Rosa Maria Santos
Cantam os Anjos
Poemas de Natal
PINTURA DE ADIAS MACHADO
Rosa Maria Santos
Cantam os Anjos
Poemas de Natal
Cantam os Anjos
Cantam os Anjos
ROSA MARIA SANTOS
Rosa Maria Santos nasceu no dia 08 de Maio de 1957, na freguesia de S. Martinho de Dume, em Braga. A base do seu equilíbrio está no seio familiar. É a família que lhe dá a alegria de viver. Viveu na Costa Litoral Alentejana, em Sines, 31 anos, tendo regressado agora à cidade que a viu nascer. São várias as referências literárias, Fernando Pessoa, Luís de Camões, Miguel Torga, Florbela Espanca, entre outros. Participou em várias Coletâneas: É Colunista no site e na revista Divulga Escritor. Essencialmente… Adora escrever e viver… Como administradora da Casa do Poeta, Solar de Poetas, SOLARTE, a arte no Solar, SoLAr…Si…Dó, e SolarTv online, uma parte do meu dia é passado nos grupos. Quando entro num projeto, doume por inteiro. Assim é a minha maneira de ser…Procuro a felicidade em cada observar das estrelas… Em cada raio de sol a aquecer o meu rosto… Em cada sonho de mim, em cada sorriso, são vividos em mim como raios de sol a iluminar a vida. A escrita é uma das suas paixões… Não se considera poetisa, mas uma alma poética a vaguear pelo mundo... Se um dia deixar de sonhar, diz, deixa de existir
Cantam os Anjos
ADIAS MACHADO
Adias Machado, nasceu no Minho de Portugal no ano de 1961. Dedica se a pintura desde criança, porque nela encontrou a maneira mais simples de comunicar e partilhar de uma forma sustentada tudo aquilo que lhe brota do sangue e da alma.
Aprendeu na intensa observação da natureza a sua forma de pintar e com as almas maravilhosas que se cruzaram com ele, partilharam os saberes e todo o conhecimento estético das coisas simples da vida.
Cantam os Anjos
NATAL DE UM VAGABUNDO
NATAL DE UM VAGABUNDO
Percebo bem quão triste é meu Natal Sujo, descalço, dormindo ao luar E diferente, sou especial E os curiosos, sim, deixa-os falar! No meu viver não sei o que é ternura, Vivo na rua, triste e ao relento A ver passar o tempo e à procura Que chegue ao fim meu longo sofrimento.
Observo o céu, descubro num momento Estrelas cintilantes e ao luar Aguardo o novo dia, o despertar! Com coração contrito, busco o alento No firmamento e aguardo, Pai Querido, Que possa bem depressa estar contigo!
Cantam os Anjos
O PRESENTE
Cantam os Anjos
O PRESENTE
Um menino olhando o céu Perguntou à mãe sorrindo - O Menino que nasceu É o da nuvem surgindo? A mãe olhou e sorriu Para o filhinho inocente E tão logo retorquiu: - Talvez seja o teu presente!
E logo o filho apertou No peito com confiança. E na traquina criança Olhar arguto criou. O menino adormeceu E o milagre aconteceu!
Cantam os Anjos
AQUELA ESTRELA
Cantam os Anjos
AQUELA ESTRELA
Aquela estrela que no céu brilhava E dava luz àquela escuridão Ao nobre Rei um presente levava Enquanto ia guiando a multidão. Falavam os pastores de mansinho E andavam, ansiosos por chegar P’ra conhecer Maria e o Menino Que veio à terra para nos salvar.
E pela noite inteira até ser dia O brilho dessa estrela iam seguindo E andando, iam cantando, iam sorrindo. Quanta emoção, quanta felicidade! Naquela humilde gruta lhes nascia O Deus Menino, o Pai da eternidade
Cantam os Anjos
NOVAS DE ALEGRIA
Cantam os Anjos
NOVAS DE ALEGRIA
Aquela linda bola avermelhada No céu pairava qual brilhante estrela E lá do espetro infindo proclamava Aos homens que esperavam para vê-la. A ave no seu voo anunciava: Nasceu-vos o Menino, Deus de amor! E a gente lá no campo murmurava: Nasceu! Nasceu Jesus o Salvador .
E aquela estrela, ao raiar da aurora , Levou pastores e reis. Quando chegaram, Ei-lo dormindo numa manjedoura. À sinagoga, as gentes da cidade Notícias do Menino lhes levaram, Chegara enfim a sua liberdade!
Cantam os Anjos
TEMPO DE NATAL
Cantam os Anjos
TEMPO DE NATAL
E quando o sol chegar no alvorecer Dirá que o Deus Menino vai chegar Mas toda a gente se vai esquecer Do Seu melhor presente, o verbo amar Natal, tempo de azáfama na rua, O povo se atropela quando passa E servem-se da história que era Sua Para esquecer memórias de desgraça
Enfeites no mais puro irrealismo Para um consumo algo exacerbado. E toda a gente corre pr’ó abismo! E perscrutando, o anjo entristecido Espera confiante o anunciado Sentido de um Natal ora esquecido!
Cantam os Anjos
DEUS MENINO
Cantam os Anjos
DEUS MENINO
Dlim-dlão, dlim-dlão, dlim-dlão, já soa o sino, O povo cruza os vales apressado; Nasceu! Nasceu Jesus, o Deus Menino O Filho do Deus Pai abençoado Correm depressa pelo povoado No céu, a estrela o seu caminho guia. Pastores e mendigos, lado a lado, P’ra ver o Deus Menino, Aleluia No colo, a terna mãe O adormece E o povo espalha as novas na cidade: - Jesus nasceu, consigo a liberdade! Maria, enternecida, numa prece, Ao Pai do céu entrega o seu filhinho Que junto ao peito afaga com carinho!
Cantam os Anjos
Pintura de bรกrbara santos
NOITE
Cantam os Anjos
NOITE
Tarde serena. Pela estrada segue P’rá Galileia com sua mulher; Aperta o sol, a fome, o frio, a sede, E ela prestes a desfalecer. A noite cai. - Meu Deus, o que fazer? Aonde poderemos pernoitar? O meu menino em breve vai nascer E como vamos nós o agasalhar? Andaram na cidade, porta a porta. - Não há lugar, gritava o taberneiro. O vento ruge, triste mensageiro. Uma mulher que passa. Não se importa. Na noite escura, no escuro breu, Na fria manjedoura Ele nasceu!
Cantam os Anjos
IDE E ANUNCIAI
Cantam os Anjos
IDE E ANUNCIAI
Ó despertai, pastores, vê-de o céu, Miríades de estrelas tricolores, Os anjos cantam pois Jesus nasceu E a natureza encheu-se de mil flores! Olhai o sol radiante e a brilhar, A água que as ovelhas saciou, É tempo de oração, de acreditar Que a salvação em Cristo vos chegou! Ide e anunciai a vinda do Senhor, Haja alegria, ide anunciar Que a vossa redenção está a chegar! Vinde e senti a paz, felicidade, E proclamai ao mundo esta verdade Que Cristo aqui voltou p’ra nos salvar!
Cantam os Anjos
AONDE ESTÁS, JESUS?
Cantam os Anjos
AONDE ESTÁS, JESUS?
Não sei porquê, Jesus não aparece, Nem sei sequer que foi que sucedeu; O dia foi-se, nada transparece E as estrelas morrem lá no céu. E um grito louco acerca-se da mente E sinto forte dor no coração A minha alma olha e vê a gente Que vive triste em dor e aflição. E em preces ergo os olhos para o céu! Deus meu, Deus meu, que foi que aconteceu? Jesus, esse Menino veio ao mundo. Para salvar o povo, a humanidade… Olho o passado e sinto na verdade Que o povo dorme um sono tão profundo!
Cantam os Anjos
NUMA CHOUPANA TRISTE
Cantam os Anjos
NUMA CHOUPANA TRISTE
O sol resplandecia naquele dia E atravessava o céu intemporal; Anunciando o frio, a invernia, E algo mais de sobrenatural. Lembrando aquela antiga profecia, Havia agitação por entre a gente E num burrinho, a jovem mãe Maria Cuidava do menino no seu ventre. Por toda a aldeia andavam uns boatos Entre pastores e a população; Diziam que coberto por dois trapos Maria dera à luz uma criança Numa choupana triste e em solidão, Nasceu feliz e cheia de esperança!
Cantam os Anjos
A MINHA ÁRVORE AZUL
Cantam os Anjos
A MINHA ÁRVORE AZUL
A árvore que eu fiz tem uma estrela, Com anjos, laços, bolas a enfeitar O tom de azul que ajuda a aquecê-la Nos lembra que o Natal irá chegar. À noite brilha muito e no escuro Vê-se a luzir no espaço de meu lar, Faz-me esquecer o mundo tão impuro Que cada dia temos que enfrentar. Olho p’ra ela e sinto-a doce e bela A estrela, o azul, a cor, dá gosto vê-la Bem alta, lá no cume a cintilar Fecho meus os olhos, fico a imaginar Um mundo diferente, bem melhor, Tão cheio de harmonia e muito e amor.
Cantam os Anjos
CRIANÇA
Cantam os Anjos
CRIANÇA
Maria sozinha ia Naquela rua deserta Uma lágrima corria Naquela cara encoberta Com seu olhar de candura Quase tremendo de frio Olha o ventre com ternura Num afago ao seu filhinho A noite tarda a chegar Está cansada, quer dormir, Não tem onde se encontrar Quase à hora de parir
Sente fome, sente frio, Com seu filhinho a desperto Aqueceu-se no bafio Dum burrinho ali bem perto No seu ventre a esperança Que há tanto tempo almejava E abraçando essa criança Essa Menina cantava.
Cantam os Anjos
AONDE ESTÁ?
Cantam os Anjos
AONDE ESTÁ
Aonde está a paz que apregoam Aonde está o Anjo do Senhor E as crianças lindas que magoam Com vis promessas, falsas, sem amor? Aonde esse Menino que a sorrir Nascia lá num campo de Belém E com maldade o muito fez ruir Há quem nos diga, para nosso bem! E a cintilante estrela que no céu Nos deu razões enormes p’ra sonhar Com esperança e fé no nosso lar? Que bom se tu ousasses ser capaz De te entregar, viver, honrar e amar E ao nosso mundo proclamar a paz!
Cantam os Anjos
MAGIA DO NATAL
Cantam os Anjos
MAGIA DO NATAL
O Natal era diferente O boneco de neve queria um lar Ser igual a toda a gente Ter um lugar onde repousar
Ter uma casa ter pão Ter carinho, ter amor Sentir alegria no coração Ate desejava ter dor
Era uma semana de magia Com luzes coloridas a brilhar A branca neve na rua caía E as crianças livres a saltar
Suspirava e de aflição De querer saltar e falar Parecia ter um coração Só lhe faltava respirar
Inerte lá na rua nos sorria E desejava em seu interior Que a magia louca desse dia Trouxesse alguma réstia de amor
O tempo custava a passar Naquela longa correria Ele só desejava ter vida Nem que fosse só um dia
No seu peito apertado Sentia uma certa esperança Olhava por todo o lado Só ouvia risos de criança Um menino se aproximou Todo ele estremeceu O menino olhou… olhou Uma lágrima de seus olhos saiu O menino deu-lhe a mão Sentiu o boneco tremer Afagou o e com a emoção Deu vida aquele ser
O bonequinho percebeu Que tinha vida era real Com os olhos postos no céu Agradeceu, o milagre de Natal
Cantam os Anjos
MILAGRE DO NATAL
Cantam os Anjos
MILAGRE DE NATAL
Tempestade nessa noite Bravo o mar se agitava O piar da gaivota afoite Sobrevoava o barco e gritava
Pedem os homens a Deus Bendito Jesus, Pai Nosso Levantando as mãos aos céus Atendei os nossos esforços
As ondas no seu vai e vem Fazem o barco rugir No convés um homem grita Meu Jesus, estás a ouvir?
Abençoado Senhor Tende piedade desta gente Dai-nos esperança nesta dor Ouvi nossas preces dai-nos alento
Que azafama nessa hora Rezam a Virgem Maria O filho dorme a mulher chora Eles são o alimento da família
Hoje e dia de Natal Precisamos de comer E um dia especial Difícil é o nosso viver
Protegei-nos de todo o mal A família em casa espera O nosso perigo é real O nosso coração desespera Meu Jesus rogai por nós Estais nas palhinhas deitado Ouvi a oração, a nossa voz Protegei-nos ficai a nosso lado O menino Jesus sorriu Pediu ao vento com ternura O vento amainou Jesus ouviu E abrandou a sua loucura
E o povo com vida voltou Para alegria do povoado Um belo cântico entoou Na hora da missa do galo
Cantam os Anjos
NASCEU
Cantam os Anjos
NASCEU
- Não temos cá lugar… - Estranho o zelo Mostrado àquela mãe envolta em dores! Mas quando Ele nasceu, quiseram vê-lo Naquela santa noite de mil cores. Seguiram pela noite em seu caminho A estrela que no céu os conduzia Queriam conhecer o Deus Menino Que estava com José e com Maria. E ouro, incenso e mirra lhes levaram Os Reis do Oriente, em oração, Na sua longa peregrinação. E numa manjedoura o encontraram! Naquela longa noite longa e fria O Rei do Universo lhes nascia!
Cantam os Anjos
MEU MENINO JESUS
Cantam os Anjos
MENINO JESUS
Ó meu Menino adorado, Neste momento de dor O mundo vive agastado Com tanta falta de amor Nesse berço abençoado Nasceste entre paz e dor E Herodes, ameaçado, Quis matar-te, meu Senhor
Entre o povo havia gritos De tamanha aflição E os teus pais, aflitos, Por caminhos tortuosos, Com carinho e devoção, Vos tornou vitoriosos
Cantam os Anjos
NAQUELE DIA
Cantam os Anjos
NAQUELE DIA
Um pássaro voava lá na altura. Cantando aleluia, aleluia E o povo murmurava: - Que loucura! Um pássaro a voar no fim do dia!
Andava ali zum zum, no povoado, Dizia-se que numa estrebaria Maria dava à luz. Concretizado O sonho dessa antiga profecia! E uma estrela, nessa escuridão, Era seguida pela multidão, Feliz e a cantar com alegria E mesmo três Reis Magos: Belchior, Gaspar e Baltazar, em seu louvor Vieram ver Jesus e a mãe, Maria
Cantam os Anjos
PORQUÊ?
Cantam os Anjos
PORQUÊ
Olhando o céu estrelado, Lhe pergunto angustiada Aonde anda o Deus amado? Num tempo de tudo ou nada Vejo o mundo p’la vidraça Com meu olhar de esperança Na pouca gente que passa Há dor e desconfiança Pergunto: porquê, meu Deus, Tamanha desigualdade Se todos são filhos teus
E se em cada coração Existe fé, caridade, Na partilha do seu pão
Cantam os Anjos
AMANHECEU
Cantam os Anjos
AMANHECEU
Uma luz no céu brilhou E toda a terra se ergueu Um cântico no ar soou P'la cidade se espalhou E o mundo renasceu! No frio da madrugada A boa nova se ouvia Nessa terra abandonada Já pouca a gente esperava O cumprir-se a profecia Os pássaros em sinfonia Há cânticos de alegria Na terra como no céu E a gente reconhecia Com tanta, tanta alegria Que o Deus Menino nasceu Numa cama de palhinha O Menino nos sorria E com seu bafo a vaquinha A humilde gruta aquecia
Cantam os Anjos
CANTO DE NATAL
Cantam os Anjos
CANTO DE NATAL
A mais bela cantilena Despontou lá nas alturas E os magos na tarde amena Lançaram-se em aventuras Seguiram a luz brilhante Que no céu se anunciou E o Menino num instante Os quatro magos juntou E quando à gruta chegaram Saudaram o Deus Menino De joelhos se prostraram E olharam-no com carinho O vento se aquietou Veio o calor e afinal Toda a gente se alegrou Nessa noite de Natal
Todos seguiram a estrela O seu caminho seguro E essa luz tão singela Era luz num mundo escuro
Cantam os Anjos
NATAL NATAL
Cantam os Anjos
NATAL NATAL
Na manjedoura nasceu Um menino abençoado Uma luz brilhou no céu Trazendo este bom recado Cantam anjos nas alturas Que o Deus Menino nasceu Para o povo foi uma aventura E o tirano estremeceu Venham todos ao menino Trazer carinho e amor Porque embora pobrezinho Será nosso Redentor Neste santo nascimento Sentimos muita alegria E a terra vive um momento Solene por este dia
Cantam os Anjos
NASCEU JESUS
Cantam os Anjos
NASCEU JESUS
Nasceu lá longe em Belém, Um menino pequenino Com seu pai e sua mãe Num recanto pobrezinho Os anjos no céu cantaram No correr da noite ufana O Menino anunciaram Numa pequena choupana É uma estrela levou Os três magos ao Menino O vento se encarregou De os levar ao seu destino Há gentes por todo o lado E pastores na vigília No estábulo gelado Juntou se a sacra família
O universo entoou Um cântico de louvor E uma estrela brilhou Pra Jesus, o Salvador
Cantam os Anjos
ASSIM NASCEU
Cantam os Anjos
ASSIM NASCEU
Caminhavam pela estrada Não sabiam que fazer Uma jovem tão cansada E seu filhinho a nascer Batem numa, noutra porta, Não há sítio onde ficar Qualquer lugar, pouco importa Onde possam pernoitar É já noite, noite escura, A jovem empalidece, Fala baixo, com ternura, Cansada, quase adormece Mas alguém lhes oferece Um lugar para dormir O pequenino se mexe E fez sua mãe sorrir
No estábulo se ajeita É o menino a nascer Numas palhinhas o deita E os animais a aquecer
Cantam os Anjos
NATAL É TODOS OS DIAS
Cantam os Anjos
NATAL É TODOS OS DIAS
Tocam os sinos na aldeia Existe grande emoção O pastor grita, pranteia E fala ao seu coração É dia de anunciar Que lá distante, em Belém Nasceu para nos salvar Jesus, o menino bem Cantemos com alegria Um cântico de louvor A linda jovem Maria Deu à luz com muito amor Vamos sorrir e cantar Com muita, muita alegria E com todos partilhar Tanto amor, tanta harmonia
Cantam os Anjos
NOITE FRIA DE NATAL
Cantam os Anjos
NOITE FRIA DE NATAL
Noite fria de Dezembro Uma noite como esta Tão fria que bem me lembro Vazia um pouco funesta
Recordei o Deus menino Deitado na estrebaria Olhavam-no com carinho Seu pai e a Virgem Maria
Estava sozinha no tempo Adormeci no sofá E no meu subconsciente Acordei pela manhã
Saí de casa apressada Na missa queria ir Fui muito mal agasalhada De frio estava a tinir
Assim me veio na memória Este dia de Natal O sonho que ficou na história Na Véspera desse Natal
Entrei na igreja a correr A missa a começar No meu olhar o querer Um milagre desejar Dos meus olhos a brilhar Uma lágrima a cair Querendo pronunciar A paz para o mundo pedir
A lágrima que rolou Parecia uma estrela cadente Quando no chão mergulhou Iluminou toda a gente!
Cantam os Anjos
ÉPOCA DE NATAL
Cantam os Anjos
ÉPOCA DE NATAL
Noite fria cai a neve Na roseira do jardim Fresca, pura cai tão leve Como é leve a vida em mim Pela manhã ao despertar Quando o sol acordou O pássaro queria cantar Com o frio o bico gelou O sino toca na aldeia Em azáfama e confusão A época nos premeia Com alegria e emoção As crianças correm na rua A neve para elas é festa Apanham a neve pura E brincam ao arremessa É Natal diz o povo Com amor e devoção Cada ano, é tudo novo E cumpre-se a tradição Todo o mês na correria Está a chegar o Natal Cada dia tem magia Mas este e muito especial….
Cantam os Anjos
NATAL DIA DE LUZ
Cantam os Anjos
NATAL DIA DE LUZ
No céu estrelado A estrela apareceu E no povoado Tudo agradeceu Os anjos chegaram Tão cheios de luz Alegres cantaram Nascia Jesus Por todo o universo Falavam baixinho Do petiz, do berço, Da mãe do menino
Os ricos por perto Quais pobres mortais O viram por certo Humilde de mais Cantando, sorrindo, Tudo agradeceu Gritavam: Bem-vindo Virados o’ró céu E por todo o mundo Havia alegria Um sentir profundo Em todo esse dia
Jesus Salvador Nasceu neste dia Na paz do Senhor P’la Virgem Maria!
Cantam os Anjos
NOITE DE NATAL
Cantam os Anjos
NOITE DE NATAL
Noite escura como breu Sem nada para cobrir No curral o menino nasceu Com animais a assistir Uma estrela lá no céu Guiava os três réis magos Na noite fria apareceu Caminhavam apressados No curral abençoado Animais por todo o lado Prendas ofertaram ao menino Que lhes sorriu com carinho Numa mão levaram amor Noutra a felicidade No coração virtude e dor Na alma a liberdade e a saudade
Com palavras de sabedoria Falaram à virgem Maria Que a harmonia e a caridade Trazem a paz e a amizade
Cantam os Anjos
UM NATAL MELHOR
Cantam os Anjos
UM NATAL MELHOR
O Natal é cor, é magia É o crer de algo a Anunciar É o confraternizar na família A paz no interior a desejar É a sensação que perdura No mundo de simplicidade Esquecemos a amargura No Coração a fraternidade É o coração numa espera De algo concretizar É o renegar do desespero Numa época de amar É a chama da esperança Que faz nossa alma flutuar É o regressar na infância Se a nossa mente o desejar
Desejo neste Natal Um universo bem diferente Que o dia seja especial Não só este, mas para sempre
Cantam os Anjos
ASSIM NASCEU O MENINO
Cantam os Anjos
ASSIM NASCEU O MENINO
Pelo tempo, sem demora, No seu burrito sentada Ia uma Linda senhora Estrada fora, cansada Ao lado o esposo amado Não sabia o que fazer Olhavam p’ra todo o lado Precisavam de comer Devagar, devagarinho No seu burrinho seguia Afagando com carinho O Filho que nela havia Batem numa e noutra porta Alojamento não há E a senhora cai de morta Com o frio que ali está
E pela noite adiante A senhora deu a Luz E uma estrela radiante Veio iluminar Jesus
Cantam os Anjos
A MAGIA DO NATAL
Cantam os Anjos
A MAGIA DO NATAL
De manhã ao acordar O menino se levantou Sorriu e do seu olhar Uma faísca saltou
No seu olhar de criança Tudo podia acontecer Para o menino queria Uma manta para o aquecer
Queria sorrir ao menino O presépio visitar Como um menino tão lindo Podia nas palhas ficar?
Chamou o pai e sua mãe O menino estava a tremer! Cubram o Deus menino Ele pode adoecer!
Ficou no tempo a imaginar Tudo parecia perfeito O presépio do seu desejar Era mesmo daquele jeito
O pai sorriu e explicou A verdadeira razão Ele atento escutou Com esmero e atenção Seus olhitos cor de amêndoa Apregoavam tanto amor O Natal! Não era só uma prenda! Era alegria... Paz e dulçor!
Agora entendia a euforia Em cada olhar a esperança Para sempre recordaria! Aquele tempo de criança Fascínio, cor e alegria Um dia tão especial Haja paz e harmonia Na magia do Santo Natal!
Cantam os Anjos
O MENINO
Cantam os Anjos
O MENINO
Um dia, lá muito longe, Pela estrada a caminhar Iam José e Maria No seu longo caminhar E ao seu lado seguia Com cuidado e atenção O marido que sentia De um bebé a pulsação Viajaram noite e dia Pressentindo o nascimento Que bem prestes se daria De tão querido rebento Num casebre de repente Por entre a palha do chão Esse menino eminente Nasce nessa ocasião
O menino lhes sorria E maria se alegrou E uma estrela luzidia Toda a gente ali levou
Cantam os Anjos
JESUS NASCEU
Cantam os Anjos
JESUS NASCEU
José e Maria andavam Nesses tempos de bonança Desejosos esperavam O nascer duma criança Searas, montes e matos No seu burrico montada Iam marcando os passos Naquela penosa estrada Pela noite se pensava Que o menino ia nascer E uma estrela os guiava Nesse longo alvorecer Mas à noite, que aflição Mesmo estando assim cansada Um baque de coração O filhinho anunciava
MENSAGEM DE NATAL
Cantam os Anjos
MENSAGEM DE NATAL
Um Menino nos nasceu Para iluminar o mundo Menino a Si se deu Num sofrimento profundo Nasceu no meio de nada Para ser o mensageiro Do povo que desejava Sair do seu cativeiro Veio anunciar Ă gente Como devia viver Mais feliz e mais contente Apenas por seu querer Como querer ĂŠ poder Vivamos com alegria O Natal que este Menino Nos deu de paz e harmonia
Cantam os Anjos
NATAL DE ESPERANÇA
Cantam os Anjos
MATAL DE ESPERANÇA
Amanheceu naquele dia Maria e José caminhavam Cansados desesperados O calor que se avizinha E demais pobres coitados O tempo passava lentamente Fome, sede descontentamento Não tinham onde ficar E Maria impaciente O calor estava a apertar Uma voz ecoou em sua mente - Maria… - Maria, coragem A Hora esta a chegar O Deus menino vai nascer Já pouco mais vais sofrer
Maria se aquietou Para o seu marido falou - José! –José já falta pouco Descansa que eu aguento Vem aí nosso rebento José sorriu tão contente Sem qualquer ai ou lamento Puxou a si o jumento Que de tanto caminhar Há muito merecia descansar Devagar devagarinho O dia lentamente passou A noite estava a chegar José se apressou Tinha que alojamento encontrar Nem um palheiro havia O vento como mensageiro Indicou lhes uma guarida Numa taberna ali perto Havia um modesto curral Naquele dia infernal Pela noite o nascimento se deu Os animais fizeram de cobertor Ao Deus menino Senhor Que nas palhinhas deitado Logo que nasceu Por Deus foi abençoado No céu uma estrela apareceu Sorrindo ao menino Deus Guiou os reis magos nesse dia Para cantar em louvor Nasceu Jesus nosso guia
Cantam os Anjos
É NATAL… É NATAL
Cantam os Anjos
É NATAL… É NATAL
Uma estrela lá no céu Anunciou o Deus menino Neste dia Ele nasceu No estábulo tão pobrezinho Os anjos no céu festejaram Entoaram cantos especiais Os Reis Magos o abençoaram Levaram ouro, mirra, prendas mais A vaca e o burrinho assistiram No momento tão especial Com seu bafo menino aqueceram No frio dia de Natal Pelo universo se ouviu Os ecos de um suave cantar Em Belém Jesus nasceu Neste dia para nos salvar
Cantam os Anjos
FOI ASSIM O NATAL
Cantam os Anjos
FOI ASSIM O NATAL
O universo se uniu De joelhos pelo chão E num momento se ouviu Entoar uma canção Nasceu Jesus Salvador Filho da Virgem Maria Oremos pois com fervor No solene e santo dia Cada família do mundo Nesta data com ternura Com sentimento profundo Viva esta quadra tão pura Neste tempo de magia Ouvem se sinos tocar Natal é paz, harmonia Vamos confraternizar
Cantam os Anjos
ONDE ESTÁ O NATAL?
Cantam os Anjos
ONDE ESTÁ O NATAL?
Pelo sossegar da aurora Pedindo um pouco de pão Uma criança que chora Prostrada no frio chão Da janela olhando a rua Do aconchego do meu lar A criança semi nua Sem espaço onde ficar? Olho o mundo à minha volta Tudo brilha, é luz e cor E sinto em mim a revolta De tanta falta de amor “Natal é todos os dias” Diz o povo sem razão Tudo é falso, que ironia Que lhe vai no coração
Nas montras só bonecada Um consumo exagerado Tanta criança sem nada E o mundo a sorrir p’ró lado
Cantam os Anjos
NATAL DE HOJE
Cantam os Anjos
NATAL DE HOJE
Natal é sentir esperança Paz, fraternidade, Amor É o regressar à infância Sem maldades e sem dor Sentimento de alegria Usar a imaginação Nem que seja num só dia Dar mais paz ao coração Querer paz, amor, saúde E toda a gente lembrar E no lar, na quietude Os queridos recordar Há lágrimas de tristeza Se nos invade a saudade E alegria, com a certeza, Com Jesus, Vida e Verdade
Cantam os Anjos
PROCUREI
Cantam os Anjos
PROCUREI
Procurei-te no olhar de uma criança Não te encontrei! Observei o rosto de um adolescente Triste de sorriso apagado Vi tristeza por todo o lado! Olhei o horizonte e perguntei… Onde estás Jesus amado? O mundo precisa de ser perdoado! Vi um barco no horizonte Olhei o meu mar tão anilado Olhei o firmamento e vi Gaivotas mil a voar Grasnavam sem parar Procuravam um novo rumo Livre do fogo e fumo..
E perguntei a mim mesma Onde estás Jesus menino Nesta tarde tão amena! Que o povo chora baixinho! Chamando por ti com carinho! Olhei dentro de mim O meu coração a sangrar Meu Deus, vem por favor Traz de novo o vosso menino! Ele é o nosso Salvador
Cantam os Anjos
NOITE FELIZ
Cantam os Anjos
NOITE FELIZ
Olhei a minha volta. Era Natal Há folhas pelo chão, amareladas, A luz com seu brilho especial E almas a sorrir, apaixonadas! O céu cheio de pontos luminosos, A estrela cintilante mais além O cântico dos anjos, gloriosos, Jesus entre palhinhas em Belém! Abri a minha arca das lembranças, Falei dos meus ausentes com saudade, Senti no olhar um brilho de esperança. E a lágrima corria em meu olhar Ao vislumbrar no ar felicidade E harmonia junto do meu lar!
Cantam os Anjos
CONTOS DE NATAL
Cantam os Anjos
Cantam os Anjos
UN NATAL DIFERENTE
Cantam os Anjos
UM NATAL DIFERENTE
Descalço, percorria as ruas da cidade. Ninguém dava importância aquela criança trigueira, de olhar sereno, meigo e triste. No alvor do dia, o sol rasgava os céus, o vento fustigava as árvores que quase nuas pareciam esvair-se num grito de revolta. O chão era agora um manto multicolor. Era inverno. Havia pelo ar um espírito mágico que anunciava a chegar do Natal. As lojas enchiam-se de objetos, tantas vezes inúteis, num apelo louco à compra desenfreada. As ruas estavam agora engalanadas, as lâmpadas que luziam, a música espalhada pelo ar. Cânticos e cânticos de louvor ao Deus Menino misturavam-se com os anúncios patéticos de apelo à compra. Perdido entre a multidão de gente que se aglomerava em cada rua, o menino olhava, fascinado, para esse mundo colorido de magia. A cor, o som, a fantasia que nesta quadra era para si tão incisivos, marcantes. O sol tentava desviar-se de uma ou outra nuvem que teimava em ocultá-lo, deambulando por esse céu azul, infindo. …
Cantam os Anjos
UM NATAL DIFERENTE
A chuva, caprichosamente, não vinha. Um Natal diferente, cheio de sol e de alegria. Lentamente, com seus pezitos arroxeados, deambulava, sem meta, sem rumo. Olhou fascinado para o mar, lá longe. Imensidão e paz. Um manancial de água à sua frente. Um sorriso invadiu o seu olhar: - O mar! Que belo o mar! - Olhou o horizonte. Dois barquinhos que lutavam com as ondas. Gaivotas num rodopio louco, planando nas alturas. Uma lagrima peregrina escorre pela face: - Mãe, onde estás? Vem aqui! Quero ver-te, abraçar-te! Circunspeto, olha de novo o mar, imagina-se a flutuar por entre as ondas. – Hei, montinhos de algodão, vinde cá! – Recorda o colo da mãe, o embalar sereno pela noitinha, antes de adormecer. Senta-se na fria areia, ainda molhada pelas ondas no seu vaivém perene que alcançam os seus pezitos, frios, doridos. O seu vivo olhar tentava não perder nada do que se passava à sua volta. – Olha, um beijinho de amor! …
Cantam os Anjos
UM NATAL DIFERENTE
– Obrigado, mar! – Apanha-o e fica a olhá-lo na sua mãozita. Acaricia-o e diz em silêncio: - É para ti, mãe… Olha os rochedos. Gaivotas mil esvoaçando, pousam sobre eles. Tanta cor! Pretas, brancas, castanhas… O seu grasnar é uma sinfonia de sons que se espalha no ar. O sol declina. O vento sopra. No céu já se veem as estrelas, ténues. Aquela gigantesca bola dourada adormece no seu leito infindo, o mar. Aconchegase, cobre as orelhitas com o casaquito pouco cuidado, Brrrrrr, está frio! – Mãe, tenho fome… - As lágrimas escorrem agora pela sua face amarelada, queimada pelo sol. A noite chega. Sentado, a olhar o horizonte, tremendo de frio. Fecha os olhos… e adormece ao relento., morto de cansaço. Amanheceu. Os barcos chegam da faina. Olham espantados. Tão pequeno, tão frágil, abandonado na praia. Correm e pegam-no ao colo. Nem deu por isso. Gelado: Pobre criança – exclamam dormiu aqui na praia. Dá-me esse casaco, precisa aquecer-se. Vamos levá-lo. Como é possível abandonar assim um inocente? Desperta, lança para os seus protetores o mais belo sorriso e… adormece: - Mãe! Voltaste! Vieste-me buscar? Sabes hoje dormi na companhia do mar. É lindo! -É lindo, sim. Vem, meu filho. Nunca mais vais ficar sozinho, prometo, sim? -Que bom! Vamos, mãe!
Cantam os Anjos
O NATAL DA BOLACHINHA
Cantam os Anjos
O NATAL DA BOLACHINHA
Último dia de aulas. Joãozinho corre para casa, quer falar com a bolachinha, explicar o porquê de não a ter levado com ele. Era o último dia e não queria levar para aquela barafunda da festa da escola. Bolachinha era muito frágil e ao mínimo descuido podia se partir. Num ápice chegou a casa, abriu a porta e gritou. Bolachinhaaaaaaaaaa, cheguei, vem, vamos brincar. Temos 15 dias para fazer o que desejarmos. Cabisbaixa, a bolachinha chegou ao pé do menino. Estava triste, apagada. - Vá lá, bolachinha, anima-te, caramba! Bolachinha, bolachinha, Soubesses o que custou, Não entendes, pequenina, Mas agora aqui estou!
Vamos brincar no jardim, Salta para a mesa sorri Porque a vida é mesmo assim, Nem sabes o que senti Eis que temos quinze dias, Está prestes o Natal E a mão cheia de alegrias Desse dia especial ……
Cantam os Anjos
O NATAL DA BOLACHINHA
A Bolachinha animou-se e começou com mão-cheia de tropelias que lhe era tão peculiar e tão feliz a fazia. Afinal era apelas mais um dia… e quase a terminar. - Vamos jogar ao esconde ou à bola? Que dizes Bolachinha. A Bolachinha concordou e la foram a correr pelo jardim. A mãe sorria ao vê-los e eis que chega a hora do lanche: - Joãozinho - chama com voz suave - vem lanchar, filho. Minha mãezinha querida, Um pouquinho, por favor, Estamos na nossa lida À procura duma da flor
Bolachinha, bolachinha Não te escondas, já te vi És tão marota, amiguinha, Vá lá, salta para aqui Assim não vale, vem cá, Tão batoteira, pequena! Vi-te junto à hortelã, Mesmo ao lado da açucena! A Bolachinha era muiiiito brincalhona, mas detestava ser apanhada em pouco tempo, gostava de correr e bater na parede, um, dois, três, é a minha vez. …
Cantam os Anjos
O NATAL DA BOLACHINHA
Mas, caramba, o Joãozinho encontrava-a sempre. Ela bem tentava desvendar como ele a descobria, escondia-se tão bem que devia ser difícil encontra-la. Pobre bolachinha de canela! Tão parecida com a terra dos canteiros e mesmo assim: - Pobre de mim, pensava. Estou tão triste, amiguinho, Gostava de me esconder Num lugar, num buraquinho, Para não me poderes ver Encontras-me tão depressa! Como pode acontecer? Não sei, talvez não mereça, Não consigo compreender? Tu nem contas até dez E ficas a olhar p’ra trás Ouves meus passos, talvez Olhas para mim e… zás! Já nem sei o que pensar! Tão pequenina e escura E se me tento abaixar Encontras-me na verdura
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Cantam os Anjos
O NATAL DA BOLACHINHA
Sentou-se triste. Não gostava de ser encontrada tão depressa. - Vamos bolachinha, vamos lanchar, a mãe chamou há muito tempo e daqui a pouco fica aborrecida connosco. Chegaram à cozinha, lavaram as mãos e foram comer o apetitoso lanchinho que a mãe tinha preparado. Agora, a bolachinha estava mais feliz, já tinha esquecido que fora apanhada. Depois, correram para a sala ver desenhos animados. Anoitecia. Viram pela janela uma chuva miudinha que começada a cair. E Bolachinha, temerosa, não queria sair. Ai, se se molhasse! O que seria de si? Passavam os dias. O Natal estava já perto. Bolachinha, ansiosa, ouvia Joãozinho comentar que no Natal se ofereciam bolachas… como ela… Apesar de muito especial, ficava apreensiva e assustada. Assustada? Porquê? Não era ela uma bolachinha muito especial?
Nasceu um lindo Menino Nessa noite de Natal Sorridente, pequenino Tão formoso e especial - Bolachinha, vem aqui, Vem ajudar a fazer O presépio, é para ti, Haja paz e harmonia Acorda, não durmas mais O burrinho e a vaquinha Estão junto dos seus pais Durante toda a noitinha
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O NATAL DA BOLACHINHA
Trás o musgo tão fofinho Para colocar no chão O pastor, o carneirinho Mais a padeira e o pão Que azafama, que euforia, Vem aí o Pai Natal Com toda a sua alegria E as prendinhas no bornal Bolachinha, muito ensonada, já nem entendia o que estava a acontecer. Sentia ser um dia diferente mas não entendia muito bem toda essa azáfama ao redor. Na sua mente, as constantes palavras de Joãozinho: - Vem aí o Natal, as prendinhas – bolachinhas, como tu e muitas coisas mais. Apreensiva, não sabia o que podia acontecer. Joãozinho estranhava, não entendia o porquê de tanta apreensão. E suspirava, olhando a mãe com olhar perscrutante, tentando adivinhar uma resposta para essa apreensão. …
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O NATAL DA BOLACHINHA
Natal, festa, tradição… Nada podia faltar. - Joãozinho, vem aqui ajudar. Minha mãezinha querida, O que se passa afinal? Bolachinha, a minha amiga, Parece sentir-se mal. O que podemos fazer Para a ter mais animada? Não gosto de a ver sofrer E ficar desmotivada Gosto de vê-la sorrir, A saltitar de contente, Agora, só quer dormir, Parece-me estar doente Não vejo nela alegria Nesta noite de Natal Já nem minha companhia Lhe parece especial - Não fiques triste, Joãozinho, daqui a nada a bolachinha já salta de alegria. Vai ajudar o paizinho a enfeitar a Árvore, leva as fitas coloridas, as bolinhas coloridas e os ramos de azevinho. …
Cantam os Anjos
O NATAL DA BOLACHINHA
O sino, as aves, a pinha e tudo o mais. Vai ficar uma árvore linda. Ah, não te esqueças das luzinhas e da estrela, quero vê-la a cintilar quando chegar o Pai Natal. Joãozinho foi entusiasmado ajudar o pai. Este ano, havia de ter a mais linda Árvore de sempre havia de mostrar à Bolachinha o quanto gostava dela e fazê-la sentir-se muito feliz. Sempre que viesse a sua casa, veria gravada em sua mente a bela Árvore, as luzes cintilantes e o seu sorriso lindo a transbordar de felicidade por a ter juntinho a si. Bolachinha, vem cá ver A Árvore especial Que estamos a fazer Para a noite de Natal
Acorda, que está na hora Vem desejar-nos bom dia, Levanta-te e vem agora Juntar-te à nossa alegria Luzes verdes, encarnadas Anjinhos, bolas e pinhas Com fitinhas prateadas A enfeitar as andorinhas …
Cantam os Anjos
O NATAL DA BOLACHINHA
Noite bela, noite fria, Mas tão cheia de luar, Haja brisa ou ventania O menino há-de chegar Mas bolachinha permanecia triste. Não sabiam o que fazer. Acariciava-a com carinho, o seu rosto ardia. A mãe pegou-a com ternura. Estendeu-a no sofá e refrescou o seu rosto.- Vá lá, reage. Queremos-te feliz. Apática, alheia aos clamores dos amigos, olhava o horizonte. Ai, se pudesse voltar às brincadeiras, as tropelias com o Joãozinho. Bolachinha, não te vás, Volta p’ra casa, regressa, Que no alvor da manhã Festejemos nossa festa Vem para junto de nós, Não podes adormecer Ouve bem a nossa voz Neste novo alvorecer Não penses em ir embora De nós não hás-de partir Queremos aqui e agora Ver-te de novo sorrir …
Cantam os Anjos
O NATAL DA BOLACHINHA
Ó Deus, que nos entregaste Bolachinha pra que fosse Nesta vida de contraste A nossa vida mais doce Que nesta longa viagem, No meio de toda a gente, Tenhamos a sua imagem Connosco, sempre presente. Bolachinha desperta. Abre os olhos e, atónita, olha a Árvore. Tanta luz e cor, tão suave, tão bela. Uma música suave entoava por toda a casa. Que maravilha. No presépio, o Menino, sorrindo para ela, sim, olhando os seus olhos com ternura. De novo, feliz. Levanta-se, corre para a porta e vê três cavaleiros: Belchior, Gaspar e Baltazar. Olha Joãozinho e uma lágrima de gratidão que lhe escorre pela face. Corre para ele e ali ficam em silêncio, enlaçados num longo abraço! Feliz Natal, paz na terra aos homens de boa vontade! Glória a Deus nas Alturas!
Cantam os Anjos
Título: CANTAM OS ANJOS Autora: ROSA MARIA SANTOS Capa: ADIAS MACHADO Formatação: JOSÉ SEPÚLVEDA Assistente de Edição: ROSA MARIA SANTOS PUBLICADO EM DEZEMBRO 2017
FICHA TÉCNICA
Cantam os Anjos
E-BOOK DEZEMBRO 2017