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www.correiodevenezuela.com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 07 – N.º 200 CARACAS, 29 DE MARÇO A 04 DE ABRIL DE 2007 - VENEZUELA: BS.: 1.000,00 / PORTUGAL:

0,75

nico en os alles del u Comerciantes da região manifestam grande preocupação pelos altos índices de violência. Pedem mais atenção às autoridades portuguesas e apontam soluções junto ao poder local

p.10

União de câmaras de comércio Caporven e Câmara de Comércio estudam a unificação p. 32

Empresário assassinado p. 4 Capacidade esgotada Não é possível inscrever mais alunos no Centro Português, em Caracas p.5

Scolari com medo de an ar Depois da vitória exuberante frente à Bélgica, a selecção portuguesa deu-se por satisfeita com o empate (1-1) na Sérvia. p. 30


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EDITORIAL

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oca a unir Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Jean Carlos de Abreu, Tábita Barrera, Tomás Ramirez, Katiuska Martins, Sandra Rodriguez, Vanessa de Oliveira, Victoria Urdaneta Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Antonio López Villegas, Luís Barreira, Álvaro Dias, Jesus Ignacio Pérez Perazzo. Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Relaciones Públicas María Amelia da Rocha Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa de Sá Fotografia Paco Garrett José Miguel Carrasquel Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI). Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.

uitas vezes temos dado relevo à importância do associativismo e às vantagens dos diversos sectores se organizarem, quer seja na perspectiva da comunidade portuguesa, quer seja na vertente sócio-cultural ou empresarial e sem olhar a nacionalidade. Neste aspecto, a comunidade luso-venezuelana tem vários bons exemplos. E tem também exemplos menos conseguidos. Por isso, quando os responsáveis da Caporven (Valencia e Maracay) e da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Luso Venezuelana de Caracas manifestam a intenção de congregar esforços e fundir as duas estruturas empresariais numa só, só podemos congratularmo-nos com a ideia. Muitas vezes, as organizações que foram eficazes numa determinada época poderão não ser

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A semana tão eficientes numa conjuntura totalmente distinta. O desafio, neste caso, é capacitar-nos para a mudança e para a adaptação aos novos tempos. O crescimento das organizações, sempre procurado pelos seus responsáveis, podem também originar dificuldades a vários níveis, ao ponto de dificultar a prossecução dos objectivos. Parar para pensar e reformular, quando necessário, é uma virtude que nem sempre está ao alcance de toda a gente. Nesta altura particular, em que a vida sócio-económica da Venezuela nos obriga a reequacionar vários aspectos do quotidiano, a fusão das duas organizações empresariais em causa é um sinal de maturidade e de firmeza, eliminando o comodismo que tantas vezes se apodera das instituições.

O cartoon da semana Os portugueses elegeram o Salazar como a principal figura de Portugal de todos os tempos!

Eu também votaria nele! Se não fosse o Salazar eu não tinha vindo para a Venezuela!

Muito Bom O auto-elogio nunca cai bem. Mas desta vez, pedimos licença aos leitores para evocar a edição 200 que o CORREIO atinge esta semana. Sentimo-nos orgulhosos e preparados para continuar esta missão de informar e de fazer parte da comunidade portuguesa. As 200 edições requerem também um agradecimento a todos os colaboradores, às empresas anunciantes e aos leitores. Sem esta interligação saudável não haveria CORREIO.

Bom É louvável a iniciativa dos comerciantes da zona de Charallave de elaborarem um plano de segurança. A primeira reunião com os representantes do governo local para discutir a estruturação do plano, bem como para apresentação de uma proposta alargada para solucionar diversos problemas que afligem a população, foi um sinal bastante positivo. Há que não baixar os braços.

Mau Dois homicídios por hora, durante o último fim-de-semana. Os números são cruéis e descrevem uma realidade negra mas indisfarçável. A violência é a responsável por milhares de mortos em toda a Venezuela, sem distinção de nacionalidades nem estratos sociais. Uma das vítimas foi um agricultor português, radicado no estado de Aragua, assassinado com rudes golpes. Até à data não há nem detidos nem suspeitos pelo assassinato.

Muito Mau É a segunda vez que aqui chamamos a atenção para este facto: a menos de dois meses de se realizar o Festival Anual de Folclore, o mais importante certame do género na Venezuela, ainda não está definido o lugar que o receberá. Depois de descartados as primeiras duas hipóteses, todos continuam sem saber onde terá lugar o festival.


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"Salazar deixou marcas profundas"

ACTUAL

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O ditador foi eleito como o maior português da história do país no programa da RTP1. Para os lusos ouvidos pelo Correio, Salazar é um exemplo pela sua obra e pela sua personalidade Jean Carlos de Abreu Delia Meneses

s telespectadores da RTP1 coroaram António de Oliveira Salazar como o maior português de todos os tempos. Domingo passado, o programa "Grandes portugueses" chegou ao fim com um resultado surpreendente: Salazar, o chefe do Governo autoritário mais longo da Europa foi eleito por 41% dos votantes como "o maior português de sempre". Paradoxalmente, ou talvez não, o segundo classificado foi o líder histórico comunista, Álvaro Cunhal, ainda tenha ficado a muita distância, com 19,1%. Há quem diga que este sentido de voto teve por objectivo castigar os políticos actuais. João de Sousa, oriundo da Ponta do Sol, Madeira, que prestou serviço militar em Angola em 1971, coincide com esta ideia. "Não podemos esquecer uma frase que está muito em moda em Portugal quando as pessoas falam da crise económica e política: 'Com Salazar estávamos melhor', dizem. O resultado é talvez o reflexo de um certo sentimento de inconformismo que grassa entre a sociedade em relação aos políticos do momento. Alem disso, "este governante deixou marcas profundas nos portugueses, quer sejam das velhas como também das gerações mais recentes". Outro emigrante madeirense, Jorge Fernandes , procedente do Campanário desde onde chegou em Dezembro de 1957, disse ao Correio que a ditadura de Salazar teve "coisas boas e más que influenciaram para sempre a vida dos portugueses", por isso não lhe surpreendeu o resultado do inquérito televisivo. Na sua opinião, Salazar tinha boas ideias que não soube aplicar. "Ele era como Chávez, mas deixou-se absorver pelo poder", disse, recordando que durante o regime salazarista a Madeira era muito pobre e que não se podia falar na rua porque "havia espiões a escutar as conversas das pessoas para saber se falavam mal de Salazar". "Não acho mal que tenham nomeado a Salazar como a grande personagem de todos os tempos em Portugal", considera, por seu turno, José Mariano,

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Salazar, o chefe do Governo autoritário mais longo da Europa, foi eleito por 41% dos votantes como "o maior português de sempre".

Desde há 15 anos que não visita o natural do Arco da Calheta e na Venezuela desde 1948. Para este emigrante seu país e já tem mais de 48 anos na Mariano, Salazar era um sinónimo de Venezuela. No entanto, afirma sentir"avanço", apesar de ter sido um dita- se orgulhosa de ser portuguesa por Sador. "Saí muito jovem do meu país, mas lazar. "Ele significava respeito, embora não tivéssemos nada para acho que este homem foi comer e para vestir, semeleito como personagem Paradoxalmente, ou talvez pre existiu a igualdade enimportante de Portugal porque propagou, através não, o segundo classificado tre todos nós como pordos portugueses no muntugueses, coisa que já não foi o líder histórico do, o nacionalismo e a se vê na actualidade em comunista, Álvaro Cunhal, Portugal". identidade lusitana, além ainda tenha ficado a muita de ser um génio das fiSaiu de São Martinho, distância, com 19,1%. nanças, pois todos o reMadeira, há 41 anos. Hoje conhecem como a salvacom 77 anos de idade, ção da economia nacional Matilde de Freitas pensa no seu tempo". que Salazar representou muito para PorPara Maria de Gouveia, natural de tugal. "Foi o homem que ensinou aos Santa Cruz, Madeira, Salazar "foi o mel- portugueses a trabalhar", lembrou. "Eshor governante que Portugal teve". A tou de acordo e contente que Salazar comerciante, de 75 anos, considera que o tenha sido eleito como a figura mais ditador devia ter sido eleito "com o 90% importante no meu país, pois ele foi o início de Portugal, apesar de haver sie não com os 40 que ficou".

do um ditador. Deviam retomar algumas das suas ideias, mas sob o regime democrático". Para Enrique Cova, que cumpriu serviço militar no Funchal com 20 anos, a noticia parece mas bem uma piada de mau gosto. "Não ficaram contentes por sofrer a sua ditadura durante 50 anos, os telespectadores e a televisão lusa devolve o poder ao ditador com este resultado", questionou com ironia. Cova não compreende como portugueses ilustres como Fernando Pessoa, Afonso Henriques ou Vasco de Gama não deixaram aparentemente nos seus compatriotas a mesma influência que Salazar. "É incrível". Refira-se que o programa "Grandes Portugueses", um modelo original da BBC, já foi realizado em vários países. Em França foi eleito Charles de Gaulle, em Inglaterra Winston Churchill e nos EUA Ronald Reagan.


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Sequestro envolto em secretismo caso do sequestro de José Joaquim Baptista de Pinho está envolto num secretismo total. Já passaram mais de duas semanas desde que este cidadão português, de 58 anos, foi interceptado quando se preparava para entrar na fábrica Castelo Branco, em Charallave, e pouco se sabe sobre o seu destino. Desde o momento do sequestro até à data, os sequestradores ainda não fizeram nenhum contacto com os familiares, pelo que não foi exigido qualquer tipo de pagamento de um resgate para a sua libertação. Esta falta de factos está a dificultar o trabalho do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas da Subdelegação de Ocumare, daí que muitas das hipóteses para explicar o sucedido estejam em aberto. O director encarregado do Cicpc-Tuy, subcomissário José Rivero, declarou à imprensa que o caso possui contornos estranhos, tendo indicado ainda que até ao momento não existem pistas que possam levar até ao paradeiro de

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Empresário de Aragua assassinado Sandra Rodriguez

maior empresário do ramo de distribuição de flores do estado Aragua foi encontrado sem vida na madrugada de sextafeira. O corpo do madeirense João Orlando da Silva Figueira, de 42 anos, apresentava múltiplos sinais de agressão e pelos menos dez feridas causas por golpes de por arma branca, na região do tórax. O corpo o malogrado empresário foi encontrado na fazenda 'Flores y Follajes', situada no sector Agua Amarela, via Lomas de Niquel, em Tiara, a 15 minutos da cidade de La Victoria. Ao que o CORREIO apurou, João Orlando ficou no local de trabalho por mais al-

O Baptista de Pinho, sequestrado a 12 de Março, quando, ao entrar na empresa de carro, foi interceptado por seis sujeitos que empunhavam armas que o dominaram facilmente sob ameaça de morte. Os sequestradores abandonaram o local no carro da vítima, em direcção a Santa Teresa del Tuy. Horas mais tarde, o veículo do empresário apareceu abandonado na rua El Rincón de Caujarito, em Charallave. Os investigadores do corpo policial presumem que os delinquentes se mudaram, juntamente, com o refém para outro automóvel. O

subcomissário Rivero referiu ainda que os familiares tão-pouco comunicaram com o Cicpc-Tuy, recusando-se depois a tentar especular sobre o que teria acontecido com José Joaquim Baptista de Pinho. "Não podemos afirmar se foi por vingança pessoal, nem muito menos se está morto, porque não contamos com quaisquer elementos que confirmem nenhum motivo", acrescentou o funcionário. Entretanto, a comunidade de Charavalle continua a realizar missas diariamente pedindo pela libertação de Pinho.

gum tempo, enquanto que os familiares regressaram a casa. Foi a demora no regressar que alertou a esposa e a filha e levou-as a voltar à fazenda, onde se depararam com o corpo. Ainda estão por determinar as causas ou o número de pessoas que estarão envolvidas na morte do empresário. As suspeitas vão desde a vingança pessoal, pela forma como foi assassinato, e o roubo, já que o dinheiro destinado ao pagamento dos empregados foi roubado, embora o carro da vítima estivesse no lugar. O falecido era casado com uma venezuelana, nascida no estado Mérida, com quem tinha dois filhos, de 13 e 19 anos de idade.


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sem capacidade para mais alunos iana Re re o

urante o último ano, verificou-se um incremento de 25% quanto ao ingresso de jovens para estudar e aprender a língua de Camões no Centro Português (CP), em Caracas. As principais razões que nortearam tal escolha prendem-se com o desejo de conhecer o idioma e ao mesmo tempo aumentar o conhecimento sobre a história e cultura de Portugal. O responsável pelo ensino do português no CP, David Pinho, disse ao Correio que os cursos que ministrados às terças, quintas-feiras e sábados no clube contam actualmente com 304 inscritos, sendo que 64 são crianças e 240 adultos. Na generalidade, os alunos manifestam sentir-se satisfeitos com as aulas. Encaram a metodologia aplicada seguida pelos professores como positiva já que lhes permite incrementar e seu conhecimento sobre a língua e o país. Pinho observou que o clube já não tem mais capacidade para acolher alunos. No entanto, sublinha que tem sido feito um esforço "para admitir os mais interessados em aprender o nosso idioma".

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Erika Abreu, filha de portugueses oriundos da Madeira, é professora de português na associação. A docente refere que as pessoas que estão ligadas às classes da língua de Camões "têm tido experiências muito gratas com os alunos", muito por força da curiosidade que estes demonstram em saber mais sobre o idioma dos seus antepassados. Abreu diz que nota muita motivação nos alunos. "Há muita receptividade nos estudantes e nós temos em conta este 'feedback' para melhorar o nível de ensino" para que os alunos aprendam mais, observa.

CONVÍVIO COM A COMUNIDADE

Cada nível é frequentado por uma média de 40 estudantes. Ana Maria de Freitas é uma aluna que se encontra num patamar avançado. Diz ao CORREIO que estuda português porque sente que em algum momento da sua vida pode surgir uma "oportunidade de trabalhar em Portugal", e se acontecer seria muito mais fácil se dominar o idioma. Andrés Marcano, estudante de nível médio, justificou a sua opção pelo facto de "haver um

interesse por parte das pessoas em aprender o idioma e conhecer a cultura portuguesa", acrescentando que as aulas são dinâmicas. Por seu turno, Fátima Fernández, aluna principiante, comenta sentir-se "bem" com o curso, já que "permite relacionar-me com pessoas que pertencem à comunidade lusa". Para esta aluna, aprender o idioma de Camões "é a melhor forma de unir os venezuelanos e os portugueses que chegaram a este país", disse, assegurando que é do seu "interesse continuar a aprender esta língua para projectar o meu futuro em Portugal ou noutro país de fala portuguesa".

Ana María de Freitas

PINHO TENTA ARRANJAR MATERIAL

Andrés Marcano

O professor Pinho adiantou ao Correio que deslocar-se em Maio a Portugal para pedir ajuda às autoridades portuguesas no sentido de recolher material didáctico para a Venezuela. Também revelou será aberta uma pré-inscrição em Junho "para assegurar o limite dos alunos regulares no CP". Em Setembro abrem as inscrições para os novos estudantes.

Fátima Fernandez

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cele ra ani ers rio

Jean Carlos de Abreu

"Não somos classicistas nem racistas", observou Pontes, quando dizia que a festa "será exclusivamente para Casa Portuguesa de Valência os sócios. Queremos que estes ten(CPV) celebra três anos de ham uma noite diferente" e que posexistência no próximo 31 de sam gozar da "noite cheia de surpreMarço com uma festa privada organi- sas" que foi preparada pelos representantes da instituição zada pela direcção do luso-venezuelana, que clube para os associados. Para a festa foram nasceu da fusão entre o Para a festa foram conconvidados a or uestra Lar Lusitano e o Centro vidados a orquestra BiPortuguês de Naguanallos Caracas Boys e o illos Caracas o s e o gua. grupo Estilos de Maragru o stilos de araca , Pontes disse que as cay, os quais terão a resos uais terão a actividades desportivas ponsabilidade de animar res onsa ilidade de terão destaque no proo dia especial dos valenanimar o dia es ecial dos grama de celebrações do cianos. valencianos. 3º aniversário do clube, A directora de cultuo qual está estreando ra da Casa, Fátima de uma piscina nova e ouPontes, adiantou ao Correio que a festa exige traje de gala, tros espaços de desporto recentemenpelo que fez questão de sublinhar que te recuperados. apenas poderão assistir "os sócios e Entre as actividades estabelecidas alguns convidados". A entrada vai ser pela direcção desportiva do clube, envendida no clube. contra-se a prática da natação, as boàÅÇÉ~ÄêÉì]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã

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clu e está estreando uma piscina nova e outros espa os de desporto recentemente recuperados.

las crioulas e o futebol, porque "são as más praticadas pela juventude valenciana", justificou. Para Pontes, as "jornadas desportivas fazem que os associados desfrutem ainda mais das instalações do clube" e assim passem a frequentálo com mais assiduidade. "Queremos implementar mais projectos, mas devemos ter em atenção os accionistas e que estes se preocupem com a sua segunda casa". SARDINHADA SEMANAL Segundo adiantou a directora de Cultura, todas as sextas-feiras será organizada uma sardinhada nas instalações do clube, com a intenção de recuperar esta tradição portuguesa "que se está a perder". De igual modo, Pontes disse que se fará outra sardinhada "mais ao estilo venezuelano" mais adiante.

arlos odriguez, presidente da ortuguesa de alência

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"Será depois da 'Semana Mayor', já que há que deixar que passe a quadra religiosa para continuar com as actividades que temos programadas para a comunidade luso-valenciana", informou.


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uso orien a arrizal

O alcalde está concretizando um plano de ampliação das vias principais do município para atrair mais investimento na zona. o

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município Carrizal está sendo objecto de uma série de trabalhos de ampliação nas vias principais de acesso da zona com o objectivo de beneficiar a actividade industrial e turística da região. A expansão da estrada principal está baseada na construção de mais dois lanços rodoviários que assim se juntarão aos já existentes com a intenção de gerar maior fluidez no trânsito. Para o presidente da Câmara de Carrizal, José Luís Rodríguez, estes trabalhos representam uma prioridade para a sua gestão e de grande importância para o desenvolvimento da comunidade. "Actualmente, estamos realizando trabalhos primordiais em termos viários, sobre os quais se fundamentará o crescimento do município", disse. Neste sentido, na zona central da cidade está sendo

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concretizada um plano de ampliação das principais ruas em prol da constituição de uma melhor circulação automóvel. O 'alcade' luso-descendente afirmou ainda que estes trabalhos estão sendo realizados com o respeito pela propriedade privada e com a participação dos habitantes de Carrizal. "Estamos realizando expansões internas na zona colonial, sem alterar o seu aspecto original, já que os habitantes querem mantê-lo tal como ficou aquando da criação da povoação", observou. De igual modo, a Autarquia de Carrizal, conjuntamente com o governo do estado Miranda e o MINFRA, está realizando os trabalhos de construção de um distribuidor que servirá para orientar as principais vias deste município, por altura da ponte de Carrizal. "As pessoas pedem esse distribuidor há mais de 30 anos e, graças a Deus, estamos finalmente a trabalhar

para que esteja pronto em breve", afirmou Rodríguez. O alcalde Rodríguez confirmou ainda os aspectos positivos do desenvolvimento viário que se está levando a cabo no município. "Estas obras são de impacto geral e que vão a gerar maior fluidez de trânsito, não apenas para os habitantes de Carrizal, senão que para todos os que visitam a zona, já que nós estamos no meio de San Antonio e Los Teques". MM

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Segundo dados do departamento de imprensa da alcaldía de Carrizal, no último ano, este município dos altos mirandinos foi o maior receptor de investimento da zona. Isto responde à política desenvolvida por esta alcaldía que consiste em atribuir facilidades aos comerciantes e industriais que queiram estabelecer-se em Carrizal o mais rapidamente possível e

sem ter que tratar de muita papelada. O assessor de indústria e comércio da Autarquia, Pedro Gonçalves, indicou os benefícios de aplicar estas medidas. "A entidade que queira investir no município tem assegurada a rapidez nos trâmites e facilidades em termos de impostos durante um ou dois anos", explicou, justificando que assim se espera mais desenvolvimento, o que por sua vez gera mais colecta de impostos e criação de postos de trabalho". As autoridades da alcaldía de Carrizal confessam possuir muito boas relações com o governo do estado Miranda até ao ponto de coordenar e planificar projectos em conjunto. "Temos obtido bastante apoio do governo do estado e dos directores também, e ainda agora foi aprovado um projecto para 119 apartamentos que começará a ser construído em breve", adiantou o presidente da câmara.

ni o a a de u o de enden e Orgulhosamente, o alcalde José Luis Rodríguez, afirmou que o seu avô foi um dos primeiros imigrantes a chegar à Venezuela. "O meu pai tinha mais de 60 anos aqui e o meu avô tinha chegado muito antes. Ele contava que em Caracas ainda não havia nem estradas, nem edifícios, nada. Apenas 'chivos'". Oriundo de uma família de imigrantes madeirenses, mais especificamente do Arco da Calheta, Rodríguez indicou que os valores fundamentais da união familiar e do trabalho tenaz foram aprendidos com os seus pais. "O meu pai sempre teve um conselho oportuno para mim e isso é o que me levou ao êxito. Esta é o meu quarto mandato como alcalde e penso que na Venezuela há muito poucos que podem dizer o mesmo". "Eu trabalhei na mercearia e depois na arepera do meu pai e fazia-o ao mesmo tempo que estudava. Enquanto estava na universidade fui pizzaiolo, lunchero e hasta empregado de mesa e com todo isso consegui dois cursos: administração e direito", afirmou Rodríguez.


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onsel o das omunidades surpreendido com o o presencial O

presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) mostrou-se surpreendido com o recente anúncio de que o voto dos emigrantes para as próximas eleições legislativas vai ser presencial, admitindo que esperava uma reflexão sobre a matéria. "Fizemos uma proposta de reflexão e de debate sobre este tema e ficámos muito admirados por o secretário de Estado das Comunidades recusar o diálogo e ter vindo a público fazer aquele anúncio", disse Carlos Pereira à Agência Lusa, em contacto telefónico de Lisboa para Paris. O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, anunciou na semana passada que, nas próximas eleições legislativas, o voto dos emigrantes vai deixar de ser por correspondência e passar a ser presencial. O governo pretende assim uniformizar o sistema de voto dos portugueses no estrangeiro, que já votam presencialmen-

te para o Presidente da República. Na proposta que fez, o CCP propunha organizar um debate à volta da possibilidade de se ter um sistema de voto misto: presencial e electrónico.

Para o presidente do CCP, o voto electrónico seria muito útil para os portugueses que têm acesso às novas tecnologias e para os que residem longe dos consulados. Carlos Pereira considera

ainda que se devia estudar a hipótese de se descentralizar as mesas de voto nas associações. "É possível essa descentralização", garantiu o responsável, defendendo que seria mais fácil para os portugueses dirigi-

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rem-se a uma associação para votar do que terem de se deslocar quilómetros até ao consulado mais perto. Com o recente anúncio do encerramento de quatro consulados em França, o presidente do CCP admite que a abstenção possa subir ainda mais nas próximas legislativas se a votação tiver de ser feita nos consulados. "Nas penúltimas presidenciais havia um consulado em Bayonne, onde votaram 350 pessoas. Esse consulado fechou e nas eleições seguintes os portugueses dessa zona tinham de se deslocar cerca de 380 quilómetros para ir votar a Bordéus, onde havia um caderno eleitoral e uma mesa de voto à parte. Não houve nenhum voto. Zero", sublinhou. Para Carlos Pereira, a política para as comunidades "não é lógica: por um lado reduzemse mesas de voto (com encerramento de consulados), por outro obriga-se as pessoas ao voto presencial".


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nico em alles del u Comunidade de los Valles del Tuy está atemorizada com a delinquência que grassa na zona. Por isso quer reunir com urgência com o novo embaixador de Portugal na Venezuela Jean Carlos de Abreu

àÅÇÉ~ÄêÉì]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã

s habitantes de los Valles del Tuy sentem-se em casa como se estivessem em prisões. Sair à rua significa correr o risco de fazer parte das 'estatísticas vermelhas'. Neste primeiro trimestre, que ainda não chegou ao fim, os números de homicídios na região superaram em 25% a média do ano passado, período durante o qual se registraram mais de 760 mortes violentas. Sequestros, roubos à mão armada e "paquetes chilenos" são as formas de furto mais comuns que os ladrões utilizam contra as vítimas. Mais de mil famílias de origem portuguesa, aproximadamente quatro mil pessoas, vivem nas zonas del Tuy, onde desenvolvem a sua vida pessoal e comercial. Muitos deles chegaram há mais de 25 anos a este sector. Membros da comunidade portuguesa de Charallave, Santa Teresa del Tuy, Ocumare del

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Tuy e Cúa, foram ouvidos pelo CORREIO para falar sobre o tema que mais os aflige na actualidade, mas sob a condição de os seus nomes não serem revelados. Todos temem represálias. E todos coincidem em apontar o "sequestro express" como o delito que mais se pratica. "A zona de Santa Teresa é a mais perigosa porque diariamente serve de palco para pelo menos três "sequestros express", assegura um comerciante. As perseguições de automóvel converteram-se no 'passatempo' favorito dos sequestradores e muitas vezes são acompanhadas de raptos. Também há muitos assaltos. Um comerciante da zona de Charallave disse que o seu negócio foi roubado três vezes em menos de uma semana. "A primeira vez foi à mão armada. Na seguinte, oito homens entraram no estabelecimento e, após distraírem os empregados, furtaram o dinheiro da caixa registradora. O último assalto foi um 'paquete chileno' que ainda não sei co-

s comerciantes suspeitam ue há autoridades envolvidas nas andas de se uestradores ue operam na zona.

mo aconteceu", relatou este empresário do ramo da panificação. Ambos confirmaram a existência de um rumor que "trata de uma suposta lista que contém os nomes de possíveis empresários sequestráveis da zona del Tuy". No entanto, nenhum deles pode assegurar com certeza que a mesma exista. Mas, com ou sem lista, têm medo de que, em qualquer momento, eles próprios sejam os "protagonistas de uma tragédia". O Correio tentou colher um comentário junto da subdivisão do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc) sobre este e outros temas. Tal propósito acabou por não se concretizar porque "os comissários encontravam-se ausentes de missões". Os nossos interlocutores lembraram que a imprensa regional noticiou recentemente que "mais de 150 polícias foram despedidos por corrupção". Os comerciantes suspeitam que há mais autoridades "envolvidas nas bandas de sequestradores que operam na zona", dada a forma bem sucedida como os raptos acontecem. Há um sentimento geral de que os sequestros ficam impunes. Mas a colectividade está interessada em reagir e saber o que sucede e como operam os

delinquentes. “Não contamos com segurança necessária para nós nem para os nossos negócios, mas queremos tentar prevenir as situações de perigo”, observam. APELO ÀS AUTORIDADES As vítimas pediram, através do Correio, que as autoridades portuguesas reúnam com as venezuelanas para tentar chegar a um "acordo ou pacto de segurança, no qual se estabeleça a protecção aos emigrantes em todo o país", tal como o fizeram com as comunidades italiana e espanhola que vive nessa localidade com o apoio dos seus representantes. Cerca de 90% dos casos de sequestros não são denunciados aos corpos policiais "porque muitos dos sequestradores jogam com a mente humana" e lançam o medo na cabeça das pessoas que não "avisem as autoridades competentes". A presidente do Município de Cristóbal Rojas de Charallave, Marisela Mendoza, numa reunião mantida com vários comerciantes da zona, expressou que a Alcaldía, juntamente com os corpos policiais municipais estão tratando de resolver os problemas de insegurança. Porém, os cidadãos dizem que pouco ou nada está a ser feito para melhorar a segurança nas

ruas. Alguns portugueses estão a pôr à venda as suas propriedades para regressar a Portugal e viver com maior tranquilidade. Fogem da pressão de a qualquer momento poderem ser vítimas de sequestro. Existem pessoas que chegaram ao ponto de recorrer a tratamento médico do foro psiquiátrico, já que não conseguem aguentar a angústia que sentem. "Tenho de tomar um comprimido para me tranquilizar, porque senão fico louco", desabafou um comerciante que, mais uma vez, pediu o anonimato. Em várias oportunidades foi vítima de várias tentativas de assalto quando se encontrava no interior do seu automóvel. REUNIÃO URGENTE Representantes da Câmara de Comerciantes e Industriais de los Valles del Tuy disseram ao Correio que desejam reunir "urgentemente com o novo embaixador de Portugal na Venezuela, João Caetano da Silva". Manifestaram a intenção de enviar uma missiva à consideração do Embaixador, no sentido de agendar um encontro para que possam conversar e apresentar os contornos problemáticos da vida de muitos portugueses que estão radiados nesta região.


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VENEZUELA

ria o de porcos um ne cio ren el Esta actividade comercial tem enfrentado algumas provas difíceis, devido à política do Governo de negar autorizações de funcionamento em determinados lugares, a fim de proteger o ambiente. ri a orreia

criação de porcos é uma das indústrias mais fortes no mercado da Venezuela. Com o passar do tempo, surgiram algumas variantes que determinaram o encerramento de muitos espaços dedicados à criação destes animais, isto devido à intervenção do Ministério de Participação Popular para a Saúde, que em muitos casos negou as autorizações para a actividade ou inabilitou o espaço físico onde aquela decorria devido à poluição causada. Desde a sua chegada a solo crioulo, foram muitos os portugueses que se dedicaram à criação, engorda e distribuição de porcos nas zonas de Mariche e Guatire, no Estado Miranda. António de Abreu é português, natural da Ribeira Brava, Madeira. Chegou ao país em 1974, à zona de Guatire, e começou a trabalhar como ajudante na criação de porcos. Segundo refere, a actividade que exerceu foi a melhor maneira encontrada para conseguir tudo o que queria: "A educação das minhas duas filhas, Sandra e Fátima, a aquisição de casa própria e as comodidades que todos desejamos", disse este madeirense, sublinhando que tudo o que tem hoje em dia "é graças ao que trabalhei" e também devido à ajuda de um tio que "me emprestou dinheiro para que eu tivesse o meu próprio espaço de criação de porcos". A história de Elvira Maria Lopes Vendeiro, natural de Quintais, é diferente. Esta portuguesa chegou à Venezuela depois de ter-se casado com António Ferreira Maia, em 1977, e de ter deixado a sua família em Portugal. Veio para este país para herdar o trabalho que a sua sogra fazia diariamente em La Dolorita, no estado Miranda. Actualmente, Elvira e os seus dois filhos, ambos dedicados ao comércio de porcos, sabem dividir-se entre o trabalho do lar e o trabalho na criação de animais. Segundo esta emigrante portuguesa, os fins-de-semana são as al-

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António de Abreu

Elvira Lopes

turas de maior venda, já que a fama desta criadora vem dos porcos assados que vende. Os filhos de Elvira encarregam-se de matar os animais e distribuir as diversas peças de carne: as costelas, as morcillas, os chouriços e o pernil. No que diz respeito à relação com os comerciantes do sector, Lopes assegura que estes são amáveis e solidários. "Estou orgulhosa de viver na Venezuela. No princípio, custou-me, mas como a maioria dos portugueses que está cá, acostumei-me a este país, que é a minha casa", diz Elvira, explicando que gosta do trabalho que tem.

António de Freitas Carvalho é um criador de porcos que nasceu no Curaçau mas que é descendente de portugueses. Este caribenho chegou a terras venezuelanas em 1963, em busca de novos horizontes e de um futuro promissor para os seus filhos. Estabeleceu-se em Valle Fresco, na zona de El Roble, e ali começou a sua história. A criação de porcos permitiulhe expandir-se como comerciante no ramo. Segundo este emigrante, o projecto do Governo nacional de sanar o Rio Guaire levou "ao encerramento da maioria das criações situadas nesta zona montanhosa", já que todos os desperdícios dos currais desaguavam no rio e contaminavam-no. "Continuo a criar porcos, que usamos para consumo pessoal e para venda. O mesmo sucede com os frangos e as galinhas que produzimos", disse, acrescentando que, graças a este trabalho, conseguiu pagar os estudos aos filhos. A criação de porcos foi e continuará a ser o sustento para muitas famílias venezuelanas e portuguesas. Os emigrantes portugueses contribuíram muito para este país que lhes abriu as portas há anos e hoje agradecem a Venezuela por ter-lhes cedido um espaço para que pudessem evoluir junto com as suas famílias.

António de Freitas

A criação de porcos foi e continuará a ser o sustento para muitas famílias portuguesas.

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História de Vida

"A guerra arruinou a minha vida"

Jean Carlos de Abreu

àÅÇÉ~ÄêÉì]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã

anuel Câmara Costa é um português oriundo da Tabua, concelho da Ribeira Brava, na Madeira. Este madeirense estudou apenas até à quarta classe, trabalhando na

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terra ao mesmo tempo. Aos 14 anos, veio para a Venezuela porque o seu pai estava cá e o mandou buscar. Ao chegar a terras de Bolívar, este madeirense conseguiu o seu primeiro trabalho na zona colonial de Petare, em Caracas. Depois, passou a trabalhar num pequeno super-

mercado em Baruta. Já há qua- acabou naqueles países. "Sem tro anos na Venezuela, Manuel poder fazer nada e com uma decide falar com o pai e pedir- notificação que dizia que estava lhe permissão para regressar a fisicamente incapacidade, dePortugal e cumprir o serviço cido regressar nesse mesmo militar. "O meu pai não esta- ano à Venezuela e estabelecerva de acordo em que fosse, mas me nesse país". eu estava empenhado e queria ir, ele não teve outra opção se- NOVA VIDA, MAIS DESGRAÇAS não aceitar a decisão". Isto foi em 1969. Em 1970, "fui incorUma vez na Venezuela, coporado no serviço militar por- meçou a trabalhar num restautuguês e, no ano seguinte, via- rante em La Candelaria como jei até à Guiné-bissau". empregado de mesa. Depois, Câmara cumpriu 32 meses entra como sócio noutro negóde serviço militar, sendo 18 me- cio em Nuevo Circo, onde perses o normal. "Estive na selva maneceu cinco anos a trabaldurante 27 mehar. ses, lutando e Mais uma evitando movez, Câmara passtive na selva durante rrer no local", sou um mau contou este exmeses, lutando e evitando momento, pois, combatente, cruzar a avemorrer no local , contou o ao que esteve nunida para dirigirex com atente, ue esteve se à sua casa, foi ma zona perigosa onde haatropelado por numa zona onde havia um carro, deivia emboscadas em oscadas diariamente. xando-o diariamente. numa O dia mais cadeira de rodas trágico para ele durante cinco foi quando o capitão lhe pediu anos. que o acompanhasse no jipe paEm 1999, com a tragédia no ra dar uma volta pela selva. "A estado Vargas, Manuel perde única coisa que recordo disso um pequeno aviário situado no é que saí a voar do carro e no sector Caribe, em Caraballeda. dia seguinte estava no hospital A juntar à dificuldade que tem na cidade de Bissau". em movimentar-se, o desastre Já sem poder terminar os natural deixou-o praticamente dias que faltavam no serviço na rua. Actualmente, um amimilitar neste país africano, Ma- go ajuda-o nas suas necessidanuel é enviado para o Porto, des económicas. Paga-lhe o onde esteve um mês hospitali- quarto numa pensão porque zado para recuperar. Chegou "não posso trabalhar, porque as o 25 de Abril de 1974 e a guerra minhas pernas não têm força".

Manuel Câmara Costa Ribeira Brava, Tabua, Madeira

À espera da pensão Em 2002, Manuel viajou até Portugal para resolver a papelada a fim de receber a sua pensão por ter prestado serviço militar em Portugal. "Estive a averiguar e disseram-me que a minha pensão está em processamento, mas estou à espera há muito tempo e preciso do dinheiro" para pagar os medicamentos que toma e o quarto onde dorme. Com 57 anos, Manuel assegura que não quer viver "mais da caridade dos demais" porque "tenho a minha pensão assegurada por servir a minha pátria". Ainda assim, Câmara afirma que a tropa lhe arruinou a vida, porque depois da emboscada na Guiné-bissau, não pôde continuar a sua vida como qualquer outra pessoa.


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cele ra ia da li erdade

Breves

Casimiro de Brito editado em Valência ADirecção de Cultura da Universidade de Carababo, através do seu Departamento de Cultura, acaba de editar Caídas de Amor, um conjunto de poemas incluídos no Livro das

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Quedas, cuja tradução esteve ao cuidado de Montserrat Gilbert. Ao longo de pouco mais de 50 páginas Caídas..., a iniciativa de Adhely Romero e Carlos Osório, oferece ao público venezuelano una nova oportunidade de entrar em contacto com a obra de uma das principais vozes da poesia portuguesa contemporânea. Nascido em Loulé, Casimiro de Brito já publicou mais de 40 livros. Está traduzido a várias línguas. Recebeu vários galardões literários nacionais e internacionais, sendo o mais recente o Prémio Europeu de Poesia Aleramo-Mario Luzi (2004), atribuído especificamente a Libro delle Cadutte.

O Instituto Português de Cultura organiza um evento, no Centro Português, para comemorar o 25 de Abril.

Saramago Honoris Causa em Madrid A Universidade Autónoma de Madrid acaba de conferir o Doutoramento Honoris Causa a José Saramago, "autor de uma extensa e intensa obra em narrativa, teatro, poesia, ensaio, diários, memórias e outros géneros, de extraordinária projecção internacional desde a língua portuguesa". Assim podemos ler no sítio da alta casa de estudos, que acrescenta ainda que a "sua literatura mostra a complexa realidade do ser humano na confluência do indivíduo e da sociedade". Este reconhecimento é uma nova evidência da universalidade deste laureado escritor português, que, para além do Nobel (1998), já parece ter recebido todos os galardões

Que estará fazer Manoel de Oliveira? A filmar, que outra coisa poderia ser? Depois de várias incursões muito pessoais sobre diferentes tópicos da história portuguesa: Non, ou a Va Glória de Mandar (1990), sobre o desastre de Alcácer Quibir; Palavra e Utopia (2000), onde se debruça sobre o Padre António Vieira de Almeida; e de

possíveis, entre eles o Prémio Camões (1995). O laudativo de Saramago foi proferido pelo Professor Tomás Albaladejo. No seu discurso de aceitação, Saramago "abriu o livro" sobre várias das suas obras e concluiu afirmando que "No fundo, não invento nada, sou apenas alguém que se limita a levantar uma pedra e a pôr à vista o que está por baixo. Não é minha culpa se de vez em quando me saem monstros."

Ontem como Hoje (2004), dedicado a D. Sebastião, o mais internacional dos realizadores portugueses voltase para a figura de Cristóvão Colombo. "Não se trata de um filme científico, histórico ou patriótico (...) mas sim de uma ficção de teor romanesco (...) com a novidade lógica de que, afinal, Cristóvão Colombo era português, nascido na vila alentejana de Cuba e, por tal razão, ter dada à maior ilha por ele descoberta no mar das Antilhas o nome da sua terra natal - Cuba". Tudo parte de um livro publicado por Manuel Luciano da Silva e Sílvia Jorge da Silva, um casal de emigrantes portugueses a viver em Rhode Island, que investigaram durante anos a vida do famoso aventureiro e navegador. Fonte: Instituto Português de Cultura.

A Banda Sinfónica Juvenil de Caracas sob a direcção do maestro Jesús Ignacio Pérez Perazzo.

Victoria Urdaneta Rengifo

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25 de Abril de 1974 não foi mais um dia que amanheceu, foi também o dia em que nasceu a liberdade de Portugal. Muito cedo, a Rádio Renascença transmitia 'Grândola Vila Morena'. Nota a nota, aquela música de José Afonso anunciava uma revolução que estava há algum tempo em gestação e que acabaria com a ditadura de Salazar e assim que o povo a escutou, saiu às ruas com a plena certeza que nesse dia, a sua história mudaria para sempre. Essas notas, 33 anos depois, ainda ressoam naqueles que viveram essa ditadura e outros mais jovens conhecem-nas porque ouviram das suas famílias e desta vez a comunidade portuguesa na Venezuela poderá escutá-la quando a Banda Sinfónica Juvenil de Caracas interpretar essa e outras peças sob a direcção do maestro Jesús Ignacio Pérez Perazzo, um reconhecido investigador venezuelano da música portuguesa. Este concerto fará parte do evento organizado pelo IPC em honra do 'Dia da Liberdade', que se vai celebrar no Centro Por-

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tuguês, em Caracas, segundo disse Daniel Morais, director do referido instituto. Aquele responsável explicou que essa celebração "vai realizar-se em reconhecimento aos acontecimentos históricos do 25 de Abril, quando Portugal arrancou as cadeias que a oprimiam, adquiriu uma nova dimensão e um novo destino". Daí a importância desta data para toda a co-

A Banda Sinfónica Juvenil de Caracas vai interpretar várias peças sob a direcção do maestro Jesús Ignacio Pérez Perazzo munidade luso-venezuelana, "a qual, daqui do IPC, convidamos a participar e honrar unidos o progresso que Portugal teve desde então", disse Morais. 'A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS' Para além dos detalhes sobre as acções militares ocorridas no 25 de Abril de 1974, o mais importante da comemora-

ção é sublinhar as consequências positivas no rumo que Portugal tomou ao derrotar a ditadura salazarista que oprimia o povo desde 1933. Nesse sentido, Daniel Morais sublinhou que "aquela revolução foi um acontecimento histórico que deu liberdade a Portugal, abriu as portas para que a pouco e pouco a nação progredisse e significou o primeiro passo para construir o país que hoje temos". Por esta razão, este dia é uma festa nacional, na qual se rende tributo a todos aqueles que lutaram, tanto militares como civis, porque também o povo foi protagonista, já que naquela ocasião saiu para as ruas heroicamente para apoiar os militares sublevados e entre os factos mais notáveis pode-se citar a marcha onde as pessoas levaram flores e que se baptizou como a Revolução dos Cravos. "Todas essas pessoas são dignas do nosso reconhecimento, porque arriscaram tudo quanto tinham, puseram em perigo a sua vida pelo bem de Portugal, participando numa revolução que para uns foi difícil de aceitar. Foram necessários anos para conseguir a estabilidade mas finalmente a vontade do povo saiu vencedora", concluiu Morais.


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Carolina Figueira quer conquistar o mundo António C. da Silva

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ue a Venezuela é um país de belas mulheres já não é notícia que surpreenda alguém. É a mistura de raças, dizem alguns. Mas o certo é que do seio da comunidade luso-venezuelana continuam a sair lindas e talentosas modelos que se projectam com êxito no meio local, nas passerelles e nos meios de comunicação. Um desses belíssimos novos rostos da moda venezuelana pertence à jovem luso-descendente Ana Carolina Figueira Gonçalves, que, com apenas 18 anos, é uma das mais promissoras modelos em Caracas, com experiência em passerelle e concursos, e muito provavelmente será vista a curto prazo em algum dos nossos canais de televisão. Fazendo uma pausa nas suas actividades, Carolina conversou com o CORREIO acerca do início de tudo e dos seus planos para o futuro. omo oi a tua im i a i u o o mu o a mo a

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Sempre gostei do mundo da moda mas entrei de maneira casual. Passeava num conhecido centro comercial de Caracas e fui abordada pelo director de uma agência de modelos, que me pediu se podia inscrever-me. Isto foi há dois anos, e desde então tenho participado em vários castings, desfilei para a marca de fatos-de-banho 'Sixteen', fiz o catálogo de roupa interior 'Elloise' e posei para uma revista italiana de automóveis. Chamaram-me para posar em revistas locais famosas como a 'Maxim' ou a 'Urbe Bikini', mas não gosto desse tipo de fotos. t u ai a oia am t No princípio, não gostavam muito da ideia. Achavam que era um meio negativo. Mas muitas pessoas conhecidas diziam-lhes: "a tua filha é belíssima, deveria tirar proveito disso", e pouco a pouco convenceramse. u m a mi a mai A minha prima Marlene de Andrade. Gostava de alcançar o lugar onde ela chegou. ua o t u o o o mu o

a mo a Ter uma 'valla'. Seria o máximo. Também poder ser capa de alguma revista importante. o o ta a ta Sim, claro. Tive algumas ofertas para actuar e convites para trabalhar como apresentadora de televisão. t a tu a a tua m t Acabo de terminar o secundário e estou a dar seguimento ao meu ingresso na Universidade. Gostaria de estudar Psicologia ou Educação Pré-escolar. u m a m i a a ou t a o u o t u m t a o m io Apesar das dificuldades, é possível conseguir as coisas. Vale a pena sonhar. Com um longo caminho por percorrer, Carolina Figueira demonstra ser não apenas linda fisicamente, mas também uma jovem bem centrada e com objectivos claros. O seu talento e carisma auguram um futuro risonho. Estaremos perante uma nova Marlene de Andrade?

Marlene de Andrade soma e segue no cinema actriz Marlene de Andrade tornou-se numa das protagonistas de maior sucesso na Venezuela. O seu crescimento ao nível profissional foi notório e mostra disso é o seu último trabalho em televisão, mais especificamente na telenovela 'Y los declaro marido e mujer', onde a sua personagem, 'Elizabeth Zamora', conseguiu cativar o público. Actualmente, a luso-venezuelana, cujos pais são naturais da Madeira, destaca-se como protagonista do filme venezuelano 'Una abuela virgen', onde se explora a vida de 'Mónica', repórter fotográfica amante de Juan Pablo Rabba e neta de 'Antonieta' (Daniela Alvarado). A história de 'Mónica' é bastante peculiar, pois fica grávida e é obrigada a abortar pelo próprio pai da criança. Ao negar-se e depois de discutir duramente com ele, acontece uma tragédia que se torna numa das melhores tramas deste filme. "Estou muito contente e satisfeita com tudo o que me está a acontecer ao nível profissional, sinto que valeu a pena todos os sacrifícios e esforços que fiz para crescer como profissional das artes dramáticas", comentou Marlene, que não se cansa de preparar-se ao nível da representação. "Estou a ter aulas com Nelson Ortega há mais de oito anos e devo-lhe grande parte do meu crescimento no

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meio, pois foi um grande coach em todas as minhas personagens". Graças ao seu trabalho em 'Una abuela virgen', a actriz recebeu múltiplas propostas de diferentes cineastas venezuelanos para papéis noutras longas-metragens. "Estou a ler várias sinopses, há várias que me chamam muito a atenção e ainda não me decidi. O que posso assegurar é que muito em breve voltarão a ver-me no grande ecrã", garantiu a actriz.

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ampan rio

ma fre uesia em franco crescimen o De todas as freguesias da Ribeira Brava, o Campanário é aquela que possui mais condições de expansão. Daí a aposta em infra-estruturas viárias que está a ser levada a cabo em várias zonas overno Regional e Câmara Municipal da Ribeira Brava têm procurado fazer obras no Campanário a pensar no futuro. Exemplo disso são as novas redes viárias que estão ou vão ser construídas nesta freguesia. A ligação desde o centro do Campanário até à Zona Industrial da Ribeira Brava, obra da responsabilidade do Governo Regional, para além de ser uma via estruturante, vai permitir que todos os camiões e outro tráfego automóvel de cariz comercial, se processe em direcção a esta zona sem ter de passar pelo centro da freguesia, obtendo-se assim evidentes ganhos na qualidade de vida a nível pessoal e profissional das populações. Ao mesmo tempo, estão a ser construídas outras duas novas estradas, uma que vai ligar o Tranqual ao Massapês, e que fará com seja muito mais fácil às pessoas irem para o Funchal sem terem de se deslocar ao centro da freguesia; e também está a ser construída outra estrada na zona mais alta do Campanário, na zona das Voltas, que irá ligar à nova Zona Industrial da freguesia. São obras importantíssimas para a expansão do Campanário, considerada a freguesia da Ribeira Brava que tem as melhores condições de crescimento, furto dos muitos terrenos disponíveis. Mas tal só será possível com a construção de novas estradas como as que estão a ser executadas no terreno e as que seguirão nos próximos anos. Assim, estão em projecto mais duas novas estradas que vão ao encontro do objectivo de expansão urbanística da freguesia. Falamos da estrada que irá ligar a Igreja do Campanário ao Tranqual. E a estrada que irá ligar toda a zona da Pedra de Nossa Senhora, situada na zona mais oeste da freguesia, criando-se mais condições de crescimento também nesta área do concelho.

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Na zona alta vai ser construída uma estrada de ligação entre os Terreiros e a zona alta de Câmara de Lobos, permitindo outra saída/entrada pelas serras da freguesia em relação ao concelho vizinho, encurtando distâncias entre Campanário e Jardim da Serra. A Câmara Municipal da Ribeira Brava também está a instalar uma rede de saneamento básico em toda a freguesia do Campanário. Trata-se de uma obra importantíssima, como todos facilmen-

te podem depreender, pois é essencial para que a expansão urbanística da freguesia se faça com a qualidade de vida que se impõe nos tempos modernos. Por parte do Governo Regional houve nos últimos anos um grande esforço no sentido de dotar a freguesia com infra-estruturas que possibilitassem um melhor atendimento aos cidadãos. Exemplos disso são o novo Centro de Saúde do Campanário e a nova Escola do 2º Ciclo, obras que vieram facilitar

a vida de utentes do sistema regional de saúde e de estudantes, dado que deixaram de ter de se deslocar à Ribeira Brava para beneficiar destes serviços fundamentais para o desenvolvimento humano. A reconstrução das escolas do 1º ciclo da Igreja, do Lugar da Serra, da Corujeira, foram outros exemplos de obras igualmente importantes que permitiram à freguesia encarar um crescimento com qualidade e em quantidade.


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RIBEIRA BRAVA

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lÄê~ë é~ê~ ~ Åçåëíêìž ç Ç~ åçî~ ëÉÇÉ ëçÅá~ä Çç ÅäìÄÉ Ç~ ÑêÉÖìÉëá~ E~Ä~áñç Çç îá~ÇìíçF

Por arte do overno egional e da Câmara da i eira rava houve nos ltimos anos um grande esfor o no sentido de dotar a freguesia com infra estruturas

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a iden e na in a do ua oi ro o ado e o de a a en o de edra egundo o re u ado inai de doi in u ri o en iado ao anun iou o ini rio da ra ia ue ordenou u e an a en o na iona de i ua e de ri o

Simplex veio para ficar e prevê 235 novas medidas em 2007 Uma das bandeiras políticas do Governo de José Sócrates promete mais ‘obra’ depois de ter registado uma taxa de execução de 86,9% em 2006 Programa Simplex, uma das bandeiras políticas do Governo de José Sócrates, "veio para ficar" e prevê 235 medidas de simplificação administrativa este ano, depois de ter registado uma taxa de execução de 86,9% em 2006. Lançado a 27 de Março de 2006, no âmbito do Plano Tecnológico, o Programa de Simplificação Administrativa e Legislativa (Simplex) definiu como objectivo a concretização de 333 medidas no primeiro ano de execução, das quais 280 foram integralmente cumpridas, 15 foram parcialmente cumpridas, 36 não cumpridas e 2 canceladas. O documento único automóvel, a empresa na hora e o Cartão do Cidadão são algumas das medidas mais emblemáticas lançadas no ano passado, no âmbito do Simplex, apesar desta última chegar ao continente só em Julho. O primeiro-ministro, José Sócrates, disse em Janeiro que o programa de simplificação ad-

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ministrativa "afirmou uma linha política que veio para ficar", acrescentando que "deve ser um esforço continuado e persistente ao longo dos anos". "O Simplex foi um êxito porque contou com a adesão dos cidadãos e porque tínhamos uma Administração Públi-

documento nico automóvel, a em resa na hora e o Cartão do Cidadão são algumas das medidas lan adas no ano assado ca preparada para tal, o que faltava era apenas vontade política e assumir no discurso político que esta era uma linha prioritária", afirmou José Sócrates na cerimónia de apresentação do balanço do Simplex 2006 e do Simplex 2007. Sócrates sustentou que, passado um ano, a Administração

Pública está irreconhecível, "em muitos campos" e apontou como exemplo o Diário da República electrónico com acesso gratuito aos cidadãos. Esta medida permitiu uma poupança de 3 milhões de euros por ano nos custos finais de publicação e uma poupança anual de um milhão de euros nos custos de envio e comunicação dos actos para publicação. Tendo em conta que o programa de simplificação administrativa é uma tendência que "veio para ficar", o Governo prevê mais 235 medidas para este ano, 149 das quais mais direccionadas para os cidadãos. Entre as medidas previstas, destaque para a criação do balcão "Perdi a Carteira", onde vai ser possível requerer todos os documentos pessoais num único balcão, do balcão "Casa Pronta", que facilita o processo de compra e venda de casa, e a "Aposentação On-line", em que pode ser solicitada a reforma através do site da Caixa Geral de Aposentações.

José Sócrates lançou o Simplex a 27 de Março de 2006

Milhares acolhem D. Clemente Sé Catedral do Porto encheu receber o novo bispo da diocese ilhares de pessoas encheram domino a Sé Catedral do Porto, as naves laterais, os claustros e o pátio fronteiro, para assistir à entrada solene do novo bispo da diocese, D. Manuel Clemente. O templo ficou preenchido quase por completo pelos inúmeros convidados, pelo que muitos fiéis tiveram de esperar à porta, enquanto outros assistiram à cerimónia nos claustros e naves laterais, através de um circuito interno de televisão. A apresentação pública contou com a presença de todo o episcopado português, nomeadamente o presidente da Conferência Episcopal e arce-

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tem lo ficou reenchido uase or com leto elos in meros convidados, elo ue muitos fi is tiveram de es erar orta bispo de Braga, D. Jorge Ortiga, e o cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, bem como centenas de padres, cónegos, diáconos e seminaristas, e autoridades civis, militares e académicas.

Assistiram à cerimónia os presidentes das câmaras de Gaia, Luís Filipe Menezes, Gondomar, Valentim Loureiro, Felgueiras, Fátima Felgueiras, Marco de Canaveses, Manuel Moreira, Espinho, José Mota, e Arouca, José Artur Neves, e os reitores das universidades do Porto, Marques dos Santos, Fernando Pessoa, Salvato Trigo. A entrada solene foi precedida de um curto cortejo no pátio da Sé, a que se seguiu uma cerimónia eucarística, que incluiu a leitura da Carta Apostólica do Papa Bento XVI que nomeou D. Manuel Clemente bispo do Porto. A cerimónia terminou com uma sessão de cumprimentos dos participantes ao novo bispo.

A cerimónia terminou com uma sessão de cumprimentos dos participantes ao novo bispo.


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PORTUGAL

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O Ministério Público de Gondomar recorreu para o Tribunal da Relação do Porto da decisão do juiz de instrução de apenas levar a julgamento 24 dos 27 arguidos que havia acusado no processo Apito Dourado.

a aco con ida odos menos Soares Cavaco Silva convidou as 30 personalidades que considerou relevantes no processo de entrada de Portugal na UE debate promovido pelo Presidente da República, Cavaco Silva, sobre a adesão de Portugal à União Europeia decorreu sem a presença de jornalistas. A discussão suscitou polémica pelo facto de o nome de Mário Soares não constar da lista de convidados. Cavaco Silva convidou 30 personalidades que considerou relevantes no processo de entrada de Portugal para o clube dos mais ricos da Europa, mas os jornalistas foram mantidos longe do auditório do Palácio de Belém, sem poderem chegar à fala com nenhum dos convidados. O evento, que assinalava os 50 anos do Tratado de Roma, começou às 10 horas de segunda-feira e teve um intervalo para café e para a fotografia de Cavaco Silva com os convidados. No encontro, que terminou com

O

Breves

Dívidas de milhões a prescrever Os processos fiscais em risco de prescrever ascendem a milhões de euros, alertou o presidente do Supremo Tribunal Administrativo (STA), que acusou a Administração

um almoço, participaram os ex-ministros dos Negócios Estrangeiros desde o pedido de adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE),

encontro visou homenagear os funcion rios executivos ue criaram condi es ara uma oa adesão e o om desem enho ue se seguiu em 1977. Da lista constavam Carlos Corrêa Gago, Freitas do Amaral, André Gonçalves Pereira, Jaime Gama, Pedro Pires de Miranda, João de Deus

Fiscal de não ter capacidade de resolver litígios com os contribuintes. "Embora não haja valores precisos, dada ainda a incompleta informatização e tratamento dos dados estatísticos relevantes, sabese que os processos em risco de prescrição envolvem valores astronómicos, da ordem dos largos, muito largos mesmo, milhões de euros", disse Santos Serra numa entrevista ao Correio da Manhã. É a "gritante insuficiência de meios humanos e materiais" com que se confrontam os tribunais fiscais que está por detrás da muita demora no julgamento dos processos tributários.

Pinheiro, Martins da Cruz, Teresa Patrício Gouveia e António Monteiro. Além dos ministros e dos dois excomissários europeus Cardoso e Cunha e António Vitorino, participaram no encontro os antigos secretários de Estado responsáveis pelos assuntos europeus, os antigos representantes permanentes de Portugal na União Europeia e os responsáveis pelas negociações de adesão. O ex-Presidente Mário Soares o primeiro-ministro que subscreveu o pedido de adesão -, em 1977, não foi convidado. O Presidente justificou a ausência de Soares dizendo que o encontro visava "homenagear os funcionários executivos que criaram condições para uma boa adesão e o bom desempenho que se seguiu". "Foi o critério escolhido e acho que é muito, muito claro", afirmou.

O ex-Presidente Mário Soares - o primeiro-ministro que subscreveu o pedido de adesão -, em 1977, não foi convidado.

Ministro rejeita críticas O Ministro da Justiça, Alberto Costa, considerou um "absurdo" e uma "contradição" falar-se em governamentalização da segurança interna, salientando que é

responsabilidade do Governo legislar sobre segurança, prevenção e repressão da criminalidade. Alberto Costa falava no encerramento do V congresso da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (ASFIC/PJ) a propósito da futura lei sobre política criminal que estará em vigor de 01 de Setembro de 2007 até 2009. Segundo o ministro, a lei definirá os objectivos e as prioridades na prevenção e investigação dos crimes bem como as orientações sobre a criminalidade menos grave.


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sperar pelo es udo Marcelo aconselha Governo a esperar por estudo que está a ser elaborado sobre o futuro aeroporto da Ota arcelo Rebelo de Sousa aconselhou o Governo a aguardar pelo estudo encomendado por um grupo de empresários sobre o futuro aeroporto da Ota, sublinhando que aquele projecto não pode ser encarado como "uma questão pessoal". Em declarações aos jornalistas no final de uma conferência organizada pela Sociedade de História da Independência de Portugal, o ex-líder social-democrata defendeu que o executivo socialista deve "ponderar os prós e contras" da construção do novo Aeroporto Internacional de Lisboa na Ota e, nesse sentido, aguardar pelo estudo encomendado por empresários. "Não vejo porque não aguardar", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, adiantando que esse estudo, encomendado por "empresários", entre os quais o presidente da Confederação da Industria Portuguesa, Francisco Van Ze-

M

ller, "deverá estar concluído dentro de um mês e meio a dois meses". "Se fosse preciso esperar anos por esse estudo, eu ainda entendia, mas só são dois meses", acrescentou o professor universitário. Marcelo Rebelo de Sousa revelou ainda ter informações que esse estudo irá apontar para uma localização alternativa à Ota, "com vantagem na duração e na área de expansão", além de "um custo inferior". "O Governo deve esperar", insistiu Marcelo Rebelo de Sousa, salientando que um investimento desta importância deve ser "tratado com cabeça fria". "Não pode ser uma questão pessoal. Não pode ser vista em termos pessoais, é demasiado importante", sublinhou, numa crítica implícita ao ministro das Obras Públicas, Mário Lino, que disse já que a construção do novo aeroporto da Ota é um "compromisso pessoal".

Marcelo Rebelo de Sousa revelou ainda ter informações que esse estudo irá apontar para uma localização alternativa à Ota.

re os do in o do or o o su ir Os preços do Vinho do Porto deverão começar a subir, devido ao aumento da procura quando são impostos limites à produção, estimou à agência Lusa o director-adjunto da Symington Family Estates (SFE). Segundo Rupert Symington, a quota do benefício - quantidade de vinho do Porto autorizada pelo Governo a produzir - tem vindo a baixar progressivamente nos últimos cinco anos. "Vai haver um ponto em que, não havendo vinho e com as vendas a continuarem a subir, se chegará a uma procura brutal e consequente ruptura de ‘stock’", disse. A partir daqui, o responsável acredita que os preços pagos à lavoura vão começar a subir de uma forma gradual. "E é bom que subam de uma forma ligeira e organizada, porque uma subida rápida é sempre mau para o sector", considerou.

Breves

Postos com apenas 15 guardas AAssociação de Profissionais da Guarda (APG-GNR) insurgiu-se contra o Comando da GNR por pretender que os postos da corporação tenham um mínimo de "referência" de 15 elementos, defendendo que nunca deverão ter menos de 28

efectivos. Se os postos tiverem menos guardas, disse José Manageiro à agência Lusa, "não está garantido o policiamento de proximidade defendido pelo Governo" nem a promessa de instituir um horário de trabalho de sete horas diárias na corporação. O presidente da APG-GNR sustenta que "o que garante a segurança das populações é a visibilidade, a presença dos guardas, não os edifícios". Entre outras medidas, o Governo decidiu extinguir as brigadas territoriais, de Trânsito e Fiscal, criando grupos territoriais ajustados aos 18 distritos do Continente.

Airbus A-380 ‘esteve’ na Portela Um Airbus A-380, o maior avião de passageiros do Mundo, fez uma aproximação à pista do aeroporto internacional de Lisboa, na Portela. Um voo de aproximação é uma

passagem a baixa altitude pela zona da pista, sem nunca tocar no solo. Este modelo de avião tem dois pisos, 24 metros de altura - o que equivale a um prédio de oito andares - e uma envergadura de asa de 80 metros, quase tanto como o comprimento de um campo de futebol. O aparelho atinge uma velocidade superior a 1.000 km/hora e em algumas versões poderá transportar até 800 pessoas. Os voos servem para testar as condições de exploração comercial, assim como as manobras de estacionamento, manutenção e reabastecimento.

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mi ra o ou ra ez António de Abreu Xavier

Apesar da História nos dizer que a emigração é um fenómeno tão humano como qualquer outro, temos sempre de enfrentar barreiras ideológicas. A emigração é resultado da desproporção de recursos e população entre regiões. Os países que mostram um excedente de recursos atraem emigrantes. Agora, o problema para os governos é controlar a sua entrada de maneira a que não causem problemas de redistribuição

do bem-estar. A solução é equilibrar as regiões do Mundo. Mas isto é algo utópico, por certo: a geopolítica e o nacionalismo impedem a internacionalização do planeta. No entanto, investe-se em zonas onde há maiores problemas para evitar a expulsão de milhares de gente faminta e necessitada. Mas não é suficiente. Como consequência, os emigrantes continuaram a circular e tentam entrar naqueles países mais favorecidos até de forma ilegal, se necessário. Nos Estados Unidos, a situação dos emigrantes é bastante crítica. Sós os latino-americanos enviaram para os seus países mais de 45 milhões de dólares em remessas, em 2006. Este número representa 28 vezes a ajuda económica desse país para toda a região. As re-

messas são motivo de fortes críticas por parte dos políticos mais nacionalistas de Washington, que pretendem deportar quase 12 milhões de ilegais. A situação não é nova e até parece cíclica. Não vamos muito longe: a comunidade portuguesa na Venezuela viveu tempos semelhantes entre 1945 e 1950 quando, junto com outros europeus, foram acusados de desfalcar o país sob o pretexto de enviar dinheiro para as suas famílias. Até um artigo saído na imprensa indicava que os emigrantes europeus tinham grandes casas no seu país de origem. Em 1948, a intolerância chegou a um ponto que fez com que muitos regressassem aos seus países. A pouca ajuda internacional que chegou a Portugal foi graças à reconstru-

ção da Europa, mas isto era insuficiente e os portugueses continuavam a emigrar, desta vez com destino aos países vizinhos, especialmente a França. O tempo enganou os políticos venezuelanos de 1948, pois quando a Venezuela passou pela primeira desvalorização na etapa democrática, esses políticos não deram o braço a torcer mas chamaram intermediários para pedir aos emigrantes que apoiassem a banca nacional com as suas poupanças. E eles fizeram-no. A pergunta é: até quando os governos verão apenas as remessas e não o que os emigrantes produzem? Quanto produzem os emigrantes latino-americanos nos EUA para poderem fazer 45 milhões de dólares em remessas? Há algum matemático por aí...?

mpondo limi es Antonio López Villegas

PRIMEIRA PARTE A dura realidade que se desenvolve nos países latino-americanos só é ultrapassada pela certeza de que na Venezuela, mais uma vez, encabeçamos os números dos males indesejáveis. Ou seja, estamos à frente no que alguns peritos chamam de 'O síndrome do mal da adolescência', mas a dobrar. Destapou-se mais uma panela dos vícios vividos num país cujas feias realidades na verdade não têm limites de nenhuma natureza. Ouvi quase diariamente, na comunicação social, que a Venezuela encabeça a lista dos países da Améri-

ca Latina no que diz respeito às gravidezes não desejadas em adolescentes. A esta notícia, que viaja através do mundo, junta-se outra, referente à pornografia infantil de estudantes do liceu, e ambas, quem sabe, fazem da Venezuela possuidora de mais um recorde. Os princípios e valores que outrora reinavam na adolescência já não existem nem se vêem em parte nenhuma. Quem sabe se deva ao facto de os pais e outras figuras de autoridade delegaram a responsabilidade de inculcar-lhes esses valores. A quem delegaram? É uma pergunta que me faço ultimamente porque esta realidade não é nada nova no nosso país, mas só agora 'brilha' mais devido ao escândalo dos vídeos pornográficos que foram gravados e descobertos em escolas e liceus. Ou pode ser uma conduta estimulada também pelas letras das canções da moda que encheram a rua, as ondas hertzianas e os lugares onde vão os adoles-

centes, do ritmo do reggaetón, como por exemplo: '… dale por esse c…' ou quem sabe por ter permitido que os nossos filhos aprendam desde cedo a dançar a salsa erótica e o ritmo do 'Perreo', ou levar as meninas a concursos de moda de fatos-debanho em tenra idade. Será que alguém desfruta do facto de ver uma criança de uns 4 ou 5 anos com a boca pintada e com pouca roupa a menear de forma cadenciada as ancas ao ritmo de canções que digam algo como 'esa nena quiere que le den duro!' ou 'tengo un dedito pa' tu c…ito'? Ou a produção de alguns programas decadentes de televisão. E também levar os nossos filhos a essas festas de adolescentes e deixá-los ali na porta para passar a recolhê-los 6,7 ou 8 horas depois, sem saber o que fizeram durante esse tempo. Penso que não é uma questão de moralismo. Enfim, creio que delegámos muita da nossa responsabilidade, esquecendo que esta não se delega. E

agora escandalizamo-nos porque descobrimos uma rede de pornografia infantil ligada a estudantes de liceu. Será que o culpado não é a mesma sociedade estonteada e letárgica em que estamos submergidos, com valores decadentes que muitos, na sua febre de adulação ou de servilismo para não perder os espaços ganhos, enaltecem e muito poucos ou quase ninguém critica? Quem sabe isto que está a acontecer seja apenas a ponta do iceberg, porque por debaixo há uma abundante e extensa massa humana informe, carente de valores, princípios e de ética, que está a corroer a sociedade, e é provável que as pessoas esqueçam os factos vergonhosos que sacudiram o nosso país. Se não somos capazes de comentá-los diariamente, ou pelo menos semanalmente, através dos meios de comunicação social, somos cúmplices do esquecimento porque é como se calássemos e quem cala consente.

o re in o an e e ado

Jesús Ignacio Pérez-Perazzo De vinhos portugueses. Acada dia que passa, o vinho apresenta-se como um produto grandioso da terra e do trabalho dos homens, com características específicas e exigindo um serviço altamente personalizado por parte dos produtores, bodegas e exportadores. É muito frequente observar a preocupação em identificar qual a combinação entre vinhos e gastronomia mais acertada para os nossos sentidos; e os grandes artífices da cozinha esmeram-se para oferecer sugestões e recomendações. Pois bem: Nesta apurada carreira de competição, Portugal oferece-nos perspectivas e soluções verdadeiramente surpreendentes e satisfatórias. Começarei por apresentar-lhes alguns exemplares curiosos e pouco difundidos entre nós, como o Don Martinho, rosé; este peculiar produto alentejano da Quinta do Carmo tem uma bonita cor, um aroma frutado e com uma frescura tal que aqui na Venezuela nos ajudaria a esquecer rapidamente os calorosos dias dos meses que aí vêm. Podemos dar também magníficas referências acerca do vinho branco da região alentejana conhecido com pelo apelativo nome de Marquês de Borba. Desta vez é a casa Ramos a responsável por oferecer-nos um branco que possui uma frescura e ligeireza que lhe deu prestígio dentro e fora da sua região. Estes vinhos devem beber-se depois de refrescá-los a cerca de 10 a 12 graus e os vinhos verdes e espumantes devem ser deixados a esfriar a uma temperatura um pouco mais baixa, entre os 6 e os 8 graus. Aqui posso recomendar o conhecido espumante brut (seco), conhecido pelo nome Vértice, produzido pelas Caves Transmontanas e obtido como resultado da utilização do método clássico e tradicional dos champanhes, das melhores castas portuguesas, cultivadas nas costas frescas e elevadas do Alto Douro. Possui uma cor levemente dourada, com tendência ao rosado, que se deve à utilização de uvas tintas, que lhe proporcionam um aroma vivo e delicadamente frutado. Outro que é brutalmente recomendado e produzido a partir da casta conhecida como Maria Gomes é o Luís Pato; este espumante vai conquistá-lo pela sua ligeireza, frescura e fragrância de frutas. Para encerrar esta nota, quero referir e também recomendar o interessante vinho verde Grinalda, da Quinta da Aveleda. Trata-se de uma harmoniosa comunhão de castas ou cepas: o loureiro e a trajadura, que lhe conferem um aroma limpo, elegante, delicado e persistente. É um vinho muito equilibrado e perfumado que, estou seguro, os vai surpreender. Finalmente, sugiro-lhes degustar o Prova Régia de Arinto, que é um Bucelas muito frutado e com magnífico aroma; grande equilíbrio natural entre o álcool e a acidez, com boa composição e verdadeiramente refrescante. Saúde e bom proveito.


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CARTAS A história repete-se Sou venezuelana e a minha única relação com Portugal e com os portugueses foi através de um excolega do colégio. De facto, já lá vão muitos anos. Era um tempo em que ser português não era o que é na actualidade. Impressões pontuais que quanto a mim nunca nem nada tiveram a ver com a minha relação com essa família portuguesa, que admiro muito. Tenho 37 anos de idade e só há bem pouco tempo tive a oportunidade de conhecer Portugal e a ilha da Madeira. Encontrei muitos venezuelanos a trabalhar nos restaurantes e no hotel onde me hospedei por um período de uma semana. Onde íamos, encontrávamos alguém da Venezuela. Por incrível que pareça, e para minha surpresa, e dos meus pais, todos falam em

Falhas de memória

voltar, pensam no regresso e falam maravilhas do nosso país.A história repete-se, dizia o meu pai, e contava que nos anos 60, também Caracas estava cheia de empregados de mesa portugueses. Agora encontramos em Portugal empregados de mesa venezuelanos. Quem diria? Conheci o vosso jornal através de um dos empregados do hotel. Deixem-me expressar os mais sinceros parabéns. Prova de que têm uma comunidade organizada e bem integrada na nossa sociedade. Não conhecia Portugal nem a ilha da Madeira, e o que ainda não percebi muito bem é porquê que, com uma terra tão linda, gostam tanto da Venezuela como eu. Marlene Perez

Leitura obrigatória Atodos os que trabalham no vosso jornal, os meus parabéns pelo magnífico trabalho que estão a fazer a favor da comunidade na Venezuela e de todos os portugueses espalhados pelo Mundo, incluindo os que residem em Portugal. Sou uma pessoa sem habilitações literárias, mas com profundo interesse na cultura geral. Gosto do vosso jornal e acho que deveria ser de leitura obrigatória para todos os portugueses na Venezuela, sobretudo pelo

Escrevo porque estou indignado com os jornalistas e com os políticos da oposição em Portugal. Arazão é simples e devia toca-nos a todos, já que tem a ver com a emigração e como tal "quem não sente, não é filho de boa gente" e isto tem a ver com um programa de opinião que vi na RTP Internacional onde o debate era precisamente a emigração.

Notei que um funcionário político em exercício disse aos presentes que não se esquecessem que Portugal também tem mais de 4,5 milhões de Portugueses no mundo e que são considerados nos seus países de acolhimento sem nenhum tipo de discriminação. Achei interessante a sua posição, sobre a qual estou

totalmente de acordo, e também gostaria que alguém dissesse que normalmente quem não está de acordo com os emigrantes trabalhadores são aqueles que não gostam de trabalhar, que fazem greve por tudo e por nada, e como tal sentem-se ameaçados. Rui Cabrita Ferreira

Aprender um pouco Sou venezuelana casada com venezuelano filho de pais Portugueses. Escrevo para o Correio para transmitir àquelas pessoas que, como eu, são ignorantes a respeito da terra dos pais e dos avós: A Madeira. Visitei pela primeira vez esta linda ilha no mês de Maio,

embora seja casada com um português há mais de 8 anos. No entanto, o meu assombro, e no fundo a inspiração, para esta carta foi tudo o que ali encontrei desde as ruas, os hotéis, as obras, o povo, a limpeza, a disciplina, etc. Acho que nós os venezuelanos devíamos

aprender um pouco com quem ajudou a mudar a ilha da Madeira. Por exemplo porque não a construção da ponte para o aeroporto. Vi naquela ilha tantas e tantas pontes que fiquei assombrada. Lourdes F. Quintal

conteúdo cultural que o mesmo expressa. Outro dos pontos importantes do vosso jornal é o facto de levantarem a auto-estima dos portugueses na sua cultura e na arte. Sugiro que seja lido pelos mais jovens. Atodos, os meus mais sinceros parabéns. Convido-os a todos a lerem a página de cultura, sobretudo os mais jovens da comunidade portuguesa. Manuel Lúcio

INQUÉRITO: O CORREIO CHEGOU À EDIÇÃO N.º 200. NA SUA OPINIÃO, QUAIS SÃO OS PONTOS POSITIVOS E QUAIS OS PONTOS FRACOS DO SEMANÁRIO?

Edgar Barreto gçêå~äáëí~

É o único meio de comunicação na Venezuela que apoia e traz notícias sobre a comunidade portuguesa no país. Por isso, considero que deveria ter maior promoção e publicidade ao longo do território nacional, para que possa ser mais conhecido no interior da Venezuela.

Jenny de Freitas gçêå~äáëí~

Este é um semanário onde as notícias são escritas de maneira muito positiva e isso gera paz e esperança. Para além disso, a edição 200 é um número importante que denota que há constância. Por outro lado, recomendaria que o jornal chegasse a toda a comunidade portuguesa e se pudessem que o enviassem até ao último cantinho da Venezuela e também de Portugal.

Vanessa Reitor gçêå~äáëí~

O Correio de Venezuela é um jornal de grande trajectória que faz com que todos os luso-descendentes se sintam um pouco mais unidos às suas raízes. Admiro o grande trabalho que realizam, levado pela mão de um grande profissionalismo e virtude jornalística. São um exemplo a seguir e um orgulho para toda a família portuguesa residente neste belo país.

Fátima Soares gçêå~äáëí~

O jornal é bom, tem a ver com a comunidade, as notícias são oportunas e dão boa informação. Para melhorar, teriam que ter uma melhor distribuição para que assim se possa conseguir mais sítios onde ler o semanário. Também teriam que actualizar a página da internet mais frequentemente.


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Grey Goose na Venezuela Bacardi Venezuela, C.A. introduz no mercado venezuelano a Vodka Grey Goose, oferecendo aos amantes da vodka uma experiência carregada de luxo e glamour. AGrey Goose encontra-se disponível nos melhores hotéis, restaurantes, bares e discotecas da Grande Caracas. As noites caraquenhas estão agora fascinadas com o impacto desta vodka, a qual é destilada cinco vezes, tem um ligeiro sabor a especiarias, possui uma forte personalidade e um grande prestígio mundial que a faz destacar dentro da categoria Super Premium de vodkas.

Fontana presente na Makro Extravaganza 2007

Corrige a profundidade das rugas dia-a-dia

A empresa que comercializa frango, a Fontana, participou na feira gastronómica Makro Extravaganza 2007, que decorreu nos dias 21 e 22 de Março no hotel Eurobuilding. A Makro Extravaganza destinase a dar conta do posicionamento da empresa dentro do mercado nacional com diferentes produtos. Com a participação de 70 provedores venezuelanos, a Fontana destacou-se

AL´Oréal París criou o Rellenador Colágeno de Decontract´ Arrugas, uma nova geração de produtos anti-rugas que actua na superfície do rosto desde o seu interior. Atecnologia revolucionária do Rellenador Colágeno combate as rugas faciais em três níveis: protege o rosto no dia-a-dia, evita os famosos 'pés de galinha' e faz desaparecer as bolsas do rosto. O produto é feito à base de silicone e contém também biosferas de colagéneo e proglycan, o qual produz o efeito de

com dois espectáculos de cozinha ao vivo denominados 'Fontana Poultry Parking', com o chefe Eduardo Blanco, onde a empresa deu a conhecer a qualidade dos seus produtos.

Máxima capacidade para negócios bem sucedidos ARenault Venezuela traz inovação ao mercado com o lançamento da Kangoo Express. Este é um veículo que conjuga um grande espaço interior, segurança e bom desempenho a um preço altamente competitivo. A Renault Kangoo Express é uma

e

oficina móvel que se adapta às necessidades de grandes, médias e pequenas empresas. Tem um design compacto que permite uma deslocação fácil na cidade, com uma carga útil de 800 quilos. Para dar máxima capacidade aos negócios bem sucedidos.

Melhor empresa para trabalhar

A Cestaticket Accor Services foi classificada como uma das 10 melhores empresas para trabalhar na Venezuela, segundo o

ranking elaborado pelo Great Places to Work Institute. O Great Places To Work Institute, organização internacional que

vre

Segunda temporada de 'Charlie y Lola' Charlie e a sua irmãzinha Lola continuam com os novos episódios que estreiam todas as quintas-feiras, às 11 da manhã, em Discovery Kids. Da mesma forma que na primeira temporada, as diferentes histórias giram em torno da relação que estes dois irmãos mantêm com os seus amigos. Para além dos novos episódios todas as quintas de manhã, as repetições dos capítulos da primeira temporada continuarão a ser emitidos às segundas, terças e quartas, pelas 11 da manhã, e aos sábados e domingos, pelas sete e meia.

rejuvenescimento. O produto pode ser usado tanto de dia como de noite.

avalia os diferentes ambientes laborais em redor do mundo, tornou pública a segunda medição de empresas realizada na Venezuela, anunciando, assim, a Cestaticket Accor Services como uma das 10 empresas consideradas das melhores onde trabalhar.

María Amelia da Rocha

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Rescate Vuelo 29 aterra no Boomerang

Los Paranoias lançam 2.º single promocional

Os passageiros do voo 29 dirigiamse a um passeio ecológico na Micronesia quando depararam com uma tempestade que os deixou abandonados numa ilha situada a sul do Pacífico. Uma série que conta a história de 10 estudantes de Los Angeles que são abandonados muito longe de casa e têm que aprender a sobreviver num mundo sem regras longe das comodidades do lar. Poderás ver a série aos sábados pelas oito da noite, e às sete horas de domingo, exclusivamente no Boomerang. Também os amantes da aventura, de toda a Venezuela, poderão ganhar uma viagem com três acompanhantes a um paraíso tropical. Para mais informação, visite o site www.boomerangla.com.

Depois do êxito do lançamento do seu segundo disco, a banda de Caracas de rock pop Los Paranoias lança o segundo disco promocional da produção 'Hey! Dónde están Los Paranoias?', o tema tem por nome 'De este lugar' e já pode ser ouvido a nível nacional em emissoras e programas de rádio especializados. 'De este lugar' é o single que se encarrega de abrir este segundo trabalho de Los Paranoias, produzido por Luis Irán, cantor e guitarrista da banda, e que foi gravado por Rafael Cadavieco com mistura de Iván Higa e mastering final de Michael Fuller.

10 obras Bitridimensionais O Centro Cultural Corp Group apresenta Extrapictórico, a mais recente mostra de 10 artistas venezuelanos "que expandem o meramente bidimensional, estendendo as suas propostas criadoras a uma terceira dimensão", segundo assinala o curador e responsável pela exposição, Miguel Miguel. Extrapictórico / 10 obras bitridimensionais poderá ser apreciada até finais do mês de Maio, de terça a domingo, no horário compreendido entre as 11:00 da manhã e as 5 da tarde. Entrada livre.

Harmonia e exclusividade ACasa Club TV, o canal dedicado exclusivamente ao lar, cozinha e estilo de vida, estreou em exclusivo Ready, Set, Change!, um programa que converte qualquer recanto da casa, pátio, estacionamento ou oficina em diversos sets de séries favoritas da TV. Este novo show, conduzido por Rosanna Tavares, é transmitido todos os sábados e domingos à uma da tarde. O programa oferece aos fanáticos da TV a transformação de qualquer espaço nos espectaculares ambientes em que vivem as personagens dos seus programas televisivos favoritos, tais como O sexo e cidade, Donas de casa desesperadas, The O. C , Nip/Tuck, Boston Legal, Alias, Survivor, entre muitas outras.


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re os do in o do or o o su ir Aumento da procura ditará subida de preço devido aos limites impostos à produção s preços do Vinho do Porto deverão começar a subir, devido ao aumento da procura quando são impostos limites à produção, estimou à agência Lusa o director-adjunto da Symington Family Estates (SFE). Segundo Rupert Symington, a quota do benefício - quantidade de vinho do Porto autorizada pelo Governo a produzir tem vindo a baixar progressivamente nos últimos cinco anos. "Vai haver um ponto em que, não havendo vinho e com as vendas a continuarem a subir, se chegará a uma procura brutal e consequente ruptura de 'stock'", disse. A partir daqui, o responsável acredita que os preços pagos à lavoura vão começar a subir de uma forma gradual. "E é bom que subam de uma forma ligeira e organizada, porque uma subida rápida é sempre mau para o sector", considerou. Para o responsável, o sector está com uma responsabilidade financeira "bastante grande", porque é obrigado a ter, para cada caixa vendida, três caixas reservadas no início do ano, para "dar capacidade de venda perante o Instituto de Vinhos do Porto". "Isto implica que há muitas empresas que não podem não vender, não podem arriscar perder um contrato grande e então têm de baixar o preço", disse. "Esta tendência tem encolhido muito a

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margem dos preços nos últimos anos. Os preços médios de exportação andam à volta de dois euros por garrafa, o que era uma coisa impensável há uns anos atrás", referiu. Gera-se, depois, na opinião de Rupert Symington, um "ciclo vicioso" cuja tendência precisa de ser invertida. Com a pressão do negócio no estrangeiro, continuou, os exportadores têm vindo a reduzir as suas margens, mas há sempre uma parte da descida de preços da exportação que é passada para o agricultor do Douro. "Isto provoca uma situação na região lamentável e os agricultores estão com imensos problemas em pagar os seus custos fixos da lavoura", frisou. O preço que é oferecido pelas uvas "quase não compensa o trabalho que o agricultor tem a tratar da vinha" e, então, os agricultores acabam por ter outros negócios. "O mercado e os nossos clientes são cada vez mais fortes e o sector precisa de coragem para resistir a esta pressão. Mas entre os exportadores há muita desconfiança, o que provoca atitudes agressivas por parte dos concorrentes", considerou. Para isso, defendeu, é necessário uma reforma "séria" no sector que reduza o número de trabalhadores com direito de produzir cubas de Vinho do Porto de baixa qualidade.

"É preciso fazer qualquer coisa para forçar o agricultor de má qualidade a deixar de produzir, tal como se faz com outros produtos, como o centeio e as batatas", sublinhou. A proposta de Rupert Symington é, então, a de "arranjar maneira de pagar bem ao agricultor que tem uva de baixa qualidade para deixar de ter direito a produzir vinho do Porto". Assim, explicou, um agricultor com uma quinta de letra A (qualidade de vinhas superior), que não tem direito a produzir

mais, poderia comprar, por exemplo por leilão, o benefício daquele agricultor para se produzir vinho de qualidade melhor. "É uma coisa relativamente fácil de fazer", afirma. Há um problema estrutural do Douro, a partir do momento em que a região demarcada produz 20 milhões de caixas de 9 litros de mosto e só tem autorização para cerca de 8 milhões de caixas. "A região do Douro é, assim, por um lado, uma das mais caras a produzir vinho, e a garrafa é, depois, vendida a um preço médio muito baixo", constatou.


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Tap premeia agentes Num evento que decorreu terça-feira à noite nas instalações do Centro Português, em Caracas, e que contou com a presença do embaixador português na Venezuela, a Tap premiou os agentes de viagens e de transporte de carga aérea que mais se destacaram na sua actividade nos últimos dois anos. A "cerimónia" de reconhe-

Breves

TAP apresenta novos uniformes Culminando o vasto programa da sua Nova Imagem Institucional, TAP promoveu a apresentação dos seus Novos Uniformes. Com design dos estilistas portugueses de prestígio internacional Manuel Alves e José Manuel Gonçalves, este novo uniforme passará, a partir de 2007, a vestir os profissionais da linha da frente da Empresa. Com vista à renovação dos uniformes da Empresa, foi lançado um concurso de criatividade. ATAP convidou os designers portugueses presentes nas últimas edições da Moda Lisboa e do Portugal Fashion a participar, tendo 29 criadores manifestado o seu interesse. Há 37 anos que os uniformes da Empresa não eram assinados por criadores nacionais. Modernos bonitos confortáveis e funcionais No momento em que são apresentados os Novos Uniformes, Fernando Pinto, AdministradorDelegado da Empresa, salienta: "Continuamos a trabalhar para tornar a TAP na melhor empresa para viajar e investir, mas nunca esquecemos que ela também deve ser a melhor para se trabalhar. Por isso, além de os Novos Uniformes serem mais modernos e bonitos, foi factor determinante o nível de conforto e funcionalidade que eles conferem aos utilizadores." Adupla de designers Manuel Alves & José Manuel Gonçalves caracterizou a nova farda como "muito fashion" em termos visuais e flexível, salientando a propósito, "o conceito a desenvolver (devia) despertar a criatividade. Isto é, não dar a ideia de uniformização, mas de vestuário de trabalho flexível".

cimento pelo bom desempenho profissional dos vários agentes durante os anos de 2005 e 2006 contou com a presença de Pedro Pinto, director da Tap em Caracas. O responsável destacou o papel dos seus clientes directos e agradeceu a preferência demonstrada pela empresa que dirige na Venezuela. Por seu turno, o embaixa-

dor de Portugal na Venezuela, João Caetano, destacou o papel primordial da transportadora aérea nacional e prometeu empenho das autoridades no sentido de ser afectado mais investimento na promoção de Portugal junto dos venezuelanos. Portugal é um país visitado anualmente por mais de 13 milhões de pessoas e, lembrou, que

a estratégia do actual governo passa por duplicar esses números. Para tal, acrescentou, "contamos com a Tap, até porque é a empresa estratégica de Portugal". O evento serviu assim para premiar os agentes de viagens que mais trabalharam com a TAP na Venezuela, assim como os agentes de carga de transporte aéreo.


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Torneio de Rizzi foi um êxito António Carlos da Silva F. ~ñÉÇêÉò~Çç]Öã~áäKÅçã

primeiro Torneio Nacional da Fundação Talentos Franco Rizzi e suas Estrelas, que se disputou a 24 e 25 últimos nas belas instalações do Country Club de Maracay, foi um êxito, como se pôde constatar por entre a grande confusão que foi a reunião de crianças e pais oriundos de todos os cantos do país, para participar numa jornada de celebração futebolística. A primeira edição deste Torneio de Futebol Sete foi disputada por oito selecções, que reuniam os melhores talentos observados ao longo dos diferentes estágios organizados pela Fundação durante o ano passado. Cerca de 300 crianças provenientes de Valera, Mérida, Barquisimeto, Valência, Caracas (duas equipas), Puerto Ordaz e a formação local de Maracay, estiveram em competição durante a jornada. Com uma organização que esteve atenta a detalhes tão importantes como a hidratação, alimentação e segurança de todos os participantes, três campos acolheram os jogos que de disputaram ao mesmo tempo desde a uma hora da tarde de sábado, para deleite das centenas de pes-

O

soas que vibraram com as incidências destes duelos entre craques do futuro. As premissas foram dadas pelo ex-jogador da 'Vinotinto', Franco Rizzi, que pediu aos presentes "jogo limpo de modo a se dignificar o espectáculo". A primeira jornada serviu como uma eliminatória, na qual cada uma das equipas das três diferentes categorias, disputou três jogos de 35 minutos para decidir os classificados para a semifinal. O nível das crianças surpreendeu e demonstrou mais uma vez o facto de que nestas categorias de base a qualidade do futebol venezuelano não fica nada atrás dos seus pares sulamericanos. A final da categoria sub-17 foi disputada entre as equipas de Caracas 1 (amarelo) e os locais de Maracay, num encontro onde os da capital derrotaram os aragueños por um contundente marcador de três golos a zero, sendo a final mas desequilibrada das várias disputadas. Tanto na categoria de sub-12 como a categoria de sub-10, apenas de encontraram os respectivos campeões através do desempate por grandes penalidades. Na segunda final do dia, a formação da Academia Emeritense, que vinha em representação da cidade de Mérida, levou o troféu ao sair airosa do "derby an-

erca de

crian as estiveram em competi

o durante a ornada.

dino" que os colocou frente à equipa de Trujillo. Os de Valera eram superados em estatura e poder físico pelos merideños, mas elegantemente ofereceram uma férrea oposição e conseguiram levar o desafio às grandes penalidades. Ambas equipas foram fiéis ao jogo típico da escola andina, essa de bom toque e trato requintado da bola. Na prova rainha da jornada, trujillanos e aragueños mediram forças na sub-10, num encontro emocionante que apenas

conheceu um vencedor após a marcação da 7ª grande penalidade. O tiro silenciou os adeptos locais e significou um prémio para os de Valera, que chegaram com muita humildade e colocaram duas formações nas finais. Treinadores, jogadores e público em general ficaram com mais “fome” de futebol, pelos que os organizadores de Talentos Franco Rizzi e suas Estrelas já planeiam a organização de um segundo torneio no final de ano.


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uia mas

ortugal alcançou, sexta-feira, uma vitória fácil frente à Eslováquia (2-0), em jogo de preparação para o Europeu de sub-21 de 2007 - um encontro disputado na Amadora e marcado por quatro estreias com a camisola das "quinas". Mas não teve argumentos, na terça-feira seguinte para ultrapassar a Sérvia, no último encontro particular antes da divulgação da lista dos convocados para a fase final do Europeu da categoria. No primeiro jogo, realizado no Estádio José Gomes, e com o seleccionador Luiz Felipe Scolari na bancada, golos Vaz Té (05 minutos) e Miguel Veloso (56) garantiram um triunfo merecido, frente a uma frágil Eslováquia, numa partida em que José Couceiro aproveitou para experimentar todos o jogadores convocados, promovendo as estreias de André Marques, Mano, Tiago

P

Gomes e João Coimbra. Depois desta vitória, Portugal parte para a Sérvia, onde terça-feira enfrenta a selecção local, em Novi Sad, naquela que será a última partida particular antes do estágio de preparação para o Euro2007. Na Holanda (10 a 23 Junho), Portugal vai estar na fase final do Campeonato da Europa pela quarta vez consecutiva e pode garantir o apuramento para os Jogos Olímpicos de 2008. Sem quatro dos habituais titulares (Hugo Almeida, João Moutinho, Nani e Manuel da Costa), todos ao serviço da selecção principal, Couceiro apostou no estreante André Marques para o "onze" inicial, no lado esquerdo da defesa, com Miguel Veloso no meiocampo, e Ricardo Vaz Té e Yannick na frente de ataque, apoiados por Varela. Numa entrada de "leão", Portugal pôs-se em vantagem


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s desiludem na S r ia logo aos cinco minutos, por Ricardo Vaz Té, que aproveitou da melhor forma algum desnorte da defesa eslovaca, depois de uma canto marcado na direita por Paulo Machado. Na frente do marcador, a selecção lusa tomou as rédeas do encontro mas só conseguiu criar algum perigo junto da baliza de Kamenar através de remates de longa distância, com Manuel Fernandes, aos 18 minutos, a atirar à figura do guardião eslovaco. À passagem da meia-hora, a Eslováquia acordou e quase que chegava ao empate, depois um bom cabeacemento do médio Kucka à barra da baliza de Paulo Ribeiro. A partir desse lance, a equipa de leste partiu para cima da área portuguesa e, perto do intervalo, incomodou novamente o guarda- redes do FC Porto, através de um livre

directo do lateral esquerdo Maslo, com Paulo Ribeiro a responder com uma boa defesa. Na segunda parte, Portugal regressou dos balneários com cinco alterações (destaque para o estreante Mano) e esteve logo perto de dilatar o marcador, quando o recém entrado João Moreira disparou uma bomba à entrada à área, com a bola a raspar a barra de Kamenar. Depois da ameaça do avançado do Valência, aos 56 minutos, o médio Miguel Veloso, um dos melhores em campo, disparou bem colocado à entrada da área eslovaca e "ofereceu" o segundo tento aos lusos. Após o golo do jogador do Sporting, Portugal limitou-se a controlar a partida, com destaque apenas para um cabeceamento de Rolando, já perto do final, por cima da tbaliza da equipa de Leste.

2 erro a no es e s r io A selecção portuguesa de futebol de sub-21 perdeu por 2-0 com a Sérvia, na terça-feira, em Novi Sad, no último encontro particular antes da divulgação da lista dos convocados para a fase final do Europeu da categoria. Zoran Tosic, aos 18 minutos, e Dejan Milovanovic, aos 68, apontaram os tentos do conjunto sérvio, que vingou, assim, o desaire sofrido na Figueira da Foz: a 14 de Novembro de 2006, Portugal venceu por 3-0, com um "bis" de Hugo Almeida e um tento de Ricardo Vaz Tê. O Europeu de sub-21, que qualifica cinco selecções para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, realiza-se na Holanda, entre 10 e 23 de Junho, com Portugal a jogar na primeira fase com a Bélgica, a selecção anfitriã e detentora do título e Israel.


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desiludem na S r ia logo aos cinco minutos, por Ricardo Vaz Té, que aproveitou da melhor forma algum desnorte da defesa eslovaca, depois de uma canto marcado na direita por Paulo Machado. Na frente do marcador, a selecção lusa tomou as rédeas do encontro mas só conseguiu criar algum perigo junto da baliza de Kamenar através de remates de longa distância, com Manuel Fernandes, aos 18 minutos, a atirar à figura do guardião eslovaco. À passagem da meia-hora, a Eslováquia acordou e quase que chegava ao empate, depois um bom cabeacemento do médio Kucka à barra da baliza de Paulo Ribeiro. A partir desse lance, a equipa de leste partiu para cima da área portuguesa e, perto do intervalo, incomodou novamente o guarda- redes do FC Porto, através de um livre

directo do lateral esquerdo Maslo, com Paulo Ribeiro a responder com uma boa defesa. Na segunda parte, Portugal regressou dos balneários com cinco alterações (destaque para o estreante Mano) e esteve logo perto de dilatar o marcador, quando o recém entrado João Moreira disparou uma bomba à entrada à área, com a bola a raspar a barra de Kamenar. Depois da ameaça do avançado do Valência, aos 56 minutos, o médio Miguel Veloso, um dos melhores em campo, disparou bem colocado à entrada da área eslovaca e "ofereceu" o segundo tento aos lusos. Após o golo do jogador do Sporting, Portugal limitou-se a controlar a partida, com destaque apenas para um cabeceamento de Rolando, já perto do final, por cima da tbaliza da equipa de Leste.

2 erro a no es e s r io A selecção portuguesa de futebol de sub-21 perdeu por 2-0 com a Sérvia, na terça-feira, em Novi Sad, no último encontro particular antes da divulgação da lista dos convocados para a fase final do Europeu da categoria. Zoran Tosic, aos 18 minutos, e Dejan Milovanovic, aos 68, apontaram os tentos do conjunto sérvio, que vingou, assim, o desaire sofrido na Figueira da Foz: a 14 de Novembro de 2006, Portugal venceu por 3-0, com um "bis" de Hugo Almeida e um tento de Ricardo Vaz Tê. O Europeu de sub-21, que qualifica cinco selecções para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, realiza-se na Holanda, entre 10 e 23 de Junho, com Portugal a jogar na primeira fase com a Bélgica, a selecção anfitriã e detentora do título e Israel.


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edo de an ar na S r ia ap s er esma ado a l ica ortugal colocou-se cedo na frente, por Tiago, dispôs de inúmeros lances de perigo, mas acabou por facilitar o empate antes do intervalo. A selecção das "quinas" segurou, assim, o 2º lugar, com 12 pontos em 7 partidas, menos 6 que a líder Polónia, com mais um jogo. Os homens de Javier Clemente mostraram cedo que queriam liderar o jogo e ganhar, mas tiveram de lidar com um golo madrugador de Portugal, que a partir daí explanou com confiança o seu temível contra-ataque. Os sérvios reagiram bem e empataram perto do intervalo, mas foram os homens de Luiz Felipe Scolari quem gozaram das melhores ocasiões para facturar. Os sérvios sofreram um duro golpe logo aos quatro minutos, quando Portugal se adiantou no marcador com um golo de belo efeito de Tiago. Simão conduziu pela esquerda, deixou para Nuno Gomes que serviu o médio do Olympique Lyonnais. Este, de fora da área, rematou, com a bola a passar por cima do guardião da Sérvia, Vladimir Stojkovic. Um tento que baralhou momentaneamente os da casa, mas a Sérvia acabaria por se recompor e dominar o meio-campo a partir daqui, com boas movimentações dos seus jogadores a empurrarem Portugal para a sua grande área. Este foi, aliás, o grande pecado dos lusos, que permitiu a aproximação contrária à baliza de Ricardo, com perigo especial a advir das bolas paradas e dos lances pelo ar. Do outro lado, porém, os portugueses continuavam a criar perigo e o 2-0 esteve perto aos 27 minutos. Uma bola de canto sobrou para a entrada da área onde surgiu Petit, a obrigar Stojkovic a

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uma enorme defesa. Na resposta, Nemanja Vidic acorreu a um livre da direita e cabeceou com muito perigo, até que aos 37 surgiu o empate. Bosko Jankovic foi o autor do tento, a facturar através de um forte cabeceamento dentro da área, na sequência de um canto da direita. Portugal respondeu e João Moutinho poderia ter feito o 2-1, após grande jogada de Petit e Miguel. Este entrou na área pelo lado direito e fez a assistência para o médio do Sporting, mas a bola saiu pouco ao lado. A etapa complementar começou com

Portugal à procura do triunfo, com vários ataques de perigo, e podia mesmo ter marcado logo aos 51 minutos. Nuno Gomes centrou para Tiago e este, à entrada da grande área, rematou para grande defesa de Stojkovic. O mesmo que, aos 64 minutos, voltou a voar para nova intervenção de vulto, mais uma vez após remate em jeito do médio lusitano. O jogo arrastou-se um pouco devido às substituições, pelo que, até final, não seria marcado mais nenhum golo. Portugal conseguiu somar um ponto num terreno difícil, tendo, contudo, falhado o as-

salto à liderança do grupo. RONALDO E QUARESMA NA EXCELÊNCIA DO FUTEBOL

Uma segunda parte demolidora permitiu sábado à selecção portuguesa de futebol impor-se à Bélgica pela primeira vez em jogos oficiais, com direito a uma goleada por 4-0 no confronto do grupo A da fase de qualificação para o Euro2008. O talento escondido durante a primeira parte irrompeu no relvado do Estádio José Alvalade nos segundos 45 minu-


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tos, tempo ainda assim suficiente para Nuno Gomes (53) Ronaldo (55 e 75) e Quaresma (68) construírem a maior goleada lusa na fase de apuramento. Portugal juntou-se à Sérvia na terceira posição da "poule", a um ponto da Finlândia e a três da líder Polónia (que tem mais um encontro disputado), arrumando quase em definitivo com as expectativas belgas de marcarem presença na fase final da competição. João Moutinho viveu à altura de Deco, habitual estratego da vice-campeã europeia, Tiago pautou com notáveis assistências uma exibição com cuidados defensivos, mas Portugal só pareceu imparável quando os "malabaristas" Quaresma e Ronaldo acertaram o passo.

Grupo A Polónia

Nuno Gomes, apesar de ter sido presa fácil durante grande parte do jogo, teve o mérito de indicar o caminho da vitória, mas a fragilidade do adversário ajuda a explicar o resultado desnivelado e o primeiro sucesso luso ante a Bélgica em encontros oficiais, após três empates caseiros e três derrotas em solo belga. O excesso de impetuosidade dos visitantes constituiu o pano de fundo do jogo, mas a única vez que a Bélgica esteve em inferioridade numérica foi quando Hoefkens teve que ser assistido fora do relvado, na sequência de uma falta violenta de Quaresma, que lhe poderia ter valido a expulsão ainda antes do intervalo.

Jogos

Pontos

7

16

Portugal

6

11

Sérvia

6

11

Finlândia

6

11

Bélgica

6

7

Cazaquistão

6

5

Azerbaijão

6

4

Arménia

5

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w w w. c o r r e i o d e v e n e z u e l a . c o m CORREIO DE VENEZUELA - 29 DE MARÇO A 04 DE ABRIL DE 2007

maras unidas para an ar for a Em meados de Abril começa a trabalhar uma comissão encarregue de preparar os estatutos da nova câmara

as elos em ima ens Jean Carlos de Abreu

àÅÇÉ~ÄêÉì]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã

s representantes de Caporven Valencia e Maracay e da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Luso Venezuelana de Caracas, decidiram fundir-se, por unanimidade, no passado 24 de Março. O objectivo é unir os comerciantes portugueses que vivem e trabalham dentro e fora da capital. O presidente da Câmara de Comércio Luso Venezuelana de Caracas, José Luís Ferreira, observou que a decisão foi tomada pelos presentes que assim escolheram a "união das diferentes câmaras comerciais" e com o objectivo de esta nova entidade beneficiar a todos os membros. Por seu turno, Marcelino Canha, membro de Caporven Maracay, expressou que esta decisão foi "a melhor" porque vai permitir

O

unir a comunidade portuguesa que reside nas principais cidades comerciais da Venezuela. "Desde há dois anos que se procurava a fusão entre as três Câmaras, mas só agora é que se conseguiu tal propósito", observou Ferreira, prometendo um trabalho conjunto para "manter elevado o nome dos comerciantes portugueses sócios da associação comercial" "Queremos que o nosso trabalho se reflicta com o êxito das negociações dos nossos associados", observou depois, concluindo que se conseguiu a união "mais esperada pelos empresários portugueses" da área industrial e comercial. A 14 de Abril, representantes da Câmara Luso Venezuelana de Caracas deslocam-se à sede de Caporven, na cidade de Valência, para organizar uma comissão de 16 pessoas, as quais serão incumbidas de iniciar os trâmites legais para certificar a fusão das associações

e, também, conversar sobre os novos estatutos que irão reger a "nova Câmara de Comercio Luso Venezuelana". SEDE PRINCIPAL EM CARACAS Os diferentes representantes de Caporven Valência e Maracay, bem como da Câmara de Comércio Luso Venezuelana de Caracas acordaram que a sede principal da nova câmara ficaria na capital. As delegações que estão fora da cidade poderão passar a ser designadas por secções, mantendo a representação dos portugueses em cada entidade estadual. O presidente de Caporven Aragua, Gabriel da Vera Cruz, notou que este é o primeiro passo para que as demais câmaras de comércio, formadas por portugueses, "se unam a esta" de modo a "sermos, no plano empresarial, uma potência comercial" dentro da Venezuela.

12 de Maio, pelo démico dos participantes, pequarto ano consecu- lo que estão divididas em bátivo, decorre em Por- sico, para os mais pequenos, tugal o concurso na- secundário e universitário. Os trabalhos serão avaliacional escolar "O castelo em imagens", o qual pretende dos por um jurado internapromover a investigação dos cional e independente, que secastelos lusitanos junto estu- rá composto por personalidades reconhecidas dantes portuno campo do cigueses e lusonema, literatura, descendentes que estejam a Todas as obras inscritas espectáculo e História. aprender portutêm que ter sido Todas as guês pelo munrealizadas depois de 1 obras inscritas do fora. que, obrigaA competide Janeiro de 2006 e têm toriamente, ter ção, organizada entregues a partir de 15 sido realizadas pela Câmara de Portel, consiste de Abril até 1 de Maio. depois de 1 de na entrega de Janeiro de 2006. trabalhos audioAs mesmas povisuais, fotográficos, de pin- derão ser entregues a partir tura ou de desenho gráfico de 15 de Abril até 1 de Maio sobre os castelos portugueses de 2007. situados nas distintas localiMais informações sobre dades de esta nação da Penín- como participar neste concursula Ibérica. so podem ser obtidas junto Esta iniciativa compreen- das autoridades do Consulade diferentes categorias esta- do Geral de Portugal em Cabelecidas segundo o nível aca- racas.

A


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