O u t o n o nos poveiros

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Poeta Distinguida

Maria Tavares


Outono Fim do verão Onde irei eu buscar Algum calor que me aqueça? A chuva não tarda que apareça Vento, tempestade, frio de gelar Resistirá meu já débil coração? Olho o horizonte já saudoso Vejo nas réstias de luz estiais, Através das vidraças já arrefecidas, Que entram bailando em partículas coloridas Amarelas, vermelhas e outras mais Aguarelas que moldam bosque sumptuoso Ao apreciar este quadro matizado Como folha arrancada a livro infantil Surpreendente “bem-estar” antes da morte Peço-te Outono que me dês a sorte De um “Outono da vida” assim colorido e viril Antes de definitivamente eu ser finado Que me seja dada a faculdade De transmitir a ilusão de alguma cor Tons de vida nesta caminhada cinzenta Desde que me larguei da placenta. Pintar neste percurso tristonho, incolor, Um Outono da vida, com ar de felicidade José Maria Carneiro.


Chegou o outono! O outono diz que chegou, mas o verão quer ficar… E que bem sabe este estio em carícia temporã, com sorrisos de medronhos, milho rei e vinho doce, talvez até na praia num merendeiro à maneira onde não falte a romã! Venham ventos, venham nuvens, venham dias a mingar, venham vindimas, desfolhadas, venha tudo o que vier que outono e verão estarão para conviver até quando… um do outro se cansarem… Ou até… quando… … Deus quiser! De Maria La-Salete Sá


Outono que nos sorri… Um Outono sorridente É o que nós vamos ter Até o Sol anda contente Para nos dar esse prazer Anda o Sol e andamos nós Vão ser belas as vindimas Quero ouvir a vossa voz Em canções que me animas E depois da lagarada Feita com muito rigor Vai-se ver a fumarada E se beber algum licor Aqui por esta terra Usa-se mais a aguardente Para cortar os ares da serra E animar toda a gente Ó Outono, ó Outono Porque é que é assim Anda por aí tanto mono A julgar que é um Jasmim Cai a folha na parreira E noutras árvores também Descoberta fica a leira No amor que nos convém Outros Outonos onde vir É essa a nossa consolação E todos a queremos sentir É bonita essa Estação Depois lá virá o Inverno Com as suas grandes chuvadas No tempo nada é eterno E as águas serão abençoadas Armindo Loureiro – 21/09/2013 – 11H55


Chegou do outono Eis que o Outono me surpreende como por magia. Sem que me apercebesse, já o Verão substituia. Outono surge assim recheado de plena emoção. Colocando sonhos poéticos em cada coração. Inspirada, pintei o Outono na tela da vida. Fiquei assim na própria emoção envolvida. Nem sequer me esqueci de imprimir um sorriso. Outono pertence à natureza. É mesmo preciso. Só é pena que as árvores se lamentem. O outono as despe, e elas frio sentem. Suas folhas desfalecem entre gemidos. Mas seus ais não são pelo Outono ouvidos. Pobre árvores com a vida tão vazia. Orvalhadas pela manhã húmida e fria. Se o Outono meu rosto quiser molhar, No lenço da Esperança o hei-de enxugar. Aurora M.F.C.Martins Afonso


O Outono vai chegar… O Equinócio do Outono Terá o seu dia amanhã A beleza do que é mono Na colheita do deus-dará Vamos ter a Lua cheia Será visível toda a noite Essa Lua que me enleia E da qual eu estou afoite Parece maior que o normal Mas não passa de ilusão Ela é sempre a si igual É o Satélite da paixão Com suas bonitas cores Onde abundará o vermelho E o amarelo das tuas dores Brilharão no seu espelho Sob o seu belo luar Muita gente fará amor Não há nada como amar Nessa fonte de calor É assim que eu o vejo Nesta noite em que estou só Também lhe queria dar um beijo Mas ela de mim não tem dó Armindo Loureiro – 21/09/2013 – 00H00


Outono triste e alegre Outono triste...e alegre ao mesmo tempo Folhas caídas, levadas pelo vento. árvores belas, erectas e nuas Chuvadas fortes, lavando as ruas. Crianças brincando ao pé dos avós ventos soprando por cima de nós. Relâmpago forte, trovão que rebenta anunciando grande tormenta. Namorados que se amam, num banco de jardim mostrando que há vida, que Outono é assim. Folhas caídas pelo chão fora Verdes, castanhas, brancas, côr de amora. louco que grita insultos para o ar coisas sem nexo, de arrepiar. Aves que voam catando o vento Marinheiro que apruma a vela ao vento. è assim o outono...triste e alegre Seco, molhado, odiado e amado Tudo ao mesmo tempo. Fernando Oliveira (poesias,


Sentir o Outono Cobri minha árvore vermelha de sangue Amarelo de sol embriagado, verde já debotado E, no chão tanta emoção! Coloco meus pés descalços, junto todas as cores E faço uma chama de amor! Adentro-me no seu ser e espero a folha cair Devagarinho no meu sentir! Ah! Outono de mil cores, trazes a nostalgia Mas também o sorrir numa folha por abrir! E, em pleno florir e cair eu fico nos teus braços… O sentir! Teresa/Teixeira!/Zinha


Amor de Outono

Amor d'agora Sabor a castanha Que seu cheiro entranha Na alma da gente Gente que te sente Ă rvore despida Na avenida Trajado de luar Sol vestido a rigor Com seu calor Outono chegou E o amor abençoou‌ Maria Tavares

Fruta madura Pintura Tricolor Linda como o amor Cheiro Silvestre Ar campestre Uva madura Vindimada com ternura Pelo rocio beijada Na madrugada Gosto de amora


Sou outono Não sou arvore despedida Não sou folha caída Não sou folha sentida Não sou folha varrida pelo vento Não sou força sem alento Não sou dor Não sou rancor Não sou dia cinzento Não sou vidro bacento Não sou galho caído Não sou Nostalgia Sou Poesia Sou fantasia Sou arte Sou amor que não parte Sou poema Sou tema Sou inspiração Sou imaginação Sou canção Sou coração Sou sorriso Sou preciso Sou cheio de amores Sou jardim com flores Sou arvore a florir Sou outono a sorrir Maria Tavares


O outono e nós Acabou o escaldante verão E neste eterno ciclo da natureza Volta o outono, morno, Chuvoso e ventoso! O sopro do vento esfria as noites Nas tardes ainda mornas Vão caindo de mansinho em torvelinho As folhas preguiçosas, de várias cores! Numa paisagem repleta de vida morta Encurtam-se os dias ampliam-se as noites A vida prossegue com suavidade Com o chegar da brisa, segue meio perdida! O verão passou dando lugar a outra estação Chegou o outono novo ciclo se anuncia As folhas amarelecidas caiem suavemente O vento vindo do norte as leva em seu capote O sol radia em tempo frio, quase perdeu o brilho! As cores do outono têm outro colorido Pintam-se de laranja e castanho E deixo-me levar pela nostalgia do tempo Um deleite para meus olhos tristes, frios Tudo é sequência mágica de um redopio! O arquitecto projectou cada detalhe Neste tempo de encantamento e beleza Vislumbra a imensidade desta tela Cujo modelo é a bela natureza! Nazaré Gonçalves. (Náná)


Outono Lentamente, suavemente e de mansinho Chega o Outono e ensombra os dias de calor Despem-se aos poucos, mas muito devagarinho Todas as árvores que temos em nosso redor. De olhos cansados vou mirando aqui e ali As folhas caem e são levadas pelo vento Algumas vão cobrindo o chão que outrora vi Muito limpinho e muito menos turbulento. Dias de Outono, o vento vem mais violento Vai mediando entre o verão e o inverno Os dias minguam e as noites são um tormento Não sei se é como caminhar para o inferno… No Outono caem as folhas ao redor É mais um fenómeno que nos vem anunciar Despem-se as árvores, do seu verde encantador É anunciado que o inverno está para chegar. Joaquim Barbosa


Outono Outono do tempo, Outono da vida, Outono de memรณrias pรณstumas Jazem em secretos jardins... ... Abro a alma aos prantos Quando, sรณ, entro naquele jardim. Rostos impregnados nas folhas Que caiem... ... E vem um e mais outro e outro ainda, Que mal chegou logo se foi... - Acredito na Primavera que hรก-de vir E nas flores trazidas por suave brisa! Fecho o quarto dos prantos E desmancho-me em alegria incontida Vivos estรฃo na flor que desperta! Fernando Figueirinhas


Outono (2) Era um fim de tarde. Sentámo-nos num banco que ali havia. Crianças despreocupadas brincavam por perto, Enquanto suavemente dávamos as mãos. Olhámo-nos fixamente sem nada dizermos, Como quem aprecia a paisagem que se oferecia. Terna e delicadamente balançávamos as mãos que tremiam... Detinha-me atento ao azul de suas veias, Antigos rios d’outrora por onde escorria um mar de vida... Lá ao fundo, vasto e intenso, o horizonte que se perdia. Nós, entre aquele momento, que indelevelmente Nos separa do Verão passado e nos prepara Para o frio intenso do Inverno que se adivinha... - De mãos dadas cruzamos o percurso desta vida! Fernando Figueirinhas





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