VALE ENCANTADO, de José Sepúlveda

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poesia POEMA QUE SE FAZ ARTE



Tarouca Vale a Pena

Vale do Varosa

Tarágides da minha inspiração, Trazei ao vate o dom eloquente De vos cantar com toda a exatidão O Vale do Varosa, a sua gente! Ao vê-lo em toda a sua imensidão, Vos possa então gritar feliz, contente, Em versos, em palavras, num poema, Bem alto que Tarouca Vale a pena!


Tarouca Vale a Pena

Vale do Varosa

Cantar aquele manto verde e branco, As vinhas nos socalcos a florir, Olhar os seus M,osteiros com espanto Ver no Varosa as aguás a fluir, Ouvir as avezinhas no seu canto, Alegres, confiantes no porvir, E mergulhar os nossos corações No âmago das suas tradições.


Tarouca Vale a Pena

Vale do Varosa

Mosteiro de Salzedas, que Deus quer Manter assim tão nobre, eloquente, Teresa Afonso, encanto de mulher Que foi como mulher tão diferente, Labor, trabalho, os Monges de Cister, A força e o poder daquela gente, Gritar bem alto aqui e em toda a parte Um berço que se fez amor e arte!


Tarouca Vale a Pena

Vale do Varosa

Cantar a gente ilustre, cada filho, O escritor, o médico, o artesão, Mostrar seus feitos, exaltar o brilho Que fulge do seu nobre coração, Cantar o vale, a serra, cada trilho, Deixar vincado o sonho, a ilusão, Gravando nos anais da sua História, Bem sublimado, o gozo da vitória!


Tarouca Vale a Pena

Vale do Varosa

Cantar a espada, o Aio Egas Moniz Ao lado desse Afonso e dos demais, Na ânsia de livrar este país Do jugo de opressores espanhóis, Juntar o povo, as forças que Deus quis Guardadas entre gestas ancestrais, Chamar de novo Monges de Cister E ver esta cidade alvorecer!


Tarouca Vale a Pena

Vale do Varosa

Calem-se as lendas do pequeno infante Que um dia ao cavalgar em qualquer lado Caiu do seu cavalo e num instante Se viu no seu viver paralisado O promissor guerreiro doravante NĂŁo mais seria aquele rei amado Que iria libertar a terra bela Do jugo de AragĂŁo e de Castela


Tarouca Vale a Pena

Vale do Varosa

Se é dado merecer a distinção De aqui poder cantar com ousadia, Que possas, musa, dar-me inspioração, Me deixes proclamar com alegria Que aqui eu quero abrir um coração Que pulsa para além da fantasia Do povo deste lindo e imenso vale Que viu nascer um dia Portugal!


Tarouca Vale a Pena

Vale do Varosa

Deixar cantar, que a minha inspiração Possa gravar um dia em pergaminho As coisas que me dita o coração Tão cheio de calor e de carinho E no fervor de toda esta ilusão Se espalhem quais sementes no caminho Que o Vale do Varosa há-se algum dia Gritar bem alto o amor à poesia!



Tarouca


Tarouca Vale a Pena

Tarouca

Tarouca se cobriu de branca flor E estendeu a rubra passadeira A fim de receber no seu maior Quem quis participar nesta cimeira.

Cidade poesia foi chamada E para fazer jus à distinção, Por muitos dos poetas foi cantada Com grande entusiasmo e emoção. Enquanto foi cruzando tempo e espaço , Foi recebendo abraço após abraço O seu talento, a sua inspiração. Co'a força da palavra como lema, Gritou por toda a parte: Vale a Pena! E abriu de par em par seu coração!



Tarouca Vale a Pena

Rota dos Moinhos

Range que range a pedra do moinho, Durante noite e dia a triturar O milho e o centeio que o burrinho Trouxera para em pão se transformar. Ouve-se ainda a voz da moleirinha No Vale do Varosa a apregoar Por toda a parte os sacos de farinha, Qual fruto duma vida a labutar. As águas do Varosa vão descendo E aquela roda imensa vai gemendo E transformando o grão em branca flor. É vê-la ainda ao longo dos caminhos, Movendo lenta as pedras dos moinhos, Memória desse vale encantador.



Tarouca Vale a Pena

A Ponte

Tu és a ponte, a ponte que nos liga À vida nesta ponte sem igual E que transforma as pontes desta vida Na ponte mais robusta deste Vale.

A ponte que nos une a cada margem De forma tão segura e natural E veio dar mais brilho a uma viagem De todo para nós especial Tu és a ponte, o trilho mais seguro Do Vale do Varosa aonde auguro Versos gravar nas pedras de um poema Com meus catorze versos vou cruzar A ponte que nos há de então levar Às margens do Tarouca Vale a Pena



Tarouca Vale a Pena

Noiva do céu

A noite vem, lá longe, a bela estrela Refulge em toda aquela escuridão E a jovem monja, airosa , fresca e bela, Mergulha no fragor dessa paixão ⁃ Goza Meu corpo nesta nesta noite escura E deixa que a alma alma asceta desse monge, Me livre deste minha vil clausura E leve este meu corpo para longe. ⁃ Ó, como é triste a vida num Convento! Transporto no meu peito o sentimento De frustração, de nostalgia e medo! Que o Deus do céu perdoe o meu pecado, Pois tu vais ser o meu eterno amado E a chave eu hei de ser do teu segredo!



Tarouca Vale a Pena

Os caretos

Ó místicos Caretos que apareceis Durante as saturnais à nossa gente, É bom quando invertemos os papéis E vemos nosso povo mais contente. Correi, correi atrás das raparigas E vede como é grata de paixão E sempre que vos venham cantigas Mostrai-lhes o vosso enorme coração.

E carnaval, ninguém vos leva a mal, Por isso diverti-vos que afinal A vida são dois dias e no fundo, Ao ver-vos a chegar com tal folia, A nossa gente exulta de alegria E esquece as amarguras deste mundo!



Tarouca Vale a Pena

Ei-los que chegam

A seiva que geraste no teu ventre E corre entre as cidades europeias É força renovada que se sente Em festas estivais pelas aldeias. O casario vivo que se eleva Além, do povoado fresco e novo, É sangue teu, não haja quem se atreva A sufocar a voz do nosso povo!

E o longe se faz perto. E algum dia, É ver-te entre gritos de alegria De volta à tua terra tão querida. E o Templo que no tempo se perdeu Irá ter nova vida e o Templo teu Vai renascer das cinzas desta vida!



O Vale em Festa

Tarouca Vale a Pena

A chuva cai, a flor de sabugueiro Esconde-se num manto de verdura E aguarda paciente o soalheiro Que vai encher o vale de frescura. As bagas verdes, rubras, vão cobrindo O branco no fulgor da primavera E um manto avermelhado vai fluindo Tão cheio de magia e de quimera. O estio vem, a baga ganha cor E o vale assume um tom multicolor De verde, rubro, negro, resplendente.

O vale à nossa volta se recria, E nosso olhar depressa se extasia Naquele mar de cor à nossa frente!



Um horto no Mosteiro

Tarouca Vale a Pena

À volta das ruinas do Mosteiro Existe um horto lindo, encantador, Que com carinho imenso o jardineiro Sacia e cuida com ternura amor. Ao longo do jardim, cada canteiro, Num mágico florir de tanta cor, Emana o seu perfume além do outeiro, Ao longo desse vale multicor. E logo ao despontar da primavera, Um manto colorido nos espera Hipericão, tomillho e alecrim. O jardineiro beija cada flor E no Mosteiro pede ao Deus Senhor Que seja o Jardineiro do Jardim



O Vale chora

Tarouca Vale a Pena

Aquela mancha densa de arvoredo Que ao Encantado Vale dava vida, Ei-la tombada, enferma, num degredo, Ao longo desse Vale adormecida. E chora o povo com tristeza, medo, Ao ver um tronco mais que sucumbia! Qual golpe de alquimia, qual segredo? Apenas o rigor da invernia? O vento a chuva, o inverno em seu rigor Deixavam todo Vale num clamor, O gelo tudo à volta fez tombar. No nosso olhar há réstias de esperança, A tempestade foi, vem a bonança E a vida ao nosso Vale vai voltar!



Varosa, porque te agitas?

Tarouca Vale a Pena

Porque te agitas, leito do meu rio, E galgas cada frágua com furor Se sabes que esse teu fulgor vadio Nos vêm encher de angústia, de tremor? Olho essas águas, logo um calafrio Percorre o corpo meu e com pavor Eu vejo na revolta um desvario Que abraças no teu grito, em teu clamor! As margens que limitam o teu leito Insurgem-te a gritar insatisfeito E levam a pensar que tens presente Rasgar cada corrente que comprime A tua caminhada e te redime Ao ver-te em liberdade na corrente!



A sinfonia do Vale

Tarouca Vale a Pena

No trilho desse meu Vale Encantado Ouvia o melro, o cuco, a cotovia, Trinando cada nota desse fado Que ao longo do meu Vale se esgrimia. O pintassilgo, o canto delicado, Embalo de uma longa sinfonia, A rola que cantava pelo prado, O burro, a vaca, a ovelha que latia, A abelha que zurzia no valado, Zelosa, a esvoaçar por todo o lado, Polinizando um manto de energia! Ă“ Vale dos meus sonhos, terra linda, O tal Jardim do Éden vive ainda A transbordar amor e alegria!



Tarouca Vale a Pena

O som do céu

Aonde andais, dizei-me, ó som solene Que em tempos ecoáveis no Mosteiro, Levando a cada monge a paz perene Que alimentava o seu amor primeiro? Aonde vive agora o som mavioso Qual nuvem que descia como um véu Levando àquele povo laborioso O alimento vivo lá do céu? Ó som da vida, ó som do infinito, Desperta, faz ouvir teu surdo grito, E salta dessa longa escuridão! Que a força desse som, essa harmonia, Regresse na mais suave melodia E venha encher o nosso coração!


Tarouca Vale a Pena

Tarouca hei-de cantar


Tarouca hei-de cantar

Tarouca Vale a Pena Se um dia for Poeta, hei-de cantar Tarouca e todo o seu Vale Encantado E pela nossa terra hei-de espalhar Seu coração feliz e apaixonado. Cantar os rios, vales e os montes Sua beleza pura e natural, Os Monumentos, as Igrejas, Pontes Orgulho deste nosso Portugal. Se um dia for poeta, toda a gente, Da mais humilde à mais eloquente, Contente hei-de cantar por toda a parte, Contente hei-de cantar por toda a parte Artistas, operários, ou doutores, Poetas, escritores ou pintores, Que são desta cidade a Obra de Arte Que são desta cidade a Obra de Arte.



Tarouca Vale a Pena

Vale do Varosa

Varosa, as tuas águas cristalinas Que descem peregrinas para o Douro, Vão percorrendo vales e campinas, Sulcando pedras, quais pepitas de ouro. Ao longe, os longos montes, as colinas, A Ponte do Arouco - qual tesouro, E oiço o canto alegre das meninas, O ralo, a cotovia e o besouro. Na minha mente surgem num momento Os Monges de Cister, o seu Convento, Aquelas pedras cheias de memória. Egas Moniz, Teresa, tanta gente, Um povo heróico, gesta combatente, Que um dia ousou mudar a nossa História!



Tasquinha do Matias

Tarouca Vale a Pena

Nas margens do Varosa, além da ponte, Existe um pequenino restaurante Que funciona quase como fonte De inspiração p'ra vate que ali jante. O ar acolhedor, a simpatia, O som das águas. tudo ao seu redor Nos faz sentir a paz e a harmonia Daquela torre, em tempo e esplendor. Mas são os seus pitéus, o pão, o vinho, Que quis guardar no peito com carinho E um dia me farão ali voltar. Os Milhos, a Vitela, a Malvasia, O Carapau, o Creme e a Aletria, Num tempo sem ter tempo hei-de lembrar.



Tarouca Vale a Pena

Tarouca

Quero-te olhar com olhos de poeta, Perdido em teu verdor luxuriante E desbravar no bico da caneta Os sons do teu sentir esfuziante. Quero abraçar-te em cristalinas águas Que descem tão serenas para o rio, Lançar no leito seu tristezas, mágoas, Sulcar as fráguas como um desafio. E ao respirar teu ar tão fresco e puro, Sentir-me em liberdade, em paz, seguro E cheio de vigor, inspiração. Nos versos mais singelos de um poema Gritar-te em alta voz que Vale a Pena Beber o elixir desta paixão!



Nas margens do Varosa

Tarouca Vale a Pena

Às margens do Varosa fui um dia Levar os meus anseios, minhas mágoas, E todo o meu temor se dissolvia No manto cristalino dessas águas. E enquanto no meu pranto me perdia, A derramar no rio as minhas bágoas, O murmurar das águas me dizia, Que ouvisse o respirar das suas fráguas. Debaixo duma ponte, à beira rio, Descarregava todo o meu vazio, Lançando seixo a seixo no seu leito. E quando o sol sereno adormecia Naquela paz perene, que alegria Sentia a saltitar dentro do peito!



Tarouca Vale a Pena

Vale Encamtado

Reclino-me no seu Vale Encantado, Debaixo duma รกrvore frondosa, Olhando aquele extenso e verde prado E as รกguas cristalinas do Varosa. Ao longe, as pedras vivas do Mosteiro Dos Monges de Cister, o qual um dia Teresa Afonso, exemplo de mulher, Como legado, ao povo deixaria. Lรก no moinho, o cheiro da farinha Que em seus sacos de linho a moleirinha No seu burrinho branco transportava. Vale encantado, o Prado do Senhor, Os fornos em que o povo com labor Em pรฃo toda a farinha transformava.



Tarouca Vale a Pena

Orgão de Tubos

Não deixes que te rasguem das entranhas Aquele som solene, omnipresente, Que ecoou por vales e montanhas, No coração humilde dessa gente. O som harmonioso que na Igreja Enchia o peito puro e penitente Dos Monges de Cister que da peleja Voltavam para ouvir em paz silente. Rasga os grilhões e que esse vil metal Oculto para além da Capital Restaure em ti o som e a harmonia. E surja de entre as brumas da memória O egrégio tempo e toda a tua glória Reviva e venha encher-nos de alegria.



Tarouca Vale a Pena

Rosa Jacinta

Naquela encosta bela e altaneira Senti boquiaberta a minha boca Ao ver Jacinta, a humilde jardineira, Ser Guia entre os muros de Tarouca. Correndo cada canto do Mosteiro, Rosa Jacinta, alegre, nos contava A História de uma gesta que, guerreira, Em celas do Mosteiro se assentava. Segredos entre pedras escondidos, Perdidos nos anais envelhecidos, Rasgados d' entre as brumas da memória, Jacinta, com saber, determinada, Com douta eloquência, nos contava Pedra após pedra a sua linda História.



Tarouca Vale a Pena

Miradouro

Do alto lá da serra avisto ao longe O Vale desta minha fantasia, As pedras dos Mosteiro, o rio, o monge, A fonte envolta em tanta nostalgia. A eterna sinfonia, o povo, a arte, O manto de verdura ao meu redor, Ao longe, o casario em toda a parte Aonde vive o povo em seu labor. Viseu, Lamego, um mundo que se estende Além dos nossos olhos, que nos prende A vai enchendo o nosso coração. Vale Encantado, ali tão farto e vasto, Meu verso, meu poema, qual repasto Aonde bebo a minha inspiração.



Tarouca Vale a Pena

Inebriado

Retiro a rolha e sinto num instante Quanta doçura corre no meu ventre E nesse amargo-doce, inebriante, Eu perco-me a beber alegremente. No meu percurso lesto, galopante. Quiçá, fora de mim, eu, sem querer, Elevo o estandarte, triunfante, Com a ténue sensação de renascer. E sorvo trago a trago a malvasia Num exorcismo tal que me inebria E deixa para trás toda a canseira. Cantarolando, vou cambaleando E o corpo na parede equilibrando Saboreando a doce Murganheira.



No Vale Encantado

Tarouca Vale a Pena

Em terras de Tarouca. A nostalgia Dispersa o meu olhar no horizonte, Meu coração exulta de alegria Nas águas cristalinas duma fonte. Ao longe, a bela e extensa serrania As águas do Varosa, o vale, o monte, As pedras do moinho, a fantasia Das lendas que se escondem lá na ponte. Respiro o ar täo puro, a fresca brisa Que bate no meu rosto e que desliza Num voo triunfante, apaixonado. No azul do céu, as aves no seu canto, Trinando o fado meu que com encanto Eu vou cantar no seu Vale Encantado!



Nella Valle Incantata

Tarouca Vale a Pena

Nelle terre di Tarouca. La nostalgia Disperde il mio sguardo all'orizzonte, Il mio cuore esulta d’allegria. Nelle acque cristalline di una fonte. In lontananza, la catena estesa e solatia Le acque del rio Varosa, la valle, il monte, Le pietre del mulino, la fantasia Delle leggende che si celano lì sul ponte. Respiro l'aria così pura, la fresca brezza Mi colpisce la faccia e scivola in bellezza In un’ascensione trionfale e appassionata. Nel blu del cielo, gli uccelli nel loro canto, Trillando van il fado mio che è un incanto Ed io vado a cantar nella tua Valle Incantata. José Sepúlveda (Ipotesi di traduzione di M. Penna 03/03/2018)



Tarouca Vale a Pena

Soror Saudade

Fechada numa cela fria, escura, Coberta de amargura, triste, exangue, Perdida de saudade, a jovem pura Deixa esvair-se em lágrimas de sangue Naquela vida feita de aventura O seu amado, agora täo distante, Defende a honra sua e à procura Do doce olhar da linda e eterna amante. Fechada entre as paredes do Convento, Soror Saudade espera em sofrimento A volta do seu nobre cavaleiro. Silente, entre os claustros, ouve o vento, Procura, em oração, recolhimento, E sonha com o seu amor primeiro.



Tarouca Vale a Pena

Carta de Aldine

Perdida pelo vale, sem alarde, Privada de conforto, à fome, ao frio, Te peço, meu amor, não venhas tarde, Vem dar mais força ao nosso amor gentio. Suplico a cada pedra que resguarde Segredos deste vale, deste rio, Que atice a chama viva que em mim arde E alimente o nosso amor vadio. Não tardes, meu amor, vá, bem depressa, Não deixes que essa chama desvaneça E leve tanta paz, felicidade. Nas margens do Varosa, o vale imenso, Iremos reviver o amor intenso, Encanto desta espúria liberdade.



Tarouca Vale a Pena No decurso do estio, Quando o calor acontece, Esse grão, solto, vadio, Se faz baga, amadurece.

Arbustos esverdeados Que crescem por toda a parte E que braços dedicados Transformam em obras de arte. Do Outono à primavera, No meio de tanta cor, O arbusto prolifera Se transforma em mar em flor. Quanta alegria nos dá Esse manto de brancura Que seco se torna chá Pra dar calma à alma pura.

Sabugueiro

A planta do sabugueiro Que pelo Vale se estende Ganhou seu lugar cimeiro Nesta terra que o entende.

Baga púrpura, luzindo Por todo o Vale Encantado E que, seca, vai partindo Garbosa por todo o lado. O verde, o branco, o vermelho, No seu ciclo natural, Prolifera no concelho Mais lindo de Portugal. E seja em chá ou pigmento, Unguento, cor, harmonia, Se transforma num momento No motor da economia.



Nesta Cidade-Poema Anda magia no ar, Algo que diz Vale a Pena E que nos vem inspirar Talvez a Ponte da Ucanha, A Tasquinha do Matias, O lindo rio que banha Algumas das freguesias. Talvez as águas das fontes, A paisagem irreal, Os riachos, vales, montes, Tudo belo e natural.

Tarouca, que povo é este?

Tarouca Vale a Pena

Cada Igreja, Monumento, A Murganheira, o valado, A cidade, o movimento, Tudo é belo e encantado, Não sei se a História, se o povo, Se os Sabugueiros em flor, Muito vivo, sempre novo, Refúgio com tanta cor. Só sei que esta fantasia Que alimenta a nossa mente É fruto da simpatia Que nos vem da sua gente!



Tarouca Vale a Pena

Os sabugueiros em flor São vistos por toda a parte Com bagas de tanta cor, Pepitas de amor e arte.

Videiras verdes, viçosas, Num panorama irreal, Em socalcos, tão formosas, Património Universal. Cresce a uva, pinta o bago; Neste calmo vaguear, Desventro as notas do fado Que no Vale vou cantar. Baga, bago, vasto prado, Manto imenso de verdura, Seca a baga, pinta o bago, Que a seara está madura.

Pisa, mói, no pensamento, Tanto amor, tanto carinho, Baga negra é chá, unguento, Bago rubro, licor, vinho.

A Saga da baga e do bago

Pelas arribas do Douro, No nosso Vale Encantado, Existem pepitas de ouro Na forma de baga ou bago.

O sabugo ganha forma Num imenso manto em flor E depressa se transforma Em panóplias de licor.

O mosto e a aguardente Ganham vida num instante E alegram nossa gente Com virtuoso espumante. Em licor, champanhe, vinho, Esse bago em gestação Vai no curso do caminho Dar alento ao coração. Bagas, bagos, vales, gentes, Num percurso triunfal, Lá vão felizes, contentes, Enaltecer Portugal.


Mors amor


Mors, amor (A Oração do Monge)

Tarouca Vale a Pena Senhor meu Deus, ouvi a minha prece Que ecoa pelos claustros do Mosteiro Porque esta história é coisa que acontece Se surge em nossa vida o amor primeiro Ouvi a minha voz, ouvi o grito Que rasga o peito meu de lado a lado E aceitai meu coração contrito Que canta arrependido um triste fado. Nas pedras do Mosteiro irei gravar A minha vida vil, pecaminosa, Que anseia os seus pecados ir lavar Nas águas cristalinas do Varosa Que a lágrima suave e peregrina Que desce dos meus olhos num clamor Atinja o coração dessa menina Que foi na minha vida um grande amor



Tarouca Vale a Pena

Mulher do Vale

Nesta Cidade Poema Hei de um dia enaltecer No bico da minha pena O teu fascĂ­nio, mulher. Correndo o Rio Varosa, Levarei a todo o lado A mulher linda, formosa, Deste teu Vale Encantado. No labor do dia a dia HĂĄs de a teus pares mostrar Quanto amor, quanta alegria, Tens em ti para lhes dar. No meu peito vou levar Quando a Tarouca vier, O encanto singular Desses teus olhos, mulher.


Lendas


Tarouca Vale a Pena



Tarouca Vale a Pena Até que algum pastor, cansado, um dia, Ao ver aquele tronco esburacado, Foi lá deitar-se e logo encontraria, Aquele estranho embrulho ali guardado.

Em tempos que a mourama lá vivia E submetia todo aquele povo, A gente, de Tarouca a Ardinia, Sofria e almejava um tempo novo.

Coitado do pastor que não sabia Que o ouro era encantando, um desafio, Tal qual princesas dessa mouraria Em tempos encantadas junto ao rio.

Mas conta a lenda que num certo dia, Aquela gente com fervor cristão, Quis-se livrar da extensa mouraria E a fez fugir dali em confusão. E ao debandar, aquele povo inteiro Fugia cada qual com seu tesouro E um deles escondeu num castanheiro Um monte de riquezas, joias, ouro. E aquele castanheiro foi crescendo Ao longo de mil anos. E as façanhas E lutas desse tempo tão tremendo Deram lugar a rasas de castanhas.

O Castanheiro do Ouro

Bem perto de Tarouca, terra amada, A quem alguém chamou Vale Encantado, Existe um casario junto a estrada E um velho castanheiro ali ao lado.

E quando nos seus braços levantava Aquela bola estranha do tal mouro, A bola de ouro logo se esfumava E ele viu fugir-lhe o seu tesouro. E não mais foi o mesmo esse pastor! E sempre que contava a sua história Mostrava a mancha negra que o calor Gravara nesse tronco, qual memória. E tanta vez a lenda quis contar Que o povo acreditou nas joias, ouro E pelo tempo fora, esse lugar Quis batizar de Castanheiro do Ouro.


FALTAM

Mosteiro de Salzedas José Sepúlveda

maio

abril

março

fevereiro

TAROUCA 25 E 26 DE MAIO

25 e 26

67 DIAS


Tarouca Vale a Pena Atónitos, os Monges de Cister, Sem entender razões desse bulício, Buscavam e voltavam a trazer As pedras para erguer o Edifício.

Teresa, ao ver se assim rica-mulher Entre mulheres, em lugar cimeiro, Chamou a si os Monges de Cister Para que edificassem um Mosteiro.

E assim se repetiu dia-após-dia; De dia a construção ia subindo, Depois, quando a formiga aparecia, Pedra após pedra, tudo ia caindo.

E enquanto a construção ganhava forma, Na noite, algum mistério acontecia; Naquele pára-arranca, vai-retorna, Alguém chegava e os muros destruía. E pela noite, até nascer o dia, A azáfama era grande no valado E no falar do povo, se dizia Que todo aquele Vale era Encantado Um rasto de formigas, p'la noitinha, Se via num constante labutar, Com toda a força que do céu lhes vinha, Mudavam essas pedras de lugar

Mosteiro de Salzedas

Naquele tempo, quando Egas Moniz Um dia foi travado pela sorte, Depois de vida farta é tão feliz, O Vale deu a T,resa, uma consorte.

E nessa luta quase desigual, Os Monges, em jejum e oração, Aos céus rogavam por qualquer sinal Do melhor sítio para a construção. E as formigas, frágeis, laboriosas, No seu tenaz esforço peregrino, Ao fim de tanta luta, sãs, garbosas, Tomadas foram por sinal Divino. É vê-las ainda hoje, espavoridas Entra-que-sai do velho formigueiro, Mostrando as suas marcas esculpidas Em cada pedra, à volta do Mosteiro


A cabritinha


Tarouca Vale a Pena

A cabritinha

Ao regressar a casa, a camponesa (Era uma bruxa) viu a cabritinha E entäo pensou: "Coitada, com certeza, Perdeu-se do rebanho. Vai ser minha." E no curral a pôs. Mas ela, esperta, Ao ver aquela falsa caridade, Aproveitou um dia a porta aberta E foi-se a procurar a liberdade. A camponesa foi por toda a parte Usando o seu engenho, a sua arte, Mas nada. "Coitadinha, ao-deus-dará." Lembrou-se então do dito popular: "Não queiras do alheio te apossar Pois bem depressa teu não mais será!"



Mosteiro de Tarouca

Tarouca Vale a Pena

Rasgado pelas brumas da memória, Esse Mosteiro agora envelhecido Resguarda nos anais da sua História As glórias de outro tempo ora esquecido. Teresa Afonso, os Monges de Cister, Egas Moniz, o povo, a fidalguia, Que viam seu País a renascer No longo alvorecer de um novo dia. De pedra em pedra, a História nos descreve Heróis e heroínas, a quem deve A Terra o seu vigor e força louca. A pena dum poeta há-de algum dia Contar-nos quanta força e galhardia Se ocultam no Mosteiro de Tarouca!


Lenda do gigante de Ucanha


Na linda terra de Ucanha Algum dia um lavrador Tinha uma vinha tamanha De matiz multicolor Precisava de a cavar Mas trabalhador não tinha E foi homens procurar Para cavar sua vinha Entre os homens que encontrou Um deles era gigante Como mais ninguém chegou Para si foi bem frustrante - Tanta despesa – dizia – Em comida e em bebida. E o lavrador se sentia Quão vã seria essa lida E lhe disse o bom gigante: - Vá lá, não tenhas receio, Tu vais ver que num instante Não vai ser assim tão feio

Lenda do Gigante de Ucanha

Tarouca Vale a Pena Nem comida, nem bebida Nesta mesa vai ficar E no fim da nossa lida A vinha vai-se cavar. Conta a lenda, história antiga, Que assim mesmo se passou Foi-se a comida, a bebida E a vinha se cavou Contava-se com humor Que o gigante grandalhão Era bom trabalhador Mas um grande beberrão E trouxeram-lhe um almude Com vinho p’ra o regalar, Beber à sua saúde E ele bebeu sem parar Alguém o questionou Se vira um rato no vaso E ele assim lhe falou: - Um mosquito? Não fiz caso


O lobisomem e o cavalo


Um lobisomem meio atarantado Andava com a ideia de casar, Mas como pela noite ele "ia ao fado" A noiva não o quis mais aturar. E tudo cogitava pela aldeia Que estava enfeitiçado é que também, E noites de furor na lua cheia Se via a exorcizar aqui e além E alguém pediu a um velho camponês Que fosse e encontrasse esse casmurro; Levasse roupas e por sua vez Ficasse à espera de um cavalo ou burro. E quando o animal ali surgisse Espicaçasse o dorso sem temer, Depois, que lá ficasse, não fugisse, E visse o que podia acontecer.

O lobisomem e o cavalo

Tarouca Vale a Pena E ao ver aquela besta do seu lado, O homem fez-lhe um furo no seu dorso E bicho escoceava e assanhado Se pôs a relinchar em alvoroço E eis que um jovem entre enguiço No sítio do cavalo apareceu E viu assim quebrado o seu feitiço No furo que na orelha apareceu E reza a história que na sua lida O povo recordava a lenda velha Do jovem lobisomem cuja vida Marcada foi p'lo furo na orelha



Tarouca Vale a Pena Nos conta a lenda que no Ribadouro Afonso de doença padecia

Lenda do Rei Afonso

E o Aio, ao ver-se envolto nesse agouro, Levou-o à Santa Virgem que lá havia. Pediu-lhe que curasse o seu menino,

Que precisava dele para a guerra, E se mudasse as ditas do destino, Um Templo construía em Sua terra.

Afonso se tornava um empecilho; E para se ver livre do sarilho Seu filho fez passar p'lo jovem Rei. Ei-lo curado. E o povo, alvoroçado, Gritou: - Milagre, viva o Rei amado! ... E quanto ao mais..., só sei que nada sei!



Tarouca Vale a Pena

O Afonsinho

A história (que já vinha lá da Escola) Durante a vida inteira alimentou Depois, além do tempo, na sacola, Oculta, bem cuidada, a resguardou. Agora - e com que rasgo - chuta a bola E com persuasão e energia, Arranca os seus coelhos da cartola E traz a linda história à luz do dia. O Afonsinho (o filho de Teresa) Nasceu aleijadinho e com certeza Foi vida a quem a vida não sorriu. Então, Egas Moniz pegou o filho E pô-lo no lugar do Empecilho… … Quanto a Afonsinho, ninguém mais o viu!



No alto do Castelo, ei-la encantada A ver o seu amado que surgia Montado num corcel e apaixonada Soltava-lhe um aceno. Até que um dia, De Cavaleiro Mouro disfarçada, Ardinga do Castelo fugiria Na ânsia de encontrar, a bela amada, O amor que nunca mais a deixaria. E enquanto no silêncio do Convento, Assimilava a nobre e sã doutrina Que iria nesse idílico momento Restituir-lhe o sonho de menina. Atento, o pai, avesso a tanto amor, Coberto pela noite, surgiria Nos claustros de Convento, com tal furor, Que aos ímpetos do pai, sucumbiria.

Ardinga, a Princesa Moura

Tarouca Vale a Pena E conta a lenda que essa história linda Da jovem e seu nobre cavaleiro Embora o tempo passe existe ainda Na mente deste povo hospitaleiro. Falava-se que a água lá do rio Outrora pura fresca cristalina Depressa ficou rubra, olor vadio, Na sua lenta marcha peregrina. Ao ver o rio, a cor avermelhada, Em todo o povoado se dizia Que o sangue da princesa ora enjeitada P’las águas lá do rio se estendia.



Tarouca Vale a Pena


A lenda da ponte


Tarouca Vale a Pena

A lenda da Ponte

Contava a lenda em versos dum poema Gravado em cada pedra dessa ponte A história da princesa e do dilema Que transbordou além do horozinte. Naquele dia, ao fim da tarde amena, O seu amor não veio. E lá no monte, As lágrimas dos olhos da pequena Jorraram como as águas duma fonte.

O espírito da moura assaz formosa Se dissipou na águas do Varosa E encheu de encanto os vales ao redor. E o povo diz que as águas do moinho, Em noites de luar, cantam baixinho A história desse seu tão grande amor!


Um mar de cor


Tarouca Vale a Pena

Um mar de cor

A imagem que o silêncio imaginou No seu passeio ao Longo do Varosa Num lindo mar de cor se transformou Fazendo jus a terra assim formosa E ao pintar o Vale, num momento, A mão em gestos mil se contorcia E transformava em luz e movimento, O mágico sentir de cada dia. O verde aqui, o rubro no outro lado E eis que de repente um lindo quadro Exibe a cor e a vida que em si tem. E enquanto olhava o filho do seu peito, Pegou no quadro e disse: - Enfim, perfeito! E um mar de cor invade o amor de mäe!


Arco de Paradela


Tarouca Vale a Pena

Arco de Paradela

Em Paradela existe um Arco antigo Coberto de vestígios do passado, Em cuja essência permanece vivo O espirito de um homem muito amado. A História diz - quicá, realidade Que o Conde de Barcelos lá passou No seu caminho para a Eternidade, Seguindo p'ró Convento, onde ficou! E para registar aquele dia, O povo ali três Arcos erigia, Bandeira de uma vida singular. No trilho entre Moimenta e o Convento, O Arco há-de guardar esse momento Que vamos pela vida recordar.


poesia


Tarouca Vale a Pena

Sombras do Vale

Vagueio pela sombra duma tela Que no Varosa teve inspiração, E encontro silhuetas que só ela Me pode fazer ver com precisão. E vejo a camponesa doce e bela Oculta nessa cor em mutação E nos transmite o brilho duma estrela Que brilha em seu palácio de ilusão. Ao longe, a mesma princesinha moura Que estende os seus cabelos e que chora A ausência desse seu amor vadio. A amálgama de sombras e magia Estende-se entre a cor e a poesia Nas cristalinas águas lá do rio.


poesia


Tarouca Vale a Pena

O Céu e o Vale

Mergulho em teu azul, no céu imenso, Sentindo como é belo olhar-te assim, No teu azul encanto e brilho intenso Que canto quando cantas para mim. No teu olhar o vale, o verde impar Que ao longo do Varosa prevalece E se renova para nos banhar De encanto, para além do meu olhar. Aí, como é bom olhar o verde, o azul, Que brilham muito além do meu paul E em cada instante ganham nova forma. Mergulho nesse mar extenso e verde Bem certo de que em ti nada se perde, Nada se cria, tudo se transforma!


Sombras do Vale


Tarouca Vale a Pena

Sombras do Vale

Vagueio pela sombra duma tela Que no Varosa teve inspiração, E encontro silhuetas que só ela Me pode fazer ver com precisão. E vejo a camponesa doce e bela Oculta nessa cor em mutação E nos transmite o brilho duma estrela Que brilha em seu palácio de ilusão. Ao longe, a mesma princesinha moura Que estende os seus cabelos e que chora A ausência desse seu amor vadio. A amálgama de sombras e magia Estende-se entre a cor e a poesia Nas cristalinas águas lá do rio.


poesia

Sombras do Vale


Tarouca Vale a Pena

Bolachinha

Com entusiasmo, andava na cozinha O Luisinho e a mãe a trabalhar, A misturar, o açúcar, a farinha E o leite p'ra bolachas preparar Juntaram chocolate com canela Moldaram, rechonchuda, redondinha, E era vê-la agora, fresca, bela A saltitar nas palmas da Mãezinha E eis que de repente ganha vida, Falando para ambos, convencida, Agora transformada em obra de arte. E Bolachinha, o sonho desse lar, Não pôde mais deixar de acompanhar Luizinho e a Mãezinha a toda a parte.


Belinha e os pรกssaros cantores


Belinha e os pássaros cantores

Tarouca Vale a Pena Belinha, uma princesa que vivia No seu Palácio, em terras do Varosa, Embora rica, triste se sentia, Com um feitiço de bruxa maldosa. Os pais com tanto amor, tanto carinho, Tentando mitigar as suas dores Mandaram construíssem no caminho Gaiolas com mil pássaros cantores. E o pintassilgo, o melro, a cotovia, Traziam à princesa essa alegria Qual fruto duma estranha insanidade. Ao descobrir um dia essa prisão Aninha logo toma a decisão De as ver voar de novo em liberdade.


Acrรณsticos


Tarouca Vale a Pena


Tu tens contigo a força da palavra A incendiar os nossos corações Rasgas o verbo e a cor como quem lavra O nosso mundo cheio de ilusões Unidos pois sigamos pela estrada Com alegria como quem desbrava A terra e suas lindas tradições Vamos levar ao vosso campo em flor A nossa tão singela inspiração Lavrar cada courela com amor E abrir p’ra sua gente o coração Ao longe uma cidade nos acena!... Poeta vem comigo vem cantar E a todos demonstrar que vale a pena No bico da caneta soletrar A força e a magia do poema


Tarouca Vale a Pena

Tarouca Vale a Pena Tu tens contigo a força da palavra A incendiar os nossos corações Rasgas o verbo e a cor como quem lavra O nosso mundo cheio de ilusões Unidos pois sigamos pela estrada Com alegria como quem desbrava A terra e suas lindas tradições

Vamos levar ao vosso campo em flor A nossa tão singela inspiração Lavrar cada courela com amor E abrir p’ra sua gente o coração Ao longe uma cidade nos acena!... Poeta vem comigo vem cantar E a todos demonstrar que vale a pena No bico da caneta soletrar A força e a magia do poema



Ana Borges

Tarouca Vale a Pena

A tua delicada simpatia Não deixa que aqui fique em solidão A ver brilhar assim a poesia... Bem longe do bulício e confusão, O povo de Tarouca deu a mão, Rompeu amarras e com tal firmeza Girou na alta roda desta Arte E pôs-se a convidar por toda a parte, Sentando a poesia à sua mesa



Tarouca Vale a Pena

Paulo Chaves

Parei ao ver-te ali em movimento

A olhar o imenso Vale. E vi então Um verso, uma palavra, um sentimento, Lavrando nessa fonte de talento, Os versos de um poema em gestação. Com olhos de condor, nos gestos teus Havia um não sei quê que para os céus A marcha dos teus olhos conduzia. Vencido em meu recato, perscrutava Em cada gesto teu o que mais dava Sentido a toda a arte que nascia.



Tarouca Vale a Pena

Ana Borges

A tua voz serena, compassada, Nos deixa sem palavras quando grava As coisas que gostamos de entender. Bem me dizia o brilho desse olhar O quanto amor havia de encontrar Relendo cada verso em teu dizer. Gerada pelas musas do passado, Escuto nesse teu Vale Encantado SilĂŞncios que jamais vou esquecer .



Tarouca Vale a Pena

José Damião

Já me dizia a minha intuição O quanto um vil segredo guarda em si, Saber que a vossa extensa região É berço da nação onde nasci. Da bruma da memória, qual contraste, A história desse Afonso que um desastre Milagre fez surgir. E o Aio seu Inchado e imbuído de esperteza, Ao dar seu filho em troca à Realeza O âmago da História reverteu!


divagando


Tarouca Vale a Pena



Tarouca Vale a Pena Parece que foi ontem. Resguardado naquele saco-cama, deitado sobre a terra quente do Parque de Campismo

O Douro que canta

de Miranda, eis-me de noite a cogitar com a lua sobre aquela aventura louca de percorrer o Vale do Douro, do Pocinho ao Cabedelo, na companhia de mais de sessenta jovens,

num

trajeto

repleto

de

aventuras,

com

dezasseis viaturas na comitiva, oito cicloturistas (entre eles o Rafael Silva, o homem que levou a Bandeira dos Dragões ao Polo Norte, quando a equipa ganhou o Campeonato Europeu de Futebol), dezasseis canoeiros vindos de Salvaterra de Magos a Braga e quanta mais gente a calcorrear a pé o longo trajeto de quase quatrocentos quilómetros, em nove dias apenas.


Tarouca Vale a Pena No primeiro dia, no Pocinho, preparámos a saída bem cedo. Aí, dois repórteres improvisados, com máquinas

O Douro que canta

de filmar nas velhas cassetes VHS, levantaram-se acrobaticamente para filmar as maravilhas ao redor, em cima da canoa, desequilibraram-se e nuns segundos, eilos mergulhados nas frescas águas do Rio de Ouro. E, sem repórteres a filmar, lá seguimos ao longo do rio, rumo a Sendim de Miranda, terra de gente generosa que num abraço nos acolheu oferecendo-nos o apoio logístico de todo indispensável, para que ali pudéssemos pernoitar. Foi lá que apresentamos a nossa segunda atividade. (A primeira fora nas muralhas do Castelo de Miranda, na tarde anterior):


Tarouca Vale a Pena Rastreios de saúde, música, preleções sobre cuidados primários de saúde, apoio infantil. Passava já da meia-

O Douro que canta

noite quando depois de uma noite mágica recolhemos à Junta de Freguesia, local que ali tinham preparado para o nosso acantonamento. Depois, Freixo-de-Espada-à-Cinta, onde dezenas de filhos da terra vagueavam felizes por cada rua, matando saudades da família e dos amigos. Reunidos ao serão, ao pé do rio, onde um grande palco e muitas dezenas de pessoas nos esperavam, ali apresentamos o nosso programa, levando àquele povo o abraço das gentes do litoral.


Tarouca Vale a Pena Seguiram-se Foz-Coa, São João da Pesqueira e Régua. No caminho para Foz-Coa, enquanto as Rádios Piratas que nos acompanhavam ao longo do dia não se cansavam

O Douro que canta

de divulgar a nossa aventura, decidimos visitar uma delas, em Torre de Moncorvo, que liberalmente nos franqueou as portas e o Estúdio para que ao longo de

mais de uma hora pudéssemos divulgar com liberdade plena a nossa mensagem e tudo o que nos motivara a abraçar este projeto. No

regresso,

ali

pelo

Mogadouro,

enquanto

merendávamos, já tardiamente, apareceu um homem da terra, o Ti’ Manel, de bicicleta e concertina ao ombro, que nos deliciou e desbobinou uma série de cantigas ao

desafio.


Tarouca Vale a Pena Ele ela bom no improviso e tivemos dificuldade em ripostar às sua incisivas provocações, com sarcasmo e

O Douro que canta

muito humor. Não desistimos, replicámos e no fim, sob o olhar estupefacto e curioso de todos, aproximou-se, olhou-me nos olhos e disse: - É, pá, vocês têm fibra! Naquele profundo e sentido abraço que se seguiu, estava a alma do povo generoso do Alto Douro, a sua raça, a sua força, o seu carinho, a sua amizade, o pulsar do seu sentir mais profundo. Era a alma do povo de Miranda, Sendim, Foz Coa, São João da Pesqueira, quiçá, Torre do Moncorvo, Lamego, Tarouca. Tarouca, sim, o abraço desta cidade linda onde a poesia pulsa nos gestos, nas palavras, no


Tarouca Vale a Pena sentir da alma de gente que abraรงa o mundo e nos grita que Vale a Pena, vale a pena sonhar, partilhar, sorrir

O Douro que canta

para o mundo e enlaรงar a gente neste repetido e longo abraรงo, num banho de cultura. Tarouca, Tarouca, Jรก sinto na boca Um sabor a mel, Instinto poeta, Arrombo a gaveta Caneta e papel. A vaca que pranta, A ave que canta, O grilo, grigri, O sino que tine, E o povo redime Tรฃo perto de si.


O Douro que canta

Tarouca Vale a Pena Caminho, caminho, A roda, o moinho, A água a saltar E lá, no horizonte, A urze e o monte, Semente a brotar. A abelha, precisa, A flor poloniza E voa no espaço E, quando assustada, Com leve picada Eriça meu braço. Tarouca, cidade, Que felicidade A todos acena Para nos dizer Como é bom fazer Da vida um poema!


Tarouca Vale a Pena Já lá vão trinta anos. No âmago do peito guardo aquele abraço, agora renascido no coração deste povo que nos

O Douro que canta

acolhe e convida a partilhar aquilo que sentimos, aquilo que nos faz vibrar e transforma cada um de nós num farol que brilha e faz brilhar ao longo da nossa terra. Bem-haja à organização pela sua iniciativa, pelo seu convite, pelo privilégio deste Encontro de Poetas onde a poesia vive e se propaga, qual testemunho recebido dos Vultos de Antanho que souberam fazer brotar das suas entranhas uma língua que em toda a parte, em todo o mundo, há de enaltecer Portugal.




Tarouca Vale a Pena

Tarouca Vale a Pena No mundo da poesia e das artes há sempre alguma coisa que nos surpreende: um poeta que nos chama, um amigo que nos convida, um lugar que nos acolhe. Uma vez mais, fui surpreendido por um inesperado convite. Na verdade, nem sabia bem de onde vinha e qual a razão por que inesperadamente caía na minha caixa de mensagens. Estranhos os caminhos da vida. Ao receber o convite para o evento Tarouca Vale a Pena, mesmo que numa primeira abordagem não lhe tenha dado mais atenção do que a muitos outros que continuamente chegam, algo chamou a minha atenção e me obrigou a reabri-lo e a analisá-lo com outro olhar. A sua genuína sobriedade, os aliciantes que logo se adivinhavam, levaram-me a pesquisar um pouco mais sobre esta terra que tão mal conhecia.


Tarouca Vale a Pena

Tarouca Vale a Pena E eis que surge o amor à primeira vista. Consigo, a inspiração própria de quem ama a poesia e gostaria de um dia ser poeta. Empolgado com os desafios que iam sendo colocados, abracei o projeto e lancei alguns contributos. No Vale Encantado Por terras de Tarouca. A nostalgia Dispersa o meu olhar no horizonte, Meu coração exulta de alegria Nas águas cristalinas duma fonte.

Ao longe, a bela e extensa serrania, As águas do Varosa, o vale, o monte, As pedras do moinho, a fantasia, As lendas que se ocultam lá na ponte.


Tarouca Vale a Pena

Tarouca Vale a Pena

Respiro o ar täo puro, a fresca brisa Que bate no meu rosto e que desliza Num voo triunfante, apaixonado. No azul do céu, as aves no seu canto, Trinando o fado meu que com encanto. Eu vou cantar no seu Vale Encantado! E como o que para nós aquilo que é bom merece ser partilhado pelos nossos amigos, passámos a divulgá-lo através dos grupos de poesia que coordeno, juntamente com essa estupenda equipa que dia após dia torna mais vivo e atuante o Solar de Poetas. E o convite voou pelos nossos amigos e conhecidos e multiplicamos contactos para que connosco hoje aqui celebrássemos de mãos dadas o amor à poesia.


Tarouca Vale a Pena

Tarouca Vale a Pena A semente germinou, o fermento lançado sobre ela a fez crescer. Senti os poetas inspirados, envolvidos neste abraço, a partilhar poesia, música e outras tantas demonstrações de cultura, desdobrando-se em iniciativas, qual bola de neve que não parou de crescer, até que aqui nos juntou nestes dias memoráveis. Até onde nos levou ou levará, não sei. Sei, sim, que Tarouca Vale a Pena se transformou num instante no nosso projeto, atividade que abraçámos e ao qual nos entregaremos de alma e coração, para que se transforme numa referência literária não só confinada à área geográfica onde se insere - quicá, um nicho de cultura, onde a História e as estórias se multiplicam em cada pedra que encontramos no caminho - mas que se estenda ao longo deste país de Camões, de Pessoa, Sophia, Torga e tantos outros que através das letras souberam levar bem longe o nome da nossa terra.


Tarouca Vale a Pena

Tarouca Vale a Pena É neste recanto lindo, lugar aonde também nasceu Portugal, que poetas e escritores se vão unir para num grande abraço o enaltecer e gritar bem alto por toda a parte que Tarouca Vale a Pena. Tarouca, terra hospitaleira não deixará nunca por mãos alheias a sua genuína vocação de bem receber, de partilhar com todos os que a visitam o melhor que tem de si. A minha gratidão aos promotores, ao Luís Borges de Carvalho, à Ana Borges, a Autarquia que em boa hora abraçou e promoveu este evento, a todos os que de um modo ou de outro no-lo proporcionaram e permitiram que, através dele, Tarouca pudesse levar bem longe o seu grito e essa vontade imensa de ser cultura aqui e em toda a parte. Por tudo isto, bem hajam, meus amigos e... Viva a poesia!


flash


Tarouca Vale a Pena


flash Ucanha, Varosa, Torre, Moinho, vale, aรงucena, ร gua do rio que corre Nos versos do meu poema.


flash Igreja, sino, Mosteiro, Cavaleiro de Cister, Colina, vale e outeiro, Princesa, deusa, mulher.


flash Sabugueiro, baga, flor, Palavra, verso, poema, Leitor, poeta, escritor, Que Tarouca, Vale a Pena.


flash César Luís, Ana Borges, Paulo Chaves, Damião, Malas, bagagens, alforges E muita dedicação.


flash Ana, mulher, baluarte, Amizade, simpatia, TurbilhĂŁo que se reparte Em arte e em poesia


flash O Mosteiro de Tarouca Nesta colina altaneira Ganha uma energia louca Na boca da Jardineira


flash César Luís, discrição, Ocasião, pena, verso, Toque, som, diapasão, Remo, timão, leme, berço.


flash Poeta que vem de longe, Conto, verso, trova, fado, Criança, princesa, monge, É este o Vale Encantado


flash Salzedas, Monge, Mosteiro, OrgĂŁo de Tubos, magia, Amor-perfeito, canteiro, E uma Jardineira-guia.


Biografia


LEITE DE VASCONCELOS

Grava no peito a alma do poeta, No coração, a gesta que em ti vive, Na tua mente, a vida do asceta Que um dia fez de ti homem livre! Nas tuas mãos, a pena ou a caneta Que soube traduzir labor e arte Na sã filosofia, a mais dileta, De um povo que em si mesmo se reparte! Vai, meu amigo, conta a linda história De nobres e de gente que a memória Não deixa que se apague em nossa mente! Vai, desenterra os gritos de vitória, Os tempos de nobreza e de glória Que estão no coração da tanta gente!

Biografia

25 e 26 DE MAIO, EM TAROUCA


Leite de Vasconcelos

Tarouca Vale a Pena

Grava no peito a alma do poeta, No coração, a gesta que em ti vive, Na tua mente, a vida do asceta Que um dia fez de ti homem livre! Nas tuas mãos, a pena ou a caneta Que soube traduzir labor e arte Na sã filosofia, a mais dileta, De um povo que em si mesmo se reparte! Vai, meu amigo, conta a linda história De nobres e de gente que a memória Não deixa que se apague em nossa mente! Vai, desenterra os gritos de vitória, Os tempos de nobreza e de glória Que estão no coração da tanta gente!


ProvĂŠrbios


Tarouca Vale a Pena


Provérbios Provérbios Mais Vale um Vale na mão do que muitos a voar


ProvĂŠrbios ProvĂŠrbios Quem se perde a olhar a sombra perde a vista do seu sol


Provérbios Provérbios Todos os caminhos vão dar a Tarouca


Provérbios Provérbios Quem faz orelha mouca Não cabe emTarouca


Provérbios Provérbios Há muita poesia no monte Que ainda vai cruzar a ponte


Provérbios Provérbios Gente que vai na frente não olha p’ra outra gente


Provérbios Provérbios Devagar, com pressa pouca, Assim se chega a Tarouca


Provérbios Provérbios Todas as águas vão dar ao Varosa


Provérbios Provérbios Quem espera por sapatos de algum monte, não vai muito longe


Provérbios Provérbios Não é monge quem quer na Ordem de Cister


ProvĂŠrbios ProvĂŠrbios E o monge se faz perto


Provérbios Provérbios Monge que não trabuca não manduca


ProvĂŠrbios ProvĂŠrbios Quem come no Mosteiro havia-se no outeiro


ProvĂŠrbios ProvĂŠrbios Para grandes eventos grandes talentos


ProvĂŠrbios ProvĂŠrbios O momento faz o evento


Provérbios Provérbios Tudo vale a pena onde há poeta e poema


Provérbios Provérbios Quem vai a Tarouca leva a poesia na boca


Provérbios Provérbios Mais vale um verso em Tarouca que muitos de boca em boca


Provérbios Provérbios Neste Vale germinou o pão que o povo amassou


Tarouca Vale a Pena


Dá-me música


Tarouca Vale a Pena


Cantar ao desafio


Cantar ao desafio

Tarouca Vale a Pena

Eu canto a chuva que cai Entra a bruma do pinheiro E toda a lenha que sai Para aquecer o braseiro

Com a Ana neste dia Eu canto o César Luis Que sonhou e a fantasia Pôs toda a gente feliz

Vamos cantar nosso vale Porque o vale Vale a Pena Mesmo que a pena resvale Entre os versos do poema

Eu canto a Torre de Ucanha E à sua moura encantada Que no meu corpo entranha Quando chega a madrugada

Eu canto o Ze Damião Que é Vice desta autarquia Que ao abrir o coração Mostrou talento e mestria

Eu quero cantar o rio E a tasquinha do Matias Neste canto ao desafio E tão cheio de iguarias

Eu canto a Várzea da Serra E à terra dali vizinha Para encontrar nessa terra A Lurdes sua madrinha

Pois eu canto o Paulo Chaves Um artista singular Que nunca nos pôs entraves A suas fotos usar

Eu vou cantar o moinho Essas águas a correr A moleirinha, o burrinho, E a farinha a moer

Pois a Moimenta da Beira Eu vou cantar o Moutinho Que desfa terra altaneira Um dia quis ser padrinho

Eu canto a voz maviosa Da Ana Borges que um dia Se veio a tornar ditosa Na arte da poesia

Pois eu canto o mês de maio, Aos sabugueiros em flor E nesse enlevo desmaio Nos braços do meu amor

Eu canto o Vitor Coutinho Entre Amigos e guitarras Que neste nosso cantinho Veio animar nossas farras

Neste canto singular Do nosso vale encantado Vamos todos nós cantar Os versos do nosso fado

Eu canto a mulher da serra Com as suas tradições E aos segredos que encerra Dentro dos seus corações

No Castanheiro do ouro Também eu hei-de cantar Ao procurar o tesouro Que ele tem para nos dar


Tarouca


Tarouca

Tarouca Vale a Pena Tarouca, Tarouca Já sinto na boca Um sabor a mel Instinto poeta Arrombo a gaveta Caneta papel

A abelha precisa A flor poloniza Fabrica o seu mel E ao ver me assustada Com leve picada Eriça me a pele

A vaca que pranta A ave que canta O grilo gri gri O sino que tine E o povo redime Tão perto de si

Tarouca cidade Que felicidade De longe me acena Para me dizer Como é bom fazer Da vida um poema

Caminho, caminho A roda o moinho A água saltar E lá o horizonte O vale e o monte Semente a brotar


Tarouca


Tarouca Vale a Pena

Tarouca

Para terras de Tarouca Hei de levar algum dia A poesia na boca É muita muita alegria Com esta vontade louca Que minha alma contagia Sinto que a força e bem pouca Pra cantar como queria Peço a musa inspiração Que me abra o coracao Pra gritar em toda a parte Que em Tarouca há muita gente Que coloca à sua frente A poesia e a arte


Tarouca


Tarouca Vale a Pena

Tarouca

Tarouca, Vila serrana, E que à cultura faz jus Vem acender está chama Que agora nos chama inspira e seduz. Ó terra de gente ufana Tão cheia de inspiração A voz do povo nos chama E aqui nos conclama a uma linda canção.

São Poetas, e trovadores Unidos no mesmo ideal Com versos de diversas cores Na Vila de amores a cantar Portugal (bis). Vamos lá pela na vila espalhar Estes versos com toda a magia E a toda esta gente levar O fulgor que se fez poesia (bis)


Mosteiro do Vale


Tarouca Vale a Pena

O Mosteiro do Vale (Danny Boy)

Vagueio só no meu vale encantado E tento ver o belo que há em si, Por cada canto sigo deslumbrado, A descobrir as coisas que não vi. (Refrão)

Procuro em mim as pedras do Mosteiro E ali encontro histórias de encantar, O solitário monge, ora guerreiro E logo agricultor no seu pomar. (Musica) O pintassilgo, o melro, a cotovia, A chilrear no fresco da manhã Me vêm dar alegre sinfonia, Quanta alegria e gozo que ali há (Refrão) Em meu recato, entro lá na Igreja Me sinto em paz, contrito, em oração, Meu coração feliz - louvado seja Se abre ao nosso Pai com gozo e devoção.


Tarouca Vale a Pena

Evento: Tarouca Vale a Pena Poemas: José Sepúlveda Formatação: José Sepúlveda Fotos: Paulo Chaves e outros Maio 2018



escrito durante a promoção do evento Tarouca Vale a Pena

EDIÇÃO DO AUTOR PARA E-BOOK – MAIO 2018


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