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www.correiodevenezuela.com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

Rodrigo Chaves em Lisboa O vice-ministro com a pasta da Europa iniciou visita a Portugal p.3

Rincón sonha com o Sporting O jovem Tomás Rincón espera assinar contrato com os lisboetas p.26

Sucre reclama segurança Agora é a vez dos comerciantes de Sucre a pedirem segurança p.4

DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 07 – N.º 206 CARACAS, 10 A 16 DE MAIO DE 2007 - VENEZUELA: BS.: 1.000,00 / PORTUGAL:

0,75

Governo português ignora sequestros Espanha e Itália mandaram polícias de investigação para colaborarem com as autoridades venezuelanas, na resolução de sequestros Relativamente a Portugal, desconhecem-se qualquer demarche no mesmo sentido. A Secretaria de Estado das Comunidades não refere nenhum contacto com o governo venezuelano, apesar dos inúmeros casos de sequestros de empresários portugueses na Venezuela p. 10 e 11

Feira de Portugal em Novembro Vai ter lugar na Universidade Metropolitana de Caracas uma grande feira de comércio, gastrononima e cultura p. 6


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EDITORIAL

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10 A 16 DE MAIO DE 2007

Bons e maus exemplos Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Jean Carlos de Abreu, Sandra Rodríguez, Tomás Ramirez, Katiuska Martins, Vanessa de Oliveira, Victoria Urdaneta Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Antonio López Villegas, Luís Barreira, Álvaro Dias Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Relaciones Públicas María Amelia da Rocha Eventos Yamilem Gonzalez Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa de Sá Secretariado: Marian Briñez Fotografia Paco Garrett Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI). Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.

generalização de situações e as conclusões precipitadas não são boas conselheiras. Mas não podemos calar a nossa estupefacção perante alguns casos de inércia portuguesa, sobretudo quando confrontados com situações similares de países nas mesmas condições de Portugal. Pelo que ficou dito, nunca é demais referir o mau exemplo dado por altura das comemorações do 25 de Abril, este ano, com o cancelamento inexplicável de um concerto da Banda Sinfónica Juvenil de Caracas. Em causa não está, apenas, o facto de 80 músicos e o seu maestro Perez Perazzo terem preparado um espectáculo que, afinal, não se realizou por razões que não são admissíveis. É sobretudo a forma como se aborda e trata a evocação de uma data que deveria inspirar outro respeito. Bem mais grave é a comparação dos exemplos de Espanha e Itália, que abordamos como tema principal desta edição. Face à gravidade de inúmeros casos de

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sequestros envolvendo figuras da comunidade espanhola e italiana, os governos desses países decidiram, cada um por si, promover a colaboração policial com as autoridades venezuelanas, tendo em vista ajudar a resolver esses casos delicados. Como se sabe, o flagelo dos sequestros também atinge - e de que maneira - a comunidade portuguesa. Mas do Governo português nem um sinal, nem uma acção, nem uma palavra. As acções levadas a cabo no terreno pelos Consulados e Embaixada significam bastante, mas são claramente insuficientes. Compete ao Governo actuar a outro nível. São estes exemplos que chocam. Por muitos outros bons exemplos que Portugal já tenha dado, noutras áreas, havia que não descuidar neste caso concreto. O Governo português deve olhar para os conterrâneos de outra forma. Gostamos de folclore, de festas e discursos. Mas é preciso conciliá-los com outra substância.

O cartoon da semana Os governos de Itália e Espanha enviaram polícias para ajudar a resolver os sequestros...

Os portugueses sempre podem contar com a Virgem de Fátima!

A semana Muito Bom Já foi anunciada uma data para um evento que pode vir a ter grande importância para a comunidade luso-venezuelana: a realização, a 3 de Novembro, de uma feira vinícola, gastronómica, empresarial e cultural, cuja objectivo principal é realçar a presença de Portugal na Venezuela. O passo mais importante, depois de estabelecida a data, é a participação do tecido empresarial português.

Bom A visita de três dias do Embaixador de Portugal na Venezuela a três cidades do centro do país é louvável. Em múltiplas ocasiões tem havido queixas dos residentes no interior do país, reclamando maior atenção por parte das autoridades portuguesas na Venezuela. Estão agendadas várias reuniões, nomeadamente com grupos de jovens, médicos e de empresários. Esperemos estes encontros tragam consequências práticas.

Mau As represálias ao sector produtivo da Venezuela não cessam. Um decreto-lei aprovado pelo presidente Chávez, através da 'Habilitante', assusta aos comerciantes pelas sanções escandalosas ali contempladas. O encerramento de estabelecimentos comerciais, multas multimilionárias penas de prisão aos comerciantes infractores e até a possibilidade de ficar sem licença para exercer a actividade, são as ameaças. O pior é que não fica claro o critério através do qual vai ser determinado quem está a incorrer em delito.

Muito Mau É má a ausência de algum tipo de cooperação entre os governos de Venezuela e de Portugal, em matéria de sequestros, crime que actualmente é um dos que mais preocupa os portugueses radicados no país. Este ano, os governos espanhol e italiano enviaram ajuda especializada com a intenção de colaborar na luta anti-sequestros. Esta ausência do governo português contrasta com as actuações dos governos espanhol e italiano que têm oferecido ajuda concreta nesta matéria.


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Rodrigo Chaves visita Portugal Aleixo Vieira

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odrigo Chaves, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, deslocou-se a Portugal para tratar principalmente assuntos bilaterais. Um dos objectivos principais da visita é fazer uma inventariação de todos os acordos bilaterais existentes entre os dois países, assim como redefinir as prioridades de cooperação futura. O vice-ministro discutiu algumas modalidades de intensificação de diálogo político-diplomático entre Portugal e Venezuela através da criação de mecanismos de consulta política bilateral. Na agenda de trabalho vão estar assuntos relacionados com a energia e o ambiente, mais especificamente os temas das energias

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alternativas, como a energia solar e eólica. Destaque ainda para o interesse do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros para a Europa de visitar as instalações da refinaria

O vice-ministro discutiu algumas modalidades de intensificação de diálogo políticodiplomático entre Portugal e Venezuela

Portuguesa de Sines. Ainda na área bilateral, vão ser estabelecidos contactos com algumas municipalidades do Alentejo com experiência em cooperativas,

a fim de conhecer e aprender um pouco mais sobre esta modalidade de empresas em Portugal. A África também vai ser um tema em foco nesta visita de Rodrigo Chaves a Portugal, já que este tenciona saber o que está a ser feito na preparação da Cimeira União Europeia - África, que se realiza em Portugal este ano, no sentido de apurar informações que possam contribuir para a realização da próxima cimeira América Latina - África, que se realiza na Venezuela em 2008. Nestes contactos serão debatidos temas da cooperação multilateral. O governante levou também convites para as autoridades portuguesas assistirem a Copa América, evento desportivo que se realiza pela primeira vez na Venezuela.

àÅÇÉ~ÄêÉì]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã

m filho de emigrantes madeirenses, naturais da freguesia do Campanário, foi assassinado a tiro na passada terça-feira, pelas 5 horas. Arturo Faria dos Santos, 37 anos, seguia ao volante de uma carrinha Hiunday Santa Fé quando foi atingido por um disparo efectuado por um desconhecido que saiu de um veículo onde seguiam outros dois indivíduos. O crime ocorreu na cidade de Barcelona, Estado Anzoátegui, mais especificamente na rua Manzana número 3, no sector Fundación Mendoza. Apesar de profundamente abalado com a morte do irmão, José Faria contou ao CORREIO que um carro de cor branca, identificado como táxi, terá seguido a carrinha de Arturo até à residência da mãe, em frente à qual se deu o disparo mortal.

U

Dentro do 'táxi' viajavam três homens, mas apenas um deles saiu para efectuar o disparo. Presume-se que os desconhecidos tinham intenção de roubar-lhe a carrinha. O projéctil perfurou a caixa torácica do lado esquerdo, provocando lesões graves em órgãos vitais. O lusodescendente ainda continuou a conduzir o veículo mas acabou por embater contra um poste iluminação pública algumas dezenas de metros depois. O crime foi comunicado às autoridades policiais do Estado Anzoátegui, adiantou José Faria, manifestando o desejo de o governo venezuelano "começar a encarar seriamente a delinquência pois há muita gente honesta que receia andar na rua com medo de ser morta". Para o luso-descendente, já é altura de deixar de lado "as politiquices e começar a tratar de garantir a segurança dos cidadão".

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Chaves sossega portugueses Sérgio Gouveia, em Lisboa ëÖçìîÉá~]ÇåçíáÅá~ëKéí

Rodrigo Chaves, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros para a Europa, sossegou terça-feira, em Lisboa, os deputados à Assembleia da República que se manifestaram preocupados com a situação de alguns emigrantes radicados naquele país. Segundo relato feito ao DIÁRIO por Correia de Jesus, presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Venezuela, após um encontro de trabalho em São Bento com o referido governante, o madeirense Hugo Velosa foi um dos deputados que interpelou Rodrigo Chaves. Isto no sentido de sensibilizá-lo para "as dificuldades sentidas por elementos da comunidade portuguesa face às medidas tomadas pelo poder venezuelano nas áreas do comér-

Comerciante morto a tiro em Barcelona Jean Carlos de Abreu

ACTUAL

A mulher da vítima pode estar grávida. Ontem tinha intenção de realizar o teste para dissipar as dúvidas. O casal já tinha uma menina de três anos. O corpo foi levado para o Centro Médico Zambrano, da cidade de Puerto La Cruz, onde acabou por ser declarado o óbito. Faria dedicava-se à compra e venda de carros usados. Populares que presenciaram o homicídio relataram que este episódio não constitui uma novidade na urbanização. Aliás, a insegurança é tal que os proprietários de muitas vivendas tiveram de reforçar com grades as residências de formam a prevenir-se contra os constantes roubos de veículos e assaltos, apesar de a escassos metros existir um posto policial. À hora do fecho desta página, o CORREIO apurou que a mulher da vítima foi assaltada quando saía do banco com o dinheiro para pagar o enterro, cinco milhões de bolívares...

cio e da agricultura". Na resposta, sempre de acordo com o presidente do Grupo de Amizade, Chaves garantiu uma especial atenção aos luso-venezuelanos pela importância que têm na economia do país. Nos últimos tempos têm sido frequentes notícias de ameaças de confiscações, nacionalizações ou expropriações, o que tem provocado alguns regressos. Portugal, juntamente com a Itália e Espanha, autênticas portas de entrada na União Europeia, constituem a prioridade da política externa de Chaves. No caso português, o vice-ministro para a Europa também anunciou aos deputados de São Bento a intenção de ver criada uma estrutura permanente de diálogo para acompanhar as relações bilaterais.


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CORREIO DA VENEZUELA 10 A 16 DE MAIO DE 2007

Habitantes de Sucre contra a insegurança Mais de 70% dos estabelecimentos comerciais deste município pertencem a emigrantes portugueses que se queixam da criminalidade Diana Restrepo

entenas de habitantes do Município Sucre, em Caracas, entre os quais se encontravam muitos portugueses, manifestaram-se em frente do edifício sede desta Alcaldía como forma de protesto pelos constantes delitos que se vêm registando nos últimos meses neste sector. A acção de protesto foi organizada por representantes do partido político Un Nuevo Tiempo (UNT), tendo os seus dirigentes lançado um apelo às autoridades locais para solucionarem o problema da insegurança que está afectando a tranquilidade das diferentes paróquias que fazem parte do Município Sucre. Segundo expressaram alguns manifestantes, diariamente três pessoas são alvos de roubos no sector. A situação tem vindo a complicar-se e os habitantes temem pela sua integridade física e moral. Lord Acuña, representante juvenil do UNT, explicou ao CORREIO que o protesto que se levou a cabo possuía um carácter simbólico. Assim, foram pintadas figuras humanas no asfalto das ruas. "Não é possível que o Município Su-

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cre seja a jurisdição mais insegura de toda a Venezuela", disse. Acuña considera ilógico que do orçamento "milionário que dispõe a Alcaldía, apenas se invista em segurança e defesa da população 11% do total". Para o representante juvenil, as autoridades devem responder "imediatamente a esta problemática"

que está enlutando grande parte dos habitantes do Município. Segundo dados estatísticos veiculados pelo partido Un Nuevo Tiempo, 35% das mortes em Sucre foram de jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos. Cerca de 70% dos estabelecimentos comerciais da localidade pertencem a

emigrantes portugueses, que também tem sido um alvo frequente da insegurança. Marcos de Abreu, filho de madeirenses, é um profissional na área da arquitectura que não vê a insegurança parar de aumentar cada vez mais. "Roubaram-se o carro há duas semanas em frente da minha casa", lamentou, observando que os vizinhos do sector onde reside estão cansados de que não haja segurança alguma para os transeuntes. "Não há vigilância policial e a cada instante podemos ser assaltados", garante Marcos de Abreu, arquitecto que trabalha em Petare. As autoridades, para além de "incompetentes, geralmente não acodem aos pedidos de auxílio quando estes são feitos", acrescenta. Teresa Taleia, dona de casa natural da ilha da Madeira, comentou que a insegurança em Sucre "está desamarrada", tal é o desprezo com que os assaltantes revelam quando "tiram a vida a seres humanos" por gosto e não por necessidade. "É muito injusto que coisas destas estejam a acontecer no país. Não estamos livres de ser roubados ou feridos e a Alcaldía e a polícia não fazem nada. Qualquer dia vai chegar o momento em que nem sequer podemos sair de casa", avisa Taleia.

Arcuenses condecorados pela Alcaldía de Valencia Jean Carlos de Abreu

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presidente do Município de Valência, Francisco "Paco" Cabrera, não assistiu ao evento. No entanto, enviou um representante para oficializar a condecoração, de menção honorífica, do presidente dos Arcuenses da Venezuela, Domingo Calheiros e de quatro portugueses pertencentes a esta associação que vivem nesta cidade. O salão Galería, situado na urbanização La Viña da cidade de Valência, serviu de sede para um convívio que reuniu 250 pessoas, entre portugueses e venezuelanos, que assistiam ao 14º Encontro dos Arcuenses da Venezuela. Diversos representantes da região minhota marcaram presença no evento, nomeadamente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, e delegados da Alcaldía de Valência. O cônsul-geral de Portugal nesta cidade, Rui Monteiro, também compareceu. O presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, Francisco Rodri-

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Francisco Rodrigues Araújo

gues Araújo, veio pela sexta vez consecutiva ao encontro e qualificou esta iniciativa como "uma das melhores, já que uma vez por ano permite reunir todos os conterrâneos num mesmo lugar". A festa foi animada pelo grupo folclórico "Saudades", da Casa Portuguesa de Valencia, que interpretou os melhores bailes do folclore português. E para quem queria um ritmo mais latino, também puderam desfrutar de uma banda de música.


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CORREIO DA VENEZUELA 10 A 16 DE MAIO DE 2007

Embaixada pede mais investimento na Venezuela

A audência, concedida na Embaixada, também serviu para uma troca de impressões sobre a situação actual da região do Minho

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Jean Carlos de Abreu

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proveitando a presença do presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, Francisco Rodrigues Araújo, na Venezuela, a propósito do convívio anual organizado pelos arcuenses no país, o Embaixador de Portugal, João Caetano da Silva, recebeu o autarca juntamente com o vereador Pedro Teixeira e o presidente da Junta da Freguesia local, Rui Gonçalves Aguiar. A audência, concedida na Embaixada, serviu para uma troca de impressões sobre a situação actual da região do Minho e sobre os projectos da entidade diplomática na Venezuela. Caetano da Silva manifestou o desejo de contar com o apoio dos empresários minhotos para levar a cabo vários projectos de investimento em empresas "criollas". O Embaixador pediu ao presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez a Rodrigues a sua colaboração no sentido de sensibilizar os investidores portugueses para visitarem a Venezuela para dessa maneira poderem ficar a conhecer as oportunidades que este país oferece e assim contribuir para o incremento da presença lusa no âmbito empresarial. "Queremos que os minhotos tenham mais visibilidade na Venezuela, já que há muitos portugueses que são desta zona que estão radicados aqui", disse o diplomata, equanto realçava que é necessário projectar o "Portugal do século XXI". Caetano da Silva explicou depois aos membros da comitiva que no decurso de 2007 vai trabalhar com o fim de res-

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saltar Portugal nas mais diferentes áreas e reforçar os laços lusos com os jovens. "A Embaixada quer dar a conhecer o "Portugal moderno, porque muitos não sabem dos avanços que se registaram no país", observou, insistindo na ideia de que é necessário conseguir o apoio dos jovens para divulgar na Venezuela as "fortalezas" da nação dos seus pais. Francisco Rodrigues prometeu que fará o que estiver nas suas mãos para que os empresários portugueses do seu concelho vejam a Venezuela como um destino de investimento. Disse ainda esperar que os jovens possam deslocar-se a Portugal para assim poderem constatar as mudanças que têm acontecido na região do Minho. FERIA PORTUGUESA EM NOVEMBRO João Caetano da Silva mostrou-se interessado em que os empresários minhotos marquem presença, durante o mês de Novembro, numa feira vinícola, gastronómica, empresarial y cultural a ter lugar em de Caracas, mais especificamente na Universidade Metropolitana. "Muitos venezuelanos e os próprios portugueses residentes neste país fazem negócios com espanhóis e italianos e não com portugueses", lamentou Caetano da Silva, quando comentava que esta actividade vai abarcar todos os empresários das diferentes nacionalidades que trabalham na Venezuela. O Embaixador de Portugal vai escrever uma carta a todas as sedes diplomáticas da União Europeia, com sede em Caracas, para convidá-los a fazeremse representar no evento assim como a participaram no mesmo.


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CORREIO DA VENEZUELA

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Resultados eleitorais não surpreenderam comunidade Madeirenses na Venezuela acreditavam que Jardim seria eleito com mais de 60% dos votos vitória de Alberto João Jardim nas eleições regionais não surpreendeu os madeirenses radicados na Venezuela que, um tanto distanciados da campanha eleitoral, acreditavam que seria reeleito com mais de 60% dos votos. "Cumpriram-se as previsões, sem surpresas, porque toda a gente sabia que ia ganhar, que ia ter mais de 60% dos votos", disse à Agência Lusa, o comerciante Manuel Marques, originário da Calheta, Madeira. Segundo aquele madeirense, proprietário de uma mercearia em Sabana Grande, "Alberto João Jardim tem agora, pela frente, a difícil tarefa de cumprir as promessas eleitorais e preparar um futuro sucessor, num ambiente partidário em que as outras opções são pouco convincentes". O presidente do Centro Social Madeirense de Valência, João Paulo Veracruz é da opinião

A

que "o (João) Jardim deu uma 'malha' (sova) no PS. Os resultados foram os que esperávamos". No seu entender o líder do PSD-Madeira "tem que pensar em continuar a trabalhar arduamente pelos madeirenses e ter presente que prometeu que não vai se recandidatar" em eleições futuras. Opina que "vai ser difícil conseguir um sucessor porque não há 'delfins' com a sua capacidade e não há outro político sem espinhas na língua, como ele". Em Caracas, vários madeirenses que estavam no restaurante o Barqueiro e na Tasca Caribe souberam das projecções eleitorais através da RTP Internacional, mas não se surpreenderam pelos resultados. "Isso já era esperado, todos os nossos amigos coincidiam na opinião de que obteria mais de 60% dos votos", disse à Lusa, José Pereira. Segundo aquele emigrante "não somos nós que sabemos se

ele é bom ou mau, o povo da Madeira, os que vivem lá, é que tem uma percepção real dele em termos políticos". "Só nos contactos com familiares é que percebemos como anda a coisa, se os madeirenses (residentes) querem que continue aí, nós só podemos estar de acordo", disse. No Centro Português de Caracas, os resultados eleitorais foram recebidos "com normalidade" por algumas centenas de emigrantes que se encontravam nas instalações. "Claro que é o que esperávamos. Confesso que prestámos pouca atenção às eleições, mas não há novidades, os resultados foram os previstos", disse à Agência Lusa, Maria Ferreira, que minimizou os desafios do governo regional para os próximos anos "É preciso pensar no que era a Madeira antes e no que é agora. Mais importante do que pensar num sucessor é analisar o que seria a Madeira sem o João Jardim", disse.

João Jardim tem agora a difícil tarefa de cumprir as promessas eleitorais.

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CORREIO DA VENEZUELA 10 A 16 DE MAIO DE 2007

Pinho não fala com a polícia Jean Carlos de Abreu

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empresário natural de Aveiro, José Joaquim Baptista Pinho, 60 anos, proprietário de uma empresa de enchidos que foi recentemente alvo de um sequestro, não se apresentou perante as autoridades competentes para declarar como estava previsto, logo após a sua libertação. Os funcionários do Cicpc da sub-delegação de Valles del Tuy no Estado Miranda, José Rivero e Miguel Ibarreto, indicaram que estavam à espera que os familiares do empresário, assim como a própria vítima, se apresentassem na sede daquela polícia, no sector El Rodeo de Ocumare. Mas a visita nunca aconteceu, pelo que até à data Baptista Pinho não foi interrogado pelo pessoal da secção forense a fim de formalizar um relatório legal para sustentar uma acusação penal. O CORREIO conseguiu apurar que familiares do empresário disseram que Pinho não foi declarar à sede do Cicpc del Tuy porque entendeu que não o tinha de fazer. "Não matei ninguém e também não roubei", terá alega-

O

do o emigrante para não se apresentar perante as autoridades. A fonte consultada pelo nosso jornal disse ainda que um conterrâneo de Pinho, que também foi sequestrado no ano passado, aconselhou-o a ir à policía e contar tudo o que sabia, mas este optou por não o fazer. No passado sábado, pela tarde, por entre um clima de grande secretismo, Pinho embarcou num avião da companhia área portuguesa Tap com destino a Portugal. Fontes próximas ao empresário disseram que este foi visitar os pais, que residem em Aveiro, já que estes estavam muito preocupados. "O estado de saúde de José está algo afectado devido à acentuada perda de peso que sofreu durante o sequestro", revelou, por seu turno, o 'concejal' Pablo Herrera, pessoa próxima da família de Pinho, que durante o cativeiro de 50 dias perdeu um total de 12 quilos. Ainda que a família Pinho desista de formalizar uma acusação, o processo vai seguir os trâmites legais previstos para estes situações, pois trata-se de uma crime enquadrado na esfera dos delitos de natureza pública.

A visita de Pinho a sub-delegação de Los Valles del Tuy no Estado Miranda nunca aconteceu.

Emigrante morre de susto Padaria assaltada pela 3ª vez na origem do falecimento m empresário madeirense, Alfeo Figueira de Abreu, faleceu na localidade de Los Valles del Tuy, Estado de Miranda, após ter sabido que desconhecidos tinham assaltado a sua padaria, revelou à Agência Lusa, um amigo. Segundo a fonte, o empresário "telefonou a um sócio para saber como andavam as coisas na padaria e foi infor-

U

mado que, momentos antes, aquela tinha sido assaltada". Era a terceira vez, no último mês, que assaltavam o seu negócio, a Padaria El Palácio. A fonte precisou ainda que "ele ficou muito indignado com a notícia, telefonou a várias pessoas para que o apoiassem, para que, nos próximos dias, blo-

queassem uma das ruas de Los Valles del Tuy, para chamar a atenção das autoridades". "Pouco depois, começou a sentir-se mal e faleceu", acrescentou mesma fonte. Nos últimos meses, os empresários portugueses radicados nas localidades de Los Valles del Tuy, Ocumare del Tuy e Charallave, queixam-se com frequência

dos altos índices de insegurança, principalmente tentativas de assalto e sequestro de comerciantes. Alfeo Figueira de Abreu, 44 anos, era natural da Ribeira Brava, Madeira, tendo emigrado para a Venezuela aos 16 anos, onde era actualmente proprietário de várias padarias. Era casado e pai de três filhos, entre eles uma menina de 8 anos.


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Controlo de preços reforçado com lei que assusta comerciantes Dirigentes de Consecomercio recorreram ao Tribunal Supremo de Justiça solicitando a nulidade da lei Tomás Ramírez

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existência de uma lei que contempla impor o encerramento de estabelecimentos comerciais, multas multimilionárias e até penas de prisão aos comerciantes infractores chocou os membros de um importante e representativo sector económico do país. As reacções não tardaram e os representantes de Consecomercio dirigiram-se à sede do Tribunal Supremo de Justiça com o fim de interpor um recurso de nulidade contra o decreto-lei aprovado pelo presidente Chávez através da 'Habilitante'. O decreto, denominado "Lei Especial de Defesa Popular contra o Açambarcamento, a Especulação, o Boicote e qualquer outra conduta que afecte o Consumo dos Alimentos ou Produtos submetido a Controlo de Preços" contempla sanções

A

muito graves no seu articulado, nomeadamente entre os artigos 18 e 32. Uma das penas que estabelece a lei consiste na aplicação de seis anos de prisão para os fornecedores que deixem de vender produtos com preços regulados, assim como a inabilitação para exercer o comércio até dez anos. De igual modo, o diploma insta os Conselhos Comunais para que actuem através dos chamados Comités de Controlo Social para o Abastecimento, os quais dependem exclusivamente do Executivo. Estas associações de cidadãos serão os receptores das futuras multas aplicadas aos comerciantes dos estabelecimentos infractores de produtos regulados, as quais poderão ir desde 13 até 5 mil unidades tributárias (700 milhões de bolívares actualmente). Dirigentes de Consecomercio afirmaram, num comunicado, que

no texto da 'Ley Habilitante' não foi concedido ao Executivo a faculdade para limitar a liberdade da indústria e comércio, nem para criar uma nova moldura penal criando novos delitos e modificar os existentes. Mais ainda, asseguram que o Executivo Nacional não possui a faculdade para desconsiderar o direito de propriedade, nem de prescindir do devido processo, em particular no que toca ao direito de defesa. Além disso, expõem que neste diferendo foi também violada a tramitação do decreto ao não se observar o princípio constitucional de participação, que obriga a consultar os cidadãos e as comunidades antes de aprovar leis e decretos que contenham normas jurídicas. Com estas acções, a direcção de Consecomercio procura que o Tribunal Supremo de Justiça considere a sua moção e que revogue a lei ou, pelo menos, os artigos que contém as sanções milionárias.

A lei contempla impor o encerramento de estabelecimentos comerciais.


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CORREIO DA VENEZUELA 10 A 16 DE MAIO DE 2007

Espanha e Itália reforçam luta anti-sequestros na Venezuela Em 2007 os governos espanhol e italiano enviaram ajuda especializada com a intenção de colaborar na luta anti-sequestros. Uma cooperação que não se tem evidenciado por parte do governo português Délia Meneses

ÇãÉåÉëÉë]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã

crime de sequestro é hoje uma das problemáticas que mais preocupação gera entre as comunidades de emigrantes radicadas na Venezuela. Não é que as vítimas sejam escolhidas em razão da sua nacionalidade. Como não podia deixar de ser, é o potencial económico destas que determina a escolha dos delinquentes. E é por isso que os principais alvos têm sido emigrantes, sejam de origem árabe, italiana, espanhola ou portuguesa. Só no mês de Abril, três empresários galegos foram se-

O

questrados na Venezuela. E até ao momento apenas um foi libertado. Esta estatística alarmante desencadeou uma resposta concreta por parte do governo espanhol que enviou especialistas policiais para a Venezuela com o propósito de colaborar na investigação e nas operações de busca das vítimas e identificação dos criminosos, segundo declarou à imprensa da Galiza, o secretário da organização do Partido Socialista, José Blanco. O político falou pessoalmente com o embaixador de Espanha na Venezuela, Raúl Morodo, e o Governo espanhol, através da embaixada, acordou reforçar a investigação. Blanco

não precisou o número de investigadores enviados para missão, mas assegurou que os especialistas já se encontram na Venezuela. O Ministério de Assuntos Exteriores espanhol também se pronunciou recentemente mostrando preocupação pela situação de insegurança que se vive na Venezuela, "que afecta a todos os seus residentes, sejam ou não espanhóis", sublinhou então, assegurando que o Governo espanhol se mantém em permanente contacto com as famílias das vítimas e atento a novos desenvolvimentos. Em relação aos sequestros, a comunidade portuguesa não tem sido menos afectada. Em 12 de Março último, o comerciante José Joaquim Baptista de Pinho, de 58 anos de idade, foi

plagiado quando se disponha a entrar na fábrica de enchidos Castelo Branco. E só foi liberado 50 dias depois, aparentemente graças ao pagamento de um

O Ministério de Assuntos Exteriores espanhol se pronunciou mostrando preocupação pela situação de insegurança que se vive na Venezuela

avultado resgate. Situação idêntica repetiu-se com o empresário madeirense Manuel Rodrigues, sequestrado a 1 de Abril, em Puerto Ca-

bello, e libertado pelos seus captores aproximadamente um mês depois, após o pagamento de um resgate. Embora os casos de sequestros que envolvem portugueses sejam seguidos de perto pelas autoridades consulares portuguesas na Venezuela, a comunidade vem desde algum tempo manifestando a necessidade de serem tomadas medidas concretas de colaboração entre os governos português e venezuelano. O exemplo mais recente foi protagonizado pelos portugueses que fazem vida em Los Valles del Tuy. Numa reportagem publicada o passado mês de Abril pelo CORREIO, os habitantes desta zona do país pediram às autoridades portuguesas para contactarem as congé-


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neres venezuelanas no sentido de ser O responsável governamental itacelebrado um "acordo ou pacto de segu- liano, expressou na altura "a disponibirança, no qual se estabeleça a protec- lidade imediata do seu Governo e do ção aos emigrantes em todo o país, tal Ministério do Interior italiano para treicomo já o fizeram com as comunida- nar e especializar em Roma" um total des italiana e espanhola que vivem nes- de "20 funcionários policiais venezuelasa localidade com o apoio dos seus re- nos nas técnicas da luta anti-sequestro", presentantes", segundo pediram na oca- considerando que este era o crime que sião empresários portugueses. mais preocupava a comunidade italiana Representantes da Câmara de Co- que radica na Venezuela. mércio e Industria de los Valles del Tuy Depois de treinar aos 20 agentes assim como também empresários da ci- policiais, a segunda parte do acordo de dade de Valência manifestaram, tam- cooperação - segundo declarou Daniebém através do CORREIO, o desejo de li - consistia em transferir para Cara"reunir urgentemente" com o embai- cas funcionários da polícia italiana de xador de Portugal na Venezuela, João maneira a que se pudesse instruir o Caetano da Silva, de modo a poderem maior número possível de polícias do conversar e apresentar os contornos país. problemáticos da insegurança de que O Governo italiano também ofereestão a ser alvos, especialmente no que ceu assessorar as autoridades venezuerespeita ao tema dos sequestros. A reu- lanas na legislação anti-sequestro. "Aqui nião já aconteceu, embora há uma grave carência no de forma breve e informal ordenamento jurídico des(ver página 9 desta edição), de este ponto de vista", obO Governo italiano mas ao diplomata foi enservou o vice-ministro, retambém ofereceu tregue uma carta que sinlevando a ideia de "ofereassessorar as tetiza o mau momento por cer um pacote de que passa a comunidade colaboração completo. Se autoridades radicada naquela zona. a parte normativa está cavenezuelanas na Contactadas algumas rente, o treino de polícias legislação antifontes diplomáticas e do pode ser um remédio insequestro Governo Português, desigcompleto", alertou então. nadamente a Secretaria de O acordo de cooperaEstado das Comunidades, ção foi assinado durante foi possível apurar que o Estado por- uma reunião mantida entre Franco Datuguês não procedeu a nenhum con- nieli e o vice-presidente venezuelano tacto visando a colaboração ao nível da altura, José Vicente Rangel. das polícias de investigação. Isto apesar de muitos empresários portugueses INDUSTRIA EM ASCENSÃO também terem sido sequestrados, tal Um boletim publicado recentemencomo aconteceu com cidadãos espante pela Federação Nacional de Criadores hóis e italianos. de Gado da Venezuela (Fedenaga), revela dados impressionantes: 133 sequesITÁLIA TAMBÉM COOPERA tros foram registados nos últimos dez No início deste ano, numa visita meses. que realizara à Venezuela o vice-minisSegundo a mesma organização, a tro dos Assuntos Exteriores italiano, Venezuela seria o país da América LaFranco Danieli, ambos os países assi- tina em que mais cresceu este tipo de naram um protocolo de cooperação pa- crime nos últimos oito anos. Durante ra a luta contra o sequestro. Esta visita o Governo de Hugo Chávez foram deteve como principal assunto de agen- nunciados 1.505 sequestros, em compada o tema dos plagios, influenciado pe- ração com os 1.810 sequestros que se lo assassinato do conhecido empresá- produziram nos últimos 47 anos de derio Filippo Sindoni. mocracia no país.

VENEZUELA

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'Amigas da Espetada' realiza I encontro na Madeira Dinamizadora desta internacionalização pede aderência das mulheres da Região Agostinho Silva

~ëáäî~]ÇåçíáÅá~ëKéí

s 'Amigas da Espetada', fundada em 2003 em Maracay, realiza o seu primeiro encontro internacional na Madeira, a 19 de Maio. A organização é constituída apenas por mulheres, em contraponto com a 'Academia do Bacalhau', exclusivamente integrada por homens. Da Venezuela chegam 28 mulheres para o baptismo da internacionalização das 'Amigas da Espetada', mas a organização espera vir a reunir na Madeira um número à volta da centena de mulheres. O I Encontro Internacional realiza-se a 19 deste mês, no restaurante 'O Lagar', em Câmara de Lobos. A sua dinamizadora, Noemi de Abreu Coelho, concretiza assim um dos objectivos a que se propôs quando, há quatro anos, ajudou a fundar a academia, em Maracay, tendo posteriormente exercido as funções de presidente, antes de passar o teste-

A

munho à actual líder, Ana Maria Horta. Os lucros que resultarem do I Encontro Internacional das Amigas da Espetada vão reverter a favor da Associação de Pais e Amigos de Crianças 'Acreditar'. Noemi Coelho apela à participação das mulheres madeirenses, como forma de despoletar aqui uma filial da Academia da Espetada, que é uma organização que pretende ombrear com a Academia do Bacalhau, espalhada por todo o mundo e a que têm acesso apenas homens. No local da realização do I Encontro Internacional haverá uma área especificamente para os homens. Na sala principal 'reinarão' as mulheres, sem qualquer intervenção masculina, como estipulam os estatutos das Amigas da Espetada. "Faço um convite público às madeirenses, que já tenham estado na Venezuela ou não, que se inscrevam neste nosso encontro", apela Noemi Coelho, que pode ser contactadas através do 967160002.


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História de Vida

Medio siglo en Catia Jean Carlos de Abreu

heguei à Venezuela há 50 anos. Estudei até à quarta classe porque continuar na escola era custoso e a minha família não tinha o dinheiro suficiente para pagar os estudos. A minha principal tarefa, quando abandonei a escola, era cuidar da minha mãe e dos meus irmãos, já que o meu pai morreu quando eu era ainda criança. Trabalhei na fazenda, cavando a terra para semear comida e assim sobreviver com o que cultivávamos. Nasci no sítio da Falca, Boaventura, em São Vicente, Madeira. O meu tio, que estava na Venezuela, mandou-me uma carta de chamada para que viesse trabalhar. Com 14 anos, não pensei

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duas vezes e vim. A única coisa que lamentei foi ter deixado os meus irmãos e a minha mãe em Portugal. A mudança foi forte: Sentir um clima diferente

Nunca tive medo do trabalho e considero que lutei para ter tudo o que quis: a minha esposa, os meus filhos, a minha casa e o meu negócio. mas agradável, ver ranchos em montanhas e falar outro idioma. Confesso que não me dei mal neste país, mas tenho sempre Portugal na minha mente e no meu coração.

Aprendizagem crioula Ainda moro em Catia e daqui não sairei. Mas gostaria de um dia poder regressar a Portugal, pois nunca mais voltei depois que cheguei, há 50 anos. O pouco que sei da Madeira é pelo que leio na imprensa, vejo na televisão ou pelo que algum conterrâneo que chegou de lá me conta. AVenezuela não tem culpa do que está a acontecer. Sinto-me bem

neste país. Aqui há de tudo e a aceitação dos venezuelanos face aos estrangeiros não existe noutro país. Não há como os venezuelanos para conversar e aprender mais sobre este país. Gosto das arepas, mas também como milho e bacalhau. Os meus filhos nasceram cá e para mim esta nação é uma das sete maravilhas do mundo.

Desde que cheguei que gostei do que vi, independentemente do que passei aqui. Fui e sou fanático do extinto Marítimo da Venezuela e gosto do toque de bola do Porto. Ao pisar solo venezuelano, fui viver para El Amparo, situado em Catia. Trabalhei nessa zona durante dois anos, como padeiro na padaria San Pablo. De 1973 até à actualidade, trabalho numa “bodega”. Tenho uma pequena loja na minha própria casa, onde vendo alimentos aos moradores da zona. Sempre fui uma pessoa com os pés bem assentes na terra. Nunca tive medo do trabalho e considero que lutei para ter tudo o que quis: a minha esposa, os meus filhos, a minha casa e o meu negócio.

Joaquim Xavier Sao Vicente, Madeira


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Conselhos locais de Punto Fijo com presença portuguesa "O Conselho Local de Planificação Popular, no sector da cultura, tem como responsabilidade primordial pros Conselhos Locais mover e desenvolver, no mude Planificação Po- nicípio de Carirubana, todas pular (CLPP) que as actividades culturais em se organizaram no qualquer das suas disciplinas: teatro, dança, música, pintumunicípio Carirubana, na ci- ra, entre outras, assim como dade de Punto Fijo, contarão - gerir o orçamento dos recursos económicos na área da cultujunto das autorira - com um redades corresponpresentante da dentes", explicou Oliveira foi comunidade porOliveira. nomeado 1.º tuguesa: o lusoLuben Martínez, presidente descendente José vice-director do do Instituto Mude Oliveira, presector da cultura nicipal da Cultusidente do grupo ra do Município neste conselho. luso-venezuelano Carirubana, exNova Geração, e plicou que a eleição de Oliveira que sempre trabalhou em prol da divulga- como 1.º vice-director do secção das tradições portugue- tor de cultura do conselho "foi o resultado do trabalho sas no município. Oliveira foi realizado por José com o seu nomeado 1.º vice-director do grupo folclórico. Na minha sector da cultura neste con- opinião, é a única comunidade estrangeira radicada na selho. Edgar Barreto

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Breves

Dia da Dança dedicado a Portugal Edgar Barreto

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A eleição de Oliveira como 1.º vice-director do sector de cultura do conselho foi o resultado do trabalho realizado por Oliveira com o seu grupo folclórico.

nossa cidade que tem um trabalho bem representativo, organizado e de alta qualidade ao nível da dança". Inicialmente, as mesas de trabalho dos conselhos locais da área da cultura tinha no-

meado José Oliveira como director deste sector, mas este não quis aceitar o cargo, devido às diversas responsabilidades que este tem, tanto no âmbito comercial como no associativo.

Este ano, o Dia Internacional da Dança foi dedicado a Portugal, graças à iniciativa do Instituto das Artes Cénicas e Musicais. A representação lusa que esteve presente no auditório Rubén Ismael Padilla, do ateneu de Punto Fijo, foi o grupo da Casa Portugal de Maracaibo. Odete Martins, membro fundador desde grupo, há 32 anos, e actual directora do mesmo, proveniente do estado Zulia, expressou o seu orgulho por representar a cultura portuguesa: "Sinto-me muito feliz de participar neste tipo de actividades que ajuda a unir todos os portugueses ao mesmo tempo que permite que a língua portuguesa se mantenha". Agradeceu a receptividade do público venezuelano, que foi muito importante e efusiva. Nesta actividade actuou também o grupo luso-venezuelano Nova Geração, que se apresentou na 'concha' acústica do parque Metropolitano Generalíssimo Francisco de Miranda.


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Festival Coral Interclubes foi um tributo a Venezuela Diana Restrepo

Centro Português, de Caracas, recebeu no passado fim-de-semana, cinco agrupamentos corais por motivo do 10º Festival Coral Interclubes 2007, evento que foi realizado no Nobre do clube. Nesta oportunidade, ao contrário dos anos anteriores, não houve competição, pelo que todos os grupos receberam um reconhecimento pela participação. Na iniciativa cultural participaram os corais da casa, o da Mágnum City Club, a Polifónica Alecrín da Hermandad Gallega, a Polifónica Campestre Paracotos e o Grupo Vocal Kolenu (Unión Israelita de Caracas). O director cultural do Centro Portugués, José Carlos Rebelo, expressou, a propósito, que já era "tempo de realizar um intercâmbio cultural" entre os distintos co-

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rais de sem que houvesse lugar a competição ou outro tipo de rivalidades. "Neste festival não há vencedores nem vencidos, daí que o nosso melhor prémio sejam os aplausos do público presente, a quem oferecemos os melhores repertórios musicais tradicionais e folclóricos", observou, depois, Rebelo. No ano passado o grupo vencedor do festival foi o do Centro Português. O Coral do clube Puerto Azul, dirigido pelo músico Alexander Hudec, interpretou temas como "Aquellos ojos verdes", "Capullito de Alelí" e "Cu cu rru cu cu, Paloma", do autor Tomás Méndez. Por seu turno, os representantes do Mágnum City Club, liderado pela directora Gioconda Cabrera, cantou peças como "Todo el campo es mío", letra do cantor venezuelano Simón Díaz, "Mata del ánima sola" e "A Ce-

lia", tudo sob o arranjo do maestro Albert Hernández. Já o coral Polifónica Alecrín interpretou temas tradicionais como "A Rianxeira" e "O vosso galo comadre". O grupo do Centro Português divulgou a música portuguesa e deu a conhecer melodias venezuelanas aos presentes. Entre os temas interpretados pela coral da associação luso-venezuelana, destacaram-se canções como "Não há gente como a gente", "Nobody knows D' Trouble is seen" e "Baila que Baila", coordenados pelo professor João Vítor Costa. No final do 10º Festival Coral Interclubes 2007, os grupos corais das associações convidadas uniram-se no palco para render tributo ao venezuelano Simón Díaz, interpretando a sua conhecida canção "Caballo Viejo". As vozes foram acompanhadas por instrumentos como a flauta e o tambor.

Prémio da Latinidade para José Mattoso historiador José Mattoso foi distinguido com o Prémio 'Troféu Latino' 2007, atribuído pela organização internacional União Latina. O galardão, que visa homenagear uma personalidade ou instituição que se tenha distinguido pela sua obra na difusão da latinidade nos domínios artístico, literário ou científico, foi entregue no Dia da Latinidade, no Instituto Camões. O júri da União Latina decidiu atribuir este ano o prémio a José Mattoso pelo "valor da sua obra de historiador, de projecção nacional e internacional, com especial contributo para o conhecimento da identidade portuguesa e das raízes da Europa, com relevo para a componente latina". "A sua acção como historiador tem sido acompanhada com um empenho de ordem social não menos notável, no contexto da sociedade portuguesa nossa contemporânea", justifica ainda o júri. Em edições anteriores foram galardoados o cineasta Manoel de Oliveira (2002), o ensaísta Eduardo Lourenço (2003), o arquitecto Álvaro Siza Vieira (2004), o político e ex-presidente da República Portuguesa, Mário Soares (2005) e a professora e investigadora de estudos clássicos Maria Helena da Rocha Pereira.

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Professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, José Mattoso, 74 anos, é licenciado e doutorado em Ciências Históricas na Universidade Católica de Lovaina, e tem uma vasta obra publicada sobre História de Portugal, em particular do período medieval. Nascido em Leiria, a 22 de Janeiro de 1933, foi monge do Mosteiro Beneditino de Singeverga entre 1949 e 1969, ano em que pediu dispensa dos votos monásticos e voltou à vida laical. Foi professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e desde 1978 da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa onde já ocupou os cargos de presidente do Conselho Científico, director e vice-reitor. Coordenou a Comissão para a Reforma e Reestruturação da Torre do Tombo (1986-1990), e como primeiro presidente do Instituto Português de Arquivos (1988-1990) orientou a reorganização dos Arquivos Nacionais. Entre as obras mais importantes que publicou contam-se "Portugal Medieval. Novas Interpretações" (1985), "Identificação de um País. Ensaio sobre as Origens de Portugal 1096-1325" (1985), "D. Afonso Henriques" (2006), tendo ainda coordenado várias edições sobre História de Portugal.

Nesta oportunidade, ao contrário dos anos anteriores, não houve competição.

Breves "Luz", novo álbum de Pedro Abrunhosa

Pepetela recebe prémio Escritor Galego Universal 2007

O músico portuense Pedro Abrunhosa edita em Maio o seu quinto álbum, intitulado "Luz", que inclui pelo menos dois temas que denunciam problemas sociais em Portugal. O primeiro single a retirar do novo álbum chama-se "Quem me leva os meus fantasmas" e aborda a vida dos sem-abrigo em Portugal, sendo acompanhado por um teledisco que mostra vários portugueses sem tecto e a dormir na rua. O caso do transsexual assassinado no Porto no ano passado foi motivo para Pedro Abrunhosa compor "Balada de Gisberta". Escrito e composto por Pedro Abrunhosa, "Luz" está a ser finalizado no Porto. Na interpretação das músicas, Abrunhosa assume o comando do piano e volta a contar com os Bandemónio: João André (baixo), Marco Nunes (guitarra), Pedro Martins (bateria), Egar Caramelo (saxofone) e Cláudio Souto (teclas). "Luz" é o quinto álbum e surge cinco anos depois de "Momento", que atingiu a dupla platina, com vendas superiores a 90 mil unidades. Nascido no Porto, óculos escuros e um "discurso" político e crítico da sociedade portuguesa como imagens de marca, Pedro Abrunhosa conta com largos anos de vida musical, com passagem pelo jazz. Só atingiu, no entanto, um nível mais mediático nos anos 1990, com o álbum "Viagens", influenciado pelo funk de James Brown, que vendeu mais de 140 mil exemplares.

O escritor angolano Pepetela recebeu em Santiago de Compostela o prémio Escritor galego universal 2007, sendo o primeiro autor de língua portuguesa e, em simultâneo, o primeiro africano a receber esta distinção. Contactado pela Lusa, o autor de "Mayombe" declarou ter ficado "muito satisfeito" e sentir uma "grande honra" por receber o prémio. Atribuído pela Associação de Escritores de Língua galega, AELG, o prémio, inicialmente, distinguia apenas autores nesta língua, mas o regulamento foi recentemente alterado e agora qualquer escritor, de qualquer nacionalidade, desde que traduzido, pode recebê-lo. O júri - todos os escritores da AELG distingue anualmente um autor "cujas obra e personalidade tenham um alto conteúdo ético e estético que os transforme numa referência para o seu povo na defesa da dignidade nacional e humana". Na edição de 2006, a Associação instituiu um prémio para cada género literário narrativa, teatro, poesia, tradução e ensaio. No ano passado, o galardoado foi o escritor palestiniano Mahmud Darwish. Nascido em 1941 em Benguela, Pepetela, pseudónimo literário de Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, é um dos maiores escritores angolanos, autor de uma vasta obra ficcional, premiada nacional e internacionalmente.


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Flamengo destrona folclore

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Luso-descendentes demonstram aptidão e altitude para com o baile andaluz Jean Carlos de Abreu

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om a chegada da emigração espanhola à Venezuela, nos anos 40, 50 e 60, o flamengo posicionou-se na cultura venezuelana e converteu-se na dança que "todos queriam aprender", especialmente as mulheres. Lili Españoleto é uma descendente de andaluzes que leva no sangue a paixão pelo flamengo desde que nasceu. É professora deste estilo de dança há 14 anos na Hermandad Gallega, em Caracas, onde ensina às suas alunas esta expressão cultural espanhola. Esta 'bailaora' tem 125 alunas, das quais 25 são de descendência portuguesa. Uma delas é Andrea de Oliveira, 16 anos de idade, 11 dos quais passados a dançar flamengo. Desde os quatro anos que pratica esta dança na Hermandad Gallega, clube de que são sócios os seus pais. Seguindo as pisadas da irmã mais velha, que começou primeiro, Oliveira encara agora o flamengo como uma dança que "se executa com firmeza, precisão e determinação" e que pode chegar a ser, em alguns momentos, "atractiva e violenta devido às suas expressões". Quanto ao folclore português, Andrea comenta que, apesar de gostar de assistir, não se vê como membro de nenhum grupo folclórico luso-venezuelano porque estes "têm bailes insípidos em comparação com outras danças folclóricas de outros países".

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"BAILAORAS: OLÉ!" Luisana de Sousa é filha de emigrantes portugueses procedentes da ilha da Madeira. Desde há seis anos que esta jovem pratica flamengo influenciada pelas suas amigas, que são filhas de emigrantes espanhóis. "Sempre gostei da música. Desde pequena que conheço o folclore português, porque os meus pais gostavam, mas a

A professora Lili Españoleto tem 125 alunas, das quais 25 são de descendência portuguesa.

mim nunca me chamou à atenção", comenta a bailarina. Além de dançar flamengo, Luisana toca a gaita galega no grupo de música do clube. Aprendeu com relativa facilidade, porque desde pequena que sabia tocar a 'flauta dulce'. POR HERANÇA Victoria Rodríguez é filha de pai espanhol e mãe portuguesa. Esta jovem pratica flamengo "graças à influência do meu pai e da minha irmã. O meu pai sempre escutava esta música". Para Rodríguez, o flamengo converteu-se numa disciplina que a ajuda nas suas outras actividades diárias. Uma metade da família de Kelly de Freitas é portuguesa e a outra espanhola. Sempre quis fazer parte de um grupo folclórico português, mas a maioria das actividades extracurriculares que realiza na

"Hermandad" não lhe deixam tempo. Identifica-se com o flamengo porque é uma dança que demonstra carácter, ao contrário da dança portuguesa. No Centro Português, em Caracas, iniciaram-se recentemente a ministrar aulas de flamengo. Segundo comentam alguns representantes das crianças que praticam este estilo de dança, elas foram inscritas para assim poderem aprender algo mais sobre culturas diferentes.

Luisana de Sousa

Clamor camponês O flamengo é um género musical que nasce em Espanha, mas especificamente na cidade de Andaluzia, no século XIX. A dança, segundo afirmam vários investigadores, tem como finalidade expressar o clamor dos camponeses da época. Sem deixar de ser música e lírica de

Kelly de Freitas

raízes populares, pode dizerse, segundo a opinião generalizada da maioria dos seus estudiosos, que o flamengo é um folclore que se elevou à condição de arte, tanto pelas suas dificuldades interpretativas como ela sua concepção e formas musicais.

Victoria Rodríguez


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Novo Sistema Informático para Invisuais No Porto Santo, a Câmara Municipal prossegue o objectivo de ir ao encontro dos anseios dos diferentes sectores da população da ilha. Desta vez, todas as atenções vão para os invisuais, que agora dispõem de mais facilidades na área das tecnologias. Câmara Municipal do Porto Santo apresentou no passado dia 01 de Maio às 18:30 horas o novo Sistema Informático para Invisuais, integrado no Espaço Tecnológico da Autarquia. Este sistema permite o acesso ao mundo das novas tecnologias da comunicação e informação por parte daqueles que são portadores de insuficiência visual. Os parcialmente invisuais têm a possibilidade de ampliar os conteúdos do écran de forma a melhor visualizálos, bem como, através de um sintetizador de voz poderem acompanhar os diferentes passos em

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vários idiomas. Por outro lado os invisuais totais, além do sintetizador de voz, têm um écran e uma impressora de braile, que tem a particularidade de converter documentos neste código. Este é um sistema que não terá qualquer custo para quem o usa sendo a Câmara Municipal a assumir os custos. É o terceiro Sistema Informático para invisuais existente na Região Autónoma da Madeira e é um grande contributo para melhorar o dia-a-dia das pessoas portadoras de deficiência visual, além do que é também uma mais valia para o destino turístico Porto Santo.

III Festival Gastronómico A Câmara Municipal do Porto Santo em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Porto Santo (ACIPS) levou a cabo a 3.º Edição do Festival Gastronómico do Porto Santo que decorreu entre os dias 23 de Abril e 01 de Maio, nos Restaurantes locais. Este Festival integra as actividades de promoção da Ilha desenvolvidas pela autarquia e faz parte do compromisso assumido pela ACIPS, no âmbito do seu programa de actividades para 2007.

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Participaram neste evento 12 estabelecimentos, sendo eles Restaurante Calhetas, Bar do Henrique, Restaurante Salinas, Restaurante PXO, Hotel Vila Baleira, Restaurante Taberna do Caçador, Restaurante Areia Dourada, Restaurante Torres, Restaurante Pé na Água, Hotel Porto Santo, Restaurante Equaestre e Restaurante Baiana. Os objectivos principais deste certame foram promover e valorizar a gastronomia tradicional porto-santense, o que foi amplamente conseguido.


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VIII Passeio Pedestre A Empresa Municipal Areal Dourado – Eventos organizou mais um passeio pedestre pela Ilha integrado no Projecto “Caminhar no Porto Santo”. O VIII Passeio teve lugar no passado dia 29 de Abril e contou com a presença de cerca de 40 pessoas.O percurso teve como ponto de partida o pavilhão do Sporting Clube do Porto Santo no Sítio do Dragoal e seguiu-se até ao Sítio das Casinhas. O passeio continuou pela levada e miradouro da Portela até o miradouro da Capela de Nossa Senhora da

Graça. O percurso final deste passeio foi feito pela levada do Pico e da Camacha, terminando no Pico do Castelo. Esta actividade teve a duração de 2 horas e 15 minutos e foi considerado por todos os seus participantes como agradável e de grande utilidade pedagógica.

Dia Mundial Da Água A Câmara Municipal de Porto Santo e a Porto Santo Verde – Resíduos Sólidos e Limpeza EM, em parceria com o IGA (Investimentos e Gestão de Água), comemoraram o Dia Mundial da Água. As comemorações, inseridas no programa de educação ambiental, tiveram lugar no passado dia 22 de Março com uma visita de cerca de 35 alunos da Escola Básica e Secundária Professor Dr. Francisco de Freitas Branco do Porto Santo à ETAR (Estação de tratamento de águas residuais) do Sítio da Ponta. Esta visita teve como objecto o conhecimento da actividade de uma estação de tratamento e destino

final das águas residuais. No âmbito destas comemorações, a Autarquia e a Porto Santo Verde com a colaboração da Rádio Praia 91.6 FM promoveram uma campanha de sensibilização intitulada “Como Poupar Água” com o objectivo de divulgar as diversas formas de poupar água com informação correspondente a gastos em euros.

Tertúlia “O Livro e a Leitura” A Câmara Municipal do Porto Santo, através da Biblioteca Municipal, levou a cabo as comemorações do Dia Mundial do Livro. Um evento que teve lugar na Biblioteca Municipal / Centro Cultural e de Congressos, no passado dia 23 de Abril. Das Comemorações feitas neste dia é de destacar a Tertúlia Literária com o tema “O Livro e a Leitura” moderada pela conhecida Escritora Maria Aurora Homem, onde se defendeu, sobretudo que é preciso incentivar os mais novos para a leitura. Os professores Francisco Oliveira, José Campinho e Carlos Silva foram os oradores convidados. PUB


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Lei das Finanças mantém-se

Jarim afiança que estava a falar muito a sério quando na noite eleitoral disse que sairá em 2011 e alerta: o aviso foi para todos os autonomistas, que devem opinar sobre o sucessor.

Vitória esmagadora "Deixem a Madeira e o seu povo trabalhar", apelou Jardim líder do PSD/Madeira, Alberto João Jardim afirmou que o "interesse nacional exige bom senso, calma, isenção, responsabilidade tanto dos órgãos de Estado como de governo próprio da Região". Jardim falava após alcançar a nona vitória consecutiva nas eleições legislativas na Madeira. Declarou que "uma democracia civilizada aceita a vontade de um povo", acrescentando que "tudo o que se passou está ultrapassado". "Deixem a Madeira e o seu povo trabalhar", apelou. Para Jardim, "Portugal não pode continuar doente com a

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permissividades em males so- nomia e provoca o desemprego", ciais graves como a droga. Do- disse. Alberto João Jardim conente com absurdos a que chamam causas fracturantes, mas quistou a sua nona vitória consecutiva em eleições que mais não são legislativas regiodo que decadênnais, alcançando cia, inversão de valores, ausência Nas anteriores eleições 64,2% dos votos expressos que de cultura, tragéregionais, a Madeira permitiram a eleidias familiares e ção de 33 deputaaumento da crielegeu 68 deputados. dos. minalidade". Agora são 47. Jardim provo"Recuso que a cou este processo Madeira esteja sueleitoral, apresenjeita a uma inflação legislativa nacional incom- tando, a 19 de Fevereiro, o pepetente, a qual obstrui sistemati- dido de demissão do cargo de camente o investimento, alarga a presidente do Governo Regiopraga burocrática, asfixia a eco- nal que exercia há cerca de 30

anos, sendo a primeira vez que não levou um mandato até o fim. A demissão foi motivada pela aprovação, por proposta do Governo de José Sócrates, da Lei de Finanças Regionais. Ao PS, cuja candidatura foi encabeçada por Jacinto Serrão, coube sete deputados (15,4%), que foi 12% inferior a 2004. Seguem-se a CDU e o CDS-PP (ambos com dois), que se ficaram pelos 5,4 e 5,3%, respectivamente. Imediatamente abaixo ficaram o Bloco de Esquerda (3%), o Partido da Terra (2,2%) e a Nova Democracia (2%) (todos com um deputado).

O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, afirmou no Porto, que "a Lei das Finanças Regionais foi aprovada pela Assembleia da República, pelo que o seu futuro não se resolve contando votos numa região autónoma". O ministro respondia a perguntas dos jornalistas sobre se o resultado das eleições regionais intercalares teria influência no futuro da Lei das Finanças Regionais, à margem da cerimónia de assinatura de 34 protocolos de apoio financeiro a associações de imigrantes, no valor de meio milhão de euros, a que presidiu, no Governo Civil do Porto. "Esta [Finanças Regionais] é uma lei necessária porque nós precisamos de rigor na administração dos recursos públicos e justa porque redistribui a riqueza nacional em função da riqueza das regiões", salientou Silva Pereira. O ministro frisou que "enquanto a Madeira tinha um rendimento médio inferior à média nacional, era justo que tivesse um apoio superior, agora que tem um rendimento superior, é natural que receba um pouco menos para que as regiões desfavorecidas tenham um pouco mais".

Cavaco quer "diálogo útil" da Madeira com Lisboa Deve haver uma cooperação institucional entre o Governo da República e os governos regionais. Presidente da República manifestou o desejo de que se instale um ambiente de confiança e diálogo útil entre o Governo da República e os órgãos regionais da Madeira. Cavaco Silva, que falava aos jornalistas em Aveiro, defendeu que deve haver uma cooperação institucional entre o Governo da República e os governos regionais. Salientando que a população da Madeira manifestou a sua vontade "de forma muito clara", o Presidente da República frisou que vai agora haver uma nova assembleia legislativa regional e um novo governo, esperando que as relações com o governo da República "tenham em atenção o futuro,

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para dar resposta às ambições de mais desenvolvimento da Madeira". "O passado é passado. Desejo que se instale um ambiente de confiança e

"O passado é passado. Desejo que se instale um ambiente de confiança”, deseja o Presidente da República diálogo útil e que se olhe para o futuro. Tenho defendido a cooperação institucional entre os poderes autonómi-

cos e o governo da República e não deixarei de trabalhar nesse sentido", disse. Cavaco Silva sublinhou que "a Lei das Finanças Regionais foi aprovada pela Assembleia da República e promulgada pelo Presidente da República, depois de submetida ao tribunal Constitucional e só a Assembleia da República pode alterar a Lei", que esteve na base das convocação de eleições na Madeira. "Não me compete apreciar o que a Assembleia da República deseja fazer", declarou, adiantando que vai receber Alberto João Jardim em audiência, tal como vai fazer com o presidente do Governo Regional dos Açores.

Cavaco Silva vai receber Alberto João Jardim em audiência


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Breves

Oposição acorda renúncias Os vereadores da oposição na Câmara de Lisboa acordaram renunciar aos cargos para provocar eleições intercalares até ao final desta semana caso o PSD não concretize as renúncias aos seus mandatos. Numa reunião em

que estiveram presentes o vereador socialista Dias Baptista, o vereador do PCP Ruben de Carvalho, o vereador do Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, e o vereador do CDS-PP, Miguel Anacoreta Correia, foi acordado que deve ser o PSD, que consideram responsável pela crise política no município, a dar o primeiro passo para a marcação de intercalares, renunciando aos seus mandatos. No entanto, a oposição garantiu que se os sociais-democratas não o fizerem até ao final desta semana, têm prontas as declarações de renúncia, que entregarão, provocando eleições intercalares para a autarquia lisboeta.

Ota foi "decisão politica" O bastonário da Ordem dos Engenheiros disse que a escolha da Ota para a localização do novo aeroporto foi uma "decisão política", defendendo que a engenharia não pode servir para "justificar" este tipo de

decisões. "AOta foi uma decisão política. E se se trata de uma decisão política, é melhor terminar com este assunto, mas se queremos fundamentar a decisão política, os estudos técnicos têm de aparecer", afirmou Fernando Santo, à margem do seminário "Os Engenheiros e a Gestão das Empresas", que decorreu hoje, em Lisboa. "Não podemos utilizar a engenharia para justificar decisões políticas", acrescentou. O bastonário da Ordem dos Engenheiros admitiu ter dúvidas em relação à viabilidade da localização do novo aeroporto de Lisboa na Ota, afirmando que não ter visto "nenhum esclarecimento cabal de justificação" para o novo aeroporto.

Bruxelas elogia esforço do Governo de Lisboa para reduzir défice Governo português está "a fazer um trabalho muito bom", considerou o comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos e Monetárias Comissão Europeia salientou o esforço "importante" que o Governo português está a realizar para corrigir o défice orçamental, desvalorizando as previsões mais pessimistas de Bruxelas quanto à trajectória do ajustamento. O Governo está "a fazer um trabalho muito bom", considerou o comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos e Monetárias, Joaquim Almunia, questionado pelos jornalistas. Este responsável comunitário explica a diferença das estimativas de Bruxelas com o facto de Lisboa ainda não ter "definido ou anunciado" todas as medidas que irão contribuir para o ajustamento orçamental em Portugal, incluindo o Orçamento do Estado (OE) para 2008. "Espero que nas próximas previsões económicas, no Outono de 2007, possamos tomar em con-

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sideração novos elementos e novas medidas, para melhorar as nossas previsões", conclui Almunia. Nas Previsões Económicas da Primavera publicadas em Bruxelas, o executivo comunitário pre-

Mas a Comissão Europeia adverte que o défice de 2008 será de 3,2% do PIB, acima dos 3,0 esperados vê um défice orçamental em 2007 para Portugal de 3,5% do PIB, superior às estimativas de Lisboa de 3,3. A Comissão Europeia também adverte que o défice de 2008 será de 3,2% do PIB, acima da fasquia de 3,0 pretendida, se o Governo não tomar medidas adicionais.

Lisboa está a ser alvo de um "procedimento de défices excessivos" (acima de menos 3,0% do PIB), tendo-se comprometido a tomar medidas para reduzir o seu défice orçamental para um valor inferior a esse limite já em 2008. As estimativas de Bruxelas sublinham que Portugal deverá ser o único país da zona euro em situação de "défice excessivo" em 2007, situação que se poderá repetir em 2008. Nas suas previsões, Bruxelas sublinha também que "nos próximos anos" as injecções de capital nos hospitais portugueses devem ser contabilizados como operações que agravam o défice. De referir que o organismo responsável pelas estatísticas comunitárias, Eurostat, corrigiu há algumas semanas o défice de 2005, de 6,0 para 6,1% do PIB, por causa de injecções de capital realizadas nos hospitais de Santa Maria e no do Nordeste nesse ano.

As estimativas de Bruxelas sublinham que Portugal deverá ser o único país da zona euro em situação de "défice excessivo" em 2007

Breves

Competir nas novas tecnologias O Presidente da República, Cavaco Silva, considerou que a abertura de mais um pólo de inovação da Nokia Siemens

em Portugal é a prova de que o país tem capacidade para triunfar na economia global. Falando em Aveiro, na inauguração do Pólo de Inovação Mundial da Nokia Siemens Networks, o Presidente da República salientou que "a economia está a mudar a um ritmo sem precedentes" e que "as exigências são grandes, mas também existem oportunidades e devem ser aproveitadas". A localização em Portugal do centro de investigação da Nokia Siemens Networks, segundo Cavaco Silva, "prova que é possível mobilizar recursos humanos de qualidade" e que "o país é competitivo" para actividades tecnologicamente avançadas.

Dois peregrinos atropelados A Brigada de Trânsito (BT) da GNR de Leiria aconselhou terça-feira os condutores a abrandarem a

marcha no IC2, em Pombal, por causa dos muitos peregrinos que se deslocam para o Santuário de Fátima. De acordo com um comunicado das autoridades, aquele troço está por sinalizar, devido a obras, pelo que "é recomendado o abrandamento da marcha". Já esta madrugada, dois peregrinos foram atropelados em Vila Chã de Ourique, Cartaxo, cerca das 6h20, na Estrada Nacional 3. Um ficou ferido com gravidade e outro sofreu ferimentos ligeiros. Ambos foram transportados para o Hospital de Santarém pelos bombeiros do Cartaxo.


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Iate Clube de Santa Cruz com novas instalações A obra está localizada atrás da promenade, na zona do porto de recreio e das piscinas públicas, área vocacionada ao passeio, lazer e, sobretudo, às actividades relacionadas com a praia e o mar. Frente Mar da Ribeira da Boaventura dispõe, desde 24 de abril último, de um auto silo, instalações para associações, nomeadamente desportivas, de um restaurante, comércio e uma sala polivalente. Esta obra fica localizada atrás da promenade, na zona do porto de recreio e das piscinas públicas, área vocacionada ao passeio, ao lazer e, sobretudo, às actividades relacionadas com a praia e o mar. O edifício, constituído por quatro pisos acima do solo e um abaixo, está ligado pelo passeio pedonal ao centro da cidade, constituindo todos os seus serviços uma oferta ao centro da urbe, designadamente o estacionamento. A sua disposição longitudinal face ao mar, permite que a localização das actividades com público tenha sido escolhida de forma a ficarem orientadas para o lado sul, que é aberto e soalheiro, deixando para a parte posterior as áreas de parqueamento e de serviços. A existência de actividades tão distintas num mesmo edifício e com exigências diferenciadas, permitiu executar cada uma das áreas em separado das restantes. Os espaços livres, localizados entre estes núcleos, são preenchidos pelo parque de estacionamento e pelos acessos de peões, complementados com zonas de esplanada e de floreiras. Esta disposição permitiu criar um edifício com inúmeras aberturas que facilitam a entrada de

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luz e ventilação natural, dando uma certa capacidade de transparência e ligeireza a uma estrutura que noutras condições seria mais opaca e pesada. A capacidade do parque de estacionamento é de 188 viaturas, dispersas em 4 níveis. O comércio previsto para este local é composto por três lojas, situadas ao nível da promenade, com cerca de 75 metros quadrados cada,

existindo ainda uma área para armazenamento de barcos, balneários, oficinas, departamento de mergulho, administração, ginásio e salas para formação. Apesar da "fase de garrote" que a Região Autónoma da Madeira enfrenta, José Alberto Gonçalves, presidente da Câmara de Santa Cruz, considerou, durante a inauguração, que a nova infra-estrutura consegue

trazer um leque de obras necessárias ao progresso do concelho. Já no entender de Alberto João Jardim, presidente em exercício de funções, o investimento veio permitir à população local, e aos madeirenses em geral, desfrutar do Iate Clube e das actividades do mar que só eram acessíveis às classes mais abastadas da Madeira do ‘antigamente’.


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Camacha tem novo serviço de Segurança Social O Presidente do Governo, inaugurou, no passado dia 20 de Abril, na Vila da Camacha, as novas instalações do serviço local de Segurança Social. O edifício foi construído na Rua Maria Ascensão, ao sítio da Igreja, Quinta da Camacha, e dispõe de uma sala de espera, instalações sanitárias, reprografia, espaço de atendimento ao público, gabinetes técnicos e de atendimento, ajuda domiciliária, educado-

ra social, sala de reuniões e arquivo. Este serviço conta com 5 funcionários administrativos e 16 funcionários no âmbito da acção social. A urgente entrada em funcionamento deste serviço de Segurança Social da Camacha tem por objectivo cumprir as funções de serviços que vem prestando à comunidade, que no ano de 2006, foram os seguintes: Na área de regimes, foram atendidas 7.024

pessoas, enquanto na área da Acção Social, foram feitos 1.962 atendimentos. 616 famílias, num total de 1.575 pessoas, são acompanhadas e apoiadas em medicamentos, próteses, subsídios de cooperação familiar e demais apoios. Na Vila da Camacha, 251 famílias, cerca de 614 pessoas, auferem o Rendimento Social de Inserção, enquanto 40 idosos têm ajuda domiciliária.

Praia do Garajau Foi um dia em grande para o concelho de Santa Cruz. A praia do Garajau foi reaberta, em 22 de Abril último, simbolicamente no Dia mundial da Terra. Na inauguração do novo complexo balnear, o presidente do Governo Regional em exercício enalteceu a beleza estética da praia que este ano vai receber os veraneantes sem que as viagens do novo teleférico que liga a praia à zona do Cristo Rei sejam cobradas. O presidente do Governo Regional demissionário, Alberto João Jardim, ficou satisfeito pela conjugação do novo enquadramento do Garajau com a Reserva Natural marinha que ali existe, onde há espécies protegidas e, como tal, um espaço atractivo para os mergulhadores. Num investimento de cerca de 5,3 milhões de euros, o chefe do executivo em funções lembrou que o seu lema tem sido fazer bem o que tem de ser feito, “mesmo que isso seja caro”. Mas, continuou, ”faz-se para ficar com categoria e para ficar para sempre”.

Quando usou da palavra, o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, lembrou que a cidade do Caniço, o concelho e a própria Região Autónoma ficam a ganhar com este investimento, que vem permitir melhorar ainda mais a oferta turística da Madeira. Recorde-se que aquela zona tem uma grande potencialidade, não só ao nível da praia, mas também ao nível das potencialidades energéticas da área anexa ao Cristo Rei, que trouxe, inclusivamente, em Fevereiro passado à Madeira um engenheiro austríaco que atestou a riqueza da zona, que será explorada nesse sentido a partir de junho, garantiu o presidente da Câmara Municipal. O novo empreendimento público possui balneários, solários, restaurante, enfermaria, centro de mergulho, posto de vigia para o Parque Natural da Madeira e Jardins, acessos, estacionamentos, bar, teleférico e foi feita a reconstrução do acesso à zona do Cristo Rei.

Novos ramais de água potável na Freguesia da Camacha Resultado do esforço deste executivo para dotar todo o Concelho de rede água potável, está projectado o lançamento de um novo ramal na Freguesia da Camacha, que permitirá abastecer as muitas centenas de Munícipes que habitam junto ao Caminho da Fonte

Concelos, Caminho da Portadinha, Vereda da Escada e Caminho Lombo dos Policarpos. Para avaliar ‘in-loco’ o impacto desta intervenção e apresentá-la ao Munícipes a serem beneficiados, o executivo esteve, esta manhã, em visita de trabalho, tendo contac-

tado com muitos munícipes das zonas a serem intervencionadas, sendo notória a satisfação por esta solução. De facto o problema de abastecimento de água potável na Freguesia da Camacha é um problema que o executivo conta resolver durante este ano.

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A nossa intolerância

Antonio López Villegas

A intolerância que chegou à Venezuela de hoje é um sinal de alarme que não pode deixar de ser mencionado constantemente porque nos convertemos no país mais violento da América Latina. É um recorde do qual não nos devemos sentir orgulhosos. No exterior já nos conhecem por essa característica. Ainda hoje ouvi na rádio dois psiquiatras a falar de respeito e a entrevista que faziam a estes dois profissionais não deixou de preocupar-me. Evidentemente que a intolerância parte dos níveis mais altos do poder, onde se desqualifica muito a miúdo

aqueles que se opõem às decisões, quaisquer que sejam ou venham de onde vierem, sejam do próprio país ou do exterior. Uma linguagem permanentemente desafiadora não pode senão produzir números tão alarmantes que hoje podemos ver nalgumas variáveis que poderiam falar por si mesmas. Desde 1999 que os índices relativos aos homicídios vieram a duplicar. E em Abril, alcançaram o número de 427. A intolerância é já tão nossa que convive connosco com uma naturalidade tão grande que falta muito pouco para que nos acostumemos a viver com ela e para que deixe de nos assombrar. Mas esta cultura não deve fazer parte da paisagem que vemos diariamente, não devemos desistir jamais e aceitá-la como mais um membro da família. Há países que já a aceitaram e faz parte do diaa-dia nacional. No entanto, os poucos espaços que nos sobram para a denúncia e os apelos à reflexão e à condenação social devem ser aproveitados para que possamos enten-

der o que está a acontecer. Somos já uma sociedade doente, angustiada, cheia de incerteza, com um futuro incerto, tanto na vida laboral como na familiar, e, às primeiras mudanças, a uma chamada de atenção, etc., respondemos com uma violência que está à flor da pele e que é muito fácil de esgrimir. E acontece que, diante destes factos, aparece a impunidade. Que estimula, naturalmente, a violência. O desvio colectivo surge nas sociedades quando se desrespeitam as normas de convivência e se instala a impunidade segundo os "amigos" que se tenha nos organismos que tomam decisões. Já se declarou que há mortos "bons" e mortos "maus"; mortos dos "nossos" e mortos dos "outros". Quando se assassina um condutor de uma camioneta ou de um autocarro de transporte público, o que ocorre com muita frequência, e não se localiza o homicida, isso faz-nos pensar que estes mortos são dos "outros". Quando o homicida aparece, algumas vezes

em tempo recorde, faz-nos pensar então que são mortos dos "nossos". Como consequência, quem sabe não estamos classificados como venezuelanos de primeira e venezuelanos de segunda, conforme o caso. E é uma carta branca para os delinquentes porque se politizou excessivamente a justiça. Já sabemos que a impunidade é estimulada desde há algum tempo e isto naturalmente propiciou o incremento deste flagelo da sociedade, e aqueles que, desafortunadamente, têm que cair nos cárceres, profissionalizam-se porque não é um segredo para ninguém que estes converteram-se, hoje mais do que nunca, em escolas de delito. O mais triste é que cheguemos a nos acostumar a viver assim. E se nos acostumamos a viver assim, quem sabe os nossos filhos nunca nos perdoarão por termos permitido que isto se passasse depois deste país ter sido, até há não muito tempo, um refúgio e um paraíso para estrangeiros de longe e de perto.

Pobres, mas felizes?!

Luís Barreira

Portugal é, de facto (já o disse e volto a repetir), um "País das maravilhas". Não se trata de dizer "mal", apenas por dizer, como todos os "velhos do Restelo" que pululam pela imprensa de escárnio e mal dizer. Nem apenas dizer "bem", com toda a tolerância piedosa que nos caracteriza, só porque se trata do País que amamos e gostaríamos de ver desenvolvido. O que mais nos surpreende é toda a informação pessimista que recolhemos cá fora: Multiplica-se o fecho de indústrias, com as inevitáveis repercussões no aumento de desempregados e dos subsídios de desemprego; uma Segurança Social à beira da falência; diminuição do poder

de compra dos cidadãos, associadas às queixas do comércio de retalho; protestos de todas as camadas da população, na rua, no trabalho e em casa; aumentos dos preços do gás, electricidade, taxas de juro, impostos, etc.; anúncio das irrisórias metas de crescimento económico, previstas pelo optimismo governamental e dos "avisos à navegação", feitos pelas instituições da União Europeia. Enquanto isto, uma parte substancial do nosso povo gastou muito mais (do que o ano passado), em "prendas de Natal" e continuou a encher os hotéis do Algarve, nas pontes e dias feriados; a morrer mais nas estradas (ao volante dos carros, com a gasolina mais cara da Europa) e a esgotar os voos de férias no Brasil, em Cuba ou no México. A primeira impressão que tais notícias nos produzem é o sentimento de que, há ainda uma parte substancial de Portugal, que pode continuar a aguentar estes "apertões" governamentais e, daí, o optimismo do governo. Outra parte (que eu designaria abusivamente de "maioria silenciosa", porque habituada a vi-

ver com muito pouco), está no limiar da pobreza, de acordo com os padrões europeus, substituindo o pão com presunto, por pão com azeitonas. E sendo assim, numa situação que ainda parece estar longe de ser resolvida e havendo ainda mais "furos no cinto", a utilizar por uma camada apreciável da nossa população e, como quem reclama publicamente, (pelo menos com mais veemência mediática), são aqueles a quem prometeram riqueza sem trabalho, temos razões de sobra para acreditar que, na próxima presidência da União Europeia, em pleno verão sabatino, ao sol nas praias que não foram destruídas neste Inverno e com os funcionários públicos de férias, o governo de Portugal lance a sua última ofensiva estival, antes da apresentação do seu novo programa eleitoral e dos parcos frutos produtivos da sua estratégia económica. Isto tudo, não tanto por incompetência do actual governo (ao que parece e pelo que é dado ver, a oposição não saberia fazer melhor...), mas porque uma parte substancial do nosso povo acredi-

tou que, a "galinha europeia dos ovos d'oiro", estava disposta a pagar o nosso atraso, a alimentar a nossa ociosidade e a multiplicar as vaidades mundanas da nossa classe política. Tal não foi o caso e a resposta está aí! Mas, tal como dizia o poeta, somos de facto um povo de especialistas no "engenho e na arte" de ultrapassar as piores crises. Daí que não ficarei admirado se uma nova "poção mágica", alimentada pela nossa eterna esperança, possa vir a recompor a moral e os bolsos dos portugueses, antes do desespero, que é normalmente mau conselheiro!... Só espero que, tal como no passado e como forma de ultrapassar as suas dificuldades internas, os portugueses não continuem a embarcar na "nau das descobertas" e da emigração sonhadora e se disponham, no seu próprio País, ao sacrifício necessário à sua reabilitação. Até porque já não há nada a descobrir e a emigração já não é a "árvore das patacas". Nós, por cá, continuamos a ajudar, mesmo pelo simples facto de continuarmos (teimosamente...) a ser portugueses.

O 'Turco' visto pelos caraqueños 'Turco' era o epíteto usado para designar qualquer comerciante antes de entrar em moda o termo 'Portugués', que se refere ao 'abastero' (merceeiro) do bairro. Esta particularidade social vem desde o século XIX, quando a Venezuela experimentava um incremento no cultivo do café e Antonio Guzmán Blanco impulsionava uma modernização à francesa. Na altura chegaram imigrantes canários, italianos e 'turcos'. Mas estes últimos não eram oriundos da Turquia mas sim do Líbano, então um protectorado da França desde a expulsão dos invasores turcos. Daqui vem a confusão terminológica. Esta situação geopolítica e cultural explica também porquê as mercadorias vendidas pelos libaneses eram francesas, na sua grande maioria. Os libaneses ganharam notoriedade e fama por serem calados, de comportamento sério, solidários e eram até invejados pelos benefícios obtidos nos trabalhos a que dedicavam muitas horas de empenho e esforço. Em Caracas, radicaram-se na zona Oeste de El Silencio e eram conhecidos nas esquinas de Solís, Piñango e Camino Nuevo. Das suas lojas saíam vendedores ambulantes mas os negócios acabaram por assentar e converteram-se em verdadeiros armazéns com todo tipo de novidades. Muitos marcaram uma época no consumo caraqueño, em especial 'El Monte Líbano', situado em Pasaje Ramella. Esta loja tinha toda a última moda e além disso servia de casa de penhores, agência de compra e venta, armeiro e joalharia. Ao seu proprietário chamavam Chalalá e era reconhecido porque se enquadrava no estereótipo do libanês comum: alto, grosso, de grandes bigodes, conversador e engenhoso para os negócios. Tinham também fama de avarentos e de nunca recusar um copo, coisa que era falsa. Na realidade, eram bastante sóbrios e viviam bem economicamente. Outros locais famosos eram 'La Victoria' de José Farage, 'El Gallo de Oro' de Farsen e Sargal Ramia, 'La Mano de oro', 'La Dalia azul', 'La Mar', 'El Tesoro escondido' e as lojas de Isacq Bendelac. Os caraqueños parodiaram o slogan 'entre e veja, tudo bom, bonito e barato' com que os libaneses costumavam receber os clientes à porta dos estabelecimentos. Dois costumes permaneceram inalterados até hoje desde os tempos destes primeiros 'turcos'. Por um lado, a venda a prestações, artigos para a casa e objectos pessoais, sistema que depois adoptaram os 'abasteros'. Por outro, a tradição, quase fanática e supersticiosa, de abençoar a primeira moeda do dia que lhes caía na mão. Com este acto agradeciam a Deus por lembrar-se deles e, ao mesmo tempo, pediam-lhe mais. António de Abreu Xavier Retirado de "Reminiscencias


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CARTAS Generaciones nos quiosques

Basta de ameaças Quero através de este meio expressar o meu descontentamento por ter ouvido mais uma ameaça do presidente Hugo Chávez. Pessoalmente, optei por nunca mais ouvir qualquer programa ou declaração deste personagem. Mas mesmo assim, sempre chega aos meus ouvidos - por desgraça - a ultima ideia daquele que se considera o "rei da Venezuela". Agora apontou o dedo para aos bancos. Parece que nenhum sector vai escapar ileso, pois a imaginação do amigo de Fidel não tem limites. Acho que os meios de comunicação social contribuem grandemente para a consolidação deste pesadelo que caiu sobre a Venezuela. Dar-lhe tanta visibilidade a este homem é completamente contrário ao que desejamos muitos venezuelanos: que este governo antidemocrático acabe de uma vez por todas e possa dar lugar, pelo menos, a uma transição, nem que seja apenas algo diferente do que sofremos hoje.

Estou farto de ameaças e cansado de ver o medo nos rostos das pessoas que aprecio. Acho profundamente injusto que o desejo interior de muitos dos meus amigos e conhecidos seja o de poder emigrar para outro lugar devido ao pessimismo que se tomou conta do seu quotidiano e que lhes tira a possibilidade de pensar com esperança no futuro. Não é justo que muitos venezuelanos estejam procurando concretizar os seus sonhos profissionais e familiares fora da sua terra só porque um louco, com ideias que só ele compreende, quer apoderar-se do país inteiro, sem se importar com aquilo que leve pela frente. Já não vivemos em democracia. Vivemos num sistema que se diz socialista, mas que ninguém compreende exactamente o que é. Que injustiça para os nossos filhos. Simplesmente lamentável. Desculpem o desabafo. Ricardo Neves

Livres do caso de tráfico de droga"? Li no vosso jornal que a Justiça venezuelana está equacionar a libertação das duas mulheres que foram detidas no mediático caso de tráfico de droga que teve como epicentro o aeroporto de Maiquetía, em 2004. Não considero justo que se faça isto quando estas ainda não estão ainda a cumprir metade da pena de prisão que lhes foi aplicada. Certamente que todas as pessoas merecem uma segunda oportunidade, mas pergunto: Elas estão arrependidas pelo que fizeram? Ajulgar pela foto publicada, parece que não. Mais bem parece que estavam conscientes do que fizeram. Espero não errar, mas considero que deveriam pô-las a trabalhar mais um

bocado para que aprendam devidamente a lição. Traficar drogas é o pior delito que se pode cometer. Tanto assim é que considero que deveria de existir a pena de prisão perpétua para castigar aqueles que cometam este delito. Só espero que pela primeira vez neste país se faça justiça e que as leis venezuelanas sejam aplicadas com rigor a estas mulheres que cometeram uma infracção imperdoável. Espero que nem a mim, nem à minha família, nos toque passar por esta situação, mas peço que se faça justiça e que Deus dê a cada uma delas o que merecem. Abelardo Ferreira Passos

Tenho começado a ver nalguns quiosques da zona Este de Caracas uma nova revista que há pouco vim a saber que pertencia também ao grupo editorial Correio da Venezuela. Fiquei muito emocionada, como portuguesa ao constatar o crescimento tão importante que tem vindo a ter esta empresa, que é orgulho para a comunidade portuguesa. Comprei a revista Generaciones e fiquei gratamente surpreendida com a qualidade da mesma, não só no seu aspecto gráfico como também nos conteúdos que pude ler. Parabéns para esta nova iniciativa que vai ajudar o grupo empreendedor que trabalha no Correio a poder ampliar ainda mais o campo de acção do seu trabalho, já que pelo que pude observar a revista está a tratar de temas não só da comunidade portuguesa como de outras comunidades de emigrantes que dizem

respeito ao quotidiano de todos os Venezuelanos. Espero que esta ideia possa ajudar a unir as comunidades emigrantes e todos os venezuelanos, que muitas vezes por rivalidades sem sentido deixam de partilhar e unir-se em tornos de questões que dizem respeito a todos. Oxalá que este projecto editorial possa manterse através do tempo e apesar das grandes dificuldades que enfrentam na actualidade os meios de comunicação social na Venezuela. Só uma última observação: gostaria muito que, assim como a revista está presente em vários quiosques da cidade capital, num lugar bem visível, o mesmo acontecesse com o Correio da Venezuela. Continuamos a espera. Maria José Freitas

É preciso ser-se descarado… Sou leitor do Correio e fiel seguidor de tudo quanto é feito na Comunidade Portuguesa na Venezuela e gosto de frequentar arraias, missas celebrativas no Centro Português quando posso e consigo entradas que os meus amigos oferecem. Faço esta introdução para que percebam o sentido desta carta. Li no último jornal que o Marítimo e o Nacional jogavam em Guatire. Primeiro foi uma agradável surpresa saber que existia um Nacional aqui na Venezuela já com equipa formada. Asegunda alegria foi saber que o Marítimo depois de tanta e tanta "palha" finalmente existia. Mas mais uma vez fui enganado. De facto convoquei a família (cinco pessoas) e segui no meu carro para o clube de Guatire, que nem sabia onde ficava. Inicialmente disseram-me que não sabiam nada e, pensando que o vosso jornal poderia estar enganado na localidade do jogo, segui o meu instinto e dirigi-me ao Campo "Guido Blanco" onde uma vez jogou o Marítimo da Venezuela. Mas também disseram-me que nada sabiam sobre o jogo.

Regressei ao Clube Virgem de Fátima com a família e, confesso, até gostei do ambiente português que havia ali, apesar de pouca gente. Foi aqui que me explicaram que o jogo tinha sido adiado por qualquer razão que ninguém sabia como explicar. Acho que não perdi a tarde, já que por ali fiquei com a família um bom pedaço de tempo, embora com o sentimento sempre presente e ter sido mais uma vez enganado. Agora pergunto, até quando nos vão enganar os senhores da bola portuguesa na Venezuela? Até quando vão continuar a chover promessas e mais promessas sobre o regresso do Marítimo da Venezuela? Agora até falam em construir um campo no clube de Turumo. É preciso ser-se descarado… Sinceramente. Conclusão: Mais um engano. Ate quando vão gozar com o nosso sentimento maritimista? Ao Correio da Venezuela deixo aqui um conselho: não se deixem iludir pelo que dizem os senhores do Marítimo da Venezuela. José Luís P. Pontes

INQUÉRITO: COMO PENSA CELEBRAR O DIA DA MÃE QUE ESTA VEZ COINCIDE COM O DIA DA VIRGEM DE FÁTIMA?

Enrique de Abreu m~ÇÉáêç

Temos pensado celebrar com toda a família na igreja, já que se trata de um dia de reflexão e oração. É uma altura propícia para a união familiar, e creio que o mesmo acontece com toda a comunidade portuguesa na Venezuela.

André Gomes `çãÉêÅá~åíÉ

Todos os membros da nossa família costumam reunir-se com a nossa mãe para celebrar com alegria estas duas datas tão importantes, que casualmente coincidiram este ano. Provavelmente, vamos orar e rezar o rosário.

Catherine Ferreira bëíìÇ~åíÉ

Toda a nossa família vai celebrar as datas na igreja de San Pedro, como habitualmente o faz por ocasião da celebração do dia da Virgem. Depois é provável que possamos ir comer juntos ou deslocar-se a algum lugar que seja apreciado por todos, porque o dia da mãe é digno de ser celebrado 'por todo lo alto'.

Nelson Dias de Oliveira m~ÇÉáêç

A família costuma reunir-se a ver pela RTP a procissão das velas e a grande missa pública que se realiza em Portugal, em Fátima. Além disso, rezamos o rosário e pedimos pela paz e a prosperidade de toda a Venezuela.


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EVENTOS

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CORREIO DA VENEZUELA

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10 A 16 DE MAIO DE 2007

Publi-Tips

María Amelia da Rocha

~ãÉäá~Ç~êçÅÜ~]Öã~áäKÅçã

Movistar apoia o futebol

Novas Lay´s Stax Para agradar ao gosto daqueles que desejam desfrutar do delicioso sabor de um 'pasapalo' sem sacrificar o seu estilo de vida, a Snacks América Latina lança as novas Lay´s Stax, umas batatas fritas ricas apresentadas numa embalagem tão prática que as batatas podem ser desfrutadas em casa, no escritório, na praia, numa reunião ou simplesmente leválas no bolso, devido à embalagem cilíndrica, com 170 gramas. A lata é portátil, segura e reutilizável, pois é elaborada em plástico resistente que prolonga o sabor e a diversão.

A Telefónica Venezuela converteu-se no patrocinador Oficial de Futebol Nacional após celebrar um acordo até 2010 com a Federação Venezuelana de Futebol (FVF), e graças a esse acordo, a Movistar acompanhará a 'Vinotinto' durante os seus encontros nacionais e internacionais. O anúncio foi feito por Luís Malvido, presidente da Telefónica Venezuela, que esteve acompanhado durante a conferência de imprensa pelo presidente da Federação Venezuelana de Futebol, Rafael Esquível, e outros altos quadros da Movistar e da FVF.

Com pé firme no mercado venezuelano Com uma tecnologia de ponta onde o propósito básico é oferecer um sapato que respira, introduz-se oficialmente na Venezuela a marca GEOX, reconhecida ao nível mundial pela extrema qualidade e ampla gama que oferece para mulheres, homens e crianças. Depois da abertura da sua primeira loja no Nível C-3 do Centro

Comercial El Recreo, está marcada a abertura da segunda GEOX em Caracas. O local vai ficar situado no Centro Comercial Líder, e abrirá em breve. AGEOX faz com que o pé fique totalmente protegido e não sue, por contar com termografia computorizada que reduz em grande medida o sobreaquecimento dos pés

Rolex promove Expedição ao Pólo Árctico Os exploradores Alain Hubert e Dixie Danscercoer preparam-se para empreender uma travessia de 4.300 quilómetros através do Árctico com o apoio da Rolex, a fim de recolher dados científicos e elevar a consciência colectiva acerca do impacto das alterações climáticas que está a acontecer no mundo. Desta maneira, a

Tempo Livre

María Amelia da Rocha

~ãÉäá~Ç~êçÅÜ~]Öã~áäKÅçã

Sun Channel submerge em águas internacionais

Ao ritmo da cidade Numa nova edição do ciclo Ao ritmo da cidade, o Centro Cultural Corp Group abre as suas salas para apresentar vários agrupamentos venezuelanos numa diversidade de géneros musicais. Sextafeira, 18 de Maio, pelas 8 da noite, abre o ciclo 'Mochuelo' a banda de Electropop venezuelana de maior projecção, os quais também são conhecidos por serem os vencedores do Festival Novas Bandas 2006. No sábado, 19 de Maio, à mesma hora, Los Paranoias, e domingo, às da 6 tarde, encerram as bandas Chucknorris e Famasloop. Chucknorris é uma das bandas de Trip Hop venezuelano que recicla o quotidiano e se dedica a explorar sons através da electrónica. Famasloop apresenta os temas do seu disco e projecto audiovisual interactivo "3 Casas".

Rolex, sempre comprometida com o desenvolvimento científico e o cuidado com o ambiente, junta-se ao importante grupo de empresas que colabora com esta expedição como uma forma de apoiar as iniciativas que contribuem para melhorar a qualidade de vida no planeta.

"Azul profundo" leva-nos a conhecer toda a magia que se esconde nas profundidades do mar. Os segredos do Oceano já estão revelados graças à aguerrida imersão que Dayana Colmenares realiza juntamente com toda a equipa técnica do projecto televisivo para mostrar todos os perigos e prazeres que contempla a água salgada. Nesta segunda temporada, Sun Channel rompe com os limites; e é que agora o telespectador não só desfrutará do feitiço marinho da nossa geografia, senão que poderá apreciar também as bondades que oferecem as costas de México, Argentina e República Dominicana, nesta nova etapa de "Azul profundo".

Novos episódios de Top Five

Masseratti 2Lts de novo O próximo 17 de Maio, pelas 8 da noite, o Centro Cultural Corp Group recebe nas suas salas, a pedido do público, o duo venezuelano de música electrónica Masseratti 2Lts. Nesta oportunidade, os artitas pretendem passar em revista o seu reportório discográfico e o rol de contos característicos de dos irmãos Gómez, "En Sabana Grande También Hay", "Vacilón Dans Le Chambre", "Exposición Verano Verano", Folklore No Tradicional # 4", "Coctel # 5, Mujer, Cacao e Beats", interpretados entre melodias, texturas e beats. As entradas têm um custo de 45.000 bolívares e podem ser adquiridas da bilheteira do Centro Cultural Corp Group.

Em Maio, o Discovery Travel & Living apresenta novos episódios da sua série realizada na América Latina, Top Five, que propõe uma viajem pelos cinco expoentes imperdíveis das mais diversas categorias turísticas e culturais da nossa região, que os tornam únicos. Os novos episódios de Top Five são emitidos todas as quintas-feiras pelas 8:00 da noite. Sob a condução do actor e músico argentino Nicolás Pauls, Top Five viajará por toda a América Latina à procura dos melhores lugares dedicados ao ecoturismo, as melhores praias para praticar surf, cascos históricos, miradouros, férias e mercados, viagens de comboio, originais parques temáticos, atractivos passeios e parques urbanos e inolvidáveis passeios românticos.


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10 A 16 DE MAIO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA

~ãÉäá~Ç~êçÅÜ~]Öã~áäKÅçã

Banco Plaza

Giorgio

Feira do Pão reuniu mais de 60 expositores

Senzani Internacional

Distribuciones Diprocher

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María Amelia da Rocha

NOTA COMERCIAL

Os profissionais do sector da panificação, pastelaria e afins reuniram uma vez mais nos espaços do CIEC da Universidade Metropolitana, entre os dias 3 e 6 de Maio, por ocasião da Feira do Pão 2007. AFeira deste ano contou com a participação de grupos musicais, "zanqueros", magos, folclore internacional e permitiu o encontro de muitos profissionais das indústrias. Mais de 60 expositores marcaram presença, entre os quais se destacam, Senzani, Distribuidora Giorgio, Mercadisa, Diprocher, Banco Plaza, Cadbury Adams, Dafilca, Diga, Nube Azul, Pinova, Santa Bárbara Airlines, Grupo Pitágoras, Full Pack e Parmalat.

ECONOMIA

As novidades correntes que ditam a agenda do sector da panificação a nível mundial estiveram no centro da atenção de todos. Expositores, fornos, matérias-primas, frigoríficos, segurança, finanças e todo o que é preciso para melhorar o iniciar o negócio das padarias. Entre as várias actividades, a organização da Feira ofereceu uma exibição de padaria internacional, que esteve a cargo do Maestro Panadero Renato Renauro, que promoveu um curso básico de padaria dirigido ao público em general. Foram também oferecidos cursos de pastelaria básica e avançada. Para os amantes do chocolate houve um curso de 'bombonería'.

Mercadisa


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DESPORTO

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CORREIO DA VENEZUELA 10 A 16 DE MAIO DE 2007

A caminho do Sporting António Carlos Da Silva F. ~ñÉÇêÉò~Çç]Öã~áäKÅçã

omás Rincón, 'volante' do Zamora FC, pode converter-se no segundo futebolista venezuelano a usar as cores do Sporting, segundo declarações prestadas ao CORREIO pelo próprio atleta. Depois do caraqueño Daniel Alves Gomes, melhor conhecido por Danny, que jogou pelo clube lisboeta na temporada 2002-2003, Rincón, natural de San Cristóbal, 18 anos, pode ser o próximo venezuelano a disputar a liga portuguesa e justamente no clube que 'deu' ao Mundo jogadores como Futre, Figo, Quaresma e Cristiano Ronaldo. O interesse dos responsáveis "leoninos" surgiu por ocasião da disputa do passado campeonato sul-americano de sub20, onde apesar de a selecção 'Vinotinto' ter deixado uma de-

T

Tomás Rincón (camisa 21) pode deixar o Zamora e saltar para um grande do futebol lusitano.

cepcionante imagem do futebol venezuelano, alguns valores brilharam individualmente. Tal foi o caso desta jovem promessa que esta sendo tentada desde Portugal, assim como também Roberto Rosales, lateral contratado pelo Anderletch

da Bélgica. "Um representante do clube português, chamado Paulo Cardoso, aproximou-se de mim no Paraguay e convidou-me para viajar até Lisboa durante o Verão, para prestar provas no Sporting", revelou o futebolista, adiantando depois

Foto: Miguel Vallenilla

que o contacto definitivo para agendar a viagem seria realizado este mês por via telefónica. "Gocho", como é conhecido no meio futebolístico, vem de uma brilhante actuação prestada no torneio 06-07 de futebol nacional com o Zamora,

que regressado à primeira divisão após muitos anos de ausência, conseguiu classificar-se para a Copa Sul-americana (versão sul-americana da taça UEFA). O representante do jogador, Eduardo Kabchi, espera pela chamada de Lisboa para empreender a viagem até às instalações da Academia sportinguista, situada em Alcochete. Rincón estreou-se na primeira divisão nacional com as cores do U.A. Maracaibo, mas estando tapado no plantel por futebolistas de maior experiência, decidiu rodar na formação "llanero", na qual acabou por ser um dos atletas mais utilizados e onde confirmou os dotes de futebolista técnico e com muita apetência para o golo, qualidades que, aliás, já vinha demonstrando desde a sua passagem pelas categorias menores e na selecção nacional de sub-17.

Victoria lança promoção especial para membros Smiles O programa Victoria da TAP criou uma oferta especial destinada aos membros do Programa Smiles, para os quais se torna agora mais fácil e rápido acumular milhas ao voar com a TAP. Os membros Smiles, que adiram ao Victoria, podem ganhar 5000 milhas bónus sempre que viajarem num voo operado pela TAP entre o Brasil e a

Europa, para além das milhas normais que acumulam em cada voo. A promoção é válida para as viagens realizadas entre 16 de Abril e 2007 e 15 de Abril de 2008, tanto em classe Executiva como Económica e as 5 000 milhas de bónus promocionais são aplicadas às viagens realizadas nestas duas classes.


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10 A 16 DE MAIO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA

DESPORTO

Concerto apoia competição O concerto do conceituado grupo "Los Adolescentes" pretende ajudar na tarefa de obter o dinheiro necessário para pagar as passagens dos atletas Jean Carlos de Abreu

àÅÇÉ~ÄêÉì]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçãF

ma comitiva de 15 atletas de Kárate do Centro Português, em Caracas, composta por crianças e jovens dos 7 aos 15 anos de idade, estão a treinar com vista à participação nos Jogos Pan-americanos da modalidade que decorrem na cidade de San José, Costa Rica, em Julho. Maricarmen Abreu, representante de um dos atletas, disse ao CORREIO que os pais destes 15 rapazes, apoiados pelos professores da disciplina, acordaram realizar um concerto no Salão Nobre do Clube, em 19 de Maio, a partir das 9 da noite, com a finalidade de angariar dinheiro para custear as passagens aéreas dos atletas que vão competir. Segundo precisou Abreu, é a primeira vez que o Centro Português acolhe a realização de um concerto "desta magnitude". A principal atracção da noite é o conceituado grupo 'salsero' Los Adolescentes, que se farão acompanhar dos grupos "A.5" e “El Escuadrón”. O custo da entrada varia de acordo com a localização. Para os interessados

U

na zona VIP do salão, o preço do ingresso é de 170 mil (para sócios) e 190 mil (convidados). O bilhete geral é de 100 mil (sócios) e 120 mil (convidados). Na 'bancada', os associados pagam 105 e os convidados 125 mil. Os organizadores esperam receber 1.500 pessoas na noite do concerto. "Es-

tamos a promover a informação através dos meios de comunicação social venezuelanos com a intenção de apoiar os nossos filhos e assim pudermos cumprir com o prometido de os mandar a Costa Rica para conseguirem trazer muitas medalhas para o clube", disse Abreu.

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DESPORTO

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CORREIO DA VENEZUELA 10 A 16 DE MAIO DE 2007

Sol não brilhou para todos Pontassolense perdeu o primeiro lugar nos últimos minutos, Ribeira Brava e Machico garantiram a manutenção Emanuel Pestana EakJj^abfo^F

Das três equipas regionais que jogavam as suas ambições na última jornada da II Divisão apenas o Pontassolense não teve o 'brilho' do sol do seu lado. Mesmo assim, a equipa de Lito Vidigal teve o primeiro lugar 'preso' por minutos, até o Freamunde marcar em Bragança, já em tempo de compensação, e acabar de vez com a ilusão madeirense. A época terminou em tristeza depois de o 'play-off' ter sido uma certeza para quem teve uma vantagem tão alargada para os adversários. Tristeza foi o que não houve em Machico e na Ribeira Brava. A equipa de Humberto Câmara sabia que a vitória por duas bolas de diferença 'selava' a manutenção e cumpriu à risca o seu objectivo enquanto o conjunto orientado por Carlos Graça nem precisou dos três pontos para se pôr a cobro da despromoção. A ganhar despediram-se o União, a Camacha, que acabou no pódio, e

o Portosantense, que depois de alguma convulsão interna, consegue um tranquilo oitavo lugar. Na III Divisão, o Caniçal caminha decidido para juntar o título de campeão da série E à ascensão ao escalão secundário, enquanto o Santana continua a procurar melhorar a sua classificação e o Câmara de Lobos só muito dificilmente não irá garantir a permanência. EQUIPAS MADEIRENSES: MUITAS RAZÕES PARA FESTEJAR Chegados ao fim de mais uma edição do campeonato nacional da II Divisão são muitas mais as razões para festejar que o contrário no balança à produção das sete equipas madeirenses que nele participaram. Uma conclusão pode ser retirada desde logo. A Madeira vai manter, no mínimo, o seu número de representantes na prova, devido a não se ter verificado nenhuma descida, e à subida do Caniçal. E, caso o União não consiga a promoção à Liga de Honra, a re-

gião terá oito equipas em competição em 2007/08. De um modo geral, os objectivos anunciados no início da temporada foram alcançados, com maior ou menor dificuldade, conforme o caso, ao ponto de apenas esta tendência se poder pôr apenas em causa em relação ao Pontassolense que teve tudo para chegar à frente na sua série e, vítima da sua irregularidade, acabou por ser ultrapassado já em cima da linha de meta. De tal modo foi inglório que se passou, que se pode afirmar que só muito dificilmente o clube da Ponta da Sol voltará a ter outra oportunidade igual a esta no futuro. Machico e Ribeira Brava também deixaram a resolução das suas situações para 'segundas épocas' mas tiveram um final feliz, tal como o União, justo vencedor da série B, ou a Camacha, brilhante terceira classificada, e até o Portosantense, conduzido por Lima Pereira, que resistiu bem às vagas de choque vindas de onde menos se esperava.

Cardoso desvaloriza sorteio e elogia a sua equipa O técnico unionista referiu ainda que o actual modelo competitivo da II Divisão Nacional é uma aberração Martinho Fernandes EakJj^abfo^F

"A sorte ou azar do sorteio vamos ver depois dos jogos. Nunca valorizei muita essa situação. Há coisas mais importantes para o fazer. Fundamentalmente temos de nos centralizar naquilo que é o nosso adversário". Foi desta forma que o técnico Bruno Cardoso reagiu ao sorteio do 'playoff' da II Divisão Nacional, realizado ontem na sede da Federação Portuguesa de futebol, em que o União vai ter de realizar o primeiro jogo na Região. Sorteio à parte, o técnico dos unionistas, quando instado a comentar, em jeito de antevisão o encontro com o Freamunde, falou de alguns aspectos positivos da sua equipa: "Somos um conjunto com uma mentalidade bastante forte que o demonstrou nos últimos oito jogos, porque vencemos sete e perdemos um. Somos uma equipa que está virada para vencer. Nunca colocámos em causa o facto de jogarmos em casa ou fora. Por isso, nesta fase, jogar primeiro em casa ou no reduto do adversário não era relevante para nós", vincou. Sem se determ, timoneiro dos azuisamarelos, considerou: "O importante é

trabalharmos bem e conseguirmos montar a melhor estratégia para o jogo, no sentido de vencermos e atingirmos os objectivos, que impusemos a nós próprios, desde que cá cheguei. É isso sobretudo que temos de realçar, porque eu sei que o meu grupo de trabalho é forte e tem ambição e parte para este 'play-off' imbuído de um elevado espírito de vitória", realçou. PLAY-OFF NÃO FAZ SENTIDO Longe de concordar com o modelo de competição para a II Divisão Nacional, imposto pela FPF, o técnico azul-amarelo teceu duras críticas: " Este modelo é totalmente descabido. Não faz sentido nenhum a realização deste 'play-off'. Aliás, só neste país e na II Divisão Nacional, é que isto acontece. Em nenhum país pela Europa fora acontece a disputa de um campeonato de dez meses, em que o primeiro classificado não sobe de divisão. Isto é realmente uma verdadeira aberração. É triste, mas infelizmente é verdade e nós só temos de acatar e preparar-nos para vencer. As pessoas que infelizmente aprovaram este calendário competitivo foram de uma autêntica afronta e de um grande desrespeito para com os clubes", vincou.


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10 A 16 DE MAIO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA

DESPORTO

Nada de novo na frente Sporting venceu o V. Setúbal por 3-1, em jogo da 28ª jornada da Liga portuguesa de futebol. Uma vitória que recolocou os "leões" no segundo lugar do campeonato que o FC Porto continua a liderar. O Sporting manteve hoje acesa a luta pelo título português de futebol e recuperou o precioso segundo lugar da Liga, ao impor-se por 3-1 na recepção ao "lanterna vermelha" Vitória de Setúbal, no jogo de encerramento da 28ª jornada. O clube "leonino" recolocou em três pontos o atraso para o campeão e líder FC Porto, que sábado tinha vencido em casa o Nacional, por 2-0, e desalojou o Benfica - vencedor no mesmo dia na recepção à Naval 1º de Maio, por 2-1 - da segunda posição, que dá acesso directo à Liga dos Campeões. O Sporting inaugurou o marcador aos 02 minutos, com um auto- golo de Madior, cabendo a Liedson aumentar a vantagem, com tentos aos 27 e 53 (o brasileiro isolou-se na liderança dos "artilheiros", com 13 remates certeiros), enquanto

O

Amuneke amenizou o peso da derrota, aos 79. Sábado, o FC Porto impôs-se por 2-0 ao Nacional, com golos do brasileiro Anderson, aos 67 minutos, e do uruguaio Fucile, aos 88, mantendo-se como o único dos três candidatos ao título que depende apenas de si próprio para conquistar o troféu.

O clube "leonino" recolocou em três pontos o atraso para o campeão e líder FC Porto, que sábado tinha vencido em casa o Nacional, por 2-0 Horas mais tarde, o Benfica manteve "ligada à máquina" a candidatura ao ceptro, ao vencer por sofrido 2-1 a Naval, graças a um golo sobre a hora do italiano Miccoli (89 minutos), depois de Petit ter inaugurado o marcador, aos 12, e Lito igualado, aos 78.

O Estrela da Amadora assegurou a permanência no escalão principal, ao vencer por 1-0 em casa o tranquilo Paços de Ferreira, que viu o importante sexto lugar - o último "europeu" ser ameaçado pela União de Leiria, vencedora por 3-1 do embate com o "aflito" Desportivo das Aves. O Sporting de Braga ganhou por 2-1 na recepção ao Belenenses, graças aos tentos apontados por Zé Carlos, aos 20 minutos, e Carlos Fernandes, aos 89 (Dady marcou o tento solitário dos visitantes, aos 83), o que permitiu aos minhotos igualar os lisboetas no quarto lugar. Sábado, a Académica foi ao Funchal buscar um precioso ponto na luta pela manutenção, ao empatar 0-0 com o Marítimo, mas não poderá acomodarse, pois ficou ainda próxima dos dois últimos lugares, que ditam a descida à Liga de Honra. A ronda iniciou-se sexta-feira, com a vitória do Beira-Mar sobre o tranquilo, mas decepcionante Boavista, por 1-0, que permitiu aos aveirenses abandonar o último lugar da Liga, agora ocupado pelo Setúbal.

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DESPORTO

II Divisão - Série A 26ª Jornada

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CORREIO DA VENEZUELA 10 A 16 DE MAIO DE 2007

II Divisão - Série B 26ª Jornada

II Divisão - Série C 26ª Jornada

II Divisão - Série D 26ª Jornada

Liga de Honra 28ª Jornada

Bragança - Freamunde

1-2

Esmoriz - Portosantense

0-1

Mirandense - Lusitânia

0-1

Atlético - Barreirense

4-0

Estoril - Vizela

2-0

Fafe - Maria Fonte

1-2

Fiães - Dragões S.

2-1

Oliv. Bairro - Sp. Covilhã

2-1

Eléctrico - Rio Maior

0-0

Feirense - Varzim

2-2

Famalicão - Ribeirão

1-0

Infesta - Camacha

0-2

Pampilhosa - Madalena

0-1

Est. V. Novas - Real

0-3

Lousada - Maia

3-1

Machico - Paredes

2-0

Penalva - Avanca

3-1

Louletano - Torreense

3-0

Marítimo B - Pontassolense

0-4

Marco - União

0-2

Pombal - Fátima

1-2

Mafra - Pinhalnovense

2-2

Moreirense - Vila Meã

1-1

Oliveirense - Lusitânia

0-0

Portomosense - Nelas

0-3

Messinense - Imortal

1-1

Ribeira Brava - Lixa

1-1

U. Lamas - Sp. Espinho

1-1

Tourizense - Operário

0-1

Odivelas - Abrantes

0-2

Classificação J V E D G 1º Freamunde

Classificação P

26 16 4 6 38-2452

2º Pontassolense 26 14 9 3 41-119 51

J V E D G

Classificação P

J V E D G

Classificação P

J V E D G

1-0

Leixões - Penafiel

2-0

Rio Ave - Gondomar

1-3

Santa Clara - O. Moscavide

2-1

Trofense - Olhanense

0-1

V. Guimarães - Portimonense

6-0

Classificação P

1º União

26 17 3 6 52-221 54

1º Fátima

26 18 5 3 50-1759

1º Real

26 13 7 6 46-3446

2º Oliveirense

26 12 10 4 37-2346

2º Operário

26 17 4 5 51-23 55

2º Louletano

26 13 7 6 33-2046 26 12 9 5 43-2445

3º Moreirense

26 12 9 5 30-2045

3º Camacha

26 13 6 7 42-227 45

3º Nelas

26 16 4 6 38-2252

3º Atlético

4º Ribeirão

26 11 6 9 34-2939

4º Sp. Espinho

26 12 8 6 44-3044

4º Sp. Covilhã

26 12 7 7 40-2543

4º Odivelas

26 12 7 7 34-2743

5º Vila Meã

26 9 7 10 27-32 34

5º Esmoriz

26 12 5 9 31-23 41

5º Tourizense

26 11 8 7 36-30 41

5º Mafra

26 10 9 7 32-21 39

6º Fafe

26 7 12 7 39-36 33

6º Infesta

26 10 8 8 45-4238

6º Penalva

26 8 10 8 23-1834

6º Pinhalnovense 26 9 11 6 34-3138

7º Marítimo B

26 8 9 9 32-336 33

7º Fiães

26 10 6 10 32-32 36

7º Pampilhosa

26 9 6 11 33-34 33

7º Abrantes

8º Lixa

26 8 9 9 21-26 33

8º Portosantense 26 8 11 7 24-223 35

8º Avanca

26 9 5 12 27-41 32

8º Messinense

26 9 8 9 25-31 35

9º Maria Fonte

26 9 5 12 26-31 32

9º Marco

26 7 10 9 31-36 31

9º Madalena

25 8 6 1124-2930

9º Eléctrico

26 7 12 7 25-2933

10º Ribeira Brava 26 6 12 8 26-22630

10º Lusitânia

26 8 5 1326-3629

10º Oliv. Bairro

25 7 6 1232-4027

10º Rio Maior

26 8 8 1034-3032

11º Famalicão

26 7 9 10 31-35 30

11º Machico

26 7 7 12 33-445 28

11º Lusitânia

26 7 6 13 31-48 27

11º Torreense

26 8 7 1124-28 31

12º Lousada

26 7 9 1029-3430

12º Paredes

26 7 7 1228-3728

12º Pombal

26 6 7 13 24-3525

12º Imortal

26 7 9 10 24-3330

13º Bragança

26 5 10 11 32-4325

13º Dragões S.

26 5 8 1324-4323

13º Portomosense 26 4 10 1221-4422

13º Barreirense

26 6 7 13 21-33 25

14º Maia

26 6 4 1630-4522

14º U. Lamas

26 5 4 1723-54 19

14º Mirandense

14º Est. V. Novas

26 3 3 2010-4412

26 3 8 1520-4417

Gil Vicente - Chaves

26 9 8 9 25-2535

J V E D G P 1º Leixões 2º V. Guimarães 3º Rio Ave 4º Santa Clara 5º Gondomar 6º Feirense 7º Varzim 8º Penafiel 9º Olhanense 10º Gil Vicente 11º Estoril 12º Vizela 13º Trofense 14º Portimonense 15º O. Moscavide 16º Chaves

28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28

16 6 15 6 14 8 13 5 12 6 10 11 11 8 9 11 9 9 12 8 9 7 9 6 8 8 7 8 7 6 3 7

6 40-2054 7 41-19 51 6 42-3450 1028-3044 10 31-27 42 7 37-25 41 9 32-34 41 8 21-2538 1026-3036 8 26-2535 12 27-32 34 1328-3033 1225-2632 1327-4029 1525-3927 18 16-36 16

29ª Jornada (13/05)

Vanessa Fernandes luta pelo título mundial de duatlo anessa Fernandes e Lino Barruncho são os dois atletas mais distinguidos da lista de 10 convocados para o Campeonato do Mundo de Duatlo de Gyor, Hungria, que se disputa a 19 e 20 de Maio. A atleta do Benfica, que domingo venceu a Taça do Mundo de Triatlo de Lisboa o que lhe valeu a liderança do "ranking" mundial, vai lutar na Hungria pelo do título de campeã mundial, depois de em 2006 ter conquistado em Rimini, o título Europeu de Elites. Por seu

V

turno, Lino Barruncho (Clube Olímpico de Oeiras), vice-campeão europeu de duatlo e líder do "ranking" nacional, que esteve a estagiar em França para a prova húngara, tem igualmente a vitória como objectivo. Sérgio Silva (SR Camarnal), que bateu Lino Barruncho, ao sprint, na sua estreia no Grand Prix de duatlo em França (4 Abril), última prova de preparação para o Mundial, foi igualmente convocado para Gyor. Entre os juniores, foram chamados seis jovens: José Estrangeiro, João Silva e Miguel

Arraiolos, o trio que se estreou no domingo em provas da Taça do Mundo de Triatlo, em Lisboa, e Bárbara Clemente, Joana Marques e Ana Filipa Ferreira. José Estrangeiro, medalha de bronze em juniores no campeonato do Mundo de duatlo em 2005, foi o melhor estreante na prova de Lisboa, ao terminar na 57 posição, enquanto Miguel Arraiolos, foi 58, e João Silva, 61. Os atletas concentram-se no Aeroporto de Lisboa no dia 17 e regressam a Lisboa ao final da tarde de 21 de Maio.

Chaves - Santa Clara Gil Vicente - Portimonense Gondomar - V. Guimarães O. Moscavide - Leixões Olhanense - Rio Ave Penafiel - Feirense Varzim - Estoril Vizela - Trofense

"Las Pícaras" são campeãs do Caribe A equipa de bolas crioulas "Las Pícaras", do Centro Português triunfou no 13º Torneio Internacional do Caribem, celebrado na ilha de Aruba. O evento contou com a participação de equipas de Bonaire, Curaçao e do país anfitrião, assim como de representações masculinas e femininas da Venezuela, entre elas a do Hogar Canario e do Clube Táchira. O torneio foi ganho por 'Las Pícaras' do Centro Português seguido pelo competitivo conjunto de Curaçao. Enquanto a prova masculina foi ganha pela equipa de Curaçao, seguida no topo da classificação pela formação do Hogar Canario de Venezuela. O prémio desta competição será entregue 'en metálico' durante próximo encontro caribeño, que se realiza nos dias 20 e 24 de Julho nas instalações do CP. A soma em dinheiro correspondente ao prémio será outorgada em dólares e surge das quotas pagas pelas diferentes equipas participantes no torneio.


31 10-05-2007 CORREIO DE VENEZUELA - DEPORTE.qxp

09/05/2007

04:20 p.m.

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10 A 16 DE MAIO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA

Cristiano Ronaldo conquista Inglaterra ob a batuta do avançado português Cristiano Ronaldo, o Manchester United sagrou-se campeão inglês, ao beneficiar do empate 1-1 cedido pelo bicampeão Chelsea no reduto do Arsenal, que quebrou o ciclo vitorioso do treinador José Mourinho. O técnico português terminou a época sem conquistar o título nacional pela primeira vez em quatro anos, depois dos êxitos em 2003 e 2004 no FC Porto e nos anos seguintes no Chelsea, que hoje ofereceu antecipadamente o ceptro aos 'red devils', à passagem da 37ª jornada. Além de ter sido o jogador mais influente da equipa, Ronaldo fica umbilicalmente ligado ao 16º título do United (apenas o Liverpool tem mais, com 18), ao marcar sábado o golo do triunfo (1-0) sobre o rival citadino Manchester City, na marcação de uma grande penalidade. O Arsenal ficou com o triunfo no 'derby' londrino na mão aos 43 minutos, quando Gilberto Silva concretizou uma grande penalidade cometida pelo holandês Boulahrouz, que viu o cartão vermelho e deixou o campeão em inferioridade numérica durante toda a segunda parte.

S

Apesar das contrariedades, o Chelsea restabeleceu a igualdade aos 70, por intermédio do ganês Michael Essien, e desperdiçou mesmo várias oportunidades para adiar a festa do Manchester United, que defronta quarta-feira num embate agora esvaziado de interesse. Numa temporada em que a continuidade de José "Especial" Mourinho tem sido alvo de muita especulação, o treinador luso foi incapaz de revalidar o título e igualar o "tri" do escocês Alex Ferguson no United (1999 a 2001), depois de ter voltado a falhar a presença na final da ambicionada Liga dos Campeões. Ferguson, pelo contrário, voltou à mó de cima aos 65 anos, quatro depois de ter conquistado o último título de campeão inglês, em 2003, elevando para 20 os troféus arrebatados em duas décadas na liderança do clube e demonstrando que ainda está longe da reforma. Tal como Mourinho, que em 2005 quebrou um 'jejum' de 50 anos no Chelsea, também o escocês recolocou em 1993 os 'red devils' na senda do sucesso, 26 anos após o último título do Manchester United (1967), tendo conquistado desde então mais oito ceptros de campeão.

CARLOS QUEIRÓS EX-

TREMAMENTE FELIZ PELA CONQUISTA DO TÍTULO

Carlos Queirós, braço direito de Alex Ferguson no Manchester United, ficou radiante com a conquista. "O orgulho e a satisfação são imensos depois de quase três anos de trabalho a preparar esta equipa. Conseguimos concretizar num título aquilo que foram as expectativas e o trabalho de muito tempo, numa época em que tivemos muitos problemas e a jogar para as três frentes, quase até ao fim da temporada", disse o treinador adjunto do clube inglês. "Para além da vitória é um tributo ao mérito da melhor equipa e ao melhor futebol, portanto juntar isso tudo no mesmo título não acontece normalmente. A nossa vitória tem de ser reconhecida como a vitória dos pontos que conseguimos, e não como uma vitória contra quem for que seja e não por demérito dos outros, até porque temos 88 pontos (e ainda falta seis para disputar) e isso dá para ganhar qualquer liga da Europa", disse também o treinador português.

31

DESPORTO

Liga Bwin 28ª Jornada Beira Mar - Boavista

1-0

Benfica - Naval

2-1

E. Amadora - P. Ferreira

1-0

FC Porto - Nacional

2-0

Marítimo - Académica

0-0

S. Braga - Belenenses

2-1

Sporting - V. Setúbal

3-1

União de Leiria - D. das Aves

3-1

Classificação J V E D G 1º FC Porto 2º Sporting 3º Benfica 4º Belenenses 5º S. Braga 6º P. Ferreira 7º União de Leiria 8º Nacional 9º Boavista 10º Marítimo 11º Naval 12º E. Amadora 13º Académica 14º D. das Aves 15º Beira Mar 16º V. Setúbal

28 28 28 28 28 28 28 28

P

21 2 5 60-1865 18 8 2 48-1562 18 7 3 52-20 61 14 4 1034-2546 13 7 8 33-2946 10 10 8 29-3440 10 9 9 22-2439 10 5 13 37-337 35

28 7 11 1030-3232 28 8 8 12 29-44032 28 28 28 28 28 28

7 10 8 7 6 8 5 7 4 10 4 9

11 25-33 31 13 21-35 31 1428-4226 16 21-37 22 14 27-51 22 15 19-43 21

29ª Jornada (13/05) Académica - Sporting Belenenses - Marítimo Boavista - S. Braga D. das Aves - E. Amadora Nacional - Beira Mar P. Ferreira - FC Porto União de Leiria - Naval V. Setúbal - Benfica


32 10-05-2007 CORREIO DE VENEZUELA - ULTIMA.qxp

09/05/2007

04:23 p.m.

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w w w. c o r r e i o d e v e n e z u e l a . c o m CORREIO DE VENEZUELA - 10 A 16 DE MAIO DE 2007

Embaixador visita centro do país Jean Carlos de Abreu

àÅÇÉ~ÄêÉì]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã

oão Caetano da Silva, embaixador de Portugal em Caracas, deslocou-se esta semana à zona central do país numa viagem de três dias que incluiu as cidades de Valência, Puerto Cabello e Maracay. A deslocação teve por objectivo ouvir tanto quanto possível os membros da numerosa comunidade portuguesa radicada nestes sectores e também visitar os diferentes clubes e associações locais, sem esquecer encontros com empresários e com grupos de jovens profissionais. Segundo Caetano da Silva, estes encontros fazem parte de "objectivos estratégicos" da Embaixada de Portugal em Caracas, orientados para "relançar as relações económicas entre Portugal e a Venezuela, e para aumentar as ligações entre os empresários luso-venezuelanos e portugueses". No seu entender, "na Venezuela há receptividade e disponibilidade para esse relançamento comercial mas esses empresários necessitam de informações sobre a realidade económica portuguesa em 2007, nomeadamente quais são as empresas portuguesas dos diversos sectores". A visita, disse, "é um tipo de diplomacia de contacto directo entre mim, as comunidades, associações e entidades que representam os portugueses nestas regiões e que poderá conduzir, no futuro, a uma

J

maior inter-ligação entre a Embaixada e as comunidades", prosseguiu. Um ponto alto da visita é o encontro marcado com Associação de Jovens Luso-descendentes (Asoluven). O diplomata vai estender o convite para que este grupo de jovens de Maracay se associe com outros grupos do mesmo género que existem nas diferentes cidades da Venezuela, no sentido de divulgar ainda mais este tipo de iniciativas de organização. Uma reunião com um grupo de médicos luso-venezuelanos também está marcada na agenda de trabalho. Neste caso, a ideia do embaixador é conseguir que este grupo possa integrar-se numa associação de médicos luso-descendentes que já existe em Caracas, chamada Asomeluve, e que está conformada por cerca de 180 clínicos, sendo presidido por João Marques. Este grupo de médicos com raízes lusitanas, que exerce a sua actividade clínica na zona central da Venezuela, é composto por cerca de 40 elementos. Caso se juntassem aos de Caracas, somariam mais de 250 profissionais da medicina. O diplomata sublinhou ainda que vai encontrar-se com os governadores dos Estados de Carabobo, Acosta Carlés, e de Arágua, Didalco Bolívar, para "trocar impressões sobre a presença da comunidade portuguesa naquelas regiões e tentar perceber qual a perspectiva das autoridades locais sobre o futuro e

João Caetano da Silva deslocou-se as cidades de Valência, Puerto Cabello e Maracay.

sobre a presença lusa". A INSEGURANÇA É TEMA DE AGENDA

O presidente do Centro Social Madeirense de Valência, João Paulo da Veracruz, confirmou ao CORREIO que os representantes da Câmara de Comércio Portuguesa Venezuelana (Caporven) entregaram uma carta ao diplomata, na qual se explica a situação de insegurança que estão vivendo os portugueses.

"Queremos que o embaixador leia com calma a carta e faça a sua própria análise sobre a situação pela que está passando a Venezuela e o medo que sentimos diariamente de ser vítimas de sequestros ou roubos", observou o responsável, acrescentando que agora esperam que João Caetano da Silva interceda junto do governo venezuelano. Paralelamente à reunião com os empresários, o diplomata encontrou-se, na sede do consulado de Portugal em Va-

lência, com profissionais lusodescendentes ligados às áreas da medicina, engenharia, administração, educação, entre outras. A ocasião foi aproveitada para falar do Portugal moderno e "despertar um interesse de projectar o país dos seus pais na Venezuela". Caetano da Silva marcou presença ainda num almoço com a direcção da Casa Portuguesa do Estado de Carabobo e, depois, num jantar com os representantes do Centro Social Madeirense.


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