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www.correiodevenezuela.com
O jornal da comunidade luso-venezuelana
Funchal vs. Caciques Temporada do basebol madeirense encerra com final ‘escaldante’ p.30
‘Enchente’ nas aulas do CP 297 alunos de todas as idades, níveis e nacionalidades p.8
‘Lusa’ dirige Asodeco Associação ajuda 120 pessoas com deficiências a arranjar trabalho p.10
DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 07 – N.º 217 CARACAS, 26 DE JULHO A 01 DE AGOSTO DE 2007 - VENEZUELA: BS.: 1.500,00 / PORTUGAL:
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Centro de Punto Fijo muda de direcção dez anos depois Os sócios activos da associação esperam que a nova junta esteja orientada para as acções concretas e o trabalho p.3
Uma cidade que os portugueses também ajudaram a fundar A capital acaba de cumprir 440 anos e poucos sabem que um grupo de pioneiros lusos acompanhou Diego de Lozada na expedição p.32
UE apoia ideia para museu do emigrante O projecto foi apresentado pelo historiador António de Abreu, que será apoiado pela União Europeia para o pôr em prática p.14
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26 DE JULHO A 01 DE AGOSTO DE 2007
Bons sinais Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Érika Correia, Tábita Barrera, Tomás Ramirez, Katiuska Martins, Sandra Rodríguez, Victoria Urdaneta Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Antonio López Villegas, Luís Barreira, Álvaro Dias, Jesús Pérez Perazzo. Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Relaciones Públicas María Amelia da Rocha Eventos Yamilem Gonzalez Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa de Sá Secretariado: Enmanuel Vieira Fotografia Paco Garrett Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI). Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.
reunião da passada semana entre representantes dos governos de Itália, Espanha, Portugal e Venezuela para debater vários temas de interesse comum, entre os quais a emigração, deverá ser entendida como um sinal claro de que algo está a mudar. Dizemos "deverá" porque não sabemos em concreto os temas que foram debatidos no encontro. Mas o simples facto da reunião se ter realizado já assume especial importância. Sobretudo para os portugueses, pois embora se desconheça a política de emigração de italianos e espanhóis, é certo e por demais sabido que os sucessivos governos destes países sempre demonstraram mais atenção em relação aos seus compatriotas que os governantes de Lisboa. Sejamos mais claros: Portugal nunca teve uma política de emigração, pelo menos no que diz respeito a este canto do Mundo. É verdade que agora
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sentimos que as coisas mudaram um pouco e, em diversas oportunidades, já referimos com agrado toda uma nova dinâmica institucional. Mas voltando à reunião de Madrid, como pode ela não ser importante para a Venezuela, para os venezuelanos e para a Europa? Os números são elucidativos a este respeito: cerca de cinco milhões de pessoas, entre italianos, espanhóis e portugueses, estão radicadas neste país, sem contar com os laços das descendências. Sabemos e estamos conscientes de que esta realidade não é tão vinculativa como seria de desejar. No entanto, não podemos deixar de reconhecer que a reunião aconteceu porque num mundo cada vez mais global como o nosso, quer queiramos, quer não, ninguém pode governar "orgulhosamente só" e traçar caminhos sem olhar para os interesses dos outros. Afinal de contas, todos somos importantes...
O cartoon da semana - O Benfica joga agora de cor-de-rosa.
- Que pena! Vão perder muitos adeptos na Venezuela...
A semana Ainda falta a renovação aÉ ÉåíêÉ PS Å~åÇáÇ~íçë Ñçê~ã Ç~Ççë ~ ÅçåÜÉÅÉê NO îÉåÅÉÇçêÉëI É åÉëíÉ Öêìéç ìã~ îÉåÉòìÉä~å~ Ñçá éêÉãá~Ç~ å~ ÅÉêáã³åá~ Ççë éêÐãáçë q~äÉåíç OMMSK ^ áåáÅá~íáî~ Çç ÖçîÉêåç éçêíìÖìðë êÉÅçåÜÉÅÉì ç ëÉì íê~Ä~äÜç ˛ ÑêÉåíÉ Ç~ % W W SG ME ä łç ÇÉ gçîÉåë iìëçJ ÇÉëÅÉåÇÉåíÉëK bëéÉêÉãçë èìÉ ÉëíÉ êÉÅçåÜÉÅáãÉåíç ëÉà~ ìã~ ã~åÉáê~ ÇÉ áåÅÉåíáî~ê ÉëíÉ Öêìéç ~ éêçÅìê~ê ã~åÉáê~ë ÇÉ ~íê~áê ã~áë àçîÉåë ~ç ãçîáãÉåíç ~ëëçÅá~íáîç å~ sÉåÉòìÉä~ É ~ëëáã Ñ~òÉê éçëëÞîÉä ~ V I R SZ E ä łç Ç~ èìÉ í~åíç ëÉ Ñ~ä~K
Intercâmbio universitário é positivo l ~ÅçêÇç èìÉ î~á ëÉê ~ëëáå~Çç ÉåíêÉ ~ r`s É ~ råáîÉêëáÇ~ÇÉ kçî~ ÇÉ iáëÄç~ å~ ˇêÉ~ Ç~ ãÉÇáÅáå~ É ç áåíÉêÅŁãÄáç éçëáíáîç èìÉ ÉëíÉ ÅçåîÐåáç éçÇÉ íê~òÉê Éã ÄÉåÉÑáÅáç ÇÉ ~ãÄçë Éëí~ÄÉäÉÅáãÉåíçë ÇÉ Éåëáåç É ~çë ëÉìë ~äìåçëK aÉëí~Å~ãçë ç íê~Ä~äÜç ÑÉáíç éÉä~ ÇáêI G ä łç Ç~ % W W SG ME ä łç ÇÉ jÐÇáÅçë iìëçJîÉåÉòìÉä~åçë åç ëÉåíáÇç ÇÉ ÅçåÅêÉíáò~ê Éëí~ áåáÅá~íáî~I èìÉ çñ~äˇ éìÇÉëëÉ ëÉê ÉëíÉåÇáÇ~ ~íÐ çìíê~ë Ñ~ÅìäÇ~ÇÉëK
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Espanha, Itália e Portugal discutem cooperação com a Venezuela secretária de Estado espanhola para a região ibero-americana, Trinidad Jiménez, reuniu sextafeira (20) em Madrid representantes de Itália, Portugal e Venezuela para explorar possíveis âmbitos de cooperação e analisar a integração da América Latina. Jiménez reuniu com o secretário de Estado para as Comunidades Portuguesas, António Braga; o subsecretário italiano do Exterior para a América Latina, Donato Di Santo; e o vice-ministro do Exterior venezuelano para a Europa, Rodrigo Chaves. Segundo o Ministério do Exterior espanhol, a reunião foi convocada por Trinidad Jiménez, nomeada em Setembro de 2006. O encontro "abriu um novo âmbito de diálogo para fomentar elementos de acordo para o futuro", disse o Ministério espanhol em comunicado. A primeira reunião serviu para analisar de maneira "aberta e construtiva"
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Centro de Punto Fijo renova direcção uma década depois Edgar Barreto
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á aproximadamente um mês, o presidente que estava há dez anos à frente do Centro Português de Punto Fijo, Ignacio Rodríguez, convocou a eleições a todos os sócios para renovar os membros da junta directiva, dado que tal não era feito desde há muito tempo. Esta iniciativa surgiu porque o actual presidente sofre de alguns problemas de saúde e os encarregados do clube consideram que já é necessário operar uma mudança. O período de chamada para a inscrição das listas concorrentes durou até 25 de Julho. O acto eleitoral decorre a 5 de Agosto, entre 16 e as 19 horas. A actual direcção vem sendo reeleita consecutivamente (três vezes) desde 1997, embora com algumas alterações na sua constituição. As últimas eleições realizadas no centro português de Punto Fijo realizaram-se em Julho de 2003, mas o período de mandato da mesma tem sido irregular, já que o tempo normal é de dois anos. O actual prolongase assim há quase quatro anos. Os sócios deste clube já vinham falando da necessidade de se operar uma mudan-
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ça. Ainda que sejam muitas as obras que foram realizadas durante este invulgar período de dez anos, actualmente é por demais evidente o esquecimento e o descuido nas estruturas do clube lusitano. Uma boa parte das instalações sofreram as consequências da passagem do tempo, do salitre e o grande desinteresse por parte dos sócios. A maioria dos accionistas apenas tem em dias as suas quotas se se verifica algum interesse para participar numa lista, como acontece neste momento, contam algumas fontes próximas ao clube que preferem reservar a sua identidade. Até ao dia do fecho desta edição (quartafeira) apenas tinha concorrido uma lista, a liderada por José de Matos, que também é o presidente de um dos agrupamentos de folclore luso-venezuelano da comunidade de Punto Fijo: Filhos dos Imigrantes. Existe bastante expectativa acerca da renovação que se aproxima neste clube localizado na Península de Paraguaná. Os sócios activos da associação esperam que a nova junta esteja orientada para as acções concretas e o trabalho, ainda que reconheçam que os sócios também devem começar a ter uma atitude mais responsável para o centro social.
Renascer Lusitano vence festival continental Renascer Lusitano venceu o IV Encontro Continental de Folclore ao conquistar o primeiro lugar em coreografia e agrupamento musical, concurso que decorreu no passado domingo, 22 de Julho, nas instalações do Centro Luso Venezuelano de los Valles del Tuy, e no
qual participaram 14 grupos folclóricos. O grupo foi premiado ainda com um segundo lugar na voz masculina e feminina e igual classificação na categoria de traje típico. O agrupamento Dos Patrias conseguiu o primeiro lugar em Voz e
Madrinha e o grupo Saudades foi reconhecido pelo melhor Traje Típico. O segundo lugar na categoria de coreografia e agrupamento musical foi conquistado por "Os Lusíadas". O Grupo Folclórico Primavera foi o responsável pela organização do evento.
diversas questões de interesse comum. Entre outros assuntos, os representantes dos três países europeus trataram da situação de suas respectivas comunidades na Venezuela. Também exploraram âmbitos de cooperação em outras questões de interesse recíproco e analisaram os processos de integração do subcontinente latino-americano, acrescentou o Ministério, sem entrar em detalhes. A mesma fonte explicou que os vínculos especiais que Espanha, Portugal e Itália têm com a América Latina em geral, e com a Venezuela em particular, levaram a Secretaria de Estado espanhola para a região a convocar o encontro em Madrid. Segundo Trinidad Jiménez, esse diálogo permitirá aos europeus compreender melhor os processos políticos que se vivem actualmente na América Latina, e aos venezuelanos conhecer de primeira mão e às claras como é a realidade da Europa.
Grupo Amizade entrega acta constitutiva
entrega do documento constitutivo do Grupo de Amizade Parlamentar Venezuela-Portugal foi feita de forma personalizada pelo deputado luso-descendente Guido de Freitas e por Ivan Espinoza, membro do departamento de relações internacionais do Parlamento. João Caetano, embaixador de Portugal na Venezuela, expressou palavras de satisfação na reunião de entrega porque se tratava de um acto de "continuidade da política de aproximação entre os dois países". O diplomata declarou que o documento era também o reflexo desta nova dinâmica de interligação entre os dois povos através do seu parlamentarismo. Disse ainda que o mesmo grupo já foi
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criado em Portugal há vários anos e que agora é hora de passar das "palavras aos actos". Por seu lado, Guido de Freitas, interlocutor do grupo, manifestou a sua admiração por Portugal e pelo papel que desempenha agora frente aos destinos da União Europeia. "É muito grato para mim fazer entrega de este documento", confessou. O deputado referiu que uma visita oficial parlamentar a Portugal poderia fazer parte da sequência de projectos que o grupo amizade tem para o futuro. Da mesma maneira revelou a possibilidade de uma visita a Portugal do presidente Hugo Chavez, para o último trimestre do ano. "Espero poder acompanhar essa visita", acrescentou.
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Boaventura Sousa Santos recebe menção honrosa Sociólogo recebeu 'Prémio Libertador ao Pensamento Crítico' pela mão de Hugo Chávez. sociólogo português, Boaven- suas obras conta-se "A crítica da razão tura de Sousa Santos, recebeu indolente". O galardão principal, na sua segunuma menção honrosa do "Prémio Libertador ao Pensa- da edição, foi entregue ao professor mento Crítico -2006" pelo Presidente equatoriano, Bolívar Echeverría, pela da República, Hugo Chávez Frías, pela obra "Vuelta de Siglo" (Viragem do século), acompanhado por obra "Conhecer desde o 150 mil dólares americanos Sul". (cerca de 108 mil euros), O diploma da "missão um certificado e a garanhonrosa" foi entregue peO diploma da "missão tia de publicação da obra lo Presidente Hugo Cháhonrosa" foi entregue pelo Ministério do Poder vez ao embaixador de Porpelo Presidente Chávez Popular para a Cultura da tugal em Caracas, João Venezuela. Caetano da Silva, durante ao embaixador de Foram ainda entregues um acto que ocorreu na Portugal em Caracas, menções honoríficas a Minoite da segunda-feira, na guel Rojas Mix pela obra Sala Rios Reina, do Teatro João Caetano. "O Imaginário", ao presiTeresa Carreño. dente da Câmara Maior de Boaventura de Sousa Caracas, o luso-descendenSantos nasceu a 15 de Novembro de 1940 em Coimbra, é licencia- te Juan Barreto, pela obra "Crítica à rado em direito (1963), possui estudos su- zão mediática", Carlos Fernández por periores de Filosofia na Universidade "Compreender a Venezuela, pensar na Livre de Berlim e um doutoramento democracia", Luís Alegre por "O colapem Sociologia (1973) pela Universida- so moral dos intelectuais ocidentais" e de de Yale, nos Estados Unidos. Entre as Patrícia Agosto por "O Zapatismo".
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Boaventura de Sousa Santos tem um doutoramento em Sociologia (1973) pela Universidade de Yale.
Hugo Chavez envia saudação especial a José Saramago presidente venezuelano, Hugo Chávez Frías, fez uma saudação especial ao escritor português e Prémio Nobel da Literatura, José Saramago, que rejeitou recentemente que o estadista seja populista. Chavez afirmou que não lhe tem sido possível contactar o escritor e acrescentou: "Quero saudar esse grande homem, José Saramago, que veio aqui a Caracas e eu não estava", disse. Hugo Chávez falava como "padrinho" de alunos, durante a cerimónia de licenciatura do "Curso Cohorte 2006-2007"
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dos Altos Estudos da Defesa Nacional, no Teatro da Academia Militar de Venezuela. Durante o evento, o estadista insistiu que o "império" norte-americano e a oligarquia venezuelana levam a cabo uma campanha internacional de rumores contra o seu governo, visando manter o país em sobressalto. "Há pouco, em Bogotá, perguntaram a José Saramago se, na Venezuela, estamos numa tirania, num governo militarista, e ele disse algo que é certo. Saramago disse que que na Venezuela não há uma ditadura , que Chávez não é um ditador". "Quero, a partir daqui, cumprimentálo, porque não o pude contactar", acrescentou. O escritor português e Prémio Nóbel da literatura defendeu, recentemente, na Colômbia, que não acredita que o presidente venezuelano seja um populista, porque se preocupa com os pobres. "Isso é pejorativo para alguém que se preocupa, directamente e sem nenhum disfarce, com a melhoria das classes que durante gerações e gerações não saíram da miséria", terá dito Saramago. No seu entender, Hugo Chávez "usa de maneira correcta" os recursos petrolíferos do país e, por isso, é muitas vezes criticado.
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115 sequestros no primeiro semestre e acordo com núme- dução da Venezuela (Fedecamaros da Associação Na- ras) repudiou as acções de placional de Produtores gios que ocorreram no país, e de Gado da Venezue- afirma que o tema do sequestro la, este ano os sequestros aumen- converteu-se num problema de taram em 50 por cento face ao Estado, uma vez que são cada ano anterior. vez mais os venezuelanos que Com o recente sequestro do são vítimas deste flagelo. médico veterinário José Luís BetanCarlos Padilla, ococourt, presidente darrido há duas sequele organismo, suDo total de criadores manas no municíque "os orde gado sequestrados blinhou pio Páez, estado ganismos castrenses no interior do país, 15 Apure, o número dão mostra de vulneperderam a vida às mãos rabilidade e da nede sequestros que dos sequestradores. abalaram o sector cessidade das forças durante os primeiarmadas serem ros seis meses do apoiadas na zona ano ascende aos 115. fronteiriça venezuelana, onde esDo total de criadores de ga- tes delitos ocorrem com mais do sequestrados no interior do frequência". Disse ainda que país, 15 perderam a vida às mãos Carlos Padilla "foi sequestrado dos sequestradores. Nesse senti- a 500 metros do posto da Guarda do, a Federação de Câmaras e Nacional, situado no município Associações de Comércio e Pro- Páez, e ninguém deu conta".
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Fedenaga exige aprovação da Lei Anti-sequestros O grémio dos criadores de gado exigiu publicamente ao Governo Nacional a aplicação de medidas contundentes contra o delito de sequestro. Actualmente, segundo Fedenaga, 21 pessoas encontram-se sequestradas apenas no Estado Táchira. Os criadores de gado exigem a aprovação da Lei Anti-sequestro com os correcções necessários, a conformação de tribunais especiais dedicados aos casos de sequestro e a designação de magistrados especiais com competência nacional. Neste sentido, os produtores decidiram iniciar os trâmites para conseguir audiências com as autoridades dos governos nacional e regional para exigir soluções contundentes. Nos últimos 22 dias, em San Cristóbal, registraram quatro sequestros, o que lançou o pânico entre os criadores de gado.
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Incentivar os jovens para o associativismo Carlos A. Balaguera
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prémio significa um compromisso para todos os luso-venezuelanos e um incentivo para que os jovens promovam o associativismo na Venezuela, "para que lutem e trabalhem pelas duas nações". Esta é a importância que Ângela Dias de Almeida atribui ao reconhecimento que obteve na gala dos Prémios Talento 2006, na categoria Juventude. A única mulher que foi reconhecida nesta cerimónia nasceu em Maracay, no estado Aragua, é filha do engenheiro Macrino Dias, luso-descendente filho de pais madeirenses, e de Branca Rosa de Dias, nascida na cidade do Porto. Ângela Dias foi premiada com o seu trabalho como fundadora e presidente da única Associação de Jovens Luso-descendentes da Venezuela, que conta com mais de 60 membros. É engenheira electrotécnica mas continua a estudar. Actualmente, está a tirar
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o 7.º semestre de Engenharia Civil. "O objectivo da associação é agrupar o maior número de jovens luso-descendentes que pertençam ou não a um centro social. Neste momento, estamos a desenvolver o projecto de educação para crianças desprotegidas, e nas próximas semanas, reuniremos vários grupos de diferentes estados do país". Depois de receber o troféu na cerimónia dos Prémios Talento, Ângela Dias expressou: "Os lusodescendentes no mundo têm uma grande paixão em comum e essa paixão é o amor por Portugal. Os 36 filhos de portugueses presentes são uma pequena mostra do que é Portugal no mundo; temos que continuar a trabalhar pela nossa comunidade no país onde vivemos". Neste concurso, cada categoria tem três jurados, que estudam o currículo de cada participante e o seu projecto para qualificá-lo. O resultado é entregue num envelope fechado aos animadores, no dia da gala. "Isto torna tudo mais interessante. Na minha ca-
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Idosos do lar visitam Valência Carlos A. Balaguera
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Os utentes do lar de terceira idade Padre Joaquim Ferreira, situado em Los Anaucos, visitaram o Centro Social Madeirense de Valência, um passeio inserido no programa de actividades da instituição. Aresponsável de relações públicas do lar, Maria Cremilde de Andrade, explicou que os passeios, que ocorrem quatro vezes ao ano, são possíveis “graças ao facto de podermos contar com um autocarro com ar condicionado para o transporte dos idosos, o qual possui uma plataforma hidráulica para fazer subir e descer todos os que estão em cadeiras de rodas". O lar acolhe actualmente 68 idosos, dos quais apenas 38 estão em condições de poder realizar estes passeios, acompanhados por duas
enfermeiras, um médico, quatro damas activas e duas irmãs que pertencem à Congregação Marta e Maria, com sede na República da Guatemala. Entre o grupo de idosos que visitou o Centro Social Madeirense encontrava-se Isaura da Silva, oriunda de Lisboa, e que, com 90 anos, é a residente mais idosa do lar, mas também a mais alegre e "bochinchera". Conceição Gomes, natural de São Martinho, Madeira, de 86 anos, é outra das utentes. Tem um filho e dois netos e conta que aos 13 anos, aprendeu a bordar com a sua mãe, mas que hoje já não pode fazê-lo porque a vista não ajuda. O presidente do centro, João Pablo Vera Cruz, as damas do clube e o novo concessionário da Tasca Heróis do Mar, acolheram toda a delegação, fazendo com que os idosos de desfrutassem de um dia diferente.
tegoria, encontrava-se um jovem de Andorra que dirige uma associação de jovens e um francês que é produtor de cinema. Foi um momento de muita tensão e quando disseram o meu nome, a emoção foi inexplicável, é algo que nunca esquecerei". PUBLICIDADE
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Aulas de português cheias Segundo o professor David Pinho, responsável pelo curso de português do CP, este foi o ano em que se inscreveram mais pessoas alheias ao clube e às tradições portuguesas. Érika Correia
ília Doris Henriques Gonçalves, contabilista de 40 anos de idade, foi a aluna que mais se destacou no curso de língua portuguesa leccionado pelo Centro Português, em Caracas, e que finalizou recentemente o ano escolar. Filha de portugueses, assegura ter paixão e amor pelas suas raízes lusas. "Fiquei a saber do curso porque o meu pai foi operado ao cérebro e o médico recomendou-lhe praticar dominó, por isso trazia-o todos os dias ao clube para que jogasse. O curso chamou-me a atenção e como sou apaixonada pelo português, inscrevi-me". A aluna, que mora na urbanização de San Bernardino, em Caracas, tem a sua empresa familiar em Charallave, e todos os dias faz este trajecto. "O curso beneficiou-me muito no campo laboral. A minha empresa é de contabilidade e 90 por cento dos meus clientes é português, falo com eles em português e isto faz com que se sintam com mais confiança e em família". Lília Gonçalves foi uma das promotoras da criação do nível de Conversação, já que no início este nível não
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existia no curso, e estava convencida que saber em praticar não fazia sentido. O seu gosto pela cultura lusa levou-a a ler "Eu, Carolina", de Carolina Salgado, e poemas de Fernando Pessoa, para além de promover o idioma e os costumes em todos os sítios onde vai. Hoje em dia está a estudar, em conjunto com um amigo, a possibilidade de proporcionar aulas de cultura portuguesa em Los Valles del Tuy.
Esta aluna defende que é necessário tornar as aulas mais didácticas de maneira a aprender mais rápido e motivar mais os alunos. Esta aluna defende que é necessário tornar as aulas mais didácticas de maneira a aprender mais rápido e motivar mais os alunos. "Deve haver mais interactividade com o aluno. Aqui há mapas e às vezes não se utilizam, e muito esporadicamente se vêem filmes ou vídeos. Penso que deve usar-se muito mais material audiovisual, televisores e dvd's, para que o aluno aprenda de maneira didáctica vendo algum docu-
mentário ou ouvindo alguma canção". Consta de quatro níveis e os professores determinam, com uma entrevista e uma prova, o nível de arranque dos novos alunos, que pode ser de Iniciação, Intermédio, Avançado ou de Conversação. O ano lectivo dura cerca de oito meses, de Outubro a Junho. Durante este tempo, o aluno tem aulas de literatura, história e cultura. As faltas podem fazer com que o aluno perca o nível. Ao fim dos quatro níveis, faz-se a entrega do certificado que mostra que o aluno cumpriu todas as fases do curso e cumpre as exigências de ortografia, gramática e pronunciação correctas. Para o professor David Pinho, responsável pelo curso, este foi o ano que houve mais alunos alheios ao clube e às tradições portuguesas, somando um total de 297 alunos entre todos os níveis e de todas as idades. "Este ano foi excelente, foi o período em que tivemos mais profissionais nas nossas aulas: engenheiros, médicos, contabilistas, advogados, sacerdotes e foram sobretudo os que não têm raízes lusas que decidiram aprender um novo idioma e novos costumes".
Pinho: "Este ano foi o período em que tivemos mais profissionais nas nossas aulas”.
Lília Gonçalves foi uma das promotoras da criação do nível de Conversação.
Charallave abre em Setembro escola de português Membros da comunidade portuguesa radicada na cidade de Charallave vão abrir em Setembro uma escola de português, revelou um dos promotores da iniciativa, José Manuel Sousa Vasconcelos. "Já temos um professor e um salão disponível, as inscrições estão abertas e a data de início das aulas é no dia 29 de Setembro", disse à Lusa aquele emigrante, natural do Caniço, ilha da Madeira. Sousa Vasconcelos acrescentou que "ter uma escola de português é uma necessidade e um motivo de orgulho,
porque há muitas pessoas da nossa comunidade, sobretudo lusodescendentes, que querem aprender português e há muitos venezuelanos interessados na nossa língua". Quem pretende aprender a língua portuguesa é obrigado a deslocar-se à capital, a um colégio privado ou ao Centro Português, em Caracas, o que implica custos extraordinários em transporte e até mesmo longas horas de autocarro. Inicialmente, a escola terá dois professores, um de gramática e outro de cultura portuguesa. Trimestralmente, os alunos farão uma
prova de habilitações e no final de cada ano lectivo serão distribuídos diplomas, de acordo com o nível de ensino. "O principal desafio de um projecto destes é garantir a sua continuidade. O Consulado Geral de Portugal prometeu-nos assistência mas seria importante se o Governo português analisasse a possibilidade de nos facilitar materiais educativos, audiovisual e de apoio, para garantir o sucesso do mesmo", salientou. As mensalidades serão de cinquenta mil bolívares (cerca de 17 euros), que
se destinam à compra de equipamento audiovisual, a pagar os professores e a despesas administrativas. A escola abrirá as portas com duas turmas de 20 alunos cada, com mais de 13 anos, que terão aulas às segundas e quartas-feiras ou às terças e quintas-feiras, prevendo-se que todos os alunos contactem com a cultura portuguesa aos sábados. Os promotores do projecto, que já tem 25 inscritos, contam com a colaboração de uma estudante do Centro Português de Caracas, Lilia Doris Henriques.
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Nova lei beneficia milhares de deficientes Nelly Gonçalves é directora da ASODECO, uma emblemática associação que, actualmente, prepara 120 pessoas portadoras de deficiência para a inserção no mundo do trabalho. Érika Correia
ÉÅçêêÉá~]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã
esde há vários anos que se estuda, na Venezuela, a possibilidade de inserir no mundo do trabalho todas aquelas pessoas portadoras de alguma deficiência. Depois de muitas discussões, conseguiu-se estabelecer uma legislação que obriga as empresas públicas e privadas a ter, nas suas equipas de trabalho, cinco por cento de funcionários com incapacidade permanente. Existem várias associações civis encarregues de preparar o portador de deficiência para enfrentar o mundo laboral como qualquer outro ser humano membro de uma sociedade. Uma delas é a Associação para o Desenvolvimento da Educação Especial Complementar (ASODECO), uma associação sem fins lucrativos fundada em 1985, pioneira na Venezuela por facilitar a formação, integração e acompanhamento socio-laboral da pessoa incapacitada. A direcção desta emblemática associação está a cargo de Nelly Gonçalves, luso-descendente filha de madeirenses, licenciada em Comunicação Social e em Educação Especial, com especialização em Desenvolvimento Organizacional, e que trabalha na ASODECO há seis anos. Nelly Gonçalves chegou à associação através de "workshops" de teatro e trabalho voluntário, que era um dos requisitos da sua tese. Graças ao seu bom desempenho, apresentouse-lhe a oportunidade de dirigir a instituição, que actualmente está a formar 120 pessoas portadoras de deficiência com idades compreendidas entre os 15 e os 61 anos. "Na ASODECO, integramos as pessoas no desporto, no mundo dos computadores, na
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Nelly Gonçalves é filha de madeirenses, licenciada em Comunicação Social e em Educação Especial.
utilização dos meios de transporte, formamos para o trabalho, e preparamos para montar e lavar carros, para cozinha e oficina". Trabalhar com este tipo de pessoas é algo muito bonito, pois são seres humanos cheios de valores, são genuínos, super amorosos, com uma capacidade de auto-superação incrível, com vontade de cumprir as suas metas. Vê-los sair à rua para trabalhar enche-me de orgulho", comenta a luso-venezuelana. Actualmente, a associação tem integrado pessoas com alguma de deficiência a mais de 37 empresas. Como exemplo do profissionalismo com que a ASODECO ajuda a pessoa deficiente, podemos observar como os jovens exploram todo um mundo inovações. É o caso de Francisco dos Santos, luso-descendente de 23 anos que está há três anos na instituição e que, apesar da sua deficiência mental, atingiu um número incontável de metas que serão premiadas com a entrada no mundo laboral dentro de pouco tempo. "Gosto muito de estar aqui porque ensinam-me a trabalhar, armamos as caixas dos tele-
móveis e das barras de chocolate, os hotéis trazem sabonetes para nós embalarmos e colarmos os autocolantes, fazemos “piñatas” por encomenda e cozinhamos". A autonomia com que Francisco actua é o reflexo do trabalho a que se dedicam todos os profissionais da associação. Conseguiu uma in-
dependência tal que anda sozinho nos transportes públicos, desde a urbanização onde vive, em El Paraíso, e percorre toda a cidade até chegar à sede da ASODECO, em La Trinidad. "Levanto-me muito cedo, arranjo-me sem fazer muito ruído porque as minhas irmãs, a essa hora, estão a dormir, e às 6 e 20 da manhã saio e apanho o autocarro. Àquela hora há sempre muitas filas, por isso chego perto das oito. A minha mãe vem me buscar à tarde, à hora da saída". Antes, Francisco trabalhava na padaria do seu pai, situada em El Paraíso, como despachador, mas graças a uma amiga, conheceram a associação e decidiram que este jovem faria parte das centenas de beneficiados com este projecto. O jovem Francisco destaca-se também como nadador profissional, conhecido por todos como 'el golfinho'. Participou em diversas olimpíadas especiais, tendo ganho muitas medalhas e troféus. Actualmen-
te, faz teatro e, com a ajuda das irmãs, conseguiu inscrever-se num curso de Salsa Casino, no nível Básico 2 Intermédio. O diagnóstico de Francisco é muito simples: O único passo que deve dar para ingressar no mundo do trabalho é, segundo Nelly Gonçalves, controlar as emoções, algo em que está a trabalhar em pleno. A directora da ASODECO sublinha que enquanto Francisco não tiver uma actividade laboral fixa, é muito importante mantê-lo em actividades para além das aulas que o façam contactar com o mundo lá fora, com as pessoas e o ambiente público. Desta forma, aprenderá que as emoções são controláveis. Para aquelas pessoas que queiram saber mais sobre a instituição ou fazer algum tipo de doação, podem fazê-lo através do site www.asodeco.org.ve ou ir até às instalações da associação, em Lomas de La Trinidad, Av. de Las Minas, Quinta Las Helenas, Caracas. FOTOGRAFIA CORTESIA DE ASODECO
A instituição actualmente está a formar 120 pessoas portadoras de deficiência com idades compreendidas entre os 15 e os 61 anos.
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O legado do padre João
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Sacerdote português conseguiu organizar numerosas causas sociais e juntar mais de dois mil fiéis por semana numa igreja que ele mesmo fundou. Victoria Urdaneta Rengifo
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s pessoas que trabalham pelo bem da Humanidade são dignas de serem exaltadas. Por isso, as obras realizadas pelo padre João, da vila de Sardoal, fazemno merecedor de uma distinção especial. Chegou à Venezuela em 1971, procedente de Porto Alegre, no Brasil. No início, viveu em Los Teques, no estado Miranda, e também em San Cristóbal, em Táchira. Depois, foi para Barquisimeto, em Lara, onde fundou, na urbanização Barici, a igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Este templo foi inaugurado em 1974 e amparava não apenas a comunidade luso-venezuelana, mas também a todos os que necessitassem de ajuda. O sacerdote português fundou dois grupos de ajuda e atenção a indigentes e toxicodependentes, assim como a doentes, a quem distribuía medicamentos, e frutas que colhia nos jardins da igreja, cultivados por si. Actualmente, esta igreja chega a reunir, aos fins-de-semana, dois mil fiéis na celebração da missa. O padre João "conseguiu ultrapassar as portas da comunidade portuguesa e chegou ao coração de todos os habitantes de Lara", assegura Maria Eugénia de Castro, membro do consel-
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ho pastoral da paróquia, na qual existem, há mais de 30 anos, grupos de apoio, de catequese, e ainda o projecto Amor Para os Jovens, a Infância Missionária e o grupo Matrimónios em Cristo. Ali realizam-se também 'misas de sanación' reuniões do grupo HH, onde se forma para a religião os filhos e filhas de famílias católicas; o 'Ministério de intersección' no qual se fazem orações pelas demais pessoas, e é também neste recinto que as Damas de Beneficência se reúnem, formando a Asoporlara.
Damas elegem nova direcção Sociedade de Beneficência de zar-se o tradicional Almoço do Damas Portuguesas elegeu o Bacalhau, nas instalações da sede das novo grupo de mulheres que Damas de Beneficência. A ideia deste vão integrar a direcção desta almoço é arrecadar fundos para a reparação da casa, que instituição para o período não é reparada há mais de de 2007-2008. A nova 30 anos, "e que se encondirecção ficou constituída tra num estado deploráda seguinte maneira: vel", comentou Cremilde Maria José de Cova, viceA presidência de Andrade, dama activa presidente; Maria continuará a cargo da referida instituição. Eugénia Freitas, secretáde Maria Lourdes Este grupo de mulheria; Teresa Fernandes, res, que também são colavice-secretária; Luz Monteiro. boradoras activas do lar Branco, tesoureira; Ana Padre Joaquim Ferreira, Cristina Monteiro, viceem Los Anaucos, realizatesoureira e Maria José ram, a 21 de Julho, um Vieira, vogal. A presidência continuará a cargo de Maria passeio, com os idosos daquele lar, ao Centro Social Madeirense de Lourdes Monteiro. Esta associação anunciou ainda Valência. O lar alberga 67 pessoas e que, no mês de Novembro, vai reali- está em funcionamento há três anos.
A
Uma obra que continua Ainda que o padre João tenha vivido muito tempo na Venezuela, "e amou este país com todo o seu coração, nunca esqueceu a sua terra Natal, e por isso decidiu passar os seus últimos dias em Portugal, onde faleceu com 95 anos de idade", recorda a professora Castro que trabalhou durante mais de duas décadas com o sacerdote e que recebeu a notícia do seu adeus há três anos, a 21 de Dezembro. No entanto, as pessoas que conviveram com o religioso, afirmam que "a sua obra não tem fim e estará sempre na memória de todos os larenses, pois era uma
pessoa muito boa, que desfrutava servindo e ajudando os outros. Mesmo quando foi sequestrado, nunca teve medo de continuar na Venezuela trabalhando para as pessoas", recorda Alfredo Fernández, trabalhador da paróquia. O padre Jesús Genaro Perez "Chulalo", que agora tem a cargo a igreja, subscreve o que foi dito sobre o padre João e afirma que o seu legado continuará vivo para sempre, como o demonstram os milhares de fiéis que se reúnem em nome de Cristo e da Virgem de Fátima à sombra do campanário.
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CORREIO DA VENEZUELA 26 DE JULHO A 01 DE AGOSTO DE 2007
História de Vida
Amélia Amaral São Miguel, Açores
"Foi na Venezuela que conheci a electricidade" Érika Correia
Amélia Amaral Macedo nasceu na ilha de São Miguel, Açores, a 3 de Agosto de 1927. Esta mulher, de profundos olhos azuis, passou a sua juventude entre fios e agulhas, já que se dedicou à costura desde muita pequena, junto com a irmã. Ao contrário das mulheres da época, que se casavam muito jovens, Amélia contraiu matrimónio aos 29 anos de idade com o seu vizinho António Medeiros, que se dedicava ao campo e que lhe mandava cartas muito românticas. Daquela época, nos Açores, recorda que não havia luz eléctrica, e por isso tinham de utilizar velas para iluminar a casa. Havia uma base naval norte-americana que mantinha toda a gente tensa, pois estava-se em plena Segunda Guerra Mundial, e durante a noite não poderia haver nenhuma luz que chamasse muito a atenção. Tinha que viver numa constante escuridão, e havia muitas carências; desconhecia muitas coisas daquela vida que se dizia ser mais moderna, e por isso a sua vida está repleta de histórias engraçadas. O marido teve a oportunidade de vir para a Venezuela tentar a sorte e não duvidou em deixá-la só por uns tempos para ver as possibilidades de trabalho que poderia encontrar na América. Amélia esperou dois anos até voltar a encontrar-se com o marido. Chegou o grande dia, em que viajaria para o outro lado do mundo para conhecer coisas que jamais havia imaPUBLICIDADE
ginado. O seu marido tinha comprado uma passagem de avião. Sentia-se feliz e assombrada, tudo lhe parecia belíssimo e grandioso. "Não conhecia a electricidade, nem o gelo, nem o fiambre, nem a alface, tudo era estranho.
Recordo-me quando andei pela primeira vez num elevador… Eu estava a andar, seguia o resto das pessoas, e vi que me meteram num quartinho pequeno e de repente as portas do quartinho abriram-se e eu estava num lugar di-
ferente. Eu não dizia nada a ninguém, mas não sabia o que se tinha passado nem onde estava", conta, entre gargalhadas. Chegou à Venezuela em plena ditadura de Marcos Pérez Jiménez, quando o país estava em crise, com muito bulício na gestão. O marido de Amélia tinha se instalado na zona de Boleita, em Caracas, e era lá que trabalhava como distribuidor de pão. Foi ali que Amélia se estabeleceu como costureira e onde nasceram os seus dois filhos, Óscar e Olga. "Pouco a pouco, a minha clientela foi crescendo, graças a uma vizinha que vivia em frente à minha casa e que passava as suas clientes para mim, a maioria também portuguesas, pelo que o idioma não foi um problema". Vários anos depois, o casal teve a oportunidade de adquirir um terreno em Guatire, no estado Miranda, o que proporcionou mudarem-se e fazerem novas amizades, clientes, e construir uma casa de raiz. Apesar de se ter afastado da cidade, a sua grande experiência na costura fez com que todas as suas clientes continuassem a procurar os seus serviços, indo até Guatire fazer todos as suas roupas, sem se importarem com o tempo nem o transporte, já que nessa altura, existia apenas uma estrada, que era de terra. Depois de muitos anos, Amélia enviuvou, e foi quando a família decidiu vender a casa de Guatire, porque era muito grande, e levaram-na para casa da filha, que vive na capital, na zona de Los Naranjos.
As coincidências da vida É membro de uma família de sete irmãos, que estão espalhados por todo o mundo, um no Brasil, um nos Estados Unidos, dois em Portugal e dois no Canadá. Viaja constantemente até Portugal, e a última vez que o fez foi há três anos. "Gosto de tudo na Venezuela, em especial o clima. É uma maravilha. E nunca me esquecerei das coincidências da vida: antes de vir para este país, uma amiga deu-me a direcção de uma mulher com a qual podia fazer amizade, e, sem dar-me conta, essa mulher era a minha vizinha da frente". De carácter doce e carinhoso, e muito religiosa, Amélia é uma sobrevivente do cancro do cólon, que lhe foi diagnosticado há 10 anos. Com muita dedicação e força de viver, ganhou a batalha a esta doença.
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Venezuelana apresenta programa português
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Edgar Barreto
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o programa de rádio 'Fiesta lusitana', transmitido na Península de Paraguaná, uma locutora distingue-se devido ao agrado do público 'falconiano', fruto do seu carisma, e por ser uma venezuelana sem raízes lusas, que conduz, todos os fins-de-semana, na rádio City 91.3 FM, um espaço dedicado à cultura e ao folclore portugueses. Trata-se de Gabriela Quintero, uma jovem de 19 anos, oriunda da cidade de Maracaibo, no estado Zulia, estudante do 1.º semestre de Engenharia Informática na Universidade Nacional Experimental Politécnica das Forças Armadas (UNEFA), secção Paraguaná. Desde há algum tempo que Quintero trabalha na rádio e na televisão num projecto de índole juvenil chamado 'Cálatelo', mais precisamente desde o dia 10 de Fevereiro deste ano. Esta jovem 'maracucha' dedica-se a alegrar e a entreter, com a sua voz e comentários, os ouvintes portugueses e venezuelanos. "Fazer este programa é um caso único,
N
Desafio dos 7 cumes equipa de montanhistas venezuelanos 'Projecto Cume' completou, finalmente, o 'Desafio dos 7 cumes' a que se tinha proposto em 2002, depois de ter conseguido, em 2001, chegar ao cume do Evereste. Os topos da Pirâmide de Carstensz (4.884 metros de altura), na Indonésia, e o Monte Kosciuszko (2.228 metros de altura), na Austrália, conseguidos no passado mês de Junho, incluem esta equipa nas duas listas exclusivas e convertem-na na primeira equipa latinoamericana e nacional a subir estas montanhas, feito alcançado apenas por cerca de 70 pessoas em todo o planeta. Contando com o apoio dos Supermercados Unicasa como fornece-
A
Gabriela Quintero tem 19 anos e nasceu em Maracaibo.
é uma experiência muito bonita, e apesar de não ser portuguesa dão-me muito carinho. Há uma grande interacção com o público através das chamadas e mensagens de texto por parte da comunidade portuguesa, venezuelana e de outros grupos estrangeiros, como os árabes, que também nos escutam", referiu.
dor de alimentos, o 'Projecto Cume' retomou, este ano, a sua tradicional actividade de montanhismo, depois das intensas e desgastantes expedições aos pólos terrestres, e concretizou a meta de há 5 anos, para aquela altura bastante avançada, devido ao longo trajecto individual e colectivo destes montanhistas, com quatro dos sete topos: Aconcagua (América), Kilimanjaro (África), Mackinley (Alaska-Ártico) e Evereste (Ásia). Foi então que subiram, em 2002, ao Monte Elbrus (Europa) e ao Monte Vinsom (Antártida), pelo que a Pirâmide de Carstensz foi o último dos topos a alcançar, neste grande desafio desportivo e logístico de constituir a primeira expedição totalmente venezuelana o tão longínquo topo. PUBLICIDADE
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Professor apoiado pela UE O organismo europeu aprovou o projecto do historiador luso-venezuelano António de Abreu para a futura formação de um museu do emigrante português na Venezuela. O museu do emigrante português
António de Abreu é professor da escola de comunicação social da UCV e doutor em História.
Tomás Ramírez
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historiador luso-venezuelano António de Abreu foi seleccionado pela Agência Executiva no âmbito Educativo, Audiovisual e Cultural (EACEA) da União Europeia (UE) para realizar estudos de especialização em história do património cultural. O professor da escola de comunicação social da Universidade Central de Venezuela apresentou um projecto para a formação de um museu do emigrante português na Venezuela, graças ao qual foi escolhido. O programa de estudos que António de Abreu deverá empreender consta de estadias na Universidade de La Sorbonne, em Paris, na Universidade de Évora, em Portugal, e na Universidade de Pádua, em Itália. Na 'cidade-luz', fará trabalhos de especialização alternados com conferências e visitas guiadas a determinados locais, onde o luso-venezuelano aprenderá a metodologia e as últimas técnicas
O
de investigação para o estudo da cultura. Em Évora, o doutor em História deverá ter uma especialização orientada para o património arqueológico e os restos materiais que podem levar a indagar sobre o processo mental de criação de instrumentos. E finalmente em Pádua, desenvolverá trabalhos de campo dirigidos ao processo de industrialização. António de Abreu afirmou
O historiador disse ao Correio que recebeu com surpresa a rápida aceitação do seu projecto na EACEA. que o programa encaixa perfeitamente na linha de investigação histórica que levou a cabo até ao momento porque, durante a sua carreira, tem trabalhado na história cultural vinculada à expressão de ideias, em "tudo o que tem a ver com valores culturais, a tradição,
o folclore, passando pela gastronomia, o vestuário e a imprensa. Enfim, tudo o que é cultura mas dentro do quotidiano", explicou. O historiador disse ao Correio que recebeu com surpresa a rápida aceitação do seu projecto na EACEA, já que o mesmo foi apresentado em Fevereiro deste ano e recebeu a resposta da sua pré-selecção em Março, para a sua posterior aprovação no mês de Julho. "Eu pensei que, por ser tão específico, não tinha hipótese, mas para minha grande surpresa, a UE mostrou-se muito interessada no projecto". A UE vai apoiar a estadia de dois anos do professor, dando-lhe casa, seguro médico e mais de 42 mil euros para sua manutenção. Nas universidades escolhidas, Abreu aprenderá tudo o que é necessário para pôr em prática o projecto do museu do emigrante português na Venezuela. No entanto, clarificou que a UE não está a subsidiar o museu propriamente dito, mas sim a sua preparação académica para pôr o projecto em prática.
Segundo António de Abreu, a função social deste museu tem diferentes níveis. O primeiro deles é registar a história da comunidade portuguesa dentro da história da Venezuela. O segundo serve para que os jovens lusodescendentes se sintam orgulhosos do contributo dos seus antepassados para a história nacional. Finalmente, o historiador opina que o museu será uma oportunidade para que a sociedade venezuelana conheça os contributos dos portugueses na formação da nação de Bolívar. "Fora da comunidade e numa altura em que os índices de intolerância étnica estão a ser manipulados de maneira politiqueira e propagandística, a sociedade venezuelana deve dar-se de conta que o processo de mestiçagem que nos caracteriza não terminou". No que diz respeito à materialização do projecto, Abreu afirmou que é muito viável porque a comunidade deu mostras de querer colaborar na formação de um recinto que honre a emigração portuguesa na
Venezuela. Para isso, o historiador recordou a exposição que se realizou em anos anteriores no Centro Português. "Muita gente colaborou nessa exposição, que se montou praticamente em 24 horas, mas foi uma excelente mostra, apesar de tudo". O professor da UCV confessou contar com a "boa vontade" dos que querem colaborar com o projecto e insistiu na necessidade da participação de diferentes organismos promotores da cultura portuguesa na formação do museu, "desde o adido cultural na embaixada, passando pelo Instituto Português de Cultura, pelos diferentes grupos folclóricos, centros sociais e sociedades de beneficência. O Instituto Camões e os conselheiros comunitários deveriam solicitar a ajuda da Secretaria de Estado das Comunidades e do Conselho Permanente das Comunidades. Creio que não deveria ser apenas um projecto a nível local mas comprometer inclusive os organismos oficiais portugueses".
Primeira exposição do Museu do Emigrante organizada pelo CORREIO da Venezuela no ano 2003.
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"Cultura e religião são valores fundamentais" Para Maria Eugénia de Castro, o trabalho de difundir os valores luso-venezuelanos na região larense é uma missão de vida. Victoria Urdaneta Rengifo
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professora Maria Eugénia de Castro é uma promotora da cultura e da religião em Barquisimeto, estado Lara, onde vive há muitos anos. Foi homenageada em diversas ocasiões, e uma das condecorações que recebeu foi a Ordem Jacinto Lara, entregue pelo governo local. É também colaboradora do consulado honorário de Portugal em Barquisimeto. "A cultura e a religião são valores fundamentais", afirma Castro, e, em consonância com o que defende, é membro do Conselho Pastoral da Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima e da Pastoral dos Emigrantes. Para além disso, foi directora de cultura no Centro Luso Larense desde 1994. Nesse mesmo ano, deu início à criação da Escola de Música, onde, acompanhada pelo professor Orlando González, ajudou muitos artistas, tanto no canto como na parte instrumental, agrupados na Estudantina, com especializações em mandolina, guitarra, harpa, teclado, baixo e diversos instrumentos de percussão.
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Outra das suas obras é o grupo Los Navegantes (cuja geração de relevo se chama Genelipsys), bem como a fundação do grupo Cultural e Folclórico, que surge como forma de mostrar a arte lusitana a toda a Venezuela, em intercâmbios estatais através de clubes de beneficência, protocolos, programas de televisão, desfiles cívico-militares e festas nacionais, como o 10 de Junho (Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas), data na qual também se celebra o aniversário do grupo. Com o seu apoio a estes músicos, foi possível gravar três produções discográficas, duas delas especializadas em música popular, tanto portuguesa como venezuelana. O último foi dedicado à música religiosa, a pedido dos fiéis que assistem à missa dominical no templo da Virgem de Fátima. Para além disso, o grupo participou, com grande êxito, em festivais, como o que é organizado pela Federação de Centros Portugueses da Venezuela. Está também sempre presente na homenagem a São João, com as tradicionais marchas populares e os tambores venezuelanos.
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Honrar a história luso-venezuelana Em tantos anos de trabalho, Castro fez alianças com instituições venezuelanas "porque a cooperação e a irmandade são as melhores ferramentas para fazer crescer as comunidades. Penso que cada um de nós tem um legado maravilhoso para dar às pessoas", diz, referindo-se às experiências vividas com o grupo Despertares, da Universidade Centro-Ocidental Lisandro Alvarado, com o Coro de Orquestra Sinfónica de Lara, com a Orquestra Infantil e Juvenil Pequenos Mozart, do Conservatório de Música Vicente Emilio Sojo, com o Coro de Manos Blancas e com o Coro de Campanas del Tocuyo, para referir alguns exemplos. Castro também faz traduções para espanhol de guiões de obras de teatro portuguesas, "para que todos os
venezuelanos possam desfrutar de belas histórias como a da Virgem de Fátima". Esta animadora cultural afirma estar "muito feliz por ter ajudado estudantes de colégios e universidades venezuelanas nas quais dei palestras e conferências sobre a cultura portuguesa". A sua colaboração em trabalhos de investigação foi elogiada, assim como o seu trabalho como intérprete de delegações do Brasil que visitam a Venezuela. "Todas as experiências são maravilhosas", diz, orgulhosa, a professora, que, junto com o seu marido, António Roque Moreira, e com os filhos, Bruno e Diego, demonstrou que "trabalhar para difundir as culturas portuguesa e venezuelana implica muito esforço, mas
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Câmara investe na Habitação Social Abertura de concurso para construção de 77 novos fogos, no prosseguimento da política de resolução dos problemas habitacionais do concelho e de facilitar a integração social das famílias.
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C. H. DA QUINTA FALCÃO II ( 1ª FASE) N.º de Fogos: 16 Tipologias: 16 T2 Freguesia: Santo António
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C. H. DOS VIVEIROS III (2ª FASE) N.º de Fogos: 24 Tipologias: 3 T1 e 21 T2 Freguesia: São Pedro
Município do Funchal abriu recentemente concursos públicos para a construção de 77 fogos de habitação social, um investimento total estimado em cerca de seis milhões de euros, dando assim cumprimento à execução do 3º Acordo de Colaboração celebrado com a Investimentos Habitacionais da Madeira, E.P.E. (IHM) e o Instituto Nacional de Habitação (INH). No prosseguimento da sua política de resolução dos problemas habitacionais do concelho e de facilitar a integração social das famílias, a Câmara continua a privilegiar empreendimentos de pequena dimensão, fazendo parte destes novos fogos, cinco diferentes conjuntos habitacionais dispersos por várias freguesias do Funchal. A execução do 3º Protocolo está a ser repartida entre a CMF e a IHM, E.P.E., com a autarquia a assumir a renovação dos bairros antigos e a Investimentos Habitacionais a resolução das restantes situações de carência habitacional do concelho, conforme Acordo de Colaboração celebrado a 15 de Novembro de 2005. Os projectos de arquitectura e de execução dos empreendimentos atrás referidos foram feitos por técnicos da Autarquia, situando-se todos sem excepção, próximos do coeficiente de projecto mais elevado atribuído pelo INH, ponderação essa que mede a qualidade dos projectos apresentados e homologados por aquele Instituto. Na habitação social que tem sido construída no concelho, é manifesta a preocupação com a qualidade de vida das famílias, que se reflectem em projectos bem integrados, com boa qualidade construtiva e áreas envolventes arejadas e espaçosas, na procura de uma vida urbana mais humanizada, que é a concretização de uma política eficaz contra a exclusão social, que tem caracterizado a Câmara e o Governo Regional nesta área. Dos seis empreendimentos fazem parte as duas últimas fases de renovação do bairro antigo dos Viveiros e a primeira da Quinta Falcão, com as seguintes tipologias e distribuições por freguesias:
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C. H. DOS VIVEIROS III (3ª FASE) N.º de Fogos: 28 Tipologias: 6 T2 e 22 T3 Freguesia: São Pedro
URBANIZAÇÃO DO FAIAL N.º de Moradias: 3 Tipologias: 2 T2 e 1 T3 Freguesia: Santa Maria Maior
C. H. DAS CRUZES N.º de Fogos: 6 Tipologias: 3 T2 e 3 T3 Freguesia: São Pedro
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A maioria dos deputados são homens, têm entre 41 e 60 anos e declaram como profissão a advocacia ou o ensino, revelam dados divulgados pela Assembleia da República. No início da actual sessão, a 15 de Setembro, dos 230 deputados, 181 eram homens e 49 mulheres.
Sessão legislativa ‘rendeu’ 35 leis Governo foi o mais produtivo Sessão legislativa rendeu, para já, 35 leis, numa contabilidade feita entre 15 de Setembro de 2006 e 20 de Julho deste ano. PCP e Bloco de Esquerda voltaram a ser, como no ano passado, os partidos `campeões` da produção legislativa, com 26 e 22 projectoslei, respectivamente, mas muito longe do Governo que apresentou 60 propostas de lei ao Parlamento. De acordo com um relatório elaborado pela Direcção de Serviços de Documentação, Informação e Comunicação da Assembleia da República, a sessão legislativa rendeu, para já, 35 leis, numa contabilidade feita entre 15 de Setembro de 2006 e 20 de Julho deste ano. Neste período, foram aprovadas 103 iniciativas em votação final global (algumas das quais já vinham da anterior sessão legislativa), sendo que muitas ainda aguardam o seu envio para Belém ou a apreciação por parte do Presidente da República.
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Depois do PCP e BE, com doze e oito deputados, respectivamente, foram os maiores grupos parlamentares, PS e PSD, que mais iniciativas legislativas apresentaram, quinze por cada grupo parlamentar, seguindo-se o CDS-PP (oito projectos-lei),
Nesta sessão legislativa, realizaram-se 657 reuniões das comissões parlamentares permanentes e o Partido Ecologista "Os Verdes", com cinco iniciativas. Na anterior sessão legislativa, que teve uma duração superior ao habitual em seis meses, todos foram mais produtivos: o Governo apresentou 76 propostas de lei, o BE 87 projectos, o PCP 86, o PSD 41 iniciativas, o PS 35
diplomas, o CDS 29 projectoslei e "Os Verdes" 21. O PCP é igualmente o partido com maior número de apreciações parlamentares (quinze num total de 21), mas são os sociais-democratas que mais requerimentos apresentaram à administração central e local (902 documentos). No total, nesta segunda sessão legislativa, foram apresentados pelos partidos 2.458 requerimentos, dos quais a administração central e local deixou por responder 940. No período entre 15 de Setembro de 2006 e 20 de Julho deste ano, entraram na Assembleia da República 231 petições, tendo transitado da anterior sessão legislativa mais 91. Destas, continuam por apreciar 109 petições. Nesta sessão legislativa, que terminou sexta-feira, realizaram-se 109 reuniões plenárias e 657 reuniões das comissões parlamentares permanentes.
Nesta sessão legislativa, que terminou sexta-feira, realizaram-se 109 reuniões plenárias
Ministro espanhol felicita Polícia Judiciária Por "operação brilhante" que levou à detenção de "Solitário" ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, felicitou segunda-feira a polícia portuguesa pela "operação brilhante" que levou à detenção do criminoso mais procurado em Espanha, conhecido como "O Solitário". "Temos de felicitar a polícia portuguesa pela detenção do criminoso mais procurado em Espanha, numa operação brilhante. Hoje viu-se de forma claríssima que a cooperação policial entre os dois países funciona de maneira excelente", disse Rubalcaba
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em Lisboa, onde se encontrava para um encontro com o ministro português da Administração Interna, Rui Pereira.
"Temos de felicitar a polícia portuguesa pela detenção do criminoso espanhol mais procurado” Rubalcaba disse aos jornalistas que Espanha pedirá de imediato extradição de "O Solitário", que será amanhã ouvido por um
juiz no Tribunal da Figueira da Foz, a localidade onde, ao início da tarde, foi detido pela Polícia Judiciária quando se preparava para assaltar um banco. O ministro espanhol disse que as autoridades de Espanha seguiam os passos de "O Solitário" desde o passado mês de Junho. Ainda segundo Rubalcaba, agentes espanhóis seguiram o assaltante até à fronteira e a partir daí foi vigiado pela polícia portuguesa até ao momento em que foi detido, à porta de uma sucursal da Caixa de Crédito Agrícola da Figueira da Foz.
“Solitário” foi detido, à porta de uma agência da Caixa de Crédito Agrícola, na Figueira da Foz.
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Pelo menos 100 abortos foram realizados nos hospitais públicos portugueses na primeira semana da entrada em vigor da regulamentação da interrupção voluntária da gravidez, segundo dados recolhidos pela agência Lusa junto de várias unidades.
Breves
Líder no Chão da Lagoa O presidente nacional do PSD, Marques Mendes, participa no próximo domingo, 29, na festa dos sociais-democratas madeirenses no Chão da Lagoa, anunciou o secretário-
geral do partido, Jaime Ramos. Marques Mendes vem juntarse, assim, aos nomes de Francisco Sá Carneiro, Marcelo Rebelo de Sousa, Fernando Nogueira e Durão Barroso, líderes nacionais do PSD que também participaram na festa dos sociais-democratas madeirenses, organizada desde 1975 e que mobiliza anualmente cerca de 40 mil pessoas, tendo, a deste ano, já esgotado os autocarros disponíveis e livres.
Radares detectam 17.788 infracções numa semana No âmbito deste plano, o Governo quer colocar em cada sala de aula, a partir de Setembro, um computador com ligação à Internet.
Sócrates apresenta “escola do futuro” Um investimento que pretende colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados primeiro-ministro apresentou a "escola do futuro", integrada no Plano Tecnológico da Educação, um investimento superior a 400 milhões de euros que pretende colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados na modernização tecnológica dos estabelecimentos de ensino. "Queremos que a escola eduque para o futuro e não para o passado e que não fique para trás no processo de modernização do país", afirmou José Sócrates, durante a apresentação do Plano Tecnológico da Educação, em cerimónia realizada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. No âmbito deste plano, o Governo quer colocar em cada sala de aula, a partir de Setembro, um computador com ligação à Internet, uma impressora e um videoprojector, e ter, até Abril do próximo ano, um quadro interactivo por cada duas salas. Outro dos objectivos, mas para 2010, é elevar para dois o ratio entre alunos e computadores com ligação à Internet em Banda Larga. Este plano prevê ainda a gene-
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ralização, até ao final do segundo trimestre de 2008, do cartão electrónico do aluno para 800 mil estudantes e a instalação de cerca de 12 mil sistemas de alarme e videovigilância. O cartão electrónico do aluno, já utilizado em algumas escolas, permite controlar o acesso dos estudantes ao estabelecimento de ensino e registar a assiduidade, estando
"Queremos modernizar e melhorar a escola, as práticas de ensino e os resultados escolares” ainda dotado com porta-moedas electrónico, "para retirar o dinheiro da escola". Para o terceiro trimestre de 2008 está previsto o início da implementação dos portais das escolas, para permitir a partilha de conteúdos pedagógicos em suporte digital, como exercícios ou sebentas, por exemplo. Outra das novidades será a Escola Simplex, uma plataforma electró-
nica de apoio à gestão escolar, para desburocratizar processos entre a comunidade educativa. Para os professores e pessoal não docente será ainda lançado, em Janeiro de 2008, um programa de formação em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) com vista à certificação de competências. Durante a apresentação, José Sócrates garantiu que este "não é um programa piloto" e sublinhou "a prioridade" que o Governo está a dar à área da Educação, com um plano que representa um investimento superior a 400 milhões de euros. "Queremos investir na Educação e que esta tenha ao seu dispor todas as ferramentas que uma sociedade moderna pode disponibilizar. As coisas estão a mudar na Educação e para melhor", garantiu. O primeiro-ministro destacou ainda "a decisão política" em lançar o Plano Tecnológico da Educação, salientando que essa "vontade" é agora possível depois de o Governo garantir 37% dos fundos comunitários para a área da Educação, Formação e Ciência.
Os 21 radares a funcionar em algumas vias de Lisboa detectaram 17.788 infracções na primeira semana de actividade, uma média de 2.541 infracções por dia, segundo informação da Comissão Administrativa que gere a Câmara de Lisboa. As infracções cometidas durante a primeira semana de actividade dos radares irão render no mínimo mais de 1 milhão de euros, dos
CPCP acusa governo O Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas (CPCP) disse "basta" ao abandono do governo, que acusa de desprezar os emigrantes com contínuos
quais mais de 320 mil terão como destino os cofres da Câmara Municipal. Os dados fornecidos pela Comissão Administrativa registam as infracções desde as 09h15 da passada segunda-feira (dia 16), quando os radares passaram a aplicar coimas depois de uma fase de experiência/adaptação desde Janeiro, até às 24 horas de Domingo seguinte desinvestimentos no ensino do português, no Instituto Camões e no porte pago, entre outros. Por tudo isso, o CPCP agendou para Setembro uma reunião em Lisboa, na qual vai debater a possibilidade de convocar eleições "com urgência" para aquele órgão de consulta. "O sentimento de abandono que se vive actualmente atinge níveis nunca antes alcançados", sublinha o CPCP em comunicado.
“Ferry-boat” liga Forte e São Jacinto a 1 de Agosto O presidente da Câmara de Aveiro, Élio Maia, manifestou segunda-feria o desejo de que o "ferry-boat" de ligação entre o Forte e São Jacinto, entre em funcionamento a 1 de Agosto. "No essencial as obras estão realizadas e gostaríamos que o dia 1 de Agosto fosse marcado por um acto, 51 anos depois de o antigo governador civil de Aveiro, Valle Guimarães, o ter solicitado pela primeira vez, em ofício dirigido ao ministro das
Obras Públicas", disse o autarca. Durante a reunião da Câmara, Élio Maia recordou o compromisso público assumido pelo actual executivo em São Jacinto, de que o "ferry" entraria em funcionamento no decurso deste ano e salientou o esforço feito para procurar antecipar a entrada em funcionamento para finais de Julho, princípios de Agosto.
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Portugal é o 7º país com mais dias de férias Os trabalhadores portugueses têm, em média, 35,6 dias de férias e feriados por ano ortugal é o sétimo país da União Europeia que mais férias atribui aos seus trabalhadores, existindo grandes discrepâncias entre os 27 Estados-membros quanto ao número de dias de trabalho anuais, revela um estudo divulgado esta semana. Resultados de uma pesquisa publicada pela Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound) revelam que existem grandes diferenças entre os Estados-membros em relação ao número total de dias de folga oferecidos aos respectivos trabalhadores, à duração da semana de trabalho e às horas anuais trabalhadas. O documento intitulado "Working time developments - 2006", elaborado pelo Observatório Europeu das Relações Laborais (EIRO) da Eurofound, revela que a diferença na atribuição de dias de folga na União Europeia levou a que, em alguns países, no ano
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passado, se tenha trabalhado mais três semanas e meia do que noutros Estados-membros. O estudo adianta, por exemplo, que os trabalhadores da Suécia têm 43 dias anuais de férias e feriados, enquanto os trabalhadores da Estónia dispõem apenas de 26 dias.
Os países com maior número de férias são a Alemanha, a Itália, o Luxemburgo e a Dinamarca, a Áustria A investigação salienta ainda que a duração da semana de trabalho e as horas anuais trabalhadas também variam muito de país para país, sendo que os trabalhadores dos 12 novos Estados-Membros trabalham, em média, duas semanas e meia mais por ano do que os da antiga União Europeia a 15, de que faz parte Portugal.
Assim, em média, os trabalhadores portugueses, austríacos, belgas, dinamarqueses, finlandeses, franceses, alemães, gregos, irlandeses, italianos, luxemburgueses, holandeses espanhóis, suecos e ingleses têm, em média, 35,6 dias de férias e feriados, enquanto os trabalhadores dos 12 novos Estadosmembros apenas dispõem de 31,3 dias (para a União Eueopeia-27 como um todo, a média é de 33,7 dias), segundo o documento ao qual a Lusa teve acesso. Depois da Suécia (43 dias), os países com maior número de férias são, segundo a Eurofound, a Alemanha (40), a Itália (39), o Luxemburgo e a Dinamarca (38), a Áustria (37) e Portugal (36,5). Os países com a menor quantidade de folgas, depois da Estónia (26), são a Letónia (27 dias), a Hungria (28 dias) e a Irlanda, que, com apenas 29 dias de férias e feriados, está no último lugar da UE dos 15.
Os trabalhadores dos 12 novos Estados-Membros trabalham, em média, duas semanas e meia mais por ano do que os da antiga UE-15, de que faz parte Portugal.
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Compra e venda mais simples O projecto "Casa Pronta", que permite realizar num único balcão todos os actos relativos à aquisição de imóveis, de "forma mais rápida, simples e barata", entrou terça-feira em funcionamento. O lançamento deste "novo serviço", uma "das PUBLICIDAD
medidas mais importantes do Simplex 2007" nas palavras do secretário de Estado da Justiça, João Tiago Silveira, realizou-se na Conservatória do Registo Predial de Águeda. O Casa Pronta é "um balcão único onde é possível realizar todas as operações relativas à compra e venda de casa (prédios urbanos)", sendo possível, neste local de atendimento, pagar impostos, celebrar contratos de compra e venda, realizar imediatamente todos os registos, pedir a isenção de pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), pedir a alteração da morada fiscal, entre outras opções.
Nova Lei da Televisão promulagada A nova Lei da Televisão foi promulgada pelo Presidente da República, confirmou à Lusa fonte da Casa Civil, o que abre caminho à obrigatoriedade de anunciar a programação com 48 horas de antecedência a ao arranque da TDT. Aprovada a 30 de Maio pela
maioria parlamentar socialista, a nova Lei obriga as televisões a informarem o público sobre a programação dos seus canais com, pelo menos, 48 horas de antecedência. Caso o alinhamento seja alterado sem qualquer razão excepcional, o diploma prevê que seja instituída uma coima ao operador. Outra das medidas previstas é que a renovação das licenças de televisão dos operadores privados seja condicionada ao cumprimento das obrigações e ao acatamento de recomendações que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) faça em avaliações regulares.
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UE quer competitividade e aposta nas PME Os ministros da Economia e Indústria dos 27 e o comissário europeu do sector estiveram reunidos no Pavilhão Atlântico, em Lisboa ma indústria europeia competitiva e sustentável a nível ambiental, aumento do emprego e apoio às pequenas e médias empresas (PME) foram objectivos definidos em Lisboa pelos ministros da Economia da União Europeia. Os ministros da Economia e Indústria dos 27 Estados-membros da UE e o comissário europeu do sector, Günter Verheugen, estiveram reunidos entre sexta-feira e sábado, na sede da presidência europeia, no Pavilhão Atlântico, a debater soluções para o reforço da competitividade da Europa. No final dos trabalhos, o comissário europeu salientou que a "reestruturação da base industrial", no sentido do reforço da sua competitividade e eficácia e também da sua sustentabilidade face ao ambiente, é um dos objectivos políticos "mais difíceis e mais importantes" para as gerações actuais, mas sobretudo para as futuras. "Esqueçam a ideia antiquada de que há uma contradição entre o padrão ambiental e a competitividade, porque pode alcançar-se a competitividade e simultaneamente criar mais
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empregos, aceitando as necessidades do futuro, que passam por dar resposta aos problemas das alterações climáticas, de uma economia com baixas emissões de CO2 e das questões energéticas" frisou Günter Verheugen. O comissário e também vice-presidente da Comissão Europeia afirmou estar já a ser preparado um documento orientador sobre o futuro da indústria europeia e a política energética, que estará concluído antes do final do ano. Por sua vez, o ministro português da Economia e Inovação, Manuel Pinho, que presidiu à reunião, reiterou que Portugal tem uma das metas mais ambiciosas em termos de energias renováveis, esperando que, em 2010, 45 por cento da produção de electricidade seja renovável. "O sector da floresta, que inclui a biomassa, a pasta de papel, o papel aglomerado de madeira e a cortiça, tem um desafio específico", disse Pinho. "Por um lado, pretende-se emitir menos CO2 nas fábricas, por outro, a matéria-prima que é a madeira tem uma grande concorrência por parte dos produtores de biomassa", disse Manuel Pinho. Motivos pelos quais de-
fendeu "uma solução atempada", sob pena de a indústria perder competitividade em 2015/2020. Por isso, acrescentou, já existem medidas concretas, como o aumento da área plantada, a definição de uma política comercial, a definição do que é a biomassa (certificação), entre outras. A fileira florestal em Portugal representa um valor acrescentado anual de 3 mil milhões de euros e 2,13 por cento do produto interno bruto (PIB), enquanto na União Europeia representa cerca de 138 mil milhões de euros e 1,38 por cento do produto. O sector representa ainda mais de 130 mil postos de trabalho em Portugal, ocupando 2,58 por cento da população activa, e 4 milhões de postos de trabalho na União Europeia, o que equivale a 2,15 por cento da população activa europeia. O que é importante, para Verheugen, é "aproveitar as oportunidades do momento", investindo-se cada vez mais em inovação, investigação e desenvolvimento tecnológico, educação, formação e em "melhores condições envolventes" para as PME, a nível da legislação e financiamento e da redução dos custos burocráticos.
Portugal usa mais cartões que a Espanha uso de cartões de pagamento em Portugal é superior, mais rápido e mais seguro do que em Espanha, registando ainda uma redução "mais acentuada e regular" das taxas de serviço cobradas aos comerciantes, conclui um estudo da Unicre. O estudo da Instituição Financeira de Crédito Unicre analisa o espaço regional ibérico e compara o mercado português com o espanhol em termos de taxas de serviço aos comerciantes na utilização de cartões de pagamentos. De acordo com o presidente executivo da Unicre, António Ramalho, o estudo visa desmistificar os três mitos sobre o mercado português relativos à qualidade, à quantidade e ao preço. No que diz respeito à qualidade, António Ramalho considera que os consumidores portugueses gozam de melhores condições e utilizam os cartões de pagamento de forma mais generalizada, rápida, segura e barata que os vizinhos espanhóis, o que se traduz em menos custos, tempo de espera e fraude. "Parece também evidente que em termos de volume de cartões/máquinas está acima da média, possuindo uma dimensão relativamente poderosa. No ano passado, Portugal registou 300 milhões de transacções, sendo esperado para este ano já 350 milhões. Simultaneamente transaccionou 14,5 mil milhões de euros, esperando-se este ano 15 mil milhões de
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euros em transacções por cartão", frisou António Ramalho. O terceiro mito, segundo António Ramalho, diz respeito às taxas de serviço cobradas aos comerciantes. Em Portugal a descida tem sido "mais acentuada, constante e regular", situandose nos 9 por cento de redução ao ano desde 2002, face a um período de estagnação em Espanha, que apenas conseguiu um valor superior em 2006. Em Espanha os cartões de crédito representam mais de metade do valor total das transacções (56 %) e cerca de 32 pontos percentuais a mais que em Portugal, onde o peso destas transacções não chega aos 25 por cento. Diferente é a realidade portuguesa no que toca ao esquema doméstico de débito, ou seja, ao Multibanco onde o país assume um papel de relevo, representando cerca de 40 por cento da facturação total de compras.
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Cinco empresas portuguesas apresentadas como casos de sucesso Cinco empresas portuguesas de diferentes sectores foram apresentadas como casos de sucesso a nível europeu no conselho informal de ministros da Competitividade, disse à Agência Lusa o ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho. Logoplaste, de embalagens, Simoldes, de moldes, BA- Barbosa e Almeida, vidreira, Martifer, de estruturas, e Serralves, de indústrias criativas, são as cinco empresas portuguesas de média dimensão que foram dadas como exemplo no âmbito do conselho da competitividade, na passada sexta-feira e sábado, em Lisboa. "Estas empresas vão ser apresentadas e discutidas no conselho como 'casestudy', casos de sucesso a nível europeu. Vão contar a sua história, as suas experiências, o seu plano de negócios", adiantou
Manuel Pinho. De acordo com o ministro da Economia e presidente do conselho informal da competitividade, um dos objectivos "é dar um sinal claro de que Portugal tem empresas de sucesso que se estão a afirmar no mercado global". As Pequenas e Médias Empresas (PME) estão a par da política industrial entre as prioridades do conselho da Competitividade. A presidência portuguesa propõe um maior às PME que, segundo Manuel Pinho, passa pela adopção de "soluções inovadoras para o financiamento", como o capital de risco ou a securitização de créditos. Além disso, a presidência sugere também a melhor regulamentação com vista à redução de custos administrativos, a capacitação das PME em mercados terceiros, como a Índia e a China.
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José Lisboa, toureiro en Guayana
António de Abreu Xavier
Em 1789, o rei Carlos IV ascendeu ao trono de Espanha e para celebrar o momento organizou em Guayana uma corrida de touros. A cidade luzia esplendorosa: os "vecinos" limparam os solares e as fachadas das casas, adornaram as ruas e colocaram candeeiros que mantiveram acesos durante nove noites consecutivas. A praça maior foi adornada com muitos arcos cobertos de folhas e flores; foi levantado um palco decorada de damasco e galões de ouro fino, com muitos molhos de flores, 'albahacas' e outras ervas aromáticas, como era hábito na época, quiçá para evitar os maus cheiros originados pelos charcos que se formavam com as chuvas. Numa colgadura de veludo
vermelho carmesim foi colocado o retrato do rei. A 30 de Setembro teve lugar o espectáculo principal: a corrida de touros que havia sido encomendada pelo Cabildo a dois "vecinos" importantes da cidade: Manuel Cornieles e Gaspar Vidal, membros do grémio de agricultores e criadores. Às 7h30 saíram das casas dos festeiros os bandarilheiros, picadores e toureiros acompanhados de ginetes vestidos de vermelho montados em cavalos exageradamente adornados. Uma banda de música acompanhou-os por todas as ruas alegrando o povo com os seus tambores, atabafes, flautas e gaitas. Em frente do castelo de San Gabriel foi construído um 'redondeo' com muitos 'tablones' e 'balcones' com um palco para as autoridades e personalidades importantes. Ali se celebraram duas funções com dez touros cada. A primeira figura da manhã foi um jovem que montou a cela colocada num touro e passou por todo campo colhendo uma grande ovação. Pelas 16 horas começou a corrida
mais esperada: a de José Lisboa. Ele 'capoteó gallardo' um "touro 'barcino colorado' muito grande e soberbo, a qual espetou várias bandarilhas". Logo após pedir licença para matá-lo, deixou o touro investir, tendo-o agarrado pelas 'astas' "com a maior destreza que se possa pensar; por sorte o touro deu vários saltos e carreiras pela praça sem poder desprender-se dele, e o que mais admiração causou foi que sem saber como nem quando estando dito toireador naquela batalha caiu morto o touro'. Vários revistaram o animal sem encontrar a ferida fatal. Depois Lisboa mostrou um ferro 'muito subtil que no meio da sua batalha lhe havia cravado no toro pela nuca'. Terminada a sua actuação 'sendo já dadas as orações foi dada por concluída a dita função'. * Para quem não conhece, a investida frontal de Lisboa é uma destreza que recorda o estilo das corridas portuguesas.
*Tomado de documentos do Arquivo da Audiência de Caracas
Mudanças "de uma assentada"
Antonio López Villegas
Não há muito tempo, o Governo nacional mudou, de uma assentada, o nome do país, de ministérios, de avenidas, de parques, também de urbanizações, de símbolos pátrios… é melhor fica por aqui. Por outro lado, até a saudação das forças armadas nacionais também foi alterada. Quiçá tenham uma boa explicação e exista uma boa razão e até válida para justificar as mudanças, pelo menos os nomes. Sabemos que as mudanças são boas e que o único que permanece inalterável no tempo é as mudanças. Mas de nomes? Recentemente escutei outra notícia que, também de "uma assentada", alegadamente se estaria a preparar a mudança do nome de um hospital em Ma-
racaibo; já não se chamará Coromoto, senão Hospital Ernesto "Che" Guevara. Não entendo realmente o que está a acontecer com os "assessores" governamentais. Mudar um nome é fácil e se é "de uma assentada", mais fácil ainda. O que não é nada fácil, é mudar as crenças de liberdade de uma população inteira; isso sim, no meu entender, é um assunto bem mais sério. Mais, creio que é demasiado 'cuesta arriba'; a humanidade nascei para viver em liberdade e a população continuará chamando "ao pão, pão, e ao vinho, vinho". Penso que em qualquer momento, qualquer desses "assessores" do governo pode ocorrer-lhes mudar os nomes das estações do Metro de Caracas. E porque não? Talvez mudando os nomes seja mais cómodo viajar nesse meio de transporte e os utentes possam fazê-lo sentados e não de pé. É quase impossível entrar num vagão na estação plaza Venezuela e poder encontrar um lugar desocupado. Se se muda o nome para estação plaza Fidel, ou estação plaza Martí ou estação plaza Mao ou estação plaza Che Guevara,
provavelmente vamos acostumar-nos a viajar a pé. E já que, quiçá decidam realizar essas mudanças, seria também preciso rever os nomes das restantes estações. Deixo aqui algumas ideias: "Palo verde por Palo rojo, Gato negro por Gato rojo, Sabana grande por Sabeneta grande, Pro patria por Patria, socialismo o muerte, Petare por Matare, Pérez Bonalde por Cilia Flores, Mamera por Iris Varela, Chacaito por Chavecito, Zoológico por Lina Ron, Colegio de ingenieros por Colegio Bolivariano, el Silencio por Todos en silencio", e assim sucessivamente. Ocorra o que ocorrer, a história é implacável com quem se atreve a ir contra os seus desígnios. Tratar de perpetuar-se na história simplesmente mudando nomes é uma maneira muito básica e até míope de ver o que sucede e sucedeu na história. Para transcender, é necessário fazer algo mais que mudar um nome; é necessário criar, semear, compreender, aceitar, tolerar e muitas virtudes mais que as que até agora, quem ostenta o poder, não começou a utilizar.
Na volta, cá vos espero! Luís Barreira Aproxima-se rapidamente o tão ansiosamente esperado período de férias! Para muitos de nós, residentes no estrangeiro e que passamos regularmente as férias de verão em Portugal, as imagens gravadas na memória do nosso subconsciente, começam a desfilar como cartões de visita das nossas paisagens, do nosso sol, do nosso mar, dos saborosos petiscos, que queremos voltar a provar e dos familiares, amigos e conhecidos, que queremos rever. É assim todos os anos, esta "longa marcha" até à aquela "ocidental praia lusitana", num percurso tradicional, como bandos de aves migratórias à procura do espaço que lhes é próprio e habitual, por razões que ninguém consegue objectivamente sintetizar, mas que é tão profundamente sentido como o "respirar". Dizem que é "culpa" da saudade, palavra sem tradução literal noutras línguas, que nos marca como povo. Outros,...que é a história que nos aproxima do "ninho paterno", mesmo que tantas vezes a rejeitemos, mas que não deixamos, no entanto, de amar. Dizem-nos ainda que são o resultado dos genes, de milhões de homens e mulheres marcados por tanta mestiçagem, ao longo dos séculos. Talvez sim,..talvez não, ou talvez seja tudo isso, o que nos dá a faculdade de gostar tanto do País que nos viu nascer. Somos críticos, rabugentos, dóceis e, tantas vezes, indiferentes. Somos teimosos, às vezes pouco inteligentes, mas igualmente capazes de desafiar o presente e o futuro, com capacidades inexcedíveis. Rimos, choramos, amamos, odiamos, gritamos, sorrimos, mas também conversamos e, no fundo... entendemonos em todos os estados emocionais. Já os romanos diziam que somos um povo difícil de compreender. O que eles não disseram é que somos um povo capaz de compreender todos os outros povos. A história está aí para o mostrar e a nossa própria realidade, de milhões de emigrantes espalhados por todo o planeta, é a prova cabal disso mesmo. Seja qual for a razão do nosso comportamento...aqui vamos nós! Vamos, com toda a bagagem do nosso imaginário, à procura de reviver recordações, mesmo que à partida saibamos que, muito do que vamos ver, cheirar, tocar e ouvir, vai-nos deixar uma "amargo de boca", alguma frustração e desencanto e talvez, quem sabe, alguma desilusão. Mas vamos e voltamos a ir, como teimosos que somos! Naturalmente que vamos rabujar, gritar de descontentamento, odiar algumas modernidades e criticar muitas imbecilidades. Mas,...curiosamente, no fim, acabamos por sorrir e às vezes até rir, de tantas leviandades. Somos assim, um povo sensível, mas não incompreensível, igual a si próprio e identificado "à légua" pelos outros povos. Por isso marcamos a diferença que nos caracteriza, por isso continuamos a sentir e a ser,.. em português. Que estas férias vos façam antes rir que chorar, porque,...à volta, cá vos espero!
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CARTAS Não nos querem por lá…
Correio além fronteiras Sou uma leitora assídua deste meio de comunicação social e quero através desta carta manifestar o interesse que sei que existe em Portugal, mais especificamente na Madeira, por encontrar o Correio da Venezuela. É cada vez maior o número de venezuelanos na ilha e também são muitas as saudades por saber o que acontece no seio da comunidade que deixaram. Penso que o Correio devia empenhar-se em estar presente de maneira mais visível na Madeira. Leitores não lhe faltariam. Sei que a Internet é uma boa
opção para aceder à edição semanal do Correio, mas nem todas as pessoas têm a possibilidade de enveredar por esta alternativa. Oxalá possam levar a sério esta sugestão, não só para matar as saudades de todos aqueles que tiveram que deixar Venezuela, obrigados por várias circunstâncias, senão que também para ajudar a crescer esta iniciativa editorial de grande valor para toda a comunidade portuguesa. Fátima Teixeira
Cojedes está presente Escrevo desde o Estado Cojedes e porque quero expressar as minhas felicitações a este jornal pela informação que publicam semanalmente. O motivo destas letras está relacionado com o interesse de vários portugueses, que residem na zona Ocidental do país, em que seja realizada alguma reportagem sobre a comunidade lusitana aqui residente. Não somos muitos, mas os que estamos aqui
oferecemos os nossos serviços e amizade para que se possa fazer trabalho. Somos pessoas atentas e estamos à vossa disposição. Espero que esta carta seja publicada no vosso jornal e que a voz de alguns portugueses que vivem aqui possa ser ouvida em breve, a partir das suas páginas. Continuem com o bom trabalho, que é excelente. Saudações e um abraço forte. Norberto da Ponte
Boa decisão Desde há quase um ano que venho lendo no CORREIO que o governo venezuelano vai colocar o ensino do idioma português como disciplina obrigatória. Então pergunto-me: Se nos colégios ensinam o inglês e os alunos não aprendem, como farão para estudar a gramática lusófona? Digo isto porque se para os cursos normalmente leccionados não há professores, então terão que trazer, quiçá do Brasil, alguns que ensinem o idioma. O ponto de divergência
está no facto em que sempre se identificou a importância desta língua para a Venezuela, mas nunca vi que levem esta questão a sério. Espero que isto seja a sério e que seja de proveito para a aprendizagem dos nossos filhos que estão nos colégios privados. Não sou partidário do actual governo, mas pareceme uma boa alternativa para que o nosso idioma não desapareça deste país. Gilberto Pinto
Sou uma luso-descendente com 20 anos de idade que teve o prazer de voltar a visitar a Madeira durante dois meses. Sinceramente, adorei. Sempre gostei de ir a esta ilha tão linda. Há cinco anos que não ia e notei uma grande diferença: está muito desenvolvida, limpa como sempre, com grande ordem, boas sinalizações de trânsito, enfim, realmente "a melhor". O que sempre há é uma certa discriminação dos nativos para com os emigrantes, sobretudo, venezuelanos. Nota-se um tratamento, às vezes, não muito agradável. Mas isto não quer dizer que não sejam pessoas educadas, mas sim um pouco "frias". Vim com desejos de lá voltar para ficar, coisa que sempre quis. Mas há uma coisa que me produz uma grande tristeza, que é o facto das pessoas de lá, até a família, não nos quererem lá definitivamente. Dizem que aquilo está muito mau. Eu, pelo contrário, penso que eles vivem tão bem. Qualquer pessoa tem um carro, uma boa casa, e se não tem, pode pedir um empréstimo ao banco, com muitas facilidades. Enfim têm muitas vantagens que nós, sobretudo os jovens, não temos na Venezuela. E,
pelo que vejo, vai ser difícil encontrar. É triste que os teus familiares não te dêem um apoio, e te digam: "vem tentar, pois aqui encontras uma qualidade de vida, melhor à que tens na Venezuela". Eu estou quase a acabar o meu curso, e penso procurar outros horizontes, porque vejo que isto aqui está muito difícil. Se me "convidassem", talvez eu fosse para a Madeira durante um ano, para experimentar, mas nenhuma boca se abriu, coisa que é muito triste porque nestas alturas uma pessoa precisa de um apoio, de uma mão amiga. Se está à procura de um lugar onde possa encontrar melhores condições para começar a sua vida e, se puder, ficar para o resto da sua vida, porque não junto da família? É com grande mágoa que digo que nós, lusodescendentes e emigrantes, estamos "tramados" nesta vida, porque nem aqui nem lá podemos encontrar apoio ou ajuda para continuar com as nossas vidas e conseguir uma boa qualidade de vida, com segurança, que é o que mais precisamos e desejamos. D.P.S.G
INQUÉRITO: COMO VÊ A MEDIDA DO GOVERNO DE 'CONGELAR' OS PREÇOS DAS MATRÍCULAS ESCOLARES NOS COLÉGIOS PRIVADOS?
Isabel Ferreira
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"Não estou de acordo com a medida. Se todas as pessoas vão ter um aumento salarial, a regulação do valor da matrícula nos colégios vai levar a que, por exemplo, os professores não possam ser aumentados em termos salariais. Penso que é injusto que se proíba o aumento das mensalidades dos colégios. O trabalho dos professores é o mais importante que existe no país, porque eles educam as crianças que são o futuro deste país!"
José Manuel de Sá Fonseca `çãÉêÅá~åíÉ
"Os preços dos colégios são exagerados. Penso que é boa a regulação que se está aplicando. É injusto que os pais das crianças que estão no pré-escolar paguem tanto. Tenho amigos que pagam até 450 mil bolívares por mês por un pequeno que está no 'Kinder'."
Fátima de de Lima `çãÉêÅá~åíÉ
"Creio que é muito mau. Assim como o é a regulação dos preços do açúcar e demais produtos, porque quando se começa a regulá-los, eles desaparecem. Os pais são os que devem decidir o preço da matrícula e para isso existe a comissão de pais e representantes em cada colégio. São eles que decidem que tipo de educação querem para os seus filhos. Se regularem a vida dos colégios, estes já não poderão pagar bem os professores nem tão-pouco a renda do colégio, nem os impostos."
José Alexandre Fernández `çãÉêÅá~åíÉ
"Na minha opinião, a educação dos colégios privados é melhor que a que se ministra nos estabelecimentos públicos. Por isso têm direito a cobrar um pouquinho mais ou subir os preços em cada ano, dependendo das necessidades que tenha cada centro educativo e das ofertas académicas e da qualidade que ofereça cada colégio."
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María Amelia da Rocha
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Maybelline põe a beleza ao teu alcance
A 'jóia' anti-idade
Maybelline New York é uma marca com uma oferta de mais de 200 produtos que combina fórmulas de tecnologia avançada com experiência na moda para criar cosméticos acessíveis com uma personalidade urbana, vitais e dinâmicos. Maybelline está dedicada a oferecer qualidade, inovação e criatividade sob um ponto de vista moderno, inspirado em Nova Iorque. Os seus produtos mais destacados no país são, para os lábios: Water Shine, Water Shine Liquid, Hydra Extreme. Para os olhos:
O envelhecimento capilar é uma realidade científica. Com o passar do tempo todo o metabolismo desacelera progressivamente: o cabelo fica ressequido, perdendo consistência e vitalidade, enquanto que o couro cabeludo torna-se tenso e desidratado. Kérastase oferece "Age Recharge" à mulher venezuelana com idade superior a 35 anos, a primeira intervenção antiidade para cabelo e couro cabeludo. Amissão da Kérastase é ser a primeira marca em tratamentos capilares; apoiando-se no desenvolvimento tecnológico dos seus produtos e na experiência profissional do estilista, cria propostas às mulheres do mundo inteiro para viver uma experiência única de beleza.
Volum' Express Turbo Boost, Xxl Lashes, Expertwear. Para o rosto: Dream Mousse Blush, Dream Matte Mousse, Pure Makeup. E para as unhas: Coloramay e Crecer Forte.
"Quiérete"
Novo telemóvel LG Shine LG Electronics (LG) e Movistar lançaram na Venezuela o novo telemóvel LG Shine (modelo: ME970), o segundo celular que faz parte da série de telemóveis da primeira categoria Black Label Series de LG. Shine é um telemóvel "slider" com um desenho vistoso, e corpo totalmente metálico, capaz de oferecer aos utilizadores o melhor em todos os aspectos, tanto em estilo como em capacidades técnicas. Este equipamento incluiu ainda uma câmara com focagem autoajustável certificada por
Schneider Kreuznach, com capacidade para memória expandida (cartão MicroSD).
Experimenta a nova Colgate Desfrutar de um rico gelado, tomar um chocolate bem quente ou brindar com os amigos são prazeres que muitos evitam para não experimentar essa profunda dor que invade os dentes quando estão sensíveis. Esta moléstia é conhecida por sensibilidade dental, a qual afecta uma elevada
percentagem de pessoas entre os 30 e 55 anos de idade. Mas estas podem usufruir desde agora destes prazeres graças a Colgate. Para controlar a moléstia, Colgate criou Colgate Sensitive Multi Protección, cuja fórmula clinicamente testada oferece o máximo alívio contra a sensibilidade.
Cyzone, a marca juvenil de Ebel París, consciente da sua grande cumplicidade com as milhares de adolescentes da América Latina, desenvolverá através de HUMANA, uma campanha denominada "Quiérete", destinada à prevenção de transtornos de alimentação, como a bulimia e a anorexia. A campanha
María Amelia da Rocha
Tempo Livre
A coleccionista regressa Desde sexta-feira 20, e só durante quatro semanas, no Centro Cultural Corp Banca "Viver ou conviver com o caos?". Ali está o dilema que costuma atacar muitas profissionais da classe media, obrigadas pelas circunstâncias a converter-se em donas de casa. É o dilema que ataca Violeta Rincón e que tenta solucionar "La Coleccionista", inteligente e divertido monólogo escrito a quatro mãos por Manuel Mendoza e Alejandro Aragón para uma das mais queridas e emblemáticas actrizes venezuelanas: Tania Sarabia. Dirigido por Daniel Uribe.
"Quiérete" é uma proposta positiva que tem como principal mensagem o fortalecimento da auto-estima das jovens e um enfoque dirigido totalmente à prevenção, através de ferramentas como um programa de colóquios e assessorias dirigidas pela instituição que apoia esta iniciativa (mais em www.cyzone.com).
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"Claro de Luna" no Ateneu
MGM apresentou novidades
Amais recente obra de Luz Urdaneta, uma das mais importantes coreógrafas do continente, apresenta-se no Ateneo de Caracas durante uma breve temporada onde mostrará um olhar poético e orgânico do universo feminino. O mundo da mulher constitui o eixo central de "Claro de Luna ", a mais recente peça de Danzahoy, de 3 a 5 de Agosto, na Sala Anna Julia Rojas do Ateneo, sob criação e direcção coreográfica de Luz Urdaneta. Concebida para ser interpretada só por mulheres, esta coreografia será encenada pelas bailarinas Mariana Tamaris, Vanesa Lozano, Anakarina Balza, Arais Vigil e Nova Rowinsky.
MGM Networks Latin America (canais MGM e Casa Club TV), juntamente com Rebecca Rincón (1 2 3 Rebecca), Kristina Wetter (Kristina en Casa) e Mayte Sepúlveda (Hola Maytte), apresentaram o que será a programação de ambos canais para o que resta de 2007. Os convidados puderam ver de perto as novidades, programas, filmes e "reallity shows" que se converterão nos preferidos dos telespectadores da Venezuela. Avelada serviu também para anunciar que a venezuelana Rebecca Rincón foi designada a nova imagem de Casa Club TV.
Os mensageiros Afamília Solomon abandona a vida agitada de Chicago pelo mundo isolado proporcionado por uma herdade no Estado norte-americano do Dakota do Norte. No meio da tranquilidade do campo de girassóis da propriedade, Jess, de 16 anos, dá-se conta até que ponto o isolamento pode ser terrível quando ela e o seu irmão Ben, de três anos, começa a ver sinistras aparições, ainda por cima invisíveis para todos os demais. Quando estes espectros se tornam violentos, a saúde mental de Jess é questionada, uma ameaça dupla para a atormentada jovem. O seu passado problemático enfrenta-se com o passado dos antigos inquilinos da casa. Veja-a em todas as salas de cinema.
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CORREIO DA VENEZUELA 26 DE JULHO A 01 DE AGOSTO DE 2007
'Açoriano' incentiva devoção pelo Menino Jesus Edgar Barreto Gouveia
ÉÄ~êêÉíç]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã
esde 1997 que, na paróquia de San Nicolás de Bari, localizada em Punto Fijo, Estado Falcón, José de Oliveira se dedica à tarefa de organizar as festas padroeiras em honra do Divino Menino Jesus, impulsionando a comunidade portuguesa a participar nesta festa de devoção, conjuntamente com a família Jardim e um grupo de amigos. A razão que move este jovem empresário filho de pais açorianos, naturais da Ilha de São Miguel, em promover as festas é simples: pagar uma promessa. A sua filha mais velha, Sthepanie de Oliveira, actualmente com 12 anos, nasceu prematuramente, aos 7 meses, e os médicos não lhe davam grandes esperanças. No dia do seu baptismo, um grupo de oração do Divino Menino rogou por ela e a pequena sobreviveu.
D
Em honra a este pequeno mas poderoso santo, a família Oliveira decidiu, há 10 anos, iniciar estas festas doando o santo e o altar. Este episódio levou a que pouco a pouco os emigrantes portugueses residentes na Península de Paraguaná começassem a participar na celebração, cada vez com mais devoção. Elena de Gonçalves, portuguesa oriunda da Ilha da Madeira, comentou que é o seu amor pelo Divino Menino que a leva a assistir todos os anos a esta festa. Se ele me der saúde, vou todos os anos, bem como a todos os portugueses, aos quais faz falta muita união e amor como Deus e Maria nos ama", observou. Oliveira manifestou com agrado que numa viajem realizada à ilha de São Miguel, nos Açores, descobriu numa igreja uma imagem do Divino Menino Jesus. "Isto quer dizer que não é só na Venezuela que vivemos esta devoção".
Breves
Papa apela ao fim das guerras e da corrida ao armamento O papa Bento XVI apelou a que "nunca mais haja guerras", à imposição da "via do Direito", ao fim da corrida ao armamento e da resolução de novas crises evitando recorrer "aos velhos sistemas" "Apelo a que nunca mais haja guerras. A guerra é uma matança inútil", sublinhou o Sumo Pontífice numa homília perante cerca de 10.000 fiéis, reunidos na praça principal de Lorenzago di Cadore, nos Alpes orientais italianos, onde se encontra de férias. Bento XVI afirmou estar a sentir "ainda mais intensamente o impacte doloroso" das notícias que chegam de "confrontos sangrentos e de episódios de violência que sacodem actualmente o mundo". Essa violência, sublinhou, obriga todos a reflectir sobre o "drama" da liberdade do homem. "A
terra é um jardim que Deus entregou aos homens para que tomem conta dele. Se os homens viverem em paz com Deus e entre eles, a terra será verdadeiramente o Paraíso", defendeu. "Desgraçadamente, o pecado arruinou esse projecto divino, gerou divisões e permitiu a entrada da morte em todo o mundo. Os homens cedem à tentação do Diabo e fazem a guerra. Como consequência, transformaram o jardim que é o Mundo num inferno", acrescentou. Bento XVI lembrou que a zona dos Alpes onde se encontra de férias foi, há 90 anos, um dos cenários da I Guerra Mundial, e recordou as palavras do Papa de então, Bento XV, que qualificou a guerra como "uma matança inútil".
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Clientes da TAP têm desconto de 10 % Os clientes da TAP com cartão Star Alliance vão poder adquirir, entre Agosto e Setembro, bilhetes para viagens à volta do mundo em classe económica com descontos de dez por cento, anunciou a companhia aérea. De acordo com o comunicado da TAP, que integra a aliança aérea, "ao utilizarem as tarifas Star Alliance Round the World, os clientes podem construir os seus próprios itinerários para efectuar viagens de circumnavegação à Terra, voando tanto para Oriente como para Ocidente, em qualquer um dos 16 mil voos diários para os 855 destinos em 155 países", oferecidos pelas companhias membros da aliança aérea. Neste sentido, foram criadas três níveis tarifários diferentes, correspondendo a percursos até 29.000 milhas, 34.000 milhas e 39.000 milhas, respectivamente, "que garantem aos passageiros a possibilidade de visitarem
entre três a 15 destinos diferentes". Além destes percursos, é também oferecida uma tarifa aplicável a viagens de avião até 26.000 milhas, podendo igualmente incluir entre três a cinco paragens. Esta promoção é válida para os bilhetes "Round the World" em classe económica, adquiridos entre 01 de Agosto e 30 de Setembro, podendo as reservas ser efectuadas através dos agentes de viagens ou de qualquer uma das 17 companhias da que integram a Star Alliance. A Star Alliance oferece ainda tarifas "Round the World" em primeira classe ou em executiva mas, nestes casos, as reservas não beneficiam de qualquer desconto. O lançamento de tarifas especiais para os bilhetes "Round the World" em classe económica surge por ocasião da comemoração do décimo aniversário da Star Alliance.
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CONQUISTANDO A ESPANHA
O guarda-redes mais caro do mundo
Vitor Baia com a Taça das Taças em 96-97
Tomás Muñoz B.
ñÉåÉáñÉë~äã~åíáåç]Üçíã~áäKÅçã
a coluna desta semana vamos recordar um dos melhores guarda-redes do futebol europeu de segunda metade da década de 1990. Referimo-nos a Vítor Baia. Nascido a 15 de Outubro de 1969, em Vila Nova de Gaia, começou desde muito jovem a sua relação com o futebol, entrado aos 12 anos para o FC Porto, altura em que já despertava grande expectativa sempre que estava entre os postes. Quando tinha 16 anos sofreu uma lesão num braço que lhe originou uns problemas de circulação sanguínea, pelo que os médicos lhe recomendaram o abandono da prática do futebol. Foi sem dúvida um momento que contribuiu com uma dose extra para formar a sua forte personalidade. Mas conseguiu ultrapassar o problema. Tanto assim foi que, entretanto, já no início dos anos 90, conquistou a titularidade da baliza do Porto. E foi na temporada 90-91 que superou o recorde de mais jogos sem sofrer golos que era detido pelo Bento, com uma nova marca de 1.192 minutos, confirmando-se pouco depois como o novo dono do "arco" da selecção portuguesa. É na equipa "portista" que continua destacando-se jornada após jornada. E com a chegada de Bobby Robson, o Porto torna-se num autêntico dominador da liga portuguesa. Tal como o assegurava
N
Bobby: "saímos ao campo com jogo ganho, já que temos o Baia na Baliza". Depois de um grande campeonato europeu protagonizado por Baia em 1996, o FC Barcelona compra o seu passe, pelo qual paga o valor mais elevado de sempre pelos préstimos de um guarda-redes. O 'Barça' renuncia à contratação do alemão Kopke, e Pinto da Costa faz um grande negócio, vendendo a grande estrela ao 'cancerbero', onde irá reencontrar Bobby Robson, o treinador com quem melhor tinha desfrutado nos últimos anos. Estreia-se a 1 de Setembro de 1996, vencendo o Oviedo, de visitante, por 2 a 4 e, numa temporada soberba, conquista três títulos: a Supertaça de Espanha, a Taça das Taças e Taça do Rei, ficando a tão só dois pontos de conquistar a liga espanhola. Durante esses meses produz-se uma dura rivalidade com o alemão Bodo Illgner, guardião do Real Madrid, que consistia em saber qual dos dois era o melhor guarda-redes da liga. No fim desta temporada chegou o holandês Van Gaal, que deixou de contar com Vítor Baia. Começou então o pior dos seus momentos como profissional, agravado por uma série de lesões, entre as quais uma tendinite crónica no joelho direito. Foi operado com sucesso pelo doutor Borrel, mas permaneceu dois anos lesionado antes de regressar ao Porto, com o qual se proclamaria campeão da Liga de Campeões e da Taça Intercontinental, em 2004 e 2005.
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CORREIO DA VENEZUELA 26 DE JULHO A 01 DE AGOSTO DE 2007
Pita é o único júnior nos treinos da "b" António da Silva
~ñÉÇêÉò~Çç]Öã~áäKÅçã
CS Marítimo, a equipa mais venezuelana do futebol de Portugal, continua a preparar a próxima época futebolística que está prestes a começar. O plantel principal encontra-se no Egipto e as instalações do clube verde-rubro vão acolhendo os habituais trabalhos da pré-temporada da equipa "B". Três jogadores de origem venezuelana estão a treinar sob as ordens do professor Nélson Caldeira: David de Sousa (que vai para o segundo ano), Carlos Freitas (que assinou contrato recentemente) e Javier Pita, o único jogador com idade júnior que se encontra a fazer o grupo da formação que é o derradeiro escalão para os futebolistas que provém da "cantera" do Marítimo, antes de chegar á primeira divisão. Javier está a iniciar a sua terceira época na Madeira. Em 06-07 partilhou com outro venezuelano a baliza da equipa júnior do Marítimo:
O
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Jesús Miguel. Há duas semanas recebeu um telefonema do coordenador do futebol juvenil do Marítimo, o professor Juca, quem informou ao jogador que iria treinar na pré-temporada com a equipa "B". O jovem ex-jogador do Nueva Chicago tinha finalizado a sua época em grande. O guardião lembra muito especialmente uma partida perante o Benfica para o campeonato nacional da categoria, disputado no complexo benfiquista no Seixal: "nesse dia certamente perdemos, mais eles alinharam até 11 miúdos que tem jogado na selecção de Portugal. Tive uma grande actuação e tudo o mundo me felicitou", afirma o jovem "guardião". Nestas semanas o "caraqueño" já trabalhou não só com o professor Caldeira, senão com Míchel Van Der Gaag e o treinador de guardaredes Quim. A partilha dos treinos com o "guardião" brasileiro Fábio, já integrado no plantel principal. "O nível e a exigência dos treinos na "B" são muito mais fortes que os dos juniores", diz o jovem jogador de 17
anos, que está tentando aproveitar ao máximo este convívio entre os processionais: "O trabalho técnico, leitura de jogo, truques, aquelas bolas nas que não se pode sair; um vai aprendendo com os conselhos e a experiência dos treinadores." Muito provavelmente o guardaredes termine a pré-época nos "B" e volte a equipa júnior do Marítimo para iniciar a nova época. Deseja que o seu trabalho em Portugal não passe despercebido aos técnicos e responsáveis federativos venezuelanos, e fica a espreitar um chamado para estrear-se com a camisola "Vinotinto" nalguma prova internacional. Estas semanas de trabalho são um estímulo para o jovem futebolista, que ao treinar ao lado de futebolistas já habituados a outros palcos, só reforça a sua confiança no futuro: "sinto que posso chegar a converti-me em profissional, embora sei que ainda tenho muito que aprender, mais aos poucos vou chegar não só a estrear-me, se não a ser um grande profissional"
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Anaís Moniz: a esperança lusa no triatlo mundial António C. da Silva
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disciplina olímpica do Triatlo em Portugal está a viver um dos melhores momentos de sempre, mercê as impressionantes performances de Vanessa Fernandes, "tetracampeã" europeia da modalidade e líder isolada do ranking olímpico. Mas uma outra portuguesa de apenas 18 anos, já começa a subir vários degraus com vista ao topo, e faz-nos pensar que a hegemonia lusitana no desporto que combina natação, ciclismo e corrida, está assegurada. Anaís Moniz é o nome de esta promessa que já e de facto uma realidade desta modalidade a nível mundial. Ao mesmo tempo é uma miúda sensibilizada pela parte solidária que o desporto pode oferecer, estando envolvida em diversas iniciativas de cariz social. No seu palmarés já acumula um título de Campeã Mundial Júnior em 2005 e um título de Campeã Europeia na mesma
A
categoria conseguido em 2006. Anaís nasceu em Besancon, França no dia 23 de Abril de 1989. Tem dois irmãos e a sua mãe, Alicia Moniz, e lusodescendente nascida na Venezuela. Os vínculos familiares desta atleta do CF Belenenses com o nosso país são muito estreitos, e na actualidade o seu tio, Juan Gonçalves Moniz, continua a morar na pátria de Bolívar. Na sua infância em terras gaulesas a jovem Anaís experimentou vários desportos: esqui nórdico, esqui alpino, passeios de média montanha com dormida nos refúgios, patinagem no gelo, equitação, natação, atletismo e obviamente triatlo. Aos oito anos e pela mão da sua mãe que era praticante desta modalidade no TAC (Triatlhon Action Besancon) a jovem "belenense" experimentou o triplo esforço. A natação era no rio Doubs e o ciclismo e a corrida foram a volta do parque Chamars. Em Agosto de 1998 a família Moniz retorna a Portugal e veio morar para Lisboa no Restelo. Os seus pais a inscre-
veram na natação do Clube de Futebol "Os Belenenses". Ali a jovem deparou com um grande choque: não tinha nem nível técnico nem volume de treino que lhe permitisse ficar na natação. Já que o clube "da cruz de Cristo" contava com uma secção de triatlo, a jovem luso-francesa começou lá a trilhar o se caminho ao sucesso. Recentemente em Copenhaga, a Anáis prescindiu da tentativa de revalidar o título europeu da categoria (ela é júnior de 18 anos) para disputar a prova em elites. Esta opção prende-se com os objectivos definidos pela Federação de Triatlo de Portugal: qualificar o maior número de triatletas para os Jogos de Pequim 2008, sendo que as 50 primeiras classificadas da prova elite tiveram direito a pontos para o ranking olímpico. A Anaís, única júnior na prova de elites, partiu com o dorsal 23. Apesar de ser a mais jovem atleta na prova, ela conseguiu finalizar no posto 24°, amealhando preciosos pontos para o ranking de qualificação olímpica.
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Anaís Moniz é uma atleta júnior que já compete com a elite.
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Vikings promovem basebol infantil A Colónia de Férias de Viana do Castelo está muito entusiasmada em aprender esta disciplina desportiva. Victoria Urdaneta Rengifo
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tarde do dia 23 de Julho foi de muita emoção para as crianças da Colónia de Férias Desportivas, pois realizou-se um segundo encontro com a equipa Vikings, desta vez no campo sintético do Parque de Jogos de Vila do Conde. Para além dos dias 23 e 24, o grupo de basebol vai promover esta disciplina em Caxinas (Vila do Conde) e vai organizar uma partida especial frente à Igreja dos Navegantes. A ideia destas actividades criadas pelas direcções, técnicos e basebolistas dos Vikings é dar a conhecer a importância do basebol e multiplicar o número de adeptos deste desporto, assim como formar novas gerações de jogadores, objectivo para o qual trabalham desde as categorias dos mais novos, e dão palestras sobre a história do jogo, a técnica, as regras que se devem seguir e os exercícios de treino. Para partilhar todos esses conhecimentos e experiências, os Vikings desenvolveram inúmeras actividades como
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as Férias da Páscoa deste ano, a festa de encerramento dos Jogos Interfreguesias de Vila do Conde de 2006, entre outras. Recentemente, o clube realizou um encontro com os novos jogadores de Viana do Castelo na Vikings Arena, onde 24 meninas e meninos entre os 7 e os 12 anos de idade tiveram o seu primeiro contacto com o basebol e, pela mão de peritos, entraram no mundo deste desporto tão famoso na Venezuela e noutros países do continente americano. Para esta etapa inicial, adaptou-se o jogo a uma modalidade chamada TBall, na qual se coloca um 'tee' para segurar a bola e para que possa, assim, ser batida a partir de uma posição fixa e não em movimento, como acontece nos jogos regulares. Os participantes dividiram-se em dois grupos, que se enfrentaram sob a supervisão de Hugo Almeida, "manager" da equipa Vikings, e, junto com os jogadores seniores João Azevedo e Paulo Fonseca, ensinou os fundamentos do basebol, um desporto que, a julgar pela alegria e a dedicação mostrada pelos pequenos jogadores, terá um grande futuro em Viana do Castelo.
Meninas e meninos entre os 7 e os 12 anos de idade tiveram o seu primeiro contacto com o basebol.
Funchal e Caciques na final O fim da temporada 2007 encerra este fim-desemana com a disputa do título entre os conjuntos Funchal e Caciques. O duelo promete muita intensidade, pois os funchalenses prepararam-se arduamente durante os últimos meses para destronar os Caciques, os quais foram os campeões em 2006 e estão dispostos a lutar por manter a taça de basebol madeirense. Também está a gerar alguma expectativa o que toca aos convidados para esta grande final, pois na fase anterior foi possível contar com o apoio das autoridades oficiais da Venezuela, país de
onde vieram muitos dos membros da 'pelota' portuguesa. O último jogo da semifinal do torneio contou com a presença do cônsul geral da Venezuela, Felix A. Méndez Correa e a sua esposa, juntamente com Maira Torrealba, membro da delegação consular. Carlos Santos, promotor do basebol da Madeira, referiu, acerca do apoio dos funcionários: "Estamos muito agradecidos ao senhor cônsul, que desde o início nos tem ajudado a erguer este projecto desportivo que procura manter as nossas raízes mediante a principal modalidade desportiva da Venezuela".
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Três dias de férias não travam ambição de Edder Perez
O defesa internacional venezuelano diz-se preparado para discutir a titularidade com Evaldo Nélio Gomes ak j~ÇÉáê~
internacional venezuelano Edder Perez fez a sua estreia pelo Marítimo no encontro da passada sexta-feira, diante do Itisalat. Jogou durante os últimos 24 minutos da partida, depois de ter entrado a substituir Evaldo, e sentiu-se bem. Nem o facto de praticamente não ter gozado férias - depois de ter integrado a selecção da Venezuela na Taça da América de futebol, seguiu quase de imediato para a Madeira - lhe trouxe grandes inconvenientes em termos físicos. "Tive só três dias de férias, mas sinto-me bem e preparado para integrar esta pré-temporada em igualdade de circunstâncias com os meus companheiros", assume o jogador venezuelano. O lateral esquerdo contratado ao Caracas diz-se agradado por "em tão pouco tempo, já ter tido a oportunidade de jogar um
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pouco". E diz já estar "bem integrado" no grupo, mesmo que reconheça que o trabalho que vem desenvolvendo sob as ordens de Sebastião Lazaroni "é um pouco diferente daquele que fazia no Caracas" nesta fase inicial da época. "Lá, na pré-temporada, fazíamos mais trabalho físico, aqui já se treina com a bola, o que é mais proveitoso em termos do conjunto". Em termos tácticos, Perez admite que, no Marítimo, "é pedido que se marque um pouco mais os adversários", aspecto que não acontecia tanto no Caracas. "Mas à mesma vou poder descer para apoiar o ataque", sublinha, numa referência a um dos seus pontos mais fortes. O internacional venezuelano está apostado, já nesta fase da pré-época em mostrar "qualidades para ser uma aposta do treinador", não só para o seu sucesso pessoal, mas também para "abrir as portas do campeonato português a outros jogadores venezue-
lanos". De resto, antes da sua vinda para o Marítimo, Edder Perez diz ter-se "aconselhado com Fernando de Ornelas", seu colega na selecção da Venezuela e que, no passado, já representou o Marítimo. "Ele disse-me que era um bom clube, uma boa cidade e garantiu-me que iria me dar bem no Marítimo". Falando da experiência na Taça da América, o agora verderubro considera que a Venezuela "teve um bom desempenho, atendendo à qualidade dos adversários que encontrou". E vê esta prestação como resultado "da evolução que o futebol vem tendo no meu país nos últimos anos". Reportando-se ao jogo com o Itisalat, Perez considera que o Marítimo "fez uma boa partida", atendendo, sobretudo, ao facto de "ainda estarmos nesta fase inicial da época". E completa: "É importante que façamos bons jogos neste torneio, para que estejamos
bem preparados para quando começarmos a jogar a Liga portuguesa". E embora não tenha muito tempo de trabalho com o restante plantel, o venezuelano já se apercebeu que o Marítimo "tem uma boa equipa", composta por "jogadores de muita qualidade", pelo que antevê "muita luta por um lugar na equipa". No seu
caso específico, o 'adversário' principal é Evaldo, um jogador que lhe merece rasgados elogios: "É um excelente jogador, por isso tenho de trabalhar muito para ganhar o lugar na equipa. Mas será uma competição muito sã e quem estiver melhor será, certamente, aquele que o treinador vai escolher para jogar". PUBLICIDADE
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Portugueses ajudaram a fundar Caracas Segundo registos históricos, os primeiros passos da cidade de Caracas e o dos lusitanos sempre estiveram relacionados. via alternativa ao comércio com Espanha. "O que Espanha demorava a trazer ou que não chegava, traziam do Curaçau, como contrabando" uma altura em que a capital venezuelaVinte anos depois de ser fundada, a cidade só na acaba de cumprir 440 anos, talvez tinha 60 famílias ao torno da Plaza Mayor. Aspoucos saibam que foi um grupo de sim, por causa dos saqueadores e dos terramotos, pioneiros portugueses que acompan- o desenvolvimento foi lento quase até aos finais hou Diego de Lozada na expedição que refun- do século XIX, quando se iniciou o processo de dou o povoado de San Francisco, no vale de Ca- modernização feito pelo presidente António racas. O conquistador espanhol, seguindo uma Guzmán Blanco (1870-1888). Real Cédula emitida em 1563, que ordenava a A partir de 1920, no auge do petróleo, a cidasua reedificação, habita o lugar em 1567 e re- de, ainda com ares coloniais, tornou-se um poufunda formalmente a cidade em Março de 1568, co mais cosmopolita, mas foi depois da morte com o nome de Santiago de León de Caracas. do ditador Juan Vicente Gomez, em 1936, que Segundo o historiador António começou a crescer a verdadeira mede Abreu, os portugueses que funtrópole. daram a cidade de Guanare vieO desenvolvimento da capital ram junto com Diego de Lozada e as oportunidades que oferecia foOs lusitanos chegaram ram a principal razão para que grunessa expedição. Os lusitanos chegaram ao vale de Caracas depois pos de emigrantes europeus cheao vale de Caracas de partir de Coro, desde o Tocuyo, gassem ao país "a provar sorte". Asdepois de partir de Carora e Barquisimeto. sim, formaram-se colónias de Coro, desde o Tocuyo, O historiador explicou que é estrangeiros, entre elas, a portuguepor essa razão que na zona cenCarora e Barquisimeto. sa. tro-ocidental, mais especificamenEm 1944, Caracas ainda era rute a de Falcón, existem muitos aperal, não tinha grandes avenidas nem lidos portugueses 'castelhanizaprédios. Nesse ano chegou um grudos'. "Essas pessoas que foram até Guanare, entre po importante de pessoas da ilha da Madeira. eles León Pacheco, seguiram Diego de Lozada Desde esse momento, começaram a trabalhar até Caracas. Com efeito, um desses portugueses no campo e, depois de algum tempo, em pequeque vinha no grupo de Pacheco ficou encarregue nos "abastos" até chegar a ter grandes cadeias daquela que é actualmente a paróquia El Valle". de supermercados, e contribuíram para a forAbreu assegura ainda que os portugueses mação de Caracas. residentes na cidade de Caracas durante a coNa actualidade, a capital que noutros tempos lonização fizeram contrabando com diferentes fora chamada a "sucursal do céu", afronta granantillas menores, entre elas o Curaçau. Os gran- des problemas devido ao desordenado crescides contrabandistas em Caracas tinham apelidos mento da população, às desigualdades sócio portugueses e raízes judias, porque estavam liga- económicas, a deterioração das infra-estruturas dos aos judeus convertidos que escaparam e fo- e os elevados níveis de violência e inseguranram para o Curaçau". ça. Apesar da situação, há moradores que ainda Segundo o historiador, esta relação comer- querem e apostam na cidade que lhes abriu as cial consolidou o comércio com o Curaçau como portas. Tomás Ramírez
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