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O jornal da comunidade luso-venezuelana

DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 07 – N.º 212 CARACAS, 21 A 27 DE JUNHO DE 2007 - VENEZUELA: BS.: 1.500,00 / PORTUGAL:

0,75

400 milhões roubados em apenas 8 minutos Assalto à agência do Banco Plaza no Centro Português, em Caracas, surpreende todos

p. 32

Tobias Nóbrega acusado p. 4

Terra de Chávez pede investimento O pedido é feito por um dos deputados do Grupo de Amizade Parlamentar p. 4

Venezuela já é Copa América Suplemento Especial

CP continua de fora da Feceporven Ainda não é desta que a colectividade de Caracas integrará a Federação de Centros Portugueses. Só depois de alterados os seus estatutos p. 3


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EDITORIAL

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Livros, que destino? Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Jean Carlos de Abreu, Tábita Barrera, Tomás Ramirez, Sandra Rodríguez, Katiuska Martins, Victoria Urdaneta, Érika Correia Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Jesús Pérez Perazzo, Luís Barreira, Álvaro Dias, Antonio López Villegas Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Relaciones Públicas María Amelia da Rocha Eventos Yamilem Gonzalez Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa de Sá Secretariado: Enmanuel Vieira Fotografia Paco Garrett Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI). Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.

entrega recente de um lote significativo de livros à cadeira de Português na Universidade Central de Venezuela, cujo valor material ascende a mais de 80 milhões de bolívares, traz à memória uma série de actos idênticos que se perderam nos últimos anos. Literalmente, perderam-se. Ao longo da curta existência deste jornal, temos assistido a incontáveis cedências de livros a diversas instituições, com o fim sempre louvável de contribuírem para o enriquecimento cultural e educacional da comunidade que consiga acedê-los. O problema é que, desligados os 'flashes' das máquinas fotográficas e terminados os discursos de ocasião, os livros são pura e simplesmente esquecidos, na maior parte dos casos. Uma irresponsabilidade que urge acabar.

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São inúmeros os casos de displicência. Fazemos referência apenas ao que ocorreu directamente com este jornal, o Banif e o DN-Madeira que, enquanto dinamizadores do "Encontro de Gerações", ofereceram alguns livros para as escolas de um centro português e que, volvido um ano, continuavam ainda empacotados, no mesmo lugar. A iniciativa da Embaixada de Portugal de querer inventariar o que se distribui, o que se recebe e a utilidade dada, pode ser um bom prenúncio que algo vai mudar. Basta de 'pedinchar' para depois ignorar os esforços que são feitos a vários níveis. Vamos limpar os sótãos onde muitos livros continuam empacotados, ou redireccionar as ofertas de livros das colecções particulares para os sítios públicos, para onde inicialmente foram concedidos.

O cartoon da semana Roubaram no aeroporto o portátil do convidado especial aos actos do 10 de Junho

Caramba, nem sequer deixaram o homem chegar a Caracas

A semana Muito Bom A recente contratação do defesa venezuelano Edder Perez para o Marítimo, da I Liga Profissional de Portugal, representa muito mais que uma mera aquisição de um futebolista. Vista a operação pelo lado sentimental da questão, e sabendo-se da dimensão da comunidade portuguesa na Venezuela, esta 'aproximação' é muita positiva e pode trazer resultados que vão muito para além do fenómeno futebolístico.

Bom A digressão à Madeira da equipa de futebol de veteranos do Clube Social Madeirense, de Valencia, a convite do Núcleo de Veteranos da AD Camacha, reforça os laços entre Portugal e a Venezuela. Para além de fomentar a prática desportiva e os convívios locais, há uma efectiva aproximação entre os dois países, da qual resulta um melhor e maior conhecimento das duas realidades.

Mau As missões empresariais portuguesas chegam tarde a Venezuela. Porque coincidem justamente com a altura em que o controlo cambial impõe 'mil e um' entraves comerciais. Quando se verificam muitas dificuldades em matéria de exportação e de importação de certos produtos. A pesar de todas essas restrições, fazemos votos para que a chamada "diplomacia económica", principal linha de acção do actual embaixador em Caracas, possa dar frutos.

Muito Mau O assalto, no domingo, à agência do Banco Plaza, situada no Centro Português, em Caracas, é um episódio negro. O acto delinquente torna-se ainda mais grave pelo facto dos funcionários policiais suspeitarem que existiu cumplicidade interna no planeamento do roubo. Um duro golpe para os sócios da colectividade que consideravam que a segurança era um dos principais aspectos positivos do seu clube, em benefício dos seus filhos.


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CP recusa integração devido aos estatutos da Feceporven Ex-presidentes do clube de Macaracuay vêm com bons olhos uma futura integração na Federação de Centros Portugueses.

Por seu turno, o Presidente de Feceporven esclarece que todos os clubes portugueses na Venezuela são autónomos na sua gestão e nos seus regulamentos. "Cada direcção decide se deixa ou não entrar pessoas associados nas suas instalaçõ-

es. O importante é que todos os clubes portugueses estejam integrados e que os lusodescendentes estejam unidos para divulgar a cultura e as tradições portuguesas", comentou Canha. O também cônsul honorário de Maracay faz notar que a adesão do CP à federação "tem como finalidade unir mais a comunidade portuguesa de todo o país" e conseguir que os associados deste centro participem como todos os demais nas actividades desportivas, culturais e sociais que são organizadas no seio da Feceporven. Quanto aos estatutos, Canha, que já leva quatro anos frente desta entidade, adianta que está previsto efectuar uma reforma em alguns artigos. Mas o presidente do CP assumiu que a possibilidade de filiação à Feceporven só se produzirá apenas se "a instituição que reúne aos clubes luso-venezuelanos mudar por completo as disposições estatutárias" que vigoram actualmente.

João Gonçalves da Silva.

Marcelino Canha

O presidente do clube justifica a 'nega' lembrando que a instituição não tem capacidade para albergar "mais pessoas".

Jean Carlos de Abreu

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o discurso proferido por ocasião das celebrações do Dia de Portugal, Marcelino Canha, presidente de Feceporven, levantou uma antiga polémica: o não do Centro Português (CP), de Caracas, de integrar a Federação de Centros Portugueses, entidade que agrupa mais de 15 clubes luso venezuelanos de todo o país. Desde que a hipótese se colocou, há alguns anos, que o Centro Português tem-se negado em filiar-se à Feceporven, por estar em desacordo com algumas das suas normas. O repto deixado recentemente por Canha nas celebrações oficiais do 10 de Junho de apelar à união de

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todos os centros sociais não alterou a posição por parte da direcção do CP. O actual presidente deste clube, João Gonçalves da Silva, reiterou ao Correio que a sua equipa de trabalho não deseja que o centro integre aquele organismo e assegurou que não formarão parte da federação enquanto não forem alterados "certos estatutos". Gonçalves observou que os sócios do Centro Português recusam em particular a norma da Feceporven segundo a qual "todos os sócios dos clubes inscritos nesta aliança podem entrar nos outros centros sociais que fazem parte da federação". O presidente do clube de Macaracuay justifica a 'nega' lembrando que a instituição não tem capacidade para albergar "mais pessoas".

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"Juntos somos uma força" Para alguns ex-presidentes do Centro Português, a comunidade portuguesa é uma força e a entrada do clube na Feceporven uniria ainda mais as associações sociais e os seus membros. André Pita, que presidiu o CP durante dois mandatos consecutivos, informou que não se opõe a que o clube faça parte da federação. Mas deixou claro que antes de o fazer deverá solicitar uma reunião com todos os ex-presidentes da instituição para debater o tema antes de se "tomar uma decisão". Por seu turno, José Luís Ferreira comentou que, apesar de já ter qualificado a entrada do Centro Português na Feceporven como negativa, considera que agora a possibilidade da modificação dos estatutos e as intenções integradoras da federação só trariam vantagens para a associação. No entanto, acrescenta que é a direcção quem deve tomar tal decisão, a qual deve ser respeitada por todos. "Durante a minha presidência, a direcção que me acompanhou e eu prórprio, não aceitámos fazer parte da Feceporven porque o clube estava a começar a ganhar força", disse Bernardo Pereira, que foi presidente do CP em 1993. Mas, agora, assegura que é chegado o "momento para que o clube de Macaracuay integre esta aliança porque a comunidade portuguesa está mais unida e é uma grande força em todos os âmbitos: desportivo, cultural, social e económico". Fernando Ludgero, que esteve à frente dos destinos do Centro Português em 1978, manifestou ao CORREIO que é a actual direcção do clube quem deve decidir se é benéfico ou não fazer parte da Feceporven, mas "pensando sempre em função do bem-estar de todos os sócios".

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Barinas reclama Investimento luso O pedido é feito pelo deputado Efraín Contreras, um dos membros do Grupo de Amizade Parlamentar Venezuela-Portugal Délia Meneses

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conhecida como a capital do "llano", como o primeiro Estado produtor de algodão do país, e destacado por possuir uma importante actividade agrícola, ganadeira e petrolífera. Sem esquecer que é cidade natal do Presidente Hugo Chávez. As terras calorosas de Barinas, com cerca de 750 mil habitantes, carecem de investimento português. Quem o diz é o deputado do partido "Podemos", Efraín Contreras, pertencente ao Bloco Parlamentar Região Los Llanos, Estado Barinas. "Senti-me entusiasmado por fazer parte do grupo de amizade Venezuela - Portugal porque sou da terra natal do Presidente e con-

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sidero importante que exista um representante de Barinas nesta comissão", disse Contreras. O deputado, que confessa ter crescido, como muitos venezuelanos, rodeado da influência portuguesa, lamenta que, na área do investimento, Barinas não tenha sido considerada pelos lusos como objeto de investimento, especialmente na área dos supermercados, onde os portugueses dominam amplamente o mercado nacional. Um dos objectivos de Contreras durante sua permanência no grupo de amizade será facilitar aos luso-venezuelanos o investimento no estado 'llanero', que actualmente está a construir 17 mil soluções habitacionais, e tem investido também em auto-estradas. "Actualmente tem muitos atractivos", assegura o parlamentar.

Integrantes do grupo de amizade parlamentar Venezuela - Portugal. O deputado Efrían Contreras (de camisa amarela) pertence ao Bloco Parlamentar Região Los Llanos, Estado Barinas.

Tobías Nóbrega acusado de "peculato culposo" Ministério Público venezuelano investiga alegadas irregularidades na aquisição de edifícios e contração de empresas

Consulados vão ser "projecto piloto" de desburocratização

luso-venezuelano Tobias Nóbrega, economista e ex-ministro das Finanças, foi acusado pelo Ministério Público de "peculato culposo" pela presunção de irregularidades ocorridas durante a sua gestão. Na Venezuela, 'peculato' é usado para referir, juridicamente, a má administração de fundos, enquanto que 'culposo' é usado em referência a um acto ou omissão imprudente ou negligente, que origina responsabilidades. O "peculato culposo" é um delito previsto e sancionado pelo artigo 53 da Lei Contra a Corrupção, da Venezuela. A acusação foi feita por Migel Risso, procurador do Ministério Público venezuelano, com base numa investigação sobre supostas irregularidades na aquisição de edifícios e contração de empresas, em Caracas. Em causa está a aquisição dos edifícios Bilbao e Citibank, situados em La Urbina (Leste de Caracas) e Carmelitas (centro), respectivamente, assim como o processo de contratação de empresas para a remodelação dos dois edifí-

Venezuela vai fazer parte, até final do ano, de um projecto piloto de desburocratização dos consulados com base na disponibilização de aplicações informáticas, anunciou na sua recente visita a Caracas, o secretário de Estado da Justiça, João Tiago Silveira. O governante disse que na relação com os consulados "também temos feito um grande esforço no sentido da desburocratização. Grande parte das medidas têm a ver com aplicações informáticas, novas tecnologias e a disponibilização de aplicações informáticas aos consulados", aclarou. "A Venezuela vai ser mesmo um dos projectos piloto a avançar (nesse sentido), vai permitir mais rapidez nos pedidos de registo que são feitos", disse Tiago Silveira, dando como exemplo que "passam a estadispo-

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cios. Filho de emigrantes naturais da Freguesia do Caniço, Santa Cruz, Madeira, Tobías Nóbrega foi ministro de Fazenda e Finanças da Venezuela, entre Maio de 2002 e Dezembro de 2004. Nasceu a 30 de Janeiro de 1961, em Puerto Cabello. É

professor, licenciado em Economia pela Universidade Central da Venezuela e doutorado em Teoria e Política Económica pela Universidade Complutense de Madrid, tendo desempenhado funções de assessor bancário de empresas privadas e organismos públicos venezuelanos.

níveis, de imediato, para confirmação e válidos na ordem jurídica portuguesa, os registos de nacionalidade, sem ter que esperar por aquele vaivém da mala diplomática". O secretário de Estado da Justiça explicou que será ainda possível "o acesso directo aos registos portugueses nos consulados, aos registos de casamento e de óbito, com efeitos directos e imediatos na ordem jurídica portuguesa", acrescentando que também "vai ser possível obter de imediato, sem esperar pelo envio, certidões da situação do registo de nascimento e civil das pessoas". Por outro lado, defendeu que "Portugal está a tornarse num bom país para investir" e que hoje é possível constituir uma sociedade comercial no tempo médio de 50 minutos e através da Internet.


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Embaixador reúne com universitários Depois de doar material bibliográfico para a cátedra de português da da UCV, o diplomata deu uma aula de Portugal aos jovens. Tomás Ramirez

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ma doação de 495 livros didácticos e de temas turísticos de Portugal foi feita na passada terça-feira pelo embaixador, João Caetano da Silva, à Universidade Central de Venezuela. Os volumes serão usados pelos alunos e professores da cadeira de português da Escola de Idiomas Modernos (EIM), com quem o diplomata manteve um encontro de trabalho com o objectivo de analisar quais são os contributos que a embaixada portuguesa pode dar a esta casa de estudos. Entre os objectivos da visita do embaixador à UCV esteve a definição de uma estratégia para "cumprir com o interesse dos governos dos dois países de fortalecer o idioma português na Venezuela", afirmou o diplomata, acrescentando que já é hora de ir preparando o terreno para a próxima lei do ensino do português no país, como uma cadeira que esteja incluída nos currículos das escolas e universidades. O embaixador, que percorreu pela primeira vez as instalações da

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O diplomata tratou de conhecer o que pensam os jovens acerca de Portugal.

UCV, tratou de conhecer pessoalmente o que pensam os jovens acerca de Portugal e qual o domínio que possuem os estudantes do idioma. A directora da EIM da UCV, Irma Brito, entregou ao diplomata um relatório detalhado com dados importantes sobre a cátedra de português. A professora aproveitou a ocasião para sugerir ao embaixador a possibilidade de se reformular o convénio existente entre a UCV com o Instituto Camões com o fim de incluir os estudos de pós-graduação num novo acordo. João Caetano da Silva conheceu pessoalmente aquela que será a nova sede do Centro de Língua Portuguesa (CLP), tendo se inteira-

do dos planos para futuras doações a esta instituição e verificado se a área onde se encontra localizada está apta para a recepção de material bibliográfico. "Os livros têm que estar num lugar acessível aos estudantes por isso temos de avaliar a infra-estrutura", disse o diplomata. O leitor do Instituto Camões, professor da Cátedra Fernando Pessoa e da cátedra de português da EIM da UCV, Miguel Moiteiro Marques, viu com bons olhos a reunião com o máximo representante diplomático de Portugal na Venezuela. "Penso que o embaixador tem muita vontade de trabalhar pelo desenvolvimento da língua e da cultura portuguesa na Venezuela", observou.

O embaixador quer saber onde vão ficar os livros.


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Empresário baleado por resistir a assalto trava parado em frente ao estabelecimento comercial do pai. A vítima foi transportada m empresário de 31 para a sala de emergências do anos foi baleado no Hospital Dr. Luís Salazar Dopassado sábado, 16, mínguez, do Instituto Venezuequando dois indiví- lano de Seguros Sociais de Guaduos, que seguiam numa mo- renas, onde recebeu os primeitorizada, tentaram roubar-lhe ros tratamentos médicos. Dado os seus pertences. Juan Teodo- o quadro clínico em que se enro Alves dos Sancontrava, Alves foi tos, que se encondepois encaminhatra actualmente do para a Clínica sob atenta vigiMetropolitana, em O luso-venezuelano lância médica, reCaracas, para ser é filho de um sistiu aos intentos sujeito a um interdos ladrões, tendo venção cirúrgica empresário natural um destes efeccom o objectivo de de Santa Cruz, Madeira remover a bala alotuado um disparo sobre o seu peito. jada na zona do O luso-venepeito. Encontra-se zuelano, filho de agora internado na um empresário natural de San- unidade de cuidados intensivos. ta Cruz, Madeira, foi atacado Elementos do Cuerpo de no sector de La Safra, situado Investigaciones Científicas, Peem Guarenas, Estado Miranda. nales y Criminalísticas (Cicpc) Segundo revelou fonte da Polí- da localidade já iniciaram avericia Municipal de Plaza, o assal- guações com a finalidade de to ocorreu pelas 20 horas, quan- identificar os autores deste crido Alves dos Santos se encon- me. Jean Carlos de Abreu

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Maior segurança O presidente da Câmara de Comércio de Guarenas, António de Freitas, exigiu maior segurança para os cidadãos por parte dos corpos policiais, pedindo a estes que "se deixem de formalismos e se dediquem a combater a delinquência" que grassa no município Plaza. "Estou preocupado pela maneira como se está desbordando a delinquência na zona, sobretudo na zona central de Guarenas. Como empresário e padre de família, sinto que não há segurança para ninguém", observou António de Freitas, quando comentava que dias antes do assalto em que ficou ferido Juan Alves, um vigilante foi assassinado no mesmo sector. "Exigimos às autoridades policiais para aprofundar mais o trabalho preventivo, já que a ideia é evitar que se continuem a cometer actos criminosos. Necessitamos de mais segurança", exigiu de Freitas.

Juan Teodoro Alves foi atacado no sector de La Safra, situado em Guarenas.

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Entre o religioso e o profano res" vai interpretar bailes portugueses, para além de vender no clube os cordões de caramelos de diferentes colores ssar sardinhas, adornar com fol- que se preparam para o São João. José Manica, membro deste grupo, has de palha e o majericão o recinto onde se leva a cabo a fes- observou que este ano será realizada a ta, vender caramelos em papel antiga tradição de saltar a fogueira. Além colorido e lançar ao ar balões enchidos disso, serão levadas folhas de majericão de hélio, são algumas das tradições que para adornar o cenário. A direcção do se repetem todos os anos em honra do CP espera receber, aproximadamente, padroeiro dos pescadores e da fertilida- duas mil pessoas, entre sócios e convidados. de. Na 'cidade dos ventos', Punto Fijo, No Centro Português, Estado Falcón, a comuniem Caracas, a festa de São dade portuguesa radicada João celebra-se no sábado, nesta localidade também 23, a partir das 18 horas, e, José Manica observou vai celebrar, a 24 de Junho, como de costume, estendeo dia de São João, a partir se durante toda a noite com que este ano das 18 horas, no Centro música tradicional portuserá realizada Português da cidade. guesa e venezuelana, comia antiga tradição Segundo precisou fondas e bebidas típicas, bante da organização da festa, das musicais. Tudo por entre de saltar a fogueira será cobrada uma entrada as sardinhas assadas. de 160 mil bolívares por faJoão Gonçalves, presimília e 40 mil por pessoa, dente do CP, informou que a festa começa a ser feita desde sábado com direito a comer e beber tudo o que "para que todas as pessoas presentes pos- desejem durante a festividade. Como convidado especial foi escolsam desfrutar e celebrar o arraial pela hido o grupo folclórico da Casa de Pornoite fora". Nesse mesmo dia será rifada uma tugal de Maracaibo. "Para festejar o sanviagem a Portugal. Cada rifa custará 20 to recriaremos o tradicional salto da fomil bolívares, explicou Gonçalves, acres- gueira e teremos, como sempre, a música centando que quem comprar duas rifas tradicional venezuelana e portuguesa", poderá entrar gratuitamente no clube disse a fonte, adiantando que haverá surpresas para os presentes e um espectácucom um acompanhante. O grupo folclórico "Danças e Canta- lo especial em honra da Venezuela. Jean Carlos de Abreu

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Tradição e misticismo Eduardo Gonçalves, pároco da igreja "Santa Ana" do Estado Sucre, diz que São João é, para a religião Católica, a imagem que encerra o ciclo do Antigo Testamento para dar passo ao Novo Testamento. São João nasce de uma mãe estéril e de um sacerdote, ambos descendentes da casa de Aarón. Foi divulgador da palavra de Deus e anunciou a chegada do Salvador. Posteriormente, com as suas próprias mãos, benzeu Jesus na terra. AIgreja Católica estabeleceu uma data para a adoração desta personagem bíblica. Por seu turno, os escravos, como não tinham uma imagem para adorar, decidiram tomar a representação católica dos colonizadores e acrescentar-lhe algo autóctone, composto pelo ritmo e o tambor e uma vestimenta especial. Muitas tradições e mitos estão associados à imagem de São João, considerado como o santo mais milagreiro dos povos. Aele se devem o sucesso da fertilidade, a abundância, boas colheitas de cacau e saúde para aqueles que lhe fazem pedidos. O som dos tambores ouve-se até ao amanhecer e os bailes eróticos encerram um mundo de atracção que

gira em torno do santo. Os movimentos de ancas, segundo a crença popular, atraem o ser especial indicado. Entre o religioso e o profano, não existe uma fronteira que divida o correcto do incorrecto. Aúnica coisa certa é que São João é considerado o mais milagreiro de todos os santos, o que reúne mais pessoas num só lugar e dá vida a uma crença com mais de dois séculos.


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"O Parlamento é como uma escola" Luso-venezuelanos na Assembleia Nacional contam as suas experiências. "A parte mais difícil de trabalhar no parlamento é lidar com a diferença de critérios", admite um deles. obriga-o a desempenhar uma série de funções que lhe provocam stress e exigem muita preparapresença de luso-descen- ção perante os contingentes. Dedentes em diferentes ins- ve estar preparado para enfrentar tituições e organismos qualquer eventualidade e, inclusivenezuelanos é marcan- ve, misturar trabalhos de executite. A Assembleia Nacional tam- vo de protocolo com as de menbém não escapa a esta realidade. sageiro. No entanto, Sousa deLogo à entrada do parlamento, o fende que a Assembleia é um guarda nacional que costuma re- "excelente lugar de trabalho, com ceber os visitantes, mostra-nos, pessoas lutadoras". Apesar de "às vezes não ter no seu uniforme verde azeitona, um apelido português. A sua tempo suficiente para dedicar à mãe é natural de Espinho. Al- família, sempre há satisfações que guns passos depois, na direcção compensam tudo." O ritmo de trabalho que Soude Serviços Gerais, encontramos uma filha de madeirenses, da Ri- sa tem de seguir varia e depende beira Brava, Maria Fátima dos das delegações e das personaliSantos, quem trabalha há quatro dades que estão no país. Uma seanos no Departamento de Trans- mana considerada cheia implica a porte. Está encarregada de prestar realização de muitos eventos e apoio e orientar as pessoas que fóruns dentro da Assembleia, atenções protocolares, recepção, necessitem deste serviço. Esta licenciada em Adminis- guia turística e viagens com as tração assegura que na Assem- delegações. Isto entre outras actibleia sente-se "como em casa", vidades relacionadas com a atenfruto da muita camaradagem que ção personalizada dos convidaexiste entre ela e os seus com- dos. Sousa sente-se muito orgulpanheiros de trabalho. "No meu departamento é uma só mulher hoso das suas raízes lusas e, embora nunca tenha no meio de tantos ido à terra do seu homens, muitos depai, tenta manter les mais velhos do laços com a cultuque eu, mas sempre Uma semana ra portuguesa. mantendo o respeiconsiderada cheia "Apesar de não ter to", conta. implica a realização de nascido lá, sinto coFátima dos Sanmo se essa fosse a tos admite que a eventos e fóruns, minha segunda páparte mais difícil de atenções protocolares, tria", observa. trabalhar no parlaNo mesmo demento é lidar com a recepção, guia turística. partamento onde diferença de critétrabalha Andrés de rios nos mais variaSousa, encontrados aspectos do quotidiano nacional, tanto político mos a Tania de Abreu, que faz como económico. "Mas no final parte da equipa de protocolo dessempre existe tolerância. Somos de há cerca de dois anos. "A primeira semana em que muito amigos. Este lugar é uma escola, pois aprende-se muitíssi- entrei para trabalhar aqui coinmo e, de uma maneira ou de ou- cidiu justamente com uma visita tra, sempre nos ficam coisas posi- do Presidente da República", recorda, explicando que estava tivas". Das tradições portuguesas, "muito nervosa, mas que graças as gastronómicas e as religiosas a Deus tudo correu bem." Os seus costumes estão muisão as que mais pratica. Sente uma grande devoção pela Vir- to ligados à ilha da Madeira, cogem de Fátima e todos os anos mo a comida e a religião. E a múassiste com a sua família às festas sica também, já que em sua casa são todos fanáticos dos prograem honra da Virgem. Estas mesmas tradições são mas de rádio que se transmitem as que tem semeado Andrés de em varias estações aos fins-deSousa na sua família. Desde há semana. "A minha madre é 'criollita' cerca de três anos que este lusodescendente, filho de um emi- mas adoptou os costumes do grante natural do Caniço (Ma- meu pai, que é algo que nos idendeira), é assistente administrati- tifica a todos. Não há um fim-devo da Direcção de Protocolo na semana que não se escute música Assembleia Nacional. A sua mul- ou se veja algum programa de her, embora não seja descenden- televisão que esteja relacionado te de portugueses, adoptou os com Portugal", assegura. Ainda que nunca tenha viajacostumes lusos, desde a preparação do bolo do caco com carne do até Portugal, tem a esperanaté ao 'fanatismo' pela selecção ça de vir a fazê-lo algum dia, para conhecer os lugares que são de futebol nacional. O cargo que desempenha emblemáticos para a sua família. Érika Correia

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Uma mistura perfeita

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Maria Fátima dos Santos

Andrés de Sousa

Tania de Abreu

Ana da Silva Soares

Ana da Silva Soares é uma internacionalista lusodescendente que soube misturar no seu paladar e nos seus costumes o sabor do feijão-frade e de um 'pabellón criollo'. Esta jovem, filha de um emigrante do Porto e de mãe lisboeta, trabalha na Direcção de Relações Internacionais da Assembleia Nacional desde Agosto de 2003. A luso-descendente é pesquisadora da Oficina de Investigação e Assessoria daquela direcção que tem um departamento de assuntos multilaterais e outro de assuntos interparlamentares. Entre as suas funções, destaca-se a de apoiar os grupos de amizade da Venezuela com outros países, eventos das distintas embaixadas, semanas culturais e visitas de delegações. Actualmente, para além das suas funções laborais, Silva está a acabar uma Especialização em Direito e Política Internacional na UCV. No que se refere à família, comenta que os seus pais - com mais de 40 anos no país - têm sabido misturar os costumes portugueses com os venezuelanos. "Os meus pais conservam a sua língua, embora às vezes falemos portunhol", diz, entre sorrisos. Confessa-nos que entende a língua, embora só fale um pouco e não saiba escrevê-la. Mas, independentemente disso, o seu afecto por Portugal não muda, assegura. Do país de seus pais conhece Lisboa, Porto, Guimarães, Aveiro, Caldas da Rainha, Fátima. Porque viveu em Maracay, durante algum tempo, foi sócia da Casa Portuguesa dessa cidade. Contudo, devido às suas ocupações na capital, afastou-se um pouco desse centro. Sobre os seus amigos, conta-nos que um dos seus maiores amigos de infância é filho de madeirenses.


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21 A 27 DE JUNHO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA

Fundação Martins precisa de apoio Érika Correia

ÉÅçêêÉá~]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã

Fundação Martins presta actualmente apoio a 24 pessoas, com idades compreendidas entre 4 e os 36 anos, dos quais apenas quatro podem andar. Os restantes socorrem-se de cadeiras de rodas. Todos eles apresentam um quadro marcado por grandes necessidades, pois carecem de diversos medicamentos e fraldas para crianças e adultos. Instituições públicas como PDVSA, têm dado algum apoio através de colaborações. A Alcaldía tem facultado transporte para cada uma das viagens que se realizam uma vez por mês com as crianças a diversos lugares para recriação. Apesar destes contributos, é preciso muito mais do que até agora tem sido oferecido. Para 28 de Junho está previsto um passeio à Trinchera, ao qual está convidada a Primeira Dama do Município San Diego, Rosa de

A

Scarano, que se fez responsável de custear a entrada e o pagamento de uma sessão de "barroterapia" para os representantes e crianças participantes. Neste sentido, a Fundação apela a todas as pessoas ou empresas que têm capacidade para fazer um contributo em prol da sua causa. Os directores informaram que no passado mês de Novembro faleceu uma das crianças que estavam à guarda da instituição. Os interessados em realizar algum contributo económico poderão fazê-lo comprando qualquer um dos medicamentos requeridos e fazê-los chegar por correio à seguinte direcção: Urb. Morro II, Calle 138, Casa 1699, San Diego Valencia Edo. Carabobo; ou depositar dinheiro na conta de poupança em nome da Fundação Martins No. 01160014070033112426 do Banco Occidental de Descuento (B.O.D). Para mais informação podem

ser utilizados os telefones (0241)871-27-12, 0412-886-93-47 ou 0412-401.60.99. A Fundação Martins é uma instituição situada no Município de San Diego, em Valência, que está encarregada de oferecer ajuda a crianças e adolescentes que sofrem de paralisia cerebral severa. Surgiu em 1999 por iniciativa do luso-descendente Leonel Martins e sua esposa Salomé Garcia de Martins, os seus actuais directores.

VENEZUELA

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Breves

3º Jantar de Beneficência dos "Amigos del Clero" O Salão Nobre do Centro Português, em Caracas, acolhe pelo terceiro ano consecutivo o jantar dos "Amigos del Clero", uma iniciativa de beneficência que visa angariar fundos para ajudar as paróquias mais necessitadas da capital. O convívio está agendado para sábado, 4 de Julho, pelas 7h30. O dinheiro resultante das doações angariadas será distribuído pelas Irmãs Católicas, para equipar as casas de beneficência ou para ajudar algum sacerdote que esteja doente e que não

possua seguro de vida e esteja a precisar de assistência médica dispendiosa. As pessoas que estejam interessadas em participar neste jantar podem adquirir a entrada na sede do clube ou na Missão Católica Portuguesa, situada em San Bernardino. O preço da refeição é de 75.000 bolívares por pessoa. Cerca de mil pessoas são esperadas e, no final do jantar, se vai realizar um reconhecimento especial à paróquia que mais entradas vendeu.

Medicamentos requeridos Rivotril, 0,5 mg Valpron jarabe de 250 mg Akinetón 2 mg. (tabletas) Onirema 5 mg Nistatina crema Melatonina (tabletas) Fenobarbital 50 mg Pediasure Ensure Fraldas XXL Fraldas para adultos

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Sacerdote da Camacha impressionado com Vargas Jean Carlos de Abreu

àÅÇÉ~ÄêÉì]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã

urante três semanas, João Ferreira, pároco da igreja da Camacha, na Madeira, desde há 22 anos, visitou a Venezuela com a intenção de tratar de uns assuntos familiares, tendo aproveitado a deslocação para observar o estado em que se encontra La Guaira, em Vargas. O sacerdote comentou ao CORREIO que lhe causou impressão ver La Guaira devastada depois de quase oito anos passados da tragédia que sacudiu o principal ponto marítimo e aéreo da Venezuela. "Ver algumas localidades desertas do Estado Vargas chocou-me", disse o pároco, lamentando que "muitas coisas pareçam continuar como ficaram logo após a catástrofe natural" de 1999. "É uma pena que não se tenha recuperado a cidade, já que depois de oito anos do desastre pensava que a encontraria melhor", observou João Ferreira, aproveitando a oportunidade para pedir aos portugueses que estão na Venezuela que ajudem os "seus compatriotas daquela localidade". Na sua terceira visita à Venezuela, o padre Ferreira ficou também impressionado ao ver as construções que nasceram em Caracas; todo um ambiente que a torna ainda mais "cosmopoli-

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ta".

Também teve a oportunidade de sentir o espírito de contestação dos estudantes universitários que se manifestaram em diferentes pontos do país. Considera que os jovens venezuelanos são dignos de admiração pelo civismo com que conduziram suas as acções. João Ferreira deixou uma mensagem de saúde, segurança e paz a todos os portugueses que vivem na Venezuela e destacou o trabalho que está sendo desenvolvido pelas associações de beneficência em prol dos portugueses carenciados.


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CORREIO DA VENEZUELA 21 A 27 DE JUNHO DE 2007

História de Vida

João Eduardo Correia Câmara de Lobos, Madeira

"Não há nada como o calor da Venezuela" Érika Correia

oão Eduardo Correia é o nome deste português nascido em Câmara de Lobos, Madeira, em 8 de Outubro de 1926. Sapateiro foi a sua profissão desde muito jovem. E ainda que já não se dedique a ela, são muitas as historias que guarda na sua mente e que conta sempre aos seus familiares, em especial aos netos. Tinha 20 anos quando conheceu a mulher com quem viria a casar, Maria Filomena Rodrigues, numa festa em honra da Virgem de Fátima. Com vinho e no meio do fogo de artificio que decorava o céu entabulou com ela a sua primeira conversa. Filomena dedicava-se a bordar à mão panos para vender. "Disse-me: 'Tu vais ser o meu esposo…'". Fiquei muito surpreendido, mas com o passar do tempo fui conhecendo a sua família, descobri que gostava de estar com ela, e ao fim de um ano demos início os preparativos de casamento. Depois de contrair matrimónio, comecei a dar mais atenção aos meus companheiros de trabalho, que falavam regularmente de um país chamado Venezuela, onde as oportunidades eram muito boas. Motivado pela curiosidade, e, naturalmente pela necessidade, decidi partir para esta terra em 1959. Estabeleci-me com a minha esposa na comunidade de Los Chorros, deixando já sete filhos em Portugal, com as minhas cunhadas.

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Algum tempo depois de arranjar trabalho como sapateiro, comecei a mandar buscar, pouco a pouco, os meus filhos, os quais não passavam, então, de crianças, e que não faziam ideia da sorte que os esperava. O barco Santa Maria transportou toda a minha numerosa família. Depois de que ter reunido novamente aos meus filhos, trabalhei muito duro. Eles também começaram a trabalhar desde muito pequenos porque tínhamos muitas necessidades. O país que lhes abriu as portas da estabilidade económica que

possuem nestes momentos não lhes facilitou as coisas ao princípio. No meio de tanto desespero por causa da necessidade que estava a passar a família, os meus filhos tiveram de ser separados e foram viver com umas tias que também se tinham radicado na Venezuela. Estudaram, trabalharam e formaram, cada um, as suas famílias. Hoje tenho 16 netos e 9 bisnetos, uma prenda muito linda para os 80 que celebrei recentemente, na companhia da família e de inumeráveis grupos folclóricos que me recordaram a minha terra e as suas tradições.

Quero continuar cá Acostumei-me tanto a este lugar que já não penso mais em deixá-lo. Aqui estão os meus filhos e os meus netos. Por isso quero continuar cá. Este calor não se compara com nada. Desde Guatire, no Estado

Miranda, costumo viajar regularmente a Portugal, mas nunca penso em não voltar. Simplesmente viajo, visito, recordo, e depois regresso a este país que nunca mais vou esquecer.


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"O melhor monumento é a riqueza cultural" A criatividade e a investigação são os grandes protagonistas da exposição alusiva às maravilhas de Portugal, patente no Centro Português. Victoria Urdaneta Rengifo

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ssim como a 7 de Julho, no Estádio da Luz, em Lisboa, se darão a conhecer as sete novas maravilhas do mundo, também na mesma data, no Centro Português, de Caracas, se premiarão os três melhores trabalhos da exposição que os estudantes de idioma português fizeram, por ocasião da Gala anual da cultura que reúne aproximadamente 800 pessoas. Segundo explicou o professor David Pinho, um dos fundadores do departamento cultural do clube, "este evento, inaugurado a 10 de Junho, Dia de Portugal, vem sendo desenvolvido há vários meses e tem como objectivo fomentar o estudo dos tesouros arquitectónicos de Portugal" junto da população estudantil que actualmente ascende a 300 alunos, sendo que 30% são venezuelanos. Com estas actividades reforça-se o valor da investigação, o trabalho em grupo e a criatividade, mediante a recriação em pequena escala de obras como a Torre de Belém, o Mosteiro da Batalha, o Mos-

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teiro de Alcobaza, o Templo Romano de Évora, o Castelo de Almourol, o Castelo de Guimarães, Castelo de Marvão, Castelo de Óbidos, Convento de Cristo Tomar, Convento e Basílica de Mafra, Fortaleza de Sagres, entre outras célebres edificações. Na gala realizada no Centro Português também será apresentada uma peça de teatro sobre o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e a Torre de Belém, esta última declarada monumento nacional de Portugal por Decreto de 10 de Janeiro de 1907 e património cultural da humanidade pela UNESCO em 1983. Entre os aspectos mais importantes deste evento encontra-se o objectivo de "demonstrar que nas aulas de português, assim como se ensina a gramática e a fonética, se procura ensinar o legado de Portugal que tem perdurado através dos séculos", expressou Pinho, que também é o organizador de esta exibição. "Também é fundamental para nós mostrar que mais além da beleza e a grandiosidade das obras arquitectónicas que estão representadas na exposição, o melhor monumento é a riqueza cultural", concluiu.

CULTURA

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Breves

Festival de Poesia sem Portugal Rebeca Fandiño Durante o IV Festival Mundial de Poesia, que se realizou na Venezuela, recitaramse peças de poetas europeus como Milo Angelis, de Italia, Ana Rosseti, de Espanha, Francoise Asnal, de Francia, entre muitos outros. Estranhamente, poemas de poetas portugueses da actualidade como José Agostinho Baptista, Nuno Júdice, Francisco Duarte Mangas o Egito Gonçalves, não foram ouvidos. O CORREIO conversou com a produtora do evento, María Auxiliadora Ramírez, que explicou que o reconhecido poeta Nuno Júdice,

nascido no Algarve em 1949, vencedor do prémio de Poesia Pablo Neruda de 1973, e do prémio da Associação Portuguesa de Escritores de 1994, só para referir alguns deles, avisou em Janeiro de este ano que não poderia participar no Festival, sem expor, no entanto, os motivos impeditivos na carta enviada à Casa Nacional de Letras Andrés Bello (instituição organizadora do evento). Ramírez acrescentou que nessa data, tão próxima da realização do evento, foi impossível contactar com outro poeta luso, facto que deixou Portugal sem representação nesta iniciativa.


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Cinema luso no Euroscopio Em representação da cinematografia portuguesa serão projectados os filmes "Os mutantes" e "Os imortais" Tábita Barrera

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elo quarto ano consecutivo e sob o patrocínio da União Europeia, realizase na Venezuela o festival de cinema Euroscopio, um evento que permite ao público desfrutar de filmes produzidos em alguns países do velho continente. Gisela González, uma das organizadoras desta iniciativa, informou que, até 28 de Junho, poderá ser apreciado um total de 22 produções cinematográficas, provenientes de 11 países. De Portugal vieram os "Os mutantes" e "Os Imortais". O primeiro destes filmes é

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um drama dirigido e escrito por ejo de assaltar um banco. González explicou que, por Teresa Villaverde, com actuações de Ana Moreira, Alexan- motivo da celebração do 50.º dre Pinto e Nelson Varela. A aniversário da União Europeia, foi organizado um segunda obra, profestival que preduzida sob a directende reflectir o ção de António "juntos", escolhido Pedro Vasconcelos, Euroscopio permite para a ocasião, um dos realizadoao público desfrutar através da "tolerânres mais surrealiscia, o encontro entas da cinematode filmes produzidos tre culturas e a digrafia portuguesa, em alguns países versidade, evidené também um draciada no trabalho ma cheio de acção, do velho continente. de cada um dos filguerra e crime. Inmes". terpretada pelo Alemanha, português Joaquim de Almeida e a actriz francesa Reino Unido, Áustria, EslováEmmanuelle Seigner, esta histó- quia, Espanha, República Checa, ria apresenta as aventuras de Finlândia, França, Itália e Hoquatro ex-comandos e seu des- landa, também participam nes-

ta iniciativa de "integração que procura oferecer a oportunidade aos venezuelanos de conhecer este cinema de autor, que foge ao comercial e mostra o esforço de países grandes e pequenos". Os filmes serão exibidos gratuitamente nas salas da Cinemateca Nacional, situada em Caracas, mais especificamente na Galeria de Arte Nacional, no Centro de Estudos Latinoamericanos Rómulo Gallegos (CELARG) e também, na sede do Goethe Institut (Teatro da Associação Cultural Humboldt), em San Bernardino. E ainda em Maracay, Guacara, Guanare, Acarigua, Barinas e Coro.

Tardes de literatura Rebeca Fandiño

Instituto Português da Cultura (IPC), através do Núcleo Fernando Pessoa, iniciou no passado sábado, 16 de Junho, uma série de sessões de leitura dedicadas à literatura portuguesa. A iniciativa começou com o "poema nacional" Os Lusíadas, escrito pelo reconhecido poeta português, Luís Vaz de Camões. As leituras dedicadas a estudar e analisar esta obra literária vão realizar-se durante seis sábados consecutivos, entre as 10 e as 13 horas. Nesta oportunidade, o Núcleo Fernando Pessoa abriu as suas portas a todos os interessados em conhecer mais aprofundadamente a literatura de Portugal. Não só a que foi escrita pelo grande Camões, no século XVI, como também a de Queirós e, posteriormente, de Fernando Pessoa e a de muitos outros grandes escritores que também estão contemplados no seu programa. Ana Lúcia de Bastos, recebeu o CORREIO na primeira reunião sabática na que se juntaram 14 participantes provenientes de diferentes níveis académicos, como licenciados e estudantes de letras da UCV, portugueses e venezuelanos unidos para começar as leituras, as quais serão guiadas e estruturadas por aquela responsável, formada em letras, que trabalha desde há algum tempo

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A presença dá direito a um certificado de participação emitido pela embaixada de Portugal na Venezuela.

na área literária do Instituto Português de Cultura, a quem se fica a dever este plano de leituras partilhadas, propostas para a promoção e compreensão da leitura portuguesa. "Este primeiro ciclo está centrado nos Lusíadas, que se apresenta como o poema épico fundacional da literatura portuguesa. Esta obra cria uma tradição e divide a literatura do país em um antes e um depois", explicou Lúcia de Bastos, adiantando que as sessões assumem-se como tertúlias, onde os participantes lêem dois cantos em casa, que são depois comentados aos sábados, durante a reunião.

"Eu forneço a parte histórica, mitológica e alguns outros dados. Desta maneira a leitura torna-se mais divertida e aprofunda, pois através das impressões e comentários de todos vemos aspectos que quiçá durante a leitura em solitário não tenhamos notado. Escritores como Camões são difíceis de começar a ler, mas são muito interessantes para ser discutidos em tertúlias como se tem previsto", comentou Bastos. O IPC, através do Núcleo Fernando Pessoa, convida toda a comunidade a acompanhar, aos sábados, este ciclo literário, que termina a 21 de Julho. A única condição é estar interes-

sado em desfrutar da literatura portuguesa e custear unicamente o material que seja proporcionado em cada uma das sessões, o que não ascenderá a mas de 30 mil bolívares no total. A presença dá direito a um certificado de participação emitido pela embaixada de Portugal na Venezuela. Quem estiver interessado, pode começar a assistir a partir do próximo sábado no Núcleo Pessoa, situado na Av. Venezuela, atrás do edifício Exa, Cauchera do Grupo Invicta, P2, El Rosal. Para mais informação pode utilizar os telefones 04167083120 / 02129854143.

Filmes portugueses Sexta-feira 22 /06 - 20 horas

Os Imortais Goethe Institute, San Bernardino

Sábado 23/ 06 - 18h30

Os Mutantes Cinemateca Nacional

Segunda-feira 25/06 - 18h30

Os Mutantes Cinemateca Nacional

Quarta-feira 27 /06 - 18h30

Os Mutantes Cinemateca Nacional

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IPC apresenta um filme por mês O Instituto Português de Cultura na Venezuela iniciará a exibição mensal de um filme português, numa iniciativa que incluirá ainda obras de cineastas estrangeiros sobre a realidade portuguesa. "A ideia é levar o cinema português à nossa comunidade, em ciclos de cinema que serão apresentados no último domingo de cada mês, com excepção de Fevereiro, que será no dia 19", disse fonte da organização. As sessões, que decorrerão no Centro Português, de Caracas, abrem com o filme "O Crime da Aldeia Velha" (1964), seguindose "A Jangada de Pedra", do holandês George Sluizer, baseado no romance homónimo de José Saramago. Das exibições programadas fazem parte outros ciclos de cinema, entre eles "A Madeira no Cinema", com Virgílio Teixeira, produzido e realizado por António Cohen da Cunha Telles. "Apresentaremos também exemplos de cinematografias de outros países que se debruçam sobre a nossa realidade ou onde participam, de forma importante, artistas portugueses", disse a fonte.


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21 A 27 DE JUNHO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA

LAZER

Melissa volta aos palcos

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Sandra O. Rodriguez G. çäÖ~êá~S]ó~ÜççKÅçã

elebrando o mês do artista nacional e logo após ter estado 13 anos afastada dos espectáculos, a cantora venezuelana de origem peruana Melissa vai iniciar a tournée "Rock em fantasia 2007", acompanhada dos cantores e produtores Jorge Aguilar e Sergio Perez. A cantora realiza a digressão por duas razões: uma para promover e conseguir fundos para a Fundação Centro Cultural "Melissa Griffith", que preside e acaba de inaugurar na Colonia Tovar - Estado Aragua; outra para despedir-se oficialmente e agradecer aos seus fãs todas as provas de carinho, simpatia e apoio incondicional que lhe ofereceram durante a sua carreira e no tempo de recolhimento. Esta fundação cultural tem como objectivo principal ensinar às crianças e jovens, de forma gratuita, todas as disciplinas artísticas (música, dança, cerâmica, pintura, etc.). Actualmente conta com alunos inscritos. "Não sou uma senhora", "A ponto de caramelo", "Confesiones" ou "Uma espécie em extinção" são algumas das canções que, nos anos 80, contribuíram para a sua coroação, por milhões, como "A rainha do rock". Melissa retirou-se em silêncio e confessa que as lembranças são inesquecíveis. "Embora fosse minha a decisão de me afastar como cantora, não consigo esquecer esses momentos. Essa época dourada para a música nacional, foi uma grande sorte para os artistas de então, que faziam espectáculos por todo o país, enchendo grandes teatros e estádios. São lembranças que vou ter para resto da minha vida", afirma Melissa. De origem peruana, a cantora admite que nascer nesse país não foi nunca um impedimento para desenvolver a sua carreira artística na Venezuela, e para sentir-se mais uma venezuelana.

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Melissa vai iniciar a tournée "Rock em fantasia 2007", acompanhada dos cantores e produtores Jorge Aguilar e Sergio Perez.

"Da mesma maneira, como imigrante, sinto-me identificada com a comunidade portuguesa aqui radicada. Muitos dos meus fãs são portugueses ou luso-descendentes, a quem agradeço e felicito, porque são sinónimo de luta e trabalho", diz, lembrando que esteve em

"A rainha do rock" esteve em Portugal em 1984 e que ficou "admirada pela beleza do país e o carinho da sua gente”. Portugal em 1984 e que ficou "admirada e surpreendida pela beleza do país e o carinho da sua gente", através de uma "viagem terrestre efectuada desde Galiza até Lisboa". "Vi um pais maravilhoso", assegura a cantora. A respeito da situação actual que se vive na Venezuela, a artista foi pontual. "Na minha vida tenho duas bandeiras: uma a convivência; a outra a

solidariedade". Daí que se confesse "muito triste ao ver que os venezuelanos estão divididos", pois considera que "todos devemos ir para o mesmo lado que é a Venezuela, e rezo todos os dias à virgem para que assim seja". Aproveitando a entrevista com o CORREIO, apelou "a todos para apoiar os nossos artistas, aos novos e aos reconhecidos, assistindo aos espectáculos, comprando a sua música e para gostarem e respeitarem o que cada um faz". Nestes 13 anos que esteve afastada do meio artístico, a sempre lembrada cantora dos anos 80 Melissa dedicou-se a causas filantrópicas, tanto culturais como ecológicas. Apoia o ensino de crianças especiais e conduz um programa de rádio desde Colonia Tovar. Actualmente conta ainda com um clube de fãs chamado "Olhos mudos", nome de uma das canções que a celebrizou e escreveu para os meninos da rua; e com uma página na Internet feita pelos seus admiradores (www.rockenfantasia.com).

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PORTO SANTO

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A Empresa Municipal Areal Dourado Eventos e a Câmara Municipal do Porto Santo apresentaram no passado dia 13 de Junho o Programa Cultural e Desportivo das Festas do Concelho do Porto Santo / S. João 2007, que irão decorrer durante os dias 14 e 24 de Junho. Nesta apresentação foi salientada a importância das Festas do Concelho por representarem uma das mais antigas tradições do Porto Santo e por envolverem um grande número de participantes. Na altura o Presidente do Município, Roberto Silva, afirmou que a Câmara aposta cada vez mais nestas Festas para que sejam o principal cartaz turístico da Ilha e apelou para a participação de todos os porto-santenses nestas comemorações. As Festas do Concelho têm este ano como “cabeça de cartaz” um grupo bem conhecido português, os Delfins, mas também conta com as actuações de Mónica Sintra, Tucha, Santos, entre outros artistas e actividades. O Vereador da Cultura, Magno Velosa, destacou o lançamento de o livro “Porto Santo-Antonião” e da colecção de postais “Olhares sobre o Porto Santo” que terão lugar no Dia do Concelho”.


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PORTO SANTO

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Animação para todos com as Marchas Populares Animação e grande participação popular são palavras de ordem destas Festas do Concelho do Porto Santo que se destinam a diferentes públicos e a todas as idades e que incluem os espectáculos musicais, as fogueiras, o fogo de artifício, as barracas de comes e bebes e as Marchas de S. João que com músicas e letras originais, coreografias, trajes e adereços desfilam nas principais artérias da Cidade. As ruas enchem-se de cor, animação e alegria naquele que é actualmente o principal cartaz turístico da Ilha Dourada. As Festas do Concelho vão muito para além da mera diversão, pois são também uma oportunidade para se dar a conhecer aquilo que é a riqueza cultural, desportiva e social do Município do Porto Santo. As fotografias das marchas do ano passado servem para antecipar um pouco daquilo que espera os visitantes este ano.

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CORREIO DA VENEZUELA 21 A 27 DE JUNHO DE 2006

Novo Governo Regional da Madeira ‘pacificador’ durante seis meses Apesar de acusar a República de “défice democrático”, Jardim está disposto a esperar até 2008 pelos resultados do seu discurso apaziguador

Depois de ter pedido a demissão em Fevereiro, Jardim foi a eleições em Maio. E agora, a meio de Junho, tomou finalmente posse.

Agostinho Silva

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m princípio, o discurso da pacificação é para durar seis meses, tanto quanto vai durar a presidência portuguesa na União Europeia. Este foi o prazo estipulado ontem por Jardim após o discurso da sua nona e última tomada de posse. Expressões como a “aposta no bem comum de Portugal” ou a disponibilização de “toda a colaboração e diálogo” marcaram o discurso de “apaziguamento, esperança e diálogo” de Jardim em relação a Lisboa. “Não seremos nós, os infractores”, prometeu o presidente, pouco antes das primeiras ‘alfinetadas’ ao seu melhor estilo: Portugal é hoje “um caso de profundo défice democrático”, um Estado que vive “subtilmente a tentação policial”.

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SINGAPURA NO ATLÂNTICO Transformar a Madeira numa “Singapura no Atlântico”, apenas no plano económico, e propor uma revisão da Constituição em 2009, após a qual a Região Autónoma estará na disposição de rever o seu Estatuto PolíticoAdministrativo, são outras ideias deixadas ontem no repleto e acalorado salão nobre da Assembleia Legislativa da Madeira. A violação ao Estatuto Político-Administrativo da RAM, “tentada por alguns órgãos de Estado” e que não passa de uma “subversão grosseira” ou de um “golpe de Estado”, foi o mote para o longo discurso de Jardim. Consagrar o “princípio da unidade diferenciada”, em que as matérias de “essência indiscutível” ficam sob reserva da Assembleia da República e as restantes deixadas à competência do Parlamento madeirense, é o objectivo da Madeira ao precipitar a tal revisão da Constituição, daqui a dois anos. “Queremos propor legislação que aproveite o ainda pouco que a tímida revisão constitucional de 2004 faculta”, precisaria depois.

Depois de insurgir-se contra as “considerações impróprias e geralmente mentirosas” sobre os custos financeiros da Madeira em relação ao Estado português, Jardim apelou para que “deixemo-nos de brincar aos partidos” e encetou uma longa lista de agradecimentos. Começou pelo povo madeirense e terminou nos “meus queridos colaboradores que são a Função Pública”; pelo meio saudou os deputados eleitos em várias frentes, o presidente da Assembleia Regional, as entidades presentes e o presidente do PSD nacional, para além de disponibilizar toda a colaboração ao Presidente da República, ao seu representante na Madeira, às diversas religiões, às Forças Armadas, às instituições de solidariedade social e de educação, à Universidade da Madeira, aos tribunais e aos autarcas, esses que são os “mais diários e próximos intérpretes do sentir do povo”. Quanto ao Governo da República, prometeu “toda a colaboração e diálogo”, na perspectiva de encontrar “um plano de entendimento que vai desde a ética à execução das políticas diferentes”. Porque os tempos são de apaziguamento, esperança e diálogo, garante Jardim. “Pelo menos por parte do meu governo”. Foi nesta altura que Jardim voltou a repetir porque se demitiu em Fevereiro - “por não poder cumprir o Programa do Governo a que me comprometera, no prazo fixado de 2008” - , justificando também porque manteve a mesma composição do seu Executivo e do seu próprio Gabinete: estabilidade, responsabilidade, necessidade de competência comprovada e conhecimento dos dossiers. João Carlos Abreu, que se manifestou indisponível para continuar, foi alvo de três páginas do discurso do presidente, num desfolhar de elogios e agradecimentos que terminou com um comovente “Que a Madeira te saiba merecer!”. Na escalpelização dos sectores governa-

tivos, Jardim elegeu os transportes como o “grande desafio futuro” e a Terceira Idade como a problemática a enfrentar. Depois estabeleceu uma meta: “Temos de ser, económica e não politicamente, uma Singapura no Atlântico”. Com uma ameaça: “Temos de nos ver livres dos que a tal obstarem”. E um enquadramento: “Nunca seremos ricos. Mas podemos ser felizes, se mantivermos e aperfeiçoarmos a nossa qualidade de vida”. Porque a última eleição trouxe legitimidade para uma “inflexibilidade futura para com tudo o que signifique centralismo ou solidariedades com este”, o presidente empossado disse que conta com todos para percorrer esse caminho, embora não se coíba de dar o tom: “Mas não é com agressões e desconsiderações pessoais que se o trilha, não é com mentiras e distorções, frutos de catarses de patologias individuais”. ..Para a oposição, catalogada de “pequenos estilhaços”, Jardim deixaria apenas o recado de que é preciso cada um colocar-se, “ou ser colocado”, na posição ditada pelos resultados eleitorais. DÉFICE DEMOCRÁTICO “A República portuguesa é hoje um caso de profundo défice democrático”, acusou Jardim. “É por sua culpa que não ultrapassa os problemas que a si própria criou”. Esta terá sido a referência que levou o secretário de Estado Filipe Baptista, que ontem representou José Sócrates, a não aplaudir o discurso. “Começou a dar palmas, mas depois parou”, comentaria Jardim, já no final da cerimónia, pouco preocupado. “Quando chove nos casamentos é sinal de felicidade”. As últimas referências foram também muito críticas para a União Europeia, pelo “vazio no domínio dos valores”, por não descentralizar nem ter uma “lógica de fronteira exterior”.

Cerco à Autonomia motiva resistência Foi um discurso duro o do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira. Falando ao lado do secretário de Estado que representou o primeiro-ministro, Miguel Mendonça referiu-se ao actual momento político entre Funchal e Lisboa. Disse que as relações institucionais estão “toldadas por nuvens carregadas e ar quase irrespirável”. E explicou porquê. Porque foi posto em causa o poder legislativo da Madeira e beliscada a autonomia financeira. Mendonça sugere o fim do contencioso mas não deixa de lamentar “comportamentos antiautonomistas”, alguns “protagonizados por titulares de órgãos de soberania que não se cansam de diabolizar a autonomia”. São esses, os que fazem o diabo com a nossa Autonomia, que também “fazem tábua rasa das nossas competências” e estão mais preocupados em saber o que podem cortar à Região do que aquilo que “lhe pode ser concedido”. O presidente insistiu na estreita relação entre autonomia e finanças. E seguiu por aí até à esperada abordagem à Lei que ajudou a cair o governo que ora se levanta. “O gravame da Lei de Finanças Regionais”, disse Mendonça, representa um “cerco à autonomia financeira”. Por arrastamento, acrescentou, pode levar ao esvaziamento da autonomia política. E há outros exemplos de “atropelos” que ontem não foram mencionados mas que o serão oportunamente. “Sempre os denunciaremos, deles recorremos e não nos calaremos”, disse Mendonça num apelo à resistência. Marques Mendes elogia Jardim O líder nacional do PSD voltou a elogiar a postura do presidente do Governo Regional face a Lisboa. Depois de Jardim ser empossado, Marques Mendes disse aos jornalistas que deseja “que se deixe a fase do contencioso e se passe à fase da cooperação” entre os governos Regional e da República.

Miguel Silva

ãëáäî~]ÇåçíáÅá~ëKéí


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PORTUGAL

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O presidente da Associação Comercial do Porto aproveitou a brecha aberta pelo ministro Mário Lino, para anunciar que já encetou contactos, junto da universidade e de empresas da região, para pôr em marcha um estudo alternativo à Ota e a Alcochete que passa pela solução Portela+1

Portela+1 “não é uma solução viável”

Medicamentos comparticipados já podem ser adquiridos fora das farmácias

Ministro Mário Lino ‘rejeita’ opção defendida pela Associação Comercial do Porto ministro das Obras Pú- tudos que foram feitos por blicas, Transportes e Co- especialistas, alguns até de municações, Mário nível internac ional, que Lino, afirmou terça- não recomendam que vafeira, 19, que a opção Portela+1 mos por essa solução, que "não é uma solução viável" nem não é viável nem do ponto de do ponto de vista operacional nem vista operacional nem do pondo ponto de vista económico e fi- to de vista económico financeiro". nanceiro. Mário Lino tin"Do nosso ponto de vista, essa soNem do ponto de vista ha admitido no dia que o Golução não é uma sooperacional nem do anterior verno estava dislução viável. Não ponto de vista econó- posto a analisar tenho nenhum esqualquer outro estudo, nenhum mico e financeiro. tudo sobre a locatrabalho feito por lização do novo pessoas com creaeroporto, incluindibilidade e devidamente fundamentado que do a opção Portela+1, defenprove o contrário", disse Mário dida pela Associação Comercial Lino, em declarações aos jornalis- do Porto. "[O Governo] aceita todos os tas, à margem da apresentação da plataforma logística do Poceirão. relatórios - como tem aceite até O ministro disse ainda que agora todos os relatórios - que lhe só conhece "documentos, es- queiram apresentar e olhará com

O

Mário Lino tinha admitido que o Governo estava disposto a analisar qualquer outro estudo sobre a localização do novo aeroporto, incluindo a opção Portela+1.

toda a atenção para eles, como sempre foi, e sobre qualquer opção", disse Mário Lino no final da assinatura de um pro-

tocolo para o arranque das novas instalações do Centro de Análise e de Operações Contra o Narcotráfico Marítimo.

Os medicamentos comparticipados vão poder ser adquiridos a partir de segundafeira, 25, fora das farmácias mas sem comparticipação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no seu preço, segundo um diploma publicado hoje em Diário da República. Há cerca de um ano e meio foi publicado um decreto-lei que veio permitir a venda de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) fora das farmácias. Em Abril deste ano, o Conselho de Ministros aprovou a venda de medicamentos comparticipados mas não sujeitos a receita médica fora das farmácias, mas, neste caso, sem direito a ajuda do Estado.

Breves

“Época alta” das infecções AAutoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) chamou a atenção para o cuidado a ter com os alimentos perecíveis devido ao Verão, considerada a "época alta" para as infecções alimentares.

"Os alimentos são estragados por bactérias, que se multiplicam com as temperaturas elevadas", pondo em risco a saúde dos consumidores, explicou Alexandra Veiga, técnica da Direcção de Avaliação e Comunicação de Riscos da ASAE. Os alimentos mais vulneráveis, ou seja aqueles que precisam de ser guardados no frio, são as natas, o fiambre, a maionese, os ovos, a carne ou o peixe. Veiga advertiu para a necessidade de evitar manter estes alimentos entre os 5 e os 60 graus (zona de risco), por se tratarem de um intervalo de temperatura favorável à multiplicação das bactérias nos alimentos perecíveis.

TGV Lisboa-Porto-Galiza O ex-ministro da Economia, Braga da Cruz, defendeu em Cabeceiras de Basto a construção de um comboio de alta velocidade a ligar Lisboa ao Porto com continuação para a Galiza.

"Portugal beneficia com a aproximação a Espanha e ao seu nível de desenvolvimento e grande parte das ligações ao país vizinho são feitas através da Galiza", sublinhou, considerando que o comboio Porto/Vigo contribuirá para essa aproximação. O ex-governante falava à agência Lusa no final de uma conferência que proferiu no auditório municipal sobre "Acessibilidades e desenvolvimento". "As redes ferroviárias de alta velocidade na Europa têm sido factor de desenvolvimento e de progresso das cidades", sublinhou.

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FUNCHAL

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Jazz no Funchal no início de Julho É já um cartaz com renome internacional. A edição 2007 do festival ‘Funchal Jazz’ está marcado para o fim-de-semana de 5 a 7 de Julho. O cenário é o do costume, com os jardins da Quinta Magnólia a servirem de palco a um evento de qualidade, muito elogiado por cá e ao nível internacional. Aqui deixamos o elenco de participantes de luxo deste ano.


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FUNCHAL

MADFUN GROUP c/ convidado especial RICK MARGITZA

ROOMFUL OF BLUES

LUÍS FILIPE – voz e guitarra CARLOS SANTOS – piano GUEORGY TITOV – baixo RICK MARGITZA – saxofone JOSÉ PEREIRA (ROCÉ) – bateria

MARK DUFRESNE – voz BOB ENOS – trompete MARK EARLEY – saxofone baritono e saxofone tenor RICH LATAILLE – saxofone alto e saxofone tenor CHRIS VACHON – guitarra JASON CORBIERE – bateria DIMA GORDODETSKY – baixo TRAVIS COLBY – piano

O grupo é formado por quatro amigos, todos eles já com uma longa carreira musical e para a participação no 8º Funchal Jazz, no próximo mês de Julho, prepararam este projecto especial.O repertório que interpretam não é de forma alguma convencional, sendo bastante diversificado, incluindo desde baladas e ritmos latinos até a adaptações de temas tradicionais Portugueses.Entende o grupo que o Jazz tem variadíssimas cores, e quantas mais, maior a riqueza de texturas e sonoridades. Daí um certo afastamento da linha tradicional sem que isso signifique um divórcio das origens.Rick Margitza é o convidado especial que os MADFUN decidiram trazer ao Funchal para colaborar nesta apresentação. Um dos mais respeitados músicos da sua geração, Rick é um saxofonista inspirado, tendo como principais referências John Coltrane, Michael Brecker e Wayne Shorter, a partir das quais conseguiu desenvolver uma voz própria, ao mesmo tempo poética e incisiva.

NNENNA FREELON QUARTET NNENNA FREELON - voz BRANDON MCCUNE - piano WAYNE BATCHELOR - contrabaixo KINAH BOTO - bateria BEVERLY BOTSFORD - percussão Nnenna Freelon é considerada, pela crítica americana, uma das divas do Jazz. Com uma marcante presença em palco e uma voz única domina duma forma espantosa as técnicas do jazz vocal. Possui essa qualidade rara de transformar qualquer standard num tema refrescantemente novo, surpreendendo sempre com a sua originalidade ao conseguir encontrar um significado escondido em cada tema que interpreta. Ray Charles, Ellis Marsalis, Al Jarreau, George Benson, são alguns dos músicos com quem tem percorrido o mundo em tournées.Ganhou por duas vezes o "Billie Holiday Award” da prestigiada Academia de Jazz.Blueprint of a Lady - Sketches of Billie Holiday, é o mais recente trabalho discográfico de Nnenna Freelon e consiste numa homenagem sentida e original ao espírito que caracterizou uma das maiores lendas do Jazz de sempre.

ITHAMARA KOORAX ITHAMARA KOORAX – voz JOSÉ ROBERTO BERTRAMI – teclas JORGE PESCARA – baixo HAROLDO JOBIM – bateria Nascida no Rio de Janeiro, numa família de judeus polacos que se instalaram no Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial, Ithamara começou por estudar música clássica e apenas iniciou a sua carreira profissional em 1990. Aclamada como uma das quatro melhores cantoras de Jazz do mundo pela revista “Down Beat”, Ithamara tem percorrido os principais palcos de Jazz do mundo, desde o Teatro Municipal do Rio ao Jazz Café de Londres, do Martinus Concert Hall ao Bourbon Street, além das cinco tournées pelo Japão, que já realizou. Lançados mundialmente, os seus três trabalhos discográficos mais recentes (“Autumn in NY” (2005),“Love Dance” (2003) e “Serenade in Blue” (2001), marcaram a definitiva consagração internacional de Ithamara. Quanto a “ Brasilian Butterfly”, editado em 2006, foi recebido com excelentes criticas, tendo sido classificado com 4 estrelas pela “Down Beat”. Hermeto Pascoal, Luís Bonfá, António Carlos Jobim, Dom Um Romão, além de Ron Carter, Larry Coryell, Gonzalo Rubalcaba ou John McLaughlin, são alguns dos músicos com quem tem colaborado.

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Considerada uma das melhores bandas mundiais do Blues, a Roomful of Blues constitui um caso raro de longevidade, justificada pela criteriosa selecção dos músicos que a têm integrado ao longo dos anos. Fundada em 1968, a Roomful of Blues tem uma reputação de rigor e de exigência comprovada pelo extenso currículo dos seus músicos. A música de dança dos anos 30 e 40 do século XX foi a matriz inicial do trabalho dos Roomful of Blues, definida por Rich Lataille. O seu estilo concilia a fidelidade ao espírito original dos blues, sem negar a modernidade e a evolução. Hoje, a banda ocupa um lugar único no panorama da música popular norte-americana, reconhecido pelo público e confirmado pelos inúmeros prémios e distinções acumuladas ao longo de mais de três décadas.

SFJAZZ COLLECTIVE JOE LOVANO – Saxofone tenor MIGUEL ZENON – Saxofone alto e flauta ANDRE HAYWARD - Trombone DAVE DOUGLAS - Trompete STEFAN HARRIS - Vibrafone RENEE ROSNES - Piano MATT PENMAN - Baixo ERIC HARLAND - Bateria O SFJazz Collective foi lançado em 2004 pela San Francisco Jazz, uma instituição sem fins lucrativos criada há 22 anos com o objectivo de divulgar mais este estilo de música. Rapidamente se tornou um dos grupos mais aclamados da cena Jazz e têm actuado em palcos de todo o mundo. Enquanto colectivo, os elementos do SFJazz apresentam-se todos os anos com um alinhamento diferente, sendo na presente temporada composto por Joe Lovano, Miguel Zenon, Andre Hayward, Dave Douglas, Stefan Harris, Renee Rosnes, Matt Penman e Eric Harland. Para além de reunir em cada ano um extraordinário conjunto de músicos, o SFJazz distingue-se pela forma inovadora como aborda o repertório que é formado a partir de composições de um músico contemporâneo seleccionado e oito peças inéditas, da autoria de cada um dos músicos que integram o ensemble.

CARLOS CARLI QUINTET DIEGO URCOLA – trompete OTMARO RUIZ - piano JAIME MUELA - saxofones, flauta JAVIER COLINA - contrabaixoCARLOS CARLI - bateria Radicado em Espanha desde 1977, este baterista uruguaio tem partilhado palcos com músicos como: Jorge Pardo, Carlos Benavent, Perico Sambeat, Chano Domínguez, Paquito D’Rivera, Gary Burton, Pat Metheny, Sony Fortune...O projecto que agora nos apresenta é um encontro que reúne cinco músicos de diferentes origens, com uma complexa experiência individual em termos de riqueza musical adquirida e vivida, ao longo dos anos, que resulta num colectivo original e único. Carlos Carli é, desde há 16 anos professor de bateria na Escuela de Música Creativa de Madrid, ao mesmo tempo que desenvolve intensa actividade pedagógica alternando as suas aulas com seminários e master classes, em diversas cidades espanholas.


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OPINIÃO

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CORREIO DA VENEZUELA

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21 A 27 DE JUNHO DE 2007

Solidariedade. Um bem demasiado precioso para ser explorado!

Luis Barreira

Nestes últimos anos e, de forma geral, em todas as sociedades consideradas (comparativamente) desenvolvidas economicamente, mas com alguns graves problemas sociais, as respectivas populações são "inundadas" de pedidos de auxílio, campanhas de solidariedade, ajudas ao desenvolvimento, socorro para gente necessitada, peditórios nacionais e outras solicitações públicas congéneres. Nesta panóplia de sensibilização humanitária dos povos, na qual Portugal e os portugueses não escapam à regra, encontram-se uma pulverização de motivos, que vão desde sapatos para amputados, a dinheiro destinado a associações: humanitárias, médicas, científicas, bombeiros, casas para deficientes, mulheres em perigo, vítimas da droga, crianças órfãs, combate à pobreza e à fome e toda uma série de motivos, apelando aos sentimentos mais profundos das pessoas.

É bem certo que, a imagem da miséria e das circunstâncias nefastas da vida, não deixa ninguém insensível e, sobretudo, quando se desfruta de um relativo bem-estar, comparativamente a todos os outros seres humanos em dificuldades. Mas, o uso e abuso dos chamados "peditórios públicos", acabam por destruir quaisquer iniciativas verdadeiramente necessárias e urgentes. Face a uma opinião pública "cansada" de tantas e variadas solicitações, "desconfiada" dos verdadeiros propósitos dos seus promotores e do destino das suas contribuições, as pessoas, embora incomodadas na sua moral solidária, inibem-se cada vez mais nas suas vidas e distanciam-se dos apelos. Reconhecendo a sentimentalidade e humanismo da população portuguesa, as televisões nacionais, multiplicam apelos à solidariedade do nosso povo, através de programas específicos, cujo resultado poderá, eventualmente, melhorar as condições de vida de alguns, mas que, no essencial, irão certamente aumentar as suas audiências e 'scores' comerciais, em consequência dos objectivos humanitários evocados. As organizações cívicas, muitas delas a substituíremse ao papel do Estado e res-

pectivos governos, solicitam o voluntarismo do povo, evocando a falta de meios para amenizar o sofrimento de outros seres humanos. No entanto, poucas são as que apresentam publicamente os resultados dos dinheiros arrecadados. Alguns governos, através de seus representantes, apelam à contribuição da sociedade civil, evocando que o Estado não pode fazer tudo! Como se os dinheiros do Estado não sejam já provenientes dos seus próprios cidadãos, obrigados a contribuir para a "coisa" pública. É bem verdade que, a sociedade chamada"civil", não se deve divorciar da solidariedade entre os seus cidadãos e remeter-se a um simples papel de observador crítico da acção do poder de estado e das suas instituições, "lavando as mãos" de qualquer responsabilidade sobre a repartição da justiça social. No entanto e reconhecendo as enormes desigualdades económicas da sociedade portuguesa, porque é que não se apela selectivamente à sociedade, em função da riqueza manifesta de alguns e, ao invés, se explora os sentimentos mais profundos de toda a gente, sabendo nós que, na maior parte dos casos, são os de condição mais pobre a sentirem-se sentimentalmente "tocados" pelas situações apresentadas

e a contribuírem economicamente para essas acções humanitárias. Se assim for e na expectativa de melhores resultados, apelo aos meios de comunicação social portugueses (e nomeadamente às televisões) para, em futuros programas de solidariedade social, seleccionarem por ex.: os dez maiores bancos, as dez maiores empresas industriais, agrícolas e comercias, ou as dez maiores fortunas pessoais, solicitando as suas contribuições para causas humanitárias urgentes. E se esta proposta merecer algum relevo, podem ainda ir mais longe, especializando os seus pedidos em função das situações existentes. Por ex.: ambulâncias ou carros de bombeiros, poderiam ser pedidos aos fabricantes multinacionais de automóveis; medicamentos e instrumentos hospitalares, aos laboratórios médicos; casas para albergar pobres, mães em perigo, crianças desprotegidas ou lares de terceira idade, poderiam ser solicitados às Câmaras Municipais com edifícios devolutos; comida para gente com fome, às grandes cadeias de supermercados, etc. etc., etc. Esta crónica e as suas observações poderão fazer sorrir alguns. Mas,... Espero bem que seja por defeito e não por excesso!

Venezuela está falando

Antonio López Villegas

Nestes últimos tempos, o país tem estado em convulsão devido a diversas marchas, tanto da "oposição" como dos "oficialistas" que apoiam o "processo". Consciente de que cada indivíduo se move segundo as suas crenças, paradigmas, mapas, princípios e interesses, estou convencido de que será difícil que ambos grupos consigam pôrse de acordo. Não será fácil fazê-lo porque mudar não é nada fácil. Há um grupo que, para assistir às marchas convocadas pelo seu líder, não

tem problemas de nenhuma natureza em vestir-se de vermelho, tal como o exige o "protocolo chavista". É uma maneira de comportamento: aceitar as ordens que emanam do poder; e há outro, os de oposição, que no comunga com essa ideia de uniformizar-se para tais fins porque crêem que não é necessário fazê-lo assim. É uma maneira de opor-se à imposição de um uniforme. Escutando as palavras de uns e de outros, foi-me possível retirar algumas conclusões que, no meu entender, são determinantes. A sério que existem pessoas que acreditam não ter controlo sobre o seu destino e outras que lutam por acreditar que o têm. Os primeiros estão convencidos de que as oportunidades surgem e não se procuram; os segundos crêem o contrário. Procuram essas oportunidades e preparam-se para quan-

do cheguem. Os primeiros crêem na sorte boa e na má; os segundos acreditam só na boa e que cada passo e cada queda, é uma oportunidade para crescer. Há gente que não quer trabalhar; há outra que trabalha duro. Enfim, somos totalmente diferentes tanto em gostos e pensamentos como em todos os outros aspectos da vida. Como conseguir uniformizar os critérios? Como conseguir um entendimento? Por aí temos escutado algumas vezes que "cada povo tem o governo que merece". E isto até aceito. Mas que se passa com os que não merecem esse governo? Lamentável ou afortunadamente existem duas realidades, dois países totalmente chocados; um que, em nome da revolução, quer ser controlado e submetido totalmente pelo governo e outro que se resiste contar a possibilidade de perder as suas liberdades.

O pior deste assunto é que o governo quer uma só realidade. A tutela do estado é imprescindível para alguns, enquanto que para os outros este deve ocupar-se do que devem ocupar-se os Estados: tratar dos serviços públicos, resolver os problemas, administrar o tesouro nacional e, posteriormente, prestar contas aos cidadãos. No entanto, por mais que o governo queira que haja um só País, sempre existirá o outro, que é o produtivo. E, mais tarde ou mais cedo, quem o apoiar, convertendo-se também em produtivo, começará a descobrir que jamais poderemos ser iguais, porque simplesmente não queremos desprendermo-nos do que produzimos para oferecê-lo a quem não fez nada pela sua vida. Todos somos diferentes! E devemos continuar a sê-lo. Esse é o desafio que há que enfrentar.

Guia Comercial Português (II)

António de Abreu Xavier Os enfadonhos guias, com a sua enorme quantidade de páginas que os tornam pesados e, às vezes, muito pouco manejáveis, contém grandes segredos. Entre os repertórios especializados, há aqueles limitados aos grupos nacionais e estrangeiros residentes na Venezuela. Publicações destas características contêm, em grande substância, uma mostra da ideologia de toda uma comunidade, expressada nas palavras dos seus promotores. Neste sentido, nelas se encontra informação de valiosa utilidade para o estudo da imigração no país, pois abarcam não só as actividades desempenhadas e distribuição espacial destas comunidades senão que também a magnitude e carácter comercial dos investimentos. Há uma construção de sentido histórico nestes guias. Por um lado temos um esforço 'portuguesista'. De facto, isto fica expresso com claridade na vontade dos seus promotores que procuram, através da divulgação de notas sobre Portugal, capturar a atenção dos utilizadores venezuelanos. Na 'Presentación' do Guia português observa-se esta intenção. De acordo com os promotores: 'O Guia Português pretende contribuir para que na Venezuela se conheça um pouco mais desses luso-venezuelanos; divulgar, ainda que seja sumamente uma parte da história e detalhes da geografia da Mãe Pátria; a sua idiossincrasia, algo do seu folclore e costumes primitivos, numa intenção de demonstrar aos irmãos venezuelanos que Portugal é capaz de recebê-los com a mesma hospitalidade e afecto, com que este grande país acolheu no seu seio o imigrante português'. O suplemento do Guia fala de costumes ancestrais praticados em muitas regiões do interior de Portugal, que demonstram a relação do homem não só com a pátria e o 'terruño', como também com a terra, aspectos que se evidenciam em passos do seu folclore onde o olhar mirada do bailarino se fixa na terra. O resultado de tal exposição é a apresentação de uma Nação imutável, de humildes trabalhadoras agrícolas convivendo felizes no meio das sementeiras. Esta imagem difundida dos portugueses não difere, certamente, da opinião que têm muitos venezuelanos e luso-venezuelanos que associam isto com uma sociedade pré-moderna. Precisamente, ali radica a estratégia inteligente, ao que tudo indica inesperada, do Guia: mostra esse lado tradicional de Portugal e, à vez, indica que a comunidade portuguesa avança de acordo com o progresso da Venezuela até à modernidade. Fonte para saber mais: 'Con Portugal en la maleta'


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OPINIÃO

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CARTAS Trujillo sem tradições lusas

Boas notícias Li neste semanário, que todas as semanas serve de guia à comunidade luso-venezuelana, que o Estado português vai finalmente dar uma prova concreta que se preocupa com os portugueses que vivem neste privilegiado mas violento país. Destacar um agente da Polícia Judiciária portuguesa na Venezuela pode vir a ajudar em grande medida os funcionários policiais e as famílias que possam ver-se envolvidas numa situação grave de sequestro. É uma medida que já havia sido tomada por outros países que também contam com importantes comunidades emigrantes na Venezuela. Chega algo tarde por parte de Portugal, mas pelo menos já

foi anunciada. Convém lembrar que o Correio da Venezuela já tinha anunciado as diferentes medidas que os governos de Espanha e Itália tinham já realizado, conjuntamente com os funcionários venezuelanos, sobre este tema. O Governo português é, que então, ainda não se tinha manifestado concretamente sobre um tema tão sensível para todos como é a insegurança e a violência. Esperemos que os frutos desta cooperação sejam vistos rapidamente e que seja o início de muitas outras acções conjuntas em favor dos luso-venezuelanos.

nada importa mais do que o trabalho e a sua casa. É que não há integração como noutras regiões da Venezuela, por exemplo em Caracas, onde frequentemente organizam iniciativas para unir a comunidade. Em Trujillo, não temos um clube onde podemos preservar os nossos costumes, pois nunca ninguém se interessou pela relação fraternal entre os lusitanos. Sinto-me defraudado com os meus conterrâneos e chamo a atenção para que os lusitanos e os luso-descendentes e portugueses retomem os seus costumes, abrindo mais hipóteses de amizade com os seus conterrâneos.

Escrevo-vos desde Trujillo para dar uma saudação calorosa a todos os leitores do CORREIO e para fazer uma observação sobre um assunto que me tem preocupado há muito tempo. Acomunidade portuguesa nesta zona não é muito grande, mas sim suficientemente importante para preservar alguns costumes. Contudo, as manifestações culturais que temos trazido desde que emigramos têm vindo a desaparecer a pouco e pouco com o tempo. Algumas pessoas que se radicaram aquí se converteram apáticas e esqueceramse das suas comemorações e festas padroeiras. Os próprios portugueses que se conhecem conversam entre si e dizem que

Duarte Francisco Suáres Pinto

Hilda Mendes

Obrigada por Viegas Comprimentos e desejos de continuidade de êxito Escrevo-lhes desde Maracaibo, onde tenho tido a oportunidade de partilhar gratos momentos com alguns membros da colónia portuguesa, entre os quais posso citar a exdirectora do Grupo Folclórico da Casa de Portugal, Maria Odete de Meneses, e o senhor Virgílio Teixeira, representante das comunidades madeirenses na Venezuela, com quem tenho laços fraternos de amizade que deixaram grandes ensinos e uma profunda ligação entre os seus familiares e amigos.

Por eles e por todos aqueles que contam com esta grande ferramenta de comunicação que é o Correio de Venezuela, lhes envio as minhas felicitações e que tirem desta oportunidade o melhor proveito de integração, para o que não seria má ideia programar uma entrega semanal de lições da língua portuguesa nas suas fases quotidianas mais usuais. Um abraço e que Deus guie os vossos passos. Marco António Machado

Felicito o Instituto Português de Cultura pela iniciativa de convidar, para as celebrações do 10 de Junho, o escritor e jornalista Francisco Viegas. Muito nos honra poder contar com personalidades de tamanho destaque na área da cultura. Embora digam que os portugueses da Venezuela unicamente pensam no trabalho, deixando de lado outros aspectos da vida, foi realmente enriquecedor poder contar com a sua presença e ouvir as suas palavras num dia tão importante para os portugueses. O IPC não deve parar no seu empenho acertado de mostrar a grande riqueza da cultura portuguesa nas suas diferentes manifestações. Tenho entendido que desenvolvem um grande esforço pois os apoios económicos não são os suficientes para poder agir mais e melhor. Parabéns para todos os seus colaboradores pela grata visita de Viegas. Oxalá possam continuar contribuindo com seu valioso trabalho em prol

do engrandecimento de Portugal na Venezuela. Todo o esforço vale a pena, pelo que faço desde aqui um apelo aos membros da nossa generosa comunidade para que contribuam com a divulgação e a presença da cultura portuguesa neste país. Obrigada ao IPC por trazer Francisco Viegas à Venezuela Leonor de Sousa

INQUÉRITO: QUE OPINIÃO TEM ACERCA DO ENVIO DE UM INSPECTOR DA POLÍCIA JUDICIÁRIA PARA AJUDAR NA ÁREA DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL, MAIS ESPECIFICAMENTE NOS SEQUESTROS?

Vasco Correia `çãÉêÅá~åíÉ

"Acho muito bem. O nosso país necessita de mais segurança, e se essa ajuda do governo português vem beneficiarnos, então é bem-vinda. Numa ocasião vimo-nos afectados pelo sequestro de um familiar. Foi muito difícil. Precisamos que nos orientem em termos policiais".

Helena de Miuler açãÐëíáÅ~

"Se é o melhor que se pode fazer… Orientar os nossos polícias seria um grande passo para melhorar a insegurança que existe no nosso país. A comunidade portuguesa é muito bondosa. E com esta ajuda vamos ser todos beneficiados".

Gloria Gomes açãÐëíáÅ~

"Que bom que se estejam a tomar decisões desta natureza. Parece-me muito séria e respeitosa a vontade da polícia portuguesa de vir até à Venezuela a assessorar os nossos polícias. Sempre é bom melhorar e actualizar-se em matéria criminal, ainda para mais quando o tema dos sequestros se está agravando".

Fátima Rodríguez açãÐëíáÅ~

"Excelente. A melhor maneira de fazer bem as coisas é aconselharmo-nos primeiro. Fico muito feliz que o nosso país aceite facultar essa ajuda. Oxalá tudo o que se faça seja positivo para a nação".


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EVENTOS

19/06/2007

CORREIO DA VENEZUELA

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Publi-Tips

María Amelia da Rocha

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Johnnie Walker leva-te à final da Copa América

Novo Palmolive Naturals “Antiesponjados”

Palmolive lançou a nova linha Palmolive 'Naturals Antiesponjados', elaborada con extractos de origem 100% natural de abacate, a única fruta com vitaminas Ae E que diminui a aspecto ressequido e aumenta o brilho do cabelo. Elaborada com extractos de origem 100% natural de abacate e HidroBlock, esta combinação faz com que Palmolive 'Antiesponjados' consiga um cabelo, em qualquer ocasião, sempre maleável, cheio de vida e até cerca de 65% menos esponjoso.O profundo e inimitável sabor dos produtos da Casa Walker

Palmolive lançou a nova linha Palmolive Naturals “Antiesponjados”, elaborada con extractos de origem 100% natural de abacate, a única fruta com vitaminas A e E que diminui o aspecto ressequido e aumenta o brilho do cabelo. A combinação de abacate com o Hidro-Block, faz com que Palmolive “Antiesponjados” consiga um cabelo, em qualquer ocasião, sempre maleável, cheio de vida e até cerca de 65% menos esponjoso.

levará a dez afortunados vencedores, e seus acompanhantes, a desfrutar, com todos os gastos pagos, da grande final que se celebrará a 15 de Julho no estádio Pachencho Romero, na cidade de Maracaibo. Os adultos que celebrem com qualquer dos produtos Johnnie Walker nos mais de 300 estabelecimentos participantes da promoção a nível nacional, poderão ganhar mais de 25.000 prémios instantâneos, 77 pacotes para quatro pessoas com entradas para os jogos nas cidades anfitriãs e mais de 200 ecrãs LCD de 26".

Novos equipamentos da 'Vinotinto' Em 12 de Junho último, a marca desportiva Adidas organizou um evento repleto de futebol e música para apresentar o novo fardamento especialmente desenhado para os anfitriões da Copa América 2007, a 'Vinotinto'. O evento contou com a animação de Lilian Tintori e a presença de Héctor González, Rafael Dudamel e Lionel Vielma, entre outros jogadores da selecção venezuelana. Graças à tecnologia ClimaCool com que foi

fabricado, a Adidas oferece aos jogadores um fardamento que lhes ajudará a optimizar o seu rendimento. A diversão não se fez esperar, com muita música e o patrocínio de Polar Ice, Pepsi, Maltín, a Federação Venezuelana de Futebol e Sony.

2° Congresso de Medicina Anti-envelhecimento

Ganha computadoras pessoais com BOD

Com o objectivo de actualizar os médicos venezuelanos e o público em geral, a Academia Latino-americana de Medicina Antienvelhecimento decidiu organizar o 2° Congresso Venezuelano Ibero-latinoamericano de Medicina Anti-envelhecimento e Longevidade, na qual participarão convidados especiais do México, Espanha, Argentina, Peru, Equador, Estados Unidos, Canadá e Venezuela, entre

Por cada transacção igual ou superior a 100 mil bolívares que os clientes do Banco Occidental de Descuento, realizem através de BODinternet.com, obterão cupões electrónicos para participar no sorteio de 12 computadores pessoais

os dias 29, 30 de Junho e 1 de Julho no Hotel Caracas Palace, antigo Hotel Four Season. As inscrições podem ser feitas através da página www.medicinantienvejecim iento.com ou pelos telefones 0212 424-61-20 y 0414 200-00-51.

Tempo Livre

"Gorditas" no teatro "Gorditas" chega à Sala de Concertos do Ateneo de Caracas. Um grupo de mulheres muito diferentes entre si, que saem da juventude e aterram na selva laboral utilizando, cada uma à sua maneira, a amizade, a criatividade, a ambição, o engenho e a compreensão para obter poder. Esta comédia satírica sobre o culto do corpo, a imagem, os negócios, o triunfo e o meio publicitário conta com as actuações de Eliana López, Andreína Yépez, Andreína Alvarez, Carolina Torres, María Fernanda León e Sindy Lazo. Temporada: Junho e Julho. Entradas: Quintas-feiras 20 mil bolívares; sextafeira a domingo 25 mil.

marca Lenovo. Esta nova campanha, desenhada pela vicepresidência de marketing de BOD através da Gerência de Canais, vigora entre 8 de Junho e 15 de Julho. O sorteio será efectuado a 18 de Julho, e os prémios entregues a 1 de Agosto.

María Amelia da Rocha

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"Vivirlo otra vez" no top

"Turistas"

Tártara converte-se novamente no grupo mais ouvido nas emissoras de rádio do país com o tema "Vivirlo otra vez", que conta com 15 semanas nos primeiros lugares do 'Record report'. Tártara representa um conceito inovador para a cena musical do nosso país, ao ser a primeira banda de música de dança que se lança com um álbum inédito, cujos temas lograram enfeitiçar o público venezuelano para converter-se num dos mais escutados a nível nacional.

"Turistas" é um "thriller" intenso acerca de um heterogéneo grupo de jovens aventureiros, depois de um horrível acidente de autocarro os ter deixado encalhados numa remota povoação na baía do Brasil. Enquanto esperam o próximo autocarro, decidem tirar o melhor partido da situação convivendo num bar local e desfrutando da festa com os habitantes da zona. Por entre a cerveja e as bebidas exóticas do lugar, conhecem um jovem amigável chamado Kiko. Na manhã seguinte os turistas despertam e descobrem que todo o dinheiro e pertences que traziam foram furtados e que o lugar esconde um obscuro e desconcertante segredo...

"Mil Kilómetros" O galardoado 'artista impacto' do ano, Omar Enrique, é agora ouvido em toda a Venezuela com "Mil Kilómetros", segundo single promocional que se extrai do seu sétimo álbum "Kilómetros de amor". Um tema contagioso que conta com a cobertura de uma produção com 100% de qualidade, e o aval de um primeiro single bem sucedido como foi "Regálame una

noche", o qual conseguiu ocupar o primeiro lugar do top radiofónico nacional. "Kilómetros de amor" foi produzido e gravado na República Dominicana com os músicos de Juan Luis Guerra. É um disco que demorou dois anos a produzir. Inclui 18 temas, com versões em 'bachata' e um 'reguetón'. Já está à venda em todas as discotecas do país.


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CORREIO DA VENEZUELA 21 A 27 DE JUNHO DE 2007

Embaixador preocupado com entraves comerciais Uma delegação de empresários lusos visitou Venezuela no âmbito dos planos da "diplomacia económica". Jean Carlos de Abreu

àÅÇÉ~ÄêÉì]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã

embaixador de Portugal na Venezuela, João Caetano da Silva, revelou a intenção de enviar uma carta ao Parlamento Europeu, ao Governo venezuelano e ao viceministro para as Relações Exteriores com a Europa, Rodrigo Chaves, para manifestar as preocupações dos empresários luso-venezuelanos quanto à dificuldade que se verifica em matéria de exportação e importação de certos produtos". A intenção foi expressa pelo diplomata durante o discurso proferido no jantar que ofereceu a um grupo de empresários venezuelanos e portugueses que se deslocaram ao país, na passada quinta-feira, 14, na sua residência oficial. A visita dos empresários lusos surge no âmbito dos planos da "diplomacia económica" que o embaixador delineou durante os seus primeiros seis meses em Caracas, e

O

que estão orientados no relançamento das relações económicas entre Portugal e a Venezuela. O gerente geral da empresa de enlatados Ramírez, Manuel Ramírez, assegurou que a sua presença na Venezuela ficou a dever-se ao convite endereçado pelo embaixador com o propósito de dar a conhecer o campo comercial venezuelano, promovendo uma possível expansão dos seus produtos no país. O empresário comentou que a sua empresa deseja conhecer ainda mais a realidade económica local para preparar um plano económico para difundir os seus produtos. "Necessitamos de encontrar novos clientes e importadores para que a nossa gestão de marketing funcione", observou Ramírez. A empresa portuguesa tem 154 anos de existência, e os seus produtos são distribuídos em 37 países dos quatro cantos do mundo. "Fabricamos 45 tipos de frutos marinhos e encontramo-nos em diferentes países de América do Sul como Chile, Colômbia, Brasil e Ve-

nezuela", explicou. 10 ANOS NA VENEZUELA Maria Marques é a directora geral da Herdmar, uma empresa lusa dedicada à fabricação de facas, talheres, loiças e utilitários de cozinha. A fábrica foi fundada há quase um século, sendo agora gerida por descendentes da quarta geração. Segundo Marques, a empresa exporta 80% de seu produto, ficando o restante para ser absorvido pelo mercado nacional. A Herdmar está no mercado venezuelano desde há dez anos, através da empresa Beco. Actualmente estão tentar aumentar as vendas neste país através da oferta de novos modelos de facas e loiças. Durante esta visita, que terminou a 17 de Junho, representantes da Herdmar e da Ramírez, reuniram com empresários luso-venezuelanos para conhecer a realidade económica do país e confirmar algumas coisas que já sabiam sobre o inconveniente da moeda e da taxa de câmbio. "Sabemos que

Maria Marques é a directora geral da Herdmar.

Manuel Ramírez, gerente geral da empresa de enlatados Ramírez.

há uma variação em relação ao dólar contra o Euro, mas estou segura que isto será superado e que os créditos para as importações a Venezuela serão normalizados. Espe-

ro que a médio prazo possamos concretizar negócios com outros empresários, já que este país tem um grande potencial comercial", assegurou. PUBLICIDADE

TAP apresentará "oportunamente" as linhas essenciais do plano A Portugália tem um novo conselho de Administração, designado na sequência da compra da companhia aérea pela congénere TAP, que elegeu como principal prioridade traçar um plano de recuperação da empresa, anunciou a empresa. "O novo conselho de administração, elegeu como principal prioridade a elaboração de um plano de recuperação da Portugália (PGA), que nos últimos anos vinha apresentando resultados crescentemente negativos", refere a TAP em comunicado. Luiz Lapa, até agora directorgeral de operações da PGA, assumirá o cargo de administrador-delegado da companhia e Fernando Pinto e Manoel Torres, respectivamente presidente e administrador da TAP, completam o novo conselho de administração da Portugália.

As linhas essenciais do plano de recuperação serão apresentadas "oportunamente", adianta a TAP, prevendo-se diversas medidas de reestruturação destinadas a viabilizar a PGA. Estão igualmente previstas alterações na operação da companhia aérea, que deverão ser concretizadas até ao final de Setembro, com vista à sua complementaridade com a TAP, alterações, que "não prejudicam as reservas já efectuadas na PGA e que serão integralmente respeitadas", garante a empresa. A aquisição da PGA foi autorizada pela Autoridade da Concorrência após sete meses de análise do processo. A TAP pagou pela PGA 144 milhões de euros, recebendo-a livre de qualquer passivo financeiro, através de um financiamento do Banco Millenniumbcp.


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Gama Club 'papa' tudo

Gama Club: 2 - Vasco da Gama: 0

António C. Da Silva F.

Gama Club: 2 - Beira Mar: 1

~ñÉÇêÉò~Çç]Üçíã~áäKÅçã

equipa de futsal do Excelsior Gama, o conhecido Gama Club, está a fechar o primeiro semestre de 2007 tal e como o tem feito nos últimos 18 meses: ganhando tudo ou quase tudo o que está se disputar no campo de futsal do Centro Português. Campeão invicto da Categoria, Premio a "Equipa mais Disciplinada", e prémios individuais para os seus jogadores Álvaro Dias (Melhor Guarda-Redes) e Fernando Rodrigues (Melhor Marcador); mostram contundentemente a quem não acompanhou de perto o desenrolar do Torneio Abertura do clube de Macaracuay na Categoria de Super Veteranos (+45), quem ditou as leis neste campeonato. Na final a equipa "encarnada" enfrentou a única formação que ainda conseguiu apresentar alguma oposição: o Câmara de Lobos, que com um jogo de marcação e contra-ataque, apoiado no talento

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A 'ditadura' do Gama TORNEO RELAMPAGO JANEIRO 2007

Gama Club: 2 - Tercer Tiempo: 1 CAMPEON: Gama Club

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FUTSAL SUPER VETERANOS TORNEIO ABERTURA 2007

O Gama Club "só" ganhou todo.

que ainda conserva o seu perigoso avançado António Guimarães (exfutebolista Professional e ex -Internacional "A" pela Vinotinto), esteve a segundos de levar o jogo ao desempate pelas grandes penalidades. O jogo foi emocionante e equilibrado e quando o Câmara de Lobos conseguiu o empate a falta de um minuto para acabar o jogo, to-

dos os presentes sentiram que nas penalidades poderia cair o domínio do Gama. Mas a resposta imediata foi um definitivo golo apontado por Fernando Rodrigues depois de uma assistência de Ulisses Pereira. Agora cresce a expectativa de saber qual será a formação que vai interromper esta cadeia de invictos do Gama Clube e quem poderá arrebatar-lhes a Taça.

05/02/2007

Gama Club: 8 - Vasco da Gama: 0

12/02/2007

Gama Club: 4 - Câmara de Lobos: 4

28/02/2007

Gama Club: 6 - Nacional: 1

05/03/2007

Gama Club: 8 - Beira Mar: 0

14/03/2007

Gama Club: 3 - Marítimo: 3

19/03/2007

Gama Club: 5 - Camacha: 2

26/03/2007

Gama Club: 1 - Tercer Tiempo: 1

09/04/2007

Gama Club: 8 - Nacional: 0

16/04/2007

Gama Club: 3 - Câmara de Lobos: 2

30/04/2007

Gama Club: 4 - Beira Mar: 0

09/05/2007

Gama Club: 4 - Marítimo: 2

14/05/2007

Gama Club: 5 - Camacha: 0

16/05/2007

Gama Club: 3 - Vasco Da Gama: 1

21/05/2007

Gama Club: 5 - Tercer Tiempo: 2 RECORDES E PRÉMIOS

28 Jogos Invictos. (Última derrota: 24-04-2006). Melhor Marcador: Fernando Rodrigues. Melhor Guarda-Redes: Álvaro Dias. Campeão "Taça Disciplina"


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Valencia conquista Madeira

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Os veteranos do CSM, de Valencia, encerram no domingo duas semanas de digressão pela Madeira. Ficam as imagens de uma visita memorável.

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bã ëÉíÉ Å~ãéçë ÇáÑÉêÉåíÉë Ç~ oÉÖáłç ^ìí³åçã~ Ç~ j~ÇÉáê~I çë îÉíÉê~åçë ÇÉ s~äÉåÅá~ àçÖ~ê~ãI éÉêÇÉê~ãI Ö~åÜ~ê~ã É Éãé~í~ê~ãK ^Åáã~ ÇÉ íìÇçI ÑáòÉê~ã ~ ÑÉëí~ éçê çåÇÉ é~ëë~î~ãI åìã éêçÖê~ã~ éêçéçêÅáçå~Çç éÉäç kİÅäÉç ÇÉ sÉíÉê~åçë Ç~ ^a `~ã~ÅÜ~I ã~ë èìÉ ~Äê~åÖÉì çìíê~ë ÅçäÉÅíáîáÇ~ÇÉë Ç~ j~ÇÉáê~K PUBLICIDADE


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CORREIO DA VENEZUELA 21 A 27 DE JUNHO DE 2007

Casa do FC Porto festeja bicampeonato António C. Da Silva

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Casa do F.C. Porto da Venezuela, filial n° 43 a nível mundial, celebrou com pompa e circunstância a conquista do 22° título de campeão nacional de futebol, reunindo 70 pessoas entre associados e familiares nas instalações do conhecido restaurante "Rucio Moro". Ao ritmo de um acordeão, foram tocadas várias melodias portuguesas, com muito sotaque nortenho, num ambiente obviamente envolto em azul e branco, preparado para festejar mais uma façanha do clube que desde 2003 não encerra uma época temporada sem dar um título e uma alegria aos seus adeptos. O discurso da praxe, que esteve a cargo de Sílvio dos Santos, vice-presidente da actual direcção e sócio fundador da casa portista na Venezuela, começou por homenagear Mário Duarte, Filipe Pereira, Constantino Alves e Augusto Moreira, os quais, como referiu o anfitrião, vão fazer parte da família portista para sempre, apesar de, lamentavelmente, já não se encontrarem "entre nós devido ao seu falecimento". Em honra dele foi dedicado um minuto de silêncio muito emotivo como prova de carinho e recordação. A interpretação, ao som do acordeão, dos hinos da Venezuela

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O padre Alexandre, nacionalista confesso, foi "dragão" por um dia

Portistas festejando. Uma imagem repetida nos últimos anos.

e Portugal, deram início formal à festa, que se multiplicou em pequenos grupos de animados e ferrenhos portistas, os quais comentavam as últimas informações relativas ao clube e as vendas e compras de jogadores para a próxima época. As conversas só eram interrompidas quando o acordeão interpretava alguma melodia relacionada com a equipa de futebol. Então, afinados como a claque dos "superdragões", homens e mulheres entoavam os seus cânticos. José Moreira da Silva, actual presidente da filial portista, comentou que esta iniciativa já é

uma tradição para este clube. "Quando o Porto nos dá alegrias, quando é campeão, organizamos sempre estas grandes reuniões, seja num local como este, seja no Centro Português ou ainda na nossa própria sede", explicou o dirigente, acrescentando que são também frequentes na 'Casa' actividades como torneios de cartas e de dominó, noites de fado, assim como a organização das populares festas padroeiras em honra de São João e São Martinho. "Nós sempre respeitamos e tentamos manter estas tradições", realçou. Sobre o futebol propriamente

dito, as possíveis saídas de Quaresma ou Pepe, somadas à de Anderson e Vítor Baía, pouco preocupam o presidente: "Isso não nos assusta. Desde que o Pinto da Costa esteja lá não há problema". E é precisamente o afamado dirigente que tem estado na ribalta dos noticiários em Portugal, devido as acusações de corrupção desportiva. Mas José António Moreira, que dada a sua paixão pela equipa azul e branca foi apelidado de "Porto", não é assaltado por quaisquer dúvidas quando explica: "Então o Pinto da Costa também compra árbitros na Europa? Em 45 anos, o Benfica e

Sporting vão à Europa, dão meia volta e despedem-se. O Porto foi bi-campeão europeu, do Mundo, venceu a Taça Uefa e a Supertaça… não devia haver dúvidas. Essas queixas têm um nome em Portugal: "dor de cotovelo", disse este apaixonado adepto "tripeiro". Paixão e amor pelas cores do FC Porto sobram nesta filial. Esta festa, e as demais actividades já referidas, são, como bem diz o "vice" Sílvio Dos Santos: "Iniciativas para manter viva a nossa Casa, fomentar a união entre os sócios e aprofundar os laços e a amizade que surge pela afinidade clubista".

Taças do Marítimo já estão em Turumo António C. Da Silva

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á terminou o processo de transladação dos objectos que compõem o extenso património do CS Marítimo da Venezuela, que tinha sido abandonado na sua totalidade nos depósitos do Centro Português, para a sua nova casa, no Centro Marítimo da Venezuela. Agora as peças que comemoram os principais títulos conquistados pelo clube

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nas andanças pelo futebol venezuelano estão expostas a todos os sócios e amantes do futebol que as queiram contemplar. Durante quase quatro anos, todas as taças, troféus, papéis administrativos e demais objectos que formam parte do património maritimista estiveram encerradas na obscuridade. O tempo e a humidade do lugar provocaram estragos em várias delas. Mas foi possível catalogar e exibir em Turumo cerca de

uma centena de troféus. O resto do património, agora guardado numa nova casa que reúne outras condições de resguardo, poderá ser classificado e restaurado de forma a ser igualmente exposto no futuro museu do Marítimo. Pelo menos é esta a intenção dos novos guardiãs do património verde-rubro, segundo disse ao CORREIO Javier Xavier Pestana, "webmaster" da página oficial do CS Marítimo da Venezuela, que foi nomeado pela Comissão de

Apoio que agrupa destacados maritimistas, como Mário Pereira, José Luís Ferreira e António Pita, entre outros, como coordenador do processo de mudança que se iniciou em Abril passado. Termina assim um ciclo de clausura a que foram submetidos inúmeros objectos de grande valor simbólico e sentimental que dão conta da história de um dos mais premiados clubes de futebol venezuelano, que aspira agora reorganizarse para reviver as suas velhas glórias.


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OPA de Berardo visa influenciar gestão da Benfica SAD oe Berardo esclareceu que pretende com a OPA lançada sobre o Benfica ter capacidade de influenciar a gestão da sociedade desportiva, mas sem interferir directamente nas questões relacionadas com o futebol. Em comunicado divulgado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Metalgest, holding de Berardo, garante ter "maior empenho no sucesso da oferta" pública de aquisição lançada sobre as acções do Benfica. Este esclarecimento surge na sequência de um pedido realizado pela entidade reguladora e sucede-se a uma reunião realizada entre a Metalgest, de Joe Berardo, e os responsáveis da CMVM. No comunicado, a Metalgest precisa que "a Oferta destina-se primacialmente à aquisição de uma participação qualificada que permita uma influência na gestão" da SAD benfiquista. Berardo justifica isto dizendo que "a marca Benfica, a massa associativa e os direitos de transmissão televisivos são activos essenciais do Clube que, nessa perspectiva, podem ainda ser mais valorizados do ponto de vista de gestão", reforça o comunicado. Entre os exemplos de intervenção na gestão do Benfica por parte da Metalgest, a

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Joe Berardo esclareceu que não pretende interferir directamente nas questões relacionadas com o futebol.

holding de Joe Berardo aponta como exemplo "a constituição de um fundo de jogadores, da escola de futebol e a possibilidade de realização de um aumento de capital". "NÃO IREMOS PERDER

A MAIORIA DO CAPITAL"

Luís Filipe Vieira reagiu à intenção de Joe Berardo em conferência de imprensa -

15 de Junho, dia do anúncio da OPA - depois de o Conselho de Administração da Benfica Futebol SAD e os órgãos sociais do clube terem reunido de urgência a meio da tarde. "Não iremos perder a maioria do capital", vincou o líder benfiquista. "Como presidente do Benfica assumo que a maioria será sempre do nosso Benfica". Apesar disso, Luís Filipe Vieira vê as-

pectos positivos na acção levada a cabo por Joe Berardo. "Esta OPA é o reconhecimento de todos os nossos profissionais e da sua boa gestão", referiu o dirigente benfiquista, deixando elogios ao empresário madeirense. "O facto de haver um empresário da sua grandeza a demonstrar interesse nas acções do Benfica é motivo de grande felicidade para nós." Mais à frente, Vieira considerou que esta intenção de Joe Berardo "não traz nada de novo", já que "o Benfica será sempre maioritário". "O que poderá acontecer é que alguém que tenha acções decida vendê-las, mas o Benfica não está disponível para fazê-lo. A maioria será sempre do Benfica", sublinhou o dirigente. A conferência de imprensa serviu ainda para que Luís Filipe Vieira respondesse a todos quantos afirmaram, ao longo do dia de ontem, que o nome Benfica se encontrava à venda. "Ou não sabem quem é o presidente do Benfica ou quem são os corpos sociais do Benfica ou devem andar distraídos", referiu o dirigente 'encarnado'. "São comentários disparatados, um deles dizia que a marca Benfica não estava à venda. Como se alguém nesta casa tivesse colocado a marca à venda. Só por inveja é que alguns fazem este tipo de comentários". PUBLICIDADE


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Ladrões roubam 400 milhões em assalto no Banco Plaza Jean Carlos de Abreu

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xactamente oito minutos durou o assalto à agência do Banco Plaza situada nas instalações do Centro Português, em Caracas, segundo o registo gravado pelas câmaras de vigilância do clube. A rapidez com que tudo aconteceu e a facilidade para burlar a presença dos dois oficiais de segurança da instituição levou aos funcionários policiais a considerar a hipótese de cumplicidade interna, o que aumentou ainda mais o receio entre os sócios do centro de Macaracuay. Cinco indivíduos armados e vestidos com uniformes de segurança roubaram 400 milhões de bolívares da agência. Os indivíduos entraram de rompante no balcão bancário da associação, subjugaram o caixeiro e o sub-gerente e retiraram o dinheiro. A ocorrência foi registada pelas 18h45 do passado domingo, quando aproximadamente 300 familias se encontravam no clube celebrando o Dia do Pai. O assalto passou quase despercebido. O comissário da divisão contra roubos da PoliSucre, Wilmer Cabellos, disse ao Correio que dois dos assaltantes amordaçaram os seguranças do posto principal do CP, meteram-nos na casa de banho e dirigiram-se, num táxi de cor branca, ao lobby do clube, onde perpetraram o roubo. Cabellos referiu que um dos alegados assaltantes foi identificado graças aos vídeos gravados pelas câmaras de vigilância do clube. "É um PUBLICIDADE

homem com idade entre os 45 e os 50 anos, tez morena, alto e de estatura delgada". Para este representante policial municipal, "há cumplicidade interna por parte dos seguranças que trabalham na instituição". "Um dos ladrões que subjugou os seguranças fez uso de uma frequência de rádio para notificar a central que tudo estava sob controlo e que se havia levado a cabo a mudança de guarda", acrescentou Cabellos, ao ler a nota com as primeiras informações obtidas pelo corpo policial junto dos seguranças afectados. Fontes do CP asseguram que o filme da segurança do clube mostra "com clareza o rosto dos assaltantes e dos implicados que colaboraram neste acto". As mesmas fontes enfatizaram que os seguranças que estavam de serviço no dia do roubo não estavam no seu dia de trabalho normal, o mesmo acontecendo com os funcionários do banco. "Não estamos a acusar de nada, mas tudo aconteceu de maneira casual. Já não podemos estar tranquilos dentro da nossa própria casa (o Clube Português)", lamentou um dos elementos da direcção. Esta é a primeira vez, em 49 anos de existência, que ocorre uma situação "de tal gravidade" na associação portuguesa. Os associados do CP temem o que se possa vir a passar dentro da instituição. Uma portuguesa procedente de Santa Cruz, Madeira, que não quis revelar o seu nome, com receio, assegurou que o balcão que funciona

Como num filme… no clube é perigoso, já que fica situado a escassos metros do parque infantil. "Graças a Deus que não aconteceu nada, já que não havia crianças no banco. Se a polícia tivesse chegado entretanto, se estivessem crianças a passar e se houvesse troca de tiros, tinha acontecido uma desgraça", diz esta madeirense. Outro sócio referiu que a actual direcção deveria "tirar por completo o balcão porque é um perigo latente ter um banco dentro de um clube. Se o roubo aconteceu uma vez, quem nos garante que não se repetirá?", questionou este português oriundo de Aveiro, que também não quis revelar o seu nome ao Correio.

Segundo testemunhas que estavam no lobby, os presumíveis assaltantes saíram de um táxi na entrada principal e dirigiram-se "directamente para o banco". Minutos depois, os ladrões "caminharam pelo passeio principal com umas bolsas, entraram no mesmo veículo e saíram das instalações da associação com o dinheiro". Uma das representantes do Comité de Damas informou que os associados que estavam na área da piscina aproximaram-se da ponte para ver o veículo a sair. "Estavam em choque. Ninguém acreditava no que se tinha passado e até risadas houve!", disse,

referindo que não tinha acreditado que tal tivesse acontecido. O Cicpc ainda não deu nenhuma informação à direcção do Centro Português sobre o ocorrido. Espera-se que este fim-desemana se adiante algo mais e que os vídeos de segurança cheguem às mãos do corpo policial "para ajudar a esclarecer o sucedido o mais rápido possível". Actualmente, o caso passou para as mãos da divisão contra roubos do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalistas (Cicpc), sob a liderança do comissário Douglas Rico.


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