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www.correiodevenezuela.com
O jornal da comunidade luso-venezuelana
Centro de Coro pode fechar Sem direcção e sem apoios, um tesoureiro é o único lutador p.8
DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 07 – N.º 224 CARACAS, 13 A 19 DE SETEMBRO - VENEZUELA: BS.: 1.500,00 / PORTUGAL:
0,75
Bolívar Forte mantém diferenças sociais A reconversão monetária não resolve problemas como a pobreza e pode conduzir a nova desvalorização da moeda p. 25-27
Karatecas do CP com 11 medalhas Atletas garantiram o primeiro lugar na Costa Rica p. 29
Soco de Scolari na qualificação Portugal desilude outra vez em Alvalade. Segundo empate consecutivo complica apuramento p. 31
Centro Português discute segurança O novo assalto ao Centro Português, outra vez num domingo, relança a questão da segurança interna no mais popular clube português p. 3 e 4
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EDITORIAL
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Droga, outra vez Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Erika Correia, Tomás Ramirez, Victoria Urdaneta, Sandra Rodríguez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Edgar Barreto (Punto Fijo) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Antonio López Villegas, Luís Barreira, Álvaro Dias, Luis Jorge. Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Relaciones Públicas María Amelia da Rocha Eventos Yamilem Gonzalez Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa de Sá María Alexandra Monteverde C. Secretariado: Emmanuel Vieira Fotografia Paco Garrett Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI). Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.
Entre outras coisas, esta semana fica marcada pelo incidente registado com um dos voos para Portugal. Antes da saída para o Porto, felizmente as autoridades conseguiram detectar uma anomalia relacionada com bagagens, com trocas de etiquetas e passageiros que depois não apareceram a reclamar determinadas malas. Acontece que as duas malas continham quantidades vergonhosas de droga, pelo que até aqui só podemos elogiar a perspicácia e o profissionalismo das forças de segurança. O pior vem depois, porque normalmente nunca se consegue apurar a totalidade das responsabilidades, com os processos de averiguação a se revelarem também bastante penalizadores para eventuais inocentes apanhados a meio desta turbulência... Tendo como base casos anteriores, em que também se efectuou uma série de detençõ-
es e se interrogou inúmeras pessoas, a verdade é que os casos acabam por encobertos de tal maneira, seja pela perícia dos criminosos, seja por uma eventual investigação deficiente. O que choca nestes casos, também, é que qualquer cidadão luso-venezuelano que nesta altura se desloca a Portugal, podia ver-se envolvido numa situação destas. A verdade é que ninguém tem garantias que as suas malas não serão utilizadas para fins criminosos, como é o caso. Quem paga uma passagem aérea, quem paga taxas a um Estado soberano, tem de ter garantias. À parte essa questão fundamental, interessa também ver as investigações resultarem em algo de concreto. A culpa não pode morrer solteira. E não basta fazer muitas detenções, muitos interrogatórios ou muitas declarações à imprensa. Exige-se resultados!
O cartoon da semana O SENIAT voltou a fechar vários restaurantes...
- E quando é que vão actuar face ao Mercal?
A semana Muito Bom Há uma semana terminou a visita de uma delegação representativa do município do Porto Santo. Uma visita digna de registo, por ocorrer numa altura de alguma incerteza política e por os seus responsáveis terem exibido uma notável confiança no futuro. Particular relevo deve ser dado ao empenhamento da Alcaldia de El Hatillo, desde o alcalde Alfredo Catalán a toda a sua equipa de trabalho. De igual modo deve ser referido o
positivismo do autarca português, Roberto Silva, e ainda a forma como, a outro nível, o Centro Português e a sua Junta Directiva, em Caracas, receberam calorosamente a delegação porto-santense.
Bom Um grupo de jovens karatecas luso-descendentes triunfaram na Costa Rica, num torneio internacional da modalidade que contou com a participação de 12 países e que teve como vencedor a Venezuela. Um orgulho para esta nação, para os encarregados de educação e para o Centro Português, directamente envolvido.
Mau Já é habito nesta rubrica referirmo-nos à insegurança que impera no País. Desta vez, e uma vez mais, a nota negativa vai para o assalto ao Centro Português, em Caracas, e toda a sua envolvente . Momentos difíceis viveram os vigilantes e alguns membros da Junta Directiva do clube. A polícia chegou ao "molhe", já o crime tinha sido cometido. Mais lamentável ainda é cair na realidade de que, muito provavelmente, nada vai resultar da investigação policial.
Muito Mau Entre tanta criminalidade e insegurança, um caso recentíssimo merece esta referência, pelo caricato e pelo cúmulo que encerra. Até nos funerais já é possível ser assaltado! O caso aconteceu esta semana. Mais de 60 motorizados irromperam pelo cortejo fúnebre. O pânico instalou-se. Parecia um assalto à boa maneira de um filme de 'cowboys', com índios e vaqueiros... No final, certamente por lapso, a polícia até facilitou a circulação dos motorizados... Incrível, mas é verdade.
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ACTUAL
Novo assalto abala Centro Português
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'Bastião da segurança' na Venezuela cede pela segunda vez à onda de criminalidade que assola o país Aleixo Vieira Tomás Ramírez rês meses depois, a cena repetiu-se à mesma hora e outra vez num domingo no Centro Português, em Caracas: em menos de 10 minutos, os assaltantes neutralizaram os seguranças, subiram até à agência bancária que serve o clube e levaram 500 milhões de bolívares, mais 100 milhões que da primeira vez. A única diferença é que, este domingo, ainda chegou a haver uma violenta troca de tiros que não impediu a fuga dos assaltantes. O Centro Português cede, assim, à onda de criminalidade que assola toda a Venezuela. O inspector chefe da Polícia de Sucre, Keisel González, confirmou que o montante roubado desta vez ascende a 500 milhões de bolívares. Indicou também que o assalto teve lugar pelas 19h20,
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tendo durado entre 8 e 10 minutos, tal como no assalto de Junho, em que foram roubados 400 milhões da agência bancária sediada nas instalações do clube. Era um domingo bastante concorrido, porque entretanto várias famílias já regressaram das férias. Quatro homens com idades entre os 28 e 30 anos, com fardas da empresa de transportes de valores 'Transvalven', chegaram ao clube a bordo de uma carrinha que parecia ser da mesma empresa. Dois dos assaltantes irromperam de arma em punho pelo posto de segurança, onde é feito o controlo de entradas, amarrando e neutralizando os vigilantes de serviço. Entretanto, os outros dois seguiram na carrinha até à entrada principal, dirigindo-se depois à agência do Banco Plaza. Enquanto exigiam o dinheiro e se prepararam para regres-
sar à sua carrinha, a empresa que habitualmente se encarrega do transporte de valores do banco entrou nas instalações do Centro Português. Apercebendo-se do assalto, os seguranças voltaram a descer até ao posto de controlo, na entrada do clube, tendo encerrado as portas para não permitir a fuga dos assaltantes. Fora do clube havia um veículo que parecia vigiar a operação. Após uma violenta troca de tiros, esse carro abandonou o local, com os assaltantes a escaparem ilesos. Alguns minutos depois, a polícia de Baruta, apreendeu o Chevrolet Corsa utilizado na fuga, no 'boulevard' de El Cafetal, no qual eram visíveis o buracos resultados das bala, nomeadamente na porta do condutor. O veículo encontra-se actualmente à guarda do CICPC, que desenvolve averiguações.
O assalto teve lugar pelas 19h20, tendo durado entre 8 e 10 minutos.
Segurança privada O Centro Português era conhecido como um dos últimos bastiões anticriminalidade, na Venezuela, devido às apertadas medidas de segurança que tem implementadas e por nunca ter registado qualquer incidente. Membros deste clube destinado exclusivamente à comunidade portuguesa atribuem a recente vulnerabilidade ao facto de a actual Junta Directiva ter optado por contratar empresas de segurança privadas. A verdade é que, em 49 anos de existência, com seguranças do clube, nunca o Centro Português foi assaltado. Agora, em três meses, houve dois assaltos. João da Silva, presidente do Centro Português, declarou ao CORREIO que para esta semana está agendada uma reunião com elementos da administração do Banco Plaza para "procurar uma solução para o problema, pois temos que garantir que não fique mais dinheiro no clube porque enquanto existir dinheiro vão a continuar os assaltos". Consultado sobre as medidas que devem ser tomadas para reforçar a segurança, Silva foi peremptório em afirmar que a "posição do CP é pela saída da agência do banco das nossas instalações. Já mudamos a segurança depois do outro roubo e vemos que esta não é a solução". "A solução é não existir dinheiro dentro do clube". PUBLICIDADE
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CORREIO DA VENEZUELA 13 A 19 DE SETEMBRO DE 2007
Associados intranquilos
Sócios pensam que é preciso adaptar-se á nova realidade do país e melhorar a segurança no clube.
Aleixo Vieira Tomás Ramírez
s associados do CP temem o que se possa vir a passar dentro da instituição. Para António Baptista, o problema do clube é um problema de segurança na entrada. "Mudam-se os tempos, adaptam-se as medidas de segurança, mas resulta que aqui ninguém se preocupa com a segurança dos sócios e do clube. Preocupam-se, isso sim, que os sócios não entrem sem pagar as quotas da dança, do ginásio etc...", "Mudaram a segurança do clube por uma segurança privada e o resultado está a
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vista. Quanto mais segurança privada maior probabilidade de malandragem". Outro dos sócios aponta que a solução passa por mudar as instalações do banco para outro espaço, como por exemplo ao lado da secretaria. "O que não estou de acordo é que se elimine o banco do clube porque é uma segurança e comodidade para os sócios", comenta Jorge Manuel, acrescentando que o problema é de segurança na porta. Por seu turno, José Norberto considera que o clube deve ser gerido através de uma política de continuidade, "com muita cautela, disciplina, união e não da maneira que está a ser feito, em que cada vez que entra uma junta di-
rectiva nova, corta logo com a anterior e trata de mudar todos os métodos de trabalho do clube." "Tiraram e estão a tirar todas as pessoas de 'nossa' confiança para as substituir por pessoas que não conhecemos nem conseguimos saber quem são." André Pita, ex-presidente do CP, considera que a única solução que resta é 'eliminar' a agência bancária. "Os antigos empregados foram substituídos quando ocorreu o primeiro assalto e a situação apresentou-se de novo sob as mesmas características". Lembrando que o clube da Hermandad Gallega já passou pelo mesmo problema, Pita observou que a solução passou por retirar a agência das suas instalações por razões de segurança. "Creio que devemos seguir o seu exemplo porque qualquer dia ainda acontece um tiroteio que vai acabar em desgraça", disse Pita, acrescentando que é "uma pena porque a agência oferece segurança e comodidade aos sócios". "Mas sempre será uma tentação para os ladrões", avisou. Segundo José Luís Ferreira, mesmo depois das últimas mudanças que se fizeram continua a existir um grave problema de segurança. "Roubam lookers com objectos de valor, roubam carros, brinquedos das crianças, telemóveis, já roubaram os concessionários. Até umas pobres ovelhas furtaram nestes últimos tempos", lembra. Para o ex-presidente do CP, o problema não é o banco, "que presta um serviço a todos os sócios. É como que depois de roubarem um sócio dentro do clube expulsam o sócio para não voltar a ser roubado. Não tapem o sol com um dedo e não se desculpem no banco a ineficácia da segurança do clube". Para José Alberto Gomes é necessário adaptar-se à nova realidade do pa-
ís e melhorar a segurança no clube. "Vejo todos os dias pessoas desconhecidas na porta depois que mudaram o sistema de segurança de antes". Quanto à ideia de retirar o banco, considera-a um erro. "Imaginem e um dia roubam um restaurante ou o Caney. Vão eliminálos também?"
Cumplicidade interna sob investigação Os agentes da Divisão contra Roubos do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas estão a desenvolver averiguações e interrogatórios com o fim de determinar se existe uma cumplicidade interna nos dois assaltos que se registaram em menos de três meses nas instalações do Centro Português. Os investigadores suspeitam do facto de em ambas ocasiões os assaltantes terem actuado segundo o mesmo 'modus operandi' e em horário semelhante. Os vigilantes da empresa de segurança "Ceninca" (Centinelas Integrales C.A) que foram submetidos durante o roubo já prestaram declarações em sede de interrogatório judicial, assim como os funcionários da agência bancária que se encontravam em serviço na altura do sucedido. Segundo foi possível apurar junto de fontes ligadas à investigação, os elementos do Cicpc encarregues do caso estão a equacionar a tese de cumplicidade interna, quer seja por parte do pessoal da segurança do clube, quer a instituição bancária ou da empresa de blindados Trasvalven.
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110 padarias fecharam este ano Delia Meneses
elo menos 110 padarias fecharam nos primeiros oito meses de 2007 na Venezuela, anunciou a associação do sector, que atribui os encerramentos à tabela de preços imposta pelo governo, que impõe valores inferiores ao custo de produção. Segundo Tomás Ramos López, presidente da Federação Venezuelana de Indústrias de Panificação e Afins (Fevipan), "há mais estabelecimentos que correm o risco de encerrar as suas portas, principalmente os que produzem (apenas) pão salgado". Aquele responsável precisou que os estados venezuelanos de Arágua, Zúlia e Lara - zonas onde é considerável o número de estabelecimentos de portugueses - registam o maior número de encerramentos de padarias, entre 20 e 40, nos últimos oito meses. Em causa estão as perdas na produção e venda do pão, cujo preço está fixado pelo governo, desde há quatro anos e sete meses, e a incapacidade económica de alguns empresários
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para ampliar os seus estabelecimentos comerciais e oferecer outros produtos. Segundo a Fevipan, apesar de o preço do saco de farinha de trigo, no mercado interno, estar fixado em 23.000 bolívares (oito euros), os padeiros chegam a pagar até 69.000 bs (24 euros) e muitas vezes têm que adquirir a matéria-prima no mercado
Arágua, Zúlia e Lara registam o maior número de encerramentos de padarias. internacional ao valor de 318 dólares (239 euros) cada tonelada. Os padeiros dizem que o custo de produção oscila entre os 3.700 (1,29 euros) e os 3.800 bs (1,33 euros) por cada quilo de pão, e queixam-se que estão obrigados a vendê-lo ao preço máximo de 2.520 bs (0,88 euros). Vários empresários portugueses explicaram à agência Lusa que as associações de padeiros solicitaram, sem
sucesso e em diversas oportunidades, que o governo suba para 4.500 bs (1,57 euros) o preço de venda ao público do quilo de pão salgado. Também para evitar ir à falência, os empresários do sector estão a variar a sua oferta e passaram a oferecer pizzas, queijos, fiambres, sumos, produtos importados e, nalguns casos, refeições rápidas à base de saladas, frango e carne assada, que são muito procuradas pelos profissionais, à hora do almoço. Segundo dados não oficiais, na Venezuela existem mais de 6.500 padarias, 90 por cento delas propriedade de empresários portugueses radicados no país. Na Venezuela, uma grande quantidade de produtos do cabaz alimentar estão sujeitos à tabela de preços fixada pelo governo, obrigando os empresários a oferecer "derivados" do produto original com os quais compensam possíveis perdas na fabricação. É o caso, por exemplo, do leite homogeneizado, que aparece também nas versões 'light', com cereais, com extracálcio, ou de enlatados, como o atum, que é possível conseguir também com sabor picante, com azeite e louro, entre outros.
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À espera de candidatos A Embaixada de Portugal na Venezuela, o Grupo Santander Totta, e o Instituto Português de Cultura, estão a patrocinar o Prémio Jovem Estudante Santander Universidades, o qual se destina a reconhecer e estimular os méritos académicos, ao nível de licenciaturas, obtidos por candidatos luso-descendentes residentes na Venezuela. O prémio consistirá num montante pecuniário de 3.500 dólares norte-americanos, a ser atribuído pelo Grupo Santander, e uma viagem de ida e volta a Portugal, facultada pela TAP Air Portugal. O júri será composto por três representantes: um da Embaixada, um do Grupo Santander e um do Instituto Português de Cultura. As candidaturas obrigam à apresentação de uma carta de candidatura incluindo em anexo o seguinte: documento comprovativo da mé-
dia emitido pelo estabelecimento de ensino frequentado, com a descriminação das notas obtidas em cada uma das disciplinas leccionadas; cópia do bilhete de identidade português ou apresentação da certidão de nascimento do candidato e do ascendente nascido em Portugal. Se es um candidato potencial ou conheces a algum jovem estudante que esteja interessado em participar ou que tenha as qualidades para entrar no concurso, anima-o e venham escrever-se. Caso queiram obter informação adicional, podem escrever ao endereço de electrónico: embajadaportugal@cantv.net, à atenção da senhora Maribel Tavares, ou contactar pelos telefones: (0212) 263-25-29 / (0212) 263-80-53 / (0212) 263-04-68.
Caracas esbate problema A situação alarmante que assola o sector da panificação na Venezuela, com 110 estabelecimentos fechados este ano, embora também afecte as padarias de Caracas, na capital "o panorama é menos catastrófico". A opinião é de Victor da Silva, português natural de Espinho, que preside à Associação de Padarias e Afins de Caracas (ASOPACA) que com poucos meses de fundada já agrupa 200 estabelecimentos situadas na área central da capital. O empresário explica que na Grande Caracas as maiores padarias encontraram maneira de diversificar a sua oferta e vender outros produtos, para além do pão, o que lhes assegura rentabilidade. Disse não estar ao corrente do número de encerramentos na capital, considerando que "não deverá ser significativo". No entanto, aponta outra situação em que estarão muitas
das padarias pequenas de Caracas. "Há muitos portugueses a querer vender o estabelecimento por altos preços. Ter uma padaria já não é um negócio tão atractivo como era antes". Outro problema é a escassez de mão-de-obra qualificada. "É muito difícil conseguir um mestre padeiro, ou pasteleiro. O português, que é o dono da padaria, muitas vezes, acaba por fazer o próprio pão. Estamos a retroceder", assegura. Sem deixar de lado a regulação de preços, Victor da Silva propõe que seja o governo a importar farinha a custos mais baixos, ou então a diminuir os impostos sobre a farinha. "A raiz do problema é que o governo regulou o preço do pão, mas não o preço da matéria-prima principal. A regulação, para que não prejudique ninguém, deve ser desde a base".
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Virgem do Loreto celebrada em Mampote
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Breves
Jean Carlos De Abreu
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o ritmo do acordeão, guitarra, tambor e cavaquinhos, mais de 100 portugueses, naturais da Calheta, interpretaram melodias desde o mais típico folclore português até à tradicional canção "ranchera" mexicana. A festa era em honra de Nossa Senhora do Loreto e os "festeiros" foram cinco irmãos que professam especial devoção por esta virgem. Na "Casa Club Florença", situada na localidade de Mampote, nos arredores de Caracas, Eduardo Florença, natural do Arco da Calheta, com mais de 30 anos na Venezuela, organizou pela primeira vez esta celebração. "Decidimos fazer a festa num pequeno terreno que comprado pelos meus irmãos e eu para que assim pudéssemos receber os nossos conhecidos e ami-
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Caracas celebra vindimas A festa foi na "Casa Club Florença", situada na localidade de Mampote.
gos e partilhar em conjunto a nossa gratidão e devoção, professada por muitos madeirenses, por Nossa Senhora do Loreto", disse Florença. A entrada para a festa teve um custo de 30 mil bolívares, uma quantia que será usada para realizar, no próximo ano, uma nova solenidade em honra da Virgem. O bilhete dava direito a comida e bebida à descrição. Florença notou que o custo
da entrada era simbólico, posto que a verdadeira intenção era agrupar, num único lugar, familiares e amigos "que desde há muito tempo não se viam". Para esta família, o mais importante é dar graças a Deus por ter saúde para que assim possam continuar "fazendo este tipo de festas e, sobretudo, incutir e propagar as nossas tradições gastronómicas, religiosas e musicais".
A tradicional festa das vindimas aproxima-se. Como é costume, o Centro Português de Caracas realiza, no próximo domingo 16 de Setembro, pelas 19 horas, a tradicional apanha das uvas, que serão depois pisadas num lagar de vara, "como se fazia na Madeira", com o intuito de representar o local onde os vinicultores faziam o vinho. Segundo referiu José Manica, promotor deste evento, está previsto comprar cerca
de 35 caixas de uvas, para que todos os presentes possam participar na pisa. Espera-se que o presidente do clube participe também nesta tarefa. As crianças que desejem participar poderão fazê-lo desde que acompanhados por adultos. O evento será animado pelo Grupo Folclórico Danças e Cantares e pelo Grupo Juvenil. No recinto não faltarão vários espaços destinados à venda de comida tradicional.
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Centro de Coro em risco de fechar
No total são nove as pessoas que devem estar à frente dos destinos do centro, mas actualmente só a uma.
Edgar Barreto Gouveia
ebarreto@correiodevenezuela.com
á passaram cinco anos desde que os membros da junta directiva do Centro Português de Coro decidiram abandonar os seus cargos devido a um notório desinteresse e apatia dos sócios e demais membros da comunidade portuguesa radicada na
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capital do Estado Falcón. Agora este centro social enfrenta a possibilidade de encerrar definitivamente. Numa visita recente do CORREIO à cidade de Santa Ana de Coro, Norberto Camacho, o dirigente encarregado de manter de pé este centro português e tesoureiro da última junta directiva, revelou que em várias oportuni-
dades já pensou na possibilidade de encerrar definitivamente o clube. "Na realidade está activo porque estou à frente, apesar de me terem deixado só e de não ter apoio dos demais membros da comunidade de Coro", afirma Camacho, emigrante natural da Madeira, freguesia de Santo António, que em anos anteriores já
ocupou os cargos de vice-presidente e presidente. "Queria que voltássemos ao antigamente, que se nomeasse uma junta directiva, mas ninguém quer", lamenta, observando que o centro está sem direcção há cerca de cinco anos". A junta directiva deve ter uma duração de um ano, segundo o estipulado nos esta-
tutos da sua carta magna. Os cargos presentes na mesma são os de presidente, secretário, tesoureiro e vogais. No total são nove as pessoas que devem estar à frente dos destinos do centro, mas actualmente só o tesoureiro luta diariamente por conseguir que o mesmo não desapareça. O actual presidente vitalício, o empresário Silvério
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Cutinho, que actualmente reside a maior parte do tempo na cidade de Punto Fijo, na Península de Paraguaná, onde trabalha, está por isso ausente das suas funções. E, como o assinala Camacho, com muita vontade de entregar o cargo. Só que o problema é que os lusitanos e luso-descendentes da região não estão interessados em assumi-lo. Dentro das instalações do clube há campos de bolas crioulas, de "futbolito" e uma cantina. Esta última valência é a única fonte de receitas do clube e também o lugar onde os poucos portugueses que frequentam o centro se sentam durante alguns momentos de convívio. Este reduzido número de sócios são únicos que ainda contribuem com alguma ajuda económica para suster o clube, sendo que outra parte do dinheiro é disponibilizada por Norberto Camacho.
Os visitantes deste clube são maioritariamente venezuelanos residentes na zona e seus arredores, principalmente jovens que utilizam as "canchas" e também uma pequena representação de lusos da Ilha da Madeira. Em oportunidades anteriores foram levadas a cabo várias tentativas para levantar o centro social. Mas sem resultados. No entanto, Camacho e o seu afã de recuperação está a organizar um evento para 15 de Setembro, com início às 21 horas, chamado "Explosión Llanera", onde artistas de nível regional e nacional de folclore venezuelano se vão apresentar. Nos seus planos está também a criação de um pequeno vínculo com a colónia portuguesa vizinha, daí o convite endereçado ao grupo folclórico luso-venezuelano Nova Geração da península de Paraguaná.
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Coro perdeu a paz
Norberto Camacho, o dirigente encarregado de manter de pé o centro.
Os portugueses e luso-descendentes radicados nesta zona do Estado Falcón encontram-se preocupados porque Coro era considerada uma das cidades mais seguras da Venezuela. Mas na actualidade isso já faz parte do passado. "Em Santa Ana de Coro estamos sentindo com maior intensidade o auge da delinquência porque esta era uma cidade muito tranquila e agora tem estado a mudar muito e de forma abrupta", disse Freddy Rodrigues, comerciante de loja com vários departamentos na cidade, um luso-descendente filho de pais naturais de São Martinho, Madeira. Já se começam a ouvir casos de empresários portugueses, mortos e sequestrados nesta cidade "e ainda não existe uma resposta de quem são os autores destes actos", comenta Rodrigues. Esta situação tem provocado que muitos lusos radicados em Coro, assim como os seus filhos, tenham decidido emigrar para outras cidades da Venezuela ou inclusivamente regressado a Portugal.
Dentro das instalações do clube há campos de bolas crioulas, de "futbolito" e uma cantina
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Geminação com El Hatillo não é para ficar no papel Promessa do autarca Roberto Silva, na assinatura do primeiro acordo de irmandade entre municípios da Venezuela e de Portugal. Elogiando a persistência do seu homólogo de El Hatillo, o autarca madeirense garante que árias dezenas de vene- "este acordo não é para ficar no zuelanos ficaram a papel". Roberto Silva pretende conhecer, na quinta- dinamizar todos os pontos fofeira, 6 de Setembro, cados no acordo, revelando que algumas das características da "este é um desafio que nos hon'ilha dourada'. A 'invasão' do ra". Grupo Folclórico do Porto San"Temos muito a aprender to pelas ruas de El Hatillo foi o mutuamente", confessa o presiprenúncio de um dia memorá- dente da Câmara do Porto Sanvel, que teve a assinatura de um to, orgulhoso por representar o acordo de geminação como município português que maior ponto alto. No final, as actua- investimento 'per capita' efecções do grupo porto-santense e tuou nos últimos dez anos. do 'Taller de Danza Sin Fron- "Agora temos de colocar o Porteras' misturaram tradições, e to Santo no mapa turístico de assim se começava a cumprir o Portugal e também a nível inconvénio de irmandade entre os ternacional. Somos uma terra dois municípios. com futuro, quer para os visiEl Hatillo é uma das quatro tantes quer para os cinco mil 'alcaldias' (câmaras municipais) habitantes". do Distrito Metropolitano de Antes da cerimónia protocoCaracas, uma localidade tam- lar, que se realizou ao ar livre, bém conhecida pela riqueza no Centro de Arte de El Haticultural das suas tradições. Há llo, ao princípio da noite, bem três anos, na primeira visita de no centro de El Hatillo, a comiuma delegação autárquica por- tiva madeirense já tinha visitato-santense, o desafio foi lan- do os principais pontos de reçado. Esta quinta-feira ficou ferência do município, sendo concretizado. O 'alcalde' local, agraciada com um almoço no Alfredo Catalán, restaurante panorâempenhou-se pessomico 'Belle Vue', almente no procesRoberto Silva propriedade de faso e foi com natural mílias oriundas da convidou o seu satisfação que afirhomólogo venezuelano Madeira. mou que El Hatillo No auditório púde El Hatillo a visitar e Porto Santo "são blico, as atenções pequenos pontos no a Ilha do Porto Santo, concentraram-se na mapa mas gigantes movimentação do já em 2008. na determinação". Grupo Folclórico do Catalán recordou Porto Santo, pelos o contributo dos trajes e outros adeportugueses para o desenvolvi- reços, bem como na do grupo mento de El Hatillo e da Vene- local 'Taller de Danza Sin Fronzuela em geral. Confessou-se teras'. Finalizada a cerimónia impressionado com a forma co- protocolar, as actuações do grumo a comunidade lusa venera po porto-santense contagiaram Nossa Senhora de Fátima e enu- a atenção dos locais, que seguimerou várias razões para o con- ram atentamente as coreogravénio celebrado. "Temos propó- fias e assim começaram a consitos comuns", disse o 'alcalde'. hecer a ilha com a qual acaba"Há áreas concretas do acordo vam de estabelecer um que podem ser ampliadas". convénio de irmandade. Roberto Silva também não Antes da actuação final do escondeu a satisfação pela con- grupo local, apresentou-se Seclusão e assinatura do acordo bastião, um cantor venezuelade irmandade, por ser o primei- no que canta em português e ro entre municípios de Portu- que também deu o seu contrigal e da Venezuela. "Demos o buto à jornada festiva. primeiro passo que esperemos seja seguido por outros concel- UM ACORDO MULTIFACETADO hos", disse. Cooperação técnica em maAgostinho Silva
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Alfredo Catalán, 'alcalde' de El Hatillo e Roberto Silva, presidente da Câmara do Porto Santo.
térias políticas, sociais, económicas e culturais. Este é o vasto âmbito do convénio de irmandade, assinado quinta-feira em El Hatillo, entre aquela 'alcaldia' caraquenha e o município porto-santense. Conforme reza o documento, o objectivo é estreitar vínculos com a "finalidade de apoiar todas as actividade tendentes a proporcionar um melhor conhecimento sobre a vida social, económica, educativa, cultural, turística, desportiva e tradicional" dos dois municípios e dos seus cidadãos, "como forma de incrementar a sua participação no desenvolvimento socioeconómico" das duas regiões. O acordo recorda os vínculos de fraternidade e cooperação que Portugal e Venezuela têm mantido ao longo dos tempos, a que se junta agora o empenho dos dois municípios no compromisso de desenvolvimento e consolidação das relações, de modo a "atingirem um bom nível de qualidade de vida, num ambiente de paz e liberdade para as respectivas populações". A cooperação El Hatillo-Porto Santo inclui, em especial, a promoção e incremento do intercâmbio de experiências bem sucedidas na área da prevenção e assistência em caso de desastres naturais; o intercâmbio de experiências e de delegações para o fortalecimento institucional das duas autarquias; a troca de
A cerimónia protocolar se realizou ao ar livre, no Centro de Arte de El Hatillo.
experiências na prevenção, controlo e uso de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, nomeadamente ao nível de adolescentes ("políticas conjuntas de assistência técnica especializada"); projectos comuns para proteger a terceira idade, deficientes, menores em situação de risco e de luta contra o crime e toxicodependência; cooperação na área de transporte e circulação urbanos e ainda desenvolvimento urbanístico, entre outros. O convénio assinado prevê ainda a visita de funcionários das suas administrações locais, delegadas pelos respectivos presidentes do município, de acordo "com os requisitos de cada um deles e com a urgência das situações específicas". Há ainda espaço para o intercâmbio de livros, revistas e publicaçõ-
es relacionadas com as áreas de cooperação, para além do compromisso de promoção do turismo ecológico, rural, artístico e de férias entre os dois municípios. "As duas entidades iberoamericanas repudiam, de forma unânime, o terrorismo e qualquer outra forma de violência que possa ser suscitada no seu seio", diz também o documento, onde Roberto Silva e Alfredo Catalán se comprometem, "em pouco tempo", fortalecer nos seus municípios a capacidade individual e colectiva de "lutar contra a pobreza e a exclusão social". O acordo de irmandade entra imediatamente em vigor e tem uma validade indefinida, apesar de qualquer das partes poder denunciá-lo unilateralmente.
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Venezuela encanta porto-santenses
VENEZUELA
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Grupo folclórico da ilha ficou gratamente surpreendido com o país, os seus atractivos turísticos e o seu folclore Erika Correia
ÉÅçêêÉá~]ÅçêêÉáçÇÉîÉåÉòìÉä~KÅçã
grupo folclórico do Porto Santo é um dos mais antigos de Portugal. Foi fundado em 1 de Novembro de 1963, pelo padre Martins Júnior, concretizando o seu afã pela preservação da cultura típica desta ilha, tarefa para a qual contou com a ajuda incondicional de António José Rodrigues. O seu ritmo peculiar na hora de bailar está influenciado directamente por um estilo árabe, com as devidas adaptações lusas, comenta o presidente do grupo, Luís Alberto Rodrigues, há cerca de 13 anos. "É uma dança lindíssima. Os instrumentos ajudam muito a que se escute o ritmo que nos caracteriza", observa, lamentando que nas apresentações tenha faltado o "instrumento principal, que é um violino, pois a pessoa que o toca não pôde vir". "Mas demos um bom espectáculo", assegura. Luís Alberto Rodrigues disse estar ligado ao folclore por uma causa nobre, já que no seu entender é o "bilhete de identidade de qualquer nação do mundo", e se não é cultivado e exportado, pode perder-se. "Vir até à Venezuela apresentar o que somos, enche-me de muito orgulho", confessou, sublinhando a grande satisfação que o invadia por ter conhecido o Centro Português de Caracas. "Foi a concretização de um sonho", observou. Daí que não perca a oportunidade para agradecer à Câmara Municipal do Porto Santo a "oportunidade de virmos todos juntos para apresentar a nossa cultura". A mesma satisfação por ter pisado solo venezuelano foi expressa pelos restantes membros do grupo folclórico entrevistados pelo CORREIO, a maioria jovens estudantes cheios de energia e com vontade de manter viva a chama da sua cultura noutras nações. José Manuel Barcelos, 30 anos de idade, 18 dos quais como membro do grupo, toca vários instrumentos musicais, como o acor-
O
O grupo no Lar Padre Joaquim Ferreira.
Pedro Melim
Telma Carmo
deão, o violino e a viola de arame. "Vale a pena conhecer um país como a Venezuela. Embora se digam muitas coisas más, agora sei que nem todas são verdade. As pessoas são muito simpáticas e amáveis. A comida é melhor do que pensei. Já tinha visitado outros países em África, mas não gostei da comida… neste caso é muito boa". A primeira coisa que vai fazer quando chegar a Portugal será contar aos seus familiares que o clima é fantástico e que a iluminação da noite é impressionante, acrescentou. "A paisagem é muito bonita, sobretudo o verde das montanhas. Também me impressionou bastante as filas de carros que se formam nas auto-estradas. Há muita gente por todos lados a andar de um lado para o outro", descreveu impressionado. Ana Neves, 20 anos, leva metade da sua vida como bailarina no grupo. Reconhece que no princípio aderiu ao grupo sem nenhum interesse em particular, mas depois de bailar a primeira peça começou a gostar tanto que até hoje não pode deixar de fazer o que faz. "O sol desta terra é fantástico. A água na praia é quente em comparação com a nossa e as instalações do hotel onde ficámos hospedados e as do Clube são excelentes", disse, mostrando-se "verdadeiramente encantada por ter vindo". Na sua estadia na Venezuela, puderam desfrutar de muitas actividades recreativas, como subir até Ávila Mágica, visitar o Lar Padre Joaquim Ferreira, situado em los Anaucos de Caracas, passear num catamaran pelas praias de Higuerote, parando em Playa Cabo, e gozar um dia completo nas instalações do Centro Português de Caracas, entre outras cosas. "A visita a Higuerote fez-me recordar o Porto Santo, pelo que gostei imenso", afirma. Estar aqui é um pouco confuso para mim, porque estou acostumada a ver o mar desde qualquer ângulo já que é uma ilha. Aqui há muita cidade por todos os lados e as praias estão longe o olhar". "O folclore da Venezuela é muito bonito, fascinou-me o baile de tambor que interpretaram em El Hatillo, as mulheres movem muito bem as cadeiras, também o traje típico é muito bonito e co-
Luís Alberto Rodrigues
José Manuel Barcelos
lorido, e gostei muito das saias grandes de muitos voos". Pedro Melim, um cantor de 17 anos de idade, cuja intenção é converter-se em sacerdote apesar de já levar mais de uma década participando nas danças, também ficou fascinado com o folclore venezuelano. "Gosto das tradições da minha terra e quero mantê-las. Vir aqui é algo que nunca pensei fazer na minha vida", confessou. No princípio a mudança de horário mexeu um pouco com o sistema, mas quando tudo "volta à normalidade, é uma maravilha", diz, observando que gostaria que
Ana Neves
este tipo de iniciativas continuem a ser possíveis mas com outras instituições do Porto Santo para promover um intercambio cultural muito bonito." A Venezuela foi o primeiro país que Telma Carmo, de 17 anos, 9 deles actuando como bailarina, conheceu depois de Portugal. "Nunca havia viajado para outro lugar do mundo, pelo que esta experiência jamais se vai apagar da minha memória. As praias parecem um paraíso. Fiquei encantada com a Venezuela e as suas gentes e sei que ainda ficaram muitos lugares bonitos por visitar…" PUBLICIDADE
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História de Vida
Maria Adelaide Madeiro de Linhares São Miguel, Açores
"O meu noivado durou menos de dois meses" Erika Correia
ascida a 10 de Fevereiro de 1929, Maria Adelaide Medeiro de Linhares criou-se em São Miguel, na ilha dos Açores, um lugar onde não havia luz e no qual passou algumas necessidades. Para além de colaborar nos trabalhos diários em casa, andava na escola, onde conseguiu terminar com êxito a quarta classe. "Havia sempre alguma coisa para fazer, e se não era ajudar em casa, era bordar para as encomendas das quais me encarregavam". Enquanto Adelaide passava a sua vida como qualquer outra mulher dessa época, as casualidades do destino levaram-na a conhecer aquele que muito pouco tempo depois seria o seu marido, com quem ainda partilha a sua vida. "Ele trabalhava aqui na Venezuela, era sócio de um dos meus primos numa padaria em Boleita, mas eu não o conhecia, e, por casualidade, pediram-lhe que viajasse até Portugal, a fim de realizar uns trabalhos em casa do meu primo, que foi onde nos vimos pela primeira vez". Para surpresa de muitos, o noivado durou menos de dois
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meses, o número de vezes que se encontraram quase nem chegou a seis, mas para Adelaide, isso foi o suficiente para contrair núpcias e aventurar-se a deixar a família e a ir para outro país. "Quase não o conhecia, acabei de conhecê-lo depois de casados, no entanto temos durado muitos anos juntos. Cheguei à Venezuela em 1951, à zona de Boleita, à 4.ª transversal, onde o meu esposo tinha a padaria, enquanto eu me dedicava ao lar, e o que mais me afectou foi estar longe da minha família". Um ano depois de ter chegado a este país, dá à luz ao primeiro dos seus seis filhos, depois nasceram mais quatro mulheres e dois homens. Decidiram mudar-se de Boleita para a zona de El Marques, em Caracas, onde já estão há cerca de 38 anos. "Levou muito tempo a acostumar-me, apesar de ter dois dos meus irmãos aqui, fazia-me falta o resto da minha família, foi tempo de muito sacrifício, e de adaptação". Assegura que o povo venezuelano é muito amável e agradável, que tem sempre um sorriso e estende uma mão amiga em todo os momentos que se necessite, que nunca teve nen-
hum problema com ninguém e que os seus vizinhos são muito boas pessoas. "Gosto de tudo na Venezuela, sobretudo do clima, e fui compreendendo e praticando o idioma enquanto fazia compras, falava com as pessoas e dava-me de conta que são pessoas muito generosas e muito alegres". À sua cultura e costumes juntou o que aprendeu nesta terra. Diz que gosta muito da comida venezuelana, e que nos seus menus diários varia entre a gastronomia lusa e a nacional, assegurando que os seus filhos e netos também gostam muito. Conta que quando vivia em Boleita, na época em que não conhecia ninguém, nem tinha amigas com quem falar, conheceu as esposas de uns amigos do marido, que curiosamente eram dos Açores, e com quem convivia de vez em quando. "Elas viviam em Chacao e cada vez que o meu marido me dizia para ir visitá-las, isso era uma alegria incrível, falávamos de tudo". Maria Adelaide visitou a sua terra Natal em 1998, coincidindo com a Expo 98, que decorreu em Lisboa, de cuja alegria pôde desfrutar durante uma semana, visitando depois os seus familiares nos Açores, onde ficou durante duas semanas.
"O ambiente em Lisboa era muito bom, porque as pessoas estavam cheias de alegria, as ruas decoradas, um dos meus genros estava ligado a esse evento, por isso desfrutei muito. E há quatro anos regressei, mas desta vez fui acompanhada do meu marido e dos meus filhos". Caracteriza-se por ser uma mulher muito religiosa e humanitária. Adelaide faz parte de um grupo formado por várias
vizinhas da zona que acumulam dinheiro mensalmente durante o ano para depois reparti-lo pelas maternidades. "Cada uma de nós dá um montante todos os meses e no final do ano recolhe-se o dinheiro e arranjam-se cestas com produtos para bebé, e no Natal repartimos esses produtos na maternidade de Petare, para ajudar um pouco todas essas pessoas de baixos recursos".
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CULTURA
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Concurso literário oral A competição é organizada pela Casa Nacional das Letras "Andrés Bello". Victoria Urdaneta Rengifo
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Casa Nacional das Letras "Andrés Bello" está a promover um Concurso de Literatura Oral denominado "Aquiles Nazoa", o qual pretende promover o estudo da história venezuelana, mais especificamente através da literatura e do género jornalístico do testemunho oral. Vila Miskiewicz de León, coordenadora de eventos, observou que o concurso se realiza "com a finalidade de dar a conhecer e reafirmar a história dos nossos bairros e a relação do homem com o seu lugar de origem, com olhares para enriquecer a expressão social da cultura". A porta-voz da instituição também notou que o Ministério do Poder Popular para a Cultura, através da Casa Nacional das Letras Andrés Bello, convoca a participação de todos os venezuelanos e estrangeiros residentes no país", de modo que a comunidade luso-venezuelana terá neste concurso uma excelente oportunidade para mostrar o seu caudal de conhecimento sobre a cultura da Venezuela. Os interessados em fazer parte desta gala literária devem cumprir com vários requisitos, entre os quais estão: apresentar três cópias dactilografadas do testemunho oral, o suporte de gravação original (cassete) e várias fotografias do personagem ou personagens entrevistados. "A extensão máxima do material enviado será de acordo com o interesse do compilador, sendo que a extensão mínima será de duas horas de gravação. A transcrição deve respeitar textualmente a oralidade do entrevistado, e o participante deverá especificar os seus nomes, apelidos, morada e telefones", precisou Miskiewicz. Além disto, acrescentou, "poderão ser entregues, segundo o critério do ju-
A
A data limite para a entrega dos trabalhos é 31 de Outubro de 2007.
rado, três menciones com publicação". Todo este material deve ser enviado à sede da entidade organizadora, situada na "Casa Bello", Calle Mercedes a Calle Luneta, na Paróquia Altagracia, ao lado do Ministério da Educação, em Caracas. A data limite para a entrega dos trabalhos é 31 de Outubro de 2007. A escolha do júri será anunciada em Novembro seguinte, num acto onde também será entregue ao escritor vencedor um prémio monetário no valor de um milhão de bolívares, além da publicação da obra por conta da Casa Nacional de Letras "Andrés Bello".
Breves
Miúdos do CP actuam em Chacaíto A propósito da celebração do 66.º aniversário do diário Últimas Noticias, o grupo infantil de folclore do Centro Português apresenta-se na plaza Brión de Chacaíto, no âmbito do festival gastronómico "Sabores del Mundo". A apresentação decorre no domingo, 16 de Setembro, pelas 14h30, num festival de países que, segundo anunciam os promotores do evento, "llegaron y se quedaron con nosotros".
As demais nações participantes no festival que decorre durante todo o fim-de-semana de 15 a 16 são Uruguai, México, Síria, Equador, Brasil, Colômbia, Espanha, Itália, Argentina, Peru e República Dominicana. Nesta iniciativa levada a cabo por a Cadena Capriles e a Alcaldía de Chacao poderá desfrutar-se de stands com comidas típicas de cada um dos países participantes, música, bailes tradicionais e atracções para pequenos e graúdos.
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Portugal no sangue Chile no coração Maria Fernanda Figueira é a subdirectora do grupo folclórico chileno Tierra Larga. Ysabel Velásquez
paixonou-se pelo folclore chileno quando acompanhou o marido, Bernardo Castañeda, e as cunhadas a frequentar classes de danças típicas para iniciar um grupo de baile. Decidiu integrar-se na iniciativa familiar sob o nome de Tierra Larga, companhia que funde o folclore do país austral com o teatro e a dança contemporânea. Hoje em dia tem ao Chile arraigado ao coração mas não se esquece do seu Portugal natal, por isso partilha com os nossos leitores as suas vivências dentro desta cultura que adoptou.
A
-QUAL É O ELEMENTO QUE MAIS DE CHAMOU A ATENÇÃO DO FOLCLORE CHILENO?
-Encanta-me a sua música porque tem semelhanças com a portuguesa, em especial a do Sul do Chile. -FEZ PARTE DE ALGUM GRUPO DE FOLCLORE LUSO?
-Nunca fiz parte de nenhum grupo português. Creio que nunca tive a oportunidade para isso. Mas gosto muito da
nossa música e acredito que ainda não é tarde. Gostava de aceitar o convite para bailar num grupo de danças portuguesas.
Sul do Chile, onde se estabeleceram imigrantes lusitanos no século XIX, assim que a sua música, vestuário e bailes parecem-se muitíssimo.
-QUAIS SÃO AS SUAS ORIGENS? DE
-COMO NASCE TIERRA LARGA? FALEMOS DA SUA TRAJECTÓRIA E DAS FUSÕES QUE MARCAM O FOLCLORE TRADICIONAL, O TEATRO E A DANÇA MODERNA. -Tierra Larga formou-se há 13 anos, depois da dissolução de um grupo onde começamos a dar os nossos primeiros passos no folclore. Formou-se, quase na sua totalidade, com a família do meu esposo. Foi preciso fazer um investimento inicial em vestuário, que foi possível graças ao contributo de cinco pessoas que providenciaram o capital necessário para adquirir tudo o que se necessitava trazer do Chile e a partir desse momento criou-se o grupo. Hoje em dia estamos só nós dois e contamos com um património, entre vestuário, adereços e cenografias adquiridos com fundos próprios, de apresentações de concursos em que temos participado. Isto permitiu-nos ajudar os membros porque não lhes exigimos comprar nada de vestuário.
QUE PARTE DE PORTUGAL SÃO OS TEUS PAIS?
-Somos da ilha da Madeira. O meu pai chegou à Venezuela em 1954 e a minha mão e eu em 1969. -QUE
SEMELHANÇAS E DIFEREN-
ÇAS ENCONTRAS ENTRE O FOLCLORE CHILENO E O PORTUGUÊS?
-Dependendo da zona, há diferenças a respeito da música, do baile e do vestuário. Por exemplo, a zona Central do Chile tem a influência espanhola de Andaluzia, tanto no seu vestuário como na sua música e danças. A zona Norte do Chile possui toda a influência do 'altiplano' e o seus bailes são muito parecidos aos da Bolívia e Peru, as danças da Ilha de Páscoa são praticamente Polinésias e as manifestações folclóricas do território Mapuche (indígena) não se parecem às de nenhum país. A semelhança com o folclore português está na zona do
Tierra Larga formou-se há 13 anos.
O grupo Tierra Larga já se apresentou no Teatro Teresa Carreño.
Época de brilho No trajecto do grupo Tierra Larga houve bons e maus momentos. "Mas estes últimos cinco anos têm sido os melhores tanto a nível artístico como profissional", assegura Figueira, que se ocupa da área de vestuário, mas também baila no grupo. A fusão entre o folclore, a dança moderna e o teatro foi conseguida graças à busca de um estilo próprio, através da experiência do director artístico do grupo Tierra Larga, que já se apresentou no Teatro Teresa Carreño. "Foi um sonho tornado realidade e o nosso projecto é chegar ao Chile para mostrar o que fazemos na Venezuela com muito respeito e levar também danças venezuelanas feitas por nós, para dar-lhes uma mostra do belo do nosso folclore", disse. A concluir, Figueira aplaudiu a grande quantidade de grupos folclóricos lusos que existem hoje na Venezuela. "É uma das melhores formas de conservar a identidade como povo e jamais esquecer as raízes", defendeu, fazendo questão de convidar as novas gerações de descendentes a aproximar-se das manifestações mais tradicionais de Portugal para que não percam o nexo com as suas origens.
O grupo conjuga folclore, dança moderna e teatro.
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LAZER
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Cinema venezuelano com talento luso Actores do grupo de teatro do CP, José Duarte e Betty de Castro, surgem no grande ecrã através do filme Libertador Morales: El Justiciero Tomas Ramírez
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e Sousa, o ferreiro português, é o personagem que José Duarte encarna no filme Libertador Morales: El justiciero. Como muitos portugueses na vida real, o actor é vítima da delinquência comum ao ser assaltado continuamente no seu negócio. Por isso decide fazer alguma coisa e converter-se no porta-voz principal do conselho comunal da sua localidade. Apegado ao estereótipo, o personagem que representa Duarte fala um "portuñol" exagerado que não muda com o tempo apesar de ter muitos anos na Venezuela. No filme está acompanhado por Betty de Castro, que desempenha o papel de sua esposa. A sua personagem não fala nada de castelhano e personificará a típica mulher portuguesa que veio fazer a vida na Venezuela. O filme narra as "façanhas" dum jovem chamado Libertador Morales, apelidado de justiceiro. Conta as desventuras que o rapaz passou no exército e na polícia, por ser honrado, até se dedicar à profissão de 'mototaxista'. Libertador Morales passa a ser vítima dos "malandros" do bairro onde vive e decide fazer justiça pelas próprias mãos. "Converte-se então numa espécie de Robin Hood porque rouba aos ladrões para devolver às pessoas", explica Duarte. O actor Rafael Gil é quem dá vida a Libertador Morales, conhecido pelos filmes venezuelanos "900 Pánico", "Qué importa cuánto duren las pilas" e "Al borde de la línea". Participam também Al-
D
ba Valvé, Yudi López, Dilia Waikarán e José Manuel Suárez. Espera-se que este filme da cineasta venezuelana Efterpi Charalamdibis chegue às salas de cinema durante os primeiros meses de 2008. Por agora, a sua directora descreve-o como uma longa-metragem onde o drama, a acção, o romantismo e o humor se conjugam. Segundo o actor principal da obra, Libertador Morales é um homem com muitas frustrações na vida. "Foi despedido da Armada, do corpo de polícias e agora é 'motorizado'. É muito especial, não 'fura' os sinais de trânsito, para nos semáforos, sempre usa o capacete, e é uma pessoa honesta. Foi devido ao seu passado que decidiu tornar-se num justiceiro, uma espécie de Zorro. É um justiceiro de noite e motorizado de dia", explica Gil. Segundo Duarte, as filmagens revelaram-se muito difíceis já que decorrem quase todas no meio de Caracas, entre o ruído, a chuva e as outras complicações próprias da zona central caraquenha. No entanto, confessa que teve o apoio do seu sócio e da sua família para tomar conta da lavandaria que tem na zona de Vista Alegre. "Tive sorte por se terem feito muitas gravações aos sábados e domingos. E também por ter a minha mulher e o meu sócio a cuidar do negócio enquanto ia ensaiar de manhã ou à tarde". O filme está a ser produzido em vídeo digital de alta definição para depois ser transposto para o formato 34 milímetros. O fim das filmagens está previsto para 23 de Setembro, mas poderão prolongar-se durante mais alguns dias.
Duarte tem uma lavandaria na zona de Vista Alegre.
Apegado ao estereótipo, o personagem que representa Duarte fala um "portuñol" exagerado.
UMA CARREIRA EMPÍRICA José Duarte chegou à Venezuela procedente de Aveiro, em 1968. Dedicou-se desde o princípio ao comércio até que um dia, quando estava na comissão de futebol de salão do Centro Português, o convidaram para fazer um "casting". Esta selecção de talentos tinha um objectivo especial: a declamação de uns poemas de Fernando Pessoa no teatro do CP. "Éramos quatro portugueses, pois a recitação de Pessoa tinha de ser feita por uma pessoa que dominasse muito bem a língua de Camões. Foi então que me convidaram para o teatro. Continuei assistindo, fiz uma obra de tartufo, fiz o personagem de polícia e a partir de aí quase sempre fiz o papel principal", explicou Duarte. O actor luso assegura que nunca estudou nada relacionado com as artes cénicas. A sua escola tem sido a experiência que vem obtendo nos palcos do CP. "Os actores disseram-me que para uma primeira vez no cinema, portei-me muito bem, entre outros elogios", confessou. Duarte chegou ao mundo do cinema com este filme. Entrou nele através de um "casting" patrocinado por La Villa del Cine, na qual participaram outros actores do Centro Português.
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Noites da Promenade voltaram a ser um sucesso
erminaram a 2 de Setembro as noites da Promenade do Caniço, uma festa que levou de novo milhares de pessoas à mais jovem cidade da Madeira. Para além de se poderem apreciar muitas propostas gastronómicas oferecidas pelos restaurantes da freguesia, foi ainda possível aproveitar o tempo para ouvir um pouco de música tradicional, uma vez que o certame constitui um momento para se juntarem grupos folclóricos e de cantares. Durante os três dias da festa, várias propostas musicais acompanharam as noites das pessoas que se deslocaram à Promenade. O encerramento teve lugar ao final da noite do domingo 2 de Setembro, com fogo um espectáculo de artifício.
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O fundo do mar de Santa Cruz é o cenário para um campeonato nacional de fotografia subaquática. É a terceira vez que a prova se realiza na Madeira. Reúne 14 equipas de fotógrafos de todo o país. Da Madeira participam duas equipas.
Camacha festeja 13 anos de elevação a Vila
XVII Mostra da
Sidra A Junta de Freguesia da Camacha promoveu no último domingo, 9 de Setembro, uma série de iniciativas para assinalar o 13.º aniversário da elevação da Camacha a vila. Na agenda das celebrações, a corrida de carros assumiu-se como o ponto alto. Tanto assim foi que até juntou participantes da vizinha Água de Pena. O Largo da Achada acolheu 78 carros de madeira. A corrida foi um sucesso. Começou às 18 horas, mas três horas antes as ‘viaturas’ começaram a entrar no parque para as verificações técnicas. A festa continuou depois num palco montado especificamente para o efeito, onde actuaram Os Encontros da Eira, as meninas da Tuna D’Elas da Universidade da Madeira e da Estudantina Académica da Madeira. A participação do grupo camachense nesta celebração enquadra-se num dos concertos integrados no Protocolo de Cooperação Cultural que o Município de Santa Cruz assinou com a Associação Cultural Encontros da Eira.
O Santo da Serra acolheu a XVII Mostra da Sidra, cujo cartaz de animação musical foi liderado pela cantora Mónica Sintra e pelo grupo madeirense C’azoada. A festa, promovida pela Casa do Povo e Junta de Freguesia locais, com o apoio da Câmara Municipal de Santa Cruz, junto ainda vários
grupos folclóricos e bandas musicais, que levaram a animação a prolongar-se até às 2 horas da madrugada. Durante os dois dias do certame, alguns milhares de pessoas deslocaram-se até ao centro da freguesia para apreciar a “pisa da sidra” e conviver com os amigos.
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Os presidentes das associações empresariais do Alentejo destacaram a importância do aumento dos benefícios fiscais para as empresas do interior, mas avisaram que se trata de uma medida insuficiente para combater as assimetrias.
Autarcas do Alto Minho criticam exclusão da região e questionam Governo "É triste e lamentável que um distrito como o de Viana do Castelo fique de fora”, criticou Daniel Campelo, lamentando o tratamento dado à região presidente da Câmara de Ponte de Lima, Daniel Campelo, criticou a exclusão de Viana do Castelo da lista dos distritos que verão aumentados os benefícios fiscais para as empresas e exigiu uma explicação ao Governo. "O Governo tem que explicar por que razão deixou de fora o distrito de Viana do Castelo, cujos índices de desenvolvimento são em tudo idênticos aos dos distritos do interior", referiu, à Lusa, Daniel Campelo, eleito pelo CDS-PP. O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou domingo na Guarda o aumento dos benefícios fiscais para as empresas já instaladas ou a criar no interior do país, com o objectivo de promover "uma discriminação positiva". "Neste momento, os benefícios fiscais para as actividades económicas no interior do país são de cinco por cento para as empresas que já existem. Vamos aumentá-los para o dobro, para dez por cento", garantiu. Quanto às novas empresas, José Sócrates anunciou que os benefícios fiscais "que neste momento são de dez por cen-
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to, aumentam para 15 por cento". Na segunda-feira, 10, fonte do Ministério da Economia e da Inovação esclareceu que estes benefícios fiscais vão apenas contemplar os distritos de Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja. "É triste e lamentável que um distrito como o de Viana do Castelo fique de fora, mas, no fundo, trata-se de mais um
A discriminação positiva a nível fiscal constitui a principal via para evitar a desertificação do interior sinal da 'consideração' que este Governo tem tido para com o Alto Minho", criticou Daniel Campelo. Enquanto deputado, Campelo viabilizou o Orçamento de Estado para 2002, em troca da promessa de uma estratégia de reforço de investimento público no mundo rural, que passava precisamente pela "redu-
ção significativa" do IRC para as empresas do interior. "A discriminação positiva a nível fiscal constitui a principal via para evitar a desertificação do interior", frisou. O autarca de Ponte de Lima considera ainda que "uma aposta a sério" no combate à desertificação do interior terá também que passar pela não introdução de portagens nas SCUT's (auto-estradas sem custos para o utilizador) locais, pela redução do IRS para os profissionais que optem por trabalhar nessas regiões e por uma distribuição "mais justa e equilibrada" do investimento do Estado, através do PIDDAC. "Indignado" pela exclusão do Alto Minho deste reforço de incentivos fiscais mostrouse também o presidente da Câmara do Alto Minho, Francisco Araújo (PSD), que considera que se trata de "mais uma dura penalização" de uma região "sistematicamente esquecida" pelo Governo socialista. "O distrito de Viana do Castelo já ficou de fora nos incentivos ao turismo, agora fica de fora nestes benefícios fiscais, se calhar em breve passará também a pagar portagens nas SCUT's e por aí adiante", criticou.
Autarcas do Alto Minho criticam exclusão da região e exigem explicações ao Governo.
Francisco Araújo lembra que o distrito de Viana do Castelo foi há poucos anos incluído na lista das regiões deprimidas de Portugal, na sequência de um estudo desenvolvido pelo economista Daniel Bessa. "Se os nossos índices de desenvolvimento são em tudo idênticos aos dos distritos do interior, não se entende que fiquemos de fora, só por uma questão de nomenclatura. É uma notícia péssima para o Alto Minho", acrescentou. Antes de saber que o distrito de Viana do Castelo ficava
de fora destes incentivos, Rui Solheiro, o socialista que preside à Câmara de Melgaço (PS), disse à Lusa que se trata de "um passo importante" no combate à desertificação do interior, mas defendeu "todo um conjunto de outras medidas" para evitar a fuga para as grandes cidades. "Não há uma receita ou uma fórmula mágica para inverter a desertificação do interior, mas há certamente todo um conjunto de medidas que podem ajudar", reconheceu o autarca socialista.
1,6 milhões de alunos regressam às aulas
Miguel Albuquerque continua “para bem dos funchalenses”
ais de 1,6 milhões de alunos do pré-escolar ao secundário regressam às aulas entre quarta e segunda-feira, iniciando um novo ano lectivo que regista pelo segundo ano consecutivo um aumento do número de estudantes matriculados. No ano lectivo 2006/07 mais 21.192 alunos frequentaram as escolas portuguesas em relação ao ano anterior, um aumento que o Governo justificou com o alargamento da oferta dos cursos profissionais e que este ano deverá ser ainda superior, segundo o primeiro-ministro. Para o ano lectivo 2007/08 os cursos profissionais, tecnológicos e de educa-
presidente da Câmara do Funchal, Miguel Albuquerque, assegurou que vai continuar "a trabalhar para o bem dos funchalenses" apesar dos partidos da oposição pedirem a sua saída do cargo. O pedido de demissão foi feito na sequência da divulgação de uma auditoria efectuada pela Inspecção Administrativa e Financeira à autarquia da capital madeirense. Esta Inspecção aponta para alguns casos de violação do Plano Director Municipal, irregularidades na gestão corrente do município e incumprimento do regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos, como foi o caso do fornecimento de serviços a várias em-
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ção e formação aumentaram para cerca de 5.000, mais 1.700 do que no ano passado e o dobro do que em 2005/06. A maioria dos alunos do secundário terá este ano um reforço de 45 minutos na carga horária de diversas disciplinas, um aumento que visa intensificar as aulas práticas e experimentais. Novidade é também a antecipação da disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) do 10.º para o 8.º ano, bem como a obrigatoriedade, entre o segundo ciclo do básico e o secundário, dos projectos de educação sexual, matéria que será abordada em pelo menos uma aula por mês.
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presas cujos capitais sociais eram detidos por um descendente do então vicepresidente da Câmara, Rui Marote (20012005). No final de três horas de discussão e debate na Assembleia Municipal extraordinária solicitada pelos deputados municipais da oposição - PS-M, BE-M, CDU-M e CDS/PP-M - para a discussão política da Inspecção Administrativa e Financeira realizada pela Vice-Presidência do Governo Regional ao município do Funchal, Miguel Albuquerque declarou que o referido relatório "desmente na sua globalidade" ter havido na vigência de 2003 e 2004 "peculato, apropriação indevida de dinheiros públicos, corrupção e lucoplemento".
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O Bloco de Esquerda anunciou segunda-feira, 10, um programa de emergência para as famílias endividadas, que se destina em especial aos desempregados e que irá formalizar durante a discussão na especialidade do Orçamento de Estado para 2008.
FMI elogia trabalho de consolidação orçamental Rodrigo Rato reuniu-se com o ministro das Finanças e o governador do Banco de Portugal Governo de José Sócrates "está a ir na direcção certa" no que toca ao reequilíbrio das contas públicas, afirmou o director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), que veio a Lisboa para discutir com as autoridades portuguesas o processo de reforma do Fundo. A reforma da administração pública, sublinhou o responsável máximo pelo FMI, constitui "um elemento crucial" no caminho para o objectivo do equilíbrio orçamental. E uma eventual redução da carga fiscal não será exequível sem esse trabalho, propugnou. O espanhol Rodrigo Rato entregou-se hoje, na capital portuguesa, a uma sequência de reuniões com o ministro das Finan-
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ças, Teixeira dos Santos, e o governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio. Após os encontros, enquadrados na presidência portuguesa da União Europeia, o director-geral do FMI
Um desafio central para a economia portuguesa é certamente aumentar o seu potencial de crescimento deixou uma nota de optimismo quanto às perspectivas para a competitividade da economia do país. "Um desafio central para a economia portuguesa é certamente aumentar o seu potencial de crescimento", afirmou, acres-
centando de seguida que o incremento da competitividade "é muito importante para Portugal". Rato destacou ainda a importância de o Executivo português promover reformas estruturais e uma política de moderação salarial enquanto alicerces de um aumento da produtividade. Embora faça uma avaliação positiva do sistema financeiro em Portugal, o director-geral do FMI não deixa de apontar a existência de dificuldades entre as famílias e o tecido empresarial em matéria de dívida, ou mesmo no sector imobiliário; os riscos são, no entanto, reduzidos - o que não deve levar o Governo a negligenciar a vigilância, à semelhança, aliás, do comportamento que o FMI espera das demais autoridades internacionais.
Director-geral do FMI reuniu-se com o ministro das Finanças.
Breves Investigação ao caso Madeleine McCann ainda não acabou
Bares e discotecas do Porto criticam “investidas bélicas” da ASAE
O procurador-geral da República esclareceu que a investigação relativa ao caso Madeleine "não está finda", justifica "novas diligências" e a investigação passará a ter "acompanhamento directo" do procurador-geral distrital de Évora, Luís Bilro Verão..Em nota informativa divulgada terça-feira, Pinto Monteiro acrescenta que o procurador da República no Círculo Judicial de Portimão, José Cunha de Magalhães e Menezes, continuará a acompanhar a investigação, "tendo, contudo, em consideração o empenhamento directo
Na carta, enviada ao presidente da ASAE, António Nunes, aquela associação pede discrição e comedimento nas acções do organismo e afirma-se "preocupada, não só com a imagem da cidade, mas também com os postos de trabalho que poderão ser postos em causa devido à instabilidade que afecta o sector". "A Associação não está, de forma alguma, contra as acções de fiscalização, mas sim contra o método [utilizado], que não se coaduna com a realidade portuguesa". Na carta, a ABZHP sublinha que "Portugal não é um país do terceiro mundo, nem está em
do procurador-geral distrital" de Évora. O procurador-geral da República, Pinto Monteiro, recorda que "foi a PJ quem, dentro das competências próprias, constituiu como arguidos os pais da menor (Madeleine McCann) e fixou Termo de Identidade e Residência (TIR), por ter entendido, com a concordância do procurador competente (José Magalhães e Menezes), que, no momento, era a única medida de coacção possível, face aos elementos probatórios até então recolhidos".
estado de sítio que justifique a forma bélica das investidas [da ASAE] na noite do Porto".A ASAE fiscalizou na madrugada de sexta-feira para sábado e de sábado para domingo cerca de sete dezenas de estabelecimentos de diversão nocturna na cidade do Porto, numa operação que envolveu 88 inspectores distribuídos por 24 brigadas. Nas duas operações realizadas durante o fim-de-semana no Porto, a ASAE, além de ter encerrado 13 estabelecimentos de diversão nocturna, instaurou dois processos-crime e 22 processos de contraordenação. PUBLICIDADE
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Porto Santo estreita laços com a Venezuela
Grupo de Folclore do Porto Santo e Grupo de Folclore do Centro Português de Caracas
na República Bolivariana da Venezuela onde se encontra o maior número de emigrantes oriundos da Ilha do Porto Santo. Há décadas que os dois países, Portugal e Venezuela, mantêm fortes laços culturais, sociais e económicos.Assim sendo, uma comitiva da Câmara Municipal, e o Grupo de Folclore do Porto Santo, deslocaram-se à Venezuela, entre de 2 e 8 de Setembro.
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O objectivo desta deslocação visou estabelecer um intercâmbio cultural e social e estreitar ainda mais as relações com os nossos emigrantes residentes naquele país da América do Sul.Nesta mesma deslocação foi assinado um Protocolo de Geminação entre a cidade do Porto Santo e a cidade de venezuelana de El Hatillo. A comitiva porto-santense visitou ainda o Lar Geriátrico Padre Joaquim Ferreira, em
Los Anaucos, onde fez uma doação de 2.000 euros a esta instituição.Além da apresentação de cumprimentos oficiais ao embaixador de Portugal na Venezuela, João Caetano da Silva, e ao cônsul-geral de Portugal em Caracas, Fernando Fazendeiro, a comitiva visitou ainda o Centro Português de Caracas, onde foram oferecidas lembranças da Ilha do Porto Santo e onde o Grupo de Folclore realizou uma
actuação que fez as delícias de todos. Houve tempo ainda para um jantar de confraternização no restaurante Gallegos, propriedade do portosantense Carlos Dias, e no restaurante Mama Nostra, oferecido pelo emigrante madeirense António Ponte.A visita culminou com um passeio de barco pelas belas praias de Higuerote e com uma ida ao imponente teleférico do monte Ávila.
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Deslocação de seis dias visou estabelecer um intercâmbio cultural e social com a comunidade emigrante e venezuelanos
Actuação do Grupo de Folclore do Porto Santo no centro de artes de El Hatillo
Intervenção de Roberto Silva no jantar da Academia do Bacalhau de Caracas
Almoço de Confraternização com o Alcalde de El Hatillo Alfredo Catalan e respectiva vereação
Encontro com emigrantes porto-santenses no centro Português de Caracas
Convivio no centro de Artes em El Hatillo PUBLICIDADE
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A regulamentação do associativismo dentro da reforma constitucional António da Silva
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á que começar por perguntar: Que são os nossos Clubes? Ou melhor dito, como foram formados? Para compreender o que encaixa no privado, comunitário ou socialismo, todos sabemos que privado é muito à parte das comunas ou comunidades e social ou socialismo, não tanto assim como no caso do colectivismo. Para que um clube seja privado terá que necessariamente ser formado por um conjunto de indivíduos onde cada um pôs determinada verba de dinheiro para representar uma parte da sociedade onde participa, enquanto que os nossos Clubes todos em principio foram formados por um punhado de imigrantes que um dia, num determinado local, decidiram fundar um espaço dentro da colónia, hoje comunidade, para albergar as famílias sem distinção de ideologia religiosa ou política, assim como status económicos. Só que, com o passar do tempo, os amigos da colónia foram fazendo-se burgueses e arrumando com os menos pungentes e hoje se crêem proprietários das colectividades sociais, desportivas, culturais etc., num espaço comum criado inicialmente sem fins lucrativos e discriminatórios. Vejamos o que diz literariamente as palavras Clubes, Colectividades ou Associações: São espaços colectivos onde um con-
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junto de pessoas (comunidade ou comunas) associam-se com um objectivo comum para um mesmo fim (socialismo ou social). Vejamos a preocupação que nos aflige hoje, como é a Reforma da Constituição Venezuelana, no que diz respeito ao Artigo 115. Onde se refere a propriedade colectiva como a pertencente a grupos sociais ou pessoas, para o seu aproveitamento, uso ou gozo em comum, podendo ser de origem social ou de origem privado. Todos, mas mesmo todos, somos comunidade colectiva, seja de uma forma ou de outra. E a nossa comunidade tem tantos direitos e deveres como qualquer comunidade e o governo venezuelano assim a reconhece, como reconheceu com os casos dos produtores independentes a trabalhar nos meios de comunicação venezuelanos e para a nossa comunidade portuguesa. E isto só é possível, porque somos igualmente comunidades dentro do território da Venezuela. Mas agora vamos ver a outra cara da moeda nos assuntos dos Clubes para portugueses e luso-descendentes. Mais cedo que tarde, todo o movimento associativo português passará às mãos das comunidades crioulas, porque nova imigração já não há! E da primeira geração, cada ano morre um punhado, e outros tantos, cada dia, retornam a Portugal, enquanto que os de dupla nacionalidade, isso é só para lembrança, ou então vão trabalhar para outras paragens. Qual é o destino que já está a acontecer? Os clubes ficam naufragando como em tantos casos, ou então como o da Casa
de Portugal de Maracaibo, que depois de sete anos ainda está sequestrada pelos mesmos directivos, e quando queiramos resgatar já não vai haver matéria-prima (gente). Quando as instituições deixarem de cumprir a suas funções de clubes, a comunidade do sector onde reside as instalações, pode perfeitamente (dentro da reforma constitucional proposta pelo Presidente Hugo Chávez) considerar como propriedade colectiva, comunal ou social e não terá que ir há Assembleia Nacional para ser sancionada. Só com chamar o Artigo 115 da Constituição Bolivariana da Venezuela poderão exercer os seus direitos para apoderar-se dos bens que nos seus inícios foram, sem fins de lucros, e para uma utilidade social recreativa e nunca uma propriedade privada como aparentemente querem fazer ver alguns clubistas. Por isso as nossas autoridades devem ser chamadas às comunidades e terem mais interligação, porque não é só quando vem por aí uma personalidade importante. Todos combinados devemos defender a situação mais satisfatória que nos possa brindar a reforma da constituição. Porque ainda há clubes abandonados à sua sorte que devem ser colocados novamente nas mãos da verdadeira comunidade portuguesa e haverá que vigiar as suas administrações para evitar sobressaltos desnecessários. Tudo dentro da constituição e nada fora dela! Sim, senão à volta da esquina, temos um Centro Português em Caracas feito num Conselho Comunal ou numa Cooperativa Social.
"Sargaceiros" venezuelanos "Sargaceiros da Casa do Povo da Apúlia". No final os jovens de Turumo fizeram a festa conseguindo o primeiro lugar. Mas quem eram estes "Sargaceiros"?
António Carlos da Silva F.
Öçäîáåçíáåíç]Üçíã~áäKÅçã
s festivais de folclore português na Venezuela têm-se convertido em autênticos "campos de batalha", onde as diversas formações que fazem vida no seio da comunidade lusitana do país, "exprimem" toda a sua criatividade e o seu esforço para alcançar o primeiro lugar nestas competições anuais. A originalidade das vestimentas e a dificuldade na execução dos distintos bailes, são alguns dos aspectos tidos em conta pelo júri para no final declarar o vencedor. Hoje vamos lembrar uma das edições mais "polémicas" do Festival de Folclore: a de 2005. Nessa ocasião, os vencedores foram o grupo folclórico do antigamente chamado Centro Luso de Caracas, hoje conhecido como Centro Marítimo. Ao subir ao cenário foram vaiados e "gozados" por muitos dos membros dos outros agrupamentos participantes. E é que os homens apareceram lá para bailar vestidos com saia! Foi uma homenagem do grupo aos
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APÚLIA E O "SARGAÇO" Apúlia é uma freguesia do concelho de Esposende, Norte de Portugal. Apesar de estar situada à beira-mar, aquilo que a tornou famosa está relacionado com a agricultura e não com a pesca como se poderia pensar. As algas trazidas para a costa pelo mar (sargaço), eram recolhidas pelos "sargaceiros" para serem secadas ao sol e depois servirem como fertilizante para as colheitas. No presente já quase não se recolhe sargaço na Apúlia. Mas no passado esta actividade teve uma grande importância para a população, permitindo até tornar produtivas as famosas dunas da Estela. Os sargaceiros não eram profissionais da apanha do sargaço. Homens e mulheres da terra abandonavam o trabalho nos campos na temporada da "apanha" e iam para a praia recolhê-lo. Depois era estendido no areal para secar. Voltavam depois aos campos para fertiliza-los com as algas secas. A SAIA DOS SARGACEIROS Porque um homem em Portugal aceitaria usar uma saia? A resposta é muito simples: permitir ao sargaceiro entrar no mar a fim de recolher o sargaço que flutuava na água. Antigamente as pessoas vestiam-se de linho, lã ou algodão que, ao depois de molhados, demoravam muito tempo a secar.
Se o sargaceiro usasse calcas, calções ou mesmo só cuecas, ele não poderia entrar na água, pois ficaria com um tecido molhado a roçar-lhe as virilhas durante horas, causando-lhe inflamações e micoses. Por isso ele usava saias sem nada por baixo, suficientemente curtas e com suficiente roda para que a água secasse rapidamente. DE APÚLIA ATÉ TURUMO Melita da Rocha é uma jornalista lusodescendente e membro activa do grupo folclórico do Centro Marítimo. Ela esteve presente na recordada edição de 2005 onde, juntamente com seus companheiros, deixaram a todos perplexos: "No princípio os rapazes não gostavam da indumentária, mas quando escutaram a história que investigou o Oscar (membro do grupo de origem galega e que foi quem propôs a ideia de competir no festival na moda "sargaceira"), começou-se a desenhar o baile, todos gostamos", lembrou. Para a memória dos presentes fica o baile final que a turma de Turumo realizou sob umas cadeiras e que, segundo Melita da Rocha, chama-se "contra-danca". A bela bailarina recorda que "muitos dos nossos rivais criticaram o performance. Mas esquecem-se que os sargaceiros não só trabalhavam no mar. Nas noites chegavamse aos bares para descontrair e lá criaram o baile das cadeiras", conta orgulhosa esta participante do grupo vencedor. Para próximas edições do festival de folclore haverá "surpresas" como a dos "Sargaceiros de Turumo"?
CONVERSAS PARA UMA CULTURA DA TRADIÇÃO
Ser ou não ser de folclore!
Lino Mendes Ser ou não ser de folclore, eis a questão.E tudo seria mais fácil se houvesse a tal Educação para a Cultura da Tradição.Porque o público também gosta do que está adulterado, que por vezes até é bonito, e não é isso que está em causa, e até por vezes e face a dois grupos (um representativo e outro não) há quem diga quanto ao primeiro, que "ele há aqui qualquer diferença, que eu não sei explicar, mas sinto". Há, pois, um enorme trabalho de pedagogia a realizar, do qual não se podem alhear os Ministérios da Cultura e da Educação, assim como a comunicação social com enorme relevância para as Televisões. Não tenho números concretos, mas a maioria de grupos que de folclore se intitulam, de facto, não o são.E alguns sinais negativos, dado serem de expressão nacional, notam-se, como se costuma dizer, à vista desarmada. Havendo depois os específicos de cada região, que marcam as diferenças que caracterizam cada uma das mesmas, por vezes até de localidade para localidade. Entretanto… Situemos um grupo no início do século XX, mesmo até uns anos depois do mesmo.E se esse grupo deve ser o "retrato"possível das gentes de antanho, está errado que usem saias pelo joelho, que usem relógios de pulso, que usem pinturas e cabelo à moderna, que vistam de igual pois o povo não se fardava, que andem com medalhas penduradas no fato, que usem óculos de sol, e algo mais haverá que agora não me recorda.Mas depois existe todo um trabalho de pormenor que tem a ver com os usos costumes, com as tradições específicas da terra ou região em causa, desde os bailes às fainas, dos ritos à gastronomia, das festas aos jogos tradicionais, de toda a vivência de um povo onde o progresso ainda não tinha chegado, onde as transformações aconteciam "sem assinatura". E se digo que um grupo deve ser o "retrato possível" é porque estou entre os que consideram que o puro e o genuíno não são possíveis.
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Favor enviar as suas cartas e comentários ao endereço electrónico: correio@cantv.net
CARTAS O poder embebeda...
Erro a não repetir no futuro
Escrevo para o Correio na esperança que esta carta seja publicada sem "censura".Sou sócio do Centro Português e lamento que tenha solicitar a publicação do meu desabafo desta forma.Mas é preciso que todos vejam e saibam o que levo dentro, quando o normal é que fosse ouvido por quem manda no clube actualmente, o que é uma missão impossível… Digo missão impossível porque lamentavelmente julgo que estão todos "bêbados" de poder e não se apercebem do que sucede à sua volta. Como é possível que tenham mandado encerrar o Caney do clube com pessoas ali sentadas a consumir. Afinal onde é que estamos? Pergunto porque o concessionário foi assim mesmo tão mau como tratam de o aparentar. Da minha parte até nem discuto a decisão da actual junta directiva de mudar de patrão.O que não concordo é a forma arbitrária e abusiva como tratam os assuntos desse tipo.Depois fecham o Caney um dia, sexta-feira, e ficamos sem serviço o fim-de-semana.E pelo andar que vamos até quando? Afinal que abuso é esse? Quem manda? Quem dá as ordens? E já agora quem paga os "calotes"
Não conheci em pessoa o Sr. Daniel Morais. No entanto sei da importância que teve para a comunidade portuguesa na Venezuela, através da sua dedicação à cultura lusitana no país. Queria através desta carta dar os meus parabéns ao Correio pelo excelente trabalho de homenagem que realizou para essa maravilhosa pessoa. Todos devemos alguma coisa ao Sr. Daniel Morais, em especial, os sócios do Centro português, já que ele foi um dos grandes promotores desta obra. A concluir a minha nota de tristeza, além de manifestar as minhas mais sinceras condolências aos familiares e amigos, não posso deixar de
que deixaram alguns sócios ao Sr.Arlindo e ao José, entre eles alguns membros da junta directiva actual.Pergunto era preciso actuar desta maneira? Que negócios existem detrás desse "grande " negócio" que é o Caney do Centro Português. Quem vai dar serviço à segunda-feira no clube, porque pelo que sei só mesmo o antigo concessionário estava disposto a tal tarefa ou não é assim? Da minha parte, levo a partir deste fim-desemana a minha "cavita" com gelo, água mineral e meia garrafinha de uísque, gatorade para "los chamos" e toca a fazer desporto.Nem nesse pormenor pensaram quando decidiram fechar o Caney. A concluir, deixo à reflexão de quantos os senhores que tomaram a decisão: Não são donos de comércio? Gostariam de ser tratados da mesma maneira que trataram o concessionário do clube? Valha-me Deus tanta soberbia e prepotência para com os mais débeis.O poder embebeda... Luís F. Freitas
RTP grátis
Vozes de Portugal na Venezuela Sou fiel leitora do semanário Correio e nestes últimos tempos tenho ficado impressionada com a quantidade de festivais de folclore português que se realiza em toda a Venezuela.É realmente de louvar o esforço, a dedicação e o trabalho de todos os jovens e não tão jovens que fazem parte destes grupos, que muitas vezes viajam horas e horas para chegar ao lugar da apresentação, e sempre com o espírito de alegria e de festa que caracteriza o nosso folclore.Mas vejo com especial admiração que na Venezuela se vive com mais alegria e saudade esta manifestação do que na nossa terra.Penso que a presença de tanto sangue luso-venezuelano nos diferentes grupos faz com que estes tenham um carácter e uma energia muito especiais.Estou orgulhosa de todos os que dedicam tempo da sua vida pessoal, mesmo sem nenhuma retribuição económica, para enaltecer as tradições lusas.Parabéns.
Fala-se muito de qual seria a saída para uma melhor transmissão da língua portuguesa na Venezuela.Eu penso que no Correio temos uma boa alternativa que ajuda a preservar a língua.Quem queira aprender ou exercitar o português, que leia o vosso jornal.Depois considero que o governo deve fazer uma campanha de introdução da RTP Internacional a título gratuito nas casas de todos os Portugueses na Venezuela e no Mundo, já que aqui, por exemplo, é muito caro poder ver a televisão Portuguesa e recordar o nosso idioma e algumas palavras que nos esquecemos devido ao tempo que vivemos na Venezuela. Vladimir Freitas Barros
Carolina Pereira
observar o facto de não ter estado presente o actual presidente do Centro Português, que se ficou a dever por motivo de férias. Segundo me contaram esteve muito bem representado pelo seu vice-presidente. No entanto, 'chefe é chefe', e era ele quem devia ali estar porque o Sr. Daniel Morais não era um qualquer sócio. Foi simplesmente o fundador do clube! Não tenho nada contra o presidente do clube.Até me parece uma pessoa excelente.Mas esse pormenor não devia passar em claro… Desculpem a minha franqueza. Maria R. Pinto
Aprendam com os pais Quero, através deste meio, criticar a atitude da maioria dos venezuelanos que vivem na Madeira. Estes jovens parecem não estar conscientes que são emigrantes, pois, embora muitos deles tenham a nacionalidade portuguesa, só a usam para aquilo que lhes convém. Não estou de acordo com a arrogância e a prepotência com que muitos deles falam, e até muitas vezes não fazem outra coisa senão criticar os madeirenses. Depois queixamse que são mal vistos na ilha e que têm má reputação, mas penso que tudo isto não é grátis, porque muitas vezes até são mal-educados. Não quero dizer que são todos, mas se fossem mais humildes penso que ganhariam mais. Os jovens venezuelanos que estão na Madeira devem perguntar aos
seus pais como foram aqueles primeiros anos na Venezuela. Esses emigrantes não tinham nada para exibir na rua nem espírito de arrogância, mas sim o empenho e a vontade de trabalhar no que aparecesse, mesmo que fosse o emprego mais humilde, aqueles trabalhos que até os próprios venezuelanos rejeitavam fazer. Sei que os tempos são outros, mas emigrar é sempre difícil e acho que atitude não é a mais apropriada para quem está numa terra que não é a sua. Oxalá possam aprender um pouco com as histórias dos pais e que dêem o exemplo pois a Venezuela está cheia de gente trabalhadora e lutadora. Levem esse mesmo espírito para o lugar que tão bem os tem acolhido. Fernando Pinto F.
INQUÉRITO: QUE ATRIBUTOS CONSIDERA QUE DEVE POSSUIR O PRESIDENTE DE UM CLUBE?
Joaquim da Silva `çãÉêÅá~åíÉ
"Penso que deve ser uma pessoa capacitada para o cargo, alguém que tenha experiência na área e que seja capaz de dirigir e gerir tudo o que tem a ver com a estrutura e o pessoal que trabalha no clube, para assim satisfazer as necessidades de todos os sócios. Para mim isso é o mais importante e primordial."
Maria Júlia Rodrigues açå~ ÇÉ Å~ë~
"Tem de ser uma pessoa muito conhecida por todos, que apresente projectos inovadores para o clube, e que devido ao posto que ocupa seja cumpridor. Deve de ser rígido na hora de tomar decisões, porque presidir um clube onde estão associadas muitas pessoas nem sempre é possível conseguir agradar a todos os sócios. É algo muito difícil, pelo que penso tem que saber tomar decisões."
José Rodrigues `çãÉêÅá~åíÉ
"Deve ser uma pessoa muito chegada ao clube. Saber quais são as suas necessidades, querer colaborar e cumprir para o bom funcionamento da associação. Ser muito conversador e acessível, de modo a que se alguém lhe colocar um problema, seja desde logo possível começar a trabalhar pela resolução do mesmo. Tem de ser aberto com a comunidade que o elegeu."
Gloria Gomes açå~ ÇÉ Å~ë~
"Ser responsável com o trabalho que exerce. Foi eleito para administrar de maneira eficiente o clube e dar o melhor que tem no desempenho dessa missão. Trabalhar para tornar o clube num lugar de divertimento, lazer e de encontro agradável para todos os sócios que o frequentam. Tem de ser uma pessoa realmente preocupada pelo bem-estar e segurança de todas as pessoas."
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Publi-Tips
María Amelia da Rocha
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Centrum dá-te a energia da vida Ao longo do ano, Centrum, a fórmula mais completa de A a Zinco, tem vindo a realizar um programa de actividades focadas no público consumidor, lançando o comercial Centrum Letras, que faz parte de uma bem sucedida campanha desenvolvida especialmente para a América Latina. Em Caracas, adiantou-se um plano de actividades de grupo que inclui a participação da marca na Convenção Internacional de Taeboxing, Aeróbica e Step, assim como as visitas de representantes aos principais ginásios da zona metropolitana nos quais se fez a entrega massiva de produtos ao consumidor.
A Wendy's Venezuela faz já 10 anos de existência no nosso país, deleitando os gostos dos venezuelanos. Durante a sua trajectória, a Wendy's Venezuela contribuiu para o crescimento pessoal de mais de 20 mil pessoas, que cresceram profissionalmente. A filosofia de trabalho desta marca a nível mundial tem como valor importante retribuir às pessoas, à sociedade e à comunidade, tendo
De 20 a 23 de Setembro, o Centro de Eventos Cecon do Centro Comercial Concresa acolhe a 5.ª Edição da Expoboda 2007. Os visitantes e interessados em saber quais serão os estilos que marcarão não apenas em matéria de bodas mas também em qualquer festa ou celebração especial terão a oportunidade de admirar e escutar ao vivo as milhares de novidades para a tarefa de organizar uma festa, onde tudo seja pensado e bem planificado. A Expoboda 2007 abre as portas às quintas e sextas, das 16 às 22 horas, e aos sábados e domingos entre as 13 e as 22 horas.
Femho 2007 no CCCT De 21 de Setembro a 17 de Outubro, o Pavilhão de Exposições do C.C.C.T. será palco do principal evento da indústria do móvel na Venezuela. A Femho 2007, organizada pela Gramisystem, chega à sua edição número 24 apresentando-se numa área de 3000 m2. O ambiente é agradável, com um amplo estacionamento, segurança e ar
10 Anos a partilhar êxitos
Expoboda 2007
condicionado, e ali vai ser possível observar o que ditam os especialistas em termos de linhas, novos estilos e cores para a moda dos móveis de sala, sala de jantar, quartos de dormir, casas de banho, cozinhas e jardins. O custo de entrada na Femho 2007 é de 5 mil bolívares, com entrada grátis para as crianças menores de 12 anos e idosos.
como directriz fundamental ser uma empresa socialmente responsável.
Muveca lança Zotye Nómada Pela mão da importadora e distribuidora de veículos Muveca, chega ao mercado venezuelano a nova Zotye Nómada, uma carrinha 4x2 proveniente da indústria asiática, com características ideais para jovens e famílias de classe média. Possui um potente motor Mitsubishi de 1.600 cc, cinco velocidades, rádio - CD mp3 de última geração, cinco portas, acessórios internos cromados. A Muveca conta,
Tempo Livre
actualmente, com sete concessionários a nível nacional e espera terminar 2007 com 10: Upata, Maracaibo, La Encrucijada, Los Teques, Maracay, Barquisimeto e Valência, estando em desenvolvimento os de El Tigre e de Caracas.
María Amelia da Rocha
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Segunda temporada de Big Love
Johnny Sigal deixa a túnica de lado
'Caracas, siempre Caracas'
Depois do sucesso do musical 'Jesucristo Superestrella', o cantor Johnny Sigal apresenta 'Quedo en nada', o debut da sua produção discográfica como solista, que se encontra nos primeiros lugares das playlists das rádios do país. 'Quedo en nada' é a peça que abre um trabalho discográfico no qual Johnny Sigal mostra uma mistura electrizante de letras nostálgicas e maduras, marcadas por um género conhecido como balada pop-rock, que se caracteriza pelo intenso som das guitarras e da bateria, para além de um ritmo energético e cheio de matizes. O álbum será lançado no mercado no fim de Setembro, com o selo da editora Space Music Records.
A Rádio Rumbos prepara-se para apresentar, todos os sábados, das 7 às 9 da manhã, 'Caracas, siempre Caracas', programa único no seu estilo, que renderá homenagem à história da sucursal do céu, a divina 'Caracas', onde se falará da sua história, da sua música, arquitectura, costumes, e de todo um conjunto de recordações, através de uma emissora existente há mais de 50 anos. O programa contará com Juymar García Herrera como produtora e moderadora.
Como se fazer malabarismos com três esposas não fosse suficientemente difícil, na segunda temporada da aclamada série da HBO 'Big Love', o polígamo contemporâneo Bill Henrickson (Bill Paxton) enfrenta novos problemas fora e dentro do seu ambiente multifamiliar. Uma expansão falida e uma empregada suspeita comprometem os negócios de Bill em Henrickson Home Plus, ao mesmo tempo que uma "misteriosa pessoa" procura, sem escrúpulos, excluir a sua esposa Barb (Jeanne Tripplehorn) da cerimónia da Mãe do Ano, no Utah, revelando a sua poligamia. Audaz, divertida e absolutamente original, Big Love continua a explorar, na sua segunda temporada, a instituição do matrimónio - em constante evolução - através desta família tipicamente atípica.
Canta a Música de Enrique Hidalgo Uma nova voz junta-se ao cenário musical venezuelano:María Alejandra Rodríguez, sobrinha de Enrique Hidalgo, uma talentosa jovem que se apresentou com grande êxito nas anteriores edições do Jazz Festival El Hatillo, surpreendendo com a sua voz, o seu encanto e a sua versatilidade.Estas características podem ser desfrutadas na produção discográfica María Alejandra Canciones de Enrique Hidalgo. Este novo disco será apresentado num concerto que promete comover e fazer vibrar o público, a 22 de Setembro, pelas 19 horas, no Centro de Arte El Hatillo.As entradas custam 35 mil bolívares no dia, e se comprados previamente custam 25 mil bolívares.
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"Bolívar forte será uma utopia" Durante o fórum sobre a reforma monetária, Julio Márquez expressou a sua reserva ante as actuais políticas macroeconómicas do país Tomás Ramírez
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"O bolívar forte será uma utopia. Essa medida não vai durar nada porque prontamente a moeda se depreciará de novo". Foi com estas palavras que o economista Julio Márquez expressou a sua preocupação ante as medidas macroeconómicas que se estão materializando actualmente no país. E tudo isto por ocasião do fórum sobre a reforma monetária celebrado na Sala Plus do Nivel Trasnocho Cultural, no Centro Comercial Paseo Las Mercedes. O economista indicou que a reconversão monetária é uma "simples desculpa do governo para aumentar os serviços básicos que oferecidos pelo Estado". Marquez considera que, acompanhando a reforma monetária virá uma desvalorização eminente da moeda. "Vão colocar o bolí-
var forte em 4,30 em comparação ao dólar (o que equivale a 4.300 bolívares actuais) e dirão então que voltámos aos anos dourados da economia venezuelana. Coisa que não é verdade", observou. A possibilidade de que exista o tipo de câmbio diferencial tal e como ocorreu em finais dos anos 80 com o famoso RECADI poderia estar bastante próxima, segundo afirmou economista. Este organismo exercia o controlo de câmbios e oferecia divisas a distintos preços segundo o uso que se lhe iam dar através dos famosos "dólares preferenciais". De igual forma, Márquez explicou que, de todas maneiras, a reconversão é uma necessidade, já que não se pode continuar gerindo orçamentos fiscais com tantos zeros. "A verdade é que desta medida pode ser retirado muito proveito político e lamentavelmente isso é o que se está
fazendo. Os manipuladores de sempre podem dizer à população que vão baixar os preços por mil mas nunca dirão que as suas receitas vão baixar por mil", sugeriu. A reconversão monetária foi feita sem a devida preparação da população. "A Comunidade Económica Europeia demorou três anos com programas educativos para toda a sociedade antes de implementar o euro. Nós queremos fazer uma reconversão bem sucedida em nove meses, e estou seguro que o vamos fazer, mas os efeitos vão ser menores. O que vai ter um impacto sobre a inflação por causa dos arredondamentos e a gestão das expectativas que se frustram neste tipo de mudanças". Outro aspecto destacado por Márquez foi a incapacidade das autoridades venezuelanas em cunhar as moedas e imprimir as notas que serão utilizadas a partir
Para o economista, a reconversão monetária foi feita sem a devida preparação da população.
de 1 de Janeiro. "Não foi possível que a Casa da Moeda cunhasse o papel-moeda, pelo que tivemos de importá-la da Europa, com o qual se gastaram enormes recursos do Estado", lembrou. Segundo o economista, as exportações de petróleo da Venezuela cobrem 95% do que é exportado pelo país na sua totali-
dade e enquanto não se diversificar a economia, esta será sempre dependente dos preços dos hidrocarbonetos. Daí que considere que as vantagens decorrentes da reconversão são efémeras e chame a atenção para a necessidade de se ter de tomar precauções face a uma "inexorável desvalorização". PUBLICIDADE
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Venezuela prepara-se para o 'bolívar forte' Reconversão monetária diminui a quantidade de notas a partir de 2008, mas não esbate a pobreza nem as diferenças sociais Agostinho Silva ak j^abfo^
partir de Janeiro de 2008 deixa de ser necessário andar com grandes quantidades de notas nos bolsos, na Venezuela. A reforma monetária decretada por Chávez retira três zeros ao actual bolívar, reduzindo drasticamente a quantidade de papel e moedas em circulação. Apesar da bondade dos objectivos desta reforma, na Venezuela teme-se um agravamento do custo de um grande número de bens de consumo, por força dos arredondamentos. Um fenómeno idêntico ao que se passou na Europa, e em Portugal, concretamente, quando os agentes económicos foram arredondando 'para cima' o valor dos produtos que comercializavam, sem que os consumidores se apercebessem da acumulação de pequenos aumentos à conta dessa aparente simplificação das contas. Com a reconversão monetária, numa primeira fase, o governo de Hugo Chávez procura simplificar a utilização da moeda nacional. Depois o objectivo é fortalecê-la, com um conjunto de medidas orientadas para consolidar a
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economia do país. Num período de transição, que começa em Janeiro de 2008, mas que ainda não tem prazo definido para terminar, a moeda da Venezuela passará a designar-se de 'bolívar fuerte', para distinguir-se da moeda actual. Concluída a fase de transição, a moeda voltará a designar-se, simplesmente, bolívar. Para preparar a mudança, todos os estabelecimentos comerciais começarão dentro de um mês, a 1 de Outubro, a ostentar os dois preços - o actual e a conversão - para que os consumidores possam ir-se habituando. Depois, a partir de Janeiro, o 'bolívar forte' substitui a moeda actual, embora durante um período transitório todos os estabelecimentos são obrigados a receber as duas moedas em simultâneo. Mais tarde, apenas o Banco Central da Venezuela se encarregará da troca, até à total implementação da nova moeda. Aparentemente, esta reforma não se reveste de nenhum tipo de dificuldade. Bem pelo contrário, para a compra dos bens do dia-adia - pão, café, jornal, compras de supermercado, etc. - deixará de ser necessário ter tanta nota e moeda no bolso. O que custava 1.400,00
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Número de passageiros transportados pela TAP no Porto cresceu 19% O número de passageiros que a TAP transportou no Aeroporto do Porto cresceu 19 por cento nos primeiros oito meses do ano, face a igual período de 2006, para cerca de 1 milhão de pessoas, anunciou a transportadora aérea. Este ritmo de expansão é superior à evolução global do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, que registou um aumento de 16,1 por cento do volume de tráfego de passageiros, no mesmo período. O mês de Agosto confirmou estas tendências, com o número de passageiros transportados pela TAP a crescer 32,2 por cento, enquanto no próprio aeroporto, globalmente, a evolução foi de 13,3 por cento. Fonte oficial da TAP disse à agência Lusa que "este crescimento é fruto da aposta que a TAP tem vindo a fazer, de que a recente aquisição da PGA é o mais recente exemplo, no sentido de transformar o aeroporto de Sá Carneiro numa nova base operacional da companhia". "Com as alterações previstas para o dia 15 de Setembro - com Bruxelas e Roma, como novos destinos directos à partida do Porto e mais frequências noutros destinos já operados - a TAP espera continuar a crescer, oferecendo ao Norte do País cada vez mais opções, ao mesmo tempo que reforça o contributo que presta ao desenvolvimento do turismo naquela Região", acrescentou.
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Bls. passa a custar 1,40 Bs.F, a título de exemplo. Desaparecem três dígitos. Serão lançados no mercado seis novas notas (de 100, 50, 20, 10, 5 e 2 'bolívares fortes') e sete moedas (de um 'bolívar forte' a um cêntimo). POBRES COMPRAM MAIS CARO... A regulação de preços tem sido uma das principais preocupações sociais do governo bolivariano, liderado com a 'mão de ferro' de Hugo Chávez. O Executivo venezuelano dispõe até de um Ministério para a Alimentação, a quem compete vigiar os preços e implementar sistemas sociais de distribuição alimentar, que chocam e desequilibram este sector económico. Para começar, a intenção de regular os preços e torná-los mais acessíveis tem sido uma meta totalmente inatingível, pois os resultados têm sido exactamente o contrário. Apesar da autêntica perseguição aos empresários do sector alimentício, onde pontificam muitos madeirenses - através das acções de organismos como o SENIAT (impostos) e INDECU (protecção do consumidor) -, a realidade mostra que os pobres estão a comprar cada vez mais caro. Tudo porque as classes mais desfavorecidas procuram sobretudo os pequenos estabelecimentos que estão metidos nos bairros populares pobres e que só agora começam a ser fiscalizados. Até agora, esses comerciantes 'informales' ou 'buhoneros' (vendedores ambulantes) praticavam preços altamente inflacionados (p.e.: um quilo de açúcar está regulado para 1.300,00 bolívares e é vendido à volta dos 5.000,00 bolívares; uma caixa de ovos deveria custar 8.300 bolívares, mas é ven-
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dida pelo dobro; um quilo de feijão foi fixado em 1.900 bolívares, mas nos 'cerros' ninguém o compra por menos de 5.000 bolívares, etc.). A introdução do Mercal (fornecimentos económicos através do Estado, com a obrigatoriedade dos retalhistas venderem aos preços tabelados) tem sido um autêntico logro, aumentando os esquemas duvidosos e de corrupção activa. GASOLINA QUASE DE BORLA... Fenómeno único é o que se passa com a gasolina para o consumidor venezuelano. Já há alguns tipos desse combustível que estão a chegar ao mercado abaixo do preço de custo. Mas politicamente este é um dossier muito delicado, que assusta até Hugo Chávez. O presidente venezuelano sabe que se ousar 'tocar' no preço, terá de enfrentar a revolta popular. É por isso que, em comparação com os preços portugueses, um único abastecimento de 50 litros num qualquer posto da Região Autónoma da Madeira ou de Portugal Continental é suficiente para pagar um ano inteiro de gasolina na Venezuela. A comparação de outros bens de consumo da 'cesta básica' venezuelana com iguais produtos na Madeira também revela diferenças significativas. Mas é preciso ter em conta a oscilação cambial - a Venezuela assume que tem duas cotações, a do 'mercado negro' e a oficial - e a diferença de rendimentos desta zona em comparação com a Europa, mesmo com Portugal. Neste momento, um euro equivale a cinco mil bolívares, no mercado negro, e a 2.900 no mercado oficial. PUBLICIDADE
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América do Sul é o próximo desafio de Rui Mendes português Rui Mendes empreendeu uma nova aventura, nesta oportunidade pelos países sulamericanos. Trata-se do projecto "Continente de Colores", levado a cabo pela fundação "Desdibujando Fronteras", o qual se baseia em dar a conhecer as relações culturais, políticas, religiosas e económicas da Venezuela com os demais países do continente, tudo através de quatros carros Tiuna. Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, Brasil e finalmente, Venezuela, são os países que serão atravessados por este primeiro percurso no qual participam 14 tripulantes que integram a expedição, entre eles pilotos, técnicos e especialistas em estações de rádio, que difundirão uma mensagem de solidariedade e união em cada lugar visitado, com o fim de estreitar vínculos entre as diversas culturas latino-americanas, aprofundando a suas histórias e costumes. Em 2 de Setembro último, a expedição arrancou para abordar os diferentes caminhos de cordilheira, "llano", costa e selva crioula, para assim continuar a povoar o continente. O percurso será feito pelos pilotos Andrés Muñoz, Abraham Parada, Juan Godoy e Marco Araújo, sob as instruções
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do guia de expedição, o lisboeta Rui Mendes. A iniciativa do projecto apresentado pela fundação "Desdibujando Fronteras", contou com o apoio e os auspícios do Ministério Popular para a Comunicação e Informação da Venezuela, PDVSA, Deltaven, Radio Nacional de Venezuela, Ceneraca, entre outras empresas nacionais, que fomentaram a expedição com a intenção de ressaltar o coragem dos criadores da actividade.
TESTAR O TIUNA Este projecto também servirá para pôr à prova a qualidade e eficiência do veículo Tiuna, criado em 2004 pelas Forças Armadas Venezuelanas. Com esta expedição, pretende-se demonstrar que o Tiuna não só está adaptado às diversas actividades militares, como igualmente pode ser utilizado para percorrer trilhos turísticos por distintos países, passando por zonas de difícil penetração. A expedição vai passar por mais de 90 povoamentos e capitais de 10 países, num percurso aproximado de 35 mil quilómetros. Rui Mendes já percorreu meio mundo num veículo rústico. Numa das suas últimas travessias foram ultrapassadas as areias do deserto do Sahara e Austrália. Antes já tinha estado no Alasca e no Quilimanjaro.
Rui Mendes já percorreu meio mundo num veículo rústico.
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Karatecas do CP trazem 11 medalhas Delegação venezuelana dirigida pelo Sensei Alejandro Castro obteve pela sexta vez consecutiva o primeiro lugar na "justa" pan-americana
Venezuela obteve o primeiro lugar na tabela final com 110 medalhas.
s atletas do Centro Português, em Caracas, que viajaram em Agosto passado até à cidade de Heredia, Costa Rica, para representar a Venezuela nos pan-americanos de Karate Do da SKIF (Shotokan Karaté Do International Federation), elevaram
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bem alto o nome do clube ao conquistar 11 medalhas (ver caixa). Neste campeonato de alto nível, participaram mais de 13 países de todo o continente americano, obtendo a Venezuela o primeiro lugar na tabela final com um total de 110 medalhas: 48 de ouro, 25 de prata e 37 de bronze; seguida pelo México e Costa Rica, em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Um portavoz da Comissão de Karaté Do do CP disse sentir-se orgulhoso da prestação dos atletas do clube e agradeceu ao Sensei Oscar Jiménez pelo seu árduo trabalho ao nível do treino diário dos atletas, agradecimentos que fez questão de estender a Manuel Pinto, Director de Desportos da associação. A delegação que viajou a Costa Rica esteve composta por 15 atletas
de Kárate entre crianças e jovens dos 7 aos 15 anos de idade. KARATÉ NO CENTRO PORTUGUÊS O Centro Português em Caracas oferece aulas de Karaté, estilo Shotokan, no seu "dojo" situado no terceiro piso ao nível do campo de futbolito, ao lado do Gym, sob a tutela do Instrutor Sensei Oscar Jiménez, cinturão negro. O custo da inscrição é de 35 mil bolívares, valor idêntico ao das mensalidades. O Dojo de Karaté do Centro Português está inscrito na Federação de Karaté de Venezuela Kodokai, que é presidida pelo mestre Alejandro Castro, e ainda na SKIF (Federação Internacional de Karaté). As crianças que inscritas têm a oportunidade de participar em competições a nível estadual, nacional e internacional.
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Heróis do CP Pelo CP, o Sensei Oscar Jiménez arrasou ao conquistar três medalhas: Ouro em Kumite por equipa, categoria cinturão negro-adultos;Ouro em Kumite Individual categoria cinturão negro65Kg;e prata em Kata Individual, na mesma categoria. Também arrebataram o ouro Marife Martins, em Kumite individual, categoria castanho-adultos;Lorena Flores em Kata Individual, categoria castanho-15 anos;Alexis de Oliveira, em Kata Individual categoria azul escuro-15 anos e a medalha de bronze em Kumite Individual, na mesma categoria.Carla Figueira obteve a de ouro em Kata Individual categoria azul escuro-11 anos; Paulo Martins, levou também a dourada em Kata individual categoria azul escuro11 anos, e a de bronze em Kumite na mesma categoria.Miguel Figueira recebeu nos ombros a medalha de Prata em Kumite, categoria laranja-9 anos. Horarios de Karaté: Terça a quinta-feira:17h00 a 20h30 Infantil A (4 a 6 anos):17h00-17h45 Infantil B ( 7 a 10 anos):17h:45-18h30 Juvenil (11 a 15 anos):14h30-17h30 Adultos:17h30-20h30.
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Sub-21 lusos goleiam Montenegro selecção portuguesa de futebol sub-21 goleou terça-feira, 11, a congénere do Montenegro por 4-0 e passou a líder do Grupo 3 de apuramento para o Euro2009 da Suécia, com o pleno de seis pontos, a par da Inglaterra. Depois do triunfo por 2-0 na visita à República da Irlanda, os pupilos de Rui Caçador cumpriram a obrigação de ganhar em casa - com golos de João Moreira (18 m), Nuno André Coelho (58) e Manuel Fernandes (67 e 88) - e assim mantêm-se na senda do apuramento. Os primeiros classificados e os quatro melhores segundos de cada um dos 10 grupos vão disputar o "play-off" final: Portugal tem uma diferença de golos de 6-0, enquanto a Inglaterra, que triunfou por 2-0 na Bulgária, está nos 5-0. No talismã Estádio Jorge Sampaio - onde Portugal conseguiu frente à Rússia o apuramento para o Euro2007 - repleto de público, os jovens lusos foram quase sempre a melhor equipa, mas estiveram longe de deslumbrar frente a um conjunto com bom toque
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de bola, mas a quem falta ainda traquejo internacional. O sportinguista Vukcevic lesionou-se segunda-feira e foi o grande ausente no conjunto dos Balcãs. Antes da dupla visita à Bulgária e Montenegro (12 e 16 de Outubro, respectivamente), era importante a Portugal conquistar os três pontos e a verdade é que foi a única equipa a procura-los. Como lhe competia, Portugal pegou nas rédeas do jogo, mas sem conseguir criar desequilíbrios no ultimo terço do terreno, frente a um adversário bem organizado na defesa, e que até criou a primeira situação de perigo: Tiodorovic (15 m) lançou longo para Jovetic que, na área, ganhou ao defesa e atirou com perigo. Os lusos responderam volvidos com uma cabeçada de João Moreira para defesa instintiva do guarda-redes que nada pôde fazer no minuto seguinte: Miguel Veloso (18 m) tentou amortecer um "balão" da defesa contrária, mas a bola também "voou" para João Moreira, que ganhou a um adversário e conquistou espaço para "fuzilar" sobre a direita (18 m).
Cumprido o primeiro objectivo, Portugal adormeceu e o Montenegro subiu no terreno, assistindo-se a uma fase de jogo repartido, mas sem grande qualidade: Vieirinha (33 m), de fora da área, deu um safanão no marasmo, mas o guarda-redes desviou o seu disparo para canto. Em cima do intervalo, Jovetic ludibriou Nuno André Coelho com um toque de calcanhar e seguiu na linha de fundo até à pequena área, criando o pânico que Ricardo Baptista acalmou quando segurou o segundo remate adversário - na confusão a bola bateu na mão de Miguel veloso, mas o árbitro mandou seguir. Se duvidas havia quanto ao vencedor, Portugal dissipou-as em 20 minutos de bom futebol, que começaram com um passe de Vieirinha a rasgar a defesa que Manuel Fernandes, na cara do guarda-redes, desaproveitou, atirando ao lado. Volvidos alguns minutos, o "capitão" tentou o golo à "bomba", mas errou o alvo por muito pouco. O segundo tento surgiu num livre na direita, com Miguel Veloso (58 m) a colocar a
bola na cabeça de Nuno André Coelho que a fez passar por entre vários jogadores. Montenegro tentava recuperar e subiu ainda mais no terreno, sendo surpreendido em contra-ataque em que Vieirinha (67 m) aguentou pela chegada de reforços para cruzar a preceito para Manuel Fernandes, que surgiu liberto ao se-
gundo poste a finalizar sem problemas (3-0). Até ao fim o jogo teve praticamente sentido único, com Portugal a procurar o quarto golo e Montenegro resignado a nova derrota: aos 88 minutos, Manuel Fernandes marcou um livre na esquerda, a bola bateu num defesa e enganou o guarda-redes (4-0).
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Novo empate oferecido a três minutos do fim O
minuto 87 voltou a ser fatal para Portugal ao sofrer, pela segunda vez em cinco dias, um golo, em forade-jogo, que deu o empate, desta feita por 1-1, frente à Sérvia, um adversário directo na luta pela qualificação, em jogo do Grupo A de apuramento para o Euro2008. Simão Sabrosa marcou cedo, aos 11 minutos, de livre directo, mas os sérvios marcaram, aos 87 por Ivanovic, em fora-de-jogo, num remate à boca da baliza, com o jogo a terminar envolto em tensão, com o seleccionador Luiz Felipe Scolari a agredir o defesa Dragutinovic, já depois do apito final. Portugal havia já perdi-
do dois pontos no sábado, frente à Polónia, na Luz, com um auto-golo de Ricardo, e, atendendo ao empate (0-0) registado hoje em Helsínquia entre finlandeses e polacos, ficou tudo na mesma após a jornada dupla de qualificação. A Polónia lidera a "poule" com 21 pontos, mais dois que a Finlândia, ambas com 11 jogos disputados, enquanto Portugal soma 17 e a Sérvia 16, em 10 jogos. Portugal iniciou o encontro ao ataque e o talismã de Alvalade funcionou logo, aos 11 minutos, quando Simão Sabrosa cobra exemplarmente um livre a punir falta de Kovacevic sobre Cristiano Ronaldo, fazendo o esférico entre junto ao poste direito de Stojkovic.
Aos 13 minutos, Nuno Gomes volta a causar perigo com um remate de cabeça no seguimento de um livre de Deco, e, apenas aos 17, foi possível ver a resposta da Sérvia, com um remate de Stankovic sobre a barra, quando tinha Jovanovic em melhor posição para disparar. No melhor lances de Portugal na primeira parte, aos 20 minutos, Bosingwa fugiu pelo direita, cruzou para Nuno Gomes atirar de cabeça ao poste, surgindo depois o remate de Deco que permitiu ao novo guarda-redes do Sporting uma excelente defesa.No reatamento, manteve-se a mesma toada, com Portugal a esperar pela Sérvia para lançar o contra-ataque, mas, aos 52 minutos, os
"forasteiros" escaparam a um "vermelho" directo a Dragutinovic, por falta violenta sobre Petit. Como os lances de perigo não aconteciam, o primeiro momento de maior emoção na segunda metade aconteceu, aos 65 minutos, com a entrada de Quaresma para o lugar de Nuno Gomes, com Alvalade a
exultar com a entrada do extremo do FC Porto. Quando tudo fazia prever uma vitória de Portugal, aos 87 minutos, Ivanovic surge à boca da baliza, em posição irregular, após uma série de tabelas no coração da área, no seguimento de um livre em posição frontal, fixando o resultado final.
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Scolari agride jogador sérvio Logo após o apito final do alemão Markus Merk registou-se uma confusão junto ao banco português, que terminou com uma agressão de Luiz Felipe Scolari a Dragutinovic. Tudo começa ainda com o jogo a decorrer. A Sérvia colocou a bola fora para que um jogador seu fosse assistido, mas Portugal não devolveu. Dragutinovic pediu explicações a Quaresma, mas Fernando Brassard, treinador de guarda-redes da equipa das quinas, afastou de imediato o extremo. Scolari é que não gostou da atitude do defesa sérvio e aproximou-se, acabando depois por atingir o jogador com o punho, ainda que não em cheio, algo que foi visível nas imagens televisivas. Os elementos do banco da selecção portuguesa acabaram depois por afastar o seleccionador. Dragutinovic ainda tentou nova aproximação mas não conseguiu. Pouco depois já Scolari estava no túnel, escoltado pelos elementos da segurança.
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w w w. c o r r e i o d e v e n e z u e l a . c o m CORREIO DE VENEZUELA - 13 A 19 DE SETEMBRO DE 2007
Malas com droga detectadas em voo para o Porto D
uas malas com droga foram detectadas no aeroporto de Caracas, entre a bagagem que deveria ser embarcada num voo da TAP com destino ao Porto, na madrugada de terçafeira, 11 de Setembro. Trata-se de um carregamento de 61,2 quilos, de cocaína, distribuídos em 46 panelas, que foi apreendido por funcionários do SENIAT e da Guardia Nacional. O Gerente da Aduana Principal Aérea de Maiquetía, Héctor Ulises Silva, informou que os narcotraficantes trocaram as etiquetas de identificação com as de um passageiro que ia embarcar no voo da TAP. Segundo as primeiras estimativas, o valor dos estupefacientes foi avaliado em 2,58 mil milhões de bolívares. O responsável explicou que as malas levantaram suspeitas devido ao excesso de PUBLICIDADE
peso em proporção ao seu tamanho, facto que levou a que os elementos da Guardia Nacional decidissem retê-las para inspecção juntamente com funcionários do SENIAT, em Maiquetía. Silva precisou ainda que os estupefacientes se encontravam distribuídos em dois lotes de 21 e 25 panelas, devidamente acondicionadas em invólucros de plástico, dentro das malas sem qualquer camuflagem. A droga ficou à ordem dos agentes do Comando Antidroga da Guardia Nacional, do Estado Vargas, que ainda detiveram seis pessoas por presumível implicação no caso. Todos serão presentes no Ministério Público com o objectivo de iniciar as averiguações correspondentes. Entre os detidos não se encontra nenhum passageiro. Contactado pela agência Lusa, o portavoz da TAP, António Monteiro, disse que
vários funcionários ligados à segurança do aeroporto e à operação aeroportuária, entre os quais três elementos do check-in da TAP, "irão ser interrogados pelas autoridades venezuelanas". De acordo com a TAP, "o episódio ocorreu ainda durante as operações de checkin e obrigou à reprogramação da partida do avião", que só saiu de Caracas terça-feira à noite. Os 172 passageiros foram alojados num hotel até à partida do avião. Em causa está o voo TP124, que deveria ter saído de Caracas com destino ao Porto às 19h00 locais de segunda-feira e foi adiado para as 17h30 de terça-feira. Contudo, António Monteiro ressalvou que o voo foi adiado para descanso da tripulação e não devido às malas que foram encontradas. "Não houve qualquer proble-
Foi um carregamento de 61,2 quilos de cocaína.
ma com o voo ou com o avião. Acontece que todo o processo desde que as malas foram detectadas demorou horas e a tripulação entrou em período de descanso", afirmou. De acordo com o porta-voz da TAP, "a partir do momento em que entra no aeroporto, a tripulação sofre um grande desgaste físico e psíquico e, depois de um determinado número de horas, é recomendado que entrem em período de repouso". O avião, um Airbus A310 com capacidade para 194 passageiros, tinha a chegada ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro prevista para as 06h30 de quarta-feira.