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www.correiodevenezuela.com
O jornal da comunidade luso-venezuelana
DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 08 – N.º 243 CARACAS, 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO 2008 - VENEZUELA: BS.F.: 1,50 / PORTUGAL:
0,75
Zona consular de Valencia com poucos recenseados Apesar dos 39 mil inscritos, apenas 4,5% se recenseou até 15 de Janeiro. A eleição de novos conselheiros da Comunidade tem lugar em Abril. p.10
Mais duas vítimas da violência
São Vicente protagoniza emoções fortes
Dois comerciantes perderam a vida no domingo, em Vargas e em Barquisimeto p.32
A visita foi um êxito, por ter despertado o interesse de muitas pessoas, fora dos clubes p.24
Makukula do Marítimo para o Benfica Equipa madeirense complicou saída do atacante p.31
Delegação em Lisboa
Tal como acertado há uma semana, a Venezuela enviou uma delegação a Lisboa p.3
À espera da lei
Lei contra Extorsão e Sequestro à espera da Lei de Polícia Nacional
Alcalde na Madeira p.11
O alcalde de Barquisimeto vai visitar a Madeira já no próximo mês de Abril p.25
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EDITORIAL
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CORREIO DA VENEZUELA 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2008
Exigimos respeito Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Elizabeth De Ornelas Jornalistas: António da Silva, Erika Correia, Tomás Ramirez, Victoria Urdaneta, Sandra Rodríguez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Edgar Barreto (Punto Fijo) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Antonio López Villegas, Luís Barreira, Álvaro Dias, Luis Jorge Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: María Alexandra Monteverde C. Fotografia Paco Garrett Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI).
Por razões um pouco mal explicadas, a verdade é que a comunidade portuguesa da Venezuela perde em breve uma importante alternativa para viajar para o seu país. O anúncio do abandono da 'Santa Bárbara Airlines' a partir de 17 de Fevereiro é um duro golpe para os portugueses, sobretudo os oriundos da Madeira, pelo desaparecimento de mais uma alternativa directa àquela Região Autónoma portuguesa. A SB já fez saber que no Verão está de regresso. Esperemos que os problemas sejam resolvidos e que a companhia venezuelana possa retomar a rota para Portugal. Se se tratava de uma rota com bons índices de ocupação, porque não voltar a ocupá-la? Os portugueses estão muito reconhecidos à SB, não apenas pela alternativa em que se constituiu, mas sobretudo por ter obrigado a companhia aérea
portuguesa a ajustar as condições à concorrência, não só em termos de tarifas, mas também em matéria de capacidade de bagagem. O abandono da SB coloca a TAP novamente numa situação privilegiada. É verdade que a companhia portuguesa é a única que dá garantias à comunidade, é a única que nunca sairá da linha. Mas esta posição dominante também já se revelou, noutras alturas, bastante contraproducente para os emigrantes. Sem concorrência, a TAP pode voltar a deixar-se tentar pelo agravamento de tarifas, ou diminuição das facilidades nas bagagens. A comunidade estará atenta a esses movimentos e o nosso jornal predispõe-se a mediatizar qualquer tentativa de voltar para trás. Para além do acesso aos voos e ao seu país, a comunidade exige respeito. Esperemos que não seja necessário voltar a reivindicá-lo!
O cartoon da semana - Na festa de São Vicente, o pe. Alexandre voltou a fazer uma missa de três horas...
- Pudera, não é todos os dias que tem uma 'plateia' tão repleta!
A semana Muito Bom La Victoria, Turumo, Maracay e Caracas, em especial na Missão Católica, assistiram a autênticas manifestações festivas pela presença de mais de sete dezenas de pessoas vindas expressamente do concelho de São Vicente, da Madeira. Durante a semana passada assistimos a autênticas lições de determinação e organização. Os resultados foram visivelmente satisfatórios, especialmente por ter atraído centenas e centenas de pessoas que habitualmente não frequentam os principais clubes da comunidade. Os reencontros foram emotivos. Parabéns a todos quantos os tornaram realidade.
Bom O Instituto Português de Cultura (IPC) parece ter adoptado uma nova dinâmica de operacionalidade.Se bem que ainda não se tenha passado das palavras aos actos, é já bem notório o novo dinamismo que opera naquela casa.Um grupo
Mau A lei anti-extorsão e sequestro converteu-se numa nova promessa a cumprir durante este ano que agora começa. Um compromisso antigo assumido pela Assembleia Nacional, mas que ainda não tem uma data prevista para a sua discussão e aprovação. No início do ano legislativo, os deputados incluíram essa lei fundamental entre as prioridades, tal como a lei de polícia nacional. Mas até hoje... nada!
Muito Mau
Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares
Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.
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que aparece com objectivos diferentes, com uma especial atenção aos mais jovens.Os novos projectos, tudo indica, estarão no bom caminho.Restanos agora apoiar todo o tipo de iniciativas culturais levadas a cabo pela 'nova' organização.
A semana passada, membros de todas as comparsas no Centro Português ficaram incrédulos com o cenário com que se depararam no local designado para os ensaios,
quando verificaram que as paredes laterais da sala improvisada tinha sido derrubada a pontapés por várias pessoas, presume-se que jovens, dado vandalismo verificado. Mais que desculpar-nos com a tradicional pergunta "onde estavam os vigilantes?", compete-nos perguntar onde estão os pais daqueles que cometeram este tipo de vandalismo que atenta contra todos?
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31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2008 CORREIO DA VENEZUELA
Comitiva visita Lisboa
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Autoridades da PVDSA e dos ministérios da Saúde e do Turismo estão na capital portuguesa para dar continuidade aos acordos de cooperação iniciados por Serrasqueiro
Os representantes da companhia petrolífera venezuelana visitaram os Estaleiros Navais de Viana do Castelo
Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
uncionários da PDV Marina, Industrial e Construção Naval, e dos Ministérios do Poder Popular para a Saúde e para o Turismo viajaram até Portugal a fim de trabal-
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har na construção do acordo comercial entre a Venezuela e Portugal. A comitiva foi recebida pelo Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro. Os representantes da companhia petrolífera venezuelana
visitaram os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e tiveram uma reunião com Vitorino Semeano, funcionário da Direcção Geral das Actividades Económicas (DGAE), sobre o Sector dos Componentes da Indústria Naval Portuguesa e sobre os contributos que a Venezuela pode dar. Em matéria de saúde, a comitiva foi recebida por Pedrosa Vasco, da DGAE, e por Maria do Céu Machado, do Ministério da Saúde. As visitas ao Hospital da Luz, ao Hospital de Santa Maria e ao Instituto de Medicina Molecular fizeram parte do programa. Durante o encontro, mantiveram-se as reuniões sobre o sistema nacional de saúde de Portugal, para além de tratar com diversos grupos farmacêuticos do país como Fapomed, Bial, Sofarimex e Atral Cipan da Pharma Portugal. As autoridades do Ministério do Turismo da Venezuela reuniram também com o presidente da Associação dos Hotéis de Por-
tugal, Henrique Veiga, e com um funcionário de Turismo de Portugal, Nuno Santos. O encontro serviu para avaliar o Plano Estratégico Nacional do Turismo de Portugal. A comitiva turística venezuelana visitou a Escola de Hotelaria e Turismo do Estéril, assim como o Grande Real Villa Itália Hotel & Spa, o Penha Longa Hotel & Golf Resort, isto para além dos funcionários que se reuniram com empresários do grupo hoteleiro Pestana. Posteriormente, a delegação manteve um encontro com o Secretário de Estado Adjunto da Agricultura e das Pescas, Luís Vieira, e realizaram contactos com diversas empresas portuguesas agro-alimentares como a Cofaco - Açores, a Oleocom, a Lactogal, a Cerealis, a Atlantic Meals, a Sugal/Idal - Concentrado de Tomate, a Gelpeixe, a Riveralves, a Ramirez & Ca (Filhos), Rui Costa e Sousa & Irmão, Montebravo e Vetagri. Várias empresas construtoras
portuguesas também fazem parte da lista de contactos estabelecidos. Está previsto que no domingo o presidente da PDVSA e o ministro da Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, viajem até Lisboa com o propósito de assinar um memorando de entendimento sobre a viagem da comitiva. O embaixador da Venezuela em Portugal, Lucas Rincón Romero, é da opinião que a visita é um passo em frente na formação de um necessário intercâmbio comercial entre os dois países. "Temos uma comunidade muito numerosa de luso-venezuelanos no país mas temos zero relacionamento comercial. Fomentar o intercâmbio é parte da minha missão como embaixador. Por isso há que trabalhar no intercâmbio, tanto comercial e cultural". Rincón pensa que o acordo comercial vai concretizar-se de forma frutífera. "Se existem condições, tanto na Venezuela como em Portugal, creio que será levado a cabo muito em breve". PUBLICIDADE
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CORREIO DA VENEZUELA 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2008
Festa das Fogaceiras recebe mais de 500 pessoas
Mais de 500 pessoas se reuniram para render tributo a San Sebastián, padroeiro de Santa Maria da Feira.
Jean Carlos de Abreu deabreujean@gmail.com
salão nobre do Centro Português em Caracas recebeu, no passado fim-de-semana, mais de 500 pessoas, que se reuniram para render tributo a San Sebastián, padroeiro de Santa Maria da Feira, em Portugal continental, e celebrar junto com a Associação Civil Amigos de Santa Maria da Feira na Venezuela a "Festa das Fogaceiras". O presidente da Associação Civil Amigos de Santa Maria da Feira na Venezuela, Rodrigo Ferreira, expressou que a tradição não se perderá neste país e acrescentou que os feirenses que estão em terras de Bolívar fazem parte da "grande comunidade
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portuguesa que vive e trabalha deste lado do continente". Reiterou que os membros da confraria de Santa Maria da Feira realizam esta celebração para cumprir uma tradição que tem mais de 500 anos e assim mostrar a sua devoção ao patrono português. Agradeceu também à Câmara de Santa Maria da Feira, em Portugal, pelo "apoio prestado nas celebrações que efectuamos ano após ano". Por seu turno o vice-presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, José Maria de Sá Correia, agradeceu a atenção dada a ele e à sua esposa pelos feirenses luso-venezuelanos e pelos vínculos de amizade que há entre os portugueses "neste país". Assinalou que ficou impressionado pela obra e atenção dada aos ido-
sos no lar de terceira idade Padre Joaquim Ferreira e referiu que outros lares que visitou noutros países não estão como o de Los Anaucos. Sá Correia disse ainda que Portugal é um país que tem dificuldades, mas não teve dúvidas em dizer que acredita que a vida de muitos filhos de portugueses que estão na Venezuela é também encontrada na nação dos seus pais. O vice-presidente da Câmara de Santa Maria da Feira comentou que é importante manter as tradições e exortou os portugueses presentes na festividade a manterem-se unidos dentro e fora da Venezuela, posto que "é uma grande comunidade que representa Portugal onde quer que estejam".
Estiveram presentes na celebração o vice-cônsul de Portugal na Venezuela, Graça de Sousa; o primeiro secretário da Embaixada, João Brito Câmara, o vice-presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, José Maria de Sá Correia, a representante da Confraria das Fogaças, Maria Olímpia Alves Ribeiro, os Conselheiros das Comunidades Portuguesas secção Venezuela e o padre Alexandre Mendonça, pároco da Missão Católica Portuguesa no país. A festividade foi animada pela orquestra "Sensação" e pelo grupo "Caña e Miel", que tocaram no almoço de confraternização com música dançável e ritmos caribenhos. A Banda Recreativa Madeirense e o grupo folclórico "Dos Patrias" deram ritmo lusitano a esta celebração.
Breves
Maioria dos emigrantes desconhece Consulado Virtual O Consulado Virtual, sistema que disponibiliza aos portugueses residentes no estrangeiro serviços via Internet, é desconhecido para a maior parte dos emigrantes, e os poucos que o utilizam queixam-se do tempo de espera pela senha de acesso. Lançado a 13 de Novembro do ano passado pelo governo e uma das "bandeiras" do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga, o Consulado Virtual (www.consuladovirtual.pt) consiste num sistema que permite aos emigrantes tratarem através da Internet de todos os documentos que não impliquem a presença física no consulado. Além de marcarem o atendimento nos consulados, os portugueses residentes no estrangeiro podem pedir, via Internet, certidões de nascimento, óbito, casamento, bagagem, residência e importação de automóvel e pedido da nacionalidade portuguesa. Dois meses após ter sido criado, a Agência Lusa falou com membros das comunidades portuguesas em vários país, que afirmaram que os emigrantes desconhecem este serviço devido à fraca divulgação. Do reduzido número de emigrantes que aderiu ao serviço, muitos queixam-se do tempo que tiveram que esperar para ter acesso à senha de acesso, código pedido junto ao consulado onde estão inscritos, sendo esta a única forma de utilizar o Consulado Virtual.
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Restituir a mística ao
C.D. Ribeira Br
Revitalização do orgulho do clube passa também por apostar mais no jogador da terra
elson Martins, presidente do clube, disse no início de presente época, que o futebol ia continuar a ser a 'montra' do C. D. Ribeira Brava. Mas tem outras ambições, como trazer de volta os ralis ao concelho e reavivar a equipa de veteranos. O parco ecletismo do clube (patinagem e bilhar, além do futebol), é para manter, até porque outras colectividades do Concelho complementam a demais actividade desportiva, mas há a forte ambição de trazer de volta à Ribeira Brava os ralis, embora pela envolvência financeira que o automobilismo implica, tal pretensão exija uma análise mais trabalhada e examinada. No entanto, um dos principais objectivos do presidente da direcção do Clube Desportivo Ribeira Brava (CDRB), Nelson Martins, passa por (re)abrir a sede do clube aos sócios, criando condições para que a mesma seja visitada com mais frequência, como forma de recuperar a 'mística' entretanto perdida. A revitalização desse orgulho ribeirabravense passa também por apostar
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mais no jogador da terra, procurando assim recuperar a 'paixão' dos adeptos locais e o 'brio' posto em campo noutros tempos. No 'mundo da bola' não esconde a ambição de reanimar e até voltar a jogar, pela equipa de veteranos. Antigo jogador do clube, o presidente, que já pertencia à anterior direcção, encabeçou a única lista submetida a votação, não só por "ambição própria",
confessa, mas particularmente porque "o Ismael também quis sair". Se este continuasse sabia que podia contar com o meu apoio, da mesma forma que ele me apoia neste novo desafio", garante. Nelson Martins foi eleito em Março de numa Assembleia-geral com a presença de apenas três dezenas de sócios, mas que mesmo assim foi considerada das
sessões mais participadas dos últimos anos. Uma realidade que fez com que o novo líder definisse como grande objectivo, "abrir a sede do clube aos sócios". Reforçou então que queria "fazer desta casa [sede] um local aprazível para que os adeptos e simpatizantes ribeira-bravenses possam voltar a reviver aquela mística de outros tempos", que depois se reflicta também em campo.
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Mensagem à comunidade “Não podia esquecer os filhos desta terra e da Madeira que se encontram principalmente na Venezuela, muitos dos quais contribuíram para a nossa terra e o clube crescessem, não só com o seu amor mas também com ajudas importantes. Sempre foi assim. Só com esforços partilhados é que se consegue levar bem longe este clube, contribuindo assim para o desenvolvimento da nossa Ribeira Brava. Hoje o clube está aberto a todos. Temos no nosso clube 90% madeirenses e seis jogadores da Ribeira Brava. Com ajuda de todos iremos ainda mais longe. O meu bem hajam a todos e um desejo um bom ano para todos, principalmente para aqueles que vivem longe da terra que os viu nascer. Estaremos sempre abertos a todos e para bem de todos e do nosso clube.” Nelson Martins Presidente do C.D. Ribeira Brava
Questionado sobre as intenções para a equipa sénior de futebol, como 'montra' do clube, Nelson Martins declinou fazer qualquer apreciação ou sequer desvendar desafios para o futuro. "É ainda prematuro falar-se da próxima época desportiva", face à indefinição que subsiste na classificação e porque "não quero perturbar a normalidade da equipa nesta fase crucial
do campeonato". Ainda assim realça a ambição de "enriquecer o seu palmarés e nós não fugimos à regra, mas sem deixar de ter os pés bem assentes na terra". Adiantou apenas querer "dar sequência ao trabalho da anterior direcção. Fez um bom trabalho - elogia -, mas simplesmente eu sou mais terra a terra e por isso quero apostar mais nos jogadores ribeira-
bravenses. "Apostar também nos jogadores madeirenses", sem excluir a possibilidade de recrutar continentais, "desde que sejam úteis ao Ribeira Brava", mas "sem entrar em loucuras", até porque, não vou apostar só por apostar", aponta. Aliás, neste particular, deixou escapar um desabafo: "Temos uma bela equipa, um dos melhores plantéis e estamos nesta situação".
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RIBEIRA BRAVA
História do clube
Nome: Clube Desportivo Ribeira Brava Alcunha: Viscondes Fundação: 1938 Estádio: Estádio do Centro Desportivo da Madeira Capacidade: 2,700 lugares sentados Presidente: Nélson Martins Departamento de Futebol: Higino Fernandes Treinador: Joaquim Rodrigues Equipa Técnica: Idalécio Antunes; Filipe Neto Liga: 2ª Divisão – Série B
Patinagem Artistica:
30 atletas federados: 25 Feminos e 5 masculinos. Todos os Escalões têm representação e participam nas provas regionais da modalidade Treinos: 2ª Feira e 5ª Feira / Local - Pavilhão da Ribeira Brava Horários: 1º Grupo 18:30 às 19:30 / 2º Grupo das 19:30 às 20:30 Treinadores: 2 monitores, 1 por grupo 10 atletas federados Equipa masculina Participam no Campeonato Regional de Bilhar Treinos - alternados durante a semana Local sede do Clube Modalidade recente - Iniciou na presente época (2007/2008)
Palmarés 1ª Divisão Regional: Vencedor: 1992/93 e 1997/98 Taça da Madeira: Vencedor: 1999/00
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O clube foi fundado em 1938 e o seu actual presidente chama-se Nelson Martins. É o clube mais representativo do concelho da Ribeira Brava. Promove a prática de Futebol e, Patinagem Artística e mais recentemente Bilhar, movimentando segundo os últimos dados disponíveis no relatório elaborado pelo Instituto de Desporto da Região Autónoma da Madeira "Demografia Federada 2006-2007", cerca de 200 atletas.O futebol é a sua principal modalidade, tendo o clube conquistado dois títulos na 1ª Divisão Regional, sendo que o primeiro título, na época 1992/93, permitiu ao clube ascender pela primeira vez à III Divisão Nacional. No entanto o clube acusa alguma inexperiência e cai de novo nos Regionais. Na época de 1997/98, o clube alcança novo título regional, competindo desde essa época nas provas nacionais. Na época de 1999/00, o clube vence a Taça da Madeira.Na presente época de 2007/08, a equipa de seniores participa no campeonato nacional da 2ª Divisão Série B, tendo saído do velhinho Estádio da Ribeira Brava, para passar a jogar no novo Estádio do Centro Desportivo da Madeira, situado mais a Norte, no sítio da Meia-Légua.Nas camada jovens, o clube conta actualmente com cerca de 190 atletas, divididos entre as escolas, iniciados, infantis, juvenis e juniores.
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Pereira 'desafia' novos conselheiros
A 28 de Abril terá lugar a eleição para a comissão consultiva, a qual será composta por dez membros, cinco principais e cinco suplentes
“É necessário que participem, especialmente, aqueles que conheçam bem o tema da emigração “
Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
primeiro secretário da comissão permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), Ignacio Pereira, anunciou que a eleição dos conselheiros será realizada a 28 de Abril. A embaixada de Portugal em Caracas foi encarregada de supervisionar o cumprimento dos regulamentos na votação a realizar-se na Venezuela que, após várias petições, incidirá sobre a
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escolha de cinco conselheiros e não três, como tinha sido anunciado aquando da redução do seu número a nível mundial. O 'quinteto' luso-venezuelano formará parte dos 96 inscritos (em teoria são 100, mas 4 não se apresentaram), dos quais serão seleccionados 15, sendo que 5 destes formarão a comissão. Recentemente quatro destes conselheiros colaboraram no tema do ensino da língua portuguesa ao serem consultados sobre a política educativa que se devia ser implementadas nas co-
munidades portuguesas no estrangeiro. PERFIL DO CONSELHEIRO Pereira, que já cumpriu dois mandatos, 11 anos como conselheiro, considera que já deu o seu contributo pelo que não voltará a candidatar-se. No entanto, incentivou os seus compatriotas a lançar candidaturas. "É necessário que participem, especialmente aqueles que conheçam bem o tema da emigração". "Isto não significa que os jovens sejam menos valiosos, mas
creio que as pessoas com bastante experiência e que viveram as dificuldades de ser emigrante poderiam fazer um melhor trabalho e defender com propriedade os direitos dos emigrantes", opinou. Na óptica do conselheiro, aquele deveria ser o perfil de todo o candidato, "pois só um amplo conhecimento neste cargo é fundamental. Lembro de que se trata de algo muito importante o facto de formamos um órgão consultivo para que o Governo seja ajudado a aplicar os objectivos para as comunidades de emigrantes". Pereira lembrou depois que para "lançar" uma candidatura "os requisitos principais são ser cidadão português e estar inscrito no consulado, não sendo necessário recensear-se de novo. Cada lista elege a dez conselheiros (cinco principais e cinco suplentes) e cada uma delas deve conter pelo menos um terço de membros do sexo feminino, que é uma das novidades das próximas eleições. DESAFIOS À NOVA COMISSÃO Segundo Pereira, a próxima comissão enfrentará vários des-
afios, alguns dos quais poderão colocar-se já na reunião que se realizará em Lisboa entre 5 e 8 de Março, num salão da Assembleia da República. "Continuar com a proposta que nós já defendemos anteriormente mas que não obteve a aprovação desejada, de tornar o conselho num órgão consultivo do Estado e não apenas do governo" é um desses desafios, observou, explicando que é necessário que qualquer órgão estatal, possam consultar o Conselho. Também será necessário continuar a reivindicar "mais pessoal para o consulado de Portugal em Caracas, pois ainda que se tenha conseguido um aumento nesse capítulo, tais recursos ainda não são suficientes", acrescentou Pereira, afirmando que "com esforço e perseverança, estas e outras metas podem ser alcançadas". Como exemplo, recordou a proposta que foi concretizada em realidade pela comissão que integrou em 2003, que instituiu que "toda a pessoa nascida em Portugal (sempre que não tivesse declarado que não queria a nacionalidade lusa) fosse reconhecido como cidadão português".
Menos de 4,5% da comunidade está registada em Valência Carlos A. Balaguera carabal@cantv.net
pouco interesse dos portugueses radicados nos estados centrais da Venezuela em realizar o seu registo consular (recensear-se) é uma das preocupações que o Consulado de Valência tem actualmente. O cônsul Rui Monteiro declarou ao CORREIO que dedica-se, todos os anos, a visitar cada região dos 13 Estados que estão sob a jurisdição da sede consular a que preside. "Conversei directamente com os cônsules honorários bem como com dirigentes das associações, sobre a importância que os portugueses devem dar ao seu direito de voto". Este tema, segundo o diplo-
O
mata, ganha especial importância, pois em Abril os emigrantes poderão escolher as pessoas que os representarão perante o governo português, como conselheiros. "Posso dizer que se tentou realizar uma campanha de incentivo, deixando cartazes nos diferentes centros sociais de cada região, motivando-os a se recensearem, mas não lhes foi dada a devida importância". Os inscritos no Consulado de Valência, a 15 de Janeiro de 2008, somam um total de 38.911 pessoas e os recenseados por estado estão distribuídos da seguinte maneira: Valência - 662, Barquisimeto - 289, Maracaibo 557, Maracay - 200, Mérida - 26 e San Cristóbal - 3. A soma total contabiliza 1.737 inscritos, o que significa menos de 4.5 % dos
portugueses que vivem nesta área consular. Monteiro considera que os Conselheiros e Cônsules Honorários devem preocupar-se um pouco mais com esta situação. "Deveriam seguir o exemplo de Maracaibo, onde o cônsul que saiu e o que entrou têm vindo a trabalhar com muita constância, conseguindo com que a comunidade portuguesa se interesse pelo seu direito de votar". Por seu turno, Manuel Martins, conselheiro por Valência, declarou que a sua luta tem sido conseguir com que as pessoas se aproximem do Consulado. "A certa altura, disse-se que todos aqueles que fossem ao consulado resolver problemas ou procurar documentação, os funcionários iam aproveitar para recenseá-los.
Manuel Martins
Rui Monteiro
Não sei se isto se está a fazer". Martins diz estar consciente da "falta de interesse da nossa comunidade e a falta de patriotismo". "Os conselheiros, e os próprios cônsules honorários, não podemos obrigá-los a que se inscrevam. Faço um apelo a toda a comunidade, há tempo para se inscreverem, devemos pensar que é um dever de cida-
dania". Confrontado com a questão de porquê que os centros sociais não se integram nesta campanha, respondeu: "aceito que possa ser culpa de todos, em parte, mas a comunidade não se interessa, eles só vêm ao consulado quando é urgente, de contrário aposto que nem sequer saberiam onde fica”.
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Lei contra Extorsão e Sequestro à espera da Lei de Polícia Nacional
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Ambas legislações estão no quadro da Lei Habilitante, para a qual restam apenas uns meses, pois expira em Junho de 2008 Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
inda que a Divisão Contra a Extorsão e Sequestro do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas tenha registado cerca de 180 casos de pessoas libertadas em 2007, a situação na Venezuela continua sendo alarmante e o número de vítimas aumenta cada dia que passa. Há mais de dois anos que se trabalha numa nova lei para combater os crimes de sequestro e extorsão que preveja, entre outras medidas, congelar as contas de da pessoa sequestrada e dos seus familiares. O trabalho legislativo, segundo anunciou o Parlamento, será retomado a partir de Fevereiro, tendo já sido instalada na Assembleia Nacional a comissão permanente de Política Interior, Justiça, Direitos Humanos e Garantias Constitucionais, presidida por Francisco Ameliach, que já assegurou o regresso da discussão do tema. Face à pressão da opinião pública, o governante afirmou que "a comunidade luso-venezuelana, assim como as demais comunidades, devem saber que nos avocaremos a acabar com essa terrível situação".
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MOLINA CONTINUA Apesar de na subcomissão de Segurança dos Cidadãos não se encontrar Juan José Molina, que foi encarregado de criar o projecto da Lei contra Extorsão e Sequestro, este deputado continua à frente do caso. Molina aproveitou a oportunidade para informar a comunidade luso-venezuelana, uma das mais afectadas em matéria de sequestros, que "a situação actual desta lei é positiva, dado que já foi elaborado um novo projecto que já está ter-
minado. O responsável destacou depois a participação de diversos sectores que frequentemente são vítimas desses delitos, observando que foi tida em conta a opinião de alguns representantes da área comercial, empresarial e industrial, assim como dos órgãos de segurança do Estado, de forma a sistematizar e dar uma resposta a algumas críticas atiradas à nova lei. No entanto, o caminho que agora deve ser percorrido pelo projecto legislativo antes da sua aprovação e publicação é bastante delicado pois, segundo explicou Molina, "está sujeito à aprovação da Lei de Polícia Nacional", no quadro da Lei Habilitante, para a qual restam apenas uns meses, já que o prazo expira em Junho de 2008. Então, antes de passar à fase da segunda discussão no Parlamento, que seria a última, é preciso esperar pelo fim do processo legislativo relativo corpo policial, "órgão que está directamente vinculado na estrutura organizativa da luta contra a extorsão e sequestro", lembrou. CORRUPÇÃO: PRINCIPAL INIMIGO Um dos membros da comissão é Francisco López Almao, que vem assumindo uma postura bastante crítica. "Além de legislar e tipificar umas sanções penais mais fortes, é necessário depurar os corpos policiais, pois a corrupção está crescendo nestas forças de segurança", defende. Por isso "é urgente uma alteração de fundo, sincera, coerente e valente. Não podemos tapar o sol com um dedo porque a terrível indústria da extorsão e do sequestro tem deixado os seus tentáculos incrustados nas polícias, tanto regionais como estatais", denunciou López Almao. Esta situação pode ser constatada "em
Breves
Futura CCP composta por menos conselheiros As comunidades portuguesas radicadas em França, Brasil, Estados Unidos e Venezuela são as que reduzirão mais o número de conselheiros no futuro Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), segundo a portaria que regulamenta as próximas eleições. A nova composição do CCP, órgão de consulta do Governo português para as políticas de emigração e para as comunidades portuguesas no mundo, sofre uma redução do número de conselheiros eleitos pelas regiões onde vivem os emigrantes, que passa a ser de 63, conforme refere a nova legislação - Lei 66-A, de 11 de Dezembro de 2007. Esta portaria que procede à redistribuição do número de mandatos atribui à Europa 26 conselheiros, América passa a ter 24, África terá oito e Ásia e
Oceânia mantêm cinco representantes. Face ao sistema de 2003, o número de eleitos é reduzido em quase 40%, verificando-se que as comunidades de França, Brasil, Estados Unidos da América e Venezuela são as que irão agora perder mais conselheiros. No continente americano, o Brasil passa de 14 para oito conselheiros, enquanto a Venezuela vê reduzido a metade a sua representação, ficando com uma quota de cinco. Estados Unidos e Canadá ficam, respectivamente, com cinco e quatro conselheiros (comparativamente aos nove e sete membros que elegeram em 2003). África, Ásia e Oceânia são as zonas menos afectadas no corte do número de representantes no CCP.
Juan José Molina foi encarregado de criar o projecto da Lei contra Extorsão e Sequestro
numerosos casos. Existem provas disso, não há dúvidas", assegura, reclamando "uma solução para este importante aspecto do problema a par da legislação", afirmou, esclarecendo que "estamos perante
um problema com múltiplas arestas, alimentadas por diversos delitos como o roubo, a posse ilegal de armas, o homicídio, entre outros, onde se encontram polícias implicados". PUBLICIDADE
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História de Vida "Trabalhava-se por um prato de comida" Erika Correia
anuel Duarte Garcês nasceu a 29 de Agosto de 1939, na Ribeira Brava, ilha da Madeira. O campo e os trabalhos de casa foram obrigações que aprendeu a lidar desde muito novo, pois era um de dez irmãos que devia colaborar com os pais para manter a casa, já que a situação económica em que viviam era muito difícil. "Naquele tempo de guerras não havia nada. Nem tínhamos sal para pôr na comida, daí que era preciso ir ao mar buscar água para dar gosto aos alimentos cozinhados", começa por contar o nosso interlocutor. Era preciso arranjar uma vida melhor. "Até que chegou o momento em que o meu pai decidiu arriscar, a exemplo de muitos outros portugueses, e sair da ilha para vir para a Venezuela, em 1951". Duarte Garcês e os irmãos ficaram em casa, mas também queriam emigrar. "Falamos com o meu pai. A família era grande e tínhamos que sair de casa, pois era necessário que cada um percorresse o seu caminho e buscasse o seu modo de subsistência". A sua partida aconteceu em 1957, num barco pequeno, que demo-
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rou oito dias a chegar", recorda. O seu pai estava à sua espera para começar a trabalhar num terreno situada na zona de Guatire. "O terreno não era nosso, daí que tivéssemos de pagar uma renda para trabalhar na agricultura", conta, lembrando que ali ficou durante vários anos até dar o
de criança há muito que o tinha arrebatado. Mas, por força de várias circunstâncias, viu-se obrigado a casar através dum "poder" e a ter de esperar por uma oportunidade para viajar até à Madeira para ir buscá-la. "Quando a minha esposa finalmente chegou, dedicamo-nos
Manuel Duarte Garcês Ribeira Brava, Madeira
de também acabaram por ter uma padaria. Em 1974 decidiu mudar-se para Los Teques, para trabalhar num viveiro situado na estrada Panamericana. "Não aguentei muito tempo e regressei a Guatire outra vez e para Alcabala, para junto da minha padaria. Ago-
Duarte assegura que o mais difícil foi trabalhar os 365 dias do ano mais uma hora, se era possível.
salto para o restaurante, "El Criollito", onde finalmente começou a fazer algum dinheiro. Com apenas 16 anos, já sabia quem seria a sua esposa, pois aquela vizinha que conhecia des-
a trabalhar numa pequena 'arepera'", prossegue Garcês, recordando que ali estiveram pouco mais dum ano. Em 1960 partiram para a famosa Alcabala, onde funcionava um restaurante e on-
ra só me dedico a cuidar alguns locais e negócios que tenho". Manuel Garcês ficou viúvo há cinco anos. A esposa não resistiu aos vários problemas cardíacos que a apoquentavam há vá-
rios anos. Desde então vive só, já que os seus quatro filhos se casaram e saíram de casa. "Quando posso vou distrairme ao clube. Jogo dominó com os amigos para manter as amizades e, quando estou mais desafogado, ajudo o meu filho mais velho, que explora o restaurante no clube, onde se quer construir o santuário da Virgem de Fátima". Assegura que o mais difícil foi trabalhar os 365 dias do ano mais uma hora, se era possível. "Trabalhava-se por um prato de comida, não por um ordenado com o que se pudesse viver", explica. O seu horário de trabalho era de 4 às 23 horas. Mas afirma que foi o esforço realizado que o mantém vivo e satisfeito com tudo o que tem. "Enquanto Deus me ajudar, continuarei a trabalhar. Estou muito contente porque todas as provas que enfrentei, passei-as todas, o que me dá muito orgulho", assegura. A última vez que viajou a Portugal foi há dois anos, para visitar a pouca família que ainda resta na Ilha. "Já não quero voltar. Não tenho nada para procurar lá. Aqui tenho tudo: a minha família, os meus filhos, netos e a minha mãe, que tem 85 anos. Viajar até Portugal é agradável, mas só para passear.
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Márcio Amaro quer fazer música para emigrantes Jean Carlos de Abreu Correio da Venezuela
ela segunda vez na Venezuela em quatro anos, o cantor e o actor Márcio Amaro encontrou neste país um público com um potencial interessante para o seu género musical, no qual deseja empenhar-se cada vez mais. "Quero trazer para a Venezuela as novidades que tenho para oferecer. Este tipo de música dançável é o que as pessoas gostam, sobretudo os emigrantes. Música alegre, que não importa muito a letra, mais sim que o ritmo seja contagioso para dançar", explicou o cantor madeirense. "O calor humano dos luso-venezuelanos é incomparável", assegura o cantor natural da Camacha, resumindo desta forma as sensações vividas sobretudo durante as suas actuações no Centro Marítimo, em Turumo, e no salão Gales do Centro Comercial Tamanaco. Em cada um destes cenários, Márcio Amaro fez cantar e dançar um público numeroso, cerca de 300 pessoas em cada apresentação. As gargalhadas também não faltaram, pois o multifacetado artista surpreendeu o público apresentando-se durante alguns momentos com um 'barrete de orelhas' na cabeça e com uma foice no ombro, reeditando a figura do 'José do Rego', com a qual se lançou como humorista há vários anos. Já apenas como cantor, Márcio Amaro interpretou melodias portuguesas dos anos 20 e 30 e também música brasileira. "O meu estilo musical está dirigido a jovens e adultos, porque são melodias que se ouvem em casa e que vão passando de geração em geração". "Depois de já ter estado na Venezuela há quatro anos, tinha muita vontade de voltar. A receptividade agora foi ain-
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da melhor que da primeira vez, pois nesta oportunidade a comunidade mostrouse mais aberta, mais dada à interacção durante os espectáculos. Os portugueses da Venezuela são pessoas agradáveis e admiráveis", expressou o actor, observando ter recebido muitos comentários elogiosos de emigrantes que acompanharam a sua mediática personagem de 'Manuel Bexiga', através dos meios de comunicação social. O artista madeirense considera que na ilha se tem uma ideia errada da Venezuela. "Se bem que é certo que já não é o país que os portugueses encontraram há 30 ou 40 anos, continua a ser uma terra rica. O que lhe faz falta é organização e saber usar as ferramentas que têm nas mãos para poder levantar-se". Márcio Amaro deixou a promessa de regressar à Venezuela, mas na próxima vez acompanhado pelo seu grupo de músicos, para visitar diferentes cidades do país. "Embora seja um pouco difícil neste momento, quero fazer tudo o que é possível para trazer a esta terra todo o meu trabalho e a minha música", prometeu.
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Grupo da Boaventura aclamado por onde passou Erika Correia ecorreia@correiodevenezuela.com
director do Grupo Coral e Instrumental da Casa do Povo da Boaventura, Robert Santos, confessou-se impressionado com o que viu na Venezuela, na visita de sete dias que esta colectividade efectuou a este país para celebrar com os emigrantes madeirenses o dia do padroeiro de São Vicente. "É a terceira vez que estou aqui, e cada vez que regresso a Portugal sempre digo que vale a pena viajar a este país, gostaria de vir mais vezes", disse, salientado "o calor humano e a alegria que se respira são indescritíveis. Levo comigo a imagem de uma comunidade optimista mas muito saudosa da sua terra". "Apesar das circunstâncias adversas, ainda se pode viver na Venezuela, é uma terra maravilhosa", expressou Santos na passada quarta-feira, 23, dia em que os cantos da formação coral encantaram aos mais de 70 portugueses residentes no lar de terceira idade de Los Anaucos. Santos agradeceu à Câmara Municipal de São Vicente por proporcionar ao Grupo Coral
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O ponto alto da visita aconteceu sábado, com a celebração na Missão Católica Portuguesa
uma experiência num país estrangeiro que, de outro modo, não seria possível pois a colectividade não tem a capacidade financeira para responder a uma iniciativa deste tipo. "É um sinal da importância que se está a dar à cultura e ao mesmo tempo uma oportunidade para apoiar aos emigrantes portugueses que atravessam um momento difícil". No primeiro dia da visita à capital venezuelana, a 21 de Ja-
neiro, a comitiva participou num jantar organizado no restaurante Gales, do Centro Comercial Tamanaco, que reuniu a mais de 200 pessoas. No dia seguinte, os 28 membros do grupo coral que integraram a delegação viveram talvez um dos momentos mais emotivos da viagem no Centro Luso-Venezuelano do Estado Aragua, na cidade de La Victoria. No convívio participaram cerca de 300 pessoas, incluídos
muitos vicentinos que não visitam a sua terra há mais de 40 anos. A actuação do grupo durante uma missa solene realizada neste clube foi amplamente aplaudida e apreciada. O ponto alto da visita aconteceu sábado, com a celebração na Missão Católica Portuguesa, no dia do padroeiro do concelho, uma actividade religiosa organizada pela Confraria de São Vicente na Venezuela que tem 57 confrades inscritos e que há
cinco anos iniciaram as festividades em honra do seu santo padroeiro. As actuações do Grupo Coral e Instrumental da Boaventura culminaram domingo, na Casa Portuguesa do estado Aragua, na cidade de Maracay. Actualmente, esta colectividade tem perto 40 membros, com idades entre os 17 e os 70 anos, mas só 28 puderam deslocar-se à Venezuela, "pois há muitas crianças que por motivos de estudo não puderam vir". "Todos os membros estão muito contentes de estar aqui, agradados com tudo o que temos feito, dizem que a comida é muito boa, que as mulheres são muito bonitas e que a roupa e o calçado são muito mais baratos que em Portugal, estão fascinados com esta viagem", comentou Santos. O Grupo Coral de São Vicente nasceu a 29 de Agosto de 1995, tendo as suas raízes no Grupo Coral do Norte, entretanto desfeito. A ideia de criar esta colectividade partiu do próprio Santos, que decidiu candidatar-se à Junta de Freguesia da Boaventura, tendo como principal meta a aplicação de vários projectos em prol da manutenção das tradições e cultura lusas.
Aniversário celebrado entre emigrantes Erika Correia ecorreia@correiodevenezuela.com
oi em torno do som da Banda Filarmónica de São Vicente que, ao longo da semana passada, se congregaram muitos vicentinos radicados na Venezuela. Os acordes chegaram até Turumo, La Victoria, Los Anaucos, Caracas e Maracay. Entre o público, o comentário que mais se repetia incluía a surpresa ao constatar o significativo número de jovens que integram a banda, cuja primeira visita ao país sul-americano coincidiu com a celebração dos seus 18 anos de existência. A colectividade, formada a 22 de Janeiro de 1989, conta actualmente com 32 aprendizes, com idades compreendidas entre os 11 e os 55 anos de idade. À Venezuela só se deslocaram 24 músicos, "pois alguns membros menores de idade não foram autorizados pelos pais para assistir", contou José Carlos
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Oliveira, director da banda. Para este duas do ramo da construção, uma relaresponsável, a maneira mais efectiva cionada com o desenho gráfico e outra de atrair os jovens ao grupo é este tipo de equipamento hoteleiro, foi deterde viagens. "Este tipo de actividades minante para esta deslocação, ao assão maravilhosas porque permite-nos sumir os custos da passagem aérea e ter contacto com uma grande quanti- a estadia". dade de emigrantes. Neste caso constaA Banda Filarmónica de São Vitamos que há uma relação cente, que lançou um CD de irmandade muito afianem 2005 e um DVD em çada, não existem distinçõ2006, sentiu-se sempre A colectividade, es de nenhuma classe". acompanhada e acarinhada formada a 22 de Em todos os lugares onpela comunidade. de se apresentaram existia Não houve espaço paJaneiro de 1989, sempre grande expectativa ra o medo. "Ao início checonta actualmente pela sua presença. Talvez o gámos a ter dúvidas em com 32 aprendizes. torno da viagem pelo tema cenário onde mais saudades removeram foi no lar da insegurança, que é a inda terceira idade Padre Joaformação que sempre nos quim Ferreira, onde tocaram para mais chega através dos meios de comunicade 70 idosos do lar, a maioria madei- ção social, sobretudo porque vários dos renses. nossos membros são menores de idade Oliveira foi um dos encarregados e vieram sob a nossa responsabilidade reunir vários patrocinadores para de. Mas depois de estar cá, constatápoder realizar a viagem. "O apoio de mos que não há essa sensação de amequatro grandes empresas portuguesas, aça de que sempre se fala".
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CULTURA
"Criamos esta tradição e jamais morrerá"
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Participantes de diversas épocas afirmam que as festas de Carnaval fomentam de maneira positiva a competitividade e a criatividade das crianças e adolescentes Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
A segunda-feira de Carnaval é o dia mais importante para os participantes das comparsas no Centro Português (CP), de Caracas, onde os grupos Baby Gym (vencedores da edição de 2007), Bufos, Dinois, Ponkis e Chamos, compostos cada um por 45 adolescentes e crianças (desde os cinco anos de idade) oferecerão um espectáculo que promete arrebatar a assistência. Isabel Ferreira, relações públicas do CP, referiu que "desta vez há mais comparsas, cinco, um aumento motivado em grande parte pelos 50 anos do clube". Para Ferreira, a crescente participação neste evento "reflecte o compromisso cultural sentido pelas crianças e jovens. Por isso, todos os que em diferentes gerações temos participado nas comparsas, dizemos com orgulho: criamos esta tradição e jamais morrerá". Marisol Carvalho, membro da Junta Directiva do CP, participante nas comparsas desde a sua infância, partilha da mesma
opinião. Mas acrescenta: "As comparsas ajudam os jovens a organizar-se, a explorar a criatividade, a utilizar construtivamente o seu talento artístico e permitem desenvolver uma competição saudável". É precisamente em relação a este ponto que se tem verificado certa polémica al longo dos anos, mas tanto Carvalho como Ferreira asseguram que "a competitividade deve ser encarada de forma positiva, pois incentiva os participantes a ser melhores, pelo que a interpretação errada de alguns competidores não deve ofuscar a tradição". A pressão gerada pelo desejo de conquistar o prémio de melhor comparsa está marcada pelo enorme esforço que exige este espectáculo, pois tal como notou Ferreira, "uma simples comparsa custa cerca de 18 milhões e a maioria supera este orçamento". Além disso, trata-se de uma "meta pela qual se trabalha arduamente durante muito tempo", explicou, lembrando que em Janeiro os diversos grupos estiveram a ensaiar, de segunda a sexta-feira, das 6 às 10 horas, e
Uma simples comparsa custa cerca de 18 milhões e a maioria supera este orçamento
sábados das 8 às 24 horas. No capítulo da organização, Ferreira explicou que este ano, "com o fim de tornar a entrada mais ordenada, esta será efectuada mediante bilhetes que dão direito a lugares numerados e adquiridos a um custo bastante baixo". Os jurados, no seio dos quais já se encontrou a reconhecida artista e coreógrafa Mary Cortez, serão dados a conhecer no
mesmo dia do concurso. Membro de uma das comparsas, Jonathan de Sousa assegurou que "apesar do prémio ser importante, o que mais motiva o nosso grupo é ter a possibilidade de sermos campeões". Notou também que se sente muita alegria por "todo o que se aprende e desfruta para se chegar aqui". "Esta tradição é belíssima, divertida e muito pedagógica", afirmou Andrea Goncalves, ou-
Comité Juvenil do CP espera participar mais na vida do clube o passado fim-de-semana, a Junta Directiva do Centro Português, em Caracas, deu posse ao novo Comité Juvenil, o qual está encarregado, durante este ano, de realizar actividades para entreter crianças e jovens que frequentam o clube. Jhonathan Rodríguez, presidente do Comité Juvenil do CP, referiu que durante a actual mandato serão realizadas iniciativas destinadas a crianças, adolescentes e também adultos, estando ainda prevista a criação, se tal for aprovado pela direcção, um lugar de lazer onde os mais jovens poderão conviver e divertir-se. "Temos um plano de actividades preparado que apenas falta ser aprovado pela Direcção", observou o estudante de Contabilidade Pública, quando adiantava que na comemoração dos 50 anos do clube são organizadas 'minitecas', festas culturais e
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desportivas. e experiências de forma a organizar O novo Comité está formado eventos que beneficiem, cultural e por 9 pessoas, com idades compreen- desportivamente, os membros das didas entre os 16 e os 28 anos. A várias associações. maioria destes são estudantes uniSamia Câmara, relações públicas versitários. do Comité, notou que foi convidaRodríguez lembrou depois que da pelo presidente da Comissão para este mandato coincide encarregar-se das activicom um ano importandades e do patrocínio dos te, pois será ao longo eventos que venham a ser do mesmo que se celerealizados pelo grupo. O novo Comité está brarão os 50 anos de Acrescentou depois que já formado por 9 pessoas, têm agendado um prografundação do clube. "Seremos precursores ma vasto de celebrações com idades dum novo pensamenpara as diferentes épocas compreendidas entre to e queremos que tendo ano, assim como para os 16 e os 28 anos ham em conta os joo aniversário do CP. vens em todas as iniPara Câmara, se a Junciativas que se venham ta Directiva aprovar o a realizar nesta nossa programa vai ser benefisegunda casa", afirmou. ciada com o aumento de vendas nos O grupo de jovens do CP pre- diferentes estabelecimentos do clube. tende organizar reuniões com repre- "Haverá uma maior participação dos sentantes juvenis de outros clubes jovens nas actividades organizadas lusos e estrangeiros para trocar ideias pelo Clube".
tra concorrente, que além disso destacou que "a tecnologia tem melhorado de ano para ano ao nível dos efeitos especiais e também o amor com o que todos trabalhamos". Com o mesmo ânimo, Vanesa Cerrado, ressaltou que "cada ano evoluímos mais e demonstramos ter ideias inovadoras", lembrando que tal não seria possível sem o apoio dos nossos pais e dos membros do clube". PUBLICIDADE
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assinalou Quadra Natalícia Autarquia de mãos dadas com as crianças e com os menos jovens promoveu os tradicionais convívios de Natal
o seguimento do que já vem realizando em anos anteriores, a Câmara Municipal, em Dezembro último, desenvolveu esforços para levar um pouco de “magia” e “fantasia” às crianças e menos jovens de todo o concelho, através dos convívios de Natal que promoveu:
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Presépio de rua na Praça 24 de Junho - Vila da Calheta Para além dos Convívios de Natal, e por se tratar de uma das principais manifestações da quadra natalícia, a Câmara Municipal da Calheta promove também a elaboração de um presépio de rua, que é já uma tradição e um cartaz turístico do concelho.
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Convívio de Natal para as crianças do pré-eescolar e 1º ciclo Com grandes sorrisos, muita alegria e cor, este convívio, já na sua nona edição, contagiou todos os presentes. Perto de um milhar de crianças acompanhadas pelos professores e auxiliares de acção educativa, assistiram à animação própria da época e receberam um lanche e um brinquedo oferecidos pela Autarquia. É importante referir que na edição deste ano foi lançado o desafio às várias escolas para que construíssem elas próprias a sua árvore de Natal com materiais recicláveis, tendo assim também contribuído para a sensibilização da preservação do ambiente.
Convívio de Natal para os maiores de 60 anos de idade A nona edição deste convívio, contou com a presença de cerca de 1200 participantes das oito freguesias do concelho da Calheta. É de salientar que a organização, animação, transportes (16 autocarros), almoço e as lembranças distribuídas a todos os presentes, ficaram a cargo da Autarquia. Do Presidente da Câmara Municipal da Calheta, Manuel Baeta de Castro, ficou a mensagem de que a Autarquia continuará a desenvolver a sua política social virada para as crianças, jovens e menos jovens. Reforçou ainda a intenção de dar continuidade a estes convívios enquanto estiver à frente dos destinos do Município da Calheta. PUBLICIDADE
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A Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação (ASST) lançou um apelo aos portugueses para que sejam dadores vivos, lembrando que, de outra forma, "nunca vai haver órgãos suficientes para todos".
Cavaco critica morosidade da Justiça na abertura do novo Ano Judicial Presidente da República sublinhou, no discurso de abertura do Ano Judicial, que um Estado de Direito “não pode ser refém” daqueles que têm mais recursos. Cavaco Silva criticou a morosidade da Justiça e o excesso de recursos. “Não é tolerável” que a conclusão de alguns processos seja protelada durante vários anos em tribunais portugueses, enfatizou o Presidente no discurso que levou à cerimónia de abertura do novo Ano Judicial, no Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa. “A celeridade”, sublinhou Cavaco, “não é um valor absoluto, mas a lentidão não pode ser uma prática instalada”. E a Justiça não pode ser condicionada por aqueles que recorrem “a to-
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dos os instrumentos processuais como meio dilatório para impedir ou retardar o trânsito em julgado das decisões judiciais”. O Presidente da República propugnou, depois, que “o Estado de Direito não pode ser refém daqueles que dispõem de maiores recursos”. As reformas recentemente introduzidas no sector da Justiça mereceram, também, alguns reparos de Cavaco Silva, que recomendou ponderação antes da implementação das alterações. Para o Presidente, um sistema normativo terá de reunir três condições para se revelar eficaz: a auscultação de quem conhece o sector, a avaliação e eventual correcção das medidas reformadoras e a garantia de que os cidadãos possam compreender o
que está em causa. Nos parágrafos iniciais do seu discurso, Cavaco Silva quis falar directamente ao “povo português” e deixou uma pergunta para reflexão: “Os portugueses confiam e acreditam na Justiça do seu país?”. “O nosso povo considera que a Justiça que temos é verdadeiramente justa e igual para todos?”, questionou-se. “Perguntas simples, mas essenciais” que vêm a lume com frequência, de acordo com o Presidente. Na mesma linha, Cavaco deixou uma palavra de apreço para aqueles que “legitimamente procuram os tribunais em busca de justiça e que esperam que os tribunais, com independência e rigor, lhes façam justiça num prazo razoável”. O Chefe de Estado advogou,
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Maior exportação de tecnologia O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou, durante a inauguração do novo Centro de Competências da Fujitsu, que Portugal registou o ano passado, pela primeira vez, uma balança tecnológica positiva, tendo exportado mais tecnologia do que importou. "A balança tecnológica portuguesa em
Greve no perído do Carnaval Os quatro sindicatos que representam os trabalhadores da empresa de assistência em terra Groundforce anunciaram que vão aderir à greve convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling e Aeroportos (STHA) para o período do
2007 foi finalmente positiva.Portugal vendeu mais tecnologia do que importou", afirmou o primeiro-ministro durante a cerimónia de inauguração do novo centro da empresa japonesa líder na Europa de prestação de serviços de tecnologia de informação."Isto mostra uma evolução no perfil de Portugal e uma mudança de paradigma", afirmou o primeiro-ministro, sublinhando que a "exportação de serviços a empresas é já maior do que a exportação dos sectores tradicionais, como o calçado e o têxtil". A Fujitsu Services espera investir 10 milhões de euros no novo Centro de Competências até ao final deste ano e 4,2 milhões de euros anuais nos próximos anos, afirmou o director-geral da Fujitsu Portugal, Carlos Barros. Carnaval. Em comunicado conjunto, os sindicatos do Sector de Aviação e Aeroportos (SITAVA), Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) e das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) apelam "veementemente a todos os associados para que protestem junto da Empresa (e accionistas) e adiram à greve decretada para os dias 1, 2, 3 e 4 de Fevereiro, pela reivindicação de aplicação da correcção salarial de 2007 a todos os trabalhadores e ainda pela aplicação imediata das evoluções já vencidas".
“Não é tolerável” que a conclusão de alguns processos seja protelada durante vários anos em tribunais portugueses, enfatizou o Presidente.
ainda, que as deficiências na engrenagem da Justiça “perturbam a fluidez da actividade económica, afastam o investimento, contribuem para o aumento das tensões e dos conflitos sociais e potenciam o crescimento da insegurança”. Da mesma forma,
uma Justiça deficiente pode também contribuir para agravar fenómenos de exclusão social: “É inadmissível que as garantias processuais que existem para fazer justiça acabem por reproduzir e até amplificar desigualdades existentes na sociedade”.
Governo vai divulgar lista de empregabilidade dos cursos Governo vai publicar dentro de duas semanas uma lista de empregabilidade dos alunos de instituições de ensino superior para elucidar sobre as saídas profissionais dos cursos, revelou o ministro da Ciência e Ensino Superior. Mariano Gago revelou que dentro de 15 dias estarão disponíveis na Internet os dados sobre os desempregados com um curso superior inscritos nos centros de emprego, esclarecendo que os inscritos no último trimestre de 2007 eram "pouco mais de 30 mil". "A percentagem de pessoas desempregadas diplomadas no ensino superior é muitíssimo mais baixa do que a percentagem
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de pessoas desempregadas que não têm o ensino superior", disse Mariano Gago. Segundo o ministro, os dados permitem ainda concluir que o tempo de espera pelo primeiro emprego para um diplomado com curso superior "é muito menor do que se a pessoa não tiver um diploma". Mariano Gago destacou também que o número de desempregados com um curso superior que estão à procura do primeiro emprego há mais de um ano "é muitíssimo reduzido", garantindo que é "um fenómeno residual". Os dados relativos aos desempregados com formação superior serão também importantes para as instituições procederem à reorganização dos seus cursos, disse o ministro.
Lisboa e Albufeira têm melhor qualidade de vida do país s concelhos de Lisboa e Albufeira são os que têm melhor qualidade de vida no país, de acordo com um índice elaborado pela Universidade da Beira Interior, a que a agência Lusa teve acesso. O Índice Concelhio de Qualidade de Vida, elaborado pelo Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social daquela universidade, coloca nas últimas posições os concelhos de Vinhais e Sabugal, no Norte e Centro do país. O índice baseia-se no anuário estatístico
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de 2004 do Instituto Nacional de Estatística sobre o qual foi aplicada "uma metodologia original e inovadora", segundo Pires Manso, professor catedrático da UBI e responsável pelo ODES, autor do trabalho juntamente com Nuno Simões, técnico do Observatório. "O índice tem em conta centenas de variáveis quantitativas, como o Produto Interno Bruto (PIB) ou o consumo, e variáveis qualitativas como a disponibilidade de bens culturais e outros de difícil medição", explica.
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Portugal tem falta de 2 mil a 3 mil profissionais altamente qualificados para as empresas de tecnologias da informação (TI), principalmente engenheiros e formados em matemáticas aplicadas, estimou Rui de Melo, presidente da ANETIE.
Bastonário dos advogados diz grupos económicos restritos fazem negócios de milhões com o Estado bastonário da Ordem dos Advogados disse que se “fazem negócios de milhões com o Estado”, cujo objecto são bens do património público, “quase sempre com o mesmo restrito conjunto de pessoas e grupos económicos privilegiados”. “Muitas pessoas que actuam em nome do Estado e cuja principal função seria acautelar os interesses públicos acabam mais tarde por trabalhar para as empresas ou grupos que beneficiaram com esses negócios”, afirmou António Marinho Pinto no discurso de abertura do Ano Judicial, que decorreu no Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa. Na mesma linha das polémicas declarações proferidas sexta-feira e que levaram o procuradorgeral da República a abrir um
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inquérito, o bastonário insistiu que “há pessoas que acumularam grandes patrimónios pessoais no exercício de funções públicas ou em simultâneo com actividades privadas, sem que nunca se soubesse a verdadeira origem do enriquecimento”. No entender de Marinho Pinto, todos estes factos provocam “um sentimento generalizado na sociedade portuguesa de que o sistema judicial é forte e severo com os fracos, e fraco, muito fraco e permissivo com os fortes”. Utilizando o exemplo das cadeias, onde a esmagadora maioria dos reclusos não tem recursos, o bastonário apresenta como contraponto “uma criminalidade de colarinho branco que se pratica quase impunemente na sociedade portuguesa”.
O primeiro-ministro anunciou hoje a substituição, a seu pedido, dos ministros da Saúde e da Cultura e do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, numa remodelação acolhida com fortes críticas à acção de Correia de Campos e a Isabel Pires de Lima.
Sócrates muda de ministros nas pastas da Saúde e Cultura Correia de Campos foi substituído pela médica Ana Jorge e Isabel Pires de Lima por Melo Pinto Ribeiro primeiro-ministro pediu terça-feira ao Presidente da República a exoneração dos ministros da Saúde, Correia de Campos, e da Cultura, Isabel Pires de Lima, para além do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomás. Na remodelação das pastas da Saúde e da Cultura submetida a Belém, José Sócrates indicou o nome de Ana Jorge para o lugar de Correia de Campos e de José António Pinto Ribeiro para a substituição de Isabel Pires de Lima. Ambos os governantes deixam o Executivo a pedido próprio. Para a secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais é indicado o nome de Carlos Baptista Lobo. Ana Jorge desempenhava até ao momento o cargo de directora do serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta, em Almada, tendo presidido à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo quando Maria de Belém Roseira comandava o Ministério da Saúde, no Executivo socialista de António Guterres. A futura titular da pasta até agora tutelada por António Correia de Campos já prometeu "tentar levar a bom porto a missão". Em declarações citadas pela Agência
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Pelo menos em seis ocasiões aviões de transferência de prisioneiros voaram directamente da base das Lajes, refere o relatório da REPRIEVE.
ONG coloca Portugal na rota de voos para Guantánamo Mais de 700 prisioneiros capturados no quadro da "guerra global contra o terrorismo" foram transferidos para Guantánamo "através de jurisdição portuguesa", indica a ONG REPRIEVE. Segundo o relatório "Viagem de Morte", publicado pela Organização britânica de Direitos Humanos REPRIEVE, "728 de 774 prisioneiros" transferidos para o campo de detenção de Guantánamo, base militar dos EUA em Cuba, foram transportados através de jurisdição portuguesa". A organização não-governamental britânica, que cita (em nota de rodapé) "registos de vo-
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os obtidos pela eurodeputada Ana Gomes em 2006", conclui que o espaço aéreo de Portugal esteve, "em pelo menos 94 ocasiões", no centro do corredor de transporte de prisioneiros em aviões dos serviços secretos norteamericanos de e para Guantánamo entre os anos de 2002 e 2006. O documento sustenta, ainda, que "em pelo menos seis ocasiões" a base aérea das Lajes, nos Açores, foi ponto de descolagem de aparelhos com destino à base naval norte-americana em Cuba. O relatório identifica, ao todo, 48 voos operados pela CIA ou pelas Forças Armadas norteamericanas com passagem em espaço de jurisdição portuguesa.
Lusa, Ana Jorge disse acreditar "na reforma em curso e no Serviço Nacional de Saúde". José António Pinto Ribeiro é jurista, está ligado à Amnistia Internacional e fundou o Fórum Justiça e Liberdades. É também membro da administração da Fundação Berardo. Carlos Baptista Lobo é jtambém jurista e foi assessor de Sousa Franco no Ministério das Finanças. Na carta de demissão apresentada ao chefe do Governo, António Correia de Campos sustenta que a sua substituição no leme do Ministério da Saúde constitui "um elemento indispensável para restaurar a relação de confiança" entre os cidadãos e o Serviço Nacional de Saúde (SNS). E sublinha que "as instituições têm vida própria para além dos protagonistas". "Circunstâncias diversas complexas, mas cumulativas, estão a minar a relação de confiança que deve existir entre os cidadãos e o Serviço Nacional de Saúde, instituição ao meu cargo, e um dos mais válidos instrumentos de equidade social criados após o 25 de Abril", escreve Correia de Campos na sua carta de demissão, citada pela Agência Lusa.
Os dois governantes substituídos tinham audições parlamentares agendadas para a próxima quinta-feira. A pedido do PCP, Correia de Campos deveria explicar, na comissão parlamentar de Saúde, o processo de reestruturação das urgências e os encerramentos de serviços. Já Isabel Pires de Lima era aguardada na comissão de Ética, Sociedade e Cultura para uma audição marcada em conferência de líderes, à luz de um artigo do Regimento da Assembleia da República que dita pelo menos quatro audiências ministeriais obrigatórias por sessão legislativa. A ministra cessante deixa a pasta da Cultura menos de dois meses depois do lançamento de uma petição a pedir o seu afastamento. A iniciativa, que chegou a reunir 2.800 assinaturas, foi lançada na esteira de um conjunto de polémicas com epicentro no Ministério de Pires de Lima - da saída do italiano Paolo Pinamonti da direcção do Teatro Nacional de São Carlos ao afastamento da directora do Museu Nacional de Arte Antiga, a investigadora Dalila Rodrigues. A cerimónia de tomada de posse dos novos ministros decorreu quarta-feira no Palácio de Belém.
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Voos deverão ser retomados em Agosto
O interregno fica a dever-se a dificuldades cambiais, de restrição de saída de divisas da Venezuela
Delegado assegura que Santa Barbara voltará à Madeira logo que cheguem os novos aviões Catanho Fernandes DN Madeira
delegado e director comercial da Santa Barbara Airways na Madeira confirmou ao DIÁRIO a interrupção dos voos da companhia venezuelana para a Madeira, a partir do dia 17 de Fevereiro. Vítor Ganço assegura que a companhia voltará a reprogramar a Madeira a partir de Agosto, logo que receba os novos aviões, também Boeing
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767-300. O interregno fica a dever-se a dificuldades cambiais, de restrição de saída de divisas da Venezuela, um problema que afecta todas as empresas venezuelanas que actuam no estrangeiro. Segundo Vítor Ganço, as receitas geradas na Europa não são suficientes para pagar os custos da operação, nomeadamente o aluguer dos aviões, propriedade da 'Icelandair', pois a grande parte dos bilhetes vendidos é em território venezue-
lano. Perante esta situação, ontem desencadeada pela SB, Vítor Ganço diz que já começou a avisar os agentes de viagens locais, e que a Santa Barbara está a contactar os passageiros que compraram bilhetes para os meses em que a companhia não irá operar, para reprogramarem o seu regresso nos quatro voos que ainda restam até 17 de Fevereiro, ou para serem reembolsados dos valores que pagaram já à companhia.
Barroso contra relançamento "artificial" da economia presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso vai alertar contra qualquer plano de relançamento económico "artificial" na União Europeia face à crise financeira, na mini-cimeira económica prevista para o final do dia em Londres. Numa conferência de imprensa, em Bruxelas, Durão Barroso disse que defenderá na capital britânica que a UE evite "qualquer forma de estimulação artificial" da actividade económica e que mantenha a orientação actual, porque qualquer alteração poderia no final ser contraproducente para o crescimento. O primeiro-ministro britânico Gordon Brown recebe hoje à noite os principais dirigentes europeus para uma minicimeira consagrada à crise financeira mundial. A UE "não está totalmente imune face a um abrandamento nos Estados Unidos", admitiu Barroso, confirmando que a Comissão vai rever "ligeiramente" em baixa a previsão de crescimento para este ano nas novas projecções que publicará no próximo mês. As últimas previsões da Comissão, publicadas em Novembro, apontavam para uma taxa de crescimento da economia da Zona Euro de 2,2 por cento e de 2,4
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por cento na UE a 27 para 2008. Sublinhou no entanto que "os fundamentais estão sólidos" na economia dos 15 países que integram a Zona Euro."Ninguém fala de recessão na Europa", disse. "Sejamos claros, não se trata de correr para as balsas de salvamento". Há na Europa "uma balança corrente positiva" e "o défice é de cerca de 1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)", sublinhou. Barroso precisou querer dirigir a Londres uma mensagem de "confiança" e no mesmo tempo de vigilância face às turbulências actuais. "A confiança dos investidores foi afectada. É essencial que as perdas sejam divulgadas com a maior transparência possível", acrescentou. "Os bancos centrais responderam disponibilizando a liquidez adequada", observou ainda o presidente do executivo comunitário. A ideia da adopção na Europa de um plano de relançamento semelhante ao anunciado nos Estados Unidos pelo presidente George Bush, com 140 mil milhões de dólares de reduções da carga fiscal, está a ganhar adeptos no Velho Continente. "A Zona Euro deve proteger-se contra os riscos de recessão", afirmaram recentemente deputados europeus socialistas num comunicado.
Breves
Dívida da PDVSA ascende a 10,963 milhões de euros A empresa petrolífera estatal venezuelana, um dos 'motores' da revolução de socialismo do século XXI que o presidente Hugo Chávez ambiciona, contraiu em 2007 uma "dívida financeira consolidada" de 16.006 milhões de dólares (aproximadamente 10,963 milhões de euros). O "endividamento financeiro consolidado" foi revelado através de um relatório divulgado pela Petróleos da Venezuela S.A. (PDVSA) e elaborado por contabilistas e auditores independentes da empresa KPMG, que sublinham que o mesmo "é responsabilidade da gerência da empresa". Em Setembro de 2006 a "dívida financeira consolidada" da PDVSA era de 2.993 milhões de dólares (aproximadamente 2.050 milhões de euros). Em 2007, a PDVSA emitiu títulos de dívida pública por 7.500 milhões de dólares americanos (5.136 milhões de dólares) e pediu emprestados 4.624 milhões de dólares (3.167 milhões de euros) a diversas entidades bancárias francesas e japonesas. Diversos economistas têm chamado a atenção para o facto de a petrolífera estar a registar problemas de liquidez, uma situação que obrigada a optar pelo endividamento pese aos elevados preços do petróleo.
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A "surdez" de Sócrates! Luís Barreira uando o primeiro ministro português se afirma "surdo", às críticas e lamentações da população, algo vai mal no "reino" de Portugal. Não só porque a primeira regra das democracias é a atenção que deverá ser prestada à crítica popular, em sinal de respeito e consideração, mas igualmente, porque nem todas as medidas impostas pelos governos estão correctas, independentemente da boa vontade de quem as impõe. Poder-se-ia ainda entender que, a contestação que hoje se vive no País, em relação: ao custo de vida; aos cuidados de saúde; à justiça; ao desemprego e ao ensino (entre outras), é fomentada pela oposição, com a intenção de desacreditar o governo. Mesmo que assim fosse, um responsável governamental,
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nunca deveria fazer "orelhas moucas" ao que dizem os partidos da oposição, nomeadamente quando o que dizem encontra eco, entre a população do País e poderá vir a constituir um próximo desaire eleitoral, no seu próprio partido. Felizmente que, mal ou bem, a democracia evolui em Portugal. A prová-lo, está a atenção particular que, os orgãos de informação portugueses, dedicam ao descontentamento das populações, aos partidos da oposição e aos membros do governo, para que justifiquem as suas posições e esclareçam o povo. E não se diga que esses mesmos órgãos de informação só dão ouvidos às críticas ao governo. Se alguma coisa se ganhou, com o 25 de Abril de 1974, foi o facto de termos uma informação livre, capaz de estar atenta aos problemas, denunciando-os e procurando dar voz ao descontentamento e a quem o provocou. Bastam alguns dias no "Portugal citadino", prestando atenção aos pequenos e grandes "pormenores", para confirmar um substancial agravamento das condições de vi-
da da esmagadora maioria dos portugueses. Os centros comerciais estão habitualmente cheios de gente, os "adoradores de espaços fechados", que não compram. E os que compram, passam horas à procura do essencial e do mais barato! Os restaurantes já não enchem, mesmo nos antes tradicionais jantares de sábado. As casas não se vendem, a não ser as mais caras, o que é um mau indicador de justiça social. As pessoas andam tristes e preocupadas com o futuro, face ao desemprego e ao custo de vida. As pessoas andam assustadas com o novo Código de Processo Penal. Não porque o tenham estudado, lido ou compreendido o essencial, mas porque a sua execução, em nome da proclamada defesa dos cidadãos, tem conduzido à libertação de muitos criminosos e a uma maior dificuldade das polícias em prendê-los. O governo de Portugal não pode fica incomodado com as críticas que lhe fazem, a propósito da restruturação dos serviços de urgência hospitalar. A acreditar nas suas
justificações, podem morrer menos agora, mas esta reforma das urgências era para que não morresse ninguém, com falta de cuidados de saúde urgentes. Ou não era? Para que haja futuro, tem de haver presente e, se a maioria das pessoas não consegue: escolarizar-se convenientemente; encontrar um emprego que permita sustentar-se razoavelmente e sentirem-se minimamente protegidas e felizes, essse futuro será eventualmente só para alguns, aqueles que hoje vivem bem,.... no presente. A "surdez" do primeiro ministro não pode continuar! Se já muitos lhe perdoaram a insensibilidade demonstrada com toda a história da OTA, reconhecendo que os governantes também têm direito de se enganar, esperamos que, em relação a tantos outros aspectos da vida social portuguesa, que estão a afectar gravemente a grande maioria do nosso povo, não seja preciso criar mais uma comissão, desta vez de especialistas "auditivos", para escutar os motivos de descontentamento desse mesmo povo.
Venezuela 'mais respirável' Agostinho Silva, em Caracas asilva@dnoticias.pt
primeira grande derrota de Chávez, a 3 de Dezembro, afastou definitivamente algumas das suas megalomanias, mas ainda não repôs a normalidade na Venezuela. Algumas das políticas centralizadoras do regime chavista continuam a prevalecer, fazendo com que haja dinheiro nos bolsos, mas não haja produtos básicos para comprar. Este contra-senso ganha cada vez mais expressão ao fim-de-semana, quando se vêem portugueses e venezuelanos em longos passeios à procura de alguns produtos básicos que desapareceram das prateleiras que habitualmente procuravam. O controlo cambial imposto por Chávez há vários anos, com o objectivo duplo de evitar a descapitalização do país e de promover a produ-
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ção nacional, está a redundar num fracasso de dimensões imprevisíveis. Falharam quase todos os mecanismos criados pelo regime chavista para implementar a mudança. Um dos exemplos é o Mercal, uma espécie de 'supermercados do Estado', com preços regulados e racionalização de produtos por família; em pouco tempo eclodiram vários escândalos, com a maioria dos produtos a chegarem ao consumidor muito mais caros que nos supermercados privados. Chávez atribuiu o controlo desses mecanismos aos militares. Mas essa confiança parece ter chegado ao fim, já que agora a maioria das operações comerciais que o Estado chamou a si passam pela PDVSA, controlada pelo Ministério da Energia. É assim que se vê, actualmente, uma empresa petroleira a gerir áreas tão diferentes como a importação de leite, a compra e distribuição de feijão, ou ainda negócios envolvendo telecomunicações, construção civil ou altas tecnologias. A oposição assegura que Chávez já não confia em mais ninguém. Nem nos militares. É neste cenário que surge a possibilidade de Portugal estabelecer alguns acor-
dos comerciais com a Venezuela, que Chávez e Sócrates deverão assinar dentro de um mês ou dois. É esta também a forma de Portugal lucrar com a conjuntura petrolífera altamente favorável à Venezuela nos últimos anos, dado que o pagamento a efectuar pelos fornecimentos do nosso país passam pela concessão de vantajosas condições de crédito para os 30% do petróleo que Portugal importará da Venezuela. Para a comunidade portuguesa, o acordo que está na forja é um acto de inteligência do governo de Lisboa. Pela primeira vez, o nosso país 'chegou-se à frente' para recolher alguns dividendos do petróleo venezuelano, com a vantagem do convénio prever algumas excepções para as empresas luso-venezuelanas em matéria de importações. Lisboa prepara-se para acompanhar a estratégia de alguns comerciantes portugueses que, nos últimos anos e apesar da generalizada discordância face a determinadas opções chavistas, nunca terão facturado tanto. Em Caracas, raros são os luso-venezuelanos que aceitam falar abertamente destas questões. E todos recusam 'dar
a cara ou o nome'. Os motivos são compreensíveis. Apesar das vicissitudes políticas, os comerciantes portugueses não podem queixar-se dos negócios e das oportunidades. As suas críticas vão mais no sentido das restrições cambiais, que impedem mais e melhores operações comerciais com países estrangeiros, prejudicando depois a oferta que disponibilizam. Do que todos continuam a queixar-se é da insegurança quer grassa em todas as cidades, lançando o pânico em famílias inteiras, ricas ou pobres. À margem da situação política, a comunidade continua bem inserida. As visitas frequentes de delegações socioculturais, e até mesmo políticas, vão trazendo algum ânimo e contribuem para elevar a auto-estima. Neste último fim-de-semana, por exemplo, Caracas recebeu a visita de dois autarcas portugueses (de Santa Maria da Feira e de São Vicente, na Madeira), com amplas comitivas. As festas religiosas e tradicionais, organizadas a propósito dessas presenças, revelaram-se simples, abrangentes e emocionantes, com uma profundidade que dificilmente será entendida à distância.
Sem Papas na língua
Álvaro Dias alvarodias63@hotmail.com
Amigos.Em passeio de turismo pela Venezuela encontra-se o nosso grande amigo Miguel Diogo Freitas.O Professor Miguel Diogo, foi, no final dos anos 70 e princípio dos 80, o treinador ou director técnico das categorias juvenis e juniores do Clube de Futebol União da Madeira.Nessa altura eu era o guarda-redes titular dessas equipas, e durante vários anos, convivi diariamente com este grande amigo.E posso mesmo afirmar que tive o privilégio de conhecer e de ter como amigo a este grande Homem. O propósito de tudo isto que estou a escrever é transmitir e partilhar um pouco da emoção e da alegria que sentimos quando reencontramos alguém tão especial depois de tanto tempo. Reencontrar um amigo, um querido amigo, depois de larguíssimos 27 anos, é como achar uma grande quantidade de páginas que se desprenderam do livro da nossa vida, que com o passar dos tempos por alguma ou outra razão tínhamos perdido.Depois de tanto tempo, reencontrar este amigo (uma espécie de irmão mais velho que nunca tive) é exactamente igual que fazer uma imaginária viagem de regresso ao nosso passado, e reviver - agora com mais intensidade - cada momento, cada sucesso e cada recordação. Não restam dúvidas:trata-se duma amizade que me marcou enormemente nessa fase tão importante da minha juventude e que também me ajudou muitíssimo, para formar-me como pessoa que hoje em dia sou, com todas as minhas qualidades e também alguns defeitos. Recomendação.Tenho nas minhas mãos um exemplar do livro "Con Portugal en la maleta Histórias de vida dos Portugueses na Venezuela.Século XX", do historiador luso-descendente António de Abreu Xavier.Praticamente já devorei com muita emoção as 250 páginas desta interessantíssima obra que enaltece e ressalta a "missão cumprida" de milhares e milhares de portugueses que, através de séculos, têm sido protagonistas na construção deste grande país que é a Venezuela. Penso que é quase um dever para qualquer cidadão português que vive na Venezuela fazer uma leitura atenta deste livro.Nele se espelham muitas das nossas vivências.Muito do nosso passado e presente está ali narrado através de excelentes exemplos, muito comuns a todos nós.Penso que este livro deve ter presença quase que obrigatória nas nossas bibliotecas. Eu particularmente até já adquiri vários exemplares para oferecer a alguns amigos, com todo o orgulho e legitimidade que tenho em pertencer a esta grande e nobre Nação, que também são dignos descendentes dessa raça de grandes navegantes e descobridores. Críticas.Bastantes críticas e também elogios recebi de parte de muitos amigos e conhecidos devido ao meu último artigo, onde opinava que o "nosso" C.P.não é nem nunca foi o mais emblemático meio para representar este grande universo de milhares de portugueses que residem na Venezuela.Agradeço sinceramente a franqueza destas notas e convido a todos os que queiram também emitir os seus comentários para o fazerem para o seguinte endereço electrónico:alvarodias63@hotmail.com
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CARTAS Noticias positivas Queria escrever para o Correio, o "nosso" jornal, já que é o único meio em que podemos desabafar. Sou português natural da Madeira e vivo na Venezuela há 37 anos. Gostaria de saber a razão de as notícias de Portugal serem tão pessimistas, tão negativas. Até o humor tem um carácter negativo em todos os aspectos. Parece que tudo está mal em Portugal. Quem vê as notícias da RTPI como eu vejo todos os dias, se não estiver psicologicamente preparado entra logo em depressão. Senhores de Portugal, jornalistas, portugueses em geral, aprendam também a ver o lado positivo da vida. Antes de fazerem uma notícia deviam olhar para o passado e comparar como viviam os portugueses com o assunto da notícia e então deixar os telespectadores tirar as suas próprias conclusões. É importante criticar, mas também é importante lembrar que antes era bem pior. Assim está dado o lado positivo do assunto, na sua plenitude. Eusébio dos Santos F.
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Favor enviar as suas cartas e comentários ao endereço electrónico: correio@cantv.net
Evitem prémios Sou sócia do Centro Português, de Caracas, há 32 anos e escrevo para o Correio da Venezuela porque acho que é o meio mais indicado para manifestar esta minha inquietação.Tem a ver com o "nosso" clube e com o Carnaval. Nestas datas, e sempre que se aproxima uma "competição", como por exemplo eleger a rainha do desporto, a eleição da "princezita" ou a eleição da "comparsa", apesar do entusiasmo e do ambiente de
amizade em torno dos concursos, passados poucos minutos depois do anúncio dos vencedores tudo muda radicalmente no nosso clube. Só sócia há 32 anos do clube e até ao dia de hoje ainda não assisti a nenhum concurso sem ouvir dizer que quem venceu ganhou roubado, que tudo foi uma "trafulhice" que estava tudo arranjado, que a junta directiva tinha tudo preparado, etc. etc. etc.
Lurdes C. Ferreira
"Aprender a rir"
Desmascarar no Carnaval Sendo o Correio da Venezuela, pelos vistos, o "único" meio onde se pode dar voz aos protestos contra as arbitrariedades que se cometem no Centro Português, de Caracas, Eu, Marisol Freitas, em conjunto com um grupo de sócios do Centro Português, de Caracas, venho por este meio denunciar algumas irregularidade que se vêm verificando na condução das festividades de Carnaval deste Clube. No meu caso pessoal, que tenho duas crianças que até são membros duma comparsa, foi-me praticamente negado o direito de vê-los actuar depois de ter suportado mais de um mês de "trasnochos" de sacrifício e, porque não dizer também, despendido algum dinheiro para que participassem nos eventos correspondentes. Falo de irregularidades porque não me explicam por que é que depois de 6 horas de espera e com o numero 121 atribuído, não tenho direito a uma cadeira, quando me foi dito que, sem excepção, seriam vendidos unicamente seis entradas por sócio. Se multiplicarmos 6 por 121 temos 726.Por acaso não vão colocar mais de 1.000 cadeiras no salão? E onde estão as
Este ano, devido ao alto número de comparsas participantes, sugiro que seja tomada a decisão de não dar um primeiro prémio a ninguém para evitar mais "desuniões" na nossa segunda casa. Obrigado senhores do Correio da Venezuela pela oportunidade que me dão de escrever para este maravilhoso jornal que tanto nos dignifica.
outras? Acontece que tenho informação que estão mais de 200 entradas guardadas para os amigos.Nem sequer discuto as prioridades dos membros da Junta Directiva, porque devem de ter algum privilégio fora do normal, o que não devem permitir injustiças, diga-se "corrupção interna" em benefício dos seus amigos. Assim não pode ser.Espero publiquem esta carta, e já que estamos no Carnaval, que seja desmascarada a actuação da "nossa" Junta Directiva , a qual ajudámos a ser eleita pensando que estávamos a lidar com pessoas sérias e honestas. A concluir, não venham com histórias injustificadas.Da minha parte, e assim como das pessoas cujos nomes estão em baixo mencionados, não vamos deixar que as coisas terminem desta maneira.Vamos estar atentos aos desenvolvimentos quanto à atribuição de cadeiras para assistir aos espectáculos que os nossos filhos muito se empenharam em participarExigimos honestidade . Marisol Freitas Marisela da Silva Alexandra de Ribeiro Bernardete Pereira
Sou luso-descendente e escrevo para o vosso jornal para aconselhar os responsáveis da empresa Tap Air Portugal para dedicarem mais atenção ao pessoal de bordo dos aviões que fazem a ligação com Caracas. Digo Caracas porque nas outras ligações que tenho feito com a empresa não se verifica o mesmo tratamento em relação aos passageiros. Será porque somos da América Latina ou do "terceiro mundo", como mal dizem? Por acaso não merecemos um bom tratamento a bordo? É muito pedir educação e simpatia? Porque não começar por ensinar a tripulação de bordo a rir. Sim, a "rir". Uma coisa tão simples de fazer mas que lamentavelmente parecem não saber fazer. Fiz a viagem directa de Caracas para o Porto e nem queiram saber o que sofri vendo as outras pessoas sofrer com o tratamento que lhes foi dado. Sei que não é sempre assim e que existem pessoas simpáticas na Tap. O problema é que não as colocam na ligação de Caracas. José Humberto Dias
INQUÉRITO: QUE OPINIÃO TEM DA LEI DE ILÍCITOS CAMBIAIS?
Goretti Fátima Gouveia Gouveia Comerciante
"Não nos vem beneficiar em nada. A nossa moeda não vale nada face ao dólar e muito menos em relação ao euro. Deviam fazer leis para nos ajudar e não como esta dos câmbios que não nos favorecem. As pessoas que compram dólares no mercado negro fazemno porque não os conseguem pela via legal. É por isto que não estou de acordo com as multas. Deveriam dar mais dólares ao mercado nacional para que toda a gente tenha mais facilidades e para que dessa maneira não houve necessidade de existir o mercado negro. Assim também se evitaria o encerramento muitas empresas e negócios".
Elsa Diolanda Teixeira de Mendonça Farmacêutica
"Eu tenho espaços arrendados e muitos deles têm-se visto afectados pelo câmbio do dólar. Se a muitos foi vedado o acesso às divisas, custa muito a outros encontrá-las para viajar. No caso da farmácia, há matéria-prima que vem dos Estados Unidos e à medida que controlam a divisa, custa muito fazer a produção nos laboratórios e a distribuição para farmácias e estabelecimentos afins. Isto vai trazer problemas de distribuição de medicamentos em Fevereiro. O governo deveria ser mais flexível e ser mais equitativo porque o que queremos é continuar a trabalhar na Venezuela.
Maria Fátima de Araujo Marques Estudante
"Sei que o mercado negro não devia existir, mas se o governo não garante que cada venezuelano consiga ter o direito de obter dólares quando necessita, não há outra forma de os conseguir senão através do mercado paralelo. Os produtores deviam ter prioridade na obtenção de dólares já que são os que abastecem o país".
Marcos José de Andrade de Freitas Comerciante
"A situação que temos todos de enfrentar é a falta de matérias-primas e de divisas para as comprar. Estamos realmente trancados. E o governo devia facultar as divisas para não deixar que a empresas fechem as portas. Mas como estas não chegam, a solução passar por ir ao mercado negro, ainda que se saiba que tal não devia acontecer. O governo é que devia fornecer as divisas necessárias a cada indústria, ser mais flexível e liberar a moeda. Se não o fizer, a inflação vai continuar elevada e pode vir coisa pior no futuro."
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REPORTAGEM
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CORREIO DA VENEZUELA 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2008
São Vicente chamou caras novas a Caracas Délia Meneses
ão Vicente protagonizou domingo, em Caracas, uma festa diferente. A opção por um cenário diferente, fora dos habituais centros e clubes portugueses, para um local com menos restrições de acesso como é a Missão Católica Portuguesa - conhecida como a 'igreja dos portugueses' na Venezuela fez com que surgissem muitas caras novas, que não frequentam clubes, mas que vieram em grande número para participar nas festividades em honra do padroeiro dos vicentinos. A tradição cumpriu-se com fidelidade. Foi o típico arraial madeirense, um convívio onde as pessoas se concentram à volta das barracas de comes-e-bebes, com destaque para a espetada, o bolo do caco, e o vinho. A animação também foi uma constante, liderada pela impecável actuação da Banda Filarmónica de São Vicente. Esta colectividade exibiu o seu vasto repertório e não parou de tocar e de alegrar os pedidos de muitos dos presentes, que queriam ouvir alguma música em particular. Os instrumentos só deixaram de tocar
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depois das 23 horas, numa festa que se iniciara pelas cinco da tarde com a celebração da missa solene. A igreja foi pequena para tanta gente e muitos fieis tiveram que ficar de pé. No fim, realizou-se a procissão com a imagem de São Vicente, que foi feita em Portugal e chegou a Caracas em 2001. Na procissão incorporaram-se muitas pessoas com círios, seguindo os 57 membros da Confraria vicentina em Caracas. Tudo lembrava a Madeira e essa foi a impressão não só dos emigrantes, mas também dos membros que integraram a delegação de São Vicente. "O ambiente vivido não fica nada a dever a um arraial madeirense tradicional", comentava umas das integrantes do Grupo Coral e Instrumental da Casa do Povo da Boaventura, que com as suas interpretações fizeram da celebração eucarística um momento especial que os fiéis agradeceram. O padre Alexandre Mendonça, pároco da Missão Católica Portuguesa, acompanhado por dois sacerdotes lusovenezuelanos - filhos de madeirenses agradeceu à comitiva vicentina: "Esta presença é um aliciante que nos ajuda a supe-
rar momentos nada fáceis neste querido país, que atravessa um período de grandes transformações que exige da comunidade um maior compromisso com a fé e com esta pátria." A missa em honra de São Vicente incluiu um momento pouco comum na Madeira, com a intervenção de várias pessoas. Uma delas foi o presidente da Câmara de São Vicente. Chamado a fazer uma pequena alocução, Humberto Vasconcelos emocionou os presentes com uma mensagem sentida de agradecimento aos emigrantes, por tudo o que fizeram pela Madeira. No final, disse ao DIÁRIO que não conseguia esconder o seu contentamento pelo que pôde presenciar ao longo desta visita de sete dias. "Regresso a São Vicente muito orgulhoso desta emigração, espero voltar e encontrar uma comunidade viva, forte, alegre e com fé, que foi o que vi nesta oportunidade. Estas pessoas são únicas no mundo. Muito obrigado pelo que têm feito por nós." Estela Lúcio Pereira, presidente da Confraria de São Vicente e principal impulsionadora da visita dos vicentinos, disse que este quinto aniversário das festividades de São Vicente na Venezuela fica
A Missão Católica, em Caracas, encheu por completo, dentro e fora da igreja.
para a história graças a "esta digressão única que deu um carácter inesquecível à data. A comunidade encontra-se feliz e muita agradecida." José Manuel de Freitas, apesar de não ser vicentino, mas natural de Santa Cruz, com lágrimas nos olhos, reviveu emocionado épocas passadas. "Vim com a minha neta, mas nunca pensei que ia sentir-me tão emocionado. O som da banda transportou muitos de nós, emigrantes, para a nossa infância. Oxalá possam continuar a vir para trazer-nos um cheirinho da nossa terra." A comitiva de São Vicente deixa hoje a Venezuela, chegando na manhã de amanhã à Madeira. O último acto foi uma bem sucedida visita à Casa Portuguesa de Maracay, na tarde de domingo.
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TAP iniciará ligação directa entre Salvador e Porto em Março A transportadora aérea portuguesa TAP anunciou que iniciará uma ligação directa entre Salvador, capital do Estado da Baía, e a cidade do Porto, a partir de 31 de Março. Salvador, que já oferece voos diários para Lisboa, passará a contar com uma frequência semanal para a cidade do Porto às segundas-feiras. No sentido inverso, o modelo Airbus A330, com capacidade para 259 passageiros, deixará a cidade do Porto às quintas-feiras, salientou a transportadora num comunicado. "O voo directo para o Porto é mais uma facilidade para quem tem como destino a região da Galiza, ao Noroeste da Espanha.Muito conhecida pelo turismo religioso, especialmente devido aos caminhos de Santiago de Compostela, é onde está um dos mais importantes santuários católicos do mundo", salientou a empresa no comunicado. Os passageiros que desembarcarem na cidade do Porto e que tenham como destino essa região espanhola receberão transporte gra-
tuito para as cidades de Tuy, Porrino, Vigo, Pontevedra, Caldas de Reys, Santiago de Compostela, Ribavadia e Orense. Desde Julho deste ano, a TAP é a única transportadora internacional a realizar uma ligação directa entre a região Centro-Oeste do Brasil e a Europa, através da rota Brasília Lisboa. A partir de 11 de Fevereiro de 2008, a transportadora portuguesa iniciará a operação de cinco voos semanais entre Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, na região Sudeste, e Lisboa. No dia 12 de Fevereiro, a TAP reforçará a rota de Brasília com mais um voo, ascendendo para um total de 66 ligações semanais entre Portugal e o Brasil. Actualmente, a TAP opera 60 voos semanais entre São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza e Natal para Lisboa e Porto. No ano passado, a companhia transportou mais de um milhão de passageiros nas rotas para o Brasil.
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REPORTAGEM
Alcalde de Barquisimeto visita Madeira em Junho Agostinho Silva
Alcaldia de Barquisimeto, na Venezuela, está interessada no modelo de desenvolvimento turístico da Madeira. Por isso, uma delegação de políticos e empresários deslocar-se-á no mês de Junho à Madeira, para tomar contacto directo com a realidade madeirense. A intenção do alcalde Henri Falcón nasceu depois de ter recebido o presidente da Câmara Municipal de São Vicente e sua comitiva restrita. No âmbito da visita de uma delegação autárquica à Venezuela para assinalar o dia do concelho, promovido pela Confraria de São Vicente em La Victoria e em Caracas, Humberto Vasconcelos deslocou-se também a Barquisimeto. No encontro com o seu homólogo Henri Falcón, o autarca nortenho expressou a sua admiração por aquilo que lhe fora dado ver na cidade
A
Henri Falcón, alcalde de Barquisimeto, recebeu o presidente da Câmara de São Vicente.
de Barquisimeto. "É uma cidade que denota uma boa liderança. Notam-se muitos investimentos públicos e uma boa recuperação patrimonial", resumiu Humberto Vasconcelos ao DIÁRIO. Para além dos aspectos exteriores de Barquisimeto ruas limpas e ordenadas, com muitos jardins e flores -, o presidente de São Vicente retirou outras ilações, comparativamente a Caracas: "Aqui
sinto-me seguro", disse. No contacto com o alcalde Henri Falcón, o autarca madeirense notou-lhe o interesse em torno do desenvolvimento turístico da Madeira, na procura de referências que possam ser de alguma forma aplicadas a Barquisimeto, agora que a aposta no turismo surge com outra dinâmica. Foi nesse âmbito que Henri Falcón prometeu, desde lo-
go, visitar a ilha da Madeira no próximo mês de Junho. "O alcalde de Barquisimeto vai deslocar-se a uma terra que lhe diz muito, dado o relacionamento excepcional que mantém com a comunidade madeirense que reside na sua cidade." Para além dos aspectos sentimentais, outros propósitos movem o alcalde. "Ele pretende encetar alguns contactos oficiais e privados, razão pela qual se fará acompanhar por uma comitiva de empresários que aproveitarão a visita para estudarem a organização turística da Madeira", revelou Humberto Vasconcelos. O autarca deslocou-se a Barquisimeto acompanhado do vereador Silvano Ribeiro, dos presidentes de Junta, João Caldeira (Ponta Delgada) e Paulo Andrade (S. Vicente), e ainda de Xavier Pão, presidente da Casa do Povo de Ponta Delgada. Naquela cidade, a comitiva vicentina foi recebida pelo presidente do Centro Luso Larense.
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Breves
Socialista na comitiva Pedro Neves, membro da Assembleia Municipal de São Vicente pelo Partido Socialista, também integrou a delegação autárquica vicentina, na visita à Venezuela que terminou a passada segundafeira. O socialista mostrou-se bastante agradado e orgulhoso do trabalho desenvolvido pelos emigrantes neste país. "Gostei muito desta deslocação e de ter estado aqui. Foi uma visita muito positiva, pelo intercâmbio cultural que proporcionámos aos emigrantes e à população em geral", disse Pedro Neves. "Esta é uma maneira de fortalecer os laços que pareciam desligados". Apesar de ser oposição ao partido que lidera a Câmara de São Vicente, Pedro Neves recusou desaproveitar esta oportunidade para integrar a comitiva oficial. "Era importante a presença da oposição nesta deslocação, para ter contacto com a comunidade portuguesa", disse apenas, recusando aprofundar a polémica que poderá ter originado dentro do seu partido. "Temos que nos sentir orgulhosos do trabalho feito pela comunidade portuguesa neste país", refere, acrescentando que eram muitas as suas expectativas face ao que transmitiam os órgãos de comunicação social.
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Scolari chama Rui Patrício para embate contra a Itália O estreante guarda-redes Rui Patrício, do Sporting, é a única novidade nos convocados da selecção portuguesa de futebol para o particular com a campeã Mundial Itália, marcado para 6 de Fevereiro, na cidade suíça de Zurique. Apesar de só ter escolhido 19 jogadores para o primeiro jogo de preparação para a fase final do Euro2008 (07 a 29 de Junho), o seleccionador luso, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, chamou três guarda-redes, já que manteve Ricardo e Quim entre os eleitos. No que respeita às outras escolhas, destaque para o regresso de Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho (Chelsea), Petit (Benfica) e Deco (FC Barcelona), que haviam falhado os dois últimos encontros de qualificação para o Europeu, com Arménia e Finlândia, devido a lesão. Por seu lado, Jorge Ribeiro
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(Boavista), Raul Meireles (FC Porto) e Makukula (Marítimo) continuaram entre os escolhidos, parecendo, assim, bem posicionados para entrarem na lista final. Em relação à última convocatória, ficaram de fora Pepe (Real Madrid) e Simão (Atlético de Madrid), devido a lesão, e ainda Miguel (Valência), Miguel Veloso (Sporting), Manuel Fernandes (Everton) e Hugo Almeida (Werder Bremen), estes por opção técnica. Os médios Tiago (Juventus) e João Moutinho (Sporting) e o avançado Hélder Postiga (Panathinaikos), todos em pleno fisicamente, voltaram a não entrar nas escolhas de Scolari. A selecção portuguesa de futebol tem um péssimo registo nos confrontos com os transalpinos: soma quatro vitórias, dois empates e 17 derrotas (2048) e perdeu nove dos últimos 10 encontros (em 30 anos, salvou-se apenas o "nulo" de New
Haven, em 1992). Os eleitos de Scolari concentraram-se segunda-feira, em Lisboa, tendo partido no dia seguinte rumo à cidade suíça de Zurique, que será palco de três jogos na fase final, todos do grupo C (Roménia-França, Itália-Roménia e França-Itália). Depois do confronto com os transalpinos, Portugal cumpre ainda mais um particular, a 26 de Março, em local e frente a adversário a determinar, antes da divulgação da lista dos 23 eleitos para a fase final do Europeu de 2008. SÓ 1.000 BILHETES DISPONÍVEIS O encontro particular entre as selecções de futebol de Portugal e da Itália tinha a lotação praticamente esgotada já na quarta-feira, dia em que restavam à venda apenas cerca de 1.000 bilhetes. Uma fonte da organização, a cargo de uma parceria entre as empresas Gama Sport e 10Sport e a Federação Portu-
guesa de Futebol, disse à Agência Lusa que, a oito dias do jogo do Estádio Letzigrund, já só há disponíveis um milhar dos 28.000 bilhetes colocados à venda pela Internet.
O jogo entre Portugal, vice-campeão da Europa e quarto classificado no Mundial2006, e a Itália, campeã do Mundo em título, está marcado para as 20h45 locais (19h45 em Lisboa).
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CONQUISTANDO A ESPANHA
'O Eusébio branco " Figo foi campeão e figura nos dois gigantes do futebol espanhol.
Tomás. M. Muñoz. B. xeneixesalmantino@hotmail.com
a nossa coluna desta semana vamos falar do futebolista português mais importante da última década, Luís Filipe Madeira Caeiro, mais conhecido como Figo. Nascido a 4 de Novembro de 1972 em Lisboa, começou a sua carreira desportiva na equipa Os Pastilhas, um modesto clube do bairro de trabalhadores onde nasceu. Com 15 anos de idade, in-
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gressa nas fileiras do Sporting de Lisboa, chegando à equipa principal em 1989. Permanece com os Leões até 1995, conseguindo ganhar uma Taça de Portugal antes de emigrar para o futebol estrangeiro. A passagem de Figo pelo Barcelona em 1995 deu-se através de uma duplicidade de contratos assinados com o Parma e com a Juventus, o que gera uma suspensão e a impossibilidade de jogar em Itália. Dois milhões e meio de dólares seriam suficientes para fazer chegar o jovem Figo à Catalunha, a uma equipa que tinha vivido as suas melhores épocas pela mão de Cruyff, que, ao vê-lo jogar, enamora-se dos resgates de bola e dos seus centros bem medidos para a área. Na sua primeira temporada, rapidamente faz esquecer Laudrup, ídolo e emblema 'blau grana' que tinha ido para o odiado Real Madrid. Com o Barcelona, ganhou o torneiro da liga em duas ocasiões, a Taça do Rei noutras tantas, a Super-Taça de Espanha, a Taça das Taças e a Super-Taça
da Europa, sendo determinante em cada título conseguido naquelas temporadas, até chegar a capitão da equipa, com a saída de Guardiola. Era o ídolo máximo dos adeptos "culé". Em 2000, num inesperado volte face, Figo muda de clube e passa para o Real Madrid, depois de ter assinado um pré-contrato com Florentino Pérez, nesse momento candidato à presidência do clube merengue, segundo o qual, no caso de ser eleito presidente, fecharia contrato com Figo. A transferência foi muito polémica, já que o jogador insistiu durante todo o Verão que não assinaria pelo Real Madrid. Muitos adeptos do Barcelona consideraram "alta traição" o facto de Figo ter passado para o arqui-rival, pouco lhes importando a quantia astronómica de 60 milhões de dólares na cláusula de rescisão. Por isso as suas visitas ao Camp Nou com a camisola branca foram autênticos calvários para o jogador, que recebia apupos, insultos, gritos chamando-o de "pesetero" e eram atirados diversos objectos, como moedas, isquei-
ros, garrafas de vidro e até uma bizarra cabeça de leitão. Com o Real Madrid, ganhou o torneio da liga por duas ocasiões, a nova Taça dos Campeões Europeus, a Supertaça Europeia e a Taça Intercontinental. Também obteve duas super-taças de Espanha, fazendo uma inesquecível dupla com Zidane. No total, jogou 444 partidas na liga de espanhola, anotando 93 golos, 41 com o 'Barça' e 52 com o Madrid. Esta cascata de títulos foi aumentada com feitos individuais como a Bola de Ouro do ano 2000 e o FIFA World Placer 2001. Com a selecção de Portugal, obteve a Taça do Mundo juvenil em 1991, e disputou duas Taças do Mundo, participando em 127 compromissos internacionais (recorde absoluto). Joga os seus últimos dias activos no futebol em Itália, com a camisola do Inter de Milão, fazendo aquilo que sempre conseguiu na sua longa trajectória: títulos de campeão. Alguns consideramno o maior jogador português da história, acima do mítico Eusébio.
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CORREIO DA VENEZUELA
DESPORTO
César Farias avalia trabalho do trio 'luso-venezuelano'
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"Ninguém tem o lugar seguro", afirmou o seleccionador nacional quando foi questionado sobre o papel de Danny Alves, Fernando de Ornelas e Edder Pérez na 'Vinotinto'. Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
director técnico da selecção venezuelana de futebol, César Farías, destacou o trabalho de Danny Alves, Fernando de Ornelas e Edder Pérez, e disse que "são muito talentosos e prova disso é o trabalho realizado em diversas equipas europeias". No entanto, afirmou que estes jogadores "devem demonstrar, assim como outros, que têm o nível necessário para pertencer à selecção e nisso a continuidade que tenham nas suas equipas no exterior joga um papel fundamental". Para Farías, "a quantidade de minutos que acumulem nos seus clubes influencia na preparação física e mental dos futebolistas, portanto, esse rendimento será um dos factores que consideraremos no momento de analisar quem formará o plantel". Neste ponto, Ornelas e Alves têm pontos a favor porque são parte do plantel
O
regular do Odd Grenland da Noruega e do Dínamo de Moscovo, mas Ornelas têm vários rivais jovens que estão na geração de relevo que se quer usar este ano e Alves ainda não tem uma situação clara na Federação Venezuelana de Futebol. Farías disse que "Danny é um dos casos que temos comentado com o presidente da FVF e ainda que seja um futebolista valioso, temos que investigar sobre os seus papéis para saber se se adapta ao regulamento da selecção venezuelana, pois não esqueçamos que ele já esteve convocado pela selecção portuguesa". Por outro lado, Edder Pérez não teve a actividade que se esperava no Marítimo e isso afectaria de certa maneira a sua preparação para optar por um lugar na 'Vinotinto', no entanto, Farías afirmou que "as portas estão abertas para todos aqueles que demonstrem excelente rendimento no momento de fazer a selecção de jogadores".
César Farías
Napoleón Centeno
EMBAIXADORES NA EUROPA Para Napoleón Centeno, assistente principal do director técnico, "Alves, Ornelas e Pérez, independentemente do que aconteça com a selecção nacional, continuarão a ser um exemplo para muitos futebolistas, pois fazem parte dos nossos embaixadores na Europa e estão a lutar para
elevar tanto a Venezuela como Portugal". Para além disso, Centeno é da opinião que "poderiam contribuir muito na forma de jogo que se quer implementar na Vinotinto", caracterizada por uma combinação 4-4-2, "com um estilo mais veloz, com maior rapidez nas laterais e maior presença no arco para marcar golos". PUBLICIDADE
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Sporting 'verga' Porto em dois minutos Sporting impôs domingo a segunda derrota ao FC Porto (2-0) na Liga de futebol, recuperando assim o terceiro lugar na 17ª jornada depois da derrota caseira de sábado do Vitória Guimarães (1-3) ante o Benfica. Golos de Vukcevic (12 m) e Izmailov (14) selaram o êxito dos "leões", que, mesmo assim, ficaram ainda a distantes 11 pontos dos "dragões" e a três das "águias". Face aos resultados da jornada, em que se defrontaram os quatro primeiros, o Benfica deu um sinal ao FC Porto que não pode descansar nos oito pontos de avanço, enquanto o
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Sporting, que já abdicou do título, persiste na luta pelo segundo lugar, que dá acesso directo à Liga dos Campeões. O técnico do Sporting, Paulo Bento, considerou a vitória do seu clube justa, numa partida em que foi eficaz, mas defendeu que o objectivo continua a ser a entrada directa na Liga dos Campeões de futebol. "Acho que foi um bom jogo, bem disputado, em que nos primeiros 15 minutos tivemos uma grande eficácia e ao longo do jogo, por mérito do FC Porto, não conseguimos ser tão dominadores e tivemos que aceitar esse domínio, controlando o jogo defensivamente", disse
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controlando o jogo defensivamente", disse em conferência de imprensa, após o Sporting-FC Porto da 17ª jornada da Liga. Por seu turno, Jesualdo Ferreira treinador do FC Porto, líder isolado da Liga de futebol, considerou que apesar da derrota frente ao Sporting (2-0) a sua equipa foi melhor e criticou a arbitragem de Carlos Xistra por considerar que existiu dualidade de critérios. "Quem perde um jogo como o Porto perdeu não pode ter esse estado de espírito. A confiança ficou reforçada pela maneira como jogamos, fomos a melhor equipa durante os 90 minutos e o domínio na segunda parte chegou a ser avassalador", disse Jesualdo Ferreira, em conferência de imprensa após o Sporting-FC Porto, da 17ª jornada da Liga. Jesualdo Ferreira considerou que o Sporting foi uma equipa feliz e defendeu que a derrota fez a sua equipa crescer ainda mais,
deixando críticas à arbitragem de Carlos Xistra. O surpreendente Vitória Guimarães falhou a subida ao segundo lugar e foi penalizado caindo para quarto, a dois do Sporting. Na ronda destaca-se ainda a primeira vitória da União de Leiria que, mesmo assim, está ainda a sete pontos do penúltimo. A vítima foi a Académica (3-1) que assim não consegue deixar o fundo, partilhando a antepenúltima posição com a Naval (cedeu empate 1-1 com o Estrela Amadora) com 16 pontos. Esta dupla tem apenas mais um ponto que o Paços de Ferreira, que perdeu por 1-0 na visita ao Leixões, que ganhou algum fôlego, subindo três posições até à 10ª, com 19 pontos. Na Madeira, Nacional e Vitória Setúbal repartiram os pontos (0-0), com os insulares a manter-se na liderança da segunda metade da tabela, enquanto os sadinos, quintos, continuam a três pontos do quarto lugar.
A jornada ficou completa segunda-feira, com a vitória (2-0) do Marítimo sobre o Boavista, que ditou a subida dos madeirenses do sétimo para o quinto lugar, ascenção para a qual Makukula contribuiu com o primeiro golo, na sua possível despedida do clube insular. A caminho do Benfica, o avançado luso-congolês, internacional por Portugal, abriu o marcador, aos 33 minutos, antes de Djalma ampliar, aos 44, e estabelecer o resultado final antes do intervalo, na partida que encerrou a 17ª jornada. Com o jogo controlado e o quinto posto garantido, mercê dos empates de Vitória de Setúbal (6º) e Sporting de Braga (7º), o técnico Sebastião Lazaroni fez entrar Bruno Fogaça aos 77 minutos para o lugar de Makukula, proporcionando uma ovação ao avançado, que pareceu despedir-se dos Barreiros, depois do sétimo golo no campeonato.
Liga Bwin 17ª Jornada 1-0
Marítimo - Boavista
2-0
Nacional - V. Setúbal
0-0
Naval - E. Amadora
1-1
Sp. Braga - Belenenses
1-1
Sporting - F.C. Porto
2-0
U. Leiria - Académica
3-1
V. Guimarães - Benfica
1-3
Classificação J V E D G P F.C. Porto Benfica Sporting V. Guimarães Marítimo
17 17 17 17 17
13 9 8 8 8
2 6 6 4 2
2 2 3 5 7
28-7 41 29-10 33 25-1530 20-2128 22-116 26
V. Setúbal Sp. Braga Belenenses Nacional
17 17 17 17
5 6 5 5
10 6 8 6
2 5 4 6
22-1625 19-2024 16-16 23 12-113 21
Leixões Boavista E. Amadora Académica Naval P. Ferreira U. Leiria
17 17 17 17 17 17 17
3 4 3 3 4 4 1
10 7 8 7 4 3 5
4 16-18 19 6 17-25 19 6 18-20 17 7 17-27 16 9 12-26 16 10 15-24 15 11 13-27 8
18ª Jornada Académica - Marítimo Belenenses - Sporting Benfica - Nacional Boavista - P. Ferreira E. Amadora - Sp. Braga F.C. Porto - U. Leiria V. Guimarães - Leixões V. Setúbal - Naval
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Breves
Leixões - P. Ferreira
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º
DESPORTO
Makukula já é do Benfica O futebolista luso-congolês Ariza Makukula (ex-Marítimo) foi apresentado quarta-feira como o reforço do Benfica até 2012, num negócio que custou ao clube da Liga portuguesa 3,5 milhões de euros. De acordo com comunicado do Benfica à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, o contrato de Makukula contém uma cláusula de rescisão no valor de 40 milhões de euros. Makukula, que se encontrava emprestado ao Marítimo pelos espanhóis do Sevilha, assinou contrato por quatro anos e meio depois de ter realizado exames médicos no Hospital da CUF e ter passado pelo Centro de Medicina Desportiva de Lisboa. O ex-jogador do Marítimo, que se tornou o segundo reforço de Inverno do Benfica, depois do lateral esquerdo romeno Sepsi, nasceu em Kinshasa em 04 de Março de 1981, mede 1,92 metros e pesa 85 quilos. A contratação de Makukula chegou a ficar algo tremida nos últimos dias, uma vez que, depois do Benfica ter chegado a acordo com o Sevilha, detentor do passe do jogador, persistiu até às últimas horas a dúvida sobre a altura em que o avançado deixaria o Marítimo: na reabertura do mercado, ou só no final da época. Na terça-feira, o Marítimo garantiu que o jogador só deixaria a Madeira no final da época e o próprio futebolista admitiu que a saída imediata estava "bastante complicada". Makukula, que terça-feira foi convocado pela terceira vez para a selecção portuguesa, tem 26 anos e é o melhor marcador do Marítimo, com sete golos na Liga portuguesa. PUBLICIDADE
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RIF: J-31443138-2
w w w. c o r r e i o d e v e n e z u e l a . c o m CORREIO DE VENEZUELA - 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2008
Tribunal proíbe Tobías Nóbrega de se ausentar da Venezuela Ex-ministro das Finanças foi sujeito a esta medida de coação depois de lhe ser imputada a prática de delitos de corrupção no exercício de funções ministeriais
O luso-descendente foi Ministro das Finanças entre 2002 e 2004
Tomás Ramírez Elizabeth De Ornelas
O
tribunal 44 de Control, a presidido pela juíza Dayanara González, aplicou a medida de coação de proibição de ausência do país ao exministro das Finanças Tobías Nóbrega. O luso-descendente foi imputado pelo Ministério Público, a 15 de Junho de 2007, por alegadamente ter cometido delitos de corrupção du-
rante a sua passagem pela chefia da pasta das finanças entre 2002 e 2004. As acusações apontam para a prática de crimes de peculato (no sentido da Lei venezuelana "má administração de fundos), não cumprimento de licitações e concertação com empreiteiros. A Fiscalía iniciou a investigação na sequência da entrega em mão de uma denúncia da autoria do deputado Leopoldo Martínez, na qual se acusava Nóbrega de,
durante o exercício do seu cargo como ministro, ter praticado diversas irregularidades, designadamente no processo de aquisição dos edifícios Bilbao (em la Urbina) e Citibank (em Carmelitas); assim como no processo de contratação de empresas para a remodelação de ambos edifícios. O economista licenciado pela Universidade Central da Venezuela, doutorado em Teoria e Política Económica na Universidade Complutense
de Madrid, está também a ser investigado por ter pago 34 mil milhões de bolívares (15,8 milhões de dólares) pela construção do anexo do Hospital Pérez de León, situado na paróquia de Petare, em Caracas, quando o orçamento não ultrapassava os 27 mil milhões de bolívares. Na passada terça-feira, 29, o ex-ministro apresentou-se em Tribunal e, uma vez conhecida a proibição de saída do país, abandonou as instalações judiciais sem prestar declarações aos meios de comunicação presentes. O CORREIO tentou contactar o arguido no sentido de obter um comentário a toda a esta situação, mas Nóbrega esteve indisponível. Tobías Nóbrega, nos primeiros anos de Governo do Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, fez parte do seu grupo de assessores económicos, participou na Assembleia Constituinte, até ser, finalmente, em Maio de 2002, nomeado Ministro das Finanças, cargo que ocupou até finais de 2004.
Mais duas vítimas mortais em assaltos Tomás Ramírez Victoria Urdaneta Rengifo Dois comerciantes perderam a vida no passado domingo, 27, na sequência de assaltos violentos perpetrados em diferentes situações.O primeiro homicídio ocorreu em La Guaira, Estado Vargas, onde Agostinho Brazão Fernandes acabou por sucumbir devido aos vários golpes de arma branca desferidos quando a vítima se encontrava no sector de Playa Verde.Foi agredido por um delinquente de 18 anos que, uma hora depois de cometer o homicídio, assaltou mais duas jovens numa praia próxima. O director da Polícia de Vargas, comissário General Fernando Torres Laguado, informou que as cidadãs denunciaram o segundo crime a agentes de PoliVargas que estavam destacados no sector, e deram a descrição do suspeito, o que se revelou vital para a sua detenção. Pelas 20h30, em Barquisimeto, Armando Fonseca, proprietário da padaria "Charlotte", acabou por ser vítima da ira de um assaltante, que atirou directamente sobre o seu coração após assaltar o seu estabelecimento. Segundo testemunhas, o panificador natural de Fermentelos, Aveiro, protestou com o assaltante antes de ser baleado. Na sequência dos disparos, resultou ferido um dos empregados da padaria. Fonseca foi transportado para uma clínica, onde acabou por falecer.Estava há 30 anos na Venezuela. Membros da comunidade portuguesa do Barquisimeto, uniram-se à família de Fonseca e, como forma de protesto e de pressão, mantiveram encerradas algumas padarias na passada terça-feira até às 13 horas, a par da realização da recolha de assinaturas para um abaixo-assinado a exigir às autoridades uma acção mais concreta contra a delinquência. PUBLICIDADE