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Domingo, 26/Novembro/2017

PERFIS DIVERSOS

Mais que um rosto bonito

As histórias de superação de quatro modelos que desfilaram no Afro Fashion Day

Rafaela Fleur |

rafaelafleur

rafaela.fleur@redebahia.com.br THIAGO BORBA/DIVULGAÇÃO

THIAGO BORBA/DIVULGAÇÃO

KARINE GUIMARÃES, 29

LUANA FERREIRA, 20

@karineguimaraes19 Nascida e criada no Nordeste de Amaralina, aos 16 anos saiu da casa dos pais para morar sozinha. O motivo? Maria Luiza, que hoje tem 13 anos. “Ela é uma menina linda. Engravidar me fez criar responsabilidade, me amadureceu”, conta ela, que cria a menina sozinha. Com vitiligo desde os 6 anos, Karina nunca se sentiu inferior por conta disso. Bullying? Também não sofreu. “Eu tocava o terror na escola, era amiga de todo mundo”, relata. Descoberta por um olheiro, começou a carreira fazendo propaganda de cerveja. “Meu sonho é mostrar o vitiligo sem vitimismo. Minhas conquistas são pelo meu talento, não pela minha pele”, diz.

@luanardb Iniciada no candomblé há dois meses e filha de Yewá, “a orixá da transformação”, Luana foi criada pela avó, dona Nalva. Em 2014, quando ela faleceu, precisou sair de casa. E não tinha para onde ir, até que foi acolhida pelo terreiro Ilê T’Omin Kiosísé Ayó, onde Mãe Iara de Oxum a recebeu como filha. “Não tinha dinheiro nenhum. Entrei sem nada”, relata. Apaixonada por moda desde pequena, o sonho de Luana era desfilar, mas o desejo não era somente dela. “Minha avó sonhava junto comigo. Ela se foi, mas estou realizando o que ela sempre quis”, conta a jovem, que está se preparando para abrir uma produtora que, assim como sua orixá, vai se chamar Yewá. THIAGO BORBA/DIVULGAÇÃO

LUCAS ASSIS/DIVULGAÇÃO

DRICA QUINTILIANO, 28

EVAN SALVADOR, 27

@dricaquintiliano A moça de 1,75m nasceu em Salvador. Porém, só foi conhecer a cidade aos 18 anos, quando saiu do orfanato Lar da Criança, na Vila Laura, onde nasceu e foi criada. “Eu inventei uma realidade, era tudo imaginário. Quando saí, não sabia o que fazer”, relata. Sem família, foi trabalhar nas ruas como estátua viva. Nesse período, chegou a ser agredida e ficou internada na UTI do HGE. A volta por cima veio aos 21 anos, quando começou a atuar como modelo e entrou no site de cultura Aldeia Nagô, onde já está há 7 anos. Hoje, Adriana cursa design e quer escrever uma biografia: “Acho importante mostrar que os jovens criados em orfanato nem sempre vão para o crime”.

@evansalvador27 Formado em enfermagem, ele nunca trabalhou com isso. Longe dos hospitais, o sucesso veio de outro lugar: é campeão baiano de karatê e coleciona 25 medalhas. “Comecei a praticar quando tinha 12 anos e continuo lutando até hoje, sou faixa marrom”, relata. Fora dos tatames, Evan trabalha como modelo desde 2016. Se não estiver em frente às câmeras ou vestindo kimono, pode procurar na Igreja. “Sou católico praticante”, conta ele, que mora sozinho no Lobato. Filho caçula de Maria Edna, vive longe da mãe e das irmãs, que moram na Chapada Diamantina. “Se deixar, mainha me liga 24 horas por dia. É um grude!”, conta.

QUEM PASSOU POR LÁ LUCAS ASSIS/DIVULGAÇÃO

Negro pode estar na moda, pode estar em tudo. Negro pode ser o que ele quiser. Eu adorei o evento, quero vir outras vezes @douglaspiresdpc, 31, produtor

LUCAS ASSIS/DIVULGAÇÃO

O evento mostrou o quanto nós estamos aqui para conquistar nosso espaço. Foi um dos melhores eventos que Salvador já teve @elaine.pretta, 27, assistente administrativa

LUCAS ASSIS/DIVULGAÇÃO

Achei linda a diversidade de perfis na passarela. Salvador precisa disso no mercado da moda. Só de lembrar, fico nostálgico @lazzaro–batista,17, modelo


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