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www.correiodevenezuela.com
O jornal da comunidade luso-venezuelana
CP recebe chavistas Deputados pelo “Sim” vão explicar a reforma aos portugueses p. 10
DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 07 – N.º 234 CARACAS, 22 A 28 DE NOVEMBRO DE 2007 - VENEZUELA: BS.: 1.500,00 / BS.F.: 1,50 / PORTUGAL:
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Chávez e Sócrates relançam confiança A duas semanas do referendo na Venezuela, a visita do presidente Chávez a Lisboa prometeu tranquilidade à comunidade portuguesa. p.3, 4, 6
Gastronomia no Funchal Consulado promove cursos de gastronomia crioula p.8
Instituto Camões pondera alternativa O IC equaciona celebrar um convénio com outra universidade venezuelana p. 15
Empates de Scolari foram suficientes Portugal apurou-se para o Euro’2008, apesar de mais um empate à moda de Scolari. Um apuramento sofrido num grupo acessível p. 28-29 PUBLICIDADE
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EDITORIAL
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Até quando? Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Erika Correia, Tomás Ramirez, Victoria Urdaneta, Sandra Rodríguez, Tábita Barrera, Jean Carlos de Abreu Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Edgar Barreto (Punto Fijo) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Antonio López Villegas, Luís Barreira, Álvaro Dias, Luis Jorge Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Relaciones Públicas María Amelia Da Rocha Eventos Yamilem González Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: María Alexandra Monteverde C. Secretariado: Emmanuel Vieira Fotografia Paco Garrett Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI). Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.
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Os mais altos representantes de Portugal e de Venezuela estão, hoje por hoje, na maior das sintonias. Muito distantes das alegrias, tristezas e temores dos seus cidadãos, mas a verdade é que há um ambiente de harmonia, respira-se respeito e tolerância institucionais. Tudo isso é muito bom. O contraponto está aqui mesmo à mão: o caso de Espanha, com o incidente da Cimeira IberoAmericana a gerar algum desconforto nas relações com a Venezuela, o que se repercute inevitavelmente na comunidade espanhola aqui residente. A grande verdade é que o entendimento institucional corporizado por Hugo Chávez e José Sócrates está assente apenas em dois ou três aspectos que fazem a conjuntura actual: um acordo petrolífero e o reconhecimento, pela enésima vez, que os "portugueses são um povo trabalhador". Não havia outro caminho a
seguir. Não ter Venezuela e Portugal de costas voltadas é sempre melhor que qualquer outra situação. A visita-relâmpago de Chávez a Portugal é positiva. O facto do mesmo não se ter passado com Espanha não é bom nem para os espanhóis nem para os venezuelanos. Esta posição aparentemente confortável não nos deve desviar de outros aspectos, que também não devem ser menosprezados. Se por qualquer acaso, Portugal e Hugo Chávez registarem um incidente similar ao do rei Juan Carlos - um 'porque no te callas' dirigido de lá para cá ou daqui para lá - é quase garantido que as relações excelentes passam logo para segundo plano. Ou são postas logo em causa, como aconteceu com Espanha. O ambiente é favorável. E deve ser aproveitado para algo mais do que recordar que os "portugueses são um povo trabalhador".
O cartoon da semana - Leste a notícia sobre o bar 'Funchal', em Los Teques, que vendia frangos e droga?
- Sim! Não percebi quanto custava um 'prato'...
A semana Muito Bom GALP e PDVSA, duas das mais importantes empresas da Venezuela e Portugal, acabam de formalizar um acordo que, pelos dados vindos a público, representam uma mais valia para os dois países.Será talvez o acordo mais importante em toda a história das relações luso-venezuelanas, por se traduzir em algo prático e palpável.E é isso que se exige aos responsáveis dos dois países.
Bom A aposta no funcionamento do 'Consulado virtual', disponibilizado via Internet, deverá permitir o acesso a um conjunto de serviços como o pedido de documentos e a marcação de atendimento nos consulados.Reconhecemos nesta medida uma grande possibilidade que se abre para facilitar a gestão de documentação.Mas resta esperar pelos resultados práticos que esta iniciativa pode vir a trazer aos utentes.
Mau Um grupo de ex-combatentes actualmente radicados na zona montanhosa de Carayaca, muitos deles com problemas de saúde, estão à espera que se cumpra o decreto-lei segundo o qual todos os antigos militares que serviram Portugal nas ex-colónias portuguesas teriam direito a uma pensão.Lamentam a falta de resposta por parte das autoridades portuguesas.
Muito Mau Nos últimos tempos há uma problemática que vem afectando significativamente o Centro Português, em Caracas: trata-se da segurança, ou da falta dela, posta em causa por dois assaltos à agência bancária interna. A pesar disso, a massa associativa primou pela sua ausência num curso de segurança, que se realizou dentro do clube, ao qual só assistiram oito pessoas, quase todos da junta directiva. Sem comentários.
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No aeroporto militar de Figo Maduro, um grupo de cerca de 200 apoiantes mostrava faixas: "Venezuela é Verdade: Revolução e Liberdade".
Hugo Chávez não esquece a Madeira Presidente venezuelano elogiou, em Lisboa, a comunidade trabalhadora Sandra Cardoso, em Lisboa
"Estive uma vez na Madeira e vi venezuelanos por todo lado". As palavras são de Hugo Chávez, na chegada, na terçafeira, a Lisboa, e exemplificam uma "grande relação de afecto e carinho entre Portugal e Venezuela". Segundo o presidente da Venezuela, há uma relação histórica entre os dois países que culminará, depois do encontro de ontem com o primeiro-ministro português, José Sócrates, numa "sólida relação política". "Por isso é que esta visita é tão importante, apesar de curta", disse aos jornalistas, no aeroporto militar de Figo Maduro. Hugo Chávez, que contabiliza milhares de portugueses e luso-venezuelanos, a maioria da Madeira, no seu País, não poupa elogios à comunidade lusa. "Queremos muito aos portugueses, são um povo muito trabalhador e que já está na Venezuela há muito tempo", sublinhou. "Com uma comunidade tão grande e com tanto afecto, não se compreende porque é que ainda não há uma sólida relação política entre Portugal e a Venezuela, salientou.
das Comunidades, António BraTROCA DE GALHARDETES ga e Mário Soares, os dois últiA visita relâmpago a Portu- mos também presentes em Figal surgiu de uma conversa que go Maduro, bem como os addisse ter mantido o primeiro- ministradores da Galp. ministro, José Sócrates, durante a Cimeira Ibero-Americana "NÃO SOMOS EGOÍSTAS" A questão energética foi ouno Chile e é a última paragem do avião da comitiva bolivaria- tro ponto abordado por Chávez na, antes da chegada a Cuba e à chegada a Lisboa, no mesmo do encontro com Fidel Castro. dia em que foi assinado o acorJá em São Bento, o primei- do entre a Galp e a Petroleos da ro-ministro José Sócrates mani- Venezuela, para o desenvolvifestou-se convicto de que as po- mento de projectos conjuntos líticas de Chávez, darão "tran- na área do gás natural liquefeiquilidade, confiança e to (GNL), ao abrigo do qual a estabilidade" à comunidade por- petrolífera portuguesa poderá tuguesa residente na Venezuela. vir a adquirir da Venezuela dois O chefe do governo agradeceu mil milhões de metros cúbicos por ano. "A Veneao presidente da Vezuela pretende ser nezuela as suas uma fonte de ener"constantes referênChávez conta com a gia para Portugal, cias elogiosas à coajuda portuguesa na que infelizmente munidade portutransferência de não tem petróleo. guesa". E afirmou tecnologia para Não somos egoísainda: "Quando Porprodução alimentar e tas", declarou, estitugal olha para a produção de leite. mando fornecer Venezuela, sentimos "100 mil barris por que é um país irano". O estadista mão, porque vivem na Venezuela muitos dos nos- deixou ainda um aviso: "O Mundo tem de se preparar para sos compatriotas". No jantar que se seguiu José o fim do petróleo". Lembrou, Sócrates fez-se acompanhar do contudo, que a Venezuela, a ministro de Economia, Manuel Rússia, o Irão e a Arábia SaudiPinho, do secretário de Estado ta, na qualidade de países pro-
dutores, "são os últimos países a ter petróleo". No entanto, o acordo, diz, "não beneficia só Portugal". Segundo o chefe de estado, a Venezuela também fica a ganhar com este convénio. Chávez conta com a ajuda portuguesa na transferência de tecnologia para produção alimentar, produção de leite, indústria, exploração marítima e pesca. "REI TEM DE PEDIR DESCULPA" Depois de 15 minutos à conversa com os jornalistas, surge a questão do momento: as tensas relações com rei de Espanha. Apesar de dizer que não existe conflito com o país ibérico, Chávez diz que a "a bola está do lado de Espanha". O presidente da Venezuela diz que o "rei perdeu a paciência" e interroga-se sobre a razão que levou a este "golpe de impaciência". E responde: "Juan Carlos não está habituado a ouvir tanta verdade". Por isso exige: "o rei tem de pedir desculpa e reconhecer que errou". Já durante a tarde o presidente venezuelano tinha falado do assunto em Paris, onde se encontrou com Sarkozy. Bem humorado, disse que o seu avião
sobrevoaria "a muito baixa altitude" o palácio real da Zarzuela, em Madrid, e esperava que os espanhóis não "derrubassem" o aparelho. "Nós viajamos no avião de Fidel que voa a baixa altitude", declarou na conferência de imprensa. Chávez: O "fura" protocolos 18 horas. Era esta a hora marcada para a chegada de Chávez ao aeroporto militar de Figo Maduro. Acabou por chegar duas horas e meia mais tarde. À porta, um grupo de cerca de 200 apoiantes mostrava faixas: "Venezuela é Verdade: Revolução e Liberdade". Tratouse de uma manifestação de apoio organizada pelas Associações de Amizade Portugal/ Cuba e Portugal/Venezuela. No entanto, outros juntaram-se e não quiseram perder a oportunidade de ver o presidente venezuelano. "Acompanho com interesse as políticas sociais na Venezuela", disse ao DIÁRIO Margarida Coelho. Bruno Gonçalves, militante da Juventude Comunista Portuguesa, era outros dos presentes. "Estou aqui a mostrar a minha solidariedade com as agressões que têm sido feitas a Chávez e ao povo venezuelano", declarou.
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Aliança oportuna que dá jeito aos dois lados Agostinho Silva Fernando Manuel Letra
intervenção pessoal de Hugo Chávez nos dossiers Ingrid Betancourt, com a França, e no acordo petrolífero, com Portugal, são anteriores à crispação com Espanha. Mas um e outro servem na perfeição, nesta altura precisa, ao presidente venezuelano para vincar uma posição de força em relação aos espanhóis. Chávez sabe que a comunidade portuguesa na Venezuela, apesar de ser uma das mais expressivas em termos quantitativos, contenta-se com pouco. Ou pelo menos essa tem sido a postura da colónia luso-venezuelana até aqui, que aparentemente se dá por satisfeita com a repetição cíclica das referências elogiosas a "povo trabalhador" e que "contribuiu muito para o desenvolvimento económico da Venezuela". No auge das suas aspirações pessoais, Chávez está muito perto do estilo de liderança que lhe
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Com este 'charme' em Portugal, Chávez tem tudo a ganhar.
ilumina o caminho. No plano interno, está a poucos dias de ver confirmada a sua revolucionária proposta de alterações a uma Constituição que ele próprio aprovou há apenas nove anos, que lhe irá reforçar poderes em todas as áreas da governação e até em domínios particulares das famílias e das empresas. No plano exterior, Chávez e o seu ego popu-
lista contam com o impacto das suas declarações polémicas, porque é dessa forma que consegue ofuscar e sobrepor-se a outros líderes mundiais. Com este 'charme' em Portugal, Chávez tem tudo a ganhar: expande a sua área de 'influência petrolífera' e assegura pactos de não-agressão que lhe poderão fazer falta. Ao valorizar a proximi-
dade a Sócrates, o líder venezuelano consegue enfraquecer o ruído espanhol, ao mesmo tempo que também resolve alguns problemas menores internos, como é o caso da garantia de importação de três toneladas/mês de leite português, que tanta falta fazem nos supermercados venezuelanos. Desta vez, Portugal não recebe apenas os tradicionais elogios pela histórica dedicação dos seus emigrantes. O negócio da GALP com a petrolífera venezuelana PDVSA resolve cerca de 30% das necessidades de Portugal, em princípio com condições de crédito muito vantajosas. Em Caracas e em todas as outras cidades onde há uma forte presença lusa, a comunidade espera que se concretizem algumas das promessas da entidade fiscal da Venezuela, pondo um ponto final nos procedimentos administrativos que encerram estabelecimentos por questões menores. Também aqui pode ser que o líder venezuelano privilegie os empresários portugueses para reforçar a diferença de tratamento.
Deve e haver Portugal-Venezuela CASO RESOLVIDO - Governo venezuelano pediu a Portugal para fornecer leite - Secretário de Estado do Comércio português assegurou fornecimento em apenas 24 horas - Uma empresa portuguesa vai exportar três toneladas mensais de leite -Intervenção portuguesa vai suprir parte significativa das dificuldades de abastecimento aos supermercados venezuelanos. POR RESOLVER - Governo português pediu facilidades para a comunidade lusa importar bacalhau e azeite -Secretário de Estado Fernando Serrasqueiro sobrepôs as razões culturais às questões económicas - Empresários portugueses pretendem acesso mais fácil ao dólar, para poderem importar produtos - Em áreas como a justiça, falta concretizar diversos acordos Portugal e Venezuela.
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Visita presidencial alvo de críticas e apoios breve visita de Hugo Chávez a Portugal, embora reuna um consenso 'diplomático', não deixa de ser criticada por alguns dos 'actores' da cena política nacional. O embaixador da Venezuela em Portugal, General Lucas Rincón Romero,considera que a visita presidencial realizada a Lisboa reflecte o imenso valor que tem para ambos governos a significativa comunidade portuguesa radicada na Venezuela. "Este encontro demonstra que as excelentes relações entre ambos países continuam no melhor nível. A realização deste encontro fortalecerá ainda mais os laços político-económicos, os investimentos e o intercâmbio cultural. Venezuela está aberta aos portugueses, aos quais considera compatriotas". A visita do presidente Hugo Chávez a Portugal é qualificada pelo deputado da Assembleia Nacional da Venezuela, Guido de Freitas, como "de alta importância". O político luso-descendente observou que "esta visita promove novos acordos bilaterais e fortalece os já existentes". No caso concreto do dossier do petrolífero, considerou ser "muito positivo o encontro que mantido com
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José Sócrates, pois o presidente Chávez apoiou a relação da Galp com Pdvsa". Mais ainda, afirmou que neste tema o mandatário venezuelano "demonstrou de novo o destacado papel da Venezuela no mundo do petróleo, pois já redefiniu o rumo da OPEP e agora trabalha para humanizar a economia". "UMA JOGADA XADREZ POLÍTICO" Para Carlos Teixeira, investigador e dirigente político da oposição, com a aproximação a Portugal, o presidente Hugo Chávez realiza aquilo a que se costuma chamar "movimento para a frente", porque sabe que Portugal preside a União Europeia. Ao mesmo tempo, pretende mediante este convénio energético, "subornar as acções diplomáticas e minimizar as interrogações ao governo venezuelano pelos seus
Ángela de Almeida
actos autoritários. É uma jogada de xadrez político". Segundo Teixeira, Chávez nunca se importou com uma relação energética com Portugal, mas interessa-se agora "com a intenção de comprar ou subornar vontades para reduzir as críticas ao seu governo e neutralizar opiniões adversas". "Fico muito contente que Portugal mantenha a sua política interdependente na busca dos recursos energéticos que precisa para cobrir a suas necessidades. Mas, além do plano comercial, o governo português deve cuidar que este convénio energético com a Venezuela não comprometa o que é para Portugal um princípio consagrado na sua própria constituição como é a defesa do sistema democrático no mundo". Para este madeirense, natural do Funchal, o governo de Portugal não deve esquecer que
Guido de Freitas
desde que Chávez chegou ao poder mais de 40 empresários portugueses foram sequestrados, o que ilustra a grave situação de insegurança que se vive na sociedade venezuelana. "Como luso-venezuelano, este convénio conta com a minha recusa se levar com que Portugal renuncie à sua postura crítica sobre as práticas antidemocráticas do governo de Chávez. Angela de Almeida, presidente da Associação de Jovens Luso-descendentes, qualifica a visita do presidente Chávez a Portugal como "muito positiva, já que incrementará as relações políticas e comerciais entre ambas nações". Quanto ao acordo entre a Galp e a PDVSA, afirmou que "será um apoio ao crescimento não apenas no âmbito político, senão que também ao nível do
Lucas Rincón
intercâmbio de novas tecnologias". Para o presidente da câmara luso-venezuelana de comércio da região de Aragua, Juan Macrino Dias, a visita de Hugo Chávez a Portugal foi muito positiva para ambos países. "30% do petróleo português será fornecido pela PDVSA. Isso significa que Portugal terá uma fonte segura de energia e a Venezuela terá um cliente seguro". Dias considera que a visita foi muito cordial e serviu para enaltecer a comunidade portuguesa na Venezuela. Destacou ainda a assessoria solicitada pelo presidente Chávez a Portugal em matéria agro-pecuária. Consultado pelo CORREIO, o embaixador de Portugal na Venezuela, João Caetano da Silva, não considera oportuno opinar agora sobre o encontro.
Carlos Teixeira
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Festim de arroz com fins desportivos
VENEZUELA
Fundos angariados serão destinados à construção do campo de futebol do Centro Marítimo de Venezuela
Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
rroz de bacalhau, de mariscos, de coelho, de feijão, de cabidela, e de polvo, foram servidos no festival que se realizou no Centro Marítimo de Venezuela e que reuniu mais de 800 comensais. A oportunidade foi propícia para a celebração do 34.º aniversário do grupo folclórico luso internacional deste centro social.
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A animação esteve a cargo de dois imi- destinados à construção do campo de futetadores. Um que imitou Alejandro Fernán- bol. "Na quinta-feira 22, à hora do almoço, dez e outro a Chayanne. O espectáculo prota- vamos ter uma reunião com Mário Pereira e gonizado pelos artistas levantou das cadeiras José Luís Ferreira, para continuar a tratar da até aos fans menos jovens, durante a execução construção do campo e para estabelecer já as de peças como "Torero" e "Provómedidas regulamentares de 90 por came". 45", disse, adiantando que vão ser O festival contou ainda com a "metidas três máquinas, uma 'jumNa jornada, o grupo actuação da orquestra de Pino bo' e duas 'shovel', para derrubar o folclórico do Centro Banda Show, que interpretou bamonte e fazer uma terraplanagem ladas dos anos 60 para gáudio de para o muro de contenção". Marítimo soprou todos aqueles que recordam os Pereira convidou a comunidade as velas dos seus 34 seus tempos de discoteca. portuguesa na Venezuela a fazer anos de existência. O grupo folclórico luso interparte do Marítimo no que toca ao nacional do Centro Marítimo de começo da escola de futebol meVenezuela levou o público prenor que está planeada para arransente a dançar bailes e ritmos típicos da ilha car no próximo ano. da Madeira numa jornada em que o agrupa"Temos verificado um aumento desde que mento soprou as velas dos seus 34 anos de mudamos de nome em Fevereiro. Com a palaexistência. vra Marítimo as coisas têm corrido bem", exA junta directiva do CMV reconheceu plicou, revelando que aderiram "300 novos através de uma placa a longa trajectória deste sócios". grupo que tem difundido o folclore madeiO evento contou também com a particirense por toda Venezuela. pação de sócios dos principais clubes que comO presidente do Centro Marítimo da Ve- põem a liga de bolas “criollas” (Libocrint) panezuela, Manuel Pereira, explicou que os fun- ra a entrega de troféus e a apresentação da dos angariados pelo festival de arroz serão nova junta directiva.
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Breves
Noite de fados em Turumo O Centro Marítimo de Venezuela está a preparar uma noite de fados para 24 de novembro. O evento, que está sob a organização de Ana de Castro e foi baptizado de "Novos valores do fado na Venezuela", permitirá mostrar o talento de jovens luso-descendentes apaixonados por este género musical. O evento está agendado para as 21 horas na sede do clube em Turumo, no restaurante Q' copas.
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Cursos de gastronomia venezuelana no Funchal
Breves Festa do Minho no CP
As instalações do Consulado foram equipadas para receber os interessados em ter aulas de gastronomia “criolla” totalmente gratuitas. Erika Correia
omo mecanismo de integração e recuperação de culturas entre venezuelanos e portugueses, o Cônsul Geral da Venezuela na Madeira, Félix Correa, activou, durante o seu primeiro ano de gestão, diversos cursos gratuitos de gastronomia venezuelana para todas as pessoas interessadas em con-
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hecer um pouco mais sobre as tradições culinárias crioulas. A primeira etapa dos cursos, que começou na semana passada, foi ministrada pelo chefe Juan Carlos de Sousa, chefe executivo do restaurante Golden Gates, situado em São Francisco, nos Estados Unidos da América, e que expôs todos os seus conhecimentos aos alunos participantes numa introdução sobre Higiene e Segurança Alimentar, onde se abordou o tema da limpeza dos alimentos antes da sua utilização. Das 80 pessoas que se inscreveram na primeira parte do curso, 50 são luso-descendentes e o resto madeirenses que expressaram grande interesse em aprender a confeccionar diversos pratos típicos venezuelanos, especialmente comidas próprias do Natal: pernil, hallaca, pan de jamón, salada de galinha e demais costumes culinários como o pabellón crioulo e a cachapa.
Na parte da pastelaria, o encarregado de instruir os participantes será o chefe venezuelano Alexis Martínez, afamado pasteleiro da padaria "Corvo Pan", e que já obteve diversos reconhecimentos ao nível internacional. A confecção de pratos natalícios estará a cargo de Gladis Peña, esposa do embaixador Lucas Rincón Romero. Segundo funcionários do Consulado da Venezuela no Funchal, as expectativas foram satisfeitas, já que a receptividade foi grande, com uma resposta massiva por parte de portugueses e luso-descendentes radicados em Portugal, e isto apenas com a divulgação na imprensa durante dois dias. Os cursos da primeira etapa vão realizar-se até à primeira semana de Dezembro, quando se outorgarem os respectivos certificados aos alunos. A segunda parte do curso, para a qual existe já uma extensa lista de espera, inicia-se no mês de Fevereiro de 2008.
O artista convidado será Chico Avila.
No dia 24 de Novembro às 19h30, a comunidade minhota radicada em terras de Simón Bolívar vai novamente celebrar a Festa do Minho na Venezuela, (terceiro convívio), que será realizada no salão nobre do Centro Português, em Caracas, A festa do Minho é um jantarconvívio com espectáculo de artistas ao vivo, que procura lembrar e divulgar as tradições minhotas junto a emigrantes e luso-venezuelanos. Este ano o artista convidado será o açoriano, radicado na Califórnia-USA, Chico Avila. Estão também convidados a fadista Celeste Moreira, Silvio show, a orquestra Klasse e o grupo folclórico Os Lusíadas. O saldo positivo que resulte da venda das entradas será doado a uma instituição de beneficência venezuelana
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Centro Madeirense entrega Ordem "João Gonçalves Zarco"
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Condecoração no âmbito das comemorações do 29º aniversário do clube. O CORREIO recebeu a ordem na categoria de empresa. Carlos A. Balaguera carabal@cantv.net
o âmbito das comemorações do 29º aniversário do Centro Social Madeirense (CSM), foi entregue a Ordem "João Gonçalves Zarco" na primeira, segunda e terceira classe. As condecorações foram entregues pela Comissão organizadora do clube, tendo em conta uma série de exigências, entre as quais se incluem o trabalho e o esforço dos condecorados em prol da comunidade portuguesa residente na Venezuela e a sua actividade pelo desenvolvimento do centro social. O reconhecimento constava de uma placa, uma medalha e a Cruz da Madeira. As pessoas distinguidas na primeira classe foram o cônsul geral de Portugal em Valência, Rui Monteiro, o cônsul honorário de Maracay, Marcelino de
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Canha, o ex-presidente da junta directiva do CSM e presidente da comissão viajem à Madeira 2007, João Carlos Abreu, e o secretario geral da junta directiva, José Guido Pereira Pestana. Na segunda classe, na categoria de empresa, foi reconhecido o trabalho do CORREIO da Venezuela com a Ordem "João Gonçalves Zarco". Na segunda e terceira classe também foram condecorados alguns sócios representativos do Centro Social Madeirense. João Paulo da Veracruz, presidente do CSM, recordou o desenvolvimento que durante 29 anos o clube tem experimentado e anunciou que esta semana a junta directiva aprovou a letra do hino do Centro Social Madeirense, escrito por Maria Conceição Barradas de Quintal, membro do grupo folclórico e do coral de vozes claras da associação. O orador de serviço da noite
Cônsul Rui Monteiro recebeu a ordem na primeira classe.
foi o cônsul geral de Portugal em Valência, Rui Monteiro, que fez questão de ressaltar o trabalho do presidente do Centro Social Madeirense, que tem demonstrado manter vivos os nexos da Venezuela e de Portugal. "Esta associação tem sido um fiel intérprete de todos os encontros madeirenses, celebrando as festas tradicionais, divulgando a
Carlos Balaguera recebeu a distinção em nome do CORREIO.
língua portuguesa através de cursos e conseguindo a integração entre portugueses e venezuelanos", declarou. Houve um reconhecimento especial por parte do cônsul para os jovens do grupo Pura Brinkadeira, que estão realizando um "justo trabalho" junto da Associação de Jovens Luso-descendentes de Maracay. "Contem
com todo o meu apoio e peço à junta directiva para reforçar a ajuda a estas iniciativas". O diplomata falou da sua actividade desde que chegou ao país no 2004 e do contacto directo que tem mantido com a comunidade portuguesa radicada nos 13 estados que compreendem a área de jurisdição do consulado de Valência. PUBLICIDADE
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CORREIO DA VENEZUELA 22 A 28 DE NOVEMBRO DE 2007
Deputados à procura do ‘Sim’ dos “estrangeiros”
Guido de Freitas anunciou que na próxima segunda feira, 26 de Novembro, está previsto realizar um fórum no Centro Português, em Caracas, para explicar o projecto da Reforma constitucional.
Jean Carlos de Abreu deabreujean@gmail.com
té 30 de Novembro, o grupo de "Países Irmãos pelo Sim", criado pelo deputado luso-descendente Guido de Freitas e pelo parlamentar de origem árabe Imad Saab Saab, vai estar realizando jornadas de explicação e divulgação sobre a Reforma Constitucional em diferentes zonas da capital venezuelana. O objectivo das jornadas é que as comunidades de emigrantes que vivem na Venezuela e que podem votar, fiquem a conhecer e apoiar a proposta formulado pelo presidente da República, Hugo Chávez. Este grupo faz parte do "Comando Zamora", o qual está encarregado de fazer propaganda política a favor da aprovação do projecto constitucional. Guido de Freitas, deputado pelo Estado Vargas, informou que durante estes últimos 15 dias de campanha, tentará reunir com a maior quantidade de pessoas es-
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trangeiras para explicar "os avanços decorrentes para o país se se aprovar a reforma de 2 de Dezembro". Membros das comunidades do Ecuador, México, Perú, Panamá, República Dominicana, de países árabes e africanos, entre outras nações, vão estar nas ruas "apoiando o Sim à Reforma", precisou o parlamentar, acrescentando que não deixarão os europeus fora desta campanha pois, quer seja "dentro ou fora das proximidades da Assembleia Nacional", haverá reuniões com espanhóis, italianos e portugueses para continuar com a campanha que esta sendo levada a cabo pelo Comando Zamora a favor do Sim. "Como luso-descendente e venezuelano quero fazer um apelo às comunidades estrangeiras, especialmente à portuguesa, para não temer porque a Reforma Constitucional vai trazer tranquilidade ao povo e reafirmar o que os venezuelanos necessitam", assegurou o deputado quando observava que este projecto vai acabar com os vícios
que desde há mais de 20 anos afectam o país. Guido de Freitas anunciou que na próxima segunda feira, 26 de Novembro, as 7:30 pm, está previsto realizar um fórum no Centro Português, em Caracas, para explicar a todos os sócios do clube o projecto da Reforma. Nessa actividade poderão participar os parlamentares Carlos Escarrá, Desirée Santos Amaral, Darío Vivas, Guido de Freitas e Imad Saab Saab. PROJECTO POLÉMICO O artigo 115, o qual se refere à propriedade privada, revela-se como um dos mais polémicos do projecto. Para o deputado, esta norma reafirma a propriedade pública e privada. "Dentro do título está estipulado o uso, gozo e desfrute desta, seja qual seja". Sobre os novos conceitos de propriedade mista, colectiva e social, Freitas explica que estas só vêm dar titularidade a terras "àquelas pessoas que desde há anos estão em circunstâncias não se-
Boletim de voto No acto de 2 de Dezembro o boletim de voto vai estar dividido em dois blocos. No lado esquerdo estarão os 33 artigos propostos pelo Primeiro Mandatário venezuelano mais outros 13 que se acrescentaram por consenso do povo. Do lado direito, serão colocadas as propostas dos Deputados da Assembleia Nacional, com as 15 disposições. No total, são 69 artigos que irão a sufrágio.
guras nas suas vivendas". "Ninguém vai tirar propriedade a ninguém. Com este artigo está-se a reafirmar o conceito do privado. Há que diferenciar expropriação de confiscação, são duas coisas diferentes. Garantimos que não haverá irregularidades neste tema, como querem fazer passar os porta-vozes da oposição".
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Sacerdote explica insegurança na Venezuela O director da Missão Católica Portuguesa de Caracas atribuiu, no domingo, a alta insegurança e os riscos de sequestros à falta de compromisso cristão dos católicos e chamou os portugueses a construírem uma Venezuela mais justa. O sacerdote falava durante a missa dedicada ao empresário português e produtor de rádio Diocleciano René dos Santos Sabença, natural de Espinho e assassinado a tiro, em Caracas, quando abria uma porta da sua fábrica de gelo Cachamay. "A nossa Venezuela seria outra se assumíssemos a responsabilidade de ser construtores de uma pátria mais justa, mais fraterna e mais solidária", disse. Depois de fazer referência à qualidade humana, grandes valores, respeito e forma de vida de Diocleciano René dos Santos, que, disse, "foi vítima desta terrí-
vel violência que cada dia cresce mais na Venezuela", o sacerdote sublinhou que "os mais pobres e mais necessitados são os que mais padecem de injustiça". Por outro lado, ao finalizar a missa, o padre Alexandre Mendonça explicou que "a violência na Venezuela não é uma violência directa contra a comunidade portuguesa nem contra uma comunidade em particular, é uma situação lamentável que vive o país e que a nos afecta todos". Precisou ainda que os portugueses realizam, na maioria das vezes, "um trabalho no âmbito alimentar e social muito próximo das zonas conflituosas da cidade" com os seus supermercados e mercearias e por isso "são os que mais sofrem, porque terminam sendo vítimas desta situação pela função que exercem”.
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VENEZUELA
José Manica despede-se
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Um dos principais promotores e investigador da cultura popular luso-venezuelana regressa a Portugal onde espera "continuar a levar a mesma vida que tinha aqui". portuguesa radicada em Caracas. "Gostava que alguém estivesse inteá vários anos que se propôs re- ressado em ocupar o meu posto depois cuperar diversas tradições por- de eu sair, mas é difícil. O instrumento tuguesas para divulgá-las junto que toco não é muito comum e os jovens dos luso-descendentes na Vene- não têm interesse em aprender, pois prezuela. Vimo-lo como actor principal nas ferem tocar bateria ou guitarra eléctrivindimas, na tosquia de ovelhas, na agri- ca". O medo de que os costumes que recultura, como leiteiro, distribuidor de almoços e vendedor de peixe. Estes foram cuperou para dar a conhecer aos mais alguns dos papéis pelos quais José Mani- novos se percam fez com que a sua partica ficou conhecido junto da comunida- da esteja plena de sentimentalismos e desde portuguesa. Nasceu em Santo Antó- ilusões, não pelo trabalho feito até agora, nio, Funchal, e teve, na Venezuela, um mas pelo medo que estas actividades perimportante papel na preservação da cul- cam a essência que tiveram até agora. "Espero que surja alguém cuja orientatura popular lusa. Na recente celebração em honra a ção seja difundir, recuperar e manter viSão Martinho, nas instalações do Centro vas as tradições que trazemos nas veias". No seu regresso a Portugal, os seus Português, foi tornada pública a notícia de que José Manica, que foi também pe- familiares vão lhe dar as boas vindas: o ça fundamental no grupo folclórico Dan- seu filho de 20 anos, estudante de enferças e Cantares do CP, abandona definiti- magem, que já está naquele país há cerca vamente a Venezuela para regressar à de cinco anos; e a sua esposa e a sua filha, futura estudante de educação especial, Madeira. "A situação do país está um pouco que têm voo marcado para o dia 1 de Detensa, e vou-me embora porque a min- zembro. "Graças a Deus que todas as minhas ha família não deseja continuar aqui. A minha filha tem 18 anos e não quer es- propriedades foram vendidas rapidamente, só me resta o lugar onde tudar neste país. Também trabalho, que pode servir patenho um filho que vive em ra montar um consultório. Portugal há já vários anos e "Vou viver no Funchal, O que vou sentir mais falta é que quer que regressemos. e o que mais gostava do clima, do Centro PortuDói-me deixar este país mas era de fazer parte do guês, do grupo folclórico, dos a família tem mais peso na amigos de tantos anos que minha decisão, obviamente grupo do Livramento, que quero ir com eles". porque é um dos mais aqui ficam". Tinha apenas 17 anos Manica viaja com muiimportantes da ilha”. quando emigrou para este tas expectativas. A sua prinpaís em busca de melhores cipal ocupação quando checondições de vida. O pai tingar será construir a casa onde vão viver, e procurará maneira de ha adoptado este lugar para trabalhar e os ingressar num grupo folclórico que preci- comentários positivos acerca do país fez com que Manica se arriscasse a deixar a se de mais membros. "Vou viver no Funchal, e o que mais sua mãe sozinha para vir embora. "A mingostava era de fazer parte do grupo do ha mãe não gosta de aviões, por isso nunLivramento, porque é um dos mais im- ca saiu de Portugal". A sua conduta e responsabilidade foi portantes da ilha, viajaram por todo o mundo. Seria uma boa maneira de conti- premiada com o primeiro lugar nas vennuar a levar a mesma vida que tenho das de mercado a nível nacional com diversas empresas de limpeza, como a Cruz aqui". Desde há seis anos, aproximadamen- Verde, a Mistolín e a Lava Ksa. "Tudo nesta vida ganha-se com conste, que faz parte do grupo folclórico Danças e Cantares, nas funções de organiza- tância, seriedade, esforço e honestidade, dor de eventos culturais, ganhando o ca- e se não temos nenhumas dessas qualirinho de todos quantos assistem às suas dades, tudo vai correr mal. Quando gostamos de algo na vida, tudo corre bem. apresentações. "O grupo folclórico abriu-me as por- Por isso me saí bem em tudo, porque o fiz tas para que pudesse mostrar o que sei com carinho". "Gostaria de vir, no ano que vem, pada cultura. Gosto muito de música e das tradições. Era eu que tocava braguinha, ra os 50 anos do Centro Português. Esta um instrumento português que aprendi a instituição é muito importante na minha vida, algo que agradeço à junta directocar depois de ter entrado no grupo". A sua principal preocupação ao dei- tiva é ter-me dado oportunidade de conxar a Venezuela é não conseguir alguém tinuar a participar em todos os eventos, que ocupe o lugar que vai deixar vago apesar de ter vendido as minhas acções no grupo, e quem for para esse posto te- há muito tempo. Vou-me, mas espero rerá de preocupar-se com a preservação das gressar sempre de férias. Oxalá que as tradições lusas no seio da comunidade portas estejam sempre abertas". Erika Correia
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José Manica viaja com muitas expectativas. PUBLICIDADE
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História de Vida
A centenária não tem preferência por nenhum tipo de comida em especial e “gosta de provar de tudo”.
Maria Rodrigues Campanário, Madeira
A família desta avó é imensa, já soma 10 netos e 13 bisnetos.
100 anos bem vividos Jean Carlos de Abreu deabreujean@gmail.com
caminho percorrido por Maria Rodrigues, que soprou 100 velas do seu bolo de aniversário, parece confirmar a teoria de alguns peritos que afirmam que o segredo de uma vida longa é a alegria. Natural do sítio do Porto Ribeira, em Campanário, Madeira, nasceu a 12 de Novembro de 1908. Com um século de vida recém cumprido, Maria Rodrigues conta com boa saúde e com um "perfeito sentido de humor". É uma mulher enérgica que soube como superar a rotina do dia a dia. Teve de trabalhar desde muito cedo para ajudar os seus pais: trabalhava na horta, cozinhava, alimentava os animais e dedicava parte do seu tempo livre a bordar. Tudo isto numa altura em que não havia luz eléctrica. "A luz não era algo imprescindível para mim". O trabalho, a boa alimentação e o carinho da sua família era o mais importante. Quando se lhe pergunta o segredo da sua longe-
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vidade, usa a frase: Trabalho, trabalho e mais trabalho. Durante toda a sua vida manteve-se sempre activa, além de levar uma vida saudável, tranquila e feliz, primeiro em companhia dos seus pais, depois com o seu esposo, já falecido, e agora junto dos seus filhos, netos e bisnetos. Dos tempos de antigamente, gostava do facto de não haver tanta malícia, havia maior união familiar, a comida era mais saudável e a vida era menos complexa. Os seus três filhos varões são o seu maior orgulho e agradece o facto de estarem sempre atentos. A família desta avó é imensa, já soma 10 netos e 13 bisnetos. Apesar da sua avançada idade, Maria tem muita lucidez, raciocínio, agilidade verbal para conversar e um grande sentido de humor. A única coisa que a deixa triste é recordar o falecido marido. "Sinto muito a falta dele", diz, com nostalgia. Quando morreu ficou na companhia de uma sobrinha, mas passado algum tempo esta casou e Maria ficou só. "Não gosto da solidão e optei por chamar o meu filho mais velho, António, para que fosse à Madeira buscarme e me trouxesse para a Venezuela". Doze anos passaram desde que Maria chegou a te-
rras de Bolívar, e afirma que o clima, o ar e as pessoas deste país lhe fizeram muito bem. "Estou mais rejuvenescida desde que cheguei à Venezuela", conta, rindo, enquanto pedia ao filhos que dessem atenção a visita. Confessa que não teme o futuro e espera viver mais uns anos. "Quando morrer, espero que seja uma morte tranquila. Deus vai levar-me para o céu para estar com o meu marido". CARINHOS E MIMOS José Rodrigues, o filho mas novo de Maria, pensa que o segredo dos 100 anos de vida da sua mãe radica no carinho e no amor que sempre recebeu dos filhos. "As pessoas de idade avançada devem ser tratadas como recém-nascidos, porque são pessoas delicadas que necessitam de mimos, carinhos e palavras de amor". A centenária, conta o filho, não tem preferência por nenhum tipo de comida em especial e "gosta de provar de tudo. Periodicamente realiza exames ao coração e "por agora tudo está sob controlo". O seu outro filho, António, sente-se feliz por a mãe ter cumprido 100 anos de idade e que tenha podido celebrá-los com toda a família reunida.
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"Por estas ruas lusitanas" Jean Carlos De Abreu deabreujean@gmail.com
ctualmente são muitos os programas radiofónicos dirigidos à comunidade portuguesa. Mas, entre eles, "Por estas ruas lusitanas" destaca-se pela elevada sintonia e popularidade. Exemplo disso são as mais de 100 chamadas telefónicas que recebe José Freitas de Abreu, locutor do programa, durante a transmissão do mesmo através da emissora "Caliente 96 FM", todos os sábados de 1 a 3 da tarde. José Freitas, que chegou à Venezuela com 13 anos de idade, assegura que o programa é o mais escutado da zona de Guatire e Guarenas. "Oferecemos o que o público nos pede e estamos com a pessoas quando necessitam de nós", justifica este madeirense natural de Ribeira Brava.
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José Freitas de Abreu, locutor do programa.
Desde pequeno que gosta de música, mas quando emigrou para a terra de Bolívar teve de suspender os seus estudos musicais. Com o passar dos anos, este madeirense acaba por chegar à rádio através dum amigo, um locutor certificado. "Pediu-me que trabalhasse com ele num programa dirigido aos portugueses da zona mirandina", lembra.
"Por estas ruas lusitanas" é transmitido ao vivo e o seu conteúdo é variado: notícias de Portugal e Venezuela, futebol e música de todos os géneros. O sinal da emissora chega desde Guarenas até El Junquito. José Freitas de Abreu, que está casado com uma colombiana, considera-se um melómano por natureza. A
música de Carlos Canto, Quim Barreiros e Amália Rodrigues são alguns dos cantores que escuta e que coloca no programa, para ressaltar os valores culturais portugueses. "Estou orgulhoso deste trabalho pois já são nove anos seguidos realizando este projecto". Da sua família recebeu todo o apoio. "O meu filho vai comigo à rádio e é o primeiro que pede para escutar canções portuguesas", conta este madeirense, revelando que pediu à comunidade para apoiar as iniciativas "dos nosso compatriotas" e para não esquecer as suas origens. "Sinto que se está perdendo a nossa nacionalidade. Daí convidar a comunidade portuguesa de Guatire e Guarenas a pôr um pouco mais da sua parte para levar por diante o clube Centro Sociocultural Virgem de Fátima".
LAZER
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Eduardo Teixeira estreia-se no cinema Actor teve uma pequena participação no filme de cariz histórico "Miranda Regresa" Edgar Barreto de Gouveia ebarreto@correiodevenezuela.com
A nova produção do cinema venezuelano a cargo da Villa del Cine chamada "Miranda Regresa", traz-nos a segunda parte da vida do patriota heróico Francisco de Miranda. Entre as fileiras de actores e actrizes que contracenam no filme, encontra-se um jovem, oriundo do Estado Falcón, mais especificamente de Punto Fijo, filho de pai madeirense e de mãe luso-descendente. Apesar de ser um pequeno papel dentro da trama, para Eduardo Teixeira foi um passo significativo dado na sua carreira. "A experiência foi magnífica mas inesperada. Fiz o 'casting' em Caracas, na Villa del Cine, e na semana seguinte após ter regressado a Punto Fijo, chamaram-me. Foram quatro dias de filmagens, convivendo com actores e actrizes da craveira de Jorge Reyes e Fabiola Colmenares", contou Teixeira, orgulhoso. O jovem actor também é estudante do sexto semestre de engenharia química, na Universidade Nacional Experimental Francisco de Miranda, e, depois de graduação, quer mudar-se para dedicar todo o seu tempo a preparar-se na
Eduardo Teixeira.
actividade que mais o apaixona: a representação. "Vou forma-me como engenheiro químico para agradar aos meus pais e oferecer-lhes o título académico, mas depois vou para Caracas estudar a minha verdadeira paixão que é a arte dramática. O importante é trabalhar e lutar todos os dias pelo que se quer." No seio da comunidade portuguesa, Teixeira também se tem evidenciado. Recorde-se que durante uns tempos foi um dos locutores do programa radiofónico "Fiesta Lusitana" e é actualmente bailarino do agrupamento luso-venezuelana Nova Geração. PUBLICIDADE
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CULTURA
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CORREIO DA VENEZUELA 22 A 28 DE NOVEMBRO DE 2007
IPC celebra 22º aniversário
O orador será o professor Manuel de Oliveira, como uma homenagem ao seu trajecto na literatura e no ensino do idioma. Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
Instituto Português de Cultura cumpre 22 anos de trabalho e vai celebrá-los reunindo importantes nomes da poesia, literatura e música portuguesas na Venezuela. O encontro realiza-se a 29 de Novembro pelas oito da noite no salão nobre do Centro Português e, tal como informou José António Pires, director do IPC, "os convidados não são apenas pessoas cujo contributo à difusão da cultura portuguesa é reconhecido, mas que também colaboram com a obra desta instituição, como a fadista Liliana Farias e o professor José Carlos Rebelo, director do departamento cultural do CP". O orador será Manuel Alves de Oliveira, mais conhecido pelo pseudónimo Jorge de Amorim, que se tem destacado pelo seu extenso percurso literário e educativo na Venezuela. Chegou à Venezuela há mais de 40 anos e há 15 que se dedica ao ensino do português, entre outros idiomas, realizando um incansável trabalho educativo especialmente nos estados de Lara, Portuguesa, Carabobo, Aragua e Yaracuy. Para além das declamações, discursos, fados e do brinde da festa de aniversário, no dia 30 de Novembro realiza-se uma conferência organizada pelo IPC na Universidade Central de Venezuela, onde a figura principal será novamente Jorge Amorim. O professor vai dirigir-se aos alunos de Português, acompanhado pelos professores Diana Tovar e Miguel Moiteiro.
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HOMENAGEM À OBRA Este reconhecido professor nasceu no Porto em 1928, e ali começou a sua carreira como professor de português, continuando depois os seus estudos no curso superior de Teologia e Filosofia em Espanha, e de Idiomas Modernos em Inglaterra e Irlanda. Amorim publicou numerosos livros, entre eles Os Oráculos e Terra de Ninguém, obra que foi seleccionada pela biblioteca do Congresso dos Estados Unidos no Canadá para ser traduzida. Também recebeu diversas homenagens, como a da Câmara Portuguesa Venezuelana, onde baptizaram a biblioteca com o seu pseudónimo, por iniciativa do jornalista Carlos Balaguera.
O orador da noite será Manuel Alves de Oliveira.
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CORREIO de Venezuela solicita periodista lusodescendiente con disponibilidad de tiempo. Los interesados por favor enviar su curriculum vitae a la siguiente dirección de email:
correio@cantv.net
Breves
Inscrições para prémio de Jornalismo Literário Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
O prémio de "Jornalismo Literário" é outra das iniciativas do IPC anunciadas recentemente. O concurso surge para enaltecer os melhores artigos e reportagens sobre a literaturas portuguesa que saíam nas publicações periódicas da Venezuela de Novembro de 2007 a Novembro de 2008. José António Pires, director do IPC, enfatizou a importância de "promover este prémio com a finalidade de informar com a antecedência suficiente quais as bases do concurso e permitir que os escritores e jornalistas possam publicar os seus trabalhos a partir deste mês e até finais do próximo ano". Esta iniciativa é aberta a venezuelanos e luso-venezuelanos, "pois sabemos que muitas pessoas deste país têm amplo conhecimento e profunda paixão pela literatura de Portugal", disse Pires. Disse ainda que "os textos poderão ser escritos em língua portuguesa ou espanhola e o prémio consistirá numa viagem a Portugal, com os recursos necessários para a estadia e deslocações a pontos de interesse". TEMAS LIVRES Em edição anterior, o prémio foi dedicado à investigação e análise do célebre escritor português Fernando Pessoa. Desta vez é diferente. O IPC abre a convocatória para tornar possível a exploração de múltiplos temas, e não apenas Pessoa. "A ideia deste concurso é explorar cada vez mais o universo cultural de Portugal e por isso a temática é livre", explicou o professor Pires. Os trabalhos poderão ser apresentados em diferentes géneros. Os participantes poderão escolher entre o artigo, a reportagem, o editorial, a crítica, a coluna, o relato, o ensaio, a biografia, a crónica, entre outros. O alcance dos meios de comunicação onde os trabalhos sejam publicados também é bastante amplo, já que podem ser difundidos na imprensa de distribuição regional, estatal ou nacional.
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CULTURA
Pedem a intervenção do embaixador no caso CLP
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Recheio da sede ainda não foi devolvido ao local onde funcionava o Centro de Língua Portuguesa, já que continuam retidos em caixas nos escritórios do IFAB Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
um mês de despejo do Centro de Língua Portuguesa das instalações da biblioteca Central da Universidade Central da Venezuela e depois de uma reunião com o Decano da Faculdade de Humanidades e Educação, Piero lo Monaco, a situação é cada vez mais tensa. Os materiais do CLP ainda não foram restituídos ao lugar onde se encontravam e continuam armazenados em caixas na sede do Instituto de Filologia Andrés Bello. Miguel Moiteiro Marques, leitor e director do Centro de Língua Portuguesa, solicitou a intervenção da embaixada portuguesa na Venezuela com o fim de ser respeitado o convénio firmado entre o Instituto Camões e a UCV. Ao mesmo tempo fez o ponto da situação junto das autoridades em Portugal. Apesar de um grupo de estudantes da cátedra de português da Escola de Idiomas Modernos da UCV ter reunido com as autoridades universitárias da Faculdade de Humanidades e Educação com o fim de ser restituída a sede ao Centro de Língua Portuguesa, estas ainda não tomaram qualquer medida nesse sentido.
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Na carta apresentada pelos estudantes foi solicitada a reposição do Centro no local onde se encontrava anteriormente a funcionar, no piso 11 do edifício da biblioteca Central, com os seus livros e computadores. Caso tal não fosse possível, pediam à faculdade que indicasse ao CLP um novo lugar e com capacidade para acolher o funcionamento desta academia. Solicitaram ainda um voto de censura contra a directora do Instituto de Filologia Andrés Bello, Luz Marina Barreto, por esta ter executado a medida de despejo do CLP, em Outubro último. Livros, material audiovisual, equipamentos de escritório e diversos objectos pertencentes ao Centro de Língua Portuguesa foram retirados, sem prévio aviso por Luz Marina Barreto, já que, supostamente, necessitava o espaço. O Decano manifestou-se surpreendido com a medida e compromete-se a restituir o espaço no mais curto espaço de tempo possível. Adiantou ainda que o piso 11 da biblioteca Central será reestruturado na sua totalidade e assumiu o compromisso de atribuir um novo espaço ao CLP. No entanto, nenhum documento foi produzido na reunião que comprovasse, no futuro, o que foi dito no encontro.
Os argumentos esgrimidos pelo IFAB que foram expressos em carta à faculdade indicam que o CLP não pode partilhar a infra-estrutura com a sua instituição por falta de espaço. Pelo menos por enquanto, os estudantes de português terão à disposição o centro de leitura da escola de letras e a subsede do organismo na Escola de Idiomas Modernos. O espaço foi emprestado pela directora da escola de Letras, Maria del Pilar Puig, sem nenhuma con-
trapartida pelo uso da sala. Os dirigentes do CLP apenas esperam pela devolução do material, que foi doado pela embaixada de Portugal na Venezuela e pela EIM, por parte do IFAB para reiniciar as actividades. A não se resolver a situação, o representante do Instituto Camões equaciona celebrar um convénio com outra universidade venezuelana que tenha interesse por conhecer a língua e cultura portuguesas.
Estudantes apoiados pelo IC O Instituto Camões apoiou quatro estudantes de todos os cursos da cátedra de português da EIM da UCV. Os estudantes da língua de Pessoa terão a oportunidade de trabalhar no Centro de Língua Portuguesa. Aí os bolsistas organizarão e levantarão o material bibliográfico doado pela embaixada portuguesa na Venezuela. A selecção dos bolsistas do programa Fernão Mendes Pinto foi realizada depois de uma avaliação da disponibilidade, qualificações e o perfil dos candidatos. Segundo Miguel Moiteiro, Leitor do Instituto Camões, para este tipo de bolsas geralmente são eleitas pessoas que estejam cursando os últimos anos. No entanto, pensa que outros aspectos têm de ser tidos em conta para escolher as pessoas adequadas. "A disponibilidade e o interesse por trabalhar no CLP são muito importantes para criar uma boa dinâmica de trabalho".
Miguel Moiteiro, director do CLP, solicitou a intervenção da embaixada.
Breves
Grupo Treo apresenta novo álbum na Madeira José Salvador (DN MADEIRA)
São três jovens venezuelanos e fazem parte de Treo, um projecto que, juntando vários estilos musicais, divulgou a 16 e 17 últimos, no Art Caffé e no Mexicano, na Madeira, o álbum 'Tres Origenes'. Trata-se do disco de estreia de Jesus, Gato e Dany Daniel, cuja produção é de David Tomé da Silva, filho de madeirenses naturais da Estrela, Calheta, radicados na Venezuela. CONQUISTAR A EUROPA Populares na Venezuela, quer pelas canções 'Cuando Te Veo' ('single' de avanço de 'Tres
Origenes') e 'Mi Fea' quer pelas actuações em programas televisivos no país de Simón Bolívar, nomeadamente, no 'Sálvesse Quien Puder', os três jovens querem ser conhecidos na Europa. "É a primeira vez que saímos do nosso país e agora estamos na Madeira, com muita expectativa, para também sermos conhecidos na Europa", disse Jesus. Já sobre o álbum, Gato (cujo nome verdadeiro é Isidro) adiantou: "O disco saiu há um mês, inclui 13 canções e a totalidade foi composta por nós, com excepção de 'Quando Te Veo', que é de Miguel Ignácio Mendoza, mais conhecido por
'Nacho', do duo Los Makediches". Ainda segundo o cantor, "o repertório dos Treo é variado, porque abarca o reggaetton, salsa, merengue e a restante música latino-americana". "As actuações no Art Caffé e no Mexicano incluíram todas as músicas de 'Três Origenes', porque queremos que os madeirenses conheçam o disco", acrescentou. ALHEIOS À POLÍTICA DA VENEZUELA Questionado sobre a actualidade política na Venezuela, Gato, reconhecendo "tratar-se de uma situação complexa", ficou por aqui, preferindo falar dos objectivos do
grupo. "Queremos fazer música para divertir as pessoas de todas as idades, porque necessitam disso". Danny Daniel e Jesus afinaram também pela tónica do companheiro: "A política para
nós faz parte de outra vida, porque o nosso desejo é que as pessoas se sintam bem a ouvirnos, tenham alegria e, claro, pensamentos positivos, essa é a nossa missão que queremos fazer o melhor possível".
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CÂMARA DE LOBOS
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CORREIO DA VENEZUELA 22 A 28 DE NOVEMBRO DE 2007
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Inaugurado Centro
“Cidade Viva” Centro Comunitário “Cidade Viva” é uma obra da Responsabilidade da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, visa centralizar toda uma série de acções e actividades dirigidas à população sénior de Câmara de Lobos. Na inauguração estiveram presentes, entre outras entidades, o senhor Secretário Regional dos Assuntos Sociais e o Senhor Bispo do Funchal, D. António Carrilho, que proferiu uma brilhante intervenção/ reflexão sob o tema: “Ancião/Velho”. Na ocasião o Secretário Regional dos Assuntos Sociais referiu-se ao facto de que brevemente Câmara de Lobos terá dois novos lares de terceira idade, com valência de centro de dia e o Senhor Presidente da Câmara anunciou que aquele Centro Comunitário é o início do aparecimento de outros espaços idênticos nas outras freguesias do concelho. A par da inauguração foi aberta oficialmente a IV Semana Sénior, que decorreu de 1 a 4 de Outubro, com varias actividades, pelo que no próximo número do Boletim Municipal daremos maior eco desses acontecimentos.
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Foi inaugurado no dia 1 de Outubro o Centro Comunitário “Cidade Viva”, situado nos Edifícios Nova Cidade. PUBLICIDADE
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22 A 28 DE NOVEMBRO DE 2007 CORREIO DA VENEZUELA
CÂMARA DE LOBOS
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Câmara de Lobos
Campeão da Bandeira Verde! Câmara de Lobos é novamente um município “campeão” da Bandeira Verde. Este ano obteve 13 bandeiras galardões das boas práticas e projectos na área do ambiente, no ensino do 1º ciclo. A Bandeira Verde é atribuída pela Associação Bandeira Azul da Europa no âmbito do Programa Eco-Escolas, que se desenvolve em mais de 30 países e que visa encorajar acções, bem como reconhecer e premiar o trabalho desenvolvido pelas escolas na melhoria do seu desempenho ambiental. As candidaturas das escolas são feitas através das Câmaras Municipais, e no caso de Câmara de Lobos, o empenho da autarquia é mais do que evidente. Este ano foram obtidas 13 bandeiras verdes e tal como no ano passado foi o município da Região Autónoma da Madeira que mais bandeiras obteve. Este ano foi o quarto
município ao nível nacional. Refira-se igualmente que estes prémios só são possíveis porque também há um grande empenho dos professores e dos alunos para que o seu trabalho seja o melhor. As Bandeiras foram hasteadas nas respectivas escolas durante o ano lectivo que se iniciou recentemente. As escolas vencedoras foram a Escola Básica e Secundária do Carmo, Básica do 2º e 3º Ciclo da Torre, EB1/Pe do Carmo, EB1/Pe do Curral, EB1/Pe Covão, EB1/Pe da Fonte da Rocha, EB1/Pe do Fôro, EB1/Pe da Lourencinha, EB1/Pe da Marinheira, EB1/Pe do Pedregal, EB1/Pe da quinta Grande, EB1/Pe do ribeiro de Alforra, EB1/Pe da Seara Velha e EB1/Pe da Vargem.A cerimónia de entrega das bandeiras realizou-se no dia 24 de Outubro na Praça da Autonomia e contou com a presença de todos os alunos envolvidos no projecto.
Arlindo Gomes foi um dos seis autarcas que no início de Novembro se deslocou à Venezuela, para contactos diversos com a comunidade. o presidente do município de Câmara de Lobos esteve em Valencia, Maracay e Caracas, onde teve oportunidade de voltar ao Lar Pe. Joaquim Ferreira, em Los Anaucos, um lar de terceira idade construído fundamentalmente para acolher idosos portugueses.
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PORTUGAL
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CORREIO DA VENEZUELA 22 A 28 DE NOVEMBRO DE 2007
Portugal é o quarto país da Europa Ocidental que mais casos novos de infecções por VIH diagnosticou em 2006, segundo o relatório anual do Programa das Nações Unidas sobre a doença.
Breves
Negociações regressam A Frente Sindical da Administração Pública (FESAP) vai voltar à mesa das negociações com o Governo, quarta-feira, depois de ter faltado à última ronda negocial em protesto por o
executivo não estar a cumprir os compromissos assumidos. O secretário coordenador da FESAP, Jorge Nobre dos Santos, disse hoje à agência Lusa que a estrutura vai voltar à negociação porque o Governo da República respondeu a algumas das exigências feitas, nomeadamente no que diz respeito à calendarização de matérias como a Tabela Salarial Única, o Contrato de Trabalho em Funções Públicas, o Estatuto Disciplinar, entre outras.
PS aceita adiar lei orgânica da Polícia Judiciária A votação da lei na especialidade estava agendada para esta semana, na Comissão de Assuntos Constitucionais, mas o PSD pediu que fosse adiada até serem conhecidas as versões definitivas da Lei de Segurança Interna e da Lei de Organização da Investigação Criminal.O deputado social-democrata Luís Montenegro argumentou que a lei que aprova a orgânica da PJ remete para esses dois diplomas e que "portanto é de todo em
todo conveniente" que aguarde por essa nova legislação. "Concordamos genericamente com o PSD", afirmou, em seguida, o deputado do PS Ricardo Rodrigues."A busca do consenso é sempre preferível a encontrarmos soluções sozinhos, o que podíamos fazer. Queremos que as soluções obtenham o maior consenso possível, com contributos não só do PSD, mas de todos os outros partidos", acrescentou.
Rota aérea liberalizada
secretário de Estado das Obras Públicas. "Ainda no Inverno IATA (período entre o último fim-desemana de Outubro e o último fim-de-semana de Março) a liberalização [da rota aérea entre a Madeira e o Continente] será conseguida", afirmou Paulo Campos, à margem da conferência "Diálogo com a Indústria Europeia do Transporte Aéreo sobre Capacidade Aeroportuária", que decorreu até quarta-feira, 21, em Lisboa.
O processo de liberalização da rota aérea Madeira-Continente deverá estar concluído até Março de 2008, estando agora dependente do aprovação da Comissão Europeia para as ajudas de Estado, afirmou o
Câmara do Porto “salva” 11 árvores por ano O vereador da Educação, Juventude e Inovação da Câmara do Porto, Vladimiro Feliz (PSD), anunciou que a autarquia vai "salvar" 11 árvores por ano com a substituição do papel pelo formato digital nas reuniões quinzenais do executivo. "Se este exemplo fosse replicado em todo o país, teríamos uma floresta nova todos os anos", afirmou Vladimiro Feliz, na apresentação do "Portal do
Executivo - Reuniões de Câmara Digitais", que fez na reunião pública da autarquia. O autarca afirmou que, ao todo, vai ser poupada a impressão de cerca de 174 mil páginas e 350 resmas de papel por ano. A Câmara do Porto iniciou em 23 de Outubro a substituição do papel pelo formato digital na distribuição de documentos oficiais que os vereadores têm de apreciar em cada reunião.
A legislação em Portugal, mesmo após recentes reformas, ainda não é capaz de traduzir a vontade, anunciada pelo Governo, de acabar com a violência contra a mulher e de garantir a sua efectiva protecção.
20 mil casos de violência contra mulheres em 2006 No ano passado foram registadas 20.595 situações de violência doméstica contra mulheres em Portugal
União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) revelou esta semana que no ano passado foram registadas 20.595 situações de violência doméstica contra mulheres em Portugal, lamentando a falta de legislação eficaz que garanta a sua protecção. Além dos mais de 20 mil casos de violência registados pelas forças policiais entre Novembro de 2005 e Novembro de 2006, verificaram-se 39 casos de homicídio de mulheres, aos quais se juntam outras 43 tentativas de homicídio, segundo dados da UMAR. Estes são alguns dos números que constam da "Folha de Dados: Igualdade de Género e Direitos das Mulheres", apresentada pela Associação para o Planeamento da Família (APF), em Lisboa, juntamente com a campanha "Estamos à espera de quê?". "Estes números são indica-
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dores de uma realidade preocupante e do muito que há ainda a fazer para garantir os direitos das mulheres em Portugal", disse a presidente da UMAR, Elisabete Brasil, lembrando que estes dados "não integram os casos que não foram participados ou tomados em conta por falta de prova". Também de acordo com aquela responsável, o combate para impedir a violência exercida contra a mulher em Portugal tem que "ser melhor estruturado", nomeadamente "em termos de procedimentos legislativos e policiais". "A legislação em Portugal, mesmo após recentes reformas, ainda não é capaz de traduzir a vontade, anunciada pelo Governo, de acabar com a violência contra a mulher e de garantir a sua efectiva protecção", afirmou também Elisabete Brasil. A responsável sublinhou que não faz sentido que um sis-
tema que se diz protector "não tenha mais nada a oferecer à vítima do que uma casa de abrigo". "Precisamos de medidas, e se estas não forem penais, têm que ser do foro administrativo e capazes de regulamentar medidas nesta área", disse Elisabete Brasil, sublinhado que "o sistema de protecção da vítima contra a violência não funciona e não é exequível". Elisabete Brasil considerou ainda ser fundamental que o sistema "dê indicadores às pessoas e especialmente aos agressores", devendo, por exemplo, "estes últimos ser afastados das casas e não as mulheres vítimas de violência". Com a campanha "Estamos à espera de quê?", a APF, através do projecto Rosa (Responsabilidade, Oportunidade, Solidariedade e Acção), pretende relembrar e aumentar a visibilidade dos chamados Objectivos do Milénio da ONU.
Deficientes das Forças Armadas “altamente encorajados” Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) saiu de uma audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva, "altamente encorajada" com as garantias de ajuda às suas reivindicações quanto à assistência médica e às isenções de im-
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postos. "O Presidente da República está solidário com as nossas reivindicações e manifestou boa vontade e empenho, em alguns aspectos, para falar com o ministro da Defesa", Nuno Severiano Teixeira, disse José Arruda, presidente da ADFA, depois de uma
audiência com Cavaco Silva, no Palácio de Belém, em Lisboa. As principais reivindicações dos deficientes das Forças Armadas centram-se na reposição da assistência medicamentosa gratuita, na isenção de IRS nas pensões e ainda nas carreiras militares.
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O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais disse que nos últimos nove meses a correcção de impostos às empresas aumentou 54 por cento, mas nas pequenas e médias empresas apenas 19 por cento.
Baixa natalidade é “sintoma de uma sociedade doente” ada mulher portuguesa tem, em média, 1,3 bebés, uma taxa de natalidade muito baixa, "sintoma de um sociedade doente" que não apoia os progenitores, defende o médico de saúde pública do Hospital de Faro Mariano Ayala. "A sociedade portuguesa está a ter um comportamento suicida generalizado", considera Mariano Ayala em entrevista à Lusa em vésperas do Dia Universal das Crianças, instituído pelas Nações Unidas em 1954, que se assinalou terça-feira, 20. O médico destaca que a baixa natalidade se regista um pouco por toda a Europa, o que levará à extinção dos povos europeus tal como são actualmente conhecidos. "Portugal, com os portugueses de hoje, vai ter tendência a desaparecer", assegura o médico, que insiste em sublinhar que esta constatação não tem por base qualquer sentimento racista ou xenófobo, servindo apenas para advertir que uma baixa taxa de natalidade é sintoma de uma "sociedade doente" que não apoia os progenitores e as crianças.
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Para manter a população portuguesa constante, as mulheres deveriam ter em média 2,1 bebés ao longo da vida, mas segundo os dados mais actuais do Instituto Nacional de Estatística (INE), esse valor não vai além dos 1,3 bebés. "Um valor pavoroso", que sugere que o "país, tal como o conhecemos, está com a morte marcada", considera Mariano Ayala, que é também o responsável pela investigação do cancro da mama no Algarve e coordenador de um rastreio realizado nos últimos dois anos na região. Dados do INE demonstram que desde os anos 30 do século passado a população portuguesa aumentou de sete milhões para mais de 10 milhões de pessoas, mas esta subida explica-se com o envelhecimento da população, pois a taxa bruta de natalidade diminui de 28% em 1935 para 10% em 2006. Em 1976, a taxa bruta de natalidade já tinha diminuído para 20 por cento e, passados 10 anos, em 1986, já tinha descido para os 12,6%. Os dados provisórios de 2006 apontam para a taxa mais baixa de sempre: 10%.
Lusos ameaçados
Analistas defendem a criação de "incentivos económicos verdadeiros" para combater a baixa natalidade.
“Corremos o risco de sermos uma cambada de velhinhos cuja descendência está seriamente ameaçada", observou Daniel Pereira da Silva, antigo presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Ginecologia (SPOG), reflectindo que uma das principais causas para a diminuição de nascimentos em Portugal se deve ao facto de a mulher portuguesa "ser a que mais está no mercado de trabalho em comparação com o resto da Europa" e de não estar a ser substituída nas tarefas domésticas tradicionais.A sociedade portuguesa poderá vir a ser profundamente abalada e substituída por algo completamente diferente, com outras sociedades e culturas que vêm conviver no espaço europeu e que vêm substituir a cultura portuguesa, reflectiu, salvaguardando também qualquer racismo ou xenofobia nesta análise.
Breves
Acidentes bateram recordes Devido, em parte, ao mau tempo, o número de acidentes nas estradas portuguesas bateu segunda-feira, 19, todos os recordes.O excesso de velocidade continua a ser um problema. A Brigada de Trânsito da Guarda Nacional Republicana registou na
segunda-feira 588 acidentes.É o dobro do habitualmente registado. Na sequência destes acidentes, seis pessoas morreram e 185 ficaram feridas. As manobras perigosas e a velocidade excessiva terão contribuído para o elevado número de ocorrências, bem como piso molhado e escorregadio provocado pela chuva. Ao contrário do habitual, neste caso pela positiva, dos 390 condutores testados em relação ao álcool, apenas dois revelaram excesso. Também na segunda-feira, foram detectados 373 condutores em excesso de velocidade e 16 condutores ou passageiros sem cinto de segurança.
Hospitais podem colher órgãos Oito hospitais portugueses ficam autorizados a fazer a colheita em vida de órgãos para transplantes, que estará sempre dependente de um parecer vinculativo e escrito de uma entidade independente, segundo um despacho governamental.
A lei que abre a possibilidade de doação em vida de órgãos, tecidos ou células para fins terapêuticos ou de transplante a quem queira fazer a doação foi publicada em Junho. Anteriormente, a dádiva de órgãos só era permitida quando entre dador e receptor houvesse uma relação de parentesco até ao terceiro grau, o que excluía, nomeadamente, marido e mulher. A nova lei, que abre o leque de possibilidades de doação a quem queira, prevê a existência de dadores em vida apenas quando não estiver disponível qualquer órgão e tecido adequado de um dador já morto.
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As duas caras da reforma Jovens lusodescendentes da Universidade Central de Venezuela defendem a luta de ideias e os espaços para o debate.
tria do poder", a estudante, filha de pai madeirense, opina que, ao contrário do tomasramirezg@gmail.com que todos dizem, o poder vai descentrali"A reforma constitucional é uma mu- zar-se porque a reforma propõe mais indança que vai gerar mais eficiência em dependência administrativa às regiões. matéria político-administrativa. É, defini- "É complicado chegar a aplicar-se esses tivamente, uma acção para melhorar e artigos mas se se conseguir vai ser para o vou votar duplamente sim." A afirma- desenvolvimento do país". Nas modificações em matéria unição é da estudante do 5.º semestre de Comunicação Social da Universidade Cen- versitária, Jessenia Moniz defende o voto paritário dos funcionários, tral de Venezuela, Jessenia estudantes e professores para Moniz, que defende a reforeleição das autoridades nos ma proposta pelo Presidente Ferreira e Moniz são adiferentes estabelecimentos Chávez, mas sublinha as posdois lusodescendentes de ensino autónomos da Vesíveis falhas que aquela possa nezuela. "Actualmente não há com opiniões ter. autonomia porque A jovem luso-descendendiferentes em relação verdadeira não há diversidade de pente apoia as modificações em ao tema que domina samento. Todas as entidades matéria laboral. A criação de universitárias têm a mesma a Venezuela. um fundo de segurança soinclinação. Os funcionários cial e a redução do horário são parte da universidade e de trabalho previstos na reforma são os aspectos apontados como por isso devem ter voz e voto". Apesar desta jovem apoiar categoripositivos por esta jovem. "Eu trabalhei num centro comercial e os horários são camente as mudanças na Constituição, de exploração. A criação de novos horá- também vê falhas no documento. No que rios vai gerar mais emprego e vai per- diz respeito à reeleição indefinida, a jomitir aos trabalhadores passar mais tem- vem considera que é um tema delicado porque está em jogo a alternância do popo com as suas famílias". No que diz respeito "à nova geome- der. No entanto, não vê este aspecto coTomás Ramírez
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Jessenia Moniz defende o “Sim”
Samuel Ferreira apoia o “Não”
mo uma debilidade. "Que seja o povo a decidir". Sobre o referendo, Jessenia Moniz pensa que a eleição deveria ser por temas e não como está previsto actualmente. "As perguntas teriam que dividir-se mais para que as pessoas tenham a oportunidade de votar pelos pontos com os quais estejam de acordo. Isso seria muito mais sensato e suave". A estudante reflectiu sobre a necessidade de criar mais espaços para discussão e acredita que a universidade é um bom
local para esse fim. Confessou ainda que o tempo para aprovação do projecto de reforma foi muito pouco. "A oposição não teve espaços para a discussão nem para conhecer a reforma. Admito que os membros do PSUV foram os únicos a poderem participar no parlamentarismo de rua". A OUTRA FACE DA MOEDA Samuel Ferreira estuda na mesma universidade que Jessenia Moniz, e é aluno do 9.º semestre de Comunicação So-
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cial. Com uma visão muito crítica acerca da reforma constitucional, o luso-venezuelano é da opinião que aquela é mais uma tentativa de monopolizar o poder em torno da figura do Presidente da República. "Considero que a convocatória não se realizou pela via constitucional, pois as mudanças que se pretendem implementar alteram profundamente o espírito da carta magna, razão pela qual deveria ser tratada por via da assembleia nacional constituinte, tal como estabelece a Constituição vigente. Acho que a proposta de reforma é um sequestro da vontade popular, uma usurpação do poder constituinte que reside de maneira intransferível no povo". Das mudanças propostas por Hugo Chávez, Ferreira destaca como negativa uma possível centralização do poder ao eliminar a autonomia do BCV, ao subtrair competências aos municípios, ao aumentar apenas o período do Presidente sem ter em conta os governadores e presidentes de câmara. "Converte o Presidente da República numa pessoa com poderes omnipotentes, sem nenhum tipo de contrapeso institucional que garanta a pluralidade do sistema democrático", expressou. O estudante de Comunicação Social pensa que estas modi-
ficações tratam de impor o socialismo como única expressão do pensamento e como princípio orientador da vida nacional. "Isto representa, sem sombra de dúvida, a aniquilação total da diversidade, da divergência e da crítica. Toda a Constituição deve ser, em essência, um pacto social, jamais uma imposição social de um sector ou a hegemonia de um pensamento único. Não há espaço para os que acreditam noutras ideologias, e pessoalmente identifico-me com a social-democracia e não me sinto representado nesta proposta de constituição". Como aspecto positivo da reforma, ressalva a proposta de um sistema de segurança social para os membros da economia informal. No entanto, este neto de madeirenses acredita que não é necessário mudar a Constituição para implementar essas melhorias. "A promulgação ou modificação de uma lei ordinária em matéria laboral será mais que suficiente", afirmou. No que diz respeito ao tema da autonomia universitária, o aluno da UCV considera que se trata de um aspecto polémico e delicado, que deveria ser debatido no seio das universidades. Considera que os deputados da Assembleia Nacional actuaram autoritariamente ao propor a
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A reforma é recusada pelos portugueses, mas também há quem a defenda.
modificação do artigo 109. "Se bem que é discutível uma eventual paridade no voto dos professores em relação ao do estudante, considero que a AN incorreu numa imposição autoritária". Por seu turno, um aluno de estudos internacionais e dirigente estudantil opina que a única maneira de impedir que se aprove a reforma constitucional é
conhecendo-a. "Que não haja um cidadão no território venezuelano que desconheça o seu conteúdo. Devemos continuar com a pressão na rua, estimular a consciencialização em torno dos perigos que representa esta reforma para o cidadão e para o futuro da democracia na Venezuela". Por último, convidou aos venezuelanos a acudir massiva-
mente às urnas no dia 2 de Dezembro para expressar a oposição à proposta. O estudante qualificou o CNE de parcial mas considera inútil apelar à abstenção. "Se não votarmos, renunciamos à nossa condição de cidadãos, assumimos que não existimos. O voto é fundamental e uma das poucas possibilidades que nos restam para fazer frente ao totalitarismo presidencial". PUBLICIDADE
Prémio será entregue a 29 de Novembro A Embaixada de Portugal na Venezuela, o Grupo Santander Totta, e o Instituto Português de Cultura, estão a patrocinar o Prémio Jovem Estudante Santander Universidades, o qual se destina a reconhecer e estimular os méritos académicos, ao nível de licenciaturas, obtidos por candidatos lusodescendentes residentes na Venezuela. O prémio consistirá num montante pecuniário de 3.500 dólares norte-americanos, a ser atribuído pelo Grupo Santander, e uma viagem de ida e volta a Portugal, facultada pela TAP Air Portugal. O júri será composto por três representantes: um da Embaixada, um do Grupo Santander e um do Instituto Português de Cultura. O critério na atribuição do prémio basearse-á na escolha do candidato que
apresentar a média mais elevada no conjunto das classificações obtidas no curso superior. As decisões do júri, segundo consta no regulamento, são soberanas, pelo que não serão admitidos recursos ou reclamações. Os resultados do concurso serão divulgados e o prémio será entregue a 29 de Novembro, na cerimónia do 22º aniversário do Instituto Português de Cultura que terá lugar no Salão Nobre do Centro Português, na urbanização Macaracuay. Caso queiram obter informação adicional, podem escrever ao endereço de electrónico: embajadaportugal@cantv.net, à atenção da senhora Maribel Tavares, ou contactar pelos telefones: (0212) 263-25-29 / (0212) 26380-53 / (0212) 263-04-68.
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O "Poço" que nos divide! Luís Barreira nquanto o País se "entretém" a discutir o imaginário de muitos e muitos milhões de euros, entre os "otários", defensores do novo aeroporto internacional na Ota e o "ricochete", daqueles que defendem a sua localização em Alcochete, chegam-nos os números reais sobre a situação em que vivem cerca de dez milhões de portugueses em Portugal. A remuneração média mensal dos nossos concidadãos, homens e mulheres que vivem e trabalham no País que viu nascer uma boa parte de nós e não esquecendo que as mulheres ainda são vítimas de discriminação salarial, é de cerca de 840 euros! Nada mau, dirão alguns, confrontando este valor com o do salário médio em 2000, que era cerca de 613 euros. No entanto, nesta coisa da estatística, em que duas pessoas comendo três frangos resultam na média de um frango e meio por pessoa, esconde-se uma triste e gritante realidade. Em Portugal, cerca de dois milhões de pessoas têm um rendimento médio mensal inferior a 300 euros! Isto quer dizer que, independentemente do aumento médio dos rendimentos mensais, o fosso entre salários e respectivas condições de vida das pessoas, tem vindo a agravar de forma dramática, para um conjunto significativo dos portu-
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gueses que vivem e labutam no nosso País. Sendo o sector financeiro aquele que paga maiores salários, a estatística precisa que, entre as profissões melhor remuneradas, situam-se os advogados que exercem cargos de assessoria jurídica e fiscal, com um salário médio na ordem dos 6.430 euros. Na base da tabela, encontram-se os serventes da construção civil, com um rendimento médio mensal de 570 euros. Uma diferença de mais de 1.000% divide as condições de vida dos portugueses que trabalham no País. E não se pense que a origem desta profunda injustiça social está só na falta de qualificação de uma parte significativa dos seus trabalhadores. Os recém-licenciados estão entre aqueles que têm mais baixas remunerações, cerca de mil e poucos euros. Uma consequência inevitável de uma oferta superior a um mercado incipiente, para absorver sucessivas "fornadas" de jovens que saem das nossas universidades e cuja maior parte engrossa as fileiras do desemprego. Há muito que considero a artificialidade dos conceitos de "esquerda" e de "direita", em muita da propaganda político-partidária dos nossos tempos. Se alguma razão assistia aos seus mentores, no fim do século XIX, ela perdeu-se nos acontecimentos da história universal dos povos, durante o século XX. Resta-nos um princípio fundamental, alargado a um contexto político mais vasto, o de procurar melhorar a qualidade de vida dos povos. Hoje, as sociedades, estão muito mais interdependentes e, a sua governação, no contexto das democracias parlamentares, muito mais associada à forma como atingem o bem-estar colectivo e harmonioso
Não te abstenhas Antonio López Villegas altatribuna@yahoo.com.mx
mas das características da nossa população, quando toca a votar, é a de abster-se quase maioritariamente. Não é uma situação de agora. Sempre foi assim. Umas vezes mais, outras menos. Quiçá as razões que se esgrimem sejam válidas para quem assim o decide. Hoje, uma CNE pouco credível, para não dizer totalmente, também não melhora as coisas. Um escrutínio estranhamente realizado por um árbitro "enquadrado" totalmente pelo governo e um sem número de variáveis mais que podem justificar as abstenções. Há muitas outras razões para acudir a uma mesa de votação. Mais agora quando se joga a liberdade, a democracia e por último a paz. Não quero dizer com isto que quando votamos estamos elegendo. Não senhor, mas é o caminho menos mau para impedir que se perpetue a tirania na nossa sociedade. Não tornamos ilegal um governo com a
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abstenção. Não é segredo para ninguém que o que se procura com esta nova Constituição, não é precisamente o que o governo apregoa e vende, mas a busca de outros interesses que vão contra o que até agora temos conhecido como sociedade. Uma Constituição é um convénio, um contrato que rege os destinos da República. Está tratando de nos vender uma filosofia comunista disfarçada de socialismo, mesmo sabendo que este sistema de governo fracassou em todos os países onde foi aplicado. Sabemos que a abstenção desactiva a população e as estruturas de base das organizações políticas. A população fica simplesmente nas suas vivendas esperando os resultados, ao mesmo tempo que os militantes que pouco a pouco, quase sem dar-se conta, em cada processo, se juntam à apatia e à resignação. A tese largamente debatida da legitimidade é moral e eticamente válida, pois a Constituição deve exigir um quórum de participação e um de aprovação (maioria qualificada) para que uma modificação constitucional seja aprovada. A Constituição não prevê nada disso, pelo que não importa o número de eleitores que venham a votar. Se o SIM superar o NÃO, a alteração será considerada legalmente válida, ainda que careça de legitimidade devido a uma grande abstenção. Isto tem de ser tido em conta de forma
dos respectivos povos. Ora o que se está a passar em Portugal não tem nada a ver com o "colectivo harmonioso" de que falei antes e muito menos a ver com as aspirações daqueles que fizeram e contribuíram para a consolidação da democracia no País, há cerca de 33 anos atrás. É bem verdade que Portugal exigia reformas profundas e a modernidade necessária para acompanhar os seus pares. Mas, esse tão necessário desenvolvimento económico, não pode ser só para alguns, mesmo que esses alguns ainda se queixem de ganhar abaixo da média europeia, ou mesmo mundial! Não pode ser feito numa legislatura, aquilo que foi adiado durante décadas, nem executado por um só partido político, o que é essencial ser produzido por largos consensos. De nada vale queimar etapas no desenvolvimento das sociedades, se isso se transforma numa autêntica fogueira onde vai arder uma expressiva maioria dos seus povos. Se o objectivo é atingir o equilíbrio necessário entre os diversos grupos e camadas sociais, partindo do pressuposto de que, os de mais baixo rendimento, não podem viver abaixo do limiar da pobreza e deverão desfrutar das condições essenciais a uma vida digna, a governação dita de "esquerda", não pode dar continuidade ao alargamento desta distância entre ricos e pobres. Só espero que, o facto da classe política portuguesa desfrutar de rendimentos muito acima da média e viver no seio das duas grandes metrópoles portuguesas, não faça distorcer a imagem da realidade bem diferente do nosso País, no seu todo.
muito clara. Trata-se pois de impedir "com todos os ferros" que se instale uma "ditadura do proletariado" como a chamavam antes no império da URSS. Esta é uma oportunidade única e decisiva para que quem nos governa entenda de uma vez por todas que o povo da Venezuela não aceitará um regime totalitário, militarista e muito menos comunista. Todos sabemos que desde há já bastante tempo que se produzem constantes violações aos procedimentos constitucionais desde o poder, começando pela nomeação das altas autoridades de todos os poderes públicos de maneira não independente. Tornando naturalmente ilegais todos os poderes. Enquanto exista um regime de batalhas políticas violando constantemente uma e outra vez a Constituição, obrigamo-nos a ter travar lutas jurídicas num país que desde há já bastante tempo não é um Estado de direito. A única maneira de travar o que nos querem impor é acudindo massivamente às urnas para depositar esse voto e dizer-lhes que não queremos o comunismo para a Venezuela. Desta maneira estaremos ajudando e salvando tanto a população chavista, que lamentavelmente não sabe o que faz, como os que não o são e também teremos moral para dizer aos nossos filhos que fizemos todo o possível para deter este flagelo e o mais importante, o conseguimos.
Conversas para uma cultura da tradição (IV)
Lino Mendes Temos plena consciência de que a todos os níveis sectoriais, o nosso país atravessa uma grave crise que não pode ser ignorada. E se expressa na triste realidade de ser na Europa aquele que maiores desigualdades sociais apresenta. Mas o que muito me preocupa (também) no momento, e não estou louco, é a indiferença quase criminosa com que se encara a "cultura tradicional", a nossa "memória", as "raízes" que nos caracterizam e dizem quem somos. E, não obstante o trabalho relevante que vem sendo desenvolvido pela Federação do Folclore Português INATEL, assim como o apoio que as autarquias vão concedendo, e pelo é urgente e fundamental que o Ministério da Cultura não a ignore, que o Ministério da Educação a integre na Escola, que o problema não é apenas de dinheiro mas essencialmente de Conhecimento. A maioria dos grupos que de etnografia e folclore se intitulam é uma negação dos mesmos.Têm, é certo, razão para existir, mas têm espaço próprio, com todo o respeito não podem coabitar com os que são representativos. E têm a sua quota-parte de culpa na maneira como todos são encarados, já que no nosso país não há uma Cultura da Tradição. Depois, e por muito que algumas entidades venham fazendo de positivo, são graves os problemas económicos com que de uma maneira geral os grupos se debatem, especialmente os que remuneram os músicos. Que os trajes correctamente confeccionados (artesanalmente), mesmo numa zona pobre custam muito dinheiro. E quando existe uma Escola, é um permanente "gastar".Vamos, pois, ter plena consciência da importância da "Cultura das Tradições", separem-se as águas, apoie-se em face da qualidade que se tem ou se pretende ter. Que um povo sem memória não existe! Que eu me recorde, e até este momento, nenhum Governo do nosso país se preocupou com a nossa identidade cultural, que brota da nossa ruralidade, de montes e vales, de vilas e aldeias. Que me lembre, em nenhum grande debate onde se falasse de Cultura, a Etnografia e o Folclore foram referidos. Aliás, e porque as televisões não mostram a riqueza que neste campo temos, desconhecemos o país que somos. Aliás, chegamos ao ponto de para alguns intelectuais e altas figuras da nossa praça, folclore ser sinónimo de coisa de somenos, de sem importância. A verdade é que não há nenhum Dicionário que isso diga, e para a Sociedade de Língua Portuguesa só um analfabeto ou pessoa de pouca cultura assim pode pensar. Com todo o respeito pelas pessoas em si, não nos podemos calar! Porque é um crime de lesa cultura ignorar ou alienar a "tradição".
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CARTAS No rescaldo da digressão à Venezuela… De volta ao dia a dia depareime com um infindável leque de considerações a propósito da digressão do Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha à Venezuela no passado mês de Outubro. Ora eu, pertencendo há tantos anos ao grupo, jamais vira tanta agitação em torno de uma viagem! Tendo o grupo organizador revelado manifesta vontade em ter o Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha no seu festival, em homenagem à saudosa Maria Ascensão, estando na sua organização um antigo elemento do nosso grupo, não fazia sentido sermos convidados? E em 59 anos de existência não era merecido? Quantas vicissitudes já passámos? Viagens para Lisboa em navios sem acomodação, dormindo no porão com
estrelas como tecto, viajando durante três dias de comboio com uma única refeição, enfrentando tempestades e passando muita fominha… dormimos em parques de campismos, pernoitámos em camionetas. Actualmente dormimos em escolas o que aliás, gostamos muito pelo convívio que se gera. Nestas andanças até fomos pioneiros! Não julguem que tem sido um percurso fácil e que só temos viagens fabulosas!!! E, depois, com a insegurança que prolifera naquele país, onde acham que ficaríamos sem sobressaltos? Um Grupo que defende a sua tradição, que honra os seus fundadores, não tem direito a render uma homenagem à nossa Maria Ascensão? Da Venezuela trouxemos óptimas recordações, e
muito bons exemplos. Foi formidável ver a adesão de tantos e tantos jovens, muitos com formação superior, que pelo palco passaram, talvez sem nunca terem conhecido a Madeira, mas que lá longe tudo fazem para preservarem as nossas tradições. É certo que o fazem de um modo muito próprio, mas com uma doação total e só por isso é louvável. Trouxemos um enorme abraço de saudade de todos os nossos conterrâneos, fomos sempre acarinhados e muito bem recebidos em todas as nossas paragens (até pelos ladrões que nos trataram com muita cortesia) … A emoção do encontro e a preocupação pelo período instável que a Venezuela atravessa era visível nas conversas a dar conta das inquietações sentidas pelos
nossos compatriotas. Estar connosco e com a comitiva de Santa Cruz foi sentir o pisar da terra natal, julgo poder afirmar que devolvemos a esperança, esperança essa que os motiva tal qual o homem do leme quando outrora enfrentou o desconhecido. Não posso terminar sem fazer alguns agradecimentos em especial ao senhor Antunes, gerente comercial do Correio de Venezuela pela forma atenciosa e eficiente com que nos acolheu, ao Correio de Venezuela por nos ter convidado para o seu aniversário, ao senhor Agostinho Silva do DN, pelo apoio, ao Grupo Folclórico Danças e Cantares de Portugal, organizador do Festival Madeirense em Puerto de La Cruz assim como a todos os
responsáveis pelos Centros onde se inserem as comunidades madeirenses à Câmara Municipal de Santa Cruz por ter enfrentado tanta animosidade mas ter correspondido ao apelo do grupo que nos convidou e finalmente ao Grupo Folclórico de Santa Cruz pela sua postura face ao desenlace do convite. Em prol da Cultura e da Tradição do nosso Grupo Folclórico, Camacha, 16 de Novembro de 2007 O Elemento do Grupo: Daniela Sousa BI 4720170, emitido a 06/04/1999, nascida em Camacha a 05/10/1956, natural da Camacha, Concelho de Santa Cruz. Moradora em Caminho da Achadinha nº 97 CP 9135- 426 Camacha
Agradecimento ao Embaixador Exmo. Sr. Embaixador de Portugal na Venezuela Dr. João Caetano da Silva Queremos expressar através destas linhas as nossas mais sinceras palavras de agradecimento pelo trabalho que tem vindo a desenvolver a favor da comunidade portuguesa radicada na Venezuela.
Os esforços envidados por V. Exa. para que a reunião entre a Ansa e o Seniat fosse uma realidade foram fundamentais. E o facto do senhor Embaixador ter sido capacitado, pelo Superintendente José Gregorio Vielma Mora, com poderes especiais para intermediar face a eventuais situações de diferendo em que estejam envolvidas as cadeias de
supermercados luso-venezuelanas é, sem dúvida, uma grande realização. O encontro com o senhor secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro, revelou-se também uma reunião de trabalho muito produtiva, já que permitiu trocar ideias e preocupações, as quais foram transmitidas de maneira
fidedigna às nossas autoridades governamentais. Sentimo-nos profundamente agradecidos e lisonjeados por termos sido tomados em conta e por nos apoiarem na solução dos nossos problemas. Luís Miguel da Gama Nelson da Gama
INQUÉRITO: COMO ANTEVÊ O NATAL DEPOIS DO REFERENDO DE 2 DE DEZEMBRO?
Maria de Basco Ferreira Cabeleireira
"Os venezuelanos têm tido muitos natais tristes e eu acho que merecemos um mais alegre desta vez. Eu penso que este natal vai ser muito alegre para todos, principalmente porque que estou convicta de que não vai haver referendo. Desta vez o presidente não vai ter possibilidades de ganhar, e ele sabe disso. Por isso não lhe convém que estas eleições se realizem."
Victor da Silva Comerciante
"Eu penso que o Natal vai ser tranquilo, embora anteveja alguns dias muito tensos depois do referendo, sé é que este chega a realizar-se. Creio que existe a possibilidade de que não venha a ocorrer porque pela primeira vez a oposição está à frente nas sondagens. Lamentavelmente, sinto que o cenário da violência está sempre latente e que em qualquer momento os confrontos podem chegar às ruas, seja pelo referendo ou por outra razão qualquer."
Elizabeth da Silva Estudante
"Eu gostava que o Natal fosse sossegado, mas também queria que se tentarem enfraquecer os nossos direitos com a aprovação da reforma, que os venezuelanos não fiquem calados e em casa. Não confio no Conselho Nacional Eleitoral como árbitro isento e honesto. Penso que esta vez mais as pessoas vão ficar intranquilas."
Dalila da Conceição Dona de Casa
"Dependendo dos resultados do referendo, o Natal será alegre para alguns e triste para outros. Os sentimentos e as emoções vão estar divididos como têm estado os venezuelanos desde há vários anos. Mas creio que desta vez, se as pessoas que estão contra à reforma sentem que não há transparência, não devem ficar calados."
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CORREIO DA VENEZUELA 22 A 28 DE NOVEMBRO DE 2007
Stanford Bank inaugura sede
Brasero Grill melhorado rasero Grill abriu novamente as suas portas com um novo ambiente, decoração, mais espaços e mais detalhes agradáveis que o tornam o lugar predilecto para o desfrute de carnes e pratos favoritos dos visitantes da zona. O restaurante conta com uma grande clientela fiel e estamos seguros que com esta reinauguração, que trouxe mais inovação, seguirá crescendo cada vez mais, atraindo mais clientes que procuram a excelência e o bom serviço. O consumidor obtém no Brasero Grill a satisfação que faz com que volte e isto é um selo de distinção que lhe tem dedicado os seus proprietários e colaboradores desde a criação deste estabelecimento. O que mais atrai o cliente, além do excelente menu, é a excelência no serviço à mesa, desempenhado com uma atenção diligente e cálida aos comensais. O dinamismo e a actividade do Centro Comercial Unicentro El Mar-
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omo parte da sua estratégia de crescimento e no âmbito da celebração do seu 2º aniversário, Stanford Bank comemorou juntamente com clientes, convidados especiais e meios de comunicação social, a inauguração da sua nova agência em El Rosal, onde funcionarão o Centro e a Unidade Central de Negócios de Stanford Bank. Logo após a abertura, as pessoas presentes realizaram uma visita pelas novas instalações onde especialistas na área financeira, ofereceram atenção personalizada ajustada ao estilo que distingue a esta instituição. "Para nós tem um especial significado abrir estas nova sede na sede na Torre Stanford, no decurso das celebrações do nosso aniversário. Durante este ano, a organização tem aumentado o número de sedes em todo o país e, paralelamente, temo-nos envolvido em diversas iniciativas sociais, através do nosso portfólio "Programas e Projectos de Responsabilidade Social", afirmou Dirán Sarkissian, presidente
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executivo de Stanford Bank. Esta instituição bancária conta com 14 centros de negócios em toda a Venezuela e, desde 2006 apoia diversos projectos de índole social, entre os quais que se encontram: o Programa "Medicina de Colores" no JM de los Ríos, o patrocínio a Fundaprocura na exposição "Famosos en Bandejas" e a 5ª edição da Corrida e Caminhada Stanford, que se realizará a 25 deste mês. Durante o encuentro, Stanford Bank anunciou que será o patrocinador oficial da delegação que representará a Venezuela nas Paraolimpíadas Pequim 2008.
qués é outro ponto a favor para este local, por ser o favorito de milhares de cidadãos durante mais de duas gerações, o que se traduz para o "Brasero Grill", como um bom lugar onde degustar uma variedade de pratos únicos no sector e arredores. Definitivamente quando as pessoas pensam em carne, pensa em Brasero Grill, no Unicentro El Marqués. Como diz o ditado: "Só em dois lugares se come bem: em sua casa e no Brasero Grill"
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Acordo com Venezuela dá à Galp mais uma alternativa no gás natural
A Galp Energia e PDVSA assinaram um acordo para o desenvolvimento de projectos no sector energético.
acordo entre a Galp Energia e a Petroleos da Venezuela é positivo para a petrolífera portuguesa, que fica com mais uma alternativa no abastecimento de gás natural, segundo os analistas, contactados pela agência Lusa. A Galp Energia e a Petroleos da Venezuela assinaram terça-feira, 20, em Lisboa, um acordo para o desenvolvimento de projectos conjuntos no sector energético, na área da exploração, produção e abastecimento de petróleo e gás.
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Carlos Jesus, da Caixa Banco de Investimento, disse à agência Lusa que o acordo "é positivo" para a empresa que assim diversifica as fontes de abastecimento de gás natural. No entanto, salienta que a Venezuela é um país com alguns riscos, mas adiantou que estes podem ser minimizados através da diversificação das fontes de abastecimento. "Havia sempre necessidade de um terceiro acordo", salientou Pedro Morais, analista da Espírito Santo Research,
acrescentando que assim a petrolífera portuguesa deixa de depender tanto da Argélia e Nigéria. Por isso, vê "com bons olhos" este acordo, que permite à Galp uma terceira alternativa. "Estrategicamente faz todo o sentido", sublinhou, referindo que "haverá procura suficiente de gás natural em Portugal e Espanha a partir de 2010". Pedro Morais destacou ainda a possibilidade da Galp, numa segunda fase, participar nos postos petrolíferos. Os analistas ainda não estimam qual o impacto do acordo com a Venezuela nos títulos da petrolífera portuguesa. "Ainda não incorporamos o acordo em termos de avaliação, só quando existirem dados concretos", disse Carlos Jesus, acrescentando que este acordo já estava previsto no memorando assinado a 02 de Outubro entre a Galp Energia e a Petroleos de Venezuela (PDVSA). O acordo foi assinado no final da tarde no Ministério da Economia, tutelado por Manuel Pinho, pelo presidente executivo da Galp Energia, Ferreira de Oliveira, e o ministro da Energia e presidente da Petroleos da Venezuela, Rafael Carreño, no dia em que o Presidente venezuelano, Hugo Chávez, visita a Portugal.
ECONOMIA
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Breves
Galp diz que se sente bem na Venezuela O presidente da comissão executiva da Galp Energia garantiu que a petrolífera se sente "muito bem" na Venezuela e afirmou que pretende ser cliente da russa Gazprom, recusando comentar as declarações feitas pelo embaixador dos Estados Unidos da América em Portugal. O embaixador norte-americano em Portugal, Alfred Hoffman, considerou que "as alianças da Galp Energia com a Gazprom e com o regime de Chávez podem vir a ser perigosas", noticiou o Jornal de Negócios on-line. "Fiquei surpreendido que a Galp entrasse em negociações, tanto com a Gazprom, como com Hugo Chavez da Venezuela", afirmou Alfred Hoffman. "Não achei que o conceito de diversificação de parceiros da Galp envolvesse entrar em negociações com um país que, como a Rússia, utiliza a energia como uma arma. Mas eles (a administração da Galp) são adultos e devem saber com o que estão a lidar", disse o embaixador. Instado a comentar as declarações de Hoffman, o presidente da comissão executiva da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira, recusou tecer considerações sobre os avisos do embaixador. "Não nos compete dar opiniões políticas", afirmou Ferreira de Oliveira.O presidenteexecutivo da Galp afirmou, no entanto, que a petrolífera gosta de estar na Venezuela. "Sentimo-nos muito bem na Venezuela", afirmou."É um país com quem temos excelentes relações", acrescentou. Ferreira de Oliveira disse, também, que a Galp Energia pretende manter relações comerciais com a russa Gazprom. "É uma das maiores empresas de gás do mundo, da qual não somos ainda clientes, mas gostávamos de ser e vamos tentar ser", afirmou. PUBLICIDADE
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Portugal vai enviar missão ministerial e empresarial à Venezuela P ortugal vai enviar, assim que for possível, uma missão ministerial e empresarial à Venezuela, para definir as "vastas" áreas de cooperação que se abriram com a estada do Presidente venezuelano a Lisboa. A informação foi avançada aos jornalistas pelo próprio Hugo Chávez, momentos antes de abandonar Lisboa, rumo a Havana, onde terminará um périplo a quatro países antes de regressar a Caracas. Hugo Chávez referia-se ao encontro, seguido de jantar, que manteve com o primeiro-ministro português, José Sócrates, que decorreu na terça-feira no Palácio de São Bento, em Lisboa. "Foi um encontro extraordinário e maravilhoso. Falámos de muitos temas, de intercâmbio entre Portugal e a Venezuela, sobretudo dos mecanismos de cooperação bilateral", sublinhou, ao falar aos jornalistas no aeroporto militar de Figo Maduro, depois de sair da viatura oficial que o levaria, depois, ao avião. "Solicitámos apoio ao primeiro-ministro, a Portugal, na área da alimentação, sobretudo no envio de alimentos, transferência tecnológica para a produção de alimentos, para o desenvolvimento técnico e científico da nossa agricultura", afirmou. Chávez destacou que a conversa permitiu também abordar uma "questão mui-
to importante": o das energias alternativas. "O petróleo algum dia vai acabar. Portugal tem um longo caminho já percorrido e é um bom exemplo. Tem uma alta percentagem de consumo de energia que vem das energias eólica, solar, marítima, das fontes alternativas. Começou-se um trabalho firme nesse sentido", referiu. "Assim que for possível, o ministro da Economia português vai visitar a Venezuela com um grupo de empresários", acrescentou. Chávez disse ter "explicado" a Sócrates a evolução da economia venezuelana, "que está a crescer a um ritmo de 11,5/12% anualmente, nos últimos três anos" e que o consumo também tem aumentado. "Lembrei que o país precisa do investimento de empresas portuguesas sérias que contribuam para o desenvolvimento dos caminhos-de-ferro, auto-estradas, novas cidades, habitação, novos projectos agrícolas, sistemas de rega, enfim, um mundo de coisas", sustentou. "Creio que hoje se abriu um grande número de expectativas na cooperação entre os dois países", frisou Chávez. Questionado pelos jornalistas sobre que garantias poderá dar à segurança da comunidade portuguesa residente na Venezuela, Chávez assegurou que o seu go-
O encontro decorreu na terça-feira no Palácio de São Bento, em Lisboa.
verno vai continuar a apoiá-la. "Há uma grande comunidade. Creio que não há uma localidade na Venezuela onde não haja portugueses. Afortunadamente, ganharam o carinho do povo venezuelano. É uma comunidade que se caracteriza por ser amigável, alegre, trabalhadora. Sempre tiveram o afecto do nosso governo, o apoio do nosso governo e assim continuará", garantiu. Instado também sobre o seu relacionamento com o ex-Presidente português Má-
rio Soares, que o foi receber ao aeroporto e participou também no jantar, Chávez considerou-o "um grande amigo", sublinhando sentir-se "honrado" pela amizade do antigo chefe de Estado luso. É meu grande amigo e tenho muita honra em contar com esse amigo. Conversámos amigavelmente. Vai começar um programa de televisão e pediume uma entrevista. Mas não houve tempo (em Lisboa). Propus-lhe que fosse a Caracas para fazer essa entrevista.
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Primeiro A330 da TAP baptizado com nome de descobridor da Madeira O primeiro dos cinco A330 adquiridos pela TAP receberá o nome de um dos descobridores da Madeira, João Gonçalves Zarco, e será entregue em Toulouse a 26 de Novembro, confirmou o porta-voz da transportadora nacional. O responsável pelas Relações Públicas da Tap disse ainda que "nesta primeira fase não será possível este avião viajar para a Madeira", admitindo que tal possibilidade se equaciona numa escala do voo que liga Lisboa a Caracas, após a desactivação dos seis A310, "o que acontecerá dentro de seis meses". Acrescentou que os outros A330 serão baptizados com os nomes de figuras ligadas aos Descobrimentos portugueses que foram utilizados pelos A310, casos do Vasco da Gama e Nuno Álvares Cabral. O nome de João Gonçalves Zarco surge como "homenagem ao arquipélago da Madeira, por ele descoberto", sendo que a sua capital,
o Funchal, foi a primeira cidade portuguesa implantada no Atlântico que celebra no próximo ano, a 21 de Agosto, 500 anos, informa a TAP. Sobre os aparelhos que serão desactivados, que voaram nas linhas da TAP durante 18 anos, António Monteiro, referiu que "alguns estão em sistema leasing e serão entregues aos proprietários, enquanto outros ficarão em Portugal e serão vendidos a outras companhias aéreas, como é o caso da White". Segundo a transportadora aérea nacional, "conforto e alta tecnologia são palavras a bordo dos novos cinco Airbus 330". Estes novos aviões dispõem de um avançado sistema de entretenimento nas classes executiva e económica, o eX2 que permite aos passageiros escolher ver ou ouvir com um comando ou tocando num ecrã, cerca de duas dezenas de filmes (séries de televisão e documentários), dez jogos e muita música.
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CONQUISTANDO A ESPANHA
O "charro" da Covilhã Tomás. M. Muñoz. B.
a nossa coluna desta semana vamos recordar um avançado que chegou a Espanha no declínio da sua carreira, e em apenas duas temporadas, conseguiu meter todos os adeptos do Salamanca no bolso graças à sua qualidade e aos seus golos oportunos. Falamos de César Brito, nascido a 21 de Outubro de 1964 na Covilhã. Formou-se nas categorias inferiores do Benfica e debutou na equipa principal em 1985. Ali permanece por duas temporadas antes de ser enviado para o Portimonense para ganhar experiência. Regressa em 1989 para ganhar lugar nos avanços no conjunto encarnado. Consegue no Benfica os títulos da liga de 87, 91 e 94. A sua figura ficou para sempre ligada a essa conquista de 1991,
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ao assinar os dois golos do triunfo ante o odiado rival do FC Porto (em casa da equipa nortenha) no jogo decisivo dessa temporada. É depois transferido para o Belenenses para em 1996 chegar a Espanha. Pese embora o seu currículo, vai para uma equipa da segunda divisão, mas que contava, à data, com uma grande quantidade de jogadores lusos: O Salamanca. Conseguem ascender à primeira divisão, sendo a sua participação muito destacada, anotando 16 golos em 36 jogos disputados. Na primeira divisão, César vive, junto com os seus companheiros, uma jornada memorável no estádio El Helmántico, recebendo, em 1998, o Barcelona de Louis Van Gaal. Depois de uma cinzenta primeira parte, o Barça coloca-se à frente no marcador, com três golos a um. O treinador do Salamanca observa o banco e diz a César: "is-
to só tu podes mudar". Brito entra aos 63 minutos em substituição do seu compatriota Rogelio. Faltando dez minutos, a reacção "charra": um penálti cometido sobre Pauleta é transformado por César Brito, aproximando-se no marcador. Minutos depois, um despejo da defesa "blaugrana" é apanhado por César Brito, tornando inútil a estirada de Hesp e empatando o jogo. O que estava a acontecer parecia incrível. Mas o melhor estava por vir. Um remate de Couto na área "charra" é repelido pela trave. Arma-se o contra-ataque e a bola chega aos pés de Brito, que, com um formidável passe, serve-a a a Silvani para voltar a bater Hesp e dar a volta ao resultado num dos jogos mais recordados em Espanha nos últimos anos. No final do encontro, os adeptos cantavam: "Brito, o novo charro português".
Brito formou-se nas categorias inferiores do Benfica. PUBLICIDADE
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Empate foi suficiente selecção portuguesa de futebol penou quartafeira uma imensidão para garantir um lugar na fase final do Europeu de 2008, conseguido com um sofrido "nulo" na recepção à Finlândia, no Estádio do Dragão, no Porto. Necessitado apenas de um ponto para rumar pela quarta vez consecutiva a um Europeu e manter o pleno de fases finais no século XXI, Portugal não conseguiu o golo da tranquilidade e só pôde suspirar de alívio após o apito final do árbitro eslovaco Lubos Michel. Apesar de uma vez mais, e à semelhança de toda uma atribulada qualificação, não ter estado brilhante, Portugal criou mais e melhores oportunidades, mas, nos minutos finais, os nórdicos estiveram por duas vezes muito perto de marcar o golo que os qualificaria. Com grande sofrimento, já que, nessa altura, seria muito complicado responder, a formação lusa lá conseguiu segurar o empate, claramente com sabor a vitória, numa noite em que,
A
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com as "estrelas" apagadas, o lateral direito Bosingwa foi o melhor, juntamente com os centrais Pepe (em estreia) e Bruno Alves e o "trinco" Fernando Meira. O seleccionador luso, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, arriscou uma medida pouco popular, ao deixar no banco Simão, promover Pepe ao "onze" e subir Meira para o meio-campo, mas foi bem sucedido, já que, defensivamente, a equipa esteve irrepreensível. Tudo somado, Portugal, que terminou da mesma forma que começou, com um empate face à Finlândia, pode dar-se por muito satisfeito por ter salvo o essencial, a qualificação: na fase final, tudo terá de ser diferente e sêlo-á certamente. Além da alteração anunciada, a troca do lesionado Hugo Almeida pelo "capitão" Nuno Gomes, em relação ao jogo com a Arménia (1-0 em Leiria, sábado), Scolari surpreendeu "meio mundo", ao trocar Simão pelo estreante Pepe e subir Fernando Meira para o meio-campo. Desta forma, Portugal passou
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de "4-2-3-1" para "4-3-3", com Bosingwa, Pepe, Bruno Alves e Caneira, à frente de Ricardo, um meio-campo com Fernando Meira, mais recuado, Maniche e Miguel Veloso e dois extremos (Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma) no apoio a Nuno Gomes. Por seu lado, a Finlândia apresentou-se em "4-4-2", com Jaaskelainen na baliza, um quarteto defensivo com Pasanen, Tihinen, Hyypia e Kallio, dois médios centrais (Heikkinen e Tainio), dois extremos (Kolkka e Sjolund) e Litmanen nas costas de Forssell. As duas equipas entraram com mui-
tas cautelas, com Portugal ligeiramente melhor nos primeiros 15 minutos, em que conseguiu quatro remates, sem grande perigo, dois por Quaresma, um por Nuno Gomes e outro por Ronaldo, contra um de Pasanen, num livre à figura. O jogo tornou-se mais cerrado e equilibrado, animou com um remate de Quaresma, após mau alívio de Pasanen, e teve, finalmente, alguma emoção a acabar a primeira metade, com Litmanen e Kolkka a assustarem Ricardo e Miguel Veloso a criar perigo num livre.
A segunda parte começou muito monótona, mas, após cinco minutos, Portugal passou a jogar melhor, a dominar e a criar muitas situações de perigo: Nuno Gomes teve três boas situações aos 52 minutos, Maniche ameaçou aos 55 e 63 e Quaresma aos 60. O "onze" luso não conseguiu, no entanto, o golo e a Finlândia, com as entradas de Vayrynen, Yeremenko e Johansson começou a colocar mais jogadores na frente, enquanto Scolari refrescou a equipa, com as trocas de Maniche por Raul Meireles e Nuno Gomes por Makukula.
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Mesmo sem criar perigo, Portugal continuou a "mandar" no jogo, mas cada vez mais aflito, pois um golo finlandês seria cada vez mais difícil de recuperar e, aos 87 minutos, a bola passou muito perto do poste esquerdo da baliza de Ricardo, após centro de Pasanen. Agora, cada bola que os nórdicos apanhavam lançavam para a área e, aos 89 minutos, foi Forssell a causar enorme calafrio, até que Portugal, já com Nani em campo, conseguiu levar a bola para o meio-campo contrário e "empatar" o jogo até ao último apito do árbitro. PUBLICIDADE
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Ronaldo foi a grande figura da qualificação extremo Cristiano Ronaldo foi a grande figura e o líder indiscutível da selecção portuguesa de futebol no grupo A de apuramento para o Euro2008, pelo que jogou, fez jogar e os oito golos marcados. Com o adeus da "geração de ouro", liderada por Figo, o jovem jogador do Manchester United (22 anos) assumiu, mais nos actos do que nas palavras, o comando da equipa, sendo o maior responsável por Portugal não estar agora a "chorar" uma trágica eliminação. Numa qualificação em que o colectivo raramente funcionou a grande nível, a categoria de Cristiano Ronaldo sobressaiu e foi sempre uma mais valia para a formação comandada pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari, mesmo nos dias de menor inspiração. O extremo luso soube, como ninguém, levar a equipa para a frente, criar desequilíbrios e conquistar espaços, sempre a al-
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ta rotação, e ainda teve "tempo" para ser o melhor marcador da equipa, com mais cinco tentos do que o segundo. Cristiano Ronaldo foi determinante na Arménia, ao "inventar" o golo do empate (1-1), brilhou intensamente na recepção à Bélgica, ao "bisar" (4-0), e efectuou a sua melhor actuação no Bessa, frente ao Azerbaijão (3-0), num embate em que o árbitro lhe "roubou" o melhor golo da carreira e, simultaneamente, o primeiro "hat-trick". O jogador do Manchester United foi ainda determinante no jogo da Luz com a Polónia, ao marcar o segundo golo luso, que só não valeu os três pontos porque, a dois minutos do final, Krzynowek empatou, com a ajuda do poste esquerdo e das costas de Ricardo. Em matéria de golos, Ronaldo "facturou" ainda no embate caseiro com o Cazaquistão (3-0, em Coimbra) e na deslocação àquele país (2-1), onde o tento, apontado aos 91 minutos, tam-
bém valeu o triunfo, já que os anfitriões ainda marcaram aos 93. Tendo em conta que Cristiano Ronaldo não é ponta-de-lança, mais valor ainda têm estes números, que explicam o porquê de o jovem formado nas escolas do Sporting ser hoje o grande ídolo dos portugueses e igualmente de muitos adeptos de todo o Mundo. Em todas as deslocações de Portugal, o número 17 luso foi sempre o mais procurado, por jornalistas e simples adeptos, sendo que muitos ousaram mesmo ir para as bancadas aplaudi-lo, com as cores de Portugal, nos jogos contra os seus próprios países. Custou, mas Portugal conseguiu o apuramento e muito o deve a Cristiano Ronaldo: o sucessor de Eusébio e Figo como "rei" do futebol português é hoje muito mais do que a maior estrela lusa, é o melhor da Europa e só encontra rival nos sul-americanos Messi e Kaká.
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Portugal defronta Espanha
Sub-21 empatam com Inglaterra pelo extremo, mas os ingleses empataram por Adam Johnson (49), a aproveitar uma bola solta na pequena área. Face a este resultado, a Inglaterra lidera com 16 pontos em seis jogos, enquanto Portugal tem 10 em cinco, pelo que, para chegar ao "play-off", precisa agora de ser um dos quatro melhores segundos classificados entre os 10 grupos.
Rali Lisboa-Dacar volta a partir em 2009
ortugal venceu quarta-feira a Roménia por 3-0, em Gondomar, e garantiu assim um inédito apuramento para as meias-finais do Campeonato da Europa de Futsal. Face a este resultado, Portugal foi segundo no Grupo A, atrás da
P
Itália, que venceu a República Checa, e vai defrontar sexta-feira a Espanha, vencedora a "poule" B à frente da Rússia, que assim defrontará os transalpinos. Ricardinho (01 e 25 minutos) e Fernando Leitão (33) marcaram os golos da vitória. As meias finais realizam-se sexta-feira em Gondomar.
Liga Bwin 10ª Jornada
Breves A selecção de futebol sub-21 de Portugal cedeu terça-feira, 20, em Águeda, um comprometedor empate 1-1 com a Inglaterra, num jogo que ditou praticamente o primeiro lugar dos britânicos no Grupo 3 de apuramento para o Euro2009 da Suécia. Ao intervalo Portugal vencia por 1-0 com golo de Vieirinha (minuto 3), de grande penalidade, a castigar falta sofrida
O anúncio foi feito por João Lagos, o responsável pela organização portuguesa do Lisboa-Dacar durante a apresentação do rali 2008 no Centro Cultural de Belém. O presidente da Lagos Sports considerou que a atribuição de uma quarta partida consecutiva a Portugal, depois de inicialmente terem sido contratadas três, "é o maior prémio pelo trabalho em conjunto e uma prova de confiança que a ASO (empresa francesa que organiza o Dacar) deposita" na organização por-
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tuguesa. O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, que também marcou presença na apresentação da edição 2008, a 30ª da mítica prova de todo-o-terreno, considerou que "a notícia de mais um Dacar a partir de Lisboa é uma excelente notícia para Portugal". Pedro Silva Pereira sublinhou que, desde o primeiro ano que o Dacar largou de Lisboa, estavam contratados três anos e, por isso, a atribuição de mais uma partida em 2009 "é um sinal exterior da excelência da organização portuguesa".
Belenenses - Leixões
1-1
Benfica - Boavista
6-1
E. Amadora - F.C. Porto
2-2
Nacional - Marítimo
0-2
Naval - U. Leiria
1-0
Sp. Braga - Sporting
3-0
V. Guimarães - P. Ferreira
0-0
V. Setúbal - Académica
3-1
Classificação J V E D G P 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º
F.C. Porto Benfica V. Guimarães V. Setúbal Sporting Marítimo
10 10 10 10 10 10
8 6 5 4 5 5
2 4 4 6 3 2
0 18-4 26 0 19-5 22 1 12-8 19 0 18-10 18 2 16-8 18 3 13-6 17
Sp. Braga Belenenses Leixões Nacional
10 10 10 10
4 3 1 2
2 4 7 4
4 3 2 4
11-11 14 10-11 13 10-11 10 7-10 10
E. Amadora Naval Académica P. Ferreira Boavista U. Leiria
10 10 10 10 10 10
1 2 1 1 0 0
6 3 5 3 6 3
3 5 4 6 4 7
11-13 7-18 8-15 7-15 7-18 5-16
9 9 8 6 6 3
11ª Jornada (25-11) Académica - Benfica Belenenses - E. Amadora Boavista - V. Guimarães F.C. Porto - V. Setúbal Leixões - Sporting Marítimo - Naval P. Ferreira - Nacional U. Leiria - Sp. Braga
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RIF: J-31443138-2
w w w. c o r r e i o d e v e n e z u e l a . c o m CORREIO DE VENEZUELA - 22 A 28 DE NOVEMBRO DE 2007
Jovem atleta morto em Las Mayas Gregory da Silva foi baleado a poucos metros da sua casa no sector de Las Mayas, a oeste de Caracas. "Era um beisebolista de muito talento"
Silva jogava beisebol desde os 4 anos de idade com Los Criollitos de Venezuela.
Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
G
regory Andrés Iñíquez da Silva, estudante e desportista de 17 anos de idade, faleceu vítima de um tiroteio na semana passada. O crime ocorreu em Las Mayas, na paróquia Coche, onde residia com a sua família, a oeste de Caracas. A mãe de Gregory é de origem portuguesa e o pai é equatoriano nacionalizado na Venezuela. Ambos estavam consternados com a notícia e negaram-se a fazer declarações à imprensa. No entanto, segundo investigações feitas, o adolescente tinha saído para ir à procura de um telefone a fim de telefonar à sua namorada, tendo sido
apanhado no meio de uma troca de tiros, recebendo três disparos, sendo que um deles atingiu-o em cheio no coração. As balas provinham de um automóvel que passava nessa rua. Um jovem que viu o que aconteceu ajudou a transportar ao lusodescendente para o hospital periférico de Coche, mas aquele chegou sem sinais vitais. "Gregory era um rapaz que não dava problemas e estudava no quarto ano de bacharelato no liceu José Avalos em El Valle", disse o tio da vítima, Anel Salazar, sendo que um dos seus irmãos declarou: "é lamentável que crimes como o que vitimou Gregório ocorram com frequência; isto sucede a cada momento e os inocentes são quem paga".
Silva jogava beisebol desde os 4 anos de idade com Los Criollitos de Venezuela e desde então agarrou esta modalidade como uma prioridade na sua vida. "Queria ser jogador profissional e dar essa alegria à sua mãe, para poder tirá-la do bairro e comprar-lhe uma casa numa zona melhor", disse o seu treinador Oscar Roberto Jaén, que sublinhou "o grande talento que Gregory possuía". O jovem jogava como "catcher" e na terceira base, pertencia à equipa Los Gigantes na Liga Sur Rinconada e chegou a ganhar várias vezes o prémio de "Champion Catcher". Apenas uns dias antes do trágico acidente, o adolescente tinha realizado um grande trabalho no jogo frente à equipa Meridiano Televisión, no estádio César Nieves de La Guaira. Era fanático por Andrés Galárraga e conservava como um tesouro o autógrafo que este jogador lhe deu na sua despedida da liga profissional. O seu outro ídolo no beisebol era Omar Vizquel, que regressou nestes dias à Venezuela para despedir-se da liga. Agora o "adeus" foi de Gregory, mas tristemente neste caso é para sempre.
Breves
Quatro grupos portugueses no festival internacional Jean Carlos de Abreu deabreujean@gmail.com
O Centro Ítalo Venezuelano, em Caracas, serve de palco, a 24 de Novembro, para a realização do 28º Festival de Dança Internacional, o qual reúne mais de 15 grupos representativos de diferentes países e regiões com a intenção de mostrar o melhor da sua cultura e tradição através da dança. O director de "Arlecchino" e organizador desta edição do festival, Gaspare La Rocca, informou que espera receber no clube entre três a quatro mil pessoas no dia da actividade. "Arlecchino", por ser o grupo vencedor da edição passada no Hogar Canario, renderá homenagem este ano à região italiana de Abruzzo, a qual tem uma "interessante e rica história tanto para os italianos como para os turistas". O festival contará com os bailes típicos da Bolívia, Catalunha, Canárias, Itália, Portugal Continental, Madeira, Açores, Grécia, Israel, Equador, México, Peru, Galiza, Venezuela, entre outros. La Rocca adiantou que quatro grupos lusovenezuelanos representam a Portugal: grupo folclórico do Centro Social Madeirense, em representação da Madeira; Centro Português a região de Minho; rancho folclórico Saudade, Miranda do douro; e o Centro Marítimo de Venezuela as ilhas dos Açores. O festival arranca às 18 horas e o custo da entrada é de 20 mil bolívares. Haverá um transporte para levar os interessados desde o Centro Comercial Concresa, onde poderão guardar os veículos, até às imediações do Centro Ítalo Venezuelano. Neste evento internacional serão premiados os primeiros cinco lugares em baile, assim como também o traje típico, a estampa típica e a madrinha.
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