Sinos de Natal, de Rosa Maria Santos

Page 1

ROSA MARIA SANTOS

Sinos de

Natal poesia

NATAL 2018


Título:

Ficha Técnica

SINOS DE NATAL

Autora: Rosa Maria Santos Capa: Composição de José Sepúlveda Coordenação Editorial: José Sepúlveda Rosa Maria Santos Edição: Rosa Maria Santos José Sepúlveda Formatação: Postais Romy Macedo Livro José Sepúlveda

1


Índice

Ficha Técnica Biografia Numas palhinhas deitado Que Natal Paz Ele veio Balada de Natal Uma história em Belém Numa Manjedoura O Menino Livres É Natal Na noite desse dia Murmúrios em Belém Prece de Natal Remorso O meu Natal Dorme Menino Haja Natal

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37

Procura Jesus Jesus Nasceu Numa Choupana Belém Longa Jornada Caminhar Oração ao Menino Súplica Crianças lindas Menino O Deus Menino nasceu Meu Menino Noite Feliz Vamos dar as mãos Achei-te Perdoa Súplica

39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69 71 73

2


Naturalidade – S. Martinho de Dume, Braga Residência – Braga

Rosa Maria Santos

Muito pequena, foi viver para Braga, freguesia de Maximinos.

A base do seu equilíbrio emocional está no seio familiar. É na família que encontra a alegria de viver. Viveu na Costa Litoral Alentejana, em Sines, trinta e um anos, tendo regressado em 2017, à cidade que a viu nascer, Braga.

Participou em diversas coletâneas: Poesia concorso Artemozioni, Cantico dei Cantici In Valle d’Itria 2º Prémio de Poeti Internazionali. Livros editados: Rosa jasmim (poesia), Capa do Mestre Adelino Ângelo – Julho 2018 E-Books:

Cantam os Anjos (poesia de Natal) – Capa de Adias Machado -Dezº 2017 Ucanha terra de encanto Capa: Glória Costa – Maio de 2018 Bolachinha em Tarouca (prosa e poesia) – Capa: Glória Costa – Maio 2018 Bolachinha vai à hora de poesia – Outubro 2018 Bolachinha vai à Casa Museu Mestre Adelino Ângelo – Novembro 2018 3


A editar: Histórias da Bolachinha – Capa e ilustrações de Glória Costa – Em breve

Biografia

É Colunista no site Divulga Escritor, possuindo também uma rubrica na Revista com o mesmo nome. Foi Assistente de produção e recolha na coletânea de postais do Solar de Poetas Poeta Sou…Viva a Poesia; participou nas coletâneas de postais de Natal do mesmo grupo: Era uma vez… um Menino; Nasceu, É Natal, e Não Havia Lugar, Belém Efrata, todas editadas em e-Book. É Administradora dos grupos: Solar de Poetas, onde coordena a equipa de Comentadores; Solarte – a Arte no Solar; SoLar-Si-Dó, a música no Solar; Canal de Divulgação do Solar, Casa do Poeta; SolarTV Online e Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa. A escrita é uma das suas paixões… Não se considera escritora nem poetisa, mas uma alma poética a vaguear pelo mundo... Se um dia deixar de sonhar, diz, deixa de existir.

4


Numas palhinhas deitado Numas palhinhas douradas O Deus Menino dormia Que horas abençoadas No alvor de um novo dia E o vento que vento soprava Na choupana se sentia E a palavra ele espalhava O Deus Menino nascia Uma estrelinha brilhava Com tanta luz, tanta graça E o caminho indicava A toda a gente que passa Pastores em oração Ao vê-la, logo seguiram E de joelhos no chão Esse Menino, ali viram

Romy Macedo

Deram graças ao Senhor Em louvor do Deus Menino Glória e paz ao Salvador Senhor do nosso destino


Numas palhinhas deitado

Numas palhinhas douradas O Deus Menino dormia Que horas abençoadas No alvor de um novo dia

Pastores em oração Ao vê-la, logo seguiram E de joelhos no chão Esse Menino, ali viram

E o vento que vento soprava Na choupana se sentia E a palavra ele espalhava O Deus Menino nascia

Deram graças ao Senhor Em louvor do Deus Menino Glória e paz ao Salvador Senhor do nosso destino

Uma estrelinha brilhava Com tanta luz, tanta graça E o caminho indicava A toda a gente que passa

6


Que Natal? A Avozinha nos contava A história de Jesus E eu ouvia fascinada Toda coberta de luz A tudo me respondia Com a maior prontidão Cumpria-se a profecia Nessa fria ocasião Se o Menino ali nasceu Para dar a luz ao mundo Que será que aconteceu P’ra se tornar frio, imundo? P’ra quê viver o Natal Se os homens logo a seguir Vão impor a lei do mal E o mundo destruir? Tudo seria melhor Se houvesse fraternidade Paz, saúde, pão e amor, Alegria e amizade.


Que Natal?

A Avozinha nos contava A história de Jesus E eu ouvia fascinada Toda coberta de luz

P’ra quê viver o Natal Se os homens logo a seguir Vão impor a lei do mal E o mundo destruir?

A tudo me respondia Com a maior prontidão Cumpria-se a profecia Nessa fria ocasião

Tudo seria melhor Se houvesse fraternidade Paz, saúde, pão e amor, Alegria e amizade

Se o Menino ali nasceu Para dar a luz ao mundo Que será que aconteceu P’ra se tornar frio, imundo?

8


Paz Quero que a realidade Seja apenas a verdade, Que o menino de Belém Posso aqui voltar também. Que as estrelas lá no céu Sejam sempre em seu brilhar O bálsamo que nos deu E a paz volte a cada lar Que no dia de Natal O mundo tenha mais luz E que seja especial No convívio com Jesus Que haja mais misericórdia Nos senhores do universo Cantemos pois hino da glória No recanto do seu berço.


Paz

Quero que a realidade Seja apenas a verdade, Que o menino de Belém Posso aqui voltar também. Que as estrelas lá no céu Sejam sempre em seu brilhar O bálsamo que nos deu E a paz volte a cada lar Que no dia de Natal O mundo tenha mais luz E que seja especial No convívio com Jesus Que haja mais misericórdia Nos senhores do universo Cantemos pois hino da glória No recanto do seu berço 10


Ele veio Era um cantinho do céu Havia paz e harmonia No lugar onde nasceu Na manjedoura algum dia Um mundo cheio de guerra Precisava acreditar Em Jesus que veio à terra Para nos poder salvar Ele um dia aqui nasceu Para assumir meu pecado E na infame cruz morreu Por homens crucificado Por toda a Terra é lembrado Pois na noite desse dia Deus mandou Seu filho amado E cumpriu-se a profecia .


Ele veio

Era um cantinho do céu Havia paz e harmonia No lugar onde nasceu Na manjedoura algum dia Um mundo cheio de guerra Precisava acreditar Em Jesus que veio à terra Para nos poder salvar Ele um dia aqui nasceu Para assumir meu pecado E na infame cruz morreu Por homens crucificado Por toda a Terra é lembrado Pois na noite desse dia Deus mandou Seu filho amado E cumpriu-se a profecia 12


Balada de Natal Uma estrela apareceu Noite adentro a anunciar Que o Menino Deus nasceu E foram-No visitar. Amamentava o Menino Maria com tal ternura E a vaquinha o burrinho Aqueciam com brandura. José, muito atentamente, Vigiava ao seu redor E gravava em sua mente Momentos de muito amor. Lá na gruta, co’a família O seu filhinho cuidou Com José e com Maria Ele contente ficou. Deus olhava lá do céu Toda aquela Luz Divina Um novo destino deu Ao povo da Palestina.


Balada de Natal

Uma estrela apareceu Noite adentro a anunciar Que o Menino Deus nasceu E foram-No visitar

Lá na gruta, co’a família O seu filhinho cuidou Com José e com Maria Ele contente ficou

Amamentava o Menino Maria com tal ternura E a vaquinha o burrinho Aqueciam com brandura

Deus olhava lá do céu Toda aquela Luz Divina Um novo destino deu Ao povo da Palestina

José, muito atentamente, Vigiava ao seu redor E gravava em sua mente Momentos de muito amor

14


Foi há muito, muito tempo Numa choupana em Belém Um menino num momento Nascia de sua mãe Seus pais José e Maria Temiam pelo futuro O Rei Herodes queria Matar menino tão puro

Foram por vales e montes Passaram por rios, fontes, Caminhando noite e dia E nessa humilde casinha Do burrinho e da vaquinha O Deus Menino nascia


Uma história em Belém

Foi há muito, muito tempo Numa choupana em Belém Um menino num momento Nascia de sua mãe Seus pais José e Maria Temiam pelo futuro O Rei Herodes queria Matar menino tão puro

Foram por vales e montes Passaram por rios, fontes, Caminhando noite e dia E nessa humilde casinha Do burrinho e da vaquinha O Deus Menino nascia

16


Maria segurava no seu ventre E afagava o filho com carinho Sentia que bem breve, brevemente Teria em seus braços o Menino A quando ao romper da nova aurora Maria olhava para o seu esposo Dizendo com ternura: - E agora? Não encontramos sítio p’ra repouso! José olhava, apenas lhe sorria, Não era tempo de a amedrontar E numa e noutra porta ele batia Sem conseguir, não havia lugar Maria, quase, quase a dar à luz Até numa taberna foi bater E deram-lhe um curral onde Jesus, Na manjedoura, havia de nascer


Numa manjedoura

Maria segurava no seu ventre E afagava o filho com carinho Sentia que bem breve, brevemente Teria em seus braços o Menino

José olhava, apenas lhe sorria, Não era tempo de a amedrontar E numa e noutra porta ele batia Sem conseguir, não havia lugar

A quando ao romper da nova aurora Maria olhava para o seu esposo Dizendo com ternura: - E agora? Não encontramos sítio p’ra repouso!

Maria, quase, quase a dar à luz Até numa taberna foi bater E deram-lhe um curral onde Jesus, Na manjedoura havia de nascer

18


O dia foi mais sentido Quando em Belém Efrata O Deus Menino há nascido Num bercinho não de prata O povo há muito falava Que um menino pequenino Pois há muito desejava Mudar o nosso destino

Numa gruta, noite fria Esse Menino descia Para salvar nosso mundo A estrela Magos guiou E à grutinha os levou Com preces de amor profundo


O Menino

O dia foi mais sentido Quando em Belém Efrata O Deus Menino há nascido Num bercinho não de prata O povo há muito falava Que um menino pequenino Pois há muito desejava Mudar o nosso destino

Numa gruta, noite fria Esse Menino descia Para salvar nosso mundo A estrela magos guiou E à grutinha os levou Com preces de amor profundo

20


Natal, tempo de magia Que se espalha no universo Trazendo a paz, a alegria Nascidas no humilde berço Muitas crianças sorriam A pensar no seu futuro E no colo adormeciam Do menino frágil, puro

Tristeza, desilusão Olhares parcos de amor Que pedem mais união Num mundo com tanta dor Corre livre o pensamento E com seu peito a sangrar Suplicam por livramento Que só Jesus pode dar


Livres

Natal, tempo de magia Que se espalha no universo Trazendo a paz, a alegria Nascidas no humilde berço

Tristeza, desilusão Olhares parcos de amor Que pedem mais união Num mundo com tanta dor

Muitas crianças sorriam A pensar no seu futuro E no colo adormeciam Do menino frágil, puro

Corre livre o pensamento E com seu peito a sangrar Suplicam por livramento Que só Jesus pode dar

22


Jesus, um dia nasceste Para nos dares o amor E numa cruz padeceste O martírio e tanta dor Vieste p’ra nos salvar E numa gruta em Belém Desceste p’ra anunciar Nova vida no além E, sofrendo, perdoaste A todo o que te ofendeu Quando na cruz te entregaste Para nos dares o céu Vivamos esta esperança, E que o tempo de Natal No olhar duma criança Seja sempre especial


É Natal

Jesus, um dia nasceste Para nos dares o amor E numa cruz padeceste O martírio e tanta dor

E, sofrendo, perdoaste A todo o que te ofendeu Quando na cruz te entregaste Para nos dares o céu

Vieste p’ra nos salvar E numa gruta em Belém Desceste p’ra anunciar Nova vida no além

Vivamos esta esperança, E que o tempo de Natal No olhar duma criança Seja sempre especial

24


Que correria, foi naquele dia! O seu filhinho quase a despontar E ali José, sozinho com Maria,, Sem ter lugar aonde repousar, Belém Efrata, longa a correria No longo dia do Recenseamento, E a pobre mãe o filho levaria Para nascer na gruta, ao frio, ao vento! E quando pela noite Ele nascia Maria, tão cansada, lhe sorria E olhava aquele tão sublime ser. E foi por gente simples que tiveram O leite, o pão e a água que trouxeram Pois eles nada tinham p’ra comer!


Na noite desse dia

Que correria, foi naquele dia! O seu filhinho quase a despontar E ali José, sozinho com Maria, Sem ter lugar aonde repousar, Belém Efrata, longa a correria No longo dia do Recenseamento, E a pobre mãe o filho levaria Para nascer na gruta, ao frio, ao vento! E quando pela noite Ele nascia Maria, tão cansada, lhe sorria E olhava aquele tão sublime ser. E foi por gente simples que tiveram O leite, o pão e a água que trouxeram Pois eles nada tinham p’ra comer! 26



Murmúrios em Belém

Um murmúrio se ouviu Nesse novo alvorecer E o povoado sentiu O Messias renascer De boca em boca correu Por Efrata de Belém Que o Deus Menino nasceu Numa choupana em Jerusalém

Mandou soldados sondar Razões de tanta euforia Não demorou a encontrar O segredo que existia

O povo ouvia baixinho Pois de Herodes tinha medo E falavam do Menino Muito atentos, em segredo

Procuraram o Messias Em todo o seu povoado Em pensões, albergarias Em grutas, em todo o lado

Enquanto Herodes seguia Esse povo a labutar Muito estranho se sentia Ao ouvi-los cochichar

Jesus nas palhas deitado O seu soninho dormia Atentos e com cuidado Zelavam José, Maria 28



Prece de Natal

Jesus andava a pregar A palavra do Senhor Foi-se ao rio refrescar Numa tarde de calor

Há crianças a sofrer Porque vieram ao mundo O povo quer lá saber O seu viver é imundo

Mas alguém lhe perguntou Jesus, és tu o Messias? Os seus olhos, levantou E respondeu: - Que dirias?

Esta ambição destrói O pouco que ainda existe E esta dor nos corrói E me faz andar tão triste

Toda esta gente ao redor Apenas isto pedia! Saúde, carinho, amor E nada lhe faltaria

Vem, Jesus, volta a nascer, Aqui, em qualquer lugar Vem depressa, faz-nos ver Que ainda há tempo para amar

30



Remorso

Uma estrela no céu apareceu A anunciar o Deus menino Sendo Ele o filho de Deus Não foi pródigo o destino A esta terra viria Mostrar o amor de Deus E mostrar como seria O caminho para o céu

Jesus, cheio de tristeza, Olhou bem o seu irmão E por causa da avareza Foi vítima de traição

Mas a maldade patente Na ambição de cada dia Levou a que muita gente Para a morte O levaria

Sabia ser pecador E o que fez bem pensou Rejeitou Seu grande amor Com remorsos se enforcou

Esqueceram a amizade Que ao seu redor partilhavam E nessa maldita tarde Por dinheiro o entregavam

Cá nos ficou o recado, Assim acaba um traidor E esse exemplo frustrado Ainda nos causa dor 32



O meu Natal

Tudo era bem melhor Se o natal fosse esperança Se sentíssemos dor No olhar duma criança

Se o azul do céu brilhasse No nosso olhar tão sofrido E o mundo partilhasse O que guarda sem sentido

Se o tempo fosse harmonia E reinasse o verbo amar Pudéssemos cada dia Um com os outros contar

Se o tempo fosse de amor E se fossemos irmãos Se dessemos mais calor Co’ o labor de nossas mãos

Pode ser sonho, utopia, Que o Natal seja assim Quanta alegria viria A esta rosa jasmim

34



Dorme, Menino

- Dorme, dorme, meu Jesus, Como é bom adormecer Neste quarto, em ténue luz Comigo pra te aquecer

Jesus sorria contente Quanta alegria no ar E Maria ali presente Não parava de cantar

Jesus sorri p’ra Maria Mas sem pressa p’ra dormir Sentia tanta harmonia E gostava de a ouvir

- Dorme, dorme meu menino E um sonho lindo vais ter És belo e pequenino Dorme e vê o alvorecer

Maria com tal ternura Lhe beijava seus pezinhos Sua pele suave e pura Lhe afagava os seus dedinhos

Jesus agora quentinho No bercinho de madeira Olhou a mãe com carinho E dormiu a noite inteira

36



Haja Natal

Muita gente se juntou A ver a estrela no céu Quando um anjo anunciou Que o Deus Menino nasceu

Nele vejo sofrimento E nas palavras ternura E momento após momento Ele insiste, nos procura

Nascera aquela criança E o seu dedo no chão Mais tarde trouxe à lembrança Pecados do coração

Ele próprio prometeu Sempre se fazer presente E de lá do alto céu Ser Rei omnipotente

Se Jesus do céu desceu, Porque no Santo Natal Tanta maldade, Deus meu, Neste mundo tão desigual?

Que seja sempre Natal, Haja ternura e amor E em cada dia, afinal, Viva em nós o Salvador

38



Procura

Truz truz abra por favor Quem cá vem a esta hora Gente de bem meu senhor Não há quarto. Vá-se embora

Não há quartos na cidade Onde vamos pernoitar Nós temos necessidade De algo p’ra nos abrigar

A minha esposa querida Esta cansada quer dormir Aqui não temos guarida Tentem na porta a seguir

Podem ir para o casebre Onde dormem animais Cuidado têm sono leve Se acordam não dormem mais

Não seja cruel senhora Dê-nos água para beber O que vou fazer agora Com o menino a nascer

Maria fala baixinho Que o menino vai nascer Tratemo-lo com carinho As bestas vão-no aquecer

40



Jesus

Há quem fale de Jesus E que a maldade o julgou Mataram-no numa cruz Mas Ele ressuscitou Um dia Jesus nasceu Para nossa salvação Deus seu filhinho nos deu Para amar o seu irmão

Quando um dia se fez homem A Lei de Deus ensinou Passou sede, frio, fome E alguém o cruxificou

E desde o seu nascimento Ele não foi bem-recebido Maldade ressentimento Ele foi um perseguido

Deus criou o universo E deu-nos seu filho amado Mas num mundo tão perverso Acabou na cruz pregado

42



Jesus nasceu

Foi assim Jesus nasceu Numa gruta entre animais O mundo não entendeu Que somos todos iguais

Há tréguas anunciadas Nas guerras troam as armas E em lágrimas derramadas Tu ternamente nos chamas

E ergueu a sua voz P’ra Jesus filho de Deus Que veio apenas por nós Nasceu, cresceu e morreu

Pedem pão saúde amor Mas também paz porque não E suplicam ao Senhor Mais apoio e proteção

E em todos os natais Festejamos esse dia Com festejos nada mais Com falsidade e ironia

Natal é todos os dias Há crianças a morrer As respostas são tardias O que havemos de fazer

44



Numa choupana

Numa choupana em Belém Nasceu um lindo menino Dizem que para nosso bem Chegou só e pobrezinho

Andaram por cada lar Crianças de tenra idade Acabaram de matar Ao longo dessa cidade

É tempo de ingratidão Por lá reina a tirania O poder e a ambição Aquela gente seguia

Deus protegeu o Menino E a José e Maria Traçou um novo destino Onde Jesus viveria

Deus enviou o seu filho Para nossa salvação Os reis temendo o sarilho Lançaram perseguição

O Deus Menino escapou Dessa traição desumana Fez-se homem e ensinou A Palavra Soberana

46



Belém

Venham todos a Belém Pois acabou de nascer Um menino e sua mãe Espera para vos ver Num curral entre animais? Quem diria que aflição Esta noticia e outras tais Ferem tanto o coração

Pastores depressa vão Adorar o Deus menino E levam os favos e pão E muito muito carinho

Que será que aconteceu Para o nascer ser assim Uma estrela lá no céu Trouxe a notícia pra mim

Montes e vales cruzaram No caminho da estrela E numa gruta encontraram Essa família tão bela

48



Longa jornada

Na sua longa jornada Seguiam José e Maria Maria muito cansada Pouca água possuía E neste peregrinar Chegaram ao seu destino Mas não tinha aonde ficar Onde nascer o menino

Pastores no campo viram O céu tão cheio de luz E logo cedo partiram Para ir ter com Jesus

Assim que Jesus nasceu Deitaram-nos nas palhinhas E brilharam lá no céu Miríades de estrelinhas

Prostrados naquele chão Louvaram ao Criador Com fervor em oração Pela graça do Senhor

50



Caminhar

Nessa vida peregrina Noite e dia a caminhar José puxava a burrinha Pela estrada sem parar

Mas que grande confusão Em Belém naquele dia Uma grande multidão E já Maria sofria

O calor era um tormento Para os dois, para o casal Iam pró recenseamento Na sua terra Natal

Batem numa noutra porta Todos lhes dizem que não José triste e em revolta A Deus pede proteção

Caminhavam lentamente O dia quase a findar E eis que chegam finalmente Precisavam descansar

Pede se encontre cantinho P’ra Maria dar à Luz Deus indicou o caminho E assim nasceu Jesus

52



Oração ao Menino

Te peço misericórdia Para o pobre sofredor E num tempo de discórdia Sintamos paz e amor Que os anjos neste Natal Com melodias de amor Do espaço sideral Anunciem o Senhor

Acabe a nossa ansiedade E todo o nosso sofrer Ensinai a liberdade Que devemos escolher

Nos conforta noite e dia E haja paz neste mundo Nova vida se anuncia Com o teu amor profundo

Nasceu o filho de Deus Amemos o nosso irmão E elevemos aos céus Nossa contrita oração

54



Súplica

Pai Nosso que estais no céu Te agradeço o meu viver E o dom que o pai me deu Para estes versos escrever Atendei, a minha oração Quando de noite ao deitar Eu te peço o teu perdão Por não saber perdoar

Ao olhar-te, Deus Menino Nessas palhinhas, deitado O meu choro peregrino Desce num rosto cansado

Vem, atende a minha prece Te pedo do coração Eu bem sei que não mereço Teu amor, tua afeição

Aqui, prostrada no chão De mãos erguidas ao céu Vem-me dar consolação Pelo amor que se perdeu

56



Crianças lindas

Crianças que caminhais Num pesadelo medonho Na rua entre os demais Cansadas, cheias de sono Entre os destroços do mundo Em passos sempre inseguros Os lamentos mais profundos Os pensamentos tão puros

Esse Menino há de vir É essa nossa esperança Só então vamos sorrir Ganhar nova confiança

Muito atentos ao redor Vendo o Menino chegar Trazendo paz e amor P’ra consigo partilhar

Nunca percais a inocência Que em vosso peito nos clama Mantendo com paciência Bem acesa a vossa chama

58



Menino

Quando vejo p’la janela A linda estrela brilhar A sinto ainda mais bela Porque brilha em teu olhar Jesus, é paz e amor Nos ensinaram um dia Mas não entendo esta dor Que rouba tua alegria

Dizem que o verde é esperança Ao longo do povoado Mas o teu olhar, criança É um sonho renovado

Cantam os anjos no céu Tão singelas melodias Mas o dia se faz breu Quando foge a fantasia

Quando Jesus permanece No teu olhar, que emoção És um jardim que floresce Dentro do meu coração

60



O Deus Menino nasceu

Belém Efrata acordou Quando o povo num instante Seu Messias encontrou Seguindo a estrela brilhante

A estrela guiava os magos Que iam para o Menino E confundia os soldados Ironia do destino

No palácio, revoltados, Quando o Menino nasceu Enviaram os soldados P’ra ver o que aconteceu

A estrela conduzia Homens de bom coração Impuros afastaria Para outra direção

Desceram ao povoado Para o Menino encontrar E Herodes, o malvado Mandou meninos matar

O Deus Menino dormia Numa gruta descansado E logo Herodes corria Todo aquele povoado

62



Meu Menino

Dá-me o teu sonho, menino, Coloca-o na minha mão Mas triste e pequenino Me traz paz ao coração! Todos os anos eu sonho Com um Natal melhor Pinto o teu rosto risonho Na minha tela do amor

E a paz que tanto almejo Penso não mais encontrar Te deixo, pois um desejo Vem e ensina-me a amar

Este ano, é diferente O meu coração hoje chora Aceitei que finalmente O meu sonho foi embora

Seja feita essa vontade Que aqui trazes para nós Mas que a senda verdade Possa alcançar tua voz

64



Noite Feliz

Silêncio. Pela alvorada Uma criança a chorar Pequenina, abençoada E que acaba de chegar Eis que o Menino nasceu, Deu um grito à liberdade E seu pai agradeceu Tamanha felicidade

Ali, aconchegadinho Nas palhinhas, a dormir, Junto à vaca e ao burrinho Que até parecem sorrir

Maria, feliz, cantava E embalava com carinho, Enquanto José rezava, Aquele frágil bercinho

Santo lar em união Que zela o Menino Deus Unidos, em comunhão, Com olhos postos nos céus

66



Vamos dar as mĂŁos

Numa gruta abandonada Naquele lugar perdido, Maria muito cansada Via o seu filho nascido Enquanto seus pais vigiam Com um carinho profundo, Dois animais aqueciam O Salvador do mundo

Entre toda a humanidade Houve cantos de alegria Pois nessa humilde cidade Jesus nasceu, aleluia Se somos todos irmĂŁos E Ele veio nos salvar Vamos dar as nossas mĂŁos E aprender o verbo amar

68


Encontrei-te, meu Jesus Nesse meu passeio exposto E à sombra duma cruz Vi lágrimas no teu rosto

Presépio de Emília Godinho

Procurei-te no caminho Num tempo de mim ausente E meu coração sozinho Vagueou indiferente

Novo sol veio até mim Ao vaguear p’la cidade E no meu velho jardim Encontrei felicidade

Procurei-te no silêncio Das minhas-tuas palavras No fundo do pensamento Procurei-te, não estavas

Prostrei-me junto a teus pés Com o meu rosto cerrado Eu, percebendo quem és, Tu, como sempre, a meu lado

Nesta minha escuridão Nunca te senti presente E meu frágil coração Chorava triste, doente

Com meu coração sorrindo Não mais senti solidão Porque tu, amigo lindo Abriste meu coração

Mas à sombra do Natal Pela noite vaguei E num silêncio fatal Procurei-te e não te achei

E o meu peito cerrado Quis-se abrir à tua luz E agora, iluminado, Fica contigo, Jesus


Achei-te

Procurei-te no caminho Num tempo de mim ausente E meu coração sozinho Vagueou indiferente Procurei-te no silêncio Das minhas-tuas palavras No fundo do pensamento Procurei-te, não estavas

Novo sol veio até mim Ao vaguear p’la cidade E no meu velho jardim Encontrei felicidade

Nesta minha escuridão Nunca te senti presente E meu frágil coração Chorava triste, doente

Prostrei-me junto a teus pés Com o meu rosto cerrado Eu, percebendo quem és, Tu, como sempre, a meu lado

Mas à sombra do Natal Pela noite vaguei E num silêncio fatal Procurei-te e não te achei

Com meu coração sorrindo Não mais senti solidão Porque tu, amigo lindo Abriste meu coração

Encontrei-te, meu Jesus Nesse meu passeio exposto E à sombra duma cruz Vi lágrimas no teu rosto

E o meu peito cerrado Quis-se abrir à tua luz E agora, iluminado, Fica contigo, Jesus

70



Perdoa

Neste Natal, Deus Menino Quero saúde e amor Não me dês um presentinho De pouco ou de grande valor

Vem, ajuda as criancinhas Que vivem neste universo E que sofrem, coitadinhas Longe do lar, do seu berço

Paz, carinho, liberdade Como antes já senti Agora, só falsidade Encontramos por aí

Vem, Senhor, vem perdoar Este meu caminho vão Eu quero aprender a amar Transformar seu coração

Não sei se sou pecadora Mas neste mundo, em geral Meu coração, triste, chora Por diferente Natal

Aqui, humilde, suplico Nesta singela oração Que meu coração contrito Sinta, enfim, o teu perdão

72



Súplica

Espreito por uma fresta Quão feliz aquele lar Uma porta entreaberta Que desperta o meu olhar

Vivo só e passa o dia Ao relento a pernoitar, E não sinto essa alegria Que ainda tens para me dar!

Sem teto p’ra se aquecer Levanta os olhos ao céu E vejo esse triste aquele ser Perguntar: - Senhor, Deus meu,

Mas porquê tu não me levas P’ra contigo descansar E deixar um mundo em trevas Que nada tem p’ra me dar

Porque vivo na incerteza, Porque sou um sem abrigo? Porquê tamanha pobreza? Deixa-me ir viver contigo!

Um dia foste criança Um pai, uma mãe tiveste Eu vivo sem esperança Vem, escuta a minha prece

74


Sinos de Natal e-book Natal 2018


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.