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Espectáculo do 8.º Aniversário do CORREIO Sexta, 2 Novembro com o Grupo Folclórico da Camacha Bilhetes à venda 0212- 9932026
www.correiodevenezuela.com
O jornal da comunidade luso-venezuelana
Seis autarcas em Caracas Funchal, Câmara de Lobos, Ribeira Brava, São Vicente, Machico e Santa Cruz enviam líderes. p. 32
Mosquito viajou da Venezuela
DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 07 – N.º 230 CARACAS, 25 A 31 DE OUTUBRO DE 2007 - VENEZUELA: BS.: 1.500,00 / BS.F.: 1,50 / PORTUGAL:
0,75
Terror em Carayaca vitima portugueses Antes a localidade era a ‘Suíça do Litoral’, agora designa-se ‘Kosovo’. O assassínio de Silvino Miranda foi a gota que transbordou p.3
A convicção é de um médico: o ‘aedes aegypti’ foi levado daqui para a Madeira p. 11
Benfica ganha Porto empata Sporting perde p. 29 - 31
Espectáculos de alto nível Este sábado e domingo, a comunidade luso-venezuelana tem oportunidade de apreciar duas divas da música europeia p. 14 PUBLICIDADE
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EDITORIAL
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Exemplo a seguir Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Erika Correia, Tomás Ramirez, Victoria Urdaneta, Sandra Rodríguez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Edgar Barreto (Punto Fijo) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Antonio López Villegas, Luís Barreira, Álvaro Dias, Luis Jorge Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Relaciones Públicas María Amelia Da Rocha
Por entre os vários eventos que tornarão a próxima semana inesquecível para a presença portuguesa na Venezuela, há que destacar a capacidade empreendedora de um grupo de autarcas da Região Autónoma da Madeira: numa altura em que talvez fosse mais cómodo 'esperar para ver', seis presidentes de câmaras metem-se no avião e vêm ao encontro dos seus conterrâneos. Este espírito de iniciativa é notável. Porque transforma em actos aquilo que normalmente se fica pelas promessas e pelos discursos bonitos. Há aqui uma mensagem muito clara de cumplicidade com a comunidade portuguesa. Ninguém quer solidariedade - porque a isso ainda não chegámos, felizmente - mas é bom saber que, lá longe, há responsáveis que continuem atentos ao que se passa aqui. Saber que seis dos mais representativos concelhos da Madeira 'estão connosco' dá um
ânimo suplementar, sobretudo nesta altura em que a Venezuela se prepara para mais um passo na definição do seu futuro próximo. A conjuntura político-social deste nossa segunda Pátria afigura-se muito sensível, nesta altura, pelo que mais do que nunca precisamos de saber que em nenhuma situação seremos abandonados pelos 'nossos'. A outro nível, a visita dos autarcas madeirenses deveria ser um exemplo para outros municípios portugueses, designadamente os do continente, que aqui também têm expressivas comunidades. Ressalvando a Câmara de Arcos de Valdevez - um caso único, no panorama nacional - poucos são os autarcas continentais que se lembram da Venezuela. E há tantas formas de dizer presente! Que a passagem de seis autarcas da Madeira, em simultâneo, possam marcar o início de um novo ciclo, mais nacional, mais português.
Eventos Yamilem González Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: María Alexandra Monteverde C. Secretariado: Emmanuel Vieira Fotografia Paco Garrett Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI). Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.
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O cartoon da semana Os pilotos portugueses querem a reforma muito antes dos 65 anos...
Querem a reforma mais cedo em Portugal para depois se oferecerem a países estrangeiros para continuar a voar. Quem não quer duas reformas?
A semana Muito Bom O Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha acedeu vir à Venezuela por altura do seu aniversário, para participar em diversos eventos.É um detalhe importante que se regista. Tratando-se do mais prestigiado grupo da Madeira e um dos mais conhecidos de Portugal, é um privilégio para a
comunidade luso-venezuelana e para as instituições que os acolhem.O folclore camachense vai marcar presença no Festival de Folclore Madeirense, em Puerto La Cruz, e actua em Maracay, Turumo e Centro Português, em Caracas, onde se associa ao 8.º aniversário do nosso jornal.
Bom O apoio disponibilizado pela empresa estatal venezuelana 'Edelca' foi fundamental para que o Centro Marítimo de Venezuela tivesse deslocado uma comitiva aos jogos que se realizaram em Puerto Ordaz, há duas semanas.Ao garantir os alojamentos e o transporte para 150 atletas, a empresa viabilizou a presença do CMV, numa prova de que o desporto elimina todas as barreiras na sociedade. Obrigado pelo exemplo.
Mau Carayaca está em destaque, pela negativa.Os casos de insegurança registados naquela localidade não deixam ninguém imperturbável.Impõese a pergunta: que fazem as forças de segurança por aquelas bandas? Será assim tão difícil controlar um bando de malfeitores que controla a zona através de ameaças e do medo? Parece que sim, pois a situação é conhecida, mas a
vontade de querer fazer alguma coisa parece ser mais forte e hipnotizante.Resta a protecção divina.
Muito Mau Por muito legítimas que sejam as reivindicações dos pilotos, é um absurdo e uma falta de respeito a greve levada a cabo, prejudicando gravemente pessoas e instituições que não podem ser chamadas para resolver questiúnculas de classe. Em relação à Venezuela, por exemplo, para além dos naturais incómodos causados a quem deveria merecer mais respeito - os emigrantes - há a coincidência da greve com a realização de vários eventos, que obviamente acabarão por ter consequências negativas. É o esforço de diversas organizações que vão por água abaixo, por conta de caprichos que os pilotos deveriam resolver sem interferir com o trabalho de terceiros.
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ACTUAL
Carayaca é vítima da extorsão Délia Meneses José Nascimento
homicídio do português Silvino Miranda desencadeou finalmente a adopção de algumas medidas de segurança na povoação de Carayaca com o fim de salvaguardar a vida e os bens dos seus habitantes. Numa assembleia extraordinária realizada entre os órgãos de segurança e os representantes dos diferentes conselhos comunais, foi acordado que 30 elementos militares vão ser destacados permanentemente nesta paróquia. Há uns tempos, Carayaca era apelidada de "Suiça do Litoral". Mas desde há três anos a esta data, já são muitos que a chamam de "Kosovo do Litoral". Roubos, assassinatos, sequestros, extorsão ou violações entraram no quotidiano dos habitantes e vizinhos desta povoação. O perigo está presente em todos os cantos. Tanto assim é que são muitos os que se consideram "escravos". O pânico que actualmente se apoderou dos habitantes tem as suas origens nas enxurradas de 1999, quando se instalou em Carayaca muita gente de "maus costumes vindos de La Guaira e outros locais de Vargas", comenta um habitante. Na zona não é nenhum segredo que se cobra a "vacuna" (crime de extorsão) a comerciantes, razão pela qual as autoridades não descartam que o último assassinato do cidadão português possa estar relacionado com esta prática ilícita. Muitos dos estabelecimentos comerciais que funcionam no centro de Carayaca estão a ser alvo do crime de extorsão que é perpetrado por um grupo organizado que, apesar de já ter sido denunciado em inúmeras ocasiões, "as autoridades se negam a ver", reclama outro habitante do sector. Cerca de 70 por cento do comércio da zona está em mãos de comerciantes portugueses, naturais da Ilha da Madeira, alguns dos quais também se tem dedicado à agricultura. A grande maioria dos emigrantes radicados em Carayaca
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Assassinato gera revolta
O
Delia Meneses
Silvino Candelária Miranda, 42 anos, era talvez o comerciante mais querido da localidade.
Casos conhecidos - Silvino Candelária Miranda, natural do Faial, assassinado com um disparo na cabeça; - José Freitas, nascido no Funchal, assassinado com vários disparos; - António Rocha, natural da Calheta, ferido com dois tiros; - Francisco Lobo da Silva, luso-descendente de pais naturais da Ponta de Sol, ferido com vários tiros; - Manuel Mateus ferido com vários tiros, o que lhe provocou a invalidez de um dos braços; - Manuel Pereira, natural da Calheta, perdeu a vista e ficou sem sensibilidade na metade da cara, por causa dum tiroteio onde faleceu o seu genro;
confessa que se pudesse vender os seus pertences, voltariam sem pensar à terra onde nasceram, devido ao terror que sentem de poder vir a converterse na próxima vítima da delinquência. No dia seguinte à morte de Silvino Miranda, as lojas foram fechadas ao público durante dois dias, como sinal de protesto. O comandante de Polivargas comprometeu-se a depurar a instituição policial e a trabalhar
- Família Mourinho, natural dos Canhas, vítima de sequestro e extorsão; - Família Jardim Rochinha, natural do Faial, vítima de sequestro e extorsão; - Família Nascimento, naturais da Calheta, vítima de ameaça e extorsão; - Família Jardim, naturais do Porto Moniz, vítima de ameaça e extorsão; - Laudet Pinto, nascido no Curral das Freiras, vítima de roubo e ameaças; - Família Baeta, naturais do Porto Moniz, vítimas de roubo, vários feridos e um morto; - Luís Fernandes, natural do Concelho de Santa Cruz, e dono da padaria Leyfrei relata que foi roubado 13 vezes num mês.
conjuntamente com a Guardia Nacional. Para reforçar a segurança, será instalado um ponto de controlo fixo e dois móveis, 24 horas por dia, e foi pedido aos habitantes de que supervisionem os trabalhos dos funcionários policiais. Em Carayaca calcula-se que moram mais de 150 famílias oriundas da Ilha da Madeira, muitas das quais podem continuar a ser o alvo preferido da delinquência. A insegurança já desintegrou mais de 15 famílias
Silvino Candelária Miranda.
lusas nesta localidade, de uma maneira ou de outra, como se pode ver na caixa de "casos conhecidos".
O assassinato de um madeirense natural do Faial incendiou as ruas de Carayaca, uma povoação situada nas montanhas do Estado Vargas. Silvino Candelária Miranda, 42 anos, era talvez o comerciante mais querido da localidade, daí que a sua morte tenha desencadeado uma ira sem precedentes junto da comunidade onde estava inserido. O povo declarou-se em "pé de guerra".No meio do protesto, que durou sete horas, todas as vias de acesso à paróquia foram bloqueadas, cerca de uma centena de manifestantes atearam fogo a pneus e um grupo de comerciantes decidiram encerrar os seus estabelecimentos até que sejam tomadas medidas eficazes para travar a insegurança. O alarmismo e a consternação reinantes entre a comunidade não são gratuitos.Só este mês já se registaram cinco homicídios nesta localidade varguense, segundo referiu Mireya Martínez, presidente da junta paroquial. O madeirense era dono dos supermercados "Lusitana" e "El Rey de Carayaca" e estava radicado na Venezuela há 30 anos. Encontrou a morte perto de casa, na rua principal de Carayaca, quando saia do trabalho e se dirigia ao volante do seu carro para casa, situada no sector Tamanaco. Foi assassinado com um disparo de arma de fogo na cabeça por um indivíduo que conseguiu escapar sem deixar pistas à polícia quanto à sua identidade. O comerciante, que tinha estado de férias na Madeira em Maio último, teve morte instantânea e não foi despojado de nenhum dos pertences que trazia consigo. Os familiares especulam que o disparo foi efectuado como retaliação pelo facto de não trazer dinheiro vivo consigo quando foi assaltado. "Era uma pessoa muito trabalhadora e de bom coração, ajudava todos os vizinhos sem discriminação", assegurou Carmen, uma vizinha de Silvino Miranda, que era casado com uma madeirense natural da Calheta, com quem deixa três filhos, de 15, 11 e 5 anos. O emigrante, tido como o principal promotor das festas de San José de Carayaca e da Virgem de Fátima, tinha sido sequestrado há dois anos quando conduzia em direcção ao mercado de Coche, onde se ia abastecer de alimentos para os seus dois supermercados. A manifestação de grande estima e carinho que todos os residentes da localidade tinham por Silvino foi mais que evidente no cortejo fúnebre que o acompanhou.Praticamente todos os habitantes de Carayaca estiveram presentes no funeral, ocasião que foi aproveitada para manifestar o sentimento de impotência que reina nas suas almas, e que foi resumida e amplamente expresso através da frase:"Queremos justiça já".
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Portuguesa presa pede que Portugal confirme a sua inocência
María Antonieta Parreira Amaral.
resa há três anos na Venezuela por tráfico de droga, a portuguesa Maria Antonieta Liz, uma das passageiras do voo da Air Luxor onde foram detectados quase 400 quilos de cocaína, pede a Portugal para confirmar a sua inocência. "Três anos depois e tudo na mesma. Nada se resolve e tenho muita pena que
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Portugal, realmente, não me dê uma ajuda. Continuo dizendo sempre o mesmo, mas é verdade: eu sou inocente", desabafou a portuguesa numa entrevista à Agência Lusa, na cadeia perto de Caracas onde cumpre a sentença de nove anos de prisão. "Tenho tudo aqui (papéis do Ministério Público de Portugal) que diz que sou inocente e Portugal não me dá uma ajuda. Não compensa realmente ser cidadã portuguesa", sublinhou. Maria Antonieta Parreira Amaral Liz, 55 anos, faz parte de um grupo de três portuguesas condenadas, a 15 de Dezembro de 2005, a nove anos de prisão por tráfico de droga, um caso pelo qual seis venezuelanos foram condenados a cumprir entre quatro anos e meio e nove anos de cadeia. Em causa está a detecção, a 24 de Outubro de 2004, de cerca de 400 quilos de cocaína de alta pureza no porta-bagagem de um avião Citation X - propriedade da Tinerlines e fretado pela Air Luxor -, cuja tripulação impediu que fosse enviada para Portugal, por via aérea. Documentos da Procuradoria-Geral da República de Portugal, a que a Agência Lusa teve acesso, revelam que a cidadã portuguesa "limitou-se a ser recrutada `in extremis`" para acompanhar uma amiga numa viagem à Venezuela.
"Aceitou viajar, o que é sempre agradável e de difícil acesso ao comum dos cidadãos. Só isso. Os autos nada mais contêm, relativamente a ela", lê-se. Mas Maria Antonieta diz saber que Portugal "não pode interferir na parte de tribunais" e que esperava que as autoridades consulares "falassem com alguém de direito" para ver "o que se passa e dar, pelo menos, andamento", porque só está "à espera que formem um tribunal de recurso para ser julgada novamente". "Penso que entre governos poderá haver um acesso a esse tribunal", diz Antonieta que confessa temer ficar presa indefinidamente porque a sua advogada defensora, oficiosa, lhe informou que "não há prazos" para que o novo tribunal de recurso se forme. "Meu Deus, eu já esperei três anos por um crime que nunca cometi na vida, nem cometeria nunca, porque é que heide ficar aqui, esperando o quê? Estou muito cansada de tudo isto. Acho que é de uma injustiça total e não percebo como é que o governo português não vê isso, como é que deixa uma cidadã estar aqui", afirou. Por outro lado, a portuguesa sublinhou que "há três anos" que não faz os seus exames médicos e que a sua saúde "está muito mais desgatada (...) que quando entrou (na cadeia) e ninguém se preocupa".
Antonieta insiste que "uma dona de casa é uma pessoa que não conta na vida dos portugueses". "Tenho pena dizer isto mas é verdade", disse a portuguesa, queixando-se da insensibilidade e temores dos seres humanos, porque "quando se fala em droga é como virem visitar as pessoas às cadeias, têm medo porque podem conectá-las com droga". Apesar das dificuldades, a portuguesa pretende fazer tudo para "regressar a Portugal com o nome completamente limpo, como sempre foi". "A minha vida foi sempre decente, tive uns óptimos pais que me educaram como deve ser", disse. Em finais de Maio de 2007, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela deferiu um pedido apresentado um ano antes pela defesa de Maria Antonieta e ordenou ao Tribunal de Vargas para admitir o recurso da sentença de prisão, recusado com o argumento de tinha sido apresentado fora do prazo legal. Cinco meses depois, o Tribunal de Vargas não conseguiu reunir o mínimo de três juízes para formar um tribunal de recurso, que terá a missão de ouvir a portuguesa, decidir se confirma a sentença anterior, se ordena a sua liberdade ou eventualmente procede a separar o seu expediente e inicia novo julgamento.
Breves
Comerciante morto em tiroteio entre polícias e ladrões Na madrugada da passada terça-feira, a morte chegou ao quarto de João Faria, 72 anos, na zona de Tejerías.Uma troca de tiros que teve lugar em frente da sua casa de dois andares, levou o comerciante, natural da freguesia do Campanário, Madeira, a levantar-se da cama. Em má hora o fez, pois acabou por ser atingido quando tentava perceber desde a sua varanda o que se estava passar.Foi baleado na zona abaixo da cintura e, apePUBLICIDADE
sar de ainda ter sido levado com vida para o hospital mais próximo, veio a sucumbir devido ao muito sangue perdido em consequência do ferimento, que atingiu a artéria femural. Até à data ainda está por apurar a origem da bala que matou este comerciante, que estava radicado há 48 anos na Venezuela e onde era proprietário da padaria Flor de Tejerías. Tanto quanto se sabe, o projéctil tanto po-
derá ter sido disparado por um dos agentes da polícia como por um dos membros do grupo de delinquentes intervenientes na troca de tiros, registada por volta das 2 horas, que se seguiu a um assalto a uma loja de bebidas situado ao lado da casa do madeirense. A vítima tinha regressado há dois dias à Venezuela depois de umas férias de seis meses na Madeira, aproveitada também para consultas médicas relacionadas com
o "pacemacker" que o ajudava a viver há alguns anos a esta parte. Horas antes da tragédia, tinha estado a efectuar telefonemas à família para avisar que já se encontrava em casa.Deixa cinco filhos, todos maiores de idade. João Faria era uma pessoa muito apreciada no seio da comunidade portuguesa, onde era conhecido por ter organizado durante muitos anos as festas em honra de Nossa Senhora de Fátima da localidade de Tejerías.
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'Aparição' de Fátima em Paraguaná Edgar Barreto de Gouveia ebarreto@correiodevenezuela.com
an Nicolás de Bari era a única grande paróquia da Península de Paraguaná que não tinha uma imagem da virgem de Fátima para a veneração dos seus fiéis. Mas, em 13 de Outubro último ocorreu o "milagre" e a "divina Senhora" chegou directamente de Fátima à urbanização Santa Irene, graças ao esforço de duas famílias portuguesas que residem na localidade. Arlindo Abreu, filho de pais naturais da Ribeira Brava, Ilha da Madeira, incentivou a sua família a realizar a doação. "Era uma promessa que tínhamos para pagar há muito tempo, devido a uma operação a que foi sujeita a minha mãe e que correu bem", lembrou, explicando que desde 2002, quando visitou Portugal, que estava a tentar trazer a imagem, apesar dos muitos
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"obstáculos". A "aparição" da virgem em Paraguaná foi ganhando forma quando Arlindo conheceu, há um ano, Janeth de Oliveira, a qual, devido a uma promessa feita, também tinha planos para trazer uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e realizar um acto comemorativo para honrar a Virgem. A imagem chegou também graças ao cantor Sebastião, que contactou com uma pessoa na cidade de Caracas para tratar da transladação. "O que falta agora é construir um altar e o meu desejo é que os portugueses da zona se unam e que pelo menos a 13 de cada mês se reúnam com as suas famílias e se possa realizar as festas da padroeira em conjunto com todas as paróquias (Caja de Agua, Paróquia Nossa Senhora de Fátima, igreja Catedral, igreja de Puerta Maraven), que veneram a Virgem de Fátima", ex-
pressou Janeth de Oliveira, cuja família é natural do arquipélago dos Açores. O padre Ronaldo, pároco de San Nicolas de Bari, disse ser um motivo de "grande alegria" já se poder contar com a presença da Virgem na paróquia, ainda por cima quando nesta residem um importante número de portugueses e descendentes. Para todos, a chegada da imagem constitui um momento de grande regozijo, especialmente quando o ícone com um metro de altura que foi trazido de Fátima entrou na igreja de San Nicolás de Bari, em Santa Irene. Durante a procissão, eram muitas as pessoas que cantavam e rezavam com alegria. A celebração foi encerrada com a actuação do grupo Luso Venezuelano Nova Geração de Paraguaná, que apresentou um emotivo espectáculo de boasvindas à padroeira dos portugueses.
Para todos, a chegada da imagem constitui um momento de grande regozijo.
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VENEZUELA
Cavenport já trabalha Carlos A. Balaguera cbalaguera@correiodevenezuela.com
uma reunião realizada na Casa Portuguesa de Maracay, a Câmara Venezuelana Portuguesa, elegeu a junta directiva que vai gerir os destinos da nova Câmara de Comércio (Cavenport), nos próximos dois anos (20072009). A nova direcção vai tomar posse a
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1 de Novembro próximo, poucas horas antes de se iniciar a inauguração da Feira Industrial da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Indústria, Turismo e Afins, nas instalações da Universidade Metropolitana de Caracas. O presidente de Cavenport, José Luís Ferreira, em declarações prestadas ao CORREIO, disse que a Câmara Venezuelana Portuguesa arranca agora com uma direcção nacional, mas de-
Direcção da Cavenport (2007 - 2009) Presidente
José Luís Ferreira
Vice-presidente
Manuel Martins Pereira
Secretário-GeralInácio
Afonso Gouveia Pereira
Secretário de Finanças
António Maurílio Martinho dos Santos
Actas e Correspondências
Gilberto Gonçalves
Relaciones Institucionais
Orlando Camacho
Directores: Victor da Silva, Oswaldo Freitas, António Freitas, Humberto Rodrigues do Nascimento, Manuel Moreira Batista, Gabriela Gonzalez, Carlos Pereira dos Ramos, Gabriel Pombo, David Alcalá.
pois será complementada com secções a constituir por todo o território venezuelano. "Já temos a secção de Carabobo e Aragua, e actualmente estamos em conversações para dar inicio às secções de Maracaibo, Puerto Ordaz, Vargas e zona de Miranda", acrescentou, sublinhando que a actual direcção nacional está a fazer um esforço no sentido de "demonstrar que somos uma equipa de trabalho para todo o grémio empresarial da comunidade portuguesa". Na última reunião realizada na Casa Portuguesa de Maracay, Cavenport apresentou também a sua nova imagem, plasmada no logótipo que agora identifica a esta associação, como se mostra na foto. Sobre a feira, que decorre de 1 a 4 de Novembro no CIEC, Ferreira disse que esta vai servir para que as duas câmaras de comércio concluam o processo de integração através dum tra-
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balho conjunto. "Foi muito positivo porque realizamos reuniões durante todo o ano e fomos trabalhando na unificação. Esta aliança está ao serviço de toda a comunidade lusa que trabalha no comércio, na indústria, no turismo e actividades afins", declarou, lembrando que "estes últimos são todos aqueles profissionais que trabalham de forma independente na Venezuela". PUBLICIDADE
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Detidos dois portugueses acusados de "peculato" Tribunal 5.º de Controlo de Caracas decretou a prisão preventiva de quatro pessoas, entre as quais dois comerciantes portugueses, acusados de alegadamente venderem produtos do cabaz básico alimentar a preços superiores ao fixado pelo governo venezuelano. Fonte judicial disse à agência Lusa que os dois portugueses, Antero Abreu Pestana e José Rodríguez Pestana, foram acusados de "corrupção" e de "peculato duvidoso". Pelo mesmo delito foi acusada uma mulher, Leidis Rivas Parra, gerente da sucursal da rede estatal de supermercados Mercal (mercados de alimentos) em Los Flores, oeste de Caracas. Nesta acção policial, foi ainda detido Leandro José Ramírez, que trabalhava no mesmo estabelecimento. As investigações duraram uma semana e terminaram sexta-feira com a detenção de quatro pessoas. Segundo o Ministério Público, os dois portugueses "vendiam produtos alimentares de Mercal a preços superiores ao estabelecido" num estabelecimento do qual eram proprietários em Propatria, a oeste de Caracas. Os produtos Mercal são conhecidos por serem, na sua maioria, importados e subsidiados pelo gover-
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Os dois portugueses "vendiam produtos alimentares de Mercal a preços superiores ao estabelecido".
no venezuelano. Estes são vendidos exclusivamente em supermercados do mesmo nome e em mercados populares, jun-
to dos bairros mais pobres do país. Em Fevereiro, o Presidente venezuelano declarou guerra contra os especuladores de preços e pediu aos conselhos comunais - uma espécie de associações de vizinhos - que reportassem situações de eventual especulação para "intervir e depois expropriar" os espaços comerciais. Advertiu que através da Lei Especial de Defesa Popular (LEDP), nacionalizaria os supermercados, mercearias e armazéns frigoríficos se os proprietários desrespeitassem a tabela de preços estipulada pelas autoridades. Além da expropriação, a LEDP prevê a interdição para o exercício do comércio até 10 anos, encerramentos dos estabelecimentos até 90 dias, com obrigação de pagar os salários dos empregados, multas até 270 mil euros e penas que oscilam entre dois a seis anos de prisão. Os recursos provenientes das multas aplicadas destinam-se ao Fundo Nacional de Conselhos Comunais (antigas associações de vizinhos) que estão instruídos para criar Comissões de Controlo Social para o Abastecimento, encarregadas de verificar se os estabelecimentos comerciais das suas áreas cumprem a tabela oficial de preços.
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Escolas sem livros
A Escola da Casa Portuguesa de Maracay conta actualmente com 45 alunos de português.
Carlos A. Balaguera cbalaguera@correiodevenezuela.com
Escola da Casa Portuguesa de Maracay, que conta actualmente com 45 alunos de português, recebeu recentemente a visita do presidente da Câmara Venezuelana Portuguesa, José Luís Ferreira, que ficou a conhecer, através do professor Manuel Alves de Oliveira, algumas das necessidades mais prementes que afligem as escolas que promovem o ensino do idioma luso nos Estados
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centrais. A principal preocupação prende-se com a dificuldade de encontrar os livros adequados para o ensino da língua de Camões, comentou Alves de Oliveira, professor que leva 15 anos a ministrar aulas de português em vários estados de Venezuela. Até ao final do corrente mês, serão muitos os estabelecimentos de ensino que ainda não terão recebido os livros que inicialmente tinham sido prometidos para 17 de Setembro. "Estamos muito preocupados porque as aulas já começaram e
desconhecemos quando é que os livros vão chegar", lamenta o professor. Perante esta situação, o presidente da Câmara de Comércio comprometeu-se a contactar, durante a próxima semana, a Secretaria de Estado, em Lisboa, no sentido de ser encontrada uma solução para este problema. De igual modo, prometeu tentar obter alguma resposta junto da editora, a fim de ver se é possível conseguir que os livros não continuem a chegar às aulas de português depois dos alunos.
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Breves
Chacao homenageia milhares de imigrantes Pelo terceiro ano consecutivo, celebrou-se na Plaza Bolívar de Chacao o Festival da Esperança, um evento, marcado pelas exposições gastronómicas e culturais, que rendeu homenagem aos milhares de imigrantes radicados no município. Luis Reyes Farfán, juiz de Paz e orador de serviço no festival, fez questão de ressalvar que sem os seus imigrantes, Chacao não seria apenas mais uma povoação. Lembrou depois que todas as tradições desta zona têm raízes europeias, como a da Virgem de Fátima, de Rocío ou de Coromoto e San José de Chacao. E, inclusivamente a dos palmeros: "Recordam que a tradição de ir buscar as palmas ao Ávila nasce em 1780, com um sacerdote espanhol, José García Mohedano?", perguntou à multi-
dão. O conselheiro Emilio Graterón recordou, por seu turno, que dos 70 mil habitantes de Chacao, dez mil são imigrantes: "Por ocasião do 12 de Outubro, é pertinente homenagear todas essas pessoas que vieram ajudar-nos a construir o país e graças aos quais temos dos mais arraigados princípios de tolerância e respeito pela diversidade". Também explicou que o nome do festival se fica a dever a uma conclusão revelada por uma sondagem feita junto dos imigrantes, que se deram conta de que a palavra "esperança" estava sempre presente nos seus relatos. Na feira gastronómica estiveram representadas as cozinhas da Colômbia, Peru, Bolívia, Itália, Portugal, Espanha, e China, entre outros países.
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O Grupo Folclórico da Casa da Povo da Camacha na sua recente deslocação a Bélgica.
Festa de Santa Cruz em Turumo O Centro Marítimo da Venezuela, em Turumo, vai juntar no sábado 3 de Novembro os emigrantes das freguesias do concelho de Santa Cruz, numa festa em que marcarão presença diversos representantes autárquicos e o Grupo Folclórico da Casa da Povo da Camacha. A festa está integrada no programa da visita à Venezuela, promovida pela Câmara Municipal de Santa Cruz, que se inicia no próximo fim-de-semana e que
também tem o Festival de Folclore Madeirense, em Puerto de La Cruz, e a "Feira Internacional Venezuelana-Portuguesa e da Comunidade Europeia" , em Caracas, como pontos altos da deslocação. A festa santacruzense marcará o encerramento da digressão, reunindo no ex-Centro Luso de Caracas (que este ano se fundiu com o Marítimo da Venezuela) várias famílias oriundas das diversas freguesias do concelho de Santa Cruz. O programa festivo prevê uma tar-
de com um atelier de dança e instrumentos, dirigido aos jovens da comunidade, e o reviver dos jogos tradicionais madeirenses (peão, corda, burro, pedrinhas, jogos cantados, etc.), tudo dinamizado pelo Grupo Folclórico da Camacha que também tem preparado um magusto à moda da Madeira. O programa encerra com as actuações do grupo folclórico e do fadista João Fernandes. PUERTO LA CRUZ E CARACAS Antes da presença em Turu-
mo, nos arredores de Caracas, a representação autárquica de Santa Cruz, presidida por José Alberto Gonçalves, estará em Puerto de La Cruz, onde já neste fim-de-semana decorre o Festival de Folclore Madeirense, durante o qual os vários grupos da comunidade homenagearão Maria Ascensão. Na quinta-feira, primeiro de Novembro, a comitiva santacruzense participa na Feira Internacional Venezuelana-Portuguesa e da Comunidade Europeia. No dia seguinte asso-
cia-se ao oitavo aniversário do CORREIO da Venezuela, no Centro Português, em Caracas, onde o Grupo Folclórico da Camacha actuará para toda a comunidade luso-venezuelana. As cidades de Valencia e Maracay também estão incluidas na agenda. O grupo visitará o Centro Social Madeirense e depois terá um jantar na Casa Portuguesa do estado Aragua onde estará presente na tomada de posse da nova junta directiva deste clube.
Breves
Centro Luso Larense celebrou 30º aniversário O 30º aniversário do Centro Luso Larense foi celebrado com uma grande festa de gala, onde os dirigentes se esmeraram em atenções para com os sócios, convidados especiais e outros membros da comunidade luso-venezuelana que marcaram presença. Após umas palavras de ocasião
e de boas-vindas proferidas por Adelino Rodrigues, presidente do Centro, a celebração teve início num salão lotado, mas que permitiu aos participantes dançar ao som da música das orquestras "Nueva Imagen" e a famosa "Billo´s". No segundo dia da festa foi reinaugurado o parque infantil, que
A junta directiva do Centro Luso Larense se esmerarou em atenções para com os sócios.
passou a oferecer novas atracções para deleite dos mais pequenos. A professora Fátima Fernandes, coordenadora da cultura do centro, comentou depois ao CORREIO que se está a trabalhar em projectos abrangentes, juntamente com membros do seu comité, para promover a cultura portuguesa no Estado La-
ra. Quando o relógio marcava as 0h30, todos os participantes na celebração tiveram a oportunidade de cantar os parabéns, acompanhados pela orquestra Billo´s, que depois deu lugar a um espectáculo de pirotecnia, que por sua vez marcou o arranque duma festa que se prolongou até ao amanhecer.
Os participantes dançaram ao som da música da famosa "Billo´s".
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Venezuelanos levaram mosquito para a Madeira
VENEZUELA
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Jorge Atouguia, médico madeirense, falou, na UCV, das duas visões existentes dos dois lados do Atlântico sobre as doenças tropicais. Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
a celebração do 60.º aniversário do Instituto de Medicina Tropical da Universidade Central da Venezuela, o professor da Universidade Nova de Lisboa Jorge Atouguia deu uma conferência acerca da difusão das doenças das tropicais no mundo e a sua recente chegada, em menor escala, a Portugal. Segundo os estudos que fez no Instituto de Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, organismo dirigido por Atouguia, a propagação de doenças que existem apenas nos trópicos deve-se ao facto de o clima global estar mais quente e os insectos poderem agora viver muito melhor nessas zonas. Por isso, vêem com atenção a possibilidade de propagação, em grande escala, de doenças tropicais em zonas temperadas. "Há uma emergência de doenças tropicais longe dos trópicos", sublinhou. A palestra deste médico funchalense versou sobre os problemas actuais da
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transmissão das doenças tropicais vista de três formas distintas. Primeiro, tratou da visão dos países do terceiro mundo maioritariamente afectados pelas doenças tropicais e as maneiras possíveis de controlálas dentro de cada país. Depois abordou a questão das pessoas que vivem em países livres de doenças tropicais mas onde os seus habitantes viajam ou trabalham nas áreas onde existem este tipo de patologias. Finalmente, referiu-se ao problema das doenças quando chegam a países como Portugal, onde não existe este tipo de doenças. Atouguia assegurou que todas as chamadas doenças esquecidas que chegaram a Portugal são importadas. "Temos casos de malária trazidos por pessoas que viajam para países endémicos. Temos doenças tropicais como parásitos, helmintos, áscaris. Os países africanos com comunidades portuguesas têm muito mais gente com doenças tropicais que os países da América Latina porque são países que são mais pobres, que não podem lutar contra as infecções". O médico madeirense afirmou, na sua
intervenção, que há um ano que foi identificado o mosquito Aedes aegypti, insecto transmissor de doenças como o dengue, na ilha da Madeira. Segundo os estudos realizados pelo Instituto que preside, aquele é procedente da Venezuela. A razão dada foi a activa relação entre aquela comunidade e o país de Bolívar. "Existem voos directos de Caracas para a Madeira, o mosquito poderia sobreviver e há muitos mosquitos aqui. Os outros sítios possíveis de onde o mosquito poderia partir ficam mais longe e não haveria tantas possibilidades de sobrevivência". O médico disse estar muito satisfeito pela sua visita e confessou ter aprendido com a Venezuela. "Aqui há muita gente competente e com muita vontade de trabalhar. Claro que também há dificuldades no que diz respeito às condições de trabalho mas isso também acontece em Portugal. Aqui, presta-se muita atenção às doenças tropicais, às epidemias e ao problema da Sida. Aprendi muito. Vamos continuar com a cooperação e viagens entre um país e outro para levar a cabo pro-
jectos comuns". Jorge Atouguia foi convidado da Associação de Médicos LusoVenezuelanos (Asomeluve) para fomentar o intercâmbio científico entre a Venezuela e Portugal. Juan Marques, presidente desta organização, explicou que a visita foi muito interessante. "O encontro foi muito produtivo porque foi possível partilhar opiniões de peritos venezuelanos na área das doenças infecciosas com o Dr. Atouguia. A sua visita focalizou-se na área das doenças tropicais, muitas das quais se denominam doenças esquecidas ou do viajante, que a cada dia ganham mais importância à medida que viajam em redor do mundo". Juan Marques expressou ainda que a Asomeluve organizará duas actividades importantes no próximo ano. A primeira será no âmbito do congresso venezuelano de neurologia e do primeiro simpósio luso-venezuelano de cardiologia. A actividade contará com membros da sociedade portuguesa de cardiologia, partilhando opiniões com representantes da sociedade venezuelana de cardiologia. A iniciativa terá lugar a 18 de Julho de 2008. PUBLICIDADE
A palestra do médico funchalense versou sobre os problemas actuais da transmissão das doenças tropicais PUBLICIDADE
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História de Vida
Orlando Pereira Vás Aveiro
"Quando somos jovens não tememos nada" Erika Correia
rlando Pereira Vás, nascido em Aveiro a 9 de Março de 1938, é um dos muitos portugueses que, movidos pela curiosidade, vieram em busca de um futuro melhor e de um progresso financeiro que na época não se encontrava com facilidade em Portugal. As aulas no colégio duraram apenas seis meses, e a sua vontade de se tornar independente fê-lo começar a trabalhar desde muito cedo. Aos 10 anos, já era vendedor de alimentos, com a sua bicicleta, por toda a zona, mas não tinha ganhos alguns, fazia-o apenas para colaborar em casa. "Eu vivi com os meus avós, já que a minha mãe foi uma pessoa muito doente que passava muito tempo em hospitais à espera de cura, e o meu pai emigrou quando eu tinha apenas três anos de idade". O emigrante conta que a sua vida em Portugal foi bastante dura, já que tinha problemas frequentes nas ruas devido à guerra e ao pós-guerra, e a maioria dos comércios estavam em conflito com as autoridades, o que dificultava tudo ainda mais. "Trabalhava muitíssimo e era muito duro. Soube da Venezuela porque o meu irmão emigrou para este país para ver se era verdade o que diziam. Esperei dois anos para que ele me
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desse resposta e logo que soube que havia oportunidades de se abrirem caminhos aqui, vim. Quando somos jovens e livres, não tememos nada". Depois de uma longa viagem de 33 dias a bordo do navio António Susodimare, chegou à La Guaira, sendo esta a última viagem da embarcação entre
gar onde Orlando se estabeleceu quando chegou. Ali começou a trabalhar numa padaria, propriedade de um dos primos, e onde também trabalhava o seu irmão. "Aos 18 anos, trabalhei como taxista, e depois como empregado numa empresa de limpeza. Isto foi o que me ajudou a
infância, Alda Fernandes Nunes, a quem conheci quando tinha 13 anos". À medida que o tempo foi passando, surgiu-lhe uma grande oportunidade de comprar uma lavandaria industrial, situada em Califórnia Norte em Caracas, à qual se entregou em pleno até que, por motivos de saúde, teve de vender a
Sua actual esposa é uma venezuelana que lhe deu todo o apoio e carinho que Orlando necessitava.
Lisboa e Venezuela. "Foi uma travessia esgotante, pois passamos três dias acidentados em alto mar". A zona de Sabana Grande na cidade de Caracas foi o lu-
tornar-me independente, já que quase todos os ganhos eram meus. Comprei um apartamento em Colinas de Bello Monte e casei-me, através de uma procuração, com a minha noiva de
sua parte, já que as suas poupanças se evaporaram devido aos gastos médicos. "Amputaram-me uma perna, o que me fez centrar-me na minha recuperação física e graças a um
compadre que me ofereceu trabalho e muita ajuda, pude começar de novo a lutar pela minha estabilidade em todos os aspectos". Como nota curiosa, Orlando comenta que a sua esposa faleceu num acidente de trânsito quando ia visitar aquela que, naquela altura, era sua secretária na lavandaria e amiga íntima da mulher, e que actualmente é sua esposa, uma venezuelana que lhe deu todo o apoio e carinho de que necessitava. Já está há quatro anos a trabalhar para a fábrica do seu compadre, situada em Mariches, encarregando-se de tudo o que está relacionado com a entrada e saída de materiais na fábrica, certificando-se que tudo está em perfeita ordem. Na sua longa estadia neste país, Orlando fez parte da direcção do Clube de Turumo, agora chamado Marítimo de Venezuela, durante 12 anos consecutivos. "Em 1976, tive a honra de apresentar a Ramalho Eanes, o Presidente de Portugal, a todos os membros do clube na altura. Também viajei no primeiro voo realizado pela TAP entre Caracas e Lisboa, e foi maravilhoso". A última vez que esteve em Portugal foi há quatro anos, quando teve de ser operado do coração, e esteve vários dias em Coimbra enquanto se recuperava. Visitou os seus familiares, regressando depois à sua segunda terra, Venezuela.
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Programa de rádio combate apatia
Mayoslin Chirinos é a voz de "Fiesta Lusitana".
Edgar Barreto De Gouveia ebarreto@correiodevenezuela.com
a cidade de Santa Ana de Coro está no ar desde 1 de Outubro o programa "Fiesta Lusitana", na emissora Rumbera Network 102.3, em frequência modulada. Trata-se duma produção susceptível de ser ouvida por todos os habitantes dos estados Falcón, Zulia e ainda internacionalmente nas
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Ilhas de Aruba e Curaçao. O programa produzido por Adaes Producciones conta com uma jovem venezuelana, de 26 anos de idade, nascida em Santa Ana de Coro, que consegue espalhar com a sua voz muita alegria, deleitando os ouvintes com as suas vivências. "Gosto da cultura portuguesa e tenho muita vontade de aprender", conta, confessando que investiga todos os dias os temas que expõe no programa, o qual a "entusiasma muito". Com “Fiesta Lusitana”, Mayoslin Chirinos aspira contribuir para que a comunidade lusitana de Coro reactive as suas tradições, festividades e a união que antes existia entre os seus membros. "Lamento quando oiço muitos portugueses dizer que apenas se vêem quando vão a um funeral", comenta Chirinos, referindo-se à apatia que caracteriza a comunidade lusa radicada nesta cidade. "Há muita desunião, não há relacionamentos. A comunidade parece que está apagada, sem motivação, embora sinta que há vontade de melhorar, só que não sabem por onde começar". Um dos objectivos do programa radial, explica Chirinos, é mesmo o de incutir o amor pela cultura portuguesa junto dos mais jovens e levantar o ânimo no seio da comunidade.
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Neto de lusos integra Waikao
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Edgar Barreto De Gouveia
iguel, Edgar, El Bebe e José são quatro jovens que residem na cidade de Santa Ana de coro, capital do Estado Falcón, que criaram há um ano um grupo de "regueeton" romântico chamado Waikao. Miguel Rodríguez, 16 anos, estudante do ciclo diversificado, neto de avós madeirenses, afirma ter "muita vontade de triunfar com o favor de Deus, com muita constância e dedicação", seguindo um pouco o exemplo do avô, que "chegou só à Venezuela e à medida que foi trabalhando, conseguiu trazer a família desde Portugal". Os membros do grupo possuem idades compreendidas entre os 15 e os 22 anos. Estão juntos há cinco meses e já lançaram três temas musicais: Morena, Traicionera e Esperándote, que passam insistentemente nas emissoras de rádio regionais. Edgar, o mentor da ideia original, explica que a "banda" está composta por músicos ao vivo, um DJ, e um grupo de dançarinos "pa-
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Os membros do grupo possuem idades compreendidas entre os 15 e os 22 anos.
ra dar um 'swing' diferente". "A nossa primeira produção não terá apenas o regueeton como também terá cumbia, que é um estilo diferente, o nosso estilo, a nossa união e as nossas vontades de seguir em frente", acrescentou. Desde o seu lançamento, em 30 de Junho, num colégio salesiano desta cidade, Waikao tem partilhado o palco com artistas nacionais como os Adolescentes, Tecupae, Koquimba, e internacionais, como o Binomio de Oro. PUBLICIDADE
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Dulce Pontes despida de preconceitos na UCV A fadista apresenta o seu mais recente trabalho ao público venezuelano, este domingo, mas também recordará temas anteriores Delia Meneses seu primeiro grande palco foi o Casino Estoril. Depois, ao obter uma excelente classificação no Festival Eurovisão, a sua fama foi catapultada para todo o Portugal. A cantora natural do Montijo, cidade vizinha de Lisboa, foi ganhando um lugar de destaque entre as melhores vozes femininas da Europa. Na senda da lendária Amália Rodrigues, Dulce Pontes reinventou o fado incorporando no seu repertório alusões à música cigana e árabe, junto com matizes barrocos e folclore português. Será com esta combinação de estilos que deleitará o público que marcará presença no único e talvez irrepetível concerto que, no âmbito do Festival Portugal é Europa, acontece na Aula Magna da UCV no domingo 28 de Outubro, A cantora, que se desloca pela primeira vez a Caracas, admite não ter nenhuma referência musical venezuelana. "Sempre que vou a um país pela primeira vez trato de chegar sem preconceitos. Nunca espero nada. Vou para partilhar, para sentir o privilégio de poder comunicar", diz, "Vou sempre com o pensamento de dar e não em receber", declarou ao Correio a fadista que durante hora e meia, juntamente com os seus sete músicos, apresentará aos assistentes um espectáculo versátil. Dulce Pontes pretende brindar o público com um repertório de aproximadamente 14 canções, num espectáculo em que também vai passar em revista 'toda' a sua já extensa discografia.
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Na Aula Magna da UCV vai apresentar a seu disco mais recente: O Coração tem três Portas. Mas também parte dos seus seis trabalhos anteriores, editados ao longo dos mais de 20 anos que já leva de carreira. "Estou algo ansiosa por estar na Venezuela, pois ouvi dizer que tem um público muito quente, muito participativo e expressivo. Eu vou apresentar-me totalmente nua como sempre, não literalmente, mas com uma atitude de entrega total. O dia que deixe de ser assim, então já não valerá a pena", afirma a fadista. Para Pontes, Portugal tem um folclore musical muito rico, amplo e profundamente poético que não se limita apenas ao fado. "É um folclore alimentado por muitas influências, incluindo músicas africanas, que muitos dos nossos artistas depois a absorvem como parte da nossa cultura. Eu considero que o folclore é a música portuguesa por excelência porque é a voz do povo, do povo que trabalha". A artista considera que tanto o fado como o emigrante estão unidos pelo mesmo sentimento: a saudade. "Essa saudade que qualquer português que ama Portugal sente, essa necessidade de voltar. Eu também sou emigrante, mas vou muitas vezes a casa", confessa. A fadista começou a trabalhar com o compositor italiano Ennio Morricone no início dos anos 90. Fruto desta relação musical, surgiu, em 2003, o álbum Focus, em que ela dá a voz e ele a música, um disco que recolhe canções de diferentes bandas sonoras do maestro e incluiu cinco novas peças escritas especialmente para o efeito.
Pontes vai apresentar a seu disco mais recente: O Coração tem três Portas.
Teresa Salgueiro homenageia Brasil eresa Salgueiro, a voz dos Madredeus, vai de certo encher de romantismo e melancolia as instalações da Aula Magna da UCV, no sábado 27 de Outubro por ocasião do Festival Portugal é Europa Only Ticket decidiu trazer novamente Teresa Salgueiro porque no ano passado a empresa realizou um estudo de mercado que indicou um êxito de vendas na Venezuela. Nesta ocasião, a cantora, considerada uma das melhores vozes contemporâneas, vai estar em Caracas acompanhada pelo septeto do pianista brasileiro João Cristal.
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A temática do espectáculo envolve um programa dedicado ao Brasil, também contido no seu disco intitulado Você e eu (Tú y yo). Fonte inspiradora das músicas dos Madredeus, Teresa é o icone do conjunto musical e importante referência, quando de cantoras portuguesas se fala. Tendo em consideração o idioma e a internacionalização, para a vocalista a língua portuguesa é muito rica, e pode ser adaptada a muitos estilos diferentes. Entretanto, para ela todos os espectáculos são especiais. "É sempre um privilégio subir a um palco, porque é a expressão de vonta-
de de muitas pessoas”, disse. As entradas ainda estão à venda e podem consegui-las nas bilheteiras da Aula Magna da UCV, nas lojas de música Esperanto (CC San Ignacio, Tolón, Paseo Las Mercedes, Vizcaya e Galerías el Recreo). Os preços dos bilhetes vão desde 320 mil até 170 mil bolívares para estudantes. Teresa Salgueiro e Dulce Pontes vêm à Venezuela graças à empresa de espectáculos Only Ticket Eventos e com o apoio da Embaixada de Portugal na Venezuela, Automercados Plaza, El Nacional, Tap Air Portugal e Correio da Venezuela.
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Musiú: Crónica dos que chegaram Eliadys Sayalero, jovem realizadora, abre, no documentário, uma janela da história da emigração, mas não inclui os portugueses. Ysabel Velásquez ysabelvd@yahoo.com
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paixonada pelo género audiovisual que retracta realidades, Eliadys Sayalero aproximou-se da ideia de expressar-se através das imagens quando estava a estudar comunicação social na UCV, curso que terminou com a elaboração de um "manual para a realização de documentários". Mas foi apenas em 2001 que um anúncio na imprensa que oferecia um curso para documentários em cinema digital a fez passar de simples espectadora a realizadora: "o cineasta que dava o curso era César Cortez, actualmente meu amigo e sócio". Sayalero, hoje directora da Escola de Cinema Documental de Caracas, aprendeu com a experiência nos cargos de assistente de produção e direcção. Trabalhou com Cortez como produtora executiva da longa-metragem documental "Palabra de Mujer" até que em 2005 realiza o seu primeiro projecto próprio, o vídeo "Pollo en brasas". Em 2006, realiza um documentário de 45 minutos sobre Arturo Uslar Pietri, que estreou no dia do centenário do seu nascimento. Com a finalidade de testar o funcionamento do seu manual de produção (trabalho de fim de curso), Sayalero produz um documentário sobre os emigrantes italianos de La Carlota, com o nome "En La Carlota se parla italiano", ponto de partida de "Musiú: crónica dos venezuelanos que chegaram", obra audiovisual com 70 minutos de duração gravada em vídeo digital, uma realização em co-produção entre a Escola de Cinema Documental de Caracas e o Centro Nacional Autónomo de Cinematografia (CNAC), estreado no Centro de Estudos Latino-Americanos Rómulo Gallegos (CELARG) no passado dia 12 de Outubro. "Musiú" aborda a temática da emigração na Venezuela entre os anos 1945 e
1958, no contexto de um país acolhedor, amável e generoso que recebe os sobreviventes da Guerra Civil de Espanha e da Segunda Guerra Mundial. O documentário evidencia valores como o trabalho, a família, amizade e a honra, assim como a inteligência e a constância dos seus protagonistas." Ser filha de emigrante influenciou a jornalista e cineasta para a realização de "Musiú". "A minha mãe nasceu aqui mas o meu pai veio de Espanha e desde pequena que ouvia as histórias da sua chegada à Venezuela. Quando estudei comunicação social e me iniciei na produção audiovisual, quis retratar esse acontecimento porque sempre me pareceu uma bela história". Elías Sayalero, pai de Eliadys, que vive actualmente em Puerto la Cruz, é um dos protagonistas do documentário. "Sempre senti uma grande admiração por estes emigrantes que chegaram de tão longe apenas com uma pequena mala carregada de sonhos e que não tinham outro pensamento que não fosse o de progredir e de fazer as coisas bem, e com esse pensamento contribuíram muito para construir este país de hoje em dia. Este documentário foi construido sobre essa admiração, sobre esse respeito e sobre a minha necessidade de mostrar a todos os venezuelanos o quão valioso foi e continua a ser o legado deixado por estes venezuelanos, que não tinham mais do que amor ao trabalho, à família e a esta terra
que os acolheu. "Musiú" é definitivamente uma homenagem a esses valores". A estrutura narrativa de "Musiú" centra-se precisamente nos valores éticos fundamentais do emigrante de meados do século XX, o amor ao trabalho, à família e ao país. "Tratei de descrever a minha busca enquanto ia ao encontro de cada personagem. Narro histórias de vida a partir de um ângulo pessoal e muito íntimo com a intenção de chegar ao coração dos demais emigrantes; com poucos casos, conto as histórias de milhares e estou certa de que muita gente vai ver-se reflectida nos protagonistas". A jornalista e cineasta explica ainda que este documentário não se centra na nostalgia, ainda que inevitavelmente esta esteja presente em alguns momentos. "Os personagens de "Musiú" são alegres e transmitem força de viver; falam do seu presente como se fossem 20 anos mais novos. Uns, por doença, mudaram de profissão mas continuam produtivos e criativos". Para concluir, esta jovem realizadora venezuelana revela o seu desejo de ter "Musiú" como ponto de partida para outras peças audiovisuais sobre a emigração. "Gostaria de fazer uma segunda parte, e uma terceira, com comunidades específicas de emigrantes. Sei que neste documentário, por força das circunstâncias, a comunidade lusitana ficou pendente, ainda que tenho a certeza que sentirão afinidades com o que é descrito no documentário. Em "Musiú" há 13 personagens que contam a história de milhares… Não são vozes individuais, mas sim um grupo que toma a palavra por muitos… Mas gostaria muito de fazer um documentário sobre os portugueses na Venezuela". O documentário será exibido na Sala Cine do CELARG aos sábados e domingos, às 11:00 horas, de 20 de Outubro a 11 de Novembro.
Musiú: crónica dos venezuelanos que chegaram", é uma obra audiovisual com 70 minutos de duração gravada em vídeo digital
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Os fados da vida de Carlos do Carmo O convite partiu da editora. Carlos do Carmo aceitou-o: escolher os fados da sua vida. O trabalho de pesquisa arrastou-se durante meses. Centenas e centenas de discos. Milhares de horas de audição. "Às vezes a minha mulher perguntava-me: 'Não estás cansado?", lembra o fadista. A compilação levou o tempo que tinha de levar e surge agora em forma de disco. 'As Escolhas de Carlos do Carmo: Fados de Uma Vida' reúne um total de 14 fados, de Amália Rodrigues a João Villaret, passando por Alfredo Marceneiro e Armandinho. No entanto, nem só os que estão presentes na compilação merecem destaque. "Há quatro nomes que não constam do disco: Tristão da Silva, Tony de Matos, Manuel de Almeida e Fernando Farinha, dos quais eu não encontrei gravações que lhes fizessem justiça", explica o fadista. "Durante a minha pesquisa e entre centenas e centenas de discos nunca descobri nenhum que fosse comparável ao que ouvi pessoalmente daqueles quatro fadistas. Por isso quis ser ético e honesto e não levar uma gravação menor às pessoas", acrescenta. Da sua geração, Carlos do Carmo apenas escolheu um nome simbólico, Argentina Santos. Os restantes fados vêm de uma geração anterior à sua. "Podemos ouvir nesta colectânea a magia que o fado contém através da forte personalidade dos seus criadores. Cada um deixa bem claro que cantar o fado não é imitar, é inventar; não é sofrer, é dar um sublinhado de alma ao lado triste da vida", escreve. Nomes novos há muitos, mas para Carlos do Carmo ainda é cedo para evocá-los. "Hoje surgem fadistas todas as semanas. A pressão é muito grande. Vamos ver quem fica", sugere.
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Esperança e confiança para continuar a trabalhar
Mensagem do presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava Ismael Fernandes, à comunidade luso-venezuelana
Num momento político e social momentaneamente conturbado como aquele que atravessa a Venezuela, não podia deixar de começar esta mensagem sem transmitir uma palavra de esperança e confiança a toda a comunidade luso-venezuelana, em especial a comunidade ribeira-bravenses radicada neste belo país. Participar na vida cívica das sociedades onde estamos inseridos é um dever para qualquer cidadão. Daí que não possa deixar de incentivar os nossos compatriotas a aprofundaram o seu envolvimento nas sociedades que os acolheram.
A participação em associações, o criação e a manutenção de contactos com os responsáveis pelas comunidades de destino são factores fundamentais para uma saudável integração e para a própria afirmação da extraordinário dinamismo da comunidade. E isto é válido tanto a Venezuela como para qualquer outro país onde se tenham radicados emigrantes. Aliás, são os portugueses que melhor têm demonstrado que não existem lugares impossíveis onde sempre se pode tentar mudar o rumo da nossa vida. O trabalho, a dedicação, o gosto pelo risco, a
ambição e honestidade estão presentes nos genes dos portugueses. Se assim não fosse, antes como agora, não teríamos saído da terra que nos viu nascer para descobrir outros mundos e relacionarmonos com novos povos. Faço votos para que prossigam este esforço, que deve incluir a mais-valia que é a língua portuguesa. E neste capítulo, queria também felicitar o Correio da Venezuela por mais um aniversário, com desejos de que continue o óptimo serviço informativo que está a prestar a toda a comunidade portuguesa radicada na Venezuela.
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PUBLICIDADE Foto: Canha
Encontro Regional de Bandas No mês de Outubro, quando os arraiais populares e festas religiosas atingem o seu termo, a vila da Ribeira Brava acolhe o Encontro Regional de Bandas. Este evento cultural foi criado como medida de salvaguarda do importante património musical da Região e para
prestar o reconhecimento público da extraordinária colaboração oferecida pelas nossas Filarmónicas em prol das iniciativas públicas de animação e, sobretudo, da alegria inconfundível que imprimem aos típicos arraiais madeirenses.
Onze grupos e cerca de 400 pessoas estiveram envolvidos neste encontro de bandas filarmónicas. Subiram ao palco formações musicais dos vários pontos da Região, nomeadamente, dos concelhos da Ribeira Brava, Funchal, Santana, Porto Santo, Santa Cruz e Machico. Foto: Canha
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CORREIO DA VENEZUELA 25 A 31 DE OUTUBRO DE 2007
Mais de 5000 viaturas foram multadas por estacionamento ilegal em segunda fila em Lisboa durante o primeiro mês da operação de "tolerância zero" àquela infracção promovida pela autarquia da capital, revelou à Lusa fonte da presidência.
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Fisco recupera milhões O Ministério das Finanças anunciou que já recuperou 207 milhões de euros de dívidas ao fisco através do processo de publicitação das listas de devedores na
Internet, que já ultrapassou os 5.000 nomes. Em comunicado, o Ministério refere que, nas últimas três semanas, a Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) acrescentou à lista dos devedores publicitada na Internet mais 845 nomes, que passou a ter, pela primeira vez, o nome de mais de 5.000 devedores, atingindo os 5.107. Desde a criação da lista, em Julho de 2006, foram já publicitados 5.886 devedores.
Derrapagem do défice e aumento de impostos em 2008 O optimismo do crescimento económico do Governo e a ausência de reformas estruturais tornam provável uma derrapagem do défice e um aumento de impostos no próximo ano, disse o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro.A previsão de um crescimento de 2,2% em 2008, para a economia portuguesa, é "particularmente optimista", afirmou Caiado Guerreiro, num encontro com os jornalistas.Esse valor não deverá ser atingido, numa altura
em que a incerteza nas economias internacionais continua a aumentar e em que se tem assistido à continuada revisão em baixa das previsões de crescimento nos EUA, na Europa e em Espanha, acrescentou o advogado. Nesse contexto, "a possibilidade do défice não ser cumprido [objectivo é de 2,4% do PIB] ou de virem a ser exigidas medidas intermédias de aumento de impostos é bastante grande", sublinhou Caiado Guerreiro.
Novos canais públicos
contrato de concessão apresentado pelo Governo. De acordo com o projecto, o serviço público de televisão deverá permitir o lançamento pela RTP de novos canais para o público da faixa etária mais nova e sobre conhecimento "no próximo quadriénio", como adiantou hoje o ministro dos Assuntos Parlamentares, que tutela a Comunicação Social. A criação dos 2 novos canais está já em fase "de estudo de lançamento", acrescentou.
O serviço público de televisão vai integrar dois novos canais, dedicados ao público infantojuvenil e ao conhecimento, e que deverão ser lançados até 2011, segundo o projecto do
Combate aos fogos custou 78 milhões de euros O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, estimou em 78 milhões de euros o custo global do combate aos incêndios florestais em 2007, considerando que não houve aumento de custos em relação ao ano passado. "O número provisório que posso avançar, e que envolve não apenas o Ministério da Administração Interna (MAI) mas também o Ministério da Agricultura, é de 78 milhões de euros", afirmou o ministro
Rui Pereira, em declarações aos jornalistas no final de uma audição parlamentar que durou mais de três horas. Na Comissão Eventual de Acompanhamento e Avaliação da Política Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, o ministro foi repetidas vezes questionado pela oposição sobre o custo total do combate aos incêndios este ano, mas foi menos claro na resposta aos deputados.
A PJ foi criada a 20 de Outubro de 1945, em resposta às necessidades de um corpo de polícia "moderno e especialmente estruturado e vocacionado para a investigação criminal" para fazer face à "sofisticação de meios na prática dos crimes".
Cinco milhões de euros para renovação tecnológica da PJ Nova lei orgânica vai consagrar a criação duma unidade nacional para o combate à corrupção ministro da Justiça, Alberto Costa, anunciou que a proposta governamental do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2008 reserva cinco milhões de euros para renovação tecnológica da Polícia Judiciária (PJ). Alberto Costa, que falava no Porto na cerimónia comemorativa dos 62 anos da PJ, afirmou também que a investigação criminal, globalmente considerada, "será prioridade no orçamento da Justiça" para 2008, com um aumento de 6,5 milhões de euros, face a este ano. O ministro disse esperar que o processo legislativo, tendente a dotar a PJ com uma nova lei orgânica, esteja concluído no próximo mês, uma vez que o Parlamento já aprovou o documento na generalidade. A lei orgânica consagra, disse, "soluções mais racionais" e "uma maior concentração sobre o essencial", com a PJ a assumir em exclusividade "a investigação dos ilícitos mais gra-
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ves e complexos". Alberto Costa destacou a consagração, na lei orgânica, de uma unidade nacional para o combate à corrupção. "A luta contra a corrupção tem de ser uma corrida de fundo, com instrumentos de fundo, e não uma estridência pontual", declarou. Relevou também o empenho da PJ, consagrado na lei orgânica, na luta antiterrorista. Referindo-se aos meios humanos da PJ, recordou que decorre um concurso para admissão de 150 novos inspectores, o primeiro que se abre desde 2000. Anunciou também a contratação de 40 novos elementos para o pessoal de apoio à investigação e a aquisição de 194 novas viaturas para a PJ. 2.653 funcionários em 2006 Desde finais dos anos 90, a PJ perdeu 240 elementos de investigação criminal e só no último ano saíram 84 inspectores, de acordo com dados divulgados segunda-feira pelo Diário de Notícias. "Recentemente o ministro
da Justiça anunciou a contratação de 150 operacionais em 2009, o que significa que, ainda assim, o défice vai manterse", sublinhou o jornal. A nova lei orgânica dominou também o discurso do director nacional da PJ, Alípio Ribeiro, nesta cerimónia nacional realizada no Porto. Alípio Ribeiro sublinhou particularmente a determinação da PJ de "responder à génese" dos crimes (...) mais do que aos casos concretos" porque - disse - "prevenir é criar segurança". O responsável admitiu que o sistema de recolha, gestão e partilha de informações policiais está ultrapassado e reconheceu que o "desenho funcional" da PJ está também "ultrapassado". No sentido de melhorar a eficácia da corporação, o director disse que as direcções centrais serão substituídas por unidades nacionais e destacou o papel de unidades como a de combate à corrupção, que vai ter mais competências e, inclusive, poder de fiscalização de contratos de obras públicas.
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Metade dos portugueses (57%) lê em média entre dois a cinco livros por ano. Os jornais e as revistas continuam, no entanto, a reunir as preferências dos leitores, conclui um estudo sobre "A Leitura em Portugal", apresentado na conferência do Plano Nacional de Leitura.
Governo admite via legal contra greve dos pilotos "Todos os mecanismos disponíveis podem ser accionados a qualquer momento", afirmou Paulo Campos Governo está a fazer uma avaliação da greve dos pilotos portugueses e admite a possibilidade de agir legalmente, indicou o secretário de Estado das Obras Públicas e Comunicações. "Todos os mecanismos disponíveis podem ser accionados a qualquer momento", afirmou Paulo Campos, em conferência de imprensa conjunta com o secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, acrescentando que o Governo "vai fazer uma avaliação da greve e não enjeita nenhuma possibilidade que a lei permita". Confrontado com a hipótese de avançar com uma requisição civil, o responsável disse que essa "é uma situação que
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não está a ser avaliada" e indicou que a greve de terça-feira cumpriu todos os requisitos estipulados legalmente, tendo sido assegurados todos os serviços mínimos previstos. Na ocasião, o secretário de Estado das Obras Públicas reiterou o apelo ao Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC) para que suspenda as próximas greves, convocadas para quinta-feira e sábado, por considerar que "ainda é possível trabalhar". Também o secretário de Estado da Segurança Social disse que há "total disponibilidade" da parte do seu Ministério para negociar os mecanismos específicos para a defesa das carreiras contributivas e a promoção do envelhecimento activo dos
pilotos. No entanto, Pedro Marques disse que o novo regime geral de segurança social, um dos motivos que originou a greve, proporciona que "o cálculo das pensões dos pilotos seja igual à de todos os portugueses", motivo pelo qual considera que "não se trata de discriminação". A greve dos pilotos, em protesto contra o aumento da idade da reforma para os 65 anos e as reduções ao valor das pensões, causou ainda três cancelamentos no aeroporto da Madeira e um no aeroporto de Faro. A greve começou às 04:00 e terminou às 17:00 de terçafeira e será retomada hoje. O SPAC confirmou novas greves para os próximos dias 25 e 27 de Outubro.
Breves
Belmiro critica Constituição O empresário Belmiro de Azevedo considera que a Constituição da República Portuguesa está desadequada ao contexto político, social e económico actual.O empresário portuense defende a necessidade de uma revisão do texto constitucional. "É muito importante que os empresários se
Rui Rio admite baixar impostos O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio (PSD), admitiu baixar, em 2008, os impostos municipais, caso o Governo pague o que deve à autarquia. "Vamos ver se podemos baixar os impostos na cidade do Porto.Estamos sempre muito pendurados nas dívidas
convençam que o mundo é global, é ibérico, é europeu e para isso é preciso ter empresários e trabalhadores em todo o mundo", declarou à margem da conferência "O sistema político na perspectiva de um empresário - mudanças necessárias", que ontem decorreu no Instituto de Estudos Financeiros e Fiscais, emVila Nova de Gaia. O empresário considera que as revisões ao texto vieram limitar o desenvolvimento de Portugal e destaca a necessidade de educação contínua."Sobretudo na capacidade de se educar permanentemente e de mudar de sector;quem não fizer isso fica fora do jogo da competitividade mundial", acrescentou. do Governo", afirmou Rui Rio na reunião pública do executivo camarário do Porto. O autarca respondia a um repto lançado pelo vereador do PS, Manuel Pizarro, para que a Câmara do Porto deixe de aplicar a taxa máxima de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), atendendo ao elevado volume de receitas que a autarquia está a ter com este imposto. Rui Rio referiu que não pretende incluir a redução do IMI, já no Orçamento da Câmara do Porto para 2008, mas admitiu levar uma proposta nesse sentido ao executivo camarário "em Janeiro ou Fevereiro" do próximo ano.
Lisboa foi a mais afectado, com 51 cancelamentos de voos domésticos e internacionais, seguido pelo Francisco Sá Carneiro, no Porto, onde foram canceladas 10 ligações.
Estatística revela que detenções não diminuíram com novo CPP ma estatística da Procuradoria-Geral Distrital (PGD) de Lisboa revela que, desde a entrada em vigor do novo Código de Processo Penal (CPP), a 15 de Setembro, "não se registou diminuição do número de detenções". O balanço da PGD, a que a agência Lusa teve hoje acesso, conclui também que "houve uma transferência de apresentações de detidos do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) para o Tribunal de Pequena Instância Criminal (TPIC)", ambos de Lisboa. Na primeira quinzena de Setembro e antes da entrada em vigor do CPP, o Ministério Público contabili-
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zou 162 detenções em processos no TIC (72) e no TPIC (90), tendo na segunda quinzena do mesmo mês este número subido para 210 (27 no TIC e 183 no TPIC). Dados contabilizados pela Polícia de Segurança Pública (PSP), de 01 a 15 de Setembro, indicam um total de 182 detenções (99 no TIC e 83 no TPIC), tendo na segunda quinzena aumentado para 233 (40 no TIC e 193 no TPIC). Quanto aos detidos por infracção apresentados no TPIC, na primeira quinzena de Setembro registou-se um total de 90, sendo 36 por condução sem carta, 43 por condução com álcool no sangue e 11 por outras infracções. PUBLICIDADE
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ANSA assume desafio Associação Nacional de Supermercados e Autoserviços promoveu pelo 6º ano consecutivo o Fórum ANSA 2007, desta feita subordinado ao lema "Assumimos o repto". O evento celebrado no CIEC da Universidade Metropolitana, entre 17 e 19 de Outubro, esteve centrado numa introspecção sobre a realidade do sector para fazer frente às alterações que se vêm verificando no país. Através de conferencias proferidas por destacados especialistas nacionais e estrangeiros procedentes de países como Colômbia, Brasil e Costa Rica, procurou-se avaliar os mercados latino-americanos com economias similares à venezuelana, por forma a possuir exemplos de referência para os empresários locais que permitam identificar as suas realidades e adaptar modelos que os estimulem e proporcionem dados positivos. Paralelamente, a vitrina co-
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mercial com 106 stands reuniu um total de 90 expositores numa superfície que ultrapassava os 800 metros quadrados de exposição e que na edição de 2006 registou mais 750 participantes, o que permitiu um intercâmbio de ideias, consolidação de compromissos, novos negócios e o poder apreciar os lançamentos de novos formatos de produtos e serviços em fase de introdução no mercado. PUBLICIDADE
À espera de candidatos A Embaixada de Portugal na Venezuela, o Grupo Santander Totta, e o Instituto Português de Cultura, estão a patrocinar o Prémio Jovem Estudante Santander Universidades, o qual se destina a reconhecer e estimular os méritos académicos, ao nível de licenciaturas, obtidos por candidatos luso-descendentes residentes na Venezuela. O prémio consistirá num montante pecuniário de 3.500 dólares norte-americanos, a ser atribuído pelo Grupo Santander, e uma viagem de ida e volta a Portugal, facultada pela TAP Air Portugal. O júri será composto por três representantes: um da Embaixada, um do Grupo Santander e um do Instituto Português de Cultura. As candidaturas obrigam à apresentação de uma carta de candidatura incluindo em anexo o seguinte: documento comprovativo da mé-
dia emitido pelo estabelecimento de ensino frequentado, com a descriminação das notas obtidas em cada uma das disciplinas leccionadas; cópia do bilhete de identidade português ou apresentação da certidão de nascimento do candidato e do ascendente nascido em Portugal. Se es um candidato potencial ou conheces a algum jovem estudante que esteja interessado em participar ou que tenha as qualidades para entrar no concurso, anima-o e venham escrever-se. Caso queiram obter informação adicional, podem escrever ao endereço de electrónico: embajadaportugal@cantv.net, à atenção da senhora Maribel Tavares, ou contactar pelos telefones: (0212) 263-25-29 / (0212) 263-80-53 / (0212) 263-04-68.
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Pessoas! Objectos… da política Luís Barreira
"A riqueza não traz felicidade!...", "Pobres mas felizes!...", "Pobres mas honrados" ou os muitos outros elogios à pobreza com que nos "martelaram" durante gerações, não conseguem mascarar a actual e chocante realidade. Graças à democracia política, em que vive uma parte da população mundial, muitos cidadãos desse mundo privilegiado, tomam consciência (nem que seja uma vez por ano...) das tremendas desigualdades em que vive a esmagadora percentagem da população que habita este velho planeta. Uma em cada seis pessoas vive em condições de extrema pobreza e, entre elas, 50.000 morrem diariamente, em consequência da falta de recursos alimentares e de cuidados de saúde elementares! Se é bem verdade que a pobreza de um país está directamente associada à riqueza produzida, não é menos verdade que ela se encontra inexoravelmente ligada à sua distribuição. Cerca de 12% da população mundial consome 80% dos recursos naturais disponíveis! Esta apropriação da riqueza, em torno de um grupo restrito de países e povos
(dos quais Portugal faz parte, independentemente das suas assimetrias sociais), além de imoral, à luz dos princípios universalmente aceites, é um caminho minado para o entendimento e a concórdia entre os povos e um factor de alto risco para a paz mundial. E mesmo que consideremos, egoisticamente, que estas desigualdades sociais só acontecem aos outros, tomem nota que, em Portugal, uma em cada cinco pessoas, vive em condições de pobreza. Como só existe força moral para aconselhar os outros, se a "nossa casa estiver bem arrumada", talvez não fosse má ideia interrogarmo-nos sobre a razão pela qual 20% dos portugueses vivem em condições de pobreza. Não tenho por hábito e neste tipo de questões, que abrangem um comportamento social mais vasto, culpabilizar exclusivamente os governos e a classe política portuguesa. É bem verdade que lhes compete e é da sua responsabilidade, a direcção da sociedade, mas hoje e cada vez mais, os cidadãos portugueses estão abertos ao mundo, às suas influências comportamentais e aos hábitos de vida que assumem. Culpar apenas a má política e os maus políticos, pelo estado social da nossa população, é uma reacção redutora e uma desculpa infantil, para os erros que, repetidamente, cada um de nós comete, em nome de uma vida social de aparências, de consumos inúteis e de problemas comezinhos, face a este mundo com problemas bem mais graves e que precisam da atenção de cada um de nós. Mais não seja, chamando a atenção dos responsáveis,
para a prática das enormes desigualdades que enfrenta o nosso povo. E, responsáveis, não são só os que sancionam, como também os que realizam, estimulam e cooperam, com um modelo de sociedade em que a competitividade, o individualismo e a atracção do lucro fácil e imediato, constituem, só por si, a aspiração dos cidadãos, conduzindo-os a uma luta desenfreada pela sua afirmação. Uma luta quase sem regras, em que só alguns conseguem ganhar e, quase sempre, por processos menos próprios a uma sociedade dita civilizada. Se parece estarmos de acordo que, o desenvolvimento da sociedade portuguesa, está muito aquém dos seus parceiros mais próximos e que, para "abreviarmos" caminho, temos de empreender grandes reformas no nosso sistema produtivo, modernizando-o, o tão propagado "choque tecnológico" não pode ser apenas um "choque social", criando um mundo de excluídos, que já não consegue adaptar-se à modernidade que lhes é exigida. Mesmo se tenho muita dúvidas sobre a direcção que as sociedades, ditas modernas e evoluídas, estão a tomar, não tenho dúvidas nenhumas de que, nenhum sacrifício valerá a pena, se os cidadãos (do mais urbano e cosmopolita, ao mais simples e modesto rural) não dispuserem, entretanto, dos meios julgados suficientes para deixarem de viver em condições de pobreza. Não se trata de escolher e aplicar um qualquer modelo político de sociedade, trata-se de dignificar as pessoas que a constituem, tornando-as objecto da política e não objectos dessa mesma política.
E será só com o tabaco? Hélio Bernardo Lopes
á apenas uns dias poucos, foi apreendido um vasto carregamento de tabaco, obtido por via ilícita, e que se destinava a ser colocado à venda no país, conseguindo, por este caminho, fugir ao pagamento dos impostos correspondentes. A Guarda Nacional Republicana conseguiu derrubar os objectivos dos traficantes, dando a conhecer a realidade que teve lugar. E deu, como é usual, algumas explicações sobre o que ocorreu. Desta vez, contudo, pareceu-me, por um lado, ter ocorrido uma limitação inusual no respeitante a quem se encontrava envolvido na operação criminosa. Por outro, o tenente-coronel que terá controlado toda a operação forneceu um argumento que, pela sua natureza, se aplica a muitas outras situações, mas de que só muito
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raramente se fala. De facto, não ficou claro se alguém foi detido ou não. À primeira vista, não terá sido detido ninguém, dado não se ter noticiado um tal facto. O que levanta esta legítima e natural questão: será que, mais uma vez, os comandantes desta traficância acabaram por fugir, conseguindo as autoridades apenas obter o tabaco? Se o leitor está atento ao que vai correndo pelo País em matéria de todo o tipo de tráficos, bom, achará natural esta minha questão. Mas o oficial que comandou a operação fez também uma revelação extremamente interessante: este tabaco traficado é vendido em muitos cafés, como se costuma dizer, por baixo da mesa, usando da necessária subtileza. E porque a evidência sempre nos terá mostrado que as coisas teriam de ser assim, eu pergunto: e não se passará o mesmo com o tráfico de estu-
pefacientes? Porque tudo o que seja aglomerados serão sempre excelentes lugares para se proceder ao tráfico do que quer que seja! De resto, é até interessante constatar esta realidade: por pequeno que seja o café de hoje, há uma coisa que não vê e outra que se vê quase sempre. Por um lado, gente que sai sem pagar, dado que quem ali está não vê situações deste tipo. Por outro lado, a omnipresença de câmaras de filmar, cuja finalidade não se percebe que possa ver o que não existe, ou seja, gente que coma e saia sem pagar. Mas há uma utilidade que essas câmaras conseguem ter: guardar as imagens de quem seja estranho ao ambiente do café, em geral de natureza local. Desse modo também passa a poder saber-se se alguém desconhecido será da polícia... Mas é claro que, no caso de ser necessário, pode sempre acontecer, como se pôde há dias
ver com as malas apreendidas no aeroporto de Caracas com cocaína no seu interior, que as câmaras estejam avariadas: se num primeiro impulso as câmaras até mostraram quem havia trocado as etiquetas, logo num segundo as mesmas estavam, afinal, avariadas! Este caso, como facilmente se pode perceber, aponta para uma realidade há muito por mim referida, mas para a qual a atenção das autoridades parece não estar virada: têm de existir já hoje em Portugal cartéis de droga, operando em rede e a nível internacional. Um facto que se explica muito facilmente pelo conhecimento profundo que uma boa imensidão de portugueses possui sobre partes diversas do Mundo. E se a isto juntarmos o tempo (i)moral e político destes dias, bom, tudo se torna perceptível, porque as coisas terão de ser como se nos tornam evidentes. São como são.
Desencanto total!
Luís Jorge
No meu regresso depois das férias, tinha pensado em escrever sobre as maravilhas do nosso país, sobre a nossa identidade cultural por demais marcadíssima em todos os cantos de Portugal.Enfim, sobre aquelas coisas que nos fazem sentir emigrantes.Desde a agradável visita que fizemos à Fundação Luís Figo, passando pelo concerto do Rui Veloso até à bem concebida exposição de Joe Berardo sobre arte moderna no Centro Cultural de Belém, tinha pensado em partilhar com os leitores os momentos mais agradáveis desta visita à mãe pátria mas, nos últimos dias vivi um sentimento de desencanto tão grande que me fez lembrar momentos e situações muito tristes vividas num passado recente com os resultados conhecidos por todos. O aumento do sentimento de insegurança, a impunidade dos criminosos e o aumento da burocracia nas investigações e julgamentos são só algumas das consequências (para já) conhecidas devido à entrada em vigor do novo Código de Processo Penal em Portugal. Matéria de juízes, magistrados e advogados, verdadeiros entendidos no assunto, este é um debate em que devem participar todos os portugueses, já que as consequências ainda já desconhecidas podem afectar gravemente a sociedade em geral e as pessoas de bem em particular. Já se ouviram algumas vozes de protesto como as dos sindicatos dos profissionais da polícia, do sindicato dos juízes e até o Procurador Geral da Republica defender alterações da nova legislação que deu a liberdade em menos de três semanas a mais de 115 presos que agora andam nas ruas como se não se passasse nada. A preocupação aumenta porque para além da falta de informação, o tempo entre a publicação da nova lei e sua entrada em vigor, não foi suficiente para que as instituições de direito, nomeadamente os tribunais, pudessem preparar-se e assim encontrar mecanismos que teriam impedido a liberdade de um numero tão elevado de pessoas. Por isso, em liberdade já estão mais de 100 criminosos por violação, roubo e até poderão vir a ser libertados três homens acusados de homicídio e, a polícia teme agora que a população "comece a fazer justiça pelas próprias mãos". Esperemos que as autoridades possam corrigir as falhas e criar mais segurança para os cidadãos naquele que é por excelência considerado o nono país mais seguro do mundo.
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Comprimentos e votos de novos êxitos
de voltar a viver na terra de Simon Bolívar. Na Madeira a situação também não está nada fácil.Trabalho 18 horas, de dia e de noite, e não consigo manter o padrão de vida que tinha na Venezuela com um pequeno abasto no Centro de Caracas. Também criticava muito os venezuelanos porque não conhecia os madeirenses. Alguns estão sempre a "cramar", criticando o governo e os patrões. Reclamam por tudo e por nada no táxi. Para não falar nos meus companheiros de trabalho, muitos não falam comigo mas dizem-me que trabalho muito e estou a tirar o lugar a outro para trabalhar. Só visto! Dizem-me que não é bom momento mas vou regressar a minha querida Venezuela. Por isso escrevam "um louco da Madeira regressa à Venezuela com a família". Victor P. Gomes
A todos um grande abraço Nasci na Madeira juntamente com o meu marido e os meus quatro filhos. Emigramos para a Venezuela fazendo um grande esforço económico. Lembro-me que trabalhámos três anos para pagar as passagens. Aprendi a querer e a adorar esta terra, a querer esta gente, e sentir-me sinceramente parte deste lindo país. Nunca mais regressei a Portugal, não porque não queira, mas porque não posso. Os meus filhos que desde pequenos chegaram a este país sentem-se venezuelanos, embora levem no sangue o 'portuguesismo' que lhes transmitimos em casa. Quero através do vosso jornal pedir a
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Favor enviar as suas cartas e comentários ao endereço electrónico: correio@cantv.net
CARTAS Um louco que regressa à Venezuela Sou taxista na Madeira e peço-lhes que publiquem esta carta. Nasci nesta ilha mas fui viver para a Venezuela com 12 anos. Depois regressei em 2003, com 47 anos de idade. Na "minha" terra não foi fácil adaptar-me a tudo de novo, até que consegui um trabalho de taxista durante o período nocturno. Era daqueles que "maldizia" a Venezuela porque fui assaltado duas vezes antes de regressar definitivamente à Madeira. Trabalho há quatro anos como taxista e vou ser sincero: tenho saudades da minha querida Venezuela. Sei que as coisas, segundo me contam e vejo na televisão, não andam nada bem, mas com tudo isso, acho que preferiria viver na terra que me deu a oportunidade um dia de trabalhar, de conhecer mundo e de poder regressar à minha terra com dinheiro para comprar uma pequena casa. Sou casado, com dois filhos nascidos na Venezuela, e tomei a decisão
OPINIÃO
todos que tenham um pouco de paciência, que confiem na Venezuela, neste lindo país que tanto nos tem ajudado, nesta linda gente que tão bem nos recebeu. Ricos e pobres, bons e maus, todos precisam uns dos outros. Confiemos no futuro e na paz desta linda terra. Fico triste quando alguém me fala em ir embora, em emigrar. Sei que atravessamos maus momentos, de muita violência, inclusivamente, mas tudo vai ser ultrapassado com o favor de Deus. A todos os meus conterrâneos, um grande abraço. Celeste Teixeira
Escrevo-lhes desde Maracaibo, onde tenho tido a oportunidade de partilhar gratos momentos com alguns membros da comunidade portuguesa, entre os quais posso citar a exdirectora do Grupo Folclórico da Casa de Portugal, Maria Odete de Meneses, e o senhor Virgílio Teixeira, representante das comunidades madeirenses na Venezuela, com quem tenho laços fraternos de amizade que deixaram grandes ensinos e uma profunda ligação entre os seus familiares e amigos.
Por eles e por todos aqueles que contam com esta grande ferramenta de comunicação que é o Correio de Venezuela, envio as minhas felicitações e que tirem desta oportunidade o melhor proveito de integração. Já agora, não seria má ideia programar uma entrega semanal de lições da língua portuguesa nas suas fases quotidianas mais usuais? Um abraço e que Deus guie os vossos passos. Marco António Machado
Muitos guarda-costas Gostaria de comentar um assunto que me preocupa seriamente. Nasci na Venezuela e sou filho de pais portugueses, naturais da Madeira e do norte de Portugal. Leio todas as semanas o Correio da Venezuela, através do qual fico a saber do excelente trabalho que o novo embaixador de Portugal na Venezuela está a exercer para bem dos Portugueses que aqui vivem. No entanto, gostaria de expressar a minha preocupação por achar nada está a ser feito para combater a insegurança na Venezuela. Porque não a Europa, através de Portugal, ajudar a Venezuela
em matéria de segurança. Por acaso sabem em Portugal quantos cidadãos morrem diariamente por causa da violência neste país? Quem é preocupa com isso? Se estão à espera que sejam só os políticos actuais a resolver o problema, deviam saber que estes parecem não fazer ideia do que está a acontecer no país porque têm cinco ou seis guarda-costas e andam em carros blindados escoltados pela polícia e pelos militares. Façam alguma coisa pelos Venezuelanos como eu, porque já muitos dos nossos pais já fizeram pelo nosso Portugal. José Belarmino dos Santos
INQUÉRITO: A QUE SE DEVE A ESCASSEZ DE PRODUTOS ESSENCIAIS?
Alberto Pedroza Electricista
"Não sei exactamente a que se deve esta escassez, mas li que há uma exploração indevida da sardinha. Não haverá oferta nos próximos meses e tem como consequência não ser possível conseguir este peixe nos supermercados. Mas não percebo como é que se está abastecendo o mercado brasileiro que procura milhares de toneladas de sardinha e se descure o mercado venezuelano. Creio também que a escassez de outros produtos como o leite e a farinha se fica a dever à açambarcamento por parte das pessoas que podem comprar em quantidades elevadas por ter um maior poder de compra, sem que as empresas estejam a cobrir as necessidades da população."
Elena Hamerlok Dona de casa
"Deve-se ao facto de haver muita gente sem escrúpulos, produtores que açambarcam certos produtos básicos. É por isso que estou de acordo com os controlos por meio dos conselhos comunais para fiscalizar e controlar a comercialização de certos produtos. Não é admissível que as crianças fiquem sem beber leite por culpa do açambarcamento que só quer a subida do preço mais tarde. Parece-me imoral e uma muito grande falta de ética."
Sebastián Blanco
Estudante universitário
"Parece-me uma grande irresponsabilidade por parte das pessoas que gerem as empresas. Os líderes do país deveriam procurar uma solução satisfatória para o povo, que é que sofre as consequências. Acho que o governo não está fazendo nada. Se ouvisse as pessoas, saberia que se está a comprar produtos em grande quantidade há vários meses e que estão a desaparecer os bens do cabaz básico. Não se consegue ovos, leite nem farinha."
Eduardo Herrera Martínez Engenheiro
"Deve-se à diminuição da produção, e as indústrias que produzem este tipos de produtos não vão praticar preços inferiores ao custo real. Não vão produzir para perder dinheiro. Então é lógico que não queiram vender os seus produtos. As regulações são demasiado estritas. O governo é o culpado desta situação por não as adaptar à realidade. Há regulações que têm três, quatro anos; com uma inflação acumulada da ordem dos 50 por cento e isso não pode ser. O que tem feito o governo é oferecer e prometer e não cumpre nada, simplesmente mantém uma expectativa sobre a população que não vai cumprir senão pressionar os industriais."
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Publi-Tips
María Amelia da Rocha
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Arcor antecipa Natal Arcor quer que os venezuelanos experimentem e desfrutem da variedade de excelentes produtos natalícios como "panetones", "ponques" e "turrones". Por isso, este ano oferece uma mesa de Natal acompanhada com os deliciosos produtos Arcor. A marca está presente no mercado venezuelano com categorias de produtos como caramelos, chocolates (fatias e bombons), gomas e pastilhas elásticas. Nesta ocasião, a marca Bagley faz a sua estreita no mercado venezuelano com a sua linha de produtos natalícios
Oscar Mayer muda imagem!
elaborados com frutas, amêndoas, barras de chocolate, marmeladas, entre outros. Convém sublinhar que Bagley é a linha Premium de Arcor e inclui "panetones" e "ponques".
Novo Speed Stick Glacier Power De 15 a 21 de Outubro, decorre a Construya Vivienda 2007, evento onde engenheiros, arquitectos, construtores e público em geral poderão passar em revista e conhecer de perto os novos materiais, maquinarias e o avanço tecnológico nacional e estrangeiro que são utilizados actualmente na construção de vivendas e obras em geral. Local: Nível C-2 do CCCT. Horário: de segunda a sexta, das 16 às 21, e sábados e domingos das 11 às 21.
Oscar Mayer decidiu adequar-se a um mercado de fiambre que tem vindo a evoluir, rompendo esquemas tradicionais para dar lugar à inovação e ao pragmatismo. É por isso que mudou a sua imagem através dum grafismo "cool" desenhado para ajustar-se às novas tendências e, adicionalmente, passar das latas tradicionais às embalagens flexíveis. Assim, passa agora a falar directamente com o seu cliente-alvo: Crianças e adolescentes, entre 10 e os 15 anos, com una atitude decidida, extrema e clara: "chamos cool".
Fundafarmacia mostra trabalho Com quase quatro anos de existência, a Clínica Móvel de Fundafarmacia tem oferecido atendimento à população venezuelana em diversas especialidades médicas. Para ressaltar este trabalho, foram aproveitadas diversas fotografias dos serviços prestados por toda a Venezuela para 'rotular' a unidade da Clínica Móvil, com o fim de mudar a imagem mais elucidativa do seu trabalho. Maribel Diéguez, Gerente de Marketing e Desenvolvimento Social de Fundafarmacia, observou que, adicionalmente, "foi integrado na parte externa um mapa da Venezuela que assinala o percurso da clínica por todo o país e da actividade realizada junto das distintas comunidades".
St. Moritz tem novas caixas de bombons
Chocolates Saint Moritz traz para toda a família venezuelana duas atractivas caixas de bombons decoradas com motivos relativos às festas que se aproximam. Uma delas possui 14 bombons de variados recheios de frutos secos e a outra, de quatro bombons recheados de fondant ou creme de avelãs. Ambas podem ser conseguidas em dois atractivos modelos.
Adicionalmente, Chocolates Saint Moritz continua com a sua linha tradicional de produtos natalícios composta por figuras de chocolate, assim como os diferentes embalagens de acetato com bombons decorados.
María Amelia da Rocha
Tempo Livre
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Fox estreia "Tiempo Final"
Alice estreia temporada
Com vários dos talentos mais reconhecidos da América Latina, a FOX estreia esta quinta-feira, às 22h00, a sua primeira grande produção de ficção em espanhol. Filmada integralmente em High Definition, "Tiempo Final" é a primeira série Premium para cabo básico que a FOX estreia a 25 de Outubro às 22h00 na América Latina. "Tiempo Final" é um ciclo composto por 26 episódios onde o factor comum é o suspense intenso, no qual as situações começam, desenvolvem-se e terminam numa hora. Cada episódio da série tem impacto devido à intensidade das temáticas, à grande exigência aos actores e ao enfoque cinematográfico da produção.
Alice no País das Maravilhas regressa ao palco pela mão do Grupo Colibri, com produção e direcção geral de José Manuel Ascensão. A obra conta a história de uma curiosa Alice nas suas aventuras e do apressado Coelho Branco, num mundo único e surpreendente onde se conhecem personagens incríveis como o Gato de Cheshire, os gémeos Tweedledee e Tweedledum, flores que mostram a sua beleza, um Guarda-Sol Louco e finalmente uma Rainha de Copas cruel e caprichosa. Desta maneira, Alice chegou sem saber ao… "País das Maravilhas". Um espectáculo para a família venezuelana com o selo Colibrí. Escrita por Carmelo Castro, música de Hilda Carmona. Entradas: 30 mil bolívares (BF 30), que podem ser adquiridas directamente na bilheteira do teatro, de terça a domingo, a partir da uma da tarde. As actuações decorrem aos sábados e aos domingos pelas três da tarde.
Especial sobre o cancro da mama O tumor maligno mais frequente nas mulheres é o cancro da mama. No dia 28 de Outubro, pelas 19h00, estreia a produção original, com uma hora de duração, na DISCOVERY HOME & HEALTH, ESPECIAL CANCRO DA MAMA, um programa que marca a comemoração do canal do Mês Internacional da Luta Contra o Cancro da Mama, todos os domingos do mês de Outubro à mesma hora. Com a condução de Patricia Miccio, e a participação de importantes especialistas latinoamericanos, compreenderemos esta doença que afecta uma em cada oito mulheres no mundo.
"The Tudors" A People & Arts apresenta "The Tudors", o drama televisivo - com várias nomeações para os Emmy - que recria de forma extraordinária os tumultuosos primeiros anos do reinado de Henrique VIII em Inglaterra.Todos os domingos, à meianoite, serão apresentados os episódios na versão original, sem cortes comerciais, com repetição às quartas-feiras pelas 22 horas. Paixão, ambição e traição são o fio condutor de "The Tudors", o drama televisivo que mostra um Henrique VIII (Jonathan Rhys-Meyers) muito distinto do que aparece nos livros de história. Jovem, atractivo e o homem mais poderoso do seu tempo, Henrique VIII mostra-se muito bem parecido e campeão de grandes proezas atléticas.
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Inaugurado complexo de futebol mais completo da cidade Centro Desportivo Futsal Goal foi inaugurado em 18 de Outubro último, na urbanização de Macaracuay. A cerimónia arrancou com a bênção do complexo, que foi seguida de fogos de artificio e a entrega de placas aos colaboradores, a anteceder o jogo futebol inaugural. O moderno complexo está localizado na Avenida Principal Hacienda "El Encantado", Centro Deportivo de Futsal Goal, Macaracuay, e conta com três
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campos de futsal, "gradas", cafetaria, vestuários, enfermarias e "pizarra" electrónica para dar informação dos jogos. A Escola de Futebol Franco Rizzi e suas estrelas vai trabalhar neste centro desportivo, que vai promover acampamentos de férias e ainda acolher festas de aniversários. Para mais informação, contacte o telefone (0212) 881-78-28 ou, dentro de pouco tempo, visite, o sítio na Internet: www.futsalgoal.com
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Jogadores do CP competem no pan-americano de dominó Moisés Rodrigues e José Silva do CP participam no Torneio Dominoamericas 2007, em Miami
Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
s luso-venezuelanos Moisés Rodrigues e José Silva participam, a 3 e 4 de Novembro, no primeiro torneio Dominoamericas 2007, que se realiza na cidade de Miami, Estados Unidos. Esta competição inédita, que junta jogadores e adeptos do dominó de todo o continente, decorre no Hotel Intercontinental, City of Doral, situado a Oeste da chamada "Puerta de las Américas".
O A dupla ganhadora: Moisés Rodrigues e José Silva.
A dupla acaba de participar no torneio organizado no âmbito do aniversário do clube asturiano, onde obteve o primeiro lugar, em representação do Centro Português, entre 16 clubes participantes. Rodrigues e Silva têm competido em diferentes torneios realizados em centros sociais de Caracas, sendo o mais relevante o do Centro Ítalo, onde conseguiram arrancar uma menção como a equipa que mais "zapato" deu (deixar sem pontos os rivais). O convite chegou à caixa de correio da dupla do CP logo após Moisés Rodrigues ter conseguido inscrever a disciplina do dominó na federação a nível nacional. Este jogador foi também nomeado como atleta do ano do CP em duas oportunidades e participou, ao longo da sua carreira de 20 anos, em torneios pelo antigo Marítimo Sport Club e no nacional de interclubes de Paracotos, entre outros. Dominoamericas 2007 será coberto pela cadeia desportiva internacional de televisão ESPN e concentrará os melhores jogadores do continente americano, que vão disputar uma parte dos 20 mil dólares disponíveis para dividir por entre os 10 primeiros lugares da competição.
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TAP fretou aviões "charter" para ligações ao Brasil, Venezuela e Inglaterra A TAP fretou cinco aviões "charter" para assegurar ligações ao Brasil, Venezuela e Inglaterra, que estavam comprometidas pela greve dos pilotos, disse à Lusa o porta-voz da transportadora aérea. Em declarações à agência Lusa, António Monteiro disse que "foi necessário fretar cinco aviões de companhias aéreas de voos não regulares para assegurar os voos para São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Caracas e Londres". A euroAtlantic, a Iberworld, a Air Comet e a Girjet são as companhias "charter" que estão a assegurar estas ligações. "Foi a única solução que conseguimos encontrar", afirmou o porta-voz da companhia aérea, acrescentando que um voo para Fortaleza e dois voos para Nova Iorque, um a partir de Lisboa e outro a partir do Porto, foram adiados para quarta-feira. Questionado sobre o impacto que o fretamento de aviões pode ter nas contas da companhia aérea, apesar de considerar que "ainda é cedo para adiantar números", António Monteiro disse que será "grande". Até às 09:30 de terça-feira, tinham sido cancelados 24 voos da TAP com partidas dos aeroportos portugueses, devido à greve dos pilotos portugueses. "Até às 09:30 de terça-feira foram
cancelados 30 voos com partida do aeroporto de Lisboa, quatro do Porto e dois do Funchal", disse à agência Lusa o porta-voz da TAP. De acordo com António Monteiro, a greve dos pilotos está a afectar, sobretudo, as ligações domésticas, adiantando que os passageiros dos aeroportos de Porto e Faro estão a ser encaminhados de autocarro para o aeroporto da Portela, em Lisboa. A greve dos pilotos portugueses está a afectar centenas de pessoas que se aglomeram junto aos balcões de venda de bilhetes da TAP para encontrar alternativas de viagem em outras empresas de aviação. Desde o início da manhã que os passageiros estão a ser informados nos balcões do check-in que se devem deslocar aos balcões de vendas da companhia para conseguir bilhetes em voos de outras companhias. A greve, em protesto contra o aumento da idade da reforma para os 65 anos e pela alteração do valor das pensões, decorreu terça-feira, quintafeira e sábado e novamente a 05, 07 e 09 de Novembro. A 05 e 09 de Novembro a paralisação terá início às 04:00 e terminará as 17:00, enquanto nos dias 25 de Outubro e 07 de Novembro, as paragens serão entre as 00:00 e as 24:00.
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CONQUISTANDO A ESPANHA
"O outro Tarzan blaugrana" Tomás. M. Muñoz. B. xeneixesalmantino@hotmail.com
a nossa coluna desta semana vamos falar de um dos melhores defesas das últimas décadas surgidos em Portugal: Fernando Couto. Nascido em Espinho a 2 de Agosto de 1969, começou a sua carreira no Sporting de Espinho, para depois passar aos juvenis do Futebol Clube do Porto. Estreou-se na primeira Liga num jogo com essa super-equipa portista que ganhou a Super Taça Europeia, Intercontinental, Taça e Liga, com 15 pontos de vantagem sobre o segundo, na temporada 1987-88. Foi cedido para que ganhasse experiência com equipas de terceira e segunda divisão como o Famalicão e o Académica, antes de retornar em pleno como líder da defesa azul e bran-
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ca. Na selecção portuguesa, esteve desde 1986, tendo sido convocado pela primeira vez com os Sub-18, e ganhando o
cipal pela primeira vez num jogo ante os Estados Unidos a 19 de Dezembro de 1990. Rapidamente se tornou ído-
Couto (24) celebra, junto com os seus compatriotas Figo e Vítor Baía, a conquista da Taça do Rei em 1997.
campeonato do mundo de Sub20 na Arábia Saudita. Foi internacional pela selecção prin-
lo da bancada devido ao seu futebol cheio de garra e às suas origens "canteranos". Fez du-
pla com o famoso brasileiro Aloísio, de quem recebeu muitos conselhos e experiências. Em 1994, foi para o Parma, dedicando-se em pleno ao "calcio" e conquistando uma taça UEFA com esta equipa. Ali permaneceu até chegar ao Futebol Clube de Barcelona em 1996, a pedido do seu antigo treinador portista, Bobby Robson, realizando uma das suas melhores temporadas, conquistando a Taça do Rei, a Taça das Taças da Europa e a Super Taça de Espanha, chegando a recordar, pela sua entrega, o Tarzán Migueli, emblemático defesa do Barça de finais dos anos 70. O fim da sua passagem por terras de Espanha chegou a Santiago Bernabéu, onde disputou a final da Taça ante o Real Betis. Uma soberba actuação de Fernando Couto levouo a levantar o seu terceiro tro-
féu com o a formação "blau grana" no ano da sua chegada a Espanha. Na temporada seguinte, a chegada de Louis Van Gaal diminuiu a sua participação com o conjunto mas ainda assim pôde ser campeão na Liga Espanhola. No ano seguinte, voltou a Itália para jogar pela Lazio e na sua segunda temporada conseguiu o Scudetto, sendo um ponto importante na equipa de Erickson. O seu palmarés no que diz respeito a títulos ganhos é o seguinte: Taça das Taças da Europa 97 e 99, Taça UEFA 95, Liga Portuguesa 88, 92 e 93, Liga Espanhola 98, Liga Italiana, Taça de Portugal 88,91 e 94, Taça de Espanha 97 e Taça de Itália. Perto de fazer 40 anos, Couto ainda é titular na defesa do Parma, clube onde muito provavelmente se retirará da prática profissional. PUBLICIDADE
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Cristiano Ronaldo marcou dois e deu um Manchester United mal deu tempo para os adeptos do Dínamo Kiev criarem expectativa, terça-feira em Moscovo. Os ingleses fizeram o primeiro golo aos 10 minutos de jogo, por Ferdinand, ampliaram aos 18, com Rooney, e o golo dos anfitriões aos 34, com Diogo Rincón, pouco efeito teve pois cinco minutos depois, saído dos pés de Cristiano Ronaldo. A partida terminou com 4-2, com o madeirense a bisar. No entanto, curiosamente, a partida começou com o Dínamo melhor. Até os nove minutos, Bangoura, Shatskikh, Rincón e Ghioane já haviam levado perigo à baliza de Van der Sar. Aos 10, porém, começou o massacre dos Diabos Vermelhos. Ryan
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Giggs cobrou uma falta da direita e Rio Ferdinand subiu para cabecear para o fundo das redes, abrindo o placar na Ucrânia. O Dínamo desapareceu e era incapaz de chegar à área inglesa. O Manchester ampliou numa jogada muito bem trabalhada por Cristiano Ronaldo, que tocou com precisão para Wes Brown que cruzou para Rooney, que só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo da baliza. Cinco minutos depois do Dínamo reduzir, Cristiano Ronaldo, livre de marcação, cabeceou para o fundo das redes. O madeirense ampliou na marcação de uma grande penalidade, a punir uma 'mão' na bola, numa segunda parte jogada de forma interessante.
A partida terminou com 4-2, com o madeirense a bisar.
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'Leãozinho' sem garras Sporting complicou terça-feira o apuramento para a segunda fase da Liga dos Campeões de futebol, depois de perder com a AS Roma, por 2-1, em jogo da terceira jornada do Grupo F. No Estádio Olímpico de Roma, um golo do montenegrino Vucinic, aos 70 minutos, deu a vitória aos vice-campeões italianos, que se tinham adiantado no marcador aos 13, com um tento do brasileiro Juan, dois minutos antes de Liedson empatar. Com esta derrota, o Sporting manteve o terceiro posto, mas agora a três pontos da AS Roma, que recebe na próxima ronda, e a seis do Manchester United, que somou o terceiro triunfo em três jogos. A lesão de Polga durante o aquecimento obrigou o treinador do Sporting, Paulo Bento, a recuar Miguel Veloso para central e João Moutinho para o vértice mais recuado do losango do meio-campo. A AS Roma entrou melhor em campo e criou o primeiro lance de perigo aos 13 minutos, com Mexés a ganhar a bola a Tonel e a rematar forte, com a bola a raspar ainda na barra. Com o aviso dado, o conjunto romano adiantar-se-ia no marca-
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dor dois minutos depois, pelo outro central, o brasileiro Juan, que surgiu solto na área e cabeceou para o fundo das redes, num lance em que Tiago não ficou isento de culpas.
O Sporting reagiu da melhor maneira ao golo contrário e, três minutos depois, Liedson estreou-se a marcar na liga 'milionária', após um bom cruzamento de Abel.
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Tiago defendeu 'penalty' Sem Polga, a defesa do Sporting mostrou-se bastante insegura e, aos 20 minutos, apanhou um susto, com um remate perigoso de Totti, que acabaria por sair lesionado poucos minutos depois, dando lugar a Vucinic, que acabaria por decidir o encontro. A segunda parte começou com um lance polémico, com o norueguês Terje Hauge a assinalar uma grande penalidade muito duvidosa sobre Vucinic. Contudo, Tiago acabaria por limpar a má imagem deixada no primeiro golo, ao defender para o poste o 'penalty' apontado pelo brasileiro Mancini. Apesar de ter equilibrado o encontro a meio-campo, o Sporting raramente criou lances de perigo. Depois de, aos 65 minutos, a bola ter andado a rondar a baliza dos "leões", sem que nenhum jogador romano conseguisse desviá-la, Vucinic acabaria por resolver o encontro, cinco minutos depois. Apesar de Paulo Bento ter arriscado, com as entradas de Purovic e Celsinho para os lugares de Ronny e Vukcevic, o Sporting foi incapaz de alcançar um resultado positivo.
Com esta derrota, o Sporting manteve o terceiro posto, mas agora a três pontos da AS Roma. PUBLICIDADE
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Porto empata em Marselha ma grande penalidade transformada pelo argentino Lucho Gonzalez aos 79 minutos permitiu quarta-feira ao FC Porto empatar 1-1 em Marselha, deixando bem encaminhada a qualificação para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões em futebol. Com cinco pontos (menos dois que o líder Marselha e mais dois e quatro que Besiktas e Liverpool, respectivamente) após a terceira jornada do Grupo A, o FC Porto foi quase sempre a melhor equipa, enviou duas bolas ao poste na primeira parte e teve "alma e coração" para empatar, depois de Niang ter inaugurado o marcador, aos 70. O FC Porto, reconhecendo a importância da partida, procurou dominar desde cedo e, aos 10 minutos, começou a série azarada de Raul Meireles: após excelente jogada de Bosingwa pela direita, o médio do bicampeão português rematou forte e enviou a bola ao poste direito, com o guarda-redes Mandanda a ser decisivo com um desvio subtil. Dominadores a meio-campo e rápidos na saída para o ataque, os "azuis e brancos" voltaram a gelar o Vélodrome (19 minutos), quando Meireles obrigou novamente Mandanda a desviar novo remate para o mesmo poste, desta vez na sequência de uma jogada de Quaresma e Lucho na direita.
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Receoso e quase incapaz de salvar-se do sufoco português, o onze francês assustou aos 34 minutos, num livre de Zenden, superiormente defendido para canto por Helton. Ao intervalo, Jesualdo Ferreira retirou o "apagado" Mariano Gonzalez e colocou Hélder Postiga ao centro do ataque e, aos logo aos 47 minutos, Bosingwa cruzou da direita e Lisandro cabeceou forte, mas, mais uma vez, Mandanda sacudiu para canto. Postiga, de regresso após longa ausência, poderia ter marcado aos 51 minutos o remate embateu na malha lateral -, e, aos 57, Niang obrigou Helton a excelente intervenção, na segunda ocasião de golo para o Marselha. Após este lance, a equipa de Gerets tornou-se mais perigosa e, aos 70 minutos, o senegalês Niang inaugurou o marcador, antecipando-se a Stepanov, na sequência de uma jogada confusa, mas ainda assim eficaz. Aos 79 minutos, Lucho Gonzalez igualou na transformação de uma grande penalidade (falta de Mandanda sobre Lisandro), depois de já ter marcado da mesma forma no empate com o Liverpool (1-1), na jornada inaugural da Champions. Pouco depois, aos 84 minutos, Cissé chegou ligeiramente atrasado a um cruzamento da esquerda, mas o resultado não sofreu alterações até ao final.
O FC Porto procurou dominar desde cedo.
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Benfica sofre para ganhar m golo tardio de Cardozo permitiu quarta-feira ao Benfica manter as esperanças de alcançar os oitavos-de-final da Liga dos Campeões de futebol, ao bater os escoceses do Celtic por 1-0, na terceira jornada da prova. No Estádio da Luz, o avançado paraguaio, assistido pelo argentino Di Maria, facturou aos 87 minutos e "ofereceu" aos "encarnados" a primeira vitória na actual edição da "Champions", bem como o primeiro triunfo de José António Camacho na competição, num encontro que assinalou o 50º jogo de Rui Costa na prova. Com este resultado, o Benfica, que voltou assim na Luz a vencer os campeões escoceses, depois do triunfo na época passada por 3-0, abandona o último lugar do Grupo D e ocupa agora o terceiro posto, com três pontos, em igualdade com o Celtic. Num Estádio da Luz a "meio-gás", vestido de vermelho e verde, graças aos cerca de 10 mil barulhentos adeptos do Celtic que "invadiram" hoje a capital portuguesa, o Benfica entrou na partida nervoso, com os jogadores "encarnados" a mostrarem-se desinspirados e algo preguiçosos nos lances ofensivos, com muitas perdas de bola e passes falhados a meio campo.
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O Benfica abandonou o último lugar do Grupo D e ocupa agora o terceiro posto.
Perante um certo "adormecimento" contrário, os escoceses aproveitaram o nervosismo dos "encarnados" e por duas
vezes assustaram Quim, através de remates de Donati (32 minutos) e Brown (39), com o guarda-redes do Benfica a
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ter que se aplicar no primeiro lance, ao defender o "tiro" do médio italiano para canto. No regresso dos balneários, o Benfica empregou mais velocidade no jogo, com Cristian Rodriguez em destaque, e quase que chegou à vantagem através de um bom cabeceamento de Cardozo, que o guarda-redes do Celtic correspondeu com uma grande defesa, depois de um centro do médio uruguaio. Depois de dois remates perigosos dos escoceses - Killen (56) e McGeady (58) -, Camacho "revolucionou" o ataque com a entrada de Di Maria e Adu e quase que o Benfica chegava ao golo, novamente com Cardozo na jogada, desta vez a acertar violentamente na barra, após defesa incompleta de Boruc a remate de Rodriguez. Pouco depois, o "azarado" avançado do Paraguai voltou a acertar no poste da baliza do guardião polaco, depois de uma boa jogada na área dos "católicos". Aos 87 minutos, numa altura em que o Benfica já demonstrava algum cansaço, Di Maria isolou Cardozo com um passe entre a defesa escocesa, com o paraguaio a não ter dificuldades em bater Boruc e a garantir a primeira vitória da formação da Luz na Liga "milionária". PUBLICIDADE
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w w w. c o r r e i o d e v e n e z u e l a . c o m CORREIO DE VENEZUELA - 25 A 31 DE OUTUBRO DE 2007
CORREIO celebra oito anos com seis presidentes de câmara O semanário CORREIO da Venezuela assinala na sexta-feira, 2 de Novembro, oito anos de vida. A efeméride fica marcada pela participação inédita no evento dos representantes de seis autarquias madeirenses. Miguel Albuquerque (Funchal), Arlindo Gomes (Câmara de Lobos), Emanuel Gomes (Machico), José Alberto Gonçalves (Santa Cruz), Ismael Fernandes (Ribeira Brava) e Humberto Vasconcelos (São Vicente) serão os convidados de honra do semanário da comunidade portuguesa na Venezuela. Alguns anúncios que falam da expansão deste projecto editorial também terão lugar durante a noite do 2 de Novembro. Será anunciado o relançamento da parceria entre o DIÁRIO de Notícias da Madeira, o CORREIO da Venezuela e o jornal El Nacional, que se traduzirá na presença de duas páginas semanais com notícias de Portugal e sobre a comunidade portuguesa num dos diários de maior circulação na Venezuela. A celebração dos oito anos do semanário contará também com a participação do Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha que actuará no palco do salão nobre do Centro Português, em Caracas. Os participantes no
O semanário CORREIO é dirigido por Aleixo Vieira.
evento também vão poder desfrutar dos acordes da Orquestra Sinfónica Juvenil Simón Bolívar e ficarão ainda habilitados a una viagem a Portugal e à Ilha de Margarita. Durante a estada em Caracas, os presidentes das Câmaras Municipais da Região Autónoma da Madeira tam-
bém vão estar presentes na Feira Internacional de Comércio, Indústria e Turismo, que decorre em Caracas de um a quatro de Novembro. Esta visita está a gerar grandes expectativas em Caracas, por ocorrer meses antes da deslocação do presidente do Governo da Madeira e numa altura em que Portugal e a Venezuela reforçam laços a vários níveis, ao mesmo tempo que as autoridades oficiais venezuelanas se esforçam por serenar as dúvidas em torno das reformas constitucionais. A presença dos seis autarcas dá continuidade a tradição de trazer até Caracas personalidades da vida pública portuguesa. Antes já foram convidados do CORREIO, Carlos Pereira, presidente do C. S. Marítimo, o presidente da Câmara do Funchal, Miguel Albuquerque, o vicepresidente do Governo Regional, João Cunha e Silva, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, e o presidente do C. D. Nacional, Rui Alves. O semanário CORREIO da Venezuela é hoje o mais importante órgão de imprensa da comunidade portuguesa. Dispõe de um quadro redactorial jovem e é dirigido por Aleixo Vieira.
Projecto de vanguarda Francisco José Cardoso DN Madeira
Outubro 2007. Esta data fica para a história do DIÁRIO de Notícias da Madeira como o início de uma nova etapa do principal órgão de informação regional, marcada pela apresentação pública do novo projecto que vinca o propósito vanguardista na área de média. A comemorar 131 anos de existência, um novo projecto gráfico, comercial, empresarial, redactorial, com uma forte aposta no conceito 'turbina de informação', chegou às mãos dos madeirenses.
Na cerimónia pública, que contou com a presença de várias personalidades, com destaque para Cunha e Silva, vicepresidente do Governo Regional, o Presidente do Conselho de Gerência do grupo EDN, Michael Blandy, salientou que "qualquer negócio tem os seus desafios" e o DIÁRIO tem "uma estratégia actual e dinâmica, para um negócio, em termos de produto, equipado com as últimas tecnologias, com os recursos humanos adequados para responder e financeiramente saudável para, assim, assegurar a independência editorial", disse.
Também sobre o novo projecto, o gerente executivo, José Bettencourt Câmara, salientou que este é apenas o "primeiro passo" para o DIÁRIO se tornar em uma empresa multimédia. "Em termos humanos, vamos trabalhar com as pessoas que já cá estão, talvez com mais quatro a cinco que nos darão apoio na tal estratégia multimédia. Em termos financeiros, a empresa investiu cerca de 1,5 milhões de euros", destacou. Sendo esta a primeira fase de um projecto mais abrangente, José Câmara fez a antevisão do que virá a seguir: "A segunda fase vai ser iniciada ainda este
ano. E visa tornar esta empresa naquilo que chamamos uma 'turbina informativa', que é ter todos os meios do DIÁRIO (papel, rádio e Internet nas suas diversas vertentes) a trabalhar 24 sobre 24 horas, sete dias por semana. O objectivo é chegar aos madeirenses estejam onde estiverem". E é um mercado calculado em 1,3 milhões de pessoas, entre residentes, emigrados, nascidos cá e descendentes. A 'JÓIA DA COROA' Consubstanciado nos 131 anos do DIÁRIO, o projecto visa potenciar "a 'jóia da coroa' e há-
de continuar a sê-lo", garante. "É quase como a âncora do projecto multimédia. Esta renovação era fundamental, daí termos procurado as melhores empresas mundiais (Innovation e CRD). Para o editor executivo, Ricardo Miguel Oliveira, "a nova imagem reflecte um novo modelo jornalístico e não uma mera operação de cosmética", frisou. "Vamos ter um olhar mais próximo e localizado, com a perspectiva de abordar problemas, mas também dar soluções e contar histórias", sem esquecer que o "jornalismo vive de notícias, sempre com a perspectiva humana".