ver qual del's nascia. Portela antiga. Andou de lés-a-lés Saltando casa a casa, noite fria; Sentia-se quais trapos de polés Naquele abril, manhã de um longo dia. Naquele bairro, agora plena rua, Prostrada lá num quarto, quase nua, E pude ver por fim a luz do dia. Ó, estridente som! Na porta ao lado, Guitarras a trinar o mesmo fado, Enquanto outro milagre acontecia!

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Construtor de Sonhos

Pega na pá, cimento, junta areia E mexe, vai mexendo lentamente; Mistura-lhe água, agita e a pá se enleia Ao ver a massa solta e consistente. O alicerce faz com a argamassa, E com cascalho e pedra. E se desdobra Tijolo após tijolo. O tempo passa E eis que de repente nasce a obra. Coluna, viga, placa, piso, telha E em tudo a sua obra se assemelha Ao grito do poeta que algum dia Pegou papel e tinta e letra a letra Fez renascer na ponta da caneta O verbo, a cor, o verso, a poesia!

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A Arte Poetas, escritores e artistas

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Camões, Florbela, Bocage e Antero Poesia

Poetas Quando releio os versos de Camões A arte do perfeito seduzir Percorro o seu caminho de paixões Que quero nos meus versos traduzir. Se acaso num momento de tristeza A vida mais madrasta se revela, Procuro reencontrar-me na beleza Dos mais sublimes versos de Florbela. Relendo a poesia de Bocage Meu frágil coração grita, reage À voz irreverente da viela. Mas quando Antero chega, que alegria, "Adiante, adiante, ó fantasia, Plantemos uma tenda em cada estrela!". 13


Antero de Quental Poeta

Noites de Antero Antero, meu amigo, que ousadia, Abrias de rompante uma janela, Aos gritos de: “Adiante, ó fantasia, Plantemos uma tenda em cada estrela!” Havia entre os amigos quem dizia Que ali na rua estava uma donzela Que vinha pela noite escura e fria P’ra se encontrar contigo na viela. Depois, iam p’ las ruas da cidade Gozar aquela imensa liberdade Até ao despontar de um novo dia. Cansados, de mãos dadas, tão contentes Fugiam dos polícias entre as gentes Ousando, então, gozar essa euforia! 14


Eugénio de Andrade Poeta

Eugénio, um génio Ei-lo sentado. O seu olhar profundo Percorre todo o espaço ao seu redor; E vai à descoberta do seu mundo, Aonde abunda inspiração e cor. O génio se faz Arte. Num momento, A pena se desdobra, se recria! Mergulha na raiz do pensamento E o verbo se transforma em poesia. O seu poema cresce! Verso a verso, Refina-se do modo mais diverso, Até que atinge a sua perfeição. E o poeta chora! Num instante, Sentado na poltrona, triunfante, Mergulha no silêncio, em oração. 15


Luís Sepúlveda Escritor

Luís, meu amigo, Era a palavra viva que vibrava Nos lábios teus e a gente que te ouvia, Atenta e agradecida, te escutava E enchias o seu peito de alegria. E eis que Carmen, tua companheira, Que tantas aventuras já vivera, Em lutas desiguais, a vida inteira, Lá longe, te sorria, à tua espera. Recordo Allende, os tempos de aventura, As firmes convicções, em que a loucura Dos homens, deixou dores que não se esquecem. Qual pária, todo o mundo percorreste E nas histórias lindas que escreveste As tuas cicatrizes permanecem.

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Teresa Gentile Escritora e poeta

Gentile Teresa G ota de orvalho, sinto em seu sorrir, E ncanto qual seu dom especial; N os analisa e logo em seu sentir T ransforma o sonho em fruto natural. I menso o seu saber, conhecimento, L ê e relê com zelo, sentimento, E o texto, enfim, não mais vai ser igual. T ransmite em si a força da palavra. E quando com magia nos desbrava R eclino os olhos meus à minha pena. E ao ler um só poema, assaz diverso, S e a força da palavra se faz verso, A luz dos olhos seus se faz poema!

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Lucia Torricella Escritora e poeta

Lucia Torricella Teu nome, Torricella, tão gentil, Nos faz voar em voos ancestrais Aonde o céu azul se faz anil Lá junto da mansão dos imortais. A tua erudição não tem fronteiras; E quando em poesia te insinuas, Palavras são quais passos nas trincheiras Das guerras infindáveis que são tuas. Como um riacho, desces da colina E cruzas a encosta, peregrina, Em busca do teu mar imenso e forte. Depois, em teu olhar te refugias, Os versos teus se cruzam pelos dias E partem pelo mundo à sua sorte!

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Leite de Vasconcelos Escritor

Leite de Vasconcelos Guarda no peito a alma do poeta, No coração, a gesta que em ti vive; Na tua mente, a alma do asceta Que um dia fez de ti um homem livre. Nas tuas mãos, a mágica caneta Que soube traduzir o amor e a arte Na sã filosofia, a mais dileta, De um povo que em trabalho se reparte! Vai, meu amigo, conta a linda história De nobres e de gente que a memória Não deixa que se apague em nossa mente! Vai, desenterra os gritos de vitória, Os tempos de nobreza e de glória Que está no coração da tanta gente!

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Adias Machado Artista plástico

O quadro Um mar de azul se expande traço a traço Num misto de volúpia e de harmonia E cada rosto grita em seu espaço Naquela tela viva, crua e fria Pincel e dor, pedaço após pedaço, Dão brilho e cor, amor e alegria E um mágico poder que é puro e lasso Vagueia entre o sonho e a fantasia E o mestre abraça a sua criação Que grita ao mundo, cheia de ilusão, Mostrando o seu frescor e galhardia E nesse mundo azul cheio de cor Desabrochou, com lágrimas de amor, A paz, a flor, a vida, a poesia 20


Mestre Adelino Ângelo Pintor

Mestre Corria febrilmente aquele espaço Examinando a tela, fria, nua E com magia dava a cada traço Pedaços dessa estranha vida sua! Juntava cada cor, cada pigmento, Com exorcismo tal que num instante Em cada gesto, em cada movimento, A tela pulsa no seu peito errante! E nesse espectro pleno de magia, Enquanto o seu pincel se contorcia Embevecido, com volúpia, brilho, Olhava a sua tela, a vida, a cor, E com loucura, em gestos de louvor, Gritava: - Santo Deus, nasceu-me um filho! 21


César Amorim (Mutes) Pintor

Mutes Mexe, remexe, o negro, o amarelo, O Branco, o encarnado (cor de rosa), Buscando nessa tela achar o belo, E lentamente pô-la mais formosa. Salpica, ali um tom azul celeste, Imprime luz e cor em cada espaço. E, lenta, a sua tela se reveste Dos tons que ele acalenta em seu abraço. E olha para o quadro com magia, Agarra no pincel com ousadia E pinta, pinta, feito um andarilho. Para, repinta, olha de repente E pega nessa tela ternamente, Ó céus, como têm brilho! 22


Bárbara Santos Artista plástica

Bárbara O tom multicolor em que navegas Provoca em nós momentos de alegria, Traduz teu caminhar por entre as trevas Nesse teu mundo cheio de magia. Procuro descobrir entre esses vultos Mistérios teus, nobreza e fantasia, Por muito que pareçam mais ocultos Na tua tela colorida e fria. Mergulho em cada tom e num momento, Aquilo que me vem ao pensamento É luz e cor, audácia, amor profundo. E eis-me a contemplar tua alma nobre, Enquanto em cada traço se descobre Essa aventura louca no teu mundo! 23


Olga Freitas Pintora

No Carnaval da Vida Salta do peito um fogo que incendeia Aquela tela branca parca e fria, Metamorfose lenta que se enleia Na dor de amor, na cor de um longo dia. Freita que passa, o Carnaval da Vida Emerge desse mar de tanta cor Aonde a embarcação segue à deriva Em busca das primícias do amor. Avisto ao longe a luz do tal farol Que surge para além do arrebol Se em seu furor o mar se faz sentir. E sigo a sua cor incandescente, Seguro que essa luz se faz presente No Carnaval da Vida que há de vir! 24


Paulo Gonçalves Artista Plástico

Paulo Gonçalves P intaste a fantasia de mil cores A o ver um arco-íris no infinito; U ngiste a tua vida com amores, L istrados de poetas, de escritores, O uvindo em cada tom um som aflito. G oraste reencontrar-te com a vida O usando confrontar tuas paixões; N um antro de ternura desmedida C ingiste a tua tela de ilusões. A o ver em cada tom a cor do mundo, L evaste a vida ao rubro. E essa harmonia V oltou e transformou-se num segundo E m emoções. E o teu criar fecundo, S obressaiu pujante de alegria!

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Aurora Gaia Atriz

Aurora Gaia A i como é bom ouvir a tua voz, U nir teus sentimentos e palavras, R asgando para ti, p’ra todos nós O som que nos teus versos tu desbravas! R endidos ao vigor, ao sentimento, A tua voz em nós se faz talento! G raça gentil o teu olhar, princesa, A dar ao nosso tempo o provimento, I ncendiando o palco com destreza A o longo desta vida em movimento!

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António de Curtis (Totó) Ator

Totó no Palco da Vida O humorista surge e entra em cena No palco desta vida em convulsão E logo o coração transmite, acena, A tanta gente o riso, a ilusão. Essa magia que se faz presente, Transforma-se em fulgor, em emoção, E a ovação profunda, persistente, Dissipa-se na negra escuridão. No fim do filme, quando chega a hora, O mundo é de silêncio. E ele chora E pensa no amanhã que vai chegar. No seu olhar há réstias de esperança E aquele sonho lindo de criança De novo nos seus olhos vai brilhar! 27


Tony Carreira Músico

Carreira Quando te conheci, tu pretendias Reescrever bem cedo a tua história; Com tua amada breve atingirias Impávido e sereno fama e glória. No teu fulgor da vida repartias Em cada dia o gozo da vitória E ficam da passagem desses dias Lembranças que hoje guardas na memória! Só quando a tua filha adormeceu, Teu mundo desabou. E se fez breu No teu jardim de sonhos e de dor! Não percas a esperança e a alegria, Descobre nos teus filhos cada dia Sementes que germinam paz e amor! 28


Vitorino Músico

No Redondo Andava o Vitorino no moutado À volta do seu gado. Num momento, Um burro relinchou, cantou-lhe um fado, E ele guarda o som no pensamento. Olhou ao seu redor. Quanta harmonia! Montou o seu burrico e de repente, Sentiu-se a trautear a melodia Que ouvira desse burro feito gente. Meteu-se a passear por qualquer lado, Assobiando, olhando o verde prado, Buscando nele a sua inspiração. O sol já se escondia no horizonte; E ei-lo, tão feliz, descendo o monte, Cantando alegremente essa canção! 29


Artesão do Vidro Artesão

O Artesão Olhava aquela vara, o maçarico, Premia o isqueiro e acendia o fogo. Juntava aquela vara ao longo bico Perante o absorto olhar do nosso povo. E enquanto o vidro e o fogo se fundiam Num ritual estranho e fascinante, As pequeninas gotas que caíam Em Arte se faziam num instante. Botões de rosa, aves, animais Burrinhos, arlequins e castiçais, A cintilar na mão do artesão. O fogo e o vidro jogam à porfia, A Arte se renova, se recria E brilha em toda a sua dimensão. 30


Faísca Palhaço

Faísca Trinados mil se espalham pelo ar E a multidão se agita na Ribeira, É a força do Faísca que ao chegar Alegra toda a gente a tarde inteira. Os rufos do tambor soam mais alto Da mágica vareta do palhaço E a pequenada grita em sobressalto E sente-se feliz naquele abraço! E o palhaço espalha em toda a parte Fascínio e alegria, amor e arte, Nessa mensagem linda, pura, plena E numa tarde mágica e feliz, O rosto do palhaço a rir nos diz Quão bom ter um sorriso como lema!

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António Teixeira Músico e compositor

Mestre A ndava o Mestre em seu labor, com arte, N um sacerdócio pleno de emoções, T entando descobrir por toda a parte O povo em suas puras tradições; N o âmago da peregrinação, I nvetivava ler de mão-em-mão O som das suas marchas e canções. T razia no alforge essa magia E quando pela noite a solfejar I maginava ver em sons e harmonia X ailes, moçoilas, bandas, a tocar. E em cada partitura que criava, I lusões mil, fulgor, serenidade, R efulgem pela noite inacabada A o som da sua própria liberdade! 32


O Sonho Cidadania Nação Valente Por Esse Mundo Gente da Tv Universidade Senior Desporto

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Aristides de Souza Mendes O Cônsul de Bordéus

Aristides Não era a delação que te assustava E nem sequer a voz do ditador Quiseste ouvir. O que te magoava Era essa gente a suplicar amor! Quando esse povo de ti se abeirava Gritando por auxilio, num clamor, Tornaste-te a razão que o inspirava A ver a liberdade, o fim da dor! Então, gritaste: - Não! - E contra todos, Os vistos espalhaste, mas a rodos, E ousaste assim salvar um mar de gente! No fim da luta, um dia, a delação E o ditador, negaram-te o teu pão… … Mas tu já eras livre, para sempre! 35


Humberto Delgado Herói de Portugal

O General sem medo Tempo de luta, o despotismo impera E o velho Ditador não dá descanso. Em tempo de eleições, o povo espera Alguém que o liberte, nobre e manso. No adro lá da Igreja se descreve: "Viva Delgado, o General sem medo" E a corja do poder, de ânimo leve, Mata, tortura, envia p'ró degredo. Um homem sobe à mesa do café, E denuncia a fraude da ralé Nas eleições, tamanha impunidade. E ao ver-se envolto nessa vã disputa, O povo com coragem grita e luta, Busca em Delgado a sua liberdade! 36


Tarrafal, Cabo Verde Prisão política do fascismo

A Frigideira No tempo do fascismo, em Cabo Verde, Havia uma prisão, o Tarrafal, Que a bruma da memória nunca perde Por ser cruel, sinistra, irracional.

José Sepú lved a

Ao largo da prisão, a “frigideira”, Debaixo desse sol abrasador, Queimava-lhes o crânio e pela beira, Lançava-os nas paredes com torpor.

Em Cabo Verde, ainda um povo errante Recorda o tempo absurdo, já distante, Vivido nessa era vil, obscura. Foi quando um povo heroico, revoltado, Se uniu ao marinheiro e ao soldado, E logo derrubou a ditadura. 37


Álvaro Cunhal Herói da Resistência

Álvaro Tu eras esse herói que a burguesia Gerou quando “orgulhosamente sós”, Olhaste para um povo que sofria E contra a ditadura ergueste a voz. E quando já na clandestinidade, A Pide fez de ti um prisioneiro, Da “solitária” para a liberdade Partiste nesse barco aventureiro. Depois, quer fosse Álvaro, ou Tiago, Teu nome vai ficar sempre gravado Ao longo deste tempo sempre novo. Peniche, essa prisão sinistra e vil, Que foi o palco de torturas mil, Vai ser sempre a memória deste povo. 38

José Sepúl eda


Mário Soares Uma vida de luta

Soares é fixe! Olho pra trás, recordo-te homem forte Em luta pelo fim da ditadura, Abandonado sempre à tua sorte, Pagando, então, bem cara essa fatura. Vi-te enfrentar o sofrimento, a morte, No teu trajeto, cheio de loucura E com valentes homens cá do norte Lutar contra outra espécie de aventura. - Soares é fixe - o grito triunfante! A tua voz aguda, acutilante, Encheu o coração da nossa gente! Chegaste agora ao fim desta jornada, Mas tua voz irá ficar gravada No âmago do peito, agora e sempre! 39


Coronel João Varela Gomes Resistente ao fascismo

João Vi-te lutar além, no Ultramar, Em Beja, nas pegadas de Delgado, Ao lado dessa força popular Que a Gena te entregara por legado. E noutra frente, um primo teu, Fernando (O Xavier de Brito) com furor, Com outros ideais, andou lutando, Tentando derrubar o ditador. Em luta desigual e a sofrer Detida na prisão, tua mulher Com rasgo, defendia essa verdade. Mas num Abril, Caxias, Tarrafal E todas as prisões de Portugal Se abriam. E surgiu a liberdade! 40


Eugénia Varela Gomes Lutadora antifascista

Gena Naquele tempo, andavas na cidade Revolta e a gritar de punho em riste Contra o fascismo e toda essa maldade Hedionda que te punha amarga e triste. E na prisão, num grito à liberdade, Tu foste essa mulher que não desiste; Qual trapo de polé, pela verdade Lutaste com coragem… resististe! Nas brumas da memória tu rasgaste O teu caminho e o bem por que lutaste Brilhou no decorrer da tua vida. Vitória após vitória nos mostraste Como é cruel a vida. Que contraste Com teu sereno olhar na despedida! 41


Capitão Salgueiro Maia Herói de Abril

Herói da Liberdade Foi ele quem deu corpo à caminhada; Juntou valentes sob o seu comando E disse-lhes naquela madrugada Que olhassem essa corja e o seu desmando. E na parada disse aos seus soldados: - São muitos os estados e os seus ramos: Fascistas, socialistas disfarçados E este pobre estado a que chegamos. E ao enfrentar assim a multidão, Criou a mais propícia ocasião Para avançar com força pra cidade E quando lá chegou, o povo unido Aquele que não mais vai ser vencido, Consigo conquistou a liberdade! 42


António Costa Reeleição

E agora, António? Os ventos tão suaves de bonança Deixaram de soprar, pois num instante, Chegou a Pandemia. E a confiança Diminuiu, tornou-se vacilante. A crise na Saúde, a Economia, O Desemprego, tudo ao mesmo tempo, Turbaram esse réstia de euforia... E a guerra se instalou no Parlamento. Com a Razão da Força em sua mão, Qual geringonça, a pérfida união, Reprova o Orçamento, em seu torpor. O povo, ao ser chamado para a ação, Se fez ouvir. E a Força da Razão, Depressa fez de ti um vencedor! 43


António Costa Primeiro Ministro de Portugal

António Vi-te correr por um país adentro Levando essa mensagem de progresso Que foste alimentando em crescimento Num Parlamento hostil e tão adverso. A força que trouxeste à nossa gente Lhe dava mais alento e confiança E nessa luta, persistentemente, Crescia em todos nós a esperança. Homem de garra. Ao fim dessa jornada, Já toda a gente para ti olhava Com outro olhar, no dia da eleição. Foi quando tu, inesperadamente, Surgiste destacado lá na frente, Deixando boquiaberta a oposição. 44


Cravos de Abril Tributo aos Heróis

Então, vai ser Abril Se tu tiveres acesso à habitação Viveres co' a família no teu lar Puderes dar ensino, educação, Aos filhos teus, a quem tu hás de amar... Se na doença tiveres proteção, No teu trabalho fores respeitado, Se vires num amigo o teu irmão E podes ser feliz em qualquer lado... Se junto de outra gente vir's razão Para levar um cravo ou outra flor E espalhares no mundo sonhos mil... Tu vais sentir-te em paz e união, Em cada abraço vai brilhar o amor E então, irá raiar um novo Abril.

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Comendador Rui Nabeiro Empresário

Rui Nabeiro O teu sorriso franco, aberto, nobre, A todos contagia com encanto; No brilho dos teus olhos não há pranto E um gesto santo sempre se descobre. Ao povo dessa terra laboriosa, Por seu trabalho, deste a justa tença Guardando no teu peito a recompensa De a gente veres sorrir feliz, garbosa! E quando o Povo quer, em cada Flor, Campo Maior renasce com fulgor Na Festa que nos enche de alegria! Bem hajas, Timoneiro, o Pai dos céus Te ajude a proteger os filhos seus Que aninhas no teu colo cada dia!

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Nação Valente

…assim se fez Portugal 47


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Língua Portuguesa A voz de um Povo

Língua Mater Que a força das palavras seja sempre Expressa em versos, textos e canções, Transforme o teu falar numa corrente Que una e alimente corações! Que seja o teu pulsar a voz pungente Que espalha em toda a parte, entre as nações, O mágico sentir eloquente Da triunfante língua de Camões! Que em Cabo-Verde, Angola ou na Guiné, Brasil, em Moçambique ou S. Tomé, Na Índia, em Timor ou Portugal, Tu possas gritar alto, com destreza, Que a nossa língua é a língua portuguesa, Indómita, invicta, imortal!!!

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Afonso Henriques Pai da Nação Portuguesa

Afonso o Conquistador Nas fraldas do Castelo ei-lo, imponente, Com toda a sua raça e galhardia! Gravadas nas muralhas, lá na frente, Memórias da nação que então nascia... Em S. Mamede, com a sua gente, As hostes inimigas combatia E via uma nação nobre, eminente, Erguer-se com coragem, ousadia! Lá em Ourique rufam os tambores; Dos cinco mouros reis e os seus clamores Ecoam pelo ar num som plangente... Com lágrimas, suor e amor profundo Surgia uma Nação, mostrando ao mundo Um povo nobre, insigne e valente! 50


John de Folque Lord Britânico

Avô John Eram seis mil em forma de quadrado, À espera da investida de Castela. Os trinta mil, então do outro lado, Seguiam confiantes sua estrela. John Falconet, um jovem aliado Que veio de Inglaterra aconselhar, Já com Nun’ Álvares tinha preparado Trincheiras, covas, coisa não vulgar. Aos gritos de Castela: “À morte, à morte!”, Irrompem pelo campo à sua sorte Com ousadia, em busca de honra e glória! Em luta desigual, a nossa gente Os derrotou. E insigne e valente, Ao fim lançou um grito de vitória! 51


Guerra da Restauração Vitória sobre os espanhóis

Portugal Restaurado O tempo era de míngua. João IV, O valoroso Duque de Bragança, Tal qual o povo, estava triste e farto Dos espanhóis, desta pesada herança. Sebastião, o Desejado Rei, Tombara na batalha contra os mouros; Seu tio Henrique, o Casto, à sua grei Deixou que eles roubassem seus tesouros. Miguel de Vasconcelos, um traidor, Cobria-nos de impostos! E o torpor Vivido pelo povo era irreal. Mas logo, os Conjurados, D. João, Lutaram e venceram. E a Nação Foi restaurada. Viva Portugal! 52


O Mostrengo Heróis do Mar

Cabo Bojador Troavam os tambores sem cessar Naquele mar imenso sem ter fundo E os bravos navegantes a remar Além do mar a descobrir o mundo. E de repente, lá no alto mar Um horroroso ser, ... Cruel, imundo, Gritou: -“Porque invadis este meu lar E me acordais de sono tão profundo?” “- Ó ignóbil ser, horror malquisto, Quem sois p’ra fazer frente à Cruz de Cristo De forma horrenda, vil, delinquente? Deixai passar um povo marinheiro Que vai a desbravar o mundo inteiro Levar o amor de Cristo a toda a gente!

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A Ribeirinha Nos primórdios da nacionalidade, Argivai fazia parte do grande espólio que pertencia ao Convento de Santa Clara e incluía na sua área o espaço onde hoje se confina a cidade da Póvoa de Varzim. A madre do Convento era então uma bela freira, Maria Paes Ribeiro, que todos conheciam como a Ribeirinha, o grande amor de El-Rei D. Sancho I. Da sua profícua relação amorosa, terão nascido diversos filhos, um dos quais se tornou seu Aio e mais tarde Amo do seu irmão, El-Rei Afonso II.

A Ribeirinha Rezam as lendas que Sancho Primeiro Descia à Foz do Ave p' la noitinha A fim de partilhar o travesseiro Com sua terna amante, a Ribeirinha. E no Convento, aquela mulher bela Que tinha por D. Sancho um grande amor Ao ver El-Rei, deixava a sua cela E se entregava cheia de fulgor. E fruto desse amor, desse carinho, A madre deu à luz um "Afonsinho" Que veio a ser um Aio do seu pai. Cresceu e em seu viver farto, fecundo, Se tornou Amo de Afonso Segundo, E foi Senhor das Terras de Argivai.

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Por esse mundo Gestos de nobreza

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Duque de Edimburgo Inglaterra

A Rainha chora Silente, resguardada no seu banco, Ei-la que chora a morte do amado, Tem-no em seu peito, guarda-o no seu pranto E pensa no seu corpo inanimado. Um grande amor que a acompanhou na vida, Durante tantos anos de alegria, E lembra o dia quando, decidida, O escolheu para que fosse um guia. No seu silêncio, guarda no seu peito Aquele grande amor que com respeito A acompanhou ao longo da jornada. Chora, Isabel, resguarda teu lamento, Preserva-o sempre no teu pensamento, God Save the Queen, a sempre Amada. 57


Covid em Itália Médicos que sucumbem

Obrigado, Heróis! Sucumbem os heróis na longa guerra A combater um inimigo vil E chora a natureza, geme a terra, Ao ver cair no solo os anjos mil. E choram as flores no jardim Regadas pelo sangue de inocentes Que nesta atroz batalha sem ter fim Os vê cair no solo, inconscientes. Choram os montes, os regatos, fontes, Em todo o universo surgem pontes Num longo abraço, firme, fraternal. Meu coração suplica com tristeza Que Deus possa por cobro a tal vileza Que abrange agora o espetro universal. 58


Apache Homenagem à Nação Índia

Carta a minha Squai Fecha essa tenda, amor, que vou partir P’rá Terra de Caçadas Infinitas, Não posso aqui ficar, ver sucumbir Mustangs e as éguas mais bonitas. À minha espera estão Sitting Bull, E os bravos que não cansam de lutar Pela Nação sublime, o céu azul, Que os brancos nos vieram cá roubar. É triste, meu amor, nessa Reserva O prado vasto é seco, não conserva Alegre a nossa bela pradaria. Não chores, por favor, quando eu voltar, Prometo que virei p’ra te buscar E serás sempre a minha companhia. 59


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Gente da TV

Figuras públicas 61


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António Sala Apresentador e músico

Toni Em todas as estradas onde andaste Na ânsia de encontrares o Caminho, Em todas elas, sempre deparaste Com algo que te fez sentir sozinho. A velha Escola, a vida Além do Rio, A Serra do Buçaco, os tempos idos, O mar da Costa, o gozo, o desafio, O mestre Sala, os teus melhores amigos. O tempo voa! A Rádio, essa paixão, O Maranata e a Televisão, Tao longe e perto, fogem com o vento! Daqueles lindos sonhos de criança Ninguém ouse falar, dessa esperança Só Deus conhece e lê teu pensamento!

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Fernando Mendes Ator e Apresentador Fernando Mendes

Fernando Algures na TV, Fernando Mendes, Um popular actor da nossa praça, Encarna nesse mundo dos duendes A sátira, o humor e a pirraça. A Lenka e a Teresa, as assistentes, Exibem seu sorriso irradiante E vemos o Marinho que, entrementes, Também se faz presente num instante. Na hora da verdade, um espetáculo Irá acontecer. E em tom vernáculo, Fernando põe a gente a trabalhar.

José Sepúl veda

Miguel Vital assiste os concorrentes, Há troca de sorrisos, de presentes, E nasce a festa, alegre, popular. 64


Tânia Ribas de Oliveira Apresentadora

A No ss a Tard e O tempo passa lento, devagar, Os versos são dispersos, sem ter cor, E eu sei que “A Nossa Tarde” vai chegar E espalhar por nós o seu calor. E quando a Tânia Ribas de Oliveira Chegar e ocupar o seu lugar, Ao longo desse tempo, a tarde inteira, Um manancial de bênçãos vai deixar. Mas quando chega ao fim “A Nossa Tarde”, Eu peço ao meu bom Deus que venha e guarde O seu sorriso, aquele manso olhar. Sentado lá na sala, no sofá, Eu posso então sentir um amanhã Que tantas alegrias nos vai dar! 65


Catarina Furtado Apresentadora

atarina

Catarina Quando te via, bela Catarina, Franzina e com Henrique do teu lado, O teu olhar tão puro de menina Profetizava já teu lindo fado. E eras tida por namoradinha De muitos dos galãs de Portugal, Pois a presença tua, agora tinha Um gosto sedutor, especial. Quer no The Voice, com o Palmeirim , Nos Hospitais, em tanta coisa, enfim, Nos Príncipes do Nada, em toda a parte, Tu brilhas na ribalta desta vida E és agora a estrela tão querida Que um povo transformou em obra de arte! 66


Vasco Palmeirim Locutor, apresentador

Mister Joker Quando à noitinha o Joker aparece E traz consigo o sonho e a ilusão, O Vasco Palmeirim grita e aquece A sala, como a lava de um vulcão. Pequeno em estatura, cresce, cresce, E enche aquele estúdio de emoção, Depois, vem o programa e transparece Que afinal é mestre em condução. Co'a Filomena, ao sábado de tarde, No I Love Portugal, existe alarde E o clima de euforia vai vencer. Na Rádio ou na TV, em qualquer parte, O palmeirim espalha o sonho, a arte Com todo o seu talento, o seu saber. 67


Sónia Araújo Praça da Alegria

Sónia, Deixa que brilhe o teu olhar, princesa, Que o teu sorrir, suave malvasia, E um corpo escultural - rara beleza Inundem toda a Praça da Alegria. Ao palco dessa nobre realeza Tu chegas e nos fazes companhia, Contigo, vem o sonho e a certeza Que a vida vai sorrir-nos nesse dia. A vossa Praça emana leite e mel; Contigo e com o Jorge Gabriel O tempo voa, passa mais depressa. Com essa sensação de liberdade, Surge a surpresa, a criatividade... E o tempo foge, ... a vida recomeça! 68


Fátima Campos Ferreira Apresentadora e produtora

F rente após frente, a gente se desdobra À espera que tu venhas por à prova T emáticas que importa debater; I mensa a multidão e lá na frente M ostras o tema em tom efervescente, A ver o que da noite vai nascer. C om energia, à hora do jantar, A tua voz acaba por criar M omentos que se esgotam tão depressa! P rovocas o debate e num apelo, O prós e contras chega e o novelo S e desenrola ao longo da conversa. F rescura e lucidez pairam no ar E m noites que nos levam a sulcar R ecantos que nos vão surpreender. R enova-se o sentir, a esperança, E logo novos tempos de bonança I ndicam que algo vai acontecer. R eanimados, surge num momento, A luz que traz a força ao pensamento! 69


Carla Alves “O Avô Fugiu de Casa”

Carla Alves C om teu olhar traquina me cativas A o ver que o passarinho bate a asa; R odeado de rapazes, raparigas, L evado pelo som de mil cantigas, A o ver que o velho AVÔ FUGIU DE CASA! A gora que nem sei o que fazer, L evado pelo teu querer profundo, V ou caminhar contigo sem saber E m qual manhã um novo alvorecer S e vai sentir nas portas deste mundo!

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Sofia Marvão “O Avô Fugiu de Casa”

Sofia Marvão S ouberas com que olhar te olhei, Sofia, O u qual o som mavioso dessa voz, F arias desta espécie de alegria I rradiante estrela que algum dia A luz traria a cada um de nós. M as não conheces esse teu segredo! A o lado teu não há porque ter medo, R azão porque te canto com dulçor. V ai, leva toda essa simpatia, A licerçando assim essa magia, O dom expresso em todo o teu vigor.

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Universidade Sénior

Memórias

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José Abel Carriço Grupo Coral da USPV

Maestro Emite o som, impele a sua gente, E lentamente surge a melodia. Afina o grupo, insiste e de repente A gente canta cheia de alegria. Labor e arte unidos, lado a lado. Junta o soprano, o baixo e o tenor, E logo, com seu ar determinado, Junta o contralto ao grupo com fulgor. Os sons, a melodia, vão fluindo, Com confiança, segue construindo Os alicerces desse seu Coral. E logo, na ribalta, sob o brilho Dos holofotes, chora! Nasce o filho… … E enlaça-o num abraço maternal.

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José Pinheiro Grupo de Cantigas Regionais

José Pinheiro J untaste um grupo frágil, mas coeso; O grupo foi crescendo, gradualmente, S em ter receio, sem se sentir preso E m águas agitadas da corrente. P or mais que vão surgindo desafios, I mporta estar atento, estar alerta! N o grande mar há sonhos, desvarios, H á que seguir com mente bem desperta! E m todos os batéis da nossa vida, I lusões mil nos surgem no caminho; R ema seguro, tem como guarida O barco... E leva a água ao teu moinho!...

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Sandra Granja Grupo de Cantigas Regionais

Sandra S e tu soubesses, Sandra, como é bom A brir de par em par o coração N o meio dos amigos, das amigas, D epressa nos farias, com encanto, R einventar o sonho pelo canto, A qui, no nosso Grupo de Cantigas. G oramos, com a música, co’a dança, R edescobrir o tempo de criança, A qui, neste jardim sempre a florir. N o fim, tu hás de vê-lo em crescimento, J untá-lo e com mestria, com talento, A voz do povo, nele, enfim, ouvir.

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João Silva Grupo de Cavaquinhos

João São mais de oitenta as tuas primaveras Mas, mesmo numa idade tão madura, Contigo guardas sonhos e quimeras Que dão mais vida à tua mente pura! Dia após dia todo o teu carinho Se manifesta em sons e harmonia, Trinando as cordas do teu cavaquinho E partilhando sons na Academia. O Passarinho canta na ribalta Feliz, contente, a animar a malta No barco desse velho Marinheiro. E o Grupo, mais ou menos afinado, Encontra em ti o Mestre dedicado, Amigo, Professor e Companheiro! 78


Gil da Costa Saúde

Dr. Gil G osto de ver o arguto perscrutar, I maginar esse pensar preciso, L evando água ao moinho suavemente. D e tudo o que nos traz num só sorriso A nossa mente bebe consciente. C irurgião do corpo e da palavra, O olhar firme, astuto, penetrante, S e lança em nossas mentes e desbrava T udo o que vê. E, hilariante, grava A mágica poção de cada instante.

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Raquel Vazquez Teatro

Raquel Vasquez R endido ao teu talento, vou seguindo A s marcas dum percurso terno e lindo Q ue vais deixando ao longo do caminho; U m misto de fulgor, perseverança, E m formas de ternura, de esperança, L evando sempre as águas ao moinho. V em, molda em nós a força do teu peito, A luz do teu olhar de brilho intenso, Z urze teu corpo, e num caminho estreito, Q uebra essa dor com teu poder imenso! U m misto de candura, de paixão, E merge do teu forte coração, Z énite de uma vida à tua frente!

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Abertura de Aulas Convidada 24-09-2019 Oradora convidada na Sessão de Abertura de Aulas da Universidade Sénior do Rotary Club da Póvoa de Varzim

Clara Costa Oliveira É bom estar em casa, ver-te aqui, A conversar connosco neste dia, Falando de esperança, um alibi Sobre a felicidade e a alegria. A vida é um processo em progressão Com coisas boas, más, de tudo enfim, Palavras a bordar o coração Com rosas, para ti e para mim. Bordado que circula à nossa volta, Qual ave rara, qual cavalo à solta Que corre com vontade, com fulgor. Momento mais sublime! Na verdade, Este caminho p’ra felicidade É hino à paz, um canto de louvor! 81


Abertura de Aulas Convidada

Luísa Lima L audada no domínio da palavra U m som suave, puro, eloquente, I nvade a nossa gente aonde grava S ilêncios duma luta que se trava A o longo duma vida - corpo e mente L evanto em mim a luz do douto ensino, I lusões mil que trazem num momento M emórias de outro ciclo peregrino A s quais eu vou guardar por longo tempo

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Abertura de Aulas Convidada

Raquel Camarinha R aio de luz, estrela da ribalta, A tua voz ecoa pelo ar, Q ual ária de um poema que em ti salta, U nidos na esperança desse olhar. E enquanto a melodia voa ao vento, L iberta-se por fim o pensamento. C omo era bom sentar-nos num poema, A dormecer no colo duma estrela, M oldar no palco um ato ou uma cena A o golpe de um pintor ferindo a tela; R espiro acelerado e no teu canto I lusões mil, com todo o esplendor, N ascendo vão com mavioso encanto; H á nele um grito, quase um gesto santo, A celebrar no canto o teu amor.

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Luís Diamantino Vice-Presidente da Autarquia

Dr. Diamantino L embro-me ainda bem. Dia após dia, U nindo alguns poetas, trovadores, I ncentivados pela poesia, S orvemos seus conselhos e favores. D urante muito tempo, aquele espaço, I nvariavelmente, recebia A força dos poetas num abraço, M ovidos pela força e a alegria. A s noites em que o verso se fez arte N asciam no Diana, e a maresia T rouxe até nós, de cá, de toda a parte, I números poetas, simpatia. N o horizonte, o brilho do luar O s versos dos poetas quis gravar!

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Joaquim Lopes Declamador de Poesia

Quim Lopes A tua voz ecoa forte e brava Por toda parte, ao longo do país, Contigo a poesia se desbrava, Se sente em cada verso que se diz. E quando no silêncio se destrava Palavra após palavra, a noite o quis O nosso pensamento capta, grava, Do grito dos teus lábios tão feliz! Ó príncipe do verso, voz sublime, Ó verbo eterno, força que se exprime Em mananciais de amor e frenesim, Nas noites dos poetas, com magia, Irá soar pra sempre essa harmonia Saída dos teus lábios, Joaquim!

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Desporto Pessoas que enaltecem o País 87


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Campeões Futsal

Força, Campeões! Naquela tarde, o coração saltava Do peito desse grande treinador Que, cheio de entusiasmo lhes gritava Com toda a sua garra, o seu fulgor. Enquanto mais um jogo disputava, A equipa, com a força que os anima, Um obstáculo mais ultrapassava E a força de vencer vinha ao de cima. Na luta, Ricardinho e o Bebé Convictos, refinavam o seu pé Com os seus pares, cheios de emoção, No ar soavam gritos de vitória, Pois nessa noite se escrevia a história Que fez de Portugal o Campeão! 89


Bi-campeões Futsal

Bravo, Campeões! No dia em que chegamos à final, A força de vencer se fez sentir E logo o nosso grito triunfal Andava pelo ar, nos fez sorrir. O jogo parecia num impasse E tudo era difícil, mais distante, Por mais que Jorge Braz alimentasse O sonho da vitória, a cada instante: "Andamos nós durante vinte anos Aos gritos, a dizer que já ganhámos, E a ver correr um tempo que se esgota." A Rússia, lutadora e aguerrida, Com quatro a dois no alforge, cai, sofrida, E fez de nós Bi-Campeões da Europa." 90


Eusébio da Silva Ferreira Futebol

Pantera Negra Chutavas nessas bolas de farrapos Que com carinho e garra construías Caías, rastejavas como sapos Mas nunca te queixavas… e sorrias Com todo aquele bando de ganapos Vivias desfrutando essas orgias Descalço, só coberto com dois trapos, Saltavas e gritavas… e vivias. Depois, quando deixaste o teu cantinho, Vieste conhecer novo caminho E assim foste escrevendo a nossa história. Trouxeste a toda a gente orgulho e arte… Não partes que um guerreiro quando parte Deixa no rasto o grito da vitória! 91


Cristiano Ronaldo Campeão de Futebol

CR7 Era um menino humilde que na Ilha Andava a dar uns chutos numa bola. E essa bola era aquela filha Que transportava sempre na sacola. E ela o fez crescer... Até que um dia Levado foi p'rá nossa capital. E com trabalho, rasgo e ousadia, Se transformou num líder genial. E foi para Manchester, p'ra Madrid, Na nossa Seleção, também ali, Já Campeão da Europa, fez guarida. Troféu após troféu, sempre a ganhar, A quinta Bola de Ouro ousou juntar Ao vasto palmarés da sua vida.

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Aurora Cunha Campeã de Atletismo

Aurora Cunha A tua vida cheia de aventuras U m grande acervo tem para nos dar, R epleta de vigor e histórias puras, O teu exemplo em nós há-de ficar… R asgo, nobreza, qual mulher de raça, A espalhar sorrisos a quem passa! C om tua história plena de quimera, U m dia-a-dia cheio de emoções, N ós vamos cá ficar, ficar à espera, H á nesse olhar o alvor da primavera A renascer, campeã dos campeões!

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Baltasar Sousa Campeão de Atletismo

Baltazar Ei-lo correndo a procurar a glória, Marcando o seu terreno passo a passo Em busca do triunfo, da vitória, Da força e do poder dum longo abraço. Mergulha em si e um banho de suor Inunda todo o corpo. Então, contrito, Esquece o sofrimento, qualquer dor, E corre nessa ânsia de infinito! Espreita para trás, mais um atleta, Desenfreado, corre para a meta E, triunfante, ouve a multidão! Mas lá no Podium olha tudo isto E vê que a sua meta é Jesus Cristo E a Vida Eterna o grande galardão. 94


A Vida Sátira Lugares Gratidão Eventos Saudade Amigos

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Acordo Ortográfico Sátira

Brasuguês Pegaram nas palavras de Camões, Puseram-se a brincar ao desafio; Camões sentiu estranhas sensações No túmulo. E saltou em desvario. E o acto ficou ato. É o desidrato Saído dessa imensa confusão, Deixou de ser um pacto, ficou pato, E o pato, ei-lo no prato, em empadão. E o baptista bati(e), não "p(e)tist(c)a"; E mesmo que o "portuga" em vão resista Ao "brasuquismo" deste "português", Na confusão, o fado "virou"samba; E o "portuga", ao ver, gritou: caramba, Será que a nossa língua é o "Brasuguês"! 97


Donald Trump

Trump(a) É loiro, tem olhar quase inocente, Mas mente quando fala para nós, O seu discurso é néscio, incoerente, E prepotente quando alça a voz. Se no Twitter, quase de improviso, Dispara louco em toda a direção, A sua mente torpe, sem juízo, Coloca toda a terra em convulsão. Para ser trampa, só lhe falta o “a” Mas mesmo assim já nada impedirá Que se transforme no senhor da guerra. Envoltos nessa louca fantasia, Quem sabe se não vamos algum dia Ver reduzida a trampa toda a Terra! 98


Trump(a) for you O Léxico de Sua Majestade Foi alterado, tudo em paridade Co' as regras desse novo Belbezu; O shit for you que então havia Deu azo a esta assaz filosofia Que se traduz em Trump for you!

O Cowboy, a Girl…inha e o Maçon Disse o cowboy á girl...inha: “Vamos lá sobre a mourisma Que o maçon também alinha Ou por ter medo ou por cisma. E se o puto do comuna Nos aparecer na frente, É mais uma ou menos uma E esse gajo nem a sente.” Já dizia o Tio Sam: “Melhor é que passe um cão Que ser mordido por ele”. E se lhe chamam patife, Que lhe importa? Que se lixe, Este mundo agora é dele. 99


Troika Quando a troika aqui chegou Com leves Passos entrou Pelas Portas de pandora Mas o povo, já se vê, Com vibrante PQP, Correu-a daqui pra fora

Angela Merkel Quando Merkel aparece O que mais nos apetece È que vá para outro lado, As Marias, os Josés Fogem dela a sete pés, E fica o caldo entornado

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Cavaco Um cavaco na fogueira Alimenta a noite inteira De Belém até S. Bento É vê-lo arder lentamente P’ra que o fogo de repente Não inflame o Parlamento.

Cherne quando o cherne fez o pino E seguiu o seu destino Ao ver os tugas de tanga, Nos tempos que lá passou, Num bicho se transformou Desses tais, dos que dão tanga.

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Passos Sobe a escada passo a passo E ocupa cada espaço, Da forma mais natural. E se troika lhe diz “mata” Ele “esfola”, desbarata Este pobre Portugal.

Portas Cortas, reduzes, recortas, Abres portas , fechas Portas Com esse ar de inteligente Com teu nariz de pepino Arranjaste um submarino Martírio de tanta gente

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Doutor Marcelo O Marcelo é um novelo Como era outro Rebelo Que se chamou Baltazar E não fora ele outra cousa Pois é da raiz do Sousa Que viveu no Ultramar.

Celinho Doutor Marcelo, ouça por favor, Já tudo almeja ser comendador E o senhor promove-o muitas vezes Pois bem, se há gente que lhe peça Que faça jus mas só a quem mereça Ou vá compra-la à loja dos chineses

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Pacheco Pereira Anda o Pacheco Pereira Durante uma vida inteira A navegar à deriva Passa no MRPP Vai para o PSD E não se encontra na vida.

Louçã As voltas que a vida dá! Quando ouvimos o Louçã Falar num outro tabu, Mostra em franco desvario Corrupção e compadrio E mostra que o Rei vai nu.

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CR7 Ronaldo No mundo do futebol Ganhaste um lugar ao sol Com as garras de um leão, Mas na arena do amor O cupido em seu melhor Fez de ti um campeão.

CR7 Ronaldo CR7, ó Ronaldo, Jogas damas no rescaldo Desse jogo popular, No xadrez tem um reizinho E as mulheres de carrinho Vão ouvir cantar o fado

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Sócrates Como se rei no seu paço Não descarta um embaraço, Que tem como natural E faz-se amigo da onça Dizendo que a geringonça É um pecado mortal

Centeno A CGD o Centeno Fez ficar tão obsceno, Que se esqueceu do Banif Olhou para o orçamento E mergulhou num lamento Dizendo: Mas que chatice!

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Saramago O Novo Acordo é sentido Por muita gente um perigo Na história da educação Até mesmo Saramago Escreveu por todo o lado Sem qualquer pontuação

Fernando Pessoa Pessoa, que coisa boa Ver em ti tanta pessoa Numa pessoa somente! Viajando ou em Lisboa, Serás mito, serás loa Na boca de toda a gente.

José Rodrigues dos Santos Vá lá, não grites, não brigues, Lá porque o José Rodrigues Tem a proteção dos Santos, Deixa que escreva à vontade E procure a liberdade Em cima dos seus tamancos. 107


Ricardo Salgado Lavou tanto, tanto, tanto Que o dinheiro ficou branco No offshore do céu E por dom do Espírito Santo Eis que surge um Novo Banco Que à nossa custa cresceu

Durão Barroso És mesmo triste, Durão! Andaste como um morcão, Como um cherne num viveiro, Nos corredores da Europa Vendeste-te a essa tropa Que te nomeou banqueiro.

Manuel Luís Goucha O Goucha pega na trouxa Se transforma em trouxa-mocha Faz um doce sem querer, Pega naquilo ao reverso, Vira tudo do avesso E seja o que ele quiser. 108


Costa Fala, fala, não se cala E as vezes nos entala Com coisas que não se gosta É tal qual como se fosse Qualquer comida agridoce Com um tal sabor a bosta.

Costa (2) Teus amigos da esquerda, Quiseram mandar-te à merda E a geringonça caía, Mas o povo em seu juízo, No momento mais preciso Te entregou a maioria.

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Lugares

Cantos e recantos 111


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Vila do Conde “entre pinhal, rio e mar.” (Régio)

Vila do Conde, cidade Quem foi que deu o nome à nossa terra. Lhe chamou sua e a teve por presente? Mistério! É um segredo que se encerra Envolto na penumbra mais silente. Quem foi o Conde que entre paz e guerra Se deslocou p’ra cá com sua gente E disse: - Aqui quem manda e quem desterra Sou eu! - Que decisão eloquente! Vímara Perez, primórdio da nação? O Conde D. Henrique, sim ou não? Quem quer que seja, é-nos indiferente. D. Mendo, conhecido por Sousão, Talvez queira dizer-nos com razão Que os Condes somos nós, a nossa gente!

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Vila do Conde (II)

Caminho Caminho junto à praia. A maresia Se faz sentir ao longo da calçada, A gente em turbilhão olha à porfia E perde-se na areia, junto à estrada. Ao longe, a seca, largos estendais Aonde o bacalhau secava ao sol E o grande espaço aonde os arraiais Se estendem muito além do arrebol. Avisto ao longe a bela fortaleza, Memórias ancestrais em que a defesa De gente ribeirinha é viva ainda. E as águas cristalinas lá do Ave, Que chegam no seu curso tão suave Ao fim dessa jornada extensa e linda.

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Vila do Conde Monumento ao professor

Professor Quando ele chega, a gente se levanta E ouve atenta aquilo que ele diz, Palavras vivas saltam da garganta Que a turma absorve alegre, tão feliz. Mergulha na raiz do pensamento E a magia espalha-se no ar, O testemunho lança… e num momento Vence o espaço em voo singular! A cada sala vai, feliz contente, Levar o seu saber a toda a gente, Qual sacerdócio, cheio de energia! Depois, atento, o seu olhar profundo, Vê-os partir a desbravar o mundo E acender a luz de um novo dia!

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Vila do Conde Monumento à Rendilheira

Rendilheira Ei-la sentada junto à almofada A manusear os bilros com destreza E a transformar aquele quase nada Em rendas recheadas de beleza. As delicadas mãos vão com carinho Moldar o fio. E surge a obra d’ arte Que logo vai seguir o seu caminho, Correr o mundo além, por toda a parte. Curvadas na almofada, com labor E com cuidados mil e grande amor, A obra nasce e mostra todo o brilho. Ó rendilheira, ó luz do infinito, No fim de cada renda se ouve o grito Da tua dor, da mãe que pare um filho!

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Braga

Bracara Augusta Do bom Jesus do Monte olho a cidade Que cresce e que se estende à nossa frente, Guardando nos anais de longa idade Segredos que a memória não desmente. Rezam as lendas de ancestral idade Que um bispo, vendo o fim à sua frente, Ousou lutar por sua liberdade Com outros pares seus, da sua gente. Trilhando cada rua, cada esquina, Em cada monumento, a peregrina História se revela gradualmente. Bracara Augusta, insigne e divina, O teu caminho longo nos ensina Que tu hás de viver eternamente.

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Figueira da Foz

Figueira O sol se estende entre a praia e o mar Naquela terra farta e prazenteira, Gaivotas que não se cansam de voar P’ las praias tão formosas da Figueira. E pela noite, o brilho do luar De todos os recantos se abeira, Cantam estrelas que com timbre ímpar Emitam o cantar da salineira. Figueira, aonde as águas do Mondego Nos trazem o frescor o aconchego, Saudades da Coimbra dos doutores. Figueira nossa, minha terra amada Tão cheia de valores, apaixonada Pela saudade imensa dos amores.

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Tarouca

Vale do Varosa Quero-te olhar nos olhos de um poeta Perdido em teu verdor luxuriante E desbravar no bico da caneta Os sons do teu sentir esfuziante. Quero abraçar-te em cristalinas águas Que descem tão serenas para o rio, Lançar no leito seu tristezas, mágoas, Sulcar as fráguas, como um desafio. E ao respirar o ar tão fresco e puro, Sentir-me em liberdade, em paz, seguro E cheio de vigor, inspiração. Nos versos mais singelos de um poema Contigo, hei de gritar que Vale a Pena Beber o elixir desta paixão! 119


Dine (Vinhais)

Agostinho e Mariana Em Dine, nessa aldeia que se perde Em Montesinho, lá para Vinhais, Existe um monte enorme, fértil, verde, Que pertenceu aos nossos ancestrais. No cimo da montanha, alguns vizinhos Moíam a farinha para a aldeia; Um dia, um temporal os seus moinhos Arruinou, naquela grande cheia. E eles, co’a fazenda destruída, Partiram p’ra Bragança. E nova vida Aos poucos construíram. Foi então, Que Agostinho, o filho, e Mariana Se conheceram. E eis que a viva chama De um grande amor encheu seu coração! 120


Vila Real

Na Casa de Mateus Não foram os seus tetos, contadores, As pratas mil, as loiças de Cantão, Que ousaram ser a fonte dos amores Do meu palácio louco de ilusão. Nem as imensas salas-corredores, O ouro e o marfim em profusão, Ou seus jardins cobertos de mil flores, Haviam de prender minha atenção. Não foi o seu Palácio se esvaindo. No imenso Espelho de Água, refletindo As cores dum verdor de tanta cor. Mas os teus olhos, teu olhar infindo. E teu sorriso imenso, lindo, lindo, Haviam de prender-me, meu amor! 121


Óbidos

Lagoa de Óbidos Quando me sinto aí, mais junto a ti, Meus olhos se extasiam de prazer, A vida para... E logo nos sorri Ao ver as tuas águas a mexer. O ondular suave, a quietude Das águas, com os barcos a bailar, Os peixes a saltar, a juventude Nas margens a correr ou passear. Um par de namorados que se enlaça Num longo abraço e mal se embaraça Se olhamos sorridentes para si. Quando te sinto perto, o sentimento É de uma paz serena e num momento, Só quero ali ficar a olhar p'ra ti! 122


Águeda

Águeda O Vouga desce lento lá do monte E atravessa as ruas da cidade, Cruzando no caminho a velha ponte Até ao mar da sua liberdade. Toldam as ruas guarda-chuvas mil Que trazem um sabor multicolor, Fruto de um sonho simples e pueril Nascido no seu peito, com labor. Nas fábricas, a mota, a bicicleta, Produzem-se de forma mais direta E correm todo o mundo à sua frente. Lá na lezíria, sob o sol dourado, Espalham-se arrozais por todo o lado, Qual seiva, qual suor de tanta gente!

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Delães A minha terra natal

Delães Envolta entre aldeias lá do Minho, Delães, a promissora freguesia, Trilhava passo a passo o seu caminho Na senda do progresso e da harmonia. A sua vasta indústria trazia Ao povo segurança em seu caminho E no labor, com raça e galhardia Passo após passo erguia seu cantinho. As fábricas de sedas, fiação, Garantes de trabalho, eram então A fonte de um viver feliz, fecundo. Bem cedo, laboriosa, toda a gente Saía do seu lar, feliz, contente, Em força e paz para abraçar o mundo!

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Vizela

Parque de Vizela No parque de Vizela passa o rio Que dá seu nome à promissora Vila, As aves vão cantando ao desafio, As árvores crescendo fila a fila. No rio, os instrutores vão remando Seguidos por rapazes e meninas; E as canoas seguem navegando Ao longo dessas águas cristalinas. A brisa vai soprando em toda a parte E refrescando aquele imenso Parque, Qual bálsamo suave, nesse dia. E nessa tarde quente, muita gente Passeia por ali feliz, contente, Gozando dessa paz, dessa harmonia!

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Póvoa de Varzim

Diana Bar Diana Bar, recanto de poetas Que ali procuram paz p’ra se inspirar. E vão por prateleiras e gavetas Buscando textos para se deleitar. E quando em horas mortas, mais discretas, Nós vamos até ali p’ra ver o mar, Alguns fazem erguer suas canetas Como quem diz: - Estou a versejar! Diana Bar. Há muito, no passado, Eu via o Régio ali acompanhado, A ver o mar, olhando, sem ter pressa. E às vezes, ao passar, informalmente, Parávamos ali à sua frente, Trocávamos dois dedos de conversa.

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Gratidão

Um abraço de amizade 127


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Doutor Jorge Valverde Cirurgião Oftalmologia

Jorge Valverde J á percebi, amigo. Num momento, O dom de dar mais luz ao meu olhar R egressa com magia e sentimento, G orando ver mais cor e movimento. E m todos os recantos do meu lar. V olto a sentir no íntimo do peito A quele sonho lindo de menino, L iberto do olhar triste e contrafeito V etado pela força do destino. E m tuas mãos, tão cheio de esperança, R enasço para a vida, meu amigo, D e novo sinto paz e confiança E tudo faz agora mais sentido!

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A Uma Médica da Equipa na operação aos olhos

Gatinhas Possui duas gatinhas meigas, belas Que fazem as delícias do seu lar E quando chega a casa, logo elas Lhe saltam para o peito a ronronar. Seus olhos são qual brilho das estrelas No firmamento, em noites de luar E suas rolas, suaves aguarelas Que o mais dileto artista ousou pintar. Cansada, chega a casa ao fim do dia E as gatinhas, cheias de alegria, Lhe saltam para o colo, feitas tolas. E só nesse momento, o mais perfeito, Afaga essas gatinhas junto ao peito, Aconchegadas entre duas rolas. 130


Doutora Ana Almeida Médica na USD Santa Clara

Ana Almeida Dia após dia, zelas p’la saúde Do cálcio que meu corpo ainda sustém, Na esperança de assistires a que algo mude Nos vícios mais nefastos que ele tem. Mas esta mente que é devassa e rude, Não quer conselhos de ninguém, E nem o som mavioso do alaúde Que brota dos teus lábios a detém Quão grato estou por todo o teu carinho! Vais ver que um dia, Aninha, o meu caminho Irá seguir, mas noutra direção. E então constatarás que esforço feito Não foi em vão, Amiga, e do meu peito Vais receber a minha gratidão. 131


Prof. Doutor André Gomes Médico Ortopedista no Sams

Dr. André A sua voz suave, fresca, aberta, N o curso da consulta de um doente, D esfaz nossas maleitas, nos desperta R efaz as nossas forças, nos liberta, É leme que dirige a nossa mente. G osto de o ver com tanta confiança, O uvir falar das mágoas que há em nós, M edica com saber, com segurança, E regressamos cheios de esperança, S eguros que não mais estamos sós.

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SAMS, Serviços Médico-Sociais Sindicato dos Bancários Norte

SAMS Encontro, quando chego a este espaço, Pessoas lindas, sempre a circular Tentando libertar-se do embaraço Que às vezes esta vida nos quer dar. Queremos, envolvidos neste abraço, Com fraternal afeto, desfrutar Da competência viva em seu regaço Em todos os recantos do lugar. E toda esta frescura nos convida A prosseguir sem medo, olhar a vida Com novo olhar, confiantes, a sorrir. É neste espaço alegre e entre amigos Que nos sentimos fortes, protegidos, Confiantes no amanhã que há de surgir! 133


SBN Sindicato dos Bancários

Obrigado Que bom ver renascer uma esperança Com atitudes, gestos solidários, Sentir nascer um filho, uma criança, P’la mão do Sindicato dos Bancários. Os tempos são de mingua, a desesperança Que grassa ao derredor, motivos vários, Nos faz perder a fé e a confiança À luz destes momentos tão precários. Aqui expresso a minha gratidão Ao Sindicato, à sua Direção, Por este gesto amigo e delicado Pois foi graças a si que tive o ensejo De ver concretizado o meu desejo E ver por fim meu livro publicado.

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Eventos Literários 135


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Hora de Poesia Programa na Rádio Vizela

Hora da Poesia Em cada quarta-feira, com magia, Ouvimos uma voz a desflorar A boa poesia que esse dia Quis eleger para nos deleitar. Poetas, escritores, trovadores, Se lançam pela estrada e, num momento, Nos trazem sentimentos de mil cores Pra dar mais luz à luz do pensamento. O tempo voa e quando chega o fim, Sentimos pelo ar um frenesim, Sensações mil de perda e de alegria. Na próxima semana há de voltar, Com novas emoções para cantar Com todos nós um hino à poesia.

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Conceição Lima Hora de Poesia

Menina da Rádio A sua voz serena, delicada, Ouvia-se a trovar p'la noite dentro, Levada pela força da palavra, Tão cheia de fulgor, de sentimento. Falava do poeta, declamava, Abria para nós o pensamento, Contava cada história que guardava E espalhava livre como o vento. Atenta, com amigos conversava Ao longo de uma hora que passava Num àpice. E o poeta em nós vivia. Eis senão quando, ouvia a voz do tempo Ditar a sua lei. E num momento A sua voz, serena, nos fugia!

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Hora de Poesia Rádio Vizela

Aniversário, Sete Anos Lá vão sete anos, sete, a perfeição, O som da Rádio, a luz, a poesia, O mavioso timbre, Conceição Transpondo o mar, o sonho, a fantasia. P' la noite dentro, cheia de paixão, A sua voz serena descobria No alfobre de cultura da nação Poetas que com zelo nos trazia. E o som de quem bem sabe declamar, Com prontidão chegava a cada lar Tão cheio de pujança, de frescor. Sete anos de carinho, devoção, Um sacerdócio longo, uma oblação Sentida, sim, como expressão do amor! 139


Rádio Vizela Rádio

Rádio Vizela Rádio Vizela, ó som multicolor Que faz vibrar o nosso coração, Os sons que tu espalhas ao redor, São força que acalenta o coração. As ondas que se elevam pelo ar Ao longo deste vale, são a prova Que no teu curso simples, singular, A vida se recria, se renova. A música, a notícia, a poesia, Lazer, desporto, o som, a fantasia, Colocam a cidade em movimento. Durante todo o dia, tempo infindo, Programas mais programas vão fluindo Na voz que se faz voz do pensamento. 140


Expoética Evento Literário em Braga

Expoética Poetas trovadores, toda a gente Se junta na cidade além do dia Pois sente a mesma coisa que se sente Aonde existe a força da alegria. É neste espaço enorme, diferente, Tão cheio de volúpia, de magia Que as nossas emoções num frente a frente Misturam som e cor e poesia. Que neste versejar por toda a parte Ousemos exprimir a nossa arte Da forma mais insigne, mais dileta... E na cidade, aberto o coração, Possamos exprimir nossa emoção, Abrir a nossa alma de poeta! 141


Tarouca Vale a Pena Evento Literário em Tarouca

Tarouca Vale a Pena Tarouca se cobriu de branca flor E estendeu a rubra passadeira A fim de receber no seu maior Quem quis participar nesta cimeira. Cidade poesia foi chamada E para fazer jus à distinção, Por muitos dos poetas foi cantada Com grande entusiasmo e emoção. Enquanto foi cruzando tempo e espaço, Foi recebendo abraço após abraço O seu talento, a sua inspiração. Co' a força da palavra como lema, Gritou por toda a parte: Vale a Pena! E abriu de par em par seu coração! 142


Quinta do Espírito Santo Arcozelo – Gaia

Espírito das Artes O Espírito das Artes foi descendo Em Arcozelo, Gaia, no verão, Num paraíso imenso, ali trazendo A Arte numa vasta dimensão. Envolta em tal magia, a poesia Transparecia em sons celestiais E nos jardins em flor acontecia Fotografia e arte... e muito mais. A Flauta e o Violino, com magia, Levavam pelo ar essa harmonia Celestial à gente ao seu redor. No plácido jardim, à beira mar, O Espírito das Artes quis deixar Aromas mil em cada rosa em flor! 143


Lugar do pensamento Oliveira de Azeméis (Exposição de Glória Costa) Poema escrito na pessoa da autora da exposição

Glória Costa Um dia viajei além do tempo A ver se me encontrava em meu viver, Olhei à minha volta e num momento Pintei e repintei todo o meu ser. E eis-me no Lugar do Pensamento, Num frenesim imenso, espavorida, Num rodopio, em louco movimento, Olhando cada tela colorida! Em cada quadro, um ser que se reparte Em poesia e cor, expressões de arte Que tornam esta vida mais sentida. Lugar do Pensamento, a arte, o belo, Um grito de paixão, quiçá, o anelo Que dá mais cor à cor da minha vida!

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Saudade

Aos que já dormem 145


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Jazigo da Família Aos que repousam

Saudade Já dormem no silêncio da Capela De marmorite cinza revestida Eugénia, Armando, Ema Manuela, Geninha e Joaninha, dons da vida. Eugénia era tão bela, nobre e pura! Essa doença vil que não perdoa Ceifou-a e a levou à sepultura De forma prematura. A vida é loa! Geninha foi a flor que não brotou... Armando, um coração que nos amou... Eminha, paz, amor e alegria... E um lindo Pirilampo apareceu Para que brilhe ali a luz do céu Até que Cristo volte nesse dia. 147


Joaquim Marques Escritor e poeta

Mungano (amigo) M ostraste para nós os teus escritos U m dia junto à foz do Rio Ave... N ão sei mas ao senti-los tão bonitos G uardei-os com carinho. Abri a chave... A o desventrá-los, calmos ou aflitos N o fundo descobri nesses teus gritos O cerne duma imensa liberdade. A gora, eis-nos aqui em tom de festa M ostrando tudo aquilo que escreveste I n-versos, relembrando nobre gesta, G ritando para o mundo o que ‘inda resta – O sonho e as façanhas que viveste!

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Anna Veiga Jornalista e Poetisa

Até sempre, Anna Teu coração parou, eu sei que é triste Ver-se esvair a tua juventude, O efémero venceu. Porque partiste Com tua vida quase em plenitude? O teu sorriso lindo, essa magia Que ao teu redor havia em profusão, Viviam nessa paz e harmonia Que transbordava do teu coração. Chegou essa notícia nua e crua: “A Ana já deixou a vida sua” E tu partiste assim, tão de repente. Mas esse teu sorriso, essa alegria, Reduto de amizade e simpatia, Não vão sair jamais da nossa mente! 149


Custódio Sá Militante político

Recordar o Amigo Tu eras o "delfim" que o "principado" Dos sábados à tarde, no Diana, No meio de tertúlias, inflamado, Tu ias confrontando, a "voz que clama". E quando em qualquer tese apaixonada Lançavas a toalha para o chão, Os "príncipes" de mente iluminada, Ouviam-te a falar, com atenção. Irreverente, culto e erudito, A tua voz mais parecia um grito Ao mundo torpe, turvo, em convulsão. E no correr do teu peregrinar A vida que tentavas abraçar Chegava ao fim, parou teu coração! 150


Bárbara Godinho Poetisa

Até sempre, Mãe Natal Ainda está tão longe outro Natal! Diz lá, aonde andavas tu, princesa? Envolta nessa luta desigual Tão cheia de perfídias, de incertezas! Recordo a Mãe Natal, que tempo lindo, Os teus belos poemas, as pinturas… Momentos esquecidos vão fluindo Na nossa vida cheia de aventuras. Efémera esta vida, de repente, Havias de deixar a nossa gente P’ra descansar. Eu sei que algum dia, De novo vamos dar aquele abraço. Nesse País de Glória e além, no Espaço, Cantar iremos hinos de alegria! 151


Abílio Brandão Gerente bancário

Até sempre, meu amigo Abílio, sei que agora tu partiste, Mas vais ficar presente em nosso meio. Tu sabes que a verdade que te assiste Te embala nesse sono, nesse enleio. Eu sei, a vida é assim, não fiques triste, Não temas, não precisas ter receio, Pois desse grande amor que em ti existe O nosso coração vai ficar cheio. Tu nunca vais sair da nossa mente, Só sentirás um dia estar ausente Se o teu último amigo te esquecer. Então, do céu, trombetas e mil banjos Irão soar. E Cristo com seus anjos Do céu virão. E a morte irás vencer! 152


Rafael Silva Professor

Rafael Recordo ainda o teu olhar suave E a tua aprazível companhia No tempo em que descias pelo Ave Na tua bike, cheio de alegria. Recordo o Porto, o grande Campeão Da Europa... E celebraste a sua sorte Levando essa bandeira do Dragão Na tua bike, até ao Polo Norte! Teu bandolim levavas no farnel, Magina Pedro, o mano Daniel, Os “E…Magina os Silvas”. Tão querida A Banda que cruzou vosso destino, Memórias desse tempo peregrino Que vamos recordar por toda a vida.

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António Ferreira Vila Cova Empresário

Meu Amigo, A quem tinha a calúnia sempre à vista Que um dia quis chamar-te trapaceiro, Quero acusar, dizer-lhe, companheiro, Que foste um homem bom e altruísta. Se à custa do poder em sua mão, Apenas p’ra vincar seus vastos coutos, Te ofendeu, a ti e a teus pais doutos, E espalhou na urbe a confusão, Coitado, se pensava que algum dia Irias caminhar por outra via! Ficou-te essa lembrança… e isso dói! O tempo, enfim, ditou a sua lei, Hoje és lembrado pela tua grei, E recordado aqui como um herói!

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Cléa Rezende Escritora e Poetisa

Cléa No dia a dia, ias perscrutando Neste lugar a nossa poesia, E logo em toda a parte partilhando, Emocionada, cheia de alegria. Depois, na tua terra, semeando Palavras que traziam cor, calor, Criadas para nós, de vez em quando, Em teus poemas cheios de valor. Quis o destino, algures, de repente, Que adoecesses. E muito doente, Deixaste enfim de vir a este lugar. Ó minha amiga, vai, que no teu mundo Possas viver este sentir profundo E um dia voltes, p´ra nos abraçar. 155


Manuel Lopes Eminente Bibliotecário Poveiro

Lopinhos Quando eu saía lá da minha casa Pela porta das traseiras, na Avenida, Meu coração pulsava quase em brasa Ao ver essa figura tão querida. Olhava circunspecto ao seu redor, Depois, determinado, lá seguia Na sua marcha certa, qual Doutor, Para a Biblioteca, o santo dia. Pernas cruzadas, ei-lo, diligente, Olhando de soslaio toda a gente Descendo as lentes, como que à procura. Compenetrado, então, lia, relia, Livros sem fim, tão cheio de alegria, Na construção de um Homem de Cultura. 156


Joaquim Godinho Diretor do Ensino Secundário

Quim Godinho Em Évora, cidade dos amantes, Nasceu um dia na Universidade O “percursor” dos afamados Cantes Com seu cantar com alma e com verdade. Daquele antigo grupo de estudantes Que andava pelas ruas da cidade Cantando serenatas como dantes Pela noite se cantava, que saudade! Foi entre violões, adufes, banjo, Que alguém se destacou, nasceu um anjo Que ao grupo dedicou tanto carinho. “Pandilha”, aquela Tuna irreverente, Levava no cantar a tanta gente O banjo e o coração do Quim Godinho! 157


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Amigos

Um longo abraço 159


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Bárbara Santos Artista Plástica

Uma história Bárbara No meu trajeto feito de mil vidas Peregrinei durante a vida inteira... Transpus montanhas, vales sem saídas, Dormi exausta à sombra da azinheira... Vi-me envolvida em lutas e intrigas E quando apaixonada, a vez primeira, Pari meus filhos, moços, raparigas, Tão cheia de fadigas, de canseira... Pintei o meu caminho de mil cores; Os desamores, crises, os valores, As lutas mil que tive de abraçar... E encontrei-me só... e aconteceu, Quando em vigília, a história renasceu, Nessa parede tosca a quis gravar! 161


Manuel Cordeiro Pastor Adventista

Manuel e Margarida Em Alcanede ouviste a voz do Mestre E a seguiste no teu dia-a-dia. Depois, com diligência, recebeste O dom de interpretar a profecia. Mais tarde, ao longo dessa caminhada, Com Margarida, a Ele te entregaste E anunciaste à alma atormentada A salvação, num mundo de contraste. Profícuo e farto o vosso Ministério Que aceitastes como refrigério E qual batalha contra o vil pecado. Agora, aí no campo, a parusia Preenche a vossa mente, até que um dia Volte glorioso o vosso Mestre Amado. 162


Ilídio Duarte Músico e pintor

Ilídio Teu violão, já gasto pelo tempo, Soava e insistia em não parar, Roubando da raiz do pensamento Os versos que tu tinhas para dar. Trinavas cada corda e num momento, Com uma intrepidez irracional, Tocavas andamento a andamento E a canção surgia natural. Então, no turbilhão do mar da vida, Tentaste conduzir a nau perdida Ao porto que almejavas alcançar. Mas de repente, olhando aquela cruz, Tu viste os olhos doces de Jesus Que não paravam nunca de te olhar. 163


Magina Pedro Fadista

O Rouxinol Oiço na noite a voz do Rouxinol Cantar o fado. Oh gesta coimbrã, Passou-se o dia, adormeceu o sol E o palco brilha... e ele ali está! Trinam guitarras, toca o violão, As capas negras cobrem cada ser, Magina Pedro exulta de emoção, Renasce em nós a força de viver! Memórias do Penedo da Saudade, Das noites de glamour, de liberdade, Vividas do Choupal até à Lapa! - Éééféérrriiiááá, ó malta, haja alegria! Pairam no ar momentos de magia E estendem pelo chão a negra capa! 164


Rodrigo Silva Arqueólogo, teólogo e professor

Rodrigo Na tua mão a pedra ganha vida, Revela um mundo oculto, fascinante, E conta cada senda então vivida Por outros povos, num olhar distante. Em cada estela, o fio condutor De histórias que se perdem no passado, Um filão de ouro aonde o esplendor Se encontra em cuneiformes preservado. Traduz, Rodrigo, o caco, o pergaminho, Abre papiros ou lençóis de linho Já carcomidos p’lo passar do tempo. Num rasgo de paciência, de aventura, Desvenda-nos os tempos de loucura P’las pedras revelados num momento. 165


Aline Guia Turística em Israel

Aline A sua voz suave, delicada, Nos leva a viajar por Israel E em cada pedra descobrir gravada A terra aonde abunda leite e mel. De Nazaré até Jerusalém, A vida do Menino Imaculado Espalha-se p’los campos de Belém E está presente, ali e em todo o lado. Pedras que falam, a sublime história De um povo perseguido, cuja glória Está no seu sofrer resiliente. Como Abraão, com toda a confiança, No Deus Eu Sou depõe essa esperança De ver a Israel feliz p’ra sempre. 166


Emília Godinho

Emília e Joaquim Vem-me à memória aquele tempo antigo: Um par cruzando o longo corredor, O velho professor - o bom amigo, No seu profícuo ensino. Era o melhor! Ei-lo que passa, calmo, introspetivo, Na pele desse douto professor; O seu subtil olhar, olhar furtivo, Falava-lhe ao ouvido: - Meu amor! Ei-la que o segue, alegre, sorridente, O seu falar afável, transparente, Enchia a nossa vida de prazer. Ai, velha Escola, ó Póvoa de Varzim, O amor de Emília Alice e Joaquim, Não haveremos nunca de esquecer! 167


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Índice Biografia .......................................................................... 7 Construtor de Sonhos ....................................................... 9 Camões, Florbela, ............................................................ 13 Bocage e Antero ............................................................... 13 Antero de Quental ........................................................... 14 Eugénio de Andrade ........................................................ 15 Luís Sepúlveda ................................................................ 16 Teresa Gentile ................................................................. 17 Lucia Torricella .............................................................. 18 Leite de Vasconcelos ........................................................ 19 Adias Machado ............................................................... 20 Mestre Adelino Ângelo ..................................................... 21 César Amorim (Mutes) ................................................... 22 Bárbara Santos .............................................................. 23 Olga Freitas ................................................................... 24 Paulo Gonçalves ............................................................. 25 Aurora Gaia ................................................................... 26 António de Curtis (Totó) ................................................ 27 Tony Carreira ................................................................ 28 Vitorino .......................................................................... 29 Artesão do Vidro ............................................................. 30 Faísca.............................................................................. 31 António Teixeira ............................................................ 32 Aristides de Souza Mendes ............................................. 35 Humberto Delgado ......................................................... 36 Tarrafal, Cabo Verde ...................................................... 37

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Álvaro Cunhal ................................................................ 38 Mário Soares .................................................................. 39 Coronel João Varela Gomes ............................................ 40 Eugénia Varela Gomes .................................................... 41 Capitão Salgueiro Maia ................................................. 42 António Costa ................................................................. 44 António Costa ................................................................. 43 Cravos de Abril ............................................................... 45 Comendador Rui Nabeiro ............................................... 46 Língua Portuguesa ......................................................... 49 Afonso Henriques ........................................................... 50 John de Folque ................................................................ 51 Guerra da Restauração .................................................. 52 O Mostrengo ................................................................... 53 A Ribeirinha ................................................................... 54 Duque de Edimburgo...................................................... 57 Covid em Itália............................................................... 58 Apache ........................................................................... 59 António Sala .................................................................. 63 Fernando Mendes ........................................................... 64 Tânia Ribas de Oliveira ................................................. 65 Catarina Furtado ........................................................... 66 Vasco Palmeirim ............................................................ 67 Fátima Campos Ferreira ................................................ 69 Carla Alves ..................................................................... 70 Sofia Marvão ................................................................... 71 José Abel Carriço ............................................................ 75 José Pinheiro .................................................................. 76 Sandra Granja ............................................................... 77 João Silva ....................................................................... 78

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Gil da Costa ................................................................... 79 Raquel Vazquez .............................................................. 80 Abertura de Aulas............................................................ 81 Abertura de Aulas........................................................... 82 Abertura de Aulas........................................................... 83 Luís Diamantino ............................................................ 84 Joaquim Lopes................................................................ 85 Campeões ....................................................................... 89 Bi-campeões ................................................................... 90 Eusébio da Silva Ferreira ................................................ 91 Cristiano Ronaldo .......................................................... 92 Aurora Cunha ................................................................ 93 Baltasar Sousa ............................................................... 94 Ronald Trump ................................................................ 98 Vila do Conde ................................................................ 113 Vila do Conde (II) .......................................................... 114 Vila do Conde ................................................................ 115 Vila do Conde ................................................................ 116 Braga ............................................................................ 117 Figueira da Foz ............................................................. 118 Tarouca......................................................................... 119 Dine (Vinhais) ............................................................... 120 Vila Real........................................................................ 121 Óbidos ........................................................................... 122 Águeda .......................................................................... 123 Delães............................................................................ 124 Vizela ............................................................................ 125 Póvoa de Varzim ........................................................... 126 Doutor Jorge Valverde ................................................... 129 A Uma Médica da Equipa.............................................. 130

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Doutora Ana Almeida .................................................... 131 Prof. Doutor André Gomes ............................................. 132 SAMS, Serviços Médico-Sociais ..................................... 133 SBN ............................................................................... 134 Hora de Poesia .............................................................. 137 Conceição Lima ............................................................. 138 Hora de Poesia .............................................................. 139 Rádio Vizela .................................................................. 140 Expoética ...................................................................... 141 Tarouca Vale a Pena ..................................................... 142 Quinta do Espírito Santo .............................................. 143 Lugar do pensamento .................................................... 144 Jazigo da Família .......................................................... 147 Joaquim Marques .......................................................... 148 Anna Veiga .................................................................... 149 Custódio Sá ................................................................... 150 Bárbara Godinho........................................................... 151 Abílio Brandão .............................................................. 152 Rafael Silva ................................................................... 153 António Ferreira Vila Cova............................................ 154 Cléa Rezende ................................................................ 155 Manuel Lopes ................................................................ 156 Joaquim Godinho .......................................................... 157 Bárbara Santos ............................................................. 161 Manuel Cordeiro ........................................................... 162 Ilídio Duarte ................................................................. 163 Magina Pedro ................................................................ 164 Rodrigo Silva................................................................. 165 Aline .............................................................................. 166

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