Pescadores de Homens, de José Sepúlveda

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Pescadores de Homens

Recolha e Formatação

José Sepúlveda

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Ficha Técnica

Título

Pescadores de Homens Recolha

José Sepúlveda Capa

José Sepúlveda Revisão

Amy Dine

Formatação

José Sepúlveda

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Biografia José Sepúlveda, nascido em Delães, Vila Nova de Famalicão, hoje a morar em Vila do Conde. Começou a escrever poesia cerca dos doze anos. No decorrer da sua carreira profissional trabalhou primeiro, como funcionário público e depois, durante 35 anos, como empregado bancário. Publicou em alguns jornais e revistas ao longo da sua carreira, atividade que continua a manter. Amante da literatura, administra grupos no Facebook vocacionados para a literatura, música, artes e divulgações culturais de eventos. Apoiou e apoia projetos literários, promovendo a edição de autores em início de carreira. Organizou durante vários anos, participou e participa em eventos culturais, Saraus e Tertúlias. Durante alguns anos, com o grupo que ajudou a formar Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa, deu rosto ao programa Mar-à-Tona em poesia, na Póvoa de Varzim, que comemorava o Dia Mundial de Poesia, com um Sarau onde era apresentada uma coletânea temática de Poesia inspirada no mar. Prefaciou alguns livros e apresentou os seus autores. Participou num elevado número de coletâneas de poesia portuguesas, brasileiras e italianas. Publicou dois livros de poesia em papel e possui na sua Biblioteca de E-books mais de vinte outros livros seus (poesia, música, genealogia, história e outros). Promoveu e editou nos seus grupos de poesia um número elevado de coletâneas em E-book. 4


Mantém uma série de publicações nos seus Blogs O Canto do Albatroz e Família Sepúlveda em Portugal. Produziu alguns trabalhos pessoais e participou noutros coletivos com colegas da Universidade Sénior do Rotary Club da Póvoa de Varzim. Divulga e apoia grupos de poesia e programas de rádio cuja temática seja a mesma.

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OS DOZE APÓSTOLOS UM TESTEMUNHO eloquente do encanto e da retidão da vida de Jesus na Terra é que apenas um dos seus apóstolos o tenha deserdado, embora repetidamente houvesse ele reduzido a pedaços e rasgado em trapos as esperanças e a ambição que os seus apóstolos alimentavam de exaltação pessoal. Os apóstolos aprenderam de Jesus sobre o Reino do céu, e Jesus aprendeu muito com eles sobre o reino dos homens e a natureza humana, tal como esta existe em Urântia e nos outros mundos evolucionários do tempo e do espaço. Esses doze homens representavam muitos tipos diferentes de temperamentos humanos, e a instrução não os havia transformado ainda em semelhantes. Muitos desses pescadores galileus traziam uma forte ascendência de sangue gentio, em resultado da conversão forçada, há cem anos atrás, da população gentia da Galileia. Não cometais o erro de tomar os apóstolos como sendo de todo ignorantes e pouco instruídos. Todos eles, exceto os gêmeos Alfeu, haviam sido graduados pelas escolas das sinagogas, tendo sido educados profundamente sobre as escrituras dos hebreus e sobre muitos dos conhecimentos correntes daqueles dias. Sete deles eram graduados da escola da sinagoga de Cafarnaum, e não havia escolas judaicas melhores em toda a Galileia. Quando os vossos registros se referem a esses mensageiros do Reino como sendo “ignorantes e iletrados”, a intenção é mais a de transmitir a ideia de que eles eram leigos, ou seja, não instruídos segundo o saber dos rabinos, nem educados segundo os métodos da interpretação rabínica das escrituras. Eles tinham lacunas, no que se concebe como sendo uma educação superior. Nos tempos modernos, eles certamente seriam considerados sem instrução e, em alguns círculos da sociedade, até sem cultura. Uma coisa é certa: eles não haviam passado, todos, por um programa rígido convencional e estereotipado de instrução. Desde a adolescência, cada um deles possuíra experiências diferentes de aprendizado de vida.

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Judas Iscariotes

30-33 d.C. Atos dos Apóstolo Evangelho Segundo Mateus (não faz parte da Bíblia) Suicidou-se, arrependido por ter traído Jesus. Ele se enforcou em uma árvore, sobre um penhasco. A corda arrebentou e Judas caiu em cima de pedras afiadas.

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Judas Iscariotes É a única morte de um apóstolo que é relatada biblicamente. Judas Iscariote se enforcou após trair Jesus por trinta moedas. O relato completo está no Evangelho de Mateus, no capítulo 27 e versículos de 3 a 5. Judas Iscariotes foi o discípulo que traiu Jesus. Ele pertenceu ao grupo dos doze discípulos que Jesus chamou para acompanhá-lo, e seu nome sempre aparece em último lugar nas listas que trazem os nomes dos apóstolos. Ele também é frequentemente mencionado na narrativa bíblica dos Evangelhos, às vezes apenas como “Judas”, mas geralmente seu nome é acompanhado com alguma descrição que o distingue dos demais. Por exemplo: ele é chamado de “Judas, que o traiu”, “Judas Iscariotes, filho de Simão”, Judas filho de Simão Iscariotes, ou apenas “o traidor” (Mateus 26:14,25,47; 27:3; Marcos 14:10,43; Lucas 22:3,47,48; João 6:71; 12:4; 13:2,26-29; 18:2-5).

A história de Judas Iscariotes Judas Iscariotes era filho de um homem chamado Simão (João 6:71; 13:2,26). Seu local de origem passa pela discussão acerca do significado da palavra “Iscariotes”. Provavelmente essa palavra seja derivada do termo hebraico ‘ish Queriyot, que significa “homem de Quiriote”, visto que em certos manuscritos do Evangelho de João aparecem as palavras apo Karyotou. Se o significado de Iscariotes for realmente este, o que é muito possível, então encontramos a informação sobre o local de origem de Judas. O Antigo Testamento menciona dois locais com o nome de Quiriote. O primeiro era localizado em Moabe (Jeremias 48:24,41; Amós 2:2). Já o segundo, Quriote-Hezrom, ficava localizado aproximadamente ao sul de Hebrom (Josué 15:25). Há também quem defenda que Iscariotes não seja uma indicação de seu lugar de origem, mas um tipo de designação infame para identificá-lo. Para isso, alguns estudiosos sugerem que essa palavra tenha 10


origem num termo que significa “um assassino”, e, portanto, a interpretam no sentido de “o homem da adaga”. Contudo, essa última interpretação é bem pouco provável. Normalmente é aceito que a designação “Judas Iscariotes” signifique simplesmente “Judas, o homem de Quiriote”.

Judas Iscariotes era um dos doze apóstolos Judas Iscariotes servia como tesoureiro no grupo apostólico (João 13:29). Mas no exercício dessa atividade, ele é chamado de “ladrão” no Evangelho de João. O texto bíblico diz que Judas Iscariotes furtava a arrecadação que ficava guardada na bolsa que ele era o responsável por guardar (João 12:6). Durante o ato de profunda adoração de Maria de Betânia, a irmã de Lázaro, a qual ungiu o Senhor Jesus quebrando um vaso de alabastro que continha um precioso unguento, Judas fez duras críticas a tal atitude. Inclusive, ele conseguiu influenciar os demais discípulos em sua crítica (Mateus 26:6-13; Marcos 14:3-9; João 12:1-8). Apesar de Judas Iscariotes inicialmente argumentar que aquele unguento poderia ser vendido e o valor arrecadado ser distribuído aos pobres, na verdade ele não estava preocupado com isto. Na verdade, além de ele não reconhecer a significativa ação daquela mulher que, inclusive, foi elogiada por Jesus, Judas Iscariotes ficou frustrado por não ter conseguido enriquecer seu próprio bolso com a venda do nardo puro (João 12:5,6). Curiosamente os evangelistas posicionaram, logo após esse episódio em Betânia, a narrativa sobre quando Judas Iscariotes se dirigiu aos principais sacerdotes para acertar um acordo com relação à traição de Jesus (Mateus 26:14-16; Lucas 22:3-6; cf. Marcos 14:10).

Judas Iscariotes traiu Jesus O apóstolo Mateus, escritor do Primeiro Evangelho, foi quem mais forneceu detalhes acerca do acordo entre Judas Iscariotes e os principais sacerdotes a fim de trair Jesus (Mateus 26:14-16).

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Judas Iscariotes recebeu como pagamento para trair seu Mestre a soma de trinta moedas de prata. É interessante saber que esse valor recebido por Judas com as trinta moedas de prata talvez tenha sido dez vezes menor do que o valor de avaliação que ele próprio fez do unguento que Maria de Betânia utilizou para ungir Jesus. A narrativa bíblica também nos informa que Judas Iscariotes esperou o momento mais oportuno para poder trair o Senhor (Lucas 22:6). Isto acabou acontecendo na noite em que Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos no cenáculo, e instituiu o sacramento da Ceia do Senhor. Aqui nos recordamos das conhecidas palavras do apóstolo Paulo: “Na noite em que foi traído” (1 Coríntios 11:23). Judas estava na mesa juntamente com Jesus e os outros discípulos. Depois de Jesus lhe ter dado o bocado molhado, a Bíblia diz que “entrou nele Satanás”, e Jesus lhe disse: “O que fazes, faze-o depressa” (João 13:27). Saindo dali, Judas Iscariotes pôs em prática o plano da traição. Já no jardim do Getsémani, enquanto o Senhor Jesus orava, Judas Iscariotes consumou seu ato beijando Jesus, e assim os soldados o prenderam (Marcos 14:43-46). Profecias do Antigo Testamento apontavam justamente para esse momento (Salmos 41:9; 55:12-14; Zacarias 11:12).

A morte de Judas Iscariotes A morte de Judas Iscariotes é registrada apenas em Mateus 27:3-5 e Atos 1:18. Antes de morrer, Judas ainda esboçou um tipo de arrependimento e remorso patético. Ele procurou os principais dos sacerdotes e os anciãos a fim de devolver as trinta moedas de prata. Judas Iscariotes escutou dos sacerdotes que ele era o responsável pelo que havia feito. Diante disto, ele acabou atirando as moedas no Templo antes de retirar-se para se ir enforcar (Mateus 27:4,5). Os sacerdotes não colocaram as moedas no cofre das ofertas, visto que eram pelo preço de sangue. Porém, eles acabaram comprando o campo de um oleiro, para servir de sepultura dos estrangeiros. Esse campo foi chamado “Campo de Sangue”, assim como havia sido profetizado pelo profeta Jeremias. Na verdade, indiretamente, foi o 12


próprio Judas quem comprou aquele campo ao devolver as moedas aos sacerdotes e anciãos. Mateus apenas relata que Judas saiu para se enforcar. Já o evangelista Lucas, no livro de Atos, fornece alguns detalhes sobre esse momento de acordo com a descrição dada pelo apóstolo Pedro. Ele diz que Judas Iscariotes, “precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas suas entranhas se derramaram” (Atos 1:18). Matias foi escolhido para ocupar o lugar deixado por Judas Iscariotes. Pior do que a sua trágica e assombrosa morte, é a sentença que lemos sobre o seu fim: “[…] Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar” (Atos 1:25). Esse “lugar” é claramente indicado nas palavras de Jesus orando ao Pai: “Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles pereceu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura” (João 17:12).

O caráter de Judas Iscariotes Considerando todas as referências bíblicas em que Judas Iscariotes é mencionado, podemos perceber que ele reunia em si a hipocrisia, o egoísmo, a soberba, a avareza, a inveja e a cobiça. Seu caráter duvidoso pode ser muito bem resumido na designação clara e objetiva dada a ele pelo apóstolo João: “Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava” (João 12:6). João o identificou, em poucas palavras, como sendo uma pessoa mentirosa, enganadora, gananciosa e capaz de roubar. Além disso, Judas Iscariotes era uma pessoa dissimulada. Diante do anúncio de Jesus de que havia entre eles um traidor, Judas Iscariotes foi tão frio a ponto de dizer: “Porventura sou eu, Rabi?” (Mateus 26:25). A história de Judas Iscariotes é um retrato vívido de como o homem, em sua própria natureza, é completamente depravado e perverso, apto a ser instrumento nas mãos do diabo (João 6:70,71). É impossível separar a pergunta sobre quem foi Judas Iscariotes das conhecidas palavras de Jesus sobre ele: “Mas, ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído” (Mateus 26:24).

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2 Tiago Maior

44 d.C. Atos dos Apóstolos História Eclesiástica II (não faz parte da Bíblia) Morreu ao lado do homem que o delatou ao rei da Judeia, Herodes Agripa. O delator se arrependeu e se converteu na hora H. Ambos foram executados em Jerusalém: decapitados ou perfurados pela espada de um soldado.

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Tiago Maior O pescador que se tornou apóstolo, Tiago Maior, tem a sua morte relatada de fontes mais confiáveis. Ele teria sido morto pouco mais de 10 anos depois que Cristo. Ele foi decapitado em Jerusalém na mesmo ocasião em que Pedro foi preso. Foi Tiago, o primeiro discípulo a morrer em nome da causa cristã. Séculos depois, ele se tornou patrono da Espanha. Com a colonização de alguns países da América do Sul pela Espanha, Tiago passou também a ser padroeiro de muitas regiões do Chile, Peru, México e outras nações que passaram pelo domínio espanhol. Quando falamos sobre quem foi Tiago na Bíblia, precisamos saber que pelo menos quatro personagens bíblicos são mencionados no Novo Testamento com este nome. O nome Tiago é a forma grega (Iakobos) do nome hebraico Jacó (Ya’aqob), que significa “segurador de calcanhar” ou “suplantador”.

Quantos Tiagos tem na Bíblia? Já dissemos que existem quatro Tiago no Novo Testamento. Dois deles pertenciam ao grupo dos doze apóstolos de Jesus. Outro era meio irmão de Jesus. Já o último, e o mais desconhecido deles, era pai do apóstolo Judas, também chamado Tadeu (Lucas 6:16; Atos 1:13). Existe muita discussão com relação aos três principais personagens citados na Bíblia com este nome. Os estudiosos debatem especialmente sobre o Tiago que exerceu liderança na Igreja de Jerusalém e sobre o escritor da Epístola de Tiago. A posição mais favorável é a de que o Tiago líder da Igreja, e Tiago, o autor da Epístola, tenham sido a mesma pessoa, que, por sua vez, provavelmente também era o irmão do Senhor Jesus. A seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre a história dos três principais homens chamados de Tiago na Bíblia.

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Tiago, filho de Zebedeu Tiago filho de Zebedeu era um dos apóstolos de Jesus e irmão do apóstolo João. Provavelmente sua mãe era Salomé, uma seguidora do Senhor (Mateus 4:21; Marcos 1:19; Lucas 5:10; cf. Mateus 20:20; Marcos 15:40; 16:1). Segundo a tradição, talvez Salomé tenha sido irmã de Maria, mãe de Jesus, o que faz com Tiago fosse também primo de Jesus. Tiago era pescador de profissão, e é citado na Bíblia como sendo um dos discípulos mais próximos de Jesus durante seu ministério terreno. Ele foi o primeiro dentre os discípulos a sofrer o martírio em aproximadamente 44 d.C., sendo executado por ordem de Herodes Agripa I.

Tiago, filho de Alfeu Também era um dos apóstolos de Jesus (Mateus 10:3; Marcos 3:18), mas não se sabe praticamente nada sobre sua história. Provavelmente ele é a pessoa que o evangelista Marcos chama de “Tiago, o Menor” (Marcos 15:40). Essa expressão pode tanto significar que ele era pequeno em estatura ou o mais jovem em idade. Talvez ele tenha sido irmão do apóstolo Mateus, visto que Mateus, também chamado de Levi, é mencionado como filho de Alfeu (Marcos 2:14). Porém não há nada que realmente comprove essa suposição.

Tiago, líder da Igreja em Jerusalém Esse Tiago é mencionado como um dos líderes mais influentes na Igreja em Jerusalém. Ele aparece em destaque na ocasião do concílio registrado em Atos 15:13. Muito provavelmente ele foi o autor da Epístola que recebe este nome no Novo Testamento. Também é amplamente aceito que ele era o meio irmão de Jesus, apesar de em sua carta ele simplesmente se denominar como servo do Senhor Jesus. Os Evangelhos falam sobre os irmãos de Jesus, e o nome de um deles era Tiago (Mateus 13:55; Marcos 6:3).

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Além disso, o apóstolo Paulo refere-se a um Tiago, irmão do Senhor, o qual ele encontrou enquanto esteve em Jerusalém para ver o apóstolo Pedro (Gálatas 1:19). O mesmo apóstolo também nos informa que esse Tiago recebeu pessoalmente a visita do Cristo ressurreto (1 Coríntios 15:5,7). Paulo também confirma que esse Tiago era uma das colunas da Igreja em Jerusalém, ao lado de Pedro e João (Gálatas 2:9). O facto de também os crentes judeus que chegaram a Antioquia dizerem que foram enviados por Tiago, confirma ainda mais sua liderança em Jerusalém. Escritos dos primeiros séculos afirmam que Tiago morreu apedrejado e espancado por ser fiel ao Senhor Jesus.

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3 Filipe

54 d.C. Atos de Filipe (não faz parte da Bíblia) Morreu por converter a mulher do homem errado — um procônsul romano. Dependendo da versão, ele foi crucificado ou torturado até a morte, em algum lugar da Ásia Menor.

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Filipe A história da morte de Felipe é confusa. Até hoje não se sabe ao certo como morreu o discípulo que deu continuidade à missão na Ásia, nas regiões de Frígia e Hierápolis. Há relatos que ele tenha morrido de causas naturais, mas também há estudiosos que acreditam que ele morreu enforcado, apedrejado e até crucificado em Hierápolis. Para abordarmos o assunto sobre quem foi Filipe na Bíblia, primeiramente é necessário saber que o Novo Testamento menciona quatro personagens diferentes com esse nome. Dois deles estão relacionados à casa de Herodes, o Grande, enquanto os outros dois estão diretamente ligados à Igreja Primitiva, sendo um o Apóstolo Filipe e o outro Filipe, o Evangelista. Nesse texto conheceremos a história de todos os quatro personagens bíblicos com esse nome. Antes, quanto à etimologia, o nome Filipe significa “amante de cavalos”, vindo do grego philippos.

Os filhos de Herodes com o nome de Filipe Começando pelos descendentes de Herodes, o primeiro Filipe era filho de Herodes, o Grande, e Miriamne, filha de Simão, o sumo sacerdote. Segundo Flávio Josefo, durante algum tempo esse Filipe foi contado como o próximo na linha de sucessão de Antipater, mas acontece que ele não chegou realmente a reinar, e viveu como um cidadão comum em Roma. Ele também é chamado de Herodes por alguns historiadores (como o próprio Josefo). Isso parece plausível, pois muitos membros dessa família possuíam esse nome, o que acabava tornando quase que obrigatório um nome adicional, no caso, Filipe. Ele foi casado com Herodias (Mc 6:17), que acabou abandonando-o para se casar com Herodes Antipas, seu meio irmão. O outro Filipe, o tetrarca, também foi filho de Herodes, o Grande, com sua quinta mulher, Cleópatra de Jerusalém. Ele governou a tetrarquia de Gaulanite, Traconite, Auranite Batanéia e Ituréia (Lc 3:1).

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Foi nomeado por Augusto e governou durante 37 anos. Segundo Josefo, ele exerceu um governo moderado e justo, ganhando o reconhecimento de seus súbditos por sua benevolência, e também se distinguindo do restante de seus parentes. Ele foi o primeiro governante judeu a imprimir as efígies de imperadores romanos em suas moedas. Esse Filipe casou-se com Salomé, filha de Herodias, primeira mulher do outro Filipe já citado. Ele reedificou Panias, em Cesaréia de Filipe, e deu o nome de “Julia” a Betsaida, em homenagem à filha de Augusto.

A confusão entre Filipe Apóstolo e Filipe Evangelista Na verdade, muitos cristãos não sabem que existe diferença entre o Filipe Apóstolo e o Filipe Evangelista, e acabam confundindo os dois, juntando a história distinta de ambos em uma única história. Esse equívoco não vem de hoje, já há relatos da época dos pais da Igreja onde se nota essa confusão. Eusébio e Clemente de Alexandria foram dois dos que parecem ter confundido os Filipes. Apesar disso, claramente podemos notar que Lucas, no livro de Atos dos Apóstolos, teve a preocupação em fazer a correta distinção entre ambos. Um texto interessante sobre essa questão está no capítulo 8 do livro de Atos. Após a morte de Estêvão, Lucas narra nesse capítulo que houve uma grande perseguição contra os cristãos de Jerusalém. No versículo 1, ele descreve que “todos, exceto os Apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e de Samaria” (At 8:1). No versículo 4, somos informados que “os que haviam sido dispersos pregavam a palavra por onde quer que fossem” (At 8:4). Já no versículo seguinte, encontramos a informação de que Filipe estava indo para uma cidade de Samaria (At 8:5). Perceba a evidente distinção que Lucas faz ao afirmar que, “exceto os Apóstolos”, todos foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria. Nessa dispersão, estava o Filipe que aparece no versículo 5, que obviamente não é o Filipe Apóstolo, já que os Apóstolos permaneceram em Jerusalém. A seguir, apresentaremos as biografias do Apóstolo Filipe e do Evangelista Filipe, o que servirá de auxílio para esclarecer ainda mais essa questão. 23


O Apóstolo Filipe Filipe, o Apóstolo, foi um dos doze discípulos de Jesus. No dia seguinte ao chamado de André e Simão, o Apóstolo Filipe foi chamado pelo Mestre. Filipe também foi usado como “instrumento” na chamada de Natanael para seguir ao Senhor (Jo 1:43-46). O Apóstolo Filipe era de Betsaida da Galileia (Jó 1:44; 12:21), a mesma cidade natal de André e Simão. Acredita-se que se tratava de uma vila de pescadores localizada na praia ocidental do lago. Ele é mencionado nos três primeiros Evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos sempre ocupa a quinta posição nas listas onde registram a relação dos Apóstolos (MTV 10:3; Cm 3:18; Cl 6:14; Até 1:13). Embora os relatos sobre Filipe sejam escassos no Novo Testamento, ele aparece de forma mais destacada no Evangelho de João. Em João 6:5, Jesus perguntou a Filipe onde conseguiriam pão para alimentar a multidão que havia se formado. A resposta direta dada por Filipe parece mostrar seu jeito prático e realista. Mais tarde, vemos Filipe sendo abordado por alguns gregos que desejavam ver Jesus. Alguns comentaristas sugerem que tais gregos se aproximaram de Filipe devido ao seu nome grego (Philippos). Ainda no Evangelho de João, Filipe pediu a Jesus que mostrasse o Pai (Jo 14:8). Depois dessas poucas referências, pouco se sabe sobre Filipe. O que acaba dificultando ainda mais os registros sobre ele, é a frequente confusão sobre sua pessoa já citada anteriormente. É provável que, assim como Filipe, o Evangelista, ele tenha tido filhas, no caso duas, o que acaba causando ainda mais confusão. Algumas tradições cristãs sugerem que o Apóstolo Filipe evangelizou na Palestina e na Grécia, mas desenvolveu grande parte de seu ministério pregando o Evangelho na Ásia Menor, em Hierápolis, cidade que atraía muitos visitantes devido às suas fontes termais, na região da Frígia, atual Turquia. Nessa cidade, Filipe teria sofrido um terrível martírio (talvez crucificado e apedrejado) e sido sepultado. Essa possibilidade é apontada por alguns estudiosos como uma possível explicação para o facto do Apóstolo Paulo não ter escrito nenhuma carta à numerosa igreja de Hierápolis, que era vizinha a outras duas igrejas (Colossos e Laodicéia) que receberam suas epístolas (Cl 4:16). 24


Portanto, talvez a presença de um Apóstolo, no caso Filipe, como líder da igreja de Hierápolis tornou desnecessário que qualquer carta fosse enviada por Paulo a essa igreja. Há também tradições que defendem que Filipe teria evangelizado a Gália, região atual da França, porém não se sabe se de facto isso ocorreu ou se trata de um erro de escrita entre Galácia e Gália, ou até mesmo se o Filipe citado seja realmente o Apóstolo ou o Evangelista.

Filipe, o Evangelista Filipe, o Evangelista, foi um dos sete homens escolhidos como diáconos da igreja de Jerusalém (At 6:1-6). Devido à perseguição contra a Igreja liderada por Saulo de Tarso após o martírio de Estêvão, Filipe estava entre os cristãos que se dispersaram, fugindo de Jerusalém para regiões da Judeia e Samaria. Em Samaria, Filipe se destacou na evangelização. Durante sua pregação do Evangelho, muitos milagres ocorreram e demônios foram expulsos (At 8:7). Então, houve grande alegria naquela cidade, e muitas pessoas foram batizadas (At 8:12). As notícias do trabalho evangelístico realizado por Filipe chegaram até os Apóstolos em Jerusalém, que acabaram enviando para lá Pedro e João (At 8:14). Mais tarde, Filipe, seguindo a ordem de um anjo do Senhor, partiu em direção ao sul, para a estrada que desce de Jerusalém a Gaza. Ali, ele encontrou um eunuco etíope, a quem orientou acerca da fé em Jesus, anunciando o Evangelho de Cristo explicando uma passagem do livro do Profeta Isaías. Após batizar o eunuco, o Espírito do Senhor arrebatou repentinamente Filipe, de modo que o eunuco não o viu mais. Filipe então foi arrebatado pelo Espírito até Azoto, onde anunciou o Evangelho em todas as cidades, até chegar a Cesareia (At 8:26-40). Acredita-se que Filipe, por ser um judeu helenístico, ou seja, que falava o grego, tenha desempenhado um papel importante na ligação entre a igreja de Jerusalém e as regiões vizinhas. Muito provavelmente Filipe fixou residência em Cesareia, onde mais tarde, hospedou, inclusive, o Apóstolo Paulo e Lucas (At 8:40; 21:8). Filipe era conhecido como “o Evangelista”, possivelmente para distingui-lo do Filipe Apóstolo. Como já vimos anteriormente, mesmo com 25


Lucas tomando todas as precauções para que o Apóstolo e o Evangelista não fossem confundidos, a confusão acabou ocorrendo. Filipe era pai de quatro filhas virgens que profetizavam (At 21:9). Nos poucos relatos sobre ele, nitidamente podemos perceber o quanto Filipe trabalhou em prol da pregação do Evangelho, desempenhando um papel muito ativo na Igreja Primitiva. Filipe, tal como os outros diáconos, é descrito na Bíblia como sendo um homem de boa reputação, sábio e repleto do Espírito Santo (At 6:3). Algumas tradições cristãs sugerem que Filipe tenha residido também em Trales (região sudoeste da Turquia) e se tornado Bispo da igreja daquela região.

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4 Mateus

60 d.C. Relatos do pensador gnóstico Heracleon A história mais antiga diz que ele morreu na Etiópia de causas naturais. Mas há pelo menos quatro relatos em que ele é assassinado por um rei local: decapitado, afogado, esfaqueado ou queimado.

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Mateus Relatos dão conta de que Mateus teria continuado sua missão no lugar onde viveu com Cristo. O apóstolo teria percorrido toda a Pérsia, Judeia e Etiópia, vindo a ser morto nessa última. A causa de sua morte teria sido na decorrência de um ferimento de espada. Mas também há quem acredite que o Ex cobrador de impostos que foi convocado por Jesus teria falecido de causas naturais. Seu túmulo se encontra em Salerno, cidade italiana. Mateus foi um dos doze apóstolos de Jesus e também autor do Evangelho de Mateus. O apóstolo Mateus aparece em todas as listas que relacionam os discípulos de Jesus, sendo elas: Mateus 10:3, Marcos 5:18, Lucas 6:15 e Atos 1:13. Neste texto estudaremos sobre quem foi Mateus na Bíblia.

A história do apóstolo Mateus na Bíblia Apesar de Mateus ter sido um dos doze apóstolos de Jesus e também ter escrito um dos Quatro Evangelhos, não se pode encontrar tantas informações biográficas sobre ele. Na verdade, além das listas com o nome dos discípulos, o apóstolo Mateus aparece apenas em outros dois episódios em todo o Novo Testamento.

A escolha do apóstolo Mateus Um dos dois relatos em que o apóstolo Mateus aparece na narrativa bíblica além das listas de apóstolos descreve justamente sua chamada para ser discípulo de Cristo. Uma curiosidade sobre isto é que a escolha do apóstolo Mateus é a única chamada individual de um discípulo registrada nos Evangelhos Sinóticos. O texto nos informa que o apóstolo Mateus era um publicano. Os publicanos eram os cobradores de taxas e impostos a serviço do Império Romano. Essa classe de trabalhadores era desprezada pelos demais judeus que os reputavam praticamente como traidores de seu próprio povo. Saiba mais sobre os grupos profissionais no Novo Testamento.

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De acordo com o contexto histórico da passagem, é possível que Mateus estivesse sob as ordens de Herodes Antipas, o tetrarca da Galileia. Considerando o ofício que desempenhava, o apóstolo Mateus provavelmente era uma das pessoas mais cultas entre o grupo dos discípulos de Jesus. Jesus encontrou Mateus “sentado na coletoria”, ou seja, na alfândega, nas proximidades de Cafarnaum, e lhe ordenou que O seguisse (Mt 9:9). Esse local em que o apóstolo Mateus estava eram postos fiscais geralmente estabelecidos em estradas, pontes, canais ou nas margens dos lagos para coletar taxas e impostos.

O apóstolo Mateus também é chamado de Levi? Como o nome “Levi” não é mencionado em nenhuma das listas de discípulos de Jesus é amplamente aceito que Mateus e Levi tenham sido a mesma pessoa. Nos Evangelhos de Marcos (cap. 2:14) e Lucas (cap. 5:27), lemos que Jesus ordenou que Levi o seguisse, numa descrição muito semelhante ao registro do Evangelho de Mateus 9:9 onde o apóstolo foi convocado. Entendendo então que Levi e Mateus são as mesmas pessoas, logo somos informados de que ele era filho de Alfeu (Mc 2:14). Sabemos também que Tiago, outro apóstolo de Jesus, também era filho de Alfeu. No entanto, não há informações necessárias para que possamos afirmar que se tratava do mesmo Alfeu e, consequentemente, que Tiago e Mateus foram irmãos. Ainda sobre sua dupla designação (como Levi e Mateus), existe a chance de que seu nome principal era Levi, mas que depois de se tornar apóstolo de Jesus, ele preferiu ser chamado por outro nome, no caso Mateus, tal como Simão Pedro também o fez.

O ministério do apóstolo Mateus O outro relato em que o apóstolo Mateus é mencionado, além das listas com o nome dos discípulos e a narrativa de sua chamada, está justamente registrado na sequência do texto em que ele começa a seguir Jesus.

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Na ocasião, o apóstolo Mateus aparece dando uma festa, ou oferecendo “um grande banquete em sua casa” (Lc 5:29; cf. Mc 2:15; Mt 9:10). Essa festa contou com a presença de muitos publicanos e pecadores, e o facto de Jesus se ter sentado à mesa com eles foi censurado pelos escribas e fariseus. Após o Pentecostes descrito em Atos dos Apóstolos capítulo 2, a Bíblia não nos fornece mais nenhuma informação sobre o apóstolo Mateus. Algumas tradições, sem qualquer comprovação histórica, sugerem que em algum momento após o Pentecostes Mateus partiu para Etiópia, Macedônia, Síria e outras localidades. Uma dessas tradições defende que o apóstolo Mateus morreu de causas naturais estando ou na Macedônia ou na Etiópia. Por outro lado, tradições gregas e romanas afirmam que o apóstolo sofreu martírio.

A autoria do Evangelho Segundo Mateus Apesar de alguns críticos defenderem que o apóstolo não pode ter sido o autor do Evangelho que leva seu nome, a tradição cristã, desde a Igreja Primitiva, atribui ao apóstolo Mateus a autoria do primeiro Evangelho. Na verdade, o que pode ser dito é que nenhum argumento contrário à autoria do apóstolo pode ser sustentado à luz de uma análise profunda da questão.

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5 Tiago Menor

63-64 d.C. Antiguidades Judaicas, de Flávio Josefo (não faz parte da Bíblia) Culpando os cristãos pelo incêndio que destruiu Roma, em 64, o imperador Nero teria inflamado o povo a apedrejar e espancar Tiago (hoje, há historiadores que dizem que a perseguição a cristãos começou somente depois do período de Nero).

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Tiago Menor Tiago, filho de Alfeu, é geralmente identificado com Santiago Menor, que só é mencionado três vezes na Bíblia, cada uma delas em relação com sua mãe. Marcos 15:40 se refere à "Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José", enquanto que Marcos 16:1 e Mateus 27:56 se referem à "Maria, a mãe de Tiago". Tiago foi um dos doze escolhidos por Jesus e que recebeu o nome de “Tiago Menor” para o diferenciar de Tiago, filho de Zebedeu. Foi identificado como “irmão do Senhor”, mas na verdade é seu primo. Na Carta de Paulo aos Gálatas e nos Atos dos Apóstolos é dito que Tiago Menor, assim como Pedro, era uma das principais figuras da Igreja, e nas Escrituras dizem que sempre teve uma preferência na atenção e afeição de Jesus. No ano de 42 até o de 62 d.C. Tiago Menor foi o primeiro bispo de Jerusalém, onde era líder do movimento cristão, falava sobre a Circuncisão e espalhava a palavra para os pagãos, e uma das epístolas canónicas que escreveu foi a Epístola de Tiago, no Novo Testamento. Devemos a Tiago Menor muitos ensinamentos, pois era um homem de pureza e graça, que desde o nascimento até seu martírio (em 62 d.C.) servia vigorosamente a Deus. Tiago Menor e sua importância como Apóstolo A importância de Tiago Menor como apóstolo foi de nos mostrar que servir a Deus é encantador, e que receber seu amor é a maior e melhor recompensa que há. Que quando você se entrega ao Espírito Santo, você se renova, tanto que teve o privilégio de entrar no Santo dos Santos (que era uma sala do Tabernáculo).

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Tiago Menor e sua ligação com Jesus Tiago Menor tinha uma relação bem próxima com Jesus, pois afinal era um parente próximo, onde dizem que era “irmão de Jesus” (mas na verdade o primo); e onde também “trabalhavam” o evangelho juntos. Há dois relatos das causas de morte de Tiago. O primeiro diz que ele foi crucificado, assim como Jesus no Egito no ano de 62 d.C. O apóstolo tornou-se missionário na Palestina e no país onde foi morto. Outra hipótese é que ele teria sido apedrejado até à morte a mando de Ananias, um sumo sacerdote que queria que ele denunciasse alguns cristãos. Considerando a tradição da igreja grega, que o distingue do Tiago o Justo, o irmão do Senhor, o apóstolo Tiago, filho de Alfeu pregou inicialmente na parte sudoeste da Palestina, depois no Egito e foi crucificado em Ostracine no baixo Egito.

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6 Pedro

64 d.C. Atos dos Apóstolos Primeira Epístola de Clemente (não faz parte da Bíblia) Vítima da perseguição religiosa de Nero, pediu para ser crucificado de cabeça para baixo por se sentir indigno de morrer como Cristo. Segundo a tradição, o facto ocorreu no Circo de Nero, onde hoje fica o Vaticano.

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Pedro Pedro era o mais velho dos apóstolos e aquele a quem Jesus claramente deu algum tipo de liderança. Após a morte de Cristo, foi Pedro quem conduziu a missão entre os que ficaram. Seu trabalho missionário perdurou até o dia em que ele foi morto 68 anos depois do nascimento de Cristo. O apóstolo ainda continuou sua missão por mais 35 anos depois que Jesus foi morto. E a sua morte assemelhou-se à dele na forma como aconteceu. Diz a tradição que ele foi morto crucificado em Roma, porém teria pedido para ficar de cabeça para baixo para não se assemelhar ao seu mestre. O apóstolo Pedro foi um dos primeiros discípulos escolhidos por Jesus. Pedro também é chamado na Bíblia de Cefas, Simeão e Simão. Neste estudo bíblico conheceremos mais sobre a história de Pedro, apóstolo do Senhor Jesus.

A História de Pedro O apóstolo Pedro era natural de Betsaida, na época uma aldeia de pescadores não muito distante de Cafarnaum e que ficava na região costeira do mar da Galileia (João 1:44). Pedro também tinha casa em Cafarnaum, na Galileia (Marcos 1:21s). Alguns sugerem que sua residência realmente fosse em Cafarnaum, e Betsaida apenas sua aldeia de origem. O apóstolo Pedro era irmão do apóstolo André, um pescador de profissão assim como ele. É bem provável que seu pai, Jonas, também fosse um pescador (João 1:42). O apóstolo Pedro era casado, tendo sido sua sogra curada por Jesus (Marcos 1:30). Além disso, é possível que sua esposa frequentemente o acompanhasse em viagens ministeriais na Igreja Primitiva (1 Coríntios 9:5). Pedro possuía uma educação considerada limitada e falava o aramaico com forte sotaque da região da Galileia (Mateus 26:73; Marcos 14:70); idioma que também utilizava para ler e escrever. No entanto, Pedro também falava um pouco de grego, muito provavelmente por 40


conta de sua profissão que exigia constante contato com gentios. O grego era muito utilizado na época, sobretudo nas cidades de Decápolis.

Pedro, Cefas, Simão e Simeão Como já foi dito, o apóstolo Pedro é chamado por outros nomes na narrativa bíblica. Possivelmente seu nome original era o hebraico Simeão, utilizado originalmente em alguns textos de Atos 15:14 e 2 Pedro 1:1; e talvez ele tenha adotado o grego “Simão” com pronuncia semelhante. Quando ele se encontrou com Jesus, o Senhor o chamou de Cefas, do aramaico Kefa’, que significa “rocha” ou “pedra”, que em sua forma grega é Petros, ou seja, Pedro (João 1:42). O significado desse título se refere ao facto de que Pedro se tornaria firme como uma rocha, ao invés de uma pessoa com temperamento inconstante. Assim, a narrativa do Novo Testamento designa o apóstolo Pedro por essa variedade de nomes. O apóstolo Paulo o chamava de Cefas (1 Coríntios 1:12; 15:5; Gálatas 2:9); o apóstolo João geralmente o chamava de Simão Pedro; e Marcos o chamou de Simão até o capítulo 3 de seu livro e depois passou a designá-lo como Pedro.

A personalidade do apóstolo Pedro Considerando todas as referências sobre o apóstolo Pedro disponíveis não apenas nos quatro Evangelhos, mas em todo Novo Testamento, os estudiosos entendem que ele foi um típico homem do mar, uma pessoa simples, direta e também impulsiva. Parece que ele também possuía uma aptidão natural para exercer liderança, talvez por ser caloroso, vigoroso e normalmente comunicativo. Em algumas ocasiões, sobretudo no episódio que envolveu a traição de Jesus no Getsémani, Pedro se mostrou emotivo, sanguíneo e autoconfiante.

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A escolha do apóstolo Pedro como discípulo de Jesus O Evangelho de João relata um primeiro contato entre Jesus e Pedro, por intermédio de seu irmão, o apóstolo André (João 1:41). Esse contato ocorreu antes do início do ministério público do Senhor na Galileia. Depois disto, Pedro e André continuaram com a pescaria durante um período de tempo, até que receberam um convite consequente de Jesus enquanto estavam pescando no mar da Galileia (Marcos 1:16s). Mais tarde Jesus escolheu doze homens entre aqueles que o seguiam para serem seus discípulos mais próximos. Assim, o apóstolo Pedro foi um dos primeiros discípulos a ser chamado, e também era um dos três que sempre estavam mais próximos do Senhor (Marcos 5:37; 9:2; 14:33). Nas listas que trazem a relação dos doze discípulos de Jesus, o nome do apóstolo Pedro sempre aparece primeiro (Marcos 3:16-19; Lucas 6:14-16; Mateus 10:2-4; Atos 1:13,14).

O apóstolo Pedro durante o ministério de Jesus O apóstolo Pedro teve uma participação muito ativa e significante durante o ministério de Jesus. Como já foi dito, ele foi um dos primeiros discípulos a ser chamado, estava entre os três mais próximos de Jesus, e em muitas ocasiões agiu como porta-voz dos Doze (Mateus 15:15; 18:21; Marcos 1:36s; 8:29; 9:5; 10:28; 11:21; 14:29; Lucas 12:41). Pedro foi o discípulo que pediu para ir ao encontro de Jesus, andando sobre as águas (Mateus 14:28). Foi ele também, juntamente com Tiago e João, que estiveram com Jesus no episódio da transfiguração (Mateus 17:1-8). O apóstolo Pedro também foi o discípulo que, precipitadamente, tentou repreender Jesus diante do anúncio de sua morte iminente no Calvário (Mateus 16:22). Quando Jesus perguntou aos seus discípulos quem eles achavam que Ele era, o apóstolo Pedro foi o primeiro a responder, confessando que Ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mateus 16:16). O próprio Jesus atribuiu a resposta de Pedro como uma revelação de Deus que foi dada a ele. 42


Nessa mesma ocasião Jesus pronunciou a famosa frase “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Essa frase é alvo de intensos debates, deste há muito tempo. Pelo jogo de palavras que envolve o significado do nome “Pedro”, surgiram muitas interpretações. Duas delas são as mais antigas e conhecidas: alguns sugerem que a “pedra” seria o próprio Pedro; enquanto outros defendem que a “pedra” seria diretamente a verdade que foi declarada por Pedro, isto é, o Cristo, o Filho do Deus vivo. O apóstolo Pedro ouviu diretamente de Jesus a ordem “apascenta minhas ovelhas” (João 21:17). Numa determinada ocasião, Pedro questionou Jesus sobre a situação dele e dos demais que haviam deixado tudo o que tinham para segui-lo, e ouviu do Senhor a promessa das bênçãos do reino de Deus (Marcos 10:28; Lucas 18:28). O apóstolo Pedro também aparece de forma bastante ativa durante a narrativa dos últimos momentos do Senhor Jesus antes da crucificação. Juntamente com o apóstolo João, Pedro recebeu a incumbência de organizar a última ceia em Jerusalém (Lucas 12:8). Inicialmente ele também se recusou a deixar que Jesus lhe lavasse os pés, mas quando foi advertido sobre a importância e a necessidade daquele ato do Senhor, ele pediu até mesmo um banho (João 13). O apóstolo Pedro também foi o discípulo que, conforme Jesus havia dito, o negou três vezes antes que o galo cantasse duas vezes na ocasião que envolve a prisão e crucificação do Senhor. Na verdade, essa sua negação contrasta diretamente com o comportamento valente e violento que ele demonstrou ao cortar a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote, durante a prisão do Senhor. Diante do olhar de Jesus, ao lembrar-se das palavras do Mestre, Pedro se arrependeu profundamente (Mateus 26:34-75; Marcos 14:30-72; Lucas 22:34-62; João 18:27). É possível que o apóstolo Pedro tenha testemunhado a crucificação, apesar dos Evangelhos não o mencionarem (cf. 1 Pedro 5:1). Cristo ressurreto apareceu pessoalmente ao apóstolo Pedro (Lucas 24:33,34; 1 Coríntios 15:5).

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O ministério do apóstolo Pedro na Igreja Primitiva O apóstolo Pedro foi o primeiro a pregar o Evangelho no dia de Pentecostes. Cerca de 3 mil pessoas se converteram naquela ocasião (Atos 2:14). Até o capítulo 13 do livro de Atos dos Apóstolos, Pedro aparece com bastante destaque. Durante os primeiros anos ele foi o líder da igreja em Jerusalém, mas vale lembrar que o apóstolo Tiago, por sua vez, foi quem liderou o Concílio de Jerusalém onde importantes decisões foram tomadas concernentes à participação dos gentios na Igreja (Atos 15:1-21). Pedro foi quem fez a exposição da necessidade da escolha de outro homem para o lugar deixado por Judas e Matias foi o escolhido (Atos 1). Durante o ministério do apóstolo Pedro ocorreram grandes milagres, sendo que até mesmo os doentes eram colocados de uma forma com que, ao passar, suas sombras os cobrissem (Atos 3:1-10; 5:12-16). Foi o apóstolo Pedro quem disse as conhecidas palavras: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (Atos 3:6). Dentre esses milagres também se destaca a ressurreição de Dorcas (Atos 9:36-41). Saiba mais sobre os milagres no período apostólico da Igreja Primitiva. O apóstolo Pedro também foi quem disciplinou os perversos e mentirosos Ananias e Safira (Atos 5:1-11). Por conta do pecado que praticaram, ambos foram mortos de forma sobrenatural. Na época da forte perseguição em Jerusalém após a morte de Estêvão, o apóstolo Pedro também estendeu sua atuação ministerial a outros lugares, como em Samaria em decorrência da grande evangelização de Filipe ali, nas cidades costeiras de Lídia, Jope e Sarona. É possível que nesse período Tiago então tenha assumido a liderança em Jerusalém. O apóstolo Pedro também foi o responsável por anunciar as boas novas à família de Cornélio em Cesareia (Atos 10:1-45). Na Carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo informa que Pedro também esteve em Antioquia (Gálatas 2:11). Na verdade é nesse relato que encontramos a referência sobre o conflito entre os apóstolos Paulo e Pedro, quando Pedro agiu dissimuladamente se associando aos cristãos gentios e 44


depois se afastando deles ao temer a pressão do “grupo da circuncisão” que aceitava os gentios na Igreja desde que estes se submetessem ao cerimonial da Lei de Moisés. O comportamento do apóstolo Pedro acabou influenciando até mesmo Barnabé. Então Paulo o repreendeu publicamente pelo comportamento, considerado por ele, como hipocrisia. No entanto, essa situação foi completamente resolvida, e o próprio apóstolo Pedro mais tarde se referiu a Paulo como “nosso amado irmão” (2 Pedro 3:15). Na Epístola aos Coríntios, também somos informados da divisão que havia em tal igreja. Um dos grupos divididos ali alegava seguir o apóstolo Pedro, enquanto outros diziam ser de Paulo, Apolo e Cristo. Isso indica que provavelmente em algum momento ele esteve pessoalmente visitando aquela igreja.

A morte do apóstolo Pedro e o final de seu ministério Após 50 d.C. não temos tantas informações detalhadas sobre o apóstolo Pedro. Considerando suas duas epístolas, sabemos que ele permaneceu ativo na pregação da Palavra de Deus e no pastoreio do rebanho do Senhor até à hora de sua morte (1 Pedro 5:1,2). Existe um grande debate se o apóstolo Pedro chegou a fixar residência em Roma ou não. O que é certo é que a igreja em Roma não foi fundada por ele; até porque seria muito improvável que Paulo escrevesse uma epístola àqueles irmãos sem mencioná-lo. Na verdade, não há qualquer base bíblica de que ele tenha sido o primeiro bispo de Roma; nem há indícios de que ele tenha sido líder da igreja na cidade por um período de tempo considerável. A tradição que afirma tal coisa é bastante questionável. Saiba mais sobre a igreja em Roma no panorama da Carta aos Romanos. Apesar disto, é muito provável que ele tenha estado em Roma em algum momento próximo ao final de sua vida, e que tenha escrito suas duas epístolas desta cidade. Em 1 Pedro 5:13 o apóstolo escreve dizendo estar na “Babilônia”. Essa informação tem sido entendida pela

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maioria dos estudiosos como uma referência à cidade de Roma. A presença de Marcos na ocasião também favorece essa interpretação. Existe uma tradição muito antiga e uniforme dentro do cristianismo de que o apóstolo Pedro tenha sido martirizado em Roma por volta de 68 d.C., assim como foi Paulo. Tertuliano (200 d.C.) defendeu tal informação, e Orígenes afirmou que Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, uma informação também presente em alguns livros apócrifos.

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7 André

69 d.C. Atos de André (não faz parte da Bíblia). Morreu suspenso em uma cruz em forma de X, na Grécia. Ele havia se recusado a renegar sua fé diante do procônsul romano Aegeates.

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André André era irmão de Pedro, também pescador. Antes de conhecer a Cristo, ele já era seguidor de João Batista, mas não titubeou quando conheceu o Messias e logo juntou-se a ele. A tradição revela que André também foi muito torturado antes de ser crucificado numa cruz, em formato de X, na Grécia. Ele estaria em missão na província de Acaia. Os Seus restos mortais foram encontrados séculos depois e levados para a Escócia por mar, onde o barco teria naufragado. Por isso, até hoje existe uma ilha chamada da Santo André. O Apóstolo André foi um dos doze discípulos de Jesus. Seu nome é de origem grega, e significa “valente” ou “viril”. Alguns intérpretes sugerem que o nome “André” possa ter sido um “nome cristão”, da mesma forma que o nome “Pedro”. André era irmão de Simão Pedro, outro Apóstolo de Jesus, e filho de João ou Jonas, isso porque não se sabe exatamente se ambos os nomes, Jonas e João, referem-se a duas formas gregas do mesmo nome hebraico ou a dois nomes distintos do pai de André e Pedro. No Evangelho de Mateus (16:17), Jesus chamou Pedro, irmão de André, de Barjonas, que em aramaico significa “filho de Jonas“, entretanto no Evangelho de João (1:42; 21:15,17) o nome do pai de André e Pedro aparece como “João”.

A escolha do Apóstolo André O Apóstolo André era nativo de Betsaida, na Galileia (Jo 1:44), mas posteriormente viveu em Cafarnaum, onde, juntamente com seu irmão, trabalhava como pescador (Mt 4:18). André primeiramente foi discípulo de João Batista (Jo 1:35-40), o qual lhe mostrou Jesus como o Cordeiro de Deus, e André, por sua vez, também trouxe Simão, seu irmão, a Jesus (Jo 1:35-40). Mais tarde, talvez depois de aproximadamente um ano após esse episódio, Jesus chamou André e seu irmão Simão para se tornarem seus discípulos de forma integral, ou seja, deixariam a profissão de pescadores e se tornariam pescadores de homens (Mc 1:16-18; Mt 4:18-20), 50


compondo o grupo dos Doze Apóstolos de Jesus (Mt 10:2; Mc 3:18; Lc 6:8,9; At 1:13). Tão logo após terem sido escolhidos pelo Mestre, eles já puderam presenciar o ensino extraordinário de Jesus e Seu poder sobrenatural para curar (Mc 1:21-39). Na passagem sobre a multiplicação de cinco pães e dois peixes, podemos vê-lo em ação, juntamente com Filipe, que também era de sua terra natal (Jo 6:6-9). O Apóstolo André também aparece ao lado de Filipe em Jerusalém, na última Páscoa, no episódio em que certos gregos queriam se encontrar com Jesus (Jo 12:20-22). Geralmente o Apóstolo André é mencionado entre os quatro primeiros discípulos, entretanto em algumas ocasiões ele não é citado, sendo, na ressurreição da Filha de Jairo (Mc 5:37; Lc 8:51), na transfiguração de Jesus (Mt 9:2; Lc 9:28) e na oração de Jesus no Getsémani (Mc 14:33). Algumas questões são levantadas acerca de tais ausências. Há quem defenda que ele seria mais jovem do que seu irmão Pedro e os filhos de Zebedeu, sendo então preterido nessas ocasiões. Outros argumentam que André possa ter sido designado por Jesus como o líder do restante dos apóstolos. No Sermão Escatológico de Jesus, André, ao lado de Pedro, Tiago e João, pediu que Jesus explicasse de maneira mais detalhada acerca da profecia do julgamento que viria sobre Jerusalém (Mc 13:3,4). As últimas referências que temos sobre o Apóstolo André na Bíblia são encontradas no livro de Atos dos Apóstolos. Em Atos 1:3, temos uma citação direta de seu nome em companhia dos outros apóstolos após a ascensão de Jesus. Já em Atos 6:2, novamente entende-se que André é citado, porém de forma indireta, ou seja, apenas compondo o grupo dos Doze.

Relatos extra-bíblicos sobre André Considerando as referências do livro de Atos dos Apóstolos (1:3; 6:2; 8:1), podemos concluir que o Apóstolo André desempenhava um papel ativo na Igreja Primitiva. Porém, a Bíblia não nos fornece mais

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nenhum outro detalhe sobre ele. Ainda assim, muitas coisas são ditas sobre o Apóstolo André em relatos extra-bíblicos. Algumas tradições cristãs afirmam que o Apóstolo André pregou em Cíntia e Partia, regiões próximas ao Mar Negro. Devido a tais tradições que recuam até Orígenes, o Apóstolo André tem sido fortemente ligado à igreja russa. Também se afirma que o Apóstolo André teria exercido seu ministério durante um tempo em algumas regiões da Ásia Menor. Ainda segundo as tradições, o Apóstolo André teria sofrido martírio em Acaia, após ter evangelizado a esposa do Procônsul local, sendo crucificado em um tipo de cruz chamada “crux decussata “, que se trata de uma cruz em forma de “X”, popularmente conhecida por conta dessa tradição como “Cruz de Santo André “.

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8 Tomé

72 d.C. Atos de Tomé (não faz parte da Bíblia) História Eclesiástica V (não faz parte da Bíblia) Perfurado pelas lanças de soldados em Mylapore, Índia. Tudo porque ele converteu a esposa do rei Misdaeu, Charisius, que se negou a fazer sexo após virar cristã. Mylapore, quando foi dominada pelos portugueses, passou a se chamar São Tomé de Meliapor.

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Tomé Após a morte de Jesus, o apóstolo que ganhou destaque nos relatos bíblicos por pedir para tocar em Cristo quando da sua ressurreição e tornou-se um sinónimo de: “ver para crer”, saiu em missão pela Índia. Há relatos que dizem que ele morreu a flechadas durante suas orações e sua morte teria sido encomendada pelo rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, no ano 53 depois de Cristo. Tomé foi um dos doze apóstolos de Jesus. Em algumas passagens bíblicas ele é chamado de Dídimo, que significa “gémeo” (João 11:16; 20:24; 21:2). A história de Tomé na Bíblia está registrada nos quatro Evangelhos do Novo Testamento, além de também ele ser mencionado no livro de Atos ao lado dos demais apóstolos.

Quem foi Tomé? Não se sabe muito sobre a biografia de Tomé com relação a sua vida pessoal, origem etc. Seu nome, Tomé, é de origem aramaica e também significa “gêmeo”, assim como sua forma grega, Dídimo. Na verdade, é o apóstolo João quem acrescentou a forma grega de seu nome, muito provavelmente por estar escrevendo para leitores gregos. Devido ao significado de seu nome, parece evidente que ele tenha tido um irmão gêmeo, porém não existe qualquer informação sobre esse irmão ou irmã do apóstolo. Também é no Evangelho de João que encontramos as melhores informações sobre quem foi Tomé, visto que nos outros Evangelhos e no livro de Atos ele é meramente mencionado na lista que traz os nomes dos apóstolos (Mateus 10:3; Marcos 3:18; Lucas 6:15; Atos 1:13).

A personalidade de Tomé Tomé aparece na Bíblia como sendo alguém de extremos, isto é, ele demonstrava ao mesmo tempo pessimismo e uma enorme devoção ao Senhor. Isso fica bastante claro na narrativa sobre a ressurreição de Lázaro, o irmão de Marta e Maria, amigo de Jesus.

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Na ocasião, considerando a ameaça real de apedrejamento, caso Jesus fosse à Judeia, Tomé declarou: “Vamos também nós para morrermos com ele” (João 11:16). Essa declaração expressa muito bem seu desânimo e pessimismo, isto é, ele era alguém que espera primeiro a desgraça. No entanto, essa mesma declaração mostra sua aptidão a morrer juntamente com o seu Senhor. É verdade que alguns comentaristas defendem que essa frase não se refere à ideia de morrer com Jesus, mas aponta para a situação de Lázaro, especialmente considerando o facto de que quando Jesus realmente foi preso e levado à morte, os discípulos fugiram. Todavia, essa interpretação não faz nenhum sentido à luz do versículo 8 do mesmo capítulo 11 de João, onde encontramos explicitamente a informação de que os judeus procuravam apedrejar Jesus. O facto de Tomé nesse episódio declarar que morreria com Jesus na Judeia, em nada contradiz seu sumiço no momento da crucificação. Devemos nos lembrar de que o apóstolo Pedro também afirmou que nunca negaria Jesus, mas no final o resultado foi outro. Isso não significa falta de sinceridade, apenas falta de coragem (cf. Mateus 26:35). Mais tarde, Tomé também demonstrou dúvida acerca do ensino do Senhor Jesus de que os discípulos conheciam o caminho para onde Ele estava indo, ao dizer: “Senhor, não sabemos para onde estás indo; como podemos conhecer o caminho?” (João 14:5). É possível que Tomé, na sua dúvida, estivesse representando o pensamento dos outros discípulos. De qualquer forma, essa frase revela certa fraqueza, mas que é imediatamente confrontada com a conhecida resposta do Senhor Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (João 14:6).

Tomé viu o Cristo ressurreto Após sua ressurreição, Jesus apareceu aos seus discípulos, porém Tomé estava ausente. Mais tarde, quando os demais apóstolos lhe contaram que Jesus havia aparecido, Tomé revelou certa incredulidade (João 20:24,25).

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Essa atitude parece harmonizar-se com seu caráter um tanto ou quanto pessimista. Demonstrando nervosismo, Tomé exigiu provas tangíveis para poder acreditar na ressurreição de seu Mestre. Ele queria ver com seus próprios olhos e tocar com seus dedos as marcas dos cravos nas mãos de Jesus e seu lado que havia sido trespassado por uma lança. Isso significa que Tomé estava disposto a acreditar na ressurreição, mas não antes de receber provas concretas. Ele precisa se certificar de que aquele a quem os discípulos estavam dizendo ter visto realmente era seu Mestre. Ele queria provar o que os outros tinham provado, isto é, ver o Senhor Jesus pessoalmente, e ainda ir mais além, tocar nas terríveis cicatrizes. Oito dias depois, estando os discípulos reunidos, Jesus apareceu no meio deles, mesmo com as portas e janelas do lugar onde estavam, trancadas. Então, Ele se dirigiu a Tomé e o convidou a tocar em suas feridas, exortando-o a não ser incrédulo, mas crente (João 20:27). Nesse episódio, com relação a sua natureza divina, Jesus revelou o atributo da omnisciência. O texto bíblico não esclarece se Tomé tocou ou não nas feridas de Jesus, ou se apenas esse terno convite, respondendo nos mínimos detalhes a sua exigência, já tenha bastado. Muito provavelmente ele tocou, mas em todos os casos, seja qual tenha sido sua reação, ela o conduziu prontamente a sua profunda declaração de fé: “Senhor meu, e Deus meu!” (João 20:28). Essa declaração apontava diretamente para a verdade de que Jesus é realmente Deus, uma das pessoas da Trindade (cf. João 1:1-3). Tomé também estava presente junto aos discípulos que pescavam num barco no mar da Galileia quando Jesus novamente apareceu a eles (João 21).

A morte do apóstolo Tomé Além dos relatos bíblicos, pouca coisa se sabe sobre o restante da vida de Tomé. Existem muitas especulações a seu respeito baseadas em lendas e antigas tradições cristãs. Uma dessas tradições conta que Tomé pregou o Evangelho na Índia e Síria. 58


Também não é possível afirmar qualquer coisa realmente confiável sobre como se deu sua morte. Algumas tradições atribuem a ele a autoria do apócrifo Evangelho de Tomé, mas na verdade seu conteúdo carregado de influências gnósticas em nada lembra o verdadeiro apóstolo que andou com o Senhor Jesus. Apesar de alguns críticos recuarem a data da composição desse livro até o primeiro século, provavelmente essa obra foi escrita somente no século 2 d.C. na região da Síria, justamente onde existem fortes tradições sobre o apóstolo Tomé. Isso significa que algum autor gnóstico se aproveitou do nome de Tomé como pseudônimo para sua obra, possivelmente para facilitar a divulgação de suas ideias. Finalmente, podemos dizer que tudo o que realmente era importante que soubéssemos sobre quem foi Tomé está registrado na Bíblia, e certamente já é o suficiente para conhecermos um pouco mais sobre o popularmente conhecido “incrédulo Tomé”, que nos Evangelhos aparece como alguém que tinha seus defeitos, mas que também tinha uma profunda devoção ao Senhor Jesus.

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9 João

103 d.C. Textos de Polícrates de Éfeso e de Eusébio de Cesareia (não fazem parte da Bíblia) Após quase ser queimado vivo a mando do imperador romano Domiciano, exilou-se na Ilha de Patmos, na Grécia, em meados de 90 d.C. De lá se mudou para Éfeso, onde terá morrido de causas naturais.

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João João era o discípulo mais jovem que Cristo tinha. Cogita-se que na época da crucificação de Jesus, ele teria entre 17 e 20 anos. Irmão de Tiago (outro apóstolo), o jovem teria sido lançado vivo em óleo fervente, mas ele não teria nada sofrido. Depois disso, ele teve um papel importante para a religião Cristã: escreveu diversos livros considerados sagrados, são deles os relatos sobre o fim do mundo, descritos no Apocalipse. Acredita-se que ele morreu por volta dos 100 anos de idade de causas naturais, em Éfeso.

A biografia do apóstolo João João era filho de Zebedeu e provavelmente de Salomé (Marcos 1:19; 16:1,2; Mateus 27:56). Seu irmão, Tiago, também pertenceu ao grupo dos doze discípulos de Jesus. Possivelmente Tiago era mais velho do que João, visto que ele sempre é citado primeiro (Mateus 10:2-4). O apóstolo João era pescador de profissão. Seu pai foi um homem próspero no ramo da pesca, pois tinha alguns empregados (Marcos 1:20). A tradição cristã associa Salomé como sendo irmã de Maria, mãe de Jesus (cf. Mateus 27:56; João 19:25). Se essa afirmação estiver correta, então o apóstolo João era primo do Senhor Jesus. Antes de se tornar um dos discípulos de Jesus, o apóstolo João era um seguidor de João Batista (João 1:35-37). João teve um primeiro encontro com Jesus, e depois de um pequeno intervalo de tempo, se tornou um de seus discípulos. (Marcos 1:16ss; Lucas 5:10).

A personalidade e caráter do apóstolo João Alguns acontecimentos registrados nos Evangelhos nos ajudam a entender um pouco sobre como era a personalidade e caráter do apóstolo João. Em certa ocasião Jesus chamou João e Tiago de “filhos do trovão” (Marcos 3:17). Muito provavelmente essa designação apontava para a natureza explosiva dos dois irmãos. Isso indica que normalmente eles eram 62


homens de emoções controladas, mas em determinadas situações a ira logo os ascendia. Um exemplo disto pode ser visto quando os habitantes de uma vila samaritana se recusaram a hospedar Jesus. Naquela ocasião os dois irmãos logo disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” (Lucas 9:54). Ao mesmo tempo em que tal declaração aponta para um temperamento forte, ela também indica o profundo amor e a grande fidelidade que o apóstolo João e seu irmão nutriam pelo Senhor Jesus. Em dada ocasião, talvez devido à influência de sua mãe, João e Tiago deixaram transparecer certo egoísmo ao pedirem que Jesus lhes concedessem lugares privilegiados em seu reino (Marcos 10:37; cf. Mateus 20:20).

João, o discípulo a quem Jesus amava No Evangelho de João existem referências acerca de um discípulo a quem Jesus amava (João 13:23; 19:26; 20:2; 21:7,20). É amplamente aceito que tais referências designam o próprio apóstolo João. Isso significa que ninguém conhecia Jesus mais do que João. Ele caminhou com Jesus diariamente, e na grande noite da instituição da Ceia do Senhor, na celebração da última Páscoa, foi ele quem se reclinou sobre o peito de Jesus e lhe perguntou pessoalmente sobre a identidade do traidor (João 13:23). O apóstolo João também esteve presente em três importantes ocasiões do ministério de Jesus. Nessas ocasiões ele estava acompanhado de Simão Pedro e Tiago: •

Quando Jesus ressuscitou a filha de Jairo (Marcos 5:37).

Na ocasião da transfiguração (Marcos 9:2).

Durante o período em que Jesus esteve no Getsémani (Marcos 14:33).

Além disso, o evangelista Lucas também nos informa que João e Pedro foram as duas pessoas encarregadas por Jesus de cuidar dos preparativos para a refeição da Páscoa (Lucas 22:8). 63


No momento da crucificação, o apóstolo João é o discípulo que aparece mais próximo de Jesus no Calvário. Ele também recebeu de Jesus a incumbência de cuidar de Maria (João 19:26,27). Depois, foi ele quem correu juntamente com Pedro ao túmulo de Jesus na manhã da ressurreição (João 20:8).

O ministério apostólico de João Depois da ascensão de Jesus ao céu, o apóstolo João é mencionado com destaque na Igreja Primitiva. No livro de Atos, ele frequentemente é citado na companhia de Pedro (Atos 3:1; 4:19; 8:14). O apóstolo João foi um dos principais líderes da igreja em Jerusalém (Atos 15:6; Gálatas 2:9). A tradição cristã atribui ao apóstolo João a autoria de cinco livros do Novo Testamento. São eles: o Quarto Evangelho (Evangelho de João), três Epístolas (1,2 e 3 João) e o livro do Apocalipse. É verdade que existem algumas críticas que tentam contestar a autoria por parte de João de algumas destas obras. O quarto Evangelho e o livro do Apocalipse são os principais alvos dessas críticas. Todavia, as evidências apontam de forma muito mais contundente para a verdade de que realmente foi o apóstolo João quem escreveu todos os cinco livros.

A morte do apóstolo João Não é possível afirmar com certeza por quanto tempo o apóstolo João permaneceu em Jerusalém. Mas provavelmente o apóstolo deixou a Palestina no início da Guerra Judaica, antes de 69 d.C. Nesse tempo ele se mudou para a Ásia Menor. A tradição cristã desde muito cedo afirma que João viveu por muitos anos na cidade de Éfeso. Foi em Éfeso que ele teria escrito suas obras literárias, com exceção do livro do Apocalipse. Em algum momento durante o reinado do imperador romano Domiciano (81-96 d.C.), o apóstolo João foi banido para a Ilha de Patmos. Foi em Patmos que ele recebeu as divinas revelações registradas no livro do Apocalipse. 64


Com a ascensão do imperador Marco Nerva em Roma (96-98 d.C.), o apóstolo João foi liberado para retornar a Éfeso. Nessa época provavelmente ele já tinha cerca de 90 anos de idade. A tradição afirma que o apóstolo João morreu durante o começo do governo de Trajano, isto é, depois de 98 d.C., com idade bastante avançada. Algumas antigas críticas também já tentaram afirmar que o apóstolo João não é o mesmo João influente em Éfeso. Isso indicaria que então ele não foi o autor dos livros do Novo Testamento. Tais críticas alegam que o apóstolo João morreu à espada juntamente com seu irmão Tiago por ordem de Herodes Agripa I, ainda nos primeiros anos da Igreja Primitiva, em aproximadamente 44 d.C. No entanto, tais críticas não se sustentam quando contrapostas às abundantes evidências apresentadas pelas antigas tradições cristãs registradas nos escritos patrísticos. Na verdade, a maioria dos estudiosos aceita que a residência e influência do apóstolo João em Éfeso é uma das histórias mais claras e sólidas documentadas nos primeiros anos da Igreja. Portanto, existem provas suficientes para se acreditar que o apóstolo João realmente morreu em Éfeso. Antes disso, mesmo com a idade avançada, ele continuou exercendo ativamente seu ministério. Ele foi o bispo-chefe das igrejas localizadas na região de Éfeso, e combateu as perigosas heresias (especialmente o gnosticismo) que ameaçavam a pregação do Evangelho. Alguns escritos afirmam que o apóstolo João morreu com idade tão avançada, que em seus últimos dias ele tinha de ser carregado para as reuniões cristãs. Curiosamente seu irmão Tiago foi o primeiro apóstolo a sofrer martírio (Atos 12:2), enquanto que João foi o último dos apóstolos a morrer.

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10 Bartolomeu

Data indefinida Sem registros escritos Teria morrido na Armênia, mas não se sabe se foi crucificado ou esfolado e decapitado pelo irmão do rei Polymius. O monarca havia sido convertido pelo apóstolo.

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Bartolomeu Bartolomeu teria exercido a sua missão em Anatólia, Etiópia, Armênia, Índia e Mesopotâmia. A forma com que ele morreu também desperta polêmica e confusão, pois há mais de uma versão para o facto. A tradição da Igreja Católica afirma que ele foi posto vivo em um saco e lançado ao mar, depois de ser açoitado. Há outra informação que afirma que ele também teria sido crucificado. Bartolomeu foi um dos doze discípulos de Jesus. As únicas referências bíblicas sobre ele encontramos justamente nas listas dos nomes dos discípulos (Mateus 10:3; Marcos 3:18; Lucas 6:14; Atos 1:13). Algo curioso é o facto de Bartolomeu sempre ser mencionado nessas listas após Filipe. Alguns estudiosos acreditam que havia um agrupamento quádruplo dos discípulos que trabalhavam em duplas. De acordo com essa possibilidade, então Bartolomeu e Filipe eram companheiros no segundo grupo, liderado por Filipe. O nome Bartolomeu, Bartholomaios, translitera o aramaico que significa “filho de Tolmai”. Esse nome é encontrado na Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento) e nas obras de Flávio Josefo em várias formas.

Quem foi Bartolomeu? Ele é o mesmo Natanael? Desde o século 9, muitos intérpretes têm identificado Bartolomeu como sendo o Natanael que aparece no Evangelho de João. O nome Natanael significa “Deus deu” ou “dom de Deus”. Essa sugestão é levantada pelo facto de que os Evangelhos Sinóticos mencionam Filipe e Bartolomeu onde o Evangelho de João menciona Filipe e Natanael. Além disso, João nunca menciona Bartolomeu em sua narrativa. Apesar de parecer fácil estabelecer essa relação, a evidência não é conclusiva. Outras tentativas de identificar Natanael como um dos doze foram feitas. As sugestões sobre quem seria Natanael são: Mateus, Matias e João filho de Zebedeu. Mas obviamente a melhor possibilidade é de que Natanael é o mesmo Bartolomeu dos Sinóticos. Se isto estiver correto, então provavelmente seu nome principal era 68


Natanael, e Bartolomeu era uma indicação de seu relacionamento filial, isto é, ele era filho de Tolmai.

A história de Bartolomeu Como já foi dito, pouco se sabe sobre quem foi Bartolomeu na Bíblia. A melhor forma de se ter alguma informação sobre sua pessoa é considerando que Bartolomeu é mesmo o Natanael citado no Evangelho de João. Então nesse caso vemos Bartolomeu aparecendo na narrativa bíblica num diálogo com Filipe, onde é informado que sua cidade natal era Canaã da Galileia (João 1:45,51). Ao se encontrar com Bartolomeu, Filipe lhe disse com muito entusiasmo que havia encontrado o Messias de quem Moisés e os profetas testificam. Quando Filipe acrescentou que se tratava de Jesus, o filho de José de Nazaré, Bartolomeu fez a conhecida pergunta: “Pode sair alguma coisa boa de Nazaré?” (João 1:46). Essa pergunta indica que até aquele momento Bartolomeu nunca havia percebido alguma profecia messiânica relacionada com aquela cidade. Alguns comentaristas enxergam nessa pergunta uma tipo de preconceito para com a cidade de Nazaré. Embora de facto houvesse esse preconceito, é bem pouco provável que Bartolomeu tivesse isto em mente. Em outras palavras, talvez ele apenas estivesse querendo dizendo: “Será que Moisés e os profetas realmente falaram de Nazaré como uma profecia messiânica?”. Filipe nem se propôs a discutir essa questão com Natanael. Sua resposta foi a mais esclarecedora possível: “Venha e veja”.

O chamado de Bartolomeu Bartolomeu acompanhou Filipe até o Senhor Jesus. Ao ver Natanael se aproximando, Jesus disse: “Vejam, aí está um israelita em quem não há falsidade” (João 1:47). Com isto Jesus não estava indicando que Bartolomeu era perfeito, mas que em seu caráter honesto, ele se diferenciava da maioria dos judeus. Ao ouvir as palavras de Jesus, Bartolomeu sinceramente lhe perguntou: “Como me conheces?”. É possível que naquele instante Natanael 69


tivesse suspeitado que Filipe já havia falado sobre ele. Mas logo Jesus tratou de acabar com qualquer suspeita: “Antes que Filipe o chamasse, quando você estava debaixo da figueira, eu o vi” (João 1:48). Diante de tal declaração, Natanael reconheceu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel” (João 1:49). Depois do testemunho de Natanael, Jesus lhe fez uma promessa de que coisas maiores ainda lhe seriam reveladas. Jesus lhe prometeu que ele iria ver o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem (João 1:51). Essa promessa de Jesus era uma referência clara à história de Jacó, no episódio em que ele viu uma escada que ia da terra ao céu, com anjos do Senhor subindo e descendo por ela. Naquela ocasião Jacó recebeu a promessa de que todas as famílias da terra seriam abençoadas em sua descendência (Gênesis 28). Essas palavras se cumprem em Cristo. Ele é a ligação entre o céu e a terra, Aquele que reconcilia o homem com Deus, a Escada entre Deus e o ser humano, o único Caminho para o Pai (João 14). É através de seu sacrifício que um povo proveniente de todas as nações da terra é redimido de seus pecados.

A morte de Bartolomeu Depois do registro de sua convocação para ser apóstolo do Senhor Jesus, sabe-se que Bartolomeu foi um dos discípulos a quem Jesus apareceu ressurreto junto ao mar da Galileia (João 21:2). Mais tarde ele também é mencionado na companhia dos apóstolos na reunião da Igreja em Jerusalém (Atos 1:13). Além dessas referências, nada mais é dito sobre a história de Bartolomeu no Novo Testamento. Existem certas tradições na História da Igreja, desde Eusébio (325 d.C.), que especulam sobre sua vida no período da Igreja Primitiva. No geral elas dizem que ele pregou o Evangelho na região da Ásia menor. Essas tradições também falam sobre seu possível martírio, mas diferem na forma como isso ocorreu. Algumas dizem que ele foi esfolado vivo e depois crucificado, enquanto outras dizem que ele foi açoitado até à morte. Entretanto, existem muitos conflitos entre tais histórias, 70


tornando essas tradições nada confiáveis. O testemunho do Novo Testamento é tudo o que realmente se sabe de certo sobre quem foi Bartolomeu.

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11 Simão Zelote

Data indefinida Sem registros escritos Há poucas informações. Ele teria morrido após renegar algum deus do Sol. Isso poderia ter sido tanto na Inglaterra quanto na Pérsia (atual Irã).

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Simão Zelote Simão zelote, o décimo primeiro apóstolo, foi escolhido por Simão Pedro. Era um homem capaz, de bons ancestrais; e vivia com a sua família em Cafarnaum. Contava vinte e oito anos quando se uniu aos apóstolos. Era um agitador feérico e também um homem que falava muito sem pensar. Tinha sido mercador em Cafarnaum, antes de voltar toda a sua atenção para a organização patriótica dos zelotes. A Simão zelote, foi dado o encargo das diversões e do descanso do grupo apostólico; e ele era um organizador muito eficiente das diversões e das atividades de recreação dos doze. A força de Simão estava na sua inspirada lealdade. Quando os apóstolos encontravam um homem ou mulher debatendo-se de indecisão quanto à própria entrada no Reino, eles o mandavam para Simão. Em geral levava apenas quinze minutos para que esse advogado entusiasta da salvação pela fé em Deus dissipasse as dúvidas e removesse toda indecisão; e logo se via uma nova alma nascida na “liberdade da fé e no júbilo da salvação”. A grande fraqueza de Simão estava no lado materialista da sua mente. De judeu nacionalista que era, ele não poderia tão rapidamente transformar-se em um internacionalista de mente espiritualizada. Quatro anos foi um tempo curto demais para que se fizesse tal transformação intelectual e emocional, mas Jesus sempre se manteve paciente com ele. O que Simão tanto admirava em Jesus era a calma, a segurança, a estabilidade e a serenidade inexplicável do Mestre. Embora Simão fosse um revolucionário radical, um pavio destemido de agitação, ele gradualmente colocou sob controle a sua índole inflamada a ponto de tornar-se um pregador poderoso e eficiente da “Paz na Terra e da boa vontade entre os homens”. Simão era um grande argumentador; e gostava de discutir. E, quando se tratava de lidar com as mentes legalistas dos judeus instruídos, ou das minúcias intelectuais dos gregos, a tarefa era sempre dada a Simão. 74


Por natureza era um rebelde e, por formação, era um iconoclasta; mas Jesus o conquistou para os conceitos mais elevados do Reino do céu. Simão sempre se identificou com o partido do protesto, mas agora estava unido ao partido do progresso; do progresso ilimitado e eterno do espírito e da verdade. Simão era um homem de lealdades intensas e de devoções pessoais calorosas; e ele amava Jesus profundamente. Jesus não temia ser identificado nem se identificar com homens de negócios, com homens do trabalho, otimistas, pessimistas, filósofos, céticos, publicanos, políticos e patriotas. O Mestre mantinha muitas conversas com Simão, mas nunca teve êxito pleno em fazer um internacionalista, desse ardente judeu nacionalista. Jesus frequentemente dizia a Simão que era oportuno querer ver melhoradas as ordens social, econômica e política; todavia sempre acrescentava: “Esse assunto nada tem a ver com o Reino do céu. Devemos dedicar-nos a fazer a vontade do Pai. A nossa obra é sermos embaixadores de um governo espiritual do alto; e não devemos ocupar-nos de imediato com nada que não seja representarmos a vontade e o caráter do Pai divino, que está à frente do governo de cujas credenciais somos portadores”. Era difícil para Simão compreender, mas gradativamente ele começou a captar algo do sentido dos ensinamentos do Mestre. Depois da dispersão das perseguições de Jerusalém, Simão pôs-se temporariamente em retiro. Ele ficara de facto prostrado. Como um nacionalista patriota, ele se havia capitulado em deferência aos ensinamentos de Jesus; e agora estava perdido. Estava em desespero, mas em poucos anos reanimou as próprias esperanças e saiu para proclamar o evangelho do Reino. Foi para a Alexandria e, após trabalhar Nilo acima, ele penetrou no coração da África, pregando em todos os lugares o evangelho de Jesus e batizando os crentes. Assim trabalhou até que a velhice e a fraqueza chegassem. E Simão morreu e foi enterrado no coração da África.

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12 Judas Tadeu

Data indefinida Atos de Judas Tadeu e Simão (não faz parte da Bíblia). Teria sido martirizado em Beirute, capital do atual Líbano, ao lado de Simão, seu grande amigo (sim, é outra versão para a morte de Simão).

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Judas Tadeu Depois da morte de Cristo, Judas escreveu uma das cartas presentes no Novo Testamento, são as chamadas ‘Carta de Judas’. Ele teria seguido a sua missão depois da morte do Mestre e pregado na Mesopotâmia, Arábia, Síria e Pérsia. Judas Tadeu foi um dos doze apóstolos de Jesus. Embora esse apóstolo tenha ficado conhecido dentro da tradição cristã como “Judas Tadeu”, seu nome nunca aparece dessa forma no texto bíblico. Ele é mencionado nas quatro listas de nomes dos discípulos de Jesus encontradas no Novo Testamento. No Evangelho de Mateus ele é mencionado como Tadeu, ou então como “Lebeu, apelidado Tadeu” em algumas variantes do texto de Mateus 10:3. O evangelista Marcos também o menciona simplesmente como Tadeu (Marcos 3:18). Já o evangelista Lucas o menciona pelo nome de Judas (Lucas 6:16; Atos 1:13). O apóstolo João também o mencionou como Judas, mas fez questão de diferenciá-lo de Judas Iscariotes, na expressão “Judas, não o Iscariotes” (João 14:22). Como obviamente os nomes “Judas” e “Tadeu” se referem à mesma pessoa nas listas de nomes dos apóstolos, então esse discípulo ficou conhecido entre os cristãos como Judas Tadeu. É verdade que alguns estudiosos tentam sugerir que Judas e Tadeu sejam pessoas diferentes. Eles alegam, inclusive, uma suposta substituição no colégio apostólico durante o ministério de Jesus. No entanto, não há qualquer argumento convincente a favor desta teoria.

A história de Judas Tadeu Pouco se sabe sobre quem foi Judas Tadeu. A única informação sobre sua vida é fornecida por Lucas ao dizer que ele era filho de Tiago (Lucas 6:16). No original grego a expressão indica “Judas de Tiago”, e embora seu significado mais provável seja denotar uma relação de pai e filho, isto é, “Judas, filho de Tiago”, alguns estudiosos sugerem que talvez tal expressão indique uma relação entre irmãos, ficando “Judas, irmão de Tiago”. 78


Com base nessa possibilidade algumas tradições cristãs, especialmente a tradição Católica, identificam Judas Tadeu como sendo o filho de Alfeu e parente do Senhor Jesus. Essas tradições também atribuem a ele a autoria da Epístola de Judas. A Igreja Reformada, porém, mantém a posição de que Judas, também chamado Tadeu, não é a pessoa de mesmo nome que é mencionado como sendo um dos irmãos de Jesus, ao lado de José, Tiago e Simão (Mateus 6:3). Portanto, o apóstolo Judas Tadeu também não deve ser identificado como sendo o autor da Carta de Judas. Assim, é aceito que Judas, conhecido como Tadeu, era realmente filho de Tiago. Essa tradução se harmoniza muito mais ao sentido original da expressão presente nos manuscritos gregos.

Judas, Tadeu e Lebeu O nome “Judas” era bastante comum entre os judeus do primeiro século. Este nome é uma variante grega do nome hebraico Judá, que deriva de uma raiz que significa “render graças”. Já o nome “Tadeu” provavelmente tem origem em um termo aramaico que sugere um sentido de “afeto materno”. Com relação ao nome “Lebeu”, é provável que este seja derivado da palavra hebraica que significa “coração”. De qualquer forma, ambos os nomes transmitem um sentido de “pessoa amável”. Umas das principais explicações sobre o motivo de Judas ser chamado de Tadeu ou Lebeu, indica que se trata da grande preocupação de os escritores bíblicos deixarem bastante clara aos seus leitores a distinção entre Judas Tadeu e Judas Iscariotes, o discípulo que traiu Jesus. Esta explicação parece se harmonizar com o modo com que também o apóstolo João faz questão de distingui-lo do traidor (João 14:22). Ainda nessa mesma passagem, lemos sobre a pergunta que Judas, o Tadeu, fez ao Senhor Jesus: “Senhor, por que razão que estás para manifestar-te a nós, e não ao mundo?” (João 14:22b). Naquele momento Judas não havia entendido que Jesus estava prometendo se manifestar em Espírito àquele que o ama (João 14:21). Por isso ele fez tal pergunta pensando numa manifestação pública de 79


Jesus com o objetivo de mostrar seu poder ao mundo. Aqui vale lembrar que os discípulos demoraram em se desprender de seus objetivos terrenos e nacionalistas (cf. Atos 1:6). Além destas poucas passagens bíblicas sobre Judas Tadeu, nada mais se sabe acerca de sua história. Existem algumas tradições confusas que o relacionam a algumas missões evangelísticas e a um possível martírio. Porém, nenhuma delas fornece elementos que realmente comprovem tal especulação.

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13 Matias

Data indefinida Quanto a Matias, duas tradições se propõem a dar uma explicação sobre seu paradeiro após ter sido escolhido um dos doze. Uma delas sugere que Matias pregou na Judeia, e acabou sendo apedrejado pelos judeus. A outra defende que Matias foi um grande evangelizador na Etiópia.

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Matias Matias foi o discípulo escolhido para substituir Judas Iscariotes no grupo dos doze apóstolos. O relato da escolha de Matias pode ser encontrado no primeiro capítulo do livro de Atos dos Apóstolos: É necessário, pois, que, dos homens que conviveram connosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça connosco testemunha da sua ressurreição. E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, Para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar. E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi contado com os onze apóstolos. (Atos 1:21-26)

A escolha de Matias como Apóstolo O Apóstolo Pedro, diante de um grupo de quase cento e vinte pessoas, fez uma exposição acerca do que havia acontecido com Judas Iscariotes, como cumprimento da Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi (At 1:16). Pedro também mostrou a necessidade de que fosse escolhido alguém para compor, juntamente com os onze restantes, o grupo de doze testemunhas da ressurreição de Cristo (At 1:22). Para ser escolhido, o candidato deveria cumprir a principal exigência de ter acompanhado os discípulos durante todo o ministério de Jesus, ou seja, desde o batismo realizado por João Batista, até sua ascensão ao céu. Logo, o novo Apóstolo obrigatoriamente deveria ser capaz de 84


testemunhar a ressurreição de Jesus, ou seja, ter visto o Cristo ressurreto. O antigo historiador Eusébio, defendeu que Matias provavelmente tenha sido um dos setenta discípulos escolhidos por Jesus para a missão descrita no Evangelho de Lucas capítulo 10. Muitos estudiosos também defendem essa opinião, porém, fora o relato no livro de Atos, Matias não é mencionado em nenhuma outra passagem do Novo Testamento. O que podemos afirmar com certeza é que ele, de facto, acompanhou o ministério de Jesus. No momento da escolha foram pré-selecionados dois homens: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias (At 1:23). Então oraram ao Senhor, e pediram que Deus mostrasse qual dos dois seria o escolhido. Após a oração, lançando-lhes sortes, o escolhido foi Matias, que, por voto comum, compôs o grupo dos doze.

A polémica em relação à escolha de Matias Alguns estudiosos questionam a escolha de Matias, inferindo até que o apóstolo Pedro tenha agido precipitadamente ao tomar a iniciativa de substituir Judas. Para esses estudiosos, Pedro, e os demais discípulos, deveriam ter esperado por Paulo, que, segundo eles, foi a verdadeira escolha de Deus. Particularmente, penso que esse questionamento é infundado e não deve ser considerado. O texto de Atos claramente nos mostra que os discípulos oraram ao Senhor, e entenderam que Deus iria dirigir aquela escolha. O facto de terem lançado sortes, não causa problema algum ao texto, já que esse era um método aprovado e comum no Antigo Testamento (Lv 16:8; Pv 16:33), e não existe nenhuma reprovação a essa atitude em todo Novo Testamento. Geralmente as críticas em relação à escolha de Matias, se apoiam no facto de não existir qualquer referência bíblica ao ministério dele após essa escolha. Porém, se essa lógica for utilizada, outros discípulos dentre os doze também deveriam ter seus ministérios questionados.

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Após a ressurreição, sabemos tanto de Matias quanto sabemos de Bartolomeu, por exemplo, e ninguém sugere que Bartolomeu não seja considerado como um dos doze. Por fim, o próprio apóstolo Paulo falando de sua situação, se coloca como um apóstolo fora do tempo, ou seja, ele também viu o Cristo ressurreto, seu apostolado foi legítimo e confirmado, porém essa revelação e, consequentemente seu chamado, ocorreram posteriormente, no momento oportuno preparado por Deus. E por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo. (1 Coríntios 15:8) Em nenhuma de suas Epístolas, o Apóstolo Paulo reivindica sobre si uma posição entre os doze, ao contrário, ele claramente considera Matias no grupo dos doze que viram Jesus após a ressurreição (ICo 15:5). Quanto a Matias, duas tradições se propõem a dar uma explicação sobre seu paradeiro após ter sido escolhido um dos doze. Uma delas sugere que Matias pregou na Judeia, e acabou sendo apedrejado pelos judeus. A outra defende que Matias foi um grande evangelizador na Etiópia.

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14 Paulo de Tarso

Depois que foi aprisionado em Roma, acabou executado pelas mãos de Nero por volta de 67 e 68 d.C. (2 Timóteo). A tradição cristã conta que a morte do apóstolo Paulo ocorreu junto da estrada de Óstia, fora da cidade de Roma. Ele teria sido decapitado.

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Paulo de Tarso Paulo de Tarso, o apóstolo Paulo, sem dúvida é um dos personagens bíblicos mais conhecidos por todos os cristãos. Ele considerado como sendo o maior líder do cristianismo. Neste texto, nós conheceremos mais sobre a história de Paulo, autor de treze epístolas presentes na Bíblia.

Biografia do apóstolo Paulo Paulo, nome romano de Saulo, nasceu em Tarso na Cilícia (Atos 16:37; 21:39; 22:25). Tarso não era um lugar insignificante (Atos 21:39), ao contrário, era um centro de cultura grega. Tarso era uma cidade universitária que ficava próxima da costa nordeste do Mar Mediterrâneo. Embora tenha nascido um cidadão romano, Paulo era um judeu da Dispersão, um israelita circuncidado da tribo de Benjamin, e membro zeloso do partido dos Fariseus (Romanos 11:1; Filipenses 3:5; Atos 23:6). A infância e adolescência do apóstolo Paulo tem sido tema de grande debate entre os estudiosos. Alguns defendem que o apóstolo Paulo passou toda sua infância em Tarso, indo apenas durante sua adolescência para Jerusalém. Outros defendem que Paulo foi para Jerusalém ainda bem pequeno. Nesse caso, ele teria passado sua infância longe de Tarso. Na verdade, desde seu nascimento até seu aparecimento em Jerusalém como perseguidor dos cristãos, conforme os relatos do livro de Atos dos Apóstolos, há pouca informação sobre a vida do apóstolo Paulo. Embora não se saiba ao certo com quantos anos Paulo saiu de Tarso, sabe-se com certeza que ele foi educado em Jerusalém, sob o ensino do renomado doutor da lei, Gamaliel, neto de Hillel. Paulo conhecia profundamente a cultura grega. Ele também falava o aramaico, era herdeiro da tradição do farisaísmo, estrito observador da Lei e mais avançado no judaísmo do que seus contemporâneos (Gálatas 1:14; Filipenses 3:5,6). Considerando todos estes aspetos, pode-se afirmar que sua família possuía alguns recursos e desfrutava de posição proeminente na sociedade. 90


O apóstolo Paulo possuía cidadania romana. Sobre isso, ele próprio afirma ser cidadão romano de nascimento (Atos 22:28). Provavelmente essa declaração indica que sua cidadania foi herdada de seu pai. Estima-se que naquele tempo pelo menos dois terços da população do Império Romano não possuía cidadania romana. Não se sabe ao certo como o pai do apóstolo conseguiu tal cidadania. Algumas pessoas importantes e abastadas conseguiam comprar a cidadania (Atos 22:28). Outras, conseguiam tal cidadania ao prestar algum serviço relevante ao governo romano. A cidadania romana concedia alguns privilégios, dentre os quais podemos citar: •

• •

A garantia do julgamento perante César, se exigido, nos casos de acusação. Imunidade legal dos açoites antes da condenação. Não poderia ser submetido à crucificação, a pior forma de pena de morte da época.

Paulo de Tarso, o perseguidor O livro de Atos dos Apóstolos informa que quando Estêvão foi apedrejado, suas vestes foram depositadas aos pés de Paulo de Tarso (Atos 7:58). Após esse episódio da morte de Estêvão, Paulo de Tarso assumiu uma posição importante na perseguição aos cristãos. Ele recebeu autoridade oficial para liderar as perseguições. Além disso, na qualidade de membro do concílio do Sinédrio, ele dava o seu voto a favor da morte dos cristãos (Atos 26:10). O próprio Paulo afirma que “respirava ameaça e morte contra os discípulos do Senhor” (Atos 9:1). Além de deflagrar a perseguição em Jerusalém, ele ainda solicitou cartas ao sumo sacerdote para as sinagogas em Damasco. Seu objetivo era levar preso para Jerusalém qualquer um que fosse seguidor de Cristo, tanto homem como mulher (Atos 9:2). Paulo perseguia e assolava a Igreja de Deus (Gálatas 1:13). Ele fazia isso acreditando que estava servindo a Deus e preservando a pureza da Lei.

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A conversão de Paulo de Tarso As narrativas no livro de Atos, e as notas do próprio apóstolo Paulo em suas epístolas, sugerem uma súbita conversão. Entretanto, alguns intérpretes defendem que algumas experiências ao longo de sua vida devem tê-lo preparado previamente para aquele momento. A experiência do martírio de Estêvão e sua campanha de casa em casa para perseguir os cristãos podem ser exemplos disto (Atos 8:1-3; 9:1,2; 22:4; 26:10,11). O que se sabe realmente é que Paulo de Tarso partiu furiosamente em direção a Damasco com o intuito de destruir a comunidade cristã daquela cidade. De repente, algo inesperado aconteceu, algo que causou uma mudança radical, não só na vida de Paulo de Tarso, mas no curso da História. E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disselhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. (Atos 9:3-6) Ao escrever Atos dos Apóstolos, Lucas interpreta a conversão de Paulo de Tarso como um ato miraculoso, um momento em que um inimigo declarado de Cristo transformou-se em apóstolo seu. Os homens que estavam com Paulo ouviram a voz, mas não compreenderam as palavras. Eles ficaram espantados, mas não puderam ver a Pessoa de Cristo. Por outro lado, Paulo viu o Cristo ressurreto e ouviu suas palavras. Esse encontro foi tão importante para Paulo que a base de sua 92


afirmação sobre a legalidade de seu apostolado está fundamentada nessa experiência (1 Coríntios 9:1; 15:8-15; Gálatas 1:15-17). Considerando que Paulo de Tarso não havia sido um dos doze discípulos de Jesus, além de ter perseguido seus seguidores, a necessidade e importância da revelação pessoal de Cristo para Paulo fica evidente. Essa experiência transformou Paulo de Tarso profundamente como é possível notar: •

Respondeu ao chamado de Cristo: o primeiro especto da mudança na vida do apóstolo Paulo pode ser percebido quando, imediatamente, ele responde à voz de Cristo: “Senhor, que queres que eu faça?” (Atos 9:6). Essa pergunta marcou o começo de seu novo relacionamento com Cristo (Gálatas 2:20). De perseguidor a pregador do Evangelho: a mudança radical que atingiu a vida do apóstolo Paulo fica evidente na mensagem que ele começou a pregar na própria cidade de Damasco. Isso é realmente impressionante. Ele começou a pregar o Evangelho no mesmo lugar em que pretendia prender os seguidores de Cristo (Atos 9:1,2). Mudança de vida total: antes da conversão, Paulo de Tarso não aceitava a divindade de Jesus. Ele até acreditava que ao perseguir seus seguidores como um animal selvagem, tentando força-los a blasfemar contra Jesus, estaria fazendo a vontade de Deus (Atos 26:9-11; 1 Coríntios 12:3). É certo dizer que ele via Jesus como um impostor. Após sua conversão, sua pregação não era outra senão anunciar que Jesus é o Filho de Deus (Atos 9:20). O Paulo duro, rigoroso, ameaçador e violento de outrora, depois de convertido passou a demonstrar ternura, sensibilidade e amor. Essas características ficam evidentes em suas obras.

O início do ministério do apóstolo Paulo Após o encontro que teve com Cristo, o apóstolo Paulo chegou em Damasco e recebeu a visita de Ananias. Foi Ananias quem o batizou (Atos 9:17,18). Também foi ali, naquela mesma cidade, que Paulo começou sua obra evangelística. 93


Não há informações detalhadas sobre os primeiros anos de seu ministério. O que se sabe é que o apóstolo Paulo pregou rapidamente em Damasco e depois foi passar um tempo na Arábia (Atos 9:20-22; Gl 1:17). A Bíblia não esclarece o que ele fez ali, nem mesmo qual o lugar específico da Arábia em que ele ficou. Depois, o apóstolo Paulo retornou a Damasco, onde sua pregação provocou uma oposição tão grande que ele precisou fugir para salvar sua própria vida (2 Coríntios 11:32,33). Naquela ocasião ele fugiu para Jerusalém (Gálatas 1:18). Nesse tempo havia completado cerca de três anos de sua conversão. Paulo tentou juntar-se aos discípulos, porém estavam todos receosos com ele. Foi então que Barnabé se dispôs a apresentá-lo aos líderes dos cristãos. Entretanto, seu período em Jerusalém foi muito rápido, pois novamente os judeus procuravam assassiná-lo. Por conta disso, os cristãos decidiram despedir Paulo, uma decisão confirmada pelo Senhor numa visão. Segundo o que ele próprio afirma em Gálatas 1:18, ele ficou somente quinze dias com Pedro. Essa informação se harmoniza com o relato de Atos 22:17-21. Paulo acabou deixando Jerusalém antes que pudesse se encontrar com os demais apóstolos, e também antes de se tornar conhecido pessoalmente pelas igrejas da Judeia. Porém, os crentes de toda aquela região já ouviam as boas-novas sobre Paulo. E não era conhecido de vista das igrejas da Judeia, que estavam em Cristo; Mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia agora a fé que antes destruía. (Gálatas 1:22,23)

O silêncio em Tarso e o trabalho em Antioquia Logo depois o apóstolo Paulo foi enviado à sua cidade natal, Tarso. Ali ele passou um período de silêncio de cerca de dez anos. Embora esses anos sejam conhecidos como sendo o período silencioso do ministério do apóstolo Paulo, é provável que ele tenha fundado algumas 94


igrejas naquela região. Estudiosos sugerem que as igrejas mencionadas em Atos 15:41, tenham sido fundadas por Paulo durante esse mesmo período. É certo que Barnabé, ao ouvir falar da obra que Paulo estava desempenhando, solicitou a presença do apóstolo em Antioquia na posição de um obreiro auxiliar. O objetivo era que Paulo o ajudasse numa promissora missão evangelística entre os gentios. Após cerca de um ano, ocorreu um período de grande fome. Então os crentes de Antioquia providenciaram contribuições para servir de auxílio aos cristãos da Judeia. Essas contribuições foram levadas por Paulo e Silas. Havendo completado sua missão, Paulo e Silas regressaram a Antioquia. Esse período em Antioquia foi essencial no ministério do apóstolo Paulo. Foi ali que sua missão de levar o Evangelho aos gentios começou a ganhar força. Foi enquanto estava em Antioquia que o Espírito Santo orientou a Igreja a separar Barnabé e Paulo para a obra à qual Deus os chamara. Só então tiveram início as viagens missionárias do apóstolo Paulo. E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartaime a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. (Atos 13:2,3)

As viagens missionárias do apóstolo Paulo O trabalho evangelístico do apóstolo Paulo abrangeu um período de cerca de dez anos. Esse trabalho aconteceu principalmente em quatro províncias do Império Romano: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Paulo concentrava-se nas cidades-chave, isto é, nos maiores centros populacionais de sua época. Isso fazia parte de seu planejamento missionário. Quando alguns judeus e gentios aceitavam a mensagem do Evangelho, logo esses convertidos tornavam-se o núcleo de uma nova comunidade local. Dessa forma, o apóstolo Paulo alcançou até mesmo as áreas rurais. A estratégia missionária usada pelo apóstolo Paulo pode ser resumida da seguinte forma: 95


1. Ele trabalhava nos grandes centros urbanos, para que dali a mensagem se propagasse nas regiões circunvizinhas. 2. Ele pregava nas sinagogas, a fim de alcançar judeus e prosélitos gentios. 3. Ele focava sua pregação na comprovação de que a nova dispensação é o cumprimento das profecias da antiga dispensação. 4. Ele percebia as características culturais e as necessidades dos ouvintes. Assim ele aplicava tais particularidades em sua mensagem evangélica. 5. Ele mantinha o contacto com as comunidades cristãs estabelecidas. Esse contacto se dava por meio da repetição de visitas e envio de cartas e mensageiros de sua confiança. 6. Ele estava atento às desigualdades presentes na sociedade de sua época, e promovia a unidade entre ricos e pobres, gentios e judeus. Além disso, ele solicitava que as igrejas mais prósperas auxiliassem os mais pobres. Em Atos 14:21-23, é possível perceber que o método de Paulo para estabelecer uma igreja local obedecia a um padrão regular. Primeiramente era feito um trabalho dedicado ao evangelismo, com a pregação do Evangelho. Depois havia um trabalho de edificação, onde os crentes convertidos eram fortalecidos e encorajados. Por último, presbíteros eram escolhidos em cada igreja, para que a organização eclesiástica fosse estabelecida.

Primeira viagem missionária A primeira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 13:114:28). Não se sabe exatamente quanto tempo durou essa primeira viagem. Sabe-se apenas que ela deve ter ocorrido por volta de 44 e 50 d.C. O ponto de partida foi Antioquia, um lugar que havia se tornado um tipo de centro do Cristianismo entre os gentios. Basicamente a viagem foi concentrada na Ilha de Chipre e na parte sudeste da província romana da Galácia. Barnabé foi o líder até um determinado momento da viagem, e Paulo era o pregador principal. João Marcos servia como auxiliador dos missionários principais. 96


Entretanto, João Marcos os deixou (literalmente os abandonou) e retornou para Jerusalém. A partir desse ponto, o apóstolo Paulo assumiu a liderança da missão.

Segunda viagem missionária A segunda viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 15:36-18:22. O propósito dessa viagem, conforme o próprio Paulo diz, era visitar os irmãos por todas as cidades em que a palavra do Senhor já havia sido anunciada (Atos 15:36). No entanto, ao discordarem sobre a ida de João Marcos na viagem missionária, Paulo e Barnabé decidiram se separar. Então Paulo levou consigo Silas, também chamado de Silvano. A data provável dessa viagem fica entre os anos de 50 e 54 d.C. Essa segunda viagem cobriu um território bem maior do que a primeira, estendendo-se até a Europa. A obra evangelística foi concluída na Macedônia e Acaia, e as cidades visitadas foram: Filipos, Tessalónica, Bereia, Atenas e Corinto. O apóstolo Paulo permaneceu em Corinto um longo tempo (Atos 18:11,18). Ali ele pregou o Evangelho e exerceu sua atividade profissional de fazer tendas. Foi dessa cidade que ele enviou a Epístola aos Gálatas e, provavelmente, um pouco depois, também enviou as Epístolas aos Tessalonicenses. Paulo também parou brevemente em Éfeso, e ao partir prometeu retornar em outra ocasião (Atos 18:20,21).

Terceira viagem missionária A terceira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 18:2321:16. Essa viagem ocorreu entre 54 e 58 d.C. O apóstolo Paulo atravessou a região da Galácia e Frígia e depois prosseguiu em direção a Ásia e à sua principal cidade, Éfeso. Ali o apóstolo ficou por um longo período, cumprindo a promessa anteriormente feita (Atos 19:8-10; 20:3). É provável que todas, se não pelo menos a maioria das sete igrejas da Ásia, tenham sido fundada durante esse período. Parece que antes de Paulo escrever a Primeira Epístola aos Coríntios, ele fez uma segunda 97


visita à cidade de Corinto, regressando logo depois para Éfeso. Então, mais tarde, ele escreveu 1 Coríntios. Quando deixou Éfeso, Paulo partiu para a Macedônia. Foi ali, talvez em Filipos, que ele escreveu a Segunda Epístola aos Coríntios. Depois, finalmente o apóstolo Paulo passou pela terceira vez em Corinto. Antes de partir dessa cidade, provavelmente ele escreveu a Epístola aos Romanos (cf. Romanos 15:22-25). O resultado das viagens missionárias do apóstolo Paulo foi extraordinário. O Evangelho se espalhou consideravelmente. Estima-se que perto do final do período apostólico, o número total de cristãos no mundo era em torno de quinhentos mil. Apesar de esse resultado ter sido fruto de um árduo trabalho que envolveu um enorme número de pessoas, conhecidas e anônimas, o obreiro que mais se destacou nessa missão certamente foi o apóstolo Paulo.

O debate do apóstolo Paulo com Pedro Em um determinado momento, devido ao crescente número de gentios na Igreja, questões a respeito da Lei e dos costumes judaicos 98


surgiram entre os cristãos. Muitos cristãos judeus insistiam que os gentios deveriam observar a Lei Mosaica. Eles queriam que os crentes gentios se enquadrassem nos costumes judaicos, principalmente em relação à circuncisão. Para eles, só assim poderia haver igualdade na comunidade cristã. O apóstolo Paulo identificou esse movimento judaizante como uma ameaça à verdadeira natureza do Evangelho da graça. Por isso ele se posicionou claramente contra essa situação. Diante dessas circunstâncias, o apóstolo Paulo repreendeu Pedro publicamente (Gálatas 2:14). Pedro havia-se separado de alguns crentes gentios, a fim de evitar problemas com certos cristãos judaizantes. Esse também foi o pano de fundo que levou o apóstolo Paulo a escrever uma epístola de advertência aos Gálatas. Nessa epístola ele apresenta com grande ênfase o tema da salvação pela graça mediante a fé. Podemos dizer que esse acontecimento foi a primeira crise teológica da Igreja. Para que o problema fosse solucionado, Paulo e Barnabé foram enviados a uma conferência com os apóstolos e anciãos em Jerusalém. O concílio decidiu que, de forma geral, os gentios que se convertessem não estavam sob a obrigação de observar os costumes judaicos.

Prisões e morte do apóstolo Paulo Existe muita discussão em relação ao número de prisões que o apóstolo Paulo sofreu. Essa discussão se dá, principalmente pelo facto de o livro de Atos não descrever toda a história do apóstolo Paulo. Além disso, provavelmente o apóstolo Paulo foi preso algumas vezes por um período muito curto de tempo, como por exemplo, em Filipos (Atos 16:23). Ao falar sobre suas próprias prisões, o apóstolo Paulo escreve o seguinte: São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. (2 Coríntios 11:23) 99


Considerando apenas as principais prisões do apóstolo Paulo, sabese que ele foi preso em Jerusalém (Atos 21), e para impedir que fosse linchado, ele foi transferido para Cesareia. Nessa cidade Félix, o governador romano, deixou o apóstolo Paulo na prisão por dois anos (Atos 23-26). Festo, sucessor de Félix, sinalizou que poderia entregar Paulo aos judeus, para que por eles ele fosse julgado. Como Paulo sabia que o resultado do julgamento seria totalmente desfavorável à sua pessoa, então na qualidade de cidadão romano, ele apelou para César. Depois de um discurso perante o rei Agripa e Berenice, o apóstolo Paulo foi enviado sob escolta para Roma. Após uma terrível tempestade, o navio no qual ele estava naufragou, e Paulo passou o inverno em Malta. Finalmente o apóstolo Paulo chegou a Roma na primavera. Na capital do Império ele passou dois anos em prisão domiciliar. Apesar disso ele tinha total liberdade para ensinar sobre o Evangelho (Atos 28:31). É exatamente nesse ponto que termina a história descrita no livro de Atos dos Apóstolos. O restante da vida de Paulo precisa ser contado utilizando-se os registros de outras fontes. Por isso, as únicas informações adicionais que encontramos no Novo Testamento sobre a biografia do apóstolo Paulo, parte das Epístolas Pastorais. Essas epístolas parecem sugerir que o apóstolo Paulo foi solto depois dessa primeira prisão em Roma relatada em Atos por volta de 63 d.C. (2 Timóteo 4:16,17). Após ser solto, ele teria visitado a área do Mar Egeu e viajado até à Espanha.

O martírio em Roma Depois, novamente Paulo foi aprisionado em Roma. Dessa última vez ele acabou executado pelas mãos de Nero por volta de 67 e 68 d.C. (2 Timóteo 4:6-18). Tudo isso indica que as Epístolas Pastorais documentam situações não historiadas em Atos. A Epístola de Clemente (cerca de 95 d.C.) e o cânon Muratoriano (cerca de 170 d.C.) testificam sobre uma viagem do apóstolo Paulo a Espanha. A tradição cristã conta que a morte do apóstolo Paulo ocorreu junto da estrada de Óstia, fora da cidade de Roma. Ele teria sido decapitado. 100


Talvez o texto que mais defina a biografia do apóstolo Paulo seja exatamente esse: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (2 Timóteo 4:7,8)

Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo •

Romanos

I Coríntios

II Coríntios

Gálatas

Efésios

Filipenses

Colossenses

I Tessalonicenses

II Tessalonicenses

I Timóteo

II Timóteo

Tito

Filémon

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ReferĂŞncias

Imagens:

Revista Super Interessante https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-morreram-os-12-apostolos/

Biografias

Daniel Conegero https://estiloadoracao.com/como-morreram-os-apostolos/

WikipĂŠdia

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Índice Ficha Técnica ............................................................................................................... 3 Biografia ........................................................................................................................ 4 Os Doze Apóstolos................................................................................................................... 7 Judas Iscariotes ........................................................................................................................ 10 Tiago, filho de Zebedeu...................................................................................................... 17 Filipe............................................................................................................................................... 22 Mateus.......................................................................................................................................... 29 Tiago Menor ………………………………………………………………………………… 35 Pedro ............................................................................................................................................. 40 André............................................................................................................................................. 49 Tomé.............................................................................................................................................. 56 João ................................................................................................................................................ 62 Bartolomeu ................................................................................................................................ 68 Simão ……………………………………………………………………………………………..73 Judas Tadeu............................................................................................................................... 78 Matias ........................................................................................................................................... 84 Paulo de Tarso ......................................................................................................................... 89 Referências ............................................................................................................................. 103

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